COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais...

77
GILVAN LOPES SERAFIM FILHO COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS ÁREAS DE CAATINGA NO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU, BUÍQUE, PERNAMBUCO, BRASIL Recife 2014

Transcript of COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais...

Page 1: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

GILVAN LOPES SERAFIM FILHO

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS ÁREAS DE

CAATINGA NO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU, BUÍQUE, PERNAMBUCO,

BRASIL

Recife

2014

Page 2: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

i

GILVAN LOPES SERAFIM FILHO

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS ÁREAS DE

CAATINGA NO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU, BUÍQUE, PERNAMBUCO,

BRASIL

Recife

2014

Page 3: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

ii

GILVAN LOPES SERAFIM FILHO

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS ÁREAS DE

CAATINGA NO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU, BUÍQUE, PERNAMBUCO,

BRASIL

Recife

2014

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ecologia da Universidade Federal

Rural de Pernambuco, como parte dos requisitos

para a obtenção do título de Mestre em Ecologia.

Page 4: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

iii

Ficha catalográfica

S481c Serafim-Filho, Gilvan Lopes

Composição florística e fitossociologia de duas áreas de

caatinga no Parque Nacional do Catimbau, Buíque,

Pernambuco, Brasil / Gilvan Lopes Serafim Filho. - Recife,

2014.

076 f. : il.

Orientadora: Margareth Ferreira de Sales.

Dissertação (Mestrado em Ecologia) – Universidade

Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia,

Recife, 2014.

Inclui referências, anexo(s) e apêndice(s).

1. Brasil, Nordeste 2. Semiárido 3. Áreas sedimentares

4. Florestas secas 5. Fitossociologia 6. Florística I. Sales,

Margareth Ferreira de, orientadora II. Título

CDD 574.5

Page 5: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

iv

Page 6: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

v

Dedico esta pesquisa à Jemima de Oliveira Serafim e

Gilvan Lopes Serafim (Meus pais), amo vocês!

Page 7: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

vi

AGRADECIMENTOS

- Ao meu Deus Pai (Jeová), seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo, sou grato a santíssima

TRINDADE por nunca ter me desamparado e pelas bênçãos que me faz alcançar.

- Ao Universo, o meu muito obrigado. Acredito no segredo da conexão e na força do

pensamento – o pensar, o imaginar e o agir atrai e torna as coisas possíveis.

- À minha família pelo apoio e entusiasmo no necessário para ir em busca de meus sonhos,

Gilvan (Pai), Jemina (Mãe), Gilvânia e Gerlane (Irmãs), Jairo (Companheiro), dedico essa

pesquisa à vocês.

- Em especial a minha Mãe (Jemima), sou grato pelas orações incessantes, suas intercessões

alcançam os céus e eu sou prova disso! Sou imensamente grato por ser seu filho, sou grato a

Deus por ser tão presente na sua vida!

- À minha Orientadora, Professora Dra. Margareth Sales, o meu muito obrigado. O aceite de

orientação representa o quanto Deus está presente na sua vida, és um vaso na mão do Senhor.

Que Ele continue te abençoando cada vez mais, também à sua família e orientandos.

- À Professora Dra. Maria Jesus Rodal, obrigado pelo apoio e ensinamentos no Fitopac. Suas

contribuições formam demasiadamente necessárias. Que Deus te ilumine sempre!

- Agradeço a todos que compõem o Laboratório de Taxonomia (Sarah, Anaísa, Leidiane,

Rafaela, Luciana, Juliana, Talita), o meu muito obrigado. Sem vocês não teria dado os

primeiros passos para que então me sentisse seguro no pretendido.

- À todos os especialistas em taxonomia (UFRPE, UFPE e IPA), o meu muito obrigado pelas

orientações nas identificações das minhas plantas.

- Ao Coordenador do Educandário São Judas Tadeu, meu grande amigo Maurício Carvalho,

ou simplesmente “Mau” (Tio Mau), pela enorme compreensão. Não é qualquer profissional

em educação que permite a flexibilidade de um professor diante das exigências de um curso

de Mestrado Acadêmico, penso que só os envolvidos na verdadeira arte de educar e ensinar e

quanto a isso não tenho dúvidas, é assim o meu amigo.

- Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia, da Universidade Federal Rural de

Pernambuco/UFRPE. Obrigado por tudo!

Page 8: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

vii

SUMÁRIO

Lista de figuras

Lista de tabelas

Resumo

Abstract

1. Introdução Geral .................................................................................................................. 1

2. Revisão Bibliográfica ............................................................................................................ 3

2.1. Aspectos Fisiográficos da Caatinga ................................................................................. 3

2.2. Clima ................................................................................................................................ 3

2.3. Geologia, Geomorfologia e Solos .................................................................................... 4

2.4. Vegetação da Caatinga ..................................................................................................... 7

2.5. Florística ........................................................................................................................ 10

2.6. Fitossociologia ............................................................................................................... 14

3. Referências .......................................................................................................................... 18

4. Manuscrito: Florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em duas áreas

sedimentares em Buíque, Pernambuco, Brasil .................................................................... 31

4.1. Resumo .......................................................................................................................... 32

4.2. Abstract .......................................................................................................................... 33

4.3. Introdução ...................................................................................................................... 33

4.4. Material e Métodos ........................................................................................................ 35

4.4.1. Áreas de estudo ..................................................................................................... 35

4.4.2. Coleta e tratamento dos dados .............................................................................. 36

4.5. Resultados ...................................................................................................................... 39

4.6. Discussão ....................................................................................................................... 46

4.7. Referências ..................................................................................................................... 52

5. Apêndices ............................................................................................................................. 57

A: Aspecto geral da vegetação (Trilha do Cânion) no Parque Nacional do Catimbau ......... 57

B: Aspecto geral da vegetação (Casa do Artesão) no Parque Nacional do Catimbau .......... 58

Page 9: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

viii

C: Registro fotográfico de espécimes florindo durante a coleta de campo e instalação dos

transectos no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE. ................................................... 59

D: Registro fotográfico de espécimes florindo durante a coleta de campo e instalação dos

transectos no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE. ................................................... 60

E: Normas para publicação na revista: Anais da Academia Brasileira de Ciências ............. 61

Page 10: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

ix

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Serafim-Filho et al., 2013 - Composição florística e fitossociologia de duas áreas de caatinga

no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco, Brasil.

FIGURAS

Figura 1 – Localização do Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco, Brasil ....... 37

Figura 2 – Áreas de estudo, 1- Trilha do Cânion e 2 - Casa do Artesão, Parque Nacional do

Catimbau, Buíque, Pernambuco, Brasil.................................................................................... 38

Figura 3 – Dendrograma de similaridade florística gerado com base na matriz binária de

presença/ausência das espécies registradas nas áreas de estudo (Parque Nacional do Catimbau,

Buíque, PE, Brasil) e de outras formações vegetacionais: S1-Este estudo; S2-Machado-Filho

(2011); S3-Figueirêdo et al.,(2000); S4-Fabricante et al., (2012); S5-Gomes et al., (2006); S6-

Lima & Lima (1998); S7-Rodal et al., (1998); S8-Araújo et al., (1999); S9-Rodal et al.,

(1999); S10-Lemos & Rodal (2002); S11-Pereira et al., (2002); S12-Rodal e Nascimento

(2002); S13-Alcoforado-Filho et al., (2003); S14-Maracajá et al., (2003); S15-Andrade et al.,

(2004); S16-Cestaro & Soares (2004); S17-Rodal et al., (2005); S18-Neves & Conceição

(2007); S19-Lima et al., (2009); S20-Lemos & Meguro (2010); S21-Barbosa et al., (2012);

S22-Andrade et al., (2005); S23-Conceição et al., (2007); S24-Lira et al., (2007) .................. 46

TABELAS

Tabela 1 – Relação dos estudos utilizados na análise de similaridade florística. Número de

indivíduos amostrados (N), número de famílias amostradas (F), número de gêneros

amostrados (G), riqueza de espécies (S), índice de diversidade de Shannon (H) e método

amostral adotado nos estudos realizados na região do semiárido do nordeste brasileiro ......... 40

Tabela 2 – Famílias e espécies amostradas em duas áreas (1 - Trilha do Cânion; 2 - Casa do

Artesão), Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco, com respectivos tipos de

hábitos e ocorrência. ................................................................................................................. 41

Tabela 3 – Famílias e espécies com parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do

valor de cobertura (VI), Trilha do Cânion (Área 1), Parque Nacional do Catimbau, Buíque,

Pernambuco, Brasil. NI= número de indivíduos; FA= frequência absoluta; DRt= densidade

relativa do táxon; DoRt= dominância relativa do táxon; VI= valor de cobertura para famílias e

espécies ..................................................................................................................................... 43

Page 11: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

x

Tabela 4 – Famílias e espécies com parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do

valor de importância (VI), Casa do Artesão (Área 2), Parque Nacional do Catimbau, Buíque,

Pernambuco, Brasil. NI= número de indivíduos; FA= frequência absoluta; DRt= densidade

relativa do táxon; DoRt= dominância relativa do táxon; VI= valor de cobertura para famílias e

espécies ..................................................................................................................................... 44

Page 12: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

xi

Serafim-Filho, Gilvan Lopes; MSc. em Ecologia; Universidade Federal Rural de

Pernambuco; fevereiro de 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de

caatinga de areia do Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco, Brasil. Dra.

Margareth Ferreira de Sales (Orientadora).

RESUMO: Apesar da existência de estudos florístico-fitossociológicos da vegetação de

caatinga, muito pouco se conhece sobre as fitofisionomias desse bioma como um todo. Neste

sentido há um consenso entre vários autores sobre a necessidade em reconhecer a

heterogeneidade florística e sua fisionomia. Clima e solo, ou o conjunto desses dois fatores,

são considerados os principais quanto à determinação dessa heterogeneidade florística. O

objetivo do presente trabalho foi realizar um estudo florístico e fitossociológico em dois

fragmentos de caatinga arbustivo-arbóreo (Trilha do Cânion1 e Casa do Artesão

2), localizados

no município de Buíque - PE, situados em áreas sedimentares (Neossolos quartzarênicos).

Através do método dos quadrantes, foram estudados 10 transectos paralelos e equidistantes

30m, nos transectos foram demarcados 10 pontos a cada 10m, sendo amostrados os

indivíduos (árvores, arvoretas, arbustos e suculentas), mais próximos do centro de cada

quadrante, vivos ou mortos (ainda de pé), com perímetro do caule ≥ 9cm ao nível do solo.

Para cada área foram amostrados 100 quadrantes, 400 pontos, resultando em 400 indivíduos.

Na área 1, foram amostradas 16 famílias, 24 gêneros e 26 espécies, já na área 2, o inventário

apontou nove famílias, 20 gêneros e 27 espécies. As famílias com maior número de espécies

na área 1 foram Fabaceae, Cactaceae e Myrtacee, na área 2 foram: Fabaceae, Euphorbiaceae e

Verbenaceae. Os táxons mais abundantes foram Byrsonima gardneriana e Chamaecrista

brachystachya (1), seguido de Pityrocarpa moniliformis e Amburana cearensis (2). Na área 1,

as famílias Fabaceae e Cactaceae apresentaram os maiores valores de indivíduos amostrados,

18,52 e 14,81% spp. Na área 2 destacaram-se as famílias Fabaceae (28,57%), Euphorbiaceae

(28,57%) e Verbenaceae (10,71%), as famílias com maior (%spp) compreendem as

tipicamente encontradas em ambientes sedimentares. A estrutura da vegetação foi avaliada

através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram

determinados o número de indivíduos (NInd), Densidade relativa (RelDe), Frequência relativa

(RelFr), Dominância relativa (RelDo), IVI e IVC para Família/Espécies nas duas áreas

inventariadas, entre outros parâmetros fitossociológicos. Os resultados das análises

evidenciaram que as duas áreas apresentaram diferenças tanto na fisionomia quanto na

estrutura vegetacional, bem como baixa riqueza florística.

Palavras chaves: Nordeste, semiárido, áreas sedimentares, florestas secas.

Page 13: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

xii

Serafim-Filho, Gilvan Lopes; MSc. in Ecology; Universidade Federal Rural de Pernambuco;

february 2014. Floristic composition and phytosociology of two savanna sand areas of

Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco, Brazil.. Dra. Margareth Ferreira de

Sales (Advisor Prior).

ABSTRACT: Despite the existence of floristic-phytosociological studies of savanna

vegetation, very little is known about the vegetation types in this biome as a whole. In this

sense there is a consensus among various authors about the need to recognize the

heterogeneity and floristic his face. Climate and soil, or together, these two factors are

considered key in determining this floristic heterogeneity. The aim of this work was to

floristic and phytosociological study in two fragments of woody savanna (Trilha do Cânion¹

and Casa do Artesão²), located in the municipality of Buíque - PE, in sedimentary areas

(Quartzipsamments Neosol). Through the method of the quadrants, we studied 10 transects

parallel and equidistant 30m transects were demarcated in 10 points every 10m, being

sampled individuals (trees, saplings, shrubs and succulents), closer to the center of each

quadrant, dead or alive (standing still) with the girth ≥ 9 cm from ground level. For each zone

were sampled quadrants 100, 400 points, resulting in 400 individuals. In one area, we sampled

16 families, 24 genera and 26 species, as in area 2, the inventory indicated nine families, 20

genera and 27 species. The families with the largest number of species in area 1 were

Fabaceae, Cactaceae and Myrtaceae, in area 2 were: Fabaceae, Euphorbiaceae and

Verbenaceae. Already the most abundant taxa were Byrsonima gardneriana and

Chamaecrista brachystachya (1), followed by Pityrocarpa moniliformis and Amburana

cearensis (2). In area 1, and Fabaceae families Cactaceae showed the highest values of

sampled individuals, 18,52 and 14.81% spp. In area 2 highlights were Fabaceae (28.57%),

Euphorbiaceae (28.57%) and Verbenaceae (10.71%), households with higher (spp%) include

those typically found in sedimentary environments. The vegetation structure was evaluated by

the usual parameters by making use of the software FITOPAC (Shepherd, 1995), we

determined the number of individuals (NInd), relative density (RelDe), relative frequency

(RelFr), relative dominance (RelDo), IVI and IVC for Family / species in the two areas

surveyed, among other parameters phytosociological. The analysis results showed that the

two areas differ both in physiognomy and in vegetation structure and low species richness.

Key words: Northeast, semiarid, sedimentary areas, dry forests.

Page 14: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

1

1. INTRODUÇÃO GERAL

A região semiárida brasileira ocupa aproximadamente 970.000 km², correspondendo a

11,4% do território Nacional (IBGE, 2004; MIN, 2005). Nessa região, a caatinga é dominante,

representando um cenário importante para a biodiversidade da América Latina.

Fatores como geologia, tipo de solo, altitude, relevo e exposição aos ventos fazem com

que a cobertura vegetal do semiárido seja bastante diversificada (Andrade-Lima, 1981; Rodal,

2002), variando desde formações florestais (Rodal e Nascimento, 2002), até formações não-

florestais, com maior abrangência da savana estépica, localmente chamada caatinga (Veloso

et al., 1991), embora cerrado, carrasco e campo rupestre também estejam presentes (Castro,

1994; Araújo et al., 1995; Giulietii et al., 1997; Araújo et al., 1998), dentro do domínio das

caatingas.

A caatinga possui flora e fisionomia variadas e se caracteriza por apresentar formas de

crescimento que vão desde árvores, arbustos, ervas, suculentas até lianas, palmeiras e epífitas;

pela presença de espinhos e acúleos; plantas lenhosas geralmente caducifólias e por ervas que

vegetam apenas na estação chuvosa. Essa vegetação ocorre nas depressões interplanálticas e

nas bacias e chapadas sedimentares do semiárido brasileiro (Gomes et al., 2006; Rodal et al.,

1999; Lemos e Meguro, 2010).

Variações florísticas e fisionômicas ocorrem na caatinga devido às variações

climáticas, de altitude, de solo e geomorfologia, além da ação antrópica. Em função de

diferenças geológicas e geomorfológicas podem ser identificados dois grandes conjuntos

florístico-estruturais na caatinga, o que ocorre nas depressões interplanálticas e o que ocorre

nas áreas sedimentares (Gomes et al., 2006).

O conjunto das áreas sedimentares representa a segunda maior unidade geossistêmica

do semiárido, perdendo em área apenas para a depressão sertaneja (Souza et al., 1994). São

áreas com dimensões, altitudes e situações climáticas bastante variadas, cuja maior área de

ocorrência está na bacia sedimentar do meio-norte, além da bacia do Araripe (Ceará/

Pernambuco), Tucano-Jatobá (Bahia/Pernambuco) e de outras de pequenas dimensões

espalhadas na depressão interplanáltica do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e

Pernambuco. Os relevos mais comuns dessas bacias paleozóicas ou mesozóicas incluem

chapadas, chapadões, cuestas, baixos platôs comumente capeados por arenito, onde

predominam Latossolos e Areias Quartzosas Distróficas. Os índices pluviométricos anuais são

Page 15: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

2

mais elevados no planalto do Piauí e Chapada do Araripe (600 a 900 mm), decrescendo

abaixo de 600 mm na bacia do Jatobá (Souza et al., 1994).

Essas áreas apresentam padrões de vegetação bastante complexos em geral distintos

dos que ocorrem na depressão interplanáltica. No Planalto da Ibiapaba, Ceará, levantamentos

(Oliveira et al., 1997; Araújo et al., 1998a,b; Araújo & Martins 1999; Araújo et al., 2005;

Lima et al., 2010) indicam que a flora é bastante influenciada pelo cerrado adjacente a Oeste e

que a cobertura vegetal ali presente sofre uma forte influencia do relevo, com a fisionomia de

Carrasco situada nos terrenos mais elevados e planos e a de mata seca no terço superior das

encostas do lado voltado para a depressão interplanáltica a Leste. Ambas as fisionomias são

floristicamente relacionadas e distintas da Caatinga instalada na depressão (Lima et al., 2010).

Em Pernambuco, na bacia Tucano/Jatobá, encontra-se a Chapada de São José com

largura de no máximo 50 km no sentido Leste-Oeste e cujas cotas altitudinais variam de 600 a

1.100 m (Jacomine et al., 1973). Estudos florísticos e fitossociológicos realizados nessas áreas

indicam padrões florístico-vegetacionais complexos, tendo sido reconhecidos até o momento

três tipologias: a vegetação arbustiva perenifólia, na vertente a barlavento (Rodal et al., 1998),

a vegetação subcaducifólia da chapada (Gomes et al., 2006) e a vegetação arbustiva

caducifólia espinhosa, na vertente a sotavento (Figueiredo et al., 2000).

Ocupando áreas da chapada de São José, encontra-se o Parque Nacional do Catimbau.

Trata-se de unidade de conservação caracterizada por paisagens formadas sobre rochas

areníticas relacionadas ao período Devoniano (Aragão & Peraro, 1994), retrabalhadas pelo

intemperismo, resultando em formas singulares de elevada beleza cênica. Nas partes mais

elevadas destas formações encontram-se ecossistemas com características únicas, associadas a

afloramentos rochosos (Benites et al., 2007). Esses ambientes apresentam características do

solo e da vegetação distintas das áreas adjacentes. Um dos aspectos relevantes na área coberta

pelo Parque é a presença de um mosaico de diferentes tipos vegetacionais, com

fitofisionomias e floras características (Sales et al., 1998).

Neste contexto, o presente estudo objetiva contribuir para o conhecimento das floras e

vegetações sobre áreas sedimentares no semiárido nordestino. Especificamente, objetivou-se

caracterizar a composição florística, a fisionomia e a estrutura do componente lenhoso da

vegetação em duas áreas de caatinga sedimentares instaladas no Parque Nacional do

Catimbau/PNC, Buíque, Pernambuco.

Page 16: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS DA CAATINGA

A região geográfica do clima semiárido nordestino é bastante heterogênea em função

da interação dos fatores climáticos, geomorfológicos e do solo, a qual resulta em diferentes

unidades de paisagem (Queiroz, 2009). Dominando a paisagem, a Caatinga limita-se a Leste e

a Oeste pelas Florestas Atlântica e Amazônica, ao Sul pelo Cerrado, respectivamente (Leal et

al., 2005). Ainda segundo o autor, Caatinga é um mosaico de arbustos espinhosos e florestas

sazonalmente secas que cobre maior parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,

Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e uma parte do nordeste do estado de Minas

Gerais, especificamente no Vale de Jequitinhonha. No entanto, sabe-se que a vegetação de

Caatinga ocorre com maior abrangência em terrenos do escudo cristalino, de origem Pré-

Cambriana, originados a partir de rochas metamorfizadas. A caatinga arbórea é rara, esparsa e

fragmentada, vem sendo suprimida para dar lugar a casas, fazendas de gados e cercas desde o

início do século XVI após a colonização europeia. Em seguida, as paisagens passaram a ser

dominadas pelas vegetações do tipo arbustiva, ramificada e espinhosa (Coimbra-Filho e

Câmara, 1996; Prado, 2003).

As plantas da caatinga apresentam características morfológicas, anatômicas e

mecanismos fisiológicos apropriados para resistir ao ambiente xérico, uma vez que o

xerofilismo trata da sobrevivência ligada a um ambiente seco, com fortes deficiências

hídricas, em que a água disponível para as plantas provém unicamente do curto período da

estação chuvosa, já que os solos rasos e pedregosos acumulam pouca água (Souto, 2006).

Essas particularidades são observadas nas espécies dos gêneros Handroanthus

(Bignoniaceae), Cavallinesia (Bombacaceae), Schinopsis e Myracrodruon (Anacardiaceae) e

Aspidosperma (Apocynaceae), as quais dominam a paisagem do semiárido desde os tempos

pré-colombianos (Coimbra-Filho e Câmara, 1996).

2.2. CLIMA

Na área onde ocorre a vegetação de caatinga, o clima é caracterizado como semiárido

(SUDENE, 1990), considerado ainda um clima megatérmico (Nimer, 1972), marcado por

duas estações, uma chuvosa e outra seca (Andrade, 1977; Souza et al., 1994; Gomes et al.,

2006). As temperaturas médias anuais são as mais elevadas dentre os ecossistemas brasileiros,

Page 17: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

4

variando entre 26 e 28ºC, com máximas registradas raramente ultrapassando 40ºC (Nimer,

1972; SUDENE, 1990).

Sabe-se que dentre os parâmetros meteorológicos, os que caracterizam bem o clima da

vegetação de caatinga são as baixas e irregulares precipitações pluviais, compreendidas num

curto período ao longo do ano (Queiroz, 2009). A precipitação pluvial média possui uma

isoieta de 1.000mm.ano-1.

, e que, cerca da metade da área do bioma Caatinga chove menos de

750mm.ano-1

, e que ainda há áreas isoladas onde as taxas de precipitações são menores que

500mm.ano-1

(Nimer, 1972; Reis, 1976). Outros dois fatores estão associados aos regimes de

chuvas: 1 Quase toda área de Caatinga possui a precipitação anual concentrada em três meses

consecutivos, contribuindo com a caracterização de um clima sazonal, logo a estação seca

torna-se muito longa, variando entre seis e nove meses, chegando em alguns casos a dez ou

onze meses (Nimer, 1972; Queiroz, 2009). 2 O clima da Caatinga também é caracterizado

pela irregularidade das precipitações de um ano para o outro, esse desvio da média em alguns

casos chega a ser superior a 50% (Reis, 1976). Com alguns anos praticamente sem chuvas, o

bioma Caatinga tem sido caracterizado com períodos de secas mais prolongadas do que as

usuais (Queiroz, 2009).

2.3. GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E SOLOS

Considerando os aspectos geológicos e geomorfológicos, a Caatinga além de estar

localizada nas depressões interplanálticas (300 – 500m) ocorre também em sedimentos do

período Cretáceo ou Terciário que cobriam o escudo brasileiro basal do Pré-Cambriano

(Ab’Saber, 1977). Durante o Terciário prevaleceram sucessivas e intensas etapas erosivas na

superfície da região, acarretando um desgaste profundo, atingindo o limite do embasamento

cristalino, mas que relevos residuais dispersos na depressão foram deixados, estes por efeito

da erosão diferencial (Ab’Saber, 1962).

Os solos são resultados da ação combinada dos fatores de formação, estes em relação

ao material de origem, ainda, do clima, relevo, da ação dos organismos e do tempo. No caso

do semiárido, quando a umidade diminui, o clima passa a perder sua importância de forma

significativa, dando espaço à litologia, que assume e se destaca no conjunto de características

e propriedades dos solos, que influenciam na composição da vegetação de caatinga (Sá e

Silva, 2010; Jacomine, 1996).

Então, os solos produzem um mosaico de tipos de difícil caracterização, sendo

extremamente diversos; geralmente os solos sobre o embasamento cristalino tendem a ser

Page 18: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

5

rasos, argilosos, ainda, pedregosos; a rocha-mãe apresenta pouco intemperismo e é facilmente

percebida em pequenas profundidades, aflorando com maior frequência na forma de lajedos

(Tricart, 1961; Ab’Saber, 1974). Os solos encontrados sobre o embasamento cristalino são

classificados em Neossolos Litólicos, Neossolos Regolíticos e Luvissolos. Já os localizados

em superfícies sedimentares tendem a ter maior profundidade e constituição arenosa,

classificados como Latossolos, Espodossolos e Neossolos Quartzarênicos (Sampaio, 1995).

Esta variação de tipos de solo são, sobretudo observadas na depressão sertaneja e em parte das

chapadas, bacias sedimentares, planaltos, superfícies cársticas, tabuleiros, várzeas e terraços

aluvionares, dunas continentais e mares de morros (Silva et al., 1993), explicando o porquê da

caatinga apresentar variações na vegetação, do ponto de vista fisionômico, florístico e de

aspectos morfofuncionais (Queiroz 2009; EMBRAPA, 2006; Araújo-Filho, 2011).

Como foi dito, a principal feição geomorfológica onde se encontra a vegetação de

caatinga corresponde a depressão sertaneja, caracterizada por extensas superfícies aplainadas,

na qual por vezes emergem serras e serrotes, de forma esparsa, quebrando a monotonia do

relevo, ocupando cerca de 43,3% da superfície total. As principais áreas de depressão são

conhecidas como Depressão Sanfranciscana, pois acompanha a calha do rio São Francisco, há

ainda a Depressão Cearense, limitada pela Chapada do Araripe ao Sul, pelo Planalto da

Borborema à Leste, e pelas cuestas da Serra do Ibiapaba, a Oeste; há ainda, a Depressão do

Meio-Norte, localizada no Nordeste ocidental, com área de caatinga nos domínios do estado

do Piauí (Dantas, 1980; Queiroz, 2009; Araújo-Filho, 2011). Na depressão sertaneja, o grande

destaque é para os ambientes com rochas cristalinas, incluindo os gnaisses, granitos,

migmatitos e xistos (Jacomine, 1996). Há ainda, áreas com recobrimento pedimentar sobre as

rochas cristalinas, que por sua vez formam os denominados tabuleiros interioranos (Araújo-

Filho, 2000; 2011), e os solos dominantes são: Neossolos, Luvissolos e Planossolos (Araújo-

Filho, 2011).

As chapadas, regiões em que há predominância dos platôs com altitudes superiores a

800 m, ocupam cerca de 17,3% da área de caatinga (Queiroz, 2009). São áreas sedimentares

elevadas, podendo ser contornadas por escarpas areníticas, apresentando relevos planos no

topo do platô. Estão compreendidos sedimentos de idades dos paleozoicos, mesozoicos e

cenozoicos (Dantas, 1980). A partir dos sedimentos muito intemperizados nos topos das

chapadas, os solos dominantes são formados por Latossolos amarelos, Latossolos vermelho-

amarelos e Neossolos quartzarênicos (formados a partir de sedimentos de natureza

arenoquartzosa), que contribui com a fertilidade natural baixa dos solos. Nas encostas das

chapadas há predominância de Neossolos Litólicos e Argissolos (EMBRAPA, 1979).

Page 19: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

6

As áreas de bacias sedimentares apresentam solos predominantemente arenosos e

profundos, em geral distróficos. De acordo com a geologia, caracteriza-se por apresentar uma

coluna estratigráfica que compreende sedimentos diversos, que vão desde o período siluro-

devoniano até o quaternário (Araújo Filho, 2011). A Bacia do Jatobá-Tucano é uma área

sedimentar cuja superfície, encontra-se em um nível muito mais elevado do que as áreas

cristalinas circunvizinhas, apresenta diferentes feições geomórficas, que vão desde topos

aplanados (chapadas e/ou tabuleiros), encostas suaves na forma de rampas alongadas nas

bordas da bacia, serras e serrotes areníticos, comumente escarpados. Bacias de menor porte

como: Belmonte, Mirandiba, Fátima e Betânia, apresentam sedimentos arenoquartzosos,

também observados na Bacia do Jatobá-Tucano (Queiroz et al., 2005; Araújo-Filho, 2011).

Outra feição geomorfológica são as superfícies cársticas que ocorrem de forma

descontínua em ambientes sedimentares de rochas calcárias (EMBRAPA, 2006). São

verificados nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia (Araújo-Filho, 2011) e ainda

ao norte de Minas Gerais na região do vale do São Francisco (EMBRAPA, 1979). As

superfícies cársticas caracterizam-se por apresentar extensas áreas com relevos planos e na

forma de chapadas, em trechos de menores proporções, apresenta áreas com relevos mais

movimentados (Queiroz, 2009; Araújo-Filho, 2011). O material geológico é constituído por

rochas calcárias e considerando as condições climáticas regionais e atuais, os solos

apresentam alta saturação por bases, dominando os Cambissolos, ocorrem ainda, em menores

proporções os Vertissolos e Chernossolos (Dantas, 1980). Essas áreas geralmente apresentam

solos férteis, que por sua vez suportam formas mais arbóreas da vegetação de caatinga

(Queiroz, 2009).

Há ainda as feições de várzeas e terraços aluvionares, que correspondem aos

ambientes de deposição sedimentar e recentes. Estão localizados em calhas de rios e riachos e

colaboram com a formação da malha de drenagem da região do semiárido, onde ocorre a

dominância da vegetação de caatinga. Estão associados com a posição de cotas mais baixas e

assim contribuem com a manutenção da umidade por um período maior quando comparados

com outras áreas, incluindo as adjacentes do semiárido (Araújo-Filho, 2011). De acordo com

a geologia, os solos dominantes são da classe dos Neossolos, que ocorrem também associados

a Cambissolos Flúvicos, ainda, Vertissolos e sedimentos que ainda não constituem uma classe

de solo específica. O relevo é plano, podendo apresentar afloramentos rochosos (EMBRAPA,

1979; Dantas, 1980; Araújo-Filho, 2011).

Page 20: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

7

Outras duas feições geomorfológicas do semiárido que ocorrem em vegetação de

caatinga, são as dunas continentais e os mares de morros; estes são constituídos por um

conjunto de morros e colinas que lembram relevos ondulados, que por sua vez são muito

comuns em caatingas menos secas (Resende et al., 2007). De acordo com a geologia, há

predominância de rochas do Pré-Cambriano, incluindo os granitos, gnaisses e xistos;

destacam-se os Latossolos, Argissolos, Cambissolos e em menor evidência os Neossolos

Litólicos (EMBRAPA, 1979; Dantas, 1980); já as dunas continentais são formações por ações

eólicas, constituídas por sedimentos de origem arenoquartzosas, correspondendo a depósitos

eólicos continentais quaternários, e os solos dominantes são bastante arenosos sendo

classificados no grupo dos Neossolos Quartzarênicos (Araújo-Filho, 2011).

2.4. VEGETAÇÃO DA CAATINGA

A caatinga representa a maior e mais isolada das florestas secas da América do Sul,

ocupando mais de 850 mil Km2 na região semiárida do nordeste do Brasil (Queiroz, 2006).

Caracteriza-se por apresentar diversas unidades de vegetação, que ao longo da extensão do

bioma exibe grandes variações. Essas variações são observadas tanto do ponto de vista

fisionômico, quanto do ponto de vista florístico, incluindo os aspectos morfofuncionais

(Harley, 1995a; Queiroz 2009).

A estrutura da vegetação de caatinga é uma resposta à variação das disponibilidades

hídricas e de nutrientes, sobreposta pelas ações antrópicas (Gariglio et al., 2010) e responde

primariamente às grandes unidades geomorfológicas e, secundariamente, à variação na

intensidade do déficit hídrico, topografia e altitude e condições físicas e químicas do solo em

escala local (França et al., 2003; Queiroz, 2009; Gariglio et al., 2010). Na maior parte da

caatinga, o porte da vegetação está limitado pelas condições menos favoráveis e pelos

processos de antropização (Santos et al., 1992; Sampaio, 2002; Queiroz, 2010).

Árvores com alturas máximas de até 10m, arvoretas ramificadas e predominância de

arbustos são os hábitos que compõem a estrutura vegetacional das áreas mais áridas do

ambiente de caatinga (Amorim et al., 2005). Três critérios para reconhecimento e delimitação

do ambiente caatinga foram propostos por Rodal & Sampaio (2002) e reforçados em Gariglio

et al., (2010). O primeiro deles é o geográfico, cuja vegetação de uma área moderadamente

contínua é influenciada por um clima quente e semiárido, circundado por áreas de clima mais

úmido. O segundo trata das características estruturais e de adaptação à deficiência hídrica:

caducifólia, herbáceas anuais, suculência, acúleos e espinhos, armamento, predominância de

Page 21: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

8

arbustos e arvoretas, ainda, cobertura descontínua das copas. O terceiro é florístico e

considera a presença de espécies endêmicas e outras espécies que ocorrem na caatinga e em

outras áreas secas adjacentes.

Na caatinga, as árvores e arbustos predominam, com porte baixo e formato da copa

diferenciado das de plantas de outros tipos de florestas. De modo geral, na maior parte das

áreas de caatinga, a altura das árvores é estimada em torno de 4-7 m de altura, podendo chegar

a alcançar 10 m em alguns indivíduos, como exemplo: Myracrodruon urundeuva (Lima,

2011). Nas áreas onde o déficit hídrico é menor e os solos mais profundos há uma

predominância do estrato arbóreo que atinge um porte mais elevado (Queiroz, 2009). Pode

haver também adensamento do estrato arbustivo com diminuição da quantidade de árvores,

em outras situações, há diminuição do número de espécies armadas (Gariglio et al., 2010;

Rodal & Sampaio, 2002). Essa diferença estrutural pode estar relacionada a três variações

locais: 1. Déficit hídrico, 2. Ao relevo e 3. Ao tipo de substrato. Essas características têm sido

usadas para definir tipos e subtipos de caatinga (Queiroz, 2009).

Além do porte de vida predominante herbáceo, pode-se observar as suculentas,

situadas entre o estrato arbustivo-arbóreo e também no herbáceo-subarbustivo, onde

destacam-se várias espécies de Bromeliaceae, Cactaceae, com suculência fortemente

observada (Araújo & Martins, 1999), seguidas de Portulacaceae e algumas espécies

cactiformes de Euphorbiaceae (Leal et al., 2003; Taylor & Zappi, 2004). Vale salientar, que

além das espécies suculentas, órgãos armazenadores de água ocorrem com certa frequência

em espécies não suculentas, são troncos bojudos, ramos dilatados e raízes tuberosas (Leal et

al., 2003). As lianas não são muito frequentes, consideradas escassas na caatinga (Araújo &

Martins, 1999; Queiroz, 2009). Estão mais bem representadas por espécies de Bignoniaceae,

Convolvulaceae e Leguminosae (Andrade-Lima, 1971; Leal et al., 2003; Queiroz, 2009). As

palmeiras (Arecaceae) são relativamente raras, embora Syagrus coronata Becc. possa ser

observada com certa frequência em caatingas em áreas sedimentares (Rufino et al., 2008;

Queiroz, 2009). Já as epífitas são timidamente contempladas nos levantamentos, e a maior

frequência é observada nas bainhas foliares de Arecaceae, sendo bem menos frequente em

ramos de arbustos, árvores e arvoretas (Andrade-Lima, 1981; Queiroz, 2009). De acordo com

Rodal e Sales (2007), Orchidaceae, Araceae, Cactaceae e Bromeliaceae são as quatro famílias

mais abundantes dentre as epífitas no semiárido do Nordeste do Brasil.

Os principais tipos vegetacionais situados na caatinga são condicionados pela

interação de fatores abióticos atuais e da história da sua biota; este influencia na composição

Page 22: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

9

de espécies de uma determinada área, já aqueles influenciam a fisionomia e respostas

adaptativas (Queiroz, 2009). Em Giulietii et al., (2002) há informações a respeito do primeiro

reconhecimento dos tipos vegetacionais encontrados na caatinga, comentando que foi

Andrade-Lima (1981) quem publicou uma primeira aproximação para a classificação dos

diferentes tipos de caatingas onde foram utilizados aspectos fisionômicos e dados florísticos

para a caracterização dos agrupamentos, além de reconhecer a importância de fatores

abióticos (clima, precipitação e solo).

Os tipos de vegetação reconhecidos para o ambiente semiárido são: Caatinga s.s.

(sensu stricto) – tipo de vegetação considerado mais característico deste tipo vegetacional,

com estrato arbóreo de porte baixo, compreendido entre 3-7 m de altura, comumente não

forma um dossel contínuo; podendo ser observado árvores e arbustos com troncos de

diâmetros bem reduzidos (delgados) e presença de perfilhos ao nível do solo, folhas

reduzidas, compostas, com espinhos ou acúleos, decíduas na estação seca (Queiroz, 2006b;

Cardoso & Queiroz, 2008; Queiroz, 2009). Florestas estacionais e serranas – ocorrendo nas

aproximações com os limites orientais do bioma e em áreas onde as condições climáticas são

mais amenas, também associadas a solos com maior teor de matéria orgânica. Existem formas

distintas que variam desde florestas serranas perenifólias até florestas estacionais decíduas

pouco diferenciadas de formas arbóreas de caatinga (Cestaro & Soares, 2004; Queiroz, 2009).

As florestas serranas também conhecidas como “brejos” (Sales et al., 1998), e “brejos de

altitude” (Leal et al., 2003) possuem uma maior variedade na composição florística. As

florestas serranas que estão mais próximas do litoral pernambucano possuem uma composição

florística muito próxima das de Mata Atlântica, já as localizadas no semiárido apresentam

uma florística típica das florestas estacionais (Santos et al., 2002). As florestas estacionais

possuem um porte arbóreo mais elevado do que a caatinga (10-20 m de altura), com dossel

mais contínuo e presença de sub-bosque; esse tipo de vegetação possui árvores

predominantemente caducifólias na estação seca, no entanto o grau de deciduidade vai

depender diretamente da intensidade da seca (Ferraz et al., 1998; Cestaro & Soares, 2004;

Queiroz, 2009). Carrasco – termo utilizado para definir tipos vegetacionais fixados ao estrato

arbóreo-arbustivo bastante denso com plantas de troncos delgados, com reduzida

representatividade de plantas armadas, como também Cactaceae e Bromeliaceae terrestres que

crescem sobre Neossolos Quartzarênicos (Fernandes, Fernandes & Bezerra, 1990; Araújo et

al., 1999).

Page 23: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

10

2.5. FLORÍSTICA

O propósito de um levantamento florístico é listar as espécies vegetais ocorrentes em

determinada área (Cavassan & Matins, 1989). Segundo Araújo-Filho & Carvalho (1997), a

composição florística deve ser um dos aspectos inicialmente analisados em áreas que são

objetos de pesquisa, seja manejo, silvicultura, entre outras atividades que envolva o uso dos

recursos vegetais.

Os estudos florísticos contribuem com a identificação das famílias e espécies que

ocorrem no semiárido, favorece o conhecimento das áreas de caatinga e de seus tipos

vegetacionais, funciona como ferramenta fundamental para estudar o estado da conservação,

biodiversidade e padrões de distribuição geográfica, abundância e relação com os fatores

ambientais; todos esses dados são posteriormente utilizados para estabelecer os diferentes

tipos de caatinga e as suas conexões florísticas (Rodal, 1992; Araújo, 2007).

O conhecimento florístico atual da caatinga resulta em dois blocos de estudos que

foram realizados no domínio vegetacional. O primeiro bloco visa inventários da flora e das

características fenológicas, e ainda, da importância econômica das espécies existentes nos

diferentes ambientes, estes estudos ampliam o conhecimento da biodiversidade e contribuem

com as revisões taxonômicas de identificação e delimitação da área de ocorrência das espécies

(Queiroz et al., 1999; Sampaio et al., 2002; Lacerda et al., 2005; Moura et al., 2007; Abreu &

Sales, 2008; Araújo, 2009). O segundo bloco trata dos estudos voltados a conhecer as

relações de abundância existentes entre as populações que ocupam determinadas áreas, sendo

conhecidos como estudo de cunho fitossociológico (Araújo, 2009.

Para Andrade-Lima (1981), a maior riqueza de espécies da flora da caatinga ocorre em

locais onde as precipitações são mais elevadas. No entanto, Rodal (1992) destaca que o maior

ou menor número de espécies de uma determinada área pode ser resposta a um conjunto de

fatores, entre eles: topografia, classe, profundidade e permeabilidade do solo, além da

precipitação.

Diversos trabalhos sobre a composição florística no ambiente de caatinga vêm sendo

desenvolvidos no Nordeste do Brasil nos últimos anos. Contribuições para o bioma Caatinga

têm sido dadas por pesquisadores em toda a região, como por exemplo: Rodal (1992) e Sales

et al., (1998) para Pernambuco, seguidos de Lemos e Rodal (2002), para o Piauí; Araújo

(2007), para a Paraíba; Cardoso & Queiroz (2008), na Bahia e Izidio et al., (2013) para o

Page 24: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

11

Ceará. Essas contribuições permitem demonstrar as fortes relações florísticas existentes entre

a vegetação de caatinga de outros tipos vegetacionais.

Para a flora da caatinga são registrados cerca de 1.102 espécies de árvores e arbustos

(Araújo, 2009; Sampaio e Gamarra-Rojas (2002), sendo que 318 dessas espécies são tidas

como endêmicas (Giulietti et al., 2002). Nesse contexto, estudos florísticos pontuais

evidenciam que as famílias que se destacam pela riqueza de espécies lenhosas são

Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae, Mimosaceae e Cactaceae (Araújo et al., 1995; Araújo et al.,

2007; Rodal et al., 2008; e Araújo, 2009).

Em relação ao componente herbáceo, a riqueza de espécies é pouco conhecida, talvez

pela maioria das espécies herbáceas serem terófitas, ou seja, espécies vegetais que tem um

ciclo de vida anual e que em períodos secos estão sob a forma de sementes; comum os seus

registros serem realizados no período de chuvas, pois a dinâmica de seu crescimento está

relacionada com as características da sazonalidade climática da região (Pessoa et al., 2004;

Araújo et al., 2009; Feitosa et al., 2008; Silva et al., 2009). Os poucos estudos, somam cerca

de 750 espécies de herbáceas, representadas entre as famílias Asteraceae, Poaceae,

Convolvulaceae, Malvaceae e Rubiaceae (Araújo et al., 2002;2005; Reis et al., 2006; Araújo

et al., 2007; Araújo et al., 2009; Silva et al., 2009).

No que concerne a execução de trabalhos de cunho florístico para o semiárido

nordestino, destaca-se o de Rodal et al., (1999) que trata da composição florística de um

trecho de vegetação arbustiva caducifólia, no município de Ibimirim, Pernambuco. Nesse

estudo, o objetivo foi contribuir para o conhecimento da estrutura taxonômica e identidade

florística da vegetação arbustiva caducifólia das chapadas sedimentares do semiárido de

Pernambuco.

Araújo et al., (1999) estudaram a florística do Carrasco no Planalto da Ibiapaba,

município de Ubajara, Ceará, com o objetivo de contribuir para o conhecimento da vegetação

dessa formação. Comentam que na amostra de 1ha foram encontrados 4.408 indivíduos, sendo

4.254 indivíduos vivos e 226 mortos ainda de pé. Do total de indivíduos vivos, 74 espécies de

30 famílias, das quais 64 arbustivas ou arbóreas e 10 trepadeiras. Conclui que o carrasco do

Planalto da Ibiapaba é constituído predominantemente por espécies arbustivas de caules finos,

ainda, que apresenta grande variabilidade espacial na composição florística e na abundância

das populações.

Page 25: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

12

Rodal & Nascimento (2002) realizaram levantamento florístico da floresta serrana em

duas áreas da reserva biológica de Serra Negra, município de Inajá e Floresta, microrregião de

Itaparica, Pernambuco. No total foram coletados 319 taxa, 255 na floresta densa, situada no

topo, e 117 na floresta aberta, conclui que, na floresta densa ocorreu um grande número de

espécies com ampla distribuição nos domínios amazônico e atlântico, enquanto que na

floresta aberta parte das espécies foi mais relacionada à vegetação de caatinga, e outras com

distribuição ampla em florestas neotropicais.

Cestaro & Soares (2004) verificaram variações florística e estrutural de um fragmento

de floresta decídua no estado do Rio Grande do Norte. Os objetivos do trabalho foram

caracterizar florística e estruturalmente o componente arbóreo nos dois ambientes. No que diz

respeito a florística foram registradas 66 espécies arbóreas, distribuídas em 28 famílias.

Leguminosae foi a família mais rica, com 14 espécies, seguida de Myrtaceae, com nove;

Rubiaceae, com cinco; Flacourtiaceae com quatro e Anacardiaceae, Bignoniaceae e

Cactaceae, com três espécies cada uma.

Rodal et al., (2005) estudaram a flora de um Brejo de Altitude na escarpa oriental do

Planalto da Borborema, Bonito, Pernambuco. O objetivo principal foi conhecer o perfil

florístico através de um levantamento no Brejo de Bonito, onde foram registradas 217

espécies distribuídas em 65 famílias. Os autores comentam que entre a quantidade de táxons

inventariados, cerca de 50% são citados em outras florestas montanas de Pernambuco, ainda,

nas ombrófilas de terras baixas. Comentam também que a maioria das espécies listadas nos

fragmentos florestais de Bonito apresentam ampla distribuição, ocorrendo desde países

centro-americanos e porções norte e leste da América do Sul, que de forma geral habitam as

florestas úmidas e subúmidas, e também ocorrem em ambientes mais secos como as florestas

semi-decíduas a decíduas, cerrados, bosque seco chiquitano e bosque serrano chaquenho, que

este conjunto compartilham em sua formação com cerca de 15,9% daquele estudo realizado.

Andrade et al., (2005) realizaram a análise da cobertura de duas fitofisionomias de

Caatinga com diferentes histórico de uso no município de São José do Cariri, Paraíba. No

estudo objetivou-se verificar a composição florística do estrato arbóreo-arbustivo. Os autores

constataram que a flora arbustivo-arbórea das duas áreas estudadas foi representada por oito

famílias, 15 gêneros e 16 espécies. No total foram registrados 910 indivíduos, na área 1 foram

amostrados 563 indivíduos, oito famílias e 15 espécies, enquanto que na área 2 foram

registrados 356 indivíduos, quatro famílias e seis espécies. As famílias Euphorbiaceae,

Fabaceae-Caesalpinoideae e Apocynaceae destacaram-se em número de indivíduos.

Page 26: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

13

Gomes et al., (2006) realizaram o estudo florístico de uma área arbustiva

subcaducifólia da Chapada de São José, Buíque, Pernambuco. A flora angiospérmica foi

composta por 192 táxons, distribuídos em 130 gêneros e 60 famílias. Constataram que

Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae, Myrtaceae, Mimosaceae, Fabaceae e Cactaceae foram as

mais representativas em número de espécies. Os autores confirmaram a existência de um

conjunto de espécies indicadoras das áreas sedimentares, como Caesalpinia microphylla

Mart. (Caesalpiniaceae), Bocoa mollis (Benth.) R.S. Cowan (Fabaceae), Byrsonima

gardneriana A. Juss. (Malpighiaceae) e Zanthoxylum stelligerum Turic. (Rutaceae).

Neves & Conceição (2007) estudaram a vegetação em afloramentos rochosos na Serra

do Sincorá, Chapada Diamantina, no município de Lençóis, Bahia. O trabalho foi

desenvolvido visando contribuir para o conhecimento da composição florística e estrutura da

vegetação em afloramentos rochosos na Chapada Diamantina presentes em baixas altitudes.

Foram encontradas 57 espécies de plantas vasculares distribuídas em 27 famílias. Concluíram

que a vegetação estudada nos afloramentos rochosos entre 400 e 500 m de altitude apresenta

similaridades florísticas e estruturais com os campos rupestres, indicando a necessidade de

mais estudos comparativos entre afloramentos rochosos e os campos rupestres. Poaceae,

Orchidaceae, Bromeliaceae, Leguminosae e Velloziaceae estão entre as famílias mais ricas

em espécies nos afloramentos estudados.

No estado do Rio Grande do Norte, Lira et al., (2007) estudaram a composição

florística do estrato arbustivo- arbóreo em dois ambientes na Floresta Nacional de Açu. Os

autores observaram a ocorrência de 13 famílias e 19 espécies no ambiente 1 e nove famílias e

11 espécies no ambiente 2. As famílias Caesalpinioideae, Bignoniaceae e Euphorbiaceae

foram as que apresentam o maior número de indivíduos em todas as parcelas estudadas.

Recentemente, Fabricante et al., (2012) estudaram as diferenças na composição e na

estrutura de duas comunidades de caatinga, sob diferentes graus de conservação. Foram

amostrados 4681 indivíduos pertencentes a 13 famílias, 31 gêneros e 38 espécies, registrando

11 famílias, 21 gêneros e 26 espécies, na área 1, e 12 famílias, 27 gêneros e 34 espécies, na

área 2. As famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Cactaceae detiveram o maior número de

espécies em ambas as áreas.

Page 27: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

14

2.6. FITOSSOCIOLOGIA

A fitossociologia é o ramo da Ecologia Vegetal amplamente utilizada para

diagnosticar de forma quali-quantitativa as mais variadas formações vegetais. Muitos

pesquisadores defendem e aplicam seus resultados no planejamento das ações de gestão

ambiental e manejo florestal, como também na recuperação de áreas degradadas (Iserhnagem,

2001; Araújo et al., 2007). Segundo Rodrigues e Gandolfi (1998), a fitossociologia pode ser

aplicada para identificar parâmetros quantitativos de uma comunidade vegetal, por ser

possível definir parâmetros de abundância, dominância, importância relativa e distribuição

espacial para as espécies amostradas, entre outros parâmetros.

Como ciência, a fitossociologia é muito ampla e complexa, contribui com estudos de

agrupamentos de plantas e sua interação com os fatores bióticos nos mais distintos ambientes.

É tida como ferramenta na determinação das espécies importantes em uma dada área,

favorecendo a possibilidade de estabelecer graus de hierarquia entre as espécies estudadas

(Kent & Coker, 1999). Busca conhecer as comunidades vegetais tanto do ponto de vista

florístico quanto estrutural (Braun-Blanquet, 1950), e tem contribuído com levantamentos

florísticos e fitossociológicos, fornecendo informações de áreas prioritárias para a

conservação (Braun-Blanquet, 1979; Felfili et al., 2002).

Apesar dos significativos trabalhos em fitossociologia já realizados no Nordeste

(Rodal et al., 1998; Lima & Lima, 1998; Figueirêdo et al., 2000; Lemos & Rodal, 2002;

Pereira et al., 2002; Maracajá et al., 2003; Alcoforado-Filho et al., 2003; Barbosa et al., 2012),

dentre outros, ainda falta muito para se conhecer sobre a vegetação dessa região. Por esta

razão, é necessário continuar os levantamentos de espécies, determinação de seus padrões de

distribuição geográfica, abundância e suas relações com os fatores ambientais (Xavier et al.,

2009). Dados de estudos florísticos e fitossociológicos demonstram existir espécies que

apresentam preferência ou que ocorrem com maior frequência em determinadas condições de

microhabitats (Araújo, 2009), exemplificado por Caesalpinia microphylla (Mart. ex G.Don),

que forma populações enormes em caatingas arenosas no semiárido (Gomes et al., 2006;

Rodal et al., 2008). Por outro lado, há espécies que ocorrem no ambiente de caatinga com

registros de ocorrência em outras formações vegetacionais (Brejo de altitude, Mata Atlântica e

Cerrado), conforme as observações feitas por Araújo et al., (2009), exemplificados por

Coutarea hexandra (Jacq. ex K.Schum), Ximenia americana (L.), Caesalpinia ferrea (Mart.)

entre outras (Ferraz et al., 1998; Maragon et al., 2007 e Lopes et al., 2008).

Page 28: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

15

Rodal et al., (1998) realizaram estudos de cunho fitossociológico do componente

lenhoso em um refúgio vegetacional no município de Buíque, PE, com o objetivo de

contribuir para o conhecimento da vegetação lenhosa das chapadas sedimentares do sertão de

Pernambuco. No estudo foram amostrados todos os indivíduos com diâmetro do caule > 3 cm

no nível do solo e altura > 1 m. Das 35 espécies distribuídas em 32 gêneros e 24 famílias:

Eremanthus capitatus, Piptadenia obliqua, Gochnatia oligocephala, Senna cana var. cana e

Eugenia punicifolia, foram as espécies responsáveis por 63,3% do índice do valor de

importância total. Em seus resultados foi constatado que a vegetação selecionada apresenta

alguns sinais de perturbação, conforme os autores, evidenciado pela ocorrência de

Anacardium ocidentale e por ações antrópicas, como o corte seletivo (comentam). Concluem

que a área estudada apresenta uma fisionomia arbustiva, perenifólia, com baixa área basal,

com percepitivel diferença das caatingas e dos carrascos nordestinos estudados até àquele

momento.

Lima & Lima (1998) estudaram a fitossociologia de uma área de caatinga na

microrregião homogênea da Chapada Diamantina, Bahia, com o objetivo de retratar em seus

aspectos fitossociológicos uma área de vegetação natural de Caatinga. Os autores constaram a

predominância de caatinga arbórea com presença de espécies da mata seca e cerrado,

interpretado como uma área de transição dos tipos vegetacionais de caatinga, cerrado e mata,

formando um ecótono. Foram encontradas 71 espécies em 51 gêneros e 23 famílias, destas

Euphorbiaceae (15,7%), Mimosaceae (13,8%), Bignoniaceae (12,3%), Caesalpiniaceae

(7,2%), Boraginaceae (6,7%), Polygonaceae (6,6), Anacardiaceae (6%), Burseraceae (4,9%),

Apocynaceae (4,6%) e Combretaceae (4,28%), corresponderam a 82% dos indivíduos

inventariados.

Figueirêdo et al., (2000) com o propósito de contribuir para o conhecimento da

vegetação caducifólia das chapadas sedimentares realizaram um estudo que contemplou a

fitossociologia de uma área de vegetação arbustiva caducifólia espinhosa no município de

Buíque, Pernambuco. No levantamento, as famílias com maior número de espécies foram

Caesalpiniaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae e Bignoniaceae, com 14, 11, 7 e 6 espécies

respectivamente, respondendo por 31,9% do total das espécies encontradas na área.

Lemos & Rodal (2002), estudaram a fitossociologia do componente lenhoso de um

trecho da vegetação de Caatinga no Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí. Das famílias

amostradas, Fabaceae, Caesalpiniaceae, Myrtaceae, Bignoniaceae, Euphorbiaceae e

Page 29: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

16

Mimosaceae, com 9, 8, 6, 5, 4 e 4 espécies na respectiva ordem, responderam por 63,2% das

espécies, 16% das famílias apresentaram apenas uma espécie.

Na Paraíba, Pereira et al., (2002), Realizaram o estudo fitossociológico do componente

arbustivo-arbóreo de um remanescente florestal no agreste Paraíbano (floresta seca). Foram

registrados 1952 indivíduos, englobando 22 famílias, 38 gêneros e 54 espécies. De acordo

com os autores, as famílias com maior destaque, com relação ao número de espécies foram:

Mimosaceae (6); Euphorbiaceae (6), Caesalpiniaceae (5) e Rubiaceae (5). No estudo, a

espécie Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichl. apresentou o maior valor de IVI. Concluíram que a

área estudada apresentou composição florística variada, com presença de espécies comuns às

caatingas e espécies características de outras formações mais úmidas como as florestas

montanas dos brejos de altitude.

No estado do Rio Grande do Norte, Maracajá et al., (2003), realizaram o estudo

fitossociológico do estrato arbustivo-arbóreo de dois ambientes (uma área preservada e outra

antropizada para pastoreio) na Vila Santa Catarina, Serra do Mel. No ambiente 1, foram

encontradas 14 espécies, distribuídas em 9 famílias, enquanto que no ambiente 2 foram

constatadas a ocorrência de 7 espécies pertencentes a 4 famílias. Numa ordem decrescente,

Piptadenia moniliformis Benth. E Croton sonderianus Muell. Arg. apresentaram o maiores

IVI e IVC no ambiente preservado. Mimosa hostilis Mart. e Piptadenia moniliformis

detiveram os maiores valores para os índices IVI e IVC no ambiente antropizado, ainda, P.

moliniformis destacou-se por apresentar os índices elevados nos dois ambientes.

Alcoforado-Filho (2003) ao estudarem um remanescente de vegetação caducifólia

espinhosa arbórea no município de Caruaru, Pernambuco, com o objetivo de determinar as

características fisionômicas e florística da vegetação, de uma forma mais ampla, buscou-se

comparar estas características com as de outras áreas, como as de vegetação caducifólia

espinhosa, entre outras. Verificaram que, o componente arbóreo está representado por 39

espécies distribuídas em 19 famílias, com destaque para Euphorbiaceae (6) e Mimosaceae (7),

seguidas de Cactaceae, Caesalpiniaceae, Capparaceae e Rubiaceae, com três espécies cada.

Concluem que tanto a estrutura quanto a florística permitem enquadrar a vegetação de

Agreste, em Caruaru, como vegetação caducifólia espinhosa e podem, quando consideradas

em conjunto, deve-se diferenciá-la das florestas estacionais de altitude (brejos) e da vegetação

caducifólia não espinhosa (carrasco) do Nordeste.

A contribuição de Barbosa et al., (2012) envolve as espécies arbóreas e arbustivas em

uma área de caatinga no município de Arcoverde, Pernambuco, tendo como objetivo verificar

Page 30: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

17

os parâmetros fitossociológicos das espécies que compõem o fragmento. Segundo os autores,

nos parâmetros fitossociológicos avaliados, as espécies que mais se destacaram foram:

Mimosa ophthalmocentra, Poincianella pyramidalis, Senegalia bahiensis, Senegalia

paniculata, Croton blanchettianus e Mimosa tenuiflora, indicando ser essas espécies as mais

bem adaptadas ao ambiente avaliado; tanto nas condições edafoclimáticas quanto na

competição com as demais espécies presentes no fragmento de Caatinga estudado.

Essas contribuições mostram de forma geral, que os tipos vegetacionais de caatinga do

ponto de vista estrutural e florístico, apresentam variações florísticas e fisionômicas

influenciadas pelas condições ambientais variáveis (solo, topografia e principalmente

precipitação).

Page 31: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

18

3. REFERÊNCIAS

Ab’Saber, A.N. 1962. Revisão dos conhecimentos sôbre o horizonte subsuperficial de

cascalhos inhumados do Brasil Oriental. Bol. Univ. Paraná, Instituto de Geologia,

Geografia Física 2.

Ab’Saber, A.N. 1974. O domínio morfoclimático semi – árido das caatingas brasileiras,

Geomorfologia, São Paulo, v.43, p.1-37.

Abreu, M.C.; Sales, M.F. 2008. Oxalis L. (Oxalidaceae) em Pernambuco. Acta Botanica

Brasilica, Porto Alegre, v. 22. 395-412.

Alcoforado-Filho, F.G.; Sampaio, E.V.S.B.; Rodal, M.J.N. 2003. Florística e fitossociologia

de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru,

Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, v.17, p. 287-3030.

Alves, J.J.A. 2007. Geoecologia da caatinga no semi-árido do Nordeste brasileiro.

CLIMEP: Climatologia e Estudos da Paisagem, Rio Claro, v.2, n.1. 58-71.

Alves, L.I.F.; Silva, M.M.P.; Vasconcelos, K.J.C. 2009. Visão de comunidades rurais em

Juazeirinho - PB referente à extinção da biodiversidade da caatinga. Caatinga, v.22. n.1.

180-186.

Amorim, I.L.; Sampaio, E.V.S.B.; Araújo. E.L. 2005. Flora e estrutura da vegetação

arbustivo-arbórea de uma área de caatinga do Seridó, RN, Brasil. Acta Botanica

Brasilica. v.19, n.3. 615-623.

Andrade, G.O. 1977. Alguns aspectos do quadro natural do Nordeste. SUDENE,

Coordenação de planejamento regional - Divisão de Política Espacial, Recife, PE. 75p.

Andrade, K.V.S.A.; Rodal, M.J.N.; Lucena, M.F.A. e Gomes, A.P.S. 2004. Composição

florística de um trecho do Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco - Brasil.

Hoehnea 31. 337-348.

Andrade-Lima, D. 1971. A caatinga na área do pastoreio. In: Recursos Naturais, Meio

Ambiente e Poluição – Contribuição para um ciclo de debates – vol. 1. Rio de Janeiro:

SUPREN/IBGE. Série Recursos Naturais e Meio Ambiente, 2.

Page 32: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

19

Andrade-Lima, D. de. 1981. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica, 4:

149-153.

Araújo-Filho, J.A. 1995. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins

pastoris. Sobral: EMBRAPA-CNPC, 1995. EMBRAPA-CNPC. Circular Técnica, 11. 18p.

Araújo-Filho, J.C. 2011. Relação solos e paisagem no bioma caatinga. Disponível em:

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/896995. Acesso em: 22.08.13.

Araújo-Filho, J.C.; Burgos, N.; Lopes, O.F.; Silva, F.H.B.B.; Medeiros, L.A.R.; Melo Filho,

H.F R.; Parahyba, R.B.V.; Cavalcanti, A.C.; Oliveira Neto, M.B.; Silva, F.B.R.; Leite, A.P.;

Santos, J.C.P.; Sousa Neto, N.C.; Silva, A.B.; Luz, L.R.Q.P.; Lima, P.C.; Reis, R.M.G.;

Barros, A.H.C. 2000. Levantamento de reconhecimento de baixa e média intensidade dos

solos do estado de Pernambuco. Recife: Embrapa Solos – UEP. Rio de Janeiro: Embrapa

Solos. (Embrapa Solos. Boletim de Pesquisa, 11). CD-ROM.

Araújo, E.L.; Sampaio, E.V.S.B.; e Rodal, M.J.N. 1995. Composição florística e

fitossociologia de três áreas de caatinga de Pernambuco. Revista Brasileira de Biologia

55(4): 595-607.

Araújo, E.L.; Silva, K.A.; Ferraz, E.M.N.; Sampaio, E.V.S.B.; e Silva, S.I. 2005. Diversidade

de herbáceas em microhabitats rochoso, plano e ciliar em uma área de caatinga,

Caruaru, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19: 285-294.

Araújo, E.L.; Silva, S.I.; Ferraz, E.M.N. 2002. Herbáceas da caatinga de Pernambuco. In:

Silva, J.M.; Tabarelli, M. (Org.). Diagnóstico da biodiversidade do estado de Pernambuco.

Recife, Editora Massangana. 183-206.

Araújo, F.S.; e Martins, F.R. 1999. Fisionomia e organização da vegetação do carrasco no

Planalto da Ibiapaba, estado do Ceará. Acta Botanica Brasilica 13(1): 1-14.

Araújo, F.S.; Everardo, E.V.S.B.; Figueiredo, M.A.; Rodal, M.J.N.; e Fernades, A.G. 1998a.

Composição florística da vegetação de carrasco, Novo Oriente, CE. Revista Brasileira de

Botânica 21(2): 105-116.

Araújo, F.S.; Martins, F.R.; e Shepherd, G.J. 1999. Variações estruturais e florísticas do

carrasco no Planalto da Ibiapaba, estado do Ceará. Revista Brasileira de Biologia 59. 663-

678.

Page 33: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

20

Araújo, F.S.; e Martins, F.R., 1999. Fisionomia e organização da vegetação do carrasco no

planalto da Ibiapaba, estado do Ceará. Acta Botanica Brasilica 13: 1-13.

Araújo, F.S.; Sampaio, E.V.S.B.; Rodal, M.J.N.; e Figueiredo, M.A. 1998b. Organização

comunitária do componente lenhoso de três áreas de carrasco em Novo Oriente-CE.

Revista Brasileira de Biologia, v.58, n.1, p.85-95.

Araujo, G.M. 2009. Matas ciliares da caatinga: florística, processo de germinação e sua

importância na restauração de áreas degradadas. (Dissertação de Mestrado). Universidade

Federal Rural de Pernambuco. 68p.

Araújo, L.V.C. 2007. Composição florística, fitossociológica e influência dos solos na

estrutura da vegetação em uma área de caatinga no semi-árido paraibano. (Tese

Doutorado). Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB. 121p.

Benites, V.M.; Schaefer, C.E.G.R.; Simas, F.N.B.; e SANTOS, H.G. 2007. Soils associated

with rock outcrops in the Brazilian mountain ranges Mantiqueira and Espinhaço.

Revista Brasileira de Botânica, 30:569-577.

Barbosa, M.R. 2012. Guetarda. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do

Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014052 (último acesso em

17/07/2013).

Branco, S.M. 1994. Caatinga: A paisagem e o homem sertanejo. São Paulo: Moderna. 55p.

BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária.

Braun-Blanquet, J. 1950. Sociologia vegetal: estudio de las comunidades vegetales. Buenos

Aires: Acme. 44p.

Braun-Blanquet, J.B. 1979. Fitosociologia: bases para el estudio de las comunidades

vegetales. Madrid: H. Blume Ediciones. 829p.

Campello, F.B.; Gariglio, M.A.; Silva, J. A.; Leal, A.M.A. 1999. Diagnóstico florestal da

região Nordeste. Brasília: IBAMA/PNUD/BRA/93/033. 20p.

Cardoso, D.B.O.S.; e Queiroz, L.P. 2007. Floristic composition of seasonally dry tropical

forest fragments in Central Bahia, Northeastern Brazil. Journal of the Botanical Research

Institute of Texas.

Page 34: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

21

Castro, A.A.J.F. 1994. Composição florístico-geográfica(Brasil) e fitossociológica (Piauí-

São Paulo) de amostras de cerrado. (Tese de Doutorado). Universidade Estadual de

Campinas, Campinas.

Cavassan, O.; e Martins, F.R. 1989. Estudos florísticos e fitossociológicos em áreas de

vegetação nativa no município de Bauru-SP. Salusvita, v.8. p.41-47.

Cestaro, L.A.; Soares, J.J. 2004. Variações florística e estrutural e relações fitogeográficas

de um fragmento de floresta decídua no Rio Grande do Norte, Brasil. Acta Botanica

Brasilica, v. 18. 203-218.

Coimbra-Filho, A.F.; e Câmara, I.G. 1996. Os limites originais do bioma Mata Atlântica

na região Nordeste do Brasil. Fundação Brasileira para Conservação da Natureza, Rio de

Janeiro.

CPRM/PRODEEM. 2005. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água

subterrânea. Diagnóstico do município de Buíque, estado de Pernambuco. In: Mascarenhas,

J.C.; Beltrão, B.A.; Souza Júnior, L.C.; Galvão, M.J.T.G.; Pereira, S.N.; Miranda, J.L.F.

(Org.). Recife: CPRM – Serviço Geológico do Brasil.

Dantas, J.R.A. 1980. Mapa geológico do Estado de Pernambuco. Recife. DNPM. 112p.

Divisão de Pesquisa Pedológica. 1973. Levantamento exploratório-reconhecimento de

solos do Estado de Pernambuco. Recife: SUDENE. (Boletim Técnico, 26). v.1, 359p.

Drumond, M.A., et al. 2000. Estratégias para o uso sustentável da biodiversidade da

caatinga. In: SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M. (Coord.). Workshop avaliação e

identificação de ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de

benefícios da biodiversidade do bioma caatinga. Petrolina. 1-23. Disponível em:

http://www.biodiversitas.org.br/caatinga. Acesso em 22/08/2013.

Duarte, R. 1992. Tecnologias apropriadas para a agricultura dependente de chuva no

semi-árido nordestino: uma avaliação. Cadernos de Estudos Sociais, v.9, n.1, p. 41-53.

EMBRAPA. 1979. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Manual de

métodos de análise de solos. Rio de janeiro.

EMBRAPA. 2006. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos. (2.ed). Rio de Janeiro, Embrapa Solos. 306p.

Page 35: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

22

Feitoza, M.O.M.; Araújo, E.L.; Sampaio, E.V.S.B.; Kill, L.H.P. 2008. Fitossociologia e

danos foliares ocorrentes na comunidade herbácea de uma área de Caatinga em

Petrolina, PE. In: Moura, A.N.; Araújo, E.L.; Albuquerque, U.P. (Org.). Biodiversidade,

potencial econômico e processos eco-fisiológicos em ecossistemas nordestinos. v.1. Recife:

Comunigraf. 11-38.

Felfili, J.M.; Nogueira, P.E.; Silva Júnior, M.C.; Marimon, B.S. & Delitti, W.B.C. 2002.

Composição florística e fitossociologia do cerrado sentido restrito no município de Água

Boa, MT. Acta Botanica Brasilica 16 (1). 103-112.

Fernandes, A.; e Bezerra, P. 1990. Estudo fitogeográfico do Brasil. Stylos Comunicações,

Fortaleza.

Fernandes, A. 1990. Temas fitogeográficos. Stylos Comunicações, Fortaleza.

Fernandes, A. 1992. Biodiversidade do Semi-árido Nordestino. Revista do Instituto

Florestal, São Paulo, v.4. 119-24.

Fernandes, A. 1996. Fitogeografia do semi-árido. In: 4ª Reunião Especial da Sociedade

Brasileira para o Progresso da Ciência. Anais da Sociedade Brasileira para o Progresso da

Ciência, Feira de Santana.

Ferraz, E.M.N.; Rodal, M.J.N.; Sampaio, E.V.S.B.; Pereira, R.C.A. 1998. Composição

florística em trechos de vegetação de caatinga e brejo de altitude na região do Vale do

Pajeú, Pernambuco. Revista Brasileira de Botânica 21. 7-15.

Figueiredo, W.M.B.; Silva, J.M.C.; e Souza, M.A. 2006. Biogeografia e a Conservação da

Biodiversidade. In Biologia da Conservação: Essências (Rocha, C.F.D.; Bergallo, H.G.; Van

Sluys, M. & Alves, M.A.S.). RIMA, São Carlos, p.135-156.

Franca, F.; Melo, E.; Goes Neto, A.; Araujo, D.; Bezerra, M. G.; Ramos, H.M.; Castro, I.;

Gomes, D. 2003. Flora vascular de açudes de uma regiao do semi-arido da Bahia, Brasil.

Acta Botanica Brasilica, v. 17. 549-559.

Gariglio, M.A. et al. 2010. Uso sustentável e conservação dos recursos florestais da

caatinga. Brasília.

Page 36: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

23

Giulietti, A.M.; Harley, R.M.; Queiroz, L.P.; Barbosa, M.R.V.; Neta, A.L.B.; e Figueiredo,

M.A. 2002. Espécies endêmicas da caatinga. 11-24. In: E.V.S.B. Sampaio, A.M. Giulietti, J.

Virgínio e C.F.L. Gamarra-Rojas, Vegetação e flora da caatinga. APNE, Recife, Brasil.

Giulietti, A.M.; Pirani, J.R.; e Harley, R.M. 1997. Espinhaço range region. Eastern Brazil.

In: S.D. Davis, V.H. Heywood, O. Herrera-MacBryde, J. Villa-Lobos & A.C. Hamilton (eds).

Centres of plant diversity. A guide and strategies for the conservation, Vol. 3. The Americas.

WWF/IUCN, Cambridge.

Golfari, L.; Caser, R.L. 1977. Zoneamento ecológico da região Nordeste para

experimentação florestal. Belo Horizonte: PNUD/FAO/IBDF/BRA 45, Série Técnica, 10.

166p.

Gomes, A.P.S.; Rodal, M.J.N.; Melo, A.L. 2006. Florística e fitogeografia da vegetação

arbustiva subcaducifólia da Chapada de São José, Buíque, PE, Brasil. Acta Botanica

Brasilica. 20(1): 37-48.

Gomes, A.P.S.; Rodal, M.J.N.; Melo, A.L. 2006. Florística e fitogeografia da vegetação

arbustiva subcaducifólia da Chapada de São José, Buíque, PE, Brasil. Acta Botanica

Brasilica, Porto Alegre. v.20. 37-48.

Gomes, M.A.F. 1980. A vegetação dos Cariris Velhos, no estado da Paraíba. Vegetalia -

Escritos e documentos, 14.

Harley, R.M. 1995a. Introduction. In: B.L. Stannard. Flora of the Pico das Almas - Chapada

Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew. 1-42.

Heywood, V.H. 1997. Centres of plant diversity. WWF/IUCN, London.

IBGE - Instituro Brasileiro de Geografia e estatística. 2004. Mapa de Biomas do Brasil:

primeira aproximação. Diretoria de Geociências.

IBGE. 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?codmun=260280&search=pernambuco|bui

que. Acesso em: 22.08.13

Isernhagen, I. 2001. A fitossociologia florestal no Paraná e os programas de recuperação

de áreas degradadas: uma avaliação. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do

Paraná. 175p.

Page 37: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

24

ITEP. 2005. Instituto Tecnológico de Pernambuco. Laboratório de Geoprocessamento.

Disponível em: http://www.itep.br/index.php/laboratorios-ugeo/geoinformacao-ugeo/unidade-

ugeo. Acesso em: 22.08.13.

ITEP. 2013. Instituto Tecnológico de Pernambuco. Monitoramento Hidrológico de

Reservatório. Disponível em: http://www.itep.br/index.php/links-hidromet. Acesso em

22.08.13.

Izidio, N.S.C.; Palácio, H.A.Q.; Andrade, E.M.; Araújo Neto, J.R. & Batista, A.A. 2013.

Interceptação da chuva pela vegetação da caatinga em microbacia no semiárido

cearense. Revista Agro@mbiente on-line. V.7. n.1. 44-52.

Jacomine, P.K.T. Solos sob caatingas: características e uso agrícola. In: Alvarez, V.H.;

Fontes, L.E.F.; Fontes, M.P.F. 1996. O solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil

e o desenvolvimento sustentável. Viçosa, SBCS-UFV. 930p.

Jacomine, P.K.T.; Cavalcanti, A.C.; Burgos, N.; Pessoa, S.C.P. & Silveira, C.O. 1973.

Levantamento exploratório - Reconhecimento de solos do estado de Pernambuco.

Boletim Técnico da SUDENE. n.26. 1-175.

Kent, M.; e Coker, P. 1999. Vegetation Description and Analysis – a pratical approach.

John Wiley & Sons, Chichester. 363p.

Lacerda, A.V., et al. 2005. Levantamento florístico do componente arbustivoarbóreo da

vegetação ciliar do rio Taperoá, PB, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Porto Alegre, v.19,

n.3. 647-656.

Leal, I. R.; Silva, J. M. C.; Tabarelli, M.; e Lacher Jr., T. 2005. Mudando o curso da

conservação da biodiversidade na Caatinga do nordeste do Brasil. Megadiversidade 1:

139-146.

Leal, I.R.; Tabarelli, M.; e Silva, J.M.C. 2003. Ecologia e conservação da Caatinga. Editora

Universitária, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil.

Lemos, J.R.; e Rodal, M.J.N. 2002. Fitossociologia do componente lenhoso de um trecho

da vegetação de caatinga no Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí, Brasil. Acta

Botanica Brasilica, São Paulo, v.16. n.1. 23-42.

Page 38: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

25

Lima, C. R. 2011. Avaliação ecofisiológica em sementes de Caesalpinia pyramidalis.

(Dissertação de Mestrado). Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias,

Areia. 96p.

Lima, E.N.; Silva, K.A.; Santos, J.M.F.F.; Andrade, J.R.; Santos, D.M.; Sampaio, E.V.S.B.;

Araújo, E.L. 2010. Influência da sazonalidade na fenologia e na dinâmica populacional

da Euphorbia insulana Vell. (Euphorbiaceae) em uma área de caatinga, Pernambuco.

v.2, p.365-384.

Lopes, C.G.R.; Ferraz, E.M.N.; Araújo, E.L. 2008. Physiognomic-structural

characterization of dry- and humid-forest fragments (Atlantic Coastal Forest) in

Pernambuco State, NE Brazil. Plant Ecology, United States of America. 1-18.

Maracajá, P.B. et al., 2003. Levantamento florístico e fitossociológicos do extrato

arbustivo-arbóreo de dois ambientes na Vila Santa Catarina, Serra do Mel, RN. Revista

de Biologia e Ciências da Terra, v.3, p. 1-13.

Marangon, L.C.; Soares, J.J.; Feliciano, A.L.P.; Brandão, C.F.L.S. 2007. Estrutura

fitossociológica e classificação sucessional do componente arbóreo de um fragmento de

floresta estacional semidecidual, no município de viçosa, Minas Gerais. Cerne, Lavras,

v.13. 208-221.

Mendes, B.V. 1992. O Semi-árido brasileiro. In: Anais do Congresso Nacional sobre

Essências Nativas. São Paulo. p.394-399.

MIN - Ministério da Integração Nacional. 2005. Nova delimitação do Semi-árido brasileiro.

Brasília. MIN/Secretária de desenvolvimento Regional. Brasília. 33p.

Moura, D.C.; Melo, J.I.M.; Schlindwein, C. 2007. Visitantes Florais de Boraginaceae A.

Juss. no Baixo Curso do Rio São Francisco: Alagoas e Sergipe. Revista Brasileira de

Biociências, Porto Alegre, v.5. 285-287.

Nimer, E. 1972. Climatologia da região Nordeste do Brasil. Introdução à climatologia

dinâmica. Revista Brasileira de Geografia 34. 3-51.

Oliveira, M.E.A., et al. 1997. Flora e fitossociologia de uma área de transição carrasco -

caatinga de areia em Padre Marcos-PI. Naturalia, São Paulo, v. 22, p. 131-50.

Page 39: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

26

Pessoa, L.M.; Rodal, M.J.N.; Lins e Silva, A.C.B.; Costa, K.C. 2004. Levantamento da flora

herbácea em um trecho de caatinga da RPPN Maurício Dantas, Betânia/Floresta,

Pernambuco. Revista Nordestina de Biologia. v.18. 27-53.

Prado, D. E. 2003. As caatingas da América do Sul. In: Leal, I. R.; Tabarelli, M.; e Silva,

J.M.C. (eds.). Ecologia e Conservação da Caatinga. Pp. 3-73. Editora Universitária,

Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil.

Prado, D.E. 1991. A critical evaluation of the floristic links between Chaco and Caatingas

vegetation in South America. Tese de doutorado. University of Saint Andrews, Saint

Andrews.

Queiroz, J.A.; Trovão, D.M.B.M.; Oliveira, A.B.; Oliveira, E.C.S. 2006. Análise da

estrutura fitossociológica da Serra do Monte, Boqueirão, Paraíba. Revista de Biologia e

Ciências da Terra, v. 6, n. 1, p. 251-259.

Queiroz, L.P. 1999. Leguminosas de caatinga, espécies com potencial forrageiro. In:

Araújo, F.D.; Prendergast, H.DV. & Mayo, S.J (eds). Anais do I Workshop Geral. Kew,

Royal Botanic Gardens. 63-75.

Queiroz, L.P. 2006b. Flowering plants of the Brazilian semi-arid. 49-53. In: Queiroz, L.P.;

Rapini, A. & Giulietti, A.M. Towards greater knowledge of the Brazilian semi-arid

biodiversity. Brasília, Ministério da Ciência e Tecnologia.

Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Feira de Santana, Bahia. 467p.

Queiroz, L.P.; França, F.; Giulietti, A.M.; Melo, E.; Gonçalves, C.N.; Funch, L.S.; Harley,

R.M.; Funch, R.R.; e Silva, T.S. 2005. Caatinga. In: Juncá, F.A.; Funch, L.S. & Rocha, W.

Biodiversidade e conservação da Chapada Diamantina. Ministério do Meio Ambiente,

Brasília.

Reis, A.C. 1976. Clima da caatinga. Anais da Academia Brasileira de Ciências 48. 325-335.

Reis, M.A.S.; Araújo, E.L.; Ferraz, E.M.N.; Moura, A.N. 2006. Inter-annual variations in

the floristic and population structure of an herbaceous community of "caatinga"

vegetation in Pernambuco, Brazil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo. v.29. 497-

508.

Page 40: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

27

Resende, M.; Curi, N.; Resende, S.B.; Corrêa, G.F. 2007. Pedologia: base para distinção de

ambientes. 5.ed. Lavras: Editora UFLA. 322p.

Rodal, M.J N.; Sampaio, E.V.S.; Figueiredo, M.A. 1992. Manual sobre métodos de estudo

florístico e fitossociológico: ecossistema caatinga. Brasília: Sociedade Botânica do Brasil.

24p.

Rodal, M.J.N.; e Sales, M.F. 2007. Composição da flora vascular em um remanescente de

floresta montana no semi-árido do nordeste do Brasil. Hoehnea 34 (4). 433-446.

Rodal, M.J.N.; e Melo, A.L. 1999. Levantamento preliminar das espécies lenhosas da

caatinga de Pernambuco. p.53-62. In: Anais Plantas do Nordeste Workshop Geral, Recife,

1996. Royal Botanic Gardens, Kew.

Rodal, M.J.N.; e Sampaio, E.V.S.B. 2002. A vegetação do bioma caatinga. In: Vegetação e

flora das caatingas (Sampaio, E.V.S.B.; Giulietti, A.M.; Virgínio, J. & Gamarra-Rojas, C.F.L.

ed.). APNE / CNIP, Recife, PE.

Rodal, M.J.N.; Andrade, K.V.A.; Sales, M.F.; e GOMES, A.P.S. 1998. Fitossociologia do

componente lenhoso de um refúgio vegetacional no município de Buíque, Pernambuco.

Revista Brasileira de Biologia, 58(3): 517-526.

Rodal, M.J.N.; Andrade, K.V.A.; Sales, M.F.; Gomes, A.P.S. 1998. Fitossociologia do

componente lenhoso de um refúgio vegetacional no município de Buíque, Pernambuco.

Revista Brasileira Biologia, v.58, p.517-526.

Rodal, M.J.N.; Martins, F.R.; Sampaio, E.V.S.B. 2008. Levantamento quantitativo das

plantas lenhosas em trechos de vegetação de caatinga em Pernambuco. Caatinga, v.21,

n.3. p.192-205.

Rodal, M.J.N.; Nascimento, L.M. 2002. Levantamento florístico da flora serrana da

Reserva Biológica de Serra Negra, microrregião de Itaparica, Pernambuco, Brasil. Acta

Botanica Brasilica, v.16, p.481-500.

Rodrigues, R.R.; e Gandolfi, S. 1998. Restauração de florestas tropicais: subsídios para

uma definição metodológica e indicadores de avaliação e monitoramento. 203-215. In:

Dias, L.E. & Melo, J.W.V. Recuperação de áreas degradadas. Viçosa, SOBRE/UFV.

Page 41: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

28

Rufino, M.U.L. et al., 2008. Conhecimento e uso do ouricuri (Syagrus coronata) e do

babaçu (Orbignya phalerata) em Buíque, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22 (4). 1141-

1149.

Sá, I.B.; Silva, P.C.G. 2010. Semiárido brasileiro: pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Petrolina, Embrapa Semiárido. 402p.

Sales, M.F.; Mayo, S.J.; e Rodal, M.J.N. 1998. Florestas serranas de Pernambuco: um

checklist da flora ameaçada dos Brejos de Altitude. Recife, Imprensa Universitária da

Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Sampaio, E.V.S.B. 1995. Overview of the Brazilian caatinga, pp. 35-63. In: H.A. Mooney,

S.H. Bullock, e E. Medina (eds.). Dry Tropical Forest. Cambriddge Univerity Press,

Cambridge.

Sampaio, E.V.S.B. 2002. Uso das plantas da Caatinga. In: E.V.S.B. Sampaio; A.M.

Giulietti; J. Virgínio & C.F.L. Gamarra-Rojas. Vegetação e flora da Caatinga. Associação

Plantas do Nordeste – APNE, Centro Nordestino de Informações sobre Plantas – CNIP,

Recife. Pp. 49-90.

Sampaio, E.V.S.B.; Gamarras-Rojas, C.F.L. 2002. Uso das plantas em Pernambuco. In:

Silva, J.M. & Tabarelli, M. (Org.) Diagnóstico da biodiversidade do estado de Pernambuco.

Recife, SECTMA. 633-673.

Sampaio, E.V.S.B.; Gamarra-Rojas, C.F.L. 2002. Uso das plantas em Pernambuco. In:

Tabarelli, M.; Silva, J.M.C. (orgs.). Diagnóstico da biodiversidade de Pernambuco. Recife:

Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente, Editora Massangana, v.2.

Sampaio, Y.; Sampaio, E.V.S.B.; e Bastos, E. 1987. Parâmetros para determinação de

prioridades de pesquisas agropecuárias no Nordeste semi-árido. Departamento de

Economia - PIMES/UFPE, Recife, PE. 224p.

Santos, M.F.A.V.; Ribeiro, M.R.; e Sampaio, E.V.S.B. 1992. Semelhanças vegetacionais em

sete solos de Caatinga. Pesquisa Agropecuária Brasileira 27. 305-314.

Santos, C.A.F.; Araújo, F.P.; Nascimento, C.E.S.; Lima-Filho, J.M.P. 2002. Umbuzeiro

como porta-enxerto de outras Spondias em condições de sequeiro: avaliações após cinco

anos. In: Anais do Congresso Brasileiro de Fruticultura, 17. Belém. S.B.F, CD-ROM.

Page 42: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

29

Santos, R.D.; Lemos, R.C.; Santos, H.G.; Ker, J.C.; e Anjos, L.H. 2005. Manual de

descrição e coleta de solos no campo. 5.ed. Viçosa, MG, Sociedade Brasileira de Ciência do

Solo. 100p.

Silva, F.H.B.B.; Burgos, N.; Accioly, L.J.O.; Costa, T.C.C.; Oliveira, M.A.J. 2001.

Caracterização dos recursos naturais de um fragmento do núcleo de desertificação do

Seridó, estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Recife: EMBRAPA. Boletim de

Comunicações Administrativas. 23-53.

Silva, G.G.; 1993. A problemática da desertificação no ecossistema da caatinga do

Município de São João do Cariri, PB. Monografia de Especialização. Universidade Federal

do Piauí, Teresina, PI.

Silva, J.M.C. (eds.). Ecologia e conservação da Caatinga. Ed. Universitária da UFPE,

Recife. 3-73.

Silva, K.A.; Araújo, E.L.; Ferraz, E.M.N. 2009. Estudo florístico do componente herbáceo

e relação com solos em áreas de caatinga do embasamento cristalino e bacia sedimentar,

Petrolândia - PE. Acta Botanica Brasilica, v.23. Porto Alegre.

Souto, P.C. 2006. Acumulação e decomposição de serapilheira e distribuição de

organismos edáficos em área de caatinga na Paraíba, Brasil. Tese (Doutorado em

Agronomia) – Universidade Federal da Paraíba. 150p.

Souza, D.R. 2003. Sustentabilidade ambiental e econômica do manejo em floresta

ombrófila densa de terra firme, Amazônia Oriental. Universidade Federal de Viçosa,

Minas Gerais – Brasil. Tese Doutorado. 135p.

Souza, G.V. 1983. Estrutura da vegetação da caatinga hipoxerófila do Estado de Sergipe.

Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

Souza, M.J.N.; Martins, M.L.R.; Soares, Z.M.L.; Freitas-Filho, M.R.; Almeida, M.A.G.;

Pinheiro, F.S. de A.; Sampaio, M. A. B.; Carvalho, G. M. B. S.; Soares, A. M. L.; Gomes, E.

C. B.; e Silva, R. A. 1994. Redimensionamento da região semi-árida do Nordeste do

Brasil. In: Conferência Nacional e Seminário Latino-Americano da Desertificação. Fundação

Esquel do Brasil, Fortaleza.

SUDENE - Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. 1990. Dados pluviométricos

mensais do Nordeste. Estação de Pernambuco, Recife. Série pluviométrica, nº6. 363p.

Page 43: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

30

Tavares, S.; Paiva, F.A.F.; Tavares, E.J.S.; Carvalho, G.H. 1975. Inventário Florestal na

Paraíba e no Rio Grande do Norte; I Estudo preliminar das matas remanescentes do

Vale do Piranhas. Série: Brasil. SUDENE, Recursos Vegetais. v.4. 31p.

Taylor, N.; e Zappi, D.C. 2004. Cacti of Eastern Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew. 499p.

Tigre, C.B. 1970. Pesquisa e experimentação florestal para a zona seca. Fortaleza:

DNOCS. 149p.

Tricart, J. 1961. As zonas morfoclimáticas do nordeste brasileiro. Notícia Geomorfologica

3: 17-25.

Tricart, J. 1972. The landforms of the humid tropics, forests and savannas. Geographies

for Advanced Study, Longman, London.

Velloso, A.L.; Sampaio, E.V.S.; Pareyn, F.S.G.C. 2002. Ecorregiões propostas para o

bioma Caatinga. Recife: APNE - Associação Plantas do Nordeste, TNC. 76p.

Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R.; e Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação

brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Rio de Janeiro.

Xavier, K.R.F. 2009. Análise florística e fitossociológica em dois fragmentos de floresta

serrana no município de Dona Inês, Paraíba. Dissertação (Mestrado em Agronomia)

Universidade Federal da Paraíba, Areia – PB. 76p.

Page 44: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

31

4. MANUSCRITO

GILVAN LOPES SERAFIM FILHO, MARIA JESUS NOGUEIRA RODAL e

MARGARETH FERREIRA DE SALES

FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBUSTIVO-ARBÓREA EM

DUAS ÁREAS SEDIMENTARES EM BUÍQUE, PERNAMBUCO, BRASIL

A ser submetido à revista:

Page 45: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

32

FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBUSTIVO-ARBÓREA EM

DUAS ÁREAS SEDIMENTARES EM BUÍQUE, PERNAMBUCO, BRASIL

GILVAN L. SERAFIM FILHO¹, MARIA J.N. RODAL² e MARGARETH F. SALES³

1,3Laboratório de Taxonomia, Departamento de Biologia. Programa de Pós-Graduação em

Ecologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros s/n,

CEP: 52171-900, Recife, PE, Brasil.

2Laboratório de Fitossociologia, Departamento de Biologia. Programa de Pós-Graduação em

Ciências Florestais, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de

Medeiros s/n, CEP: 52171-900, Recife, PE, Brasil.

RESUMO

Foi realizado o levantamento florístico e fitossociológico de duas áreas com vegetação

arbustivo-arbórea situadas em uma área sedimentar no semiárido brasileiro, com o objetivo de

verificar a composição florística e estrutura do componente lenhoso, e no exposto, ampliar o

conhecimento da flora do Parque Nacional do Catimbau (Neossolos quartzarênicos), Buíque,

Pernambuco. Foram instalados 100 pontos quadrantes por área, distribuídos por 10 transectos,

paralelos e eqüidistantes 30 m. Em cada ponto foram amostrados quatro indivíduos com

perímetro do caule ≥ 9 cm ao nível do solo. Na área 1, foram encontradas 16 famílias, 24

gêneros e 26 espécies, com maior número de indivíduos para Fabaceae (100), Malpighiaceae

(87), Myrtaceae (60) e Bignoniaceae (42). Na área 2, foram registradas nove famílias, 20

gêneros e 27 espécies, com maior número de indivíduos para Fabaceae (209), Euphorbiaceae

(70), Verbenaceae (46) e Cactaceae (17). A densidade total, área basal total, diâmetro, altura

registrados foram de 9,964 indivíduos ha-1

, 2,593 m² ha-1

, 7,788 cm e 2,409 m, seguido de

532,236 indivíduos ha-1

, 2,485 m² ha-1

, 7,071cm e 2,827m, áreas 1 e 2 respectivamente. O

maior valor de VI foi registrado para Chamaecrista brachystachya Conc., L.P. Queiroz &

G.P. Lewis e Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson nas respectivas

áreas. As duas áreas estudadas apresentaram composição florística distinta, com a presença de

espécies comuns às caatingas, além de elementos característicos de outras formações

vegetacionais e uma espécie rara para o Brasil (Jacaranda rugosa A.H. Gentry).

Palavras chave: Caatinga, florística, estrutura, áreas sedimentares.

Page 46: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

33

ABSTRACT

Floristic and phytosociological survey of two areas with shrub and tree vegetation located was

conducted in a sedimentary area in the Brazilian semiarid region, with the objective of

verifying the floristic composition and structure of the woody component, and exposed,

increasing knowledge of the flora of the National Park Catimbau (Quartzipsamments),

Buíque, Pernambuco. 100 sampling points were installed by area, spread over 10 transects,

30m parallel and equidistant. At each point four individuals with girth ≥ 9 cm at ground level

were sampled. In area 1, 16 families, 24 genera and 26 species, with greater number of

individuals to Fabaceae (100), Malpighiaceae (87), Myrtaceae (60) and Bignoniaceae (42)

were found. In area 2, nine families, 20 genera and 27 species, with greater number of

individuals to Fabaceae (209), Euphorbiaceae (70), Verbenaceae (46) and Cactaceae (17)

were recorded. The total density, basal area, diameter , height were recorded from 9,964

individuals ha-1

, 2,593 m² ha-1

, 7,788 cm and 2,409 m, followed by 532,236 individuals ha-1

,

2,485 m² ha-1

, 7,071 cm and 2,827 m, areas 1 and 2 respectively. The highest VI was

registered to Chamaecrista brachystachya Conc., L.P. Queiroz & G.P. Lewis and Pityrocarpa

moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson in their respective areas. The two areas

studied showed a distinct floristic composition, the presence of species common to the

scrublands, and characteristic elements of other vegetation types and rare species from Brazil

(Jacaranda rugosa A.H. Gentry).

Keywords: Caatinga, floristics, structure, sedimentary areas.

INTRODUÇÃO

A caatinga representa a maior e mais isolada das florestas secas da América do Sul,

ocupando mais de 850 mil Km2 na região semiárida do nordeste do Brasil (Queiroz, 2006).

Caracteriza-se por apresentar diversas unidades de vegetação, que ao longo da extensão do

semiárido exibe grandes variações. Essas variações são observadas tanto do ponto de vista

fisionômico, quanto do ponto de vista florístico, incluindo os aspectos morfofuncionais

(Harley, 1995a; Queiroz 2009).

As diferenças florísticas e fisionômicas ocorrem na caatinga devido às variações

climáticas, de altitude, de solo e geomorfologia, além da ação antrópica. Tais variações

parecem responder primariamente às grandes unidades geomorfológicas e, secundariamente, à

variação na intensidade do déficit hídrico, topografia e altitude e condições físicas e químicas

do solo em escala local (França et al., 2003; Queiroz, 2009; Gariglio et al., 2010).

Page 47: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

34

Duas grandes unidades geomorfológicas são encontradas no domínio do semiárido

nordestino: uma relacionada ao embasamento cristalino, ocorrendo nas depressões

interplanáticas; outra em áreas sedimentares, em bacias paleozóicas ou mesozóicas

(Ab’Saber, 1962; Souza et al., 1994; Gomes et al., 2006). As áreas sedimentares apresentam

dimensões, altitudes e situações climáticas bastante variadas, dependendo de sua localização.

Merecem destaque pela dimensão a bacia sedimentar do meio-norte, a bacia do Araripe

(Ceará/ Pernambuco) e a Tucano-Jatobá (Bahia/Pernambuco). Outras de menores dimensões

estão difundidas na depressão interplanáltica do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e

Pernambuco. Os relevos mais comuns encontrados nessas áreas sedimentares incluem

chapadas, chapadões, cuestas e baixos platôs comumente capeados por arenito (Emperaire,

1985; Rodal et al., 1998; Rodal et al., 1999; Figueirêdo et al., 2000).

Como conseqüência dessa heterogeneidade ambiental e geológica, a cobertura vegetal

dessas áreas está longe de ser homogênea, apresentando padrões de vegetação bastante

complexos dentro de uma unidade ambiental bem como entre unidades ambientais distintas

como atestam os resultados das duas áreas mais estudadas: o planalto da Ibiapaba, na bacia do

meio-norte (Araújo et al., 1999; Lima, 2009) e a chapada de São José, na bacia do Jatobá

(Gomes et al., 2006; Rodal et al., 1998; Figueiredo et al., 2000).

Na bacia Tucano-Jatobá, a chapada de São José, Pernambuco, apresenta cotas

altitudinais que variam de 600 a 1.000 m (Jacomine et al., 1973). Os levantamentos realizados

nessa chapada não relatam nomes como carrasco e mata seca para as tipologias ali presentes.

No entanto, foram reconhecidas até o momento três tipologias: a vegetação arbustiva

perenifólia, na vertente a barlavento (Rodal et al., 1998); a vegetação subcaducifólia da

chapada (Gomes et al., 2006) e a vegetação arbustiva caducifólia espinhosa, na vertente a

sotavento (Figueiredo et al., 2000). Do ponto de vista florístico há consenso de que a flora da

vertente a sotavento está relacionada com a vegetação não florestal caducifólia espinhosa

presente nos chapadões cretáceos rebaixados (555 a 600 m) adjacentes à chapada e

pertencentes à bacia do Jatobá (Rodal et al., 1999), sendo possivelmente também relacionada

com o setor localizado no semiárido da bacia do Tucano (Raso da Catarina). Já com relação às

demais tipologias poucas ou nenhuma hipótese é levantada.

No que se refere aos levantamentos florísticos e estruturais realizados na vegetação de

caatinga, observa-se que a maioria ocorreu na depressão interplanáltica (Pereira et al., 2002;

Alcoforado-Filho et al., 2003; Maracajá et al., 2003; Cestaro & Soares, 2004; Andrade et al.,

2004; Andrade et al., 2005; Lacerda et al., 2005, Pegado et al., 2006; Queiroz et al., 2006;

Santana & Souto, 2006; Fabricante & Andrade, 2007; Lacerda et al., 2007; Pinheiro & Alves,

2007; Pessoa et al., 2008; Rodal et al., 2008a; Rodal et al., 2008b; Santos et al., 2008;

Page 48: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

35

Ramalho et al., 2009; Souza & Rodal, 2010; Barbosa et al., 2012), havendo poucos em áreas

sedimentares (Araújo et al., 1995; Rodal et al., 1998; Lemos & Rodal, 2002; Andrade et al.,

2004; Gomes et al., 2006).

Embora essas áreas sedimentares tenham sido consideradas prioritárias para

conservação da diversidade biológica, em razão do registro de diversas espécies endêmicas de

plantas (Velloso et al., 2002) e de representarem conjuntos florísticos residuais de outras

épocas geológicas (Fernandes, 1996; Gomes et al., 2006, Queiroz, 2006), a composição

florística e estrutura vegetacional ainda são insuficientemente conhecidas.

Este estudo tem sua importância fundamentada na necessidade de conhecer a estrutura

e composição vegetacional do Parque Nacional do Catimbau (PNC), por sua vez, traz a

análise florística e a fitossociologia de duas áreas sedimentares instaladas sobre o PNC,

semiárido de Pernambuco (Nordeste do Brasil), com o objetivo de caracterizar essa flora e

constatar a similaridade e as dissimilaridades da área de estudo com outras áreas também

associadas ao domínio do semiárido brasileiro, contribuindo com a ampliação do

conhecimento da flora angiospérmica em chapadas sedimentares.

MATERIAL E MÉTODOS

Áreas de estudo – O Parque Nacional do Catimbau (PNC – 24’ 00” / 8º 36’ 35” S e

37º 09’ 30” / 37º 14’40” W) foi criado pela lei federal 913/12 em 13 de dezembro de 2002.

Engloba os municípios de Buíque (20,46%), Tupanatinga (38,73%), Inajá e Ibimirim

(40,81%), totalizando uma área de 62.300 ha, no semiárido de Pernambuco (IBAMA, 2002;

SNE, 2002). A altitude no PNC varia entre 350m a 1100m, estando as cotas mais elevadas a

sudeste do parque. Em termos geológicos, a reserva está assentada na bacia sedimentar

Tucano-Jatobá, depositada sobre o cristalino, onde as formações Tacaratu e Inajá ocupam

predominantemente a área do parque (CPRM/CNEN, 1972, 1973; Jacomine et al., 1973;

Silva-Junior, 1997; Rufino et al., 2008).

Os processos geológicos estabelecidos são principalmente do Terciário e Quaternário

(Souza et al., 1994). Essas formações são compostas por arenitos de granulometria e

coloração variada que sofreram intensa diagênese (Carvalho, 2010). O clima predominante na

região, adotando a classificação de Köppen, é tipo BShs’ semiárido quente, com transição

para o tropical chuvoso do tipo As’. A temperatura média anual é de 23 °C. A pluviosidade

média anual varia entre 600 mm e 1.100mm, com grande irregularidade no regime interanual,

normalmente inferior a 800 mm/ano (EMBRAPA 2000), sendo abril, maio e junho os meses

que apresentam os maiores valores de precipitação (SUDENE, 1990).

Page 49: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

36

A vegetação do PNC está associada ao domínio da caatinga (vegetação espinhosa

caducifólia) e apresenta padrões florísticos e estruturais bastante diferenciados, sendo

referidos cinco tipos de fisionomias: caatinga arbustivo-arbórea, caatinga arbustiva com

elementos de cerrado, caatinga arbustiva com elementos de campos rupestres, vegetação

florestal perenifólia e caatinga arbustiva subperenifólia, com predomínio de vegetação típica

de caatinga (Ferraz et al., 1998; Rodal et al., 1998; Figueiredo et al., 2000). Também podem

ser encontradas áreas de pasto, cultivos agrícolas e vegetação secundária com diferentes

estágios de regeneração e trechos de vegetação sob influência das ações antrópicas, como o

corte seletivo.

As duas áreas de estudos estão inseridas na unidade de conservação do PNC (Figura

1). A área 1 foi aqui denominada de Trilha do Cânion, em torno das coordenadas:

08º32’01,53”S e 37º14’53,78”W, alcançando 916 m de altitude; a área 2 nomeada Casa do

Artesão, 08º30’57,88”S e 37º14’58,67”W, alcançando 976 m. O solo em ambas as áreas é

classificado como Neossolo Quartzarênico (EMBRAPA, 2006). A vegetação na Trilha do

Cânion é arbustiva, semidecídua, com indivíduos bastante ramificados, em geral de 2-3 m de

altura. Já na Casa do Artesão, a vegetação é arbustivo-arbórea, espinhosa, fechada,

caducifólia, adensada, variando de 2-4 m de altura.

Coleta e tratamento dos dados – No período de janeiro a dezembro/2012, foram

realizadas excursões mensais às duas áreas de estudo, com a finalidade de coletar material

botânico dos representantes inclusos no estudo fitossociológico. Para as duas áreas, o

levantamento fitossociológico foi realizado através do método ponto quadrante (Cottam &

Curtis, 1956, utilizado, por exemplo, em Martins, 1991; Rodal et al., 1998), visando incluir o

componente arbustivo e arbóreo que apresentasse perímetro do caule ao nível do solo ≥ 9 cm.

Foram montados 10 transectos paralelos e eqüidistantes 30 m. Em cada transecto foram

demarcados 10 pontos a cada 10m, e em cada ponto de amostragem foi estabelecida uma cruz

formada por duas linhas perpendiculares, delimitando quatro pontos quadrantes, sendo que em

cada quadrante foi obtida a distância do centro do ponto até o primeiro indivíduo que

obedecesse ao critério de inclusão, registrando a população (espécie, gênero ou família) a que

pertence o indivíduo, sendo este vivo ou morto, ainda de pé (árvores, arvoretas, arbustos e

suculentas). Para cada área foram amostrados 100 quadrantes, 400 pontos, resultando em 400

indivíduos.

Page 50: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

37

Figura 1. Localização do Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco, Brasil.

O material botânico foi coletado (ramos de todos os indivíduos férteis ou estéreis

amostrados no primeiro ponto quadrante de cada transecto; a partir do segundo ponto,

coletados apenas os indivíduos ainda não amostrados, não conhecidos, ou antes, coletado

material apenas vegetativo), segundo orientações de Fidalgo & Bononi (1984). Em seguida,

os espécimes foram herborizados de acordo com Bridson & Forman (1992) e incorporados ao

herbário PEUFR. As identificações foram procedidas utilizando-se literatura especializada,

através de consultas a especialistas nos respectivos grupos taxonômicos, e por comparações

com materiais já identificados nos herbários IPA, PEUFR e UFP (acrônimos segundo

Holmgren et al., 1990). A validação dos nomes das espécies, a exclusão das sinonímias, grafia

e autoria das espécies foram verificadas na base de dados do Missouri Botanical Garden

(www.tropicos.org) e na Lista de Espécies da Flora do Brasil (Forzza et al., 2013). A lista

florística para ambas as áreas foi ordenada alfabeticamente por família, fundamentando-se no

“Angiosperm Phylogeny Group III” (APG III, 2009).

Page 51: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

38

Figura 2. Áreas de estudo, 1- trilha do Cânion e 2 - Casa do Artesão, Parque Nacional do

Catimbau, Buíque, Pernambuco, Brasil.

Foram realizadas comparações florísticas entre o componente lenhoso das duas áreas

de estudo com áreas instaladas em diferentes formações vegetacionais associadas ao

semiárido do Nordeste do Brasil, totalizando 24 listas florísticas. Nessa seleção há ambientes

de formações caducifólias espinhosas (Caatinga), formações caducifólias não espinhosas

(Carrasco), vegetação de floresta seca, ainda, florestas ombrófilas sub-montanas, afloramentos

de quartzito-arenoso, floresta em afloramento rochoso, afloramento granítico, floresta

estacional decidual e ambientes de transição entre Caatinga/Cerrado e Caatinga/Carrasco, são

eles: S1-Presente estudo; S2-Machado-Filho (2011); S3-Figueirêdo, Rodal e Melo (2000); S4-

Fabricante, Andrade e Terceiro (2012); S5-Gomes, Rodal e Melo (2006); S6-Lima e Lima

(1998); S7-Rodal et al. (1998); S8-Araújo, Martins e Shepherd (1999); S9-Rodal, Nascimento

e Melo (1999); S10-Lemos e Rodal (2002); S11-Pereira et al. (2002); S12-Rodal e

Nascimento (2002); S13-Alcoforado-Filho, Sampaio e Rodal (2003); S14-Maracajá et al.

(2003); S15-Andrade et al. (2004); S16-Cestaro e Soares (2004); S17-Rodal et al. (2005);

S18-Neves e Conceição (2007); S19-Lima et al. (2009); S20-Lemos e Meguro (2010); S21-

Barbosa et al. (2012); S22-Andrade et al. (2005); S23-Conceição et al. (2007); S24-Lira et al.

(2007).

Page 52: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

39

Nessa comparação, foram considerados os táxons no nível de espécie, desconsideradas

as identificações apenas no nível de gênero ou de família, bem como as identificações

imprecisas no nível específico, isto é, referidas como “cf.” (a confirmar) e “aff.” (afim).

Entre os levantamentos acima citados, incluindo o presente estudo, calculou-se o

índice de similaridade de Sørensen (Müeller-Dombois & Ellenberg, 1974). Importante

destacar que as áreas comparadas são variáveis em tamanho, esforços amostrais e método

amostral (Tabela 1). Inicialmente, a matriz binária de presença/ausência totalizou 634 táxons,

no entanto, após consulta à Lista de Espécies da Flora do Brasil (Forzza et al., 2013) chegou-

se a 583 nomes válidos.

O método utilizado foi o Unweighted Pair-Group Method using Arithmetic Averages

(UPGMA), que confere a distância entre dois grupos, tomando a média entre todos os pares

de itens pertencentes aos grupos, sendo mais eficiente nesses casos de análise de agrupamento

naturais e distintos, encontrando o K vizinhos mais próximos do próximo a ser classificado e

agrupando os dados (Gotelli & Ellison, 2011; visto em Machado-Filho, 2011). O software

utilizado para a análise estatística foi o PRIMER-E (Plymouth Routines In Multivariate

Ecological Research) versão 6.0 (Clarke & Gorley, 2009).

Foram estimados os seguintes parâmetros fitossociológicos: número de indivíduos

(NI); densidade relativa do táxon (DRt); frequência relativa do táxon (FRt); dominância

relativa do táxon (DoRt) e valor de cobertura (VI) para famílias e espécies, sendo estes

calculados através do software FITOPAC, na versão 2.1 (Shepherd, 1995).

RESULTADOS

Foram encontradas 45 espécies em 37 gêneros e 19 famílias, sendo que 16 famílias, 24

gêneros e 26 espécies estão presentes na área 1, e nove famílias, 20 gêneros e 27 espécies na

área 2 (Tabela 2). Fabaceae (5), Cactaceae (4) e Myrtaceae (4) apresentaram o maior número

de espécies para a área 1, cujas frequências somaram 38,36%. Na área 2, as famílias com

maior número de espécie foram Fabaceae (8), Euphorbiaceae (8) e Verbenaceae (3),

respectivamente, com frequências totalizando 75,11%. Das espécies amostradas, oito (17,7%)

são comuns às duas áreas, 18 (40%) exclusivas da área 1 e 19 (42,3%) da área 2 (Tabela 2).

Na área 1, considerando o componente arbóreo (50% do total), houve destaque para

Fabaceae (Chamaecrista brachystachya, Hymenaea courbaril, Andira frexinifolia, Senna

cana var. cana) pela maior riqueza de espécies. No componente arbustivo, também com 50%

do total, a família mais expressivas em número de espécies foi Myrtaceae (Eugenia

condolleana, Myrcia jacobinensis, Myrcia rufipes), seguida de Cactaceae, com espécies

suculentas (Pilosocereus tuberculatus, Tacinga inamoena e Tacinga palmadora).

Page 53: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2014. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

40

Tabela 1. Relação dos estudos utilizados na análise de similaridade florística. Número de indivíduos amostrados (N), número de famílias amostradas

(F), número de gêneros amostrados (G), riqueza de espécies (S), índice de diversidade de Shannon (H) e método amostral adotado nos estudos na

região do semiárido do nordeste brasileiro.

Autores Localidade Método amostral Altitude (m)Precipitação

(mm.ano-¹)

H

(nats esp.-1

)N F G S

Presente trabalho Parque Nacional do Catimbau/Buíque/PE (Área I e II) 200 pontos-quadrantes 916 e 976 600 3,80 800 19 45 37

Rodal et al., (1998) Sítio Cigano/Buíque/PE 100 pontos-quadrantes 800 1.095,9 3,78 400 24 32 35

Lima e Lima (1998) Fazenda Extrema-Lapinha/Contendas do Sincorá/BA 100 parcelas de 100m² 295 a 380 500 a 700 3,95 2.897 23 51 71

Araújo, Martins e Shepherd (1999) Ubajara/Planalto do Ibiapaba/CE 100 parcelas de 100m² 830 1.289 4,02 4.408 30 55 74

Rodal, Nascimento e Melo (1999) Ibimirim/PE Sem método amostral* 600 631,8 4,22 ** 39 92 139

Figueirêdo, Rodal e Melo (2000) Fazenda Laranjeiras/Buíque/PE 100 pontos-quadrantes 600 600 4,14 400 46 97 120

Pereira et al. (2002) Fazenda São Bento/Areia e Remígio/PB 30 parcelas de 200m² 596 700 3,76 1952 22 38 54

Rodal e Nascimento (2002) Reserva Biológica de Serra Negra/Itaparica/PE Sem método amostral* 800 a 1.036 900 4,86 372 73 198 319

Lemos e Rodal (2002) Parque Nacional Serra da Capivara/PI 50 parcelas de 200m² 600 689 3,61 ** 19 44 56

Maracajá et al., (2003) Vila Santa Catarina/Serra do Mel/RN 12 parcelas de 200m² 217 600 2,63 481 10 14 17

Alcoforado-Filho, Sampaio e Rodal (2003) Estação experimental/Caruaru/PE 36 parcelas de 200m² 530 612 3,82 150 41 79 96

Cestaro e Soares (2004) Fragmento de floresta/Macaíba/RN 200 pontos-quadrantes 40 1.227 4,09 200 28 53 66

Andrade et al., (2004) Parque Nacional do Catimbau/Buíque/PE Sem método amostral* 800 1.095,90 4,14 ** 50 114 158

Andrade et al., (2005) Estação experimental/São João do Cariri/PB 12 parcelas de 200m² 467 381,4 2,70 910 8 15 16

Rodal et al., (2005) Mata do Brejão/Planalto da Borborema/PE Sem método amostral* 450 a 500 1.100 4,44 ** 65 148 217

Gomes, Rodal e Melo (2006) Sítio Pititi/Chapada de São José/Buíque/PE Sem método amostral* 835 600 4,40 350 60 130 192

Lira et al., (2007) Floresta Nacional de Açu/Assu/RN 24 parcelas de 200m² 56 704 2,94 304 13 19 21

Conceição et al., (2007) Morro do Pai Inácio/Chapada Diamantina/BA 78 ilhas de vegetação 1.170 750 a 1300 1,94 ** 23 47 63

Neves e Conceição (2007) Parque Nacional Chapada Diamantina/Lençóis/BA 72 parcelas de 100m² 400 a 500 750 a 1300 1,79 195 27 54 57

Lima et al., (2009) Reserva Natural Serra das Almas/Planalto da Ibiapaba/CE 100 parcelas de 100m² 650 1.044 4,20 ** 39 76 104

Lemos e Meguro (2010) Estação Ecológica de Aiuaba/CE Caminhadas aleatórias 529 582 4,54 ** 42 113 160

Machado-Filho (2011) APA do Cariri/Planalto da Borborema/PB Caminhadas aleatórias 478 350 3,66 ** 52 101 128

Barbosa et al., (2012) Fazenda Cavalcanti/Arcoverde/PE 40 parcelas de 250m² 650 a 1.000 1.037,50 3,46 1.491 19 31 36

Fabricante, Andrade e Terceiro (2012) Fazendas: Lagoa do Saco e Jatobá/PE e BA 20 parcelas de 200m² 394 e 400 612 3,63 ** 13 31 38

Page 54: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

41

Tabela 2. Famílias e espécies amostradas em duas áreas (1 - trilha do Cânion; 2 - Casa do

Artesão), Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco, com respectivos tipos de

hábitos e ocorrência.

Família/Espécie Hábito Área 1 Área 2

Anacardiaceae

Anacardium humile A.St.-Hil. Arbusto X

Annonaceae

Rollinia leptopetala (R.E.Fries) Safford Arbusto X

Arecaceae

Syagrus coronata Becc. Arbóreo X

Asteraceae

Acritopappus buiquensis Bautista & D.J.N.Hind Arbusto X

Bignoniaceae

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Arbóreo X X

Jacaranda rugosa A.H. Gentry Arbusto X

Cactaceae

Cereus jamacaru DC. Arbóreo X X

Tacinga inamoena K. Schum. Arbusto X

Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P. Taylor &

Stuppy Arbusto X X

Pilosocereus tuberculatus (Werderm.) Byles & G.D

Rowley Arbusto X

Combretaceae

Buchenavia tetraphylla (Aubl.) R.A.Howard Arbóreo X

Euphorbiaceae

Cnidoscolus loefgrenii (Pax & K. Hoffm.) Pax & K.

Hoffm Arbusto

X

Croton adamantinus Müll. Arg. Arbusto

X

Croton heliotropiifolius Kunth Arbusto

X

Croton limae A.P.S. Gomes, M.F. Sales & P.E. Berry Arbusto

X

Gymnanthes boticario Esser, M.F.A. Lucena & M. Alves Arbusto

X

Manihot dichotoma Ule Arbusto

X

Sapium grandulatum (Vell.) Pax Arbusto

X

Stillingia trapezoidea Ule Arbusto

X

Erythroxylaceae

Erythroxylum revolutum Mart. Arbusto X X

Fabaceae

Amburana cearensis Allemão Arbóreo

X

Andira fraxinifolia Benth Arbóreo X

Chamaecrista brachystachya (Benth.) Conc., L.P.Queiroz

& G.P.Lewis Arbóreo X

Hymenaea courbaril L. Arbóreo X X

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W.

Jobson Arbóreo

X

Pityrocarpa obliqua (Pers.) Brenan Arbóreo

X

Poincianella microphylla (Mart. ex G. Don) L.P. Queiroz Arbusto

X

Mimosa lewisii Barneby Arbusto X

Page 55: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

42

Senna cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby var.

cana Arbóreo X X

Senna rizzinii Irwin & Barneby Arbusto

X

Trischidium molle (Benth.) H.E. Ireland Arbusto

X

Malpighiaceae

Byrsonima gardneriana A. Juss. Arbusto X

Myrtaceae

Eugenia candolleana DC. Arbóreo X X

Eugenia dysenterica DC Arbusto

X

Myrcia jacobinensis Mattos Arbusto X

Myrcia rufipes DC. Arbusto X

Nyctaginaceae

Guapira laxa (Netto) Furlan Arbóreo X

Olacaceae

Ximenia americana L. Arbusto

X

Sapindaceae

Cupania revoluta Radlk. Arbóreo X

Sapotaceae

Manilkara rufula (Miq.) H.J.Lam. Arbóreo X

Simaroubaceae

Simaba cuneata A.St.-Hil. & Tul. Arbóreo X

Solanaceae

Solanum rhytidoandrum Sendt. Arbusto

X

Verbenaceae

Lantana camara L. Arbusto

X

Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson Arbusto

X

Lippia gracilis Schauer Arbusto X X

Na área 2, a família que mais se destacou no componente arbóreo (29,63 % do total)

foi Fabaceae (Amburana cearensis, Hymenaea courbaril, Pityrocarpa moliniformis,

Pityrocarpa obliqua, Senna cana var. cana). Para o componente arbustivo (70,37 % do total),

houve destaque para Euphorbiaceae (Cnidoscolus loefgrenii, Croton adamantinus, Croton

heliotropiifolius, Croton limae, Gymnanthes boticario, Manihot dichotoma, Sapium

glandulatum, Stillingia trapezoidea).

As espécies Chamaecrista brachystachya, Byrsonima gardneriana, Myrcia rufipes e

Handroanthus impetiginosus foram as mais importantes para a área 1 (Tabela 3). Esses táxons

representaram 20,25%, 21,75%, 11% e 8,5% do total de indivíduos; 13,56%, 21,45%, 11,67%

e 9,78% da frequência e 35,56%, 15,76%, 6,38% e 7,05% de dominância.

Já na área 2, as espécies Pityrocarpa moniliformis, Cnidoscolus loefgrenii e Lippia

gracilis apresentaram maior importância. Os táxons foram responsáveis por 32,25%, 8,75% e

9% do total de indivíduos, respectivamente; seguidos de 26,22%, 9,36% e 8,61% da

frequência e 58,83%, 2,76% e 4,2% da dominância das comunidades (Tabela 4).

Page 56: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

43

Tabela 3. Famílias e espécies com parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do

valor de cobertura (VI), Trilha do Cânion (Área 1), Parque Nacional do Catimbau, Buíque,

Pernambuco, Brasil. NI= número de indivíduos; FA= frequência absoluta; DRt= densidade

relativa do táxon; DoRt= dominância relativa do táxon; VI= valor de cobertura para famílias e

espécies.

Trilha do Cânion – Área 1

Famílias/Espécies NI FA DRt FRt DoRt VI

Fabaceae 100 58,00 25,00 19,02 39,15 83,17

Chamaecrista brachystachya 81 43,00 20,25 13,56 35,56 69,38

Andira fraxinifolia 5 5,00 1,25 1,58 1,95 4,77

Hymenaea courbaril 5 5,00 1,25 1,58 0,46 3,29

Senna cana var. cana 4 4,00 1,00 1,26 0,82 3,08

Mimosa lewisii 5 4,00 1,25 1,26 0,36 2,87

Malpighiaceae 87 68,00 21,75 22,30 15,76 59,81

Byrsonima gardneriana ─ 68,00 21,75 21,45 15,76 58,96

Myrtaceae 60 45,00 15,00 14,75 8,35 38,11

Myrcia rufipes 44 37,00 11,00 11,67 6,38 29,05

Myrcia jacobinensis 13 11,00 3,25 3,47 1,20 7,92

Eugenia candolleana 3 2,00 0,75 0,63 0,78 2,16

Bignoniaceae 42 37,00 10,50 12,13 7,62 30,25

Handroanthus impetiginosus 34 31,00 8,50 9,78 7,05 25,33

Jacaranda rugosa 8 8,00 2,00 2,52 0,56 5,08

Simaroubaceae 26 21,00 6,50 6,89 2,84 16,23

Simaba cuneata ─ 21,00 6,50 6,62 2,84 15,96

Arecaceae 8 7,00 2,00 2,30 11,50 15,80

Syagrus coronata ─ 7,00 2,00 2,21 11,50 15,71

Cactaceae 17 14,00 4,25 4,59 6,53 15,37

Pilosocereus tuberculatus 5 5,00 1,25 1,58 3,17 6,00

Cereus jamacaru 4 4,00 1,00 1,26 2,93 5,19

Tacinga palmadora 7 6,00 1,75 1,89 0,41 4,05

Tacinga inamoena 1 1,00 0,25 0,32 0,02 0,59

Sapindaceae 18 15,00 4,50 4,92 1,90 11,32

Cupania revoluta ─ 15,00 4,50 4,73 1,90 11,14

Morta 13 11,00 3,25 3,61 2,70 9,56

Morta ─ 11,00 3,25 3,47 2,70 9,42

Nyctaginaceae 9 9,00 2,25 2,95 1,34 6,54

Guapira laxa ─ 9,00 2,25 2,84 1,34 6,43

Verbenaceae 6 6,00 1,50 1,97 0,36 3,82

Lippia gracilis ─ 6,00 1,50 1,89 0,36 3,75

Asteraceae 4 4,00 1,00 1,31 0,20 2,52

Acritopappus buiquensis ─ 4,00 1,00 1,26 0,20 2,47

Sapotaceae 2 2,00 0,50 0,66 0,56 1,71

Manilkara rufula ─ 2,00 0,50 0,63 0,56 1,69

Page 57: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

44

Anacardiaceae 2 2,00 0,50 0,66 0,49 1,64

Anacardium humile ─ 2,00 0,50 0,63 0,49 1,62

Combretaceae 2 2,00 0,50 0,66 0,27 1,42

Buchenavia tetraphylla ─ 2,00 0,50 0,63 0,27 1,40

Annonaceae 2 2,00 0,50 0,66 0,27 1,42

Rollinia leptopetala ─ 2,00 0,50 0,63 0,27 1,40

Erythroxylaceae 2 2,00 0,50 0,66 0,16 1,32

Erythroxylum revolutum ─ 2,00 0,50 0,63 0,16 1,29

Tabela 4. Famílias e espécies com parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente do

valor de importância (VI), Casa do Artesão (Área 2), Parque Nacional do Catimbau, Buíque,

Pernambuco, Brasil. NI= número de indivíduos; FA= frequência absoluta; DRt= densidade

relativa do táxon; DoRt= dominância relativa do táxon; VI= valor de cobertura para famílias e

espécies.

Casa do Artesão – Área 2

Família/Espécies NI FA DRt FRt DoRt VI

Fabaceae 209 90,00 52,25 40,00 68,74 160,99

Pityrocarpa moniliformis 129 70,00 32,25 26,22 58,83 117,30

Amburana cearenses 37 24,00 9,25 8,99 5,31 23,55

Poincianella microphylla 27 17,00 6,75 6,37 2,97 16,09

Hymenaea courbaril 7 5,00 1,75 1,87 0,50 4,12

Pityrocarpa obliqua 5 3,00 1,25 1,12 0,38 2,75

Senna cana var. cana 2 1,00 0,50 0,37 0,35 1,23

Senna rizzinii 1 1,00 0,25 0,37 0,33 0,96

Trischidium molle 1 1,00 0,25 0,37 0,07 0,70

Euphorbiaceae 70 48,00 17,50 21,33 9,56 48,40

Cnidoscolus loefgrenii 35 25,00 8,75 9,36 2,76 20,87

Sapium glandulatum 17 15,00 4,25 5,62 3,83 13,70

Croton adamantinus 5 5,00 1,25 1,87 1,88 5,00

Croton limae 5 5,00 1,25 1,87 0,25 3,37

Manihot dichotoma 4 4,00 1,00 1,50 0,55 3,05

Stillingia trapezoidea 2 1,00 0,50 0,37 0,25 1,12

Gymnanthes boticario 1 1,00 0,25 0,37 0,03 0,65

Croton heliotropiifolius 1 1,00 0,25 0,37 0,03 0,65

Verbenaceae 46 31,00 11,50 13,78 4,98 30,25

Lippia gracilis 36 23,00 9,00 8,61 4,20 21,81

Lantana camara 8 8,00 2,00 3,00 0,70 5,70

Lippia alba 2 1,00 0,50 0,37 0,08 0,95

Morta 38 28,00 9,50 12,44 7,51 29,45

Morta ─ 28,00 9,50 10,49 7,51 27,49

Cactaceae 17 14,00 4,25 6,22 5,90 16,38

Tacinga palmadora 13 10,00 3,25 3,75 1,02 8,02

Cereus jamacaru 4 4,00 1,00 1,50 4,88 7,38

Page 58: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

45

Myrtaceae 7 4,00 1,75 1,78 2,14 5,67

Eugenia dysenterica 4 3,00 1,00 1,12 1,36 3,49

Eugenia candolleana 3 1,00 0,75 0,37 0,77 1,90

Erythroxylaceae 5 4,00 1,25 1,78 0,55 3,58

Erythroxylum revolutum ─ 4,00 1,25 1,50 0,55 3,30

Bignoniaceae 5 3,00 1,25 1,33 0,44 3,02

Handroanthus impetiginosus ─ 3,00 1,25 1,12 0,44 2,81

Solanaceae 2 2,00 0,50 0,89 0,15 1,54

Solanum rhytidoandrum ─ 2,00 0,50 0,75 0,15 1,40

Olacaceae 1 1,00 0,25 0,44 0,04 0,73

Ximenia americana ─ 1,00 0,25 0,37 0,04 0,66

Outras seis espécies, três em cada área, também apresentaram VI altos: Simaba

cuneata (15,96%), Syagrus coronata (17,71%) e Cupania revoluta (11,14%) na área 1;

Amburana cearensis (23,55%), Poincianella microphylla (16,09%) e Sapium glandulatum

(13,70%) na área II.

Na análise de agrupamento, realizada com base em uma matriz binária de

presença/ausência das espécies da área de estudo e de 23 levantamentos desenvolvidos no

semiárido nordestino, evidenciou-se a formação de três grupos significativos, conforme

dendrograma (Fig. 3), com similaridade compreendida entre 18 e 20%. O primeiro grupo (A)

reuniu seis áreas assentadas sobre o Planalto da Borborema, Mesorregião Borborema Central

e Borborema Ocidental, em vegetação de caatinga incluindo ambiente rochoso (afloramento

granítico), quais sejam: S14, S24, S2, S4, S22, S21, S11 e S13. O segundo grupo (B) foi

formado por duas áreas, envolvendo três estudos (S10, S8 e S19), dois destes no Ceará

(ambos no Planalto da Ibiapaba) e um no Piauí (Bacia Sedimentar Piauí-Maranhão). O

terceiro grupo (C) está constituído por áreas instaladas na Bacia Sedimentar do Jatobá, em

Pernambuco (S12, S7, S15, S9, S3 e S5), com exceção da Estação Ecológica de Aiuaba,

Ceará, inserido no Planalto da Ibiapaba (S20). As áreas da Chapada Diamantina, Bahia (S6,

S18 e S23) e a de um brejo de altitude no Planalto da Borborema, Pernambuco (S17), ainda

que próximas no dendrograma, não constituíram um grupo (similaridade inferior a 16%).

As áreas com maior número de espécies em comum com a área estudada foram as

situadas na região da Bacia do Jatobá, incluindo as formações vegetais da Chapada de São

José e Formação Tacaratu, Pernambuco, e uma formação vegetacional localizada no Planalto

da Ibiapaba, Ceará. Ainda de acordo com os levantamentos encontrados nos estudos

realizados no semiárido nordestino e utilizados para as análises de similaridade florística, o

que apresentou maior número de espécies em comum (44 espécies) com o presente estudo foi

o intitulado S7 no dendrograma (Fig.3), que trata de um estudo desenvolvido numa área de

transição entre Carrasco e Caatinga.

Page 59: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

46

Figura 3. Dendrograma de similaridade florística gerado com base na matriz binária de

presença/ausência das espécies registradas nas áreas de estudo (Parque Nacional do Catimbau,

PE, Brasil) e de outras formações vegetacionais: S1-Este estudo; S2-Machado-Filho (2011);

S3-Figueirêdo et al.,(2000); S4-Fabricante et al., (2012); S5-Gomes et al., (2006); S6-Lima &

Lima (1998); S7-Rodal et al., (1998); S8-Araújo et al., (1999); S9-Rodal et al., (1999); S10-

Lemos & Rodal (2002); S11-Pereira et al., (2002); S12-Rodal e Nascimento (2002); S13-

Alcoforado-Filho et al., (2003); S14-Maracajá et al., (2003); S15-Andrade et al., (2004); S16-

Cestaro & Soares (2004); S17-Rodal et al., (2005); S18-Neves & Conceição (2007); S19-

Lima et al., (2009); S20-Lemos & Meguro (2010); S21-Barbosa et al., (2012); S22-Andrade

et al., (2005); S23-Conceição et al., (2007); S24-Lira et al., (2007).

DISCUSSÃO

Nas áreas estudadas foram identificados 100% dos indivíduos inventariados em nível

específico, correspondendo a 45 espécies e 19 famílias de Angiospermas (Tab. 2). Como foi

visto, as famílias com maior representatividade foram: Fabaceae (11 espécies), Euphorbiaceae

(oito espécies), Cactaceae, Myrtaceae (ambas com quatro espécies cada), Verbenaceae (três

espécies) e Bignoniaceae (duas espécies), compondo exatamente 2/3 das espécies registradas,

tornando perceptível a riqueza específica dessas famílias com as demais: Anacardiaceae,

Annonaceae, Arecaceae, Asteraceae, Combretaceae, Erythroxylaceae, Malpighiaceae,

Nyctaginaceae, Olacaceae, Sapindaceae, Sapotaceae, Simaroubaceae e Solanaceae (todas com

uma espécie cada) das áreas estudadas.

Page 60: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

47

As famílias Cactaceae, Euphorbiaceae e principalmente Asteraceae, são as mais

frequentes relatadas em ambientes rochosos (Porembski, 2007; Ribeiro et al. 2007; Scarano,

2007; Machado-Filho, 2011).

O elevado número de indivíduos pertencentes a família Leguminosae (Faboideae) nas

áreas de estudo (24,4% do total), está associado as estratégias e adaptações desta família, em

razão das associações (rhizobium e micorrizas), possibilitando ocorrência nos mais diversos

habitats, estratégia que a faz ser considerada cosmopolita (Pereira et al. 2001; Barbosa et al.

2007, Judd et al. 2009; Machado-Filho, 2011).

O número total de espécies arbustivo-arbóreas encontradas nas áreas de estudo esteve

próximo ao valor encontrado para uma área de vegetação lenhosa das chapadas sedimentares

do sertão de Pernambuco estudada por Rodal et al. (1998), este com 44 espécie e aquele com

45 espécies, e inferior ao observado por Gomes et al., (2006), com 82 espécies.

As famílias com destaque em número de espécies (Fabaceae e Euphorbiaceae), foram

também bem representadas nos levantamentos de Andrade et al. (2005), Lima et al. (2009),

Lemos & Meguro (2010), Machado-Filho (2011) e Fabricante et al. (2012), evidenciando a

importância dessas famílias no semiárido.

Em seguida, as famílias que merecem destaque pela representatividade foram

Cactaceae, Myrtaceae, Verbenaceae e Bignoniaceae, também bem representadas em

levantamentos desenvolvidos no semiárido nordestino, como os verificados em: Rodal et al.,

(1998); Lima & Lima (1998); Figueirêdo et al. (2000); Lemos e Rodal (2002); Alcoforado-

Filho et al. (2003); Andrade et al. (2005); Gomes et al. (2006); Lima et al. (2009); Lemos &

Meguro (2010); Fabricante et al. (2012).

A flora registrada nas áreas estudadas (componente lenhoso) mostra maior

proximidade com as áreas: S7 - Rodal et al. (1998), S15 - Andrade et al. (2004), S9 - Rodal,

Nascimento & Melo (1999), S3 - Figueirêdo et al. (2000) e S5 - Gomes et al. (2006). A

similaridade observada a partir da formação do grupo C (Fig. 3), entre a área de estudo e as

áreas acima citadas, mostra que as famílias com maior riqueza foram: S7 - Caesalpiniaceae e

Myrtaceae, S15 - Leguminosae e Myrtaceae, S9 - Euphorbiaceae e Caesalpiniaceae, S3 -

Caesalpiniaceae e Euphorbiaceae, S5 - Euphorbiaceae e Caesalpiniaceae. Considerando os

aspectos que influenciam a estrutura vegetacional, as cotas de altitude e precipitação, S7 e

S15 - 800 m e 1.095,9 mm respectivamente, seguido de S9 - 600 m e 631,8 mm, S3 - 600m e

600 mm e S5 - 835 m e 600 mm (Tabela 1), também são responsáveis por evidente

proximidade.

Segundo Gentry (1982; 1995), as famílias com maior número de espécies neste

trabalho também se fazem presente entre as de maior riqueza nas florestas estacionais

Page 61: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

48

neotropicais, entretanto Araújo et al. (1995), destacam que tais famílias também são

encontradas com alto índice de riqueza de espécies na caatinga, excluindo Myrtaceae e

Bignoniaceae, e a mesma observação estende-se a áreas sedimentares do Planalto do Ibiapaba.

As espécies Annona leptopetala, Bauhinia acuruana, Bocoa mollis e Ptyrocarpa

obliqua são tidas como de ampla distribuição em diferentes chapadas do semiárido

(Figueirêdo et al., 2000). Os táxons supracitados são comuns às áreas que formam o grupo (C)

e seguindo as observações dos mesmos autores, a proximidade geográfica é um fator

importante na similaridade florística das comunidades xerófilas do semiárido nordestino.

O destaque para Euphorbiaceae, tanto neste estudo quanto nos demais inclusos na

análise de similaridade, deve-se ao fato da família ser considerada pantropical, ainda, uma das

famílias com grande destaque dentro da flora do Brasil (Souza & Lorenzi, 2008; Machado-

Filho et al., 2011). O gênero Croton L., por exemplo, é um componente comum no estrato

arbustivo, e essa ocorrência é com certa frequência, também observada em afloramentos e em

áreas que contemplam a vegetação de caatinga (Alcoforado-Filho et al., 2003). No presente

estudo foram encontradas três espécies do gênero (Croton heliotropiifolius, C. adamantinus e

C. limae), exclusivos da área 2.

A fitofisionomia registrada no presente estudo está mais bem representada em seu

componente arbustivo, cerca de 65,9% do total de espécies, houve destaque para

Euphorbiaceae (Cnidoscolus urens var. neglectus, Croton adamantinus, Croton

heliotropiifolius, Croton limae, Gymnanthes boticário, Manihot dichotoma, Sapium

grandulatum e Stillingia trapezoidea), seguido do componente arbóreo (34,1%), melhor

representado pela família Fabaceae (Amburana cearensis, Andira fraxinifolia, Chamaecrista

brachystachya, Hymenaea courbaril, Pityrocarpa moniliformis, P. obliqua e Senna cana var.

cana), foram as duas famílias mais expressivas em número de espécies.

Considerando-se o componente lenhoso das áreas estudadas (S1), com os demais

levantamentos realizados no semiárido nordestino, a maior similaridade (25,9%) ocorreu entre

os estudos desenvolvidos por Figueirêdo et al. (2000) e Andrade et al. (2005), correspondendo

à vegetação caducifólia espinhosa e vegetação subcaducifólia respectivamente. Outra

considerável similaridade (25,27%) foi também observada com a vegetação subcaducifólia

(S5-Gomes et al., 2006), seguida de uma área de transição carrasco-caatinga estudada por

Rodal et al. (1998), com (22,5%). Esses resultados contribuem para respaldar a maior

semelhança entre a área de estudo e a transição entre carrasco e caatinga de areia, verificado

também por Figueirêdo et al. (2000).

A riqueza de espécies de Cactaceae na área de estudo aponta para uma maior afinidade

com a vegetação caducifólia espinhosa, sendo tais espécies comuns a este estudo e a

Page 62: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

49

levantamentos conduzidos em vegetação de chapada sedimentar e caatinga instalada sobre o

cristalino (Rodal et al., 1999; Gomes et al., 2006).

Segundo Medina (1995), plantas arbóreas e arbustivas são predominantes em

fisionomias florestais secas, corroborando os resultados encontrados neste estudo e análise do

componente arbóreo-arbustivo extraído nos levantamentos sobre o semiárido nordestino

consultados (S2, S3, S4, S5, S6, S7, S8, S9, S10, S11, S12, S13, S14, S15, S16, S17, S18,

S19, S20, S21, S22, S23 e S24), tendo em vista que o número de indivíduos entre ervas,

subarbustos, trepadeiras e cipós, é consideravelmente inferior.

Em relação às famílias com maior riqueza, destacam-se: Euphorbiaceae, Leguminosae

(Caesalpinioideae, Mimosoideae e Faboideae) e Bignoniaceae (Lima & Lima, 1998; Araújo et

al. 1999; Rodal et al. 1999; Figuirêdo et al. 2000; Pereira et al. 2002; Rodal & Nascimento,

2002; Lemos & Rodal, 2002; Maracajá et al. 2003; Alcoforado-Filho et al. 2003; Andrade et

al. 2005; Gomes et al. 2006; Lira et al. 2007; Lima et al. 2009; Lemos e Meguro, 2010;

Machado-Filho, 2011; Barbosa et al. 2012 e Fabricante et al., 2012), ocorrendo na transição

carrasco-caatinga de areia, vegetação caducifólia, vegetação caducifólia espinhosa, caatinga

em floresta serrana, florestas ombrófilas sub-montanas, afloramento rochoso em cerrado,

afloramento granítico em caatinga e floresta estacional decídua montana.

Os índice de riqueza de espécies (3,80 nats.esp.-1

), para a área de estudo foi inferior

aos registrados para a vegetação arbustiva subcaducifólia (Gomes et al., 2006), vegetação

caducifólia espinhosa (Figueirêdo et al., 2000) e vegetação subcaducifólia estudada por

Andrade et al., (2004), cujos valores foram 4,40, 4,14 e 4,14 nats esp.-1

, e superior ao citado

para área de transição carrasco/caatinga (Rodal et al., 1998), com 3,78 nats esp.-1

, e para

algumas áreas de caatinga (Machado-Filho, 2011; Fabricante et al., 2012; Lemos e Rodal,

2002; Pereira et al., 2002; Barbos et al., 2012; Andrade et al., 2005; Conceição et al., 2007;

Lira et al., 2007), cujos valores foram 3,66, 3,63, 3,61, 3,76, 3,46, 2,70, 1,94 e 2,94 nats. esp-1

,

respectivamente.

A área basal total dos indivíduos arbóreo-arbustivo foram de 2.593 m².ha-1

e 2.485

m².ha-1

para as áreas 1 e 2, respectivamente. Ambos os valores são inferiores quando

comparados com outras áreas de caatinga já estudadas, fato explicado por este trabalho

contemplar apenas árvores e arbustos.

As espécies com maior dominância relativa, para a área 1, em ordem decrescente,

foram: Chamaecrista brachystachya, Byrsonima gardneriana, Syagrus coronata,

Handroanthus impetiginosus e Myrcia rufipes (Tabela 3).

Page 63: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

50

Na área 2, as espécies de maior dominância relativa, em ordem decrescente foram:

Ptyrocarpa moniliformis, Amburana cearensis, Cereus jamacaru, Lippia gracilis e Sapium

grandulatum (Tabela 4).

Das espécies que apresentaram maior dominância relativa, algumas são utilizadas para

produção de lenha e madeira, cercas vivas, dentre outros fins. Andrade et al. (2005), comenta

que na realidade, poucas espécies da caatinga têm sido exploradas economicamente, e que não

obstante tenham potencial para diferentes usos. As demais espécies inventariadas neste

trabalho apresentaram os valores correspondentes a dominância relativa muito reduzidos,

sendo > 0,01 < 2,00.

Ao comparar as espécies de maior dominância com aquelas de maior densidade, temos

Chamaecrista brachystachya e Syagrus coronata, que apesar de apresentarem baixos valores

de densidade, estão entre as de maior dominância na área 1, fato explicado em razão das

mesmas estarem representadas por indivíduos de maior porte. O mesmo ocorre com

Pityrocarpa moniliformis, Cnidoscolus urens var. neglectus, Lippia gracilis e Cereus

jamacaru inventariadas na área 2 (Tabelas 3 e 4).

Dentre as espécies inventariadas, as que apresentam maior VI na área 1 foram:

Chamaecrista brachystachya, Byrsonima gardneriana, Myrcia rufipes e Handroanthus

impetiginosus (Tabela 3). Na área 2, as espécies de maior VI foram: Pityrocarpa

moniliformis, Amburana cearensis, Lippia gracilis e Cnidoscolus urens var. neglectus (Tabela

4). Algumas dessas espécies foram também citadas como as de maior VI na maioria dos

trabalhos em área de caatinga. De acordo com Lamprecht (1964), visto em Andrade et al.

(2005), o valor de importância é um parâmetro de integração dos aspectos parciais, de forma a

combiná-los em uma expressão única e simples, para cada espécie é somado os valores

relativos da densidade, frequência e dominância, por sua vez, expõe a importância ecológica

relativa de cada espécie melhor que qualquer outro parâmetro fitossociológico. Logo, as

espécies acima citadas, são as que de fato representaram maior importância ecológica relativa

das duas áreas estudadas.

Quanto às espécies em que foram constatados baixos valores de VI, cogitam a

predominância de indivíduos de pequeno porte, como também, a ocorrência de poucos

indivíduos para a maioria dessas espécies, fato que pode ser constatado nas tabelas 3 e 4.

As duas áreas de estudo no presente trabalho, apresentam diferenças na estrutura e

composição florística, na área 1, há o predomínio de espécies arbóreas, enquanto que na área

2, o predomínio é de espécies arbustivas. O número de espécies, famílias e gêneros

amostrados esteve dentro da média dos inventários fitossociológicos realizados na caatinga.

Page 64: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

51

As espécies Chamaecrista brachystachya, Byrsonima gardneriana, Myrcia rufipes,

Handroanthus impetiginosus e Simaba cuneata (área 1), seguido de: Pityrocarpa

moniliformis, Amburana cearensis, Cnidoscolus urens var. neglectus e Lippia gracilis (área

2), foram as espécies mais bem adaptadas ao ambiente, pois apresentaram valores altos de

frequência absoluta e valores de importância superior a 20%.

Page 65: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

52

REFERÊNCIAS

Alcoforado-filho, F.G.; Sampaio, E.V.S.B.; Rodal, M.J.N. 2003. Florística e fitossociologia

de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru,

Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, v.17, p. 287-303.

Andrade, K.V.S.A.; Rodal, M.J.N.; Lucena, M.F.A.; Gomes, A.P.S. 2004. Composição

florística de um trecho do Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco - Brasil.

Hoehnea, v. 31, p. 337-348.

Andrade, L.A.; Pereira, I.M.L.; Barbosa, e M.R.V. 2005. Análise da cobertura de duas

fitofisionomias de caatinga, com diferentes históricos de uso, no Município de São João

do cariri, Estado da Paraíba. Cerne, v. 11, p. 253-262.

Andrade-lima, D. 1978. As formações vegetais da bacia do Parnaíba. Pp. 123- 135 in: R. C.

Lins (ed.) Bacia do Parnaíba: aspectos fisiográficos. Instituto de Pesquisas Sociais, Recife.

Andrade-Lima, D. de. 1981. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica, v. 4,

p. 149-153.

Araújo, E.L.; Sampaio, E.V.S.B.; Rodal, M.J.N. 1995. Composição florística e

fitossociológica de três áreas de caatinga. Revista Brasileira de Biologia, v. 55, n. 4, p. 595-

607.

Barbosa, M.R. 2012. Guettarda. In Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico

do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/ FB014052 (último acesso em

17/07/2013).

Barroso, G.M.; Guimarães, E.F.; Ichaso, C.L.F.; Costa, C.G.; Peixoto, A.L. 1978. Sistemática

de angiospermas do Brasil. Livros Técnicos e Científicos, EDUSP, São Paulo, vol. 1, 255p.

Cestaro, L.A.; Soares, J.J. 2004. Variações florística e estrutural e relações fitogeográficas

de um fragmento de floresta decídua no Rio Grande do Norte, Brasil. Acta Botanica

Brasilica, v. 18, p. 203-218.

Cottam, G. & Curtis, J.T. 1956. The use of distance measures in phytosociological sampling.

Ecology, v. 37, p. 451-460.

EMBRAPA. 2006. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos. (2.ed). Rio de Janeiro, Embrapa Solos. 306p.

Page 66: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

53

Fabricante, J. R.; Andrade, L. A. 2007b. Análise estrutural de um remanescente de

caatinga no Seridó Paraibano. Oecologia Brasiliensis, v. 11, n. 3, p. 341-349.

Ferraz, E.M.N.; Rodal, M.J.N.; Sampaio, E.V.S.B.; Pereira, R.C.A. 1998. Composição

florística em trechos de vegetação de caatinga e brejo de altitude na região do Vale do

Pajeú, Pernambuco. Revista Brasileira de Botânica, v. 21, p. 7-15.

Fidalgo, O.; Bononi, V.L.R. (Coords.). 1984. Técnicas de coleta, preservação e

herborização de material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica (Manual, 4).

Figueirêdo, L. S.; Rodal, M.J.N.; Melo, A. L. 2000. Florística e fitossociologia da vegetação

caducifólia espinhosa arbustiva no município de Buíque, Pernambuco. Naturalia, n. 25, p.

205-224.

Franca, F.; Melo, E.; Goes-Neto, A.; Araujo, D.; Bezerra, M. G.; Ramos, H.M.; Castro, I.;

Gomes, D. 2003. Flora vascular de açudes de uma regiao do semi-arido da Bahia, Brasil.

Acta Botanica Brasilica, v. 17, p. 549-559.

Gariglio, M.A. et al. 2010. Uso sustentável e conservação dos recursos florestais da

caatinga. Brasília.

Gomes, A.P.S.; Rodal, M.J.N.; Melo, A.L. 2006. Florística e fitogeografia da vegetação

arbustiva subcaducifólia da Chapada de São José, Buíque, PE, Brasil. Acta Botanica

Brasilica, v.20, p. 37-48.

Gomes, M.A.F. 1980. A vegetação dos Cariris velhos, no estado da Paraíba. Vegetalia -

Escritos e documentos, 14.

Irwin, H.S. & Barneby, R.C. 1978. Monographic studies in Cassia (Leguminosae –

Caesalpinioideae) III. Sections Absus and Grimaldia. Memoirs of the New York Botanical

Garden, v. 30, p. 1-277.

Irwin, H.S. & Barneby, R.C. 1982. The American Cassinae: a synoptical revision of

Leguminosae Tribe Cassieae subtribe Cassinae in the New World. Memoirs of the New

York Botanical Garden, v. 35, p. 636-918.

Jacomine, P.K.T.; Cavalcanti, A.C.; Burgos, N.; Pessoa, S.C.P.; Silveira, C.O. 1973.

Levantamento exploratório - Reconhecimento de solos do estado de Pernambuco.

Boletim Técnico da SUDENE, n. 26, p. 1-175.

Page 67: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

54

Lacerda, A.V. et al. 2005. Levantamento florístico do componente arbustivoarbóreo da

vegetação ciliar do rio Taperoá, PB, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 19, n. 3, p. 647-656.

Lemos, J.R.; Rodal, M.J.N. 2002. Fitossociologia do componente lenhoso de um trecho da

vegetação de caatinga no Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí, Brasil. Acta

Botanica Brasilica, v.16, n.1, p. 23-42.

Lewis, W.M. 1978. A compositional phytogeographical and elementary community

structural analysis of the phytoplankton in a tropical lake. Journal Ecology, n. 66, p. 213-

226.

Lima, E.N.; Silva, K.A.; Santos, J.M.F.F.; Andrade, J.R.; Santos, D.M.; Sampaio, E.V.S.B.;

Araújo, E.L. 2010. Influência da sazonalidade na fenologia e na dinâmica populacional

da Euphorbia insulana Vell. (Euphorbiaceae) em uma área de caatinga, Pernambuco.

v.2, p.365-384.

Maracajá, P.B. et al. 2003. Levantamento florístico e fitossociológicos do extrato

arbustivo- arbóreo de dois ambientes na Vila Santa Catarina, Serra do Mel, RN. Revista

de Biologia e Ciências da Terra, v.3, p. 1-13.

Martins, F.R. 1991. Estrutura de uma flora mesófila. Campinas: Ed. da UNICAMP, 246p.

Mori, S.A.; Silva, L.A.M.; Lisboa, G.; Coradin, L. 1989. Manual de Manejo de Herbário

Fanerogâmico. 2a ed. Ilhéus, Centro de Pesquisas do Cacau.

Pegado, C. M. A.; Andrade, L. A.; Félix, L. P.; Pereira, I. M. 2006. Efeitos da invasão

biológica de algaroba - Prosopis juliflora (Sw.) DC. sobre a composição e a estrutura do

estrato arbustivo-arbóreo da caatinga no Município de Monteiro, PB, Brasil. Acta

Botanica Brasilica, v. 20, n. 4, p. 887-898.

Pereira, I.M.; Andrade, L.A.; Barbosa, M.R.V.; Sampaio, E.V.S.B. 2002. Composição

florística e análise fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo de um

remanescente florestal no agreste paraibano. Acta Botanica Brasilica, v.16, p. 357-369.

Pessoa, M.F. et al. Estudo da cobertura vegetal em ambientes da caatinga com diferentes

formas de manejo no assentamento Moacir Lucena, Apodi – RN. Revista Caatinga, v.21,

n.3, p.40- 48, 2008.

Pinheiro, K.; Alves, M. 2007. Espécies arbóreas de uma área de Caatinga no sertão de

Pernambuco, Brasil: dados preliminares. Revista Brasileira de Biociências, v.5, p.426-428.

Page 68: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

55

Queiroz, J.A.; Trovão, D.M.B.M.; Oliveira, A.B.; Oliveira, E.C.S. 2006. Análise da

estrutura fitossociológica da Serra do Monte, Boqueirão, Paraíba. Revista de Biologia e

Ciências da Terra, v. 6, n. 1, p. 251-259.

Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Feira de Santana, Bahia. 467p.

Ramalho, C.I. et al. 2009. Flora arbóreo-arbustiva em áreas de Caatinga no semi-árido

baiano, Brasil. Revista Caatinga, v.22, n.3, p.182-190.

Rizzini, C. T. 1997. Tratado de fitogeografia do Brasil. 2ª Edição. Âmbito Cultural Edições

Ltda, Rio de Janeiro.

Rodal, M.J.N.; Melo, A.L. 1999. Levantamento preliminar das espécies lenhosas da

caatinga de Pernambuco. p.53-62. In: Anais Plantas do Nordeste Workshop Geral, Recife,

1996. Royal Botanic Gardens, Kew.

Rodal, M.J.N.; Andrade, K.V.A.; Sales, M.F.; Gomes, A.P.S. 1998. Fitossociologia do

componente lenhoso de um refúgio vegetacional no município de Buíque, Pernambuco.

Revista Brasileira de Biologia, v. 58, n. 3, p. 517-526.

Rodal, M.J.N.; Barbosa, M.R.V.; Thomas, W.W. 2008b. Do The Seasonal Forests in

Northeastern Brazil Represent a Single Floristic Unit? Brazilian Journal of Biology, v. 68,

p. 631-637.

Rodal, M.J.N.; Costa, K.C.C.; Lins-e-Silva, A.C.B. 2008a. Estrutura da vegetação

caducifólia espinhosa (caatinga) de uma área do sertão central de Pernambuco.

Hoehnea, v. 35, p. 209-217.

Rudd, V.E. 1955. The american species of Aeschynomene. Bulletin of the United States

National Herbarium, v. 32, p. 1-172.

Rufino, M.U.L. et al. 2008. Conhecimento e uso do ouricuri (Syagrus coronata) e do

babaçu (Orbignya phalerata) em Buíque, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 22, n. 4,

p. 1141-1149.

Sales, M.F.; Mayo, S.J.; Rodal, M.J.N. 1998. Florestas serranas de Pernambuco: um

checklist da flora ameaçada dos Brejos de Altitude. Recife, Imprensa Universitária da

Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Page 69: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

56

Santana, J. A. da S.; Souto, J. S. Diversidade e estrutura fitossociológica da caatinga na

estação ecológica do Seridó, RN. Revista de Biologia e Ciência da Terra, v.6, n.2, p.232-

242, 2006.

Santos, G.R.A.; Batista, A.M.V.; Guim, A. et al. 2008. Determinação da composição

botânica da dieta de ovinos em pastejo na caatinga. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37,

n.2, p.1876-1833.

Shepherd, G.J. 1995. FITOPAC 1. Manual de usuário. Departamento de Botânica,

UNICAMP.

Souza, J. A.N.; Rodal, M.J.N. 2010. Levantamento florístico em trecho de vegetação

ripária de caatinga no Rio Pajeú, Floresta / Pernambuco - Brasil. Revista Caatinga, v.23,

n.4, p.54-62.

Souza, M.J.N. de; Martins, M.L.R.; Soares, Z.M.L.; Freitas-Filho, M.R. de; Almeida, M.A.G.

de; Pinheiro, F.S. de A.; Sampaio, M. A. B.; Carvalho, G. M. B. S.; Soares, A. M. L.; Gomes,

E. C. B. & Silva, R. A. 1994. Redimensionamento da região semi-árida do Nordeste do

Brasil. In: Conferência Nacional e Seminário Latino-Americano da Desertificação. Fundação

Esquel do Brasil, Fortaleza.

Souza, M.J.N. de; Martins, M.L.R.; Soares, Z.M.L.; Freitas-Filho, M.R. de; Almeida, M.A.G.

de; Pinheiro, F.S. de A.; Sampaio, M. A. B.; Carvalho, G. M. B. S.; Soares, A. M. L.; Gomes,

E. C. B. & Silva, R. A. 1994. Redimensionamento da região semi-árida do Nordeste do

Brasil. In: Conferência Nacional e Seminário Latino-Americano da Desertificação. Fundação

Esquel do Brasil, Fortaleza.

Tavares, S.; Paiva, F.A.F.; Tavares, E.J.S.; Carvalho, G.H. 1975. Inventário Florestal na

Paraíba e no Rio Grande do Norte; I Estudo preliminar das matas remanescentes do

Vale do Piranhas. Série: Brasil. SUDENE, Recursos Vegetais. v.4. 31p.

Tavares, S.; Paiva, F.A.V.; Tavares, E.J. de S.; Lima, J.L.S. de. & Carvalho, G.H. 1969.

Inventário florestal de Pernambuco. Estudo preliminar das matas remanescentes do

município de São José do Belmonte. Boletim de Recursos Naturais. v.7, p.113-139.

Page 70: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

57

5. APÊNDICES

A: Aspecto geral da vegetação (Trilha do Cânion) no Parque Nacional do Catimbau.

A) Visão geral da área de estudo (Trilha do Cânion). B) Vista superior da caatinga arbórea da

área amostrada. C) Vegetação em afloramentos rochosos em topos elevados. D) Vegetação e

afloramentos areníticos na área amostrada. E e F) Caatinga subarbórea sobre solos arenosos.

Page 71: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

58

B: Aspecto geral da vegetação (Casa do Artesão) no Parque Nacional do Catimbau.

A e B) Estrada de acesso à área de estudo a partir da borda. C e D) Panorama do interior da

caatinga da área amostrada. E) Detalhe do solo arenoso abaixo da serapilheira. F) Panorama

de área com instalação do transecto para estudo fitossociológico.

Page 72: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

59

C: Registro fotográfico de espécimes florindo durante a coleta de campo e instalação dos

transectos no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE.

A e B) Flores e frutos de Cnidoscolus urens var. neglectus (Pohl) Lourteig (Euphorbiaceae).

C, D e E) Hábito, inflorescência e flores de Lantana câmara L. (Verbenaceae).

Page 73: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

60

D: Registro fotográfico de espécimes florindo durante a coleta de campo e instalação dos

transectos no Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE.

A e B) Flores e inflorescência de Simaba floribunda A.St.-Hil. (Simaroubaceae). C e D)

Hábito e frutos de Siagrus coronata (Mart.) Becc. (Arecaceae).

Page 74: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

61

E: Normas para publicação na revista: Anais da Academia Brasileira de Ciências.

Instruções aos Autores

A revista ANAIS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS encoraja fortemente as

submissões online. Uma vez o artigo preparado de acordo com as instruções abaixo, visite o

site de submissão online ( http://aabc.abc.org.br/).

As instruções devem ser lidas cuidadosamente e seguidas integralmente. Desta forma, a

avaliação e publicação de seu artigo poderão ser feitas com mais eficiência e rapidez. Os

editores reservam-se o direito de devolver artigos que não estejam de acordo com estas

instruções. Os artigos devem ser escritos em inglês claro e conciso.

Objetivo e Política Editorial

Todos os artigos submetidos devem conter pesquisa original e ainda não publicada ou

submetida para publicação. O primeiro critério para aceitação é a qualidade científica. O uso

excessivo de abreviaturas ou jargões deve ser evitado, e os artigos devem ser compreensíveis

para uma audiência tão vasta quanto possível. Atenção especial deve ser dada ao Abstract,

Introdução e Discussão, que devem nitidamente chamar a atenção para a novidade e

importância dos dados relatados. A não observância desta recomendação poderá resultar em

demora na publicação ou na recusa do artigo.

Os textos podem ser publicados como uma revisão, um artigo ou como uma breve

comunicação. A revista é trimestral, sendo publicada nos meses de março, junho, setembro e

dezembro.

Tipos de Artigos

Revisões: Revisões são publicadas somente a convite. Entretanto, uma revisão pode ser

submetida na forma de breve carta ao Editor a qualquer tempo. A carta deve informar os

tópicos e autores da revisão proposta e declarar a razão do interesse particular do assunto para

a área.

Artigos: Sempre que possível, os artigos devem ser subdivididos nas seguintes partes: 1.

Página de rosto; 2. Abstract (escrito em página separada, 200 palavras ou menos, sem

abreviações); 3. Introdução; 4. Materiais e Métodos; 5. Resultados; 6. Discussão; 7.

Agradecimentos quando necessário; 8. Resumo e palavras-chave (em português - os autores

estrangeiros receberão assistência); 9. Referências. Artigos de algumas áreas, como Ciências

Matemáticas, devem observar seu formato usual. Em certos casos pode ser aconselhável

omitir a parte (4) e reunir as partes (5) e (6). Onde se aplicar, a parte de Materiais e Métodos

Page 75: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

62

deve indicar o Comitê de Ética que avaliou os procedimentos para estudos em humanos ou as

normas seguidas para a manutenção e os tratamentos experimentais em animais.

Breves Comunicações: Breves comunicações devem ser enviadas em espaço duplo. Depois

da aprovação não serão permitidas alterações no artigo, a fim de que somente correções de

erros tipográficos sejam feitas nas provas.

Os autores devem enviar seus artigos somente em versão eletrônica.

Preparo dos Artigos

Os artigos devem ser preparados em espaço duplo. Depois de aceitos nenhuma modificação

será realizada, para que nas provas haja somente correção de erros tipográficos.

Tamanho dos artigos: Embora os artigos possam ter o tamanho necessário para a

apresentação concisa e discussão dos dados, artigos sucintos e cuidadosamente preparados

têm preferência tanto em termos de impacto quando na sua facilidade de leitura.

Tabelas e ilustrações: Somente ilustrações de alta qualidade serão aceitas. Todas as

ilustrações serão consideradas como figuras, inclusive desenhos, gráficos, mapas, fotografias

e tabelas com mais de 12 colunas ou mais de 24 linhas (máximo de figuras gratuitas: cinco

figuras). A localização provável das figuras no artigo deve ser indicada.

Figuras digitalizadas: As figuras devem ser enviadas de acordo com as seguintes

especificações: 1. Desenhos e ilustrações devem ser em formato .PS/.EPS ou .CDR

(Postscript ou Corel Draw) e nunca inseridas no texto; 2. Imagens ou figuras em meio tom

devem ser no formato .TIF e nunca inseridas no texto; 3. Cada figura deve ser enviada em

arquivo separado; 4. Em princípio, as figuras devem ser submetidas no tamanho em que

devem aparecer na revista, i.e., largura de 8 cm (uma coluna) ou 12,6 cm (duas colunas) e

com altura máxima para cada figura menor ou igual a 22 cm. As legendas das figuras devem

ser enviadas em espaço duplo e em folha separada. Cada dimensão linear das menores letras e

símbolos não deve ser menor que 2 mm depois da redução. Somente figuras em preto e

branco serão aceitas. 5. Artigos de Matemática, Física ou Química podem ser digitados em

Tex, AMS-Tex ou Latex; 6. Artigos sem fórmulas matemáticas podem ser enviados em .RTF

ou em WORD para Windows.

Página de rosto: A página de rosto deve conter os seguintes itens: 1. Título do artigo (o título

deve ser curto, específico e informativo); 2. Nome (s) completo (s) do (s) autor (es); 3.

Endereço profissional de cada autor; 4. Palavras-chave (4 a 6 palavras, em ordem alfabética);

5. Título abreviado (até 50 letras); 6. Seção da Academia na qual se enquadra o artigo; 7.

Indicação do nome, endereço, números de fax, telefone e endereço eletrônico do autor a quem

deve ser endereçada toda correspondência e prova do artigo.

Page 76: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

63

Agradecimentos: Devem ser inseridos no final do texto. Agradecimentos pessoais devem

preceder os agradecimentos a instituições ou agências. Notas de rodapé devem ser evitadas;

quando necessário, devem ser numeradas. Agradecimentos a auxílios ou bolsas, assim como

agradecimentos à colaboração de colegas, bem como menção à origem de um artigo (e.g.

teses) devem ser indicados nesta seção.

Abreviaturas: As abreviaturas devem ser definidas em sua primeira ocorrência no texto,

exceto no caso de abreviaturas padrão e oficial. Unidades e seus símbolos devem estar de

acordo com os aprovados pela ABNT ou pelo Bureau International des Poids et Mesures (SI).

Referências: Os autores são responsáveis pela exatidão das referências. Artigos publicados e

aceitos para publicação (no prelo) podem ser incluídos. Comunicações pessoais devem ser

autorizadas por escrito pelas pessoas envolvidas. Referências a teses, abstracts de reuniões,

simpósios (não publicados em revistas indexadas) e artigos em preparo ou submetidos mas

ainda não aceitos, podem ser citados no texto como (Smith et al. unpublished data) e não

devem ser incluídos na lista de referências.

As referências devem ser citadas no texto como, por exemplo, (Smith 2004), (Smith and

Wesson 2005) ou, para três ou mais autores, (Smith et al. 2006). Dois ou mais artigos do

mesmo autor no mesmo ano devem ser distinguidos por letras, e.g. (Smith 2004a), (Smith

2004b) etc. Artigos com três ou mais autores com o mesmo primeiro autor e ano de

publicação também devem ser distinguidos por letras.

As referências devem ser listadas em ordem alfabética do primeiro autor sempre na ordem do

sobrenome XY no qual X e Y são as iniciais. Se houver mais de 10 autores, use o primeiro

seguido de et al. As referências devem ter o nome do artigo. Os nomes das revistas devem ser

abreviados. Para as abreviações corretas, consultar a listagem de base de dados na qual a

revista é indexada ou consulte a World List of Scientific Periodicals. A abreviatura para os

Anais da Academia Brasileira de Ciências é An Acad Bras Cienc. Os seguintes exemplos são

considerados como guia geral para as referências.

Artigos

Albe-Fessard D, Condes-Lara M, Sanderson P and Levante A . 1984a. Tentative explanation

of the special role played by the áreas of paleospinothalamic projection in patients with

deafferentation pain syndromes. Adv Pain Res Ther 6: 167-182.

Albe-Fessard D, Sanderson P, Condes-Lara M, Delandsheer E, Giuffrida R and Cesaro P.

1984b. Utilisation de la depression envahissante de Leão pour l'étude de relations entre

structures centrales. An Acad Bras Cienc 56: 371-383.

Knowles RG and Moncada S. 1994. Nitric oxide synthases in mammals. Biochem J 298: 249-

258.

Page 77: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE DUAS … · através dos parâmetros usuais fazendo-se uso do software FITOPAC (Shepherd, 1995), foram determinados o número de indivíduos

SERAFIM-FILHO, G.L. 2013. Composição florística e fitossociologia de duas áreas de ...

64

Pinto ID and Sanguinetti YT. 1984. Mesozoic Ostracode Genus Theriosynoecum Branson,

1936 and validity of related Genera. An Acad Bras Cienc 56: 207-215.

Livros e capítulos de livro

Davies M. 1947. An outline of the development of Science, Athinker's Library, n. 120.

London: Watts, 214 p.

Prehn RT . 1964. Role of immunity in biology of cancer. In: National Cancer Conference , 5.,

Philadelphia Proceedings …., Philadelphia: J.B. Lippincott, p. 97-104.

Uytenbogaardt W and Burke EAJ . 1971. Tables for microscopic identification of minerals, 2

nd ed., Amsterdam: Elsevier, 430 p.

Woody RW . 1974. Studies of theoretical circular dichroism of Polipeptides: contributions of

B-turns. In: Blouts ER et al . (Eds), Peptides, polypeptides and proteins, New York: J Wiley

& Sons, New York, USA, p. 338-350.

Outras publicações

International Kimberlite Conference , 5, 1991. Araxá, Brazil. Proceedings ... Rio de Janeiro:

CPRM, 1994., 495 p.

Siatycki J . 1985. Dynamics of Classical Fields. University of Calgary, Department of

Mathematics and Statistics, 19985, 55 p. Preprint n. 600.