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Relatório de Actividades 2006

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Rela

tório

de A

ctividades 2

006

Conselho Português para os Refugiados

2006

Introdução

1. Asilo em Portugal

1.1 Pedidos de Asilo

1.2 Estatuto de Refugiado

1.3 Protecção Subsidiária

2. Apoio Jurídico

2.1 Entrevistas de elegibilidade para determinação do Estatuto de Refugiado

2.2 Local de apresentação dos pedidos de asilo

2.2.1 Pedidos apresentados em postos de fronteiras

2.2.2 Outros pedidos

2.3 Pareceres jurídicos

2.4 Recursos para os Tribunais Administrativos

2.5 Aconselhamento Jurídico

2.6 Reinstalação

3. Aconselhamento Social

3.1 Apoio social em Chelas

3.2 Áreas de Intervenção em Chelas

3.3 Apoio social no Centro de Acolhimento da Bobadela

3.3.1 População alojada no Centro

3.4 Intervenção Social no CAR

4. Novo Centro de Acolhimento para Refugiados

5. Integração

5.1 Serviço de Emprego e Formação Profissional

5.2 Projecto VIAAS – Vias de Interculturalidade na Área do Asilo

5.3 Quiosque Internet e Formação em Língua Portuguesa

5.4 Actividades sócio-culturais

6. Informação Pública

6.1 Dia Mundial do Refugiado

6.2 VII Congresso Internacional do CPR na Fundação Calouste Gulbenkian

6.3 Fórum Educação para a Cidadania

6.4 Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos

6.5 Media

6.6 Internet

6.7 Cursos de Direito de Asilo e Refugiados

6.8 Estágios e Voluntariado

6.9 Reuniões Periódicas

Datas Relevantes

Agradecimentos

02 03

Vogal VogalVice-Presidente

Presidente da Direcção

Tesoureira

Tesoureira

ContabilistaExterno

AssistênciaInformática

HerculanoVieira

J.M.OliveiraAntunes

António AgostinhoHomem

LéniaLopes

Maria JoséMatos

Maria TeresaMendes

MónicaFarinha

IsabelSales

BárbaraMesquita

AlexandraCarvalho

Rita Mourato**

ArmandaMartins***

TitoMatos

IsabelGalvão

JúlioCorredeira

JoséOliveira

FernandoPereira

FernandoPereira

MónicaFrechaut*

JoãoSousa

AnaBotelho

Manuel JorgePereira

CarlaMendes

JoséLibreiro

DoraEstoura

Gonçalves Domingos

João Tereso

FranciscoFranco

JoãoVasconcelos

AssistenteDirecção

FormadorInformática

FormadoraLíngua

Portuguesa

TécnicoFinanceiro

Publicações/TIC

DEP.JURÍDICOJurista

Coordenadora

C.A.B.Assistente Social

Coordenadora

DEP.PROJECTOSCoordenadora

PROJECTOS EQUAL/EMPR. E FORM.PROF.

Coordenador

PROJ.EQUAL/NOVO CENTROCoordenadora

DEP.CONTABILIDADECoordenadora

Segurança(Substituições)

Segurança

Segurança

Jurista

Jurista

JuristaCoordenadorSegurança

Segurança

Apoio àFormação

HortensiaPereira

Governanta

* A partir de Junho 2006 ** Até Outubro 2006 *** Até Novembro 2006

AssistenteSocial

Paginas

04

06

07

07

08

08

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09

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09

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Conselho Português para os Refugiados

2006

Introdução

1. Asilo em Portugal

1.1 Pedidos de Asilo

1.2 Estatuto de Refugiado

1.3 Protecção Subsidiária

2. Apoio Jurídico

2.1 Entrevistas de elegibilidade para determinação do Estatuto de Refugiado

2.2 Local de apresentação dos pedidos de asilo

2.2.1 Pedidos apresentados em postos de fronteiras

2.2.2 Outros pedidos

2.3 Pareceres jurídicos

2.4 Recursos para os Tribunais Administrativos

2.5 Aconselhamento Jurídico

2.6 Reinstalação

3. Aconselhamento Social

3.1 Apoio social em Chelas

3.2 Áreas de Intervenção em Chelas

3.3 Apoio social no Centro de Acolhimento da Bobadela

3.3.1 População alojada no Centro

3.4 Intervenção Social no CAR

4. Novo Centro de Acolhimento para Refugiados

5. Integração

5.1 Serviço de Emprego e Formação Profissional

5.2 Projecto VIAAS – Vias de Interculturalidade na Área do Asilo

5.3 Quiosque Internet e Formação em Língua Portuguesa

5.4 Actividades sócio-culturais

6. Informação Pública

6.1 Dia Mundial do Refugiado

6.2 VII Congresso Internacional do CPR na Fundação Calouste Gulbenkian

6.3 Fórum Educação para a Cidadania

6.4 Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos

6.5 Media

6.6 Internet

6.7 Cursos de Direito de Asilo e Refugiados

6.8 Estágios e Voluntariado

6.9 Reuniões Periódicas

Datas Relevantes

Agradecimentos

02 03

Vogal VogalVice-Presidente

Presidente da Direcção

Tesoureira

Tesoureira

ContabilistaExterno

AssistênciaInformática

HerculanoVieira

J.M.OliveiraAntunes

António AgostinhoHomem

LéniaLopes

Maria JoséMatos

Maria TeresaMendes

MónicaFarinha

IsabelSales

BárbaraMesquita

AlexandraCarvalho

Rita Mourato**

ArmandaMartins***

TitoMatos

IsabelGalvão

JúlioCorredeira

JoséOliveira

FernandoPereira

FernandoPereira

MónicaFrechaut*

JoãoSousa

AnaBotelho

Manuel JorgePereira

CarlaMendes

JoséLibreiro

DoraEstoura

Gonçalves Domingos

João Tereso

FranciscoFranco

JoãoVasconcelos

AssistenteDirecção

FormadorInformática

FormadoraLíngua

Portuguesa

TécnicoFinanceiro

Publicações/TIC

DEP.JURÍDICOJurista

Coordenadora

C.A.B.Assistente Social

Coordenadora

DEP.PROJECTOSCoordenadora

PROJECTOS EQUAL/EMPR. E FORM.PROF.

Coordenador

PROJ.EQUAL/NOVO CENTROCoordenadora

DEP.CONTABILIDADECoordenadora

Segurança(Substituições)

Segurança

Segurança

Jurista

Jurista

JuristaCoordenadorSegurança

Segurança

Apoio àFormação

HortensiaPereira

Governanta

* A partir de Junho 2006 ** Até Outubro 2006 *** Até Novembro 2006

AssistenteSocial

Paginas

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O atendimento jurídico continua a ser um meio privilegiado para acompanhar o processo de acolhimento e integração dos

requerentes de asilo e em Portugal, constituindo, por esta razão, uma área fundamental do trabalho do CPR;

O apoio social é dado aos requerentes de asilo e aos refugiados não só na fase inicial do processo (admissibilidade), mas

também ao longo de todo o procedimento, até à decisão final sobre o pedido. Ele é desenvolvido essencialmente no CAR, na

fase de acolhimento e enquanto decorre o processo de admissibilidade, e, numa fase posterior, em Chelas, no serviço de

atendimento social, durante a fase de recurso e integração.

A formação, nomeadamente em língua portuguesa e informática, foi pensada com o objectivo de dotar os refugiados e

requerentes de asilo de maiores competências que lhes permitissem uma mais fácil integração na sociedade de

acolhimento. O CPR está acreditado, enquanto entidade formadora, junto do Instituto para a Qualidade na Formação – IQF

(ex INOFOR), desde 1997.

O apoio para o emprego e formação profissional tem como enfoque o auxílio no processo de procura de emprego. Para

além do apoio na elaboração dos CV, na carta de apresentação e na preparação para entrevistas de selecção, são

identificadas ofertas de emprego, procede-se à marcação de entrevistas, analisa-se as necessidades em termos de

formação profissional, encaminhando os utentes para as ofertas mais adequadas.

O interpretariado e serviço de traduções possui uma Bolsa de Intérpretes que assegura o interpretariado em 40 línguas

diferentes.

A sensibilização, formação e informação pública dedica-se à divulgação junto da opinião pública da problemática dos

refugiados, contrariando a discriminação e promovendo a igualdade. O CPR impulsiona eventos como o Dia Mundial do

Refugiado, sessões de esclarecimento em Universidades e Escolas Secundárias, bem como congressos internacionais, na

Gulbenkian, de dois em dois anos.

Em 2006, o CPR organizou o VII Congresso Internacional dedicado ao tema: “Refugiados, novos desafios para o século XXI”.

O centro de documentação fornece a estudantes, investigadores, técnicos, jornalistas, entre outros, materiais

relacionados com a situação dos refugiados no Mundo e prepara estudos comparativos sobre a situação dos direitos

humanos nos países de origem dos refugiados. É membro fundador, e actual coordenador, da Rede Alargada de Instituições

para o Acolhimento e Integração de Refugiados, formalizada em Protocolo celebrado em 20 de Junho de 2005.

O desafio da integração dos requerentes de asilo e refugiados reside na capacidade de se compreender algumas das

necessidades especiais que eles têm, resultantes especialmente de uma imigração forçada, do difícil processo legal de

reconhecimento do seu estatuto, bem como da impossibilidade de poderem regressar a casa.

Os Estados devem reconhecer a necessidade da integração dos requerentes de asilo e refugiados e assumir o

compromisso de os proteger, para a construção de uma sociedade socialmente mais coesa e uma inclusão mais eficaz.

E porque este ano termina mais um mandato dos corpos sociais do CPR (2004 – 2007) quero agradecer à Mesa da

Assembleia-geral, representada pelo Pe. Jardim Gonçalves; aos meus colegas de Direcção, Dr. António Agostinho Homem,

Dra. Lénia Godinho Lopes, Dr. José Manuel Oliveira Antunes e Dra. Maria José Matos; ao Conselho Fiscal em nome do Dr.

António Gonçalves Monteiro e a todos os associados o apoio e estímulo que deram e o facto de acreditarem que Portugal

pode receber bem os seus refugiados.

Para todos os técnicos, que diariamente ouvem e vivem as histórias por vezes dramáticas dos refugiados que chegam a

Portugal e que procuram arranjar as melhores soluções para os seus problemas, o meu enorme reconhecimento.

O Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados escolheu a ESPERANÇA como tema na celebração do Dia Mundial

do Refugiados 2006. Importa reconhecer a enorme coragem e determinação dos mais de 20 milhões de refugiados

existentes no globo que tudo perderam menos a esperança.

ESPERANÇA quando enfrentam a perseguição e a violência no país de origem; ESPERANÇA em ultrapassar os perigos que

passam durante a fuga; e ESPERANÇA na capacidade de sobrevivência e de construção de uma nova vida nos países de

acolhimento.

Maria Teresa Tito de Morais Mendes

O ano de 2006 constituiu um marco importante no desenvolvimento das actividades do

Conselho Português para os Refugiados (CPR). O CPR concretizou, nesse ano, um dos

seus projectos mais ambiciosos: melhorar as condições de acolhimento e integração dos

requerentes de asilo e refugiados em Portugal.

A inauguração das novas instalações para acolher os requerentes de asilo, na Bobadela,

o início de uma política de asilo mais aberta para os casos de reinstalação, as

comemorações do Dia Mundial do Refugiado e a realização do VII Congresso Internacional

do CPR, na Gulbenkian, criaram uma nova dinâmica, cheia de possibilidades, e a convicção

e responsabilidade que Portugal pode e deve fazer melhor pelos refugiados.

A reinstalação de refugiados, em condições de dignidade, é indispensável para se

encontrarem soluções sustentáveis para situações graves e prolongadas como as que

se deparam a muitos refugiados. Em todo o Mundo, são poucos os países que acolhem

refugiados através da chamada "reinstalação".

Contudo, em 2006, Portugal foi um deles. Precisamente em Janeiro, Portugal acolheu

um grupo de 12 pessoas de várias nacionalidades que haviam sido repetida e

sucessivamente devolvidas pelas autoridades marroquinas para o deserto, na fronteira

deste país com a Argélia, e em Agosto recebeu um grupo menor, de cinco pessoas,

encontradas num barco no Mar Mediterrâneo, ao largo de Malta, em condições muito

graves do ponto de vista humanitário.

Acreditamos que se encontram reunidas as condições para que Portugal possa

desenvolver, de forma activa, programas de reinstalação, quer de maneira formal quer de

forma ad-hoc, apoiando, assim, as intenções do ministro da Administração Interna, Dr.

António Costa, de partilhar responsabilidades com os países do sul da Europa que

enfrentam grandes pressões migratórias.

O CPR, com o apoio da iniciativa comunitária EQUAL e do Estado Português, inaugurou

um novo equipamento social no ano de 2006, visando a melhoria das condições de

acolhimento e de integração de todos aqueles que escolhem Portugal como destino

seguro, longe das perseguições e das constantes violações dos direitos fundamentais a

que estão sujeitos nos países de origem.

O Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR), situado na Bobadela, Loures,

representa mais um desafio. Este novo equipamento é constituído por um Centro de

Acolhimento, um Auditório, uma Biblioteca-Mediateca (especializada nas questões dos

Direitos Humanos), um espaço dedicado à Criança, um Polidesportivo e um Jardim

Público.

Depois da sua inauguração oficial e da transferência dos refugiados instalados no antigo

Centro, importa agora dinamizar este espaço visando não só a integração destes

requerentes de asilo na comunidade local, mas também promovendo o desenvolvimento

comunitário, mostrando o seu potencial contributo e pondo em evidência a vantagem da

diversidade.

O presente relatório relata a actividade desenvolvida pelo CPR no ano de 2006,

particularmente a que diz respeito ao apoio jurídico e social, o trabalho no Centro de

Acolhimento da Bobadela (CAB), bem como no novo centro, o CAR, recentemente

inaugurado. Procura igualmente divulgar todos os eventos culturais e temáticos

ocorridos nesse ano e as actividades ligadas à informação pública e à formação nas

escolas e nas universidades. Assim:

Introdução

04 05

*

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*

O atendimento jurídico continua a ser um meio privilegiado para acompanhar o processo de acolhimento e integração dos

requerentes de asilo e em Portugal, constituindo, por esta razão, uma área fundamental do trabalho do CPR;

O apoio social é dado aos requerentes de asilo e aos refugiados não só na fase inicial do processo (admissibilidade), mas

também ao longo de todo o procedimento, até à decisão final sobre o pedido. Ele é desenvolvido essencialmente no CAR, na

fase de acolhimento e enquanto decorre o processo de admissibilidade, e, numa fase posterior, em Chelas, no serviço de

atendimento social, durante a fase de recurso e integração.

A formação, nomeadamente em língua portuguesa e informática, foi pensada com o objectivo de dotar os refugiados e

requerentes de asilo de maiores competências que lhes permitissem uma mais fácil integração na sociedade de

acolhimento. O CPR está acreditado, enquanto entidade formadora, junto do Instituto para a Qualidade na Formação – IQF

(ex INOFOR), desde 1997.

O apoio para o emprego e formação profissional tem como enfoque o auxílio no processo de procura de emprego. Para

além do apoio na elaboração dos CV, na carta de apresentação e na preparação para entrevistas de selecção, são

identificadas ofertas de emprego, procede-se à marcação de entrevistas, analisa-se as necessidades em termos de

formação profissional, encaminhando os utentes para as ofertas mais adequadas.

O interpretariado e serviço de traduções possui uma Bolsa de Intérpretes que assegura o interpretariado em 40 línguas

diferentes.

A sensibilização, formação e informação pública dedica-se à divulgação junto da opinião pública da problemática dos

refugiados, contrariando a discriminação e promovendo a igualdade. O CPR impulsiona eventos como o Dia Mundial do

Refugiado, sessões de esclarecimento em Universidades e Escolas Secundárias, bem como congressos internacionais, na

Gulbenkian, de dois em dois anos.

Em 2006, o CPR organizou o VII Congresso Internacional dedicado ao tema: “Refugiados, novos desafios para o século XXI”.

O centro de documentação fornece a estudantes, investigadores, técnicos, jornalistas, entre outros, materiais

relacionados com a situação dos refugiados no Mundo e prepara estudos comparativos sobre a situação dos direitos

humanos nos países de origem dos refugiados. É membro fundador, e actual coordenador, da Rede Alargada de Instituições

para o Acolhimento e Integração de Refugiados, formalizada em Protocolo celebrado em 20 de Junho de 2005.

O desafio da integração dos requerentes de asilo e refugiados reside na capacidade de se compreender algumas das

necessidades especiais que eles têm, resultantes especialmente de uma imigração forçada, do difícil processo legal de

reconhecimento do seu estatuto, bem como da impossibilidade de poderem regressar a casa.

Os Estados devem reconhecer a necessidade da integração dos requerentes de asilo e refugiados e assumir o

compromisso de os proteger, para a construção de uma sociedade socialmente mais coesa e uma inclusão mais eficaz.

E porque este ano termina mais um mandato dos corpos sociais do CPR (2004 – 2007) quero agradecer à Mesa da

Assembleia-geral, representada pelo Pe. Jardim Gonçalves; aos meus colegas de Direcção, Dr. António Agostinho Homem,

Dra. Lénia Godinho Lopes, Dr. José Manuel Oliveira Antunes e Dra. Maria José Matos; ao Conselho Fiscal em nome do Dr.

António Gonçalves Monteiro e a todos os associados o apoio e estímulo que deram e o facto de acreditarem que Portugal

pode receber bem os seus refugiados.

Para todos os técnicos, que diariamente ouvem e vivem as histórias por vezes dramáticas dos refugiados que chegam a

Portugal e que procuram arranjar as melhores soluções para os seus problemas, o meu enorme reconhecimento.

O Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados escolheu a ESPERANÇA como tema na celebração do Dia Mundial

do Refugiados 2006. Importa reconhecer a enorme coragem e determinação dos mais de 20 milhões de refugiados

existentes no globo que tudo perderam menos a esperança.

ESPERANÇA quando enfrentam a perseguição e a violência no país de origem; ESPERANÇA em ultrapassar os perigos que

passam durante a fuga; e ESPERANÇA na capacidade de sobrevivência e de construção de uma nova vida nos países de

acolhimento.

Maria Teresa Tito de Morais Mendes

O ano de 2006 constituiu um marco importante no desenvolvimento das actividades do

Conselho Português para os Refugiados (CPR). O CPR concretizou, nesse ano, um dos

seus projectos mais ambiciosos: melhorar as condições de acolhimento e integração dos

requerentes de asilo e refugiados em Portugal.

A inauguração das novas instalações para acolher os requerentes de asilo, na Bobadela,

o início de uma política de asilo mais aberta para os casos de reinstalação, as

comemorações do Dia Mundial do Refugiado e a realização do VII Congresso Internacional

do CPR, na Gulbenkian, criaram uma nova dinâmica, cheia de possibilidades, e a convicção

e responsabilidade que Portugal pode e deve fazer melhor pelos refugiados.

A reinstalação de refugiados, em condições de dignidade, é indispensável para se

encontrarem soluções sustentáveis para situações graves e prolongadas como as que

se deparam a muitos refugiados. Em todo o Mundo, são poucos os países que acolhem

refugiados através da chamada "reinstalação".

Contudo, em 2006, Portugal foi um deles. Precisamente em Janeiro, Portugal acolheu

um grupo de 12 pessoas de várias nacionalidades que haviam sido repetida e

sucessivamente devolvidas pelas autoridades marroquinas para o deserto, na fronteira

deste país com a Argélia, e em Agosto recebeu um grupo menor, de cinco pessoas,

encontradas num barco no Mar Mediterrâneo, ao largo de Malta, em condições muito

graves do ponto de vista humanitário.

Acreditamos que se encontram reunidas as condições para que Portugal possa

desenvolver, de forma activa, programas de reinstalação, quer de maneira formal quer de

forma ad-hoc, apoiando, assim, as intenções do ministro da Administração Interna, Dr.

António Costa, de partilhar responsabilidades com os países do sul da Europa que

enfrentam grandes pressões migratórias.

O CPR, com o apoio da iniciativa comunitária EQUAL e do Estado Português, inaugurou

um novo equipamento social no ano de 2006, visando a melhoria das condições de

acolhimento e de integração de todos aqueles que escolhem Portugal como destino

seguro, longe das perseguições e das constantes violações dos direitos fundamentais a

que estão sujeitos nos países de origem.

O Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR), situado na Bobadela, Loures,

representa mais um desafio. Este novo equipamento é constituído por um Centro de

Acolhimento, um Auditório, uma Biblioteca-Mediateca (especializada nas questões dos

Direitos Humanos), um espaço dedicado à Criança, um Polidesportivo e um Jardim

Público.

Depois da sua inauguração oficial e da transferência dos refugiados instalados no antigo

Centro, importa agora dinamizar este espaço visando não só a integração destes

requerentes de asilo na comunidade local, mas também promovendo o desenvolvimento

comunitário, mostrando o seu potencial contributo e pondo em evidência a vantagem da

diversidade.

O presente relatório relata a actividade desenvolvida pelo CPR no ano de 2006,

particularmente a que diz respeito ao apoio jurídico e social, o trabalho no Centro de

Acolhimento da Bobadela (CAB), bem como no novo centro, o CAR, recentemente

inaugurado. Procura igualmente divulgar todos os eventos culturais e temáticos

ocorridos nesse ano e as actividades ligadas à informação pública e à formação nas

escolas e nas universidades. Assim:

Introdução

04 05

1. A

silo e

m P

ortugal

06

1. Asilo em Portugal

1.1 Pedidos de Asilo

Em 2006 foram apresentados 117 pedidos de asilo em território nacional, o que representa um

aumento de 14,7% relativamente ao ano de 2005, durante o qual Portugal recebeu 102

pedidos.

Verifica-se neste quadro que o maior número de requerentes de asilo é proveniente do

continente africano.

Por outro lado, o país de origem mais expressivo em sede de pedidos de asilo é a República

Democrática do Congo (RDC) com 15 pedidos, seguido da Costa do Marfim, Angola, Nigéria e

Nepal todos com 6 pedidos.

Este ligeiro aumento em relação a 2005 deve-se essen-cialmente ao facto de Portugal ter

recebido, no âmbito de dois programas de reinstalação ad-hoc.,17 pessoas, 5 originárias da

3

1 1

1

1 1

21 7 12 5 4 9(3) 15 10 11 7 10(1) 117(4)6

1 1 1

1

Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras / Conselho Português para os Refugiados * Pedidos de asilo apresentados nos Açores

TOTAL

4

1 1 6

1 1

1 2(2)

2

1

1

2 2

1 2

1

1 1

6 6

3

4 4

1 1

2 1 1 1(1) 5(1)

1 1

1 5

1

1* 1

1 1 2

3 3

1 1

2 2

2 3

1

1 1

1 6

6

1 1

1 1

2 15(1)

1(1) 5(1)

1 1

4

1 1

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Turquia

Turquem.

Ucrânia

Venezuela

TOTAL

Albânia

Angola

Arménia

Argélia

Bangladesh

Bielo-russia

Brasil

Bulgaria

China

Colombia

Congo (Braz)

Costa do Marfim

Cuba

Eritreia

Etiópia

Fed. Russa

Georgia

Guiné Bissau

Guiné Conacri

Irão

Iraque

Israel

Kosovo

Líbano

Libéria

Moldávia

Myanmar

Nepal

Nigéria

Paquistão

Perú

RDC

Russian Fed

Senegal

Serra Leoa

Sudão

País de Origem

Quadro 1 Pedidos de Asilo apresentados por Nacionalidades no ano de 2006

1

5

5

6

1 1 2

1 1 1

1(2)

2

1 1 1 2*

1

1

1 1 1 1

2 1

2 2

1 1 1 1 1

1

1

6

3 3

8 1 1 1(1) 1 1

2 1 1

4

Quadro 4

Anos

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

TOTAL

2005

2006

TOTAL

28

50

46

34

18

11

7

9

203

-

-

-

-

Pedidos de Asilo/Reconhecimentos

Estatuto de Refugiado(Artº 1 da Lei 15/98, 26 de Março)

Protecção Humanitária(Artº 8 da Lei 15/98, 26 de Março)

Número de Pedidos de Asilo

614 9

332 12

216 5

251 4

338 4

271 16

202 16

193 7

180 14

88 3

84 2

102 7

2871 99 117 23

2988 122

28

102 7

50

46

34

18

11

7

9

7

210

Quadro 3 Protecção Humanitária

Quadro 2 Estatuto de Refugiado

Total (23)

Total (7)

07

5

Cuba 1

América (1)

5

4

Fed. Russa 4

(4)Europa

(18)África

2

1

1

RDC

Costa do Marfim

Eritreia

Liberia

Etiópia

Guiné-Bissau

(1)

(4)

(18)

Asia

Palestina 1

Etiópia 1

(1)

Cuba 1

América (1)

Sudão

RDC

1

1

Bielo-rússia 1

Serbia Montenegro 1

(2)Europa

(3)África

(1)

(2)(3)

(1)

RDC, 5 Costa do Marfim, 4 Etiópia, 2 da Libéria e 1 Eritreia. Os

dois processos de reinstalação resultaram de um pedido

dirigido pelo ACNUR ao Governo Português, bem como de um

processo de partilha de responsabilidades que envolveu a

Espanha, Itália, Malta e Portugal.

Todos os reinstalados beneficiaram do estatuto de refugiado em

Portugal.

Seguindo o padrão dos anos anteriores, as nacionalidades que

procuram protecção no nosso país permanecem diversificadas

e heterogéneas: aos 117 pedidos correspondem 39 nacional-

idades diferentes.

No que diz respeito ao género, apenas 17 pedidos foram

apresentados por mulheres, representando 14,5% do total.

Durante o período em análise foi apresentado 1 pedido de asilo

por um menor desacompanhado.

1.2. Estatuto de Refugiado

Em 2006, o Ministério da Administração Interna concedeu 23

estatutos de refugiado, o que representa uma taxa de

reconhecimento de 19,6%:

É assim notório um aumento da taxa de reconhecimento

relativamente ao ano passado (6,8%), que se justifica pelos 17

refugiados reconhecidos ao abrigo dos programas de

reinstalação.

1.3. Protecção Subsidiária

No período em análise foram concedidas 7 Autorizações de

Residência por Razões Humanitárias, o que representa uma

taxa de concessão na ordem dos 6%.

1. A

silo e

m P

ortugal

06

1. Asilo em Portugal

1.1 Pedidos de Asilo

Em 2006 foram apresentados 117 pedidos de asilo em território nacional, o que representa um

aumento de 14,7% relativamente ao ano de 2005, durante o qual Portugal recebeu 102

pedidos.

Verifica-se neste quadro que o maior número de requerentes de asilo é proveniente do

continente africano.

Por outro lado, o país de origem mais expressivo em sede de pedidos de asilo é a República

Democrática do Congo (RDC) com 15 pedidos, seguido da Costa do Marfim, Angola, Nigéria e

Nepal todos com 6 pedidos.

Este ligeiro aumento em relação a 2005 deve-se essen-cialmente ao facto de Portugal ter

recebido, no âmbito de dois programas de reinstalação ad-hoc.,17 pessoas, 5 originárias da

3

1 1

1

1 1

21 7 12 5 4 9(3) 15 10 11 7 10(1) 117(4)6

1 1 1

1

Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras / Conselho Português para os Refugiados * Pedidos de asilo apresentados nos Açores

TOTAL

4

1 1 6

1 1

1 2(2)

2

1

1

2 2

1 2

1

1 1

6 6

3

4 4

1 1

2 1 1 1(1) 5(1)

1 1

1 5

1

1* 1

1 1 2

3 3

1 1

2 2

2 3

1

1 1

1 6

6

1 1

1 1

2 15(1)

1(1) 5(1)

1 1

4

1 1

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Turquia

Turquem.

Ucrânia

Venezuela

TOTAL

Albânia

Angola

Arménia

Argélia

Bangladesh

Bielo-russia

Brasil

Bulgaria

China

Colombia

Congo (Braz)

Costa do Marfim

Cuba

Eritreia

Etiópia

Fed. Russa

Georgia

Guiné Bissau

Guiné Conacri

Irão

Iraque

Israel

Kosovo

Líbano

Libéria

Moldávia

Myanmar

Nepal

Nigéria

Paquistão

Perú

RDC

Russian Fed

Senegal

Serra Leoa

Sudão

País de Origem

Quadro 1 Pedidos de Asilo apresentados por Nacionalidades no ano de 2006

1

5

5

6

1 1 2

1 1 1

1(2)

2

1 1 1 2*

1

1

1 1 1 1

2 1

2 2

1 1 1 1 1

1

1

6

3 3

8 1 1 1(1) 1 1

2 1 1

4

Quadro 4

Anos

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

TOTAL

2005

2006

TOTAL

28

50

46

34

18

11

7

9

203

-

-

-

-

Pedidos de Asilo/Reconhecimentos

Estatuto de Refugiado(Artº 1 da Lei 15/98, 26 de Março)

Protecção Humanitária(Artº 8 da Lei 15/98, 26 de Março)

Número de Pedidos de Asilo

614 9

332 12

216 5

251 4

338 4

271 16

202 16

193 7

180 14

88 3

84 2

102 7

2871 99 117 23

2988 122

28

102 7

50

46

34

18

11

7

9

7

210

Quadro 3 Protecção Humanitária

Quadro 2 Estatuto de Refugiado

Total (23)

Total (7)

07

5

Cuba 1

América (1)

5

4

Fed. Russa 4

(4)Europa

(18)África

2

1

1

RDC

Costa do Marfim

Eritreia

Liberia

Etiópia

Guiné-Bissau

(1)

(4)

(18)

Asia

Palestina 1

Etiópia 1

(1)

Cuba 1

América (1)

Sudão

RDC

1

1

Bielo-rússia 1

Serbia Montenegro 1

(2)Europa

(3)África

(1)

(2)(3)

(1)

RDC, 5 Costa do Marfim, 4 Etiópia, 2 da Libéria e 1 Eritreia. Os

dois processos de reinstalação resultaram de um pedido

dirigido pelo ACNUR ao Governo Português, bem como de um

processo de partilha de responsabilidades que envolveu a

Espanha, Itália, Malta e Portugal.

Todos os reinstalados beneficiaram do estatuto de refugiado em

Portugal.

Seguindo o padrão dos anos anteriores, as nacionalidades que

procuram protecção no nosso país permanecem diversificadas

e heterogéneas: aos 117 pedidos correspondem 39 nacional-

idades diferentes.

No que diz respeito ao género, apenas 17 pedidos foram

apresentados por mulheres, representando 14,5% do total.

Durante o período em análise foi apresentado 1 pedido de asilo

por um menor desacompanhado.

1.2. Estatuto de Refugiado

Em 2006, o Ministério da Administração Interna concedeu 23

estatutos de refugiado, o que representa uma taxa de

reconhecimento de 19,6%:

É assim notório um aumento da taxa de reconhecimento

relativamente ao ano passado (6,8%), que se justifica pelos 17

refugiados reconhecidos ao abrigo dos programas de

reinstalação.

1.3. Protecção Subsidiária

No período em análise foram concedidas 7 Autorizações de

Residência por Razões Humanitárias, o que representa uma

taxa de concessão na ordem dos 6%.

2. Apoio Jurídico

2.1. Entrevistas de elegibilidade para determinação do estatuto de

refugiado

Durante o ano de 2006, o Departamento Jurídico do CPR efectuou 110 entrevistas para

determinação do estatuto de refugiado a requerentes que apresentaram pedido de asilo junto

do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Estas entrevistas, que congregam a descrição factual apresentada pelo requerente, a

informação cuidada e actual sobre o país de origem (ou eventuais países de trânsito) e a

fundamentação segundo a legislação em vigor, resultam na elaboração de um Parecer Jurídico

que recomenda pela admissibilidade ou inadmissibilidade do pedido de asilo.

2.2. Local de Apresentação dos Pedidos de Asilo

O CPR presta apoio jurídico a todos os requerentes de asilo que apresentam o seu pedido de

asilo em Portugal, independentemente do local onde se encontram.

2.2.1. Pedidos apresentados em postos de fronteira

O CPR apoiou juridicamente 41 requerentes de asilo que efectuaram os seus pedidos em

postos de fronteira, nomeadamente no Aeroporto de Lisboa (nacionais da Argélia, Angola,

China, Colômbia, Congo (Brazaville), Costa do Marfim, Guiné Bissau, Guiné Conacri, Nepal,

Nigéria, Peru, RDC, Serra Leoa, Venezuela), bem como no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no

Porto (nacional da Colômbia); o mesmo apoio foi concedido, igualmente, a 69 requerentes que

entraram por via terrestre ou marítima. Verifica-se que o maior número de pedidos é

apresentado em território nacional (65%).

Com a extinção do Comissário Nacional para os Refugiados (Lei 20/2006, de 23 de Julho) e sem

a criação de outra instância administrativa de recurso, o actual procedimento de asilo ficou

mais fragilizado, não estando claro a quem compete revogar a decisão de não-admissão por

parte do Director-Geral SEF, existindo apenas a possibilidade de recurso para o Tribunal

Administrativo e Fiscal de Lisboa sem efeito suspensivo.

A entidade Comissariado Nacional para os Refugiados foi criada para equilibrar o processo de

decisão. Na perspectiva do CPR, a referida entidade era passível de críticas, mas dava esta-

bilidade ao procedimento. Ao ser extinta, sem que se criasse outra instância (por exemplo,

colegial) o processo ficou enfraquecido, tal como pensado pelo legislador da Lei de Asilo, esvazi-

ando-o de algumas das garantias reconhecidas aos refugiados, em termos processuais.

O CPR e o ACNUR são as únicas instituições independentes que podem interferir no proce-

dimento de asilo. Esta intervenção, contudo, confere um papel meramente consultivo (Lei de

Asilo 15/98, artº 52).

2. A

poio

Juríd

ico

08 09

2.2.2. Outros pedidos

Refira-se ainda que, em 2006, o CPR prestou apoio jurídico a 3 requerentes que efectuaram os seus pedidos de asilo,

enquanto detidos, nos Estabelecimentos Prisionais do Porto e Setúbal, um cidadão da Turquia e dois cidadãos da Geórgia e

Albânia, respectivamente. Uma taxa de 2,5% relativamente ao número total de pedidos de asilo apresentados em Portugal.

O mesmo apoio foi concedido aos 3 pedidos de asilo apresentados nas ilhas dos Açores.

Estas situações implicaram a deslocação de um jurista, acompanhado de intérprete, devidamente credenciado, de forma a

efectuar as entrevistas. Para falar com os requerentes, o CPR contou sempre com a colaboração do SEF, bem como dos

Estabelecimentos Prisionais envolvidos para falar com os requerentes.

2.3. Pareceres Jurídicos

O CPR pronunciou-se sobre os 110 pedidos analisados e considerou que 58 reuniam as condições para serem admitidos

(52,7%) devendo assim passar à segunda fase processual, a fase de instrução/elegibilidade.

Decidiu que os outros 52 pedidos eram destituídos de fundamento (47,3%) e deveriam ser considerados não-admissíveis.

O Director Geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), apenas admitiu 8 dos 117 pedidos formulados, o que

representa uma taxa de admissibilidade de 6,8%.

2.4. Recursos para os Tribunais Administrativos

Durante o ano de 2006, o grupo jurídico do CPR prestou igualmente apoio na organização de pedidos de apoio judiciário em

nome dos requerentes que pretendiam recorrer judicialmente das decisões negativas emanadas das autoridades

administrativas. Estes pedidos dirigidos aos serviços da Segurança Social, nos termos da Lei número 34/2004, de 29 de

Julho e Portaria 1085-A/2004, de 31 de Agosto, permitem o acesso dos requerentes rejeitados ao apoio judiciário nos

termos gerais, de acordo com o número 3, do artigo 52 da Lei de Asilo.

Do mesmo modo mantém-se o apoio a defensores oficiosos nomeados no âmbito dos processos referidos, nomeadamente

através de informações actualizadas referentes ao país de origem do recorrente, tradução de documentos, serviços de

interpretariado e mesmo a utilização das instalações do CPR para consultas entre advogado e cliente.

Recentemente, tem vindo a ser solicitado ao CPR, como parceiro operacional do Alto Comissariado das Nações Unidas para

os Refugiados (ACNUR), que apresente informação relativa ao país de origem do recorrente. Com esta prática, os juízes do

Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa pretendem obter informação imparcial e actual referente aos países de origem.

2.5. Aconselhamento jurídico

Durante o período em análise, o grupo jurídico do CPR efectuou um total de 1 656 atendimentos a cidadãos de 54

nacionalidades diferentes.

Quadro 6 Aconselhamento Jurídico

TOTALPaís de Origem Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1 1 2 1 12Albânia

6 8 10 7 7 10 7 9 100Angola

5 3 2 1 1 1 1 2 3 20Argélia

27Armenia

4 4

Bielo-Rússia 4 2 3 1 22

5 11Bulgária

1 1 4 1 13

Chile 1

China 3 3

Colômbia 61

Congo 2

Costa do Marfim 6 1 5 1 1 1 25

Cuba 5 2 1 1 10 3 4 5 4 3 38

Bangladesh

Burundi

1 1 1 1 1 1 1

12 8 4 12

2 1 1 1 2 6 5 3 4 2

621 2 1

1 1 1 3

1 2 1 1 1

1

7 3 7 2 6 4 3 8 2 8 3 8

1 1

7 1 1 1

Egipto 9

Eritreia 8 8 2 2 2 22

Etiópia 1 2 1 1 9

Fed. Russa 53

Gana 68

2

2 2 5

1 1

4 6 9 6 4 7 5 3 4 1 4

11 5 4 3 4 3 12 8 1 4 5 8

Quadro 5 Distribuição das entrevistas de Elegibilidade por País de Origem / Continente

Angola 6

Argélia

Congo (Brazaville)

1

1

Costa do Marfim 6

Eritreia 4

Etiópia 1

Guiné-Bissau 5

Guiné Conacri 6

Libéria 3

Nigéria 6

RDC 15

Senegal 1

Serra Leoa 4

Sudão 1

África (60)

Colômbia 5

Cuba

Peru

2

1

Venezuela 1

(9)América

Bangladesh 1

China

Irão

1

1

Iraque 2

Líbano 2

Myanmar 1

Nepal 6

Paquistão 1

Turquia 3

Turquemenistão 1

Ásia (19)

Albânia 4

Arménia

Europa

Bielo-rússia

Bulgária

Kososvo

Geórgia

Fed. Russa

Moldávia 1

Ucrânia 1

5

2

1

1

5

2

(22)

2. Apoio Jurídico

2.1. Entrevistas de elegibilidade para determinação do estatuto de

refugiado

Durante o ano de 2006, o Departamento Jurídico do CPR efectuou 110 entrevistas para

determinação do estatuto de refugiado a requerentes que apresentaram pedido de asilo junto

do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Estas entrevistas, que congregam a descrição factual apresentada pelo requerente, a

informação cuidada e actual sobre o país de origem (ou eventuais países de trânsito) e a

fundamentação segundo a legislação em vigor, resultam na elaboração de um Parecer Jurídico

que recomenda pela admissibilidade ou inadmissibilidade do pedido de asilo.

2.2. Local de Apresentação dos Pedidos de Asilo

O CPR presta apoio jurídico a todos os requerentes de asilo que apresentam o seu pedido de

asilo em Portugal, independentemente do local onde se encontram.

2.2.1. Pedidos apresentados em postos de fronteira

O CPR apoiou juridicamente 41 requerentes de asilo que efectuaram os seus pedidos em

postos de fronteira, nomeadamente no Aeroporto de Lisboa (nacionais da Argélia, Angola,

China, Colômbia, Congo (Brazaville), Costa do Marfim, Guiné Bissau, Guiné Conacri, Nepal,

Nigéria, Peru, RDC, Serra Leoa, Venezuela), bem como no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no

Porto (nacional da Colômbia); o mesmo apoio foi concedido, igualmente, a 69 requerentes que

entraram por via terrestre ou marítima. Verifica-se que o maior número de pedidos é

apresentado em território nacional (65%).

Com a extinção do Comissário Nacional para os Refugiados (Lei 20/2006, de 23 de Julho) e sem

a criação de outra instância administrativa de recurso, o actual procedimento de asilo ficou

mais fragilizado, não estando claro a quem compete revogar a decisão de não-admissão por

parte do Director-Geral SEF, existindo apenas a possibilidade de recurso para o Tribunal

Administrativo e Fiscal de Lisboa sem efeito suspensivo.

A entidade Comissariado Nacional para os Refugiados foi criada para equilibrar o processo de

decisão. Na perspectiva do CPR, a referida entidade era passível de críticas, mas dava esta-

bilidade ao procedimento. Ao ser extinta, sem que se criasse outra instância (por exemplo,

colegial) o processo ficou enfraquecido, tal como pensado pelo legislador da Lei de Asilo, esvazi-

ando-o de algumas das garantias reconhecidas aos refugiados, em termos processuais.

O CPR e o ACNUR são as únicas instituições independentes que podem interferir no proce-

dimento de asilo. Esta intervenção, contudo, confere um papel meramente consultivo (Lei de

Asilo 15/98, artº 52).

2. A

poio

Juríd

ico

08 09

2.2.2. Outros pedidos

Refira-se ainda que, em 2006, o CPR prestou apoio jurídico a 3 requerentes que efectuaram os seus pedidos de asilo,

enquanto detidos, nos Estabelecimentos Prisionais do Porto e Setúbal, um cidadão da Turquia e dois cidadãos da Geórgia e

Albânia, respectivamente. Uma taxa de 2,5% relativamente ao número total de pedidos de asilo apresentados em Portugal.

O mesmo apoio foi concedido aos 3 pedidos de asilo apresentados nas ilhas dos Açores.

Estas situações implicaram a deslocação de um jurista, acompanhado de intérprete, devidamente credenciado, de forma a

efectuar as entrevistas. Para falar com os requerentes, o CPR contou sempre com a colaboração do SEF, bem como dos

Estabelecimentos Prisionais envolvidos para falar com os requerentes.

2.3. Pareceres Jurídicos

O CPR pronunciou-se sobre os 110 pedidos analisados e considerou que 58 reuniam as condições para serem admitidos

(52,7%) devendo assim passar à segunda fase processual, a fase de instrução/elegibilidade.

Decidiu que os outros 52 pedidos eram destituídos de fundamento (47,3%) e deveriam ser considerados não-admissíveis.

O Director Geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), apenas admitiu 8 dos 117 pedidos formulados, o que

representa uma taxa de admissibilidade de 6,8%.

2.4. Recursos para os Tribunais Administrativos

Durante o ano de 2006, o grupo jurídico do CPR prestou igualmente apoio na organização de pedidos de apoio judiciário em

nome dos requerentes que pretendiam recorrer judicialmente das decisões negativas emanadas das autoridades

administrativas. Estes pedidos dirigidos aos serviços da Segurança Social, nos termos da Lei número 34/2004, de 29 de

Julho e Portaria 1085-A/2004, de 31 de Agosto, permitem o acesso dos requerentes rejeitados ao apoio judiciário nos

termos gerais, de acordo com o número 3, do artigo 52 da Lei de Asilo.

Do mesmo modo mantém-se o apoio a defensores oficiosos nomeados no âmbito dos processos referidos, nomeadamente

através de informações actualizadas referentes ao país de origem do recorrente, tradução de documentos, serviços de

interpretariado e mesmo a utilização das instalações do CPR para consultas entre advogado e cliente.

Recentemente, tem vindo a ser solicitado ao CPR, como parceiro operacional do Alto Comissariado das Nações Unidas para

os Refugiados (ACNUR), que apresente informação relativa ao país de origem do recorrente. Com esta prática, os juízes do

Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa pretendem obter informação imparcial e actual referente aos países de origem.

2.5. Aconselhamento jurídico

Durante o período em análise, o grupo jurídico do CPR efectuou um total de 1 656 atendimentos a cidadãos de 54

nacionalidades diferentes.

Quadro 6 Aconselhamento Jurídico

TOTALPaís de Origem Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1 1 2 1 12Albânia

6 8 10 7 7 10 7 9 100Angola

5 3 2 1 1 1 1 2 3 20Argélia

27Armenia

4 4

Bielo-Rússia 4 2 3 1 22

5 11Bulgária

1 1 4 1 13

Chile 1

China 3 3

Colômbia 61

Congo 2

Costa do Marfim 6 1 5 1 1 1 25

Cuba 5 2 1 1 10 3 4 5 4 3 38

Bangladesh

Burundi

1 1 1 1 1 1 1

12 8 4 12

2 1 1 1 2 6 5 3 4 2

621 2 1

1 1 1 3

1 2 1 1 1

1

7 3 7 2 6 4 3 8 2 8 3 8

1 1

7 1 1 1

Egipto 9

Eritreia 8 8 2 2 2 22

Etiópia 1 2 1 1 9

Fed. Russa 53

Gana 68

2

2 2 5

1 1

4 6 9 6 4 7 5 3 4 1 4

11 5 4 3 4 3 12 8 1 4 5 8

Quadro 5 Distribuição das entrevistas de Elegibilidade por País de Origem / Continente

Angola 6

Argélia

Congo (Brazaville)

1

1

Costa do Marfim 6

Eritreia 4

Etiópia 1

Guiné-Bissau 5

Guiné Conacri 6

Libéria 3

Nigéria 6

RDC 15

Senegal 1

Serra Leoa 4

Sudão 1

África (60)

Colômbia 5

Cuba

Peru

2

1

Venezuela 1

(9)América

Bangladesh 1

China

Irão

1

1

Iraque 2

Líbano 2

Myanmar 1

Nepal 6

Paquistão 1

Turquia 3

Turquemenistão 1

Ásia (19)

Albânia 4

Arménia

Europa

Bielo-rússia

Bulgária

Kososvo

Geórgia

Fed. Russa

Moldávia 1

Ucrânia 1

5

2

1

1

5

2

(22)

2. A

poio

Juríd

ico

10 11

A intervenção do CPR aconteceu após a chegada dos grupos de reinstalados em Portugal e a pedido do ministro da

Administração Interna.

Nessa medida, o CPR alojou ambos os grupos no Centro de Acolhimento da Bobadela (CAB) durante seis meses, período

mais longo do que o habitual, com o objectivo de melhor preparar a sua integração em Portugal.

O apoio e aconselhamento dado pelo CPR aos reinstalados é idêntico ao que é prestado a todos os requerentes de asilo que

chegam a Portugal em busca de protecção e aos refugiados de uma maneira geral: acolhimento no Centro, informação

sobre o processo de asilo, apoio jurídico, apoio social, aulas de português, apoio ao emprego e formação profissional.

O número de atendimentos jurídicos (1656) representa um ligeiro decréscimo (3,5%)

relativamente ao ano anterior (em que foram efectuados 1717 atendimentos). Este

acompanhamento desenvolve-se de uma forma contínua, não terminando com a decisão final no

âmbito do procedimento de asilo.

Conforme se pode constatar, as nacionalidades Serraleonesa (com 302 consultas) e Liberiana

(com 167) são as mais relevantes no atendimento jurídico. Com efeito, apesar do decréscimo

gradualmente verificado nos pedidos apresentados por cidadãos nacionais destes países,

ambos permanecem como as comunidades de refugiados mais importantes no nosso país.

2.6. Reinstalação

Pela primeira vez, conforme foi já referido, Portugal recebeu dois grupos de refugiados no

âmbito de programas de reinstalação ad-hoc:

Em Janeiro, um grupo de 12 pessoas de várias nacionalidades (5 RDC, 5 Costa do Marfim, 2

Libéria) que haviam sido repetida e sucessivamente “devolvidos” pelas autoridades Marroquinas

para o deserto, na fronteira com a Argélia;

Em Agosto, um grupo de 5 pessoas (4 nacionais da Etiópia e 1 da Eritreia) que se encontravam

“à deriva” num barco, no Mar Mediterrâneo, ao largo de Malta, em condições muito graves de

um ponto de vista humanitário;

Quadro 6 Aconselhamento Jurídico

TOTALPaís de Origem Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Geórgia 2 2 1 2 11 1 12

Guiné-Bissau 1 2 23

Guiné Conacri 3 2 3 25

Índia 1 1

Indonésia 1 1 2

Irão 2 2 1 1 6

Iraque 1 4 16

1 1

1 1 21 21 49

3 6 21 5

3 2 4 2

Nota: Nos valores atrás referidos não se incluem atendimentos telefónicos e informações por e-mail.

3Israel

4Kirguistão

8Kosovo

13Líbano

167

Marrocos 1

12Mauritânia

21

Moldávia 7

Myanmar 13

Nepal 26

Nigéria 91

Palestina 16

Paquistão 7

Portugal 4

RDC 163

Roménia 3

Ruanda 26

São Tomé 14

Senegal 35

Serra Leoa 302

Sudão 30

Togo 36

Turquia 33

Turquemenistão 5

Ucrânia 10

Libéria

Moçambique

Uzbequistão 3

Zimbabwe 18

TOTAL 1656

13

2

7

1

1

3

3

27

150

10

3

2

6

1

1

10

1

1

2

3

3

2

1

19

123

1

26

2

5

1

3

3

24

4

2

12

2

3

13

1

2

1

3

140

2

6

3

1

4

1

2

1

25

16

4

1

3

9

2

1

3

131

2

1

19

3

1

1

1

2

1

30

3

10

1

2

8

141

15

1

14

8

1

1

1

2

1

1

3

6

1

2

2

25

2

135

15

1

16

3

3

1

2

1

10

1

1

22

2

122

18

12

1

1

1

1

1

1

10

3

2

1

2

10

9

30

2

162

16

10

1

6

2

3

2

10

8

4

1

12

1

1

19

1

128

1

11

6

7

1

1

3

3

2

1

9

1

10

1

1

1

1

131

15

3

5

25

1

4

1

1

10

7

1

2

5

6

2

1

1

32

7

137

13

3

2

1

3

16

1

11

4

1

1

2

6

13

1

1

24

4

156

2

1

3

4

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2. A

poio

Juríd

ico

10 11

A intervenção do CPR aconteceu após a chegada dos grupos de reinstalados em Portugal e a pedido do ministro da

Administração Interna.

Nessa medida, o CPR alojou ambos os grupos no Centro de Acolhimento da Bobadela (CAB) durante seis meses, período

mais longo do que o habitual, com o objectivo de melhor preparar a sua integração em Portugal.

O apoio e aconselhamento dado pelo CPR aos reinstalados é idêntico ao que é prestado a todos os requerentes de asilo que

chegam a Portugal em busca de protecção e aos refugiados de uma maneira geral: acolhimento no Centro, informação

sobre o processo de asilo, apoio jurídico, apoio social, aulas de português, apoio ao emprego e formação profissional.

O número de atendimentos jurídicos (1656) representa um ligeiro decréscimo (3,5%)

relativamente ao ano anterior (em que foram efectuados 1717 atendimentos). Este

acompanhamento desenvolve-se de uma forma contínua, não terminando com a decisão final no

âmbito do procedimento de asilo.

Conforme se pode constatar, as nacionalidades Serraleonesa (com 302 consultas) e Liberiana

(com 167) são as mais relevantes no atendimento jurídico. Com efeito, apesar do decréscimo

gradualmente verificado nos pedidos apresentados por cidadãos nacionais destes países,

ambos permanecem como as comunidades de refugiados mais importantes no nosso país.

2.6. Reinstalação

Pela primeira vez, conforme foi já referido, Portugal recebeu dois grupos de refugiados no

âmbito de programas de reinstalação ad-hoc:

Em Janeiro, um grupo de 12 pessoas de várias nacionalidades (5 RDC, 5 Costa do Marfim, 2

Libéria) que haviam sido repetida e sucessivamente “devolvidos” pelas autoridades Marroquinas

para o deserto, na fronteira com a Argélia;

Em Agosto, um grupo de 5 pessoas (4 nacionais da Etiópia e 1 da Eritreia) que se encontravam

“à deriva” num barco, no Mar Mediterrâneo, ao largo de Malta, em condições muito graves de

um ponto de vista humanitário;

Quadro 6 Aconselhamento Jurídico

TOTALPaís de Origem Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Geórgia 2 2 1 2 11 1 12

Guiné-Bissau 1 2 23

Guiné Conacri 3 2 3 25

Índia 1 1

Indonésia 1 1 2

Irão 2 2 1 1 6

Iraque 1 4 16

1 1

1 1 21 21 49

3 6 21 5

3 2 4 2

Nota: Nos valores atrás referidos não se incluem atendimentos telefónicos e informações por e-mail.

3Israel

4Kirguistão

8Kosovo

13Líbano

167

Marrocos 1

12Mauritânia

21

Moldávia 7

Myanmar 13

Nepal 26

Nigéria 91

Palestina 16

Paquistão 7

Portugal 4

RDC 163

Roménia 3

Ruanda 26

São Tomé 14

Senegal 35

Serra Leoa 302

Sudão 30

Togo 36

Turquia 33

Turquemenistão 5

Ucrânia 10

Libéria

Moçambique

Uzbequistão 3

Zimbabwe 18

TOTAL 1656

13

2

7

1

1

3

3

27

150

10

3

2

6

1

1

10

1

1

2

3

3

2

1

19

123

1

26

2

5

1

3

3

24

4

2

12

2

3

13

1

2

1

3

140

2

6

3

1

4

1

2

1

25

16

4

1

3

9

2

1

3

131

2

1

19

3

1

1

1

2

1

30

3

10

1

2

8

141

15

1

14

8

1

1

1

2

1

1

3

6

1

2

2

25

2

135

15

1

16

3

3

1

2

1

10

1

1

22

2

122

18

12

1

1

1

1

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1

10

3

2

1

2

10

9

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2

162

16

10

1

6

2

3

2

10

8

4

1

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1

1

19

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128

1

11

6

7

1

1

3

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1

1

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131

15

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4

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7

1

2

5

6

2

1

1

32

7

137

13

3

2

1

3

16

1

11

4

1

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2

6

13

1

1

24

4

156

2

1

3

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3. Aconselhamento Social

O apoio social do Conselho Português para os Refugiados é providenciado pelo seu Departa-

mento Social que se divide entre Chelas, na sua sede, e na Bobadela, no Centro de Acolhimento

para Refugiados.

O objectivo deste serviço é assistir os requerentes de asilo e refugiados no acolhimento,

criando mecanismos que favoreçam a sua integração na sociedade Portuguesa. A assistente

social e a Directora do Centro de Acolhimento efectuam atendimentos à população em

diferentes áreas de intervenção como o alojamento, alimentação, apoio médico, apoios

pecuniários para transportes, documentação e dinheiro de bolso, entre outros.

3.1. Apoio social em Chelas

No decorrer deste ano, o CPR efectuou 816 atendimentos na sua sede em Chelas, a 158

requerentes de asilo e refugiados, distribuídos por 33 países, num total de 17 línguas

diferentes. Este número de consultas resultou numa média de 15,7 atendimentos por dia.

O gráfico 2 apresenta o gráfico do atendimento por país de origem, durante o ano de 2006,

verificando-se que a média se manteve constante ao longo dos doze meses:

Durante este ano, os atendimentos efectuados a cidadãos oriundos da Serra Leoa continuaram

a ser os mais significativos (268), representando cerca de um terço do total efectuado

(32,8%).

Nos casos dos requerentes do Gana (81), da Libéria (69) e de Angola (50), a proporcionalidade

em relação aos anos anteriores tem-se mantido sensivelmente a mesma.

Esta grande procura dos nossos serviços por parte dos requerentes de asilo e refugiados

continua a explicar-se fundamentalmente por dois motivos:

Problemas sociais que afectam aqueles que esperam uma resposta do Tribunal Adminis-

trativo e Fiscal (TAF) relativamente ao recurso da decisão de indeferimento do seu pedido de

asilo;

Falta de documentação, particularmente no caso dos cidadãos serra leoneses, que

enquanto aguardam a renovação da sua Autorização de Residência, ficam sem hipótese de

conseguirem um trabalho legal e sem outro apoio social;

No Quadro 7, analisamos os 158 utentes que se deslocaram ao Gabinete de Apoio Social, em

Chelas, em função do seu país de origem e género.

*

*

Gráfico 2 Atendimento por País de origem

Quadro 7 Aconselhamento Social

Países de Origem Homens Mulheres Total

Albânia 4 3 7

4 4 8

Argélia 2 2

Arménia 3 1 4

Bielorrussia 2 4 6

Bulgária 1 1

Burundi 1 0 1

Colômbia 6 2 8

Costa do Marfim 2 0 2

1 2 3

Angola

0

0

Cuba

7 6 13

2 3 5

Guiné Conakry 1 0 1

1 0 1

Líbano 0 1 1

18 0 18

Moçambique 0 1 1

1 1 2

2 0 2

Gana

4 1 5

1 0 1

Guiné Bissau

8 3 11

4 3 7

Irão

0 2 2

0 1 1

Libéria

30 2 32

Myanmar

2 0 2

Nepal

1 0 1

Nigéria

1 1 2

Palestina

1 1 2

R. D. Congo

1 1 2

Ruanda

0 1 1

Rússia

3 0 3

São Tomé

Serra Leoa

Sudão

Togo

Turquemenistão

Turquia

Ucrânia

Uzbequistão

Zimbabué

Total 114 44 158

Total (%) 72% 28% 100%

3650

23 13 12 14 11

81

15

69

26 3512

32 25

268

1133

50

Albâ

nia

Ango

la

Arm

énia

Bie

lorr

ussi

a

Bul

gári

a

Colô

mbi

a

Cuba

Gan

a

Gui

né B

issa

u

Libé

ria

Moç

ambi

que

Nig

éria

Pale

stin

a

R. D

. Co

ngo

Rua

nda

Ser

ra L

eoa

Turq

uia

Ucr

ânia

Out

ros

Nota: No gráfico 2 apenas estão incluídos os países com maior número de atendimentos.

3. A

conselh

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ento S

ocia

l

12 13

Num universo de 158 casos individuais, 114 (72%) são do sexo masculino e 44 (28%) do sexo feminino. Em relação a igual

período de 2005, houve um ligeiro acréscimo de género feminino: de 26% passaram para 28%.

Apesar de algumas alterações, o perfil do requerente de asilo que solicita apoio do serviço social do CPR continua a ser do

sexo masculino e proveniente de África. A faixa etária varia dos 20 aos 55 anos, estando a grande maioria do grupo alvo

situada entre os 26 e os 45 anos.

3. Aconselhamento Social

O apoio social do Conselho Português para os Refugiados é providenciado pelo seu Departa-

mento Social que se divide entre Chelas, na sua sede, e na Bobadela, no Centro de Acolhimento

para Refugiados.

O objectivo deste serviço é assistir os requerentes de asilo e refugiados no acolhimento,

criando mecanismos que favoreçam a sua integração na sociedade Portuguesa. A assistente

social e a Directora do Centro de Acolhimento efectuam atendimentos à população em

diferentes áreas de intervenção como o alojamento, alimentação, apoio médico, apoios

pecuniários para transportes, documentação e dinheiro de bolso, entre outros.

3.1. Apoio social em Chelas

No decorrer deste ano, o CPR efectuou 816 atendimentos na sua sede em Chelas, a 158

requerentes de asilo e refugiados, distribuídos por 33 países, num total de 17 línguas

diferentes. Este número de consultas resultou numa média de 15,7 atendimentos por dia.

O gráfico 2 apresenta o gráfico do atendimento por país de origem, durante o ano de 2006,

verificando-se que a média se manteve constante ao longo dos doze meses:

Durante este ano, os atendimentos efectuados a cidadãos oriundos da Serra Leoa continuaram

a ser os mais significativos (268), representando cerca de um terço do total efectuado

(32,8%).

Nos casos dos requerentes do Gana (81), da Libéria (69) e de Angola (50), a proporcionalidade

em relação aos anos anteriores tem-se mantido sensivelmente a mesma.

Esta grande procura dos nossos serviços por parte dos requerentes de asilo e refugiados

continua a explicar-se fundamentalmente por dois motivos:

Problemas sociais que afectam aqueles que esperam uma resposta do Tribunal Adminis-

trativo e Fiscal (TAF) relativamente ao recurso da decisão de indeferimento do seu pedido de

asilo;

Falta de documentação, particularmente no caso dos cidadãos serra leoneses, que

enquanto aguardam a renovação da sua Autorização de Residência, ficam sem hipótese de

conseguirem um trabalho legal e sem outro apoio social;

No Quadro 7, analisamos os 158 utentes que se deslocaram ao Gabinete de Apoio Social, em

Chelas, em função do seu país de origem e género.

*

*

Gráfico 2 Atendimento por País de origem

Quadro 7 Aconselhamento Social

Países de Origem Homens Mulheres Total

Albânia 4 3 7

4 4 8

Argélia 2 2

Arménia 3 1 4

Bielorrussia 2 4 6

Bulgária 1 1

Burundi 1 0 1

Colômbia 6 2 8

Costa do Marfim 2 0 2

1 2 3

Angola

0

0

Cuba

7 6 13

2 3 5

Guiné Conakry 1 0 1

1 0 1

Líbano 0 1 1

18 0 18

Moçambique 0 1 1

1 1 2

2 0 2

Gana

4 1 5

1 0 1

Guiné Bissau

8 3 11

4 3 7

Irão

0 2 2

0 1 1

Libéria

30 2 32

Myanmar

2 0 2

Nepal

1 0 1

Nigéria

1 1 2

Palestina

1 1 2

R. D. Congo

1 1 2

Ruanda

0 1 1

Rússia

3 0 3

São Tomé

Serra Leoa

Sudão

Togo

Turquemenistão

Turquia

Ucrânia

Uzbequistão

Zimbabué

Total 114 44 158

Total (%) 72% 28% 100%

3650

23 13 12 14 11

81

15

69

26 3512

32 25

268

1133

50

Albâ

nia

Ango

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Arm

énia

Bie

lorr

ussi

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Bul

gári

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Cuba

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Pale

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Ser

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Ucr

ânia

Out

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Nota: No gráfico 2 apenas estão incluídos os países com maior número de atendimentos.

3. A

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12 13

Num universo de 158 casos individuais, 114 (72%) são do sexo masculino e 44 (28%) do sexo feminino. Em relação a igual

período de 2005, houve um ligeiro acréscimo de género feminino: de 26% passaram para 28%.

Apesar de algumas alterações, o perfil do requerente de asilo que solicita apoio do serviço social do CPR continua a ser do

sexo masculino e proveniente de África. A faixa etária varia dos 20 aos 55 anos, estando a grande maioria do grupo alvo

situada entre os 26 e os 45 anos.

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3.2. Áreas de intervenção em Chelas

Numa fase mais avançada do processo de asilo, o apoio social inclui necessidades relacionadas

como: Alimentação, Alojamento, Saúde e Transportes, que estão representadas no gráfico 3:

Os atendimentos incidiram, maioritariamente, na área da alimentação (35%), com a atribui-ção

de subsídios esporádicos de emergência e distribuição de géneros alimentares.

O programa comunitário “Ajuda Alimentar a Carenciados 2006” do Ministério do Trabalho e da

Segurança Social, continua a permitirmo-nos apoiar os requerentes de asilo, através da

distribuição de alguns alimentos.

No que concerne aos transportes (26%), o CPR continua a apoiar os requerentes através da

entrega de bilhetes pré comprados e da aquisição de senhas para passes individuais, mediante

análise de caso individual.

Os problemas na área de saúde (16%) afectam cada vez mais os requerentes de asilo e

refugiados que se dirigem ao Gabinete Social e são os que mais interferem na sua

desestabilização. As solicitações nesta área têm vindo a aumentar: em 2005 (12%) e em 2004

(9%).

A resposta dada pelo CPR nesta área é o estabelecimento de parcerias com outras

instituições, nomeadamente, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) – Protocolo

celebrado em 1998, Centros de Saúde e Hospitais, CAVITOP (Centro de Apoio à Vitima de

Tortura em Portugal) – Protocolo celebrado em 2003 e Serviço de Emergência Social da Santa

Casa da Misericórdia de Lisboa.

O facto do número de atendimentos na área do alojamento (7%) não ser muito elevado, não

significa que estes problemas estejam resolvidos. Os requerentes de asilo e refugiados estão

conscientes que as soluções nesta área são praticamente inexistentes após a sua saída do

Centro de Acolhimento.

Durante 2006, o CPR apoiou 4CIs e 1 família monoparental feminina (mãe e duas crianças),

durante 1 mês, no pagamento de renda de quarto ou casa.

Na área diversos (16%), estão contabilizados alguns subsídios a utentes, para pagamento da

renovação da sua Autorização de Residência. Com este apoio foram beneficiados 14 (catorze)

requerentes de asilo que, por terem ficado a aguardar durante bastante tempo a renovação da

sua AR perderam o emprego e ficaram numa situação de extrema vulnerabilidade. Todos os

financiamentos são disponibilizados, como habitualmente, após análise de cada caso e em

cooperação com os Departamentos de Emprego e Formação Profissional e Jurídico do CPR.

Também como nos anos anteriores, e só para situações excepcionais, o Serviço de Tesouraria -

sob proposta do Gabinete Social, apoiou um reduzido número de utentes com pequenos

subsídios, quer para a compra de alguns alimentos, quer para deslocações no interior do país,

onde mais facilmente teriam acesso ao mercado de trabalho.

3.3. Apoio Social no Centro de Acolhimento da Bobadela

O objectivo principal deste serviço, criado no âmbito do Programa Comunitário EQUAL é fornecer uma recepção adequada

aos requerentes de asilo e refugiados, promovendo a sua integração e a autonomização. Este é um trabalho que se inicia na

fase de admissibilidade e permanece, mesmo depois de abandonarem o Centro de Acolhimento.

Esta diligência implica uma forte articulação entre o departamento social e os restantes departamentos do CPR, mas

também noutras instituições, designadamente:

O Instituto de Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa providenciam o apoio financeiro para a

alimentação, alojamento e transportes depois dos portadores de autorização de residência e refugiados abandonarem o

Centro;

A Cruz Vermelha Portuguesa fornece itens como cobertores e utensílios para a cozinha para a nova casa dos utentes;

Os Centros de Emprego facilitam o apoio na procura de emprego;

Creches e Jardins de Infância;

Instituições de saúde;

Esta articulação é feita através de reuniões periódicas, visitas, contactos telefónicos e actividades conjuntas.

Este trabalho em parceria resultou na criação de diversas redes formais e informais, nomeadamente, a

A “Rede Social de Loures”;

A “Rede Alargada de Instituições para o Acolhimento e Integração de Refugiados” cuja missão é contribuir para a

diminuição da discriminação e da exclusão social dos requerentes de asilo e refugiados.

Para além destas redes mais formais, existe, também uma rede informal que facilita a resolução de questões

referentes ao acolhimento e integração dos refugiados.

As consultas sociais beneficiaram 204 pessoas de 35 países diferentes, falando 16 línguas diferentes.

85 pessoas alojadas no CAR (14 chegaram em 2005 e 71 novas entradas);

119 pessoas externas (91 ex-residentes antes de 2006, que residem próximo do Centro de Acolhimento, e 2 alojados

em casa de familiares), mais 26 antigos residentes que continuam a procurar os serviços sociais desta organização.

Na tabela que se segue, pode-se verificar que o departamento social efectuou 2 250 consultas, no CAB: 1 474 consultas a

85 residentes, 776 consultas a 119 utentes externos. Para além das consultas realizadas no CAB, existem, também, as

visitas domiciliárias e acompanhamento de serviços.

O aconselhamento social realiza-se todos os dias úteis, com excepção da Quarta-feira, com o horário das 10h00 às13h00

e é efectuado por uma assistente social, acompanhada de uma estagiária.

*

*

*

*

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*

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*

*

Gráfico 3 Áreas de intervenção Social

TOTALExternos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Consulta

Utentes

TOTALInternos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Consulta

Utentes

62

24

168

23

42

19

102

22

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25

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151

21

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20

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158

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41

23

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19

776

119

1474

85

*

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* Este total não é o somatório do número de pessoas por mês, uma vez que as pessoas recorrem a este serviço mais que uma vez por mês. Este é o número de pessoas que procuram os serviços sociais.

Quadro 8 Consultas Sociais

7% Alojamento16% Saúde

Diversos16%

Transporte 26%

35% Alimentação

3. A

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14 15

3.2. Áreas de intervenção em Chelas

Numa fase mais avançada do processo de asilo, o apoio social inclui necessidades relacionadas

como: Alimentação, Alojamento, Saúde e Transportes, que estão representadas no gráfico 3:

Os atendimentos incidiram, maioritariamente, na área da alimentação (35%), com a atribui-ção

de subsídios esporádicos de emergência e distribuição de géneros alimentares.

O programa comunitário “Ajuda Alimentar a Carenciados 2006” do Ministério do Trabalho e da

Segurança Social, continua a permitirmo-nos apoiar os requerentes de asilo, através da

distribuição de alguns alimentos.

No que concerne aos transportes (26%), o CPR continua a apoiar os requerentes através da

entrega de bilhetes pré comprados e da aquisição de senhas para passes individuais, mediante

análise de caso individual.

Os problemas na área de saúde (16%) afectam cada vez mais os requerentes de asilo e

refugiados que se dirigem ao Gabinete Social e são os que mais interferem na sua

desestabilização. As solicitações nesta área têm vindo a aumentar: em 2005 (12%) e em 2004

(9%).

A resposta dada pelo CPR nesta área é o estabelecimento de parcerias com outras

instituições, nomeadamente, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) – Protocolo

celebrado em 1998, Centros de Saúde e Hospitais, CAVITOP (Centro de Apoio à Vitima de

Tortura em Portugal) – Protocolo celebrado em 2003 e Serviço de Emergência Social da Santa

Casa da Misericórdia de Lisboa.

O facto do número de atendimentos na área do alojamento (7%) não ser muito elevado, não

significa que estes problemas estejam resolvidos. Os requerentes de asilo e refugiados estão

conscientes que as soluções nesta área são praticamente inexistentes após a sua saída do

Centro de Acolhimento.

Durante 2006, o CPR apoiou 4CIs e 1 família monoparental feminina (mãe e duas crianças),

durante 1 mês, no pagamento de renda de quarto ou casa.

Na área diversos (16%), estão contabilizados alguns subsídios a utentes, para pagamento da

renovação da sua Autorização de Residência. Com este apoio foram beneficiados 14 (catorze)

requerentes de asilo que, por terem ficado a aguardar durante bastante tempo a renovação da

sua AR perderam o emprego e ficaram numa situação de extrema vulnerabilidade. Todos os

financiamentos são disponibilizados, como habitualmente, após análise de cada caso e em

cooperação com os Departamentos de Emprego e Formação Profissional e Jurídico do CPR.

Também como nos anos anteriores, e só para situações excepcionais, o Serviço de Tesouraria -

sob proposta do Gabinete Social, apoiou um reduzido número de utentes com pequenos

subsídios, quer para a compra de alguns alimentos, quer para deslocações no interior do país,

onde mais facilmente teriam acesso ao mercado de trabalho.

3.3. Apoio Social no Centro de Acolhimento da Bobadela

O objectivo principal deste serviço, criado no âmbito do Programa Comunitário EQUAL é fornecer uma recepção adequada

aos requerentes de asilo e refugiados, promovendo a sua integração e a autonomização. Este é um trabalho que se inicia na

fase de admissibilidade e permanece, mesmo depois de abandonarem o Centro de Acolhimento.

Esta diligência implica uma forte articulação entre o departamento social e os restantes departamentos do CPR, mas

também noutras instituições, designadamente:

O Instituto de Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa providenciam o apoio financeiro para a

alimentação, alojamento e transportes depois dos portadores de autorização de residência e refugiados abandonarem o

Centro;

A Cruz Vermelha Portuguesa fornece itens como cobertores e utensílios para a cozinha para a nova casa dos utentes;

Os Centros de Emprego facilitam o apoio na procura de emprego;

Creches e Jardins de Infância;

Instituições de saúde;

Esta articulação é feita através de reuniões periódicas, visitas, contactos telefónicos e actividades conjuntas.

Este trabalho em parceria resultou na criação de diversas redes formais e informais, nomeadamente, a

A “Rede Social de Loures”;

A “Rede Alargada de Instituições para o Acolhimento e Integração de Refugiados” cuja missão é contribuir para a

diminuição da discriminação e da exclusão social dos requerentes de asilo e refugiados.

Para além destas redes mais formais, existe, também uma rede informal que facilita a resolução de questões

referentes ao acolhimento e integração dos refugiados.

As consultas sociais beneficiaram 204 pessoas de 35 países diferentes, falando 16 línguas diferentes.

85 pessoas alojadas no CAR (14 chegaram em 2005 e 71 novas entradas);

119 pessoas externas (91 ex-residentes antes de 2006, que residem próximo do Centro de Acolhimento, e 2 alojados

em casa de familiares), mais 26 antigos residentes que continuam a procurar os serviços sociais desta organização.

Na tabela que se segue, pode-se verificar que o departamento social efectuou 2 250 consultas, no CAB: 1 474 consultas a

85 residentes, 776 consultas a 119 utentes externos. Para além das consultas realizadas no CAB, existem, também, as

visitas domiciliárias e acompanhamento de serviços.

O aconselhamento social realiza-se todos os dias úteis, com excepção da Quarta-feira, com o horário das 10h00 às13h00

e é efectuado por uma assistente social, acompanhada de uma estagiária.

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Gráfico 3 Áreas de intervenção Social

TOTALExternos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Consulta

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* Este total não é o somatório do número de pessoas por mês, uma vez que as pessoas recorrem a este serviço mais que uma vez por mês. Este é o número de pessoas que procuram os serviços sociais.

Quadro 8 Consultas Sociais

7% Alojamento16% Saúde

Diversos16%

Transporte 26%

35% Alimentação

3.3.1. População alojada no Centro

Os utentes permaneceram no Centro em média cerca de 81 dias que é o tempo que,

normalmente, demora a primeira fase do procedimento de asilo (um mês) e o período de

preparação para a saída do requerente do Centro.

Em 2006, o CAB recebeu 71 novas entradas e registou 65 saídas. 14 pessoas transitaram de

2005 para 2006 e 20 de 2006 para 2007.

3.4. Intervenção Social no CAR

Das 2 250 consultas, a maioria, 1 474, foi efectuada aos 85 residentes e 776 aos 119

externos ao Centro. O gráfico que se segue apresenta as diferentes áreas de intervenção das

consultas efectuadas no Centro de Acolhimento, aos residentes e não residentes.

3. A

conselh

am

ento S

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17

Ao contrário do apoio social concedido em Chelas, no CAR o apoio mais importante é na área da saúde (17,33%) através de

um subsídio para a compra de medicamentos e assistência médica. O apoio no alojamento (15,93%) tem também como

objectivo preparar os utentes para a saída do centro.

Os alimentos distribuídos no Centro provêm do Banco Alimentar contra a

Fome e do programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados 2006,

sendo necessário complementar com a atribuição de um subsídio semanal de

30 euros. 14,62% dos utentes procuraram o CPR com vista à resolução de

problemas relacionados com a Alimentação.

Para além destas áreas de intervenção, cerca de 24% dos atendimentos

implicaram uma estreita colaboração com outros departamentos do CPR,

nomeadamente ao nível da situação legal (9,76%), com o grupo jurídico e a

nível da formação em língua portuguesa (9,26%) e emprego (7,23%), com o

departamento de emprego e formação profissional.

Por último, 6,73% dos utentes procuraram o CPR com vista à resolução de

questões relacionadas com comunicações e transportes (aqui procede-se à

entrega de cartões de telefone, bilhetes de autocarro e passes sociais) e as

actividades culturais (3,81%).

O CPR tem à disposição dos requerentes de asilo e refugiados um Banco de Roupa, a funcionar no Centro de Acolhimento,

na Bobadela.Quadro 9 Novas Entradas 2006

Países de Origem Mulheres Total

Total

158

Total (%)

100%

Homens Mulheres Menores Homens Mulheres Menores

Famílas

Albânia

Angola

Arménia

Bieloo-Rússia

Bulgária

Colômbia

Costa do Marfim

Cuba

Eritreia

Etiópia

Guiné Conacri

Irão

Iraque

Kosovo

Líbano

Libéria

Moldávia

Myanmar

Nigéria

Paquistão

R.D. Congo

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Turquemenistão

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Gráfico 4 Entradas e saídas em 2006

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Entradas

Saídas 17,33% Saúde

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Situação Legal

15,93%

14,62%

9,76%

9,26% Formação

Emprego

Vestuário

Sociocult. act.l

7,23%

6,10%

3,81%

Outras 7,26%

Gráfico 4 Áreas de Intervenção no CAR

16

3.3.1. População alojada no Centro

Os utentes permaneceram no Centro em média cerca de 81 dias que é o tempo que,

normalmente, demora a primeira fase do procedimento de asilo (um mês) e o período de

preparação para a saída do requerente do Centro.

Em 2006, o CAB recebeu 71 novas entradas e registou 65 saídas. 14 pessoas transitaram de

2005 para 2006 e 20 de 2006 para 2007.

3.4. Intervenção Social no CAR

Das 2 250 consultas, a maioria, 1 474, foi efectuada aos 85 residentes e 776 aos 119

externos ao Centro. O gráfico que se segue apresenta as diferentes áreas de intervenção das

consultas efectuadas no Centro de Acolhimento, aos residentes e não residentes.

3. A

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Ao contrário do apoio social concedido em Chelas, no CAR o apoio mais importante é na área da saúde (17,33%) através de

um subsídio para a compra de medicamentos e assistência médica. O apoio no alojamento (15,93%) tem também como

objectivo preparar os utentes para a saída do centro.

Os alimentos distribuídos no Centro provêm do Banco Alimentar contra a

Fome e do programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados 2006,

sendo necessário complementar com a atribuição de um subsídio semanal de

30 euros. 14,62% dos utentes procuraram o CPR com vista à resolução de

problemas relacionados com a Alimentação.

Para além destas áreas de intervenção, cerca de 24% dos atendimentos

implicaram uma estreita colaboração com outros departamentos do CPR,

nomeadamente ao nível da situação legal (9,76%), com o grupo jurídico e a

nível da formação em língua portuguesa (9,26%) e emprego (7,23%), com o

departamento de emprego e formação profissional.

Por último, 6,73% dos utentes procuraram o CPR com vista à resolução de

questões relacionadas com comunicações e transportes (aqui procede-se à

entrega de cartões de telefone, bilhetes de autocarro e passes sociais) e as

actividades culturais (3,81%).

O CPR tem à disposição dos requerentes de asilo e refugiados um Banco de Roupa, a funcionar no Centro de Acolhimento,

na Bobadela.Quadro 9 Novas Entradas 2006

Países de Origem Mulheres Total

Total

158

Total (%)

100%

Homens Mulheres Menores Homens Mulheres Menores

Famílas

Albânia

Angola

Arménia

Bieloo-Rússia

Bulgária

Colômbia

Costa do Marfim

Cuba

Eritreia

Etiópia

Guiné Conacri

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Gráfico 4 Entradas e saídas em 2006

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Entradas

Saídas 17,33% Saúde

Alojamento

Alimentação

Situação Legal

15,93%

14,62%

9,76%

9,26% Formação

Emprego

Vestuário

Sociocult. act.l

7,23%

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3,81%

Outras 7,26%

Gráfico 4 Áreas de Intervenção no CAR

16

4. Novo Centro de Acolhimento Para Refugiados

O projecto de construção de um equipamento social constituído por um Centro de Acolhimento

para Refugiados (CAR), uma Creche/Jardim de Infância e ATL, um Polidesportivo descoberto e

um Jardim público, nas freguesias da Bobadela e de São João da Talha (financiado pela Iniciativa

Comunitária EQUAL), que o CPR iniciara a 15 de Março de 20031, foi concluído a 8 de Setembro

de 2006, passados 19 meses do início da sua construção.

Durante o ano de 2006, realizaram-se 12 reuniões com a Comissão de Acompanhamento da

Construção do Novo Centro. Desta Comissão fazem parte para além do CPR, a equipa de

projectistas, a empresa de Fiscalização, um jurista especialmente contratado para apreciar as

questões legais que abrangem todo o processo de construção e aquisição de equipamentos.

Esta comissão analisou regularmente o desenvolvimento da obra, aprovou os trabalhos

adicionais necessários e decidiu de acordo com os objectivos inscritos na candidatura

apresentada ao Programa Comunitário EQUAL.

Paralelamente a este acompanhamento, efectuaram-se diversas reuniões que conduziram à

selecção de entidades fornecedoras de equipamentos, designadamente, o mobiliário, material

informático, recheio para a Creche e Jardim-de-infância, etc..

Foi encomendado um estudo de viabilidade socio-económica do equipamento com vista à

sustentabilidade futura do mesmo.

O Gabinete de Gestão EQUAL acompanhou, regularmente, o desenvolvimento do projecto tendo

seguido a evolução dos trabalhos com sugestões, o que constituiu uma mais valia para o

projecto.

Todo este trabalho conduziu à recepção provisória da obra onde estiveram presentes pelo CPR a

Presidente da Direcção, Maria Teresa Tito de Morais Mendes e o vogal de Direcção, José

Manuel Oliveira Antunes, bem como representantes do empreiteiro (Constructora San José,

S.A.) e da equipa de fiscalização.

A 30 de Outubro de 2006 realizou-se a Sessão Solene de inauguração do novo equipamento

social, cujo descerramento da placa comemorativa foi efectuado pelo Alto Comissário das

Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres.

Assistiram a esta cerimónia o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, o secretário de Estado do

Emprego e da Formação Profissional, Fernando Medina, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira e a

gestora da Iniciativa Comunitária EQUAL em Portugal, Ana Vale.

A Sessão decorreu no Auditório do empreendimento, a que a Direcção do CPR deu o nome de um dos seus mais ilustres

fundadores e ex-presidente da Assembleia-geral, Ângelo Vidal d’Almeida Ribeiro, distinto advogado e grande humanista.

Seguiu-se uma visita às instalações do Centro de Acolhimento para Refugiados e da Creche/Jardim-de-infância e ATL pelas

várias individualidades presentes e por jornalistas.

Prosseguindo as comemorações associadas à inauguração deste equipamento social, no dia 31 de Outubro de 2006, no

período da manhã, realizaram-se duas Sessões de Trabalho, no âmbito de actividades em que o CPR tem vindo a participar

enquanto agente dinamizador: Rede alargada de instituições para o acolhimento e integração de requerentes de asilo e

refugiados (constituída através de uma das actividades desenvolvidas pelo Projecto EQUAL nº 2001/EQUAL/A2/RA/057

“Acolhimento e Integração de Requerentes de Asilo”) e Rede Temática II – Integração social e profissional de imigrantes,

refugiados e minorias étnicas (no âmbito do desenvolvimento do Projecto EQUAL “VIAAS – Vias de Interculturalidade na

área do Asilo”).

No período da tarde efectuou-se uma segunda visita às instalações para os técnicos de

instituições parceiras e de outras ONG’s. Foram, também, dinamizadas algumas

actividades desportivas no Polidesportivo descoberto com um grupo de reformados

de uma freguesia vizinha, algumas crianças das escolas locais e com os próprios

requerentes de asilo, refugiados e técnicos do CPR.

Decorreu, ainda, uma Sessão pública, numa das salas de formação do Centro,

dedicada ao tema “Desenvolvimento Local e Integração dos Migrantes”.

À noite, a encerrar as comemorações da inauguração realizou-se um Sarau

Cultural, no Auditório Ângelo Vidal D’Almeida Ribeiro, com a participação de

diversos artistas portugueses e do grupo de Teatro “RefugiActo”.

No dia 7 de Dezembro de 2006, os requerentes de asilo e todos os técnicos

que trabalhavam no antigo Centro da Bobadela (CAB) mudaram-se definitiva-

mente para as novas instalações.

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4. Novo Centro de Acolhimento Para Refugiados

O projecto de construção de um equipamento social constituído por um Centro de Acolhimento

para Refugiados (CAR), uma Creche/Jardim de Infância e ATL, um Polidesportivo descoberto e

um Jardim público, nas freguesias da Bobadela e de São João da Talha (financiado pela Iniciativa

Comunitária EQUAL), que o CPR iniciara a 15 de Março de 20031, foi concluído a 8 de Setembro

de 2006, passados 19 meses do início da sua construção.

Durante o ano de 2006, realizaram-se 12 reuniões com a Comissão de Acompanhamento da

Construção do Novo Centro. Desta Comissão fazem parte para além do CPR, a equipa de

projectistas, a empresa de Fiscalização, um jurista especialmente contratado para apreciar as

questões legais que abrangem todo o processo de construção e aquisição de equipamentos.

Esta comissão analisou regularmente o desenvolvimento da obra, aprovou os trabalhos

adicionais necessários e decidiu de acordo com os objectivos inscritos na candidatura

apresentada ao Programa Comunitário EQUAL.

Paralelamente a este acompanhamento, efectuaram-se diversas reuniões que conduziram à

selecção de entidades fornecedoras de equipamentos, designadamente, o mobiliário, material

informático, recheio para a Creche e Jardim-de-infância, etc..

Foi encomendado um estudo de viabilidade socio-económica do equipamento com vista à

sustentabilidade futura do mesmo.

O Gabinete de Gestão EQUAL acompanhou, regularmente, o desenvolvimento do projecto tendo

seguido a evolução dos trabalhos com sugestões, o que constituiu uma mais valia para o

projecto.

Todo este trabalho conduziu à recepção provisória da obra onde estiveram presentes pelo CPR a

Presidente da Direcção, Maria Teresa Tito de Morais Mendes e o vogal de Direcção, José

Manuel Oliveira Antunes, bem como representantes do empreiteiro (Constructora San José,

S.A.) e da equipa de fiscalização.

A 30 de Outubro de 2006 realizou-se a Sessão Solene de inauguração do novo equipamento

social, cujo descerramento da placa comemorativa foi efectuado pelo Alto Comissário das

Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres.

Assistiram a esta cerimónia o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, o secretário de Estado do

Emprego e da Formação Profissional, Fernando Medina, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira e a

gestora da Iniciativa Comunitária EQUAL em Portugal, Ana Vale.

A Sessão decorreu no Auditório do empreendimento, a que a Direcção do CPR deu o nome de um dos seus mais ilustres

fundadores e ex-presidente da Assembleia-geral, Ângelo Vidal d’Almeida Ribeiro, distinto advogado e grande humanista.

Seguiu-se uma visita às instalações do Centro de Acolhimento para Refugiados e da Creche/Jardim-de-infância e ATL pelas

várias individualidades presentes e por jornalistas.

Prosseguindo as comemorações associadas à inauguração deste equipamento social, no dia 31 de Outubro de 2006, no

período da manhã, realizaram-se duas Sessões de Trabalho, no âmbito de actividades em que o CPR tem vindo a participar

enquanto agente dinamizador: Rede alargada de instituições para o acolhimento e integração de requerentes de asilo e

refugiados (constituída através de uma das actividades desenvolvidas pelo Projecto EQUAL nº 2001/EQUAL/A2/RA/057

“Acolhimento e Integração de Requerentes de Asilo”) e Rede Temática II – Integração social e profissional de imigrantes,

refugiados e minorias étnicas (no âmbito do desenvolvimento do Projecto EQUAL “VIAAS – Vias de Interculturalidade na

área do Asilo”).

No período da tarde efectuou-se uma segunda visita às instalações para os técnicos de

instituições parceiras e de outras ONG’s. Foram, também, dinamizadas algumas

actividades desportivas no Polidesportivo descoberto com um grupo de reformados

de uma freguesia vizinha, algumas crianças das escolas locais e com os próprios

requerentes de asilo, refugiados e técnicos do CPR.

Decorreu, ainda, uma Sessão pública, numa das salas de formação do Centro,

dedicada ao tema “Desenvolvimento Local e Integração dos Migrantes”.

À noite, a encerrar as comemorações da inauguração realizou-se um Sarau

Cultural, no Auditório Ângelo Vidal D’Almeida Ribeiro, com a participação de

diversos artistas portugueses e do grupo de Teatro “RefugiActo”.

No dia 7 de Dezembro de 2006, os requerentes de asilo e todos os técnicos

que trabalhavam no antigo Centro da Bobadela (CAB) mudaram-se definitiva-

mente para as novas instalações.

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5. In

tegração

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5. Integração

As actividades na aérea do emprego e formação têm o objectivo de promover a integração dos

requerentes de asilo e refugiados, combatendo, simultaneamente, a exclusão. Consideramos

que a integração é um processo flexível e bidimensional, que implica, não só, a adaptação dos

refugiados à sociedade de acolhimento, mas também, a capacidade de transformação desta

para a recepção e integração de novos grupos.

5.1. Serviço de Emprego e Formação Profissional

Em 2006, o CPR continuou a prestar aconselhamento para o Emprego e Formação Profissional

na sua Sede em Chelas aos requerentes de asilo e refugiados que são acompanhados pelos

outros serviços.

Foram realizados 70 atendimentos, sendo cerca de 79% do sexo masculino. Importa salientar

que o número de atendimentos tem vindo a diminuir

significativamente nos últimos anos, por razões de

ordem diversa. Em primeiro lugar, houve uma

gradual diminuição dos pedidos de asilo, numa

primeira fase, e posteriormente, uma estabilização

do número de pedidos de asilo anuais (cerca de

100). A taxa de concessão de Estatutos de

Refugiado ou de Autorizações de Residência por

Razões Humanitárias é relativamente baixa, o que

significa, que a grande maioria dos nossos utentes

não podem trabalhar legalmente no país.

No entanto, a diversidade nos atendimentos con-

tinua a ser muito grande. Em 2006, o serviço

acom-panhou requerentes de asilo e refugiados

prove-nientes de mais de 22 países. Destacam-se,

com maior número de atendimentos, os nacionais

da Costa do Marfim (19%) e da Libéria (19%),

seguidos dos nacionais da República Democrática

do Congo (9%) e da Turquia (9%) (ver quadro 10).

Resumidamente, as actividades desenvolvidas por este serviço são as seguintes:

Realização de entrevistas individuais a todos os requerentes de asilo ou refugiados que

procuram o serviço pela primeira vez, em que se tenta identificar as habilitações e experiência

profissional do refugiado, traçando-se assim o seu perfil (profissional);

Pesquisa de ofertas de emprego através dos contactos estabelecidos com várias institui-

ções, da leitura de jornais e consulta da Internet, ofertas mais adequadas ao perfil do utente,

procedendo à marcação de entrevistas e ao primeiro contacto com a empresa, ou

encaminhando os utentes para a empresa com uma carta de apresentação;

Elaboração do curriculum vitae e cartas de apresentação em português e/ou inglês, se

necessário; Preparação do utente para entrevistas de emprego e de selecção para cursos de

formação profissional;

Informação e aconselhamento sobre documentação que os requerentes e refugiados

deverão ser portadores para facilitar o processo de procura de emprego (cartão de

contribuinte, declaração de registo criminal, etc.);

Inscrição de requerentes de asilo, refugiados e imigrantes nos cursos de Língua

Portuguesa e Informática;

Informação e encaminhamento para cursos e actividades de formação profissional

realizados por outras instituições;

Preparação de processos de Certificação Profissional junto do Instituto de Emprego e

Formação Profissional (IEFP).

*

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O número de requerentes de asilo em situação ilegal tem vindo a crescer nos últimos anos, o que é uma consequência

directa da elevada taxa de pedidos recusados logo na primeira fase do procedimento de asilo.

Para estas pessoas, o serviço tem sérias dificuldades em encontrar soluções sustentáveis que permitam uma integração

duradoira na sociedade portuguesa. A procura de emprego para os requerentes de asilo e refugiados em situação regular

tem sido também bastante difícil tendo em conta a grave situação económica que se vive em Portugal.

Realçamos que este ano o serviço começou a ser procurado também por alguns utentes, para tratar de questões

relacionadas com a renovação de Certificados de Aptidão para o exercício de actividade profissional específica e com a

certificação profissional junto do IEFP. Colocam-se assim novos desafios à organização e aos técnicos, a que é necessário

dar uma resposta.

Importa, ainda referir que este serviço tem vindo a ser reestruturado. Tem-se apostado cada vez mais neste sector

criando condições para que os atendimentos sejam cada vez mais completos, procurando identificar-se o perfil profissional

e escolar do utente e quais as suas necessidades e interesses nestes domínios. Posteriormente, e se justificar, é feito um

C.V. e elabora-se um plano de actividades individual. A partir daqui, a maioria dos contactos é feita via telefónica, motivo pelo

qual as pessoas não recorrem presencialmente a este serviço.

5.2. Projecto VIAAS – Vias de Interculturalidade na Área do Asilo

Em 2006, continuaram a desenrolar-se as actividades do projecto “VIAAS- Vias de Interculturalidade na Área do Asilo”,

financiado pela Iniciativa Comunitária EQUAL.

Este projecto tem como principal objectivo contribuir para a integração dos requerentes de asilo no mercado de trabalho,

através do desenvolvimento de competências profissionais, educacionais e sociais do público-alvo. Concretamente, o

projecto aposta na formação profissional na área alimentar, no reconhecimento, validação e certificação de competências e

ainda em actividades de ocupação dos tempos livres dos requerentes de asilo.

A Parceria de Desenvolvimento (PD) é constituída pelo CPR, como parceiro interlocutor; pela Câmara Municipal de Loures,

pelo Centro Distrital da Segurança Social de Lisboa (CDSSL), pelo Centro de Formação Profissional para o Sector

Alimentar (CFPSA) e pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). O projecto inclui ainda uma parceria transnacional,

PASSI – “Prepare Asylum Seekers and Society for Integration”, que conta com a participação de projectos EQUAL da

Alemanha, Grécia, Itália, Malta e Portugal).

A implementação das actividades está a ser bastante eficaz tendo-se desenvolvido em 2006:

o processo de recrutamento dos requerentes de asilo para o Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de

Competências (RVCC) da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

os ateliers gastronómicos, com a elaboração do regulamento do concurso, a ficha de inscrição e uma calendarização

das actividades. Inscreveram-se 12 requerentes de asilo e foram seleccionados 10 candidatos. O concurso ficou

agendado para o dia 3 de Janeiro de 2007.

as aulas de português dirigidas aos requerentes de asilo têm funcionado em simultâneo com os cursos de formação

profissional e o RVCC. A maior dificuldade prende-se com a gestão dos horários da formação profissional (as aulas no

CFPSA só podem ser depois das 16 horas), o que tem consequências ao nível da conciliação da vida profissional e familiar.

Os formandos são de nacionalidades muito diversas, possuem níveis muito distintos de conhecimento da língua

portuguesa e, desta forma, é impossível criar grupos muito alargados.

Cooperação Transnacional

Os resultados alcançados com a cooperação transnacional são também muito positivos. A programação das actividades

tem sido cumprida na íntegra. Realizaram-se três visitas de estudo.

Através da visita a Malta, foi possível estimular a participação dos dirigentes da PD portuguesa no projecto, o que

aumentou a coesão do grupo. Realizaram-se também duas reuniões transnacionais (outra em Malta e na Grécia),

extremamente úteis para definir, monitorizar e reflectir sobre a aplicação do modelo comum de avaliação, validação e

certificação de competências e para assegurar uma coordenação administrativa do projecto transnacional.

Rede temática 2: Integração social e profissional de imigrantes, refugiados e minorias

étnicas

O CPR tem participado activamente nas actividades temáticas providas pelo Gabinete de Gestão EQUAL. O CPR foi

convidado por este Gabinete de Gestão para assegurar a coordenação da rede temática 2: “Integração social e profissional

*

*

*

Quadro 10Distribuição do atendimento efectuado por nacionalidade (valor)

Angola

Armenia

Bielorrúsia

Birmania

Burundi

Costa do Marfim

Etiopia

Indonesia

Guiné Conacri

Libano

Libéria

Nigéria

RDC

Rússia

São Tomé e Principe

Senegal

Serra Leoa

Sudão

Turquemenistão

Turquia

4

1

2

2

2

13

2

2

1

1

13

1

6

2

1

2

4

1

4

6

5. In

tegração

20 21

5. Integração

As actividades na aérea do emprego e formação têm o objectivo de promover a integração dos

requerentes de asilo e refugiados, combatendo, simultaneamente, a exclusão. Consideramos

que a integração é um processo flexível e bidimensional, que implica, não só, a adaptação dos

refugiados à sociedade de acolhimento, mas também, a capacidade de transformação desta

para a recepção e integração de novos grupos.

5.1. Serviço de Emprego e Formação Profissional

Em 2006, o CPR continuou a prestar aconselhamento para o Emprego e Formação Profissional

na sua Sede em Chelas aos requerentes de asilo e refugiados que são acompanhados pelos

outros serviços.

Foram realizados 70 atendimentos, sendo cerca de 79% do sexo masculino. Importa salientar

que o número de atendimentos tem vindo a diminuir

significativamente nos últimos anos, por razões de

ordem diversa. Em primeiro lugar, houve uma

gradual diminuição dos pedidos de asilo, numa

primeira fase, e posteriormente, uma estabilização

do número de pedidos de asilo anuais (cerca de

100). A taxa de concessão de Estatutos de

Refugiado ou de Autorizações de Residência por

Razões Humanitárias é relativamente baixa, o que

significa, que a grande maioria dos nossos utentes

não podem trabalhar legalmente no país.

No entanto, a diversidade nos atendimentos con-

tinua a ser muito grande. Em 2006, o serviço

acom-panhou requerentes de asilo e refugiados

prove-nientes de mais de 22 países. Destacam-se,

com maior número de atendimentos, os nacionais

da Costa do Marfim (19%) e da Libéria (19%),

seguidos dos nacionais da República Democrática

do Congo (9%) e da Turquia (9%) (ver quadro 10).

Resumidamente, as actividades desenvolvidas por este serviço são as seguintes:

Realização de entrevistas individuais a todos os requerentes de asilo ou refugiados que

procuram o serviço pela primeira vez, em que se tenta identificar as habilitações e experiência

profissional do refugiado, traçando-se assim o seu perfil (profissional);

Pesquisa de ofertas de emprego através dos contactos estabelecidos com várias institui-

ções, da leitura de jornais e consulta da Internet, ofertas mais adequadas ao perfil do utente,

procedendo à marcação de entrevistas e ao primeiro contacto com a empresa, ou

encaminhando os utentes para a empresa com uma carta de apresentação;

Elaboração do curriculum vitae e cartas de apresentação em português e/ou inglês, se

necessário; Preparação do utente para entrevistas de emprego e de selecção para cursos de

formação profissional;

Informação e aconselhamento sobre documentação que os requerentes e refugiados

deverão ser portadores para facilitar o processo de procura de emprego (cartão de

contribuinte, declaração de registo criminal, etc.);

Inscrição de requerentes de asilo, refugiados e imigrantes nos cursos de Língua

Portuguesa e Informática;

Informação e encaminhamento para cursos e actividades de formação profissional

realizados por outras instituições;

Preparação de processos de Certificação Profissional junto do Instituto de Emprego e

Formação Profissional (IEFP).

*

*

*

*

*

*

*

O número de requerentes de asilo em situação ilegal tem vindo a crescer nos últimos anos, o que é uma consequência

directa da elevada taxa de pedidos recusados logo na primeira fase do procedimento de asilo.

Para estas pessoas, o serviço tem sérias dificuldades em encontrar soluções sustentáveis que permitam uma integração

duradoira na sociedade portuguesa. A procura de emprego para os requerentes de asilo e refugiados em situação regular

tem sido também bastante difícil tendo em conta a grave situação económica que se vive em Portugal.

Realçamos que este ano o serviço começou a ser procurado também por alguns utentes, para tratar de questões

relacionadas com a renovação de Certificados de Aptidão para o exercício de actividade profissional específica e com a

certificação profissional junto do IEFP. Colocam-se assim novos desafios à organização e aos técnicos, a que é necessário

dar uma resposta.

Importa, ainda referir que este serviço tem vindo a ser reestruturado. Tem-se apostado cada vez mais neste sector

criando condições para que os atendimentos sejam cada vez mais completos, procurando identificar-se o perfil profissional

e escolar do utente e quais as suas necessidades e interesses nestes domínios. Posteriormente, e se justificar, é feito um

C.V. e elabora-se um plano de actividades individual. A partir daqui, a maioria dos contactos é feita via telefónica, motivo pelo

qual as pessoas não recorrem presencialmente a este serviço.

5.2. Projecto VIAAS – Vias de Interculturalidade na Área do Asilo

Em 2006, continuaram a desenrolar-se as actividades do projecto “VIAAS- Vias de Interculturalidade na Área do Asilo”,

financiado pela Iniciativa Comunitária EQUAL.

Este projecto tem como principal objectivo contribuir para a integração dos requerentes de asilo no mercado de trabalho,

através do desenvolvimento de competências profissionais, educacionais e sociais do público-alvo. Concretamente, o

projecto aposta na formação profissional na área alimentar, no reconhecimento, validação e certificação de competências e

ainda em actividades de ocupação dos tempos livres dos requerentes de asilo.

A Parceria de Desenvolvimento (PD) é constituída pelo CPR, como parceiro interlocutor; pela Câmara Municipal de Loures,

pelo Centro Distrital da Segurança Social de Lisboa (CDSSL), pelo Centro de Formação Profissional para o Sector

Alimentar (CFPSA) e pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). O projecto inclui ainda uma parceria transnacional,

PASSI – “Prepare Asylum Seekers and Society for Integration”, que conta com a participação de projectos EQUAL da

Alemanha, Grécia, Itália, Malta e Portugal).

A implementação das actividades está a ser bastante eficaz tendo-se desenvolvido em 2006:

o processo de recrutamento dos requerentes de asilo para o Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de

Competências (RVCC) da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

os ateliers gastronómicos, com a elaboração do regulamento do concurso, a ficha de inscrição e uma calendarização

das actividades. Inscreveram-se 12 requerentes de asilo e foram seleccionados 10 candidatos. O concurso ficou

agendado para o dia 3 de Janeiro de 2007.

as aulas de português dirigidas aos requerentes de asilo têm funcionado em simultâneo com os cursos de formação

profissional e o RVCC. A maior dificuldade prende-se com a gestão dos horários da formação profissional (as aulas no

CFPSA só podem ser depois das 16 horas), o que tem consequências ao nível da conciliação da vida profissional e familiar.

Os formandos são de nacionalidades muito diversas, possuem níveis muito distintos de conhecimento da língua

portuguesa e, desta forma, é impossível criar grupos muito alargados.

Cooperação Transnacional

Os resultados alcançados com a cooperação transnacional são também muito positivos. A programação das actividades

tem sido cumprida na íntegra. Realizaram-se três visitas de estudo.

Através da visita a Malta, foi possível estimular a participação dos dirigentes da PD portuguesa no projecto, o que

aumentou a coesão do grupo. Realizaram-se também duas reuniões transnacionais (outra em Malta e na Grécia),

extremamente úteis para definir, monitorizar e reflectir sobre a aplicação do modelo comum de avaliação, validação e

certificação de competências e para assegurar uma coordenação administrativa do projecto transnacional.

Rede temática 2: Integração social e profissional de imigrantes, refugiados e minorias

étnicas

O CPR tem participado activamente nas actividades temáticas providas pelo Gabinete de Gestão EQUAL. O CPR foi

convidado por este Gabinete de Gestão para assegurar a coordenação da rede temática 2: “Integração social e profissional

*

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Quadro 10Distribuição do atendimento efectuado por nacionalidade (valor)

Angola

Armenia

Bielorrúsia

Birmania

Burundi

Costa do Marfim

Etiopia

Indonesia

Guiné Conacri

Libano

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Nigéria

RDC

Rússia

São Tomé e Principe

Senegal

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Turquemenistão

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5. In

tegração

22 23

de imigrantes, refugiados e minorias étnicas”. Na opinião da PD, a rede temática tem

desempenhado um papel fundamental no acompanhamento das políticas de imigração e de asilo

em Portugal com a participação crítica de diferentes projectos. Por outro lado, também na rede

temática debate-se novas problemáticas como o tráfico de seres humanos, entre outras.

5.3. Quiosque Internet e Formação em Língua Portuguesa

No âmbito do Projecto do Fundo Europeu para os Refugiados (FER) “Instrumentos para a

Inclusão dos Refugiados”, foram organizados, no CAB, o Quiosque Internet e cursos de

Formação em Língua Portuguesa.

Com o quiosque Internet, pretendia-se, sobretudo, combater o isolamento a que os refugiados

estão normalmente sujeitos, entre outros motivos, pela distância do seu país de origem.

Através da utilização da Internet, com o apoio de um monitor, é possível quebrar as barreiras da

distância e, simultaneamente, ganhar competências informáticas.

De um modo geral, e tendo por referência os objectivos referidos, esta actividade foi bastante

importante para os requerentes de asilo e refugiados. O acesso a um computador on-line,

juntamente com a disponibilidade de um monitor, permitiu aos utentes contactar a família nos

países de origem e os amigos, saber informações e notícias do seu país. O acesso acompanhado

a um computador foi muitas vezes determinante para a recolha, bem sucedida, de informação

sobre o país de origem e sobre a sua situação em concreto, conhecimentos essenciais para o

procedimento jurídico de asilo.

Os cursos de Língua Portuguesa têm como principais objectivos a consolidação de

conhecimentos de português desde a fase inicial até à mais avançada, através de um curso

dinâmico, que, para além da aprendizagem da língua, trabalhe outras dimensões da integração

social e cultural.

Nas acções do curso de português procurou-se articular a componente teórica com a sócio-

cultural, estando muito virado para a resolução de “barreiras” que quotidianamente os

refugiados e requerentes de asilo encontram no domínio da comunicação. Os conteúdos foram

sempre adaptados às necessidades do grupo em formação e articulados com as actividades

sócio-culturais. Trata-se de um curso muito flexível, até porque tem que permitir a entrada de

novos requerentes de asilo que vão chegando ao Centro, ao mesmo tempo que se torna

necessário, ter em conta as diferentes fases em que se encontram os formandos (recém-

chegados a Portugal, residentes há vários meses, etc).

Foram organizadas 5 acções, no período compreendido entre Janeiro e Dezembro de 2006,

com a duração total de 277 horas de formação (253 horas de português e 24 relacionadas com

actividades sócio-culturais).

No quadro seguinte (quadro 11), referente aos intervenientes nas actividades de formação

desenvolvidas no âmbito deste projecto, apresentamos o número de beneficiários das acções

de formação e das actividades sócio-culturais, segundo a sua distribuição por sexo.

Em 2006, e ainda no âmbito do Protocolo com o Centro de Formação Profissional da Amadora

(IEFP), continuaram a decorrer as acções do Curso “Portugal Acolhe”. Estiveram em

funcionamento turmas dos níveis II e III (Aprofundamento e Consolidação), que abrangeram um

total 27 formandos.

5.4. Actividades Sócio Culturais

As actividades sócio-culturais são uma componente fundamental do ensino da língua portuguesa, contribuindo activamente

para a integração dos requerentes de asilo e refugiados em Portugal.

Este tipo de actividades permite quebrar com o isolamento dos requerentes de asilo, ocupar os seus tempos livres e

diminuir os impactos negativos da chegada a um país estrangeiro.

Em 2006, os formandos e utentes do Centro de Acolhimento tiveram a oportunidade de participar nas seguintes

actividades:

Visita ao Castelo de São Jorge, em 9 de Fevereiro;

Visita ao Museu do Azulejo, em 5 de Março;

Visita à zona de Belém, em 6 de Abril;

Visita à Assembleia da República, em 18 de Julho;

Visita ao Castelo de São Jorge, em 13 de Outubro;

Visita ao Museu do Azulejo, em 10 de Novembro;

Passeio ao Alentejo - Visita a Évora, Monsaraz - Herdade do Esporão, em 8 de Dezembro

A realização destas visitas só foi possível com a ajuda de voluntários e estagiários da organização, e graças ao empenho da

formadora de Língua Portuguesa, Isabel Galvão.

Os requerentes de asilo e refugiados participaram nas seguintes iniciativas:

Teatro na Escola Secundária de São João da Talha (assistiram a uma peça de teatro), em 29 de Junho de 2006;

Gala do Dia Mundial do Refugiado, a 20 de Junho:

Espectáculo realizado no Teatro Armando Cortez/Casa do Artista, em que estiveram presentes vários artistas

portugueses (cerca de 100 requerentes de asilo e refugiados foram convidados a assistir);

Actividades realizadas no âmbito da inauguração do novo Centro de Acolhimento do CPR, em 30 e 31 de Outubro;

Sessão solene de inauguração do novo equipamento social;

VII Congresso Internacional do CPR sobre “Refugiados: Novos desafios para o século XXI”;

Jantar do Congresso oferecido pela Câmara Municipal de Lisboa, que contou com a presença da cantora Nancy Vieira e

do pintor moçambicano Malangatana (cerca de 50 requerentes de asilo e refugiados foram convidados a assistir);

Festa de Fim de Ano, que teve lugar a 17 de Dezembro de 2006, no novo Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR).

Muitas vezes afastados da família e amigos mais próximos, esta é uma oportunidade de fazerem novos amigos e para

confraternizarem. A festa terminou com um jantar multicultural, em que cada participante contribuiu com uma bebida

e/ou prato e/ou sobremesa típico do seu país.

RefugiActo

O RefugiActo continuou as suas actividades em 2006, graças à participação totalmente voluntária de 12 requerentes de

asilo e refugiados e de 2 crianças (9 nacionalidades diferentes), da professora de português e de uma monitora voluntária.

Esta actividade tem contribuído de forma muito eficaz para o objectivo definido em candidatura de “experimentar novas vias

de valorização da interculturalidade/multiculturalidade” e principalmente, para a promoção da ocupação dos requerentes de

asilo e aumento das suas competências comunicacionais, orais e de leitura. Organizou-se um Workshop em Beja, conduzido

pelo actor e director António Revez, que introduziu técnicas básicas de actuação. Para além disso, o Refugiacto continuou

a realizar actuações em diversos eventos:

A 24 de Abril, por ocasião das comemorações do 25 de Abril, em Lisboa;

A 20 de Junho, no dia Mundial do Refugiado, no Teatro Armando Cortez/Casa do Artista, em Lisboa;

A 31 de Outubro, por ocasião da inauguração do novo Centro de Acolhimento para os Refugiados, na Bobadela –

Loures.

*

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*

Quadro 11 Intervenientes no projecto FER intergração, segundo o sexo.

Requerentes de asilo e regiados Homens Mulheres Total

3 21 24

15 52 67

5 52 57

34 66 100*

Quiosque Internet com monitor

Língua portuguesa

Visitas de estudo

Actividades socioculturais

* Estima-se que tenham participado entre 100 a 150 requerentes de asilo e refugiados na Gala do Dia Mundial do Refugiado (20 de Junho de 2006), nas actividades organizadas no âmbito da inauguração do Novo Centro de Acolhimento (30 e 31 de Outubro de 2006) e no Congresso Internacional do CPR (29 e 30 de Novembro). Considerou-se, por estimativa, que 1/3 seriam mulheres e 2/3 homens.

5. In

tegração

22 23

de imigrantes, refugiados e minorias étnicas”. Na opinião da PD, a rede temática tem

desempenhado um papel fundamental no acompanhamento das políticas de imigração e de asilo

em Portugal com a participação crítica de diferentes projectos. Por outro lado, também na rede

temática debate-se novas problemáticas como o tráfico de seres humanos, entre outras.

5.3. Quiosque Internet e Formação em Língua Portuguesa

No âmbito do Projecto do Fundo Europeu para os Refugiados (FER) “Instrumentos para a

Inclusão dos Refugiados”, foram organizados, no CAB, o Quiosque Internet e cursos de

Formação em Língua Portuguesa.

Com o quiosque Internet, pretendia-se, sobretudo, combater o isolamento a que os refugiados

estão normalmente sujeitos, entre outros motivos, pela distância do seu país de origem.

Através da utilização da Internet, com o apoio de um monitor, é possível quebrar as barreiras da

distância e, simultaneamente, ganhar competências informáticas.

De um modo geral, e tendo por referência os objectivos referidos, esta actividade foi bastante

importante para os requerentes de asilo e refugiados. O acesso a um computador on-line,

juntamente com a disponibilidade de um monitor, permitiu aos utentes contactar a família nos

países de origem e os amigos, saber informações e notícias do seu país. O acesso acompanhado

a um computador foi muitas vezes determinante para a recolha, bem sucedida, de informação

sobre o país de origem e sobre a sua situação em concreto, conhecimentos essenciais para o

procedimento jurídico de asilo.

Os cursos de Língua Portuguesa têm como principais objectivos a consolidação de

conhecimentos de português desde a fase inicial até à mais avançada, através de um curso

dinâmico, que, para além da aprendizagem da língua, trabalhe outras dimensões da integração

social e cultural.

Nas acções do curso de português procurou-se articular a componente teórica com a sócio-

cultural, estando muito virado para a resolução de “barreiras” que quotidianamente os

refugiados e requerentes de asilo encontram no domínio da comunicação. Os conteúdos foram

sempre adaptados às necessidades do grupo em formação e articulados com as actividades

sócio-culturais. Trata-se de um curso muito flexível, até porque tem que permitir a entrada de

novos requerentes de asilo que vão chegando ao Centro, ao mesmo tempo que se torna

necessário, ter em conta as diferentes fases em que se encontram os formandos (recém-

chegados a Portugal, residentes há vários meses, etc).

Foram organizadas 5 acções, no período compreendido entre Janeiro e Dezembro de 2006,

com a duração total de 277 horas de formação (253 horas de português e 24 relacionadas com

actividades sócio-culturais).

No quadro seguinte (quadro 11), referente aos intervenientes nas actividades de formação

desenvolvidas no âmbito deste projecto, apresentamos o número de beneficiários das acções

de formação e das actividades sócio-culturais, segundo a sua distribuição por sexo.

Em 2006, e ainda no âmbito do Protocolo com o Centro de Formação Profissional da Amadora

(IEFP), continuaram a decorrer as acções do Curso “Portugal Acolhe”. Estiveram em

funcionamento turmas dos níveis II e III (Aprofundamento e Consolidação), que abrangeram um

total 27 formandos.

5.4. Actividades Sócio Culturais

As actividades sócio-culturais são uma componente fundamental do ensino da língua portuguesa, contribuindo activamente

para a integração dos requerentes de asilo e refugiados em Portugal.

Este tipo de actividades permite quebrar com o isolamento dos requerentes de asilo, ocupar os seus tempos livres e

diminuir os impactos negativos da chegada a um país estrangeiro.

Em 2006, os formandos e utentes do Centro de Acolhimento tiveram a oportunidade de participar nas seguintes

actividades:

Visita ao Castelo de São Jorge, em 9 de Fevereiro;

Visita ao Museu do Azulejo, em 5 de Março;

Visita à zona de Belém, em 6 de Abril;

Visita à Assembleia da República, em 18 de Julho;

Visita ao Castelo de São Jorge, em 13 de Outubro;

Visita ao Museu do Azulejo, em 10 de Novembro;

Passeio ao Alentejo - Visita a Évora, Monsaraz - Herdade do Esporão, em 8 de Dezembro

A realização destas visitas só foi possível com a ajuda de voluntários e estagiários da organização, e graças ao empenho da

formadora de Língua Portuguesa, Isabel Galvão.

Os requerentes de asilo e refugiados participaram nas seguintes iniciativas:

Teatro na Escola Secundária de São João da Talha (assistiram a uma peça de teatro), em 29 de Junho de 2006;

Gala do Dia Mundial do Refugiado, a 20 de Junho:

Espectáculo realizado no Teatro Armando Cortez/Casa do Artista, em que estiveram presentes vários artistas

portugueses (cerca de 100 requerentes de asilo e refugiados foram convidados a assistir);

Actividades realizadas no âmbito da inauguração do novo Centro de Acolhimento do CPR, em 30 e 31 de Outubro;

Sessão solene de inauguração do novo equipamento social;

VII Congresso Internacional do CPR sobre “Refugiados: Novos desafios para o século XXI”;

Jantar do Congresso oferecido pela Câmara Municipal de Lisboa, que contou com a presença da cantora Nancy Vieira e

do pintor moçambicano Malangatana (cerca de 50 requerentes de asilo e refugiados foram convidados a assistir);

Festa de Fim de Ano, que teve lugar a 17 de Dezembro de 2006, no novo Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR).

Muitas vezes afastados da família e amigos mais próximos, esta é uma oportunidade de fazerem novos amigos e para

confraternizarem. A festa terminou com um jantar multicultural, em que cada participante contribuiu com uma bebida

e/ou prato e/ou sobremesa típico do seu país.

RefugiActo

O RefugiActo continuou as suas actividades em 2006, graças à participação totalmente voluntária de 12 requerentes de

asilo e refugiados e de 2 crianças (9 nacionalidades diferentes), da professora de português e de uma monitora voluntária.

Esta actividade tem contribuído de forma muito eficaz para o objectivo definido em candidatura de “experimentar novas vias

de valorização da interculturalidade/multiculturalidade” e principalmente, para a promoção da ocupação dos requerentes de

asilo e aumento das suas competências comunicacionais, orais e de leitura. Organizou-se um Workshop em Beja, conduzido

pelo actor e director António Revez, que introduziu técnicas básicas de actuação. Para além disso, o Refugiacto continuou

a realizar actuações em diversos eventos:

A 24 de Abril, por ocasião das comemorações do 25 de Abril, em Lisboa;

A 20 de Junho, no dia Mundial do Refugiado, no Teatro Armando Cortez/Casa do Artista, em Lisboa;

A 31 de Outubro, por ocasião da inauguração do novo Centro de Acolhimento para os Refugiados, na Bobadela –

Loures.

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Quadro 11 Intervenientes no projecto FER intergração, segundo o sexo.

Requerentes de asilo e regiados Homens Mulheres Total

3 21 24

15 52 67

5 52 57

34 66 100*

Quiosque Internet com monitor

Língua portuguesa

Visitas de estudo

Actividades socioculturais

* Estima-se que tenham participado entre 100 a 150 requerentes de asilo e refugiados na Gala do Dia Mundial do Refugiado (20 de Junho de 2006), nas actividades organizadas no âmbito da inauguração do Novo Centro de Acolhimento (30 e 31 de Outubro de 2006) e no Congresso Internacional do CPR (29 e 30 de Novembro). Considerou-se, por estimativa, que 1/3 seriam mulheres e 2/3 homens.

6. In

form

ação P

ública

24 25

6. Informação Pública

O departamento de Informação Pública tem como objectivo informar e sensibilizar o público

sobre a temática do Asilo e Refugiados, fornecendo um conjunto de factos e conhecimentos que

resultam de uma experiência de trabalho adquirida pelo CPR ao longo do tempo.

Consideramos que a informação é essencial para o processo de acolhimento e integração.

Parece-nos importante capacitar os requerentes de asilo das ferramentas necessárias para

uma inclusão plena na sociedade Portuguesa e que para que esta saiba reconhecer, nos

requerentes de asilo e refugiados, estas capacidades é necessário informá-la e esclarecê-la.

Assim, parece-nos essencial a promoção de campanhas de sensibilização sob a forma de

debates, colóquios e congressos que fortaleçam a importância cultural e social destas

comunidades para o enriquecimento civilizacional das sociedades de acolhimento.

6.1. Dia Mundial do Refugiado

Como uma manifestação de solidariedade com África, o continente que, generosamente, mais

refugiados acolhe, uma resolução especial da Assembleia-Geral das Nações Unidas adoptou que

a partir do ano 2000, em todos os dias 20 de Junho, celebrar-se-á o Dia Mundial dos

Refugiados.

Pela 4ª vez consecutiva, o Conselho Português para os Refugiados, realça esta data com um conjunto de iniciativas em

parceria com outras instituições.

As comemorações do Dia Mundial do Refugiado, 2006, decorreram em Lisboa e no Porto.

No Porto, no Museu Soares dos Reis e em parceria com a Universidade do Porto, as comemorações desta efeméride

iniciaram-se com um seminário sobre “Os refugiados no Mundo”.

Durante a tarde, nesta homenagem aos refugiados, recitou-se poesia, assistiu-se a um espectáculo musical e à passagem

de um filme. O RefugiActo, grupo de teatro amador do CPR, esteve presente e fez uma breve apresentação do seu trabalho.

Em Lisboa, as comemorações do Dia Mundial do Refugiado, 2006, decorreram no Teatro Armando Cortez – Casa do Artista e

contaram com a presença do ministro da Administração Interna, António Costa e do secretário de Estado da Administração

Interna, José Magalhães.

Foi transmitida uma mensagem vídeo do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres e da

artista Angelina Jolie, embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para os Refugiados.

A apresentação da Gala esteve a cargo de Francisco Mendes e Fernanda Freitas e participaram, entre outros artistas,

Carlos Mendes, João Afonso, Tércio Borges, Nancy Vieira e o Refugiacto.

Cerca de 300 pessoas assistiram a este espectáculo destinado a dar a conhecer a problemática do asilo a um público mais

alargado e homenagear todos os refugiados que se encontram em Portugal.

6. In

form

ação P

ública

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6. Informação Pública

O departamento de Informação Pública tem como objectivo informar e sensibilizar o público

sobre a temática do Asilo e Refugiados, fornecendo um conjunto de factos e conhecimentos que

resultam de uma experiência de trabalho adquirida pelo CPR ao longo do tempo.

Consideramos que a informação é essencial para o processo de acolhimento e integração.

Parece-nos importante capacitar os requerentes de asilo das ferramentas necessárias para

uma inclusão plena na sociedade Portuguesa e que para que esta saiba reconhecer, nos

requerentes de asilo e refugiados, estas capacidades é necessário informá-la e esclarecê-la.

Assim, parece-nos essencial a promoção de campanhas de sensibilização sob a forma de

debates, colóquios e congressos que fortaleçam a importância cultural e social destas

comunidades para o enriquecimento civilizacional das sociedades de acolhimento.

6.1. Dia Mundial do Refugiado

Como uma manifestação de solidariedade com África, o continente que, generosamente, mais

refugiados acolhe, uma resolução especial da Assembleia-Geral das Nações Unidas adoptou que

a partir do ano 2000, em todos os dias 20 de Junho, celebrar-se-á o Dia Mundial dos

Refugiados.

Pela 4ª vez consecutiva, o Conselho Português para os Refugiados, realça esta data com um conjunto de iniciativas em

parceria com outras instituições.

As comemorações do Dia Mundial do Refugiado, 2006, decorreram em Lisboa e no Porto.

No Porto, no Museu Soares dos Reis e em parceria com a Universidade do Porto, as comemorações desta efeméride

iniciaram-se com um seminário sobre “Os refugiados no Mundo”.

Durante a tarde, nesta homenagem aos refugiados, recitou-se poesia, assistiu-se a um espectáculo musical e à passagem

de um filme. O RefugiActo, grupo de teatro amador do CPR, esteve presente e fez uma breve apresentação do seu trabalho.

Em Lisboa, as comemorações do Dia Mundial do Refugiado, 2006, decorreram no Teatro Armando Cortez – Casa do Artista e

contaram com a presença do ministro da Administração Interna, António Costa e do secretário de Estado da Administração

Interna, José Magalhães.

Foi transmitida uma mensagem vídeo do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres e da

artista Angelina Jolie, embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para os Refugiados.

A apresentação da Gala esteve a cargo de Francisco Mendes e Fernanda Freitas e participaram, entre outros artistas,

Carlos Mendes, João Afonso, Tércio Borges, Nancy Vieira e o Refugiacto.

Cerca de 300 pessoas assistiram a este espectáculo destinado a dar a conhecer a problemática do asilo a um público mais

alargado e homenagear todos os refugiados que se encontram em Portugal.

27

6.2. VII Congresso Internacional do CPR, na Fundação Gulbenkian

O Conselho Português para os Refugiados (CPR) tem realizado, desde 1994, Congressos internacionais bienais na

Fundação Calouste Gulbenkian, em estreita colaboração com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os

Refugiados (ACNUR), com o objectivo de abordar os grandes temas internacionais que reflectem a situação do asilo e

dos refugiados, em Portugal e no Mundo.

Este ano, o VII Congresso do CPR foi dedicado ao tema “Refugiados: Novos desafios para o século XXI”. Durante dois

dias reflectiu-se sobre o drama mundial dos refugiados e quais as respostas que se impõem como necessárias no

século XXI.

Ao promover um espaço de diálogo e de debate entre diferentes intervenientes -nomeadamente entidades que

colaboram com o CPR, convidados internacionais, ONGs, requerentes de asilo, estudantes, o CPR está a incentivar a

reflexão e a proporcionar a profissionais que encontrem respostas para as suas questões.

Oradores

Para aprofundar estes assuntos, estiveram presentes prestigiados convidados nacionais e internacionais, membros

do governo português, académicos, organizações não governamentais e refugiados. Passaram pela Gulbenkian o Vice-

presidente do CPR, António Agostinho Homem; a Representante Regional em Bruxelas do Alto Comissariado das

Nações Unidas para os Refugiados, Judith Kumin; o Comissário do Fórum Imigração Gulbenkian, António Vitorino, Lénia

Godinho Lopes e Maria José Matos - da Direcção do CPR, o Director Geral da ECHO, António Cavaco; o coordenador

Diálogo Europa - África do Centro Norte-Sul – Conselho da Europa, David Gakunzi; o Professor Universitário, José

Manuel Pureza; o presidente da Comissão Nacional de Protecção de Dados, Luís Silveira; o secretário geral da ECRE,

Bjarte Vandik; o Alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Rui Marques; a presidente do Programa

“Separated Children” na Europa, Lise Brunn; o Mestre Malangatana, pintor e o Juiz Conselheiro, Armando Leandro;

Na sessão de abertura e encerramento estiveram presentes:

Ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa

Representante Regional do Alto Comissariado da Nações Unidas para os Refugiados, Walter Irvine;

Vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, Marina Ferreira;

Representante da Fundação Calouste Gulbenkian, João Vieira;

Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Cravinho;

Presidente da Direcção do CPR, Teresa Tito de Morais Mendes.

Também, na sessão de encerramento, quatro crianças, interpeladas por Isabel Galvão, apresentaram o seu

testemunho enquanto meninos refugiados.

*

*

*

*

*

*

26

6. In

form

ação P

ública

27

6.2. VII Congresso Internacional do CPR, na Fundação Gulbenkian

O Conselho Português para os Refugiados (CPR) tem realizado, desde 1994, Congressos internacionais bienais na

Fundação Calouste Gulbenkian, em estreita colaboração com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os

Refugiados (ACNUR), com o objectivo de abordar os grandes temas internacionais que reflectem a situação do asilo e

dos refugiados, em Portugal e no Mundo.

Este ano, o VII Congresso do CPR foi dedicado ao tema “Refugiados: Novos desafios para o século XXI”. Durante dois

dias reflectiu-se sobre o drama mundial dos refugiados e quais as respostas que se impõem como necessárias no

século XXI.

Ao promover um espaço de diálogo e de debate entre diferentes intervenientes -nomeadamente entidades que

colaboram com o CPR, convidados internacionais, ONGs, requerentes de asilo, estudantes, o CPR está a incentivar a

reflexão e a proporcionar a profissionais que encontrem respostas para as suas questões.

Oradores

Para aprofundar estes assuntos, estiveram presentes prestigiados convidados nacionais e internacionais, membros

do governo português, académicos, organizações não governamentais e refugiados. Passaram pela Gulbenkian o Vice-

presidente do CPR, António Agostinho Homem; a Representante Regional em Bruxelas do Alto Comissariado das

Nações Unidas para os Refugiados, Judith Kumin; o Comissário do Fórum Imigração Gulbenkian, António Vitorino, Lénia

Godinho Lopes e Maria José Matos - da Direcção do CPR, o Director Geral da ECHO, António Cavaco; o coordenador

Diálogo Europa - África do Centro Norte-Sul – Conselho da Europa, David Gakunzi; o Professor Universitário, José

Manuel Pureza; o presidente da Comissão Nacional de Protecção de Dados, Luís Silveira; o secretário geral da ECRE,

Bjarte Vandik; o Alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Rui Marques; a presidente do Programa

“Separated Children” na Europa, Lise Brunn; o Mestre Malangatana, pintor e o Juiz Conselheiro, Armando Leandro;

Na sessão de abertura e encerramento estiveram presentes:

Ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa

Representante Regional do Alto Comissariado da Nações Unidas para os Refugiados, Walter Irvine;

Vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, Marina Ferreira;

Representante da Fundação Calouste Gulbenkian, João Vieira;

Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Cravinho;

Presidente da Direcção do CPR, Teresa Tito de Morais Mendes.

Também, na sessão de encerramento, quatro crianças, interpeladas por Isabel Galvão, apresentaram o seu

testemunho enquanto meninos refugiados.

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Participantes

O número de participantes e convidados durante estes dois dias de congresso foi de cerca de 350, entre oradores,

profissionais que trabalham nesta área, requerentes de asilo, refugiados, estudantes, e representantes da sociedade

civil.

Novos desafios

Das conclusões que se podem extrair deste VII Congresso Internacional destacam-se quatro pontos essenciais:

O Asilo para a opinião Pública, a preservação do asilo no contexto de fluxos migratórios mistos, a protecção de pessoas

deslocadas internamente (IDPs) e as políticas de Desenvolvimento na Prevenção de Conflitos.

Como veiculado no Congresso, a resolução destas questões passa, em primeiro lugar, pela necessidade de se conferir

protecção aos refugiados na região de origem. Nenhum sistema legal de apoio e protecção de refugiados poderá ser

eficaz na ausência de uma cultura solidária, de um sentimento de responsabilidade e de partilha de responsabilidades. A

reinstalação poderá, neste contexto, constituir uma demonstração de interdependência e empenho. Para isso, é

necessário que os Estados estabeleçam programas de reinstalação e ao ACNUR cabe o difícil papel de gestão entre a

procura por parte dos refugiados, e a oferta proporcionada pelos Estados, que fica claramente aquém das

necessidades.

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Participantes

O número de participantes e convidados durante estes dois dias de congresso foi de cerca de 350, entre oradores,

profissionais que trabalham nesta área, requerentes de asilo, refugiados, estudantes, e representantes da sociedade

civil.

Novos desafios

Das conclusões que se podem extrair deste VII Congresso Internacional destacam-se quatro pontos essenciais:

O Asilo para a opinião Pública, a preservação do asilo no contexto de fluxos migratórios mistos, a protecção de pessoas

deslocadas internamente (IDPs) e as políticas de Desenvolvimento na Prevenção de Conflitos.

Como veiculado no Congresso, a resolução destas questões passa, em primeiro lugar, pela necessidade de se conferir

protecção aos refugiados na região de origem. Nenhum sistema legal de apoio e protecção de refugiados poderá ser

eficaz na ausência de uma cultura solidária, de um sentimento de responsabilidade e de partilha de responsabilidades. A

reinstalação poderá, neste contexto, constituir uma demonstração de interdependência e empenho. Para isso, é

necessário que os Estados estabeleçam programas de reinstalação e ao ACNUR cabe o difícil papel de gestão entre a

procura por parte dos refugiados, e a oferta proporcionada pelos Estados, que fica claramente aquém das

necessidades.

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6.3. Fórum educação para a Cidadania

O Fórum de Educação para a Cidadania, tem como missão a apresentação de orientações e a

identificação e divulgação de boas práticas, no sentido de conferir consistência às iniciativas em

curso e de ajudar e promover o trabalho dos professores e das escolas. O Conselho Português

para os Refugiados é um dos participantes deste Fórum.

6.4. Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos

Com o desígnio de se alcançar uma sociedade mais justa através da promoção da igualdade e da

não discriminação, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia denominaram o ano de

2007 como o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

Este Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos insere-se numa abordagem

transversal do combate à discriminação, onde se pretende sensibilizar a comunidade em geral

para os benefícios de uma sociedade mais justa e solidária, combatendo atitudes e

comportamentos discriminatórios.

O CPR felicita o início do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

A estrutura de Missão, ou seja, a coordenação desta iniciativa está a cargo da CIDM, em

parceria com outras instituições como o ACIME. O CPR participa nas actividades promovidas

pela CIDM no âmbito do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

6.5. Media

No que concerne aos Media, o CPR mantém a sua parceria com o canal de televisão pública a

DOIS e, no âmbito desta parceria, participou em diversos programas, nomeadamente, no Dia

Mundial do Refugiado com uma emissão especial dedicado a esta efeméride. Os outros

programas foram sobre voluntariado, sobre tolerância, e ainda a propósito da inauguração do

novo Centro de Acolhimento para Refugiados. Finalmente, o VII Congresso Internacional dos

Refugiados foi também divulgado.

O CPR participou no programa Antena Aberta da RTP N, na Edição da Manhã da SIC Notícias,

sendo que esta última ocorreu, precisamente, no Dia dos Trabalhadores Migrantes e das suas

Famílias, a 18 de Dezembro de 2006.

Quanto à imprensa escrita e rádio saíram notícias sobre a organização, com alguma

regularidade em jornais de grande tiragem, nomeadamente o Público, o Correio da Manhã, o

Semanário Expresso com uma extensa reportagem sobre o novo equipamento, entre outros.

No que diz respeito às rádios, o CPR teve algumas intervenções em rádios portuguesas como a

TSF, a Antena 1, a rádio Europa, a Rádio Nova Antena, entre outras.

6.6. Internet

O CPR revisa, mensalmente, o seu sítio na Internet (www.cpr.pt). Este sítio tem cerca de 3300

visitantes por mês e continua a ser um dos sítios de Internet, em língua Portuguesa, que mais

informação disponibiliza sobre questões relacionadas com o Asilo e Refugiados. Mantém, ainda

o site www.refugiados.net que congrega a informação relativa aos projectos financiados pela

iniciativa comunitária EQUAL e no âmbito da disseminação dos “Produtos EQUAL” para além da

rubrica “Diário da Construção do Centro para Refugiados”, criou um espaço de trabalho em

rede que é dirigido aos técnicos envolvidos nesta temática – Fórum ACOLHIMENTO E

INTEGRAÇÂO DE REFUGIADOS.

6.7. Cursos de Direito de Asilo e Refugiados

O CPR promove cursos de direito de asilo e protecção de refugiados para técnicos, juízes,

advogados e estudantes universitários. Organiza, ainda, sessões de sensibilização destinadas a

estudantes do ensino secundário. Assim, no ano de 2006, o CPR desenvolveu as seguintes

iniciativas:

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

“VIII Curso de Asilo e Refugiados no Sistema Internacional” ministrado durante o segundo semestre do ano lectivo

2005/2006, aos estudantes finalistas da licenciatura de Relações Internacionais, Faculdade de Economia, Universidade

de Coimbra;

No âmbito da Acção 3 do Projecto “Acolhimento e Integração de Requerentes de Asilo”, financiado pela Iniciativa

Comunitária EQUAL, o CPR promoveu a organização de um Workshop sobre Asilo em Portugal, realizado na Biblioteca

Municipal José Saramago, em Loures, no dia 23 de Março de 2006. A iniciativa contou com a presença dos diversos

actores envolvidos no procedimento de asilo em Portugal, entre eles oito juízes dos Tribunais Administrativos e Fiscais de

Lisboa e Loures, o Comissário Nacional para os Refugiados e a coordenadora do Gabinete de Asilo e Refugiados do SEF;

Apresentação de trabalho sobre Refugiados na Universidade Nova de Lisboa;

Seminário na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Ius Gentinum Conimbriga;

Seminário sobre “Saúde dos refugiados” na Universidade Lusófona;

Curso de Direito de Asilo na Universidade Católica do Porto;

No âmbito das Consultas Anuais com ONG’s do ACNUR, organizadas em Genebra, no Palácio das Nações, entre 27 e

29 de Setembro de 2006, o CPR promoveu e moderou a realização de uma mesa redonda subordinada ao tema “What are

the stratagies for countries supportive of Resettlement”, no dia 28 de Setembro de 2006. O painel de oradores contou

com a participação do Director do Serviço de Reinstalação do ACNUR e representantes das organizações Refugee

Council USA, Caritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e ACCEM Espanha;

Curso sobre Situação dos Refugiados no Mundo, destinado a interpretes, na Faculdade de Letras de Lisboa;

O CPR promoveu, em colaboração com o ACNUR, a Associação Internacional de Juízes de Direito do Asilo (IARLJ) e o

Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, a participação de duas juízas do Tribunal Administrativo e

Fiscal de Lisboa nos trabalhos da 7ª Conferência Bianual da Associação Internacional de Juízes de Direito do Asilo (IARLJ),

decorridos na Cidade do México, entre 4 e 9 de Novembro de 2006;

6.8. Estágios e Voluntariado

No seguimento das actividades relacionadas com a recepção de estagiários e voluntários, no ano de 2006, o CPR contou

com a preciosa colaboração de 5 estagiários e 3 voluntários.

O Serviço Social do CPR orientou, durante o primeiro semestre de 2006, o estágio de 3 alunos de Serviço Social, um da

Universidade Católica, um Instituto de Serviço Social e outro da Universidade Independente. Durante o segundo

semestre deste ano deram inicio ao seu estágio dois alunos da Universidade Independente e duas alunas do Instituto

Superior de Serviço Social.

O Grupo Jurídico do CPR contou com a colaboração de 3 voluntários (da área de Direito), durante o ano de 2006.

A área de apoio ao emprego e à formação profissional acolheu, também no período em análise, 2 estagiários (um de

antropologia e outro de sociologia) do Instituto Superior de Ciências do trabalho e da Empresa.

6.9. Reuniões Periódicas:

Na sequência de parcerias estabelecidas com outras instituições, desenvolvem-se reuniões periódicas com o objectivo de

se partilharem experiências no domínio do acolhimento e da integração.

Reuniões da Comissão para Igualdade e Contra Discriminação Racial (CICDR);

Reuniões do Conselho de Acompanhamento da RTP2

PNAI – Consolidação do Fórum Não Governamental Para a Inclusão Social;

Rede Alargada de Instituições para o Acolhimento e Integração de Requerentes de Asilo e Refugiados;

Rede Social Informal (CPR, Médicos do Mundo, Centro Regional da Segurança Social, Santa Casa da Misericórdia de

Lisboa, CIC Portugal - Projecto Orientar, O Ninho, Movimento ao Serviço da Vida, Fundação AMI, Centro Padre Alves

Correia, Cruz Vermelha Portuguesa, Obra católica Portuguesa para as Migrações, Exército Salvação, AGIR-XXI, Serviço

Jesuíta aos Refugiados, CAIS e Associação Futuro Autónomo);

Grupo de mediação Sociocultural (CPR, Associação Mediar, Direcção Regional de Educação de Lisboa, Instituto de

Apoio à Criança, Associação Moinho da Juventude e SCML);

Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) para análise, seguimento e acompanhamento dos casos mais graves;

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6.3. Fórum educação para a Cidadania

O Fórum de Educação para a Cidadania, tem como missão a apresentação de orientações e a

identificação e divulgação de boas práticas, no sentido de conferir consistência às iniciativas em

curso e de ajudar e promover o trabalho dos professores e das escolas. O Conselho Português

para os Refugiados é um dos participantes deste Fórum.

6.4. Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos

Com o desígnio de se alcançar uma sociedade mais justa através da promoção da igualdade e da

não discriminação, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia denominaram o ano de

2007 como o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

Este Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos insere-se numa abordagem

transversal do combate à discriminação, onde se pretende sensibilizar a comunidade em geral

para os benefícios de uma sociedade mais justa e solidária, combatendo atitudes e

comportamentos discriminatórios.

O CPR felicita o início do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

A estrutura de Missão, ou seja, a coordenação desta iniciativa está a cargo da CIDM, em

parceria com outras instituições como o ACIME. O CPR participa nas actividades promovidas

pela CIDM no âmbito do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

6.5. Media

No que concerne aos Media, o CPR mantém a sua parceria com o canal de televisão pública a

DOIS e, no âmbito desta parceria, participou em diversos programas, nomeadamente, no Dia

Mundial do Refugiado com uma emissão especial dedicado a esta efeméride. Os outros

programas foram sobre voluntariado, sobre tolerância, e ainda a propósito da inauguração do

novo Centro de Acolhimento para Refugiados. Finalmente, o VII Congresso Internacional dos

Refugiados foi também divulgado.

O CPR participou no programa Antena Aberta da RTP N, na Edição da Manhã da SIC Notícias,

sendo que esta última ocorreu, precisamente, no Dia dos Trabalhadores Migrantes e das suas

Famílias, a 18 de Dezembro de 2006.

Quanto à imprensa escrita e rádio saíram notícias sobre a organização, com alguma

regularidade em jornais de grande tiragem, nomeadamente o Público, o Correio da Manhã, o

Semanário Expresso com uma extensa reportagem sobre o novo equipamento, entre outros.

No que diz respeito às rádios, o CPR teve algumas intervenções em rádios portuguesas como a

TSF, a Antena 1, a rádio Europa, a Rádio Nova Antena, entre outras.

6.6. Internet

O CPR revisa, mensalmente, o seu sítio na Internet (www.cpr.pt). Este sítio tem cerca de 3300

visitantes por mês e continua a ser um dos sítios de Internet, em língua Portuguesa, que mais

informação disponibiliza sobre questões relacionadas com o Asilo e Refugiados. Mantém, ainda

o site www.refugiados.net que congrega a informação relativa aos projectos financiados pela

iniciativa comunitária EQUAL e no âmbito da disseminação dos “Produtos EQUAL” para além da

rubrica “Diário da Construção do Centro para Refugiados”, criou um espaço de trabalho em

rede que é dirigido aos técnicos envolvidos nesta temática – Fórum ACOLHIMENTO E

INTEGRAÇÂO DE REFUGIADOS.

6.7. Cursos de Direito de Asilo e Refugiados

O CPR promove cursos de direito de asilo e protecção de refugiados para técnicos, juízes,

advogados e estudantes universitários. Organiza, ainda, sessões de sensibilização destinadas a

estudantes do ensino secundário. Assim, no ano de 2006, o CPR desenvolveu as seguintes

iniciativas:

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“VIII Curso de Asilo e Refugiados no Sistema Internacional” ministrado durante o segundo semestre do ano lectivo

2005/2006, aos estudantes finalistas da licenciatura de Relações Internacionais, Faculdade de Economia, Universidade

de Coimbra;

No âmbito da Acção 3 do Projecto “Acolhimento e Integração de Requerentes de Asilo”, financiado pela Iniciativa

Comunitária EQUAL, o CPR promoveu a organização de um Workshop sobre Asilo em Portugal, realizado na Biblioteca

Municipal José Saramago, em Loures, no dia 23 de Março de 2006. A iniciativa contou com a presença dos diversos

actores envolvidos no procedimento de asilo em Portugal, entre eles oito juízes dos Tribunais Administrativos e Fiscais de

Lisboa e Loures, o Comissário Nacional para os Refugiados e a coordenadora do Gabinete de Asilo e Refugiados do SEF;

Apresentação de trabalho sobre Refugiados na Universidade Nova de Lisboa;

Seminário na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Ius Gentinum Conimbriga;

Seminário sobre “Saúde dos refugiados” na Universidade Lusófona;

Curso de Direito de Asilo na Universidade Católica do Porto;

No âmbito das Consultas Anuais com ONG’s do ACNUR, organizadas em Genebra, no Palácio das Nações, entre 27 e

29 de Setembro de 2006, o CPR promoveu e moderou a realização de uma mesa redonda subordinada ao tema “What are

the stratagies for countries supportive of Resettlement”, no dia 28 de Setembro de 2006. O painel de oradores contou

com a participação do Director do Serviço de Reinstalação do ACNUR e representantes das organizações Refugee

Council USA, Caritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e ACCEM Espanha;

Curso sobre Situação dos Refugiados no Mundo, destinado a interpretes, na Faculdade de Letras de Lisboa;

O CPR promoveu, em colaboração com o ACNUR, a Associação Internacional de Juízes de Direito do Asilo (IARLJ) e o

Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, a participação de duas juízas do Tribunal Administrativo e

Fiscal de Lisboa nos trabalhos da 7ª Conferência Bianual da Associação Internacional de Juízes de Direito do Asilo (IARLJ),

decorridos na Cidade do México, entre 4 e 9 de Novembro de 2006;

6.8. Estágios e Voluntariado

No seguimento das actividades relacionadas com a recepção de estagiários e voluntários, no ano de 2006, o CPR contou

com a preciosa colaboração de 5 estagiários e 3 voluntários.

O Serviço Social do CPR orientou, durante o primeiro semestre de 2006, o estágio de 3 alunos de Serviço Social, um da

Universidade Católica, um Instituto de Serviço Social e outro da Universidade Independente. Durante o segundo

semestre deste ano deram inicio ao seu estágio dois alunos da Universidade Independente e duas alunas do Instituto

Superior de Serviço Social.

O Grupo Jurídico do CPR contou com a colaboração de 3 voluntários (da área de Direito), durante o ano de 2006.

A área de apoio ao emprego e à formação profissional acolheu, também no período em análise, 2 estagiários (um de

antropologia e outro de sociologia) do Instituto Superior de Ciências do trabalho e da Empresa.

6.9. Reuniões Periódicas:

Na sequência de parcerias estabelecidas com outras instituições, desenvolvem-se reuniões periódicas com o objectivo de

se partilharem experiências no domínio do acolhimento e da integração.

Reuniões da Comissão para Igualdade e Contra Discriminação Racial (CICDR);

Reuniões do Conselho de Acompanhamento da RTP2

PNAI – Consolidação do Fórum Não Governamental Para a Inclusão Social;

Rede Alargada de Instituições para o Acolhimento e Integração de Requerentes de Asilo e Refugiados;

Rede Social Informal (CPR, Médicos do Mundo, Centro Regional da Segurança Social, Santa Casa da Misericórdia de

Lisboa, CIC Portugal - Projecto Orientar, O Ninho, Movimento ao Serviço da Vida, Fundação AMI, Centro Padre Alves

Correia, Cruz Vermelha Portuguesa, Obra católica Portuguesa para as Migrações, Exército Salvação, AGIR-XXI, Serviço

Jesuíta aos Refugiados, CAIS e Associação Futuro Autónomo);

Grupo de mediação Sociocultural (CPR, Associação Mediar, Direcção Regional de Educação de Lisboa, Instituto de

Apoio à Criança, Associação Moinho da Juventude e SCML);

Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) para análise, seguimento e acompanhamento dos casos mais graves;

Datas R

ele

vantes

32

26-01-2006

Reinício do programa "Portugal Acolhe"

Níveis de Iniciação e Aprofundamento -desenvolvido em parceria com o Instituto do

Emprego e Formação Profissional para refugiados e imigrantes

30-01-2006

Fórum Não Governamental para a Inclusão Social

15-02-2006

“Olhares sobre a Mediação Sócio Cultural”

Encontro Nacional:“Olhares sobre a Mediação Sócio Cultural”Local: IPJ – Moscavide

15 a 19-02-2006

Visita de Estudo à Grécia, no âmbito do projecto VIAAS

O objectivo desta visita consistiu em conhecer centros de acolhimento e serviços de

apoio à integração de requerentes de asilo e refugiados.

16-02-2006

Reunião com o SEF

22-02-2006

Conferência de Lançamento das Redes Temáticas na antiga

FIL

7-03-2006

"Imigração e Desenvolvimento"

Colóquio "Imigração e Desenvolvimento" organizado pelo Ministério da Administração

Interna.

11 e 12-03-2006

RefugiActo - acção de Formação de Expressão Dramática

30-03-2006

Prémio da Imprensa Internacional para António Guterres,

Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados –

Casino Estoril

4 a 9-04-2006

2ª Reunião transnacional do projecto VIAAS – Malta

6-04-2006

Reunião com a ECRI no Centro Norte-Sul, em Lisboa

8-05-2006

Festival Multicultural: Rotas - Gentes, Culturas,

Comunidades

Reunião de preparação do Festival Multicultural: Rotas - Gentes, Culturas,

Comunidades

26-05-2006

II Seminário - Intervir em Saúde em Contextos Migratórios

Local:Universidade Lusófona de humanidades e Tecnologias

29 a 30-05-2006

Visita a Portugal do Representante Regional do ACNUR

- Roma, Walter Irvine

31-05-2006

Apresentação do Livro da Mafalda Gameiro “Preciso Viver”

sobre refugiados

33

21 a 24-07-2006

Visita de Estudo a Malta da Parceria Transnacional PASSI

– Projecto VIAAS

10-08-2006

Reunião com o Chefe da Casa Civil da Presidência da

República Portuguesa

20-09-2006

15º Aniversário do CPR

27-09-2006

Reunião em Genebra com o Alto-comissário das Nações

Unidas para os Refugiados, António Guterres

28 a 30-09-2006

Reunião das ONGs com o Comité Executivo do ACNUR

2006 – Genebra

Organização do workshop sobre “Reinstalação” na reunião

pré-Excom – Palais des Nations - Genebra

30-09 e 01-10-2006

Reunião bi-anual da ECRE

25 a 29-10-2006

Reunião de Trabalho da Parceria Transnacional PASSI –

Projecto VIAAS

30 a 31-10-2006

Inauguração do Novo Centro de Acolhimento para

Refugiados

17-12-2006

Festa de Fim de Ano 2006

Datas R

ele

vantes

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26-01-2006

Reinício do programa "Portugal Acolhe"

Níveis de Iniciação e Aprofundamento -desenvolvido em parceria com o Instituto do

Emprego e Formação Profissional para refugiados e imigrantes

30-01-2006

Fórum Não Governamental para a Inclusão Social

15-02-2006

“Olhares sobre a Mediação Sócio Cultural”

Encontro Nacional:“Olhares sobre a Mediação Sócio Cultural”Local: IPJ – Moscavide

15 a 19-02-2006

Visita de Estudo à Grécia, no âmbito do projecto VIAAS

O objectivo desta visita consistiu em conhecer centros de acolhimento e serviços de

apoio à integração de requerentes de asilo e refugiados.

16-02-2006

Reunião com o SEF

22-02-2006

Conferência de Lançamento das Redes Temáticas na antiga

FIL

7-03-2006

"Imigração e Desenvolvimento"

Colóquio "Imigração e Desenvolvimento" organizado pelo Ministério da Administração

Interna.

11 e 12-03-2006

RefugiActo - acção de Formação de Expressão Dramática

30-03-2006

Prémio da Imprensa Internacional para António Guterres,

Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados –

Casino Estoril

4 a 9-04-2006

2ª Reunião transnacional do projecto VIAAS – Malta

6-04-2006

Reunião com a ECRI no Centro Norte-Sul, em Lisboa

8-05-2006

Festival Multicultural: Rotas - Gentes, Culturas,

Comunidades

Reunião de preparação do Festival Multicultural: Rotas - Gentes, Culturas,

Comunidades

26-05-2006

II Seminário - Intervir em Saúde em Contextos Migratórios

Local:Universidade Lusófona de humanidades e Tecnologias

29 a 30-05-2006

Visita a Portugal do Representante Regional do ACNUR

- Roma, Walter Irvine

31-05-2006

Apresentação do Livro da Mafalda Gameiro “Preciso Viver”

sobre refugiados

33

21 a 24-07-2006

Visita de Estudo a Malta da Parceria Transnacional PASSI

– Projecto VIAAS

10-08-2006

Reunião com o Chefe da Casa Civil da Presidência da

República Portuguesa

20-09-2006

15º Aniversário do CPR

27-09-2006

Reunião em Genebra com o Alto-comissário das Nações

Unidas para os Refugiados, António Guterres

28 a 30-09-2006

Reunião das ONGs com o Comité Executivo do ACNUR

2006 – Genebra

Organização do workshop sobre “Reinstalação” na reunião

pré-Excom – Palais des Nations - Genebra

30-09 e 01-10-2006

Reunião bi-anual da ECRE

25 a 29-10-2006

Reunião de Trabalho da Parceria Transnacional PASSI –

Projecto VIAAS

30 a 31-10-2006

Inauguração do Novo Centro de Acolhimento para

Refugiados

17-12-2006

Festa de Fim de Ano 2006

34

Agradecim

entos

Agradecimentos

O CPR agradece, reconhecidamente, a todas as entidades nacionais e internacionais que apoiaram o seu trabalho, nomeadamente:

Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR)

Fundo Europeu para os Refugiados (FER)

Iniciativa Comunitária EQUAL

Ministério da Administração Interna (MAI)

Ministério do Trabalho e da Segurança Social (MTSS)

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)

Câmara Municipal de Loures

Caixa Geral de Depósitos

Draft FCB

Imageone

Heitor Estúdio (Fotografias)

UNHCR (Fotografias)

David Rato (Fotografias)

João Sousa (Fotografias)

Alexandra Carvalho (Fotografias)

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Agradecim

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Agradecimentos

O CPR agradece, reconhecidamente, a todas as entidades nacionais e internacionais que apoiaram o seu trabalho, nomeadamente:

Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR)

Fundo Europeu para os Refugiados (FER)

Iniciativa Comunitária EQUAL

Ministério da Administração Interna (MAI)

Ministério do Trabalho e da Segurança Social (MTSS)

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)

Câmara Municipal de Loures

Caixa Geral de Depósitos

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João Sousa (Fotografias)

Alexandra Carvalho (Fotografias)

Avenida Vergílio Ferreira, Lote 764, Loja D-E . 1950-339 LisboaTelefone +351.218 314 372 . Fax +351.218 375 072

Centro de Acolhimento de RefugiadosRua Senhora da Conceição,Bairro dos Telefones, Bobadela . LouresTelefones +351. 219 943 431 / +351.219 948 719

e-mail: [email protected]

www.cpr.pt

www.refugiados.net

Conselho Português para os Refugiados