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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO CONDIÇÃO DE PESO E MARCADORES DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E NÃO SAUDÁVEL EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CUIABÁ/MT TÁRSILA TAMIRES QUEROBIM SOUZA Cuiabá MT, fevereiro de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

CONDIÇÃO DE PESO E MARCADORES DE

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E NÃO SAUDÁVEL EM

ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE

CUIABÁ/MT

TÁRSILA TAMIRES QUEROBIM SOUZA

Cuiabá – MT, fevereiro de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

CONDIÇÃO DE PESO E MARCADORES DE

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E NÃO SAUDÁVEL EM

ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE

CUIABÁ/MT

TÁRSILA TAMIRES QUEROBIM SOUZA

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato

Grosso como parte dos requisitos exigidos para

obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob

orientação da Prof.ª MSc. Lorena Barbosa

Fonseca.

Cuiabá – MT, fevereiro de 2018

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Q4c Querobim Souza, Társila Tamires.

Condição de peso e marcadores de alimentação saudável e não saudável de adolescentes de uma escola municipal de Cuiabá/MT / Társila Tamires Querobim Souza. -- 2018

51 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Lorena Barbosa Fonseca. TCC (graduação em Nutrição) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade

de Nutrição, Cuiabá, 2018. Inclui bibliografia.

1. adolescente. 2. estado nutricional. 3. consumo alimentar. I. Título.

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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RESUMO

Trata-se de um estudo transversal realizado com 70 adolescentes de 13 a 15 anos de uma escola municipal em

Cuiabá, com o intuito de avaliar sua condição de peso e práticas alimentares. Foram realizadas medidas

antropométricas e aplicação do questionário de marcador de alimentação saudável e não saudável da PeNSE

(Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) - 2015; aplicando o teste do qui-quadrado (p<0,05) para analisar a

associação das variáveis condição de peso, sexo e práticas alimentares. Verificaram-se alta prevalência de

excesso de peso (35,7%) na população estudada, sobretudo nas meninas (51,3%); o consumo insuficiente de

alimentos MAS (marcador de alimentação saudável) e consumo regular de alimentos MANS (marcador de

alimentação não saudável) entre os adolescentes de ambos os sexos, sem associação significativa. Não se

observou associação entre o consumo de alimentos MAS e MANS e o excesso de peso. Entre as potencialidades

deste estudo, ressalta-se a incipiência de estudos epidemiológicos que utilizem os MAS e MANS para avaliação

das práticas alimentares dos adolescentes, e a importância de se executar ações de vigilância nutricional para este

grupo.

PALAVRAS-CHAVE: adolescente; estado nutricional; consumo alimentar.

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ABSTRACT

This is a cross-sectional study of 70 adolescents aged 13 to 15 from a municipal school in Cuiabá, Brazil, in

order to evaluate their weight condition and eating habits. Anthropometric measurements and application of the

questionnaire of healthy and unhealthy food marker of PeNSE (National Survey of School Health) - 2015;

applying the chi-square test (p <0.05) to analyze the association of the variables weight, sex and eating

practices. There was a high prevalence of overweight (35.7%) in the studied population, especially in girls

(51.3%); insufficient consumption of MAS foods (healthy food marker) and regular consumption of MANS

(unhealthy food marker) foods among adolescents of both sexes, without significant association. There was no

association between MAS and MANS consumption and overweight. Among the potentialities of this study is the

incipience of epidemiological studies using MAS and MANS to evaluate the eating habits of adolescents, and the

importance of performing nutritional surveillance actions for this group

KEY WORDS: adolescent; nutritional status; food consumption.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 08

2. OBJETIVOS................................................................................................... 10

2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................... 10

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................... 10

3. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................... 11

4. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 19

5. RESULTADOS............................................................................................... 22

6. DISCUSSÃO................................................................................................... 28

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 38

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 39

9. APÊNDICES................................................................................................... 48

9.1 APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO APLICADO.................................... 48

9.2 APÊNDICE 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO (TCLE)................... 50

9.3 APÊNDICE 3 – TERMO DE ASSENTIMENTO.................................... 51

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1. INTRODUÇÃO

A alimentação e a nutrição são requisitos básicos para a promoção e a proteção da

saúde, e possibilitam a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento

humano (BRASIL, 2013). A adolescência é considerada como um período único e crítico do

desenvolvimento humano, manifestando-se por modificações intensas tanto no âmbito

biológico como no social, tendo a alimentação importante influência nessa fase (JUZWIAK e

FRUTUOSO, 2015).

Durante a adolescência há processos como a maturação sexual, o aumento da

velocidade linear de crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, que fazem com que o

adolescente se aproxime da fase adulta da vida (WHO, 2005a). As modificações físicas do

adolescente são rápidas e intensas, que culminam no ganho de aproximadamente 20% da

estatura e 50% do peso corporal do indivíduo adulto, o que revela a importância da

alimentação e nutrição adequadas para o suprimento das demandas nutricionais aumentadas

no período (RAUBER, 2015).

As transformações sociais características da adolescência exercem efeito sobre o

consumo alimentar, pois levam ao aumento da independência e da influência de aspectos

ambientais sobre o comportamento alimentar (JUZWIAK e FRUTUOSO, 2015). O

adolescente passa a ter uma maior autonomia nas escolhas alimentares, reduzindo a influência

familiar e aumentando a influência social e de modismos (JUZWIAK e FRUTUOSO, 2015;

RAUBER, 2015).

Diversos estudos evidenciam que o consumo alimentar dos adolescentes baseia-se em

práticas pouco adequadas, como por exemplo: a omissão de refeições, a substituição de

refeições por lanches, o baixo consumo de frutas e hortaliças, o aumento do consumo de

bebidas açucaradas, guloseimas e produtos ultraprocessados (GAMBARDELLA, 1996;

LEVY et al., 2010; BRASIL, 2016). Esses estudos demonstram a tendência dos adolescentes

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em substituir os alimentos básicos e tradicionais brasileiros por bebidas e alimentos

industrializados, que levam ao aumento da densidade energética das refeições e em um padrão

alimentar de risco para a obesidade (RAUBER, 2015).

A prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes vem aumentando

progressivamente em todo o mundo, inclusive no Brasil, o que representa um problema de

saúde pública devido à tendência a manutenção desse excesso ponderal na vida adulta, uma

vez que durante a puberdade há o estabelecimento do padrão de gordura corporal do indivíduo

(BRASIL, 2010; JUZWIAK e FRUTUOSO, 2015). Além disso, é bem estabelecido que o

excesso de peso aumenta o risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como

diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia (FERREIRA e

MAGALHÃES, 2007; MALTA e SILVA-JR, 2013).

O estado nutricional influencia nos riscos de morbidade e mortalidade e no

desenvolvimento e crescimento dos adolescentes, sendo importante a avaliação nutricional

dessa população para se identificar a magnitude, o comportamento e os determinantes dos

distúrbios nutricionais (BRASIL, 2009; BRASIL, 2015b). Como parte da avaliação

nutricional, a realização da avaliação do consumo alimentar permite estimar se a ingestão de

alimentos está adequada ou não, identificando hábitos alimentares de risco para fornecer

subsídios para o desenvolvimento e implantação de estratégias de intervenção nutricional

(FISBERG et al., 2005).

Entre os métodos de avaliação do consumo alimentar, os marcadores de consumo

alimentar vem sendo empregados em diversos inquéritos epidemiológicos como uma

estratégia simples, de baixo custo e fácil aplicação, que permite identificar as práticas

alimentares de risco ou não para a ocorrência de DCNT (BRASIL, 2006; BRASIL, 2009;

TAVARES et al., 2014a; BRASIL, 2015a). Esse instrumento é construído com base na

inferência do consumo de grupos alimentares caracterizados como sendo saudáveis ou não,

sendo tal categorização realizada de acordo com suas características nutricionais e as

recomendações nacionais e internacionais para uma alimentação saudável (CASTRO et al.,

2008; BRASIL, 2015a).

Neste sentido, este estudo teve como objetivo avaliar a condição de peso e as práticas

alimentares de adolescentes de uma escola municipal de Cuiabá – MT a fim de verificar

comportamentos alimentares e práticas de estilo de vida consideradas de risco para o

surgimento de DCNT. Isso se justifica mediante o impacto dessas doenças sobre os índices de

morbidade e mortalidade, e seu surgimento cada vez mais precoce, estando fortemente

associados com padrões alimentares desequilibrados.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a condição de peso e as práticas alimentares de adolescentes de uma escola

municipal de Cuiabá – MT.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar a amostra segundo características socioeconômicas, demográficas e

comportamentos de risco à saúde;

Descrever as práticas alimentares dos adolescentes quanto ao consumo de alimentos

marcadores de alimentação saudável e não saudável;

Verificar se há associação do consumo de alimentos marcadores de alimentação

saudável e não saudável e as variáveis sexo e condição de peso;

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3. REVISÃO DA LITERATURA

O período de transição entre a infância e a vida adulta é denominado “adolescência”,

e compreende a faixa etária dos 10 aos 19 anos de idade (WHO, 2005a). Assume-se que essa

transição é um processo dinâmico, complexo e contínuo que se encerra com o completo

desenvolvimento físico e maturação sexual, consolidação da personalidade, independência

econômica e integração social do indivíduo (EISENSTEIN, 2000).

Nesta fase, há intensas modificações biopsicossociais, caracterizadas pelo acentuado

desenvolvimento cognitivo, emocional e social; expressas também por mudanças corporais na

puberdade (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2005; WHO, 2005a) ; A puberdade corresponde à

fase inicial da adolescência, dos 10 aos 14 anos, havendo o crescimento acelerado e

maturação óssea, o surgimento de carácteres sexuais secundários e mudanças na composição

corporal. Na fase final da adolescência, dos 15 aos 19 anos, observa-se a desaceleração desses

processos de desenvolvimento físico (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2005).

Essas alterações na taxa de crescimento e no desenvolvimento físico caracterizam a

adolescência como uma fase de intenso anabolismo e aumento das necessidades nutricionais,

o que caracteriza esse grupo como suscetível a ocorrência de distúrbios nutricionais

(MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2005; JUZWIAK e FRUTUOSO, 2015). Além dos fatores

supracitados, a vulnerabilidade nutricional desse grupo populacional pode também estar

associada à interação entre os estímulos ambientais e socioculturais e os fatores hormonais e

genéticos, podendo determinar os comportamentos e hábitos manifestados pelos adolescentes

(ENES e SLATER, 2010; JUZWIAK e FRUTUOSO, 2015). O círculo social, a mídia e os

modismos influenciam a seleção e compra de alimentos, sendo a aquisição de hábitos

alimentares e de saúde permeada por relações, escolhas, valores e padrões estabelecidos

culturalmente (JUZWIAK e FRUTUOSO, 2015).

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Neste âmbito, os padrões e hábitos alimentares adquiridos na infância são

comumente alterados durante a adolescência, geralmente pela busca da identidade e

autonomia, sendo motivados pela necessidade de aceitação social em grupos, pela

despreocupação com a saúde e pela supervalorização da imagem corporal (JUZWIAK e

FRUTUOSO, 2015; PETTY et al., 2015). Em geral, tais modificações podem levar a hábitos

alimentares inadequados (EISENSTEIN et al., 2000). Conforme PETTY et al. (2015), a

inadequação da ingestão alimentar na adolescência pode acarretar prejuízos à saúde global

tanto durante este período como nas fases subsequentes, tendo como consequências a

interrupção e atraso do crescimento, o prejuízo na evolução da puberdade e

comprometimentos emocionais, corporais e nutricionais que podem ser permanentes na vida

adulta.

Segundo dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008/200

(BRASIL, 2010), a alimentação da população brasileira se manifesta pelo aumento da

ingestão de alimentos ricos em gorduras, açúcar e sódio, com elevada densidade energética e

baixo valor nutricional, em detrimento da alimentação tradicional que é caracterizada pelo

consumo de alimentos básicos (arroz, feijão, carnes, hortaliças, frutas). O padrão alimentar do

adolescente acompanhou a tendência brasileira, havendo a substituição do consumo dos

alimentos in natura e minimamente processados pelo consumo de produtos ultraprocessados,

sendo caracterizada pela baixa ingestão de frutas e hortaliças e por práticas como a omissão e

substituição de refeições (LEVY et al., 2010).

Essa alteração no padrão de consumo alimentar pode ser explicada pelas modificações

ocorridas na sociedade ao longo das décadas, que têm relação com os processos de

urbanização, industrialização e globalização, que ocasionaram modificações no estilo de vida

da população, incluindo hábitos de vida sedentários e consumo alimentar inadequado

(MALTA e SILVA JR, 2013), que trazem como consequências o excesso de peso e

obesidade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemias, doenças

cardiovasculares e câncer (FERREIRA e MAGALHÃES, 2007).

Dados referentes à POF de 2008-2009 apontam que nas últimas três décadas houve o

aumento do excesso de peso entre os adolescentes no Brasil quando comparados com os

resultados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF), realizado na década de 1970

(BRASIL, 2010). O aumento do excesso de peso foi de seis vezes no sexo masculino (de

3,7% para 21,7%) e de duas vezes no sexo feminino (de 7,6% para 19,4%), tendo a região

Centro-Oeste acompanhado essa tendência (BRASIL, 2010).

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Outro inquérito nacional, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), investiga

desde 2009 os escolares que frequentavam o 9º ano do ensino fundamental de instituições

públicas e privadas, e constatou prevalência de excesso de peso similar à da POF para o

mesmo período; ao passo que em 2015, em sua versão mais recente, foi constatado o excesso

de peso em 23,7% dos adolescentes de 13 a 17 anos de todo o país, correspondendo a um total

estimado de três milhões de escolares (BRASIL, 2009; BRASIL, 2016).

Devido ao aumento crescente da prevalência de excesso de peso no país, é

imprescindível que se investigue os fatores que estão associados a esse quadro (BRASIL,

2015b). Por ser uma doença considerada multifatorial, a obesidade se relaciona com fatores

como a predisposição genética, condições socioeconômicas, fatores ambientais, e

psicológicos (ESCRIVÃO et al., 2000).

O perfil epidemiológico atual, conforme dito anteriormente, caracteriza-se pelo

surgimento cada vez mais precoce de enfermidades advindas das alterações nos padrões de

consumo alimentar e gasto energético da população (PETTY et al., 2015). Faz-se necessária a

promoção da saúde por meio do incentivo à adoção de hábitos alimentares saudáveis na

infância e adolescência, pois essas enfermidades têm caráter “silencioso”, com alterações

fisiopatológicas iniciais sem manifestação clínica evidente e um curso prolongado. Portanto, o

diagnóstico nutricional dos adolescentes é fundamental para a detecção precoce de possíveis

desordens nutricionais (ENES e SLATER, 2010).

Ressalta-se a importância da realização das ações de vigilância alimentar e nutricional.

Esta é parte integrante da Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN, e é expressa

como elemento central para o monitoramento da situação alimentar e nutricional no Brasil

(BRASIL, 2013). Abrange as atividades de coleta, transmissão e análise de dados e

informações para auxiliar no diagnóstico nutricional e verificar as tendências e causas

associadas às condições nutricionais da população, permitindo planejar, aplicar e avaliar as

políticas públicas e ações em saúde (ANTERO e PESSOA, 2016; BRASIL, 2015b).

Nesse sentido, o Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo Decreto

Presidencial nº. 6286, de 5 de dezembro de 2007, articula ações no ambiente escolar entre a

saúde e a educação, na perspectiva da atenção integral (prevenção, promoção e atenção) à

saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino básico público. Dentro de seus

componentes, preconiza a avaliação das condições de saúde por meio da avaliação

antropométrica bem como da realização de ações visando a promoção da alimentação

saudável (BRASIL, 2011a).

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O diagnóstico do estado nutricional é realizado a partir da antropometria e da avaliação

bioquímica, clínica e do consumo alimentar. O índice de massa corporal (IMC), expresso pela

relação entre o peso e o quadrado da altura, associado à idade, tem sido um dos indicadores

mais utilizados para avaliar o estado nutricional de adolescentes. Acessível e universalmente

aplicável devido ao baixo custo, à simplicidade e à alta reprodutibilidade, o IMC/idade possui

alta correlação com o excesso de gordura corporal em adolescentes (GOMES et al., 2010;

BRASIL, 2011b).

Para a avaliação nutricional de adolescentes, utiliza-se a as curvas de crescimento

propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para indivíduos de 5 a 19 anos,

especificas para cada sexo (WHO, 2007). Essas novas curvas foram desenvolvidas em 2007, a

partir da reconstrução da curva de referência de crescimento recomendada pelo National

Center for Health Statistics (NCHS) de 1977 para essa faixa etária, substituindo a publicação

anterior de 1997 e instituindo novos pontos de corte (WHO, 2007; BRASIL, 2011b). Esse

instrumento é adotado pelo Ministério da Saúde (MS), sendo os pontos de corte para o

diagnóstico nutricional segundo o IMC por idade expressos a seguir (Tabela 1).

Tabela1. Classificação do diagnóstico nutricional segundo o IMC/I.

Diagnóstico nutricional Percentil Escore-z

Magreza acentuada < p 0,1 < escore-z -3 e

Magreza ≥ p 0,1 e < p 3 ≥ escore-z -3 e < escore-z -2

Eutrofia ≥ p 3 e ≤ p 85 ≥ escore-z -2 e ≤ escore-z +1

Sobrepeso > p 85 e ≤ p 97 > escore- z +1 e ≤ escore-z +2

Obesidade > p 97 e ≤ p 99,9 > escore-z +2 e ≤ escore-z +3

Obesidade grave > p 99,9 > escore-z +3

Fonte: BRASIL (2011b)

Em linhas gerais, os percentis são derivados da distribuição em ordem crescente dos

valores de um parâmetro observados para uma determinada idade ou sexo; e a classificação de

um indivíduo em determinado percentil permite estimar quantas pessoas, de mesma idade e

sexo, são maiores ou menores em relação ao parâmetro avaliado; sendo de mais fácil

interpretação ao observar valores destoantes do padrão de referência (SBP, 2009;

LOURENÇO et al., 2011). O escore-z é a apresentação em tabelas e gráficos dos valores de

cada parâmetro de acordo com a sua diferença em relação ao valor mediano estimado para

aquele sexo e aquela idade, e diz respeito ao número de desvios-padrão que o indivíduo está

afastado de sua mediana de referência; oferecendo um valor preciso que permite a realização

de cálculos aritméticos, facilitando as análises estatísticas e epidemiológicas de grupos

populacionais (SIGULEM et al., 2000; SBP, 2009; LOURENÇO et al., 2011).

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Em relação ao consumo alimentar, para inquéritos epidemiológicos é necessário que

haja a adoção de uma metodologia padronizada para sua avaliação, utilizando instrumentos

válidos, reprodutíveis e confiáveis (GOMES et al., 2015). O MS preconiza que a avaliação do

consumo alimentar deve ser rotina na prática dos profissionais de saúde na atenção básica,

para o levantamento de comportamentos ou padrões que caracterizem marcadores positivos

e/ou negativos da alimentação (BRASIL, 2015a).

Destaca-se que os métodos comumente utilizados para avaliar o consumo alimentar são

complexos e onerosos, de difícil aplicação e interpretação, a exemplo do recordatório de 24

horas, registro alimentar e questionário quantitativo de frequência alimentar. O dinamismo da

modificação dos hábitos alimentares dos diferentes grupos populacionais demanda métodos

práticos, que permitam avaliar a alimentação de maneira rápida e econômica (GOMES et al.,

2015; BRASIL, 2015a). Nesse sentido, o desenvolvimento e utilização de instrumentos

curtos, de fácil compreensão, que demandem menor tempo de aplicação e análise e que

determinem grupos de risco nutricional pelo consumo alimentar inadequado é uma

necessidade que emerge do atual perfil epidemiológico e nutricional da população (GOMES

et al., 2015).

Assim, a adoção de alimentos específicos como marcadores de uma alimentação

saudável ou não saudável se constitui ferramenta rápida para avaliação da qualidade do

consumo alimentar, além de ser aplicável a indivíduos de qualquer idade e curso de vida, e de

simplificar a coleta e análise dos dados obtidos no atendimento individual e coletivo

(BRASIL, 2015a). Os marcadores de consumo alimentar não se propõem como alternativa à

anamnese alimentar detalhada, nem tampouco a avaliar o consumo de nutrientes específicos

da dieta, mas objetiva identificar padrões de alimentação que a caracterizem qualitativamente

e que expressam comportamentos de risco ou não para DCNT (TAVARES et al., 2014a;

BRASIL, 2015a).

A classificação dos alimentos como “marcadores de alimentação saudável” (MAS) e

“marcadores de alimentação não saudável” (MANS) é baseada em evidências que sugerem a

associação do consumo desses alimentos com fatores de risco para DCNT de acordo com sua

composição nutricional (BRASIL, 2015a). A vantagem da utilização desse instrumento é sua

fácil aplicação, baixo custo e engloba a caracterização de um padrão qualitativo da dieta. Isso

se faz importante porque, tradicionalmente, os estudos epidemiológicos nutricionais são

fragmentados e avaliam a relação da saúde com a ingestão de nutrientes ou alimentos; o que

torna vantajoso o estudo de padrões alimentares, pois as pessoas não consomem nutrientes ou

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um único tipo de alimento isoladamente, mas, sim, a combinação de vários alimentos e

nutrientes (TAVARES et al., 2014a).

No Brasil, os marcadores de consumo alimentar vêm sendo utilizados em estudos

epidemiológicos de amplitude nacional vinculados ao MS, como a Pesquisa Nacional de

Saúde (PNS), o Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por

Inquérito Telefônico (VIGITEL) e a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), além

de serem preconizados na avalição individual e coletiva na atenção básica (BRASIL, 2015a).

A PNS (BRASIL, 2014b) considerou como alimentos MAS as frutas ou suco de frutas

natural, hortaliças, feijão e o peixe; e como alimentos MANS o refrigerante ou suco

artificial, leite integral, carnes ou frango com excesso de gordura e doces (balas, bolachas,

biscoitos, chocolate e afins). Já o VIGITEL considerou como MAS as frutas ou suco de frutas

natural, hortaliças e feijão, e como MANS o consumo de leite integral, carnes ou frango com

excesso de gordura, refrigerante e doces (BRASIL, 2006). A PeNSE em sua primeira edição

em 2009 adotou como MAS as frutas frescas, hortaliças (separada em cruas e cozidas), feijão

e leite; e como MANS os biscoitos doces, embutidos, biscoitos salgados, salgados fritos,

batata frita e guloseimas (balas, bombons, chicletes, doces, chocolates ou pirulitos).

Na atenção básica, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN)

considera para a população acima de 2 anos de idade a classificação de alimentos MAS como

o feijão, frutas frescas e hortaliças, para os MANS as seguintes categorias: hambúrguer e/ou

embutidos, bebidas adoçadas (refrigerante, sucos/xaropes/bebidas artificiais e suco de fruta

com adição de açúcar), macarrão instantâneo ou salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados,

e biscoito recheado ou doces ou guloseimas (balas, pirulitos, chiclete, gelatina) (BRASIL,

2015a).

Em relação ao consumo de marcadores de alimentação saudável e não saudável por

adolescentes, desde 2009 a PeNSE investiga a frequência semanal do consumo destes por

adolescentes brasileiros (BRASIL, 2009). Outras edições da PeNSE foram lançadas em 2013

e 2016, sofrendo modificações na metodologia de avaliação do consumo alimentar, constando

em sua edição mais recente alterações relativas ao consumo de alguns itens (BRASIL, 2016).

Na sua última versão, os alimentos MAS foram categorizados pelo feijão, frutas frescas e

hortaliças (cruas ou cozidas); e os MANS em refrigerante, guloseimas (doces, balas,

chocolates, chicletes, bombons ou pirulitos), salgados fritos (pastel, quibe, acarajé, batata

frita, coxinha de galinha) e ultraprocessados salgados (hambúrguer, presunto, mortadela,

salame, linguiça, salsicha, macarrão instantâneo, salgadinho de pacote e biscoitos salgados).

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Em 2009, segundo dados da PeNSE (BRASIL, 2009), o consumo regular (≥ 5 dias) de

alimentos MAS entre os adolescentes de 13 a 15 anos ocorreu em 62,6% para o feijão, 53,6%

para o leite, 31,5% para as frutas e 31,2% para hortaliças. Para os alimentos MANS, a

prevalência de consumo regular foi de 50,9% para guloseimas, seguido pelo refrigerante

(37,2%), biscoitos doces (36,2%) e biscoitos salgados (33,6%). Em 2015 foram investigados

os adolescentes de 13 a 17 anos, em que o consumo regular de MAS ocorreu principalmente

para o feijão (56,9%), seguido pelas hortaliças (36,9%) e frutas frescas (30,5%). Em relação

aos MANS, destacaram-se as guloseimas (40,5%), os ultraprocessados salgados (32,1%) e o

refrigerante (27,15%) (BRASIL, 2016).

CASTRO et al. (2008), ao estudar um sistema de vigilância nutricional para os fatores

de risco associados às DCNT com 1.684 adolescentes do Rio de Janeiro, avaliou o consumo

alimentar através do estudo de marcadores do consumo alimentar. A categorização dos

alimentos MAS (feijão, salada crua, legume cozido, frutas e leite) e MANS (refrigerante,

doce/bala, salgados fritos como coxinha de galinha e pastel, hambúrguer ou cachorro quente e

batata frita) baseou-se nas características nutricionais dos alimentos, tais como: densidade

energética, teor de fibras e micronutrientes, teor de sódio, açúcar e lipídios. Os resultados do

estudo de CASTRO et al. (2008) constataram o alto consumo regular (≥ 5 dias) de feijão

(83,1%), e o consumo regular de leite e frutas em cerca de metade dos adolescentes. Em

contrapartida, a salada crua e legume cozido tiveram um consumo regular de 20% e 16,5%,

respectivamente. Para os alimentos MANS destacaram-se o consumo regular de doces e balas

(46,7%) e de refrigerantes (36,7%), e para os demais alimentos (salgado,

hambúrguer/cachorro quente e batata frita) esse valor correspondeu a cerca de 10% dos

escolares.

Em um estudo transversal realizado por MAIA et al. (2014), que teve entre um de seus

objetivos a avaliação do consumo alimentar de adolescentes de 13 e 14 anos das capitais da

Região Centro-Oeste, verificou-se a frequência semanal do consumo de alimentos MAS

(feijão, legumes ou verduras cruas e cozidas, salada crua, frutas e leite) e MANS (batata frita,

salgados fritos, embutidos, biscoitos salgados, biscoitos doces, guloseimas e refrigerantes),

adotando como referência o instrumento utilizado pela PeNSE (BRASIL, 2009) classificando

o consumo regular destes alimentos em cinco ou mais dias na semana. Os alimentos MAS

mais consumidos pelos adolescentes foram o feijão (66,2%), o leite (54,4%) e as hortaliças

cruas (40,1%). Para os alimentos MANS, predominaram o consumo de guloseimas (47,7%),

refrigerante (42,3%), e biscoitos salgados (29,8%).

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18

Outros estudos epidemiológicos também utilizaram em sua metodologia os marcadores

de consumo alimentar, a exemplo de CORRÊA et al. (2017), que aplicou o Formulário de

Marcadores de Consumo Alimentar do Ministério da Saúde (BRASIL, 2015a) em 719

escolares de 5 a 19 anos de Porto Alegre, visando identificar padrões alimentares dessa

população. Outro estudo realizado com 1.632 adolescentes em 2007 provenientes de um

sistema de vigilância nutricional do Rio de Janeiro utilizou os MAS e MANS para trabalhar

com padrões alimentares (CARDOSO et al., 2011), o que demonstra a versatilidade do

método como forma de avaliação do consumo alimentar.

Diante do exposto, verifica-se a necessidade do contínuo monitoramento e avaliação do

perfil alimentar e nutricional da população. Para os adolescentes, essas ações de vigilância

tornam-se importantes instrumentos para a adoção de estratégias de promoção da saúde, tendo

em vista a predominância das práticas alimentares de risco para o desenvolvimento de DCNT.

O presente estudo poderá oferecer subsídios para as ações de intervenção coletiva em uma

escola municipal de Cuiabá – MT. Tem-se como eixo norteador a identificação das práticas

alimentares por meio da utilização dos MAS e MANS, e sua relação com a condição de peso

dos escolares.

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19

4. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa. O público-alvo desta

pesquisa foram adolescentes de ambos os sexos matriculados no ensino fundamental de uma

escola municipal de Cuiabá – MT, selecionada por conveniência.

Os critérios de inclusão no estudo foram: ter entre 13 e 15 anos, estar matriculado e ser

aluno regular da escola. Os critérios de exclusão foram: estar gestante ou lactante, utilizar

medicamentos que levem a alterações do peso, ser portador de quaisquer deficiências físicas

e/ou mentais que o impossibilite de participar da coleta de dados.

Os dados foram coletados em setembro de 2017 nas dependências da escola, por

pesquisadores previamente treinados para esse fim. Foi aplicado um questionário para avaliar

as condições socioeconômicas, comportamentos de risco à saúde e práticas alimentares dos

adolescentes (ANEXO 1). Em seguida realizou-se a aferição de medidas antropométricas de

peso e estatura.

Para avaliação dos aspectos socioeconômicos utilizou-se como questionário adaptado da

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - PeNSE (BRASIL, 2016). Os itens abordados foram:

raça autorreferida, estrutura familiar, chefe da família, escolaridade materna e paterna,

número de moradores por domicílio, posse de bens e serviços (automóvel, banheiro com

chuveiro, computador ou notebook, telefone celular, acesso à internet e empregada

mensalista), ocupação e recebimento de mesada. Os comportamentos de risco à saúde foram

avaliados conforme a experimentação e prática diária atual de utilização de álcool e tabaco

(BRASIL, 2012). A prática de atividade física programada foi categorizada conforme a

PeNSE (BRASIL, 2016), em ativos (≥ 300 minutos por semana), insuficientemente ativos (1 a

299 minutos por semana) e inativos (sedentários).

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20

A avaliação antropométrica dos adolescentes foi realizada conforme os procedimentos

padrões descritos pelo Ministério de Saúde (BRASIL, 2011b), sendo obtidos os dados de peso

e estatura.

O peso foi aferido utilizando balança eletrônica digital, com precisão de 0,1 kg e

capacidade para 150 kg. A balança foi ligada e tarada, e o indivíduo posicionado no centro do

equipamento, descalço e livre de adereços. A medida foi obtida com o adolescente em posição

ereta, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo.

A estatura foi aferida em duplicata, utilizando um estadiômetro portátil de madeira, com

precisão de 0,1 cm e extensão máxima de 2 metros. A medida antropométrica foi obtida com

o indivíduo em pé, descalço e livre de adereços, posicionado no centro do equipamento, ereto

e com as pernas paralelas, de costas para a superfície vertical do aparelho de modo que os

glúteos e tornozelos tocassem o estadiômetro. Os braços estavam estendidos ao longo do

corpo, a cabeça erguida e posicionada no plano de Frankfurt, olhando para um ponto fixo na

altura dos olhos. O equipamento foi conduzido de modo a ser fixado contra a cabeça do

indivíduo, com pressão suficiente para comprimir o cabelo, realizando a leitura sem soltar a

parte móvel do equipamento.

A classificação do estado nutricional dos adolescentes ocorreu pelos parâmetros

propostos pela OMS (WHO, 2007) utilizando as curvas de crescimento de IMC por idade para

adolescentes (≥ 10 anos e < 20 anos), segundo o sexo. Para o cálculo do IMC, foi aplicada a

fórmula: IMC =

, com resultado expresso em kg/m². A análise da condição de

peso foi feita segundo os pontos de corte recomendados pelo MS (BRASIL, 2011b), sendo

adotado o termo “excesso de peso” conforme a PeNSE (BRASIL, 2016) para se referir à soma

do sobrepeso e obesidade ao longo do estudo.

Para a avaliação das práticas alimentares foi aplicado o formulário de consumo

alimentar da PeNSE (BRASIL, 2016), que avalia o consumo alimentar nos últimos sete dias

dos grupos alimentares marcadores de alimentação saudável (feijão, hortaliças e frutas) e não

saudável (salgados fritos, ultraprocessados salgados, guloseimas, refrigerantes). O consumo

de cada categoria de alimento foi expresso utilizando o indicador proposto pela PeNSE

(BRASIL, 2016), que classifica em consumo regular (≥ 5 dias), não regular (< 5 dias) e

ausente (nenhum dia da semana anterior).

Este trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres

Humanos da área de Saúde da Universidade Federal de Mato Grosso (CEP nº 2179.251),

atendendo aos critérios estabelecidos pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de

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21

Saúde. A coleta de dados ocorreu mediante autorização do local e assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 2) e Termo de Assentimento (ANEXO 3).

Os dados foram tabulados no software Microsoft Office Excel 2007 e analisados no

software Epi Info 7, sendo apresentados sob a forma de estatística descritiva. O teste do qui-

quadrado foi aplicando utilizando o software Stata versão 11, a fim de verificar a existência

de associação entre as variáveis condição de peso, práticas alimentares e sexo, adotando o

nível de significância de 5% (p<0,05).

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22

5. RESULTADOS

Este estudo abrangeu 70 adolescentes com idade média de 13,8 anos, matriculados no

sétimo, oitavo e nono ano do ensino fundamental, com predominância da participação do sexo

feminino (55,7%, n=39). As características socioeconômicas e dos comportamentos de risco à

saúde dos adolescentes estão descritas nas Tabelas 2 e 3.

Considerando a raça/cor a maior parte dos adolescentes declarou-se como pardos

(42,9%, n=30). A estrutura e organização familiar dos entrevistados retrata que 45,7% (n=32)

moram somente com a mãe, sendo estas apontadas como as responsáveis por chefiar a família

em 54,3% (n=38) dos casos. O número de adolescentes que moram em domicílios com até 4

moradores foi de 54,3% (n=38), e igual ou acima de 5 moradores de 45,7% (n=32).

Em relação à escolaridade materna, 45,8% (n=32) dos adolescentes referiram que a mãe

não chegou a concluir o ensino médio. Já para o grau de escolaridade paterna a maior

prevalência foi daqueles que não souberam referir tal informação (44,3%, n=31), seguido por

aqueles que refereriram até o ensino fundamental incompleto.

Outro indicador socioeconômico avaliado foi a presença de bens e serviços, com itens

de maior prevalência a presença de banheiro com chuveiro no domicílio (98,6%, n=69) e pela

posse de telefone celular (97,1%, n=68), e menor índice daqueles que utilizam o serviço de

empregada mensalista (8,6%, n=06). O percentual de adolescentes que possuia emprego foi

ínfimo, sendo constatado que 36,2% (n=26) dos escolares recebiam mesada.

A prevalência de doença crônica autorreferida entre os adolescentes foi de 14,3% (n=

10), sendo a maioria de origem alérgica 70% (n=07) e identificado apenas um caso de

hipertensão arterial sistêmica e outro de doença congênita.

Considerando os comportamentos de risco à saúde (Tabela 3), 41,4% (n=29) dos

adolescentes já experimentaram bebida alcoólica em algum momento de sua vida, e 10,0%

(n=07) apresentaram etilismo. O percentual de adolescentes que já experimentou cigarros e

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23

similares foi relativamente menor em comparação às bebidas alcóolicas, estando presente em

11,4% (n=08) dos entrevistados, com 2,8% (n=02) com tabagismo.

Tabela 2. Características socioeconômicas de adolescentes de 13 a 15 anos matriculados em

uma escola municipal de Cuiabá/MT. Cuiabá, 2017

Variável Feminino

n (%)

Masculino

n (%)

Total

n (%)

Raça/cor

Branca 07 (17,9) 10 (32,3) 17 (24,3)

Preta 08 (20,5) 06 (19,3) 14 (20,0)

Parda 20 (51,3) 10 (32,3) 30 (42,9)

Amarela 04 (10,3) 04 (12,9) 08 (11,4)

Indígena - 01 (03,2) 01 (01,4)

Mora com os pais

Sim 17 (43,6) 08 (25,8) 25 (35,7)

Apenas com a mãe 15 (38,5) 17 (54,8) 32 (45,7)

Apenas com o pai 03 (7,7) 03 (09,7) 06 (08,6)

Não 04 (10,3) 03 (09,7) 07 (10,0)

Chefe da família

Mãe 20 (51,3) 18 (58,0) 38 (54,3)

Pai 11 (28,2) 10 (32,3) 21 (30,0)

Outros 08 (20,5) 03 (9,7) 11 (15,7)

Escolaridade materna

Sem instrução – EF incompleto 08 (21,9) 08 (25,8) 16 (22,9)

EF completo – EM incompleto 08 (21,9) 08 (25,8) 16 (22,9)

EM completo – ES incompleto 05 (12,8) 07 (22,6) 12 (17,1)

Ensino superior completo 08 (21,9) 03 (09,7) 11 (15,7)

Não soube referir 10 (25,7) 05 (16,1) 15 (21,4)

Escolaridade paterna

Sem instrução – EF incompleto 07 (17,9) 09 (29,0) 16 (22,8)

EF completo – EM incompleto 05 (12,8) 05 (16,1) 10 (14,3)

EM completo – ES incompleto 04 (10,2) 01 (03,2) 05 (07,1)

Ensino superior completo 05 (12,8) 03 (09,7) 08 (11,4)

Não soube referir 18 (46,1) 13 (41,9) 31 (44,3)

N° de moradores/domicílio

1 a 2 03 (07,7) 04 (12,9) 07 (10,0)

3 a 4 23 (59,0) 08 (25,8) 31 (44,3)

5 a 6 09 (23,0) 13 (42,0) 22 (31,4)

≥ 7 04 (10,3) 06 (19,3) 10 (14,3)

Posse de bens e serviços

Automóvel 26 (66,7) 18 (58,1) 44 (62,9)

Banheiro com chuveiro 39 (100) 30 (96,7) 69 (98,6)

Computador/notebook 24 (61,5) 24 (77,4) 48 (68,6)

Telefone celular 39 (100) 29 (93,5) 68 (97,1)

Acesso à internet 25 (64,1) 24 (77,4) 49 (70,0)

Empregada mensalista 03 (07,7) 03 (09,7) 06 (08,6)

Possui emprego

Não 35 (92,1) 26 (89,6) 62 (91,2)

Sim 03 (07,9) 03 (10,3) 06 (08,8)

Recebe mesada

Sim 14 (36,8) 11 (35,5) 25 (36,2)

Não 24 (63,2) 20 (64,5) 44 (63,8)

EF = ensino fundamental; EM = ensino médio; ES = ensino superior.

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24

A inatividade física foi observada em 59,1% (n=39) dos adolescentes, principalmente

para o sexo feminino. O percentual de indivíduos fisicamente ativos (≥ 300 minutos/semana)

foi de 27,3% (n=18), com média de 461,4 minutos por semana.

Tabela 3. Comportamentos de risco à saúde de adolescentes de 13 a 15 anos matriculados em

uma escola municipal de Cuiabá - MT. Cuiabá, 2017

Variável Feminino

n (%)

Masculino

n (%)

Total

n (%)

Ingestão de álcool

Já experimentou 15 (39,5) 14 (45,2) 29 (41,4)

Prática diária atual 04 (10,5) 03 (09,7) 07 (10,0)

Uso de tabaco

Já experimentou 05 (12,8) 03 (09,7) 08 (11,4)

Prática diária atual 01 (02,6) 01 (03,2) 02 (02,8)

Atividade física programada

Ativo 07 (63,6) 11 (68,7) 18 (27,3)

Insuficientemente ativo 04 (36,4) 05 (31,2) 09 (13,6)

Inativo 27 (71,1) 12 (42,8) 39 (59,1)

Analisando a condição de peso dos adolescentes, observou-se elevada prevalência de

excesso de peso entre os adolescentes, acometendo 35,7% (n=25). Dentre os casos de excesso

de peso, 64% (n=16) dos adolescentes encontravam-se com sobrepeso, 24% (n=6) com

obesidade e 12% (n=3) com obesidade grave (Gráfico 1).

Gráfico 1. Diagnóstico nutricional segundo IMC/I de adolescentes de ambos os sexos, com

idade de 13 a 15 anos, matriculados em uma escola municipal de Cuiabá/MT. Cuiabá, 2017

*teste do χ2.

3,2 1,4

51,3

77,4

62,9

28,2

16,1 22,9

12,8

3,2 8,6 7,7

4,3

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Feminino Masculino Total

Fre

qu

ênci

a (

%)

p = 0,07*

Magreza Eutrofia Sobrepeso Obesidade Obesidade grave

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25

Não foi encontrada associação significativa entre os sexos e o estado nutricional

avaliado pelo IMC/idade (p=0,07), apenas quando se comparou adolescentes com e sem

excesso de peso (48,7% nas meninas vs 19,1% nos meninos; p=0,01). Os resultados apontam

para o maior excesso de peso no sexo feminino, ao passo que a magreza foi identificada

apenas no sexo masculino.

As práticas alimentares saudáveis e não saudáveis foram identificadas por meio do

consumo de alimentos marcadores de alimentação saudável (MAS) e não saudável (MANS).

O consumo regular destes alimentos está apresentado no Gráfico 2.

Gráfico 2. Distribuição total do consumo regular de alimentos MAS e MANS por

adolescentes de 13 a 15 anos, matriculados em uma escola municipal de Cuiabá/MT. Cuiabá,

2017

Entre os alimentos MAS, o feijão destacou-se como sendo o alimento de maior

consumo entre os adolescentes, seguido pelas hortaliças e frutas. Para os alimentos MANS, os

alimentos de maior consumo foram as guloseimas e refrigerante, com menor proporção para

os salgados fritos.

A distribuição da frequência semanal de consumo dos alimentos MAS e MANS está

disposta na Tabela 4. Quando se avalia estes alimentos pelo consumo em nenhum dia da

semana anterior, se destacam os salgados fritos (30,4%, n=21), hortaliças (20,3%, n=14) e

ultraprocessados salgados (20,0%, n=14).

30,0

46,4

68,6

47,1

34,3

20

11,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Fre

qu

ênci

a (

%)

MAS/MANS

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26

Tabela 4. Frequência semanal de consumo de MAS e MANS por dolescentes de 13 a 15

anos matriculados em uma escola municipal de Cuiabá-MT. Cuiabá, 2017

Consumo alimentar Frequência semanal (%)

0 dia 1 dia 2 dias 3 dias 4 dias ≥ 5 dias

MAS

Feijão 10,0 1,4 10,0 7,1 2,9 68,6

Hortaliças 20,3 4,3 13,1 11,6 4,3 46,4

Frutas 12,8 20,0 14,3 14,3 8,6 30,0

MANS

Salgados fritos 30,4 24,7 11,6 17,4 4,3 11,6

Guloseimas 11,4 14,3 14,3 5,7 7,1 47,1

Ultraprocessados salgados 20,0 14,3 14,3 14,3 17,1 20,0

Refrigerante 10,0 14,3 14,3 12,9 14,3 34,3

A distribuição por sexo das práticas alimentares está disposto no Gráfico 3. Não foi

encontrada associação entre o sexo e o consumo regular de MAS (p=0,60) e MANS (p=0,99)

(Gráfico 3), tampouco para o consumo ausente na semana anterior destes alimentos (MAS,

p=0,56; MANS, p=0,38). O consumo regular e não regular de MAS e MANS também não

apresentou associação com a prevalência de excesso de peso (Tabela 5).

Tabela 5. Associação entre o consumo de alimentos MAS e MANS e o excesso de peso entre

adolescentes de 13 a 15 anos de uma escola municipal de Cuiabá/MT. Cuiabá, 2017

Consumo alimentar Excesso de peso

n (%)

Sem excesso de peso

n (%)

Total

n (%)

p-

valor*

MAS

Feijão

≥ 5 dias 16 (33,3) 32 (66,7) 48 (68,6) 0,50

< 5 dias 09 (40,9) 13 (59,1) 22 (31,4)

Hortaliças

≥ 5 dias 14 (43,8) 18 (56,2) 32 (46,4) 0,22

< 5 dias 11 (29,7) 26 (70,3) 37 (53,6)

Frutas

≥ 5 dias 11 (52,4) 10 (47,6) 21 (30,0) 0,05

< 5 dias 14 (28,6) 35 (71,4) 49 (70,0)

MANS

Salgados fritos

≥ 5 dias 03 (37,5) 05 (62,5) 08 (11,6) 0,93

< 5 dias 22 (36,0) 39 (63,9) 61 (88,4)

Guloseimas

≥ 5 dias 12 (36,4) 21 (63,6) 33 (47,1) 0,91

< 5 dias 13 (35,1) 24 (64,9) 37 (52,9)

Ultrap. salgados

≥ 5 dias 05 (35,7) 09 (64,3) 14 (20,0) 1,00

< 5 dias 20 (35,7) 36 (64,3) 56 (80,0)

Refrigerante

≥ 5 dias 07 (29,2) 17 (70,8) 24 (34,3) 0,05

< 5 dias 18 (39,1) 28 (60,9) 46 (65,8)

*teste do χ2

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27

Gráfico 3. Consumo regular e ausente de alimentos MAS e MANS entre adolescentes de 13 a 15 anos matriculados em uma escola municipal de

Cuiabá/MT, segundo o sexo. Cuiabá, 2017

28,1

17,9

32,2

6,4

48,7

20,5

43,3

20,0

59,0

12,8

80,6

6,4 10,2

30,8

13,3

30,0

20,5

28,2

19,3

9,7

33,3

15,4

35,5

3,2

46,1

15,4

48,4

6,4

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

REGULAR AUSENTE REGULAR AUSENTE

FEMININO MASCULINO

Fre

qu

ênci

a (

%)

Frutas Hortaliças Feijão Salgados fritos Ultraprocessados salgados Refrigerante Guloseimas

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28

6. DISCUSSÃO

Os resultados apresentados são referentes aos escolares que participaram deste estudo

(n=70), realizado em uma escola municipal de Cuiabá/MT, envolvendo adolescentes com

idade de 13 a 15 anos.

A caracterização socioeconômica dos entrevistados mostrou-se similar aos resultados

obtidos pela PeNSE de 2015 para Cuiabá e Brasil em relação às variáveis raça/cor e número

de moradores por domicílio (BRASIL, 2016). A maioria dos adolescentes se autoreferiu como

tendo a cor parda (42,9%), afirmaram residir em domicílios com até 4 moradores (54,3%), e

declararam morar somente com a mãe (45,7%), sendo as mesmas responsáveis, na maioria

dos casos, por chefiar a família. Depreende-se que a caracterização socioeconômica dos

adolescentes está de acordo com os dados do Censo Demográfico de 2010, que mostra o

aumento da autodeclaração de indivíduos como sendo pardos (BRASIL, 2011c). O mesmo

estudo traz que as mudanças ao longo das décadas foram responsáveis pelas modificações na

estrutura familiar: a participação da mulher no mercado de trabalho e as reduções das taxas de

fecundidade explicam o aumento expressivo das residências chefiadas por mulheres, bem

como da média de moradores no domicílio (2,1 filhos por família).

O grau de escolaridade materna exerce efeito sobre a condição de peso dos filhos.

BACIL et al. (2016) verificaram associação entre o maior grau de escolaridade materna e as

chances de ocorrência de sobrepeso e obesidade nos adolescentes, justificado sob a hipótese

de que há um maior poder de compra de alimentos. Por outro lado, FERNANDES et al.

(2008) constataram efeito protetor que o alto nível de escolaridade (ensino superior completo)

exerce sob o excesso de peso, provavelmente pelo maior acesso à informação. Neste estudo,

foi identificada maior ocorrência de baixa escolaridade materna, uma vez que 44,2% dos

adolescentes referiram que a mãe não concluiu o ensino médio, e grande parte dos

adolescentes afirmaram desconhecer a escolaridade paterna.

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29

Com relação à posse de bens e serviços, esta se mostra um importante preditor das

condições socioeconômicas quando associado às demais variáveis socioeconômicas, os

resultados deste estudo se assemelharam aos divulgados pela PeNSE (BRASIL, 2016).

Avaliar as características socioeconômicas é importante, pois prediz o poder de compra,

que se relaciona com a disponibilidade de alimentos no domicílio e consequentemente tem

relação com seu consumo alimentar (SANTOS et al., 2005). Analisando os dados da POF de

2008/2009, BORGES et al. (2015) constataram que conforme se eleva o nível

socioeconômico, há o incremento da participação de alimentos ditos saudáveis na alimentação

diária, como as frutas e hortaliças; e que entre os estratos econômicos mais baixos há uma

facilidade maior de acesso aos alimentos ultraprocessados quando comparado ao acesso aos

alimentos in natura ou minimamente processados, apresentando uma participação

significativa na alimentação domiciliar.

SILVA et al. (2005), através de um estudo transversal realizado em Recife – PE com

1.616 crianças e adolescentes de diferentes condições socioeconômicas, identificaram que

entre os adolescentes (n=678), o sobrepeso se associou significativamente (p<0,001) com

boas condições socioeconômicas, por outro lado, a obesidade teve prevalência similar entre os

grupos. Isso pode ser explicado pelo fato de que, apesar das famílias com boas condições

socioeconômicas terem maior acesso aos alimentos saudáveis, a participação de alimentos

ultraprocessados não é excludente neste grupo, e que para todos os estratos econômicos há

consumo excessivo de açúcar e gorduras e insuficiência de frutas e hortaliças (BORGES et

al., 2015).

Em relação aos comportamentos de risco à saúde, sabe-se que o tabagismo, etilismo e

inatividade física são fatores de risco importantes para diversas doenças crônicas (WHO,

2005b), e que essas práticas geralmente se iniciam durante a adolescência (BRASIL, 2009). O

percentual de experimentação de tabaco e álcool foi expressivamente menor neste estudo do

que o encontrado na PeNSE de 2012, assim como o consumo regular destas substâncias

(BRASIL, 2012).

O percentual de adolescentes fisicamente ativos encontrado neste estudo foi de 27,3%,

sendo a maior parte dos entrevistados sedentários (59,1%), sobretudo para o sexo feminino

(71,0% vs 42,8%). Os resultados estão de acordo com o estudo de CARNEIRO et al. (2017)

com adolescentes de Goiânia, que encontraram que os meninos são fisicamente mais ativos do

que as meninas. Prevalência similar de sedentarismo foi encontrado em um estudo com

adolescentes do interior do Paraná, sendo ressaltado pelo autor a necessidade de ações que

incentivem a atividade física nessa faixa etária, devido à tendência de manutenção do

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30

sedentarismo na vida adulta, que está associado à ocorrência do excesso de peso e outras

DCNT (LEGNANI et al., 2012).

Através da avaliação antropométrica foi possível constatar uma elevada prevalência de

excesso de peso (35,7%) entre os adolescentes estudados, que corresponde à soma dos

percentuais de sobrepeso (22,9%), obesidade (8,6%) e obesidade grave (4,3%) encontrados

neste grupo. Tal resultado foi superior à média nacional obtida pela PeNSE em 2015 para os

adolescentes de 13 a 15 anos, que constatou o excesso de peso em 25,1% (17,0% de

sobrepeso e 8,1% de obesidade) dos escolares brasileiros, sendo a região Centro-Oeste a

segunda com maiores prevalências de sobrepeso e obesidade, ficando atrás somente da Região

Sul (BRASIL, 2016). Um estudo transversal conduzido com 784 adolescentes de idade média

de 15,2 anos residentes em um município do Rio Grande do Sul detectou uma prevalência de

excesso de peso de 23,4% no ano de 2013-2014 (D’ÁVILA e KISTEN, 2017), inferior à

constatada neste estudo.

No presente estudo observou-se maior prevalência de excesso ponderal no sexo

feminino quando comparado ao masculino (48,7% vs 19,1%; p=0,01), o que se assemelha ao

resultado encontrado em outros estudos (CABRERA et al., 2014; PINHO et al., 2014).

KRINSKY et al. (2011), ao estudar 3.118 adolescentes de 12 a 17 anos da rede pública de

ensino de Vilhena – RO, identificaram maior prevalência de excesso de peso (p<0,01) para as

meninas de 15 e 17 anos quando comparado aos meninos da mesma faixa etária.

Uma das hipóteses para a ocorrência de maiores prevalências de sobrepeso e obesidade

no sexo feminino é a influência de hormônios sexuais e o aumento do estoque de gordura

corporal; além de fatores comportamentais como a menor prática de atividade física (PINHO

et al., 2014). Em um estudo realizado em 2007 com 1.590 escolares de 11 a 14 anos da rede

pública e privada de Florianópolis – SC, verificou-se associação entre os estágios de

maturação sexual e a condição de peso, em que meninas com diferenças de pareamento dos

estágios de Tanner tiveram risco dobrado para a ocorrência do excesso de peso, sob a hipótese

de que o desequilíbrio hormonal afetou o crescimento físico, a maturação sexual e a

composição corporal das adolescentes (BENEDET et al., 2013). Depreende-se que, neste

presente estudo, a prevalência da inatividade física (71,0%) entre as meninas e a influência

hormonal da puberdade podem estar relacionados com o perfil antropométrico identificado,

apesar de não ter sido avaliada a existência de associação entre tais variáveis, nem ter sido

avaliado o estágio de maturação sexual dos adolescentes.

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A predominância de sobrepeso e obesidade para as meninas observada neste estudo é

conflitante com os dados da literatura. CARNEIRO et al. (2017) identificaram através de um

estudo transversal em escolas públicas e privadas de Goiânia – GO a prevalência de excesso

de peso de 21,2% entre 1.169 adolescentes de 12 a 18 anos, com predominância de excesso de

peso no sexo masculino (p<0,01), assim como os demais inquéritos epidemiológicos

verificaram maior excesso de peso nos meninos (BRASIL, 2009; BRASIL, 2010; BRASIL,

2016).

No estudo de CARNEIRO et al. (2017), foi observada também a relação entre a

condição de peso e a faixa etária, em que o excesso de peso esteve mais presente na faixa

etária dos 12 a 14 anos para o sexo masculino. As prevalências de sobrepeso e obesidade

identificadas se assemelham mais ao encontrado neste estudo quando se avalia somente os

adolescentes com idade entre 12 e 14 anos, com um total de 30,1% de escolares com excesso

de peso. O mesmo foi constatado por JÚNIOR et al. (2012) ao avaliarem 741 adolescentes de

escolas privadas residentes em Rio Branco – AC, com idade de 14 a 18 anos, detectando

excesso de peso em 29,5% entre o total de escolares avaliados, e de 40,0% para aqueles com

14 anos.

A prevalência de excesso de peso encontrada no presente estudo, quando comparada

com os demais estudos supracitados (JÚNIOR et al., 2012; CARNEIRO et al., 2017), requer

cautela de interpretação, pois estes incluíram com a participação de escolares da rede privada

de ensino. O excesso de peso têm relação com melhores condições socioeconômicas (SILVA

et al., 2005), tal como constatado por PARDO et al. (2013), que avaliou 231 adolescentes de

10 a 14 anos da rede pública e privada de ensino de Sorocaba – SP, obtendo maior

prevalência de excesso de peso entre os adolescentes da rede privada de ensino (47,3% vs

32,1%; p=0,03).

As prevalências de excesso de peso encontradas neste estudo foram mais elevadas do

que as encontradas na literatura abordada, tanto em comparação com as médias nacionais

como para a região Centro-Oeste, estando em consonância com o perfil antropométrico da

população adulta de Cuiabá, que, segundo a última edição do inquérito epidemiológico

telefônico realizado com adultos (BRASIL, 2017), o percentual de cuiabanos com excesso de

peso foi de 56,4%, sendo que 21,9% apresentavam obesidade. Diversos estudos vêm

apontando a relação entre o excesso de peso dos pais com a ocorrência do sobrepeso e

obesidade nos filhos, justificado pelo efeito que um ambiente obesogênico exerce sob a carga

genética (BENEDET et al., 2013; CARNEIRO et al., 2017). Infere-se, portanto, que o

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resultado obtido pode ser decorrente em parte deste motivo, apesar de não ter sido avaliada a

condição de peso dos familiares neste estudo.

Estudos mostram o surgimento cada vez mais precoce de DCNT, inclusive em crianças

e adolescentes, tendo o sobrepeso e a obesidade forte associação com a ocorrência da

síndrome metabólica (dislipidemia, hipertensão arterial, níveis alterados de insulina basal)

nesta fase por representar um dos principais fatores de risco para tais desordens

(COBAYASHI et al., 2010; KUSCHNIR et al. 2016). Ademais, a chance de obesidade na

vida adulta é maior entre os adolescentes obesos quando comparados aos adolescentes

eutróficos (GUO e CHUMLEA, 1999), tendo o excesso de peso impactos que transcendem as

alterações metabólicas, podendo comprometer o crescimento e desenvolvimento, causar

distúrbios psicossociais, problemas ortopédicos, dermatológicos e respiratórios (ESCRIVÃO,

2000; ENES e SLATER, 2010).

A modificação do perfil nutricional da população pode ser explicada pela teoria

ambientalista, que sugere que as mudanças epidemiológicas tem relação com as mudanças de

estilo de vida ao longo das décadas, tendo em vista que não houve alterações significativas no

perfil genético da população, e sim no estilo de vida (ESCRIVÃO, 2000). Práticas como os

hábitos de vida sedentários e alterações na ingestão alimentar são considerados responsáveis

pelo aumento da frequência de excesso de peso (ESCRIVÃO, 2000; BRASIL, 2010).

As práticas alimentares dos escolares estudados foram descritas por meio do consumo

de alimentos marcadores de alimentação saudável e não saudável. Esta metodologia de

avaliação do consumo alimentar foi escolhida neste estudo por tratar-se de um instrumento

simples e validado para a população adolescente, que possibilita a caracterização do padrão

global da dieta, avaliando-a qualitativamente no âmbito coletivo (CASTRO et al, 2008;

BRASIL, 2009; TAVARES, 2014b; BRASIL, 2015a).

Este estudo buscou associar as práticas alimentares dos adolescentes com o excesso de

peso, aplicando o teste qui-quadrado. Entretanto, não houve associação entre o consumo de

alimentos MAS e MANS e a condição de peso (p>0,05). Apesar de não ter sido encontrada

tal associação, os resultados deste estudo apontam para o elevado excesso de peso entre os

adolescentes, e a participação insuficiente dos alimentos MAS e presença regular de alimentos

MANS entre eles.

O consumo regular (≥ 5 dias) de alimentos MAS observado neste estudo foi maior para

o feijão (68,6%) e hortaliças (46,4%), e similar para as frutas (30,0%) quando comparados

com os dados da PeNSE para escolares de 13 a 15 anos do Brasil , que constatou consumo

regular de 60,7% para o feijão, 37,7% para hortaliças e 32,7% para frutas (BRASIL, 2016). A

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nível local, o consumo destes alimentos foi similar ao encontrado pela PeNSE (BRASIL,

2016) para a mesma faixa etária, que verificou o consumo regular de feijão (65,4%),

hortaliças (41,4%) e frutas (33,8%).

Um estudo transversal realizado com 827 adolescentes de 14 a 19 anos da rede pública e

privada de ensino, em Goiânia – GO, utilizou como instrumento os marcadores de consumo

alimentar da PeNSE de 2009 (BRASIL, 2009; NOLL et al., 2016). O consumo de feijão e

frutas constatado por NOLL et al. (2016) foi similar com o encontrado neste estudo, ao passo

que as hortaliças tiveram maior consumo entre os adolescentes da referida pesquisa de

Goiânia, em que 47,5% consumiam legumes cozidos e 56,7% hortaliças cruas.

Dois estudos transversais também utilizaram como instrumento os marcadores de

consumo alimentar da PeNSE (BRASIL, 2009) para identificar o consumo alimentar, padrões

globalizados e cultura alimentar regional de adolescentes, sendo ambos parte da pesquisa

“Mapeamento da cultura alimentar da população adolescente nas capitais brasileiras e no

Distrito Federal”, realizada pela Universidade de Brasília em 2011/2012 (MAIA et al., 2014;

SANTANA, 2016).

SANTANA (2016) avaliou o consumo alimentar de 14.653 adolescentes do 9º ano do

ensino fundamental de escolas públicas e privadas de todo o país, com idade de 10 a 19 anos,

utilizando metodologia da PeNSE de 2012 (BRASIL, 2012). A amostra foi constituída

principalmente por escolares com 14 anos (50,5%), o que possibilita maior comparação com

os dados desta pesquisa. Os resultados encontrados por SANTANA (2016) foram inferiores

para o consumo regular de feijão (54,1%) e hortaliças (32,0%), com maior proporção de

consumo de frutas (36,9%) quando comparados a este estudo.

Por outro lado, MAIA et al. (2014) estudaram 10.514 adolescentes de 13 a 14 anos do

9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas das capitais e Distrito Federal,

com intuito de comparar o consumo de alimentos MAS e MANS na região Centro-Oeste com

as demais regiões. Os autores identificaram que o consumo regular de feijão e de hortaliças

foi maior na região Centro Oeste (p<0,001) do que nas demais regiões brasileiras. MAIA et

al. (2014) constatou que entre os adolescentes da região Centro Oeste, prevalência similar do

consumo regular de feijão (66,7%), menor consumo regular de hortaliças (36,8%) e maior

para frutas (36,8%) quando comparados a este estudo.

Analisando a ausência de consumo de alimentos MAS, nota-se que apesar das hortaliças

terem tido um consumo regular maior entre os adolescentes do que as frutas, a primeira se

destaca como sendo o principal grupo que esteve ausente na alimentação dos escolares

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avaliados; ao passo que as frutas tiveram o menor percentual de consumo ausente, embora

tenha sido o marcador de alimentação saudável com menor proporção de consumo regular.

O consumo ausente de alimentos MAS identificado neste está em consonância com os

achados de MAIA et al. (2014), SANTANA (2016), e da PeNSE (BRASIL, 2016) para o

Brasil e Cuiabá em relação ao consumo de feijão e hortaliças. Para as frutas, o consumo

ausente foi similar ao encontrado por MAIA et al. (2014), SANTANA (2016), e da PeNSE

para adolescentes brasileiros (BRASIL, 2016); e à nível local (Cuiabá), as frutas tiveram

maior consumo em nenhum dia anterior na PeNSE (23,1%) do que neste estudo (12,3%).

Considerando o consumo de alimentos marcadores de alimentação saudável por gênero,

o presente estudo não verificou tal associação. Diferente deste estudo, SANTANA (2016)

identificou maior consumo regular de feijão entre os meninos (p<0,01) e de hortaliças cruas

entre as meninas (p<0,01).

Em linhas gerais, o maior consumo de feijão e hortaliças observado neste estudo condiz

com o estudo de MAIA et al. (2014), que observou maior consumo destes alimentos entre os

adolescentes da região Centro-Oeste em relação aos adolescentes de outras regiões do Brasil.

Em contrapartida, o maior consumo de hortaliças atestado por NOLL et al. (2016) pode ser

decorrente da maior participação deste grupo de alimentos na dieta dos adolescentes da rede

privada de ensino (p>0,001) quando comparados com os adolescentes da rede pública, uma

vez que existe relação da renda com a disponibilidade de alimentos, isto é, conforme há o

incremento da renda há também maior acesso aos alimentos.

Sobre o consumo de frutas, o resultado que mais se destacou foi que neste estudo o seu

consumo ausente mostrou-inferior quando comparado com os dados da PeNSE (BRASIL,

2016) para Cuiabá, o que pode estar associado a um possível aumento de consumo regular de

frutas entre os escolares com excesso de peso visando um padrão alimentar mais saudável

como tentativa para redução de peso, e portanto, resultando em uma situação de causalidade

reversa no estudo.

O consumo de feijão, frutas e hortaliças encontrados neste estudo não estão de acordo

com as recomendações nacionais e internacionais para uma alimentação saudável (WHO,

2003; BRASIL, 2006; BRASIL, 2014a). O Ministério da Saúde através do Guia Alimentar

para População Brasileira preconiza que a base da alimentação saudável deve ser composta

por alimentos in natura e minimamente processados, com consumo diário de feijão, frutas e

hortaliças, entre outros alimentos (BRASIL, 2014a). Estes alimentos quando consumidos

regularmente estão associados a um efeito protetor à saúde, sendo indicados devido à baixa

densidade energética, seus teores de micronutrientes e fibras, e pela presença de compostos

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bioativos; e auxiliam na regulação da pressão arterial e glicemia, controle do ganho de peso,

prevenção contra câncer e doenças cardiovasculares (SCHIERI et al., 2002; WHO, 2003;

PAPANIKOLAU e FULGONI, 2008; FALLER e FIALHO, 2009; BRASIL, 2014a).

A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2003) relaciona o baixo consumo de frutas,

verduras e legumes entre os principais fatores de risco para a carga global total de doenças e

preconiza, desde 2002, o consumo diário mínimo de 400g desses alimentos. Notou-se neste

estudo o baixo percentual daqueles que consumiram regularmente frutas e hortaliças, o que

pode representar risco e repercussões negativas à saúde.

Neste estudo, o consumo regular dos alimentos MANS teve resultados similares aos

encontrados pela PeNSE (BRASIL, 2016) para o Brasil e Cuiabá para as guloseimas,

refrigerante e salgados fritos; tendo os ultraprocessados salgados um menor consumo neste

estudo (20,0%) do que na referida pesquisa (31,1%). O consumo regular de guloseimas como

o principal alimento MANS entre os adolescentes vai de encontro aos demais estudos

nacionais (MAIA et al., 2014; SANTANA, 2016; NOLLI et al., 2016). Já para os salgados

fritos, este resultado só diferiu em relação ao estudo de SANTANA (2016), que obteve maior

consumo desse grupo em sua pesquisa; e o refrigerante também teve menor consumo no

presente estudo, sendo cerca de 10,0% menor do que o encontrado por MAIA et al. (2014) e

SANTANA (2016), e similar ao obtido por NOLL et al. (2016).

Em relação ao consumo regular de ultraprocessados salgados, tais estudos utilizaram o

questionário da PeNSE de 2009 (BRASIL, 2009; MAIA et al., 2014; NOLL et al., 2016;

SANTANA et al., 2016), em que as categorias de alimentos eram diferentes da última versão

da pesquisa. Assim, os alimentos ultraprocessados salgados englobam em sua categoria os

embutidos e biscoitos salgados, em que MAIA et al. (2014) encontrou o consumo médio

regular dessa categoria de 24,9% (sendo 20,0% para embutidos e 29,8% para biscoitos

salgados), e SANTANA (2016) encontrou consumo regular de 28,6% (22,7% para embutidos

e 34,6% para biscoito salgado), similar a este estudo.

Para os alimentos MANS, o consumo ausente entre os escolares avaliados neste estudo

está de acordo com os resultados da PeNSE (BRASIL, 2016) para Brasil e Cuiabá, para os

salgados fritos, ultraprocessados salgados e guloseimas; já o refrigerante teve consumo

semelhante para Cuiabá (39,5%) e menor para o Brasil (26,7%). MAIA et al. (2014) e

SANTANA (2016) também encontraram que os alimentos com maior proporção de consumo

ausente na semana foram os salgados fritos, refrigerante e guloseimas; MAIA et al. (2014)

verificou consumo médio em nenhum dia da semana anterior de ultraprocessados salgados de

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18,8% (sendo 15,3% para embutidos e 22,3% para biscoitos salgados) e SANTANA (2016)

de 16,2% (15,6% para embutidos e 18,0% para biscoitos salgados).

Entre os sexos, o hábito de consumir alimentos MANS não diferiu, o que mostra que a

participação desses alimentos é constante entre os adolescentes (p=0,99). SANTANA (2016),

por outro lado, identificou em seu estudo que os meninos apresentaram maior consumo de

refrigerante (p<0,01) e as meninas um maior consumo de guloseimas (p<0,01).

Diferente do observado nesse estudo, TERRES et al. (2006) constataram associação

entre o ato de se realizar dietas e a obesidade em adolescentes (p<0,01) e D’ÁVILA e

KIRSTEN (2017) verificaram que os adolescentes eutróficos apresentaram maior consumo de

alimentos ultraprocessados em um município do Rio Grande do Sul (p<0,001).

Sabe-se que o consumo e os hábitos alimentares sofrem influência por questões

culturais, socioeconômicas, industrialização e propagandas veiculadas na mídia, e que a

participação de alimentos ultraprocessados é crescente entre os adolescentes (SANTOS et al.,

2005). Na adolescência, a influência da mídia e do meio social, a praticidade de consumo, o

fácil acesso e alta palatabilidade dos alimentos ultraprocessados contribuem para o aumento

de seu consumo (PETTY et al., 2015).

Os alimentos ultraprocessados possuem composição nutricional desbalanceada, sendo

produtos com alta carga glicêmica, elevada densidade energética, ricos em sódio, gordura e

açúcares (LOUZADA et al., 2015; BRASIL, 2014a). Além disso, contam com características

como o sabor acentuado (que favorece o prazer e a dependência), e estão associados à

praticidade de consumo e a comercialização de porções exorbitantes (BRASIL, 2014a). Esses

atributos favorecem o consumo involuntário de calorias, pois podem afetar os mecanismos de

sinalização de saciedade e controle do apetite, que podem levar ao ganho de peso (BRASIL,

2014).

Conforme LOUZADA et al., (2015), os alimentos ultraprocessados aumentam a

densidade calórica da dieta diária, além de elevar os teores de gordura saturada e trans,

açúcar, com reduzida oferta de fibras e micronutrientes; e uma dieta com menor participação

destes alimentos se assemelha mais às recomendações nutricionais de alimentação saudável

(BRASIL, 2014a). O Ministério da Saúde estabelece que as práticas alimentares saudáveis

quando exercidas desde a juventude contribuem para a manutenção deste comportamento na

vida adulta (BRASIL, 2006), o que reforça a necessidade vigilância nutricional para esse

público.

As limitações deste estudo são inerentes ao tamanho amostral, portanto os resultados

constatados são referentes apenas ao grupo específico de adolescentes estudados. Além disso,

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pelo fato das informações das condições socioeconômicas, comportamentos de risco à saúde e

práticas alimentares serem autorreferidas, estas podem ter sofrido viés de memória e sub ou

superestimação de relato. O delineamento deste estudo, por ser de corte transversal e avaliar o

desfecho no presente, não permitiu verificar as relações de causa e efeito entre as variáveis.

Como pontos positivos, destaca-se a utilização dos marcadores de consumo alimentar

para a população adolescente, sendo pouco empregada em estudos epidemiológicos além da

PeNSE. Conforme TAVARES et al. (2014b), um fator que poderia ser limitante é que tal

questionário se refere ao consumo alimentar na última semana, o que poderia não refletir o

consumo alimentar habitual; e por tratar-se de um instrumento simplificado, não possibilita

uma análise detalhada da alimentação. Tal autor confronta tais aspectos ao ressaltar que essa

metodologia é validada, amplamente empregada em sistemas internacionais de avaliação do

consumo alimentar, inclusive para adolescentes, e é oportuna dentro do contexto de vigilância

nutricional.

Diante dos resultados expostos neste estudo sobre o perfil antropométrico e práticas

alimentares dos adolescentes, é possível afirmar a importância da articulação de ações visando

a promoção da saúde desta população, tendo em vista o impacto que tais determinantes

exercem sob a saúde.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

.

No grupo estudado, foi identificado uma elevada prevalência de excesso de peso,

sobretudo no sexo feminino. As práticas alimentares mostraram-se insuficientes em relação às

recomendações de uma alimentação saudável, com maior prevalência do consumo regular de

feijão e hortaliças. O consumo regular de alimentos ultraprocessados (MANS) se fez

constante entre os adolescentes, destacando-se a guloseima e o refrigerante.

Assume-se que os achados deste estudo estão em consonância com a literatura exposta,

e que a utilização dos marcadores de consumo alimentar se mostrou um instrumento simples e

útil para a caracterização qualitativa da dieta dos adolescentes. Por fim, ressalta-se a

necessidade de realização de ações de promoção da saúde para esse grupo populacional,

diagnosticar precocemente os distúrbios nutricionais e traçar medidas de intervenção, visando

incentivar práticas alimentares e de comportamentos saudáveis.

A partir dos resultados constatados, ressalta-se a importância de se avaliar o perfil

antropométrico e as práticas alimentares dos adolescentes, tendo em vista a conhecida relação

que uma alimentação inadequada exerce sobre a saúde, elevando a prevalência de excesso de

peso e favorecendo a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis.

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39

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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9. ANEXOS

9.1 ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO APLICADO

. I. CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS E ESTILO DE VIDA

1. Nome: ____________________________________ Data de nascimento: ____/____/_____

2. Sexo: (A) feminino (B) masculino

3. Qual série você estuda? (A) Sétimo ano (B) Oitavo ano (C) Nono ano

4. Em qual período você estuda? (A) Matutino (B) Vespertino

5. Você está gestante ou amamentando atualmente? (A) Sim (B) Não

6. Você tem alguma doença crônica (do tipo diabetes, pressão alta, colesterol alto, alergia,

etc.) (A) Sim (B) Não. Se sim, qual? _______________________________

7. Você toma algum medicamento de forma contínua? (A) Sim (B) Não. Se sim, qual?

8. Qual é a sua cor ou raça? (A) Branca (B)Preta (C)Amarela (D)Parda (E)Indígena

9. Você mora com quem? (A) Mãe (B) Pai (C) Mãe e pai (D)Outro

10. Quem é o chefe da sua família? (A) Mãe (B) Pai (C) Outros

11. Até qual série sua mãe estudou ou estuda?

(A). Minha mãe não estudou

(B). Minha mãe começou o ensino fundamental, mas não terminou

(C). Minha mãe terminou o ensino fundamental

(D). Minha mãe começou o ensino médio, mas não terminou

(E). Minha mãe terminou o ensino médio

(G). Minha mãe terminou a faculdade

(H). Não sei

12. Até qual série seu pai estudou ou estuda?

(A). Meu pai não estudou

(B). Meu pai começou o ensino fundamental, mas não terminou

(C). Meu pai terminou o ensino fundamental

(D). Meu pai começou o ensino médio, mas não terminou

(E). Meu pai terminou o ensino médio

(F). Meu pai começou a faculdade, mas não terminou

(G). Meu pai terminou a faculdade

(H). Não sei

13. Contando com você, quantas pessoas moram na sua casa ou apartamento?

(A) 1 pessoa (moro sozinho)

(B) 2 pessoas

(C) 3 pessoas

(D) 4 pessoas

(E) 5 pessoas

(F) 6 ou mais pessoas

14. Quais dos itens ou serviços abaixo há em sua casa?

(A) Automóvel

(B) Banheiro com chuveiro

(C) Computador ou notebook

(D) Telefone celular

(E) Acesso à internet

(F) Empregada mensalista

15. Você tem algum trabalho ou emprego atualmente? (A) Sim (B) Não. Se sim, você recebe

dinheiro por este trabalho ou emprego? (C) Sim (D)Não

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16. Você recebe mesada? (A) Sim (B) Não

17. Você já experimentou cigarro alguma vez em sua vida, mesmo uma ou duas tragadas?

(A) Sim (B) Não. Se sim, você fumou 1 ou mais cigarros por dia, nesses últimos trinta dias?

(C) Sim (D) Não

18. Você já experimentou ingerir bebida alcoólica alguma vez em sua vida? (A) Sim (B) Não

Se sim, você ingeriu pelo menos uma dose de bebida alcoólica (considerando dose como: uma

lata de cerveja, ou um copo de chopp, ou uma taça de vinho, ou uma dose de

cachaça/uísque/vodca/etc) por dia, nesses últimos trintas dias? (C) Sim (D) Não

19. Você pratica alguma atividade física programada?

(A) Sim (B) Não. Se sim, qual? _______________Quantas vezes por semana?__________

Qual a duração? ________________

II. FREQUÊNCIA DO CONSUMO ALIMENTAR

1. Assinale no quadro abaixo quantos DIAS DA SEMANA PASSADA (últimos 7 dias) você

consumiu cada categoria de alimento.

ALIMENTOS

FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR NA ÚLTIMA SEMANA

Nenhum

dia 1 dia 2 dias

3 dias 4 dias 5 dias 6 dias

Todos

os dias

(A) FEIJÃO

(B) SALGADOS FRITOS (ex:

batata frita, coxinha, quibe,

pastel, etc.)

(C) LEGUME OU

VERDURA (exceto batata e

mandioca ex: alface,

beterraba, chuchu, brócolis,

etc.)

(D) GULOSEIMAS (ex:

doces, balas, chocolate,

pirulito, chiclete, etc.)

(E) FRUTA FRESCA OU

SALADA DE

FRUTAS (exceto suco)

(F) INDUSTRIALIZADO

SALGADO (ex: hambúrguer,

presunto, mortadela, salame,

linguiça, salsicha, miojo,

skinny, biscoitos salgados,

etc.)

(H) REFRIGERANTE

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9.2. ANEXO 2. TERMO DE CONSENTIMENTO (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estamos convidando seu filho (a) para participar de forma voluntária da pesquisa “ESTADO

NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES EM CUIABÁ – MT”, que tem

como objetivo avaliar o estado nutricional de estudantes adolescentes matriculados em uma escola da

rede pública municipal de ensino de Cuiabá - MT.

Para participar desta pesquisa, o adolescente irá contribuir por meio do preenchimento de

questionários contendo perguntas a respeito de seu estilo de vida (hábitos alimentares, prática de

atividade física) e condições socioeconômicas. Também serão realizadas a coleta das medidas do peso

e altura de forma privada. Todas estas informações serão obtidas durante o período escolar, nas

dependências da escola.

Os dados coletados serão objeto de estudo no Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso, em que será preservada a privacidade dos

participantes da pesquisa, mantendo sigilo sobre sua identidade ou qualquer outro dado ou elemento

que possa identificá-lo. Essas informações serão utilizadas única e exclusivamente para fins

acadêmicos e científicos.

Os adolescentes com alguma desordem nutricional, como excesso de peso ou baixo peso, receberão

orientações nutricionais específicas. Os riscos oferecidos pela pesquisa são mínimos, somente aqueles

relacionados ao desconforto de preenchimento dos questionários e de coleta de peso, altura e

circunferência da cintura.

Em qualquer momento você poderá recusar a participação de seu filho (a) no estudo, sem precisar

haver justificativa, e sem qualquer prejuízo.

Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Alaice Aparecida Fagundes Macedo da

Rocha, Laís Cristiny Corrêa Nascimento e Társila Tamires Querobim Souza, alunas do curso de

graduação em Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso, sob orientação da professora Lorena

Barbosa Fonseca. Você poderá entrar em contato pelo telefone (65) 3615-8817, ou poderá ser feito

contato com o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da área da Saúde da UFMT, pelo

telefone 3615-8254, com a coordenadora Bianca Borsatto Galera.

Após ter sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado, ter recebido uma via deste

documento, e ter compreendido a natureza e o objetivo do estudo, eu,

_______________________________________ (nome do pai ou responsável), portador do

documento de Identidade _______________,responsável legal por

____________________________________ (nome do adolescente), autorizo sua participação na

referida pesquisa, estando totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico a receber ou a

pagar por isso.

Cuiabá, ___/___/_____

______________________________________

(Assinatura do responsável legal pelo adolescente)

____________________________________

Assinatura do (a) pesquisador (a)

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9.3. ANEXO 3. TERMO DE ASSENTIMENTO

TERMO DE ASSENTIMENTO

Você está sendo convidado (a) para participar de forma voluntária da pesquisa “ESTADO

NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES EM CUIABÁ – MT”, que tem

como objetivo avaliar o estado nutricional de estudantes adolescentes matriculados em uma escola da

rede pública municipal de ensino de Cuiabá - MT.

Para participar desta pesquisa, seu pai ou responsável deverá autorizar e assinar um termo de

consentimento. O responsável por você poderá retirar o consentimento ou interromper a sua

participação a qualquer momento. Você não terá nenhum custo e nem obterá nenhuma vantagem

financeira. Você será esclarecido (a) em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou

recusar-se. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade.

Sua participação na pesquisa consiste no preenchimento de questionários contendo perguntas a

respeito de seu estilo de vida (hábitos alimentares, prática de atividade física) e condições

socioeconômicas. Também serão realizadas a coleta de suas medidas de peso e altura de forma

privada. Todas estas informações serão obtidas durante o período escolar, nas dependências da escola.

Os dados coletados serão objeto de estudo no Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso, em que será preservada a privacidade dos

participantes da pesquisa, mantendo sigilo sobre sua identidade ou qualquer outro dado ou elemento

que possa identificá-lo. Essas informações serão utilizadas única e exclusivamente para fins

acadêmicos e científicos.

Você não será identificado em nenhuma publicação. Os riscos oferecidos pela pesquisa são mínimos,

somente aqueles referentes ao processo de coleta de dados. Como benefícios, terão orientações

nutricionais para os adolescentes que apresentarem sobrepeso e obesidade.

Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e compreendido a natureza e o

objetivo do estudo, eu, __________________________________________________, portador (a) do

documento de Identidade ____________________ (se já tiver documento), fui informado (a) dos

objetivos da presente pesquisa, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a

qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu responsável poderá modificar a

decisão de participar se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu responsável já assinado,

declaro que concordo em participar dessa pesquisa. Recebi o termo de assentimento em duas vias de

igual teor e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Cuiabá, ___/___/_____

_________________________________

Assinatura do (a) adolescente

____________________________________

Assinatura do (a) pesquisador (a)