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COMPREENDENDO AS GEOGRAFIAS DA ECONOMIA E O MERCADO DE TRABALHO DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

Dulcemar Amaro Vieira1

Dra. Ângela Massumi Katuta2

RESUMO

O presente artigo descreve os resultados das atividades da implementação do projeto de intervenção realizada dentro da disciplina de Geografia no Colégio Estadual Paula Gomes, no Município de Curitiba, em duas turmas do 3º ano do Ensino Médio A e B, em observância às exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional 2012, realizado em parceria interinstitucional entre a SEED. (Secretaria de Estado da Educação) e a SETI (Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior). Sob o tema: Compreendendo as Geografias da Economia e Mercado de Trabalho de Curitiba e Região Metropolitana, o estudo buscou enfatizar e relacionar temáticas voltadas para o mercado de trabalho tendo como objeto de análise o contexto local, abordando conteúdos interdisciplinares e informações atualizadas para possibilitar aos alunos do Ensino Médio, o conhecimento e a dimensão geográfica da economia regional, do mercado de trabalho e as questões de empregabilidade, estabelecendo relações com o seu cotidiano. Apresenta também as contribuições obtidas por meio do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), com a participação dos professores de Geografia do Estado do Paraná, onde se destaca a relevância do tema e a importância de promover estratégias de ensino que promovam o desenvolvimento dos alunos na perspectiva de sua interação com a dinâmica do mundo do trabalho.

Palavras-chave: Ensino Médio, Trabalho, Economia, Empregabilidade.

1 INTRODUÇÃO

O estudo da Geografia tem como objetivo a compreensão das características

dos espaços e as suas formas de sua utilização. Privilegiando a observação e

interpretação dos arranjos espaciais, atende a um objetivo maior, que é auxiliar o

educando a desenvolver o pensamento crítico sobre a realidade, compreendendo-a

e identificando as transformações espaciais decorrentes da atuação humana, para,

quem sabe, nelas intervir. É nesse sentido que o processo de ensino-aprendizagem

na disciplina de Geografia é muito importante, pois pode ajudar os alunos a

perceberem a sua realidade em uma perspectiva geográfica. Consideramos que,

desenvolvendo o pensamento crítico sobre os arranjos espaciais locais em termos

__________________1 Professor da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná da disciplina de Geografia, integrante do PDE/2012. e-mail: [email protected]

2 Artigo apresentado como trabalho final do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) Professora Adjunta da Universidade Federal do Paraná - Setor Litoral; Orientadora do PDE, 2012. e-mail: [email protected]

de espacialização dos processos, econômicos, e, empregabilidade, no, município

de Curitiba e Região Metropolitana, concomitantemente, podem desenvolver suas

capacidades de pensar, refletir e criar estratégias de inserção nos diversos setores

que compõem a economia, bem como compreender os critérios que constituem o

mercado de trabalho local. Considerando que os alunos são heterogêneos cada um

tem ou poderá construir competências e habilidades diferenciadas em busca de um

emprego, no que ele tenha identificação, auxiliando assim em sua sobrevivência.

Contudo, é importante destacar que a escola, não tem o papel de indicar os

caminhos ou encaminhar os alunos para o mercado de trabalho, mas ela pode ser

um ambiente onde o contato com a informação, o desenvolvimento do pensamento

crítico e a participação ativa em atividades pedagógicas podem contribuir ricamente

para a formação de um cidadão que compreende as suas realidades e pode

transformá-las.

Desta forma, foi elaborado a proposta de trabalho no projeto PDE, material

pedagógico, intervenção na escola e formação continuada de professores a fim de

subsidiar esta discussão, pois nossos alunos estão recebendo informações a cada

momento, e nós professores de Geografia temos que nos atualizar constantemente,

neste espaço que está em constante movimento.

No dizer de KATUTA ”[...] embora a escola se constitua em um aparelho

ideológico do Estado, a mesma pode ser de grande importância para os alunos

menos favorecidos economicamente, pois poderá possibilitar uma melhor inserção

no mercado de trabalho, elevando seu nível sócio-econômico e, sobretudo auxiliá-lo

no processo de sua constituição cultural e identitária.” (1997, p. 150).

Por essa razão, dentro das atividades do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, na disciplina de Geografia, buscou-se intervir pedagogicamente

para subsidiar elementos aos alunos de forma que esses pudessem conhecer a

realidade que os cerca, as possibilidades existentes e o que precisam fazer para

operar nesse contexto de forma produtiva. Para tanto, foi elaborado um projeto de

material pedagógico que posteriormente foi elaborado a fim de, promover a

discussão sobre esse tema, pois fora da escola os alunos estão recebendo

informações a cada momento, e cabe aos professores de Geografia estarem

constantemente atualizados compreendendo a dinâmica da sociedade, suas

demandas e exigências, de forma a proporcionar aos alunos o suporte de que

necessitam; aspecto esse abordado por Katuta (1997, p. 150), quando afirma que a

escola pode ser de grande importância para os alunos, principalmente os menos

favorecidos, que necessitam interar-se sobre o mercado de trabalho.

A proposta de intervenção objetivou introduzir os alunos do 3° ano do Ensino

Médio no estudo do universo do trabalho, com ênfase no mercado de trabalho de

Curitiba, Região Metropolitana, por meio estudo de textos, documentários,

pesquisas, debates, oficinas voltadas ao entendimento que, o emprego, seja no

setor público, privado ou autônomo, é necessário e está presente no seu cotidiano e

que há diferentes mecanismos de geração de renda; assim como incentivar a

pesquisa sobre instituições públicas ou privadas que podem ser úteis para formação

de cada um de acordo com os seus objetivos e, suas condições materiais.

De forma sintetizada, as atividades com os alunos compreenderam a

realização de estudos, pesquisas, conversações e debates a partir de questões

reflexivas e polêmicas para que esses pudessem compreender coletivamente o

mercado de trabalho na perspectiva do educando e da sociedade, confrontando os

conteúdos em relação às realidades sociais dentro do contexto atual.

Buscou-se, com tais estratégias, fazer com que os alunos tivessem uma

visão clara e objetiva de que os resultados positivos, individual e profissional,

sempre dependerão de avaliações, mas não somente através de testes, provas e

exames, mas sim através da articulação teórico-prática dos conhecimentos

construídos, visando a superação diária das próprias dificuldades e a utilização de

mecanismos apropriados para o seu desenvolvimento contínuo.

Este trabalho está voltado principalmente para professores de Geografia do

Ensino Médio. Dessa forma são apresentadas sugestões de atividades práticas para

trabalhar com os alunos em sala de aula, dentro do tema: Compreendendo as

Geografias da Economia e o Mercado de Trabalho de Curitiba e Região

Metropolitana, cujas unidades temáticas poderão ser utilizadas conforme o

andamento das aulas.

2.1 ATIVIDADES SEQUENCIAIS DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL (PDE)

O Plano Integrado de Formação Continuada do Programa de

desenvolvimento Educacional 2012 teve início através da aula inaugural ministrado

pela Secretaria Estadual de Educação (SEED) e a partir desta, foram explanadas a

sequência de atividades do primeiro semestre, incluiu a escolha do tema e a

elaboração do Projeto de Intervenção pedagógica na Escola. Para oferecer um

suporte técnico e apoio pedagógico, foram realizados os seminários e cursos do

núcleo comum através do trabalho dos profissionais da Universidade Federal do

Paraná (UFPR) para todas as disciplinas e a indicação dos orientadores que

acompanhariam os professores participantes desde o início até o encerramento das

atividades no final de 2013.

No segundo semestre de 2012 foram iniciadas os cursos e seminários

voltados para as disciplinas específicas ministrados no Centro Politécnico, no

Departamento do Curso de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR),

bem como a Formação Tecnológica presencial e à Distância oferecidas pela

Secretaria Estadual de Educação (SEED), indispensável para a realização do Grupo

de Trabalho em Rede (GTR), previsto para o terceiro período. Paralelamente aos

estudos foram elaboradas as atividades que compunham a Produção Didático

Pedagógica que daria materialidade ao projeto, sendo acompanhadas pelos

orientadores professores mestres e doutores da Universidade Federal do Paraná.

No primeiro semestre de 2013 teve início as atividades do terceiro período do

PDE com a Implementação do Projeto através da prática pedagógica em sala de

aula com as turmas A e B do 3º ano do Ensino Médio. Todas as unidades temáticas

da Produção Didático-Pedagógica foram trabalhadas com o intuito de observar como

cada tema poderia ser útil para os educandos e como eles relacionavam com o seu

cotidiano, já que o trabalho tratava da geografia local. Com a implantação em

andamento, teve início a socialização da experiência com outros professores do

Estado do Paraná através do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), que teve uma

participação ativa e motivadora de 14 entre os 15 participantes.

No segundo semestre de 2013, foram iniciadas as atividades do quarto e

último período do PDE com a elaboração do Artigo final que relata todas as

atividades propostas.

Toda a Proposta Didático-Pedagógica apresentou um passo a passo,

sugerindo como os professores de Geografia, que trabalham com o Ensino Médio,

podem trabalhar com o tema “Compreendendo as Geografias da Economia e o

Mercado de Trabalho de Curitiba e Região Metropolitana”, tendo como público-alvo

preferencial, os alunos que cursam o 3º ano, por estarem inseridos nos contextos

explanados em cada temática trabalhada.

O presente artigo visa apresentar as atividades desenvolvidas de forma

sintética, sendo as unidades temáticas desenvolvidas em partes específicas.

2.2 O USO DA GEOGRAFIA NO CONTEXTO DO MERCADO DE TRABALHO LOCAL

Na disciplina de Geografia obtemos a oportunidade de fazer um estudo mais

claro e objetivo sobre as geografias da economia e do mercado de trabalho de

Curitiba e Região Metropolitana, desenvolvendo a reflexão e a criticidade, que,

muitas vezes, acaba sendo indireta no decorrer do processo ensino-aprendizagem

dos conteúdos do currículo, evidenciando-se a necessidade de um maior

aprofundamento, e de um estudo mais direto, sobre os cenários locais em termos de

espacialização dos processos econômicos e da empregabilidade, principalmente no

3º ano do ensino médio, pois é nesse período que muitos alunos das classes

trabalhadoras estão tentando inserir-se no mercado de trabalho. Há que se

considerar que é neste nível de ensino que as dúvidas, são grandes, principalmente

porque existem diferentes possibilidades de emprego, cada uma delas inseridas em

uma conjuntura distinta que precisa ser compreendida. Embora a educação básica

possa contribuir relativamente para o êxito dos alunos fora da escola, é importante

destacar que isto não lhes garante que, ao sair do ensino médio, estejam

preparados para enfrentar esse cenário complexo, marcado pela competitividade e

pela insegurança do seu futuro profissional, comum a todos os jovens. O objetivo foi

que os alunos do 3º Ano A e B do Ensino Médio construíssem, uma visão mais real

e menos ingênua e utópica do mercado de trabalho, por meio de uma abordagem

mais direta, na escala local e regional, o que possibilitou uma interação dos

educandos com os temas de maneira mais subjetiva e crítica. Esses, por sua vez,

como cidadãos, pertencentes a uma sociedade capitalista voltada para o consumo

que, culturalmente acaba conduzindo as pessoas acima dos dezesseis anos de

idade, principalmente aquelas que pertencem às classes trabalhadoras, a procurar

alguma atividade formal e informal para a obtenção de renda para a sua

subsistência ou simplesmente para adquirir sua liberdade financeira.

Entendemos que compete ao professor compreender que seus alunos são

indivíduos diversos e singulares, a fim de ter a preocupação com a formação e a

cidadania, com o desenvolvimento do pensar, da reflexão constante sobre os meios

onde estão inseridos e, principalmente, como é o universo da economia, do mercado

de trabalho e como este se projeta para os próximos anos, num processo de

percepção, análise de indicadores e construção de leituras.

Temos que lembrar sempre que a escola pública não é responsável pela

formação técnica dos alunos. Elas são responsáveis pelo ensino fundamental fase II

e Ensino Médio e essa condição foi adquirida em uma luta histórica que lhe devolveu

o foco: o currículo. Contudo, pode abordar temas nas aulas de geografia com a

intenção de propiciar momentos de análise da realidade econômica e do mundo do

trabalho para auxiliar no planejamento de ações e construção da cidadania.

Assuntos como mercado de trabalho, economia formal e informal,

empreendedorismo, diferenciação entre trabalho e emprego não estão

desvinculados do currículo, pelo contrário, eles fazem parte da geografia econômica

e esta, do ensino da geografia em nível médio. Contudo, tais temas estão sendo

estudados de forma superficial e desvinculadas do contexto local. Na perspectiva da

geografia, a educação precisa ser problematizada, de acordo com a realidade dos

alunos de cada região para que se estabeleça as análises em múltiplas escalas,

partindo do local para o global. Enquanto as questões ambientais e sociais são mais

debatidas, a compreensão sobre o mercado de trabalho no contexto da geografia

econômica é pouco estudada, é nesse sentido que as aulas de Geografia precisam

ser contextualizadas e estimular o raciocínio, a reflexão e a crítica, criar situações

voltadas para a percepção e compreensão da realidade e que sejam provocativas

para os alunos em busca da construção do conhecimento sobre as especialidades

ligadas à economia e ao mercado de trabalho local, regional e suas possibilidades.

Dessa forma, entendemos que poderemos auxiliar a ampliar a discussão e a

compreensão do espaço geográfico, das transformações econômicas, sociais e

políticas que implicam na forma como os indivíduos realizam o trabalho e o

emprego, tendo em vista que, quanto mais amplo o conhecimento sobre a realidade

social e o mercado de trabalho, maiores serão os instrumentos e possibilidades de

criação de estratégias dos alunos que estão se inserindo no mercado de trabalho.

Aqueles que obtiverem conhecimentos sobre as espacialidades geradas pela

economia, as relações entre esta e o mercado de trabalho e suas engrenagens,

terão uma percepção mais ampla da sociedade onde vive e poderá construir

estratégias de inserção mais efetivas, pois consegue visualizar as diferentes

possibilidades de atuação e geração de renda que surgem todos os dias.

Da mesma forma, entende-se que os alunos da escola pública devem ser

sensibilizados e construir sua proatividade, notadamente pelo perfil brasileiro de

buscar atividades, autonomias, as quais, quando desenvolvidas, possibilitam

geração de renda e melhoria da condição social, seja individualmente ou de um

coletivo em prol do bem comum. A escola básica regular não tem como foco a

inserção no mercado formal de trabalho, mas é preciso possibilitar aos alunos

condições para que os mesmos possam elaborar estratégias de vida, voltadas a

viabilização de suas sobrevivências. Contudo, o mercado de trabalho, responde às

transformações na economia mundial, que derivam dos processos de globalização,

da criação e difusão de novas tecnologias, dos processos de reestruturação

produtiva e, sobretudo, de novas formas de exploração da mão-de-obra e de

encolhimento dos direitos trabalhistas, pois estamos inseridos numa sociedade

capitalista.

Este trabalho está voltado principalmente para professores de geografia do

ensino médio. Apresentamos desde já algumas sugestões de atividades práticas

sobre o tema Compreendendo as Geografias da Economia e o Mercado de Trabalho

de Curitiba e Região Metropolitana e várias unidades temáticas que poderão ser

utilizadas conforme o andamento das aulas. Assim se espera que este material

possa ajudar o professor a inovar cada vez mais sua prática pedagógica.

2.1.1 APLICAÇÃO DAS ATIVIDADES PROPOSTAS2.1.2 Unidade temática 1 – Contextualização: Mercado de Trabalho e Globalização

As atividades foram desenvolvidas a partir dos seguintes objetivos

pedagógicos: estimular uma posição crítica em relação ao Mercado de Trabalho e

Globalização; refletir sobre os impactos do processo de globalização entre os seres

humanos, em especial no mercado de trabalho; identificar os efeitos desse

fenômeno chamado globalização sobre o trabalho e a vida de cada, aluno, e, ainda,

caracterizar a globalização não apenas como um fenômeno econômico, mas

também cultural, que reflete na vida dos cidadãos comuns.

Para tanto os alunos foram orientados a ler e interpretar um pequeno texto

sobre o Mercado de Trabalho x Globalização, tendo como ponto de partida, o

estimulo, a caracterização, identificação, e reflexão dos impactos do processo de

globalização entre os seres humanos; também identificaram os efeitos desse

fenômeno sobre o trabalho e a vida de cada, um e, por fim, obtiveram uma visão

mais clara e objetiva de que a globalização não é apenas um fenômeno econômico,

mas também cultural, que reflete na vida dos cidadãos comuns.

Os estudos realizados mostraram que o trabalho como atividade humana

sempre existiu, uma vez que é através dele que o ser humano garante a sua

sobrevivência e, por essa razão, entende-se trabalho como uma categoria

constituinte do ser humano, diferentemente do emprego, que é uma das formas por

meio das quais o trabalho é realizado em várias sociedades. No processo de

desenvolvimento das forças produtivas ao longo de diferentes momentos históricos e

em diversos lugares o trabalho foi organizado de distintas formas.

Foi ressaltado ainda, que existe hoje um elevado desenvolvimento das

forças produtivas e, por conseguinte, da produção geral de mercadorias, sendo que

a vitalidade das transações comerciais e financeiras é impressionante e foram

potencializadas, através do processo de globalização que teve seus primeiros sinais

no final dos anos 1960 e seus efeitos podem ser identificados em praticamente todo

o planeta, impactando, a vida diária de todas as pessoas.

Esse aspecto não pode ser ignorado, como bem observa Sampaio (2010, p.

8), pois se de um lado a globalização trouxe avanços comerciais, por outro o

crescente uso das tecnologias acabou por eliminar parte dos postos formais de

trabalho, exigindo, por consequência, melhor qualificação dos trabalhadores.

Na sequência foi realizada uma leitura coletiva, visando estimular a posição

crítica construtiva e, posteriormente, uma interpretação sobre o mercado de

trabalho, gerando questionamentos, relacionando sempre com a realidade local de

cada aluno e seus familiares. Houve curiosidades sobre o modelo de trabalho das

sociedades antigas, também concordaram e opinaram que o avanço tecnológico a

cada dia que passa vem eliminando postos de trabalho, alguns falaram sobre a

experiência de seus pais, que sempre estão buscando um emprego melhor para

obterem uma melhor qualidade de vida.

2.1.3 Unidade temática 2 - Atividades Econômicas e Mercado de Trabalho

Esta unidade de trabalho buscou chamar a atenção para que os alunos do

3º ano do Ensino Médio obtivessem conhecimentos mais específicos sobre as

relações das atividades econômicas e Mercado de Trabalho; e, ainda, contribuir para

que os alunos percebessem e entendessem as nuances da economia Formal e

Informal, a fim de que promover uma consciência crítica sobre o tema estudado.

Foi explicado aos alunos, que o Brasil tem registrado importantes

transformações neste século, especialmente quanto à população economicamente

ativa (PEA) que se distribui pelos três setores da economia: o Primário - agricultura,

pecuária, extrativismo vegetal, pesca e caça o Secundário - indústria de

transformação, construção civil e extrativismo mineral e Terciário - atividades

voltadas à prestação de serviços: educação, transportes, comércio, comunicações.

Destacou-se também que existe maior concentração de pessoas no setor terciário

decorrente da eliminação da força de trabalho humana das indústrias, como

consequência da mecanização.

Também foram debatidos com os alunos, os aspectos das Atividades

Econômicas que geram empregos no Mercado de Trabalho, observando que a

Economia Formal cumpre com as obrigações legais e fiscais, ou seja, arrecadam

impostos e estão sob regulamentação; e que a Economia Informal é aquela em que

o trabalhador dispõe de instrumentos próprios de trabalho e dos meios de produção,

sem vínculos empregatícios formais (carteira de trabalho, licença para vender etc.);

enfatizando que um dos fatores que contribuem para que permaneça na

clandestinidade são altas taxas e impostos cobrados às pequenas e médias

empresas.

Os alunos foram orientados a debater sobre a dicotomia entre o mercado

formal e informal, com base em texto de Tiriba (2000) que aborda a economia

solidária como uma estratégia de sobrevivência dos contingentes excluídos do

trabalho formal.

Dentro dessa temática, os alunos tiveram a oportunidade de assistir alguns

vídeos como, Brasil Informal I, II, III, IV, Emprego Formal no Brasil qualidade e

quantidade, O Trabalho Formal, TJ Aparecida/Trabalho Formal, exemplificando a

realidade local, e se mostraram participativos e questionadores, pois muitos de seus

pais, ou até mesmo alguns alunos estão inseridos no contexto do mercado de

trabalho, outros puderam se identificar com o vídeos, gerando especulações que

possibilitaram um amplo debate, como também desconheciam os pontos positivos

de se trabalhar na economia formal, e os negativos de se trabalhar na economia

informal, e se assustaram com a grande porcentagem de trabalhadores que estão

na economia informal, e as consequências no futuro desses trabalhadores, marcado

por indefinições.

Nos relatos, muitos alunos falaram sobre suas famílias, ressaltando que a

base da sobrevivência atual é o salário, e para ajudá-las nas despesas mensais

alguns fazem bicos, como exemplo temos vendedores ambulantes e sacoleiros etc..,

ou seja não têm carteira de trabalho registrada.

2.1.4 Unidade temática 3 – Empreendedorismo

O tema dessa unidade despertou a atenção dos alunos, permitindo ampla

discussão sobre a diferença entre o empreendedorismo empresarial e o social,

mostrou-se também que existe outra forma de organização a produção com a

inserção no mercado de trabalho, com o objetivo de gerar trabalho e renda de forma

cooperativa, em benefício do coletivo que é o empreendedorismo social.

Os alunos entenderam que o Empreendedorismo é o estudo voltado para o

desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à criação de um

projeto e que o perfil brasileiro de buscar atividades autônomas, possibilitam

geração de renda e melhoria da condição social, quando determinadas habilidades

são desenvolvidas. Puderam perceber ainda, que as novas exigências do mercado

exigem pensar de forma diferenciada, fazer muitas vezes uma tentativa de inovação

frente às mudanças tecnológicas como também às novas exigências de mercado

que aí estão se apresentando, e que o sucesso de qualquer empreendimento

depende da educação, para conhecer o meio onde atua e poder tomar as decisões

mais corretas. Tiveram ainda a oportunidade de conhecer uma outra forma de

organização da produção, com o objetivo de gerar trabalho e renda, em benefício do

coletivo que é o empreendedorismo social.

Para essas atividades foram utilizados vídeos institucionais do SEBRAE,

Bom Negócio – Curitiba e da ONG Clube de Empreendedorismo e desenvolvimento

pessoal.

Como resultado os alunos opinaram que já tiveram um contato com o tema

em outras ocasiões e com os seus familiares, ou através da mídia, portanto,

puderam trazer para as aulas a realidade e o conhecimento que eles tinham sobre o

assunto, pois muitos alegaram que as novas exigências do mercado nos fazem

pensar de forma diferenciada e, muitas vezes, tentar uma inovação frente às

mudanças tecnológicas como também às novas exigências de mercado que aí estão

se apresentando. Os vídeos utilizados como material didático favoreceram uma

troca de experiência com a realidade dos alunos que desenvolveram a reflexão e a

criticidade. Por fim, alguns alunos relataram que seus pais à medida do possível

visam buscar soluções para os problemas de sua comunidade local, para melhorar a

qualidade de vida, promovendo o empreendedorismo social, os alunos conseguiram

perceber também que já tinham contato com o empreendedorismo, pois alguns pais

conheciam pessoas empreendedoras.

2.1.5 Unidade temática 4 - Compreendendo a Geografia da Economia e do Mercado de Trabalho de Curitiba

Nesta etapa do trabalho, buscou-se chamar a atenção, orientar, discutir, ter

clareza e compreender as geografias da economia e o Mercado de Trabalho de

Curitiba, tendo como objetivo maior, levar o educando a desenvolver o pensamento

crítico sobre a realidade local, compreendendo-a e identificando as transformações

decorrentes no mercado de trabalho de Curitiba, a partir de dados de diferentes

fontes.

Essa abordagem é importante, pois, de acordo com a Agência Curitiba

(2012, p. 1), órgão oficial da Prefeitura de Curitiba que disponibiliza dados

socioeconômicos da capital e Região Metropolitana, baseada em dados da

RAIS/2009, “[...] Curitiba possui a menor taxa de desemprego entre as capitais do

Brasil e posiciona-se em 5º lugar no ranking das capitais com maior número de

empregos.”.

E no que se refere ao desenvolvimento dos setores na Capital, o setor

primário cresceu na ordem de 40% nos últimos 15 anos, com picos de 0,64% no

período, passando de 515 estabelecimentos em 1996 para 556 em 2010. O setor

secundário teve crescimento de 11,42%, atingindo picos de 12,50% no mesmo

período, passando de 9.910 para 15.767 estabelecimentos. E, no setor terciário o

aumento foi de 88,18%, com picos de 89,415, passando de 62.235 para 121.771

estabelecimentos (AGÊNCIA CURITIBA, 2012, p. 2).

Informações dessa natureza – disponíveis em bases de dados de órgãos

oficiais como Agência Curitiba, Ipardes, IBGE, dentre outras - são importantes para

que o aluno possa situar espacialmente a oferta existente e os segmentos mais

promissores dentro do seu campo de atuação/interesse. Nesse sentido, os dados

constantes da produção didático-pedagógica foram trabalhados pelos alunos em

forma de leitura, análise e debate, o que os auxiliou a desenvolverem o pensamento

crítico sobre a realidade local, pois compreenderam e identificaram as

transformações decorrentes do mercado de trabalho de Curitiba.

Desta maneira, esta atividade colaborou para o conhecimento, dos alunos

que se identificaram com o tema abordado, pois os mesmos nunca tiveram

oportunidade de ter contato com essas fontes de pesquisa. Assim, estudaram

algumas tabelas atualizadas sobre os setores primário, secundário e terciário, como

também os empregos formais em Curitiba, faixa etária e grau de instrução e o

ranking das ocupações que mais admitiram no 1º emprego, e o perfil do emprego

formal segundo gênero, renda e idade em Curitiba. Os alunos fizeram análises e

relacionaram, eles mesmos e seus familiares a esses cenários, possibilitando uma

contextualização, debates, a partir das suas experiências de vida também daqueles

que estão à procura de emprego ou que já estão exercendo alguma atividade

remunerada. O trabalho também auxiliou a estimular uma posição crítica em relação

aos dados nas tabelas, reconhecendo e compreendendo as Geografias da

Economia e do Mercado de Trabalho de Curitiba.

2.1.6 Unidade temática 5: Compreendendo as Geografias da Economia e do Mercado de Trabalho da Região Metropolitana de Curitiba

Desta vez a abordagem sobre o tema abordou a realidade da Região

Metropolitana de Curitiba, visando estimular os alunos a fazerem, análises,

interpretações, perceberem e entenderem o espaço local, mantendo as relações

sociais da realidade dos mesmos, adotando técnicas de discussões, troca de ideias

e comparações como uma forma de incentivo à busca do saber.

De acordo com dados disponibilizados aos alunos durante as atividades, foi

possível a eles perceberem que os municípios da RMC concentram 64% do total da

população urbana do Estado. A população feminina representa 51,4% do total

enquanto a dos homens é representada por 48,6%.De acordo com a Agência

Curitiba (2012), no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do

Ministério do trabalho e Emprego (MTE) foram geradas 142.483 novas vagas de

emprego em 2010. Este é o melhor resultado paranaense na geração de empregos

e bate o recorde de 2004, quando foram criados 122.648 empregos com carteira

assinada. Também foi possível observar acerca da estrutura do emprego formal, que

houve um aumento no número de trabalhadores com carteira assinada entre agosto

de 2011 a 2012; e que um dos setores que mais avançaram nesse sentido foi o de

comércio e serviços (IPARDES, 2012). Estes dados possibilitaram, aos alunos

interpretarem os dados e debaterem, analisarem seus impactos na vida dos

cidadãos e da economia estadual, passando a perceber e entender melhor o espaço

local, a partir das relações sociais da realidade de cada um.

O resultado apresentado durante esta temática foi positivo, pois os alunos

obtiveram a compreensão das atividades econômicas que estão gerando mais

empregos na região metropolitana. Aconteceu também de familiares dos alunos que

trabalham na região metropolitana fazerem constantemente os movimentos e

deslocamentos pendulares, pois muitos estão trabalhando no setor privado e outros

no setor público. A análise e interpretação de tabelas ajudaram os alunos a

compreenderem as geograficidades da economia, do mercado de trabalho na

Região Metropolitana de Curitiba.

2.1.7 Unidade temática 6 – Setores da Economia que mais Empregam na Região Metropolitana de Curitiba, Formação Profissional Exigida, Nível de Escolaridade

Esta unidade buscou estabelecer comparações, entendimentos, discussões,

sobre os diversos cenários da economia, na região Metropolitana de Curitiba,

fazendo com que os alunos pudessem aproximar sua realidade desse contexto tanto

quanto possível.

Para tanto, foram levantadas informações sobre um dos setores da economia

que mais empregam na região metropolitana de Curitiba: o setor de serviços, principalmente devido ao aumento de terceirizações oriundas de políticas de

liberalização comercial, de estabilização econômica, como também por causa da

atuação de grandes grupos de multinacionais como hipermercados que geraram

milhares de postos de trabalho, como exemplo temos zeladores de prédios,

pequenos reparos, atendimento, manutenção, limpeza, transporte terrestre, dentre

tantos outros postos de trabalho que estão absorvendo principal e preferencialmente

a força de trabalho masculina, que não tem uma qualificação mais específica, ou

seja, possuem uma escolaridade precária e falta de formação profissional. Situação

essa que se desdobra na desvalorização com relação aos seus salários que são

mais baixos em comparação àquelas pessoas que tem um grau de instrução maior,

ou que sejam qualificadas como é o caso também dos órgãos públicos, educação e

saúde etc.

Em contrapartida foi explicado aos alunos que o setor de comércio é um forte

empregador da força do trabalho feminino, mas, da mesma forma vista

anteriormente, a empregabilidade deste setor também está ligada com o nível de

escolaridade, pois cada vez mais as empresas estão precisando de profissionais

capacitados nesta área e há oferta de empregos para todos os níveis de

escolaridade, mesmo em tempos de crise, haja vista que o setor comercial e de

vendas é o último a sofrer qualquer tipo de corte e sempre o primeiro a oferecer

grande quantidade de vagas em cenários de desenvolvimento econômico.

Também foi abordada a realidade do setor da indústria, que mostra uma

força considerável na Região Metropolitana de Curitiba, apresentando um parque

industrial de 43 milhões de metros quadrados, que atraiu grandes empresas como

Audi, VW, Nissan, Renault, New Holland, Volvo, Exxonmobil, Sadia, Kraft Foods,

Siemens,CSN, Gerdau, Petrobras, AAM e HSBC e, por último, a fábrica de pneus da

Sumitomo que é japonesa e irá se instalar no Município de Fazenda Rio Grande.

Nesse setor é possível observar de maneira clara os efeitos diretos e indiretos da

escolaridade na conquista de um emprego de melhor nível e, assim, alavancar a

desejada mobilidade social e obter uma renda mensal melhor. Foi destacado ainda

que as indústrias dos setores automobilísticos, eletroeletrônicos e de

eletrodomésticos não param de crescer e continuam contratando, com muita

variação de escolaridade, mas a ênfase está na área de Tecnologia da Informação,

na qual existem inúmeras ofertas de emprego para profissionais preparados e

qualificados.

A partir dessas informações, os alunos puderam debater sobre o mercado de

trabalho da RMC e as exigências quanto ao perfil profissional exigido, especialmente

no que se refere à formação profissional necessária e o nível mínimo de

escolaridade; aspectos esses que ensejaram uma maior reflexão por parte dos

alunos no tocante aos seus projetos de vida e de futuro e os caminhos que precisam

seguir para concretizá-los. Essa estratégia foi importante para que os alunos

pudessem compreender o potencial do mercado de trabalho na RMC e analisarem

suas expectativas a respeito.

Os textos atualizados e os vídeos apresentados foram importantes pois os

mesmos deram clareza sobre os setores da economia junto aos alunos que, ao

mesmo tempo, vincularam o grau de instrução com relação aos salários que são

mais baixos em comparação àquelas pessoas que tem um grau de instrução maior

ou que sejam qualificadas.

2.1.8 Unidade temática 7 - O Trabalho e o Estudo em Curitiba e Região Metropolitana

Encerrando o ciclo temático, o objetivo desta unidade foi proporcionar aos

alunos, acesso a informações importantes como continuidade de estudos e suas

várias possibilidades, que possam contribuir significativamente com seus anseios

futuros.

Para tanto foram desenvolvidas atividades de pesquisa acerca dos cursos

técnicos e tecnológicos oferecidos por instituições como SESI, SESC, SENAI,

SENAC, UTFPR, CEFET; Universidades Federais e Estaduais, (Citar a Universidade

ou Faculdade que os alunos tem interesse em estudar e qual o curso???); sobre o

ENEM, PROUNI e FIES – seus objetivos e como funcionam.

A abordagem proporcionou aos alunos o acesso a informações importantes

sobre a continuidade de seus estudos e suas várias possibilidades. Como resultado

os alunos questionaram e participaram, pois muitos irão estudar posteriormente

após o término do ensino médio, e muitos não tem a oportunidade de ter tais

informações. Vários alunos colocaram que vão fazer cursos e participar também de

alguma formação para se identificarem com tais afinidades.

O laboratório de informática da escola foi um ponto positivo nessa etapa, pois

contribuiu para que os alunos realizassem as pesquisas sobre os temas propostos e,

dessa maneira reuniram subsídios para entender as políticas públicas existentes que

facilitam o acesso aos estudos e à formação, acessíveis àqueles que tiverem

interesse e comprometimento com seu futuro profissional.

2.3 A ANÁLISE DO GRUPO DE TRABALHO EM REDE SOBRE PROPOSTA DE TRABALHAR COM ALUNOS DO 3° ANO DO ENSINO MÉDIO A TEMÁTICA DAS GEOGRAFIAS DA ECONOMIA E O MERCADO DE TRABALHO DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

Fizemos também a capacitação dos professores por meio de um, Grupo de

Trabalho em Rede (GTR) - realizado na modalidade on line, com duração de 64

horas, voltado para professores de Geografia da Rede Estadual de Ensino do

Paraná, ocorrida entre os dias 17/03/13 a 06/05/13. Foi apresentado inicialmente o

projeto relativo ao tema proposto, para a socialização aos participantes e troca de

ideias e experiências, e posterior debate acerca da relevância do tema para a escola

pública, assim como sobre a viabilidade de sua implementação na escola. Todos os

professores demonstraram um grande interesse com relação à temática do projeto

elaborado, pois estavam sentindo a necessidade de um material mais aprofundado e

atualizado sobre o Mercado de Trabalho Local, de forma que suas considerações e

sugestões foram incorporadas ao projeto para aprimoramento.

Quando da elaboração da produção didático-pedagógica, na forma de

unidade didática, novamente ficou evidenciada a importância da iniciativa de se

trabalhar o tema com alunos do Ensino Médio. A maior parte dos participantes ficou

satisfeita com a possibilidade de poder contar com o material, pois é de fácil

aplicação e apresenta textos escritos de forma clara e objetiva, facilitando o

entendimento do educando sobre assuntos importantes para seu futuro. Além disso,

são de opinião que os textos e as atividades propostas instigam a curiosidade do

educando, de forma que gradativamente esses vão assimilando conceitos e

compreendendo a dinâmica de funcionamento do mercado de trabalho global e

local.

Na terceira parte do processo foram apresentados os resultados da

Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica, a fim de sociabilizar dados e

informações sobre a forma como se desenvolveu a aplicação das ações realizadas,

os encaminhamentos metodológicos, dentre outros aspectos. Na sequência, foi

solicitado que cada participante escrevesse sobre suas experiências em sala de aula

com a implementação do tema Compreendendo as Geografias da Economia e o

Mercado de Trabalho de Curitiba e Região Metropolitana, bem como o resultado que

obtiveram. Nesse processo foi possível perceber que cada professor participante

está inserido em uma realidade distinta, pois muitos atuam fora de Curitiba e Região

Metropolitana. Mas, de uma forma geral, esses profissionais acolheram muito bem o

proposto e em suas considerações falaram de suas experiências locais sobre o

Mercado de Trabalho, sempre relacionando a realidade percebida com a dos seus

alunos.

Fechando as atividades de GTR, foi elaborado um questionário on-line pela

Secretaria Estadual de Educação do Paraná - SEED, a fim de que os participantes

avaliassem o professor tutor, como também o desenvolvimento do trabalho do GTR,

e os resultados mostraram que os professores ratificaram suas primeiras opiniões

acerca do trabalho agradecendo pela iniciativa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A contextualização e a relação do educando com os conteúdos que

envolvem a compreensão das características dos espaços geográficos e a sua

interação com os mesmos, direciona-os para uma observação sobre a sua

realidade, podendo perceber que tudo o que foi estudado faz parte do seu cotidiano.

Por essa razão, entende-se que somente pelo desenvolvimento do

pensamento crítico sobre os arranjos espaciais locais em termos de espacialização

dos processos econômicos e empregabilidade, torna-se possível ao aluno, refletir e

criar estratégias de inserção nos diversos setores que compõem a economia, bem

como compreender os critérios que constituem o mercado de trabalho local – que no

caso deste estudo refere-se ao Município de Curitiba e sua Região Metropolitana.

Considera-se, nessa perspectiva, que cada aluno, a partir de seus

conhecimentos, tem ou poderá construir competências e habilidades diferenciadas

em busca de um trabalho com o qual mais se identifique e garanta, dessa forma,

uma atividade produtiva que lhe traga realização e renda. Contudo, é importante

destacar que a escola, não tem o papel de indicar os caminhos ou encaminhar os

alunos para o mercado de trabalho, mas ela pode ser um ambiente onde, tanto o

contato com a informação quanto a participação ativa em atividades pedagógicas,

podem contribuir ricamente para a formação de um cidadão que compreende sua

realidade e pode transformá-la.

Assim, o desenvolvimento do projeto de intervenção dentro do PDE, edição

2012, na área de Geografia, teve por objetivo promover uma compreensão do

mercado e trabalho de Curitiba e região Metropolitana. Durante a implementação da

proposta pode-se verificar que os alunos foram aprendendo e buscando informações

constantemente durante as aulas, levando-os a um conhecimento mais amplo, em

um processo de leitura crítica construtiva sobre o mercado de trabalho local.

Um dos fatores de relevância foi o tema escolhido, pois se apresentou como

um conteúdo da atualidade, baseado nas espacialidades da economia e do mercado

de trabalho local. As unidades temáticas foram as mais variadas e suscitaram

constantes debates de acordo com a realidade de cada aluno, pois muitas vezes

aquilo que estava nos textos e vídeos, compunha o cotidiano de seus familiares.

Buscou-se durante o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),

evidenciar a importância de se estudar, dentro da Disciplina de Geografia, as

diferentes atividades econômicas do contexto do mercado de trabalho local,

ensejando o aprofundamento em novos estudos, possibilitando assim, aos alunos,

compreender os diferentes fatores que concorrem no cenário da economia, as

demandas e exigências do mercado de trabalho; mas, principalmente, a

necessidade da formação educacional e profissional nesse processo, tanto para os

alunos quanto para os professores.

Nesse sentido, espero ter contribuído para o aprimoramento da prática

pedagógica para os professores de Geografia do Ensino Médio, pois nós, que

atuamos nessa disciplina, muitas vezes sentimos a necessidade de poder contar

com um material mais atualizado sobre o Mercado de Trabalho Local, tendo em vista

que a escola deve atuar no fornecimento de subsídios para que os alunos possam

conhecer a realidade que os cerca, as possibilidades existentes e o que precisam

fazer para operar nesse contexto de forma produtiva. E compete a nós, professores

de Geografia, compreender que os alunos são indivíduos diversos e singulares e ter

a preocupação com a formação da cidadania, com o desenvolvimento do "pensar",

da reflexão constante sobre os meios onde estão inseridos, em especial sobre os

cenários locais em termos de espacialização dos processos econômicos e de

empregabilidade. Essa abordagem se revela indispensável, principalmente no 3º ano

do Ensino Médio, pois é nesse período que os alunos das classes trabalhadoras

estão tentando inserir-se nesse contexto social.

Por isso, nós professores de Geografia, precisamos estar cientes de que a

nossa tarefa como educadores e responsáveis pela formação de cidadãos críticos,

participativos, não é fácil, mas, por meio de estudos que visam nos instrumentalizar

com novas metodologias e estratégias, ou até mesmo ir além dos já existentes,

poderemos ajudar a transformar a atual realidade.

Acredito que somente buscando novos conhecimentos e compartilhando

experiências é que crescemos e podemos fazer a diferença nessa profissão tão

árdua, mas ao mesmo tempo tão gratificante.

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