Comunicação - Textos Técnicos Parte 1

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TEXTO BASE DISCIPLINA DE ORIENTAÇÃO PARA PRÁTICA PROFISSIONAL E PESQUISA PARTE 1 1. COMUNICAÇÃO No mundo moderno, a palavra comunicação tornou-se lugar-comum e transformou-se em força extraordinária vitalidade na observação das relações humanas e no comportamento individual. Nos últimos trinta anos, os cientistas aumentaram seu interesse pelo estudo e os efeitos do processo de comunicação. Inicialmente, esse estudo era assistemático, transformando-se depois em subsídio valioso para outras ciências. Provado está que a comunicação é um processo social e, sem ela, a sociedade não existiria. Psicólogos, sociólogos, antropólogos empenharam- se em investigar e compreender sua atuação sobre os grupos humanos. O que é comunicação? Comunicar implica busca de entendimento, de compreensão. Em suma, contato. É uma ligação, transmissão de sentimentos, de ideias. 1.1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO O ser humano tem necessidade imperiosa de externar seus sentimentos ou ideias. Assim, em sua forma mais simples, o processo de comunicação consiste em um comunicador (emissor, transmissor ou codificador) uma mensagem e um recebedor (receptor ou de(s)codificador). A mensagem num certo momento, está separada tanto do recebedor como do comunicador. É um sinal com algum significado para o comunicador e que transmite para o recebedor qualquer conceito que este interprete da mensagem Esses sinais tem um significado convencionado por nós ou pela nossa experiência. Assim, os sinais de trânsito significam o mesmo para todos os motoristas, e o código Morse é interpretado da mesma maneira, pelos telegrafistas. Essa é uma norma fundamental da comunicação: os sinais tem o significado que a experiência das pessoas permite atribuir a esses signos. Enquanto no ocidente a cor preta representa tristeza, luto, na Índia, ao contrário, o signo representativo desse sinal é a cor branca.

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TEXTO BASE

DISCIPLINA DE ORIENTAÇÃO PARA PRÁTICA PROFISSIONAL E PESQUISAPARTE 1

1. COMUNICAÇÃO

No mundo moderno, a palavra comunicação tornou-se lugar-comum e transformou-se em força extraordinária vitalidade na observação das relações humanas e no comportamento individual.

Nos últimos trinta anos, os cientistas aumentaram seu interesse pelo estudo e os efeitos do processo de comunicação. Inicialmente, esse estudo era assistemático, transformando-se depois em subsídio valioso para outras ciências. Provado está que a comunicação é um processo social e, sem ela, a sociedade não existiria. Psicólogos, sociólogos, antropólogos empenharam-se em investigar e compreender sua atuação sobre os grupos humanos.

O que é comunicação?

Comunicar implica busca de entendimento, de compreensão. Em suma, contato. É uma ligação, transmissão de sentimentos, de ideias.

1.1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

O ser humano tem necessidade imperiosa de externar seus sentimentos ou ideias. Assim, em sua forma mais simples, o processo de comunicação consiste em um comunicador (emissor, transmissor ou codificador) uma mensagem e um recebedor (receptor ou de(s)codificador).

A mensagem num certo momento, está separada tanto do recebedor como do comunicador. É um sinal com algum significado para o comunicador e que transmite para o recebedor qualquer conceito que este interprete da mensagem Esses sinais tem um significado convencionado por nós ou pela nossa experiência. Assim, os sinais de trânsito significam o mesmo para todos os motoristas, e o código Morse é interpretado da mesma maneira, pelos telegrafistas.

Essa é uma norma fundamental da comunicação: os sinais tem o significado que a experiência das pessoas permite atribuir a esses signos.

Enquanto no ocidente a cor preta representa tristeza, luto, na Índia, ao contrário, o signo representativo desse sinal é a cor branca.

1.2 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Comunicar envolve uma dinâmica que não pode dispensar as unidades que englobam o processo e que, dissociadas, constituem os elementos mais importantes da comunicação.

Fonte

Fonte é a origem da mensagem.

Emissor

Emissor é a pessoa que envia a mensagem através da palavra oral ou escrita, gestos, expressões, desenhos, etc.

Pode ser também uma organização informativa, como rádio, TV, estúdio cinematográfico.

Geralmente, a fonte coincide com o emissor. Num diálogo, o falante é a fonte e emissor ao mesmo tempo.

Mensagem

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Mensagem é o que a fonte deseja transmitir, podendo ser visual, auditiva ou audiovisual. Serve-se de um código que deve ser estruturado e decifrado. É preciso que a mensagem tenha conteúdo, objetivos e use canal apropriado.

Recebedor

Recebedor é um elemento muito importante no processo. Pode ser a pessoa que lê, que ouve, um pequeno grupo, um auditório ou uma multidão.

Ao recebedor cabe decodificar a mensagem e dele dependerá, em termos, o êxito da comunicação. Temos que considerar, nesse caso, os agentes externos que independem do recebedor (ruídos, entropia).

Destino

Destino é(são) a(s) pessoa(s) a quem se dirige a mensagem.

Canal

Canal é a forma utilizada pela fonte para enviar a mensagem. Ele deve ser escolhido cuidadosamente, para assegurar a eficiência e o bom êxito da comunicação.

O canal pode ser: Canal Natural = Órgãos Sensoriais e Canal Tecnológico = Espacial ou Temporal.

Canal Tecnológico Espacial: Leva a mensagem de um lugar para outro, como o rádio, telefone, televisão, fax, internet, twitter.

Canal Tecnológico Temporal: Transporta a mensagem de uma época para outra, como os textos, livros, discos, fotografias, vídeos.

Código

Cógigo é um conjunto de sinais estruturados. O código pode ser verbal ou não verbal. O código verbal é o que utiliza a palavra falada ou escrita. O código não-verbal é o que não utiliza a palavra.

O código não verbal não é só visual ou sonoro, mas plurissignificante. Apresenta-se fragmentado, imprevisto, não-linear, ao contrário do código verbal, que é discursivo e onde, geralmente, predomina a lógica.

Alguns códigos não-verbais, pela sua própria natureza, dificultam a decodificação.

1.3 RUÍDO – ENTROPIA – REDUNDÂNCIA

Ruído é toda interferência indesejável na transmissão de uma mensagem. Ex.: Um borrão na mensagem escrita, uma sirene durante um diálogo.

Entropia é a desorganização da mensagem. Ex.: Eu menina uma vi.

Redundância é a repetição, objetivando a clareza. Confere à comincação um certo coeficiente de segurança. Ex.: Aqui, neste lugar, onde tu te encontras com tua familia, aconteceram fatos que mudaram o mundo.

1.4 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

A força da comunicação, no mundo atual, é de uma multiplicidade infinita. Realmente, a todo instante, o homem sofre o impacto desse processo. A vida e o comportamento humano são regidos pela informação, pela persuasão, pela palavra, som, cores, formas, gestos, expressão facial, símbolos. O entendimento não mais se faz apenas pela língua falada ou escrita, mas também através do rádio, da televisão, do jornal, da música, do cinema, da publicidade. Diríamos mais: hoje, podemos constatar estarrecidos que o código verbal está em crise. Predominam a imagem e a comunicação gestual.

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Assim, podemos concluir que todas as atividades procuram desenvolver e ampliar as habilidades comunicatórias através de experiencias reais de comunicação.

1.5 LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA

Linguagem – é o exercício oriundo da faculdade, inerente ao homem, que lhe possibilita a comunicação. Embora nem todos os teóricos assumam esse posicionamento, podemos dizer que todo ser humano possui, ao nascer, uma predisposição que faculta a aquisição da mesma (característica inata).

A línguagem tem um lado individual e um lado social, sendo impossível conceber um sem o outro.

Por outro lado, sem o convívio social, essa predisposição se atrofia. Assim, tudo indica que a aprendizagem, na criança, se dá por imitação (característica adquirida).

Língua – há um instrumento peculiar de comunicação – a língua – distinta da fala, que representa a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, “que por si só, não pode modificá-la”. Língua é forma.

Fala – a fala, ao contrário, é um ato intencional, em nível individual, de vontade e inteligência.

1.6 FUNÇÕES DA LINGUAGEM

A linguagem, tem algumas funções:

Função Referencial (ou denotativa ou cognitiva). Aponta para o sentido real das coisas e dos seres. Ex.: À noite, vemos a Lua no céu.

Função Emotiva (ou expressiva). Centra-se no sujeito emissor e tenta suscitar a impressão de um sentimento verdadeiro ou simulado. Ex.: Que lua maravilhosa!...

Função Conotativa (ou apelativa ou imperativa). Centra-se no sujeito receptor e é eminentemente persuasória. Ex.: Inspira-me, ó lua!

Função Fática (ou de contato). Visa estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação e serve para testar a eficiencia do canal. Ex.: Alô, alô, astronautas na Lua, vocês conseguem me ouvir?

Função Metalinguística. Consiste numa recodificação e passa a existir quando a linguagem fala dela mesma. Serve para verificar se o emissor e o receptor estão usando o mesmo repertório. Ex. A Lua é o satélite natural da Terra.

Função Poética. Centra-se na mensagem, que aqui é mais fim do que meio. Opõe-se à função referêncial porque nela predominama conotação e o subjetivismo. Ex.: “... a lua era um desparrame de prata”. (Jorge Amado)

1.7 REGISTROS OU NÍVEIS DE LINGUA(GEM)

A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode tranformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, perceberemos grandes mudanças no estilo e nas expressões.

Por que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que considerar multiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status dos falantes.

Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua. Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois tipos de língua: a falada e a escrita.

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Língua Falada

Lingua Culta – é a lingua falada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Obedece à gramática da língua padrão. É mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes.

Exemplo:

Temos conhecimento de que alguns casos de delinquência juvenil no mundo hodierno decorrem da violência que se projeta, através dos meios de comunicação, com programas de enfatizam a guerra, o roubo e a venalidade.

Língua Coloquial – é a língua espontânea, usada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas linguísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais.

Exemplo:

Cadê o livro que te emprestei? Me devolve em seguida, sim?

Língua Vulgar ou Inculta – é própria das pessoas sem instrução. É natural, colorida, exressiva, livre de convenções sociais. É mais palpável, porque envolve o mundo das coisas. Infringe totalmente as convenções gramáticais.

Exemplo:

Nóis ouvimo falá do pograma da televisão.

Língua Regional – como o nome já indica, está circunscrita a regiões geográficas caracterizando-se pelo acento linguistico, que é a soma das qualidades físícas do som (altura, timbre, intensidade). Tem um patrimônio vocabular próprio, típico de cada região.

Exemplo:

A la pucha, tchê! O índio está mais por fora do que cusco em procissão – o negócio hoje é a tal de comunicação, seu guasca!

Língua Grupal – é uma língua hermética, porque pertence a grupos fechados.

Língua Grupal (Técnica) – a língua grupal técnica desloca-se para a escrita. Existem tantas quantas forem as ciências e as profissões: a língua da Medicina (como é dificil entender um diagnóstico...), a do Direito (restrita aos meios jurídicos), etc. Só é compreendida, quando sua aprendizagem se faz junto com a profissão.

Exemplo:

O materialismo dialético rejeita o empirismo idealista e considera que as premissas do empirismo materialista são justas no essencial.

Língua Grupal (Gíria) – Existem tantas quantos forem os grupos fechados. Há a gíria policial, a dos jovens, dos estudantes, dos militares, dos jornalistas, etc.

Exemplo:

O negócio agora é comunicação, e comunicação o cara aprende com material vivo, descolando um papo legal. Sacou?

Língua Escrita

Língua Não Literária – apresenta as mesmas características das variantes da língua falada, tais como lingua-padrão, coloquial, inculta ou vulgar, regional, grupal, incluindo a gíria e a técnica e tem as mesmas finalidades e registros, conforme exemplificamos a seguir:

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Língua-Padrão – é aquela que obedece a todos os parêmetros gramaticais.

Exemplo:

“O problema que constitui objeto da presente obra põe-se, com evidente principalidade, diante de quem quer que enfrente o estudo filosófico ou estudo só científico do conhecimento. Porém, não é mais do que um preve capítulo de gnoseologia.” (Pontes Miranda).

Língua Coloquial

Exemplo:

Me faz um favor: vai ao banco pra mim.

Língua Vulgar ou Inculta

Exemplo:

(TRECHO DE UMA LISTA DE COMPRAS)

-assucar (=açúcar)

-basora (= vassoura)

-qejo (= queijo)

Língua Regional

Exemplo:

Deu-lhe com a boleadeira nos cascos, e o piá correu mais que parelheiro em cancha reta.

Língua Grupal

Os exemplos dados anteriormente servem para ilustrar tanto a língua grupal gíria como a técnica.

Língua Literária

A língua literária é o instrumento utlizado pelos escritores. Principalmente, a partir do modernismo, eles cometeram certas infrações gramaticais, que, de modo algum, se confundem com os erros observados nos leigos. Enquanto nestes as incorreções acontecem por ignorância da norma, naqueles as mesmas ocorrem por imposição da estilística.

Exemplo:

“Macunaíma ficou muito contrariado. Maginou, maginou e disse prá velha...” (Mário de Andrade)

2. REDAÇÃO TÉCNICA, CIENTÍFICA E LITERÁRIA

2.1 O Texto Técnico e Seus Elementos

Durante o período escolar, comumente se aprende a elaborar tres tipos de textos – os narrativos, os descritivos e os dissertativos. Essa é a classificação tradicional, porém a partir destes “tipos”, tem-se uma infinidade de gêneros textuais.

Na vida profissional, no entanto, as pessoas se deparam a todo o momemtno com a necessidade de produzir textos que, muitas vezes, não foram ensinados, outras espécies de composição que, muitas vezes não ouviram sequer falar nas salas de aula por onde passaram, tais como: um manual de intrução, a descrição do funcionamento de aparelhos, relatórios,

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resumos e resenhas científicas, artigos, ou seja, outros gêneros de textos mais técnicos e cintíficos.

2.1 Mas o que seria a redação técnico-científica?

É a modalidade textual que trata de fatos ou assuntos técnicos ou científicos. Seus princípios são, como em qualquer outro tipo de composição, a clareza, correção, ênfase, ordenação lógica e objetividade.

Essa composição diferencia-se da redação literária, porque deixa em segundo plano o feito artístico da frase. A preocupação principal de quem a produz deve ser a objetividade do texto. Enquanto na redação literária predomina o torneio frasal, a linguagem conotativa, as figuras de linguagem etc., na redação técnica a linguagem é predominantemente deontativa.

Outro aspecto que caracteriza a redação técnica, é que ela engloba apenas formas de comunicação escrita de caráter científico. Documentos notoriais, administrativos e comerciais, por exemplo, não são considerados redação técnica, mas compõem o que se chama “redação oficial”.

Pode-se definir texto científico e texto técnico da seguinte forma:

Texto Científico: é o texto que revela pesquisa e rigor científico e tem como objetivo a publicação em revistas especializadas ou livros. O texto científico é representado pelas monografias, pelas teses, papers, resenhas e artigos científicos.

Texto Técnico: é o texto mais relativo às profissões. É fundamental nas atividades empresariais e é representado pelas atas, memorandos, circulares, requerimentos, relatórios, avisos, dentre tantos outros.

Redações Técnica/Científica

As redações técnica e científica vão apresentar características que são regidas pelos mesmos princípios básicos que orientam a estruturação de qualquer textos escrito, ou seja: clareza – coesão e coêrencia – correção, obediência às normas gramaticais, e objetividade.

Veja então, a seguinte diferenciação:

Redações Técnica e literária

As diferenças da redação de um texto técnico científico para a redação de um texto literário:

REDAÇÃO TÉCNICA/CIENTÍFICA REDAÇÃO LITERÁRIA

Precisão do vocabulário, a exatidão dos pormenores.

Vocabulário de expressividade linguística, busca pela tradução da imaginação

Imparcialidadae e comunicabilidade: eficácia e exatidão da comunicação

Elaboração artística da frase, preocupação estética. Subjetividade e criação da ficcção

Objetivo: esclarecer, informar Objetivo: entreter

Traduz-se em obetividade Sobrecarrega-se de impessoalidade

Abolição de construções dúbias ou que permitam mais de um significados

Sentido figurado: uso de metáforas ou de frases que possam ter dupla significação.

Uniformidade na estrutura, na terminologia e no estilo

Multiplicidade de estruturas, terminologias e estilo

Linguagem denotativa Linguagem conotativa

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Função referencial Função poética – É importante distinguir as funções da llinguagem.

2.3 Tipos de Texto Técnico-Científica

Há diversos tipos de redação técnico-científica: as descrições e as narrações técnicas, os manuais de instruções, pareceres, relatórios e dissertações científicas. O mais importante de todos é o relatório. Sua utilização em instituiçoes públicas e em empresas privadas tem diversas finalidades: avaliar a organização de setores e departamentos, os processos de trabalhos, a qualidade dos produtos etc.

Na composição da redação técnico-científica, utilizam-se geralmente a descrição técnica e o resumo. Dependendo da sua finalidade, a descrição técnica pode envovler a descrição de objetos, processos, ações, fatos, etc. Já o resumo, é utilizado qundo se trabalha com outras composições ou mesmo outros relatórios, que servem de apoio para ratificar ou retificar informações, exemplificá-las, avaliá-las etc.

2.3.1 A descriçao de Objeto ou Paisagem

Aqui, estudaremos a descrição de objeto ou paisagem e a descrição de processo, amplamente utilizadas em relatórios desenvolvidos em órgãos públicos ou em empresas privadas.

A precisão vocabular, a exatidão de promenores e a sobriedade de linguagem na descrição técnica visam ao esclarecimento do leitor. Aplicada a objetos aparelhos ou mecanismos, processos, fenômenos, fatos, lugares e eventos, esse tipo de descrição requer linguagem denotativa.

A descrição de um objeto, de uma paisagem, um aparelho ou um processo deve partir de um objetivo e um ponto de vista. Quanto ao objetivo, parte-se de algumas perguntas norteadoras: qual é a finalidade do relatório? A quem se destina? Quanto ao ponto de vista: qual o objeto a ser descrito, que parte dele deve ser ressaltada? Etc.

O fragmento de texto a seguir foi retirado de um Manual da Volkswagen. Ele dá uma boa idéia da descrição de objetos ou seres:

O motor está montado na traseira do carro, fixado por quatro parafusos a caixa de câmbio, a qual, por sua vez, está fixada por ligas de borracha na extremidade bifurcada do chassi. Os cilindros estão dispostos horizontalmente e opostos dois a dois.

Neste fragmento, tem-se em vista um leitor bem específico: o usuário do carro. O emprego dos termos técnicos reduz-se ao mínimo indispensável ao esclarecimento de seu funcionamento. Com frases curtas e nominais, a descrição é detalhada e sua ordem segue uma “lógica descritiva”.

2.3.2 A descrição de Processo

A descrição de processo tem como propósito mostrar o funcionamento de aparelho ou mecanismo ou os estágios de procedimento (fases de fabricação de um produto, trabalho de pesquisa, investigação). Chamada de exposição narrativa, apresenta como características:

a) Exposição em ordem cronológica;b) Objetividade: linguagem denotativa;c) Ênfase na ação, que deve ser suficientemente detalhada;d) Indicação clara das diferentes fases do processo;e) Ausência de suspense: o interesse da narração não deve depender do suspense.

O texto abaixo é uma descrição de processo de uma transmissão de rádio:

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Os sons se reproduzem dentro do campo de ação do microfone são por estes captados transformados em corrente elétrica equivalente. Estas correntes, devido ao fato de serem extremamente fraas, são conduzidas a um pré-amplificados de micronfone, que as amplifica convenientemente, depois do que são tranferidas para um amplificados de grandes dimensões.

Planos de descrição de objeto ou paisagem e de processo

Objeto

a) Qual é o objeto?b) Pra que serve?c) Qual é a sua aparência (forma, cor, peso, dimensão, textura etc)?d) Que partes o compõem (faça descrição detalhada de cada parte)?e) Quais são suas qualidades e defeitos? Qual a visão de conjunto do objeto?

Paisagem

a) Qual é a paisagem?b) Qual é a perspectiva, ponto de vista?c) Como é o ambiente? Aberto? Fechado? Rural? Urbano?d) O que se observa?

Processo

a) Qual seu princípio científico?b) Quais são as normas para seu funcionamento?c) Quais são as fases ou estágios de funcionamento?d) Qual sua visão de conjunto, aplicações práticas e limitações?

2.3.3 O Resumo

De acordo com a Norma NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnica – ABNT, o resumo é a “apresentação concisa dos pontos relevantes no texto. São apresentadas as ideias principais do autor do texto de forma sintética e seletiva. Devido à suas sintese e seletividade, é uma composiçã textual bastante usada em relatórios técnico-científicos que têm como fonte outros relatórios, pareceres etc. Em sua elaboração, destacam-se:

a) O assunto do texto;b) O objetivo;c) A articulção das ideias;d) As conclusões do autor do texto objeto do resumo.

O resumo também se caracteriza por:

a) Apresentar uma linguagem objetiva;b) Não apresentar as frases do original, mas frases recriadas a partir do original (nesse

sentido o resumo não é apenas uma cópia);c) Apresentar ordenamente ideias e fatos;d) Não apresentar juízo valorativo ou crítico;e) Dispensar consulta do original.

Técnicas para elaboração de Resumo

Regras para a elaboração de um resumo:

a) Apagamento: cancelam-se todas as palavras ou expressões que são dispensáveis.

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b) Generalização: substituem-se enunciados específicos por gerais. Assim, se uma pessoa diz que “reformou o banheiro, a cozinha, a sala o quintal”, pode-se dizer que ela “reformou a casa”. Essa expressão é generalizadora.

c) Nulificação de citações diretas e indiretas, paráfrases, enumerações, exemplificações, depoimentos etc. do texto que está sendo resumido.

d) Quanto à seleção de tópicos frasais e combinação deles: unir ideias importantes, de acordo com suas proximações.