Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

13
http://www.aprh.pt/rgci/pdf/rgci-287_Silva.pdf DOI:10.5894/rgci287 Contribuição para o conhecimento da vegetação de restinga de Massarandupió, Município de Entre Rios, BA, Brasil * Contribution to the knowledge of the vegetation of Massarandupió Restinga, Entre Rios, BA, Brazil Revista da Gestão Costeira Integrada 12(2):239-251 (2012) Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2):239-251 (2012) Vanessa Íris Silva da Silva @, 1 , Christiano Marcelino Menezes 2 * Submission – May 18, 2011; Evaluation – June 26, 2011; Reception of revised manuscript – November 16, 2011; Accepted – June 27, 2012; Available on-line – June 29, 2012 @ - Corresponding author: [email protected]. 1 - Instituto de Geociências – UFBA. Pesquisadora-Colaboradora do Centro de Ecologia e Conservação Animal (ECOA), Campus de Pituaçu, Av. Prof. Pinto de Aguiar, 2.589 - Pituaçu, CEP 40.710-000 – Salvador, Bahia, Brasil. 2 - Universidade Católica do Salvador, Departamentos de Botânica e Geografia, UCSal. RESUMO As formações de restinga são predominantes por toda a costa brasileira e diversas são as conotações empregadas para essas formações, seja referindo-se à composição vegetal, ou seja, no sentido geológico. A vegetação ocorrente sobre as planícies costeiras brasileiras, onde se enquadram as Restingas, tem recebido um tratamento muito heterogêneo pelos pesquisadores e estudiosos que atuaram ou atuam na área. Diferentes fitofisionomias de restinga podem ocorrer em apenas um trecho da costa brasileira. Apesar da área de estudo se tratar de uma APA – Área de Proteção Ambiental, os estudos sobre a vegetação de restinga são ainda escassos. As regiões litorâneas principalmente as Restingas, vem sofrendo ao longo dos tempos com a degradação e perdas ambientais, devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliário e turístico devido a sua beleza cênica ambiental. O objetivo deste trabalho permeiou em contribuir ao conhecimento da vegetação das restingas do Litoral Norte da Bahia através de analises florísticas e fitossociológicas de um trecho da vegetação em Massarandupió, no município de Entre Rios-BA, Brasil, a fim de subsidiar a indicação de áreas prioritárias para a criação de Unidades de Conservação mais restritivas dentro da APA – Área de Proteção Ambiental do Litoral Norte do Estado da Bahia. Para o levantamento floristico, foram realizadas caminhadas por trilhas escolihas aleatoriamente, enquanto que para a amostragem fitossociológica, apenas foram consideradas as fisionomias lenhosas terrestres (arbustivo-arbórea e arbórea). Nestas foram distribuídas 5 parcelas de 10x10m cada ao longo de transecções de 200m, perfazendo um total de 2000m² de área amostrada. Na fisionomia arbórea foram amostrados todos os indivíduos com CAP≥10cm enquanto que para a arbustiva-arbórea, os indivíduos que apresentaram CAS≥5cm foram amostrados. Foram coletadas informações sobre o número de indivíduos de todas as espécies inclusas nas parcelas além da estimativa visual das alturas. Foram caracterizadas e identificadas quatro fitofisionomias: a) Manguezal, b) Zonas Úmidas, c) Mata de Restinga, d) Restingas em Moitas e Vegetação Praial. Foram identificadas 136 espécies distribuídas em 59 familias botânicas, sendo as famílias de maior riqueza específica Cyperaceae (12) Fabaceae (10), Asteraceae (7), Arecaceae (7) Myrtaceae (5), Rubiaceae (5), Araceae (4), Clusiaceae (4), Poaceae (4) e Melastomataceae (4). Quanto aos dados fitossociológicos, na Mata de Restinga a espécie mais importante é Coccoloba alnifolia (VI = 151,90), enquanto que Alibertia sp. (VI = 117,95) é espécie mais importante na Restinga em Moitas. Dentre as espécies identificadas a Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana são endêmicas para o Litoral Norte do Estado da Bahia, além das espécies ditas focais e com distribuições restritas ao longo do Litoral Brasileiro. Neste sentido é de extrema importância a conservação da vegetação local, haja vista a sua complexidade ecológica e a pressão da implantação de grandes projetos hoteleiros, aspectos relevantes para a delimitação do perímetro das Unidades de Conservação (UC’s). Palavras-chave: Vegetação, Litoral Norte, Planície Costeira.

Transcript of Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Page 1: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

httpwwwaprhptrgcipdfrgci-287_Silvapdf

DOI105894rgci287

Contribuiccedilatildeo para o conhecimento da vegetaccedilatildeo de restinga de Massarandupioacute Municiacutepio de Entre Rios BA Brasil

Contribution to the knowledge of the vegetation of Massarandupioacute Restinga Entre Rios BA Brazil

Revista da Gestatildeo Costeira Integrada 12(2)239-251 (2012)Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

Vanessa Iacuteris Silva da Silva 1 Christiano Marcelino Menezes 2

Submission ndash May 18 2011 Evaluation ndash June 26 2011 Reception of revised manuscript ndash November 16 2011 Accepted ndash June 27 2012 Available on-line ndash June 29 2012

- Corresponding author vanessaissilvayahoocombr1 - Instituto de Geociecircncias ndash UFBA Pesquisadora-Colaboradora do Centro de Ecologia e Conservaccedilatildeo Animal (ECOA) Campus de Pituaccedilu Av Prof Pinto de Aguiar 2589 - Pituaccedilu CEP 40710-000 ndash Salvador Bahia Brasil2 - Universidade Catoacutelica do Salvador Departamentos de Botacircnica e Geografia UCSal

Resumo

As formaccedilotildees de restinga satildeo predominantes por toda a costa brasileira e diversas satildeo as conotaccedilotildees empregadas para essas formaccedilotildees seja referindo-se agrave composiccedilatildeo vegetal ou seja no sentido geoloacutegico A vegetaccedilatildeo ocorrente sobre as planiacutecies costeiras brasileiras onde se enquadram as Restingas tem recebido um tratamento muito heterogecircneo pelos pesquisadores e estudiosos que atuaram ou atuam na aacuterea Diferentes fitofisionomias de restinga podem ocorrer em apenas um trecho da costa brasileira Apesar da aacuterea de estudo se tratar de uma APA ndash Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental os estudos sobre a vegetaccedilatildeo de restinga satildeo ainda escassos As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vem sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico devido a sua beleza cecircnica ambiental O objetivo deste trabalho permeiou em contribuir ao conhecimento da vegetaccedilatildeo das restingas do Litoral Norte da Bahia atraveacutes de analises floriacutesticas e fitossocioloacutegicas de um trecho da vegetaccedilatildeo em Massarandupioacute no municiacutepio de Entre Rios-BA Brasil a fim de subsidiar a indicaccedilatildeo de aacutereas prioritaacuterias para a criaccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo mais restritivas dentro da APA ndash Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte do Estado da Bahia Para o levantamento floristico foram realizadas caminhadas por trilhas escolihas aleatoriamente enquanto que para a amostragem fitossocioloacutegica apenas foram consideradas as fisionomias lenhosas terrestres (arbustivo-arboacuterea e arboacuterea) Nestas foram distribuiacutedas 5 parcelas de 10x10m cada ao longo de transecccedilotildees de 200m perfazendo um total de 2000msup2 de aacuterea amostrada Na fisionomia arboacuterea foram amostrados todos os indiviacuteduos com CAPge10cm enquanto que para a arbustiva-arboacuterea os indiviacuteduos que apresentaram CASge5cm foram amostrados Foram coletadas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de indiviacuteduos de todas as espeacutecies inclusas nas parcelas aleacutem da estimativa visual das alturas Foram caracterizadas e identificadas quatro fitofisionomias a) Manguezal b) Zonas Uacutemidas c) Mata de Restinga d) Restingas em Moitas e Vegetaccedilatildeo Praial Foram identificadas 136 espeacutecies distribuiacutedas em 59 familias botacircnicas sendo as famiacutelias de maior riqueza especiacutefica Cyperaceae (12) Fabaceae (10) Asteraceae (7) Arecaceae (7) Myrtaceae (5) Rubiaceae (5) Araceae (4) Clusiaceae (4) Poaceae (4) e Melastomataceae (4) Quanto aos dados fitossocioloacutegicos na Mata de Restinga a espeacutecie mais importante eacute Coccoloba alnifolia (VI = 15190) enquanto que Alibertia sp (VI = 11795) eacute espeacutecie mais importante na Restinga em Moitas Dentre as espeacutecies identificadas a Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana satildeo endecircmicas para o Litoral Norte do Estado da Bahia aleacutem das espeacutecies ditas focais e com distribuiccedilotildees restritas ao longo do Litoral Brasileiro Neste sentido eacute de extrema importacircncia a conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de grandes projetos hoteleiros aspectos relevantes para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos)

Palavras-chave Vegetaccedilatildeo Litoral Norte Planiacutecie Costeira

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 240 -

1 IntRoduccedilatildeo

As formaccedilotildees de restinga satildeo predominantes por toda a costa brasileira e diversas satildeo as conotaccedilotildees empregadas para essas formaccedilotildees seja referindo-se agrave composiccedilatildeo vegetal ou seja no sentido geoloacutegico (Suguio amp Tessler 1984)

Uma variedade de ecossistemas e habitats compotildee as restingas do Litoral Norte do Estado da Bahia contudo os estudos natildeo satildeo convergentes para essa regiatildeo Pinto et al (1984) Dias amp Menezes (2007) Menezes (2007) e Queiroz et al (2005) foram alguns dos poucos estudos floriacutesticos e fisionocircmicos voltados para a costa norte do Estado da Bahia enquanto que Menezes et al 2007 Silva amp Menezes (2007a 2007b) realizaram trabalhos de manejo desse tipo de vegetaccedilatildeo Menezes et al (2007) para a mesma regiatildeo consideraram oito fitofisionomias distintas classificadas com base nas terminologias empregadas em outros estudos sobre vegetaccedilatildeo de restinga no Brasil (Arauacutejo amp Henriques

1984 Henriques et al 1986 Silva 1998 Assumpccedilatildeo amp Nascimento 2000)

A vegetaccedilatildeo ocorrente sobre as planiacutecies costeiras brasileiras onde se enquadram as restingas tem recebido um tratamento muito heterogecircneo pelos pesquisadores e estudiosos que atuaram ou atuam na aacuterea Esta heterogeneidade manifesta-se tanto nas abordagens dos estudos realizados como no maior ou menor esforccedilo de investigaccedilatildeo em uma aacuterea especiacutefica muitas vezes de abrangecircncia geograacutefica restrita Na literatura concernente agrave costa brasileira podem ser encontrados relatos geneacutericos sobre os principais aspectos fitofisionocircmicos dos seus diferentes tipos vegetacionais listagens e descriccedilotildees detalhadas de diferentes regiotildees do litoral e ainda propostas de mapeamento e denominaccedilatildeo das suas diferentes formaccedilotildees ou comunidades vegetacionais (Silva 1998)

Para Ormond (1960) as restingas constituem-se em inuacutemeras formaccedilotildees vegetacionais de caracteriacutesticas proacuteprias

AbstrAct

Restinga formations are prevalent throughout the Brazilian coast and there are several connotations used for these formations is referring to the vegetation composition in other words in geologic sense The vegetation found in coastal plains where restingas are found has received a very heterogeneous treatment by researchers who have worked or work in the field Different restinga physiognomies can occur in only a part of the Brazilian coast Although the study area it is an EPA - Environmental Protection Area studies about restinga vegetation are still shortage The coastal regions especially Restingas has suffered over time with environmental degradation and growing estate development and tourism because of its natural beauty The objective of this work is to contribute to knowledge about restingas vegetation of the North Coast of Bahia through floristic and phytosociological analysis of the components shrubs - a stretch of arboreal vegetation in Massarandupioacute in the city of Entre Rios Bahia Brazil in order subsidizing an indication of priority areas for the creation of protected areas within the more restrictive area inside the EPA - Environmental Protection Area of the North Coast of Bahia For the floristic analysis were performed random walks across the polygon of interest while for phytosociological sampling were leased a transect of 200 m with 5 parcels of 10x10m in each for a total of 2000m sup2 samples from the individuals that fit the character selection with CAP ge 15cm for trees and shrubs in the areas of Restinga Forest and CAS ge 5cm for individuals in the ldquoRestingarsquos Moitardquo beyond count of specimens and measurement of visual height Were characterized and identified four vegetation types a) Mangrove Throughout Subauacutema River estuarine zone located in the city of Massarandupioacute Bahia Brazil represents one of the main ecosystems of object extraction and the vegetation characteristic of the species Rhizophora mangle and Laguncularia racemosa are much more frequent in areas at higher tidal influence b) Wetlands In the pleistocene marine terraces can be caused or flood plains of river systems (perennial) or zones of deflation of the dune fields tipe ldquoblowoutrdquo (non-perennial systems) In perennial systems that are constantly supplied by continental drainage occurs a peculiar vegetation with a predominance of herbaceous plants c) the Restinga Forest This forest type is associated with older sediments of pleistocene alluvial or occurrence in areas downwind of the dune system ldquoblowoutrdquo where local environmental conditions favor the formation of a forest sclerophyllous forest with physiognomy closed with canopy readily apparent with 7-10m in height in this training is the most common species Kilmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Ouratea suaveolans Myrcia rostrata d) in Restingas Clumps An open physiognomy with vegetation arranged in clumps or as islands of vegetation interspersed with clean soil herbaceous or sub-shrub The bushes mostly have one or a few tree species that can reach up to 4-5 meters high they almost always prominent in a central position in the bush as Clusia hilariana Manilkara salzmanii Emmotum affine and Coccoloba alnifolia that suggesting function facilitator e) Vegetation Praial here we found a small number of species small and creeping appearance being somewhat variable in width generally not exceeding 50m extension on cord on the dunes and dune-front locations Some shrubs occur as Chrysobalanus icaco As regards the provision of the species would Remiria maritima and Panicum racemosum both stoloniferous with Marsypianthes chamaedrys Panicum racemosum and Chamaesyce hyssopifolia are common throughout the cord-dune Ipomoea pes-capre and Ipomoea stolonifera near the line of the beach usually not exceeding in the first 25m from the beginning of the vegetation toward the mainland In floristic analysis 124 species were identified that the richest families are Cyperaceae (11) Fabaceae (10) Asteraceae (7) Arecaceae (6) Myrtaceae (5) Rubiaceae (5) Araceae (4) Clusiaceae (4) and Melastomataceae (4) For the phytosociological information especially in Restinga Forest the most important species are Coccoloba alnifolia (VI = 15190) while Alibertia sp (VI = 11795) is the most important species in restinga bushes In compilations where floristic and phytosociological demonstrate the connectivity of the vegetation types vegetation characteristics for both in size and species as described by the geomorphology of the area Among the species identified Bactris soeiroana and Poecilanthe itapuana are endemic to the northern coast of Bahia in addition to said focal species and restricted distributions along the Brazilian coast In this regard it is of utmost importance to conservation of local vegetation due to their ecological complexity and pressure of the deployment of large hotel projects aspects relevant to the delimitation of the boundaries of Conservation Units (CUs)

Keywords Vegetation North Coast Coastal Plain

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 241 -

a partir de uma relaccedilatildeo particular com o ambiente Essa heterogeneidade vegetacional observada nas restingas eacute tambeacutem considerada por Rizzini (1997) ao utilizar o termo ldquocomplexo da restingardquo demonstrando a complexidade de formaccedilotildees Para Peixoto et al (2005) a vegetaccedilatildeo estaacute relacionada com a temperatura no entanto sabe-se que o solo eacute crucial para a composiccedilatildeo vegetal de restingas desde a formaccedilatildeo praial que sofre com o deacuteficit hiacutedrico e com a proximidade com o mar Um grande incremento do porte dos indiviacuteduos nesse tipo de vegetaccedilatildeo eacute indicado por Menezes et al (2007) aleacutem de apontar que o sistema de dunas ldquoblowoutrdquo eacute controla a origem e diferenciccedilatildeo das fitofisionomias locais

O objetivo deste trabalho visou contribuir com o conhecimento da vegetaccedilatildeo de um trecho da Restinga de Massarandupioacute no municiacutepio de Entre Rios-BA Brasil a fim de subsidiar a indicaccedilatildeo de aacutereas prioritaacuterias para a criaccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo no Litoral Norte do Estado da Bahia

2 mateRIal e meacutetodos

- Aacuterea de estudoO Litoral Norte da Bahia apresenta cerca de 200km de

restinga inserida na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APA do Litoral Norte localizado aproximadamente entre os paralelos 11deg30rsquo e 13deg00rsquoS e meridianos de 37deg20rsquo e 38deg00rsquoW eacute considerado do ponto de vista climaacutetico como uma aacuterea quente-uacutemida de relativa homogeneidade caracterizando-se por apresentar meacutedias teacutermicas elevadas e altos iacutendices pluviomeacutetricos distribuiacutedos regularmente ao longo de todos os meses do ano Os iacutendices pluviomeacutetricos anuais variam espacialmente de sul para o norte e situam-se entre 2000mm a 1200mm a respectivamente Os ventos dominantes sopram de sudeste (SE) registrando-se ainda fluxos de leste (E) e nordeste (NE) no veratildeo (Gonccedilalves 1991 apud Lyrio 1996) Cerca de 75 dos ventos satildeo de NE-E-SE sendo que deste percentual 18 de NE e 47 de E principalmente na primavera-veratildeo enquanto que durante o outono-inverno eacutepoca da chegada das frentes frias na regiatildeo os ventos predominantes satildeo os de SSE O municiacutepio de Entre Rios-BA (UTM 622178 8634251) representa para a regiatildeo relevante importacircncia turiacutestica haja vista a grande variedade de ambientes naturais

- Delineamento AmostralPara a anaacutelise fitossocioloacutegica apenas foram consideradas

as formaccedilotildees lenhosas terrestres (arbustivo-arboacuterea e arboacuterea) Nestas foram distribuiacutedas 5 parcelas de 10x10m cada ao longo de transecccedilotildees de 200m perfazendo um total de 2000msup2 de aacuterea amostrada Na formaccedilatildeo arboacuterea foram amostrados todos os indiviacuteduos com Circunferecircncia a Altura do Peito (CAP) ge10cm enquanto que para a arbustiva-arboacuterea os indiviacuteduos que apresentaram Circunferecircncia a Altura do Solo (CAS) ge5cm foram amostrados (Figura 2) A definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo nas amostragens se baseou nos conceitos de Taxocenose descritos por Scudeller et al (2001) que sugere que os trabalhos fitossocioloacutegicos feitos no Brasil considerem a comunidade (taxocenose) de arbustos e ou aacutervores ou comunidade (taxocenose) de subarbustos e ou ervas

- Paracircmetros FitossocioloacutegicosPara cumprimento dos objetivos escolheu-se traccedilar os

parametros fitossocioloacutegicos baacutesicos pois estes fornecem a relaccedilatildeo das espeacutecies mais abundantes com a composiccedilatildeo destas na comunidade como um todo Essa base descritiva permite natildeo soacute uma estimativa da diversidade como tambeacutem um diagnoacutestico raacutepido informaccedilotildees imprescindiacuteveis tanto para a bioprospecccedilatildeo quanto para a conservaccedilatildeo

Os paracircmetros fitossocioloacutegicos calculados foram Densidade Absoluta e Relativa (DA e DR) Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) Frequumlecircncia Absoluta e Relativa (FA e FR) Iacutendice de Valor de Importacircncia (IVI) e o Quoeficiente de Mistura (QM) Os valores relativos de dominacircncia (cobertura) densidade e frequumlecircncia foram utilizados para determinar o VI (Martins 2006) Segundo

Figura 1 Localizaccedilatildeo de Massarandupioacute (local de estudo) na APA do Litoral Norte da BahiaFigure 1 Location of Massarandupioacute (study site) the APA of the North Coast of the Bahia

Figura 2 Distribuiccedilatildeo das parcelas ao longo do transecto de 200mFigure 2 Distribution of plots along the transect of 200m

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 242 -

Mueller-Dombois amp Ellenberg (1974) qualquer um dos trecircs paracircmetros ndash Densidade Dominacircncia Frequumlecircncia ndash pode ser interpretado como Valor de Importacircncia (VI) jaacute que eacute o investigador quem determina qual destes eacute o mais importante para alcanccedilar os objetivos da pesquisa Neste caso o VI eacute a soma dos valores relativos das trecircs variaacuteveis Os dados da fitossociologia coletados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Excel

-Identificaccedilotildees FloristicasPara a identificaccedilatildeo das espeacutecies foram realizadas

caminhadas aleatoacuterias por trilhas preacute-existentes de forma que todas as formaccedilotildees fossem contempladas As coletas de material botacircnico se restringiram apenas aos espeacutecimes que se encontravam feacuterteis e natildeo identificados em campo sendo estes prensados segundo as teacutecnicas usuais (Bridson amp Forman 1992) Todo o material coletado foi triado e herborizado no Laboraacutetorio do Centro de Pesquisa em Ecologia e Conservaccedilatildeo Animal da Universidade Catoacutelica do Slavador (UCSalECOA) para posteriores identificaccedilotildees e adensamento da coleccedilatildeo de referecircncia do Herbaacuterio RADAMBRASIL do Jardim Botacircnico de Salavdor - Mata dos Oitis (JBSSA) Os espeacutecimes quando possiacutevel foram identificados em campo e neste caso com o uso de bibliografias especiacuteficas (Barroso 1978 Lorenzi 2002 Souza amp Lorenzi 2005) A revisatildeo nomenclatural foi baseada nas informaccedilotildees contidas no site International Plant Names Index (httpwwwipniorgipniplantnamesearchpagedo) enquanto que para a classificaccedilatildeo dos taxa foi utilizado o Sistema de Cronquist (1981)

Para a identificaccedilatildeo de espeacutecies ameaccediladas foram utilizadas as listas oficiais do IBAMA (httpwwwibamagovbr) e da IUCN (httpwwwiucnredlist org) que incluem distintas categorias de ameaccedila

3 Resultados e dIscussatildeo

A diversidade de ambientes ao longo das planiacutecies arenosas do litoral brasileiro suporta uma vegetaccedilatildeo com caracteriacutesticas distintas entre si no que se reflete em fisionomias vegetacionais complexas e dinacircmicas A deposiccedilatildeo de areia pelo mar as tempestades as correntes litoracircneas e os ventos modelaram uma topografia complexa e diversificada que pode assumir a forma de altas barreiras que bloqueiam a foz dos rios ou separam lagunas do mar de dunas moacuteveis ou ainda de planiacutecies de cordotildees arenosos de relevo pouco acidentado Esses depoacutesitos arenosos satildeo em geral cobertos por vegetaccedilatildeo muito diversificada e a esse conjunto de formaccedilotildees geomorfoloacutegicas e as diferentes comunidades bioloacutegicas (Lacerda et al 1982)

- Floristica Foram identificadas 136 espeacutecies distribuiacutedas em 59

familias botacircnicas sendo as famiacutelias de maior riqueza especiacutefica Cyperaceae (12) Fabaceae (10) Asteraceae (7) Arecaceae (7) Myrtaceae (5) Rubiaceae (5) Araceae (4) Clusiaceae (4) Poaceae (4) e Melastomataceae (4) Os dados encontrados nos estudos de Assumpccedilatildeo amp Nascimento (2000) Arauacutejo amp Henriques (1984) afirmam que Myrtaceae Rubiaceae e Fabaceae satildeo as famiacutelias mais comuns tanto nas restingas quanto em outras composiccedilotildees vegeacionais de Mata Atlacircntica onde assemelham-se aos resultados obtidos no presente estudo que demonstra a importacircncia dessas famiacutelias nas formaccedilotildees arbustivas e arboacutereas para as Restingas Brasileiras

As restingas haacute muito vecircem sendo estudadas principalmente pelos profissionais das aacutereas da geologia e da botacircnica De fato a paisagem dominante eacute caracterizada por uma variedade de depoacutesitos arenosos costeiros e diversas fisionomias vegetacionais aiacute instaladas A vegetaccedilatildeo se apresenta com fisionomias herbaacuteceas ateacute florestas com

Figura 3 Demarcaccedilatildeo de parcela (agrave esquerda) e coleta de circunferecircncia (CAS) (agrave direita) para estudo quantitativo na formaccedilatildeo aberta em moitasFigure 3 Demarcation of plots (left) and collection of a circle (CAS) (right) for a quantitative study on the formation open shrublands

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 243 -

aacutervores podendo alcanccedilar ateacute trinta metros de altura Dados representados na riqueza das famiacutelias que vatildeo do herbaacuteceo as Cyperaceas nas zonas uacutemidas como as Fabaceae e Myrtaceae nas Matas de Restingas em destaque as Clusiaceae das aacutereas de Restingas em Moitas aleacutem das Melastomataceae famiacutelia que caracterizam aacutereas onde a sua preservaccedilatildeo original foi perdida compilando ai um complexo de fitofisionomias interconectadas

As caracteriacutesticas dos depoacutesitos arenosos quaternaacuterios ao longo da costa brasileira variam de acordo com sua origem que por sua vez determina caracteriacutesticas edaacuteficas muito importantes para o desenvolvimento das plantas como por exemplo a textura do substrato ou pelas suas distintas fisiografias e topografias fatores estes muito influentes no desenvolvimento das espeacutecies vegetais de Restinga (Rizzini 1997 Waechter 1995)

Famiacutelia espeacutecie

Anacardiaceae

Anacardium occidentale L

Schinus terebinthifolius Raddi

Tapirira guianensis Aubl

Annonaceae Annona glabraL

ApocynaceaeHancornia speciosa Gomez

Hymatanthus sucuuba (Spruce) Woods

Araceae

Anthurium affine Schott

Montrichardia arborescens Schott

Philodendron acutatum Schott

Philodendron imbe Schott

Arecaceae

Allagoptera brevicalyx MMoraes

Atallea funifera Mart ex Spreng

Cocos nucifera L

Bactris soeiroana Noblick ex AJ Henderson

Bactris setosa (Mart)

Syagrus coronata (Mart) Becc

Syagrus schizophylla (Mart) Glassman

Asteraceae

Acriptotapus confertus (Gardner) RM King amp Robins

Ageratum conyzoides L

Calea sp

Conyza sumatrensis (Retz) E Walker

Elephantopus hirtiflorus DC

Sphagneticola trilobata (L) Pruski

Vernonia cotoneaster Less

Avicenniaceae Avicennia schaueriana Stapf amp Leechm ex Moldenke

Blechnaceae Blechnum serrulatum Rich

Bonnetiaceae Bonnetia stricta Mart

Boraginaceae Cordia nodosa Lam

BromeliaceaeAechmea multiflora LBSmith

Hohenbergia littoralis L B Smith

BurseraceaeProtium bahianum DCDaly

Protium heptaphyllum (Aubl) March

CactaceaeCereus pernambucensis Lam

Melocactus violaceus Pfeiffer

tabela 1 Lista das espeacutecies identificadas na aacuterea de estudotable 1 List of species identified in the study area

Caesalpiniaceae

Bauhinia sp

Chamaecrista ramosa (Vog) Irwin amp Barneby

Senna sp

Celastraceae Maytenus sp

ChrysobalanaceaeChrysobalanus icaco L

Hirtella ciliata Mart amp Zucc

Clusiaceae

Calophyllum brasiliense Cambess

Clusia hilariana Schltdl

Kielmeyera reticulata Saddi

Vismia guianensis DC

CombretaceaeConocarpus erectus L

Laguncularia racemosa CFGaertn

Commelinaceae Commelina sp

ConvolvulaceaeIpomoea pes-caprae (L) RBr

Ipomoea stolonifera JFGmel

Cyperaceae

Cyperus sp

Cyperus distans Beyr ex Kunth

Cyperus amabilis Vahl

Cyperus exaltatus Sol ex Kunth

Cyperus rigidus Vahl

Eleocharis interstincta (Vahl) Roem amp Schult

Fimbristylis cymosa RBr

Fuirena umbellata Rottb

Killinga sp

Remirea maritima Aubl

Rhynchospora exaltata Kunth

Scleria secans (L) Urb

DilleniaceaeDavilla flexuosa St Hil

Curatella americana L

Eriocaulaceae Sygonanthus imbricatus (Koenr) Kuhl

Erythroxylaceae Erythroxylum passerinum Mart

EuphorbiaceaeCroton selowii Baillon

Chamaesyce sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 244 -

Fabaceae

Andira nitida Mart

Bowdichia virgilioides Kunth

Inga affinis DC

Inga capitata Desv

Inga fagifolia Willd

Macrolobium latifolium Vog

Poecilanthe itapuana GPLewis

Rynchosia sp

Stylosanthes viscosa SW

Swartzia apeacutetala Raddi

Guttiferae Clusia hilariana Schleich

Icacinaceae Emmotum affine Miers

Krameriaceae Krameria spartiodes Klotzsch ex O Berg

Lamiaceae Marsypianthes chamaedrys Kuntze

Lauraceae Ocotea notata (Nees) Mez

LecythidaceaeEschweilera ovata (Cambess) Miers

Lecythis pisonis Cambess

Lentibulariaceae Utricularia subulata L

Loranthaceae Strutanthus sp

LythraceaeCuphea brachiata Mart ex Koehne

Cuphea flava Spreng

Malpighiaceae

Byrsonima blanchetiana Miq

Byrsonima sericea DC

Stigmaphyllon paralias Juss

Melastomataceae

Comolia ovalifolia (DC) Triana

Clidemia hirta (L) D Don

Miconia albicans Steud

Tibouchina sp

MimosaceaeMimosa pudica L

Stryphnodendron pulcherrimum (Willd) Hochr

Musaceae Heliconia psittacorum L f

Myrtaceae

Calycolpus legrandii Mattos

Eugenia sp

Myrcia rostrata DC

Myrcia sp

Myrciaria floribunda OBerg

Nyctaginaceae Guapira pernambucensis (Casar) Lundell

Nymphaeaceae Nymphaea rudgeana G Mey

Ochnaceae Ouratea suaveolans (St Hil) Engler

OrchidaceaeEpidendrum cinnabarinum Salzm ex Lindl

Vanilla bahiana Hoehne

Poaceae

Panicum racemosum Spreng

Dactyloctenium aegyptium (L) K Richt

Sporobolus virginicus Kunth

Trachypogon spicatus Kunth

PolygalaceaePolygala cyparissias St Hil

Polygala sp

Polygonaceae

Coccoloba alnifolia Casar

Coccoloba laevis Casar

Coccoloba sp

Pteridaceae Acrostichum aureum L

Rhizophoraceae Rhizophora mangle L

Rubiaceae

Alibertia sp

Borreria verticillata GMey

Guettarda platypoda DC

Tocoyena formosa (Cham et Schldl) K Shum

Psicothrya sp

Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart

SapotaceaeManilkara salzmanii (A DC) Lamarck

Pouteria grandiflora (A DC) Baehni

Scrophulariaceae Angelonia cornigera Hook f

Smilacaceae Smilax sp

SolanaceaeSchwenckia sp

Solanum auriculatum Mart ex Dun

Typhaceae Typha angustifolia L

VerbenaceaeLantana radula Sw

Diospyrus sp

Vochysiaceae Vochysia tucanorum Mart

Xyridaceae Xyris sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

a) manguezais Este ocorre ao longo de toda zona estuarina do Rio Subauacutema localizado no Municiacutepio de Massarandupio sendo um dos principais ecossistemas objeto de extrativismo na regiatildeo Quanto a sua vegetaccedilatildeo Rhizophora mangle L e Laguncularia racemosa CFGaertn satildeo as espeacutecies mais frequumlentes nas zonas sob maior influecircncia da mareacute (Figura 4) enquanto que Avicenia shaueriana nas zonas sob menos influecircncia e Conocarpus erectus com ocorrecircncia mais restrita agraves zonas de transiccedilatildeo R manglee L racemosa satildeo as espeacutecies dominantes e formam um dossel denso com cerca de 15 m de altura sendo que alguns indiviacuteduos podem alcanccedilar ateacute 20 m de altura Parte do manguezal encontra-se em transiccedilatildeo com a zona uacutemida Nestes trechos onde a influecircncia salina eacute menor eacute comum a ocorrecircncia de espeacutecies herbaacuteceas tipicamente dulciacutecolas como Eleocharis interstinctab) Zonas Uacutemidas Essas podem ter origem ou da inundaccedilatildeo das planiacutecies fluviais (sistemas perenes) ou das zonas de deflaccedilatildeo dos campos de dunas tipo ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004) (sistemas natildeo perenes) Nos sistemas perenes que se encontram constantemente abastecidos pela drenagem continental ocorre uma vegetaccedilatildeo peculiar com predomiacutenio de plantas herbaacuteceas de pequeno porte onde o ldquojuncordquo Eleocharis interstincta eacute muito comum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 245 -

Figura 4 Laguncularia racemosa (a esquerda) e Rhyzophora mangle (a direita) espeacutecies dominantes no manguezal localFigure 4 Laguncularia racemosa (left) and Rhyzophora mangle (right) the dominant species in the mangrove site

assim como Thypa angustifolia e Cyperus rigidus Cyperus sp Nymphaea rudgeana dentre as espeacutecies arboacutereas se destacam o ldquomusserenguerdquo (Bonnetia stricta) e o ldquoaraticum-de-brejordquo (Annona glabra) principalmente nos sistemas perenes Os sistemas natildeo perenes que se encontram associados agraves zonas de deflaccedilatildeo no campo de dunas que durante os meses de chuvas apresentam afloramento do lenccedilol freaacutetico tendo como espeacutecies mais comuns Schwenckia sp Comolia ovalifolia e uma espeacutecie da famiacutelia Eriocaulaceae (ainda natildeo identificada) Cuphea flava e Borreria verticilata Neste sistema Conocarpus erectus Myrcia sp e Tocoyena formosa se desenvolvem em moitas intercaladas com vegetaccedilatildeo herbaacuteceac) mata de Restinga Este tipo vegetacional se encontra associado a sedimentos mais antigos dos Leques Aluviais Pleistocecircnicos ou de ocorrecircncia em aacutereas a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004 Menezes et al 2007) onde as condiccedilotildees ambientais locais favorecem a formaccedilatildeo de uma floresta escleroacutefila de fitofisionomia florestal fechada de dossel com 7 - 10m de altura aproximadamente nesta formaccedilatildeo as espeacutecies mais comuns satildeo Kielmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Coccoloba sp Ouratea suaveolans Myrcia rostrata Myrcia sp Calycolpus legrandi Anacardium occidentale Manilkara salzmanii Lecythis pisones Byrsonima sericea Emmotum affine Hirtella ciliata e Pouteria grandiflora Scleria secans e Davilla flexuosa encontram-se associadas a aacutereas mais abertas enquanto Anthurium affine encontra-se associada ao sub-bosque

e) Vegetaccedilatildeo Praial Nesta se encontra nuacutemero reduzido de espeacutecies de pequeno porte e de aparecircncia rasteira sendo de largura pouco variaacutevel natildeo ultrapassando geralmente de 50m de extensatildeo sobre o cordatildeo-duna e dunas frontais locais Ocorrem alguns arbustos como Chrysobalanus icaco Quanto agrave disposiccedilatildeo das espeacutecies Remirea maritima e Panicum racemosum ambas estoloniacuteferas juntamente com Marsypianthes chamaedrys e Chamaesyce hyssopifolia satildeo comuns ao longo de todo o cordatildeo-duna Ipomoea pes-capre e Ipomoea stolonifera proacutexima agrave linha de praia natildeo ultrapassando geralmente nos primeiros 25m a partir do iniacutecio da vegetaccedilatildeo e em direccedilatildeo ao continente Polygala sp Sporobolus virginicus Commelina sp Dactyloctenium aegyptium e Chamaecrista ramosa soacute foram observadas nas porccedilotildees voltadas para o continente Na formaccedilatildeo praial eacute marcante a presenccedila do coco-da-baia Cocos nucifera espeacutecie caracteriacutestica e intimamente associada agrave vegetaccedilatildeo litoracircnea da Bahia

- Fitossociologia A fitossociologia eacute uma ferramenta que detalha a

distribuiccedilatildeo dos indiviacuteduos e espeacutecies no plano horizontal e o gradiente de relacionamento no sentido vertical eacute incrementado com os dados referentes a distribuiccedilatildeo diameacutetrica anaacutelise de agrupamentos de parcelas e espeacutecies e associaccedilatildeo interespeciacutefica

Nas analises verticais no que se refere ao Quociente de mistura (QM) de Jentisch que demonstra a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de indiviacuteduos e o nuacutemero de espeacutecies encontradas na

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 246 -

Figura 5 Zonas Uacutemidas em Zona de Deflaccedilatildeo do campo de Dunas BlowoutFigure 5 Wetlands in Deflation Zone et the Blowout dune field

Figura 6 Aspecto do dossel da mata de restinga que se desenvolve a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquoFigure 6 Aspect of the canopy of the Restinga Forest et the lee of the Bloeout dune system

Figura 7 Aspecto do interior da Mata de restinga Massarandupio-BAFigure 7 Aspect of the interior of the Restinga Forest

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 2: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 240 -

1 IntRoduccedilatildeo

As formaccedilotildees de restinga satildeo predominantes por toda a costa brasileira e diversas satildeo as conotaccedilotildees empregadas para essas formaccedilotildees seja referindo-se agrave composiccedilatildeo vegetal ou seja no sentido geoloacutegico (Suguio amp Tessler 1984)

Uma variedade de ecossistemas e habitats compotildee as restingas do Litoral Norte do Estado da Bahia contudo os estudos natildeo satildeo convergentes para essa regiatildeo Pinto et al (1984) Dias amp Menezes (2007) Menezes (2007) e Queiroz et al (2005) foram alguns dos poucos estudos floriacutesticos e fisionocircmicos voltados para a costa norte do Estado da Bahia enquanto que Menezes et al 2007 Silva amp Menezes (2007a 2007b) realizaram trabalhos de manejo desse tipo de vegetaccedilatildeo Menezes et al (2007) para a mesma regiatildeo consideraram oito fitofisionomias distintas classificadas com base nas terminologias empregadas em outros estudos sobre vegetaccedilatildeo de restinga no Brasil (Arauacutejo amp Henriques

1984 Henriques et al 1986 Silva 1998 Assumpccedilatildeo amp Nascimento 2000)

A vegetaccedilatildeo ocorrente sobre as planiacutecies costeiras brasileiras onde se enquadram as restingas tem recebido um tratamento muito heterogecircneo pelos pesquisadores e estudiosos que atuaram ou atuam na aacuterea Esta heterogeneidade manifesta-se tanto nas abordagens dos estudos realizados como no maior ou menor esforccedilo de investigaccedilatildeo em uma aacuterea especiacutefica muitas vezes de abrangecircncia geograacutefica restrita Na literatura concernente agrave costa brasileira podem ser encontrados relatos geneacutericos sobre os principais aspectos fitofisionocircmicos dos seus diferentes tipos vegetacionais listagens e descriccedilotildees detalhadas de diferentes regiotildees do litoral e ainda propostas de mapeamento e denominaccedilatildeo das suas diferentes formaccedilotildees ou comunidades vegetacionais (Silva 1998)

Para Ormond (1960) as restingas constituem-se em inuacutemeras formaccedilotildees vegetacionais de caracteriacutesticas proacuteprias

AbstrAct

Restinga formations are prevalent throughout the Brazilian coast and there are several connotations used for these formations is referring to the vegetation composition in other words in geologic sense The vegetation found in coastal plains where restingas are found has received a very heterogeneous treatment by researchers who have worked or work in the field Different restinga physiognomies can occur in only a part of the Brazilian coast Although the study area it is an EPA - Environmental Protection Area studies about restinga vegetation are still shortage The coastal regions especially Restingas has suffered over time with environmental degradation and growing estate development and tourism because of its natural beauty The objective of this work is to contribute to knowledge about restingas vegetation of the North Coast of Bahia through floristic and phytosociological analysis of the components shrubs - a stretch of arboreal vegetation in Massarandupioacute in the city of Entre Rios Bahia Brazil in order subsidizing an indication of priority areas for the creation of protected areas within the more restrictive area inside the EPA - Environmental Protection Area of the North Coast of Bahia For the floristic analysis were performed random walks across the polygon of interest while for phytosociological sampling were leased a transect of 200 m with 5 parcels of 10x10m in each for a total of 2000m sup2 samples from the individuals that fit the character selection with CAP ge 15cm for trees and shrubs in the areas of Restinga Forest and CAS ge 5cm for individuals in the ldquoRestingarsquos Moitardquo beyond count of specimens and measurement of visual height Were characterized and identified four vegetation types a) Mangrove Throughout Subauacutema River estuarine zone located in the city of Massarandupioacute Bahia Brazil represents one of the main ecosystems of object extraction and the vegetation characteristic of the species Rhizophora mangle and Laguncularia racemosa are much more frequent in areas at higher tidal influence b) Wetlands In the pleistocene marine terraces can be caused or flood plains of river systems (perennial) or zones of deflation of the dune fields tipe ldquoblowoutrdquo (non-perennial systems) In perennial systems that are constantly supplied by continental drainage occurs a peculiar vegetation with a predominance of herbaceous plants c) the Restinga Forest This forest type is associated with older sediments of pleistocene alluvial or occurrence in areas downwind of the dune system ldquoblowoutrdquo where local environmental conditions favor the formation of a forest sclerophyllous forest with physiognomy closed with canopy readily apparent with 7-10m in height in this training is the most common species Kilmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Ouratea suaveolans Myrcia rostrata d) in Restingas Clumps An open physiognomy with vegetation arranged in clumps or as islands of vegetation interspersed with clean soil herbaceous or sub-shrub The bushes mostly have one or a few tree species that can reach up to 4-5 meters high they almost always prominent in a central position in the bush as Clusia hilariana Manilkara salzmanii Emmotum affine and Coccoloba alnifolia that suggesting function facilitator e) Vegetation Praial here we found a small number of species small and creeping appearance being somewhat variable in width generally not exceeding 50m extension on cord on the dunes and dune-front locations Some shrubs occur as Chrysobalanus icaco As regards the provision of the species would Remiria maritima and Panicum racemosum both stoloniferous with Marsypianthes chamaedrys Panicum racemosum and Chamaesyce hyssopifolia are common throughout the cord-dune Ipomoea pes-capre and Ipomoea stolonifera near the line of the beach usually not exceeding in the first 25m from the beginning of the vegetation toward the mainland In floristic analysis 124 species were identified that the richest families are Cyperaceae (11) Fabaceae (10) Asteraceae (7) Arecaceae (6) Myrtaceae (5) Rubiaceae (5) Araceae (4) Clusiaceae (4) and Melastomataceae (4) For the phytosociological information especially in Restinga Forest the most important species are Coccoloba alnifolia (VI = 15190) while Alibertia sp (VI = 11795) is the most important species in restinga bushes In compilations where floristic and phytosociological demonstrate the connectivity of the vegetation types vegetation characteristics for both in size and species as described by the geomorphology of the area Among the species identified Bactris soeiroana and Poecilanthe itapuana are endemic to the northern coast of Bahia in addition to said focal species and restricted distributions along the Brazilian coast In this regard it is of utmost importance to conservation of local vegetation due to their ecological complexity and pressure of the deployment of large hotel projects aspects relevant to the delimitation of the boundaries of Conservation Units (CUs)

Keywords Vegetation North Coast Coastal Plain

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 241 -

a partir de uma relaccedilatildeo particular com o ambiente Essa heterogeneidade vegetacional observada nas restingas eacute tambeacutem considerada por Rizzini (1997) ao utilizar o termo ldquocomplexo da restingardquo demonstrando a complexidade de formaccedilotildees Para Peixoto et al (2005) a vegetaccedilatildeo estaacute relacionada com a temperatura no entanto sabe-se que o solo eacute crucial para a composiccedilatildeo vegetal de restingas desde a formaccedilatildeo praial que sofre com o deacuteficit hiacutedrico e com a proximidade com o mar Um grande incremento do porte dos indiviacuteduos nesse tipo de vegetaccedilatildeo eacute indicado por Menezes et al (2007) aleacutem de apontar que o sistema de dunas ldquoblowoutrdquo eacute controla a origem e diferenciccedilatildeo das fitofisionomias locais

O objetivo deste trabalho visou contribuir com o conhecimento da vegetaccedilatildeo de um trecho da Restinga de Massarandupioacute no municiacutepio de Entre Rios-BA Brasil a fim de subsidiar a indicaccedilatildeo de aacutereas prioritaacuterias para a criaccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo no Litoral Norte do Estado da Bahia

2 mateRIal e meacutetodos

- Aacuterea de estudoO Litoral Norte da Bahia apresenta cerca de 200km de

restinga inserida na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APA do Litoral Norte localizado aproximadamente entre os paralelos 11deg30rsquo e 13deg00rsquoS e meridianos de 37deg20rsquo e 38deg00rsquoW eacute considerado do ponto de vista climaacutetico como uma aacuterea quente-uacutemida de relativa homogeneidade caracterizando-se por apresentar meacutedias teacutermicas elevadas e altos iacutendices pluviomeacutetricos distribuiacutedos regularmente ao longo de todos os meses do ano Os iacutendices pluviomeacutetricos anuais variam espacialmente de sul para o norte e situam-se entre 2000mm a 1200mm a respectivamente Os ventos dominantes sopram de sudeste (SE) registrando-se ainda fluxos de leste (E) e nordeste (NE) no veratildeo (Gonccedilalves 1991 apud Lyrio 1996) Cerca de 75 dos ventos satildeo de NE-E-SE sendo que deste percentual 18 de NE e 47 de E principalmente na primavera-veratildeo enquanto que durante o outono-inverno eacutepoca da chegada das frentes frias na regiatildeo os ventos predominantes satildeo os de SSE O municiacutepio de Entre Rios-BA (UTM 622178 8634251) representa para a regiatildeo relevante importacircncia turiacutestica haja vista a grande variedade de ambientes naturais

- Delineamento AmostralPara a anaacutelise fitossocioloacutegica apenas foram consideradas

as formaccedilotildees lenhosas terrestres (arbustivo-arboacuterea e arboacuterea) Nestas foram distribuiacutedas 5 parcelas de 10x10m cada ao longo de transecccedilotildees de 200m perfazendo um total de 2000msup2 de aacuterea amostrada Na formaccedilatildeo arboacuterea foram amostrados todos os indiviacuteduos com Circunferecircncia a Altura do Peito (CAP) ge10cm enquanto que para a arbustiva-arboacuterea os indiviacuteduos que apresentaram Circunferecircncia a Altura do Solo (CAS) ge5cm foram amostrados (Figura 2) A definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo nas amostragens se baseou nos conceitos de Taxocenose descritos por Scudeller et al (2001) que sugere que os trabalhos fitossocioloacutegicos feitos no Brasil considerem a comunidade (taxocenose) de arbustos e ou aacutervores ou comunidade (taxocenose) de subarbustos e ou ervas

- Paracircmetros FitossocioloacutegicosPara cumprimento dos objetivos escolheu-se traccedilar os

parametros fitossocioloacutegicos baacutesicos pois estes fornecem a relaccedilatildeo das espeacutecies mais abundantes com a composiccedilatildeo destas na comunidade como um todo Essa base descritiva permite natildeo soacute uma estimativa da diversidade como tambeacutem um diagnoacutestico raacutepido informaccedilotildees imprescindiacuteveis tanto para a bioprospecccedilatildeo quanto para a conservaccedilatildeo

Os paracircmetros fitossocioloacutegicos calculados foram Densidade Absoluta e Relativa (DA e DR) Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) Frequumlecircncia Absoluta e Relativa (FA e FR) Iacutendice de Valor de Importacircncia (IVI) e o Quoeficiente de Mistura (QM) Os valores relativos de dominacircncia (cobertura) densidade e frequumlecircncia foram utilizados para determinar o VI (Martins 2006) Segundo

Figura 1 Localizaccedilatildeo de Massarandupioacute (local de estudo) na APA do Litoral Norte da BahiaFigure 1 Location of Massarandupioacute (study site) the APA of the North Coast of the Bahia

Figura 2 Distribuiccedilatildeo das parcelas ao longo do transecto de 200mFigure 2 Distribution of plots along the transect of 200m

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 242 -

Mueller-Dombois amp Ellenberg (1974) qualquer um dos trecircs paracircmetros ndash Densidade Dominacircncia Frequumlecircncia ndash pode ser interpretado como Valor de Importacircncia (VI) jaacute que eacute o investigador quem determina qual destes eacute o mais importante para alcanccedilar os objetivos da pesquisa Neste caso o VI eacute a soma dos valores relativos das trecircs variaacuteveis Os dados da fitossociologia coletados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Excel

-Identificaccedilotildees FloristicasPara a identificaccedilatildeo das espeacutecies foram realizadas

caminhadas aleatoacuterias por trilhas preacute-existentes de forma que todas as formaccedilotildees fossem contempladas As coletas de material botacircnico se restringiram apenas aos espeacutecimes que se encontravam feacuterteis e natildeo identificados em campo sendo estes prensados segundo as teacutecnicas usuais (Bridson amp Forman 1992) Todo o material coletado foi triado e herborizado no Laboraacutetorio do Centro de Pesquisa em Ecologia e Conservaccedilatildeo Animal da Universidade Catoacutelica do Slavador (UCSalECOA) para posteriores identificaccedilotildees e adensamento da coleccedilatildeo de referecircncia do Herbaacuterio RADAMBRASIL do Jardim Botacircnico de Salavdor - Mata dos Oitis (JBSSA) Os espeacutecimes quando possiacutevel foram identificados em campo e neste caso com o uso de bibliografias especiacuteficas (Barroso 1978 Lorenzi 2002 Souza amp Lorenzi 2005) A revisatildeo nomenclatural foi baseada nas informaccedilotildees contidas no site International Plant Names Index (httpwwwipniorgipniplantnamesearchpagedo) enquanto que para a classificaccedilatildeo dos taxa foi utilizado o Sistema de Cronquist (1981)

Para a identificaccedilatildeo de espeacutecies ameaccediladas foram utilizadas as listas oficiais do IBAMA (httpwwwibamagovbr) e da IUCN (httpwwwiucnredlist org) que incluem distintas categorias de ameaccedila

3 Resultados e dIscussatildeo

A diversidade de ambientes ao longo das planiacutecies arenosas do litoral brasileiro suporta uma vegetaccedilatildeo com caracteriacutesticas distintas entre si no que se reflete em fisionomias vegetacionais complexas e dinacircmicas A deposiccedilatildeo de areia pelo mar as tempestades as correntes litoracircneas e os ventos modelaram uma topografia complexa e diversificada que pode assumir a forma de altas barreiras que bloqueiam a foz dos rios ou separam lagunas do mar de dunas moacuteveis ou ainda de planiacutecies de cordotildees arenosos de relevo pouco acidentado Esses depoacutesitos arenosos satildeo em geral cobertos por vegetaccedilatildeo muito diversificada e a esse conjunto de formaccedilotildees geomorfoloacutegicas e as diferentes comunidades bioloacutegicas (Lacerda et al 1982)

- Floristica Foram identificadas 136 espeacutecies distribuiacutedas em 59

familias botacircnicas sendo as famiacutelias de maior riqueza especiacutefica Cyperaceae (12) Fabaceae (10) Asteraceae (7) Arecaceae (7) Myrtaceae (5) Rubiaceae (5) Araceae (4) Clusiaceae (4) Poaceae (4) e Melastomataceae (4) Os dados encontrados nos estudos de Assumpccedilatildeo amp Nascimento (2000) Arauacutejo amp Henriques (1984) afirmam que Myrtaceae Rubiaceae e Fabaceae satildeo as famiacutelias mais comuns tanto nas restingas quanto em outras composiccedilotildees vegeacionais de Mata Atlacircntica onde assemelham-se aos resultados obtidos no presente estudo que demonstra a importacircncia dessas famiacutelias nas formaccedilotildees arbustivas e arboacutereas para as Restingas Brasileiras

As restingas haacute muito vecircem sendo estudadas principalmente pelos profissionais das aacutereas da geologia e da botacircnica De fato a paisagem dominante eacute caracterizada por uma variedade de depoacutesitos arenosos costeiros e diversas fisionomias vegetacionais aiacute instaladas A vegetaccedilatildeo se apresenta com fisionomias herbaacuteceas ateacute florestas com

Figura 3 Demarcaccedilatildeo de parcela (agrave esquerda) e coleta de circunferecircncia (CAS) (agrave direita) para estudo quantitativo na formaccedilatildeo aberta em moitasFigure 3 Demarcation of plots (left) and collection of a circle (CAS) (right) for a quantitative study on the formation open shrublands

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 243 -

aacutervores podendo alcanccedilar ateacute trinta metros de altura Dados representados na riqueza das famiacutelias que vatildeo do herbaacuteceo as Cyperaceas nas zonas uacutemidas como as Fabaceae e Myrtaceae nas Matas de Restingas em destaque as Clusiaceae das aacutereas de Restingas em Moitas aleacutem das Melastomataceae famiacutelia que caracterizam aacutereas onde a sua preservaccedilatildeo original foi perdida compilando ai um complexo de fitofisionomias interconectadas

As caracteriacutesticas dos depoacutesitos arenosos quaternaacuterios ao longo da costa brasileira variam de acordo com sua origem que por sua vez determina caracteriacutesticas edaacuteficas muito importantes para o desenvolvimento das plantas como por exemplo a textura do substrato ou pelas suas distintas fisiografias e topografias fatores estes muito influentes no desenvolvimento das espeacutecies vegetais de Restinga (Rizzini 1997 Waechter 1995)

Famiacutelia espeacutecie

Anacardiaceae

Anacardium occidentale L

Schinus terebinthifolius Raddi

Tapirira guianensis Aubl

Annonaceae Annona glabraL

ApocynaceaeHancornia speciosa Gomez

Hymatanthus sucuuba (Spruce) Woods

Araceae

Anthurium affine Schott

Montrichardia arborescens Schott

Philodendron acutatum Schott

Philodendron imbe Schott

Arecaceae

Allagoptera brevicalyx MMoraes

Atallea funifera Mart ex Spreng

Cocos nucifera L

Bactris soeiroana Noblick ex AJ Henderson

Bactris setosa (Mart)

Syagrus coronata (Mart) Becc

Syagrus schizophylla (Mart) Glassman

Asteraceae

Acriptotapus confertus (Gardner) RM King amp Robins

Ageratum conyzoides L

Calea sp

Conyza sumatrensis (Retz) E Walker

Elephantopus hirtiflorus DC

Sphagneticola trilobata (L) Pruski

Vernonia cotoneaster Less

Avicenniaceae Avicennia schaueriana Stapf amp Leechm ex Moldenke

Blechnaceae Blechnum serrulatum Rich

Bonnetiaceae Bonnetia stricta Mart

Boraginaceae Cordia nodosa Lam

BromeliaceaeAechmea multiflora LBSmith

Hohenbergia littoralis L B Smith

BurseraceaeProtium bahianum DCDaly

Protium heptaphyllum (Aubl) March

CactaceaeCereus pernambucensis Lam

Melocactus violaceus Pfeiffer

tabela 1 Lista das espeacutecies identificadas na aacuterea de estudotable 1 List of species identified in the study area

Caesalpiniaceae

Bauhinia sp

Chamaecrista ramosa (Vog) Irwin amp Barneby

Senna sp

Celastraceae Maytenus sp

ChrysobalanaceaeChrysobalanus icaco L

Hirtella ciliata Mart amp Zucc

Clusiaceae

Calophyllum brasiliense Cambess

Clusia hilariana Schltdl

Kielmeyera reticulata Saddi

Vismia guianensis DC

CombretaceaeConocarpus erectus L

Laguncularia racemosa CFGaertn

Commelinaceae Commelina sp

ConvolvulaceaeIpomoea pes-caprae (L) RBr

Ipomoea stolonifera JFGmel

Cyperaceae

Cyperus sp

Cyperus distans Beyr ex Kunth

Cyperus amabilis Vahl

Cyperus exaltatus Sol ex Kunth

Cyperus rigidus Vahl

Eleocharis interstincta (Vahl) Roem amp Schult

Fimbristylis cymosa RBr

Fuirena umbellata Rottb

Killinga sp

Remirea maritima Aubl

Rhynchospora exaltata Kunth

Scleria secans (L) Urb

DilleniaceaeDavilla flexuosa St Hil

Curatella americana L

Eriocaulaceae Sygonanthus imbricatus (Koenr) Kuhl

Erythroxylaceae Erythroxylum passerinum Mart

EuphorbiaceaeCroton selowii Baillon

Chamaesyce sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 244 -

Fabaceae

Andira nitida Mart

Bowdichia virgilioides Kunth

Inga affinis DC

Inga capitata Desv

Inga fagifolia Willd

Macrolobium latifolium Vog

Poecilanthe itapuana GPLewis

Rynchosia sp

Stylosanthes viscosa SW

Swartzia apeacutetala Raddi

Guttiferae Clusia hilariana Schleich

Icacinaceae Emmotum affine Miers

Krameriaceae Krameria spartiodes Klotzsch ex O Berg

Lamiaceae Marsypianthes chamaedrys Kuntze

Lauraceae Ocotea notata (Nees) Mez

LecythidaceaeEschweilera ovata (Cambess) Miers

Lecythis pisonis Cambess

Lentibulariaceae Utricularia subulata L

Loranthaceae Strutanthus sp

LythraceaeCuphea brachiata Mart ex Koehne

Cuphea flava Spreng

Malpighiaceae

Byrsonima blanchetiana Miq

Byrsonima sericea DC

Stigmaphyllon paralias Juss

Melastomataceae

Comolia ovalifolia (DC) Triana

Clidemia hirta (L) D Don

Miconia albicans Steud

Tibouchina sp

MimosaceaeMimosa pudica L

Stryphnodendron pulcherrimum (Willd) Hochr

Musaceae Heliconia psittacorum L f

Myrtaceae

Calycolpus legrandii Mattos

Eugenia sp

Myrcia rostrata DC

Myrcia sp

Myrciaria floribunda OBerg

Nyctaginaceae Guapira pernambucensis (Casar) Lundell

Nymphaeaceae Nymphaea rudgeana G Mey

Ochnaceae Ouratea suaveolans (St Hil) Engler

OrchidaceaeEpidendrum cinnabarinum Salzm ex Lindl

Vanilla bahiana Hoehne

Poaceae

Panicum racemosum Spreng

Dactyloctenium aegyptium (L) K Richt

Sporobolus virginicus Kunth

Trachypogon spicatus Kunth

PolygalaceaePolygala cyparissias St Hil

Polygala sp

Polygonaceae

Coccoloba alnifolia Casar

Coccoloba laevis Casar

Coccoloba sp

Pteridaceae Acrostichum aureum L

Rhizophoraceae Rhizophora mangle L

Rubiaceae

Alibertia sp

Borreria verticillata GMey

Guettarda platypoda DC

Tocoyena formosa (Cham et Schldl) K Shum

Psicothrya sp

Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart

SapotaceaeManilkara salzmanii (A DC) Lamarck

Pouteria grandiflora (A DC) Baehni

Scrophulariaceae Angelonia cornigera Hook f

Smilacaceae Smilax sp

SolanaceaeSchwenckia sp

Solanum auriculatum Mart ex Dun

Typhaceae Typha angustifolia L

VerbenaceaeLantana radula Sw

Diospyrus sp

Vochysiaceae Vochysia tucanorum Mart

Xyridaceae Xyris sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

a) manguezais Este ocorre ao longo de toda zona estuarina do Rio Subauacutema localizado no Municiacutepio de Massarandupio sendo um dos principais ecossistemas objeto de extrativismo na regiatildeo Quanto a sua vegetaccedilatildeo Rhizophora mangle L e Laguncularia racemosa CFGaertn satildeo as espeacutecies mais frequumlentes nas zonas sob maior influecircncia da mareacute (Figura 4) enquanto que Avicenia shaueriana nas zonas sob menos influecircncia e Conocarpus erectus com ocorrecircncia mais restrita agraves zonas de transiccedilatildeo R manglee L racemosa satildeo as espeacutecies dominantes e formam um dossel denso com cerca de 15 m de altura sendo que alguns indiviacuteduos podem alcanccedilar ateacute 20 m de altura Parte do manguezal encontra-se em transiccedilatildeo com a zona uacutemida Nestes trechos onde a influecircncia salina eacute menor eacute comum a ocorrecircncia de espeacutecies herbaacuteceas tipicamente dulciacutecolas como Eleocharis interstinctab) Zonas Uacutemidas Essas podem ter origem ou da inundaccedilatildeo das planiacutecies fluviais (sistemas perenes) ou das zonas de deflaccedilatildeo dos campos de dunas tipo ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004) (sistemas natildeo perenes) Nos sistemas perenes que se encontram constantemente abastecidos pela drenagem continental ocorre uma vegetaccedilatildeo peculiar com predomiacutenio de plantas herbaacuteceas de pequeno porte onde o ldquojuncordquo Eleocharis interstincta eacute muito comum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 245 -

Figura 4 Laguncularia racemosa (a esquerda) e Rhyzophora mangle (a direita) espeacutecies dominantes no manguezal localFigure 4 Laguncularia racemosa (left) and Rhyzophora mangle (right) the dominant species in the mangrove site

assim como Thypa angustifolia e Cyperus rigidus Cyperus sp Nymphaea rudgeana dentre as espeacutecies arboacutereas se destacam o ldquomusserenguerdquo (Bonnetia stricta) e o ldquoaraticum-de-brejordquo (Annona glabra) principalmente nos sistemas perenes Os sistemas natildeo perenes que se encontram associados agraves zonas de deflaccedilatildeo no campo de dunas que durante os meses de chuvas apresentam afloramento do lenccedilol freaacutetico tendo como espeacutecies mais comuns Schwenckia sp Comolia ovalifolia e uma espeacutecie da famiacutelia Eriocaulaceae (ainda natildeo identificada) Cuphea flava e Borreria verticilata Neste sistema Conocarpus erectus Myrcia sp e Tocoyena formosa se desenvolvem em moitas intercaladas com vegetaccedilatildeo herbaacuteceac) mata de Restinga Este tipo vegetacional se encontra associado a sedimentos mais antigos dos Leques Aluviais Pleistocecircnicos ou de ocorrecircncia em aacutereas a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004 Menezes et al 2007) onde as condiccedilotildees ambientais locais favorecem a formaccedilatildeo de uma floresta escleroacutefila de fitofisionomia florestal fechada de dossel com 7 - 10m de altura aproximadamente nesta formaccedilatildeo as espeacutecies mais comuns satildeo Kielmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Coccoloba sp Ouratea suaveolans Myrcia rostrata Myrcia sp Calycolpus legrandi Anacardium occidentale Manilkara salzmanii Lecythis pisones Byrsonima sericea Emmotum affine Hirtella ciliata e Pouteria grandiflora Scleria secans e Davilla flexuosa encontram-se associadas a aacutereas mais abertas enquanto Anthurium affine encontra-se associada ao sub-bosque

e) Vegetaccedilatildeo Praial Nesta se encontra nuacutemero reduzido de espeacutecies de pequeno porte e de aparecircncia rasteira sendo de largura pouco variaacutevel natildeo ultrapassando geralmente de 50m de extensatildeo sobre o cordatildeo-duna e dunas frontais locais Ocorrem alguns arbustos como Chrysobalanus icaco Quanto agrave disposiccedilatildeo das espeacutecies Remirea maritima e Panicum racemosum ambas estoloniacuteferas juntamente com Marsypianthes chamaedrys e Chamaesyce hyssopifolia satildeo comuns ao longo de todo o cordatildeo-duna Ipomoea pes-capre e Ipomoea stolonifera proacutexima agrave linha de praia natildeo ultrapassando geralmente nos primeiros 25m a partir do iniacutecio da vegetaccedilatildeo e em direccedilatildeo ao continente Polygala sp Sporobolus virginicus Commelina sp Dactyloctenium aegyptium e Chamaecrista ramosa soacute foram observadas nas porccedilotildees voltadas para o continente Na formaccedilatildeo praial eacute marcante a presenccedila do coco-da-baia Cocos nucifera espeacutecie caracteriacutestica e intimamente associada agrave vegetaccedilatildeo litoracircnea da Bahia

- Fitossociologia A fitossociologia eacute uma ferramenta que detalha a

distribuiccedilatildeo dos indiviacuteduos e espeacutecies no plano horizontal e o gradiente de relacionamento no sentido vertical eacute incrementado com os dados referentes a distribuiccedilatildeo diameacutetrica anaacutelise de agrupamentos de parcelas e espeacutecies e associaccedilatildeo interespeciacutefica

Nas analises verticais no que se refere ao Quociente de mistura (QM) de Jentisch que demonstra a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de indiviacuteduos e o nuacutemero de espeacutecies encontradas na

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 246 -

Figura 5 Zonas Uacutemidas em Zona de Deflaccedilatildeo do campo de Dunas BlowoutFigure 5 Wetlands in Deflation Zone et the Blowout dune field

Figura 6 Aspecto do dossel da mata de restinga que se desenvolve a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquoFigure 6 Aspect of the canopy of the Restinga Forest et the lee of the Bloeout dune system

Figura 7 Aspecto do interior da Mata de restinga Massarandupio-BAFigure 7 Aspect of the interior of the Restinga Forest

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 3: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 241 -

a partir de uma relaccedilatildeo particular com o ambiente Essa heterogeneidade vegetacional observada nas restingas eacute tambeacutem considerada por Rizzini (1997) ao utilizar o termo ldquocomplexo da restingardquo demonstrando a complexidade de formaccedilotildees Para Peixoto et al (2005) a vegetaccedilatildeo estaacute relacionada com a temperatura no entanto sabe-se que o solo eacute crucial para a composiccedilatildeo vegetal de restingas desde a formaccedilatildeo praial que sofre com o deacuteficit hiacutedrico e com a proximidade com o mar Um grande incremento do porte dos indiviacuteduos nesse tipo de vegetaccedilatildeo eacute indicado por Menezes et al (2007) aleacutem de apontar que o sistema de dunas ldquoblowoutrdquo eacute controla a origem e diferenciccedilatildeo das fitofisionomias locais

O objetivo deste trabalho visou contribuir com o conhecimento da vegetaccedilatildeo de um trecho da Restinga de Massarandupioacute no municiacutepio de Entre Rios-BA Brasil a fim de subsidiar a indicaccedilatildeo de aacutereas prioritaacuterias para a criaccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo no Litoral Norte do Estado da Bahia

2 mateRIal e meacutetodos

- Aacuterea de estudoO Litoral Norte da Bahia apresenta cerca de 200km de

restinga inserida na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APA do Litoral Norte localizado aproximadamente entre os paralelos 11deg30rsquo e 13deg00rsquoS e meridianos de 37deg20rsquo e 38deg00rsquoW eacute considerado do ponto de vista climaacutetico como uma aacuterea quente-uacutemida de relativa homogeneidade caracterizando-se por apresentar meacutedias teacutermicas elevadas e altos iacutendices pluviomeacutetricos distribuiacutedos regularmente ao longo de todos os meses do ano Os iacutendices pluviomeacutetricos anuais variam espacialmente de sul para o norte e situam-se entre 2000mm a 1200mm a respectivamente Os ventos dominantes sopram de sudeste (SE) registrando-se ainda fluxos de leste (E) e nordeste (NE) no veratildeo (Gonccedilalves 1991 apud Lyrio 1996) Cerca de 75 dos ventos satildeo de NE-E-SE sendo que deste percentual 18 de NE e 47 de E principalmente na primavera-veratildeo enquanto que durante o outono-inverno eacutepoca da chegada das frentes frias na regiatildeo os ventos predominantes satildeo os de SSE O municiacutepio de Entre Rios-BA (UTM 622178 8634251) representa para a regiatildeo relevante importacircncia turiacutestica haja vista a grande variedade de ambientes naturais

- Delineamento AmostralPara a anaacutelise fitossocioloacutegica apenas foram consideradas

as formaccedilotildees lenhosas terrestres (arbustivo-arboacuterea e arboacuterea) Nestas foram distribuiacutedas 5 parcelas de 10x10m cada ao longo de transecccedilotildees de 200m perfazendo um total de 2000msup2 de aacuterea amostrada Na formaccedilatildeo arboacuterea foram amostrados todos os indiviacuteduos com Circunferecircncia a Altura do Peito (CAP) ge10cm enquanto que para a arbustiva-arboacuterea os indiviacuteduos que apresentaram Circunferecircncia a Altura do Solo (CAS) ge5cm foram amostrados (Figura 2) A definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo nas amostragens se baseou nos conceitos de Taxocenose descritos por Scudeller et al (2001) que sugere que os trabalhos fitossocioloacutegicos feitos no Brasil considerem a comunidade (taxocenose) de arbustos e ou aacutervores ou comunidade (taxocenose) de subarbustos e ou ervas

- Paracircmetros FitossocioloacutegicosPara cumprimento dos objetivos escolheu-se traccedilar os

parametros fitossocioloacutegicos baacutesicos pois estes fornecem a relaccedilatildeo das espeacutecies mais abundantes com a composiccedilatildeo destas na comunidade como um todo Essa base descritiva permite natildeo soacute uma estimativa da diversidade como tambeacutem um diagnoacutestico raacutepido informaccedilotildees imprescindiacuteveis tanto para a bioprospecccedilatildeo quanto para a conservaccedilatildeo

Os paracircmetros fitossocioloacutegicos calculados foram Densidade Absoluta e Relativa (DA e DR) Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) Frequumlecircncia Absoluta e Relativa (FA e FR) Iacutendice de Valor de Importacircncia (IVI) e o Quoeficiente de Mistura (QM) Os valores relativos de dominacircncia (cobertura) densidade e frequumlecircncia foram utilizados para determinar o VI (Martins 2006) Segundo

Figura 1 Localizaccedilatildeo de Massarandupioacute (local de estudo) na APA do Litoral Norte da BahiaFigure 1 Location of Massarandupioacute (study site) the APA of the North Coast of the Bahia

Figura 2 Distribuiccedilatildeo das parcelas ao longo do transecto de 200mFigure 2 Distribution of plots along the transect of 200m

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 242 -

Mueller-Dombois amp Ellenberg (1974) qualquer um dos trecircs paracircmetros ndash Densidade Dominacircncia Frequumlecircncia ndash pode ser interpretado como Valor de Importacircncia (VI) jaacute que eacute o investigador quem determina qual destes eacute o mais importante para alcanccedilar os objetivos da pesquisa Neste caso o VI eacute a soma dos valores relativos das trecircs variaacuteveis Os dados da fitossociologia coletados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Excel

-Identificaccedilotildees FloristicasPara a identificaccedilatildeo das espeacutecies foram realizadas

caminhadas aleatoacuterias por trilhas preacute-existentes de forma que todas as formaccedilotildees fossem contempladas As coletas de material botacircnico se restringiram apenas aos espeacutecimes que se encontravam feacuterteis e natildeo identificados em campo sendo estes prensados segundo as teacutecnicas usuais (Bridson amp Forman 1992) Todo o material coletado foi triado e herborizado no Laboraacutetorio do Centro de Pesquisa em Ecologia e Conservaccedilatildeo Animal da Universidade Catoacutelica do Slavador (UCSalECOA) para posteriores identificaccedilotildees e adensamento da coleccedilatildeo de referecircncia do Herbaacuterio RADAMBRASIL do Jardim Botacircnico de Salavdor - Mata dos Oitis (JBSSA) Os espeacutecimes quando possiacutevel foram identificados em campo e neste caso com o uso de bibliografias especiacuteficas (Barroso 1978 Lorenzi 2002 Souza amp Lorenzi 2005) A revisatildeo nomenclatural foi baseada nas informaccedilotildees contidas no site International Plant Names Index (httpwwwipniorgipniplantnamesearchpagedo) enquanto que para a classificaccedilatildeo dos taxa foi utilizado o Sistema de Cronquist (1981)

Para a identificaccedilatildeo de espeacutecies ameaccediladas foram utilizadas as listas oficiais do IBAMA (httpwwwibamagovbr) e da IUCN (httpwwwiucnredlist org) que incluem distintas categorias de ameaccedila

3 Resultados e dIscussatildeo

A diversidade de ambientes ao longo das planiacutecies arenosas do litoral brasileiro suporta uma vegetaccedilatildeo com caracteriacutesticas distintas entre si no que se reflete em fisionomias vegetacionais complexas e dinacircmicas A deposiccedilatildeo de areia pelo mar as tempestades as correntes litoracircneas e os ventos modelaram uma topografia complexa e diversificada que pode assumir a forma de altas barreiras que bloqueiam a foz dos rios ou separam lagunas do mar de dunas moacuteveis ou ainda de planiacutecies de cordotildees arenosos de relevo pouco acidentado Esses depoacutesitos arenosos satildeo em geral cobertos por vegetaccedilatildeo muito diversificada e a esse conjunto de formaccedilotildees geomorfoloacutegicas e as diferentes comunidades bioloacutegicas (Lacerda et al 1982)

- Floristica Foram identificadas 136 espeacutecies distribuiacutedas em 59

familias botacircnicas sendo as famiacutelias de maior riqueza especiacutefica Cyperaceae (12) Fabaceae (10) Asteraceae (7) Arecaceae (7) Myrtaceae (5) Rubiaceae (5) Araceae (4) Clusiaceae (4) Poaceae (4) e Melastomataceae (4) Os dados encontrados nos estudos de Assumpccedilatildeo amp Nascimento (2000) Arauacutejo amp Henriques (1984) afirmam que Myrtaceae Rubiaceae e Fabaceae satildeo as famiacutelias mais comuns tanto nas restingas quanto em outras composiccedilotildees vegeacionais de Mata Atlacircntica onde assemelham-se aos resultados obtidos no presente estudo que demonstra a importacircncia dessas famiacutelias nas formaccedilotildees arbustivas e arboacutereas para as Restingas Brasileiras

As restingas haacute muito vecircem sendo estudadas principalmente pelos profissionais das aacutereas da geologia e da botacircnica De fato a paisagem dominante eacute caracterizada por uma variedade de depoacutesitos arenosos costeiros e diversas fisionomias vegetacionais aiacute instaladas A vegetaccedilatildeo se apresenta com fisionomias herbaacuteceas ateacute florestas com

Figura 3 Demarcaccedilatildeo de parcela (agrave esquerda) e coleta de circunferecircncia (CAS) (agrave direita) para estudo quantitativo na formaccedilatildeo aberta em moitasFigure 3 Demarcation of plots (left) and collection of a circle (CAS) (right) for a quantitative study on the formation open shrublands

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 243 -

aacutervores podendo alcanccedilar ateacute trinta metros de altura Dados representados na riqueza das famiacutelias que vatildeo do herbaacuteceo as Cyperaceas nas zonas uacutemidas como as Fabaceae e Myrtaceae nas Matas de Restingas em destaque as Clusiaceae das aacutereas de Restingas em Moitas aleacutem das Melastomataceae famiacutelia que caracterizam aacutereas onde a sua preservaccedilatildeo original foi perdida compilando ai um complexo de fitofisionomias interconectadas

As caracteriacutesticas dos depoacutesitos arenosos quaternaacuterios ao longo da costa brasileira variam de acordo com sua origem que por sua vez determina caracteriacutesticas edaacuteficas muito importantes para o desenvolvimento das plantas como por exemplo a textura do substrato ou pelas suas distintas fisiografias e topografias fatores estes muito influentes no desenvolvimento das espeacutecies vegetais de Restinga (Rizzini 1997 Waechter 1995)

Famiacutelia espeacutecie

Anacardiaceae

Anacardium occidentale L

Schinus terebinthifolius Raddi

Tapirira guianensis Aubl

Annonaceae Annona glabraL

ApocynaceaeHancornia speciosa Gomez

Hymatanthus sucuuba (Spruce) Woods

Araceae

Anthurium affine Schott

Montrichardia arborescens Schott

Philodendron acutatum Schott

Philodendron imbe Schott

Arecaceae

Allagoptera brevicalyx MMoraes

Atallea funifera Mart ex Spreng

Cocos nucifera L

Bactris soeiroana Noblick ex AJ Henderson

Bactris setosa (Mart)

Syagrus coronata (Mart) Becc

Syagrus schizophylla (Mart) Glassman

Asteraceae

Acriptotapus confertus (Gardner) RM King amp Robins

Ageratum conyzoides L

Calea sp

Conyza sumatrensis (Retz) E Walker

Elephantopus hirtiflorus DC

Sphagneticola trilobata (L) Pruski

Vernonia cotoneaster Less

Avicenniaceae Avicennia schaueriana Stapf amp Leechm ex Moldenke

Blechnaceae Blechnum serrulatum Rich

Bonnetiaceae Bonnetia stricta Mart

Boraginaceae Cordia nodosa Lam

BromeliaceaeAechmea multiflora LBSmith

Hohenbergia littoralis L B Smith

BurseraceaeProtium bahianum DCDaly

Protium heptaphyllum (Aubl) March

CactaceaeCereus pernambucensis Lam

Melocactus violaceus Pfeiffer

tabela 1 Lista das espeacutecies identificadas na aacuterea de estudotable 1 List of species identified in the study area

Caesalpiniaceae

Bauhinia sp

Chamaecrista ramosa (Vog) Irwin amp Barneby

Senna sp

Celastraceae Maytenus sp

ChrysobalanaceaeChrysobalanus icaco L

Hirtella ciliata Mart amp Zucc

Clusiaceae

Calophyllum brasiliense Cambess

Clusia hilariana Schltdl

Kielmeyera reticulata Saddi

Vismia guianensis DC

CombretaceaeConocarpus erectus L

Laguncularia racemosa CFGaertn

Commelinaceae Commelina sp

ConvolvulaceaeIpomoea pes-caprae (L) RBr

Ipomoea stolonifera JFGmel

Cyperaceae

Cyperus sp

Cyperus distans Beyr ex Kunth

Cyperus amabilis Vahl

Cyperus exaltatus Sol ex Kunth

Cyperus rigidus Vahl

Eleocharis interstincta (Vahl) Roem amp Schult

Fimbristylis cymosa RBr

Fuirena umbellata Rottb

Killinga sp

Remirea maritima Aubl

Rhynchospora exaltata Kunth

Scleria secans (L) Urb

DilleniaceaeDavilla flexuosa St Hil

Curatella americana L

Eriocaulaceae Sygonanthus imbricatus (Koenr) Kuhl

Erythroxylaceae Erythroxylum passerinum Mart

EuphorbiaceaeCroton selowii Baillon

Chamaesyce sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 244 -

Fabaceae

Andira nitida Mart

Bowdichia virgilioides Kunth

Inga affinis DC

Inga capitata Desv

Inga fagifolia Willd

Macrolobium latifolium Vog

Poecilanthe itapuana GPLewis

Rynchosia sp

Stylosanthes viscosa SW

Swartzia apeacutetala Raddi

Guttiferae Clusia hilariana Schleich

Icacinaceae Emmotum affine Miers

Krameriaceae Krameria spartiodes Klotzsch ex O Berg

Lamiaceae Marsypianthes chamaedrys Kuntze

Lauraceae Ocotea notata (Nees) Mez

LecythidaceaeEschweilera ovata (Cambess) Miers

Lecythis pisonis Cambess

Lentibulariaceae Utricularia subulata L

Loranthaceae Strutanthus sp

LythraceaeCuphea brachiata Mart ex Koehne

Cuphea flava Spreng

Malpighiaceae

Byrsonima blanchetiana Miq

Byrsonima sericea DC

Stigmaphyllon paralias Juss

Melastomataceae

Comolia ovalifolia (DC) Triana

Clidemia hirta (L) D Don

Miconia albicans Steud

Tibouchina sp

MimosaceaeMimosa pudica L

Stryphnodendron pulcherrimum (Willd) Hochr

Musaceae Heliconia psittacorum L f

Myrtaceae

Calycolpus legrandii Mattos

Eugenia sp

Myrcia rostrata DC

Myrcia sp

Myrciaria floribunda OBerg

Nyctaginaceae Guapira pernambucensis (Casar) Lundell

Nymphaeaceae Nymphaea rudgeana G Mey

Ochnaceae Ouratea suaveolans (St Hil) Engler

OrchidaceaeEpidendrum cinnabarinum Salzm ex Lindl

Vanilla bahiana Hoehne

Poaceae

Panicum racemosum Spreng

Dactyloctenium aegyptium (L) K Richt

Sporobolus virginicus Kunth

Trachypogon spicatus Kunth

PolygalaceaePolygala cyparissias St Hil

Polygala sp

Polygonaceae

Coccoloba alnifolia Casar

Coccoloba laevis Casar

Coccoloba sp

Pteridaceae Acrostichum aureum L

Rhizophoraceae Rhizophora mangle L

Rubiaceae

Alibertia sp

Borreria verticillata GMey

Guettarda platypoda DC

Tocoyena formosa (Cham et Schldl) K Shum

Psicothrya sp

Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart

SapotaceaeManilkara salzmanii (A DC) Lamarck

Pouteria grandiflora (A DC) Baehni

Scrophulariaceae Angelonia cornigera Hook f

Smilacaceae Smilax sp

SolanaceaeSchwenckia sp

Solanum auriculatum Mart ex Dun

Typhaceae Typha angustifolia L

VerbenaceaeLantana radula Sw

Diospyrus sp

Vochysiaceae Vochysia tucanorum Mart

Xyridaceae Xyris sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

a) manguezais Este ocorre ao longo de toda zona estuarina do Rio Subauacutema localizado no Municiacutepio de Massarandupio sendo um dos principais ecossistemas objeto de extrativismo na regiatildeo Quanto a sua vegetaccedilatildeo Rhizophora mangle L e Laguncularia racemosa CFGaertn satildeo as espeacutecies mais frequumlentes nas zonas sob maior influecircncia da mareacute (Figura 4) enquanto que Avicenia shaueriana nas zonas sob menos influecircncia e Conocarpus erectus com ocorrecircncia mais restrita agraves zonas de transiccedilatildeo R manglee L racemosa satildeo as espeacutecies dominantes e formam um dossel denso com cerca de 15 m de altura sendo que alguns indiviacuteduos podem alcanccedilar ateacute 20 m de altura Parte do manguezal encontra-se em transiccedilatildeo com a zona uacutemida Nestes trechos onde a influecircncia salina eacute menor eacute comum a ocorrecircncia de espeacutecies herbaacuteceas tipicamente dulciacutecolas como Eleocharis interstinctab) Zonas Uacutemidas Essas podem ter origem ou da inundaccedilatildeo das planiacutecies fluviais (sistemas perenes) ou das zonas de deflaccedilatildeo dos campos de dunas tipo ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004) (sistemas natildeo perenes) Nos sistemas perenes que se encontram constantemente abastecidos pela drenagem continental ocorre uma vegetaccedilatildeo peculiar com predomiacutenio de plantas herbaacuteceas de pequeno porte onde o ldquojuncordquo Eleocharis interstincta eacute muito comum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 245 -

Figura 4 Laguncularia racemosa (a esquerda) e Rhyzophora mangle (a direita) espeacutecies dominantes no manguezal localFigure 4 Laguncularia racemosa (left) and Rhyzophora mangle (right) the dominant species in the mangrove site

assim como Thypa angustifolia e Cyperus rigidus Cyperus sp Nymphaea rudgeana dentre as espeacutecies arboacutereas se destacam o ldquomusserenguerdquo (Bonnetia stricta) e o ldquoaraticum-de-brejordquo (Annona glabra) principalmente nos sistemas perenes Os sistemas natildeo perenes que se encontram associados agraves zonas de deflaccedilatildeo no campo de dunas que durante os meses de chuvas apresentam afloramento do lenccedilol freaacutetico tendo como espeacutecies mais comuns Schwenckia sp Comolia ovalifolia e uma espeacutecie da famiacutelia Eriocaulaceae (ainda natildeo identificada) Cuphea flava e Borreria verticilata Neste sistema Conocarpus erectus Myrcia sp e Tocoyena formosa se desenvolvem em moitas intercaladas com vegetaccedilatildeo herbaacuteceac) mata de Restinga Este tipo vegetacional se encontra associado a sedimentos mais antigos dos Leques Aluviais Pleistocecircnicos ou de ocorrecircncia em aacutereas a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004 Menezes et al 2007) onde as condiccedilotildees ambientais locais favorecem a formaccedilatildeo de uma floresta escleroacutefila de fitofisionomia florestal fechada de dossel com 7 - 10m de altura aproximadamente nesta formaccedilatildeo as espeacutecies mais comuns satildeo Kielmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Coccoloba sp Ouratea suaveolans Myrcia rostrata Myrcia sp Calycolpus legrandi Anacardium occidentale Manilkara salzmanii Lecythis pisones Byrsonima sericea Emmotum affine Hirtella ciliata e Pouteria grandiflora Scleria secans e Davilla flexuosa encontram-se associadas a aacutereas mais abertas enquanto Anthurium affine encontra-se associada ao sub-bosque

e) Vegetaccedilatildeo Praial Nesta se encontra nuacutemero reduzido de espeacutecies de pequeno porte e de aparecircncia rasteira sendo de largura pouco variaacutevel natildeo ultrapassando geralmente de 50m de extensatildeo sobre o cordatildeo-duna e dunas frontais locais Ocorrem alguns arbustos como Chrysobalanus icaco Quanto agrave disposiccedilatildeo das espeacutecies Remirea maritima e Panicum racemosum ambas estoloniacuteferas juntamente com Marsypianthes chamaedrys e Chamaesyce hyssopifolia satildeo comuns ao longo de todo o cordatildeo-duna Ipomoea pes-capre e Ipomoea stolonifera proacutexima agrave linha de praia natildeo ultrapassando geralmente nos primeiros 25m a partir do iniacutecio da vegetaccedilatildeo e em direccedilatildeo ao continente Polygala sp Sporobolus virginicus Commelina sp Dactyloctenium aegyptium e Chamaecrista ramosa soacute foram observadas nas porccedilotildees voltadas para o continente Na formaccedilatildeo praial eacute marcante a presenccedila do coco-da-baia Cocos nucifera espeacutecie caracteriacutestica e intimamente associada agrave vegetaccedilatildeo litoracircnea da Bahia

- Fitossociologia A fitossociologia eacute uma ferramenta que detalha a

distribuiccedilatildeo dos indiviacuteduos e espeacutecies no plano horizontal e o gradiente de relacionamento no sentido vertical eacute incrementado com os dados referentes a distribuiccedilatildeo diameacutetrica anaacutelise de agrupamentos de parcelas e espeacutecies e associaccedilatildeo interespeciacutefica

Nas analises verticais no que se refere ao Quociente de mistura (QM) de Jentisch que demonstra a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de indiviacuteduos e o nuacutemero de espeacutecies encontradas na

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 246 -

Figura 5 Zonas Uacutemidas em Zona de Deflaccedilatildeo do campo de Dunas BlowoutFigure 5 Wetlands in Deflation Zone et the Blowout dune field

Figura 6 Aspecto do dossel da mata de restinga que se desenvolve a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquoFigure 6 Aspect of the canopy of the Restinga Forest et the lee of the Bloeout dune system

Figura 7 Aspecto do interior da Mata de restinga Massarandupio-BAFigure 7 Aspect of the interior of the Restinga Forest

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 4: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 242 -

Mueller-Dombois amp Ellenberg (1974) qualquer um dos trecircs paracircmetros ndash Densidade Dominacircncia Frequumlecircncia ndash pode ser interpretado como Valor de Importacircncia (VI) jaacute que eacute o investigador quem determina qual destes eacute o mais importante para alcanccedilar os objetivos da pesquisa Neste caso o VI eacute a soma dos valores relativos das trecircs variaacuteveis Os dados da fitossociologia coletados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Excel

-Identificaccedilotildees FloristicasPara a identificaccedilatildeo das espeacutecies foram realizadas

caminhadas aleatoacuterias por trilhas preacute-existentes de forma que todas as formaccedilotildees fossem contempladas As coletas de material botacircnico se restringiram apenas aos espeacutecimes que se encontravam feacuterteis e natildeo identificados em campo sendo estes prensados segundo as teacutecnicas usuais (Bridson amp Forman 1992) Todo o material coletado foi triado e herborizado no Laboraacutetorio do Centro de Pesquisa em Ecologia e Conservaccedilatildeo Animal da Universidade Catoacutelica do Slavador (UCSalECOA) para posteriores identificaccedilotildees e adensamento da coleccedilatildeo de referecircncia do Herbaacuterio RADAMBRASIL do Jardim Botacircnico de Salavdor - Mata dos Oitis (JBSSA) Os espeacutecimes quando possiacutevel foram identificados em campo e neste caso com o uso de bibliografias especiacuteficas (Barroso 1978 Lorenzi 2002 Souza amp Lorenzi 2005) A revisatildeo nomenclatural foi baseada nas informaccedilotildees contidas no site International Plant Names Index (httpwwwipniorgipniplantnamesearchpagedo) enquanto que para a classificaccedilatildeo dos taxa foi utilizado o Sistema de Cronquist (1981)

Para a identificaccedilatildeo de espeacutecies ameaccediladas foram utilizadas as listas oficiais do IBAMA (httpwwwibamagovbr) e da IUCN (httpwwwiucnredlist org) que incluem distintas categorias de ameaccedila

3 Resultados e dIscussatildeo

A diversidade de ambientes ao longo das planiacutecies arenosas do litoral brasileiro suporta uma vegetaccedilatildeo com caracteriacutesticas distintas entre si no que se reflete em fisionomias vegetacionais complexas e dinacircmicas A deposiccedilatildeo de areia pelo mar as tempestades as correntes litoracircneas e os ventos modelaram uma topografia complexa e diversificada que pode assumir a forma de altas barreiras que bloqueiam a foz dos rios ou separam lagunas do mar de dunas moacuteveis ou ainda de planiacutecies de cordotildees arenosos de relevo pouco acidentado Esses depoacutesitos arenosos satildeo em geral cobertos por vegetaccedilatildeo muito diversificada e a esse conjunto de formaccedilotildees geomorfoloacutegicas e as diferentes comunidades bioloacutegicas (Lacerda et al 1982)

- Floristica Foram identificadas 136 espeacutecies distribuiacutedas em 59

familias botacircnicas sendo as famiacutelias de maior riqueza especiacutefica Cyperaceae (12) Fabaceae (10) Asteraceae (7) Arecaceae (7) Myrtaceae (5) Rubiaceae (5) Araceae (4) Clusiaceae (4) Poaceae (4) e Melastomataceae (4) Os dados encontrados nos estudos de Assumpccedilatildeo amp Nascimento (2000) Arauacutejo amp Henriques (1984) afirmam que Myrtaceae Rubiaceae e Fabaceae satildeo as famiacutelias mais comuns tanto nas restingas quanto em outras composiccedilotildees vegeacionais de Mata Atlacircntica onde assemelham-se aos resultados obtidos no presente estudo que demonstra a importacircncia dessas famiacutelias nas formaccedilotildees arbustivas e arboacutereas para as Restingas Brasileiras

As restingas haacute muito vecircem sendo estudadas principalmente pelos profissionais das aacutereas da geologia e da botacircnica De fato a paisagem dominante eacute caracterizada por uma variedade de depoacutesitos arenosos costeiros e diversas fisionomias vegetacionais aiacute instaladas A vegetaccedilatildeo se apresenta com fisionomias herbaacuteceas ateacute florestas com

Figura 3 Demarcaccedilatildeo de parcela (agrave esquerda) e coleta de circunferecircncia (CAS) (agrave direita) para estudo quantitativo na formaccedilatildeo aberta em moitasFigure 3 Demarcation of plots (left) and collection of a circle (CAS) (right) for a quantitative study on the formation open shrublands

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 243 -

aacutervores podendo alcanccedilar ateacute trinta metros de altura Dados representados na riqueza das famiacutelias que vatildeo do herbaacuteceo as Cyperaceas nas zonas uacutemidas como as Fabaceae e Myrtaceae nas Matas de Restingas em destaque as Clusiaceae das aacutereas de Restingas em Moitas aleacutem das Melastomataceae famiacutelia que caracterizam aacutereas onde a sua preservaccedilatildeo original foi perdida compilando ai um complexo de fitofisionomias interconectadas

As caracteriacutesticas dos depoacutesitos arenosos quaternaacuterios ao longo da costa brasileira variam de acordo com sua origem que por sua vez determina caracteriacutesticas edaacuteficas muito importantes para o desenvolvimento das plantas como por exemplo a textura do substrato ou pelas suas distintas fisiografias e topografias fatores estes muito influentes no desenvolvimento das espeacutecies vegetais de Restinga (Rizzini 1997 Waechter 1995)

Famiacutelia espeacutecie

Anacardiaceae

Anacardium occidentale L

Schinus terebinthifolius Raddi

Tapirira guianensis Aubl

Annonaceae Annona glabraL

ApocynaceaeHancornia speciosa Gomez

Hymatanthus sucuuba (Spruce) Woods

Araceae

Anthurium affine Schott

Montrichardia arborescens Schott

Philodendron acutatum Schott

Philodendron imbe Schott

Arecaceae

Allagoptera brevicalyx MMoraes

Atallea funifera Mart ex Spreng

Cocos nucifera L

Bactris soeiroana Noblick ex AJ Henderson

Bactris setosa (Mart)

Syagrus coronata (Mart) Becc

Syagrus schizophylla (Mart) Glassman

Asteraceae

Acriptotapus confertus (Gardner) RM King amp Robins

Ageratum conyzoides L

Calea sp

Conyza sumatrensis (Retz) E Walker

Elephantopus hirtiflorus DC

Sphagneticola trilobata (L) Pruski

Vernonia cotoneaster Less

Avicenniaceae Avicennia schaueriana Stapf amp Leechm ex Moldenke

Blechnaceae Blechnum serrulatum Rich

Bonnetiaceae Bonnetia stricta Mart

Boraginaceae Cordia nodosa Lam

BromeliaceaeAechmea multiflora LBSmith

Hohenbergia littoralis L B Smith

BurseraceaeProtium bahianum DCDaly

Protium heptaphyllum (Aubl) March

CactaceaeCereus pernambucensis Lam

Melocactus violaceus Pfeiffer

tabela 1 Lista das espeacutecies identificadas na aacuterea de estudotable 1 List of species identified in the study area

Caesalpiniaceae

Bauhinia sp

Chamaecrista ramosa (Vog) Irwin amp Barneby

Senna sp

Celastraceae Maytenus sp

ChrysobalanaceaeChrysobalanus icaco L

Hirtella ciliata Mart amp Zucc

Clusiaceae

Calophyllum brasiliense Cambess

Clusia hilariana Schltdl

Kielmeyera reticulata Saddi

Vismia guianensis DC

CombretaceaeConocarpus erectus L

Laguncularia racemosa CFGaertn

Commelinaceae Commelina sp

ConvolvulaceaeIpomoea pes-caprae (L) RBr

Ipomoea stolonifera JFGmel

Cyperaceae

Cyperus sp

Cyperus distans Beyr ex Kunth

Cyperus amabilis Vahl

Cyperus exaltatus Sol ex Kunth

Cyperus rigidus Vahl

Eleocharis interstincta (Vahl) Roem amp Schult

Fimbristylis cymosa RBr

Fuirena umbellata Rottb

Killinga sp

Remirea maritima Aubl

Rhynchospora exaltata Kunth

Scleria secans (L) Urb

DilleniaceaeDavilla flexuosa St Hil

Curatella americana L

Eriocaulaceae Sygonanthus imbricatus (Koenr) Kuhl

Erythroxylaceae Erythroxylum passerinum Mart

EuphorbiaceaeCroton selowii Baillon

Chamaesyce sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 244 -

Fabaceae

Andira nitida Mart

Bowdichia virgilioides Kunth

Inga affinis DC

Inga capitata Desv

Inga fagifolia Willd

Macrolobium latifolium Vog

Poecilanthe itapuana GPLewis

Rynchosia sp

Stylosanthes viscosa SW

Swartzia apeacutetala Raddi

Guttiferae Clusia hilariana Schleich

Icacinaceae Emmotum affine Miers

Krameriaceae Krameria spartiodes Klotzsch ex O Berg

Lamiaceae Marsypianthes chamaedrys Kuntze

Lauraceae Ocotea notata (Nees) Mez

LecythidaceaeEschweilera ovata (Cambess) Miers

Lecythis pisonis Cambess

Lentibulariaceae Utricularia subulata L

Loranthaceae Strutanthus sp

LythraceaeCuphea brachiata Mart ex Koehne

Cuphea flava Spreng

Malpighiaceae

Byrsonima blanchetiana Miq

Byrsonima sericea DC

Stigmaphyllon paralias Juss

Melastomataceae

Comolia ovalifolia (DC) Triana

Clidemia hirta (L) D Don

Miconia albicans Steud

Tibouchina sp

MimosaceaeMimosa pudica L

Stryphnodendron pulcherrimum (Willd) Hochr

Musaceae Heliconia psittacorum L f

Myrtaceae

Calycolpus legrandii Mattos

Eugenia sp

Myrcia rostrata DC

Myrcia sp

Myrciaria floribunda OBerg

Nyctaginaceae Guapira pernambucensis (Casar) Lundell

Nymphaeaceae Nymphaea rudgeana G Mey

Ochnaceae Ouratea suaveolans (St Hil) Engler

OrchidaceaeEpidendrum cinnabarinum Salzm ex Lindl

Vanilla bahiana Hoehne

Poaceae

Panicum racemosum Spreng

Dactyloctenium aegyptium (L) K Richt

Sporobolus virginicus Kunth

Trachypogon spicatus Kunth

PolygalaceaePolygala cyparissias St Hil

Polygala sp

Polygonaceae

Coccoloba alnifolia Casar

Coccoloba laevis Casar

Coccoloba sp

Pteridaceae Acrostichum aureum L

Rhizophoraceae Rhizophora mangle L

Rubiaceae

Alibertia sp

Borreria verticillata GMey

Guettarda platypoda DC

Tocoyena formosa (Cham et Schldl) K Shum

Psicothrya sp

Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart

SapotaceaeManilkara salzmanii (A DC) Lamarck

Pouteria grandiflora (A DC) Baehni

Scrophulariaceae Angelonia cornigera Hook f

Smilacaceae Smilax sp

SolanaceaeSchwenckia sp

Solanum auriculatum Mart ex Dun

Typhaceae Typha angustifolia L

VerbenaceaeLantana radula Sw

Diospyrus sp

Vochysiaceae Vochysia tucanorum Mart

Xyridaceae Xyris sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

a) manguezais Este ocorre ao longo de toda zona estuarina do Rio Subauacutema localizado no Municiacutepio de Massarandupio sendo um dos principais ecossistemas objeto de extrativismo na regiatildeo Quanto a sua vegetaccedilatildeo Rhizophora mangle L e Laguncularia racemosa CFGaertn satildeo as espeacutecies mais frequumlentes nas zonas sob maior influecircncia da mareacute (Figura 4) enquanto que Avicenia shaueriana nas zonas sob menos influecircncia e Conocarpus erectus com ocorrecircncia mais restrita agraves zonas de transiccedilatildeo R manglee L racemosa satildeo as espeacutecies dominantes e formam um dossel denso com cerca de 15 m de altura sendo que alguns indiviacuteduos podem alcanccedilar ateacute 20 m de altura Parte do manguezal encontra-se em transiccedilatildeo com a zona uacutemida Nestes trechos onde a influecircncia salina eacute menor eacute comum a ocorrecircncia de espeacutecies herbaacuteceas tipicamente dulciacutecolas como Eleocharis interstinctab) Zonas Uacutemidas Essas podem ter origem ou da inundaccedilatildeo das planiacutecies fluviais (sistemas perenes) ou das zonas de deflaccedilatildeo dos campos de dunas tipo ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004) (sistemas natildeo perenes) Nos sistemas perenes que se encontram constantemente abastecidos pela drenagem continental ocorre uma vegetaccedilatildeo peculiar com predomiacutenio de plantas herbaacuteceas de pequeno porte onde o ldquojuncordquo Eleocharis interstincta eacute muito comum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 245 -

Figura 4 Laguncularia racemosa (a esquerda) e Rhyzophora mangle (a direita) espeacutecies dominantes no manguezal localFigure 4 Laguncularia racemosa (left) and Rhyzophora mangle (right) the dominant species in the mangrove site

assim como Thypa angustifolia e Cyperus rigidus Cyperus sp Nymphaea rudgeana dentre as espeacutecies arboacutereas se destacam o ldquomusserenguerdquo (Bonnetia stricta) e o ldquoaraticum-de-brejordquo (Annona glabra) principalmente nos sistemas perenes Os sistemas natildeo perenes que se encontram associados agraves zonas de deflaccedilatildeo no campo de dunas que durante os meses de chuvas apresentam afloramento do lenccedilol freaacutetico tendo como espeacutecies mais comuns Schwenckia sp Comolia ovalifolia e uma espeacutecie da famiacutelia Eriocaulaceae (ainda natildeo identificada) Cuphea flava e Borreria verticilata Neste sistema Conocarpus erectus Myrcia sp e Tocoyena formosa se desenvolvem em moitas intercaladas com vegetaccedilatildeo herbaacuteceac) mata de Restinga Este tipo vegetacional se encontra associado a sedimentos mais antigos dos Leques Aluviais Pleistocecircnicos ou de ocorrecircncia em aacutereas a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004 Menezes et al 2007) onde as condiccedilotildees ambientais locais favorecem a formaccedilatildeo de uma floresta escleroacutefila de fitofisionomia florestal fechada de dossel com 7 - 10m de altura aproximadamente nesta formaccedilatildeo as espeacutecies mais comuns satildeo Kielmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Coccoloba sp Ouratea suaveolans Myrcia rostrata Myrcia sp Calycolpus legrandi Anacardium occidentale Manilkara salzmanii Lecythis pisones Byrsonima sericea Emmotum affine Hirtella ciliata e Pouteria grandiflora Scleria secans e Davilla flexuosa encontram-se associadas a aacutereas mais abertas enquanto Anthurium affine encontra-se associada ao sub-bosque

e) Vegetaccedilatildeo Praial Nesta se encontra nuacutemero reduzido de espeacutecies de pequeno porte e de aparecircncia rasteira sendo de largura pouco variaacutevel natildeo ultrapassando geralmente de 50m de extensatildeo sobre o cordatildeo-duna e dunas frontais locais Ocorrem alguns arbustos como Chrysobalanus icaco Quanto agrave disposiccedilatildeo das espeacutecies Remirea maritima e Panicum racemosum ambas estoloniacuteferas juntamente com Marsypianthes chamaedrys e Chamaesyce hyssopifolia satildeo comuns ao longo de todo o cordatildeo-duna Ipomoea pes-capre e Ipomoea stolonifera proacutexima agrave linha de praia natildeo ultrapassando geralmente nos primeiros 25m a partir do iniacutecio da vegetaccedilatildeo e em direccedilatildeo ao continente Polygala sp Sporobolus virginicus Commelina sp Dactyloctenium aegyptium e Chamaecrista ramosa soacute foram observadas nas porccedilotildees voltadas para o continente Na formaccedilatildeo praial eacute marcante a presenccedila do coco-da-baia Cocos nucifera espeacutecie caracteriacutestica e intimamente associada agrave vegetaccedilatildeo litoracircnea da Bahia

- Fitossociologia A fitossociologia eacute uma ferramenta que detalha a

distribuiccedilatildeo dos indiviacuteduos e espeacutecies no plano horizontal e o gradiente de relacionamento no sentido vertical eacute incrementado com os dados referentes a distribuiccedilatildeo diameacutetrica anaacutelise de agrupamentos de parcelas e espeacutecies e associaccedilatildeo interespeciacutefica

Nas analises verticais no que se refere ao Quociente de mistura (QM) de Jentisch que demonstra a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de indiviacuteduos e o nuacutemero de espeacutecies encontradas na

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 246 -

Figura 5 Zonas Uacutemidas em Zona de Deflaccedilatildeo do campo de Dunas BlowoutFigure 5 Wetlands in Deflation Zone et the Blowout dune field

Figura 6 Aspecto do dossel da mata de restinga que se desenvolve a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquoFigure 6 Aspect of the canopy of the Restinga Forest et the lee of the Bloeout dune system

Figura 7 Aspecto do interior da Mata de restinga Massarandupio-BAFigure 7 Aspect of the interior of the Restinga Forest

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 5: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 243 -

aacutervores podendo alcanccedilar ateacute trinta metros de altura Dados representados na riqueza das famiacutelias que vatildeo do herbaacuteceo as Cyperaceas nas zonas uacutemidas como as Fabaceae e Myrtaceae nas Matas de Restingas em destaque as Clusiaceae das aacutereas de Restingas em Moitas aleacutem das Melastomataceae famiacutelia que caracterizam aacutereas onde a sua preservaccedilatildeo original foi perdida compilando ai um complexo de fitofisionomias interconectadas

As caracteriacutesticas dos depoacutesitos arenosos quaternaacuterios ao longo da costa brasileira variam de acordo com sua origem que por sua vez determina caracteriacutesticas edaacuteficas muito importantes para o desenvolvimento das plantas como por exemplo a textura do substrato ou pelas suas distintas fisiografias e topografias fatores estes muito influentes no desenvolvimento das espeacutecies vegetais de Restinga (Rizzini 1997 Waechter 1995)

Famiacutelia espeacutecie

Anacardiaceae

Anacardium occidentale L

Schinus terebinthifolius Raddi

Tapirira guianensis Aubl

Annonaceae Annona glabraL

ApocynaceaeHancornia speciosa Gomez

Hymatanthus sucuuba (Spruce) Woods

Araceae

Anthurium affine Schott

Montrichardia arborescens Schott

Philodendron acutatum Schott

Philodendron imbe Schott

Arecaceae

Allagoptera brevicalyx MMoraes

Atallea funifera Mart ex Spreng

Cocos nucifera L

Bactris soeiroana Noblick ex AJ Henderson

Bactris setosa (Mart)

Syagrus coronata (Mart) Becc

Syagrus schizophylla (Mart) Glassman

Asteraceae

Acriptotapus confertus (Gardner) RM King amp Robins

Ageratum conyzoides L

Calea sp

Conyza sumatrensis (Retz) E Walker

Elephantopus hirtiflorus DC

Sphagneticola trilobata (L) Pruski

Vernonia cotoneaster Less

Avicenniaceae Avicennia schaueriana Stapf amp Leechm ex Moldenke

Blechnaceae Blechnum serrulatum Rich

Bonnetiaceae Bonnetia stricta Mart

Boraginaceae Cordia nodosa Lam

BromeliaceaeAechmea multiflora LBSmith

Hohenbergia littoralis L B Smith

BurseraceaeProtium bahianum DCDaly

Protium heptaphyllum (Aubl) March

CactaceaeCereus pernambucensis Lam

Melocactus violaceus Pfeiffer

tabela 1 Lista das espeacutecies identificadas na aacuterea de estudotable 1 List of species identified in the study area

Caesalpiniaceae

Bauhinia sp

Chamaecrista ramosa (Vog) Irwin amp Barneby

Senna sp

Celastraceae Maytenus sp

ChrysobalanaceaeChrysobalanus icaco L

Hirtella ciliata Mart amp Zucc

Clusiaceae

Calophyllum brasiliense Cambess

Clusia hilariana Schltdl

Kielmeyera reticulata Saddi

Vismia guianensis DC

CombretaceaeConocarpus erectus L

Laguncularia racemosa CFGaertn

Commelinaceae Commelina sp

ConvolvulaceaeIpomoea pes-caprae (L) RBr

Ipomoea stolonifera JFGmel

Cyperaceae

Cyperus sp

Cyperus distans Beyr ex Kunth

Cyperus amabilis Vahl

Cyperus exaltatus Sol ex Kunth

Cyperus rigidus Vahl

Eleocharis interstincta (Vahl) Roem amp Schult

Fimbristylis cymosa RBr

Fuirena umbellata Rottb

Killinga sp

Remirea maritima Aubl

Rhynchospora exaltata Kunth

Scleria secans (L) Urb

DilleniaceaeDavilla flexuosa St Hil

Curatella americana L

Eriocaulaceae Sygonanthus imbricatus (Koenr) Kuhl

Erythroxylaceae Erythroxylum passerinum Mart

EuphorbiaceaeCroton selowii Baillon

Chamaesyce sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 244 -

Fabaceae

Andira nitida Mart

Bowdichia virgilioides Kunth

Inga affinis DC

Inga capitata Desv

Inga fagifolia Willd

Macrolobium latifolium Vog

Poecilanthe itapuana GPLewis

Rynchosia sp

Stylosanthes viscosa SW

Swartzia apeacutetala Raddi

Guttiferae Clusia hilariana Schleich

Icacinaceae Emmotum affine Miers

Krameriaceae Krameria spartiodes Klotzsch ex O Berg

Lamiaceae Marsypianthes chamaedrys Kuntze

Lauraceae Ocotea notata (Nees) Mez

LecythidaceaeEschweilera ovata (Cambess) Miers

Lecythis pisonis Cambess

Lentibulariaceae Utricularia subulata L

Loranthaceae Strutanthus sp

LythraceaeCuphea brachiata Mart ex Koehne

Cuphea flava Spreng

Malpighiaceae

Byrsonima blanchetiana Miq

Byrsonima sericea DC

Stigmaphyllon paralias Juss

Melastomataceae

Comolia ovalifolia (DC) Triana

Clidemia hirta (L) D Don

Miconia albicans Steud

Tibouchina sp

MimosaceaeMimosa pudica L

Stryphnodendron pulcherrimum (Willd) Hochr

Musaceae Heliconia psittacorum L f

Myrtaceae

Calycolpus legrandii Mattos

Eugenia sp

Myrcia rostrata DC

Myrcia sp

Myrciaria floribunda OBerg

Nyctaginaceae Guapira pernambucensis (Casar) Lundell

Nymphaeaceae Nymphaea rudgeana G Mey

Ochnaceae Ouratea suaveolans (St Hil) Engler

OrchidaceaeEpidendrum cinnabarinum Salzm ex Lindl

Vanilla bahiana Hoehne

Poaceae

Panicum racemosum Spreng

Dactyloctenium aegyptium (L) K Richt

Sporobolus virginicus Kunth

Trachypogon spicatus Kunth

PolygalaceaePolygala cyparissias St Hil

Polygala sp

Polygonaceae

Coccoloba alnifolia Casar

Coccoloba laevis Casar

Coccoloba sp

Pteridaceae Acrostichum aureum L

Rhizophoraceae Rhizophora mangle L

Rubiaceae

Alibertia sp

Borreria verticillata GMey

Guettarda platypoda DC

Tocoyena formosa (Cham et Schldl) K Shum

Psicothrya sp

Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart

SapotaceaeManilkara salzmanii (A DC) Lamarck

Pouteria grandiflora (A DC) Baehni

Scrophulariaceae Angelonia cornigera Hook f

Smilacaceae Smilax sp

SolanaceaeSchwenckia sp

Solanum auriculatum Mart ex Dun

Typhaceae Typha angustifolia L

VerbenaceaeLantana radula Sw

Diospyrus sp

Vochysiaceae Vochysia tucanorum Mart

Xyridaceae Xyris sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

a) manguezais Este ocorre ao longo de toda zona estuarina do Rio Subauacutema localizado no Municiacutepio de Massarandupio sendo um dos principais ecossistemas objeto de extrativismo na regiatildeo Quanto a sua vegetaccedilatildeo Rhizophora mangle L e Laguncularia racemosa CFGaertn satildeo as espeacutecies mais frequumlentes nas zonas sob maior influecircncia da mareacute (Figura 4) enquanto que Avicenia shaueriana nas zonas sob menos influecircncia e Conocarpus erectus com ocorrecircncia mais restrita agraves zonas de transiccedilatildeo R manglee L racemosa satildeo as espeacutecies dominantes e formam um dossel denso com cerca de 15 m de altura sendo que alguns indiviacuteduos podem alcanccedilar ateacute 20 m de altura Parte do manguezal encontra-se em transiccedilatildeo com a zona uacutemida Nestes trechos onde a influecircncia salina eacute menor eacute comum a ocorrecircncia de espeacutecies herbaacuteceas tipicamente dulciacutecolas como Eleocharis interstinctab) Zonas Uacutemidas Essas podem ter origem ou da inundaccedilatildeo das planiacutecies fluviais (sistemas perenes) ou das zonas de deflaccedilatildeo dos campos de dunas tipo ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004) (sistemas natildeo perenes) Nos sistemas perenes que se encontram constantemente abastecidos pela drenagem continental ocorre uma vegetaccedilatildeo peculiar com predomiacutenio de plantas herbaacuteceas de pequeno porte onde o ldquojuncordquo Eleocharis interstincta eacute muito comum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 245 -

Figura 4 Laguncularia racemosa (a esquerda) e Rhyzophora mangle (a direita) espeacutecies dominantes no manguezal localFigure 4 Laguncularia racemosa (left) and Rhyzophora mangle (right) the dominant species in the mangrove site

assim como Thypa angustifolia e Cyperus rigidus Cyperus sp Nymphaea rudgeana dentre as espeacutecies arboacutereas se destacam o ldquomusserenguerdquo (Bonnetia stricta) e o ldquoaraticum-de-brejordquo (Annona glabra) principalmente nos sistemas perenes Os sistemas natildeo perenes que se encontram associados agraves zonas de deflaccedilatildeo no campo de dunas que durante os meses de chuvas apresentam afloramento do lenccedilol freaacutetico tendo como espeacutecies mais comuns Schwenckia sp Comolia ovalifolia e uma espeacutecie da famiacutelia Eriocaulaceae (ainda natildeo identificada) Cuphea flava e Borreria verticilata Neste sistema Conocarpus erectus Myrcia sp e Tocoyena formosa se desenvolvem em moitas intercaladas com vegetaccedilatildeo herbaacuteceac) mata de Restinga Este tipo vegetacional se encontra associado a sedimentos mais antigos dos Leques Aluviais Pleistocecircnicos ou de ocorrecircncia em aacutereas a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004 Menezes et al 2007) onde as condiccedilotildees ambientais locais favorecem a formaccedilatildeo de uma floresta escleroacutefila de fitofisionomia florestal fechada de dossel com 7 - 10m de altura aproximadamente nesta formaccedilatildeo as espeacutecies mais comuns satildeo Kielmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Coccoloba sp Ouratea suaveolans Myrcia rostrata Myrcia sp Calycolpus legrandi Anacardium occidentale Manilkara salzmanii Lecythis pisones Byrsonima sericea Emmotum affine Hirtella ciliata e Pouteria grandiflora Scleria secans e Davilla flexuosa encontram-se associadas a aacutereas mais abertas enquanto Anthurium affine encontra-se associada ao sub-bosque

e) Vegetaccedilatildeo Praial Nesta se encontra nuacutemero reduzido de espeacutecies de pequeno porte e de aparecircncia rasteira sendo de largura pouco variaacutevel natildeo ultrapassando geralmente de 50m de extensatildeo sobre o cordatildeo-duna e dunas frontais locais Ocorrem alguns arbustos como Chrysobalanus icaco Quanto agrave disposiccedilatildeo das espeacutecies Remirea maritima e Panicum racemosum ambas estoloniacuteferas juntamente com Marsypianthes chamaedrys e Chamaesyce hyssopifolia satildeo comuns ao longo de todo o cordatildeo-duna Ipomoea pes-capre e Ipomoea stolonifera proacutexima agrave linha de praia natildeo ultrapassando geralmente nos primeiros 25m a partir do iniacutecio da vegetaccedilatildeo e em direccedilatildeo ao continente Polygala sp Sporobolus virginicus Commelina sp Dactyloctenium aegyptium e Chamaecrista ramosa soacute foram observadas nas porccedilotildees voltadas para o continente Na formaccedilatildeo praial eacute marcante a presenccedila do coco-da-baia Cocos nucifera espeacutecie caracteriacutestica e intimamente associada agrave vegetaccedilatildeo litoracircnea da Bahia

- Fitossociologia A fitossociologia eacute uma ferramenta que detalha a

distribuiccedilatildeo dos indiviacuteduos e espeacutecies no plano horizontal e o gradiente de relacionamento no sentido vertical eacute incrementado com os dados referentes a distribuiccedilatildeo diameacutetrica anaacutelise de agrupamentos de parcelas e espeacutecies e associaccedilatildeo interespeciacutefica

Nas analises verticais no que se refere ao Quociente de mistura (QM) de Jentisch que demonstra a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de indiviacuteduos e o nuacutemero de espeacutecies encontradas na

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 246 -

Figura 5 Zonas Uacutemidas em Zona de Deflaccedilatildeo do campo de Dunas BlowoutFigure 5 Wetlands in Deflation Zone et the Blowout dune field

Figura 6 Aspecto do dossel da mata de restinga que se desenvolve a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquoFigure 6 Aspect of the canopy of the Restinga Forest et the lee of the Bloeout dune system

Figura 7 Aspecto do interior da Mata de restinga Massarandupio-BAFigure 7 Aspect of the interior of the Restinga Forest

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 6: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 244 -

Fabaceae

Andira nitida Mart

Bowdichia virgilioides Kunth

Inga affinis DC

Inga capitata Desv

Inga fagifolia Willd

Macrolobium latifolium Vog

Poecilanthe itapuana GPLewis

Rynchosia sp

Stylosanthes viscosa SW

Swartzia apeacutetala Raddi

Guttiferae Clusia hilariana Schleich

Icacinaceae Emmotum affine Miers

Krameriaceae Krameria spartiodes Klotzsch ex O Berg

Lamiaceae Marsypianthes chamaedrys Kuntze

Lauraceae Ocotea notata (Nees) Mez

LecythidaceaeEschweilera ovata (Cambess) Miers

Lecythis pisonis Cambess

Lentibulariaceae Utricularia subulata L

Loranthaceae Strutanthus sp

LythraceaeCuphea brachiata Mart ex Koehne

Cuphea flava Spreng

Malpighiaceae

Byrsonima blanchetiana Miq

Byrsonima sericea DC

Stigmaphyllon paralias Juss

Melastomataceae

Comolia ovalifolia (DC) Triana

Clidemia hirta (L) D Don

Miconia albicans Steud

Tibouchina sp

MimosaceaeMimosa pudica L

Stryphnodendron pulcherrimum (Willd) Hochr

Musaceae Heliconia psittacorum L f

Myrtaceae

Calycolpus legrandii Mattos

Eugenia sp

Myrcia rostrata DC

Myrcia sp

Myrciaria floribunda OBerg

Nyctaginaceae Guapira pernambucensis (Casar) Lundell

Nymphaeaceae Nymphaea rudgeana G Mey

Ochnaceae Ouratea suaveolans (St Hil) Engler

OrchidaceaeEpidendrum cinnabarinum Salzm ex Lindl

Vanilla bahiana Hoehne

Poaceae

Panicum racemosum Spreng

Dactyloctenium aegyptium (L) K Richt

Sporobolus virginicus Kunth

Trachypogon spicatus Kunth

PolygalaceaePolygala cyparissias St Hil

Polygala sp

Polygonaceae

Coccoloba alnifolia Casar

Coccoloba laevis Casar

Coccoloba sp

Pteridaceae Acrostichum aureum L

Rhizophoraceae Rhizophora mangle L

Rubiaceae

Alibertia sp

Borreria verticillata GMey

Guettarda platypoda DC

Tocoyena formosa (Cham et Schldl) K Shum

Psicothrya sp

Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart

SapotaceaeManilkara salzmanii (A DC) Lamarck

Pouteria grandiflora (A DC) Baehni

Scrophulariaceae Angelonia cornigera Hook f

Smilacaceae Smilax sp

SolanaceaeSchwenckia sp

Solanum auriculatum Mart ex Dun

Typhaceae Typha angustifolia L

VerbenaceaeLantana radula Sw

Diospyrus sp

Vochysiaceae Vochysia tucanorum Mart

Xyridaceae Xyris sp

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

tabela 1 Continuaccedilatildeotable 1 Continuation

a) manguezais Este ocorre ao longo de toda zona estuarina do Rio Subauacutema localizado no Municiacutepio de Massarandupio sendo um dos principais ecossistemas objeto de extrativismo na regiatildeo Quanto a sua vegetaccedilatildeo Rhizophora mangle L e Laguncularia racemosa CFGaertn satildeo as espeacutecies mais frequumlentes nas zonas sob maior influecircncia da mareacute (Figura 4) enquanto que Avicenia shaueriana nas zonas sob menos influecircncia e Conocarpus erectus com ocorrecircncia mais restrita agraves zonas de transiccedilatildeo R manglee L racemosa satildeo as espeacutecies dominantes e formam um dossel denso com cerca de 15 m de altura sendo que alguns indiviacuteduos podem alcanccedilar ateacute 20 m de altura Parte do manguezal encontra-se em transiccedilatildeo com a zona uacutemida Nestes trechos onde a influecircncia salina eacute menor eacute comum a ocorrecircncia de espeacutecies herbaacuteceas tipicamente dulciacutecolas como Eleocharis interstinctab) Zonas Uacutemidas Essas podem ter origem ou da inundaccedilatildeo das planiacutecies fluviais (sistemas perenes) ou das zonas de deflaccedilatildeo dos campos de dunas tipo ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004) (sistemas natildeo perenes) Nos sistemas perenes que se encontram constantemente abastecidos pela drenagem continental ocorre uma vegetaccedilatildeo peculiar com predomiacutenio de plantas herbaacuteceas de pequeno porte onde o ldquojuncordquo Eleocharis interstincta eacute muito comum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 245 -

Figura 4 Laguncularia racemosa (a esquerda) e Rhyzophora mangle (a direita) espeacutecies dominantes no manguezal localFigure 4 Laguncularia racemosa (left) and Rhyzophora mangle (right) the dominant species in the mangrove site

assim como Thypa angustifolia e Cyperus rigidus Cyperus sp Nymphaea rudgeana dentre as espeacutecies arboacutereas se destacam o ldquomusserenguerdquo (Bonnetia stricta) e o ldquoaraticum-de-brejordquo (Annona glabra) principalmente nos sistemas perenes Os sistemas natildeo perenes que se encontram associados agraves zonas de deflaccedilatildeo no campo de dunas que durante os meses de chuvas apresentam afloramento do lenccedilol freaacutetico tendo como espeacutecies mais comuns Schwenckia sp Comolia ovalifolia e uma espeacutecie da famiacutelia Eriocaulaceae (ainda natildeo identificada) Cuphea flava e Borreria verticilata Neste sistema Conocarpus erectus Myrcia sp e Tocoyena formosa se desenvolvem em moitas intercaladas com vegetaccedilatildeo herbaacuteceac) mata de Restinga Este tipo vegetacional se encontra associado a sedimentos mais antigos dos Leques Aluviais Pleistocecircnicos ou de ocorrecircncia em aacutereas a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004 Menezes et al 2007) onde as condiccedilotildees ambientais locais favorecem a formaccedilatildeo de uma floresta escleroacutefila de fitofisionomia florestal fechada de dossel com 7 - 10m de altura aproximadamente nesta formaccedilatildeo as espeacutecies mais comuns satildeo Kielmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Coccoloba sp Ouratea suaveolans Myrcia rostrata Myrcia sp Calycolpus legrandi Anacardium occidentale Manilkara salzmanii Lecythis pisones Byrsonima sericea Emmotum affine Hirtella ciliata e Pouteria grandiflora Scleria secans e Davilla flexuosa encontram-se associadas a aacutereas mais abertas enquanto Anthurium affine encontra-se associada ao sub-bosque

e) Vegetaccedilatildeo Praial Nesta se encontra nuacutemero reduzido de espeacutecies de pequeno porte e de aparecircncia rasteira sendo de largura pouco variaacutevel natildeo ultrapassando geralmente de 50m de extensatildeo sobre o cordatildeo-duna e dunas frontais locais Ocorrem alguns arbustos como Chrysobalanus icaco Quanto agrave disposiccedilatildeo das espeacutecies Remirea maritima e Panicum racemosum ambas estoloniacuteferas juntamente com Marsypianthes chamaedrys e Chamaesyce hyssopifolia satildeo comuns ao longo de todo o cordatildeo-duna Ipomoea pes-capre e Ipomoea stolonifera proacutexima agrave linha de praia natildeo ultrapassando geralmente nos primeiros 25m a partir do iniacutecio da vegetaccedilatildeo e em direccedilatildeo ao continente Polygala sp Sporobolus virginicus Commelina sp Dactyloctenium aegyptium e Chamaecrista ramosa soacute foram observadas nas porccedilotildees voltadas para o continente Na formaccedilatildeo praial eacute marcante a presenccedila do coco-da-baia Cocos nucifera espeacutecie caracteriacutestica e intimamente associada agrave vegetaccedilatildeo litoracircnea da Bahia

- Fitossociologia A fitossociologia eacute uma ferramenta que detalha a

distribuiccedilatildeo dos indiviacuteduos e espeacutecies no plano horizontal e o gradiente de relacionamento no sentido vertical eacute incrementado com os dados referentes a distribuiccedilatildeo diameacutetrica anaacutelise de agrupamentos de parcelas e espeacutecies e associaccedilatildeo interespeciacutefica

Nas analises verticais no que se refere ao Quociente de mistura (QM) de Jentisch que demonstra a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de indiviacuteduos e o nuacutemero de espeacutecies encontradas na

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 246 -

Figura 5 Zonas Uacutemidas em Zona de Deflaccedilatildeo do campo de Dunas BlowoutFigure 5 Wetlands in Deflation Zone et the Blowout dune field

Figura 6 Aspecto do dossel da mata de restinga que se desenvolve a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquoFigure 6 Aspect of the canopy of the Restinga Forest et the lee of the Bloeout dune system

Figura 7 Aspecto do interior da Mata de restinga Massarandupio-BAFigure 7 Aspect of the interior of the Restinga Forest

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 7: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 245 -

Figura 4 Laguncularia racemosa (a esquerda) e Rhyzophora mangle (a direita) espeacutecies dominantes no manguezal localFigure 4 Laguncularia racemosa (left) and Rhyzophora mangle (right) the dominant species in the mangrove site

assim como Thypa angustifolia e Cyperus rigidus Cyperus sp Nymphaea rudgeana dentre as espeacutecies arboacutereas se destacam o ldquomusserenguerdquo (Bonnetia stricta) e o ldquoaraticum-de-brejordquo (Annona glabra) principalmente nos sistemas perenes Os sistemas natildeo perenes que se encontram associados agraves zonas de deflaccedilatildeo no campo de dunas que durante os meses de chuvas apresentam afloramento do lenccedilol freaacutetico tendo como espeacutecies mais comuns Schwenckia sp Comolia ovalifolia e uma espeacutecie da famiacutelia Eriocaulaceae (ainda natildeo identificada) Cuphea flava e Borreria verticilata Neste sistema Conocarpus erectus Myrcia sp e Tocoyena formosa se desenvolvem em moitas intercaladas com vegetaccedilatildeo herbaacuteceac) mata de Restinga Este tipo vegetacional se encontra associado a sedimentos mais antigos dos Leques Aluviais Pleistocecircnicos ou de ocorrecircncia em aacutereas a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo (Dominguez 2004 Menezes et al 2007) onde as condiccedilotildees ambientais locais favorecem a formaccedilatildeo de uma floresta escleroacutefila de fitofisionomia florestal fechada de dossel com 7 - 10m de altura aproximadamente nesta formaccedilatildeo as espeacutecies mais comuns satildeo Kielmeyera reticulata Coccoloba alnifolia Coccoloba sp Ouratea suaveolans Myrcia rostrata Myrcia sp Calycolpus legrandi Anacardium occidentale Manilkara salzmanii Lecythis pisones Byrsonima sericea Emmotum affine Hirtella ciliata e Pouteria grandiflora Scleria secans e Davilla flexuosa encontram-se associadas a aacutereas mais abertas enquanto Anthurium affine encontra-se associada ao sub-bosque

e) Vegetaccedilatildeo Praial Nesta se encontra nuacutemero reduzido de espeacutecies de pequeno porte e de aparecircncia rasteira sendo de largura pouco variaacutevel natildeo ultrapassando geralmente de 50m de extensatildeo sobre o cordatildeo-duna e dunas frontais locais Ocorrem alguns arbustos como Chrysobalanus icaco Quanto agrave disposiccedilatildeo das espeacutecies Remirea maritima e Panicum racemosum ambas estoloniacuteferas juntamente com Marsypianthes chamaedrys e Chamaesyce hyssopifolia satildeo comuns ao longo de todo o cordatildeo-duna Ipomoea pes-capre e Ipomoea stolonifera proacutexima agrave linha de praia natildeo ultrapassando geralmente nos primeiros 25m a partir do iniacutecio da vegetaccedilatildeo e em direccedilatildeo ao continente Polygala sp Sporobolus virginicus Commelina sp Dactyloctenium aegyptium e Chamaecrista ramosa soacute foram observadas nas porccedilotildees voltadas para o continente Na formaccedilatildeo praial eacute marcante a presenccedila do coco-da-baia Cocos nucifera espeacutecie caracteriacutestica e intimamente associada agrave vegetaccedilatildeo litoracircnea da Bahia

- Fitossociologia A fitossociologia eacute uma ferramenta que detalha a

distribuiccedilatildeo dos indiviacuteduos e espeacutecies no plano horizontal e o gradiente de relacionamento no sentido vertical eacute incrementado com os dados referentes a distribuiccedilatildeo diameacutetrica anaacutelise de agrupamentos de parcelas e espeacutecies e associaccedilatildeo interespeciacutefica

Nas analises verticais no que se refere ao Quociente de mistura (QM) de Jentisch que demonstra a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de indiviacuteduos e o nuacutemero de espeacutecies encontradas na

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 246 -

Figura 5 Zonas Uacutemidas em Zona de Deflaccedilatildeo do campo de Dunas BlowoutFigure 5 Wetlands in Deflation Zone et the Blowout dune field

Figura 6 Aspecto do dossel da mata de restinga que se desenvolve a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquoFigure 6 Aspect of the canopy of the Restinga Forest et the lee of the Bloeout dune system

Figura 7 Aspecto do interior da Mata de restinga Massarandupio-BAFigure 7 Aspect of the interior of the Restinga Forest

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 8: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 246 -

Figura 5 Zonas Uacutemidas em Zona de Deflaccedilatildeo do campo de Dunas BlowoutFigure 5 Wetlands in Deflation Zone et the Blowout dune field

Figura 6 Aspecto do dossel da mata de restinga que se desenvolve a sotavento do sistema de dunas ldquoblowoutrdquoFigure 6 Aspect of the canopy of the Restinga Forest et the lee of the Bloeout dune system

Figura 7 Aspecto do interior da Mata de restinga Massarandupio-BAFigure 7 Aspect of the interior of the Restinga Forest

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 9: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 247 -

amostragem e a representaccedilatildeo feita em forma de fraccedilatildeo visto que para interpretar o iacutendice diz-se para quantos indiviacuteduos haacute uma espeacutecie diferente Portanto para Mata de Restinga foi de 0406 ou 1246 e para as Restingas em Moitas de 0480 ou 1208 o que significa que para cada 20 a 250 indiviacuteduos nas Restingas eacute possiacutevel de se encontrar uma espeacutecie diferente dados refletidos em uma heterogeneidade vegetacional dentro das formaccedilotildees seja ela Mata ou Moita Para os indiacutecios sobre o estaacutegio sucessional dos dois estratos (Mata e Moita)

Nas analises das distribuiccedilotildees de classes de diacircmetro dos indiviacuteduos das fisionomias estudadas (Figura 09) a maioria dos indiviacuteduos 41 e 27 na Restinga em Moitas e 39 e 24 na Mata de Restinga estaacute concentrada na segunda e terceira classe representada na Figura 09 o que de acordo com Silva Juacutenior amp Silva (1988) correspode a populaccedilotildees em fase de inicial a meacutedio de estabelecimento Considerando-se as alturas (Figura 10) pode-se observar que os indiviacuteduos da Mata de Restinga estatildeo entre duas classes de altura (21-4 a 41-6m de altura) mas em um nuacutemero pouco expressivo de indiviacuteduos nos segmentos de maiores alturas (61-8m) o que indica que essa vegetaccedilatildeo natildeo forma um dossel tatildeo regular e sim que os indiviacuteduos mais altos tecircm alturas diferentes Para a Restinga em Moitas tambeacutem em duas classes (0-20m a 21-4m) as espeacutecies com maior nuacutemero de indiviacuteduos dentro das classes Alibertia edulis e Coccoloba alnifolia com exceccedilatildeo para a espeacutecie Clusia hilariana uacutenica espeacutecie com meacutedia de 35m de altura caraceteristica esta importante na sua provaacutevel atuaccedilatildeo focal (posicionamento em destaque na moita) (Menezes et al 2012)

a) mata de Restinga Os dados floristicos estatildeo em concordacircncia com os dados da fitossociologia da Mata de Restinga que aponta como espeacutecies de maior valor de importacircncia (VI) Coccoloba alnifolia (15190) da famiacutelia Polygonaceae e Myrcia rostrata (3689) das Myrtaceae

No amostrado em relaccedilatildeo a sua estrutura horizontal a Coccoloba alnifolia apresentou os maiores valores de Dominacircncia Absoluta e Relativa (DoA e DoR) com cerca de 7297 da dominacircncia total C alnifolia Indet 01 e Myrcia rostrata se destacam como as espeacutecies com maiores densidades apresentando 324 162 e 162 de Densidade Relativa (DR) respectivamente Myrcia sp juntamente com as trecircs espeacutecies citadas acima satildeo as mais frequumlentes com 50 da frequumlecircncia total Sendo que C alnifolia obteve o maior Valor de Importacircncia (VI)b) Restinga em moitas No estudo fitossocioloacutegico Alibertia sp se destacou com 995 da DoA com os maiores valores de CAS Alibertia sp Coccoloba alnifolia Clusia hilariana e Protium bahianum apresentaram 1579 1579 1053 e 1579 de FR respectivamente aleacutem das maiores densidades dentre as espeacutecies amostradas Alibertia sp apresentou o maior iacutendice de valor de importacircncia (IVI) 099 representando 30 do IVI As moitas em sua grande maioria apresentam uma ou poucas espeacutecies arboacutereas que podem atingir ateacute 4-5 metros de altura estas quase sempre em posiccedilatildeo central e destacada na moita como Clusia hilariana Manilkara salzmanii (ldquomassaranduba-de-praiardquo) Emmotum affine (ldquoadernordquo) e Coccoloba alnifolia (ldquobujirdquo) o que sugere atuaccedilatildeo focal As demais espeacutecies que compotildeem as moitas satildeo frequumlentemente melhor representadas por indiviacuteduos arbustivos como Syagrus schizophylla Chamecrista ramosa Maytenus sp Davilla flexuosa Diospyrus sp Cuphea brachiata Byrsonima blanchetiana Guettarda platypoda e Guapira pernambucensis Na aacuterea de estudo esta fisionomia se desenvolve sobre o Terraccedilo Marinho Pleistocecircnico recobrindo grande parte da zona de deflaccedilatildeo do sistema de dunas ldquoblowoutrdquo e intercaladas pelas zonas uacutemidas natildeo perenes

Figura 8 Aspecto da vegetaccedilatildeo sobre o cordatildeo-duna denominada de Vegetaccedilatildeo Praial (agrave esquerda) e em detalhes a espeacutecies Chrysobalanus icaco (agrave direita)Figure 8 Appearance of vegetation on the dune-strand called Vegetation Praial (left) and details Chrysobalanus icaco species (right)

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 10: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 248 -

Figura 9 Classes de diacircmetro (cm) dos indiviacuteduos das aacutereas estudadas (Mata de Restinga e Restinga em Moitas) na localidade de Massarandupio-BAFigure 9 Diameter classes (cm) of the subjects of the study areas (Forest of Restinga Restinga and shrublands) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 10 Altura (m) dos indiviacuteduos amostrados na aacuterea (Mata de Restinga e Moita) na localidade de Massarandupio-BAFigure 10 Height (m) of the individuals in the area (Forest of Restinga and Moita) in the town of Massarandupioacute-BA

Figura 11 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Mata de Restinga na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 11 Schematic profile of the Restinga Forest Vegetation in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

LEGENDA 1 - Coccoloba alnifolia 2 ndash Ouratea notata 3 ndash Myrcia sp 4 - Myrcia rostrata 5 - Coccoloba alnifolia 6 - Coccoloba leavis 7 - Calycopus legrandii 8 - Cocoloba alnifolia 9 ndash Kielmeyera reticulata 10 - Anacardium ocidentale 11 - Myrcia sp 12 - Manilkara salzmanii 13 - Myrcia rostrata 14 - Lecythis pisonis

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 11: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 249 -

Figura 12 Perfil Esquemaacutetico da Vegetaccedilatildeo Restinga em Moitas na aacuterea de estudo Massarandupio-BA BrasilFigure 12 Schematic profile of the Restinga Vegetation in thickets in the study area Massarandupioacute Bahia Brazil

tabela 2 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas na Mata de Restinga em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 2 Phytosociological parameters of the species in the Mata de Restinga in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVICoccoloba alnifolia 0024 3243 3428 7297 060 1667 122Indet 01 0012 1622 771 1640 040 1111 44Myrcia rostrata 0012 1622 074 157 040 1111 29Myrcia sp 0004 541 016 035 040 1111 17Ouratea sp 0004 541 147 312 020 556 14Calycolpus legrandii 0004 541 061 130 020 556 12Indet 02 0002 270 076 161 020 556 10Coccoloba sp 0002 270 074 157 020 556 10Lecythis pisonis 0002 270 024 052 020 556 9Kielmeyera reticulata 0002 270 012 025 020 556 9Anacardium occidentales 0002 270 010 021 020 556 8Indet 03 0002 270 004 009 020 556 8Manilkara salzmanii 0002 270 002 005 020 556 8Totais 0074 10000 4698 10000 360 10000 300

Figura 13 Aspecto da Restinga Moitas Massarandupio-BA BrasilFigure 13 Aspect of the Scattered Restinga Thickets

LEGENDA 1 - Clusia hilariana 2 ndash Guapirapernambucensis 3 - Coccoloba alnifolia 4 - Alibertia sp 5 - Alibertia sp 6 - Emmotum affine 7 - Coccoloba alnifolia 8 ndash Protium bahianum 9 - Alibertia sp 10 - Clusia hilariana 11 - Protium bahianum 12 - Byrsonima blanchetiana 13 - Coccoloba alnifolia 14 ndash Protium bahianum

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 12: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 250 -

As regiotildees litoracircneas principalmente as Restingas vecircm sofrendo ao longo dos tempos com a degradaccedilatildeo e perdas ambientais devido ao grande e crescente desenvolvimento imobiliaacuterio e turiacutestico A perda da diversidade bioloacutegica envolve aspectos sociais econocircmicos culturais e cientiacuteficos e eacute agravada pelo crescimento explosivo da populaccedilatildeo humana e pela distribuiccedilatildeo desigual da riqueza Como resultado das pressotildees da ocupaccedilatildeo humana na zona costeira a Mata Atlacircntica por exemplo ficou reduzida a aproximadamente 10 de sua vegetaccedilatildeo original

A geomorfologia tem sido apontada por muitos como sendo fator influenciador dos diferentes tipos de vegetaccedilatildeo de restinga ao longo da costa brasileira Em Massarandupioacute satildeo encontros trecircs tipos de depoacutesitos arenosos Os leques aluviais pleistocecircnicos onde eacute comum a ocorrecircncia de Matas esclerofilas denominadas por muitos de Mata de Restinga e com composiccedilatildeo e estrutura semelhante a outras encontradas no litoral brasileiro De idade aproximada de 120000AP os Terraccedilos Marinhos Pleistocecircnicos apresentam uma vegetaccedilatildeo distribuiacuteda em moitas de dinacircmicas proacuteprias associadas principalmente a zonas de deflaccedilatildeo em campos de dunas Em aacutereas mais deprimidas formam-se entatildeo zonas uacutemidas temporaacuterias onde se desenvolve uma vegetaccedilatildeo exclusiva As diferentes fisionomias identificadas estatildeo associadas aos tipos de depoacutesitos arenosos descritos acima A manutenccedilatildeo da conectividade entre os diferentes depoacutesitos arenosos manteraacute consequentemente a conectividade entre as comunidades vegetais permitindo o fluxo geneacutetico da fauna e flora locais garantindo entatildeo a manutenccedilatildeo dos processos ecoloacutegicos naturais Apesar de serem pouco reconhecidos os endemismos nas Restingas Poecilanthe itapuana e Bactris soeiroana possuem ocorrecircncia restrita para costa norte do Estado da Bahia (Queiroz 2001) enquanto que a palmeira Allagoptera brevicalyx o caxuleacute possui ocorrecircncia restrita para o litoral norte da Bahia e Sergipe (Lorenzi 2002) Dentre as espeacutecies identificadas natildeo foram constatadas espeacutecies raras ou ameaccediladas de extinccedilatildeo

conclusotildees

Neste sentido eacute de extrema importacircncia na conservaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local haja vista a sua complexidade ecoloacutegica e a pressatildeo da implantaccedilatildeo de gandes projetos hoteleiros trazendo ai um grande desafio para o manejo e conectividade das diferentes fitofisionomias A ocorrecircncia de espeacutecies em comum entre as Restingas em Moitas e Matas de Restinga eacute aspecto relevante para a delimitaccedilatildeo do periacutemetro das Unidades de Conservaccedilatildeo (UCrsquos) jaacute que a colonizaccedilatildeo de espeacutecies das Matas de Restingas mais interioranas nas Restingas em Moitas eacute comum nas planiacutecies quaternaacuterias costeiras aspecto inclusive apontado por estudiosos para as outras regiotildees do Brasil

BIBlIogRaFIa

Arauacutejo DSD Henriques RPB (1984) - Anaacutelise Floriacutestica das Restingas do Estado do Rio de Janeiro Origem In LD Lacerda DSD Arauacutejo R Cerqueira B Turcq (org) Restingas Origem Estrutura e Processos pp159-193 Editora CEUFF Niteroacutei RJ Brasil ISBN 8585720492

Assumpccedilatildeo J Nascimento MT (2000) - Estrutura e composiccedilatildeo floriacutestica de quatro formaccedilotildees vegetais de restinga no complexo Lagunar GrussaiacuteIquipari Satildeo Joatildeo da Barra Rio de Janeiro Brasil Acta Botanica Brasilica (ISSN 0102-3306) 14(3)301-315 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv14n35175pdf

Barroso GM (1978) - Sistemaacutetica de Angiospermas no Brasil 309p vol 1 2 Ed Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa Minas Gerais Brasil ISBN 85-7269-127-8

Bridson D Forman L (1992) - The herbarium handbook Royal Botanic Gardens London UK ISBN 9780947643454

Cronquist A (1981) - An Integrated System of Classification of Flowering Plants 1262p Columbia University Press New York NY USA ISBN 9780231038805

tabela 3 Paracircmetros fitossocioloacutegicos das espeacutecies amostradas nas Restingas em Moitas em Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brasil FA ndash Frequumlecircncia Absoluta FR ndash Frequumlecircncia Relativa DA ndash Densidade Absoluta DR ndash Densidade Relativa DoA ndash Dominacircncia Absoluta DoR ndash Dominacircncia Relativa VI ndash Valor de Importacircncia table 3 Phytosociological parameters of the species in the Restingas Shrublands in Massarandupioacute Entre Rios Bahia Brazil FA - Frequency Absolute FR - Relative Frequency DA - Absolute Density DR - Relative density DoA - Absolute Dominance Pain - Relative Dominance VI - Importance Value

Espeacutecies DA DR DoA DoR FA FR IVIAlibertia sp 0014 2800 995 5477 06 1579 99Coccoloba alnifolia 001 2000 200 1099 06 1579 47Clusia hilariana 0004 800 290 1597 04 1053 34Protium bahianum 0006 1200 080 442 06 1579 32Indet 05 0002 400 172 948 02 526 19Guapira pernambucensis 0002 400 034 185 02 526 11Emmotum affine 0002 400 013 074 02 526 10Indet 01 0002 400 013 074 02 526 10Indet 04 0002 400 006 035 02 526 10Indet 05 0002 400 006 035 02 526 10Byrsonima blanchetiana 0002 400 005 028 02 526 10Indet 03 0002 400 001 006 02 526 9Totais 005 10000 1817 10000 38 10000 300

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil

Page 13: Conhecimento da Vegetação_Massarandupio, Litoral Norte da Bahia

Silva amp MenezesRevista de Gestatildeo Costeira Integrada Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(2)239-251 (2012)

- 251 -

Dias FK Menezes CM (2007) - Fitossociologia da vegetaccedilatildeo sobre um cordatildeo-duna no Litoral Norte da Bahia Mata de Satildeo Joatildeo Bahia Brasil Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 1980-4849) 5(supl 2) 1171-1173 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleview986769

Dominguez JML (2006) - The coastal zone of Brazil an overview Journal of Coastal Research (ISSN 0749-020816 ndash 20) 3916-20 Itajaiacute SC Brazil Disponiacutevel em httpwwwcerf-jcrorgimagesstories02_landimpdf

Henriques RPB Arauacutejo DSD de Hay JD (1986) - Descriccedilatildeo e classificaccedilatildeo dos tipos de vegetaccedilatildeo da restinga de Carapebus Rio de Janeiro Revista Brasileira de Botacircnica (ISSN 0100-8404) 9173-189 Satildeo Paulo SP Brasil

Lacerda LD Arauacutejo DSD Maciel NC (1982) - Restingas brasileiras uma bibliografia Fundaccedilatildeo Joseacute Bonifaacutecio 55p Rio de Janeiro Rio de Janeiro Brasil Natildeo publicado

Lorenzi H (2002) - Aacutervores Brasileiras Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas Arboacutereas Nativas do Brasil 368 p vol 1 Plantarum-Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 85-86714-16-X

Lyrio RS (1996) - Modelo Sistecircmico Integrado para a Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental do Litoral Norte da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Martins FR (2006) - O Papel da Fitossociologia na Conservaccedilatildeo e na Bioprospecccedilatildeo 14p Instituto de Biologia Departamento de Botacircnica Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Menezes CM (2007) - Influecircncia da Evoluccedilatildeo Quaternaacuteria da Zona Costeira sobre a Vegetaccedilatildeo de Restinga no Litoral Norte da Bahia 99p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Menezes CM Santana FD Silva VDA Silva VIS Arauacutejo DSD (2012) - Floriacutestica e fitossociologia em um trecho de restinga no Litoral Norte do Estado da Bahia Revista Biotemas 25(1)31-38 doi 1050072175-7925

Menezes CM Tinoco MS Tavares MH Browne-Ribeiro HC Silva VSA Carvalho PA (2007) - Implantaccedilatildeo manejo e monitoramento de um corredor ecoloacutegico na restinga do litoral norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)201-203 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile202196

Mueller-Dombois D amp Ellenberg H (1974) - Aims and methods of vegetation ecology 547 p Wiley amp Sons New York City NY USA ISBN 9781930665736

Ormond WT (1960) - Ecologia das restingas do Sudeste do Brasil Comunidades vegetais das praias arenosas Parte I Arquivo do Museu Nacional 51p Rio de Janeiro RJ Brasil Natildeo Publicado

Peixoto GL Martins SV Silva AF Silva E (2005) - Estrutura do componente arboacutereo de um trecho de floresta atlacircntica na Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental da Serra da Capoeira Grande Rio de Janeiro Brasil Acta Botacircnica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 19(3)539- 547 Feira de Santana Bahia Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv19n327369pdf

Pinto G C P Bautista H P Ferreira L D C A (1984) - A restinga do litoral nordeste da Bahia Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras CEUFF 21p Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Queiroz EP Menezes AP Silva VIS da Silva MS Santana FD Silva BR (2005) - Fitossociologia do Estrato ArboacutereoArbustivo nas Restingas de Sauiacutepe-Mata de Satildeo Joatildeo-Bahia Anais do 56 Congresso Nacional de Botacircnica Curitiba PR Brasil Natildeo publicado

Queiroz EP (2001) - A subfamiacutelia Faboideae (Leguminosae) nas dunas e ante-dunas das restingas da APA Lagoas e Dunas do Abaeteacute e APA Litoral Norte do Estado da Bahia 102p Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade Federal da Bahia Salvador BA Brasil Natildeo publicado

Rizzini CT (1997) - Tratado de Fitogeografia do Brasil 756p Ed Acircmbito Cultural Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586742201

Scudeller VV Martins FR Shepherd GJ (2001) - Distribution and abundance of arboreal species in the Atlantic Ombrophilous Dense Forest in Southeastern Brazil Plant Ecology 152(2)185-199 doi 101023a1011494228661

Silva Juacutenior MC Silva AF (1988) - Distribuiccedilatildeo dos diacircmetros dos troncos das espeacutecies mais importantes do cerrado na Estaccedilatildeo Florestal de Experimentaccedilatildeo de Paraopeba EFLEX MG Acta Botanica Brasiacutelica (ISSN 0102-3306) 2(1-2)107-126 Feira de Santana BA Brasil Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfabbv2n1-2v2n1-2a06pdf

Silva SM (1998) - As Formaccedilotildees Vegetais na Planiacutecie Litoracircnea da Ilha do Mel Paranaacute Brasil Composiccedilatildeo Floriacutestica e Principais Caracteriacutesticas Estruturais 262p Tese de Doutorado Universidade Estadual de Campinas Campinas SP Brasil Natildeo publicado

Silva VIS Menezes CM (2007a) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Restinga em Moitas no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)183-185 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile252184

Silva VIS Menezes CM (2007b) - Manejo de Espeacutecies Vegetais em uma Mata de Restinga no Litoral Norte da Bahia Revista Brasileira de Biociecircncias (ISSN 2177-4382) 5(supl1)1159-161 Porto Alegre RS Brasil Disponiacutevel em httpwww6ufrgsbrseerbioojsindexphprbbarticleviewFile251170

Souza VC Lorenzi H (2005) - Botacircnica Sistemaacutetica Guia ilustrado para identificaccedilatildeo das famiacutelias de Angiospermas da flora brasileira baseado em APG II 640p Instituto Plantarum Nova Odessa Satildeo Paulo SP Brasil ISBN 8586714216

Suguio K Tessler MG (1984) - Planiacutecies de cordotildees arenosos quaternaacuterios do Brasil Origem e nomenclatura Anais Simpoacutesio sobre Restingas Brasileiras p15-26 CEUFF Niteroacutei Rio de Janeiro Brasil Natildeo Publicado

Waechter JL (1995) - Aspectos ecoloacutegicos da vegetaccedilatildeo de restinga no Rio Grande do Sul Brasil Comunicaccedilotildees do Museu de Ciecircncias PUCR (ISSN 0100-3380) 3349-68 Porto Alegre RS Brasil