Cone18 - edição de abril 2014

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#8 Dr. OMAR RECEITAS PARA COLECIONAR DEIXE A VIDA CONTINUAR JOÃO VICTOR EM PORTUGAL CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64 •O Lado da História •Gourmet •Ponto Alternativo •Tag de Viagem •Política #43 # 26 # 50 #14

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#8 Dr.OMAR

RECEITAS PARA COLECIONAR

DEIXE A VIDACONTINUAR

JOÃO VICTOR EM PORTUGAL

CINQUENTENÁRIODO GOLPE DE 64

•O Lado da História

•Gourmet •PontoAlternativo •Tag de Viagem

•Política

#43 # 26 # 50

#14

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Formado na Universidade de Passo Fundo, em 2007, realizei a residência médica em medicina interna e oncologia clínica naquela instituição centenária. Foram três anos dentro da residência médica de on-cologia, aprendendo com meus zelosos preceptores a arte de bem cuidar.

Muito, acredito, o respeito que transmitimos ao ser humano vem por meio do que nossa família nos en-sina, mas, aquele carinho na hora certa, aquela mão no ombro que aquece e conforta, o palavreado sim-ples para que todos nos entendamos me foi lapidado pelos meus três queridos mestres.Aprende o oncologista, por meio de seus estudos, sua determinação e a rotina diária, a prescrever o me-lhor remédio, a maior possibilidade de cura, a menor toxicidade. Somos médicos, e não ‘quimioterapeu-tas’, como dizem alguns.Gosto de dizer que antes de oncologista, graduei-me médico. E para cuidar de pessoas humanas. Falam tanto em humanizar o atendimento, mas afinal a quem atendemos? Seres... Humanos. Conscientes e exigentes. Porém, ávidos certamente por carinho e dedicação. As estatísticas, deixamos aos matemáticos. A infor-mação é nossa obrigação. A decisão terapêutica não é mais ditada verticalmente. É em comum acordo. É na base da confiança e da famosa e às vezes esqueci-da, relação médico-paciente.Não são todos os dias que nossa face é a mais feliz, o sorriso mais brilhante, a força física exuberante. Mas a arte de projetar um tratamento, de programar o futuro do nosso paciente, esta é companheira até na cabeceira de nossa cama.Penso e tento assim agir com todos. Chegando a Santa Rosa, ainda na primeira semana de meu trabalho na ala da quimioterapia, adentrou meu consultório uma senhora muito distinta, mas envolta em lágrimas. Queria saber se a doença dela era maligna. Tivera sua mama extirpada há mais ou menos 20 dias. O filho já não sabia mais consolar a mãe. Como proceder?! De que maneira contar àquela senhora que, além da mama, seus lindos cabelos loi-ros também iriam deixar de ser seus companheiros

A oncologia dos sentimentos humanos!Ao completar 10 anos de existência, o serviço de oncologia do Hospital da Cidade de Passo Fundo, viabilizou minha pós-graduação como médico oncologista clínico.

Por: Dr. Pedro Lourega

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INFO

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em sete ou dez dias?! Que a náusea e a febre poderiam surgir?! Resolvi mudar o assunto. A senhora aceita uma água? Por que doutor? Pois bem, para poder-mos conversar a senhora precisa se hidratar, porque essas lágrimas estão secando a fonte. E precisamos prevenir as rugas minha amiga. Do choro se fez riso. O filho até sentou na cadeira. Acho que a conquistei. Lá se foram dois dos oito ciclos da quimioterapia pro-gramados. Temos pelo menos dez anos de luta pela frente. Hoje, inclusive, quando escrevi esta coluna, a encontrei na rua, belo lenço verde na cabeça, otimis-ta e com a garrafinha de água na mão. Não creio, e esta é uma convicção, que qualquer número, qualquer promes-sa seria melhor naquele momento. Aprendi assim. A oncologia é a ciência médica que hoje mais cresce no mundo: técnica, bonita, apaixonante pela capacidade de se reinventar. O paciente também mudou, está mais informado – felizmente – e mais exigen-te. Também de carinho e de atenção.Santa Rosa dispõe de pessoas capacitadas para manejar o paciente oncológico. Temos os médicos, os enfermeiros, os medicamentos e os equipa-mentos necessários. E a busca do conhecimento segue diária. Os pacientes chegam. Espero abrir a porta de saída a eles com o coração mais confortado e com mais confiança no futuro.Obrigado pela atenção!

Dr Pedro Lourega - Oncologia ClínicaCREMERS 31690Hospital Vida & Saúde - 3512-5050Clínica São Lucas - 3512-4633POLICLINICA - Santa Rosa - 3512 6868 email: [email protected] Rosa - RS

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ser exercido com o veto do ir e vir? Ainda que pautassem milagres econômicos, estes não seriam capazes de dar fôlego de vida a Jango, ao militante Carlos Marighela, ao jornalista Vladmir Herzog e aos fantasmas sem nome que emanam gritos por justiça dos amaldiçoados calabouços do Doi Codi.

Lembrar-se do cinquentenário de tais dores é a melhor prestação de serviço à sociedade, pois, uma vez lembrado, jamais será esquecido e retomado – ao menos pelos que de bem ainda restam no país. Deveras seria magnífico dizer que se foram às primaveras da ditadura. Mas não. Esta sangria ainda permanece acesa em corações autoritários que, infelizmente, abusam do poder que ainda emanam.

Sobre isto, povo brasileiro, nos resta jogar flores e enterrar a sete palmos os resquícios que assombram nosso século. Mas nunca, jamais, esquecer e negar que a falaciosa “ditabranda” fora, na verdade, o pior tempo do Brasil.

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POLÍ

TICA

Memórias nunca póstumas da ditadura

Triste fora a véspera do primeiro de abril de 1964. Antes se tratasse de um prelúdio cômico a unir-se às sátiras do dia da mentira, mas não. Foi real. Foi ditatorial. Naquela terça-feira de 31 de março, quando o general Olympio Mourão se rebelou em Minas Gerais, não se pensava em golpe. Por ora uma intentona passível de ser sufocada. Mas não. Tratava-se da queda do Brasil. Este ano, no cinquentenário desta sangria maldita abitolada por injúrias, calúnias e toda a sorte de mentiras, sabe-se que a noite, que durou 21 anos, fora na verdade, a cólera da democracia. Uma peste negra a petrificar no passado.

À sombra do exílio de João Belchior Marques Goulart, o João Goulart, ou presidente Jango, feras ocuparam as ruas e bitolaram o avanço por ora anunciado.

A ideia, que de lúcida não tinha nem a liderança, foi tramada por agentes fardados. Insatisfeitos com a renúncia de Jânio Quadros e a chegada de Goulart com sua inclinação

EDITORIAL PARA O CINQUENTENÁRIODO GOLPE DE 1964

popular ao poder, arquitetaram negociações políticas entre as forças armadas, tropas legalistas e ícones do governo civil para fortifi-car o golpe.

Jango, que chegara ao cargo pela honra da legalidade em 1961, era o descendente por mérito de Getúlio Vargas. Como seu ministro do trabalho, fora autor do reajuste em 100% do salário mínimo, abriu campo para a reforma agrária e carcerária, criou o programa de financiamento de casas, criou o Estatuto do Trabalhador Rural e regulamentou emprésti-mos pelo Instituto de Aposentadoria. Com ele, a década de 50 havia encerrado com um legado de prata no país. Não de ouro devido aos proble-mas econômicos. Em todo o caso, uma era, infelizmente, abafada pelas dores da ditadura.

Depois da noite de 31 de março, Jango viajou para Porto Alegre, exilou-se no Uruguai, fugiu para a Argentina e então morreu. Ou de proble-mas cardíacos, como defende a versão oficial, ou de envenenamento, como garante a família

que vê na morte mais um assassinato da Operação Condor. Enquanto isso, na república, Humberto de Alencar Castelo Branco assumiu a presidência por meio do Ato Institucional Número Um. O primeiro presidente do regime.

Mas não foi só a destituição de Jango ou a morte de Jango que compôs o quadro sombrio da ditadura. São as 357 vítimas oficiais, as 600 reivindicadas, os 1.100 indígenas e as outras tantas pessoas que se tornaram em dezenas e centenas sem paradeiro conhecido. São os presos políticos, as torturas, os choques, as mentiras, os espancamentos, o ódio, o machismo, os exílios, os exilados, o abandono, as dores, as cicatrizes, a solidão. Cóleras de uma tal dita maldita ditadura.

Naqueles tempos, feliz quem fosse um robocop, programado e alinhado ao sistema para não sofrer em porões pelo crime da liberdade. Pois qual estudante de mente inquieta poderia encontrar paz no boicote ao pensamento? Qual livre arbítrio poderia

Por: Isadora Stentzler

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NEG

ÓCI

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O profissional de Relações Públicas atua na área da comunicação e, através de uma visão global, busca foco nos negócios, na responsa-bilidade social e na elaboração de políticas que colaborem para um melhor relacionamento entre as organizações e seus públicos. Sua atuação não fica restrita apenas às empresas privadas, o mesmo pode exercer suas funções em órgãos públicos e também no terceiro setor.

Em um mercado que se mostra cada dia mais competitivo, este profissional colabora por meio do uso de técnicas criativas de comuni-cação, na criação da identidade, reputação e imagem corporativa de uma empresa. Para sua sobrevivência, as empresas necessitam constantemente, além de manter a qualidade na oferta de produtos e serviços, bom atendi-mento, preços justos, traçar estratégias que fomentem a promoção da boa imagem de uma empresa perante seus públicos, sejam eles internos ou externos.

O RP encontra-se capacitado a gerenciar de forma estratégica a comunicação organizacio-nal e, ao trabalhar aliado a alta direção, busca formular políticas e planos de comunicação que tenham por objetivo criar e manter um conceito positivo da entidade, buscando sempre formar uma opinião pública favorável sobre a mesma, e assim fidelizar os seus públicos.

Por isso a importância de um profissional da comunicação capacitado para gerenciar esse relacionamento entre a organização e os seus respectivos públicos.

A partir das próximas edições falaremos sobre as demais atividades que podem ser desenvolvidas e executadas pelos profissionais de Relações Públicas e como podemos contri-buir com o aperfeiçoamento e melhoria da sua empresa por meio de relacionamento externos e internos.

VOCÊ PRECISA DE UM RP!Por: Luana Cappellari

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CLAQ

UET

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Cinema pernambucano: cinema do Brasil, cinema do mundoQue Pernambuco é um terreno fértil e criativo de pro-dução cultural nós já sabemos – ou ao menos devería-mos saber. Agora, em se tratando do tão comentado (e premiado) cinema pernambucano é preciso realmente reconhecer que o estado é um grande celeiro de produ-ção e exploração da arte cinematográfica. Na época do cinema mudo, por exemplo, durante a década de 1920, um surto de produção cinematográfica tomou Pernam-buco. O momento ficou conhecido como Ciclo do Re-cife, e alguns títulos mais conhecidos dessa época são A Filha do Advogado, de Jota Soares, e Aitaré da Praia, de Gentil Roiz. No entanto, este ciclo teve sua derrocada com o início do cinema falado, e depois disso o cine-ma pernambucano raras vezes conseguiu ultrapassar as fronteiras regionais. Mas agora, quase cem anos depois do Ciclo do Recife e vinte anos depois do movimento mangue beat (insu-flado por bandas como Chico Science e Nação Zumbi), o estado fica novamente sob os holofotes devido a uma produção cinematográfica de autoria própria. Esta atual produção fixa suas bases na cultura e na geografia local, mas com uma capacidade extasiante de dialogar com o Brasil e o mundo. Só para dar um exemplo, o ótimo Ci-nema, Aspirinas e Urubus, do diretor Marcelo Gomes, foi ovacionado no Festival de Cannes de 2005, onde ganhou o prêmio de Educação Nacional e foi selecio-nado pelo Ministério da Educação da França para ser exibido nas escolas francesas. O Som ao Redor (2012, estreia em longa-metragem de Cleber Mendonça Filho) foi escolhido entre os 10 melhores do ano pelo The New York Times, sendo considerado também o melhor filme latino americano pelo Júri do Cinema Tropical. Não fi-cando apenas por isso, foi o escolhido pelo Ministério da Cultura para ser indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Mais recentemente o longa Tatuagem, de Hilton Lacer-da, levou o Kikito de melhor filme de longa-metragem no festival de cinema mais tradicional do país, o Fes-tival de Cinema de Gramado, o qual premiou também o ator Irandhir Santos com o Kikito de melhor ator. Aliás, é Hilton Lacerda um dos grandes responsáveis por essa fase do cinema de Pernambuco. Suas parce-rias com o diretor Claudio Assis não decepcionam, ele já foi roteirista de títulos como Amarelo Manga (2002), O Baixio das Bestas (2006) e Febre do Rato (2011). Es-ses filmes, assim como os conhecidos Eu Verônica e O

Por: Dieison Marconi

Céu de Suely são filmes que possuem um DNA regional, que tatuam nas telas um cinema de borda, geralmente com personagens de periferia, sujeitos cotidianamente surrados. São questões sociais “embotadas” de crítica, uma refinada exploração das transformações sociais que a sociedade atual vem passando. Ali também estão as cores, a introspecção do vazio existencial, as dores e as alegrias cotidianas, “chãos de estrelas”, “o som e o verme-lho da solidão”, “o amarelo manga da vida”, os poemas de contestações, a liberdade, o sexo, o amor tatuado, a his-tória revisitada. Acima de tudo, como nos diz o próprio Cleber Mendonça Filho, “O cinema de Pernambuco é um cinema honesto”. E por ser honesto e talentoso, é um cinema que merece ser visto pra conhecermos mais dos outros de nós mesmos, inclusive para desmitificar certos preconceitos que ainda temos com o nordeste. É preciso ser visto para aprender a amar e valorizar nosso cinema nacional, um cinema que é do tamanho do Brasil.

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ACO

RDE A NOVA ROUPAGEM DE PSIRICO

Todos já devem ter escutado por aí o “beijinho no ombro” ou o “lepo lepo”, né? Algumas músicas estouram nas rádios e caem no gosto (na mente e na boca) do povo. Não há quem não conheça os refrões e, de quebra, por vezes não se pegue cantando sozinho também. Neste tempo em que o ser-tanejo universitário, o funk e o arrocha estão super em alta (ignorante é aquele que insiste em dizer que não!), a criatividade de algumas pessoas pode fazer com que essas canções se tornem paródias divertidas e interessantes.

Por: Manoella Fiebig

Pesquisando um pouco, você pode encontrar diversos grupos de músicos que regravam canções com altera-ções na letra, formando paródias que fazem tanto su-cesso quanto as versões originais. Entrando no mundo dessas pessoas criativas, conhece-mos a dupla Germano Fogaça, 21 anos, de Cruz Alta e Lawrence Wendt, 22, de Caçapava do Sul. Eles são dois amigos que dividem apartamento em Santa Maria, onde residem e estudam atualmente e também com-partilham de um talento musical notável. Foi do convívio cotidiano e da paixão pela música que os dois começaram a inventar novas letras para hits muito conhecidos. O recorde de acessos no canal do YouTube fez de ambos celebridades no Rio Grande do Sul. A dupla dedica-se a transformar músicas de vários gêneros em canções com ritmo gaúcho: a pilcha, o dia-leto e a gaita comprovam a ideia dos guris. Eles estouraram na rede quando publicaram no You-Tube a versão adaptada da música “Ahh, Le lek lek lek”, sabem? A frase “é o barulho do meu relho no lombo desses moleques” virou refrão e aí o índice de compar-tilhamento nas redes sociais foi um sucesso. A partir de então, mensalmente a dupla disponibiliza um vídeo inédito com uma nova paródia em seu canal. Neste úl-timo mês, a música que triunfou na rede, com mais de 520 mil visualizações, foi o “nheco nheco”, versão gau-déria do “lepo, lepo”, música-tema do carnaval 2014, da banda Psirico. Após a explosão da paródia, os dois já conquistaram uma agenda de shows lotada que contempla todo o Rio Grande do Sul, além de matérias em jornais da capital e participação em programas radiofônicos por todo o estado. No último dia 22 de março os dois postaram outra pa-ródia, o “Mango no Lombo” acumulou, nos três pri-meiros dias na rede, mais de 160 mil visualizações. A dupla, que está com a agenda cheia de apresentações previstas para todo o estado, ressalta que pretende lançar vídeos com surpresas inéditas e adiantam que “quem sabe, um CD vem por aí”. Lawrence, que é o

gaiteiro da dupla, diz que a ideia de fazer as paródias surgiu porque ele estava “cansado de ver os lek lek em todos os canais da TV”, então sugeriu para Germano que fizessem uma nova versão pro hit no embalo gau-chesco. “Aí tudo começou. É uma surpresa ver a quan-tidade de acessos que nossos vídeos têm”, comemorou o estudante de Engenharia Acústica.

Sucesso também são os músicos da Banda Fritz 4, de Novo Xingu, que fizeram uma versão germânica para o “Camaro Amarelo”, de Munhoz e Mariano. O vídeo intitulado “Tobata Rebaixada” já tem mais de 100 mil visualizações. E se você quer rir um pouco mais com algumas paródias, vale a pena conferir o trabalho do grupo musical “Mamilos Molengas”, que publica semanalmente vídeos de humor na in-ternet e, de vez em quando, coloca “O Metaleiro” para reproduzir músicas como “O Show das Podero-sas” com uma roupagem no estilo metal.

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SAÚ

DE

O que éGastrite?

O estômago é um tipo de bolsa que recebe o que ingerimos. Internamente, é forrada por mucosa, uma camada rosada parecida com a que temos em nossa boca. Gastrite é a inflamação da mucosa do estômago, e pode ser aguda ou crônica.

GRUPO ALIMENTAR

Pães, Creais, Arroz e Massas

Hortaliças

Frutas

Leite, Iogurte e Queijo

Carnes, Aves, Peixes e Ovos

Gorduras, Óleos e Açúcares

ALIMENTOS RECOMENDADOS

Pães simples, massas, arroz, cereais, biscoitos, panque-cas, feitos com pouca gordura, integrais.

Todas, de preferência frescas e preparadas sem gordura. Feijão com moderação (conforme tolerância). Abóbora, mandioca, cenoura, beterraba, batata.Frescas ou congeladas, conforme a tolerância. Banana, maçã, pêssego, damasco (ricas em fibras e tem baixo teor de ácidos).Leite desnatado ou semidesnatado, derivados.

Carnes magras subdivididas. De preferência aves sem pele e peixes, ovo (cozido), peito de peru. Nozes e outras oleaginosas com moderação.

Sobremesas feitas com pouca gordura, gelatinas, sobremesas à base de frutas. Molhos sem maionese.

ALIMENTOS EVITADOS

Pães e cereais preparados com muita gordura (crois-sant, sonhos, folhados), produtos de confeitaria ricos em gordura, biscoitos recheados.

Fritas, em conserva. Produtos do tomate (massa, extrato, etc.).

Laranja, limão, tangerina, maracujá, abacaxi, morango e sucos cítricos (conforme a tolerância).

Leite integral, queijos gordos (amarelos), queijo colonial.

Carnes gordurosas ou fritas. Carne de porco, embutidos (salame, salsicha, mortadela, presunto, calabresa), miúdos (fígado, coração), patê, caldo concentrado de carne/galinha/legumes.

Banha, margarinas, creme de leite, manteiga, bacon, nata, molho branco, sobremesas muito doces, sorve-tes, pudins ou cremes feitos à base de leite integral, chocolate (é irritante), doces concentrados: goiabada, doce de leite, geléia, cocada.

ATENÇÃO!- Consuma salmão, cavala, atum, sardinha e anchova. São peixes que possuem ômega-3 atuando como anti-inflamatório;- Consuma alimentos ricos em vitamina E, pois tem função antioxidante, como óleo de gérmen de trigo, amêndoas, abacate e avelã;- Tomar 1/3 copo de suco de couve e/ou repolho crus (anti-inflamatórios) diariamente, por 3 semanas;- Consumir gengibre nas preparações (reduz náuseas, cicatrizante e anti-inflamatório).

Dicas:•A dieta é importante no tratamento da gastrite, deve possuir uma consistência macia, volumes pequenos e refeições fracionadas para facilitar o trabalho gástrico, normalizar a secreção (acidez) e proteger a mucosa do estômago;•Faça 5 a 6 refeições por dia (café-da-manhã, lanche, almoço, lanche, janta e ceia), comendo devagar e mastigando bem os alimentos;•Evitar o consumo de alimentos excessivamente gelados ou quentes;•Ingerir em torno de 2 litros de água por dia, mas evite tomar líquido durante ou logo após as re-feições. Beba líquidos 30 minutos antes ou 1 hora depois;•Evite o chá mate e o chá preto, utilize os chás digestivos como camomila, erva-doce, funcho, erva-cidreira, melissa, espinheira-santa;•Evite consumir bebidas alcoólicas (cerveja, chopp, caipirinha, vinho), pois o álcool é um potente

irritante da mucosa gastrointestinal;•Evitar o café (mesmo que seja descafeinado), principalmente com o estômago vazio e antes de dormir, pois aumenta a produção de ácido gástrico;•Evite os refrigerantes, pois aumentam a produção ácida e causam refluxo;•Evite consumir pimenta (preta e vermelha), mostarda e páprica, pois são irritantes gastroin-testinais;•Evite frituras e o reaproveitamento do óleo, pois produzem uma substância agressora da mucosa gástrica, prefira os alimentos assados, grelhados ou refogados;•Não consumir leite em excesso (mais que 2 por-ções/dia), ele causa um alívio imediato, mas em seguida acontece uma maior produção de ácido no estômago;•Evitar alimentos protéicos em excesso, como as carnes, pois dificulta a digestão;•Evite os vegetais crus em excesso, prefira os refo-gados, ensopados, cozidos em forma de purê;•Utilizar os óleos vegetais não aquecidos. O azeite de oliva extra-virgem é fonte de antioxidantes;•Não deitar após as refeições, para não aumentar a compressão do estômago;•Eleve a posição do leito ao se deitar, colocando a cabeça mais alta que os pés;•Evite se automedicar com aspirina, AAS, laxantes e medicamentos em geral;•Evitar o fumo;•Observe os alimentos que lhe causem desconfor-to e procure evitá-los.

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Por: Bárbara Corrêa

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A Santa Arte que pintou a cidadeSanto tem significado de puro, perfeito, autêntico e incorruptí-vel. Mas nem sempre a arte é vista com tanta positividade, nem sempre a cultura é tratada com tanta admiração e empenho a ponto de ser santificada, priorizada e envaidecida. Por esse e tantos outros motivos que o movimento “Santa Arte” surgiu em 2012 com o objetivo de unir artistas de todas as áreas para juntos refletirem a força da arte.Através desta interconexão da arte em todas as suas formas, quer-se criar imagens poéticas em contextos inusitados. Quer-se estabelecer um dialogismo entre as obras e atividades artísti-cas com a sociedade, estimulando o pensar sobre todas as rela-ções aí estabelecidas.Sem fins lucrativos, as atividades apresentadas são gratuitas e organizadas voluntariamente pelos artistas para promover acesso social. As edições do Santa Arte acontecem anualmente no mês de abril, sendo esta a terceira edição, mas mini-edições estão sendo planejadas.Nesta última edição foram em torno de 100 participantes apre-ciadores da arte, tendo um alcance de mais de mil pessoas na ci-dade. “Iniciamos um interessante processo de intercâmbio cul-tural ao receber artistas, professores e estudantes da Faculdade de Artes de Oberá, que nos prestigiaram com uma exposição com mais de 60 obras de arte”, relata Luciane Miranda, uma das or-ganizadoras do projeto. Todo movimento foi praticamente organizado de forma virtual, colaborativa, apartidária e sem envolvimento do poder público. Em atitudes como esta, Santa Rosa não ganha apenas movimen-tos culturais, mas acrescenta movimento nas artes humanas.

INFRAESTRUTURA DE TI?De Origem: latim Infra: interno Estrutura: Ali-

cerce Com a origem da palavra conseguimos se-guir um rumo, a Infraestrutura é o alicerce inter-no de uma empresa, é a base da disponibilização do negócio.

Conceito de negócio e Infraestrutura de TIEMPRESA/NEGÓCIO precisa de COMPETI-

VIDADE no mercado, criará uma ESTRATÉGIA em que a TI terá a INICIATIVA de CRIAR/MU-DAR/MELHORAR o PROCESSO atual visando MELHORAR a RELAÇÃO com o CLIENTE, onde terá que ter um RESULTADO FINANCEIRO po-sitivo fazendo que a EMPRESA/NEGÓCIO tor-ne-se mais COMPETITIVA no mercado. Apenas fechando a ideia de forma bruta, a TI está para auxiliar a empresa ter maior competitividade no mercado frente aos concorrentes. As decisões de Infraestrutura de TI é a mais importante den-tro das decisões relacionadas a TI, os custos de investimentos representam cerca de 55% dos

investimentos da empresa na área de TI. Segun-do o IDC em pesquisas realizadas em 2008, a participação da informação organizacional nes-te todo de informação deve subir de 25% para 30%. Só para dar uma ideia, o banco de dados do Wal-Mart já em 2004 era de 0,5 PB (1PB = 1000TB – 1TB = 1024GB). As razões apon-tadas pelo estudo para este rápido crescimen-to da base informacional são: o crescimento do uso da Internet, disponibilidade de banda larga; conversão da informação analógica em formato digital; queda dos preços e aumento de desem-penho de diversos dispositivos digitais. Se não houvesse Infraestrutura correta e organizada, nunca teríamos toda essa informação gerada e o mais importante, disponibilizada de forma tão exponencial.

Por: FABIO KROTH I Consultor [email protected]

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PON

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LTER

NAT

IVODeixe a vida continuar

- Alô!- Alô, com quem eu falo?- Com José Ferreira Goulart.- Seu José, boa tarde. Acredito que o senhor já

esperava pela minha ligação. Teria como con-versarmos por alguns minutos? Isso se o se-nhor puder falar no momento, claro.

- Eu estava de saída para o centro, mas se for alguns minutos, posso sim.

- Prefere que lhe retorne mais tarde? Pra mim não seria problema.

- Não, não. Acho melhor conversarmos agora, talvez depois possa acontecer algum imprevis-to, surgir um compromisso...

- Está bem. Aliás, primeiramente, tudo bem com o senhor?

- Agora sim, tudo bem, graças a Deus. O diálogo é normal. Normal no sentido

de não haver nada de mais nas falas. Entretan-to, peço um minuto de atenção na última frase: AGORA SIM, TUDO BEM, GRAÇAS A DEUS. José mora em Santa Rosa, no bairro Agrícola, tem 41 anos e, no dia 11 de fevereiro deste ano, reali-zou uma cirurgia onde “recebeu” um rim de seu irmão, Fábio. Após a cirurgia permaneceu ain-da um mês internado no Hospital Dom Vicente Scherer, em Porto Alegre, onde ocorreu o pro-cedimento. Passado este período, pôde voltar para casa, mas os cuidados continuaram, com visitas pré-marcadas com o médico na capital a cada 15 dias, ou, como ele mesmo prefere di-zer: “semana sim, semana não”.

José foi diagnosticado em 2009, então com 36 anos, com uma doença que afeta o funcio-namento dos rins, especifica-mente, uma glomerulonefrite crônica. A descoberta da com-patibilidade com o irmão para uma doação deu-se um tempo mais tarde, após uma série de exames que atestavam a pos-sibilidade. No entanto, antes de realizar o transplante ele teria de controlar a hiperten-

O assunto é delicado, tão delicado quanto a vida. Delicado no sentido de que precisa ser realista ao ponto de admitir a morte como uma certeza, uma certeza que pode chegar sem

aviso. A aceitação da morte ainda é algo difícil para a maioria das pessoas. Quem sabe a melhor aceitação para esse destino imutável não seja a possibilidade de dar continuidade à vida?Por: André J. Schmidt

são. Fez hemodiálise por cinco anos, todas se-gundas, quartas e sextas-feiras, das 7 às 11h da manhã. José passou ainda por alguns sustos: em 2012 sofreu uma parada cardiorrespiratória e, no ano passado, teve uma convulsão. Apesar de ainda estar em recuperação, José encontra-se no estado “agora sim, tudo bem, graças a Deus”.

Aproveitamos a história do nosso en-trevistado para aprofundar nosso conheci-mento sobre doação de órgãos. No caso, o rim recebido do irmão é de fácil entendimento: Fá-bio, que possuía dois rins saudáveis, verificou a compatibilidade de doação com o irmão, José. Não necessariamente todo irmão ou todo pa-rente é um doador compatível, do mesmo modo que nem toda pessoa poderá ter os órgãos do-ados após seu falecimento. Estas são as duas possibilidades de doação:

1. Doador vivo relacionado, sendo estes os fa-miliares;

2. Doador cadáver, desde que comprovada a morte encefálica.

Com a breve história de José temos uma no-ção do procedimento para uma doação entre familiares. Após exames de compatibilidade e a constatação do estado pleno de saúde do doa-dor e de condições mínimas exigidas para o re-ceptor (no caso, o controle da hipertensão), rea-lizou-se a cirurgia. Para esclarecer a segunda e, teoricamente, mais conhecida possibilidade de doação, a morte encefálica, nos deslocamos até a rua Dr. Francisco Timm, número 656, especi-ficamente, Hospital Vida e Saúde.

Paulo Roberto Mix tem 32 anos contabilizados recentemente, faz parte da equipe do hospital há 6 anos e meio e trabalha 40 horas por semana. Paulo é enfermeiro, atuante na UTI – Unidade de Terapia Intensiva, e professor em um curso técnico de enfer-magem na cidade.

”A morte encefálica, ou cerebral, é a perda irre-versível e irrecuperável das funções do cérebro o do consentimento da

família. Não há meio de registrar-se ou tentar

documentar a vontade “

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O enfermeiro também é componente da equi-pe do CIHDOTT – Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante. A CIHDOTT foi regulamentada em 2000 e é obri-gatória em todo o hospital que possui UTI, com uma equipe composta por médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social.

No Vida e Saúde, a equipe foi estruturada em 2008 com a missão principal de informar a po-pulação em geral sobre como funciona o pro-cesso de doação e realizar a entrevista com a família de possíveis doadores de órgãos, desde que seja diagnosticada morte encefálica. “Nós temos dois tipos de morte: quando o coração pára e quando o cérebro pára. A morte ence-fálica, ou cerebral, é a perda irreversível e ir-recuperável das funções do cérebro”, esclarece Paulo.

O procedimento a ser seguido para a captação de órgãos é espe-cífico, um passo-a-passo. Antes de qualquer coisa, é preciso que se confirme o diagnóstico de morte encefálica. Só assim, em caso de morte encefálica, é que a equipe do CIHDOTT entra em ação, tanto com a manutenção dos órgãos do cadáver como com a entrevista para obtenção do consentimento da família. Não há meio de regis-trar-se ou tentar documentar a vontade de ser doador ainda em vida a não ser deixar isso bem claro para sua família. É ela quem terá o poder de decisão sobre a doação. Paulo explica que, na entrevista, tenta reunir o maior número de familiares possível, para es-clarecer as questões que implicam na doação e os procedimentos a serem tomados. O consen-timento deve ser unânime. Se um parente pró-ximo divergir dos demais, já não é possível dar continuidade ao processo.

Segundo Paulo, o momento ainda é de cho-que. A perda, na maioria das vezes, é trágica, como em caso de derrame cerebral ou de algum acidente. O enfermeiro é envolvido em todo o processo, por trabalhar na UTI acompanha o paciente desde a internação até o óbito e pos-terior entrevista com a família. No ano de 2013 ocorreram cinco mortes encefálicas no Vida e Saúde e, neste ano, até o presente momento, fo-

ram três. Em nenhum dos casos a captação de órgãos foi realizada.

A ABTO – Agência Brasileira de Transplantes de Órgãos, contabiliza que 47% das famílias se recusam a doar os órgãos de um parente diagnosticado com morte encefálica. Nas jus-tificativas, é unanimidade a citação de que o assunto nunca fora tratado pela família. Como integrante da CIHDOTT, Paulo realiza uma mé-dia de três palestras por ano sobre doação de órgãos e reconhece que a falta de informações sobre o assunto ainda é a maior dificuldade enfrentada. Paulo explica o processo: “Com o consentimento da família sobre a doação é es-tipulado um prazo de 36 horas para que os ór-gãos sejam captados. Essa captação é feita por equipes vindas de Porto Alegre. São três equi-pes em operação no Estado e há uma equipe

específica para cada órgão. Após o diagnóstico de morte encefálica e o consentimen-to da família, o cadáver é submetido a em média 50 exames, realizados em um tempo máximo de 4 horas. Feito isso, os dados são lan-çados no sistema e neste momento iniciam os con-tatos com as possibilidades de encaminhamento para doações mais compatíveis”.

Lembrando que de um único cadáver podem ser transplantados coração, fígado, rins, córne-as, ossos e pele.

Cada órgão requisita um tempo limite para ser implantado após a captação. Dos rins são 48 horas, já o fígado são 8 horas e o coração, uma corrida contra o tempo: apenas 4 horas. Há de salientar que, por vezes, a doação é aprovada, porém não chega a ser realizada devido à ra-pidez que exige ou por não haver compatibili-dade com receptores que possam ser operados em tempo hábil. O cadastro de receptores na lista de espera por uma doação é nacional, mas uma captação realizada no Rio Grande do Sul dificilmente é destinada para além de Santa Catarina.

“Ao contrário do que muitos pensam, essa lista de espera é uma das coisas mais justas que existe. Ela prioriza a necessidade do trans-

plante e não o tempo em que o paciente está na espera. Além disso, cada chamado para doação insere cinco pessoas, estas já avisadas por se-rem as de maior compatibilidade com o órgão a ser transplantado”. Este relato é do enfermeiro Rodrigo Zorzan, 30 anos, componente do setor responsável pela hemodiálise no Hospital Vida e Saúde.

Rodrigo vive, parcialmente, a situação inver-sa de Paulo, pois ele convive com a expectativa de que um de seus pacientes consiga a doação de um rim. Juntamen-te com mais dois enfermei-ros, Rodrigo coordena o setor de hemodiálise, para o qual possui uma especialização. A hemodiálise é realizada em pacientes em que os rins não suprem efetivamente a função

de filtrar o sangue (quando a funcionalidade do rim for inferior a 12%, requisita-se o início da diálise), para que sejam eliminados líquidos e toxinas do sangue, como a creatina e a uréia.

A filtragem exige uma fístula no paciente, a ligação de veia com uma artéria. O tratamen-to consiste em 3 a 4 horas de filtragem, onde o paciente fica ligado à máquina, três vezes por semana. Nem todos os pacientes que realizam a hemodiálise necessitam de transplante. A re-cepção de um novo rim passa a ser exigida de-pois de um período de seis meses de hemodiá-lise sem a apresentação de melhora no quadro, ou antes disso, se diagnosticado com insufici-ência renal (crônica ou aguda).

O Hospital Vida e Saúde atende em média 80 pessoas que precisam de hemodiálise, da gran-de maioria dos municípios da região noroeste. Dentre estes, 15 estão na lista de espera de do-ação de rim, do RS. São três turnos de atendi-mento, das 06:30 às 21:30 horas. Cada paciente precisa de 3 a 4 horas de tratamento com a má-quina (o rim artificial), três vezes por semana. As 17 máquinas estão sempre em movimento.

Entre um número de mais ou menos dez pessoas, na Sala Branca de hemodiálise (a dis-tinção é feita entre as cores branca e amarela), numa quarta-feira, bem próximo ao meio-dia, roubo alguns minutos do tempo de dois destes pacientes. Acabo ficando em meio às máqui-nas, enfermeiros e técnicos que, segundo eles, não atrapalhava o controle dos relógios e mo-nitores para medir a pressão arterial, a pressão venosa, o dialisador... Fiquei bem próximo à bomba de sangue da máquina, onde se encon-trava Claudir Lunardi, 71 anos de idade e 3 anos e meio de hemodiálise. Já sabendo o tempo em média que o paciente leva até que o sangue seja filtrado, Claudir se apressa em dizer, com

o dedo em riste: “eu fico 3 ho-ras, não mais”, e olha para a enfermeira que confirma com um balanço de cabeça, como uma cúmplice. Pergunto sobre como foi a adaptação e ele con-firma o que o enfermeiro Ro-drigo já adiantara: no começo o tratamento é penoso, até que venha a aceitação de que com aquilo virá a melhorar.

”No ano de 2013 ocorreram cinco mortes encefálicas no Vida e Saúde e, neste ano, até o presente momento,

foram três. Em nenhum dos casos a captação de órgãos

foi realizada. “

”A hemodiálise é realizada em pacientes em que os

rins não suprem efetiva-mente a função de filtrar o

sangue (quando a fun-cionalidade do rim for }

inferior a 12%, requisita-se o início da diálise) “

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EQUIPE UTI HOSPITAL VIDA E SAÚDE

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Claudir revela, com a cabeça recostada em um dos braços que, na maioria das vezes, traz consigo um rádio de pilha, para passar o tem-po. Como fica três horas à espera do sangue limpo, relaciona o recorte no tempo a dois jogos de futebol, com quatro tempos de 45 minutos.

Na máquina ao lado de Claudir, estava Eva. Eva Morais, 61 anos de idade, 11 anos de he-modiálise. Eva recosta-se em uma almofada devidamente posicionada para confortar o re-pouso da cabeça. Ela tem a expressão um pouco cansada e percebo que já passa do meio-dia, o fim da sessão deve estar próximo. Apesar disso, vi seu sorriso várias vezes, até mesmo quan-do disse que não está mais à espera da doação de um rim. Contou-me sobre o transplante em 2011, que resultou na não adaptação do rim re-cebido. A operação, realizada em Porto Alegre, teve complicações, exigindo um tempo maior de recuperação, um tempo maior longe de casa. Alerta-se ainda para isso: o transplante, por maiores que sejam os cuidados com compa-tibilidade, pré e pós-operatório, pode resultar numa não adaptação do órgão pelo receptor. O enfermeiro Rodrigo foi enfático nesse ponto, onde dizia: “nós não podemos omitir nada da

Pensemos sobre isso numa espécie de seguro de vida.

família entrevistada”. São intempéries possí-veis de ocorrer em qualquer tempo.

Concordar com o transplante é o primeiro passo. Por vezes parece óbvio, é esperada a ati-tude do pai, mãe, irmão, filho, sobrinho, avós... Mas, não custa relembrar, conversar, deixar avisado. Pensemos sobre isso numa espécie de seguro de vida. Ninguém deseja que algo lhe aconteça, mas, caso acontecer, há a oportuni-dade de ser a continuidade, ser a não interrup-ção de outras vidas.

EQUIPE RESPONSÁVEL PELA HEMODIÁLISE NO HOSPITAL

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R. Buenos Aires, 749 s/403

Centro - Santa Rosa / RS

55 (55) 3513-0111

[email protected]

www.tgfinv.com.br

INVESTIMENTOS

INFOGRÁFICO

1- Manuel Luís Osório, foi um gaúcho que se tornou herói de guerra no século XIX, participou dos principais conflitos, sempre como defensor da monarquia Brasileira. Viveu entre 1808 e 1879. Desde jovem, apresentou muitas habilidades em campo de batalha, onde sempre era vito-rioso. Jornais da época o apeli-daram de “legendário”, devido a sua fama de “renascer” durante os confrontos, pois conseguia motivar suas tropas dando-lhes novas energias.

2- O General Osório nasceu exatamente no ano que a família Real Chegou ao Brasil, em 1808, trazendo junto o jovem Pedro, que em 1822 iria declarar a inde-pendência do Brasil de Portugal.

3- Dentre muitos feitos históri-cos, além do famoso dia do fico, D. Pedro I proclamou a Inde-pendência do Brasil e também outorgou a 1° Constituição. Tais fatos, levam a dizer que por vias constitucionais o Brasil “nasceu” através das ações de D.Pedro I.

4- Porém este “nascimento” em 1822, produziu diversos conflitos, pois surgiram grupos que queriam dividir o Brasil, outros queriam manter-se unidos a Portugal e ainda os que não queriam que o Brasil se tornasse um império, mas sim uma Repú-blica. E estes confrontos não se limitaram ao território do recém nascido Brasil, mas eclodiram em guerras fronteiriças no de-correr das décadas seguintes.

5- Então, o “nascimento” do Brasil produziu batalhas que tornaram Manuel Luís Osório em General, e depois no famoso “Marques do Herval”.

6- E em Santa rosa a Rua Marquês do Herval encontra-se com a rua D. Pedro I, produzindo um encontro entre duas figuras históricas e fundamentais que participaram do nascimento e formação do Brasil Império no século XIX.

ENTRE NASCER E RENASCER Por: Jefferson Alves

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ARE

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CRA

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Recheada de significados, a árvore é monta-

da com um galho seco e casquinhas de ovos

coloridas. O galho representa o sofrimento da

morte de Jesus na cruz, principal motivo de co-

memoração da Páscoa e as casquinhas vazias

remetem a nova vida e alegria da ressurreição

de Jesus, já as cores simbolizam os diferentes

povos espalhados pelo mundo.

A maior Osterbaum da América Latina foi enfei-

tada pelos catarinenses de Pomerode, com 12

metros de altura e 12 mil casquinhas de ovos,

no ano de 2012. Neste mês, preparamos para

você um tutorial fácil para deixar sua casa co-

lorida e cheia do verdadeiro espírito da Páscoa.

Confira o passo-a-passo e escolha um lugar es-

pecial da casa. Boa produção!

Passo-a-passo:

1 - Com a ajuda de uma agulha, faça um pequeno furo na casca do ovo. Na

base (do lado oposto ao furo), lasque a casca levemente para não fazer uma

abertura muito grande;

2 - Depois de retirar a gema e a clara, lave imediatamente o interior do ovo e

esterilize com um pouco de álcool. Deixe-o secar ao natural;

3 - Separe as tintas de sua preferência e mãos à obra! Para a pintura não

borrar, firme a peça colocando um dos dedos da outra mão no interior da

casquinha;

Comparando-se ao Natal, a Páscoa também traz um costume muito típico das épocas natalinas: a tão esperada montagem da árvore. A árvore pascal tem nome e características peculiares, a Osterbaum como é conhecida, tem suas origens na Alemanha e chegou ao Brasil por meio dos imigrantes.

Por: Meri Buchholz

Páscoa também é época de enfeitar a árvore!

1

2

3

4 - Pinte toda a casca do ovo

com a cor de sua preferên-

cia. Quando a casca estiver

totalmente coberta, aproveite

para decorá-la com desenhos

ou outros apliques;

5 - Dê asas à sua imagina-

ção. Deixe as casquinhas

secarem em pé, com a ajuda

de um lápis ou palito de chur-

rasco, dentro de um suporte;

6 - Cubra o verso da flor

ou laço com bastante cola

quente. Junte as duas pontas

do fitilho, para formar um

“gancho”;

7 - Coloque a base da

casquinha por cima do fitilho

e pressione-a sobre a cola

quente para fixá-la;

8 - Pendure as casquinhas,

usando o fitilho, em um ramo

ou em uma árvore de galhos

secos.

Crédito fotos: Denisse Lopes Saiba mais em: www.vemprapomerode.com.br

Você vai precisar de:- Ovos de galinha (você pode encontrar

ovos já prontos e pintados em lojas de presente e decoração);

- Agulha;- Água;- Álcool;

- Tinta atóxica;- Pincéis;

- Apliques de sua preferência;- Laço ou flores artificiais;

- Fitilhos (10 a 12cm);- Cola quente;

- 1 árvore/ramo de galhos secos;

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DAA COR DO ANO

A cor eleita para este ano deve gerar tendências no desenvolvimento de peças em diversas áreas do design, principalmente na moda. É hora de fazer uma geral no guarda-roupa e ver se você não tem guardado uma peça com essa cor.Use a criatividade nos seus looks com a cor do ano. Abaixo algumas inspirações:

Radiant Orchid (pantone 18-3224) é a cor do ano de 2014, se-gundo a marca Pantone. É a mescla de fúcsia, roxo e rosa, algo semelhante a lilás e lavanda. O nome vem da flor orquídea, que predominantemente tem essa coloração e, segundo a empresa, é a cor do “despertar da imaginação”, um convite à inovação e criatividade. Vamos combinar que é uma cor cheia de charme! Por: Ketherin Kaffka

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AS BOTAS QUE MAIS VEREMOS NO INVERNOA bota over the knee é um modelo que está arrasando nos principais desfiles internacionais e, com a chegada do outono-inverno, a bota de cano bem alto (ultrapassando o joelho) é o item indispensável nos pés de mulheres antenadas.Artistas como Sabrina Sato, Miranda Kerr e Anitta já aderiram à tendên-cia, que tem uma pegada anos 90. E vamos combinar que são perfeitas para os dias mais frios, né?Elegante, a over The Knee é perfeita para criar os looks mais descolados da temporada! Cai super bem com saias, shorts, leggings, skinny e com vestidos. As botas de canos altíssimos podem ser combinadas com bla-zers, casacos, blusas e jaquetas.

ANKLE BOOTSUm hit do inverno, as Ankle Boots, botas na altura do tornoze-lo, ganham plataformas, novas texturas e saltos mais ¬gros-sos nesta temporada. O Bico Fino, que voltou à moda há duas estações nas modelagens de scarpins e sapatilhas, também se afirma nas botas nessa estação. A maioria das construções com bico fino são somadas ao salto fino e alto.

CHELSEA BOOTSO famoso modelo Chelsea Boots (aquele com o elástico lateral), que auxilia ao cal-çar o sapato, apareceu re-paginado com um ar mais urbano. Houve até marca que explorou o uso de elás-tico de forma não aparente, não transparecendo no modelo, o que resultou em uma peça mais elegante.

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Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mos-tram que 80% da população têm dores nas costas. A explicação para essa elevada incidência é devido ao fato que, cada vez mais, pessoas adotam um estilo de trabalho administrativo, com posturas estáticas (em pé ou sentada) por longos períodos, além do sedenta-rismo e comodidade ao deslocar-se excessivamente apenas com automóveis.Pensando na necessidade em promover a saúde, é in-discutível a importância de adotar um estilo de vida ativo e saudável, promovendo a melhora da qualida-de de vida da população.A realização de um programa terapêutico para au-mentar a consciência postural é fundamental para que o indivíduo adote um bom comportamento pos-tural, prevenindo assim sobrecarga na coluna verte-bral e dores nas costas.O Pilates é uma modalidade terapêutica indicada para prevenir e tratar disfunções da coluna verte-bral, pois não exerce impacto nas articulações.Os exercícios de Pilates acionam constantemente os músculos posturais, os quais ajudam a manter o corpo equilibrado, dando sustentação a coluna.Além de garantir ótima postura, garantem músculos firmes e definidos, autocontrole, articulações saudá-veis, força muscular, flexibilidade e condicionamen-to físico.Não há dúvidas quando citamos a força e impacto da atividade física na saúde do corpo humano. Os exer-cícios de Pilates estimulam esse hábito indispensá-vel, controlando e indicando práticas saudáveis para cada tipo de pessoa. Não deixe de procurar seu pro-fissional, mantendo equilíbrio entre mente sã, bem estar e saúde corporal.

O equilíbrio do corpoOs quadros álgicos (dolorosos), principalmente relacionados a posturas inadequadas durante as atividades do cotidiano vêm constituindo uma condição extremamente comum.

Por: Letícia Kappes Hentz

Fisioterapeuta com formação no Método Mat Pilates e Pilates Bola; Pós-Graduação em Terapia Manual, inscrita no CREFITO 167.632-F..Atendendo na Clínica de Fisioterapia Rigo.Contato: 3512-6765.

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ACORDAR CEDO PARA MALHARAo toque do despertador o mais difícil é ter que pular da cama. Feito isso, o seu dia acaba se tornando mais proveitoso. Então por que não se exercitar pela manhã, antes do trabalho? Por Talita Martini

Praticar exercício físico pela manhã traz muitos benefícios para o organismo. Veja as vantagens de exercitar-se pela manhã:

Ajuda no metabolismo, que vai perma-necer acelerado o dia todo promovendo maior queima de gorduras;

O praticante fica mais ativo e o cérebro responde de maneira positiva, proporcio-nando melhor concentração no trabalho e em suas tarefas durante o dia;

Malhar de manhã vai folgar sua noite, pois após um dia estressante de trabalho, terá a noite livre para fazer o que desejar;

Você é muito mais feliz! Pois quando o indivíduo pratica exercício pela manhã, o nível de endorfina liberado é maior, chega a durar 12 horas, proporcionando a sensa-ção de bem-estar e alto astral;

Também notará que terá mais disposi-ção, pois a atividade física ajuda a eliminar as toxinas do organismo e a diminuir os radicais livres, o corpo fica mais leve;

Ao finalizar sua atividade física, você vai estar orgulhoso da sua força de vontade e se sentindo otimista por ter mandado as calorias embora, e dispensando o hábito de dormir mais.

Bom, depois de saber de tantos be-nefícios ao praticar atividade física pela manhã, não perca tempo dormindo até tarde. Vamos deixar a preguiça de lado e pular da cama para se exercitar e ganhar mais saúde mantendo a forma logo cedo.

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GOU

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IOIO COM IAIÁMais uma vez trazendo uma novi-dade da nossa fantástica cozinha brasileira, continuando com a nossa edição de pratos do Brasil, desta vez vamos para o interior de Minas Ge-rais, com um prato típico do tempo da escravidão, chamado: Ioio com Iaiá. Este prato é bem antigo, veio trazido dos escravos africanos, foi difundido quando as escravas toma-ram conta das cozinhas da casa das famílias portuguesas, e muitos des-tes pratos se tornaram memoráveis, sendo conhecidos de norte a sul. Este prato é feito com farinha de milho e carne de porco, acompanhado com arroz. Naquele tempo, o Brasil tinha

LIVRO DE RECEITAS

muita influência afro na composição dos pratos assim como nos nomes. Ioio-Iaiá era um tratamento de se-nhor e senhora dados pelos escravos, também existia Ioiôzinho e Iaiázi-nha, para os garotos e garotas da casa grande.

IngredIentes:•250g de costelinha de porco corta-das;•¼ de xícara (chá) de suco de limão;•¼ de xícara (chá) de cachaça;•1 colher (sopa) de óleo;•Sal a gosto;•3 dentes de alho amassados;•1 cebola média picada;•½ colher (sopa) de colorífero;•1 folha de louro;•1 xícara (chá) de água;

Page 23: Cone18 - edição de abril 2014

•150g de fubá peneirado;•2 folhas de couve-manteiga rasgadas;•Salsinha e cebolinha a gosto;

Modo de PreParo:Lave as costelinhas, coloque em uma panela, cubra com água, junte o suco de limão e a cachaça e deixe ferver por 10 minutos. Escorra e passe na água da torneira rapidamente. Enxugue as costelinhas. Aqueça o óleo em uma panela e frite levemente as costelinhas. Adicione sal, o alho, a cebola e o colo-rífero. Deixe a carne tomar cor. Cubra com água, acrescente o louro e cozinhe

tampado até a carne ficar macia. Vá adicionando água, se ne-cessário, até formar um caldo mais ou menos grosso.Em um recipiente, coloque a xícara de água e dissolva o fubá. Adicione essa mistura aos poucos às costelas, mexendo sempre, até que alcance uma textura de mingau. Acrescente as folhas de couve e salpique salsi-nha e cebolinha. Sirva com angu e arroz.

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INFO

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Treinamento funcional emagrece 800 calorias por aula e define corpo

Quem quer ficar com o corpo sarado, precisa começar o quanto antes a correr atrás da boa forma. Uma al-ternativa é o treinamento funcional, opção de muitas pessoas que está ganhando cada vez mais espaço. A prática é divertida, sem monotonia, e possibilita per-der 800 calorias por aula. Durante o verão, pode ser feito também ao ar livre, nas areias da praia.O que é o treinamento funcional:

O treinamento funcional é composto de movimentos que integram todos os grupos musculares, não traba-lha apenas músculos isolados. São exercícios sempre diferentes, levando em consideração os movimentos naturais que o corpo realiza, como: agachar, empur-rar, girar, pular, correr, etc., adequando-se ao estilo de vida de cada pessoa no dia a dia e suas limitações.Treino funcional – benefícios:Uma das principais vantagens do treinamento fun-cional é o número de exercícios diferentes. “Podemos treinar durante um ano, um treino a cada dia, sem repetir. O treinamento é dinâmico, não monótono. Metade do tempo que você destinaria ao tradicional equipamento de musculação, você otimiza neste trei-no”, garante o Fisioterapeuta Pedro Henrique de Sou-za, que atua com a modalidade.O treino funcional melhora a habilidade e aptidão para realizar movimentos cotidianos, como agachar, levantar, puxar, empurrar e saltar. Além disso, me-lhora o desempenho na atividade física e ajuda a prevenir lesões musculares e, ainda, aprimoram o funcionamento cardíaco, facilitam a circulação san-guínea e fortalecem tendões e articulações.Restrições dos exercícios do treinamento funcional:Antes de começar a praticar as atividades, é impor-tante procurar auxílio de um profissional capacitado. “Como o “funcional” está na moda, as pessoas têm

Atividades são diferentes e sem monotonia, mas precisam de acompanhamento profissional.

Por: Pedro Henrique de Souza e Luana de Souza

que tomar cuidado, porque muitos profissionais es-tão equivocados sobre o que é, a quem se direcionar e como executar de forma correta”, alerta.Outras dicas: não se exercitar em jejum, tomar sem-pre um bom café da manhã, e fazer um alongamento, que ajuda a aumentar a amplitude da musculatura e, ao mesmo tempo, promove o aquecimento das articu-lações e dos músculos.

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FIN

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ÇAS Renda fixa com rendimento de

1% ao mês? Sim! Por: Lucas Lorenzen

Olá meus caros leitores, depois das festas de fi-nal de ano e alguns dias de férias na praia eu estou de volta. Confesso que já estava com saudades de escrever para a CONE. Bom, vamos lá! O assunto de hoje é renda fixa, primeiramente vamos definir o que é um “investimento em renda fixa”.

Renda Fixa é um termo que se refere a todo tipo de investimento que possui uma remuneração paga em intervalos pré-definidos e em condições pré-defini-das. O investimento em renda fixa deve ser enten-dido como um empréstimo: quem investe em renda fixa está comprando um Título de Dívida (bond, em inglês), isto é, empresta dinheiro ao emissor do papel (do título), que em troca lhe paga juros até a data de vencimento desse papel, quando ocorre o resgate do título. Fazer um investimento de renda fixa não sig-nifica que a rentabilidade não varie. Estas oscilações ocorrem em função das variações da cotação do títu-lo no mercado financeiro e do indexador, no caso de títulos com rentabilidade pós-fixadas.

O investimento em renda fixa mais popular no Bra-sil é a famosa poupança, começamos 2014 com pou-co mais de 1,74 bilhões de reais aplicados. Mas além dela, existem vários outros tipos de investimento em renda fixa com taxas de retorno mais atrativas! O que falta é mais informação e conhecimento para se in-vestir melhor. Vamos ver isso neste artigo.

O tripé no mundo dos investimentos é: rentabili-dade, liquidez e segurança. Porém, será muito difícil, para não dizer impossível, conseguir uma aplicação

que tenha alta rentabilidade com boa liquidez e alta segurança. Invariavelmente, se a rentabilidade é alta, possivelmente o risco também será maior e vice-ver-sa. O brasileiro tem a plena consciência que a remu-neração da poupança é extremamente baixa, mas segue investindo em função da segurança. Mas qual a segurança da poupança? A poupança, assim como tantos outros investimentos em renda fixa, é coberta pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que garante até R$ 250 mil por CPF e instituição. Essa é a seguran-ça se caso o banco o qual você investe na poupança “quebrar”. Atualmente, com a taxa SELIC em 10,75% ao ano a poupança remunera aproximadamente 0,60% ao mês totalizando 7,2% ao ano.

O investimento que está em alta nos últimos me-ses, e é muito apreciado pelas pessoas que compa-ram antes de investir, são os títulos públicos. Investir em títulos públicos nada mais é que emprestar di-nheiro ao governo assim como investir na poupança, aos bancos. Títulos públicos não possuem garantia do FGC, mas são considerados os títulos mais seguros do mercado, mais seguros que a poupança, inclusive. Isso porque o risco de investir em títulos públicos é do governo não honrar os seus pagamentos, caso haja um colapso no sistema financeiro o governo seria a última instituição a sofrer com isso! Já os bancos se-riam possivelmente as primeiras... Pense nisso!

Os títulos públicos são comercializados através de corretoras credenciadas ou diretamente pelo site do tesouro direto (www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto). Eles podem ser pré-fixados (quando se sabe a

taxa de retorno no ato da operação) ou pós-fixados (quando possuem algum indexador que pode variar e influenciar na rentabilidade final). Muitas pessoas acham que, para investir em títulos públicos, precisam ter um enorme capital, isso é mito... Hoje é possível comprar títulos com apenas R$ 100,00. É possível ganhar mais investindo nesses títulos do que na pou-pança. Atualmente existem títulos públicos pagando entre 12,5% e 13,5% ao ano, isso corresponde a mais de 1% de rentabilidade ao mês. A única desvantagem é que, diferentemente da poupança, os títulos públi-cos possuem imposto de renda sobre os lucros para pessoa física ou jurídica. Eles seguem a tabela padrão de IR cuja alíquota varia dependendo do prazo do in-vestimento, a maior é de 22,5% para aplicações até 180 dias e a menor é 15% para aplicações superiores a 720 dias. É recomendável investir nesta aplicação apenas os recursos que você não vai precisar por pelo menos dois anos, assim você maximiza o seu resulta-do, pagando menos imposto sobre o lucro.

Comprando hoje a NTNF010125, que está disponí-

vel no site do tesouro com a taxa de 13,08% ao ano e mantendo este investimento por pelo menos dois anos, o retorno mensal líquido já descontado IR é de 0,93%! Isso corresponde a incríveis 55% a mais de rentabilidade todo o mês se comparado a poupança. É importante ressaltar que cada título tem um prazo de vencimento, este que mencionei no exemplo tem vencimento em 2025, o investidor pode resgatar esta aplicação a qualquer momento, existe sim liquidez antes do vencimento, porém essa venda ocorre no mercado secundário e o título pode sofrer ágio ou de-ságio de principal, isso basicamente significa receber um retorno menor ou maior do que o contratado em função de venda antecipada. O ideal é permanecer com o título até seu vencimento.

Agora que você conhece melhor os títulos públicos não perca tempo e entre para o time de brasileiros que investe melhor seu dinheiro, faça os juros traba-lharem a seu favor! Reavalie os seus investimentos e busque o melhor para o seu futuro, e conte sempre comigo. Por hoje é isso, grande abraço!

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LPÁSCOA, ALÉM DA TRADIÇÃO: O VERDADEIRO SENTIDO

Espero que, como eu, você goste de celebrar feriados com a família. O pessoal todo junto, boas risadas, boa comida, rever pessoas que às vezes não vemos há um tempo. Estamos próximos de mais uma dessas grandes oportu-nidades no ano, a Páscoa. Gostoso de ver a fe-licidade das crianças correndo pela casa procu-rando ovinhos, presentear nossos queridos com chocolate, etc. Mas talvez, para muitos, feriados como esse e oportunidades como essa fogem totalmente da realidade do dia-a-dia.

Essa liberdade e felicidade não fazem parte da maior parte das famílias hoje em dia, nem sequer a encontramos com facilidade ao nosso redor. Temos visto pessoas cada vez mais ego-ístas, presas a si mesmo. Parece que bondade e compaixão já não fazem mais parte do vocabu-lário ou da vida das pessoas.

Queridos, Páscoa tem a ver com isso tudo. Páscoa tem a ver com liberdade, amor, com-paixão, abnegação, transformação das nossas vidas, salvação. Páscoa deveria nos fazer refletir sobre a forma como temos vivido e como nos-sa vida tem influenciado a vida das pessoas que nos cercam, seja nossa família, escola, trabalho, vizinhança. Páscoa só é Páscoa quando encon-tramos a verdadeira Páscoa, motivo maior de comemoração, de paz, de alegria, de segurança: Jesus.

A Páscoa nos ensina que Jesus “... não conside-rou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo

Por: Pr. Dilean Melo

a ser servo, tornando-se semelhante aos ho-mens.” (Filipenses 2:6-7). A páscoa nos ensina que Jesus fez isso “...porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16).

Páscoa está ligada diretamente com Jesus. Ele dividiu a história da humanidade e também deu novo significado a essa celebração que já era comemorada pelo povo judeu. Eles comemora-vam a libertação poderosa que Deus havia dado ao povo do cativeiro egípcio. Em Jesus, pode-mos comemorar a libertação e transformação de nossas vidas e de como essa salvação alcan-ça e tem alcançado pessoas ao longo de dois mil anos.

Jesus quer dividir a história da sua vida. Quer modificar a forma como você comemora esse feriado. Jesus quer entrar em sua vida trazendo a paz, o amor, que tenho certeza que você, assim como eu, tanto almeja. Jesus quer começar a fazer uma transformação em você e através de você modificar a sua família, seu trabalho, sua vizinhança.

Meu desejo é que nesta Páscoa você coma muito chocolate, se alegre com sua família, aproveite o feriado, mas que antes de tudo isso você possa olhar com amor para o próximo e se aproximar de Jesus, a verdadeira Páscoa.

Textos bíblicos extraídos da Nova Versão Internacional.

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As peculiaridades que Portugal apresenta

Desde adolescente eu tive vontade de morar em outro país. Meus pais decidiram que em determinado momento receberíamos um intercambista em nossa família e desde então a vontade de co-nhecer outra parte do mundo só cresceu. Quando quis viajar hou-veram crises que desvalorizaram nossa moeda e a oportunidade surgiu já na graduação. A faculdade que cursei possui um pro-grama de intercâmbio com diversas instituiçoes internacionais e, dentre essas, um no curso de direito, o qual me formei.Morei em Portugal, na cidade do Porto, por 7 meses. De agosto de 2008 à fevereiro de 2009. Em relação ao povo brasileiro, os por-tugueses são fechados. Os europeus em geral assim o são. Mas os portugueses são extremamente fechados no dia-a-dia. Em situa-ções já determinadas são amáveis ao extremo. Em uma janta com amigos, em uma reunião, enfim, não se importam em demonstrar qualquer tipo de carinho. Mas à rua, ao pedir uma informação, por exemplo, são fechados e não é de todo o estranho não lhe respon-derem. Demorei a entender que isso não é um mal. Trata-se de uma cultura, nem melhor nem pior, mas diferente. São pessoas extremamente familiares. A família tradicional ainda é o núcleo da sociedade, ou seja, tornando-se amigo de um português/por-tuguesa automaticamente você passa a ter inúmeros amigos, pois a família te aceita. Outra característica marcante que mudou minha vida foi a since-ridade. Não há meio termo ou o famoso “jeitinho” para os portu-gueses. O que precisa ser dito é dito para a pessoa, na sua frente. Não há receio de magoar (até porque a palavra magoar para os portugueses faz referência ha um ferimento físico e não emocio-nal) porque sabe-se que a pessoa não vai se melindrar. O ruim é ruim e o bom é bom. O ruim nunca será “mais ou menos”. Socialmente, é um povo extremamente organizado, onde tudo funciona como deve, como é ofertado. Há um enorme respeito às normas, ao ponto de não precisar haver qualquer tipo de cobra-dor em transporte público, por exemplo (característica também vivenciada em outros países europeus), pois todos sabem que devem pagar. O respeito e o reconhecimento entre os cidadãos é muito grande. A Faculdade de Direito da Universidade do Porto, assim como al-gumas outras faculdades, possuem um cronograma de aulas di-ferente do praticado por aqui. A cada 30, 45 dias de aulas há uma pausa de 10 a 15 dias. Nos períodos de aulas, eu ia para a faculdade

João Victor Magalhães Mousquer morou em Portugal por 7 meses e pode recolher experiências que carrega até hoje, assim como a saudade do país que o ensinou academicamente e pessoalmente. Ao relatar sua viagem para a CONE o advogado voltou a nostalgia das cidades que conheceu e trouxe para você as peculiaridades que Portugal apresenta. O texto serve como um guia prático para apresentar o país aos viajantes e interessados de plantão. Embarque você também nessa viagem.

pela manhã e tarde - a maioria das aulas iniciavam pelas 9 horas da manhã (a vida social começa pelas 9 horas da manhã. Somente lojas de famílias chinesas estavam abertas antes disso.) assistia as aulas até as 13:00 horas, almoçava no restaurante universitário e as 14:00 horas já retornava às salas de aulas. A faculdade fica no centro da cidade e uns 20 minutos caminhando chegava à Re-sidência Universitária em que morava. Antes das 18:00 horas eu já estava em “casa” me preparando para ir jogar bola, ir para o Estádio do Dragão assistir o Porto Futebol Clube ou para a janta com os demais intercambistas. Na residência em que vivia mora-vam 400 alunos intercambistas oriundos do mundo todo. Turcos, indonésios, alemães, italianos, gregos… Enfim, uma diversidade cultural fantástica e acredito que única. Havia apenas uma sala com televisão e uma cozinha, então, em algumas noites, grupos de 15-20 pessoas se reuniam para jantar um prato preparado por um “gringo”.

Depois de conhecer a cidade do Porto, no período em que ha-viam aulas, viaja nos finais de semanas para cidades próximas, de trem. Para viagens dentro de um mesmo país, o trem é um meio de locomoção fantástico, pois é rápido e barato. Fiz amizade com outros basileiros e juntamente com os italianos e os turcos - na maioria das vezes - viajávamos para cidades próximas ao Porto para conhecer a história de Portugal. Guimarães, Braga, Aveiro, Fátima e até mesmo Santiago de Compostella, na Espanha, foram algumas cidades visitadas nos finais de semana. Como era período de inverno, não tive a oportunidade de co-nhecer as praias portuguesas famosas. No período em que não haviam aulas aproveitei para viajar por outros países da Europa e da África.Porto é uma das cidades mais lindas do mundo e foi considerado o destino mais procurados pelos europeus nos últimos dois anos. É uma cidade com mais de mil anos de existência e tem na sua arquitetura, nos museus, nas igrejas, nos palácios, na Ribeira, na foz do rio D’ouro e na praia seus principais pontos turísticos. Falar em museus e em igrejas é quase a mesma coisa, quando não o é. A quantidade de museus e igrejas é enorme e uma com arqui-tetura diferente da outra com detalhes correspondentes à época de construção. O Palácio da Cristal é algo assustadoramente lindo. Trata-se de um antigo reduto da monarquia, onde hoje é um parque, locali-

zado acima da Ribeira com uma visão mais do que privilegiada da própria Riberia, do Rio D’ouro e da sua foz. É um lugar muito uti-lizado por pessoas que procuram paz, mesmo estando no centro da cidade. A Ribeira é uma obra de arte. Um quadro. Trata-se de um bairro, às margens do rio D’ouro onde a cidade do Porto se desenvolveu. Hoje se encontram as cavas dos famosos vinhos do porto, casas de shows, etc. Dentro de cada contexto único, é como o Pelouri-nho na Bahia. É o cartão postal do Porto. A famosa ponte D. Luis, que foi cons-truída com a sobra do material da Torre Eiffel. Trata-se de um bairro que conta toda a história de Portugal, antes mesmo da Ida-de Média. Pode-se fazer passeios de barco pelo Rio D’ouro desde sua foz até alguns quilômetros adentro, onde se passa por toda a Ribeira e termina nos vinhedos. Eu costumo brincar, após a viagem, que Portugal é o nosso quin-tal. Não em um tom pejorativo. Em tom de alegria e liberdade. Portugal é a porta para a rua. Dos países mais conhecidos, Por-tugal é o mais “menos rico” da União Européia. O custo de vida é relativamente barato e, por isso, inúmeras são as possibilidades

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de viajar pelo restante da Europa a partir da Terrinha. Conheci Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália e na África, o Marrocos. Como disse, por haver a União Européia, a circulação de pessoas entre países é perfeitamente natural, sem transtornos migratórios e surpreendentemente acessível quanto aos preços. Voei para Paris pagando 10 euros a passagem. Em média, gastava 50 euros por passagem. A peculiaridade em Portugal pertence menos ao local e mais a mim. Foi o primeiro lugar absolutamente longe de casa em que eu tive o desafio de me inserir em uma sociedade com caracte-rísticas diferentes da nossa. Obviamente que o histórico cultural, econômico e até social facilitaram, o que resulta dizer que nossa vida social é muito similar. Acredito que peculiaridade mesmo pode ser considerada a vida católica que o povo de Portugal leva. A cidade do Porto é uma cidade extremamente conservadora. Uma cidade histórica que quer se manter com as características antigas. É um país extremamente católico onde símbolos e cultos dessa religião estão inseridos na sociedade de forma muito forte e natural. Fui a Itália por duas vezes e a peculiaridade que posso compar-tilhar daquele povo é a receptividade. Pessoas muito sérias, mas gentis, carinhosas e caridosas ao extremo. A França é uma elegância paralela. Não apenas uma elegância es-tética, como também social. Elegantes no trânsito, na prestação de serviços, na gastronomia, enfim... Uma grandiosidade intelec-tual ímpar.Deixei a Holanda e o Marrocos por último não por acaso. A Ho-landa possui os mesmos conceitos sociais que os nossos, mas com um respeitabilidade mútua impressionante. Ações que aqui seriam motivo de preconceito, mesmo hipócrita, lá são aceitas e respeitadas. A sociedade converge entre si com um grau de res-peito impressionante. Presenciei famílias com 3 gerações passe-ando por bairros onde há bares destinados ao consumo de drogas e onde a prostituição é permitida. As diferenças sociais são res-peitadas, nem marginalizadas nem discriminadas. Cada cidadão sabe da sua responsabilidade e do seu limite. Amsterdam foi uma aula de politização. Já o Marrocos... Ah, o Marrocos! Foi a experiência cultural e social mais fantástica que tive. Estive com um grupo de amigos em Mar-rakesh e a estadia se prolongava até um vilarejo no Saara. Para quem, como eu, gosta de analisar e estudar sociedades, qualquer sociedade com costumes e regras diferentes da ocidental é uma

aula. Pessoas com vestimenta, aparência, costumes, jeito, culiná-ria, economia, ordem social, conceito familiar… É sensacional. A arquitetura totalmente diferente já impressiona de cara. A praça ao centro da cidade é contagiante pela muvuca, pela alegria, pelo comércio… Mas o melhor é o Saara. Viajamos de carro por três ho-ras, aproximadamente, onde alugamos Dromedários e sacoleja-mos por mais 3 ou 4 horas pelo deserto. Ao fim do dia chegamos a uma pequena cidade ou unidade familiar onde passamos a noite. Os turistas se dividiram em duplas ou trios para pernoitarem em casas de famílias. Viver a sociedade e não na sociedade é a melhor experiência em uma viagem. O Marrocos é fantástico. A cidade do Porto é totalmente histórica. É conhecida como a ci-dade invicta, pois rege a lenda, que foi nela a primeira de todas as derrotas de Napoleão. É normal estar andando em um rua data-da de 1200 com uma estação de metrô ao lado. A urbanização é muito bem feita, com um trânsito fluível. Naturalmente que ruas mais antigas possuem menos espaços para os pedestres visto o tamanho dos carros em comparação com as carroças. A circula-ção de pessoas só é intensa na Via Catarina (é um calçadão com centros de compras). No demais, o sistema de transporte público é muito eficiente, tendo a opção do metrô, ônibus e bondinhos incorporados na mesma passagem. Ou seja, com uma passagem você pode andar pelos três meios sem pagar adicional. A cidade é dividia em zonas e o preço da passagem muda, conforme a zona se distancia do centro. A alimentação é à base de peixe e frutos do mar. A carne de gado é muito cara, sendo mais comum carne de porco e coelhos (SIM, NÃO EXISTE QUALQUER TIPO DE CHURRASCO POR LÁ!). A econo-mia é muito similar a nossa, pois o salário mínimo é - em numerais - similar ao nosso. É muito grande o fluxo migratório na cidade do Porto. Há muitos imigrantes na cidade do Porto e há mercado de trabalho para todos, mas possivelmente, com ganhos menores para estrangeiros. A sociedade ainda é muito patriarcal mesmo com as mulheres dominando o mercado de trabalho. Há uma carga tributária igual a nossa, ou seja, elevada, mas com contrapartidas existentes e eficientes. Tudo é pago pelos usuários. Faculdades públicas não são gratuitas, assim como escolas públicas, hospitais públicos, etc. Para tudo há a cobrança de valores, mas valores pequenos devido a já tributa-ção existente. O que se gasta, por exemplo, em mensalidade numa faculdade da nossa região por mês, gasta-se por ANO lá.

O povo português é especial. Gerações mais antigas são meio des-confiadas e fechadas. Já as novas gerações são altamente recep-tivas. Há um certo e justo preconceito (pois a imagem exportada do Brasil não é a melhor), mas como já disse, por se tratar de uma sociedade familiar, sendo amigo de um, naturalmente será amigo de vários. Tive algumas dificuldades ao pedir informação para es-tranhos na rua, mas em hospitais, farmácias, mercados, faculda-de, enfim, fui muito bem recebido e possuo grandes amigos, até hoje. Nas outras cidades que estive eu me hospedava em Hostel (uma mistura de hotel + albergue), muito comum. Dentro dos países eu me deslocava de trem, dentro das cidades, de metrô ou ônibus e entre os países, de avião. Eram os meios mais baratos. O que mais chamou a atenção e me marcou durante toda a via-gem foi a busca pela perfeição em uma área e a sinceridade pes-soal, social. Não há a necessidade de alguém ter de saber muitas áreas. Mas há a necessidade de ser bom, profissional em uma área específica. Um encanador lá, por exemplo, é só encanador, não é pintor e pedreiro. Ele faz só o serviço hidráulico e muito bem feito.

Um policial lá, é só policial, não é segurança de ninguém, nem de lugar algum. Um estudante é só estudante. Ele não deve traba-lhar, etc. O nível intelectual é muito grande. A cultura é muito mais difundi-da e muito mais absorvida. Claro que há uma remuneração maior por isso. Mas ao fim, há uma socialização maior na economia, ou uma descentra-lização. Há um sistema para, ao fim do ensino fundamental (na minha época se chamava assim) o aluno já é orientado a estudar aquilo que tem aptidão. Adolescentes de escolas pú-blicas falam três línguas fluentemente, em Portugal. Parece que o Estado tem o objetivo de formar a pessoa biológica e o sujeito social. Há pobreza, como em todos os lugares, mas em grau e quantidade muito menores. Sobre a volta ao Brasil, tirando o nervosismo de chegar sozi-nho ao outro lado do oceano, minha viagem foi tranquila. Não houve complicações migratórias nem turbulências, hehe! Tanto na ida e na volta, como nas viagens que fiz por lá, tudo ocorreu normalmente.

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PORTFÓLIO

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