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DICAS PARA CONCURSOS Guilherme Baptista de Siqueira - “Homerzinho”

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DICAS PARA CONCURSOS

Guilherme Baptista de Siqueira - “Homerzinho”

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1- Introdução

2- Por que resolvi ser concurseiro

3- Como decidi que concurso eu prestaria

4- Aprendendo a estudar.

5- Área Fiscal: Bibliografia

6- Escolhendo novas bibliografias

7- Resolvendo questões: Velocidade

8- Resolvendo questões: Truques

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Introdução: Um pequeno Background

Meu nome é Guilherme Baptista de Siqueira. Sou mais conhecido nesse fórum como "Homerzinho". Me formei em Engenharia Elétrica (Ênfase em sistemas eletrônicos) pela universidade de São Paulo.

Como todo engenheiro, sempre tive uma certa facilidade com matérias exatas. E, embora a maioria das matérias do concurso em que fui aprovado sejam da área de humanas, acho que essa habilidade me ajudou muito a diminuir o tempo da minha jornada.

Essa, portanto, é minha primeira dica: seja bom em exatas. Perca seu preconceito com os números e dê uma atenção especial a matérias como Raciocínio Lógico, Matemática Financeira e Estatística. Mesmo que elas não valham tantos pontos no seu concurso, estudando-as você desenvolve um raciocínio analítico que acaba ajudando em todas as matérias. Além disso, essas matérias são verdadeiras "matérias curinga" pra área fiscal. Ou seja, caem em quase todos os certames.

Por que resolvi ser concurseiro

Do terceiro pro quarto ano de faculdade, a maioria dos meus amigos da faculdade começou a estagiar. Eu não tinha muita vontade de estagiar naquela época, mas como eu teria que estagiar pra me formar resolvi me inscrever em alguns processos seletivos.

No final dessa triagem dos processos seletivos, consegui um estágio na Microsoft, na área de vendas. Todas as pessoas que conheci lá eram sensacionais. Só que bastou um cara ser maldoso pra me desanimar totalmente com a iniciativa privada.

Fui sacaneado por outro estagiário. O cara se apropriou de um trabalho meu. Isso me deixou extremamente puto. Por sorte, meus amigos de lá me ajudaram a "desmascarar"o sujeito e ele acabou não sendo efetivado. Só que esse episódio abriu meus olhos quanto às podridões do mundo corporativo.

Depois desse "evento" comecei a procurar sobre concursos públicos e cheguei ao FC. Quando entrei no fórum me assustei. Eu não conseguia entender nem as postagens sobre métodos de estudo (HBC, AFRF, AFTM eram siglas gregas pra mim). Por incrível que pareça, isso me desanimou bastante, hehe. Depois de um tempo, aprendi os principais termos e comecei a me animar com essa ideia de concurso.

Quanto mais lia o fórum, mais ficava maravilhado com o mundo dos concursos. Por fim, decidi me demitir da MS. Saí de lá por querer começar a estudar logo pros certames e pra terminar meu TCC, que estava meio enrolado. Meu pai, inicialmente foi contra a ideia. Falou que eu estava "jogando fora" minha faculdade. Depois de um tempo falando com ele e por ele ver que eu ficava muito chateado com

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umas coisas do mercado ele percebeu que, realmente, para mim, os concursos eram uma ótima escolha.

Também contei com o apoio da minha namorada. Ela achou uma boa desde o começo. No final, acabei fazendo ela virar a casaca e virar concurseira também.

Como decidi que concurso eu prestaria

Depois de me familiarizar com os termos do fórum e, como diz o Meirelles, afiar um pouco do machado, percebi que tinha que escolher uma só área pra focar, do contrário não teria chances. Como eu não tinha formação jurídica, minhas opções eram basicamente a área fiscal, o ciclo de gestão ou o legislativo.

Nesse meio tempo, falei com um conhecido meu que era servidor do TCU e ex-politécnico. Na verdade, era "conhecido" na época. Hoje considero ele um grande amigo. O cara me tirava todas as dúvidas com relação ao "como estudar". Deve ter respondido umas 30 vezes às mesmas perguntas. E tudo isso pra ganhar uma caixa de cerveja quando eu passasse!

Pelo que ele me falou e pelas informações que colhi no fórum, optei pela área fiscal principalmente pelos seguintes motivos:

a) Mesmo tendo muitas matérias humanas, ainda haviam algumas matérias com continhas, e achei que isso me daria uma pequena vantagem.

b) Cumprindo o edital de um grande concurso fiscal como o do AFRF ou o do ICMS/RJ eu teria uma formação concursística muito "eclética". Isso significava, na prática, que se eu quisesse mudar a área não precisaria de uma guinada absurda.

c) Parecia a área mais fácil de se obter material. A maioria dos concurseiros que eu conhecia pessoalmente estudava pra essa área. Dessa forma, me parecia bem mais fácil de achar companheiros e conseguir ajuda se precisasse.

Esses três motivos se mostraram bem razoáveis ao longo dos meus estudos. Então, se você está iniciando e precisa escolher uma área, pode levá-los em conta. Talvez, o mais "fraco" seja o terceiro. Hoje em dia é muito fácil conseguir material pra qualquer concurso que você quiser.

Aprendendo a estudar: Uma introdução.

Embora, pelo meu histórico, pareça que eu sabia bem estudar, não era bem esse o caso. Os estudos pra faculdade e pra escola (como já disse o Meirelles) são muito diferentes dos estudos pra concurso.

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No concurso, são muito mais matérias. Em alguns casos, mais de 20 matérias, como para AFRF, por exemplo. Além disso, e o que eu considero a diferença fundamental, você precisa RETER A MATÉRIA POR MUITO TEMPO. Eu dei sorte de perceber isso logo. Se não me engano, foi lendo o manual do concurseiro do Alex que aprendi isso.

Ele comenta sobre isso no manual, e enfatiza mais ainda no livro. Tem uma passagem dele reflete bem a maioria das matérias pra concurso. Em linhas gerais ele diz que a maioria das matérias dos concursos não são absurdamente difíceis. Normalmente, entendê-las é fácil, o problema é guardar tanta coisa e por tanto tempo.

Enfim, percebi que precisaria aprender a estudar para concursos. Se você quer ser aprovado, vai ter que saber isso também. Recomendo os seguintes materiais para isso (Aliás, recomendar não expressa bem o que sinto sobre esses materiais. Se você quer passar, DEVE, lê-los, pelo menos uma vez.):

a) Como estudar para concursos - Alex Meirelles. Esse livro contém tudo que o manual do Alex tem e adiciona MUITA COISA. Sério, não posso recomendá-lo o suficiente. Eu, quando o li, já sabia da maioria das coisas e mesmo assim aproveitei DEMAIS a leitura.

b) Aula zero do Gustavo Barchet que tem disponível em alguns sites. Esse material, além de gratuito, explica muito bem como você deve escolher um livro e a importância de resolver questões da banca.

c) A entrevista do Deme pro ponto em 2005.

d) (Opcional) As colunas do Meirelles e do Deme no site que ele escreve.

No fim, depois de ler esse material acima, você terá um machado bem afiado. Não será necessário ler mais nada em termos de preparação se você não quiser.

Como, na minha opinião, os materiais que eu recomendei cobrem quase 100% do assunto preparação, vou escrever esse pequeno manual com uma abordagem um pouco diferente. Vou expor algumas das técnicas que esse pessoal já comentou nos materiais acima, mas vou repassá-las bem rapidamente e focar nos erros que as pessoas cometem ao colocá-las em prática.

Também vou tentar adicionar algo que eu acho que não li nos materiais que vi. De forma alguma acho que serei "original" com esse texto. Sempre que minha memória colaborar, eu darei os devidos créditos a quem expôs a ideia. Como provavelmente esquecerei de alguém, caso eu tenha esquecido de você, é só me mandar um e-mail e eu adiciono os créditos o mais rápido possível.

Aprendendo a estudar: Compilação das estratégias que usei.

As estratégias que usei (supondo que a escolha do material já tivesse sido feita) foram as seguintes:

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a)Ciclos um pouco adaptados

Acho que todos conhecem a ideia dos ciclos que foi criada (ou, pelo menos, popularizada) pelo Alex. Basicamente a ideia é fazer um ciclo fixo de matérias que vão sendo repetidas até você adicionar alguma nova ou alterá-lo. Por exemplo, se você tem as matérias A, B, C e D pra estudar pra um concurso qualquer, um possível ciclo seria o seguinte:

A- 1h30

B- 2h

C- 2h

D- 1h

De acordo com a ideia do Meirelles, ao começar o ciclo você estudaria 1h30 da A, logo em seguida 2h da B e assim por diante. Quando terminasse a 1h de D, repetiria tudo novamente.

A vantagem do ciclo é evidente. Você terá a certeza que não está deixando de lado alguma matéria. Sem um sistema desse tipo, você fica perdido, estudando a esmo. Além disso, a ideia do ciclo permite que você estude sempre que tiver um tempo livre. Se surgir algum imprevisto, os ciclos não viram uma bola-de-neve (como seria o caso de um horário fixo por dia). Enfim, todas essas ideias já foram amplamente discutidas no livro do Meirelles. Se você não o leu, largue esse manual e faça isso agora.

Eu gostei muito dos ciclos. Embora tenha adotado algumas modificações, sugeridas pelo meu amigo do TCU (Marcel). Como eu tinha o dia inteiro pra estudar, ele sugeriu que eu fizesse dois ciclos. Um eu "rodaria" pela manhã, com matérias novas e outro à tarde, com revisões e exercícios. O objetivo, é passar as matérias pro ciclo da tarde. Assim que você fecha uma parte razoável da teoria, você põe a aquela parte no ciclo das revisões. Depois de um tempo, quando você esgotar a teoria, a matéria sai completamente do ciclo da manhã e fica só no ciclo da tarde.

b)Grifar e reler rapidamente

Essa “técnica” eu li numa entrevista do Deme. Ele disse que lia, grifava o mais importante e depois relia só os grifos. Eu fazia isso, mas tentava economizar o máximo possível nas grifadas. Às vezes, grifava só palavras. Um exemplo de como eu grifava:

A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

Depois, quando eu ia reler, me forçava a ler somente as partes amarelas. E, na minha cabeça, só lendo essas palavras e tentando extrair sentido delas, acabava fazendo o que os especialistas chamam de Active Recall. Isto é, eu não lia os textos de forma totalmente passiva. Eu acabava forçando a

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memória, já que só lia algumas palavras e precisava extrair sentido pra elas.

Além de ter essa vantagem da leitura “ativa”, eu não precisava fazer resumos. Conseguia ler muitas páginas de um capitúlo rapidamente. Como eu grifava muito pouca coisa, ficava rápido de ler. Às vezes, eu batia o olho em algum título ou subtitúlo e tentava falar pra mim mesmo o que havia na seção. Se eu lembrasse grande parte corretamente, já dava uma boa pulada.

Certamente alguém vai achar que é mentira, mas eu cheguei a “ler” os Descomplicados umas três ou quatro vezes usando esse método. Depois que você se acostuma, você acaba lendo muito rápido. E, pulando algumas partes que eu lembrava corretamente, eu conseguia acelerar bastante a leitura.

Finalizando essa parte, vou falar um pouco mais sobre os resumos, pois sei que muita gente vai me perguntar. Eu tentei fazê-los no começo, mas não tive sucesso. Mesmo tendo bastante tempo pra estudar, sentia que o estudo não ia pra frente. Demorava horas pra resumir um capitúlo. Essa tática de grifar pouco e reler rapidamente é muito interessante. Vejam se conseguem adaptá-la à sua forma de estudos. Provavelmente terão um bom ganho

c)Revisões e o SRS

Tenho certeza que muita gente já leu algo sobre isso mas não conhecia pelo nome. No livro do Alex Meirelles, ele bate muito na tecla das revisões. E ele esta CERTÍSSIMO. As matérias de concurso, em geral, não são difíceis de aprender. O problema é decorar. Se você não revisar, vai terminar o quinto capitúlo sem lembrar de nada do primeiro.

Uma das formas mais simples de revisar o conteúdo é fazendo exercícios. Mas tem que fazer MUITOS exercícios. Quando eu cansava de estudar, ia fazer execícios no SUPERPROVAS. Mas eu fazia muitos mesmo. Numa “rodada”, fazia de 150 a 200 de uma matéria. Como eu estabelecia uma meta alta de exercícios, acabava aprendendo a ser rápido (mais sobre isso nos próximos capitúlos, hehe). Do contrário, gastaria o dia inteiro no superprovas. Muita gente já enfatizou a importância disso, mas eu tenho que repetir: CANSE DE FAZER EXERCÍCIOS.

Ainda nessa parte de exercícios, tenho outra dica interessante. Refaça os exercícios que errou em outros dias. Os programas em geral tem um filtro pra selecionar só os que você errou. Me aproveitando disso, sempre que eu ia começar uma maratona de exercícios, fazia primeiro os que já tinha errado alguma vez. Isso garantia que eu não esqueceria o mais importante, ou seja, o que eu errei.

Eu não usei nenhum material de questões comentadas. Sempre que eu errava alguma, procurava o começo do enunciado no google. Geralmente já existia a resolução em algum lugar.

Recomendo também que você não faça muitas questões logo após acabar um capitúlo. Eu fazia umas dez só pra selar o fim do capitúlo, mas, o grosso mesmo, fazia alguns dias depois.

Agora, sobre o SRS. Alguns livros mencionam o sistema. O livro do Meirelles é um bom material sobre o assunto (a parte de revisões).Eu achei algumas dicas e truques pra facilitar o método. SRS

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significa Spaced Repetition System. Os defensores do método advogam que a única maneira de decorar algo é repetir esse algo até a exaustão. Com intervalos sempre mais espaçados, sendo que o espaçamento é calculado pela dificuldade que você tem com a matéria.

Há alguns algoritmos que facilitam o método. Um, bem simples, mas efetivo é o que aprendemos com o Alex. Se você leu a matéria no dia A, revise no dia A+1, A+7, A+30 e depois a cada dois ou três meses.

O problema desse método é que você precisa ser bem organizado com sua agenda pra saber que dia você tem que rever que capitúlo/seção/matéria. Pra automatizar o processo (caso você seja desorganizado como eu), você pode usar alguns softwares (inclusive open source e gratuitos). O bom dos softwares é que, além de automatizar o processo, ele calcula o espaçamento de forma mais otimizada.

Os dois principais programas que achei pra fazer o SRS foram o Anki e o Supermemo. O primeiro é gratuito e pode ser baixado em qualquer site de downloads. Os programas funcionam da seguinte forma:

1)Você cria um flashcard de uma matéria (geralmente com uma pergunta sobre a matéria) e adiciona ao banco de dados.

2)O programa, nos dias seguintes, mostra o cartão pra você de novo, dessa vez sem a resposta.

3)Você responde mentalmente e depois clica em ver resposta.

4)O programa oferece várias opções pra você marcar, de acordo com o seu desempenho (de péssimo a perfeito).

5)Conforme sua resposta, o programa agenda a próxima exibição do flashcard. Se você foi bem, o flashcard só vai aparecer daqui um tempo maior do que apareceria se você foi mal.

Quando eu comecei a usar o programa fiquei maravilhado. O problema é que eu gastava muito tempo fazendo os flashcards. Daí tive uma ideia que implementei só depois do edital e que eu achei ótima.

Ao invés de fazer os flashcards com perguntas e respostas, eu só adicionava o título da parte da matéria que eu tinha lido naquele dia. Por exemplo “Controle de constitucionalidade”. Daí, quando o software mostrasse pra mim aquele flashcard, eu abria o superprovas e fazia umas 50 questões sobre o assunto. Depois, quando ele perguntava meu desempenho, eu marcava de acordo com minha nota nesse “simulado.

Área fiscal: Bibliografia

Eu não gosto muito de falar sobre bibliografia, mas como todo mundo vai perguntar, vou

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colocar aqui os livros que usei. Eu não gosto do assunto pois essa parte só vai servir pra quem está lendo esse texto atualmente. Em pouco tempo as bibliografias se desatualizam. Inclusive, eu tenho uma ideia pra facilitar a escolha da bibliografia. Em breve vou tentar implementá-la, mas provavelmente não vai ficar nada profissional. A ideia seria implantar um Rating System como há no site da amazon americana. Mas voltado apenas pra obras de concurso. Se alguém quiser discutir essa ideia, me mande um e-mail.

Enfim, sem mais delongas (hehe), segue a bibliografia que usei:

Português – Só fiz o curso da professora Fátima.

MF, Estatística e Raciocínio Lógico – RL e MF eu já sabia grande parte. Só revisei as fórmulas e fiz milhares de exercícios. Em estatística, usei um material da faculdade pra ver os conceitos e depois fiz muitos exercícios. No fim, pra essas três matérias, é questão de decorar as fórmulas e os algoritmos pra resolver os exercícios. Uma recomendação que vale aqui é o RL para Desesperados. Um colega tinha impresso e eu dei uma boa olhada no material. Os professores REALMENTE sabem do que falam. Se quiserem comprar um curso, acho que esse é o ideal.

Direito Tributário – Ricardo Alexandre, Direito tributário esquematizado. Esse livro dispensa comentários.

Legislação Tributária – Curso do canal em PDF. O curso foi muito bom. Só reclamei um pouquinho de alguns atrasos mas, no final, aprendi tudo que devia aprender.

Direito Civil – Lei seca e milhares de exercícios. Pra FCC foi suficiente.

Direito Penal – Fiz o curso do Estratégia em PDF com o Renan Araújo. No final, o curso foi mais aprofundado do que a prova exigiu, mas fui bem só com ele. Achei a matéria bem complexa, então não sou muito bom pra opinar aqui.

Direito Comercial – Lei seca e milhares de exercícios. Igualzinho Civil.

Constitucional – Direito Constitucional Descomplicado. Sem comentários. Livro sensacional.

Administrativo – Direito Administrativo Descomplicado. Sem comentários também.

Discursiva – Fiz um curso com a professora Carla do escrita nas entrelinhas e comecei outro com a professora Monique, amiga da professora Fátima. Acabei largando os dois no meio. Não porque fossem ruins, mas porque estavam me tomando muito tempo. Queria ser prático. No final, decorei um esqueleto de redação e adaptei na hora. Mais ou menos como a teoria das máscaras que o Nelson Sartori inventou.

Administração Pública – Não achei nenhum material que me satisfizesse completamente. Usei o livro do Agustinho Paludo e achei muito bom. O problema é que as bancas às vezes cobram umas teses de mestrado e doutorado de uns autores meio desconhecidos. Daí fica difícil até ir pela lógica. No final, fui bem na matéria só com o livro do Paludo e exercícios. Fiz todos da FCC que estavam disponíveis no SUPERPROVAS.

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Economia – Héber Carvalho. Não tem outra opção. Fechei a prova (Dei sorte de ter acertado as 20, chutei a que foi anulada e acertei, hehe).

Auditoria – Livro do Davi Barreto. Essa matéria é bem lógica, mas a prova do ISS fugiu um pouco do esperado. No final, ter lido uma boa parte do livro Contabilidade Avançada facilitada me ajudou muito pois a banca cobrou muito CPC.

Informática – Só exercícios. Já tinha um bom conhecimento da matéria.

Contabilidade – Ed Luiz Ferrari e muitos exercícios. Gostei muito do Ed, mas tem gente que acha ele complicado. Talvez pra quem esteja começando, valha a pena achar algum livro introdutório pro contato inicial. Ah, sim. Comprei também o livro do Ed de exercícios.

Finanças Públicas – Héber Carvalho.

Contabilidade Pública – Peguei emprestado um caderno/apostila de uma amiga que fez um presencial e fiz muitos exercícios. Além disso, perguntei bastante pelos fórums. Cabe um comentário aqui: Quando o edital saiu, minha primeira reação foi alocar muitas horas pra essa matéria. No final acabei deixando um pouco de lado (mas cumpri o programa). A matéria seria dividida com Contabilidade e com Finanças Públicas em 20 questões. Não valia a pena ficar muito bom nela.

Escolhendo novas bibliografias

Vou dizer agora como escolher os livros/cursos das matérias. Esse tipo de dica é mais legal pois é “atemporal”.

Eu vi uma parte dessa dica pela primeira vez num texto do Gustavo Barchet. Se não me engano foi na aula 0 de direito adminstrativo que ele deu uma vez no ponto. Depois adaptei um pouco pras minhas necessidades.

O “algoritmo” que eu usei pra escolher materiais:

1)Ver o livro mais recomendado na seção correspondente do fórum (Geralmente é o que tem mais páginas de comentários).

2)Escolher um assunto qualquer da matéria. Ex: Controle de constitucionalidade.

3)Selecionar umas 30 ou 40 questões do assunto

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4)Dar uma olhada no capitúlo relativo a matéria e procurar todas as respostas para as questões que você selecionou (Você pode pegar o livro emprestado com algum amigo ou levar questões impressas na livraria, por exemplo).

5)Ver se o resultado foi bom. Se foi e você gostou de como o autor escreve, se prepare pra comprar o material.

6) [Importante] Tentar descobrir se a editora disponibiliza atualizações. Comprar um livro por ano acaba saindo muito custoso, e você ainda perde os grifos (O que é impensável. Um grande disperdício de tempo).

Não se esquecendo do outro mandamento canônico para concursos: UM LIVRO POR MATÉRIA. Outro livro, só se for de exercícios.

Resolvendo questões: Velocidade

Agora chegou a hora que a maioria devia estar esperando. Já adianto que provavelmente não vou dizer nada muito supreendente. Simplesmente vou dizer tudo o que fiz pra conseguir resolver a P1 do ISS-SP com tempo de sobra.

Mesmo que a banca do seu concurso não cobre velocidade, é interessante saber ser rápido. Você, no mínimo, vai ganhar mais tempo pra revisar as questões.

Primeira dica: Preste atenção no seu tempo de resolução de questões.

Cronometre as resoluções. Estabeleça um tempo máximo por questão. Não adianta nada fazer 90% de 20 questões levando três horas pra respondê-las. Acho que muita gente ignora isso, mas é muito importante. Acho que o ideal é levar, no máximo, 1,5 minutos por questão nas matérias de humanas e 4 nas de exatas.

Muitos podem achar essa meta impossível mas eu afirmo que não é. Se você treinar muito a resolução de questões, certamente chegará nessa nível.

O concurseiro tem que ter em mente que não pode casar com a questão. Se não der pra resolver, elimine as absurdas e chute logo. Nessa P1 do ISS, muita gente deve ter deixado algumas questões pra responder depois. Se, por um lado, o cara ia ter menos chance de cair em pegadinhas do que eu, por outro, é muito provável que ele não tenha tido chance de rever a questão e teve que marcá-la diretamente no gabarito. Sem nem eliminar nada.

Segunda dica: Planeje sua resolução.

Particularmente, prefiro começar pelas humanas. Recomendo que tentem adotar esse estilo. Nas questões de direito, ou você sabe ou você não sabe. Não vai ter um raciocínio que vai te salvar.

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Tendo isso em mente, eu sempre começo pelas humanas. E me forço a terminar a prova antes de ir pra de exatas. Mesmo que eu tenha que chutar algumas. Eu tento me ver livre das matérias humanas pra poder gastar o tempo que eu quiser fazendo cálculos.

Também é interessante fazer metas de questões resolvidas por tempo de prova. No ISS, eu decidi começar por tributário (isso no dia anterior). Resolvi que gastaria, no máximo, 45 minutos na prova de tributário. Caso passasse desse tempo, começaria a ler mais rapidamente e chutar as que pareciam certas sem muito peso na consciência. No final, resolvi mais rápido que isso. Daí fui pra português com calma e na hora e meia que me sobrou, fiquei lá brigando com as questões de exatas.

Coloque essas metas de tempo pra todas as matérias. Caso passe do estabelecido, comece a acelerar. Resolva as coisas sem checar duas vezes; Se ficar entre duas escolha logo uma sem ficar pestanejando, etc.

Outra coisa que eu planejei no dia anterior foi resolver as questões e já marcar direto no gabarito. A cada questão resolvida eu marcava. Prestava bastante atenção pra ver se tava colocando a bolinha no lugar certo e pronto. Isso, na minha opinião, economiza tempo, evita o nervosismo de não dar tempo de passar pro gabarito e evita erros sequenciais. Aquele que você pula uma e erra as próximas dez. Enfim, sei que muitos vão discordar, mas vejam se não vale a pena.

Terceira dica: Comece lendo a questão pelas respostas.

Vejam essa questão da prova do ISS (retirei o enunciado) que mostra a vantagem desse método.

(A) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(B) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(C) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(D) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(E) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída na legislação tributária.

Se não tivesse o enunciado nessa questão, qual alternativa você marcaria? Poxa, dava pra marcar C tranquilamente. Você podia pensar que não tinha como saber, pois o enunciado podia pedir a

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alternativa errada. A questão é que temos duas claramente erradas. A alternativa C é cópia do CTN. Então já dá pra colocar a alternativa C como resposta. Daí, se tiver tempo de sobra, você lê o enunciado e confirma sua resposta certa. Se precisasse chutas sem ler o enunciado por estar com muita pressa, dava pra marcar essa.

Claro que não dá pra fazer isso em todas as questões mas quando a questão é literal, muitas vezes conseguimos aplicar a técnica.

Pra ser mais rápido ainda, eu risco a alternativa na primeira palavra errada. Segue a palavra em que eu parei de ler a alternativa. Se eu achei duas erradas, já sei que tenho que achar a certa. Geralmente então procuro os erros nas outras alternativas.

(A) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(B) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(C) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(D) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(E) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída na legislação tributária.

Só uma pequena análise: Dava pra matar a questão lendo 37 palavras. Comparem isso com o total de palavras da questão abaixo, agora com enunciado:

Para que uma prestação pecuniária compulsória possa ser conceituada como tributo, é preciso que, além de ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto

(A) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(B) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(C) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

(D) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída

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em lei.

(E) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída na legislação tributária.

Claro, também, que você não precisa fazer isso toda hora. Tem muito risco de cair numa pegadinha. A questão é que eu sabia que tinha que correr no ISS, pelo pouco tempo que teríamos de prova. Então eu fazia isso e ficava bem de olho na alternativa que eu achava que seria o gabarito. Daí, como eu disse, só lia o finalzinho do enunciado pra confirmar a resposta.

Quarta dica: Se as respostas só não adiantarem, leia o último período do enunciado.

depende de lei complementar:

a) a fixação de metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente;

b) a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.

c) a abertura de crédito extraordinário para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de comoção interna ou calamidade pública.

d) orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

e) estabelecimento de normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

Já não dava pra responder? Sim, claro que dava. A única alternativa que depende de lei complementar é a E. Segue a questão completa

(FCC/2012/ISS-SP) De acordo com previsão da Constituição da República em matéria orçamentária, depende de lei complementar:

a) a fixação de metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente;

b) a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.

c) a abertura de crédito extraordinário para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de comoção interna ou calamidade pública.

d) orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

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e) estabelecimento de normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

Pode parecer que você não vai economizar muito tempo só por pular algumas palavras. Mas se

você se educar a resolver questões assim e fizer muitas delas, verá que o ganho de tempo é muito grande.

Muita gente vai ter medo da técnica. É normal. Esse medo some se você fizer muitas questões usando o método em casa, antes do concurso.

Resolvendo questões: Truques

Nessa parte vou dar algumas dicas e direcionar quem está lendo pra materiais que facilitam a resolução de questões. As dicas servem principalmente pra matemática. Vou dar exemplos simples e que eu mesmo inventei pra facilitar o entendimento.

Somar só os últimos digitos dos números:

1)Quanto vale 123341 + 1231245 + 2937190 ?

a) 4 291 776

b) 4 291 777

c) 4 291 778

d) 4 291 779

Notem que você não precisa fazer a conta inteira pra achar a resposta. Se você somar só os últimos digitos dos números já vai dar pra marcar.

1+5+0 = 6. Então, a resposta só pode ser A.

Essa dica é muito útil quando se trata de economia. Em balanço de pagamentos, dá pra resolver muitas questões só somando os últimos digitos.

Digital Root, checando suas respostas:

Quanto vale 49 x 37

a) 1813

b) 1814

c) 1815

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d) 1816

Pra tirar a Digital Root de um número, basta somar seus digitos até ficar com só um número:

D(49) => 4+9 = 13 => 1+3 = 4

D(37) =>3+7 = 10 => 1+0 = 1

A propriedade interessante dessa operação é que a resposta certa da multiplicação tem a mesma digital root do que a multiplicação da digitais root’s iniciais.

Fazendo a digital root das alternativas

a) 1+8+1+3 = 13 => 1+3 = 4

b) 1+8+1+4 = 14 => 1+4 = 5

c) 1+8+1+5 = 15 => 1+5 = 6

d) 1+8+1+6 = 16 => 1+6 = 7

Como há a propriedade enunciada acima, a resposta só pode ser A. Esse método pode não parecer tão vantajoso mas, acreditem, é sim. Tem questões de matemática financeira que dá pra matar ou eliminar várias alternativa usando só essa técnica. Você troca divisões e multiplicações complexas por contas simples. A técnica não funciona quando temos números quebrados mas, mesmo assim, vale a pena aprendê-la.

Trocando divisões por multiplicações:

Quanto vale 65880 dividido por 135

a) 500

b) 488

c) 219

d) 300

Ao invés de fazer a divisão, eu sempre prefiro multiplicar. Eu prefiro multiplicar quase todas as alternativas do que dividir. Pode parecer estranho mas se você parar pra pensar, no fundo, vai

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ter que testar várias multiplicações pra conseguir dividir.

Nesse caso, então eu pegaria as alternativas e multiplicaria por 135. Dá pra eliminar a A e a D de cara. Se fosse uma dessas duas, o número teria dois zeros no final. Testando a B e a C, chegamos na alternativa B como a correta.

Matemática Vedic:

Não sei se essa dica vale muito a pena, mas quando você estiver em casa sem vontade de fazer nada e bater aquela vontade de aprender matemática, procure sobre as técnicas Vedic. Eu sei algumas poucas, mas elas facilitam bastante.

Vou dar um exemplo de uma técnica simples que eu sei e que ajuda bastante.

Como multiplicar qualquer número por 11?

21312312 x 11

Pra resolver, basta repetir o primeiro número e ir somando o algarismo com o seguinte, até o fim. Daí repete o último.

Antes de resolver o exemplo inicial, segue um mais fácil

345 x 11

Repete o primeiro: 3

O segundo algarismo do resultado é o primeiro algarismo somado com o segundo: 3+4 = 7

O terceiro algarismo do resultado é o segundo algarismo somado com o terceiro: 4+5 = 9

O último algarismo do resultado é a repetição do último: 5

Resposta: 3795

Se a soma de algum der maior que dez, você carrega um pro algarismo a esquerda. E assim por diante.

Agora, voltando ao problema inicial. Tentem resolvê-lo.

21312312 x 11

R: 234435432

De novo, parece complicado mas é bem simples. Não sei se chega a valer a pena aprender muita matemática Vedic, mas essa técnica do 11 eu usei muitas vezes em MF. Quando tinha que multiplicar por 1,1³, por exemplo dava pra usar a técnica.

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