Comunidades de Pratica No Facebook_D
-
Upload
joao-cardoso -
Category
Documents
-
view
5 -
download
0
description
Transcript of Comunidades de Pratica No Facebook_D
João Paulo Cardoso
ID 5101
COMUNIDADE DE PRATICA VIRTUAIS
Universidade do Minho,
Doutoramento em Ciências da Comunicação
Semiótica Social
Professor Doutor Manuel Pinto
Professora Doutora Helena Sousa
Braga, Janeiro 2014
2
Resumo
A emergência de comunidades de prática, a emergência do Facebook e a emergência dos
movimentos ecologistas na internet, formam um triângulo que parece ser importante entender.
Como se relacionam os três vértices deste triangulo no ciberespaço?
O presente estudo exploratório teve como objetivo principal observar as atividades e práticas
desenvolvidas por quatro comunidades ecologistas no Facebook. Entender como funcionam
essas comunidades na internet, de que forma a comunicação e a socialização mediada por
computador promove e facilita o desenvolvimento das práticas dessas comunidades.
Compreender essas redes no ciberespaço é fundamental para que possamos entender de que
forma a apropriação da internet é usada como ferramenta de organização e informação social
e como pode ser geradora de novas práticas. As redes sociais encontradas e escolhidas neste
estudo são redes cujas ligações entre os vários atores é mediada por computador.
Palavras-chave: Comunidades de prática; Sociologia do ambiente; Comunicação em rede
Abstract
The emergence of communities of practice, the emergence of Facebook and the emergence of
environmental movements on the internet, shape a triangle which seems to be important to
understand. How these three vertices are related in cyberspace? This exploratory study aimed
to observe the activities and practices developed by four ecological communities on
Facebook. Understanding how these communities operate on the Internet, how
communication and computer-mediated socialization promotes and facilitates the
development of practices of these communities.Understanding these networks in cyberspace
is critical for us to understand how the appropriation of the Internet is used as a social
organization and information tool and how it can be generating new practices. Social
networks chosen in this study are networks whose links among the various actors is mediated
by computer.
Keywords: Communities of practice; Sociology of the environment; Communication
Network
3
Introdução
Com a revolução tecnológica de informação e comunicação, é criado um espaço cada
vez mais aberto e ligado que tem vindo de forma clara a influenciar as relações sociais e até
económicas nos nossos dias. As tecnologias de informação e comunicação tem feito emergir
uma grande quantidade de comunidades na Internet. Essas novas comunidades virtuais
parecem ter criado um novo paradigma tendo como base a tecnologia. Esta nova realidade
permite-lhes estabelecer uma comunicação de forma horizontal com diversos indivíduos e em
lugares geograficamente diferentes. Estes indivíduos, ligados por interesses comuns,
partilham práticas e conhecimento tornando-os num produto coletivo. Neste contexto os
movimentos ambientalistas emergiram de forma muito evidente e procuraram com essas
tecnologias um novo espaço de atuação. Os movimentos ambientalistas dependem da
capacidade de comunicação para conseguir apoios para as causas e legitimar sua existência. A
internet como ambiente descentralizado oferece aos ambientalistas um alcance ilimitado e a
baixo custo monetário. Com este espaço de atuação aberto aparecem em Portugal inúmeros
movimentos ambientalistas que, utilizando a Internet (Facebook, blogs etc.), divulgação
ideais, conhecimento e práticas com o objetivo de tornar sustentável a existência do homem
na terra.
.
Problemática
Esta investigação exploratória, incide sobre as atividades e práticas desenvolvidas por
quatro comunidades ecologistas no Facebook em Portugal. Este trabalho baseia-se no
conceito de comunidades de prática na internet e pretendemos entender como funcionam
essas comunidades, que praticas desenvolvem e de que forma a comunicação mediada por
computador está a modificar a socialização nos dias de hoje.
Este estudo exploratório tem como objetivo analisar as práticas desenvolvidas pelas
comunidades no Facebook e compreender de que forma se organizam e como chegaram a
essas práticas.
4
O meu interesse por este tema surge porque participo ativamente nestas comunidades e
no desenvolvimento das suas práticas. Depois, o crescente interesse pelos problemas
ecológicos e o aumento da comunicação e socialização mediada por computador parecem
levantar questões que gostaria de explorar de forma mais aprofundada no futuro. Um interesse
maior é entender como variados indivíduos se juntam na internet (Facebook), se formam
como comunidades numa rede virtual e de que forma, com este novo meio de socialização,
podemos melhorara vida do ser humano na terra criando e partilhando melhores práticas.
Comunidades de prática
Os seres humanos juntam-se frequentemente em grupos para desenvolver atividades
que lhe garantam o lazer, a subsistência e sobrevivência. As comunidades vêm desde o tempo
em que o homem se reunia à volta do fogo para discutir estratégias de caça e ferramentas a
utilizar. No desenvolvimento das suas atividades estes grupos de indivíduos orientam-se para
objetivos comuns e formas de aprender em conjunto criando, com o seu empenho, elos de
ligação e uma identidade social. Podemos dizer que criaram a partir daqui as primeiras
comunidades. Grupos de indivíduos unidos por um fim comum e uma obra coletiva (Wenger,
McDermott, & Snyder, 2002, pp. 4-5).
Muitas destas práticas, que garantiam a sobrevivência humana, invocavam a
capacidade de reparar e adaptar ferramentas e materiais. Durante milhares de anos as pessoas
foram capazes de reparar e adaptar canais de irrigação, remodelar as suas casas e decorar suas
roupas sem que tivessem para isso de contratar profissionais, construtores, arquitetos ou
desenhadores (Kuznetsov & Paulos, 2010). Nestes ambientes, o saber e a aprendizagem
constrói-se a partir das relações sociais estruturadas dentro de uma rede entre os diversos
indivíduos. A aprendizagem e o conhecimento são fruto da experiência que ocorre quando os
indivíduos participam em práticas (Wenger, 2006). Percebe-se assim, que estas comunidades
existem por todo o lado onde os seres humanos aprendem e agem em conjunto. Fazem parte
da nossa vivência e aparecem muitas vezes com um caráter informal no trabalho, na escola,
em casa e mais recentemente na Internet. Estas comunidades são formadas por pessoas
ligadas por problemas, objetivos ou paixões comuns que em conjunto desenvolvem maneiras
5
novas de fazer e aprender. A gestão do conhecimento e da prática acaba por criar uma
identidade própria nessa comunidade (Wenger, 1998, p. 6).
A ideia de comunidades de prática aparece ligada a teoria da aprendizagem e nasce de
estudos antropológicos levados a cabo por Jean Lave e Etienne Wenger voltados para a
análise de ambientes de trabalho. Jean Lave e Etienne Wenger no seu livro Situated Learning:
Legitimate Peripheral Participation caracterizam o aprender que acontece dentro de
ambientes profissionais. Nestes ambientes, o saber constrói-se a partir das relações sociais
estruturadas dentro de uma rede entre os diversos trabalhadores. A aprendizagem é vista como
a aquisição de conhecimentos que acontece num processo de participação social. Aprender,
para os autores, é fruto de uma experiência que faz parte integrante da participação em
comunidades de prática. A aprendizagem ocorre quando os indivíduos participam em práticas
(Wenger, 2006).
Com a massificação da produção e a economia de consumo do mundo moderno, as
sociedades opõem-se ao princípio da autossuficiência e as coisas tangíveis podem ser
compradas e profissionais especializados podem ser contratados para construir, reparar e
decorar. No entanto, pessoas de todo o mundo continuam a criar e modificar objetos com as
próprias mãos sem a ajuda de profissionais pagos e sem propósitos comerciais. Estes objetos
vão desde tricô, gadgets, música e software (Kuznetsov & Paulos, 2010).
Com o aparecimento da Internet e de outras tecnologias que nos auxiliam no dia-a-dia
temos assistido à emergência de uma grande quantidade de comunidades virtuais. As
comunidades virtuais constituem a manifestação de um novo paradigma que vê na tecnologia
a possibilidade de estabelecer uma comunicação de forma horizontal com diversas pessoas em
lugares geograficamente diferentes e que, ligadas por interesses comuns, partilham o seu
conhecimento tornando-o num produto coletivo.
Mas todas as comunidades serão comunidades de prática?
O interesse por este conceito vem do facto de uma comunidade de prática envolver
muito mais do que a gestão conhecimento técnico para a realização de uma tarefa. A
comunidade de prática convoca o aparecimento e uso do conhecimento tácito dos seus
elementos e envolve toda uma comunidade em torno de uma área de atuação criando nos seus
membros uma identidade comum (Wenger, McDermott, & Snyder, 2002, p. 9).
6
Lave e Wenger (1991), na sua obra, propõe um novo olhar para a compreensão da
aprendizagem incluindo a que ocorre no local de trabalho. Esta abordagem centra-se na
interação social e na aprendizagem situacional. Lave e Wenger consideram que a
aprendizagem não é um processo mecânico de transmissão e aquisição de conhecimentos. A
aprendizagem é também uma mudança de identidade que ocorre com a participação e
envolvimento dos indivíduos em comunidades de prática (Cox, 2005, p. 4).
O trabalho de Lave e Wenger (1991) mostra como os aprendizes chegados a uma
comunidade são socializados através da legitimação da participação periférica. Mostra como
os novos membros, à medida que se movimentam da periferia da comunidade para o centro,
vão evoluindo no seu conhecimento, na sua socialização e na criação de uma identidade.
Lave e Wenger (1991) tem tido grande influência na alteração das práticas educativas.
Com a introdução deste novo paradigma tem mostrado que o ensino e a aprendizagem não são
uma mera passagem mecânica de saber de uma cabeça para outra, mas que o ensino e a
aprendizagem são feitos de forma contínua na interação em comunidade e com a
transformação do indivíduo. Para estes autores, uma comunidade de prática não é só um
grupo de pessoas que informalmente se juntam mas sim, uma forma de mostrar que as
práticas dependem de processos sociais e onde a aprendizagem acontece com uma ligação
muito forte à prática.
As Comunidades de Prática Virtuais
Novas tecnologias como a Internet alargam as possibilidades muito para além dos
limites geográficos, levando à criação de grande número de comunidades com necessidade de
partilhar o seu conhecimento e as suas práticas. Estas novas possibilidades têm sido
aproveitadas em vários setores de forma a poderem expandir o seu conhecimento e melhorar
as suas formas de aprendizagem e de prática (Wenger, 2006).
As comunidades virtuais constituem a manifestação de um novo paradigma que vê na
tecnologia a possibilidade de estabelecer uma comunicação, de forma horizontal com diversas
7
pessoas, em lugares geograficamente diferentes, e que ligadas por interesses comuns,
partilham o seu conhecimento tornando-o num produto coletivo.
Essas comunidades são criadas com objetivos que diferem entre si. Umas com
objetivos lúdicos, outras mais direcionadas à obtenção de um resultado final, sejam de caráter
prático ou teórico. A forma de produção destas comunidades quebra o paradigma da
economia de mercado e conduz a uma nova forma de produção e de troca. A rede é a base de
ação onde a troca de conhecimento torna possível a produção de práticas organizadas e
comuns tendo por base o esforço coletivo e colaborativo (Bauwens, 2007). Estas comunidades
têm no fundo algo de participação voluntária, coletiva e subjetiva. Como a produção é
coletiva, o uso das práticas geradas por essas comunidades é livres e à medida de cada um.
Não existe um único proprietário. Um bom exemplo disto é o software livre como por
exemplo o Linux e a Wikipedia (Bauwens, 2007).
Através destas comunidades virtuais as regras de produção tradicionais tem vindo a ser
alteradas e novas perspetivas aparecem na transmissão e produção de conhecimentos. As
experiências da vida real somadas à criatividade de todos os dias, e à recente explosão de
criatividade online promovida pela Web 2.0, levam à criação de objetos artesanais, software e
conhecimento que substituem em muitos casos os objetos e conhecimento produzidos
industrialmente. A Web 2.0 permite aos indivíduos, de forma simples e eficiente, a produção
de tecnologias criativas que facilmente podem fazer passar do domínio privado para o
domínio público. Esta partilha vai permitir o acesso a essas tecnologias que outros indivíduos
que podem, com a sua criatividade, inovar e melhorar este processo.
Na verdade, o estudos das redes é iniciado pelo matemático Leonhard Eule .a partir da
sua teoria dos grafos. Um grafo é um conjunto de nós conectados por arestas que em conjunto
formam uma rede. A teoria dos grafos permite pensar e representar a rede usando-a como
metáfora para variados sistemas como por exemplo, os indivíduos e as suas interações
(Recuero, 2009, p. 20). Esta constatação permitiu que o uso desta teoria chega-se as ciências
Sociais e fosse usada para observar e entender grupos de indivíduos ligados numa rede social
e retirar dessa observação propriedades estruturais e funcionais (idem).
Como refere Raquel Recuero, a chegada da internet trouxe consigo varias mudanças
na sociedade , sendo a maior, segundo a autora, a “possibilidade de expressão e
sociabilização através de ferramentas de comunicação mediada pelo computador.” (Recuero,
8
2009, p. 24). Com o tipo de ferramentas usadas na internet para nos expressarmos e
sociabilizamos, podemos facilmente seguir o rasto destas ligações e encontrar padrões que nos
permitam fazer o seu estudo. Neste sentido, a perspetiva de rede social é usada para entender
as formas de expressão e socialização que acontecem na internet e verificar padrões de
ligação de um grupo social. Segundo Recuero, atores (pessoas, instituições;” nós” da rede) e
as ligações que estabelecem entre si (laços sociais) são fundamentais para definir rede
(Recuero, 2009). Os atores são pessoas com envolvimento na rede que com a sua interação
são responsáveis pela criação de laços sociais. Nas redes sociais que se podem observar na
internet os atores, pela distância a que se encontram, não se apresentam de forma a que se
possam identificar numa primeira observação. Sendo assim “trabalha-se com representações
de atores sociais ou com construções identitárias do ciberespaço.” (Recuero, 2009, p. 25),
podendo, por exemplo, um ator ser representado por um “perfi”l do Facebook .
Desta forma, os atores no ciberespaço são principalmente identificados e criam a sua
identidade pela construção da sua página ou “perfil” no facebook. Como a distância é grande
e a informação sobre cada um é escassa, são muitas vezes avaliados pelo que escrevem, as
cores que utilizam e imagens que colocam na sua página, bloog ou “perfil” do Facebook.
Depois da identificação (grande parte das vezes com um login como no Facebook) dos
utilizadores ou” nós” da rede é possível perceber e analisar as suas ligações e interações.
As conexões, são por certo, o principal foco de estudo das redes sociais porque de
certa forma a sua variação altera a estrutura dos grupos. Conexões nas redes sociais são
constituídas por laços sociais que se formam através das interações que acontecem na rede
entre os vários atores. Os comentários no facebook, por exemplo, é uma interação e pela sua
permanência na rede permite perceber as trocas sociais que aí se efetuam (Recuero, 2009).
A questão Ambiental na sociologia
O planeta vive nos dias de hoje um momento de grandes e profundas transformações
técnicas e cientificas que provocam alterações e desequilíbrios ecológicos e ambientais
profundos. As perturbações provocadas por estas alterações terão certamente reflexo nos
modos de vida dos indivíduos e das sociedades. Tais alterações se não forem rapidamente
solucionadas porão certamente em perigo a vida à superfície da terra. (Guatari, 2011).
9
A Sociologia do Ambiente é o resultado do processo de reflexividade das sociedades
de hoje. Verdadeiramente, só se começou a falar de Sociologia do Ambiente a partir dos anos
70 do passado seculo através dos contributos de Riley Dunlap e William Catton. Tudo começa
com a Escola de Chicago nos anos 20 mas é com, Riley Dunlap e William Catton, que se
inicia verdadeiramente a falar da sociologia do ambiente. Estes autores apresentaram uma
conceção diferentes de olhar e analisar as interações entre as sociedades e o ambiente, dado
que para eles, uma sociologia do ambiente deve ser “o estudo das interações entre ambiente e
sociedade” (Schmidt, 1999).
No entanto, a sociologia continuou ainda, até meados do século XX, influenciada pela
cultura ocidental marcada pelo antropocentrismo que via o ser humano como centro, separado
dos restantes seres vivos e da natureza usando-a e dominando-a. Considerava-se a natureza
como uma fonte inesgotável de recursos e o ser humano como superior e capaz de dominar e
resolver todo e qualquer problema que surgisse. Verificava-se desta forma uma autêntica
separação entre Sociologia e ambiente.
Por volta dos anos 60, a emergência de novos problemas ambientais, como a bomba
atómica, a crise do petróleo, e mais recentemente chernobyl, começam a alertar o homem para
a fragilidade das crenças na capacidade ilimitada da natureza como fonte inesgotável de
recursos. Outro tipo de problemas que os novos tempos levantam são os problemas ligados à
modernidade e às novas tecnologias que trazem novas formas de viver e trabalhar. Como
refere Guatari (2011), seria um tanto ou quanto absurdo querer voltar a reconstruir as
ancestrais maneiras de viver, “Jamais o trabalho humano ou o habitat voltarão a ser o que
eram há poucas décadas, depois das revoluções da informática e da robótica…de uma certa
maneira, temos de admitir que será preciso lidar com esse estado de facto.” (Guatari, 2011, p.
25). Este estado de coisas acabou por conduzir a um crescente interesse dos sociólogos na
análise dos problemas relacionados com o ambiente. O ambiente acaba assim por surgir na
Sociologia de hoje como, “Uma busca da nova relação entre o homem e a natureza - o objeto
específico de uma sociologia do ambiente.” (Schmidt, 1999, p. 177).
Neste contexto, aparece Riley Dunlap e William Catton, como referido anteriormente,
que propõem uma nova perspetiva na forma de olhar sociologicamente as questões
ambientais. Defendem uma mudança de paradigma, NEP (new environmental paradigm), ou
seja, uma mudança na forma de ver o mundo. Tornava-se clara a necessidade de criar uma
visão mais ecológica do mundo que ultrapassasse o reducionismo ecológico dos clássicos,
proveniente essencialmente do axioma Durkheimiano de “explicar o social pelo social” e a
10
noção de que este planeta foi criado para um ser excecional que é o homem. Esta ideia da
excecionalidade do ser humano teria nascido, segundo Riley Dunlap e William Catton, das
teorias do progresso e da euforia do capitalismo industrial americano pela e prosperidade
económica que gerou. O conjunto de especificidades em que o novo paradigma assenta
enfatiza as características inegavelmente excecionais do ser humano mas, ao mesmo tempo,
sublinham a força das leis ecológicas no enquadramento da atividade humana (Schmidt,
1999).
Este novo paradigma surge para alertar os sociólogos para o facto de que os problemas
ambientais são fenómenos sociais e com significado sociológico, e levar à consciência de que
a dinâmica das sociedades só pode ser compreendida e explicada se for considerado o impacto
que têm no ambiente e o impacto que sofrem deste. Com este novo paradigma fica clara a
relação entre ambiente e sociedade e a sua influência mútua. De forma resumida, pode ser dito
que este novo paradigma defende que embora possuindo características excecionais, o homem
é um entre muitos outros seres do planeta e está envolvido numa rede de interdependência;
sendo as suas ações influenciadas por fatores sociais e culturais mas também por fatores
naturais e ambientais.
Os movimentos ambientalistas na rede
Com a crescente pressão do homem sobre o meio ambiente, com interferência direta
na qualidade de vida dos povos, sobretudo a partir da década de 50 do século XX, cresce um
movimento social ambientalista. Os movimentos ambientalistas surgiram da crescente
consciência social de que apesar de alguns benefícios, a industrialização, baseada na ciência e
nas tecnologias modernas, provoca doenças e desastres ecológicos podendo degradar e poluir
o meio ambiente e até tornar inviável a vida do homem na terra (Jacobi, 2002).
Os assuntos relacionados com o meio ambiente tornaram-se mais evidentes e passaram
a aparecer nos meios de comunicação e na agenda política dos vários países. Para Manuel
Castells (2000), os movimentos ambientalistas foram os que de forma mais evidente
colocaram em questão as condições atuais de vida. Define o ambientalismo como formas de
comportamento coletivo que atua para corrigir atitudes destrutivas de relacionamento entre
11
homem e o meio ambiente. O autor ressalta que a questão ambiental ganhou mais espaço em
virtude das suas atividades nos meios de comunicação. Estes movimentos demonstraram
grande capacidade de divulgação criando elementos propícios para grandes reportagens. As
organizações ambientalistas adaptaram-se facilmente as novas formas de comunicação e aos
novos paradigmas tecnológicos como a Internet. Para Castells (2000), a internet é a melhor
ferramenta de comunicação para organizar e mobilizar o movimento ambientalista porque,
com a Internet, os movimentos podem marca encontros, organizar conferências e
manifestações de forma rápida e global. O aparecimento da internet coincidiu com a formação
dos movimentos ambientalistas que procuraram nessa ferramenta um espaço de atuação.
Refere ainda que, movimentos como os ambientais dependem da capacidade de comunicação
para conseguir apoios para as causas e legitimar sua existência. A internet como ambiente
descentralizado oferece aos ambientalistas um alcance ilimitado, sem custos elevados, sem a
utilização de papéis auxiliando a comunicação, tanto entre eles como entre o seu público-alvo
(Castells, 2000).
Estratégia Metodológica
O estudo das movimentações das pessoas na internet através da metáfora das redes
sociais é ainda relativamente recente. Entender como funcionam essas comunidades na
internet, é entender de que forma a comunicação e a socialização mediada por computador
estão a modificar a socialização nos dias de hoje. É possível examinar com relativa minúcia as
suas trocas sociais, interações e conversações já que tudo permanece gravado ao contrário das
nossas conversas orais diárias sem mediação por computador (Recuero, 2009). Compreender
essas redes no ciberespaço é pois fundamental para que possamos entender de que forma a
apropriação da internet é usada como ferramenta de organização e informação social e como
pode ser geradora de novas práticas.
Para a utilização de um bom método de análise necessitamos primeiro de definir
claramente com que tipo de rede se está a lidar. As redes sociais encontradas e escolhidas
neste estudo são redes cujas ligações entre os vários atores é mediada por computador e com
12
interação social através da troca de comentários, publicação de informação e marcação de
encontros com a presença física dos elementos. São redes pequenas porque as trocas
realizadas necessitam de tempo e algum investimento por parte de cada ator da rede. Este tipo
de investimento solidifica a interação e cria laços sociais mais fortes. São redes mais notadas
pelos espaços criados de interação nos comentários e na marcação de eventos. Segundo
Recuero (2009), nesta situação, estamos a lidar com redes sociais do tipo emergente já que,
“As redes sociais de tipo emergente são aquelas expressas a partir das interações entre
atores sociais. São redes cujas conexões entre os atores emergem através das trocas sociais e
pela conversação através da mediação do computador.” (Recuero, Redes Sociais na Internet,
2009, p. 94).
Metodologia
Como estamos a lidar com fenómenos emergentes, como o uso da internet e mais
precisamente as comunidades de prática no Facebook, é nas teorias da New Media que iremos
assentar como ponto de partida. Isto, tendo em conta que, estas teorias tem como objetivo a
descrição das relações da rede no espaço e no tempo com a premissa que uma das entidades
que estabelece a comunicação e o ator (Rossiter, 2006).
A escolha das teorias da New Media para análise do caso em estudo prende-se também
com o facto de que estas teorias fazem parte em si mesmas do sistema de relações que
estudam e descrevem. É necessário ter em conta que, a partir do momento em que damos
início ao estudo de um fenómeno inserida no contexto da New Media, passamos também a
contribuir de certa forma para a mudança do próprio sistema que estudamos. Pelo facto de
darmos inicio ao estudo das comunidades de prática no Facebook, faz com que o próprio
objeto de estudo se altere ou sofra alterações. Afinal, tudo o que implica uma reflexão implica
uma mudança, nem que mínima (Rossiter, 2006, p. 167).
É evidente que existem muitos tipos de abordagens metodológicas, sendo que a
escolha de uma apenas depende da sua maior ou menor adequação ao objeto de estudo uma
vez que todas as abordagens transportam em si mesmas problemas e desvantagens. Assim,
subentende-se que tal como as outras, também, uma aproximação a este problema pela via das
13
teorias da New Media apresenta alguns entraves. Porém, relativamente a outras possibilidades
teóricas, é a que nos parece melhor se adequar.
Para melhor justificar a nossa escolha, Muniz Sodré (2007) refere que a produção de
conhecimento na New Media se equaciona na vida real tirando o ciberespaço da
imaterialidade e atribuindo ao mesmo a condição de espaço eletrónico de circulação da
comunicação e da sociabilidade. A produção de conhecimento neste campo não pode ser
similar ao usado nas ciências naturais pois é necessário interpretar e criar significados. Uma
vez que os fenómenos comunicacionais não são coisas fechadas, devem ser observadas e
estudadas caso a caso. Assim sendo, torna-se claro que é através da associação dos
significados que se produz conhecimento. (Sodré, 2007)
Neste sentido, o modelo epistemológico a seguir no estudo dos fenómenos da New Media
deveria caracterizar-se:
Pela busca de indícios que remetem a fenómenos não imediatamente evidentes,
Pela distinção entre indícios essências e acidentais
Pela articulação entre os indícios selecionados
Pela derivação de inferências
Assim, o modelo a seguir no estudo dos fenómenos da New Media deveria
caracterizar-se por um levantamento detalhado dos traços que caracterizam o objeto de estudo
de maneira quer seja possível separar os indícios essências dos acidentais. De seguida,
poderemos então proceder a articulação dos indícios resultantes do exercício anterior para que
seja possível produzir inferências sobre o fenómeno (Rossiter, 2006).
Os objetos de estudo como as comunidades de prática no Facebook, são influenciadas
tanto pelo espaço como pela vida e pelas relações sociais. Devemos também ter em conta o
modo como a as tecnologias e a comunicação são usadas na prática. Tendo em conta tudo
isto, neste pequeno estudo exploratório será adotada uma estratégia metodológica
essencialmente qualitativa, sendo que em algumas situações serão usados métodos
quantitativos de forma a obter dados mais detalhados e numa lógica de complementaridade de
informação. A observação e participação direta nas comunidades (na criação de práticas)
também foram utilizadas durante este estudo.
A presente estratégia metodológica tentará articular uma dimensão qualitativa muito ligada as
perceções deixadas pelos atores, (como os comentários deixados nas paginas do Facebook das
14
comunidades) e uma dimensão qualitativa, como a quantidade de “posts”, a quantidade de
“gosto”, o número de “amigos”, marcação de eventos e hiperligações feitas pela comunidade.
Contudo, os dados quantitativos vão sempre no sentido de caracterizar as atitudes e perceções.
Por outro lado, a novidade em termos de investigação e a dificuldade em lidar com o
fenómeno, dada a sua constante transformação, socorremo-nos da etnografia digital já usada
em estudos similares (Kozinets, 2002). A etnografia é uma metodologia de pesquisa originária
da antropologia e está ligada ao conceito de cultura utilizando a observação direta,
participante e crítica de forma a conseguir obter dados que representem de alguma forma o
mundo dos participantes. Os estudos sobre a cibercultura são feitos a partir da adaptação da
etnografia, chamada de etnografia digital (Kozinets, 2002). Esta adaptação para a aplicação da
técnica etnográfica num ambiente como o da internet foi usada por Koninets (2002). São
estudos de certa forma recentes que procuram um caminho para orientar a pesquisa e
observação da comunicação realizada no espaço virtual. Combina, a observação e registo do
comportamento de navegação e utilização de um conjunto de indivíduos ou perfis na internet,
ao mesmo tempo que é possível a quem pesquisa, a participação direta de modo a obter dados
tanto quantitativos como qualitativos. Desta forma é possível comparar o comportamento
aparente ou declarado do utilizador da internet com o comportamento real em rede (idem).
Evidentemente que a partir da participação ativa do investigador pode haver uma
transformação no objeto. Essa participação deve ser refletida, podendo influenciar a direção
da investigação e levantar problemas éticos que terão ou poderão ter reflexos nos resultados
finais. (Amaral, 2010)
Análise dos Resultados
Neste pequeno estudo exploratório das quatro comunidades de prática existentes no
Facebook (que desenvolvem práticas e atividades relacionadas com movimentos ecologistas),
foram definidos alguns critérios qualificativos para análise da sua atividade.
A análise das atividades das quatro comunidades decorreu durante os meses de dezembro
de 2013 e janeiro de 2014.
15
O critério de escolha das comunidades estudadas teve em conta o nosso conhecimento
prévio dessas comunidades e de algumas das suas práticas.
As comunidades são vistas e mostrados como “perfil do Facebook”, sendo desta forma
possível mostrar e entender as suas ligações diretas e as suas ligações indiretas. As ligações
diretas são as ligações feitas aos” amigos” e as ligações indiretas aos “amigos dos amigos”,
aos “perfis” de organizações ou ligações feitas do blog de cada comunidade ou a outros blogs.
Existem no Facebook ferramentas de interação variadas como o “Gosto” (apreciar
positivamente um “post” ou comentário), a possibilidade de fazer e partilhar hiperligações, a
possibilidade de publicar todo o tipo de informação, a possibilidade de fazer comentários aos
“post” ou às hiperligações, marcação de eventos e a sua aceitação ou rejeição. Este tipo de
ferramentas de interação serviu para a análise das comunidades. O número de membros ou
amigos e as ligações da comunidade a blogs, sites ou instituições também foram úteis para
analisar as interações.
Foram seguidas quatro comunidades de prática no Facebook e analisadas segundo o grau
de ligação, a cooperação entre os vários membros e a prática desenvolvida.
O grau de ligação é a quantidade de ligações que o “perfil” da comunidade possui e
quantos “nós” compõem a vizinhança. Quanto maior for o grau de ligação maior será a
popularidade desse “perfil”. O grau de ligação de cada perfil pode ser verificado pelo número
de “amigos” ou atores, (já que cada ator é um “nó” da rede e tem sempre a possibilidade de
expandir essa rede) e pelo número de seguidores do “perfil” de cada comunidade no
Facebook. O número de hiperligações e o contacto de suporte -geralmente um blog- são
também elementos fundamentais para aferir o grau de ligação porque podem alargar a rede
noutras direções.
A cooperação entre os vários atores é aferida pelos “gosto”, pelos comentários, pelas
hiperligações deixadas por cada ator e pela participação nos eventos.
A prática desenvolvida é o resultado, quase sempre, do grau de ligação e da cooperação
entre os vários atores da rede. As práticas desenvolvidas tem por base a marcação de eventos
ou workshops que acontecem quer no “perfil” da comunidade quer a partir do blog da
comunidade.
16
As comunidades escolhidas para análise centram as suas atividades em assuntos sempre
ligados a ecologia. Dentro do tema da ecologia as comunidades vão desenvolvendo e criando
práticas sobre temas mais específicos como a permacultura, agricultura biológica, o ambiente,
a nutrição e a defesa das árvores entre outros. Foram escolhidas comunidades exclusivamente
em Portugal. O âmbito destas comunidades vai desde o nacional até ao local. Há comunidades
que desenvolvem as suas atividades e praticas em todo o território português e comunidades
que desenvolvem atividades quase exclusivamente, na região de onde são oriundas.
No Facebook existem inúmeras comunidades virtuais que desenvolvem atividades e
práticas ligadas à ecologia. Das comunidades escolhidas neste pequeno estudo exploratório, as
comunidades têm um grau de ligação ou medio ou alto. Com um olhar mais atento verifica-se
que não é o número de “amigos” ou “nós” da rede que estão na origem desta classificação.
Repara-se que há comunidades com um número de “amigos” relativamente reduzido (entre
600 e 700 “amigos”) e com um grau de ligação bastante elevado. Este facto parece dever-se à
existência na comunidade um ou outro elemento agregador e dinamizador que é “amigo” de
todos. São elementos da rede altamente ligados e com um grande número de “amigos”. São
identificados como uma espécie de “hubs” do sistema (Recuero, 2009). Quando se tenta
perceber quem são, é fácil porque enquanto a maioria dos elementos tem um número de
“amigos” que vai dos 100 aos 150, estes elementos tem um número de amigos entre os 600 e
os 1200 ou até mais. Algumas destas comunidades, com elementos do tipo “hub”, realizam,
quase permanentemente, eventos semanais com produção de práticas (construção de hortas,
construção de fornos solares, detergentes biológicos entre outras coisas).
No que diz respeito ao suporte destas comunidades (Blog, sites ou links), foi possível
perceber que as comunidades que se encontram suportadas por bons blogs são mais antigas e
melhor estruturadas e, na maioria dos casos com melhores praticas. Este facto parece querer
dizer que estas comunidades já existiam bem antes do aparecimento do Facebook e até de
outras redes. Para o esclarecimento deste facto usamos o conhecimento próprio (participamos
ativamente em algumas comunidades) e entramos em contacto com algumas dessas
comunidades que confirmaram isso mesmo. Em alguns casos as comunidades existem desde
os anos oitenta do século XX. Com aparecimento do Facebook passaram a utiliza-lo como
forma de expandirem as suas práticas e mensagem.
Desta forma, podemos entender que as comunidades com um maior grau de ligação são
comunidades com alguns elementos centrais dinamizadores e suportados por um bom blog.
17
A cooperação nas comunidades foi analisada neste estudo exploratório, pelos “gosto”, pelos
comentários e pela participação em eventos. O número de “amigos” aqui parece ser
determinante para que os comentários, os “gosto” e participação em eventos aumentem
consideravelmente.
Quanto maior é o numero de “amigos”, ou o numero de “amigos” influentes, mais
cooperação parece existir. No entanto parece haver” amigos falsos”, já que para além do
“gosto” nada mais acrescenta ou fazem. Fica-se com a ideia que apenas frequentam o perfil
para ficar informados.
No que respeita às práticas desenvolvidas pelas comunidades, em certa medida estão
ligadas ao tema que se propõem desenvolver. Entende-se que quando o tema que a
comunidade se propõem desenvolver é demasiado lato, a prática desenvolvida fica-se pelas
sugestões para participação em atividades ou pelos “post” no mural de caráter informativo.
Como exemplo podemos referir que quando o tema que se propõem desenvolver fica pela
ecologia e ambiente, as suas práticas não passam nunca de informações e sugestão de
atividades a desenvolver. Por outro lado, quando o tema que a comunidade se propõe
desenvolver aparece melhor definido, as práticas são mais orientadas para um resultado
concreto. Neste caso encontram-se comunidades a desenvolver práticas como pequenas hortas
e quintais, fornos de energia solar, detergentes biológicos, sementeiras e jardins e até a
produção de alimentação biológica. Estas práticas são realizadas geralmente no fim de semana
quando as comunidades se encontram mais ativas. Os encontros são marcados como eventos
no Facebook e o número de participantes é garantido quase na totalidade à partida pelas
confirmações feitas no Facebook. No desenvolvimento de algumas destas práticas os atores,
que até aí só se tinham encontrado virtualmente, passam a ter um contacto face-a-face. Alguns
dos atores, são frequentes e dinamizadores do grupo, mas muitos outros só uma vez tem este
contacto. O restante tempo passam-no como atores no mundo virtual. Há ainda comunidades
que só desenvolvem atividades de organização de eventos com encontros e workshops para
partilha de experiencias e conhecimentos.
18
Conclusão
Vivemos hoje, momentos de grandes e profundas transformações técnicas e cientificas
que provocam alterações e desequilíbrios ecológicos profundos. As perturbações provocadas
por estas alterações terão reflexo nos modos de vida dos indivíduos e das sociedades a que os
ambientalistas e ecologista estão atentos. Sendo a internet uma grande ferramenta de
comunicação para organizar, mobilizar e produzir novas ou renovadas práticas, é natural que
os movimentos ambientalistas a aproveitem para organizar as suas atividades e naturalmente
desenvolver as suas práticas.
Neste pequeno estudo exploratório foi possível observar que essas comunidades de
ambientalistas usam a internet para a educação ambiental, marcação de encontros e também
para desenvolver práticas concretas. Encontraram-se comunidades a desenvolver práticas
como pequenas hortas e quintais, fornos de energia solar, detergentes biológicos sementeiras,
construções ecológicas e jardins. Para além de serem práticas concretas passam também pela
educação ambiental de que tanto necessita o nosso planeta para que seja possível ao homem
viver com qualidade e em harmonia com a natureza.
Este estudo, sendo exploratório não se esgota aqui. Os problemas ambientais estarão
cada vez mais na agenda política e será necessário agir mais rapidamente, de forma
organizada e em comunidade. De que forma as novas tecnologias e o crescente aumento da
comunicação e socialização mediada por computador poderá promover e melhorar a criação
de comunidades de prática? De que forma essas comunidades se organizarão para solucionar
o cada mais grave problema ecológico? Em que medida e de que forma, este novo meio de
socialização poderá melhorar vida do ser humano na terra e fazer com que vivamos em
comunhão com a natureza?
A relação existente entre comunidades de prática, o Facebook e os movimentos
ecológicos na internet é clara mas, será suficientemente forte e capaz de transformar modos de
viver e pensar para além do presente?
Estas são apenas algumas interrogações que poderão servir de reflexão para futuras
investigações.
Este trabalho surgiu na esperança de dar respostas e seria de esperar algumas
confirmações ou informações mais concretas mas a problemática ligada às comunidades de
19
prática virtuais e as questões ambientais estão longe de ser solucionadas. Por isso este
trabalho traduziu-se em mais questões e mais dúvidas do que respostas definitivas. As
questões e as dúvidas levantadas poderão ser esclarecidas em futuras investigações.
Bibliografia
Amaral, A. (Junho/Agosto de 2010). Etnografia e Pesquisa em Cibercultura: Limites e
Insuficiências Metodológicas. REVISTA USP, pp. 122-135.
Bauwens, M. (20 de Março de 2007). A economia politica da produçao entre pares. (p.
foundation, Ed.) Obtido em 4 de Janeiro de 2014, de p2p foundation:
http//www.p2pfoundation.net
Castells, M. (2000). O poder da indentidade. (P. e. Terra, Ed.) A era da informaçao:
Economia, sociedade e cultura, 2.
Cox, A. (2005). What are communities of practice? A comparative review of four seminal
works. Journal of Information Science, 31(6), pp. 527-540.
Guatari, F. (2011). As Três Ecologias. São Paulo: PAPIRUS EDITORA.
Jacobi, P. (2002). Meio ambiente e redes sociais. São Paulo.
Kozinets, R. (2002). The Field Behind the screen: Using Netnography fo Markting. Jornal of
Markting Research, 61.
Kozinets, R. (2002). The Field Behind the screen: Using Netnography fo Markting. Jornal of
Markting Research, 61.
20
Kuznetsov, S., & Paulos, E. (2010). Rise of the Expert Amateur: DIY Projects, Communities,
and Cultures. Pittsburgh: Human-Computer Interaction Institute, Carnegie Mellon.
Latour, B. (1997). Ciência em acção - Como seguir ciêntistas e enginheiros sociedade afora.
S. Paulo: UNESP.
Lave, J., & Wenger, E. (1991). Situated Learning. Legitimate peripheral participation.
Cambridge: Cambridg Press.
Law, J. (2000). Notes on the theory of the actor-network: ordering, strategy and
heterogeneity. In S. Practice (Ed.). 5, pp. 379-393. London: Routledge.
Lévy, P. (1999). Cibercultura. São Paulo: EDITORA 34.
Manovich, L. (2001). The Language of New Media. MIT Press.
Recuero, R. (2009). Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridiona.
Recuero, R. (2009). Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridiona.
Rohle, T. (2005). Power, reason, closure: critical perspectives on new media theory. New
Media & Society, 7, pp. 403-422.
Rossiter, N. (2006). Organized Networks - Media Theory, Creative Labour, New Institutions.
Rotterdam: NAi Publishers.
Schmidt, L. (1999). Sociologia do Ambiente: genealogia de uma dupla emergência. Análise
Social nº 150.
Smith, M. K. (2003, 2009). Communities of practice. Retrieved 2014 йил 13-Janeiro from the
encyclopedia of informal education:
www.infed.org/biblio/communities_of_practice.htm
Sodré, M. (2007). Anotações em palestra “Epistemologia da Comunicação”, proferida em
29/03/2007 como aula inaugural do PPGCOM – ECA-USP.
Wenger, E. (1998). Communities of practice: learning, meaning, and identity. New York:
Cambridge University Press.
21
Wenger, E. (Junho de 2006). Communities of practice a brief introduction. Obtido em 13 de
Abril de 2011, de Communities of practice: http://www.ewenger.com/theory/
Wenger, E., McDermott, R., & Snyder, W. (2002). Cultivating communities of practice.
Cambridge: Harvard Business School Press.
Wenger, E., McDermott, R., & Snyder, W. (2002). Cultivating communities of practice.
Cambridge: Harvard Business School Press.
22
Anexos
Comunidade Nº Gosto Nº
Comentários
Nº
Eventos
mês
Nº Link Nº Post
Sílvia Floresta 430 118 2;3 12 84
Cidade das hortas 150 12 4 1 38
Espaço dos girassóis 330 22 1 2 18
Árvores de Portugal 112 26 <1 4 14
Quadro 1: analise das interações nos perfis do Facebook (Dezembro 2013/ Janeiro 2014).
Comunidade Tema Âmbito
geografico
Membros
(numero aproximado) Suporte/contacto Interação
Ligação as
outros
Movimentos
Práticas
Sílvia Floresta
Viver de forma
sustentável;
permacultura
Arredores de Sintra;
participação de
membros de todos os
locais do país.
2688
Permacultura.
Permacultura para
crianças:http://permaculturakids.blogsp
ot.com/
http://dasementearvore.blogspot.pt
Elevado
Ligações a muitos
movimentos
ecológicos
nacionais e
internacionais
Workshops:
construção de
fornos
solares;
detergentes
biológicos;
sementeiras e
jardins.
Cidade das
hortas
Agricultura
biológica em
pequenos espaços.
Transformar o
planeta numa
imensa horta
Portugal 652
Blog:http://cidadedashortas.blogspot.co
m
Mail: [email protected]
Media
Movimentos
ecologistas e
ambientais de
todo o mundo.
Criação de
pequenas
hortas e
quintais.
24
Espaço dos
girassóis
Ecologia;
permacultura;
encontro e partilha
entre amigos
Amadora; com
participação de
membros de todo o
país
1937
Blog:
http://www.espacodosgirassois.blogspo
t.de/
Médio
Ligação e partilha
com outros
movimentos
amigos.
Ligação a
movimentos
ecologistas e
ambientalistas
europeus
Realização de
workshops
com partilha
de
conhecimento
Árvores de
Portugal
Promover e
defender as árvores.
Divulgar o
património arbóreo
Portugal 2085
Organização sem fins lucrativos (ONG)
Site: http://www.arvoresdeportugal.net/
Elevado
Ligação e partilha
com outros
movimentos
amigos.
Ligação a
movimentos
ecologistas e
ambientalistas
europeus
(principalmente
Espanha)
Partilha de
informação e
discussão.
Criação de
workshop.
Quadro 2: Analise das comunidades (âmbito e práticas desenvolvidas)