Confira a coletânea dos projetos Talento Profissional Senac 2011!

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Coletânea do Prêmio Talento Profissional

Senac 2011

Florianópolis - 2011

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL - SENACADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SANTA CATARINA

PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONALBruno Breithaupt

DIRETOR REGIONALRudney Raulino

DIRETOR DA DIVISÃO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONALIvan Luiz Ecco

COORDENADORA DO PROJETOAna Paula Augusto

PESQUISA, ORGANIZAÇÃO E REVISÃO DO CONTEÚDOAna Paula AugustoDaniela Fernanda Spudeit de OliveiraElaine Lemos de MouraFernando SilvaHeber Silveira CoimbraNoeli Viapiana

EQUIPE DE DESENVOLVIMENTOColaboradores e Alunos das Unidades do Senac/SC

CATALOGAÇÃO NA FONTE. BIBLIOTECáRIA RESPONSáVEL: Noeli Viapiana CRB14/1013

SENAC, DR SC. Coletânea do Prêmio Talento Profissional Senac 2011.Org. Ana Paula Augusto. Florianópolis: Senac/SC. 2011.

119 p.

1. Prêmio Senac 2. Coletânea 3. Talento Profissional Senac

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Regional em Santa Catarina

Rua Felipe Schmidt, 785 - 6°e 7º andares |

Centro | CEP 88010-002 | Florianópolis | SC

Fone: (48) 3251-0500 |

Fax: (48) 3251-0501 |

Home Page www.sc.senac.br

É proibida qualquer cópia ou reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sejam eletrônicos ou mecânicos sem a autorização prévia por escrito do Senac/SC.

Biodigestor alimentar: um novo conceito na qualidade de vida domiciliar .................................5

Brinquedoteca – mais cor e alegria para as crianças do bairro dona francisca .........................13

Busca da sustentabilidade: uso consciente do papel no ambiente de trabalho ........................21

Reciclagem de filtro e óleo veicular usado: uma questão de conscientização e oportunidade ................................................................27

Sistema de gerenciamento de resíduos sólidos recicláveis: uma proposta de melhoria para a empresa ecoverde. .........................................................35

Sistema on-line aluno-empresa: oportunidades acadêmicas para desenvolvimento de trabalhos de conclusão de curso .................................................45

Análise e reposicionamento da marca ong aeglbts/sc ...............................................................55

Gestão integrada de logística reversa para embalagens de vacinas veterinárias .....................67

Implantação de um núcleo avançado de pesquisas para fabricação e industrialização de rodutos feitos a partir de fibras ecológicas de palha, folha e caule de milho. .............................................77

Educando com ritmo .................................................................................................................87

Eco-eletrônico: conscientização ambiental em benefício da inclusão digital ............................97

Crescendo com as diferenças ..................................................................................................109

Sumário

Formação Inicial e Continuada

Técnico de Nível Médio

Graduação

Pós-graduação

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RESUMO

Este projeto tem como finalidade orientar as pessoas de que, com uma forma simples e econômica, podem minimizar a grande massa de poluição no nosso planeta, que por sua vez, não se cansa de nos mostrar os efeitos colaterais dessa poluição com fenômenos climáticos desfavoráveis chegando a níveis elevados. A ideia de montagem de um biodigestor doméstico através da utilização de embalagens PET e canudos plásticos proporcionam o fácil acesso das pessoas pelo seu baixo custo financeiro, e pela rapidez e simplicidade que o biodigestor pode ser construído. Além de dar um novo caminho às sobras de alimentos como cascas de frutas e restos das refeições diárias, este processo resulta um inseticida natural, denominado chorume, que facilmente pode ser utilizado em hortas orgânicas. Também será dando um destino correto a materiais como embalagens PET e canudos plásticos, utilizados na montagem do Biodigestor.

Palavras-chave: Inseticida natural, sobras de alimentos, descarte correto.

1 INTRODUÇÃO

A preocupação com o planeta vem aumentando a cada dia devido à ocorrência de fenômenos climáticos desfavoráveis e ao descaso do homem com a natureza, chegando a níveis elevados, reduzindo as possibilidades de produção, o que afeta a economia do planeta e a sociedade em geral.

Segundo o IBGE, o lixo que é coletado diariamente no Brasil é de cerca de 230 mil toneladas. De todo esse lixo, apenas %4 é reciclado e, do restante, %20 dos municípios jogam em rios e córregos. Apenas %8 dos municípios brasileiros têm programas de coleta seletiva de lixo (IBGE, 2007). O Brasil

Andressa Alves da SilvaElaine Dimenes Bogado OzunaFranciane Matiole ButuhyHeverton Morona BorgesORIENTADORAIvone Maria Mallmann

BIODIGESTOR ALIMENTAR: UM NOVO CONCEITO NA QUALIDADE DE VIDA DOMICILIAR

1º Lugar - Formação Inicial e ContinuadaCriciúma

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produz aproximadamente 230 mil toneladas de lixo por dia. Cada brasileiro gera, em média, 500 gramas de lixo diariamente, podendo chegar até a mais de 1 quilo por dia.

Mediante essa constatação, nunca houve tantos apelos quanto à necessidade de mudança de comportamento e de conscientização em todos os setores, como a preservação de recursos naturais e também como dar destino correto aos resíduos através da criação de mecanismos que possam ajudar na conservação e preservação do meio ambiente.

Um meio bastante original é o uso de um biodigestor, que tem a função de transformar resíduos em energia limpa. O biodigestor original é muito complexo, sendo assim de difícil acesso, tanto pelo seu custo financeiro quanto pelo seu tamanho e composição (esterco animal).

Neste contexto, surge o desafio de criar um biodigestor doméstico através da utilização de embalagens PET e canudos plásticos que proporcionam o acesso a um maior número de pessoas.

1.1 Caracterização do ProblemaEste projeto tem o propósito de abordar dois problemas:a. O excesso de material orgânico descartado em lixões, que poderia ser utilizado de outras

formas, por exemplo, como adubo nas lavouras, quintais, hortas e jardins. b. O excesso de inseticidas nocivos à saúde, utilizados por produtores de hortaliça, vegetais,

legumes entre outros. Desta forma, pergunta-se: Já que existe excesso de lixo orgânico, de que forma um biodigestor

doméstico pode auxiliar na criação de um novo conceito de qualidade de vida domiciliar?

1.2 Objetivos e MetasO principal objetivo deste projeto é orientar as pessoas na diminuição de materiais orgânicos

com destino aos lixões ou aterros sanitários, transformando esse material em adubo de excelente qualidade, para o plantio de verduras e hortaliças sem o uso de agrotóxico. Esse processo é possível por meio da compostagem, que é uma forma de produzir húmus para utilizar como composto, ou seja, fertilizante orgânico na agricultura. Tem como resultando um inseticida ecologicamente correto, tanto para a saúde quanto para o meio ambiente e afastando as chamadas ‘pragas’.

Segundo Ruth Rocha (2001, p. 489), praga é a designação genérica dos insetos e moléstias que atacam as plantas e os animais.

Essa forma de inseticida pode ser utilizada em quintais, condomínios, ambientes rurais, hortas de creches e escolas, gerando um produto orgânico, livre de agrotóxicos.

1.3 JustificativaA preocupação com o meio ambiente e com o futuro do planeta está cada vez mais presente

na rotina das pessoas. Vários setores buscam por soluções para diminuir os efeitos causados pelos resíduos expostos na natureza e por novas tecnologias que viabilizem o desenvolvimento sustentável e orgânico.

Muitos assuntos que dizem respeito à responsabilidade social, reciclagem, lavagem orgânica, redução de embalagens plásticas, desperdícios, restos de alimentos e de resíduos são atualmente a pauta principal de grupos atuantes na busca constante de soluções para o problema, considerando que o objetivo é a diminuição de restos orgânicos em lixões e a diminuição de pragas que incomodam

e transmitem doenças em lavouras e hortas por meio de um inseticida ecologicamente correto. Justifica-se a proposta de criação de um biodigestor doméstico que processará os resíduos,

transformando-os em adubo orgânico e também produzindo um inseticida ecologicamente correto (pois não agride o meio ambiente), utilizável em hortas, lavouras, quintais, jardinagem entre outros, diminuindo, assim, os resíduos espalhados no meio ambiente.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Criar um mecanismo doméstico capaz de atender as necessidades do ser humano, vindo ao encontro do fortalecimento das ideias de sustentabilidade e melhoria do meio ambiente, o biodigestor surge como uma possibilidade real de minimizar os efeitos negativos do excesso de lixo. De acordo com Sánchez (2005):

O processo de biometanação envolve a conversão anaeróbica de biomassa em metano. A decomposição biológica da matéria orgânica compreende quatro fases. Esta conversão do complexo orgânico requer uma mistura de espécies bacterianas, as quais podem depender de cada uma para seu crescimento e ocorrer, pela sequência de quatro reações: hidrólise, acidogênese, acetogênese e metanogênese. O tratamento de dejetos por digestão anaeróbia possui várias vantagens, tais como destruir organismos patogênicos e parasitas, o metano pode ser usado como uma fonte de energia, produção de baixa biomassa determina menor volume de dejetos e menor custo, capacidade de estabilizar grandes volumes de dejetos orgânicos diluídos a baixo custo.

O homem cada vez mais se preocupa com a saúde e com a perspectiva de vida longa, mas não apenas optando por uma alimentação saudável, vegetariana ou com a prática de esportes que contribui para a melhora da saúde física, ele também quer conscientizar sobre a necessidade do consumo ser cada vez mais sustentável, baseado numa lógica de responsabilidade conjunta e da adoção de práticas que orientem para um aumento permanente da informação aos cidadãos consumidores. Segundo Fatima Portilho (2005, p.255):

O consumo sustentável representa um salto qualitativo de complexa realização, na medida em que agrega um conjunto de características que articulam temas como equidade, ética, defesa do meio ambiente e cidadania, enfatizando a importância de práticas coletivas como norteadoras de um processo que, embora englobe os consumidores individuais, prioriza as ações na sua dimensão política. O grande desafio que se coloca é o da mudança na visão das políticas públicas, o que possibilitará desenvolver conceitos e estratégias de desenvolvimento que promovam efetiva redução de práticas pautadas pelo desperdício, pela superação de um paradigma que nos coloca cada vez mais numa encruzilhada quanto à capacidade de suporte do planeta, e da habilidade que a sociedade tem de buscar um equilíbrio entre o que se considera ecologicamente necessário, socialmente desejável e politicamente atingível ou possível.

Devido às campanhas realizadas para conscientização, muitas pessoas tentam diminuir seu lixo através da adubação com resíduos orgânicos, entretanto, essa atitude reflete no aparecimento de ratos, baratas, formigas, moscas, lagartas, etc. Esses animais, além de causar incômodos e serem perigosos por transmitir doenças, alimentam-se das hortaliças e plantas em geral, ocasionando a perda do alimento, o que gera desperdício de tempo e dinheiro. Além disso, fertilizantes e pesticidas químicos são derivados do petróleo (fonte não renovável), num processo de energia intensiva. Esses fertilizantes contêm neurotoxinas, substâncias cancerígenas e irritantes para pele e olhos,

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perturbadores do sistema endócrino e que, muitas vezes, são lançados em esgotos, contaminando os lençóis freáticos próximos.

Segundo Lages & Neto (2002), consumidores ecológicos são “aqueles que buscam conscientemente produzir, através do seu comportamento de consumo, um efeito nulo ou favorável sobre o meio ambiente e à sociedade como um todo”.

Esse consumidor responsável faz com que a sociedade de um modo geral questione o seu modo de vida e entenda que se os recursos do planeta não forem renovados, a vida que conhecemos acabará de forma dramática. É necessário diminuir a atual demanda constante de consumo exagerado, através do processo de conscientização, para só assim garantirmos a sustentabilidade ambiental. Criação de mecanismos de fácil acesso e de utilização doméstica, como o Biodigestor Doméstico com restos de alimentos que ajudará na preservação do ecossistema.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Métodos e procedimentosA seguir, apresentaremos os materiais e a forma de montagem artesanal do Biodigestor Doméstico:Materiais necessários:

Uma Garrafa PET de 2lDois Canudos PlásticosUma Garrafa PET de 600mlFita AdesivaTesoura ou facaPó de SerraSobras de Alimentos

Corta-se a garrafa mais ou menos na parte acima do rótulo, coloca-se uma camada de pó de serra e outra de sobras de alimentos e fecha-se com fita adesiva. Deve-se fazer um furo pequeno perto da tampa para pôr o canudo para a saída do gás metano e colocar outro canudo na parte acima dos pés da garrafa, conectando com a garrafa de 600ml, onde se depositará o chorume.

O chorume resultante desse processo torna-se um inseticida natural, misturando-se a mesma quantidade do produto resultante com água, e sua aplicação deve ser feita com um borrifador sobre hortaliças, flores e vegetais. Recomenda-se o uso em jardins e hortas domésticas, bem como em hortas de escolas e jardins municipais.

É recomendável que esse trabalho seja feito por um adulto, pois será necessário o uso de uma faca ou tesoura para cortar a garrafa PET, diminuindo assim os riscos de acidentes.

Figura1: Biodigestor Doméstico

Fonte: Pesquisadores (2011)

Legenda:Canudo Plástico 1: Será utilizado para a saída do gás metano, que será produzido dentro da garrafa no decorrer da decomposição, Garrafa PET 2l: Utilizada para depositar o lixo orgânico (sobras de alimento) e pó de serra.Canudo Plástico 2: Será utilizado como um caminho para a saída do chorume até a garrafa de 600ml.Garrafa PET 600ml: Reservatório do chorume.

O Biodigestor Doméstico deve ficar em um lugar em que receba luz solar, mas não diretamente, e não deve ficar exposto à chuva.

A quantidade exata de chorume e o tempo de realização do processo dependem dos agentes de decomposição dos alimentos armazenados.

3.2 Custos do Projeto

Os materiais para montagem do Biodigestor Doméstico poderão ser adquiridos no dia-a-dia, através de embalagens de sucos, refrigerantes, água, entre outros.

O canudo pode ser comprado ou reutilizado. Todos os materiais poderão ser encontrados com facilidade ou serem adquiridos de suas funções originais por um preço inferior a R8,00$ (oito reais).

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3.3 Resultados obtidos e/ou esperadosAtravés do processo descrito, foi possível obter um ótimo resíduo como adubo (inseticida), que

será facilmente misturado com a terra, sem resultar em resíduos que poderão atrair insetos e outros animais.

Além disso, também resultou em um inseticida que fará a horta ficar mais bonita e, principalmente, saudável, pois o chorume é composto de água e nutrientes que as bactérias produzem no decorrer da decomposição.

O adubo obtido a partir do lixo orgânico decomposto transforma-se em mineral rico que pode ser usado como húmus que libera diversos nutrientes.

4 CONCLUSÃO

É de conhecimento geral que se não forem tomadas as devidas providências em prol do meio ambiente, a vida em nosso planeta estará fadada a passar por incríveis mudanças jamais vistas. É necessário adquirir hábitos saudáveis e criar uma consciência de preservação e transformação.

Este projeto mostrou que com pouco custo e trabalho é possível cultivarmos um alimento mais saudável, com mais nutrientes e sem desperdícios, do que por outras vias que poderão atrapalhar a horta ou lavoura, ou seja, ter uma boa produção e, consequentemente, mais saudável. Por meio deste projeto, podemos enxergar que, com pequenas ações como esta, pode-se colaborar com a nossa saúde e com a saúde do planeta, preservando o mundo com sustentabilidade.

A pergunta que todos nós devemos fazer é: por que não cuidamos do nosso planeta? É necessária a consciência de que, além da saúde, nós também economizaremos em diversos aspectos ao viver uma vida mais saudável.

No início das civilizações, a terra era rica em nutrientes e, agora, após tanto desmatamento e uso de produtos que fazem mal ao planeta, nós, alunos, e futura geração sentimos o dever de ensinar o que aprendemos para que todos possam conhecê-la novamente e para que nossos filhos e netos possam ter o que temos hoje ou, quem sabe, com a conscientização, obter resultados ainda mais positivos.

Talvez até nós mesmos com o avanço da ciência (que afirma que poderemos ter uma vida saudável até os cem anos) poderemos ver e nos orgulhar de ter preservado o meio ambiente para ter uma vida melhor e mais saudável, podendo ser um idoso de cem anos que pode jogar futebol ou uma idosa que ainda vai ao shopping, pois é feliz quem é saudável.

Assim, vemos que um gesto pequeno como esse de desenvolver um biodigestor caseiro, pode englobar e ajudar em coisas de proporções maiores que necessitamos e que nos auxiliam no nosso dia-a-dia, como ser feliz.

REFERÊNCIAS

________. http://biodigestor.zzl.org/index.php?pag=constbio – acesso em 14 jun.2011;________. http://www.biodieselbr.com/energia/biogas/biodigestor.htm - acesso em 14 jun.2011;________. www.ruralcostarica.com/biodigestor-portugues.html - acesso em 14 jun.2011. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de

2007. São Paulo, site: www.ibge.gov.brLAGES, Natália, Neto, Alcivio Vargas. Mensurando a consciência ecológica do consumidor: um

estudo realizado na cidade de Porto Alegre. Anais do 26º ENANPAD, Salvador, BA, 2002 (CD-ROM);

MATHESON, Cristie.ECO CHIC, Salvando o seu Planeta com Estilo. São Paulo: Matrix, 2008;PORTILHO, Fatima. Sustentabilidade Ambiental, Consumo e Cidadania. 1ª. Ed.. São Paulo: Cortez,

2005.ROCHA, Ruth, Minidicionário Enciclopédico Escolar. 10ª Ed. São Paulo: Editora Scipione, 2001.

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1 INTRODUÇÃO

A brinquedoteca é um espaço que estimula o desenvolvimento psicológico, físico e social das crianças e jovens, através do brincar. É por meio das brinquedotecas que se pode também avaliar o desenvolvimento das crianças. Neste espaço, ela se socializa, aprende a tomar iniciativas, desenvolve sua linguagem e demais potencialidades. Este espaço tem como proposta o brinquedo, o objeto, sua necessidade de ampliar e preservar as possibilidades de vivência com a ludicidade.

Possibilitar que as crianças e os jovens de famílias de uma determinada localidade possam fazer o uso de brinquedos, bem como favorecer que joguem em grupos, promovendo a socialização, é um dos objetivos que serão abordados neste projeto.

Este trabalho surge na esperança de proporcionar às crianças do bairro Dona Francisca seu direito de brincar, utilizando um espaço desativado, que é a menina dos olhos desta comunidade.

Ao observar desigualdades entre bairros e ruas e deparar-se com estruturas que poderiam servir de referência a dezenas de pessoas, surgiu a ideia de ajudar esta comunidade a crescer, voltar a frequentar um bem que é seu e, sobretudo, contribuir para o desenvolvimento integral das crianças que lá residem.

1.1 Caracterização do Problema Tendo em vista que a comunidade do bairro Dona Francisca, localidade de Rio Represo, não

conta com opções de lazer para as crianças que ali moram, bem como um espaço destinado para a socialização da comunidade, resolvemos, inicialmente, priorizar suas crianças e jovens. Por existir uma escola desativada e esquecida, juntos, em parceria com toda a comunidade de São Bento do Sul e Campo Alegre, buscaremos transformar este imóvel em um espaço de lazer e educação, criando uma brinquedoteca.

Bruna Chaiene GorniakEzequiel de Souza Giliane Gomes da Silva SchwarzMargarida DiasOrientadoraScheila Aparecida Kaiser Rohrbacher

BRINQUEDOTECA – MAIS COR E ALEGRIA PARA AS CRIANÇAS DO BAIRRO DONA FRANCISCA

2º Lugar - Formação Inicial e Continuada São Bento do Sul

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A partir deste projeto, posteriormente, pretende-se estender a ação, atendendo aos anseios de toda a comunidade, num espaço único de encontro entre as famílias, criando um centro comunitário, ponto de encontro e de lazer.1.2 Objetivo Geral

Montar uma brinquedoteca, utilizando o espaço da Escola Willy Franz, atualmente abandonada e desativada, localizada no bairro Dona Francisca – localidade de Rio Represo, através de ajuda da própria comunidade, visando criar uma opção de lazer para as crianças e jovens.

1.2.1 Metasa. Mobilizar a comunidade, visando ao trabalho conjunto na organização e limpeza do espaço;b. Apresentar o projeto ao poder legislativo da cidade de Campo Alegre, buscando auxílio na

reativação do espaço, liberando, inicialmente, energia elétrica e água para a estrutura;c. Realizar campanhas de brinquedos nas cidades de São Bento do Sul e Campo Alegre para

disposição da brinquedoteca;d. Reunir a comunidade da localidade para definição de regras de convivência e manutenção do

ambiente.e. Realizar oficinas de materiais recicláveis, promovendo a construção de brinquedos;f. Expandir serviços, criando um centro comunitário.

1.3 JustificativaDona Francisca é um bairro que tem tudo a ver com a história das cidades de São Bento do Sul

e Campo Alegre. As casas rústicas e em estilo colonial marcam a simplicidade e a tranquilidade do local.

Ao explorar o bairro, em uma região mais retirada encontra-se a localidade denominada “Rio Represo”, que fica na divisa de terras entre São Bento do Sul e Campo Alegre. Poucas pessoas compreendem, algumas nem tem conhecimento, mas esta localidade pertence à cidade de Campo Alegre. Por conta desta dúvida, segundo os moradores, esta região sofre muito, pois dizem estar “esquecidos” num ponto de divisão entre duas cidades.

Nesta localidade, existiu uma escola rural denominada “Willy Franz”, fundada em 1983 e desativada em meados de 2005, sendo seus alunos remanejados para escolas das proximidades. Com isso, a localidade acabou ficando sem sua maior referência, pois o único espaço de lazer e convivência da comunidade era este local. Com o fechamento da escola, automaticamente as crianças daquela região perderam seu maior espaço de recreação, e seus familiares, a referência e ponto de encontro, já que atuavam efetivamente em grupos de mães e associação de pais.

Atualmente, as crianças brincam nos pastos, nas ruas ou no único ponto de ônibus existente na localidade, feito de madeira, bastante precário e construído por um morador. Este é o único passatempo dessas crianças, que ali se reúnem para brincadeiras.

Observando essas dificuldades, buscamos, através deste projeto, atentar à comunidade para a importância da reativação do local. Mesmo que este retorno não seja em formato de escola, mas, se o espaço existe, unindo forças, poderemos transformá-lo em um local aconchegante, interessante e atrativo, especialmente para as crianças, para que possam usufruir do seu direito de brincar com dignidade e em local seguro.

O ponto de ônibus construído por morador é ponto de encontro para as brincadeiras das crianças.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 História da BrinquedotecaHistoricamente, a primeira ideia de Brinquedoteca surgiu em 1934, em Los Angeles, para

solucionar um problema causado pelo roubo de brinquedos de uma loja, pelas crianças de uma escola municipal. Criou-se, então, um serviço de empréstimo de brinquedo, como um recurso comunitário, utilizado até os dias de hoje. A evolução deste serviço ocorreu com mais intensidade na década de 60, expandindo-se para a Europa, mais especificamente para Suécia, Inglaterra, Bélgica e França, não mais com a função de empréstimo exclusivamente, mas ligada à orientação de crianças excepcionais e ao estímulo à aprendizagem

Assim, nasceram mais duas outras funções da Brinquedoteca: a educacional e a terapêutica. No Brasil, em 1971, realizou-se no Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE, em São Paulo, uma exposição de brinquedos pedagógicos, direcionados aos pais de crianças excepcionais, aos profissionais e estudantes. O interesse pela exposição foi tão grande que a APAE criou um Setor de Recursos Pedagógicos para atender o público. Isso nos leva a admitir que entre nós a brinquedoteca já surgiu com um papel educacional/terapêutico, que parece estar sendo mantido, provavelmente em função do fraco apoio público e privado ao setor educacional.

Em 1973, a APAE implantou um Sistema de Rodízio de Brinquedos e Materiais Pedagógicos, centralizando todos os brinquedos, o que provocou maior utilização de todos os recursos existentes. Este espaço foi chamado de Ludoteca, nome formado pela junção de ludo, «jogo, divertimento, brincadeira» e teca, originalmente «cofre, estojo». O espaço com o nome de Brinquedoteca surgiu pela primeira vez em 1981, com a criação da Primeira Brinquedoteca Brasileira na Escola Indianópolis, em São Paulo, voltada para o ato de brincar, atendendo diretamente a criança. A partir daí, foram

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surgindo outras brinquedotecas, o que nos permite dizer que desde 1971 até hoje vem crescendo no país a preocupação com a função do brinquedo.

2.2 A Infância nas comunidades ruraisAlguns estudos já começam a despontar quando o assunto é “infância em comunidades rurais”.

Segundo estudiosos, embora a sociedade humana seja naturalmente condicionada por fatores econômicos, as motivações dos indivíduos não se restringem apenas às necessidades de desejo material. A migração de jovens ilustra esse processo e as explicações devem levar em consideração outras dimensões da vida desse público, entre as quais as suas novas necessidades e demandas, além das redefinições em curso nos processos de socialização e nos ambientes culturais que se inserem os jovens e as crianças nos espaços sociais rurais e urbanos das pequenas localidades, em que as crianças vêm se constituindo como sujeitos e atores sociais ativos. (SIROTA, 2001; MONTANDON 2001; SARMENTO, 2006)

De acordo com Stropassolas (2010), entende-se que a infância e sobretudo as crianças e jovens que residem em comunidades rurais não podem mais serem vistos como antigamente. Parte-se da hipótese de que a compreensão da origem dos problemas que afetam jovens rurais deve ser buscada ainda na infância, em que se concebem, formam e se reproduzem os conceitos, os valores, as escolhas, as possibilidades e as oportunidades que moldam e marcam indelevelmente a trajetória social da juventude.

Diante de todas essas informações, se faz necessário levantar algumas reflexões em torno dos processos de socialização das crianças nas comunidades rurais, implicados na condição social da infância e nos significados de ser criança em comunidades rurais.

2.3 A comunidade do Bairro Dona Francisca – Rio RepresoEm pesquisas de campo realizadas na localidade de Rio Represo, pertencente ao bairro Dona

Francisca, identificamos que a comunidade almeja por melhorias, especialmente quando se trata no atendimento às crianças. Através de depoimentos coletados por moradores do local, a escola fechou sem que a comunidade soubesse o real motivo. Segundo eles, as crianças frequentavam normalmente as aulas e um bilhete foi encaminhado a cada família avisando do fechamento da unidade, impossibilitando a comunidade de reivindicar. A partir disso, começaram-se os problemas para os pais, que necessitaram remanejar seus filhos para escolas nas proximidades, o que acarretou em utilização de transporte escolar que, habitualmente, é bastante precário.

Com o fechamento da unidade escolar, os problemas estavam apenas começando, pois, segundo moradores, a comunidade ficou esquecida de vez. Na localidade, os ônibus passam em horários alternados e não atendem a necessidade da comunidade. Nos finais de semana, as famílias que não possuem condução própria são impossibilitadas de saírem de suas casas, já que não dispõem de ônibus nos finais de semana.

A realidade da localidade é bastante preocupante. Não existe sinal de telefone móvel e um orelhão já foi solicitado pela comunidade, porém, até hoje vivem sem este meio de comunicação, pois era na extinta escola que se recebiam ligações e anotavam-se recados, por ser o único local com comunicação via telefone.

No bairro, não existe supermercado, muito menos farmácia. O posto de saúde mais próximo fica há aproximadamente 12 quilômetros. Por se tratar de uma área distante do perímetro urbano,

existe nas proximidades um autódromo, onde constantemente carros em alta velocidade passam, trazendo riscos à população.

Com o fechamento da escola, automaticamente os ânimos e estima dos moradores decaíram. A motivação e espírito de equipe, que antigamente moviam a associação de pais e grupo de mães, ficaram perdidos no tempo.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Métodos e ProcedimentosO presente projeto já vem sendo estudado há um tempo e já está a passos de se concretizar. A

partir do início da divulgação do Prêmio Talento Profissional do SENAC, em que a equipe escolheu o tema, várias atividades já estão sendo feitas, visando à concretização deste anseio da comunidade.

Após a primeira visita ao local escolhido como tema para o projeto, verificou-se apreciação por parte dos moradores, quanto ao tema a ser colocado em prática. Com isso, já aparecem fortes aliados para a concretização deste, que além de um projeto, já passa a ser um sonho a realizar, não só desta equipe, mas de toda uma comunidade.

Morador da localidade, um dos primeiros apoiadores do projeto

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Flagrante da pesquisa de campo. Relato do morador: “Nossa comunidade ficou esquecida após fechamento da escola.”

O primeiro passo, diante desse desafio, foi a coleta de dados, já realizada no local. Foram realizadas visitas à comunidade, verificando o anseio de cada um dos moradores, bem como apontar as reais necessidades do todo.

Através desta pesquisa, constatou-se que na localidade as famílias são numerosas. Apesar de ser uma comunidade pequena, cerca de sessenta crianças vivem ali. Outro fato constatado, e que foi unânime por parte dos moradores, foi a necessidade urgente da instalação de uma lombada na rua de acesso principal à localidade. Como não existe um local de socialização entre as famílias, boa parte das crianças ainda brinca na rua, correndo sérios riscos de atropelamento, haja vista que a rua principal da comunidade dá acesso a um autódromo. Este quesito reforçou ainda mais a aplicabilidade da implantação deste espaço para a comunidade.

Fachada da escola, que já vem sendo mantida em perfeito estado pela própria comunidade.

Com base nessas informações, pretende-se, a partir de agora, levar ao conhecimento dos vereadores da cidade de Campo Alegre a necessidade de um espaço adequado de reunião dessas famílias. Como as crianças são a maior parte da população desta região, a brinquedoteca, mais do que nunca, seria algo de grande importância, uma vez que, com seu funcionamento, estariam muito mais seguras. Através do poder legislativo, pretende-se conseguir com que sejam reinstalados os sistemas de energia e água, bem como conseguir autorização para uso deste espaço, que já vem sendo preservado pela comunidade, na esperança de que um dia volte a funcionar. É importante comentar que, de início, apenas uma sala de aula será utilizada.

Após este contato, pretende-se realizar uma reunião comunitária onde, junto com a comunidade, será definido o funcionamento do local. Com o contato da equipe através das pesquisas, foi observado que, mesmo que adormecido, existem líderes que já se colocaram à disposição para o cuidado e manutenção do espaço.

Posteriormente, após as etapas de sensibilização das autoridades da cidade e mobilização da comunidade, o projeto passará para sua próxima etapa, que será a coleta de brinquedos para abastecimento da brinquedoteca. No decorrer, a equipe buscará sensibilização por parte de voluntários, para que atividades e oficinas diferenciadas possam ocorrer periodicamente no local. A oficina de construção de brinquedos com materiais recicláveis será prioridade. No decorrer do processo, serão oferecidas outras modalidades de oficinas, tais como: teatro de fantoches, karaokê, oficina de dobraduras, dentre outras, que serão criteriosamente organizadas.

Enfim, após o funcionamento da brinquedoteca, pretende-se organizar com a própria comunidade comissões para que o projeto seja mantido e, através dele, sejam inseridas novas atividades, até se chegar ao objetivo maior a longo prazo, que será fruto do projeto inicial de brinquedoteca, a criação de um Centro Comunitário.

3.2 Custos do projetoPor se tratar de um projeto sem fins lucrativos, que visa à arrecadação de brinquedos e materiais,

não teria custo fixo inicial para os executantes, enquanto montagem da brinquedoteca. Conforme já citado, o projeto consiste em doação e criação com materiais alternativos, que acontecerão através do envolvimento da comunidade de São Bento do Sul e Campo Alegre.

3.3 Resultados EsperadosCom este projeto, espera-se garantir um espaço reservado de lazer para as crianças e jovens

da região da Escola Municipal Willy Franz, atualmente desativada. Como o bairro é carente desses espaços, este projeto vem ao encontro da necessidade dos moradores do local, que, conforme já constatado, anseiam por atividades e espaço para um maior envolvimento da comunidade. Espera-se que este projeto seja apenas o pontapé inicial para uma série de melhorias, visando sempre à qualidade de vida de toda a comunidade.

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4. CONCLUSÃO

Realizar este projeto foi muito além de todas as expectativas da equipe. O envolvimento e espírito de luta de todos para ver o projeto funcionando foi quase uma questão de honra. A partir de visitas e conversas com a comunidade, que tão bem recebeu a equipe, o projeto ganhou uma nova dimensão, assim como a vida de cada integrante. Além da satisfação em ajudar pessoas extremamente simples, que mostram em seus rostos a esperança de trazer melhores dias aos seus filhos, estão os valores e a determinação em ajudar, nos tornando assim, seres humanos cada dia melhores. Mais que o fortalecimento da equipe buscando a solidariedade, o projeto vem conquistando cada dia mais parceiros, que se colocam dispostos a lutar por melhor qualidade de vida para aquelas pessoas.

Ao final deste projeto, pôde-se concluir que o mesmo é altamente viável, uma vez que mudará a rotina de vida de dezenas de pessoas que vivem dentre as mais diversas dificuldades. Mais do que um projeto, se transformou em um novo ânimo para pessoas residentes na localidade de Rio Represo, no bairro Dona Francisca.

REFERÊNCIAS

MONTANDON, Cléopâtre. Sociologia da infância: balanço dos trabalhos em Língua Inglesa. In: Cadernos de Pesquisa. n. 112. Março, 2001.

SARMENTO, Manuel Jacinto & PINTO, Manuel. As crianças e a infância: definindo conceitos, delimitando o campo. As crianças, contextos e identidades. Braga, Portugal, Universidade do Minho. Centro de Estudos da Criança, Ed. Bezerra, 1997.

SIROTA, Régine. Emergência de uma sociologia da infância: evolução do objeto e do olhar. In: Cadernos de Pesquisa. n. 112. Março/2001.

Stropasolas, Valmir Luiz. «Processos de socialização das crianças nas comunidades rurais.» In IV Encontro da Rede de Estudos Rurais, 2010, Curitiba. Anais do IV Encontro da Rede de Estudos Rurais: Mundo rural, políticas públicas e atores em reconhecimento político. Curitiba, 2010: Programa de Pós-Graduação em Sociologia - UFPR, 2010 ,2010.

Disponível em http://www.brinquedoteca.org.br/si/site. Acessado em 2011/07/29.Disponível em http://brinqueteca.blogspot.com/ Acessado em 2011/09/06.

Gabriela Luciano MedeirosAna Olívia Martins LaurentinoOrientador:Carla Rigotti

BUSCA DA SUSTENTABILIDADE: USO CONSCIENTE DO PAPEL NO AMBIENTE DE TRABALHO

RESUMO

O meio ambiente e as mudanças visíveis que nele vêm ocorrendo são assuntos incansavelmente debatidos por toda a sociedade. Mudanças terrestres, marítimas e atmosféricas já podem ser sentidas por todos nós devido à má utilização dos recursos naturais pelo homem. A busca incessante por fontes alternativas que combatam tais mudanças tem trazido à tona várias medidas sustentáveis que podem ser postas em prática e a reciclagem é uma delas. Desde quando foi inventado na China, o papel tornou-se um material praticamente indispensável na vida cotidiana, o único problema é que o usamos de forma exorbitante e o descartamos facilmente, mas isto não significa que não possamos reduzir seu uso. Com medidas simples e baratas, buscamos, através deste projeto, diminuir a produção de resíduos nos escritórios administrativos através do uso consciente e da reciclagem, de forma que possamos usar o que já foi utilizado, pois como dizia Lavoisier, “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

Palavras-chave: Conscientização. Reduzir. Reciclar. Reutilizar. Papel. Meio ambiente. Projeto. Recursos. Naturais. Desperdício.

1 INTRODUÇÃO

A Terra vem sofrendo uma intensa ameaça de exaustão de seus recursos naturais, devido às explorações desordenadas, impostas pelos avanços tecnológicos e econômicos. Esses fatores causam consequências desastrosas ao meio ambiente, caracterizadas pela poluição das águas, da atmosfera e do solo, promovendo o empobrecimento da fauna e da flora que compõem os seus diversos ecossistemas, atingindo o próprio homem.

Buscamos, a cada dia, alternativas para amenizar os impactos causados pelo uso indevido dos recursos naturais.

A pesquisa de métodos vem demonstrar que com pequenas atitudes de um grande grupo de

3º Lugar - Formação Inicial e ContinuadaTubarão

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indivíduos podem-se alcançar resultados motivadores.Este projeto visa à redução da utilização de papel no ambiente de trabalho (escritórios

administrativos), através de uma análise quantitativa de sua utilização e, através desses dados, promover uma nova ferramenta de utilização consciente deste importante recurso do meio ambiente.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMAVocê sabia que um funcionário de escritório utiliza em média 10.000 folhas de papel por ano?

Para a produção do papel são necessárias duas a três toneladas de madeiras, além da utilização de produtos químicos tóxicos, altamente prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, assim como à qualidade da água, do solo e dos alimentos. (Bem Simples, 2011).

Para a fabricação do papel usam-se recursos naturais extraídos das árvores, desta maneira, o desperdício de papel no ambiente de trabalho acaba gerando o desmatamento. Com isso, lidamos com várias consequências, como:

1.1.1 A elevação da temperaturaAs árvores para realizarem o processo de fotossíntese e evapotranspiração absorvem boa parte da

energia solar. Sem elas, as temperaturas médias elevam-se, pois boa parte desta energia é devolvida a atmosfera em forma de calor.

1.1.2 A destruição da biodiversidadeO desmatamento gera a extinção de espécies vegetais e animais, que por sua vez, poderiam

ajudar na cura de doenças e tornam-se extintas, muitas vezes, antes mesmo de serem descobertas.

1.1.3 A proliferação de pragas e doençasSurge como resultado de desequilíbrios nas cadeias alimentares. Algumas espécies, geralmente

insetos, antes em nenhuma nocividade, passam a proliferar exponencialmente com a eliminação de seus predadores, causando graves prejuízos, principalmente para a agricultura (Colégio Web, 2011).

1.1.4 A degradação do soloO solo perde sua capacidade de produção afetando a produção de alimentos e a contaminação

dos lençóis freáticos.

1.1.5 O assoreamento dos riosCom o acúmulo de entulhos e outros detritos no fundo dos rios, ele passa a suportar cada vez

menos água, provocando enchentes em épocas de grande quantidade de chuvas.

1.1.6 A diminuição dos índices pluviométricosEm consequência da extinção de nascentes e também do fim da evapotranspiração. Estima-se

que metade das chuvas caídas sobre as florestas tropicais são resultantes da evapotranspiração, ou seja, da troca de água da floresta com a atmosfera (Colégio Web, 2011).

1.1.7 A desertificaçãoOcorre devido a todas as consequências do desmatamento citadas acima, gerando a diminuição

da biodiversidade.

1.1.8 Produção de oxigênioAs árvores, além de tudo, têm uma grande função, que é a eliminação de oxigênio, através do

processo de fotossíntese. Sem elas, a quantidade de O2 diminui, aumentando consequentemente a quantidade de gás carbônico na atmosfera.

1.2 OBJETIVOS E METAS1.2.1 Objetivos gerais

Obter com este projeto a diminuição do desperdício de papel no dia-a-dia do ambiente de trabalho.

1.2.2 Objetivos específicosa. Adquirir uma balança eletrônica, para que seja efetuada a pesagem dos papéis eliminados;b. Traçar um planejamento de coletas de dados;c. Executar a coleta de dados durante o prazo de um mês, para que seja definida a porcentagem

mensal de papéis inutilizados;d. Montar estatisticamente, através de dados, a quantidade de papel desperdiçado em um ano;e. Criar uma cartilha de conscientização;f. Criar o programa Funcionário Sustentável.

1.2.3 MetasAlcançar um índice de diminuição de %40 de desperdício de papel através de um programa de

conscientização (e do programa Funcionário Sustentável) em um prazo de seis meses.

1.3 JUSTIFICATIVAO crescimento do volume de lixo produzido no mundo é uma consequência do consumo

desenfreado e irracional de produtos que são típicos na vida cotidiana moderna. Tratando-se do papel, não somente nos escritórios, mas em todos os setores, podemos verificar a olho nu quão grande é esse desperdício, principalmente nas salas em que se encontram impressoras e máquinas fotocopiadoras , onde um erro mínimo e quase imperceptível faz uma folha ir para o lixo.

É importante que comecemos desde já a nos conscientizar de que além das árvores utilizadas na fabricação do papel utilizamos também água e energia, ambas essenciais para a vida na Terra, por isso temos que pensar nas gerações futuras e nos impactos que nossas pequenas atitudes diárias causarão.

É necessário que novas atitudes comecem a ser tomadas dentro das empresas e seus respectivos escritórios para que haja uma diminuição da produção de resíduos, mas que tais atitudes não sejam só tomadas dentro do ambiente de trabalho e sim que sejam levadas para a vida de cada funcionário.

Além das questões ambientais, temos também a questão econômica, já que se houver uma

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diminuição da produção de lixo gerado pelo papel inutilizado haverá também uma redução de gastos significativa. Por fim, todos os lados saem ganhando.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O meio ambiente vem sofrendo um grande desequilíbrio ecológico e o principal causador deste desgaste é o homem, devido ao uso indevido dos recursos naturais existentes, gerando vários problemas ambientais na qual a sociedade atual está inserida. “Estamos alterando ciclos importantes do planeta. E isso acontece no Brasil em função das atividades econômicas, como em todo país desenvolvido”, diz o engenheiro Márcio Freitas, coordenador de qualidade ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Um dos problemas ambientais mais críticos que estamos vivenciando é o desmatamento. Ele é causado por diversos fatores como a urbanização, incêndios florestais, atividades econômicas e principalmente pela exploração seletiva de madeira usada para a produção de papel.

O papel é um material biodegradável e orgânico, mas em caso de aterros com pouca umidade o processo de degradação se torna lento, chegando a demorar de três meses a 100 anos para se decompor (Rudzerhost, 2011).

O alto consumo do papel acarreta em impactos desastrosos ao meio ambiente e à saúde humana, desde a sua produção até o seu descarte.

Para obter a sua fabricação, é utilizada a celulose, principal componente encontrado no papel. Essa substância é obtida da polpa da madeira que é retirada através de processos químicos e mecânicos.

Segundo o Instituto AKATU, para produzir 1kg de papel, são consumidos, em média, 540 litros de água, e que para cada tonelada de papel virgem, 12 árvores são derrubadas.

O uso de papel é utilizado em diversos lugares, tais como em escolas, hospitais, prefeituras, escritórios, etc.

É sabido que em escritórios há o uso frequente de papéis para realizar diversas tarefas (tais como a impressão, armazenamento, etc.) e por menores que sejam esses locais, possuem milhares de processos, o que totaliza um número altíssimo de papel utilizado, sem contar o papel que é desperdiçado durante a prática.

Esse desperdício pode ser amenizado com a conscientização de cada indivíduo, para que o índice de papéis inutilizados seja reduzido.

Outra forma de reduzir o grau de uso indevido é através da reciclagem, que envolve reutilizar algo supostamente inútil, em vez de simplesmente jogar fora.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS3.1.1 – Planejamento

f Certificar-se das condições de trabalho (balança, coleta seletiva, etc.);Criar planilhas de coleta de dados (contendo data, hora, peso inicial, peso final, responsável) para registrar as informações necessárias a fim de comprovar o índice de papéis desperdiçados.

3.1.2 – Execução f Conforme planejado, durante o prazo de 30 dias úteis será efetuada a pesagem individual de cada lixeira, vinculando a mesma ao responsável pelo setor;

f Registrar os dados em uma planilha; f Ao final dos 30 dias, os dados obtidos serão avaliados da seguinte maneira:a. Quantidade geral de papéis eliminados no mês correspondente ao responsável de cada

setor;b. Projeção da quantidade de papéis eliminados em um ano (individual e geral).

f Criar uma cartilha de conscientização, vinculando a quantidade de papéis desperdiçados à quantidade de árvores desmatadas;

f Propor à administração da empresa uma forma de premiação ao funcionário líder em sustentabilidade do mês, ou seja, o funcionário que eliminou a menor quantidade de papel;

f Buscar meios de divulgação do trabalho a fim de motivar a consciência ambiental na empresa; f Ao fim do ciclo de coletas de dados, encaminhar o material coletado à indústria de reciclagem e destinar a verba a instituições de caridade.

3.2 CUSTOS DO PROJETO f Balança eletrônica: R$ 399,00 f Material de divulgação: R$ 30,00

3.3 RESULTADOS OBTIDOS E/OU ESPERADOSEsperamos ao final do projeto poder demonstrar em nossa pequena parcela de estudo (que

será desenvolvida na Epagri - escritório da gerencia regional de Tubarão) noções de eliminação de desperdícios diários e uma forma de resolução para esse problema.

Com um projeto bem concretizado, repassar a experiência para outros escritórios, buscando uma abrangência maior deste modelo de sustentabilidade.

4. CONCLUSÃO

A sociedade atual tem um hábito que precisa ser rapidamente modificado: o de jogar no lixo materiais que podem ser reutilizados. Diariamente nos escritórios, jogamos quase que automaticamente papéis que não iremos mais utilizar, como por exemplo: cartas, impressos, fotocópias, envelopes, entre outros, quando poderíamos reciclá-los e reutilizá-los.

Estima-se que um escritório gaste em média por ano 500kg de papel, essa quantia é equivalente a dez árvores, ou seja, por ano cada escritório inutiliza dez árvores em forma de papel que tem por fim lixões e aterros, onde demoram cerca de três a seis meses para decompor-se, quando facilmente poderiam sofrer o processo de reciclagem.

Reciclar é um ato que deveria ser posto em prática por todas as empresas existentes, pois além das questões ambientais como a preservação dos recursos naturais, temos também a questão socioeconômica, já que a empresa terá uma diminuição quantitativa em seus gastos e toda a sociedade será beneficiada a longo prazo. Mas é interessante e extremamente importante que

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as empresas não invistam somente em reciclagem, mas que invistam também em campanhas de conscientização. A conscientização é a peça-chave de nosso projeto, sem ela não conseguiremos atingir nossos objetivos aqui traçados.

Buscamos assim, consolidar uma sociedade consciente, que vise à diminuição da degradação ambiental e, por consequência, mais preocupada com o futuro das próximas gerações. Afinal de contas, uma sociedade consciente, preserva.

“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” (Louis A. Lavoisier).

REFERÊNCIAS

Bem Simples – Aprenda a reduzir o uso de papel sulfite. Disponível em <http://comunidade.bemsimples.com/bem-verde/w/bem-verde/Aprenda-a-redu. aspx>. Acessado em: 24 de Julho de 2011.

Sua Pesquisa - Assoreamento dos rios. Disponível em <http://www.suapesquisa.com/rios/assoreamento_rios.htm>. Acessado em: 24 de Julho de 2011.

Colégio Web – As consequências do desmatamento. Disponível em <http://www.colegioweb.com.br/aquecimento/as-consequencias-do-desmatamento.html>. Acessado em: 24 de Julho de 2011.

Rua Direta – Recursos renováveis. Disponível em <http://www.ruadireita.com/energias-renovaveis/info/nao-deite-para-o-lixo-recicle-o-papel/ >. Acessado em: 25 de Julho de 2011.

Rudzerhost – A reciclagem do papel. Disponível em <http://www.rudzerhost.com/papel/recipapel.htm>. Acessado em: 26 de Julho de 2011.

Instituto Akatu. Disponível em <http://www.akatu.org.br/>. Acessado em: 26 de Julho de 2011.

RESUMO

O projeto desenvolvido surgiu do interesse dos participantes pela conscientização ambiental, através da observação inicial do descarte indevido dos filtros de óleo automotivos usados após as trocas efetuadas nos estabelecimentos que executam o serviço de troca de óleo veicular. Partindo dessa observação, verificou-se uma oportunidade de geração de renda aliada à potencial diminuição dos impactos causados ao meio ambiente, já que os postos de troca acabam acumulando esse lixo tóxico devido à dificuldade de recolhimento e encaminhamento a locais apropriados. Foram desenvolvidas pesquisas sobre os procedimentos e investimentos necessários e realizado, através de parcerias, um piloto para constatação na prática das ideias delineadas no grupo. Como conclusão, foi possível constatar que com interesse, criatividade, ousadia e comprometimento é possível cumprir o nosso papel enquanto cidadãos, modificando nossa forma de olhar para o mundo que nos cerca, realizando uma ação empreendedora que viabiliza geração de renda de forma consciente, refletindo de forma positiva no futuro das novas gerações.

Palavras-chave: Filtros de óleo. Conscientização ambiental. Geração de Renda

1 INTRODUÇÃO

Com a evolução da humanidade, o crescimento populacional trouxe mudanças benéficas ao ser humano. Porém, com a exploração dos recursos naturais aliada aos avanços da modernidade, que tornam a vida humana mais cômoda, surgiram diversos fatores que contribuem para deteriorar o meio ambiente.

O crescimento do setor automobilístico é um desses fatores. O automóvel, um bem que

Anderson Silva LealCamila Machado FernandesElisson Eliseu de Melo LessaOrientador: Marcelo Mazon

RECICLAGEM DE FILTRO E ÓLEO VEICULAR USADO: UMA QUESTÃO DE CONSCIENTIZAÇÃO E OPORTUNIDADE

1º Lugar - Técnico de Nível MédioCriciúma

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proporciona ao consumidor locomoção, rapidez, conforto, comodidade, etc., ao mesmo tempo, gera uma série de consequências maléficas à natureza, originadas pela queima de combustíveis fósseis e pelo rejeito de produtos provenientes da manutenção dos veículos.

Sendo assim, o presente projeto tem como foco contribuir para a redução dos resíduos provenientes da troca dos filtros de óleo automotivos, evitando que produtos químicos sejam jogados na natureza.

1.1 Caracterização do ProblemaNa cidade de Criciúma/SC, o óleo lubrificante usado extraído na troca já é recolhido e destinado à

reciclagem. Porém, o filtro de óleo retirado na troca tem como destino os aterros sanitários, lixões, entre outros locais inadequados.

Figura 1: Filtro de óleo lubrificante

Ciente do problema citado acima surge o questionamento: É possível que pessoas comuns, comprometidas com seu papel enquanto cidadãos se dediquem a um mesmo objetivo em prol da recuperação do meio ambiente, gerando renda e reduzindo os impactos ambientais?

1.2 Objetivos e MetasRecolher os filtros de óleo lubrificante usados, trocados em autopostos de combustíveis e oficinas

mecânicas de Criciúma, extrair o óleo do interior dos filtros e vender cada material para empresas especializadas em sua reciclagem.

1.2.1 Objetivos Específicosa. Distribuir embalagens apropriadas nos pontos de coleta para o recolhimento dos filtros usados;b. Extrair o restante de óleo dos filtros usados através da prensagem;c. Realizar a venda dos materiais separados para empresas especializadas na reciclagem de cada

produto;d. Utilizar o lucro na autossustentação do projeto.

1.3 JustificativaOs filtros de óleo lubrificantes automotivos usados, quando não tem um descarte correto,

contaminam a natureza. Após a manutenção dos veículos, esses materiais são descartados ainda com considerável quantidade de óleo em seu interior e, por não ter um destino adequado, acabam indo para os aterros sanitários.

Conforme o site Ambiente Brasil (2001), o óleo que ainda resta no filtro escorre para o solo e isso pode contaminar as águas superficiais e subterrâneas. Não existe um prazo correto para que isso aconteça, depende muito da permeabilidade do solo e do volume de óleo lubrificante derramado. Os óleos lubrificantes possuem em sua composição hidrocarbonetos saturados, substâncias não biodegradáveis que acabam com a fertilidade do solo.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Classificações dos Óleos LubrificantesAssociação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, na resolução NBR10004- “Resíduos Sólidos

- Classificação”, classifica os resíduos sólidos de acordo com os riscos de contaminação ao meio ambiente e a saúde pública:

a. a) Resíduos Classe I - perigosos; b. b) Resíduos Classe II - não perigosos,

a. Resíduos Classe IIa - não inertes; b. Resíduos Classe IIb – inertes.

A ABNT classifica o óleo lubrificante usado como resíduo perigoso (classe I) por apresentar toxicidade e define resíduos sólidos como “resíduos nos estados sólido e semissólido que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” (ABNT 2004, p. 7).

2.2 Óleo Lubrificante UsadoSegundo a Revista Meio Ambiente Industrial (ano VI, ed. 31, Maio/Junho, 2001), os óleos

lubrificantes usados contêm produtos resultantes da deterioração parcial dos óleos em uso, tais como compostos oxigenados (ácidos orgânicos e cetonas), compostos aromáticos polinucleares de viscosidade elevada, resinas e lacas. Além dos produtos de degradação, estão presentes no óleo usado os aditivos que foram adicionados no processo de formulação dos lubrificantes e ainda não foram consumidos, metais de desgaste dos motores e das máquinas lubrificadas (chumbo, cromo, bário e cádmio) e contaminantes diversos, como água, combustível não queimado, poeira e outras impurezas. Pode conter ainda produtos químicos, que, por vezes, são inescrupulosamente adicionados ao óleo e seus contaminantes característicos.

Os óleos lubrificantes usados de base mineral não são biodegradáveis e podem ocasionar sérios

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problemas ambientais quando não adequadamente dispostos. Eles formam películas impermeáveis que impedem a passagem do oxigênio e destroem a vida, tanto na água como no solo, e espalham substâncias tóxicas que podem ser ingeridas pelos seres humanos de forma direta ou indireta.

O descarte indevido de óleos, em geral, é um dos grandes problemas ambientais, pois, quando esse óleo atinge as águas (de superfície, ou em casos ainda piores, do lençol freático e aquíferos, que são águas quase paradas e com baixa possibilidade de autodepuração por bactérias), grandes volumes ficam contaminados e não potáveis (consta que 1 litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água). (MOURA, 2008, p.313)

De acordo com o site Ambiente Brasil (2001), a poluição gerada pelo descarte de 1 l/dia de óleo usado para o solo ou cursos d›água equivale ao esgoto doméstico de 40 mil habitantes. A queima indiscriminada do óleo lubrificante usado, sem tratamento prévio de desmetalização gera emissões significativas de óxidos metálicos, além de outros gases tóxicos, como a dioxina e óxidos de enxofre.

Para SISINNO (2002), o solo é um organismo vivo e seu ciclo de vida é lento, ou seja, não se renova rapidamente. Em razão disso, não percebemos de imediato os efeitos causados pela poluição.

Alguns resíduos não podem ser simplesmente reciclados ou reutilizados, nem dispostos em aterros sem tratamento. São resíduos com características físicas, químicas ou biológicas que os tornam perigosos. Mas uma vez que foram gerados, esses resíduos devem ser gerenciados de forma a minimizar os riscos que representam. (STRAUCH e ALBUQUERQUE, 2008, p.67).

Além do óleo usado, a troca de óleo resulta em outro tipo de resíduo: os filtros de metal resultantes da troca.

De acordo com o site Excelência em Gestão (2008), os filtros trocados contêm resíduos oleosos, o que dificulta e torna mais oneroso o processo de reciclagem.

2.4 ReciclagemA reciclagem é uma forma de reaproveitamento de matérias-primas, como papel, plástico, latas

de alumínio e de aço, pneus etc., em que é produzida uma nova quantidade de materiais a partir de sobras e materiais usados que são captados no mercado, a seguir reprocessados, para serem novamente comercializados.

De acordo com o site bibliotecavirtual, as maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis, e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de tratamento final, como aterramento ou incineração.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Métodos e ProcedimentosAtravés de pesquisa realizada, obtivemos o levantamento de que na cidade de Criciúma existem

cerca de 65 autopostos, além dos demais estabelecimentos que também efetuam o serviço de troca de óleo.

Um piloto já está sendo realizado. Temos atualmente 80 estabelecimentos entre autopostos e

oficinas mecânicas que foram contatados e aceitaram espontaneamente participar desse projeto piloto. Estão realizando a armazenagem dos filtros de óleos retirados nas manutenções dos veículos para que façamos a coleta.

Com base nas parcerias realizadas, considerando-se que cada empresa parceira efetue a quantidade mínima de duas trocas diárias, estima-se que, mensalmente, será recolhida a quantidade aproximada de 3000 peças de filtros, de onde extrairemos cerca de 750 litros de óleo, dependendo do tamanho dos filtros, considerando-se que existem filtros para carros, caminhões, máquinas agrícolas, motores estacionários, etc.

Figura 2: Filtros recolhidos

A coleta será feita através de veículo utilitário próprio. Após o recolhimento, os filtros serão armazenados em tambores metálicos de 200 litros para que posteriormente seja feita a prensagem.

Figura 3: Recipiente de Coleta

O processo de prensagem será realizado manualmente com uma prensa hidráulica de 12

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toneladas. Ela espremerá individualmente cada filtro de forma que o óleo contido no seu interior escorra para um recipiente plástico onde será armazenado definitivamente até a sua venda.

Após o processo de prensagem, os filtros serão vendidos para empresas especializadas em compra de sucatas de metal.

A empresa compradora será a LWART LUBRIFICANTES LTDA, que mensalmente fará a coleta no local estocado, pagando R$ 50,00 para cada tambor de 200 litros de óleo lubrificante usado armazenado.

Toda a atividade de coleta, transporte e armazenagem da LWART é certificada por órgãos fiscalizadores através da emissão de licenças de operação. A empresa possui licença ambiental de operação LAO Nº 2010/174 emitida pela Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA).

Através de contatos pré-estabelecidos, verificou-se a informação de que as empresas compradoras de sucata de metal pagam em média R$ 0,20 por kg.

3.2 Custos do ProjetoColeta: aproximadamente R$ 50,00 mensais para custear o combustível do utilitário utilizado na

coleta dos filtros de óleo automotivo usados. Embalagens: Para o armazenamento dos materiais serão utilizadas as embalagens abaixo,

fornecidas por empresas parceiras apoiadoras:

a. Recipiente plástico de 60 litros: R$ 20,00 a unidade;b. Recipiente metálico de 200 litros: R$ 49,00 a unidade.

Prensa Hidráulica: de operação manual, pesa 12 toneladas e custa R$ 454,00. Este será basicamente o investimento inicial do projeto.

Total do investimento no 1º mês:a. Aquisição da prensa hidráulica R$ 454,00b. Combustível para o veículo coletor R$ 50,00 R$ 504,00

Nos meses subsequentes, o custo será somente do combustível utilizado no veículo para a coleta dos filtros, de acordo com as parcerias que poderão ser firmadas futuramente.

3.3 Resultados obtidos e/ou esperadosAlém da redução dos impactos ambientais causados pelos resíduos do óleo lubrificante, daremos

um destino adequado aos materiais que hoje são descartados no meio ambiente. O lucro obtido será utilizado para a autossustentação do projeto.

Com a venda inicial da quantidade estimada de 750 litros de óleo, o valor arrecadado será de R$ 187,00.

Quanto à sucata, a quantidade a ser vendida poderá variar conforme o tamanho do filtro prensado,

considerando-se que os filtros de óleo possuem diversos tamanhos. Quando prensados, constatou-se medidas de peso entre 0,240g a 1,2kg.

Calculando-se a quantidade estimada de 3000 peças de filtros e considerando o peso do filtro médio que é de 890 gramas, sendo vendido a R$ 0,20 o quilo, a arrecadação será de aproximadamente R$ 650,00.

Logo, o investimento inicial será pago entre o 1º e o 2º mês.

Figura 4: Filtro prensado - identificação do peso filtro pequeno.

Figura 5: Filtro prensado - identificação do peso filtro médio.

4 CONCLUSÃO

Tanto o óleo lubrificante usado quanto o metal dos filtros causam sérios danos às áreas onde ainda são despejados inadequadamente. Por se tratar de resíduos de periculosidade extrema à natureza, leis ambientais obrigam que tais materiais tenham destinos apropriados.

Através deste estudo, concluímos que podemos contribuir muito para o meio ambiente. Ao mesmo tempo em que estamos dando o destino certo a esses materiais, também estamos auxiliando

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os autopostos e oficinas a agirem de forma ecologicamente correta, que hoje têm dificuldades em “livrar-se” desses lixos tóxicos, que são cumulativos.

O grande desafio será manter as parcerias firmadas com as empresas envolvidas no projeto. Faremos isso através da conscientização e mostrando os resultados positivos dessa ação. Com isso, incentivaremos novos estabelecimentos a aderirem ao projeto, ampliando nossa área de atuação.REFERÊNCIAS

AMBIENTE Brasil. Composição dos Óleos Usados. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/oleos_lubrificantes/composicao_dos_oleos_usados.html>. Acesso em 20 jul. 2011.

EXCELÊNCIA EM GESTÃO. Aspectos e Impactos no Descarte de Óleos Lubrificantes.<.http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg4/anais/T0236_0035_7.pdf>. Acesso em 21 jul. 2011.

MOURA, Luiz Antonio Abdalla de. Qualidade e Gestão Ambiental. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR1004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004.

SISINNO, Cristina Lucia Silveira; OLIVEIRA, Rosália Maria de. Resíduos Sólidos, Ambiente e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.

STRAUCH, Manuel; ALBUQUERQUE, Paulo P. de. Resíduos, como lidar com recursos naturais. São Leopoldo: Oikos Ltda, 2008.

BIBLIOTECA VIRTUAL. Temas Diversos: Ecologia e Meio Ambiente. <.http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/temasdiversos-ecologia.php> Acesso em 21 jul. 2011.

Elisandra Cristina BatistaJoziéli Morgan KnolSalete Scheila BarzottoVanessa Rodrigues da VeigaOrientador:Ilton Agostini Júnior

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS RECICLáVEIS: UMA PROPOSTA DE MELHORIA PARA A EMPRESA ECOVERDE.

RESUMO

As indústrias são as principais organizações de fomento econômico de diversos países, associando extração de recursos naturais com tecnologias acabam por gerar uma grande quantidade de resíduos e estes, por indevido gerenciamento, acarretam problemas ambientais e sociais. A sociedade avalia a empresa pelo reflexo de suas ações na comunidade e no meio ambiente, deste modo a coletividade reconhece essas atividades como valores essenciais, e são usados como critério para avaliação, aceitação e preferência de produtos e serviços. Com o preceito ético de desenvolvimento econômico, pautado na sustentabilidade e minimizador de impactos negativos no ambiente, é que este projeto, em fase inicial de implementação na empresa Ecoverde, apresenta uma proposta de melhoria no atual plano de gerenciamento de resíduos, com a criação de indicadores de desempenho e elaboração de banco de informações, a fim de compararem dados e monitorar as melhorias com adaptações no decorrer do tempo e realidade da empresa. O controle de aplicação da metodologia dar-se-á pelos conceitos e regimentos do ciclo PDCA (Planejar; Fazer; Corrigir; Executar) bem como enquadrando todas as atividades fins nas legislações vigentes, fornecendo transparência e credibilidade ao trabalho, neste sentido, contextualizando os conhecimentos técnicos e valores adquiridos em sala de aula com aplicação prática.

1 INTRODUÇÃO

A história do Brasil mostra que todo o processo de desenvolvimento econômico se deu entorno da exploração de recursos naturais. A evolução industrial trouxe, associada ao desenvolvimento econômico, uma fragilidade sobre os recursos naturais, bem como a geração de resíduos oriundos

2º Lugar - Técnico de Nível MédioLages

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dos mais diversos processos produtivos, os quais significam um grande problema social, econômico e ambiental quando não inseridos em sistemas de gerenciamentos adequados. Considerando a necessidade de implementação de políticas ambientais condizentes com o desenvolvimento sustentável, torna-se essencial a agregação de três pontos fundamentais: crescimento econômico, equidade social e equilíbrio ecológico. Esses conceitos remetem a rotas tecnológicas, gerando capacidade de inovação e melhorias na qualidade ambiental.

A Ecoverde, que desenvolve atividades de gerenciamento de resíduos recicláveis dentro das instalações físicas de uma empresa multinacional em Lages, SC, divide a preocupação em adotar ações de ecoeficiência, atuando em conformidade com a política e a visão ambiental da multinacional.

1.1 Caracterização do ProblemaA maioria dos resíduos sólidos industriais causa danos, muitas vezes irreversíveis ao meio ambiente.

Nesse sentido, seu acondicionamento e/ou destino inadequado compromete a funcionalidade dos ecossistemas e atinge diretamente a saúde pública e a qualidade ambiental. Em virtude desta problemática, indaga-se: Como a empresa Ecoverde pode aprimorar sua rotina através de um plano de gerenciamento de resíduos a fim de mitigar os efeitos de uma gestão ineficiente de resíduos sólidos recicláveis?

1.2 Objetivos e Metas 1.2.1 Objetivo Geral

Implementar proposta de melhoria no atual sistema de gerenciamento de resíduos sólidos industriais na empresa Ecoverde, concomitantemente com ações socioambientais e respeitando a Legislação Ambiental vigente que regulamenta tal atividade.

1.2.2 Objetivos específicos f Realizar diagnóstico socioambiental e elaborar um panorama de resíduos sólidos recicláveis gerados pela multinacional;

f Aperfeiçoar o processo de gestão de resíduos sólidos recicláveis existentes, adequando-o a proposta de melhoria em conformidade à Política Nacional de Resíduos Sólidos e outras legislações pertinentes;

f Criar indicadores de desempenho, ex-ante e durante a implementação do projeto; f Capacitar os colaboradores envolvidos diretamente no processo de gerenciamento; f Sugerir ações sociais atendendo entidades locais sem cunho econômico.

1.2.3 Metas f Aprimorar o sistema de gerenciamento de resíduos sólidos recicláveis da empresa Ecoverde através de rotinas de trabalho, a fim de otimizar os recursos logísticos e humanos bem como atender a legislação ambiental vigente, proporcionando maior destaque da empresa frente à sociedade com a minimização dos impactos socioambientais gerados pelo processo produtivo;

f Proporcionar aos colaborados do projeto: conhecimento, aplicação e desenvolvimento de técnicas adquiridas em sala de aula, estimulando valores e atitudes como responsabilidade, trabalho em equipe, organização e comprometimento de maneira participativa e contextualizadora;

f Promover ações socioambientais na comunidade abrangida pela empresa.

1.2 JustificativaA discussão em torno da sustentabilidade ambiental, cada vez mais abordada no contexto

mundial, leva a buscar alternativas para a minimização dos impactos socioambientais oriundos dos modelos produtivos adotados pelas empresas que se valem da utilização de recursos naturais como fonte de matéria-prima. Nesse ínterim, a geração dos resíduos sólidos resultantes desses processos mostra-se como um dos principais problemas a serem enfrentados, quando da busca por um meio ambiente sadio e equilibrado.

A não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, estão preconizados do Art. °7 da Lei 10/12.305 - Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

A utilização de métodos de ensino aprendizagem aliado a atitudes e valores de caráter socioambiental é essencial na elaboração do plano de melhoria de gerenciamento de resíduos sólidos o qual, destacará a empresa e consequentemente proporcionará maior aceitação de seus produtos pela sociedade, esse ciclo produtivo, desde a utilização de matéria-prima até seu descarte final necessita ser incorporado num sistema de gestão integrada de resíduos sólidos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao extrair recursos naturais para obtenção de matéria-prima, a indústria com essa ação causa impactos ambientais negativos.

Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. (CONAMA 1986/001, p.1)

As indústrias são geradoras de diversas formas de resíduos, estes, denominados resíduos de classe, são listados na ABNT NBR 2004 :10004. Com o advento da Lei 10/12.305 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), em que um dos seus objetivos preza pelo incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos, bem como na disposição ambientalmente correta, implicou às empresas algumas mudanças e estabeleceu metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, como intuito de reduzir a quantidade de resíduos gerados e minimizar os impactos ambientais causados, segundo Kraemer (2005, p.23):

As mudanças ainda são lentas na diminuição do potencial poluidor do parque industrial brasileiro, (...) que continuam contribuindo com a maior parcela da carga poluidora gerada e elevados riscos de acidentes ambientais, sendo, portanto, necessários altos investimentos de controle ambiental e custos de despoluição para controlar a emissão de poluentes, o lançamento de efluentes e o depósito irregular de resíduos.

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A empresa Ecoverde Gerenciamento de Resíduos Ltda. EPP atua na gestão de resíduos sólidos industriais desde 2009, tem sua sede na cidade de Fraiburgo, SC, e a partir de maio do mesmo ano de fundação tornou-se parceira da multinacional com filial em Lages, SC, onde aproximadamente %97 dos resíduos gerados são passíveis de reciclagem. A Ecoverde opera diretamente na gestão integrada de resíduos recicláveis, com atividades direcionadas à coleta, separação, acondicionamento e venda de materiais recicláveis, buscando sempre manter relação de comércio com empresas certificadas e licenciadas ambientalmente.

Resíduos Sólidos Industriais Entende-se por resíduos sólidos os materiais excedentes dos diversos processos produtivos e

que são destinados ao descarte ou a reutilização através da reciclagem e outros processos. A NBR 10004:2004 define que:

Resíduos no estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços de varrição (...) que tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente viáveis em face à melhor tecnologia disponível (SEBRAE, 2006, p. 05).

O ciclo de vida do produto não termina quando o mesmo é rejeitado, aplica-se a ele a logística reversa, ou seja, o mesmo volta a ser matéria-prima, neste caso, tomando-se de exemplo o vidro, produto coletado em maior quantidade pela empresa Ecoverde quando comparado a outros resíduos recicláveis, tal procedimento agrega valor ao produto e reduz sua extração na fonte geradora.

A logística reversa é uma atividade ampla que envolve todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais como as atividades logísticas de coleta, desmonte e processo de produtos e/ou materiais e peças usadas a fim de assegurar uma recuperação sustentável deles e que não prejudique o meio ambiente (REVLOG,p.2005 ,3).

Diante disso, é de trazer à lume que a Política Nacional de Resíduos Sólidos entra em vigor com o intuito maior de reestruturar e readequar os processos produtivos, aliando a estes novos conceitos de produção ecoeficientes, responsabilidade compartilhada e logística reversa.

O meio ambiente também sofre modificações devido à disposição inadequada dos resíduos, os impactos ambientais causados pelo tratamento indevido das sobras de produção acarretam em contaminação do solo, dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos e atingem diretamente a saúde pública, sem contar que tais resíduos dispostos erroneamente acrescem o passivo ambiental da empresa geradora.

Dos materiais que a multinacional destina para a Ecoverde, alguns são caracterizados como elementos xenobióticos, considerados químicos poluentes da biosfera, embora nem todos os poluentes sejam compostos químicos xenobióticos.

Estes compostos têm estruturas moleculares e sequências de ligações químicas que não são reconhecidas pelas enzimas degradativas existentes e, portanto, resistem à biodegradação ou não são completamente metabolizados, resultando num acúmulo de alguns xenobióticos no ambiente. Entre eles estão incluídos hidrocarbonetos poliaromáticos (PAH), que são derivados do petróleo e os plásticos de todos os tipos etc. (SILVA, 2003, p. 25).

Fica evidente que é necessário um plano de gerenciamento de resíduos sólidos eficiente, que atenda ao aparato legal vigente e desenvolva ações socioambientais dentro da empresa e na comunidade ao entorno, convergindo com a proposta de melhoria deste trabalho.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Métodos e Procedimentos

Com o propósito de minimizar os impactos socioambientais causados pela geração de resíduos industriais, bem como fornecer um sistema de gerenciamento, agregando valores ambientais e econômicos aos produtos e serviços, a proposta de melhoria vem ao encontro da política ambiental da empresa Ecoverde.

O Gerenciamento Ambiental refere-se à implementação da Política Ambiental através de ações de gerência, coordenação, execução, controle e monitoramento das atividades sócio-econômico-culturais, que se relacionam com o meio ambiente. Essas ações são efetuadas através de medidas econômicas, normas, regulamentos, legislações, etc., que possibilitam o controle e a administração da utilização dos recursos naturais e a ocupação dos espaços naturais (VEDOVELLO, 1999, p. 157).

Nesse diapasão, a proposta de melhoria, focada nas questões sustentáveis e com enquadramento legal vigente, adotará como forma de implantação os princípios referenciados no Ciclo PDCA.

O Ciclo PDCA, é uma metodologia que tem como função básica o auxílio no diagnóstico, análise e prognóstico de problemas organizacionais, sendo extremamente útil para a solução de problemas. Poucos instrumentos se mostram tão efetivos para a busca do aperfeiçoamento quanto este método de melhoria contínua, tendo em vista que ele conduz a ações sistemáticas que agilizam a obtenção de melhores resultados com a finalidade de garantir a sobrevivência e o crescimento das organizações (QUINQUIOLO, 2002, p. 01).

1ª etapa: A realização do diagnóstico socioambiental na multinacional se deu através de visitas in loco no período de maio e junho do corrente ano (Figuras 01 e 02), permitindo uma visão geral do problema, elaborando o panorama de resíduos sólidos recicláveis gerados (Tabelas 01 e 02) e também conhecendo a política ambiental da empresa, bem como identificando os resíduos na fonte geradora e os problemas no atual gerenciamento. Ressalta-se que durante a visita foram levantadas informações referentes a ações sociais desenvolvidas pela empresa.

Figura 01: Diagnóstico na empresa. Figura 02: Identificação dos problemas.

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Tabela 01: Geração em kg de resíduo (2010).

Tabela 02: Geração em kg de resíduo (2011).

2ª etapa: Seguindo o planejamento ora realizado e em posse da base de dados gerados pela vistoria e panorama, a proposta sugere a implementação da ficha de controle dos resíduos, na qual serão discriminadas todas suas características e sua forma de gestão.

Outra medida é a adequação e padronização de cores sugeridas pela Resolução CONAMA 01/275 (tabela 03 p.10), bem como indicar, estrategicamente, pontos para acondicionamento de resíduos sólidos após sua segregação na origem.

Tabela 03: Cores sugeridas pela Resolução CONAMA 01/275

Referente ao maquinário de suporte (caminhões e caçambas), os mesmos receberão identificação com placas imantadas (Figura 03 p. 10), seguindo a portaria 97/326 da vigilância sanitária, as caçambas

deverão ser cobertas por lonas, assegurando a qualidade dos serviços e produtos e respeitando as normas que regulamentam tal atividade.

Ainda na proposta de melhoria, será realizada a capacitação dos colaboradores e administradores da empresa, e adaptação na rotina de trabalho com as melhorias efetuadas, demonstrando a importância em adotar ações socioambientais no ambiente de trabalho. A metodologia ocorrerá com explanação técnica relacionada à responsabilidade social individual e profissional, juntamente com atividades de educação ambiental, promovendo a valorização como indivíduo, a integração empresa/colaborador, o bem estar pessoal e agregando valor aos produtos e serviços a partir da interiorização dos conceitos apresentados pela proposta de melhoria.

Para que estas relações sejam viáveis, é necessário que haja uma Educação integrada no processo de Gestão Ambiental que: proporcione as condições necessárias para a produção e aquisição de conhecimentos e habilidades, e, que desenvolva atitudes, visando à participação individual e coletiva na gestão do uso de recursos ambientais e na concepção e aplicação das decisões que afetam a qualidade dos meios físico-natural e sociocultural (QUINTAS, 2000, p. 16).

É importante destacar que a proposta de melhoria, a qual está em andamento, propiciará uma comparação quali-quantitativa mais precisa e objetiva através dos indicadores de desenvolvimento ex-ante, que são eles: verificação, quantidade, classificação de resíduos sólidos recicláveis; segregação dos resíduos no local de origem; monitoramento da padronização do processo de melhoria e sua incorporação nas rotinas de trabalho; porcentagem dos resíduos recicláveis por classificação; regularização de parceiros de acordo com as normas que tutelam a atividade; rendimento econômico; destinação ambientalmente correta dos resíduos.

Ressalta-se que após treinamento e esclarecimento sobre responsabilidade social junto a Ecoverde, sejam realizadas ações sociais com uma atuação responsável, através da parceria com a APAS (Associação de Pais e Amigos dos Surdos) situada em Lages, destinando recursos para auxiliar na compra de aparelhos auditivos e outros equipamentos pertinentes aos alunos carentes. Estabelecendo, com o auxílio monetário, um percentual de %3 da renda excedente gerada pela implantação da proposta de melhoria.

Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só se refere ao ambiente, mas por via do fortalecimento de parcerias duráveis promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento orientado. (BARBIERI, 2008, p.223).

Nesta etapa do projeto ocorreu maior intervenção na rotina de trabalho da empresa, ocasionando melhorias.

3ª etapa: O monitoramento da implantação da proposta e dos indicadores de desempenho será realizado minuciosamente, através do conhecimento técnico adquirido durante o curso de formação. O check list procederá de maneira imparcial com ética e responsabilidade profissional, coletando informações concernentes às atividades melhoradas, alimentando o banco de dados, o qual fornecerá suporte técnico para a proposta de melhoria, caso haja necessidade, serão criados indicadores intermediários ao projeto os quais terão caráter contínuo e adaptável com a realidade da empresa.

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O monitoramento do PGR deverá ser conduzido através da criação de indicadores vinculados a resíduos (quantitativos e econômicos), fundamentais para a avaliação do desempenho da empresa, para a mensuração de ganhos econômicos e ambientais e para a criação de metas e objetivos futuros; garantindo, assim, a melhoria continua do desempenho ambiental. Os indicadores devem ser criados durante a implantação da proposta de melhoria, e reavaliados ao longo de seu funcionamento, de forma espelhar a melhor maneira possível à eficácia dos processos no gerenciamento de resíduos da empresa (SEBRAE, 2006, p.10).

4ª etapa: Em conformidade com as etapas anteriores e utilizando o ciclo PDCA, busca-se a execução do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, elaborando periodicamente e dentro das técnicas aprendidas no curso, relatórios e gráficos de apresentação de resultados, com o constante envio de informações ao banco de dados, fornecendo indicadores concretos do desempenho das atividades rotineiras e subsídios necessários para corrigir e aperfeiçoar os métodos para alcance de novos padrões de desempenho, adaptando-se a realidade de espaço, tempo de realidade da empresa. (Figuras 04 e 05).

Figura 03: Placas de Identificações imantadas.

Figura 04: Melhorias em andamento.

Figura 05: Adequação das caçambas.

3.2 Custos do Projeto

Tabela 04: Custos simplificados do projeto

3.3 Resultados esperadosBusca-se com a implementação da proposta de melhoria sua incorporação na rotina de

trabalho da empresa e concretização das metas; estabelecer indicadores de desempenho através de um banco de dados consistente a fim de delinear as técnicas de melhoria do gerenciamento e futuras adaptações; sensibilização dos funcionários através de capacitação continuada e inclusiva de ações socioambientais na agregação de valores aos produtos e serviços, melhorando a gestão dos colaboradores com valorização individual, programas sociais e preservação do ambiente; que a proposta possibilite melhoria continua do sistema de gerenciamento bem como das atividades correlatas.

4 CONCLUSÃO

O projeto em desenvolvimento proporcionou aos idealizadores a aplicação técnica e prática dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, com pró-atividade e responsabilidade na elaboração e implementação da proposta de melhoria.

Com a revisão bibliográfica ampla, evidenciou a importância de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos adequado para redução dos impactos socioambientais gerados pelo sistema

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produtivo das empresas bem como investimento em ações com responsabilidade social e um contínuo aperfeiçoamento dos colaboradores da empresa.

O investimento monetário deste projeto será relativamente pequeno mediante os benefícios gerados por ele na relação custo/benefício.

REFERÊNCIAS

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004. Resíduos sólidos - Classificação. 2004.BARBIERI, J. Carlos, Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 2 ed.

Saraiva, São Paulo, SP, 2008.BRASIL, Leis, Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010. Disponível

em: http://www.planalto.gov.br Acesso em: 10 jun. 2011. BRASIL, Portaria, Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Portaria 97/326 de 30 de julho de 1997.

Disponível em: http://www.anvisa.gov.br Acesso em 10 de jun. 2011.BRASIL, Resolução, Conselho Nacional do Meio Ambiente - Resolução CONAMA 86/001 de 23 de

Janeiro de 1986. Disponível em: http://www.mma.gov.br Acesso em 13 jun. 2011. KRAEMER. M. E. P., A questão ambiental e os resíduos industriais. Univale, 2001. Disponível em:

http//BR. monografias.com/trabalhos/resíduos-industriais.shtml. Acesso em: 13 de jun. 2011.SEBRAE. Manual de Gerenciamento de Resíduos. Rio de Janeiro, RJ, 2006.QUINQUIOLO, J. M. Avaliação da Eficácia de um Sistema de Gerenciamento para Melhorias

Implantado na Área de Carroceria de uma linha de produção automotiva. Taubaté, SP. Universidade de Taubaté, 2002.

QUINTAS, J. S (org). Pensando e Praticando a Educação Ambiental na Gestão de Meio Ambiente. Brasília, DF, 2000.

REVLOG. The European working group on reverse logistics. Disponível em: http://www.fbk.eur.nl/OZ/REVLOG/Introduction.htm Acesso em: 14 de jun. 2011.

SCHENEIDER, V.E [et al]. Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde. Ed. Ver. Caxias do Sul, RS. 2004.

SILVA, Célia Maria M. Souza. Impacto ambiental do regulador de crescimento vegetal paclobutrazol/ Célia Maria M. de Souza; Elisabeth Francisconi Fay.-- Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2003.

VEDOVELLO R. Planejamento territorial ou gestão ambiental. São Paulo, SP. 1999. In: SAIG 1999 - Seminário Anual do Instituto Geológico, Instituto Geológico – SMA/SP.

Gabriel de Matos dos SantosReginaldo de SouzaOrientador:Douglas Wilson FrancisconCo-orientador:Fernanda Aparecida Róhden

SISTEMA ON-LINE ALUNO-EMPRESA: OPORTUNIDADES ACADÊMICAS PARA DESENVOLVIMENTO DE TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO

RESUMO

O objetivo deste projeto é desenvolver um sistema online para integrar alunos em fase de conclusão de cursos a empresas que necessitam de projetos de melhoria, a fim de gerar oportunidades reais para ambos, tanto em termos de desenvolvimento, por parte do aluno, como em soluções empresariais, para as empresas que carecem de serviço e mão de obra para tal. A maioria dos alunos se frustra na hora de fazer o famoso TCC – Trabalho de Conclusão de Curso. Muitos não têm uma ideia concreta do que fazer ou de onde poderia aplicar o seu trabalho. Do mesmo modo, muitas empresas carecem de soluções empresariais por falta de profissionais qualificados para diagnosticar e solucionar eventuais problemas. Por conta deste contexto, este projeto sugere um sistema que seria uma ponte entre alunos em busca de “temas” para seus TCC’s e empresas com necessidades de melhoria. O sistema cadastraria as oportunidades oferecidas ou problemas a serem solucionados nas empresas e o aluno, por sua vez, mediante cadastro, teria acesso a essas informações para se inscrever na empresa e por meio do TCC solucionar o problema da mesma. Realizou-se uma pesquisa quantitativa tanto para estudantes como para empresas para verificar o interesse de ambos em um sistema que fizesse essa ponte. Os resultados foram positivos e através destes elaborou-se um protótipo de como funcionaria o sistema. A partir dos resultados da pesquisa implantada, chegou-se à conclusão de que uma empresa que ofereça serviços através da tecnologia da informação e comunicação seria de grande valia no mercado atual, pois estaria unificando/encurtando o caminho do primeiro emprego de alunos, assim como resolvendo problemas de empresas de uma forma simples e barata.

3º Lugar - Técnico de Nível MédioConcórdia

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Caracterização do problemaMuitos alunos de cursos técnicos, graduação ou pós-graduação, ao término de seus cursos, se

frustram com o desenvolvimento do projeto final, o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), pré-requisito para obtenção do diploma. As instituições de ensino cobram, no término de seus cursos, projetos de melhorias, implementações ou até implantações de ideias inovadoras, as quais acabam preocupando os alunos, tirando o sono de muitos por não terem a mínima noção de onde, como ou porque fazer. Isso acaba gerando a desistência de alguns só de ouvir a sigla TCC. Muitos dos alunos pensam em desenvolver um projeto apenas para a conclusão do curso, sem um objetivo final, outros, porém, apesar de sua boa vontade e pesquisas, acabam por não ter nenhuma ideia para realizar, ou desenvolvem algo completamente inútil pelo simples fato de serem forçados a apresentar algo contra sua vontade, pois não têm nenhum motivo concreto para a elaboração de seu trabalho.

Alguns acabam por pagar para que outros façam o projeto, outros não encontram local para implantar o mesmo e este acaba por ser arquivado, e se torna apenas mais um documento, sem destino, sem finalidade, que acaba no esquecimento, como muitos outros.

1.2 Objetivos e metas1.2.1 Objetivo geral

Desenvolver um sistema online para integrar alunos em fase de conclusão de cursos a empresas que necessitam de projetos de melhoria, a fim de gerar oportunidades reais para ambos, tanto em termos de desenvolvimento, por parte do aluno, como em soluções empresariais, para as empresas que carecem de serviço e mão de obra para tal.

1.2.2 Objetivos específicos f Elaborar e aplicar pesquisa para alunos e empresas, com a ideia de verificar a viabilidade de um sistema online que ajude o estudante a criar um TCC, o qual vai ser oferecido à empresa para resolver um problema na mesma.

f Despertar interesse de um empreendedor para investir no projeto, fazendo com que o mesmo seja realizado e o aluno seja introduzido no mercado de trabalho o mais cedo possível.

f Garantir junto ao investidor uma forma de manter a sobrevivência do sistema, assim como planejar sua futura expansão.

f Criar o protótipo de funcionamento do sistema, para demonstrar como ficará simples e prático a utilização e encontrar defeitos.

f Garantir a satisfação dos envolvidos, não somente financeiramente, mas também emocionalmente, e despertar maior interesse em alunos para se dedicarem mais em seus trabalhos de conclusão de curso.

1.2.3 MetasTornar este sistema uma referência, tanto para alunos que precisam desenvolver seus projetos

finais de curso, como para empresas que carecem de profissionais para implantar ou implementar soluções empresariais. Ambos sairiam lucrando, pois haveria baixo custo para a empresa e o aluno

terá algo concreto para desenvolver, adquirindo conhecimento prático do tema a ser desenvolvido e com possibilidades de contratações futuras pela empresa em questão, caso desenvolva um bom trabalho.

1.3 JustificativaO mercado de trabalho nos dias de hoje está cada vez mais exigente, globalizado e competitivo.

São poucas as empresas que não dependem direta ou indiretamente da tecnologia da informação. Mas isso é apenas uma questão de tempo para que todas elas passem a depender da mesma. Por outro lado, existem empresas carentes em muitos setores, as quais precisam urgentemente de alguma ideia que venha a melhorar seu ambiente de trabalho, seja para gerar mais lucro financeiro, produtividade, trazer mais segurança a seus funcionários, aumentar a segurança do seu banco de dados, mais velocidade na sua rede interna, melhorias nas suas vendas, um cardápio saudável, entre muitos outros problemas pendentes sem solução. Outras empresas acabam por identificar problemas internos, porém não têm ninguém capacitado para trazer uma solução viável ou nem mesmo saiba onde buscá-la.

A implantacão deste projeto traria benefícios, facilitando a vida de estudantes, abrindo um campo direcionado a seus projetos futuros de TCC, incentivando e mostrando mais caminhos para percorrer e alcançar seus objetivos. Poderia também transformá-los em futuros empreendedores ou por que não, funcionários de grandes organizações.

Por parte dos alunos, estaria facilitando também a elaboração de um projeto baseado em um problema real, com finalidade e buscando conhecimento, remuneração e/ou satisfação pessoal. As empresas, por sua vez, poderiam expor dificuldades internas, buscando a solução mais prática e viável, o que até geraria uma disputa saudável entre alunos do mesmo curso, da mesma instituição de ensino ou até mesmo de instituições distintas, que estariam concorrendo pela busca da aprovação do projeto e quem sabe, um provável futuro emprego.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As empresas necessitam, cada vez com mais rapidez e eficiência, planejar suas ações com criatividade, a fim de manterem-se no mercado e, além disso, se destacar entre as empresas concorrentes.

Dessa forma, ideias inovadoras sempre são bem vindas, principalmente relacionadas à área de tecnologia da informação, que cada vez mais carece de agilidade e rapidez. Surgem avanços tecnológicos, seguidos de problemas e tentativas de soluções, bem sucedidas ou não, e que dependem muito da elaboração das ideias e da forma que são apresentadas, onde e como são executadas.

Quando um emprendedor tenta vender seu sonho, na realidade ele está vendendo uma visão de futuro, de algo que ele anteviu como realizado e quer dividir com quem ele acha que pode contribuir para essa realização. A grande diferença entre os que são vistos como loucos e os empreendedores é a capacidade de convencer os outros da viabilidade de suas idéias (DURO; BONAVITA, 2007 p. 66).

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Dentro do mundo tecnológico, tudo é possível. A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensões do corpo, a máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais, a tecnologia ajuda, completa e amplia a capacidade do ser humano. Dessa forma, facilita ações, transporta ou mesmo substitui o ser humano em determinadas tarefas; os recursos tecnológicos ora podem fascinar, assim como assustam (FRÓES, [s.d.]).

De acordo com Lévy (1994), novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das Comunicações e da Informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência, dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são capturadas por uma Informática cada vez mais avançada.

Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática trazem novas formas de ler, de escrever e, portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora como consequência, a um pensar diferente (FRÓES, [s.d.]).

Borba e Penteado (2010, p. 46) vão um pouco além, quando colocam “seres-humanos-como-mídias” dizendo que “os seres humanos são constituídos por técnicas que estendem e modificam o seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses mesmos seres humanos estão constantemente transformando essas técnicas”.

Marques, Vilatte e Carvalho (2010) consideram que se vive atualmente na era da informação, com acessibilidade para a maioria das pessoas. Consideram que a disponibilidade da informação tem aumentado de uma forma nunca vista antes, sendo que, a partir dos anos 90, foram registradas as maiores alterações.

No entanto, qualquer informação para ser útil e corretamente utilizada e recebida, deve ser precisa, completa, flexível, viável, clara e atual. Só assim, quem a recebe pode usufruir desta. A informação “possui seu valor, pois ela está presente em todas as atividades que envolvem pessoas, processos, sistemas, recursos financeiros, tecnologias, etc.” (REZENDE; ABREU, 2006, p. 99).

Batista (2006, p. 49) contribui com esse assunto dizendo que “a tecnologia é provavelmente o maior agente de mudanças da atualidade e torna viáveis todas as novas formas de pensar, visualizar, gerenciar e fazer negócios.”

A Tecnologia da Informação vem para encurtar os caminhos, facilitando o trabalho e servindo de ponte para ligar o homem às suas necessidades. Quanto maior e mais eficientes forem os meios de comunicação entre indivíduos com interesses em comum, maior será a possibilidade de ganhos econômicos e compartilhamento de informações, assim contribuindo para o aperfeiçoamento da eficiência e ganhos de produtividade.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Métodos e procedimentosInicialmente, aplicou-se uma pesquisa quantitativa tanto com estudantes como com empresas,

para verificar o interesse de ambas as partes no serviço que este projeto pode oferecer. Foram entrevistados aproximadamente 90 alunos, de diversas instituições, através do Google docs, para constatar o grau de interesse e satisfação quanto à existência de uma empresa que ofereça um sistema online que possa gerar oportunidades acadêmicas para desenvolvimento de curso e consequentemente solucionando problemas empresarias, conforme figuras 1 e 3.

Foi elaborada e aplicada também uma pesquisa direcionada ao interesse de serviços privados/empresas e seus possíveis benefícios com a construção de um serviço oferecido com propósito de solucionar problemas empresariais, conforme as figuras 2 e 4. Foram entrevistadas 8 representantes de empresas num total.

Figura 1: direcionado aos alunos Figura 2: direcionado às empresas

Fonte: os autores

Os resultados foram positivos, tanto na pesquisa com alunos como na pesquisa com as empresas, demostrando que o sistema poderá dar certo devido a demanda/procura deste tipo de serviço.

A pesquisa contou com mais duas questões, conforme figuras que seguem:

Figura 3: direcionado aos alunos Figura 4: direcionado às empresas

Fonte: os autores

Percebe-se na figura 3 que a maioria dos estudantes, %61, demonstrou preocupação com o aprendizado que poderá ser adquirido com o desenvolvimento de seus TCC’s. Já na figura 4,

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direcionada às empresas, um dado preocupante é que %50 das empresas entrevistadas acreditam que as pessoas veem os profissionais recém-formados como inexperientes. Isso dificulta muito a entrada em alguma empresa, pois existe uma certa insegurança do contratante, que fica preocupado se seu novo funcionário conseguirá realizar o serviço com a qualidade e competência necessárias.

Com base nos dados acima e motivados pelos resultados iniciais de que o sistema teria aceitação, foi elaborado um protótipo do funcionamento do site, pensando na estrutura e funcionamento de cada tela do sistema: cadastro do aluno, cadastro da empresa, cadastro da oportunidade, inscrição do candidato na oportunidade e avaliação final dos candidatos pela empresa.

Cada tela conterá suas respectivas informações e exigências para cadastros. Inicialmente, a empresa cadastrará seus dados e o anúncio da oportunidade, ou seja, sua necessidade ou problema a ser resolvido pelo projeto. Alguns dados da empresa ficarão ocultos por motivos de segurança e sigilo. O aluno terá acesso apenas aos dados gerais como ramo de atividade da empresa e a necessidade da mesma. Sendo que o acesso a essas informações só será feito mediante cadastro, onde o aluno precisará cadastrar seus dados pessoais, profissionais, instituição onde está estudando e o respectivo curso.

Após seu cadastro, o aluno entrará com login e senha para acessar as oportunidades de projetos divulgados pelas empresas. A partir deste momento, ele poderá se inscrever na oportunidade desejada inserindo seus interesses e objetivos para o projeto (figura 6, na página 10 deste projeto).

Cada inscrição na oportunidade será visualizada pela empresa, que dentro de um prazo estipulado avaliará os estudantes inscritos e fará a seleção dos mesmos, divulgando o resultado para cada aluno (aprovado ou não), pagando R$ 50,00, caso selecione algum candidato. Abaixo, seguem especificações de cada tela:Cadastro do Aluno

f Dados Cadastrais (Nome, Endereço, CPF) f Dados da Instituição (Local, Curso) f Dados Profissionais (Empresa, Ramo)

Cadastro da Empresa f Dados Cadastrais (CNPJ, Nome, Cidade, Ramo, Tamanho)

Anúncio da Oportunidade f Problema/Necessidade.

Pesquisa/Inscrição das Oportunidades f Seleciona quais oportunidades do interesse e faz a inscrição (Empresa não aparece – Fica anônima)

Avaliação dos Candidatos f Avaliação das propostas dos candidatos f Aprovação / Rejeição de candidato

Abaixo, segue fluxograma do funcionamento do sistema online, como já descrito anteriormente.

Figura 5: Fluxograma

Fonte: os autores

3.2 Custos do projetoO total de investimento inicial seria apenas o desenvolvimento do sistema (total de R$ 5.850,00), já

que o valor de manutenção mensal de um site web hoje é muito baixo. O retorno sobre o investimento ocorre com a realização de 120 parcerias entre alunos e empresas, sem ainda considerar o uso de espaços de publicidade que podem ser explorados.

3.3 Resultados obtidos e/ou esperadosA tela apresentada na sequência mostra a ideia geral do local onde o aluno irá pesquisar as

empresas e a descrição da necessidade/oportunidade oferecida para inscrição.

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Figura 6: Tela de pesquisa/inscrição da oportunidadeFonte: os autores

Espera-se a partir de agora que o projeto possa ser implantado, mas para isso precisa-se de investidores iniciais para financiar o custo inicial de implantação.

4 CONCLUSÃO

Com os estudos realizados, percebe-se que é de grande dificuldade um estudante encontrar um conteúdo para fazer seu trabalho final de conclusão de curso, assim como também é normalmente difícil para uma empresa encontrar e resolver um problema interno, que muitas vezes não é visto por falta de interesse de funcionários ou má interação entre os mesmos, seja qual for seu serviço.

A partir das figuras da pesquisa implantada, concluu-se que uma empresa que ofereça serviços através da tecnologia da informação e comunicação seria de grande valia no mercado atual, pois estaria unificando/encurtando o caminho do primeiro emprego de alunos, assim como resolvendo problemas de empresas de uma forma simples e barata.

Aproveitando que muitas empresas não possuem uma área especializada em melhorias internas, a ideia foi a de criar uma “ponte” para interligar os alunos de final de curso, com empresas que necessitem de profissionais e que não só façam seu serviço, mas que também procurem resolver os problemas existentes, para as melhorias contínuas das empresas e os alunos, consequentemente, possam ter uma carreira profissional de sucesso.

Pretende-se, então, tratar com os grandes (empresas) e com os até então pequenos (estudantes), que começam já a ver novas formas de ingressar no mercado de trabalho. Hoje, tem-se a tecnologia que pode ajudar a alcançar este objetivo, não se deve, portanto, deixar de fora esta oportunidade oferecida.

REFERÊNCIAS

BORBA, Marcelo C; PENTEADO, Miriam Godoy. Informática e educação matemática. Coleção Tendências em Educação Matemática. Autêntica: Belo Horizonte, 2001.

DURO, Jorge; BONAVITA, José R. Desperte o empreendedor em você. 3. ed. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2007.

FRÓES, Jorge R. M. Educação e Informática: A Relação homem/máquina e a questão da cognição. Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br/biblioteca/textos/txtie4doc.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2011.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 1994 ,34.

MARQUES, Bertil P.; VILATTE, Jaime E.; CARVALHO, Carlos Vaz. Tecnologias da informação e comunicação no apoio à aprendizagem no ensino superior. In: Conferência Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação, 2010, Portugal. Anais eletrônico... Portugal, 2010. Disponível em: < http://web.ebscohost.com/ehost >. Acesso em: 13 set. 2011.

BATISTA, Emerson de O.; Sistema de informação: o uso consciente da tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2004.

ORGANIZAÇÃO de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos-OCDE. Perspectivas da tecnologia da informação: as tecnologias da comunicação e da informação e a economia da informação. São Paulo: Senac São Paulo, 2005.

REZENDE, Denis A.; ABREU, Aline F. Tecnologia da informação: aplicada a sistemas de informação empresariais. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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RESUMO

Este projeto surgiu da necessidade de colocar em prática os ensinamentos obtidos durante o curso de graduação na faculdade de Tecnologia Senac e de atuar como voluntários na busca de uma sociedade melhor; além de aprender, nós também conseguimos compartilhar o que aprendemos com os outros. Por meio deste estudo de caso realizado junto à ONG AEGLBTS/SC, busca-se fundamentar por meio de conhecimentos teóricos, como Aaker (2007), Sampaio (2002), Kotler e Keller, entre outros, analisar as atuações referentes ao gerenciamento da marca da instituição e sugerir ações estratégicas para melhorá-lo, oportunizando a organização a atingir seus objetivos, explorando o potencial existente na construção e gestão de sua marca, compreendendo e demonstrando a importância da marca e influência que representa no mercado/sociedade, evidenciando-a como uma ferramenta para conquistas. Pensar no reposicionamento de uma marca com tanto tempo de existência é bastante desafiador, mas possível depois dos estudos sobre marcas realizados durante este curso de graduação.

Palavras-chave: ONG, gerenciamento de marca, influência, mercado/sociedade.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como tema: “Marca, como conquistar através dela?”. Seus objetivos são analisar o processo de construção e gestão da marca da ONG “Associação de Empreendedores Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Simpatizantes de Santa Catarina” (AEGLBTS/SC). Identificado por apontar alternativas de estratégias para fortalecer uma marca em um ambiente tão instável e competitivo que é o mercado.

Construir e gerenciar uma marca são desafios que muitas empresas por vezes optam por não realizar ou acabam dando pouca ênfase. Com o universo das ONGs não é diferente.

Ao longo desde trabalho será apresentada a conceituação literária de ONGs, envolvendo suas

Jéderson Acosta de FreitasJeison dos Passos da SivaElaine Mendonça Rodrigues CoelhoOrientador:Silvana Toriani

ANáLISE E REPOSICIONAMENTO DA MARCA ONG AEGLBTS/SC

1º Lugar - GraduaçãoFlorianópolis

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características e importância na sociedade. Seguida da fundamentação teórica de construção e gestão de marca, com suas peculiaridades. Através do levantamento de dados, como histórico e ações executadas pela AEGLBTS/SC, será permitida uma análise comparativa de teoria-prática, abrindo para sugestões de exploração de oportunidades encontrada no segmento de atuação da ONG, como demonstrado ao longo deste estudo de caso.

1.1 Caracterização do Problema (Melhorar)O que e como fazer para reposionar a marca no mercado de Florianópolis?

1.2 Objetivos e Metasa. Objetivo GeralConhecer e analisar as variáveis que envolvem o processo de construção e gerenciamento de

marca, em um ambiente tão diversificado e mutável que é o mercado. Sendo capaz de identificar oportunidades e elaborar estratégias eficazes a fim de tornar a marca da ONG estudada posicionada no contexto do seu segmento.

b. Objetivos Específicos f Conceituar o que é ONG; f Conceituar Marca; f Analisar a importância da marca.

c. Metas f Propor ações para melhoria e gestão da marca já estabelecida.

1.3 JustificativaEste trabalho é realizado com intuito de aprimorar o conhecimento e as técnicas necessárias para

construir e gerenciar uma marca, visando engrandecer as habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Demonstrando a capacidade de identificar através da prática a utilização de teorias vistas dentro e fora de sala de aula, fomentando assim todo o aprendizado trabalhado. Compreendendo a importância para futuros estudos quanto a ONG e marca e para própria ONG analisada.

As ONGs possuem grande importância para sociedade, pois ajudam as pessoas que muitas vezes não encontram apoio do governo.

Hoje, as ONGs assumem uma missão importante em defesa de causas específicas, como na promoção de sustentabilidade ambiental, direitos das mulheres, controle do armamento, direitos e bem-estar das crianças, dos portadores de deficiência, dos mais pobres, entre outras causas (CAUSAS, 2011).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nesta etapa, serão apresentados conceitos teóricos estudados e utilizados a fim de sustentar

todas as análises e propostas realizadas no decorrer deste estudo de caso.

2.1 ONGSegundo a ABONG (2011) (Associação Brasileira de Organização não Governamental), ONG é

a sigla de Organização Não Governamental. Uma ONG é constituída pela vontade autônoma de mulheres e homens com a finalidade de promover objetivos comuns de forma não lucrativa.

As ONGs são uma forma de organização que faz parte do Terceiro Setor. As ONGs não existem no ordenamento jurídico, «sendo um fenômeno mundial em que a sociedade civil se organiza espontaneamente para a execução de certo tipo de atividade cujo punho, o caráter é de interesse público.» (ROSA, 2003, p. 31).

Rosa (2003, p.27) apud Fernando (1994) define o terceiro setor como «um conjunto de organizações e iniciativas privadas que visam à produção de bens e serviços públicos». Como descrita na figura:

2.2 Marca

A fim de fixar a imagem e nome da marca nos consumidores, as organizações criam formas, sinais, expressões visuais/sonoros para individualizar e caracterizar seus produtos e serviços. Essas ações, sinais e expressões são as marcas (YANAZE, 2006).

Segundo Las Casas (2009, p. 192), “A marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho que serve para identificação dos produtos ou linha de produtos”.

Uma marca é, portanto, um produto ou serviço que agrega dimensões que, de alguma forma, o diferenciam de outros produtos ou serviços para satisfazer uma mesma necessidade. Essas diferenças podem ser funcionais, racionais ou tangíveis, isto é, relacionadas ao desempenho do produto. Ou podem também ser mais simbólicas, emocionais ou intangíveis, isto é, relacionadas ao que a marca representa (KOTLER e KELLER, 2006).

Os três autores conceituam Marca semelhantemente, Yanaze vai além, acrescentando sobre a formação de um bem intangível utilizável pela empresa como melhor for conveniente.

Aaker (2007) menciona que existem nove lições que devem ser consideradas ao construir uma marca.

Figura 03: As 9 Lições de Aaker.

Fonte: Adaptado de Aaker, 2000, p. 207.

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Com base das lições de Aaker, interpreta-se que a marca não é algo que deva ser somente explorado como publicidade ou propaganda. Ela deve ser explorada como símbolo de credibilidade e confiança, ou seja, dar uma garantia ao seu consumidor sobre o que ele está prestes a adquirir ou consumir, algo que prove ser de uma empresa que realmente busca compreender e atuar no seu ramo de atuação. A marca deve garantir que o produto ou serviço atende a necessidade do cliente de maneira que nenhuma outra o faça, através da inovação ela atinge seu grande diferencial na mente do consumidor. Garantir qualidade na execução de todas as ações ligadas à marca traz o reconhecimento pelo seu público. Ter algo que seja eficiente e que de fato satisfaça as necessidades propostas, que seu benefício oferecido realmente seja entregue, garantindo a confiabilidade por parte dos clientes. Ser capaz de satisfazer a necessidade do cliente é sua obrigação para ter um reconhecimento como segura e confiável. Ir, além disso, proporcionando experiências agradáveis aos seus consumidores e estabelecendo vínculos emocionais, fator este de alta importância para ter um diferencial no mercado. A identidade da marca deve ser baseada em uma promessa central previamente definida, todas as ações a serem executadas devem estar corelacionadas à sua promessa, mantendo assim uma coerência de ideia, personalizando e definindo assim sua identidade. É aconselhável que ao dirigir ou direcionar a marca, a equipe esteja sempre com foco na sua promessa central, a conheça para que possa manter-se no seu objetivo, evitando assim discrepâncias entre seu conceito e sua atuação, ou seja, sua identidade e sua imagem. Atingir o emocional do cliente é ir além dos benefícios funcionais, é transcender o esperado do cliente com algo que realmente o satisfaça, mas que também o surpreenda da maneira que a concretização se dá. Oferecendo sensações positivas, gerando experiências agradáveis e convidativas a repeti-las. Criar e explorar submarcas que atendam outro segmento do mercado, mas vinculado à sua promessa central favorecem muito a percepção dos clientes. Reafirmando assim o domínio de conhecimento no ramo, facilitando que o cliente identifique a capacidade da marca de satisfazer a sua necessidade.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Métodos e Procedimentos Considera-se este trabalho como um estudo de caso, através de sua caracterização de

profundidade e exaustão de um ou poucos objetivos, de acordo com Gil (1999). Sendo tratado de cunho teórico empírico, visto que avalia a execução de construção e gerenciamento de uma marca de uma organização não governamental.

A vertente de pesquisa defendida consiste de maneira eminentemente qualitativa, que como descrito por Malhotra (2001), permite ao pesquisador identificar e compreender melhor o contexto do problema ou situação. Também sendo corroborada como pesquisa qualitativa por Aaker, Kumar e Day (2002, p.206), através da seguinte definição: “é realizada para que se possa ter ideia de duas perspectivas, e ajuda o pesquisador a compreender o escopo e a complexidade das atividades e preocupações dos consumidores”. Com a função de objetivar e estudar o tema dentro de uma situação verídica e para fornecer a pesquisa abordagem prática quanto aos seus resultados, a tática aplicada na pesquisa foi de estudo de caso.

O método de pesquisa exploratória objetiva favorece a quem a realiza um maior entendimento e conhecimento sobre o tema analisado. Sendo esta aconselhada no fato do conhecimento e familiaridade do assunto ser pouco ou inexistente por parte do pesquisador (MATTAR, 2000). Define-se de fato exploratória, visto que reuniram-se esboços teóricos a fim de direcionar o desenvolvimento

das atividades propostas. Neste caso, apoiando-se em livros, artigos, cases e outros materiais provindos da internet, referentes à construção e gerenciamento de marca e ONGs.

3.2 Resultados Obtidos

A análise de dados ocorreu através de levantamento de informações obtidas por entrevista com o coordenador da ONG, entrevistas realizadas com 122 moradores da cidade de Florianópolis e material coletado do site da organização (www.aeglbts.org.br), posteriormente cruzado e comparado com teorias descritas ao longo desse estudo.

A primeira parte da análise consiste em entender o como, porque e pra quem surgiu a ONG e sua marca, ou seja, o seu processo de construção.

A fim de sustentar a análise, foi realizado um questionário com duas perguntas, sendo uma fechada e outra aberta a 122 pessoas residentes na cidade de Florianópolis, entre os dias 6 e 7 de junho de 2011. As perguntas e respostas foram:

Figura 17: Identificação da marca.

Fonte: Autoria própria. Observou-se, que a ONG AEGLBTS/SC, por meio da realização do evento denominado Parada

da Diversidade, consegue fomentar a luta pelas causas que defende, porém, não havendo a notoriedade de sua participação evidenciada através de sua marca e, sobretudo, não existindo o conhecimento ou identificação de sua marca por parte do público, ficando assim sua principal ação vinculada a nomes de terceiros ou no desconhecimento do público alvo. Acredita-se haver grandes oportunidades de se trabalhar a marca a fim de posicioná-la de maneira a garantir que a mesma seja conhecida, que tenha posicionamento na mente das pessoas, favorecendo assim o seu desempenho junto ao seu público e adquirindo força na sociedade em pró de suas causas. Ações para melhorar o posicionamento da marca estão sugeridas nas contribuições do projeto, a seguir.

a) Contribuição do projeto A partir deste momento, serão sugeridas propostas a fim de potencializar o conhecimento e a

identificação da ONG na sociedade por meio da marca. Todas as propostas a seguir são embasadas em teóricos e análises macroambientais.

Primeiramente, as ações propostas serão apresentadas por meio a seguir onde constarão que parte do processo da marca compõe, onde posteriormente descritas detalhadamente.

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f Redefinição de uma nova marca.

Após a marca da organização ser analisada, o desenvolvimento de uma nova marca é visto como uma oportunidade a ser explorada, como no exemplo a seguir:

Partindo da ideologia da ONG em lutar por direitos civis do grupo GLBTS, acredita-se que a motivação seja a busca de direitos como liberdade, aceitação, respeito e outros sentimentos como orgulho e sensação de felicidade. Analisando esse conjunto de palavras (felicidade, aceitação, respeito, orgulho e liberdade) e firmando-o como a promessa central que a ONG busca conquistar, pode-se utilizar a primeira letra de cada palavra, formando a sigla F.A.R.O.L. Ao ler a sigla como uma palavra, encontra-se a palavra “farol”. Atrelando assim a marca “FAROL” à ideia de solidez, força, poder, grandeza, capacidade de guiar, segurança, entre outros, o nome da marca estaria ligada a sua promessa central. Sendo algo existente, sua simbologia pode ser definida através de uma figura de farol. Facilitando assim o reconhecimento da ONG através de uma marca mista.

Figura 22: Farol. Figura 23: FAROL.

Fonte: Google Imagens. Fonte: Autoria própria.

Aproveitando que a figura de um farol muitas vezes está correlacionada à ideia de praias e mar (farol marítimo) e sendo Florianópolis uma cidade litorânea e rodeada por água, seria um bom elo entre a marca e a região.

f Definição de um slogan.

Com caráter de reforçar a ideologia da organização, sua função, identificação e posicionamento na mente da sociedade, através de uma mensagem direta, a elaboração de um slogan é indicada.

A ONG “FloripAmanhã” é uma instituição que busca contribuir com estratégias para o desenvolvimento sustentável e construção da cidadania e bem-estar social. Voltando ao exemplo da marca sugerida, “FAROL”, utilizar um slogan “Brilhando pela diversidade” a define como uma organização engajada com as causa referentes à diversidade na sociedade, dando ideia de existir para defender os direitos do seu público alvo.

f Registro da marca.

A fim de proteger a identidade e imagem da ONG, é aconselhado realizar o registro de sua marca junto ao INPI (Instituto Nacional de Patentes Industrial).

f Fortalecer a visibilidade do site.

De fato, a ONG analisada possui um site operante na internet, porém, segundo informações encontradas no SEOGuardian, site especializado em gerar índices sobre atração, posicionamento e visibilidade de um endereço virtual, encontrou-se, no dia 8 de junho de 2011, a seguinte informação:

Figura 24: Posicionamento do site.

Fonte: Site SEOGuardian.

Observa-se através deste relatório que não há posicionamento, visibilidade e atração do site da ONG, podendo ser interpretado como um desconhecimento da ONG na internet. Abrindo assim, oportunidades de um melhor desempenho, onde serão utilizadas campanhas virtuais, banners de seu site em outros mais acessados destinados ao seu público, contribuindo assim para a propagação de sua marca dentro da ferramenta internet.

f Interagir com ferramentas virtuais.

Sabendo-se que a interatividade entre uma organização e o seu público é um dos elementos que ajuda a compor a comunicação eficaz de uma marca, sugere-se à ONG desenvolver essas ações por meio de blogs e redes sociais mais utilizadas no Brasil, como Orkut, Facebook, Twitter, etc., a fim de aumentar a participação e atuação das pessoas junto à organização, visto que até o dia 9 de junho de 2011 nenhum registro da ONG foi encontrado nestes sites de relacionamentos. Outras formas de interatividades mais criativas também podem vir a favorecer na comunicação como, por exemplo, através de um software estilo “pinpix”. As pessoas que acessarem o site poderiam criar convites

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postais para eventos com montagens divertidas, envolvendo fotos próprias e enviá-las por e-mail ou através de sites de relacionamentos para amigos e conhecidos, divulgando tanto o evento quanto o nome e marca da ONG. Como demonstrado a seguir:

Figura 25: Convite personalizado I. Figura 26: Convite personalizado II.

Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.

f Atuar nas parcerias.

Ao verificar os sites de estabelecimentos que são parceiros da ONG não foi encontrado em suas páginas principais referências à AEGLBTS/SC. Somente em um apareceu um link que remetia ao site da ONG. Porém, o banner exposto divulgava a Parada da Diversidade, não mensurando a marca da organização. Sugere-se uma atuação mais evidente de sua marca através dos sites de seus parceiros.

f Captar novas parcerias.

Segundo o site da ONG, suas ações vão além do cunho social, envolvendo também o fortalecimento e especialização turística do segmento GLS. A fim de promover esse setor, sugere-se uma aliança estratégica junto com a rede hoteleira da região e parcerias com agências de turismo, incentivando a presença do público alvo na cidade e região, além de gerar visibilidade de sua marca junto a essas empresas.

f Criar cartão para membros.

Com o intuito de buscar a fidelização dos membros da ONG, sugere-se a elaboração de uma carteira de identificação do membro na organização. A fim de fazer com que ele oficialmente faça parte da entidade, estabelecendo conexões racionais e emocionais. Podendo ser trabalhada uma ação de desconto junto aos parceiros da ONG, incentivando assim a divulgação da marca. Como exemplo, a carteira de membro da ONG fictícia FAROL:

Figura 27: Carteira de identificação frente. Figura 28: Carteira de identificação verso.

Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.

f Desenvolver novos eventos.

A fim de fomentar o turismo e atuação da ONG na sociedade, elaborar outros eventos que possam reunir o público GLBTS na cidade seria uma maneira interessante de intensificar o posicionamento da marca e a participação da ONG. Um bom exemplo de explorar melhor o calendário, seria propor um “Fim de Semana da Diversidade”, realizando jogos, trilhas ecológicas, gincanas, entre outros. Desenvolvendo assim um contato e visibilidade maior do movimento GLBT junto ao restante da sociedade, através de uma interação divertida e diferente, construindo assim um relacionamento maior da marca com seu público alvo, além de movimentar o turismo da região, beneficiando os seus parceiros.

f Distribuir brindes

Distribuir brindes para membros e parceiros da ONG é uma maneira interessante de comunicar a marca para a sociedade. Pode-se sugerir a criação de camisetas em que um lado divulgue um evento e no outro a marca da entidade organizadora, com sua ideologia e endereço virtual. Assim, fortalecendo a marca através da visibilidade que cada membro pode proporcionar ao utilizar as camisetas. Como exemplo:

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Figura 29: Camisetas.

Fonte: Autoria própria.

Lembre-se de que todas as ações propostas vão em busca de potencializar a marca da ONG junto à sociedade. Em momento algum foram julgadas como erradas as ações já executadas pela organização, porém, sugere-se também o uso de outras estratégias que possam agregar ainda mais a sua história.

3.3 Cronograma de Atuação

Descrição ação Data ResultadoRedefinição de uma nova marca. Maio/2011 Concluído

Definição de slogan Maio/2011 Concluído

Registro da marca Maio/2011 Em andamento

Fortalecer a visibilidade do site Toda semana a partir de agosto 2011

Em andamento

Interagir com ferramentas virtuais Toda semana a partir de agosto 2011

Em andamento

Atuar nas parcerias Sempre Em andamento

Captar novas parcerias Maio/2011 Concluído

Criar cartão de visita para membro Maio/2011 Concluído

Desenvolver novos eventos 2012/01 Em andamento

Distribuir Brindes Setembro/2012 Em andamento

3.4 Plano financeiro Elaborar tabela com ações e custo por ação para análises

Descrição ação InvestimentoQuem pagará ou realizará

a açãoRedefinição de uma nova marca. 0,00 Voluntário aluno SenacDefinição de slogan 0,00 Voluntário aluno SenacRegistro da marca R$ 500,00 Parceiro da ONGFortalecer a visibilidade do site R$ 0,00 Voluntário aluno SenacInteragir com ferramentas virtuais R$ 0,00Atuar nas parcerias R$ 200,00/mês Gestor ONGCaptar novas parcerias RS 0,00 VoluntáriosCriar cartão de visita para membro R$ 0,00 Doação empresa InovaDesenvolver novos eventos R$ 0,00 HorasDistribuir Brindes R$ 0,00 Doação Sun Camisetas

Em análise ao plano financeiro, percebe-se que por tratar-se de organização sem fins lucrativos existe boa aceitação da sociedade civil e empresarial em ajudar a ONG, logo, é possível implementar boas ações para o melhoramento da imagem da ONG sem precisar de muitos recursos financeiros. A mobilização coletiva e a doação de voluntários, como o caso dos alunos que realizaram este projeto, viabilizam as ideias e as tornam reais.

4. CONCLUSÃO - Mostrar a importância do projeto

No decorrer deste trabalho, observou-se a importância da existência e atuação de ONGs na sociedade. Porém, sua atuação, seja regional, nacional ou até mesmo internacional, é completamente dependente de seus voluntários e parceiros. A fim de auxiliar suas lutas e conquistas em pró da cidadania, uma imagem de credibilidade e confiança deve ser difundida para a população, seja ela seu público alvo ou não. Através de sua imagem, torna-se mais fácil a captação de recursos, sejam eles financeiros, para subsidiar suas ações, ou de mão-de-obra, como o apoio de seus voluntários para executá-las.

De fato, construir uma história na sociedade requer um trabalho intenso e muitas vezes exaustivo. E isto deve ser reconhecido por seus beneficiários, onde não há espaço para o anonimato, até mesmo para que possa despertar o interesse comum de todos. Como descrito neste trabalho e fundamentado pelos teóricos expostos, a melhor maneira de realizar essa façanha é através de uma marca forte e consolidada na sociedade.

Ao analisar todo o gerenciamento da ONG estudada, foram encontradas grandes oportunidades de trabalhar sua marca, e foram apresentadas propostas coerentes com os argumentos defendidos pelos autores utilizados ao longo do trabalho. Muitas das ações sugeridas requerem investimentos financeiros, que podem ser angariados junto a parceiros já ligados à organização e outros possíveis de captar.

Toda a análise realizada no desenvolvimento deste trabalho, seja de cunho teórico ou empírico, afirma a importância de um gerenciamento de marca. Em momento algum superestima-se o desafio de gerenciá-la. Todavia, não é visto como algo impossível de ser realizado.

Acredita-se que o êxito de uma marca, seja ela de um produto, serviço, pessoa, empresa, instituição

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ou uma organização sem fins lucrativos, é alcançado através de uma análise de seu contexto de atuação. Quando construída e gerenciada com foco e criatividade, a marca torna-se confiável e memorável, fomentando sua participação através de seu nome e legado na mente de cada cliente ou cidadão, seja no mercado ou na sociedade, atingindo seus objetivos e entrando assim para a história por meio de seu reconhecimento.

Ao concluir este trabalho, espera-se atingir os objetivos propostos inicialmente e abrir espaço para futuras discussões referentes a preocupações com ONGs, sociedade e o quanto a ferramenta marca pode favorecer as instituições quando bem trabalhada.

REFERÊNCIAS

AAKER, David A, JOACHIMSTHALER, Erick. Como Construir Marcas Líderes. Tradução Daniel Grassi. Porto Alegre: Bookman, 2007.

AEGLBTS/SC. Associação de Empreendedores GLBTS de Santa Catarina. Disponível em: http://www.aeglbts.org.br. Acesso em 15 de março de 2011 às 17h30min.

KOTLER, Philip e KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing.Trad: Mônica Rosemberg, Claudio Freire e Brasil Ramos Fernandes. São Paulo: Pearson, 2006.

Cassiano Adélio VassolerDaniela Mignon Dalla RosaEveraldo Marcos Da Silva NunesMaurício LehnenOrientador:Gean Paulo Pacheco De Oliveira

GESTÃO INTEGRADA DE LOGÍSTICA REVERSA PARA EMBALAGENS DE VACINAS VETERINáRIAS

1 INTRODUÇÃO

1.1Caracterização do problemaA gestão sustentável é um assunto que se encontra em evidência nas últimas décadas. Sabe-se que

muitos consumidores buscam produtos que tenham sido produzidos e comercializados respeitando as normas ambientais através de relações sustentáveis em sua cadeia produtiva, mesmo tendo que pagar mais por isso.

O Brasil busca também adequar-se a normativas internacionais de qualidade ambiental. Prova disso é a implementação da Lei 10/12.305, que prevê compartilhar a responsabilidade entre governo, indústria e sociedade em geral na emissão de resíduos no meio ambiente.

O presente estudo relata a gestão logística na distribuição de vacinas e antígenos veterinários, bem como o retorno das embalagens envoltórias e alguns frascos utilizados nesses produtos. Até o momento, o processo relativo à logística reversa desses produtos busca apenas recolher as ampolas contaminantes, não propondo reciclagem em nenhuma etapa do processo.

A visualização do projeto foi feita a partir das atividades realizados no laboratório Biovet, que é uma empresa %100 brasileira e tem sido exemplo de inovação no mercado de saúde animal. Foi fundado em 1957 pelo médico veterinário Dr. René Corrêa. A matriz da empresa e o laboratório estão sediados em Vargem Grande Paulista (SP) e a empresa possui filiais em todas as regiões do país para atender as necessidades do mercado.

O Biovet atua em três linhas: avícola, pecuária e pet. Dentre as linhas produzidas pela empresa Biovet, destaca-se na região sul a linha para saúde avícola. Essa linha conta com 43 produtos, os mesmos são separados em antígenos, diluentes, vacinas inativadas e vacinas vivas, sendo que cada um deles possui um diferente tipo de embalagem para comercialização. Devido à demanda e facilidades proporcionadas pela região, o grupo decidiu-se por estudar os processos referentes apenas à linha avícola na filial da Região Sul, já que esta região representa o maior mercado avícola.

2º Lugar - GraduaçãoChapecó

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Após a aplicação ou utilização dos produtos, são gerados resíduos que devem ser administrados e encaminhados de forma correta, e não devem, de forma alguma, ser descartados no meio ambiente. Ao serem descartados de forma incorreta podem contaminar o solo e as instalações, bem como colocar em risco a saúde dos animais. Mas faz-se também necessário separar o lixo contaminante daquele que pode ser aproveitado, encaminhando este para a reciclagem.

A gestão e controle dos produtos e retorno de embalagens são necessários não apenas por questões sócioambientais, mas principalmente devido à implementação da Lei 10/12.305, previamente citada, referente aos resíduos sólidos.

O governo, no momento, incentiva as empresas a entrarem em conformidade dentro do prazo de implementação e adequação à lei. Em seu âmbito, atua através de incentivos econômicos para facilitar a implementação de projetos para o tratamento residual. Já é previsto no Art. 42 da Lei que o poder público poderá instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender iniciativas como: estruturação de sistemas de coleta seletiva e logística reversa, projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formados por pessoas físicas de baixa renda.

É importante também ressaltar que a não adequação à lei, após sua implementação, poderá inquirir em multas ou sanções de caráter financeiro e/ou restritivo, tanto para a empresa como para o cliente.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral

Implementar um projeto para logística reversa no laboratório Biovet, filial Chapecó, para frascos e embalagens envoltórias dos produtos fornecidos pela mesma, realizando o recolhimento dos resíduos sólidos para adequação à Lei 10/12305.

1.2.2 Objetivos Específicos f Conscientizar as partes envolvidas no processo dos impactos ambientais; f Padronizar procedimentos para o recolhimento dos recipientes das vacinas e embalagens envoltórias;

f Adequar a empresa nas normas da Lei 10/12305; f Colaborar com cooperativas locais de reciclagem com a entrega dos materiais a serem reciclados ajudando assim a promover o desenvolvimento regional em famílias de baixa renda.

1.3 Justificativa O presente projeto busca uma solução para o descarte correto das embalagens utilizadas pela

empresa, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento às necessidades das futuras gerações.

Como a própria legislação prevê a implementação de um projeto de gestão integrada de embalagens, visando à produção e consumo consciente, que atenda as necessidades atuais na redução de resíduos sólidos no processo de consumo dos produtos.

2. Fundamentação Teórica

A logística é a área responsável pelo tratamento dos materiais e produtos de qualquer empresa em qualquer segmento. O gerenciamento logístico se faz necessário para maximizar a capacidade e qualidade dos serviços, buscando melhores soluções tanto para fornecedores como para clientes e, ao mesmo tempo, a minimização do tempo, de custos além de impactos ambientais.

Já a logística reversa, segundo Leite (2010, p.17), é a área logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, o retorno dos bens de pós venda e de pós consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômico, de prestação de serviços, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, dentre outros.

Diversos são os motivos que tornam a logística reversa um assunto tão relevante nos dias atuais, dentre eles: a redução do ciclo de vida mercadológico dos produtos, o surgimento de novas tecnologias e de novos materiais em suas constituições, sua obsolescência precoce, a ânsia descontrolada dos consumidores por novos lançamentos e os altos custos de reparos dos bens diante de seu preço de mercado.

Para compreender as ideias de logística reversa é importante primeiro compreendermos onde ela se posiciona dentro da cadeia logística, em qual parte do ciclo completo dos produtos e quais são os seus canais de distribuição. Resumidamente, pode-se considerar que a logística de pós venda é aquela que utilizamos quando necessitamos (?) retornar algum material que precisa de algum tipo de manutenção ou reparo, necessitando assim retornar ao fabricante ou distribuidor.

A logística reversa de pós consumo é utilizada quando a vida útil de um produto chega ao fim. Geralmente possui três linhas ou três canais que são:

f Remanufatura: é o canal reverso no qual os produtos podem ser reaproveitados em suas partes essenciais mediante a substituição de alguns componentes complementares, reconstituindo um produto com a mesma natureza e finalidade do original.

f Reciclagem: é o processo de revalorização em que os materiais constituintes dos produtos descartados são extraídos industrialmente, transformando-se então em matéria-prima secundária ou reciclada, que será reincorporada à fabricação de novos produtos.

f Disposição final: é último local de destino para onde são enviados os produtos, materiais e resíduos em geral, sem condições de revalorização.

Embora represente um pequeno percentual do montante movimentado na logística direta, a logística reversa tem a sua devida importância, pois além de gerar retorno econômico, contribui para a sustentabilidade do planeta.

Segundo reportagem publicada por Alex Ricciardi, a logística reversa é uma área em expansão no país e movimentou no último ano cerca de US$ 20 bilhões, representando cerca de %10 de tudo que é vendido no Brasil. É uma atividade em ascensão. A reciclagem passa a ser uma alternativa e a prospectiva é de que esse nicho de mercado tenha movimentado aproximadamente US$ 6 bilhões no ano de 2011.

Além disso, a necessidade do gerenciamento destes resíduos, através da logística reversa, é ainda mais importante quando consideramos a recente Lei 10/12.305, que trata da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, a qual dentre vários aspectos estabelece a responsabilidade compartilhada

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entre os atores envolvidos na geração de resíduos sólidos, além da implementação de processos de logística reversa.

Ainda tramitando no congresso, mas já sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, no dia 03 de agosto de 2010, a legislação prevê que empresas recolham embalagens usadas de produtos e tem o objetivo de incentivar a reciclagem de lixo e o correto manejo de produtos usados com alto potencial de contaminação.

Além disso, os municípios só receberão recursos do Governo Federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos depois de aprovarem planos de gestão. A lei ainda precisa passar por regulamentação. Será necessário, por exemplo, estabelecer um prazo de adaptação para as empresas e disciplinar o tipo de tratamento que deve ser dado a cada tipo de material.

O objetivo das novas regras é estabelecer a responsabilidade compartilhada entre a sociedade, empresas, governos estaduais, a União e prefeituras no manejo correto do lixo. A adoção de uma lei nacional para disciplinar o manejo de resíduos é uma revolução em termos ambientais.

A lei proíbe ainda a criação de lixões onde os resíduos sejam lançados a céu aberto. Todas as prefeituras terão que construir aterros sanitários ambientalmente sustentáveis, onde só poderão ser depositados resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a produção diária de lixo nas cidades brasileiras chega a 150 mil toneladas. Deste total, %59 vão para os lixões e apenas %13 são reaproveitados.

Referente ao plástico, sabe-se que entre 40 e %50 do produto é empregado em embalagens ou recipientes de curto ciclo de vida, isso incorre em um grande problema de acúmulo de resíduos, já que o índice de reciclagem desse material é baixo.

No Brasil, o nível médio de reciclagem do plástico é de %17, considerado baixo em relação a outros materiais, mas não muito diferente de outros países, mesmo os mais desenvolvidos. Esse índice tem se mantido estável ao longo do tempo, e uma das principais razões apontadas para essa baixa eficiência é a relação preço-volume desfavorável no caso dos plásticos em geral, do ponto de vista econômico e logístico, pois encarece processamentos de adensamento e de transportes, sendo preteridos em favor de outros materiais de maior interesse. (Leite, 2010)

Percebe-se que a cada ano, o ciclo útil dos produtos se encurta, aumentando assim a quantidade de material disposto no meio ambiente. As ações propostas visam minimizar os impactos causados por essa nova tendência.

3. DESENVOLVIMENTO

A gestão integrada de resíduos sólidos apresentada nesse projeto prevê a coleta dos resíduos provenientes da administração de vacinas e antídotos em aves, comercializados pelo Laboratório Biovet na região Sul do Brasil. É importante salientar a necessidade de controle dos materiais a serem recolhidos e a forma de disposição dos mesmos para que não ocorra contaminação. O projeto foi desenvolvido através do método 5W2H aqui descrito.

O panfleto abaixo explica a forma como a separação deve ser feita.

Panfleto Informativo Projeto Gestão Integrada de Embalagens.

Fonte: Elaborado pela equipe Talento 2011 Resíduos contaminantes ou perfurantes deverão permanecer em caixas específicas para

armazenagem desse lixo até a coleta. Já o material reciclável deverá ser armazenado nas próprias caixas em que são enviados os produtos, sendo elas de papelão ou mesmo isopor, conforme descrito no panfleto. Essa ação diminui a produção de resíduos, já que não necessita de outros recipientes para essa armazenagem e ainda evita a proliferação de insetos e outros animais.

O seguinte plano de ação demonstra o desenvolvimento e aplicação do projeto.PLANO DE AÇÃO: Gestão Logística integrada para embalagens e recipientes no Laboratório Biovet, filial Sul.

PLANO DE AÇÃO: Gestão Logística integrada para embalagens e recipientes no Laboratório Biovet, filial Sul.

UNIDADE SETOR DATA

CHAPECÓ Região Sul

Gerenciamento Logístico

Julho 2011

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Plano de açãoO QUE COMO ONDE QUEM QUANDO POR QUÊ QUANTO

Elaborar uma circular explicativa a respeito dos novos procedimentos de recolhimento de resíduos

Criar um panfleto informativo sobre impactos ambientais, legislação e benefícios que cada um poderá ter com a adequação aà normativa. A tiragem inicial será de 500 unidades

Departamento de Marketing e relacionamento com o cliente da Unidade

Relaciona mento com o cliente

JUL 2011 Para que o projeto seja divulgado e passe a ser conhecido por todos os agentes envolvidos e responsabilidades de cada um

R$ 70,00

Elaborar uma planilha base que tenha os dados das embalagens, de acordo com o pedido do cliente

Criando uma planilha de informações onde se possa realizar o cálculo com base no peso das embalagens que foram fornecidas na entrega dos produtos, ou seja, quantidade x peso

Departamento de Expedição

Auxiliar de expedição

JUL 2011 Para ter informações de cada cliente conforme venda realizada e poder elaborar o cálculo de desconto através da pesagem dos resíduos recebidos

Sem custos

Adquirir caixas para coleta de resíduos contaminantes

Efetuando a compra de caixas com capacidade de 7 litros

Setor de compras da unidade

Gestor da unidade

AGO 2011

Para disponibilizar aos clientes recipientes de descarte adequado dos resíduos contaminantes

R2,25$/un

Enviar as caixas para coleta dos resíduos contaminantes juntamente com os produtos de acordo com necessidade de cada pedido

Determinar quantas caixas serão enviadas para cada cliente de acordo com a quantidade de produto que o mesmo adquiriu. Essas caixas já serão enviadas juntamente com o pedido do cliente

Setor de expedição

Responsável pela expedição

AGO 2011

Para que cada cliente tenha material para fazer a separação correta dos resíduos

Custo do frete será calculado por pesagem juntamente com os demais produtos enviados

Coletar os resíduos recicláveis gerados pelos clientes

O recolhimento será feito pela empresa que fará a entrega do próximo lote que o cliente adquirir. O cliente ficará responsável por identificar os resíduos que está devolvendo para a empresa. Sendo que os resíduos recicláveis deverão ser armazenados nas caixas de isopor/ papelão que serão fornecidas

No cliente Empresa terceirizada de transportes

SET 2011

Para que os resíduos gerados por cada cliente possam retornar para filial de Chapecó e estejam devidamente identificados de qual cliente foram devolvidos

Custo de transporte com desconto de ICMS e redução media de %30 no valor padrão

Coletar os resíduos contaminantes

A coleta dos resíduos contaminantes continuará sendo feita pela empresa especializada nesta área e que hoje já presta esses serviços

No cliente Empresa Certificada

Já é realizada a coleta desses resíduos.

Para que os resíduos contaminantes sejam descartados corretamente e não causem danos ao meio ambiente e à sociedade

Custos não relevantes na implementação desse projeto, devido à existência do serviço

Entregar os resíduos recicláveis nas dependências da empresa em Chapecó

Trazendo os resíduos coletados nos clientes

Setor de recebimento

Empresa terceirizada de transportes.

SET 2011

Para centralizar os resíduos recicláveis em um só local

Custos já citados na coleta dos resíduos

Pesar os resíduos recicláveis que retornam para unidade

Realizar a pesagem dos resíduos recicláveis e armazenar em local já pré-definido e adequado

Setor de recebimento

Responsável de almoxarifado

SET 2011

Para que se obtenham as quantidades que cada cliente devolveu e qual será elaborado o cálculo de desconto que o mesmo terá direito na próxima compra

Valor gerado por kg de material é de R$ 0,30

Definir as datas para coleta dos resíduos recicláveis pelas empresas parceiras

Criar um cronograma com coletas quinzenais, juntamente com a cooperativa parceira no projeto

Departamento de Marketing e relacionamento com o cliente da Unidade

Gestor do projeto

OUT 2011

Para que os resíduos cheguem ao destino correto, ou seja, a reciclagem, pelas cooperativas parceiras

Custos administrativos

Acompanhar os indicadores

Criar uma planilha com dados e gráficos para acompanhamento dos resíduos recebidos, avaliando custos e benefícios obtidos com o projeto

Departamento de Marketing e relacionamento com o cliente da Unidade

Gestor do projeto

JAN 2012 Para fazer avaliações dos benefícios que a implantação do projeto trouxe para a sociedade e o meio ambiente

Custos administrativos

Fonte: Elaborado pela equipe Talento 2011

Deve considerar-se que o custo de transporte para retorno dos resíduos recicláveis é passível de acordo junto à transportadora. No retorno de vasilhames não incide ICMS e também não possui valor agregado, ou seja, não necessita da contratação de seguro por não serem cargas visadas ou passiveis de avarias. Como foi citado no Plano de Ação, os custos de transporte diminuem em torno de %30 para o retorno de produtos. O cálculo de frete deve ser feito a partir do peso dos produtos. A tabela abaixo é referente aos pesos de embalagens e o cálculo de retorno.

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Planilha de controle de produtos reciclados Planilha de controle de produtos reciclados

Produto Peso (em g) Qtd EnviadasAntígenos 2 Diluente Especial Embalagem Primária 8 Diluente Especial Embalagem Secundária 2 Diluente Estéril 5 Diluente Spray 5 Protevac Sache 0,8 Vacinas Inativadas 10 Vacinas Vivas Embalagem Primária 0,3 NÃO RECICLAVacinas Vivas Embalagem Secundária 1Vacinas Vivas Embalagens Terciária 60Caixa Isopor Tamanho G 42 Caixa Isopor Tamanho P 32 Peso bruto total enviado Peso bruto total recebido

Fonte: Elaborado pela equipe Talento 2011

Outro ponto a ser considerado é a coleta dos resíduos contaminantes/perfurantes, que já é realizada por uma empresa especializada, o que visamos é à separação correta do lixo. Ressalta-se que anteriormente todo o resíduo era enviado para incineração, sendo que nada poderia ser aproveitado.

Sabe-se que o valor médio pago pelo kg de material reciclado é de R$ 0,30, e os clientes devem gerar em torno de 1000 kg por mês, o que geraria um montante de R$ 300,00/mês.

O valor pode parecer baixo se comparado aos valores gerados com a comercialização do produto do laboratório, porém, deve-se levar em consideração que esse movimento beneficia a sociedade como um todo, gerando desenvolvimento sustentável na comercialização de produtos avícolas, mantendo assim a integração de todos os elos da cadeia.

4. CONCLUSÃO

Um dos atuais problemas mundiais é a emissão excessiva de resíduos no meio ambiente, e sabemos que grande parte desses resíduos são provenientes de materiais envoltórios e embalagens. Muitos desses produtos podem ser reaproveitados ou reciclados ao invés de apenas serem dispostos no meio ambiente sem receber tratamento.

Com o projeto de reciclagem de embalagens, primeiramente visualizado no Laboratório Biovet para avicultura na Região Sul, além de diminuir essa emissão de resíduos, ocorrerá a adequação à Lei 10/12305, evitando multas e sanções. O programa de logística integrada Biovet procura beneficiar projetos de Ação Social para famílias de baixa renda na região através da reciclagem de produtos.

É importante visualizar que o volume do plástico reciclado no Brasil é muito pequeno se comparado à sua produção, é preciso instigar novas ações para reduzir a produção com matérias-primas novas e aumentar a quantidade de material reciclado.

REFERÊNCIAS BIBLIGRáFICAS

Livros: DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. Marco Aurélio P.

Dias. 5. ed. São Paulo (SP): Atlas, 2LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: Meio Ambiente e Competitividade. 2. ed. São Paulo (SP):

Prentice Hall, 2009.ALVAREZ, Maria Esmeralda Ballestero. Gestão de Qualidade, Produção e Operações. São Paulo,

Atlas S/A.

Sítios na Internet: www.biovet.com.br www.quiteriablog.blogspott.comhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2010/2010-2007/lei/l12305.htmhttp://www.dci.com.br/Logistica-reversa-cresce_-soma-US-20-$bi-e-preve-

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Jeferson André RamosRicardo MotaRoberto Elias HeckelRafael BauerleOrientadorErivalcir Moreira Dos Santos

IMPLANTAÇÃO DE UM NÚCLEO AVANÇADO DE PESQUISAS PARA FABRICAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS FEITOS A PARTIR DE FIBRAS ECOLÓGICAS DE PALHA, FOLHA E CAULE DE MILHO.

RESUMO

O trabalho aborda as possibilidades de fabricação de produtos derivados de fibra ecológica feita de palha, caule e folha de milho, os produtos abordados são embalagens e derivados, preenchimento de portas estilo MDP, chapas híbridas de MDF e copos descartáveis, todos os segmentos destes produtos estão em crescimento ou grande perspectiva de ascensão. A pesquisa tem como objetivo identificar os problemas e procurar soluções sob a análise e a aceitação desses produtos no mercado, desenvolvendo a análise produtiva e o plano de negócio, além de verificar a viabilidade econômica e comercial deste empreendimento. Como resultado desta pesquisa, estaremos trabalhando sob os pilares do ecodesenvolvimento, que é o equilíbrio entre o desenvolvimento sustentável, proteção ambiental e o desenvolvimento econômico e social. Com isso, estaremos produzindo produtos inovadores, com um grande diferencial competitivo, sendo ele ecológico e sustentável, pois se trata do lixo produtivo com um custo muito baixo, além disso, estaremos gerando uma renda extra aos agricultores. Mostrando que o Brasil se interessa e trabalha para resolver problemas ambientais através de investimentos em novas tecnologias, provando que o desenvolvimento socioeconômico pode ser um grande aliado da responsabilidade ambiental.

3º Lugar - GraduaçãoChapecó

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1 INTRODUÇÃO

Que a celulose em forma de papel ou embalagens têm grande influência e importância nas nossas vidas é claro e incontestável, mas sabemos também que tudo sofre alterações ou atualizações, com a nossa celulose não é diferente. Vendo todo o processo de fabricação, desde o inicio até o termino do mesmo, percebemos que as florestas que hoje em dia são certificadas e reflorestadas ano a ano, um dia foram florestas nativas e, sendo assim, para dar lugar a florestas de pinus e de eucaliptos, tiveram que ser desmatadas.

Além desse fator acima descrito, a celulose, em seu preparo, utiliza vários produtos químicos, tais como soda cáustica e sulfeto de sódio que deixarão resíduos e dejetos, mesmo com o tratamento de efluentes, ter uma grande importância ela irá ajudar no processo de limpeza, porém, jamais a água utilizada voltará com o mesmo teor de pureza de quando foi retirada, sempre existirão dejetos desde processo industrial.

E assim surge uma responsabilidade e um desafio em um setor industrial tão evoluído e moderno: implantar a produção de uma fibra ecologicamente correta, sustentável e biodegradável na fabricação de embalagens e derivados.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA1.1.1 Problema

Este projeto tem como finalidade demonstrar a utilização da palha e do caule do milho, cujo material é a “sobra” da colheita dos agricultores, a se tornar fonte de matéria primária para produção de embalagens, copos descartáveis e preenchimento de portas e chapas híbridas de MDF. Desenvolvendo e analisando esta pesquisa, temos a seguinte pergunta: Estas “sobras” da produção do setor primário da nossa economia poderiam gerar produtos inovadores e de qualidade e posteriormente emprego e renda para nossa região, assim tendo a necessidade da abertura de um núcleo de pesquisas técnicas para produção desse novo produto?

1.2 Objetivos e MetasA execução deste projeto visa desenvolver a implantação de um núcleo de pesquisas para

produção e comercialização das mesmas através de copos descartáveis, embalagens e derivados, além de preenchimento de portas. Sendo assim, tendo como objetivos específicos:

a. Análise de aceitação de mercado para estes novos produtos;b. Desenvolvimento e análise produtiva e plano de negócios para inserção desses novos produtos

no mercado;c. Viabilidade econômica e comercial através de estudo do cenário.

1.3 JustificativaTemos conhecimento de que a sustentabilidade já conquistou o setor de celulose e papel através

da reciclagem, mas ainda é pouco, cerca de %36 dos papéis e embalagens que produzimos no Brasil são recicladas e reutilizadas. Sem dúvida nenhuma, nos dias de hoje não somente é necessário um bom produto, com qualidade, eficiência e bom preço, outra necessidade, ou melhor, uma exigência de um mercado que sofre alterações mundiais é o ecodesenvolvimento, que se conceitua como

sendo o desenvolvimento sustentável, equilibrando a proteção ambiental com o desenvolvimento econômico e social, ou seja, o mercado exige produtos ecologicamente corretos.

Tendo em mente a consciência ambiental e a sede da inovação, imaginamos uma maneira para alavancar o plantio de árvores nativas em áreas onde hoje se concentram florestas de pinus e de eucaliptos, diminuir a utilização de agentes químicos na produção de celulose e papel para preservação dos afluentes, sem um impacto negativo no desenvolvimento econômico.

Estudos realizados com a palha, folha e caule do milho na confecção de celulose nos mostraram resultados animadores na consistência fibrosa, dignos de uma melhor e mais detalhada análise no tema. No primeiro teste foram utilizados aproximadamente 10 a 15 pedaços grandes de palha e caule triturados em um liquidificador industrial, logo após depurado em peneira com malha fina, posto a ferver durante 3 horas em aproximadamente 500ml de água deionizada (sem ferro), à temperatura de 350 graus Celsius em chapa aquecedora. Posteriormente, passado na prensa manual, retirado todo material líquido, sendo que depois deste processo o material foi deslocado para uma estufa a uma temperatura de 120 graus Celsius durante 1 hora. O resultado foi que retiramos uma fibra mais resistente que em relação às fibras do pinus e do eucalipto. O detalhe principal foi que não utilizamos nenhum tipo de aditivo químico, criando, desta maneira, uma fibra sustentável, ecologicamente correta e biodegradável. Uma outra questão interessante e ainda não abordada é que a palha, a folha e o caule do milho, a matéria-prima em debate deste projeto, é adquirida do agricultor e, como sabemos, o setor primário de nossa economia é o que mais sofre, desde modificações econômicas até influências climáticas. Pensando nisso, após a colheita do milho, muitos agricultores deixam este material na lavoura para que o gado se alimente, e é claro que o montante que ainda resta, será deixado para servir como adubo orgânico. Em outras palavras, o caule, as folhas e a palha do milho são um lixo produtivo, sem qualquer utilidade até o início desta pesquisa, desta forma se tornando uma matéria-prima com custo muito baixo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

O desenvolvimento econômico sem agressão ao meio ambiente não só é possível, como é comprovado através do ecodesenvolvimento que visa à sustentabilidade, equilibrando a proteção ambiental com o desenvolvimento social e econômico, sem dúvida alguma podemos atender às necessidades produtivas sem agredir o meio ambiente. Segundo a organização WWF Brasil (2010):

Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

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A iniciativa não só das universidades, mas também de toda a sociedade para conscientização ambiental é de suma importância, pois é comprovado que nossos recursos naturais estão no seu limite de degradação. A conscientização ambiental é também uma necessidade nas escolas, pois devemos aprender desde cedo nossas responsabilidades ecológicas. Conforme Rosimari A. Viveiro Ruy (2010) diz:

Nas últimas décadas, vêm se intensificando as preocupações inerentes à temática ambiental e, concomitantemente, as iniciativas dos variados setores da sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres no intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões ambientais, e mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental. As ideias ligadas à temática ambiental não surgiram de um dia para outro. Numerosos fatos de âmbito internacional foram delineando o que conhecemos hoje por Educação Ambiental (EA). Implementar a Educação Ambiental nas escolas tem se mostrado uma tarefa exaustiva. Existem grandes dificuldades nas atividades de sensibilização e formação, na implantação de atividades e projetos e, principalmente, na manutenção e continuidade dos já existentes. Fatores como o tamanho da escola, número de alunos e de professores, predisposição destes professores em passar por um processo de treinamento, vontade da diretoria de realmente implementar um projeto ambiental que vá alterar a rotina na escola, etc., além de fatores resultantes da integração dos acima citados e ainda outros, podem servir como obstáculos à implementação da Educação Ambiental”. Dado que a Educação Ambiental não se dá por atividades pontuais, mas por toda uma mudança de paradigmas que exige uma contínua reflexão e apropriação dos valores que remetem a ela, as dificuldades enfrentadas assumem características ainda mais contundentes. A Conferência de Tbilisi (1977) já demonstrava as preocupações existentes a esse respeito, mencionando, em um dos pontos da recomendação nº 21, que deveriam ser efetuadas pesquisas sobre os obstáculos, inerentes ao comportamento ambiental, que se opõem às modificações dos conceitos, valores e atitudes das pessoas.

No Brasil, a produção de celulose, papel e embalagens cresce ano a ano, conseguimos alcançar o posto de °4 maior produtor de celulose do mundo, e com o aumento da renda da nossa população desencadeado pelo desenvolvimento socioeconômico do país, tendo como resultado maior demanda desses produtos o setor de produção de papel se encontra no °11 lugar no ranking mundial. Segundo a Bracelpa (2010):

Altos investimentos da indústria e o desenvolvimento econômico do Brasil tiveram impactos expressivos na produção de celulose nos últimos dez anos. O segmento expandiu cerca de %87,2 nesse período, com um crescimento médio de %6,5 ao ano, números singulares se comparados aos mercados mais tradicionais dessa indústria. Em 2008, o setor teve uma grande conquista: alcançou o posto de quarto produtor mundial de celulose – atrás apenas de Estados Unidos, Canadá e China. O recorde foi obtido em um período adverso, durante a crise financeira internacional. Em 2009, o setor produziu 13,5 milhões de toneladas de celulose.O Brasil é um grande produtor de papel. Destaca-se mundialmente por produzir e abastecer os mercados com expressivos volumes de papel de embalagem, papéis de imprimir e escrever e papel cartão. Nos últimos dez anos, o país aumentou sua produção em %34,7, com crescimento médio de %3,0 ao ano, acompanhando as mudanças economia brasileira. O desenvolvimento socioeconômico e o aumento de renda da população, com a inserção de novos consumidores no mercado, resultaram em mais demanda por livros, cadernos, jornais e revistas, embalagens para alimentos, remédios e itens de higiene pessoal. Em 2008, o setor posicionou-se como 11º produtor mundial de papel e, em 2009, manteve esse mesmo lugar

com a produção de 9,4 milhões de toneladas do produto.Um grande reciclador de papel. Esse título pode ser dado ao Brasil pelo volume expressivo de recuperação de papeis recicláveis que, após o descarte, são convertidos em novos produtos que retornam para a cadeia de consumo. O esclarecimento da população sobre a preservação do meio ambiente e campanhas que incentivam o descarte adequado e a coleta seletiva têm colaborado fortemente para que a indústria de reciclagem se desenvolva e cresça cada vez mais no país. Em 2009, o consumo aparente de papel no país registrou 8,75 milhões de toneladas e a recuperação de aparas foi de 3,85 milhões de toneladas.Celulose e papel são produtos de grande importância na pauta das exportações brasileiras. Nos últimos anos, o setor intensificou as operações de comércio exterior, conquistou novos mercados e mais que dobrou a receita de exportações, mantendo um saldo comercial positivo. Atualmente, Europa, China e Estados Unidos respondem pela maior parte das exportações brasileiras de celulose. No segmento de papéis, os grandes compradores são os países latino-americanos.

Tendo em vista que nossa produção de papel e embalagens se destaca no cenário mundial, também não seria diferente que teríamos grande destaque também na área de reciclagens desses materiais, já que o volume de produção é um número muito expressivo e impossível de ser descartado sem a devida recuperação. Segundo a Bracelpa (2010):

Um grande reciclador de papel. Esse título pode ser dado ao Brasil pelo volume expressivo de recuperação de papéis recicláveis que, após o descarte, são convertidos em novos produtos que retornam para a cadeia de consumo. O esclarecimento da população sobre a preservação do meio ambiente e campanhas que incentivam o descarte adequado e a coleta seletiva têm colaborado fortemente para que a indústria de reciclagem se desenvolva e cresça cada vez mais no país. Em 2009, o consumo aparente de papel no país registrou 8,75 milhões de toneladas e a recuperação de aparas foi de 3,85 milhões de toneladas. Reduzir o desperdício de papel e adotar hábitos para a separação do material reciclável nas residências. Essas práticas contribuem para melhorar a qualidade e a homogeneidade das fibras que retornam às indústrias. Também é importante a coleta seletiva e a triagem dos resíduos recicláveis – sem a contaminação por matéria orgânica tais como restos de comida e outras impurezas. É importante ressaltar que o papel não pode ser reciclado infinitas vezes, pois as fibras perdem a resistência e as características que definem o tipo do papel. Por isso, será sempre necessário o uso de fibras virgens originárias das florestas plantadas para viabilizar a produção e atender às necessidades de consumo da população.

Em um país como o Brasil, onde a agricultura representa uma grande fatia da economia, desempenhando papel importantíssimo no desenvolvimento econômico e social, umas das culturas de cultivo em todas as regiões é o milho, que por sua vez ocupa o °3 lugar de produção no Brasil, ocupando uma área de 12,9 milhões de hectares plantados, produzindo cerca de 41,3 milhões de toneladas e, sem dúvida, a tendência de mercado é um salto na produção motivado pela produção de etanol. Segundo a Embrapa (2010):

A baixa produtividade média de milho no Brasil (3.175 kg por hectare) não reflete o bom nível tecnológico já alcançado por boa parte dos produtores voltados para lavouras comerciais, uma vez que as médias são obtidas nas mais diferentes regiões, em lavouras com diferentes sistemas de cultivos e finalidades. O milho é cultivado em praticamente todo o território, sendo que 90 % da produção concentraram-se nas regiões Sul (43 % da produção), Sudeste (25 % da produção) e Centro- Oeste (%22 da produção).

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3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Métodos e ProcedimentosEste projeto teve como base uma pesquisa com base em dados bibliográficos consultados em

sites e revistas, podendo assim permitir o estudo de criação de um núcleo de estudos avançados para desenvolvimento da fibra ecológica de milho, para produção e comercialização de produtos como copos descartáveis, embalagens com alto grau de resistência e preenchimento de portas e chapas híbridas de MDF, sendo todos os produtos sustentáveis, ecologicamente corretos e com ato nível de biodegradabilidade.3.2 Resultados

Analisando os materiais encontrados e estudados, podemos ter um limitado conhecimento do mercado, porém, em um contexto geral, temos quatro fatores principais para trabalharmos: os aspectos ecológico, econômico e comercial e a inovação.

No aspecto do ecodesenvolvimento, poderemos ajudar a aumentar o reflorestamento de mata nativa, papel este muito importante, diminuindo poluentes nos efluentes, conservando assim o equilíbrio ecológico, desencadeado por uma produção sustentável, utilizando o “lixo” ou as “aparas” da produção de milho, sem ter a necessidade de utilizar o alimento como fonte de matéria-prima. Outra questão ainda pouco debatida é que a fibra é um material com grande teor de biodegradabilidade, pois é feita de fibras naturais.

Outro fator muito interessante é a área econômica, onde estamos gerando mais economia e renda aos nossos agricultores, pois nossa matéria-prima em questão existe em demasia e encontra-se no setor primário, que é muito vulnerável, dependente desde o mercado internacional até fenômenos da natureza. Desta forma, estaremos gerando uma fonte de renda adicional e alternativa, que fará com que os agricultores não necessitem degradar mais o meio ambiente através do desmatamento para abrir mais campos para produção agrícola.

No âmbito comercial, poderemos dar início à produção desta fibra, iniciando com a inserção da mesma junto às fibras de pinus e de eucalipto, dando início ao método produtivo novo, reduzindo custos e modificando o processo.

A inovação está clara, a população estará adquirindo um produto inovador, feito de “lixo” da agricultura, dando origem a uma fibra sustentável, ecológica e biodegradável, em forma de produtos diversos com alta qualidade, podendo ser produzido em todas as regiões do Brasil e do mundo, criando oportunidades diversas de negócios, conduzindo a população a um consumismo consciente e responsável.

Vendo o cenário econômico atual, verificamos várias demandas de mercado para diversos tipos de produtos à base de fibra ecológica, através de um estudo de áreas crescentes da nossa economia achamos relevante a produção inicial de quatro produtos principais, sendo eles, embalagens e derivados, copos descartáveis e preenchimento para portas e chapas hibridas estilo MDF.

Na área de embalagens e derivados, estaríamos introduzindo essa fibra ecológica junto às fibras de pinus e de eucalipto, junto a esses testes, já que este setor tem crescimento médio de %6 ao ano, poderíamos estar produzindo embalagens totalmente de fibras ecológicas de palha, folha e caule de milho.

Verificou-se também a necessidade de produção de copos descartáveis à base desta fibra, já que são produzidos milhares de toneladas de copos descartáveis à base de plástico, gerando outras

milhares de toneladas de lixo reciclado. A diferença é que os copos produzidos com fibras ecológicas têm ato teor de biodegradabilidade, isto é, após a utilização deste copo poderíamos jogá-lo na terra, fazendo um bem à natureza, já que o mesmo serviria como uma espécie de adubo orgânico, já que na sua produção à base da fibra ecológica não é utilizado nenhum tipo de aditivo químico.

3.3 Cronogramas de Atuação

Tabela 1 – Cronograma de Atuação no Primeiro Semestre de 2012

Atividades Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12Definição e implantação do empreendimento.

xxx

Recebimento e instalação de equipamentos.

xxx

Terceirização de empresa para teste e análises.

xxx

Start de inicialização de teste de produção.

xxx

Parcerias de empresas no segmento de celulose.

xxx

Análise para aquisição de equipamentos para produção e comercialização de produtos.

xxx

Fonte: Acadêmicos autores do projeto

3.4 Planos FinanceirosPara o início das atividades no núcleo avançado de pesquisas, instalação e investimentos iniciais

gastaremos um montante de aproximadamente R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), conforme segue detalhados os dados na tabela 2.

Tabela 2 – Investimento Inicial do NúcleoDiscriminação Quantidade Valor Unitário em Reais Valor total em ReaisImpressora Multifuncional

1 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

Carro 1 R$ 40.000,00 R$ 40.000,00Notebook 2 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00Móveis Escritório 1 R$ 10.000,00 R$ 10.000,00Materiais de Escritório 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00Aquisição de Linha Telefônica

1 R$ 200,00 R$ 200,00

Aquisição Fone Móvel 2 R$ 100,00 R$ 200,00Aquisição de Internet 1 R$ 500,00 R$ 500,00Montagem de Site 1 R$ 2.000 R$ 2.000,00Taxa de Abertura de Empresa

1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00

Total R$ 63.900,00Capital de Giro R$ 10.000,00

Total de Investimento Inicial R$ 73.900,00Fonte: Acadêmicos autores do projeto

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Para manutenção do núcleo, teremos custos fixos mensais conforme relacionado na tabela 3:

Tabela 3 – Provisão mensal e semestral de custos Fixos

Custo Fixo Projetado Valor Unitário em ReaisValor Total do °1 Semestre em

reais

Salários e Encargos R$ 10.000,00 R$ 60.000,00

Aluguel R$ 3000,00 R$ 18.000,00

Material de Escritório R$ 300,00 R$ 1.800,00

Telefonia Fixa R$ 200,00 R$ 1.200,00

Telefonia Móvel R$ 200,00 R$ 1.200,00

Energia R$ 500,00 R$ 3.000,00

Combustível R$ 800,00 R$ 4.800,00

Marketing e Comunicação R$ 3.000,00 R$ 18.000,00

Viagens R$ 3.000,00 R$ 18.000,00

Contabilidade R$ 1.000,00 R$ 6.000,00

Manutenção do Site R$ 200,00 R$ 1.200,00

Internet R$ 120,00 R$ 720,00

Análises Técnicas R$ 5.000,00 R$ 30.000,00

Água R$ 150,00 R$ 900,00

Seguros R$ 500,00 R$ 3.000,00

Despesas Administrativas R$ 500,00 R$ 3.000,00

TOTAL R$ 28.470,00 R$ 170.820,00Fonte: Acadêmicos autores do projeto

4. CONCLUSÃO

Sendo assim, com este projeto conseguimos analisar o cenário econômico e as possibilidades de implantação de um núcleo de pesquisas avançadas para fabricação e comercialização de produtos tendo como matéria-prima fibras ecológicas naturais oriundas da palha, caule e folha do milho.

Nosso objetivo principal de estudo foi o desenvolvimento de produtos nos mais diversos segmentos de mercado, tendo como foco principal, os setores da nossa economia que mais crescem e os que têm mais tendência ao crescimento, sendo que aliamos o desenvolvimento econômico com equilíbrio ambiental.

Na avaliação de possibilidades comerciais tivemos respostas muito positivas, através da inserção de produtos como copos descartáveis, embalagens e derivados, além de preenchimento de portas, tendo em vista o alto nível de crescimento da construção civil e produção de embalagens no Brasil.

No aspecto social e ecológico, tivemos a possibilidade de gerar mais emprego e renda no setor primário da nossa economia, diminuindo a poluição e degradação do meio ambiente, através de um produto ecologicamente correto, sustentável e biodegradável.

Desta forma, concluímos que existem grandes possibilidades de sucesso, tendo em vista que desenvolvemos um produto inovador, aliado ao ecodesenvolvimento. Conhecemos as potencialidades dos mercados nos quais queremos inserir nossos produtos, verificando todas as possibilidades e dificuldades existentes, produzindo vários leques de produtos sempre aliando o desenvolvimento econômico ao equilíbrio ambiental.

REFERÊNCIAS

LAZSA, Aline. Conceito de Ecodesenvolvimento. Agosto 2010 Disponível em: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/ecodesenvolvimento. Acesso em: 15 de agosto de 2010.

RUY, Rosimari A. Viveiro. A educação Ambiental nas escolas. Disponível em: http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/eduambiental.html. Acesso em: 15 de agosto de 2010.

ORGANIZAÇÃO WWF BRASIL. Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: http://www.wwf.org.br/ . Acesso em: 15 de agosto de 2010.

BRACELPA, Associação Brasileira de Celulose e Papel. Estatísticas Celulose e Papel. Disponível em:http://www.bracelpa.org.br/bra2/index.php. Acesso em: 15 de agosto de 2010.EMBRAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agricultura. Brasília: Secretaria da

Agricultura, 2010.Bianchi, M. L. Polpação de Palha de Milho Utilizando-se Diferentes Processos Organosolv. Tese de

Mestrado, Instituto de Química –UNICAMP. Campinas. 1995BRASKALB. Recomendações técnicas para a cultura do milho. 9ª edição, 1987. p.27-1SILVA, C. R. L. da. Inovações tecnológicas e distribuição de renda: Impactos distributivos dos

ganhos de produtividade da agricultura brasileira. São Paulo: IEA, 245 .1995p. (Coleção Estudos Agrícolas 2).

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RESUMO

O presente trabalho tem como principal objetivo desenvolver o trabalho da educação musical com crianças de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social, oportunizando a inclusão social e cultural, além de auxiliá-las no desenvolvimento profissional. As atividades pedagógicas desenvolvidas buscam influenciar e resgatar as crianças das ruas através do trabalho da expressão de seus sentimentos, do aprendizado de nova vida, da visualização de novas oportunidades por meio do exemplo dos professores e pessoas envolvidas em sua educação e do acesso à arte na tentativa de revelar uma nova oportunidade de ofício contribuindo na redução da criminalidade e êxodo escolar.

Palavras-chave: Crianças. Vulnerabilidade social. Música.

1 INTRODUÇÃO

As políticas de atenção à criança em situação de risco enfrentam o desafio da exclusão social e, por conta dessa exclusão, os direitos assegurados no Estatuto da Criança e do Adolescente não são respeitados. (ECA, 1990).

Entende-se por situação de risco a condição de crianças que, por suas circunstâncias de vida, estão expostas à violência, ao uso de drogas e a um conjunto de experiências relacionadas às privações de ordem afetiva, cultural e socioeconômica que desfavorecem o pleno desenvolvimento biopsicossocial.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estariam mais propensos ao abuso de drogas aqueles sem adequadas informações sobre os seus efeitos; com saúde deficiente; insatisfeitos com a própria vida; com personalidade deficientemente integrada; com fácil acesso às drogas.

A concepção do projeto na educação musical, especificamente com aulas de canto, visa à

Raquel de Azevedo FlachAndréia GutknechtOrientador:Graziella Dall´Inha

1º Lugar - Pós-graduaçãoJoinville

EDUCANDO COM RITMO

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construção de si mesmo e suas relações com o outro num processo de desenvolvimento social. O aprendizado musical promove a socialização das crianças, aumenta sua autoestima, favorece o diálogo, a tolerância, solidariedade e estimula o desejo de encarar novos desafios.

Essa interação promove o desenvolvimento de cidadãos com opinião própria, visão crítica da realidade e capacidade para mudar suas vidas através do convívio e aprendizado com voluntários, professores, assistentes sociais e todos os envolvidos no dia a dia do ensino de canto, pois conforme diz MILBRATZ (2009), a música envolve a todos de maneira intensa, desde os primeiros anos através de sons da natureza, do canto dos pássaros, da voz da mãe desde o ventre, nas canções de ninar e, mais tarde, nos aparelhos eletrônicos presentes no crescimento da criança.

Com a vocação para afastar da marginalidade e proporcionar uma nova opção de vida para as crianças menos favorecidas através da música é que surge o projeto Educando com Ritmo.

CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

O uso da droga, a exclusão social pela baixa renda, a prostituição, a marginalização e a violência são problemas que nossa sociedade enfrenta e que atingem diretamente nossas crianças. Nesse contexto, a música se apresenta como alternativa para quem busca novas experiências, trazendo a socialização com a disciplina inerente à atividade, oportunizando um novo caminho para as crianças em situação de risco e reduzindo, a partir da prevenção o custo social presente na ressocialização dos marginalizados.

OBJETIVO E METAS

1.2.1 Objetivo Geral Este projeto objetiva resgatar crianças em situação de vulnerabilidade social, evitando o interesse

pela marginalidade através do ensino da arte da música, utilizando o canto como instrumento de interação com o universo musical e proporcionando aos envolvidos um ambiente de crescimento salutar, onde possam absorver valores para a vida através da interação com os voluntários e com a arte de forma lúdica e prazerosa.

1.2.2 Objetivos específicos f Estimular o desenvolvimento infanto-juvenil saudável; f Desenvolver a disciplina, limites e o respeito às regras; f Estimular a socialização, o comprometimento, o espírito de cooperação e de trabalho em equipe; f Estimular a disciplina corporal e o fortalecimento dos vínculos sociais; f Desenvolver o gosto pela arte musical.

Metas f Disponibilização de 40 vagas no primeiro ano do projeto; f Média de assiduidade dos participantes acima de %90; f Participação de %80 dos pais nas reuniões com as famílias da criança;

f Promoção de pelo menos uma apresentação ao público por semestre; f Implantar o projeto em pelo menos quatro cidades da região Norte do Estado de Santa Catarina até o ano de 2013;

f Implantar o projeto em pelo menos um grande centro de cada microrregião catarinense até 2014.

JUSTIFICATIVA

A cada ano que passa, ouvimos mais notícias sobre adolescentes envolvidos em crimes, drogas e outras atividades voltadas para a marginalização. O início normalmente é durante a infância e se intensifica na adolescência. Crianças iniciam prematuramente no submundo da criminalidade com a prática de furtos e se envolvem com drogas, influenciadas por adultos que já cometem infrações, na maior parte dos casos, sua principal referência.

Um estudo divulgado em Brasília/DF revelou que, até 33 ,2013 mil adolescentes devem ser assassinados. O levantamento foi feito em 266 municípios com mais de 100 mil habitantes, com jovens entre 12 e 18 anos. Pelo levantamento, 2,67 adolescentes a cada grupo de mil pessoas devem morrer por homicídio antes de completar 19 anos, conforme (RIBEIRO, 2010).

A cidade de Joinville está incluída no perfil destas pesquisas. Torna-se de vital importância proporcionar às crianças da nossa região uma oportunidade diferente, para que construam suas vidas em paz, com trabalho digno e sejam homens e mulheres de bem. O sucesso em um grande centro como Joinville e região certamente facilitará o crescimento do projeto para outras cidades do estado, beneficiando milhares de crianças. Resgatar e principalmente impedir que crianças fiquem à margem da sociedade são os objetos do projeto EDUCANDO COM RITMO.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

VULNERABILIDADE SOCIAL E POBREZA

A infância pobre no Brasil e também em nosso Estado está marcada pelos fenômenos sociais, a desnutrição, o abandono familiar, as vidas marcadas pela falta de perspectivas individuais e familiares, o analfabetismo, a permanência nas ruas, o consumo de drogas, não excluindo os de ordem econômico-financeira e ambiental. A pobreza, a desigualdade e a exclusão social deixam as crianças expostas a situações de vulnerabilidade social.

Abramovay (2002) diz que a vulnerabilidade social é definida como situação em que os recursos e habilidades de um dado grupo social são insuficientes e inadequados para lidar com as oportunidades oferecidas pela sociedade.

Entende-se assim que famílias com baixa renda e que não conseguem suprir suas necessidades básicas de alimentação, habitação e higiene pertencem ao grupo vulnerável socialmente.

Katzman (2005) define os lugares vulneráveis como aqueles nos quais os indivíduos enfrentam riscos e a impossibilidade de acesso a condições habitacionais, sanitárias, educacionais, de trabalho e de participação e acesso diferencial à informação e às oportunidades. Assim, as crianças que

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convivem em lugares vulneráveis estão mais expostas e, por consequência, são facilmente influenciáveis. É importante que a criança deste cenário seja cuidada de forma diferenciada.

Para Freire (1996), nem tudo está perdido, basta o trabalho educacional e teremos o que queremos, uma educação verdadeira que dê conta da mudança da realidade. É pela conscientização do participante deste processo que Freire fundamenta a união entre a educação e o processo de mudança social.

Desta forma, pensando em proporcionar uma realidade diferente às famílias e suas crianças, insere-se o aprendizado musical, retirando-as das situações de vulnerabilidade e colocando-as em salas de aula.

A MÚSICA

Desde a mais tenra idade a música apresenta-se na vida das pessoas, influenciando-as de forma significativa. Está presente em todas as culturas, além de possuir identidade própria e exercer um importante papel nas comunidades onde se manifesta, trazendo influências positivas em todas as faixas etárias.

De acordo com Brito (2003), é difícil encontrar alguém que não se relacione com a música [...]: escutando, cantando, dançando, tocando um instrumento, em diferentes momentos e por diversas razões.

Bréscia (2003) conceitua a música como “[...] combinação harmoniosa e expressiva de sons [...] seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização, etc.”.

A música apresenta diversas vantagens na vida das crianças. Entre elas, o educador musical Suzuki (1983) destaca o poder de transformação de caráter através da influência de bons exemplos para o desenvolvimento de boas habilidades, pois através do modelo, a criança aprende produzir sons tão belos como os de seu professor.

Para Penna (2008), musicalizar é [...] desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que o indivíduo possa ser sensível à música, apreendê-la, recebendo o material sonoro/musical como significativo.

A educação musical, sobretudo com as crianças e a exemplo de diversos projetos sociais, possui a função de promover a compreensão e consciência de si próprio e do mundo de forma mais abrangente, estimulando um olhar fidedigno e criativo de suas realidades estimulando-as à mudança de suas vidas.

Fernandes (2011) afirma que o significado da música vai além de símbolos e sons, o envolvimento com ela leva a uma transformação do ser humano, chegando à modificação do caráter.

Parro (2000), coordenadora do Projeto Guri, que é um sucesso no Estado de São Paulo e tem mais de 51 mil alunos, diz que o objetivo do projeto é ensinar música às crianças carentes e oportunizar a inserção das mesmas no meio cultural, tirando-as das ruas. O resultado deste projeto comprova que as crianças e jovens participantes apresentaram melhora no desenvolvimento escolar.

Villa-Lobos (1987) destaca que o canto coletivo tem poder de socialização, predispõe o indivíduo a perder a noção egoísta da individualidade excessiva, integrando-o na comunidade, valorizando a ideia da necessidade de renúncia e da disciplina ante os imperativos da coletividade social, favorecendo, em suma, a noção de solidariedade humana.

Desta forma, entende-se que crianças expostas à vulnerabilidade social precisam ser acolhidas e “cuidadas”, para que tenham condições mínimas de se tornarem adolescentes longe da marginalização e adultos com princípios e valores.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

O projeto atenderá 40 crianças de 08 a 12 anos, provenientes dos bairros Comasa, Espinheiros, Iririú, Jardim Iririú e Boa Vista, na cidade de Joinville/SC, localidades estas caracterizadas por número expressivo de moradores com crianças em situação de vulnerabilidade social. Pois, as crianças de famílias pobres estão mais sujeitas a ter menor poder de decisão, mais insegurança e maior exclusão e estão mais expostas a discriminações e violências.

Iniciará suas atividades como piloto na cidade de Joinville/SC e, a partir do momento em que estiver consolidado, será estendido ao Estado de Santa Catarina buscando o apoio de entidades, da Secretaria Estadual de Educação, da Fundação Cultural dos Municípios e Estado, interessados e de empresas privadas.

O projeto contará com vinte vagas no período vespertino e vinte no período matutino, durante os quatro meses do projeto, regularmente matriculadas e frequentando escolas da cidade. Serão duas horas de aula por turno e uma vez por semana. Quando necessário, teremos ensaios de duas horas de duração. A pretensão do projeto é evoluir para um programa que atenda e acompanhe, através de voluntários, as crianças atendidas na primeira etapa do projeto.

O maestro regerá e decidirá quanto à direção artística e à supervisão geral de todas as atividades do coral; a pianista acompanhará, de modo instrumental, o coral nos ensaios e apresentações; o monitor terá a função de auxiliar o maestro na condução dos trabalhos; e a assistente social ficará responsável pelo cadastramento, pela avaliação socioeconômica e pelo acompanhamento dos participantes.

A inscrição se dará com o cadastro da criança, realizado pelos pais ou responsáveis, anexado à cópia do documento de identidade ou certidão de nascimento e frequência escolar.

A metodologia utilizada será de aulas expositivas, apresentando a teoria junto com a prática, para estimular o aprendizado, atrelada ao objetivo de apresentações em público após três meses de aula, tanto para divulgação como para valorização do desempenho dos alunos, estando todos uniformizados de acordo com o nome e símbolo escolhidos por eles.

Serão abordados conteúdos sobre canto, o valor da música, ritmos, estilos e influência, bem como cuidados com a voz, teoria, apreciação e apresentação musical, postura, técnica vocal, conscientização da importância da colaboração individual e do envolvimento grupal, simulação de recitais do coral, expressão e dicção, concursos internos para avaliação do desenvolvimento, entre outros. Determinados conteúdos serão designados como tarefa de casa.

O repertório será constituído de músicas construtivas, do estilo gospel ao clássico. Outros estilos musicais serão abordados em momentos oportunos e à medida que houver interesse dos alunos.

Na medida em que a comunidade estiver consciente da importância e aderindo ao projeto, serão implantadas novas etapas, que consistem na introdução de instrumentos musicais e novas turmas. A viabilidade de novas etapas ocorrerá ao terceiro mês da etapa inicial.

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Serão realizados encontros periódicos, para o controle do processo, com os pais ou responsáveis e coristas. As avaliações dos alunos serão feitas pela frequência nas aulas, provas teóricas e práticas.

As aulas serão ministradas em instituições, associações, igrejas, entidades e/ou ONG’s que se dispõem a ceder o espaço como parceiras do projeto e os profissionais necessários serão sem vínculo empregatício, ou seja, como prestadores de serviço.

3.2 RESULTADOS ESPERADOS Os resultados esperados durante a execução do projeto são:

f Diminuir o índice de crianças nas ruas; f Diminuir o índice de marginalidade e envolvimento com drogas; f Participação dos pais ou responsáveis e familiares no apoio às atividades realizadas em casa; f Melhora no desempenho escolar através do comportamento e da disciplina; f Conscientizar as comunidades da importância de ajudar suas crianças a construírem uma vida digna.

3.3 CRONOGRAMA DE ATUAÇÃOO cronograma do projeto iniciar-se-á nos meses de janeiro e fevereiro de 2012 com a confecção

de folders, cartazes e com a 1ª reunião com a equipe. A divulgação nas escolas ocorrerá nos meses de fevereiro e março, através de palestras e da distribuição dos materiais informativos. O mês de março será também para o cadastramento, para a compra dos materiais, para a contratação dos funcionários e para a 2ª reunião com a equipe.

Nos meses de abril, maio, junho e julho (2012), será a execução, ocorrendo no mês de maio a 1ª avaliação do projeto e no mês de junho a 1ª apresentação e 3ª reunião com a equipe.

O mês de agosto será para a prestação de contas, emissão do relatório e 2ª avaliação do projeto em equipe, que irá avaliar a necessidade de implantação de novas turmas, etapas e acréscimo da musicalização instrumental.

Quadro 01: Cronograma de atuação

ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO

1ª fase

Confecção de materiais de divulgação

X X

Divulgação X X Cadastramento X Compra de materiais X Contratação de funcionário

X

2ª fase

Execução do projeto X X X X Apresentação X Reunião em equipe X X X Avaliação do projeto em equipe

X X

ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO

3ª faseEmissão do relatório final XPrestação de contas X

Fonte: As autoras (2011)

3.4 PLANO FINANCEIROO plano financeiro tem por objetivo detalhar os custos de investimento e realizar as projeções de

custos operacionais, para que se possa viabilizar o projeto. Desta forma, abaixo segue o quadro que demonstra os recursos operacionais necessários para a

execução do projeto:

Quadro 02: Descrição dos recursos necessários

Especificação Valor Valor Total Beca R$ 20,00 R$ 800,00 Banner R$ 65,00 R$ 130,00 Folders R$ 0,22 R$ 44,00 Cartazes R$ 3,00 R$ 150,00 Transporte R$ 2,60 R$ 3.328,00 Material de Higiene R$ 200,00 R$ 200,00 Material de escritório R$ 250,00 R$ 250,00 Cópia/apostilas R$ 20,00 R$ 800,00 Lanche R$ 400,00 R$ 400,00 Luz R$ 100,00 R$ 100,00 Água R$ 80,00 R$ 80,00 Telefone R$ 150,00 R$ 150,00 TOTAL R$ 6.432,00

Fonte: As autoras (2011)

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Quadro 03: Descrição dos recursos humanos necessários

Recursos Humanos h Valor h Valor Total Maestro 18 R$ 40,00 R$ 720,00 Pianista 18 R$ 30,00 R$ 540,00 Assistente Social 18 R$ 40,00 R$ 720,00 Monitor 18 R$ 20,00 R$ 360,00 Voluntários R$ 0,00 R$ 0,00 Total R$ 130,00 R$ 2.340,00

Fonte: As autoras (2011)

Abaixo o quadro com o custo dos equipamentos:

Quadro 04: Descrição dos equipamentos necessários (investimentos)

Equipamentos Qtde Valor unitário Valor a Vista Caixa Multiuso Moog 580 WRMS 1 R$ 795,00 R$ 718,00 Estante Partitura RMV 1 R$ 48,00 R$ 43,32 Banqueta p/ Piano 1 R$ 74,00 R$ 65,00 Teclado Yamaha 1 R$ 3.215,00 R$ 2.998,00 Pedal Susteinf C3 Yamaha 1 R$ 195,00 R$ 179,20 Suporte p/ teclado 1 R$ 69,00 R$ 62,90 Microfones s/ fio Staner Digital UHF 1 R$ 819,00 R$ 739,00 Cabo St. Angelo 4,57 mt 1 R$ 23,80 R$ 21,90 Cabo St. Angelo 3,10 mt 1 R$ 19,50 R$ 17,80 Cabo Mic. P10- XLR 2 R$ 22,00 R$ 40,00 Microfone Superluxsonata 2 R$ 144,00 R$ 260,00 Fonte p/ teclado Yamaha 1 R$ 45,00 R$ 45,00 Total R$ 5.635,30 R$ 5.190,12

Fonte: Musical Joinville Comércio de Instrumentos Musicais Ltda

Além da Instituição ADRA, que cederá suas instalações para a execução do projeto, serão submetidos projetos para captação de recursos ou parcerias com a Fundação Catarinense (Municipal) de Cultura e a Secretaria da Educação Estadual (Municipal). Também serão buscados patrocínios com a iniciativa privada como os Correios (www.correios.com.br); Petrobrás Cultural (www.petrobrás.com.br); com o Programa Oi de Patrocínios Culturais (www.oifuturo.org.br) e com a Eletrobrás, que apoia Projetos Culturais (www.eletrobras.gov.br), projetando a extensão ao Estado de Santa Catarina.

O valor total do projeto será de R$ 13.962,12 (treze mil, novecentos e sessenta e dois reais e doze centavos), incluindo as despesas gerais e despesas com pessoal.

4 CONCLUSÃO

Diante de um número elevado de pessoas de baixa renda e devido à precarização do trabalho, encontramos uma sociedade vulnerável, onde os valores e a família perdem espaço para o tempo e para o dinheiro. Consequentemente, nossas crianças encontram-se desassistidas, buscando na rua e na criminalidade o seu refúgio.

A música como arte está sendo esquecida ao longo dos anos e atualmente sendo utilizada para diversos propósitos, como a movimentação econômica, perdendo seu sentido original, mas que deve ser retomado, pois ela propicia um aprendizado global e emotivo com o mundo.

A música será tratada pelas crianças não apenas como um aglomerado de sons, mas sim como uma ferramenta para socializá-las e gerar um maior rendimento, seja na escola, na família ou até mesmo futuramente no ramo profissional, pois a música é um facilitador na aprendizagem.

Com todo este trabalho, a criança estará mais preparada para possuir uma análise de cada som, reproduzir sons com qualidade e que irão inspirá-la para um futuro mais promissor e longe da criminalidade.

Assim, através da música cantada, vemos a possibilidade de ocupação do tempo ocioso, o resgate dos valores e o fortalecimento dos vínculos familiares e sociais.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS

ABRAMOVAY, Miriam et al. Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: desafios para políticas públicas. Brasília. UNESCO, 2002.

BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003.

BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil: proposta para a formação integral da criança. 2.ed. São Paulo: Petrópolis, 2003.

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente. (1990) Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.FERNANDES, José Fortunato. A filosofia de Shinichi Suzuki aplicada ao canto coral para adolescentes

em cumprimento de medida socioeducativa. Revista Espaço Intermediário, São Paulo, v.II, n.I, p. 53-38, junho, 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. °34ed. São Paulo. Ed. Paz e Terra, 1996.

KAZTMAN, Ruben. Vulnerabilidad y Exclusión social. Uma propuesta metodológica para el estúdio de las condiciones de vida de los hogares, 2005. Versão não editada.

MILBRATZ, Ieda Martinez. Projeto Musicalização: “cantar, transformar, encantar e contagiar”. Joinville-SC, 2009. Versão não publicada.

PARRO, Beth. Revista E. nº 40, set 2000, ano 7. Disponível em: <http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=86&Artigo_ID=912&IDCategoria=1077&reftype=2>. Acesso em 15 setembro 2011.

PENNA, Maura. Reavaliações e buscas em musicalização. São Paulo, Editora Loyola,1990.RIBEIRO, Mônica. Marginalização dos adolescentes pobres é o maior motivo de alta taxa

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de assassinatos. Disponível em <http://noticias.r7.com/cidades/noticias/marginalizacao-dos-adolescentes-pobres-e-o-maior-motivo-de-alta-taxa-de-assassinatos-dizem-especialistas20101208-.html> Publicado em 08.12.2010. Acesso em 19 setembro 2011.

SUZUKI, Shinichi. Educação é amor: um novo método de educação. Tradução de Anne Corinna Gottberg. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 1983.

VILLA-LOBOS, Heitor. Villa-Lobos por ele mesmo/ pensamentos. In: RIBEIRO, J. C. (Org.). O pensamento vivo de Villa-Lobos. São Paulo: Martin Claret, 1987.

RESUMO

Este projeto pretende conscientizar as empresas e usuários domésticos da importância do reaproveitamento dos computadores e seus componentes, que seriam descartados de forma inadequada no meio ambiente e que podem ser utilizados para a inclusão digital em instituições de caridade. O projeto oportuniza a capacitação de alunos de instituições de ensino que serão envolvidos na montagem dos computadores. A tendência com a preocupação ambiental na mídia colabora positivamente para a concretização deste projeto. O projeto inicialmente será iniciado na região sul de Santa Catarina, mas poderá facilmente ser expandido para todo o país devido o problema do lixo eletrônico estar presente em todos os lugares.

Palavras-chave: Meio ambiente. Inclusão digital. Capacitação.

1 INTRODUÇÃO

Com os avanços tecnológicos gerados pela sociedade pós-moderna e a velocidade com que os dispositivos ficam ultrapassados, muitos componentes de computadores vêm sendo descartados erroneamente por usuários domésticos e empresas. Faz-se necessário o acompanhamento do descarte destes componentes, uma vez que podem gerar uma grande quantidade de lixo eletrônico. Propõe-se uma solução que não eliminaria, mas reduziria consideravelmente a poluição causada por estes equipamentos: reaproveitamento dos computadores, instalando sistemas operacionais livres e doando-os a instituições de ensino e/ou pessoas carentes que podem ser inseridas na sociedade da informação ao invés de serem excluídas da possibilidade de acesso à tecnologia.

Carlos Alberto ConceiçãoDiego Angelo Bonfante BitencourtMarcioní SerafimOrientador: Dreyer Zanotto

ECO-ELETRÔNICO: CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL EM BENEFÍCIO DA INCLUSÃO DIGITAL

2º Lugar - Pós-graduaçãoCriciúma

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1.1 Caracterização do ProblemaO conceito de novo está a todo o momento se renovando e se reformulando. A tecnologia

constantemente é aprimorada, dotada de capacidade de inovação. A tecnologia acompanha a velocidade com que a informação acontece na sociedade, que está sempre em movimento. Aliado a isso, temos a necessidade do ser humano estar cada vez mais conectado a esta “tecnologia nova”. O desejo de ter o último computador, o notebook de lançamento, sem contar as linhas de Iphone, Ipods, Tablets, e também os softwares, cada vez mais requintados em termos de programação e inovação. Linhas de crédito facilitam a compra de novos equipamentos incentivando uma sociedade que busca o consumo como forma de preencher a necessidade de informação, de conectividade. O tempo de vida útil de um equipamento é de 2 a 4 anos, sem contar os acessórios e periféricos que podem ser comprados, substituindo-se os “antigos”. Com este desejo, os equipamentos antigos são descartados sem a devida preocupação com o meio ambiente, com o impacto que certos componentes podem fazer ao meio em que são “jogados”. Esses computadores, sem o devido fim, acabam se tornando verdadeiras bombas-relógio prontas a explodir, dispersando por todo o meio ambiente seus componentes químicos, que, em contato com o solo e fontes de água, podem trazer um grande problema para o meio em que vivemos.

1.2 Objetivos e Metas1.2.1 Objetivo Geral

Reduzir o lixo causado pelo descarte indevido de equipamentos eletrônicos, possibilitando que pessoas e instituições carentes tenham acesso ao mundo digital, difundindo a cultura de reaproveitamento do lixo eletrônico e buscando parcerias com empresas e instituições de ensino para a consciência ambiental.

1.2.2 Objetivos Específicosa. Ser referência na região sul do estado de Santa Catarina em reaproveitamento de equipamentos

eletrônicos; b. Disseminar a cultura do descarte correto do lixo eletrônico; c. Conscientizar a população da preocupação com o impacto ambiental causado pelo incorreto

descarte do lixo eletrônico; d. Viabilizar este projeto com a busca de parcerias estratégicas, com a mão-de-obra para a

montagem dos novos equipamentos e a matéria-prima para estas montagens; e. Comercializar os equipamentos reutilizados com um valor viável e visando à sustentação do

projeto; f. Recolher os equipamentos das empresas que seriam destinados aos lixões;g. Possibilitar que pessoas carentes e instituições de ensino sem investimentos tenham acesso

àa inclusão digital.Ainda nesta linha de raciocínio, pretende-se, posteriormente, realizar campanhas de

conscientização com empresas da região e com a comunidade, como o EcoAtlântida, realizado no dia 06/11 pela rede Giassi Supermercados e a Rádio Atlântida, em Criciúma, onde foi recolhido um caminhão de lixo eletrônico. Pretende-se ainda formar vínculos com a Fundação de Meio Ambiente de Criciúma (Famcri) que ficará responsável pelo descarte correto dos materiais não aproveitáveis. As ilustrações 1 e 2 são imagens do evento, fornecidos pela Empresa Giassi e Cia Ltda.

Ilustração 1 - Evento EcoAtlântida realizado em Criciúma

Fonte: Dos autores (2011)

Ilustração 2 - Evento EcoAtlântida (Giassi Supermercados e Radio Atlântida)

Fonte: Dos autores (2011)

1.3 Justificativa

O constante desejo por parte dos consumidores de possuir sempre os equipamentos que são lançamentos na mídia e a necessidade do ser humano de sempre estar “atualizado” com as novas tecnologias somadas à queda de preços desses equipamentos nos últimos tempos gera na sociedade um acúmulo de sucatas a serem descartadas, que quase sempre sem o devido acompanhamento transformam-se em lixo eletrônico.

Conforme Smaal (2009), “os resíduos eletrônicos já representam %5 de todo o lixo produzido pela humanidade. Isso quer dizer que 50 milhões de toneladas são jogadas fora todos os anos pela população do mundo”.

O comercio eletrônico (lojas virtuais), que todos os dias invade o cotidiano da sociedade, aumenta ainda mais a interação das pessoas com as novas tecnologias e facilita a possibilidade de

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adquiri-las, na maioria das vezes em curtos prazos de tempo. A sociedade tem a tecnologia cada vez mais instantânea e cada vez mais acessível aos consumidores de classes sociais diversas, por isso, a tendência é que este lixo aumente consideravelmente com o decorrer dos anos.

Segundo Chade (2010):

O Brasil é o mercado emergente que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano. O alerta é da ONU, que [...], lançou seu primeiro relatório sobre o tema e advertiu que o Brasil não tem nem estratégia para lidar com o fenômeno e o tema sequer é prioridade para a indústria.

Como a cultura vigente é a do descarte sem compromisso com o impacto causado por esta atitude, o meio ambiente sofre as consequências. Faz-se necessário buscar alternativas que contemplem o descarte consciente de equipamentos que não são mais úteis para usuários domésticos e empresas.

Este projeto pretende preencher a lacuna do descarte consciente e do reaproveitamento sustentável. Os computadores e componentes são muitas vezes descartados de maneira equivocada por usuários domésticos e empresas, o seu destino acaba sendo os lixões (aterros sanitários), rios ou qualquer outro destino que causa impacto negativo ao meio ambiente. Paralelo a isso, há uma parcela considerável da população brasileira ainda sem acesso ao mundo digital. Essas máquinas ou componentes poderiam atender escolas que não possuem ou possuem uma estrutura precária.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É constante o crescimento do número de computadores e equipamentos eletrônicos que visam diminuir distâncias, aproximar pessoas, disponibilizar a informação em tempo real, agilizar os processos, enfim, tornar a vida mais simples o possível. As telecomunicações, cita Lévy (1999, p.14), “são de fato responsáveis por estender de uma ponta à outra do mundo as possibilidades de contato amigável, de transações contratuais, de transmissões de saber, de descoberta pacífica das diferenças”. No entanto, a busca é além de conectividade, estar atualizado em termos de equipamentos tecnológicos, ocasionando um problema sobre o que fazer com tantos computadores e componentes que, na maioria das vezes, são descartados de maneira inadequada. E como em alguns componentes possuem materiais químicos prejudiciais aos seres vivos, devemos criar alternativas para o uso desse material.

Na composição dos equipamentos eletrônicos existem substâncias tóxicas como mercúrio, chumbo, cádmio, belírio e arsênio – altamente perigosas à saúde humana. Além disso, para se produzir os aparelhos também são utilizados compostos químicos retardantes de chamas e PVC, que demoram séculos para se decompor no meio ambiente. Em contato com o ar, as águas e o solo e, por exposição direta ou indireta via água de abastecimento e alimentos, essas substâncias podem causar distúrbios no sistema nervoso, problemas renais e pulmonares, câncer e outras doenças... (E-LIXO, 2010).

Um dos principais componentes de um computador é a placa-mãe e a mesma está presente em todos.

PLACA-MÃE. Nas placas encontram-se 2.300 peças, que contêm 16 metais nobres.

Processadas com materiais industriais, elas viram agregado para concreto. Mas as placas também têm elementos tóxicos como mercúrio, chumbo e estanho, perigosos para o solo e para a água. (JORDÃO, 2010, p 101)

Ainda nesta mesma linha de considerações, Chade (2010) enfatiza que “Os especialistas estimam que, até 2020, o volume de resíduos procedentes de computadores abandonados crescerá %500 na Índia e %400 na China e África do Sul, em comparações aos níveis de 2007”.

Mais ainda, Smaal (2009) ressalta que:

O Brasil produz 2,6Kg de lixo eletrônico por habitante, o equivalente a menos de %1 da produção mundial de resíduos do mundo, porém, a indústria eletrônica continua em expansão. Até 2012 espera-se que o número de computadores existentes no país dobre e chegue a 100 milhões de unidades.

Deste total, %40 se encontram na forma de eletrodomésticos. Aqui no Brasil são fabricados por ano 10 milhões de computadores e quase nada está sendo reciclado.

Toda a tecnologia e a busca constante por sua atualização abrem precedentes para a constituição do ciberespaço, que é o meio de comunicação que surge da interconexão de computadores, não apenas a infraestrutura, mas também o universo sem fim de informações e de pessoas que nele navegam (LÉVY, 1999). É importante criar uma consciência ambiental, pois assim teremos diversos segmentos pesquisando soluções para o reaproveitamento desses componentes eletrônicos. Tendo a possibilidade do uso do próprio ciberespaço como disseminação da preocupação com o meio ambiente e trocando informações e conhecimento sobre iniciativas em reaproveitamento de equipamentos, como afirma Lévy (1999, p. 247) “o horizonte de um ciberespaço que temos como universalista é o de interconectar todos os bípedes falantes e fazê-los participar da inteligência coletiva da espécie”. Minimizando com isso os impactos ambientais e construindo coletivamente, via web, uma consciência do reaproveitamento dos equipamentos.

Não basta somente criar a consciência nas pessoas, mas também locais para fazer a coleta e dar o seu destino devido, evitando os riscos destes materiais serem jogados no meio ambiente. Destaca-se ainda que a preocupação e organização da sociedade para o reaproveitamento de lixo eletrônico ainda precisa evoluir muito.

Se você está familiarizado com o conceito de reciclagem, já sabe que a coleta seletiva do lixo deve ser feita em latas com cores diferentes: verde (vidro), amarelo (metal), vermelho (plástico) e azul (papel). Apenas quatro divisões, no entanto, estão longe – muito longe -- de atender às necessidades da reciclagem de eletrônicos (CARPANEZ, 2010).

O ciberespaço, a busca constante por inovação e atualização de equipamentos e softwares possibilita a constante descoberta em termos de tecnologia, o que por um lado facilita a vida do homem, também o prejudica uma vez que os equipamentos ultrapassados são descartados sem o devido cuidado. A complexidade deste problema é correlata ao desafio da sociedade da informação na busca por um convívio pacífico com o meio em que vive, o Planeta Terra. Explica Lévy (1999, p. 111) “trata-se de um universo indeterminado e que tende a manter sua indeterminação”.

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3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Métodos e ProcedimentosEste projeto será amplamente divulgado nos meios de comunicação e enviado para diversas

empresas, visando à arrecadação de componentes ou computadores completos que são frequentemente substituídos por máquinas mais modernas. Os usuários domésticos também poderão contribuir.

Um dos objetivos do projeto é fazer com esses computadores sejam objetos de estudo de alunos de cursos de capacitação em Montagem e Configuração de Computadores, geralmente desenvolvidos por entidades assistenciais para futura geração de renda de seus alunos. Sendo assim, o local adequado para alocar os computadores doados seriam essas instituições.

Os computadores que ainda se encontram em funcionamento receberão uma manutenção e a instalação de softwares livres. Já os computadores que não estão funcionando devido à falta de alguma peça ficarão na instituição para montagem de futuros computadores ou como peças sobressalentes para os computadores que já foram doados.

Os componentes que passarem pela triagem e for verificado que não há condições de uso terão seus componentes que possuem substâncias nocivas retiradas e receberão o descarte correto.

Outros materiais como alumínio, cobre e zinco serão vendidos separadamente às empresas de reciclagem para manter e pagar os custos do projeto.

As demais peças poderão ficar na instituição para montagem futura de outros computadores. Contudo, futuramente pretende-se envolver outras comunidades a participarem desse projeto como grupos de artesanato (grupos de mães, grupos de terceira idade, artistas plásticos) transformando esses equipamentos obsoletos em arte, tornando assim o projeto autossustentável,

Conforme Victor S. Gomez (2011), o lixo eletrônico pode ser transformado em arte (ilustração 3).

Ilustração 3 – Exemplo de arte com lixo eletrônico.

Fonte: Gomez (2011)

Com o estímulo à pesquisa, outras possibilidades de descarte podem ser encontradas, uma delas é que as peças não utilizadas sejam analisadas por alunos de Engenharia Civil que podem desenvolver um estudo para que este material vire uma matéria agregada para o concreto armado.

Uma solução para minimizar o custo com transporte é envolver os órgãos municipais e criar pontos de coleta em bairros e centros de grande circulação de pessoas e, posteriormente, enviar às instituições participantes.

Nos computadores com menos capacidade será instalado o Linux, LibreOffice, e Bibliolivre, software gratuito para gerenciamento de bibliotecas, desenvolvido pela UFRJ.

Nos computadores de maior capacidade serão instalados o LibreOffice e Linux educacional 4.0, um software desenvolvido pelo MEC que contém pacotes educacionais, sua licença é totalmente gratuita, ou Edubuntu, uma distribuição Linux livre voltado para a educação e que vem repleto de programas educativos.

Cabe salientar que para o desenvolvimento deste projeto serão utilizados apenas softwares livres, visando, além da inclusão digital, desenvolver em segundo plano a mitigação da pirataria.

3.2 Análise SWOT

A Análise SWOT é uma ferramenta-conceito utilizada para fazer a análise de um cenário (ou de um ambiente), proporcionando a base para o planejamento estratégico ou para o gerenciamento de uma empresa. (CHITTONI, 2011).

Ilustração 4 – Análise SWOT

Fonte: Chittoni (2011)

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Objetivando um maior embasamento e compreensão ao projeto, aplicamos a análise SWOT, levantando as seguintes informações:

Pontos Fortes f Grande Quantidade de lixo eletrônico; f Ação de caráter social; f Aproveitamento de mão-de-obra dos cursos da região; f Maior experiência aos alunos dos cursos de montagem e manutenção tão exigida no mercado de trabalho hoje em dia.

Pontos Fracos f Poucas entidades receptoras de lixo eletrônico na região; f Poucas entidades interessadas na manutenção contínua do projeto; f Necessidade de fortificar os laços com os órgãos governamentais; f Carência de patrocinadores.

Oportunidades f Possibilidade de renumeração e efetivação dos alunos que se destacarem, pela prefeitura ou empresas da região;

f Ampliação do perímetro de inclusão digital; f Benefícios ao meio ambiente.

Ameaças f A troca de governo pode dificultar a continuidade do projeto; f Falta de conscientização das pessoas.

3.3 Cronograma de atuaçãoO projeto é dividido em 7 etapas disposta no Quadro 1.

Quadro 1 - Etapas do projeto

Etapa Descrição Tempo (Dia)1 Escolha do local para armazenar os equipamentos recolhidos 1 mês2 Busca de instituições parceiras 1 mês3 Envio do projeto para as empresas 15 dias4 Criação do ambiente para a realização do projeto 1 mês5 Triagem dos Equipamentos 20 dias6 Preparação dos Computadores 20 dias7 Montagem da Sala de Inclusão Digital 1 mês

Fonte: Dos autores (2011)

Cabe salientar que todo o projeto, desde o planejamento, foi realizado com software livre. Para tal, fora desenvolvido com software livre de desenvolvimento de projetos Planner (ilustrações 5), sistema operacional Linux (Debian 6) e suíte de escritório LibreOffice 3. Além do caráter social, este projeto também tem como objetivo mostrar a força dos softwares livres e que a pirataria é um crime e deve ser evitada.

Ilustração 5 - Diagrama de Gantt do projeto

Fonte: Dos Autores (2011)

Contudo, apesar das estimativas, não se pode garantir %100 de acertos nas datas devido à necessidade de doações e parcerias com empresas e instituições. Ainda assim, o fato de poder ver este projeto ganhar forma fora do papel já deixa-nos muito otimistas.

3.4 Plano FinanceiroPara o sucesso do projeto, a grande preocupação dos autores é com transporte e armazenamento

dos equipamentos, que dependerá diretamente de parceiros e instituições, conforme quadro 2. A grande viabilidade do projeto se encontra na possibilidade de parceria com a prefeitura, que possibilitaria à comunidade grande retorno filantrópico.

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Quadro 2 – Plano financeiro

Etapa Descrição Gastos (R$)

1Escolha do local para armazenar os equipamentos recolhidos Transporte.

R$ 500,002 Busca de instituições parceiras3 Envio do projeto para as empresas

4 Criação do ambiente para a realização do projetoMesas, estantes, caixas, ferramentas, equipamento.R$ 2.000,00

5 Triagem dos Equipamentos Realizado pelos membros do projeto com colaboração dos alunos do curso de Montagem e Manutenção de Computadores.

6 Preparação dos Computadores

7 Montagem da Sala de Inclusão Digital

Fonte: Os autores (2011).

Cabe citar que o Plano Financeiro deste projeto está diretamente ligado às empresas e instituições que apoiaram o projeto, bem como o nível de envolvimento dos alunos e da comunidade em geral.

3.5 Resultados obtidos e/ou esperadosOs resultados esperados com este projeto são: Aproveitar computadores e componentes que estão em bom estado, diminuindo a quantidade

de lixo;Contribuir com a inclusão digital do país, ajudando escolas públicas e pessoas carentes; Colaborar com o desenvolvimento das habilidades dos alunos do curso de Montagem e

Manutenção e motivá-los; Estimular a pesquisa para o aproveitamento desses componentes que não podem ser mais usados

para montagem de um novo computador; Tornar o projeto autossustentável e, acima de tudo, proporcionar a Inclusão Digital à maior

quantidade de pessoas possível.

4 CONCLUSÃO

Este projeto pretende conscientizar as empresas e usuários domésticos quanto à importância de se reaproveitar os computadores e seus componentes, que seriam descartados no meio ambiente, causando uma poluição do solo, ar e água, com consequências seguramente prejudiciais e ainda não de todos conhecidas.

Além da evidente conscientização ambiental entre os usuários, sejam eles domésticos ou empresariais, este projeto tem um alcance social muito grande, pois dá oportunidade aos alunos de cursos como de Manutenção e Montagem de computadores e outros cursos de se aperfeiçoarem antes de entrarem definitivamente no mercado de trabalho.

Outro ganho social muito importante é oportunizar aos indivíduos e entidades que não têm condição financeira de terem seus próprios computadores, a chance de se familiarizarem com esta indispensável tecnologia.

A maior dificuldade encontrada são os custos de transporte e armazenamento de todo o processo, no entanto, com a busca de parceiros estratégicos este projeto pode ser viável e de fácil implantação.

O avanço da tecnologia também possibilita o aumento ao número de informações e os consumidores e o governo estão cada vez mais críticos, cobrando das empresas das quais são clientes posturas mais corretas em relação ao meio ambiente e à sociedade como um todo. Portanto, as empresas que têm o discurso de “TI VERDE” têm a oportunidade de fazer na prática a consciência ambiental acontecer.

A tendência com a preocupação ambiental na mídia também é vista como oportunidade para a concretização deste projeto. Como referência tem-se a região Sul do estado de SC, mas acredita-se que com a divulgação do trabalho via web e meios de comunicação, este projeto também pode expandir-se para outras cidades, tendo em vista que o problema do lixo eletrônico está presente em todos os países do mundo.

REFERÊNCIAS

CARPANEZ, Juliana. Reciclagem de lixo eletrônico na USP aproveita até último parafuso de PCs antigos. 2010. Disponível em: <http://senac.sc/590Utc>. Acesso 03 jul. 2010.

CHADE, Jamil. Brasil é o campeão do lixo eletrônico entre emergentes. 2010. Disponível em: <http://se

CHITTONI, Roni. O que é “ANÁLISE SWOT”?. 2011. Disponível em: <http://www.aglo.com.br/blog/?p=98>. Acesso em: 18 jul. 2011.

E-LIXO. O e-lixo. 2011. Disponível em: <http://senac.sc/3r43aZ>. Acesso em: 03 jul. 2011.JORDÃO, Priscila. 140 dicas de twitter: raio x do notebook. Info Exame, São Paulo, n.294 , p.102-100,

ago. 2010. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 1999 ,34.SMAAL, Beatriz. Lixo eletrônico: o que fazer após o término da vida útil dos seus aparelhos?. 2009.

Disponível em: <http://senac.sc/u823QH>. Acesso em: 03 jul. 2011.

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RESUMO

Segundo a Organização Mundial da Saúde, baixa escolaridade, falta de acessibilidade, preconceito e falta de qualificação profissional são as principais barreiras à inclusão socioprofissional das pessoas com deficiência. Apesar de a educação ser um direito legal, %53,29 das pessoas com deficiência, em Florianópolis, tem apenas ensino fundamental incompleto. Esse déficit escolar aumenta proporcionalmente com a idade. A infância é a fase da vida em que as pessoas são mais receptivas à convivência com as diferenças, uma vez que os modelos mentais estão em construção, o que torna o público infantil foco de intervenção. O projeto Crescendo com as Diferenças tem o objetivo de sensibilizar o corpo docente, os pais e os alunos da rede pública da Grande Florianópolis, no intuito de promover o convívio e aceitação das diferenças geradas pela deficiência, com isso, visa fortalecer as ações realizadas pela Secretaria Municipal de Educação. O projeto foi estruturado e será gerenciado com base no PMBOK1. A base conceitual para a sensibilização sustenta-se no construtivismo sócio-histórico. O processo de aprendizagem será mediado por recursos pedagógicos interativos no intuito de melhorar a adesão ao processo. Como resultado, espera-se tornar o ambiente escolar mais inclusivo.

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa apresentar o projeto Crescendo com as Diferenças, que tem como objetivo sensibilizar o corpo docente, os pais e os alunos da rede pública municipal de Ensino Fundamental da Grande Florianópolis, no intuito de promover o convívio e a aceitação das diferenças provenientes da deficiência.

1 PMBOK: conjunto de práticas em gerência de projetos publicado pelo Project Management Institute (PMI) (2008).

Ana Cristina FossattiAngélia BerndtDiego Rufino ManoelNataniel BonaOrientador:Karin Maria Sohnlein

CRESCENDO COM AS DIFERENÇAS

3º Lugar - Pós-graduaçãoFlorianópolis

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O projeto será apresentado e oferecido à Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, no intuito de completar as ações já realizadas por esta entidade no campo da educação e da inclusão.

Entende-se por pessoas com deficiência, neste projeto, o conceito estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), para o qual pessoas com deficiência são aquelas que têm deficiências físicas, intelectuais ou sensoriais permanentes, e que ao interagirem com diversas barreiras, essas barreiras podem impedir sua participação plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais (ONU, 2007).

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMAO problema abordado no projeto está centrado nas barreiras à inclusão de crianças e adolescentes

com deficiência no ambiente escolar. Apesar de a educação ser um direito de toda pessoa com deficiência, como define a legislação brasileira, ela não vem sendo colocada em prática por motivos diversos como a falta de acessibilidade físico-espacial das escolas, preconceito e discriminação, falta de preparo dos professores e insegurança dos pais de que seus filhos não sejam tratados com profissionalismo e respeito no ambiente escolar (BERNDT, 2004). Neste contexto, a problemática tratada no projeto é a falta de preparo do ambiente escolar, como destaca Silva (2001), que se reflete em uma cultura impregnada de desconhecimento a respeito da deficiência e de suas consequências.

1.2 OBJETIVO E METASO objetivo geral do projeto Crescendo com as Diferenças é sensibilizar o corpo docente, os pais

e os alunos da rede pública municipal de Ensino Fundamental da Grande Florianópolis, no intuito de promover o convívio e a aceitação das diferenças provenientes da deficiência e com isso tornar o ambiente escolar mais inclusivo.

Entre os objetivos específicos, destacam-se: f Estruturar o projeto com base no PMBOK; f Desenvolver recursos didáticos como cartilhas, jogos, vídeos, peças teatrais, material de comunicação como vídeo, cartazes e hotsite, e manual do professor;

f Fazer pesquisa e diagnóstico; f Realizar contratações de fornecedores e terceiros para desenvolver os materiais; f Sensibilizar professores, pais e alunos das escolas; f Capacitar os replicadores do projeto (orientador pedagógico) e os docentes; f Elaborar relatório de avaliação. f Entre as metas estabelecidas, destacam-se: f Concluir o desenvolvimento do manual do professor e dos materiais didáticos e de comunicação; f Atender %90 das escolas públicas de Ensino Fundamental da Grande Florianópolis (36 escolas); f Capacitar %90 do corpo docente dessas escolas (583 professores); f Sensibilizar %70 dos pais de alunos das escolas (20.160 pais); f Realizar atividades educativas com %70 dos alunos das escolas (10.080 alunos).

1.3 JUSTIFICATIVAO censo do IBGE, ano 2000, apontou que %11,39 da população de Florianópolis tinha algum

tipo de deficiência (38.999 mil pessoas). Das pessoas acima de 15 anos (%93,11 das pessoas com deficiência), %49,6 tinham apenas o ensino fundamental incompleto, o que significa falar de 19.350 pessoas (IBGE, 2000). Esses números confirmam a realidade de déficit escolar existente entre as pessoas com deficiência, uma realidade de déficit escolar iniciada na infância e que se agrava ao longo da vida adulta. O que implica em falar, na ocasião, que das pessoas com deficiência, aproximadamente 2.686) %7 pessoas) tinham menos de 15 anos de idade, ou seja, eram crianças e adolescentes e possivelmente cresceram com déficit escolar e hoje são adultos com dificuldades reais de alcançar uma inclusão socioprofissional por falta de escolaridade (dados da Tabela 1).

Convém mencionar que, principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, existe uma forte relação de dependência no binômio pobreza-deficiência, onde a deficiência tanto é gerada quanto gera e agrava a condição de pobreza pessoal e familiar. Esse fator torna a educação um elemento social transformador da vida dessas pessoas ao torná-las mais participativas e competitivas no mercado de trabalho.

Com isso, o projeto complementa o papel social da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis de promover a inclusão escolar de crianças e adolescentes com deficiência, como estabelecem os dispositivos legais existentes no município, como a Lei nº 2007) 7508), que dispõe sobre a organização, o funcionamento e a manutenção do sistema municipal ensino de Florianópolis.

Trazer a discussão da diversidade e do respeito às diferenças para o ambiente escolar implica em derrubar mitos, desmistificar crenças, desconstruir posições preconceituosas e fortalecer valores como respeito, cooperação e aceitação do outro. Em outras palavras, implica em trabalhar para a construção de uma cultura inclusiva, onde impere o respeito pelo próximo e pela sua individualidade o que, por conseguinte, levará a uma sociedade mais tolerante, solidária e que permite o pleno exercício da cidadania.

A autossustentabilidade do projeto está atrelada à forma como foi concebido e estruturado. A capacitação do orientador pedagógico como replicador do Programa de Sensibilização assegurará a disseminação do conhecimento na escola e a criação de uma cultura inclusiva, e a elaboração do Manual permitirá a replicação do mesmo a outras instituições de ensino com o padrão de qualidade e efetividade esperado sem custos adicionais, o que assegura a autossustentabilidade do Programa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A deficiência é um fenômeno complexo que afeta todas as nações. Contudo, é nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento que ela se faz mais presente e causa maiores impactos sociais e econômicos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

A inclusão da pessoa com deficiência ganhou relevância no cenário nacional a partir da década 90. Segundo Sassaki (1997), foi a partir desse período que o movimento da inclusão escolar começou a ser mais presente, quando as escolas passaram a respeitar as diferenças individuais e se preocupar em construir um ambiente escolar mais inclusivo. Talvez por ter sido esse um período de criação e revisão de dispositivos legais, como a Constitucional Brasileira (1988), que assegura que a educação é um direito constitucional (Constituição Brasileira, 1988). Direito reforçado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no âmbito nacional (Lei Nº 1990/8.069), e mais recentemente amparado pela Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (2007), que estabelece que a pessoa com deficiência tem direito à educação pública especial, gratuita, em ambiente acessível, sem sofrer

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qualquer tipo de discriminação (ONU, 2007). O Artigo 24 da mesma Convenção prevê ainda que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental e médio gratuito sob alegação de deficiência, e que o acesso seja em igualdade de condições com as pessoas sem deficiência.

No cenário local, a Lei nº 2007) 7508) (PMF, 2007) dispõe sobre a organização, o funcionamento e a manutenção do sistema municipal de ensino de Florianópolis e prevê no Artigo 24 - III – que deve promover formação continuada específica aos profissionais da educação que atendem à criança, ao adolescente e ao adulto com deficiência.

Apesar de todas essas iniciativas no campo legislativo, os dados do censo demográfico de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram o pouco impacto positivo dessas ações no processo educacional. Basta, para tanto, analisar os resultados da pesquisa do censo que demonstram o déficit escolar das pessoas com deficiência no Brasil, em Santa Catarina e em Florianópolis, como apontado anteriormente.

Segundo o censo demográfico de %14,45 ,2000 da população brasileira, 24,5 milhões de pessoas, apresenta algum tipo de deficiência (IBGE, 2000). O Estado de Santa Catarina possuía na ocasião uma população de 761.564 mil pessoas com deficiência, ou seja, um índice de %14,2. Em Florianópolis foi registrado um índice de %11,39, que representou um contingente de 38.999 mil pessoas.

A Organização Mundial da Saúde alerta que as principais barreiras a serem superadas na questão da inclusão das pessoas com deficiência são a escolaridade, a discriminação e a qualificação profissional. A baixa escolaridade tem impacto direto na qualificação profissional, consequentemente na inclusão socioprofissional dessas pessoas (BERNDT, 2004). Um recorte do cenário escolaridade em Florianópolis, Tabela 1, mostra que, das pessoas com deficiência em Florianópolis, cerca de %53,29 têm ensino fundamental incompleto e %68,09 têm ensino médio incompleto.

Esse cenário confirma o déficit escolar entre a população de pessoas com deficiência e a pouca efetividade das atividades do processo de inclusão desse público no ensino regular municipal de Florianópolis. Como destaca Silvia (2001), um problema decorrente da falta de recursos materiais e pedagógicos, bem como de profissionais capacitados para a efetivação do processo de integração nas escolas municipais.

Quadro 1 - Perfil da escolaridade das pessoas com deficiência

Pessoas de 15 anos ou mais de idade, portadoras ou não de deficiência por anos de estudoSanta Catarina Florianópolis

Escolarização Pessoa sem deficiência

Pessoa com deficiência

Pessoa sem deficiência

Pessoa com deficiência

Total 3.113.169 % 704.482 % 221.615 % 36.313 %Menos de 1 ano de estudo 101.091 %3,25 95.313 %13,53 4.332 %1,95 3.451 %9,50

1 a 3 anos de estudo 324.752 %10,43 173.781 %24,67 13.064 %5,89 5.642 %15,54

4 a 7 anos de estudo 1.179.575 %37,89 272.407 %38,67 46.400 %20,94 10.257 %28,25

8 a 10 anos de estudo 693.933 %22,29 77.442 %10,99 44.738 %20,19 5.376 %14,80

11 a 14 anos de estudo 613.041 %19,69 61.781 %8,77 71.991 %32,48 7.502 %20,66

15 ou mais anos de estudo 164.438 %5,28 17.555 %2,49 40.140 %18,11 3.865 %10,64

Fonte: IBGE (2000).

Os benefícios de se trabalhar a diversidade na infância são maiores uma vez que na infância as pessoas são mais flexíveis ao processo de construção e desconstrução de modelos mentais e padrões de aceitação de diferenças. Fenômeno que decorre do fato das crianças serem mais flexíveis e estarem mais dispostas a abrirem mão de padrões culturais e sociais existentes em benefício de novos padrões de convivência (BERNDT, 2004).

O projeto tem o intuito de reforçar as ações previstas pela Secretaria Municipal de Educação no processo de inclusão escolar de crianças e adolescentes com deficiência, na rede pública, como estabelecem os dispositivos legais apresentados acima. Oportunizar a inclusão escolar de alunos com deficiência permitirá minimizar, em longo prazo, o déficit escolar encontrado entre a população de pessoas com deficiência, que representa uma parcela significativa da população brasileira, catarinense e florianopolitana.

Neste cenário, a educação ganha destaque não apenas por ser um pré-requisito para a qualificação profissional, mas igualmente por ser um caminho eficiente para o combate ao preconceito e à discriminação. Apesar de a educação pública e gratuita ser um direito de toda pessoa com deficiência, como define a legislação brasileira, ela não vem sendo colocada em prática. Entre os principais motivos da exclusão escolar de crianças com deficiência está a falta de acessibilidade físico-espacial das escolas, o preconceito e a discriminação, a falta de preparo dos professores e insegurança dos pais de que seus filhos não sejam tratados com profissionalismo e respeito no ambiente escolar.

O esperado é que, a médio e longo prazo, o projeto traga benefícios para a sociedade como um todo. Mudança que será possível com a substituição de uma cultura de preconceito por uma cultura de respeito e cooperação, onde a diferença estabelecida pelo não atendimento a um padrão físico e comportamental de normalidade não mais seja tratada como um elemento discriminador e de segregação, mas apenas como um sinônimo de individualidade. Afinal de contas, todo ser humano é único e especial. Com isso, poder-se-á contar com adultos mais receptivos às diferenças geradas pela deficiência, fato que facilitará a inclusão socioprofissional.

3 DESENVOLVIMENTO

A seguir serão apresentados os métodos, procedimentos, resultados esperados, cronograma de atuação e o plano financeiro.

3.1 MÉTODOS E PROCEDIMENTOSO projeto foi desenvolvido usando como base os planos do guia PMBOK (2008) e os elementos

metodológicos descritos a seguir, conforme ordem prevista para execução do projeto:Pesquisa em fontes primárias de informação, docentes, pais e alunos, para identificar alguns dos

temas a serem abordados no programa.Pesquisa em fontes secundárias de informação para definir o perfil do público alvo e das escolas;

os dispositivos legais e diretrizes públicas que tratam do tema; a linha pedagógica a ser adota – construtivismo;

O estabelecimento de parcerias institucionais será realizado através de visitas técnicas e convite formal às instituições que representam as pessoas com deficiência, como a Associação Catarinense para Integração do Cego – ACIC, Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos – AFLODEF e

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Instituto de Audição e Terapia da Linguagem – IATEL;O desenvolvimento dos conteúdos dos recursos pedagógicos e material de comunicação será

feito por especialistas que compõem a equipe de projeto e contratados;As contratações de fornecedores para executar o projeto e desenvolver o material didático e de

comunicação serão feitas por licitação pública (Lei 93/8.666);Divulgação do projeto na mídia com suporte de cartazes, hotsite e vídeos; A sensibilização do público das escolas e familiares será feita com suporte de mídia e palestra de

sensibilização ministrada por um especialista em inclusão;Elaboração do manual metodológico resultante do projeto; A capacitação dos replicadores do projeto (orientador pedagógico) será realizada pelo especialista

em inclusão contratado, com suporte do manual metodológico. Já os professores serão capacitados pelos replicadores com as mesmas estratégias pedagógicas que posteriormente serão usadas com os alunos;

Análise qualitativa dos resultados do projeto que será realizada através de entrevista com os pais e alunos com e sem deficiência através de instrumento desenvolvido para esse fim.

3.2 RESULTADOS ESPERADOSO presente projeto tem um caráter predominante social e seus resultados estão centrados no

processo de inclusão escolar e social de pessoas com deficiência. Entre os principais resultados, destacam-se:

f Atender %90 das escolas públicas da rede municipal de Florianópolis (36 escolas); f Capacitar %90 do corpo docente das escolas (583 professores); f Realizar atividades inclusivas com %70 dos alunos (10.080 crianças); f Aplicar o programa de sensibilização instrumentalizado - Manual do Programa; f Preparar o ambiente escolar para receber crianças e adolescentes com deficiência, tornando-o mais inclusivo;

f Desenvolver nos professores estratégias para lidar e gerenciar situações de diversidade com propriedade;

f Aproximar os pais da escola e com isso minimizar o sentimento de insegurança em relação à receptividade e aceitação de seus filhos em outros ambientes que não o familiar;

f Criar e/ou fortalecer vínculos sociais no ambiente escolar, como rede de suporte e apoio para as pessoas com deficiência e seus familiares;

f Melhorar a retenção de crianças/adolescentes com deficiência nas escolas públicas e com isso contribuir para a redução do déficit escolar.

3.3 CRONOGRAMA DE ATUAÇÃOO cronograma foi retirado do arquivo do MS Project o qual está sendo utilizado no projeto.

Figura 1: Cronograma

Fonte: Dados primários (2011)

3.4 PLANO FINANCEIRO

Conforme mencionado, o projeto Crescendo com as Diferenças, desenvolvido para Secretaria Municipal de Educação, não tem fins lucrativos. Sem retorno financeiro, trata-se de um projeto de caráter social. Os custos do projeto foram divididos de acordo com as macro-entregas do projeto. A partir da Figura 02 pode-se visualizar o custo total, que é de R$ 172.991,67, bem como os custos específicos por entregas. A Estrutura Analítica do Projeto (EAP) chama atenção para a macro-etapa “3 – Materiais didáticos e de comunicação”, dado o volume de recurso financeiro orçado para ser gasto nessa entrega, R$ 105.792,75.

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Figura 2: EAP com custo do projeto orçado por entregas

Fonte: Dados primários (2011)

Para controlar os custos reais do projeto por etapa e, se necessário, ajustá-los de maneira que o gráfico real chegue o mais próximo possível ao que foi orçado inicialmente, a curva S permite visualizar a distribuição e concentração dos custos do projeto, por etapa, conforme o planejado.

A Figura 03 demonstra os custos do projeto desde janeiro de 2011 até agosto de 2012. No total, o custo do projeto será de R$ 172.991,67.

Figura 3: Curva S

Fonte: Dados primários (2011) A atualização do orçamento do projeto será realizada pela Gerente de Projetos, através de

relatórios de acompanhamentos periódicos. O valor total, R$ 172.991,67, aponta a necessidade de financiamento do projeto por órgãos

públicos, em uma esfera superior à Secretaria Municipal de Educação. Assim, haverá um processo de captação de recursos que deverá ser amparado no plano de gerenciamento de custos e riscos, no intuito de minimizar os ímpetos e aumentar as chances de sucesso do projeto.

Por último, cabe destacar que o planejamento de custo foi pensado e elaborado para que o orçamento fique dentro dos limites de variação aceitáveis, ou seja, de %10- a + %15.

4 CONCLUSÃO

As dificuldades e riscos com impactos potenciais no projeto serão mitigados com as estratégias previstas no plano de gerenciamento de riscos. Destacam-se três riscos com impacto mais importante no projeto (alto - 4), bem como com maior probabilidade de ocorrência (plausível).

a. Demora na formalização da contratação de fornecedores (licitação) (impacto alto 4, plausível). A resposta prevista para mitigar o risco é o mapeamento de empresas especializadas e elaboração de edital por preço e técnica.

b. Falta de interesse dos alunos e docentes pelo tema (impacto alto 4, plausível). A resposta prevista é a sensibilização constante e o monitoramento do processo, bem como estratégias atrativas para envolver os alunos.

c. Não cumprimento do contrato (prazo e qualidade) (impacto alto 4, plausível). Como resposta, previu-se o alinhamento da comunicação com o fornecedor, descrição detalhada do

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material, acompanhamento constante da produção. As questões foram previstas no Plano de Gerenciamento de Custos e Plano de Gerenciamento do Tempo.

Ao prever estratégias eficientes para minimizar os riscos com potencial de impacto negativo no projeto, será possível assegurar a viabilidade do projeto. Viabilidade sustentada pelo nível de detalhamento e organização do projeto, bem como pela viabilidade financeira.

O projeto deverá ser apresentado à Secretaria Municipal de Educação para que a instituição dê continuidade às atividades previstas para compor o Programa de Sensibilização. A adesão ao projeto, pela Secretaria Municipal de Educação, deve ser facilitada pela complementaridade que as ações previstas representam as políticas públicas.

Por fim, cabe destacar que o projeto Crescendo com as Diferenças possui um relevante impacto social por auxiliar as pessoas com deficiência no exercício de um direito constitucional que é a escolarização, seja em escolas públicas ou privadas, como definido na legislação nacional. O que faz do projeto um meio para fazer cumprir uma determinação legal, porém mais do que isso, um instrumento que auxilia na conquista da cidadania.

REFERÊNCIAS

BERNDT, Angélia. A reabilitação profissional de pessoas portadoras de deficiência como um sistema dinâmico: o fenômeno da deficiência visto sob a perspectiva da complexidade. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censos Demográficos. 2000. Disponível em: <http://www.ibge.com.br>. Acesso em: 10 jul. 2011

BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional dos Direitos Humanos Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE). Os direitos das pessoas portadoras de deficiência: Lei nº 89/7.853, Decreto nº 93/914. Brasília: CORDE, 1996.

Brasil. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE). Legislação. Disponível em: <http://www.corde.df.gov.br/>. Acesso em: 08 jul. 2011.

BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: <http://www.direitos.org.br/>. Acesso em: 08 jul. 2011.

Organização das Nações Unidas. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 2007. Disponível em: <http://www.un.org/>. Acesso em: 08 jul. 2011.

FLORIANÓPOLIS. Prefeitura Municipal. Governo: Legislação. Disponível em: <http://portal.pmf.sc.gov.br/>. Acesso em: 08 jul. 2011

SASSAKI. Roberto K. As escolas na opinião mundial. Revista Nacional de Reabilitação, v. 2, n. 2, Rio de Janeiro, fev. 1997.

SILVA, Rudney. O Processo de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência Metal no Ensino Regular Fundamental de Florianópolis. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano. Escola de Educação Física. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2001.

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