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COMPORTAMENTOS DISFUNCIONAIS NA CRIANA
OBJETIVO GERAL
- Identificar as dificuldades de desenvolvimento comportamental da criana
OBJETIVOS ESPECFICOS
Adquirir o conceito de imaturidade do desenvolvimento;
Identificar as condies facilitadoras de um desenvolvimento normal;
Refletir sobre os fatores de risco que potenciam o surgir de problemasdesenvolvimentais;
Introduzir o conceito de Necessidades Educativas Especiais (NEE);
Conhecer o Enquadramento legal e contextual das NEE;
Saber distinguir entre NEE Temporrias e Permanentes;
Reconhecer e enquadrar as diferentes Tipologias das NEE com as diferentesDeficincias/Patologias;
Caracterizar os conceitos de auto-estima e auto-confiana;
Conhecer e saber identificar os principais distrbios emocionais e comportamentais dacriana.
CONTEDOS
Imaturidade de desenvolvimento
- deficincias sensoriais especiais
- falta de auto-estima e de auto-confiana
- distrbios emocionais
- crianas com necessidades educativas especiais (NEE)
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COMPORTAMENTOS DISFUNCIONAIS NA CRIANA
CRIANAS COM NEE (NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS)
Enquadramento legal e contextual
Davidson (cit. in Niza, 1996):
Um aluno tem NEE se tem dificuldades de aprendizagem que exigem adaptaes das
condies em que se processa o ensino/aprendizagem, isto , se tem uma dificuldade
significativamente maior em aprender do que a maioria dos alunos da mesma idade ou umaincapacidade ou incapacidades que o impedem de fazer uso das mesmas oportunidades que
so dadas nas escolas a alunos da mesma idade.
UNESCO (1994, 17):
A expresso necessidades educativas especiais refere-se a todas as crianas e jovens cujas
necessidades se relacionam com deficincias ou dificuldades escolares. Neste conceito devem
incluir-se crianas com deficincia ou sobredotadas, crianas da rua ou crianas que
trabalham, crianas de populaes remotas ou nmadas, crianas de minorias lingusticas,
tnicas ou culturais e crianas de reas ou grupos desfavorecidos ou marginais.
Resumindo: O D.L. n. 3/2008
Circunscreve a populao alvo da educao especial, e os destinatrios dos apoios
especializados, aos alunos com limitaes significativas ao nvel da atividade e da
participao num ou vrios domnios de vida, decorrentes de alteraes funcionais e
estruturais, de carcter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nvel da
comunicao, aprendizagem, mobilidade, autonomia, relacionamento interpessoal e
participao social.
medida que aumenta a necessidade de uma maiorespecializao do apoio personalizado,
decresce o nmero de crianas e jovens que dele necessitam, do que decorre que apenas uma
reduzida percentagem necessita de apoiospersonalizados altamente especializados (Dirio
da Repblica,2008, p. 155). Menciona, explicitamente, alunos surdos, cegos, com autismo e
com multideficincia.
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Definio de NEE de carcter Temporrio
Crianas e jovens com Necessidades Educativas Especiais Temporrias: Crianas e jovens que
experienciam dificuldades no processo de aprendizagem e participao no contexto
educativo/escolar que decorrem da interao entre fatores ambientais (fsicos, sociais e
atitudinais) e o seu nvel do funcionamento nos diferentes domnios. Geralmente estas
crianas ou jovens apresentam problemas ligeiros de leitura, escrita ou clculo, ou mesmo
problemticas ligeiras a nvel motor, preceptivo, lingustico, scio emocional ou de sade, que
se podero manifestar num certo momento do seu percurso escolar.
Definio de NEE de Carcter Permanente
Crianas e jovens com Necessidades Educativas Especiais de Carcter Prolongado: Crianas e
jovens com apoio educativo que experienciam graves dificuldades no processo de
aprendizagem e participao decorrentes da interao entre fatores ambientais (fsicos, sociais
e culturais) e limitaes acentuadas ao nvel do seu funcionamento num ou mais dos seguintes
domnios: sensorial (audio e viso), motor,
cognitivo, fala, linguagem e comunicao, emocional e personalidade e sade fsica. Decretos-
Lei n 6 e 7 de 2001 e n 3 de 2008, relativos aos modelos de gesto curricular, circunscrevem
a educao especial a alunos com NEE de carcter prolongado.
DOMNIOS DAS NEE
SENSORIAL
MOTOR E NEUROLGICAS
COGNITIVO
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
FALA, LINGUAGEM E COMUNICAO
EMOCIONAL/PERSONALIDADE/COMPORTAMENTAL
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SADE-FSICA
OUTRAS
DEFICINCIAS SENSORIAIS ESPECIAIS
DEFICINCIAS AUDITIVAS
Uma criana que apresente um problema de audio considera-se surdo caso a sua capacidade
de audio no se revele funcional em termos de atividades do dia-a-dia. Apresenta
hipoacusia, se essa capacidade deficiente, no entanto, funcional, recorrendo ou no a um
aparelho auditivo. Esta deficincia no deve ser confundida com disfunes auditivas
(incapacidade para interpretar estmulos auditivos que no resulta na perda de audio).
Pode haver perda de audio ligeira: as crianas podem ter padres de fala normais e este
problema auditivo at pode nem ser detetado. Normalmente estes alunos distraem-se
facilmente e, como consequncia, so muitas vezes, considerados desobedientes. Nos casos
em que o desenvolvimento da linguagem no completo pode haver dificuldade em
compreender ideias abstratas, bem como conceitos.
Perda moderada de audio: e se no for usado nenhum aparelho, a criana pode no ser
capaz de acompanhar o que dito.
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Perda severa da audio: se no usar aparelho, esta criana ter extrema dificuldade em
perceber o que dito, assim como em desenvolver a fala.
DEFICINCIA VISUAL
A deficincia visual consiste na diminuio da capacidade de viso. Os termos viso parcial,
cegueira legal, fraca viso e cegueira total so frequentemente utilizados para descrever estas
deficincias.
Existem mltiplas causas para a deficincia visual, desde a degenerao do globo ocular ou donervo tico, ou ento de problemas nas crneas nervosas que ligam o olho ao crebro. A
cegueira normalmente o resultado de uma leso ou doena a que ningum est imune.
Vrios tipos de desordens:
Hipermetropia a viso melhor se os objetos estiverem distncia
Miopia estive viso dos objetos que se4 encontram a uma curta distncia
Astigmatismo a imagem vista de forma imperfeita
Estrabismo impossibilidade dos dois olhos focarem o mesmo objeto simultaneamente
Heterofobia um ou mais msculos do olho so incapazes de fazer com que as duas imagens
dos dois olhos se renam numa s imagem focada
Nistagmo espasmos dos msculos oculomotores que provocam movimentos rpidos e
involuntrios, existindo perda de acuidade visual
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Albinismo perda de acuidade visual, uma vez que a falta de pigmentao da ris permite a
entrada de demasiada luz.
Cataratas opacidade do cristalino, com perda de acuidade visual.
DEFICINCIAS MOTORAS
Deficincia motora uma disfuno fsica ou motora, a qual poder ser de carcter congnito
ou ento adquirido. Desta forma, esta disfuno ir afetar o indivduo, no que diz respeito mobilidade, coordenao motora ou fala. Este tipo de deficincia pode decorrer de leses
neurolgicas, neuromusculares, ortopdicas e ainda de mal formao. Considera-se deficincia
motora qualquer dfice ou anomalia que tenha como consequncias uma dificuldade,
alterao e/ou a no existncia de um determinado movimento considerado normal no ser
humano. As alteraes dos movimentos podem ter origem em alteraes dos grupos
musculares, da estrutura ssea, da estrutura sseo-articular ou em anomalias do Sistema
Nervoso Central. Podem ter um carcter definitivo (estvel, isto , que no sofre alteraes
com o tempo) ou evolutivo (que tem tendncia a modificar-se ao longo do tempo).
Causas da Deficincia Motora:
So muitas as causas das deficincias motoras e normalmente dividem-se em dois grupos
fundamentais, de acordo com a sua origem:
Deficincias motoras que tm origem em leses cerebrais; Deficincias motoras com origem
no cerebral causadas por fatores externos (como por exemplo, traumatismos) ou por fatores
internos (como por exemplo reumatismos, tuberculose ssea, entre outras).
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Deficincias motoras de origem cerebral:
As leses cerebrais perinatais (perodo que tem incio quinze dias antes do parto e se prolonga
quinze dias aps o nascimento da criana) que podem dar origem a paralisias cerebrais so
aquelas que resultam de falta de oxignio no crebro (anxias) e de hemorragias cerebrais.
Estas so apenas algumas das causas no perodo perinatal.
Causas ps-natais: As causas mais frequentes de leso cerebral so os traumatismos
cranioenceflicose infeces como as meningites bacterianas e tuberculosas, entre outras.
Deficincia motora de origem no cerebral: Existem vrios tipos de deficincias motoras de
origem no cerebral, com causas tambm muito diferentes.
Deficincias motoras temporrias:
As mais frequentes so aquelas que resultam de traumatismos, especialmente os cranianos.
So especialmente frequentes durante a infncia e a adolescncia.
Na infncia so sobretudo consequncia de acidentes ocorridos nos perodos do recreio na
escola e no trajeto casa-escola-casa. Na adolescncia tm como causas principais a prtica de
desportos violentos e a utilizao de veculos de duas rodas. As consequncias so
normalmente muito graves.
Apesar do traumatismo poder no dar origem a qualquer paralisia, o indivduo pode
apresentar gestos e expresso verbal lentos e descoordenados. Acontecem muitas vezes
perdas de memria e alteraes no comportamento.
Deficincias motoras definitivas:
Como exemplo de deficincias motoras definitivas podemos salientar as paralisias. As
paralisias podem resultar de leses cerebrais ou de leses da medula. As suas causas so
variveis e podem ser congnitas (que j nascem com a pessoa) ou adquiridas, por exemplo,
atravs de traumatismos.
Distrofia Muscular:
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Designao geral aplicvel a um grupo de doenas crnicas e hereditrias que consistem num
lento e progressivo enfraquecimento dos msculos. Esta patologia no deve ser confundida
com esclerose mltipla (doena no congnita nem hereditria que se declara normalmenteno incio da idade adulta). A distrofia muscular um problema muscular hereditrio que afecta
a criana. Existem vrios tipos de distrofia: distrofia muscular fcio-escpulo-umeral; distrofia
muscular braos-anca; distrofia miotnia, distrofia ocular, distrofia muscular de Duchenne e
distrofia muscular de Becker.
Estes indivduos necessitam de ser assistidos nas suas rotinas, nomeadamente no campo da
higiene pessoal, da alimentao e do vestir. Esta dependncia tem consequncias ao nvel
psicolgico e social.
Espinha Bfida
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A espinha bfida uma malformao congnita em queparte de uma ou mais vrtebras no se
desenvolve por completo deixando parte da espinal medula exposta. Esta condio afeta
recm-nascidos e resulta numa condio de deficincia permanente. Desconhece-se qual o
fator que determina o seu aparecimento.
De acordo com a Associao Americana de Espinha Bfida podem surgir as seguintes
caractersticas:
- graus de paralisia variveis
- enfraquecimento na zona dos ps, tornozelos e/ou pernas
- menor grau de sensibilidade nos ps, tornozelos e/ou pernas
- incontinncia, tanto dos intestinos como da bexiga, devido a leses nos nervos resultando em
acidentes ocasionais e na provvel necessidade de limpeza regular dos cateteres, mesmodurante o perodo letivo
- drenagem de lquido cefalorraquidiano
- dificuldades de aprendizagem resultantes, provavelmente, de dificuldades a nvel daperceo e/ou de leses cerebrais
- dificuldades de carcter motor, a nvel dos braos e das mos, registando-se talvez algumalentido no desempenho de algumas tarefas
- possveis crises de ausncia, tais como ficar momentaneamente a olhar fixamente para o
espao, ou alteraes motoras nos grandes msculos que podem variar entre tremores eespamos.
- as crianas com espinha bfida apresentam, normalmente, uma capacidade intelectualnormal.
Leses na Espinal Medula
Este tipo de leso causado por um traumatismo sofrido na medula (tecido nervoso existenteno canal central da coluna vertebral), o qual danifica as fibras nervosas.
A espinal medula e o crebro formam o sistema nervoso central, que controla o
comportamento e desempenho do ser humano. A espinal medula transporta mensagens do
crebro para os rgos internos, para os msculos e para a pele. Estas mensagens transmitem
ao organismo informaes quanto forma como este deve reagir e o que deve ignorar, o
mesmo acontecendo para as sensaes de calor e frio. Quando a espinal medula danificada,
corta-se a comunicao entre esta e o crebro, resultando a perda de sensaes, tonicidade
muscular e at mesmo paralisia.
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O grau desta leso pode ser ligeiro, srio ou fatal.
Quando a leso ocorre ao nvel do pescoo, tanto os braos como as pernas podem ficar
paralisados. Neste caso, diz-se que um indivduo est quadraplgico ou tetraplgico. Se a
leso ocorre ao nvel do peito, os braos no perdem a mobilidade, mas as pernas e a parte
inferior do corpo so afetadas, designando-se este indivduo de paraplgico.
Muito recentemente a paralisia era considerada incurvel, atualmente os avanos apostam na
esperana de cura, atravs de abordagens teraputicas e farmacolgicas, assim como de
transplantes.
DOMNIO MENTAL/COGNITIVO
Deficincia Mental
A Associao Americana de Deficincia Mental, em 1992, definiu a Deficincia Mental atravs
de 3 critrios:
- funcionamento intelectual abaixo da mdia em termos de QI (entre 70 a 75)
- limitaes significativas em 2 ou mais reas do comportamento adaptativo
- presena destas caractersticas desde a infncia .
A deficincia mental pode ser ligeira, moderada ou severa/profunda, consoante o grau das
dificuldades/ limitaes apresentadas.
As causas apontadas como mais comuns consistem em fatores biolgicos (irregularidades
genticas ou anomalias cromossomticas, asfixia no parto, incompatibilidades entre o sangue
da me e o feto e infees durante a gravidez) ou fatores ambientais (privao de estimulao,
subnutrio).
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A criana com deficincia mental apresenta problemas ao nvel da memria a curto prazo e
como consequncia o processo de aquisio de competncias bastante moroso. Desta
forma, necessrio repetir continuamente o que lhes ensinado, pois estas crianas podem
ter dificuldade em recordar o eu lhes foi ensinado no dia anterior. Apresentam, ainda, algumaincapacidade em fazer generalizaes a partir das aprendizagens efetuadas, e como tal, tm
dificuldade em aplicar o que aprenderam a situao da vida quotidiana.
Os comportamentos sociais destas crianas so infantis para a idade e as suas emoes
normalmente no se adequam situao em causa.
As suas competncias ao nvel da fala e da linguagem podem tambm estar muito aqum do
que se espera para a sua idade.
Todas estas limitaes tm influncia no percurso acadmico e de vida destas crianas e ainda
ao nvel da auto-estima e integrao social.
Sobredotao
Segundo Renzulli (1994 citado por Senos & Diniz, 1998), as crianas e jovens sobredotados
revelam uma capacidade intelectual superior mdia (no tm que forosamente ser
extraordinariamente inteligentes), obtendo xito com muita facilidade em determinadas
matrias e apresentando muita facilidade em adquirir conhecimento em reas especficas;
apresentam uma grande capacidade de trabalho e dedicam uma enorme quantidade de
energia para a resoluo de problemas concretos ou de uma atividade especfica. Apresentam
ainda uma extraordinria perseverana na resoluo de uma tarefa e nveis superiores de
criatividade, manifestados na frequncia e na natureza das perguntas, jogos e associaes de
conceitos que produzem. Estes alunos so frequentemente desconcertantes, surpreendendo o
adulto com a qualidade das suas produes. Estas crianas/jovens apresentam muitas vezes
dificuldades ao nvel do relacionamento interpessoal e integrao em grupo de pares, visto
terem interesses incomuns para a maioria das crianas da sua idade.
DEFICINCIAS NEUROLGICAS E NEUROMUSCULARES
Epilepsia
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Esta uma afeo crnica, sinal ou sintoma de uma desordem neurolgica latente.
Manifesta-se sob a forma de crises convulsivas recorrentes cujo grau de intensidade e durao
podem variar. Estes indivduos podem, por um prazo de tempo varivel, sofrer alteraes de
conscincia, de movimentos ou de aes durante o qual as clulas cerebrais no funcionamadequadamente.
As causas da epilepsia so diversas: trauma durante o parto, infeo cerebral, traumatismo
carnianos, tumores cerebrais, trombose, intoxicao provocada pelo consumo de
estupefacientes, interrupo da irrigao sangunea do crebro ou desequilbrios metablicos.
As convulses epilticas podem tambm ser provocadas por fatores ambientais, podendo ser
despoletadas por mudanas bruscas de luminosidade/ escurido, por luzes intermitentes, ou
por sons intensos ou montonos/repetitivos.
Os sinais de epilepsia incluem momentos em que o indivduo tem o olhar fixo ou em que
apresenta perodos de ausncia inexplicveis. Pode registar-se ainda um movimento
involuntrio dos membros superiores e inferiores, perda de conscincia acompanhada de
incontinncia, produo de sons estranhos, assim como uma distoro ao nvel da perceo e
inexplicveis sensaes pontuais de medo.
Traumatismo Craniano
O Traumatismo Craniano uma leso cerebral adquirida/provocada por uma fora exterior.
Esta leso pode resultar em deficincias funcionais parciais ou totais ou em problemas
psicossociais que provavelmente iro afetar o desempenho da criana.
As caractersticas resultantes deste trauma so variadas, podendo ser temporrias ou
permanentes:
- problemas ao nvel da fala, viso e outros sentidos
- problemas ao nvel da coordenao motora fina
- espacidade muscular
- espasmos musculares
- paralisia que se instala numa ou em mais partes do corpo
- desordens convulsivas
- problemas ao nvel da memria a curto e a longo prazo
- pouca capacidade de ateno
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- competncias de leitura e de escrita pouco desenvolvidas
- problemas a nvel de capacidade avaliar e de ajuizar
- alteraes de humor e depresso
- problemas no campo do controlo de emoes e de impulsos
- dificuldade em se relacionar com os outros
- auto-estima diminuda
As crianas que sofreram um traumatismo craniano tm normalmente a capacidade de
recordam como eram antes, o que acarreta bastante sofrimento emocional.
Paralisia Cerebral
Esta designao engloba um conjunto de desordens caracterizadas por disfunes de carcter
neurolgico e muscular que afetam a mobilidade e o controlo muscular.
A designao cerebral refere-se s funes do crebro e a designao paralisia s desordens de
movimento ou de postura.
Dependendo da rea do crebro que sofre a leso e da extenso das leses do sistema
nervoso central, podem estar presentes as seguintes caractersticas num grau varivel:
- espasmos
- problemas a nvel da tonicidade muscular
- movimentos involuntrios
-problemas de postura e de movimento
- convulses
- anomalias no campo das sensaes e da perceo
-problemas de viso
- problemas de audio
- problemas de fala
- deficincia mental
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DOMNIO DA LINGUAGEM/FALA/COMUNICAO
Existem problemas no campo da fala, quando esta se desvia tanto da dos outros indivduosque se torna notrio, quando interfere com a comunicao ou quando perturba os recetores
(Van Ripper, 1978).
Os centros da fala esto localizados no hemisfrio esquerdo do crebro, assim qualquer leso
cerebral pode causar problemas na fala. Desordens ao nvel da comunicao, como as que se
verificam devido ao autismo, paralisia cerebral, deficincia mental, aos problemas de audio
e afasia, cuja origem orgnica ou fsica, so analisadas separadamente.
Os quatros componentes bsicos da fala so a articulao (capacidade de produzir sons
especficos), fonao (actualizao da capacidade de articular, produo), ressonncia (reforo
e prolongamento de sons atravs da vibrao) e ritmo (velocidade e regulao da fala).
Os problemas de articulao so frequentes em crianas com deficincia na fala, e alguns sons
podem ser omitidos ou substitudos.
As crianas que gaguejam produzem sons prolongados, com hesitaes repetidas e lentido na
produo de palavras.
Estes problemas podem causar frustrao, isolamento, problemas comportamentais e baixa
auto-estima.
Afasia
A afasia caracteriza-se pela total ou parcial incapacidade para descodificar cdigos
lingusticos, sob a forma escrita ou oral. Esta situao no se encontra diretamente
relacionada com o QI da criana.
A afasia no uma doena, apenas um sintoma da existncia de leses cerebrais e pode ser
causada por uma sbita condio cerebral anmala, por um tumor no crebro, por uma
infeo ou ainda um traumatismo craniano.
Existem vrios tipos de afasia:
Afasia Sensorial ou de Wenicke (leso localizada na rea de Wernicke): gera problemas na
rea da compreenso da linguagem, em que a criana ouve as vozes ou v as palavras, mas
incapaz de as interpretar.
Afasia Total: acontece a total ou quase total incapacidade para traduzir o pensamento por
palavras, quer escrita quer oralmente e impossibilidade de compreender e descodificar textos
escritos.
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Afasia Mnsica: manifestao mais ligeira da afasia, acontece quando a criana apresenta
dificuldade em nomear objetos, pessoas, locais ou acontecimentos, existindo perturbaes ao
nvel da memria das palavras.
Afasia de Broca: caracteriza-se pela extrema dificuldade em exprimir o pensamento por
palavras, compreendendo o que se ouve. Normalmente o discurso pouco fluente, lento e
refletido.
Sintomas da Afasia (o grau depende das extenses das leses e consequente perda da
capacidade do domnio lingustico):
- falta de tonicidade muscular
- paralisia de uma parte do corpo
-frequentes dores de cabea
-convulses
-perda de viso perifrica
-deficincias auditivas
-problemas de articulao
-incapacidade para produzir voz
-produo de frases incompletas
- erros de sintaxe
-incapacidade de compreender sentidos simblicos
-capacidade de ateno curta
-dificuldades a nvel da memria
- variaes de humor
-choro e riso, sem razo aparente
- perda de hbitos pessoais
- comportamentos compulsivos, no que respeita a arrumao e a ordenao
-sentimento de desamparo e abandono
-letargia
-fadiga
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-depresso
-auto-estima diminuda
-perda de memria
-incapacidade de realizar tarefas simples
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Definio do NJCLD (composto por 8 organizaes a definio considerada atualmente amais adequada)
Dificuldades de aprendizagem um termo geral que se refere a um grupo heterogneo de
desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisio e uso da audio, fala,
leitura, escrita, raciocnio, ou habilidades matemticas. Estas desordens so intrnsecas ao
indivduo, presumivelmente devem-se a disfunes do sistema nervoso central e podem ocorrer
ao longo da vida. Problemas na auto-regulao comportamental, perceo social e interao
social podem existir com as dificuldades de aprendizagem mas no constituem por eles
prprios uma dificuldade de aprendizagem. Embora as dificuldades de aprendizagem possam
ocorrer concomitantemente com outras condies desvantajosas (handicapping) (por exemplo,dificuldades sensoriais, deficincia mental, distrbios emocionais srios) ou com influncias
extrnsecas (tais como diferenas culturais, instruo insuficiente ou inapropriada), elas no
so o resultado dessas condies ou influncias. (NJCLD, 1994:65-66, citado por Cruz, 1999).
A DSM IV (manual de diagnstico da Associao Americana de Psiquiatria utilizado para
efetuar diagnsticos) distingue quatro categorias na classificao dos indivduos por
dificuldades:
1- Perturbao da leitura (dislexia)2- Perturbao da escrita (disgrafia e disortografia)3- Perturbao do clculo (discalculia)4- Perturbao sem outra especificao
Analisamos cada uma separadamente:
Perturbao da leitura (Dislexia)
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Conceito
A Dislexia considerada uma perturbao da linguagem que se manifesta na dificuldade de
aprendizagem da leitura e da escrita, em consequncia de atrasos de maturao que afetam
o estabelecimento das relaes espcio-temporais, a rea motora, a capacidade de
discriminao perceptivo-visual, os processos simblicos, a ateno e a capacidade numrica
e/ou a competncia social e pessoal, em sujeitos que apresentam um desenvolvimento
adequado para a idade e aptides intelectuais normais (Torres & Fernandz, 2001).
Segundo as mesmas autoras, esta conceo de Dislexia como um atraso especfico de
maturao, permite que a mesma seja entendida como uma perturbao evolutiva e no
patolgica, o que apresenta considerveis vantagens no domnio da avaliao e da
interveno, nomeadamente permitindo a identificao de diferentes tipos de Dislexia.
Diagnstico:
Nestas crianas, a leitura oral caracterizada por distores, substituies ou omisses e
tanto a leitura oral como a silenciosa so pontuadas por lentido e erros na compreenso.
Segundo Torres e Fernandz (2001) as caractersticas da Dislexia podem agrupar-se em dois
grandes blocos: comportamentais e escolares.
Comportamentais: ansiedade, a insegurana, a ateno instvel ou o desinteresse pelo
estudo.
Escolares: ritmo de leitura lento, com leitura parcial de palavras, perda da linha que est a ser
lida, confuses na ordem das letras (ex.: sacra em vez de sacar), inverses de letras ou
palavras (ex:pro em vez depor) e mescla de sons ou incapacidade para ler fonologicamente.
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Fonseca (1999) aponta outro tipo de caractersticas globais de comportamento, mais
relacionadas com aspetos de maturao e de desenvolvimento global. O autor indica
problemas nas seguintes reas:
a) Lateralizao e orientao direita esquerda;
b) Noo do corpo;
c) Orientao no espao e no tempo;
d) Representao espacial;
e) Coordenao de movimentos:
f) Memria;
g) Grafismo e expresso oral.
De um modo mais especfico, o autor indica tambm dificuldades no plano auditivo e no plano
visual. Estas caractersticas esto relacionadas, respetivamente, com a Dislexia Auditiva e com
a Dislexia Visual, dois dos tipos mais mencionados de Dislexia (Myklebust & Johnson, 1991
citado por Cruz, 1999; Fonseca, 1999).
Assim, os problemas caractersticos dos indivduos com Dislexia Auditiva so os seguintes:
1) Problemas na captao e integrao de sons;
2) No-associao de smbolos grficos com as suas componentes auditivas;
3) No-relacionao dos fonemas com os monemas (partes e todo da palavra);
4) Confuso de slabas iniciais, intermdias e finais;
5) Problemas de perceo e imitao auditiva;6) Problemas de articulao;
7) Dificuldades em seguir orientaes e instrues;
8) Dificuldades de memorizao auditiva;
9) Problemas de ateno;
10) Dificuldades de comunicao verbal.
Relativamente Dislexia Visual, Fonseca (1999) indica como principais caractersticas as
seguintes:
1) Dificuldades na interpretao e diferenciao de palavras;2) Dificuldades na memorizao de palavras;
3) Confuso na configurao de palavras;
4) Frequentes inverses, omisses e substituies;
5) Problemas de comunicao no verbal;
6) Problemas na grafomotricidade e na visuomotricidade;
7) Dificuldades na perceo social;
8) Dificuldades em relacionar a linguagem falada com a linguagem escrita
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-traos irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves;
-desorganizao geral na folha por no possuir orientao espacial;
-desorganizao das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omisso de letras,
palavras, nmeros, formas distorcidas, movimentos contrrios escrita (um S ao invs do 5
por exemplo);
-desorganizao das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou
comprida;
-o espao que d entre as linhas, palavras e letras so irregulares;
Assim sendo, no se faz o diagnstico quando apenas existem erros de ortografia ou uma m
caligrafia e estamos na ausncia de outras anomalias da expresso escrita.
Em termos desenvolvimentais, ainda que a dificuldade na escrita (caligrafia pobre, escassa
aptido para copiar ou incapacidade para recordar a sequncia das letras em palavras usuais)
possa manifestar-se no primeiro ano da escolaridade, esta perturbao raramente
diagnosticada antes do incio do segundo ano, pois o ensino formal da escrita no se encontra
ainda adquirido.
No existe muito conhecimento acerca do desenvolvimento e prognstico desta perturbao.
Perturbao da Escrita (Disortografia)
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Conceito:
A disortografia consiste numa escrita, no necessariamente disgrfica, mas com numerosos
erros, que se manifesta logo que se tenham adquirido os mecanismos da leitura e da escrita.
Um sujeito disortogrfico quando comete um grande nmero de erros. Entre os diversos
motivos que podem condicionar uma escrita desse tipo, destacamos os seguintes:
Alteraes na linguagem: um atraso na aquisio e/ou no desenvolvimento e utilizao da
linguagem, junto a um escasso nvel verbal, com pobreza de vocabulrio (cdigo restrito),
podem facilitar os erros de escrita. Dentro desta rea esto os erros originados por uma
alterao especfica da linguagem, como so os casos das disllias e/ou disartrias.
Erros na perceo, tanto visual como auditiva: fundamentalmente esto baseados numa
dificuldade para memorizar os esquemas grficos ou para discriminar qualitativamente osfonemas.
Falhas de ateno: se esta instvel ou frgil, no permite a fixao dos grafemas ou dos
fonemas corretamente.
Uma aprendizagem incorreta da leitura e da escrita, especialmente na fase de iniciao, pode
originar lacunas de base com a consequente insegurana para escrever. Igualmente, numa
etapa posterior, a aprendizagem deficiente de normas gramaticais pode levar realizao de
erros ortogrficos que no se produziriam se no existissem lacunas no conhecimento
gramatical da lngua.
Muitas destas alteraes entroncam a disortografia com a dislexia, ao ponto de, para muitos
autores, a disortografia ser apontada como uma sequela da dislexia.
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Dificuldade em entender o valor segundo a habituao de um nmero. Dificuldades nos clculos. Dificuldades na compreenso do conceito de medida. Dificuldade para aprender a dizer a hora. Dificuldade na compreenso do valor das moedas. Dificuldade de compreenso da linguagem matemtica e dos smbolos. Dificuldade em resolver problemas orais.
Em termos desenvolvimentais, mesmo que alguns sintomas de dificuldades na aritmtica
(confuso dos conceitos numricos ou incapacidade para contar corretamente) possam
manifestar-se no jardim de infncia ou no primeiro ano de escolaridade, esta perturbao
raramente diagnosticada nesta fase, pois o ensino formal suficiente da matemtica
geralmente no ocorre antes desta altura, sendo que esta perturbao se torna mais aparente
no segundo ou terceiro anos.
Perturbao da Aprendizagem sem Outra Especificao
Esta perturbao refere-se a perturbaes de aprendizagem que no preenchem os critrios
de perturbaes especficas da aprendizagem e pode incluir problemas em todas as trs reas
(leitura, clculo e escrita), que em conjunto interferem com o rendimento escolar.
Algumas Caractersticas das Crianas com Dificuldades de Aprendizagem
(Clements, 1966, citado por Cruz, 1999)
Hiperactividade
Problemas perceptivo-motoresInstabilidade emocional (exploses emocionais sbitas sem causa bvia)
Dfices gerais de coordenao (trapalho e coordenao motora pobre)
Desordens de ateno 8pequenos perodos de concentrao, distratibilidade, perseverao)
Impulsividade
Desordens de memria e do pensamento
Dificuldades de aprendizagens especficas (leitura, escrita, soletrao e aritmtica)
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Desordens de audio e fala
Sinais neurolgicos difusos, com irregularidades electroencefalogrficas.
TRISSOMIA 21/SNDROME DE DOWN
Esta condio causada por uma anomalia cromossomtica e implica atrasos no
desenvolvimento fsico e intelectual, assim como tambm na rea da linguagem. As
caractersticas fsicas desta condio so peculiares e encontra-se normalmente associada a
deficincia mental.
Estes indivduos, em vez dos 46 cromossomas regulares, tm 47 cromossomas, facto que
produz alteraes no desenvolvimento do corpo e do crebro.
As crianas portadoras de T21 apresentam baixa estatura, o seu desenvolvimento fsico
mais lento e o desenvolvimento mental sofre atrasos. Normalmente o QI destas crianas
variar entre os 30 e os 80 (deficincia mental moderado a ligeiro).
Cerca de 1/3 dos bebs com T21 apresentam problemas cardacos, de viso e da fala
(dimenso da lngua).
Caractersticas mais comuns:
Problemas a nvel da fala
Problemas no campo da tonicidade muscular
Posio oblqua dos olhos, com obliquidade da fenda palpebral e pregas de pele nos cantosinteriores das plpebras
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Pontos brancos na ris
Mos pequenas mas largas com dedos curtos e grossos e com uma s linha na palma de umaou das duas mos
Ps largos com dedos curtos
Achatamento da cana do nariz
Orelhas pequenas, deslocadas para uma posio abaixo do ponto corrente
Pescoo pequeno e cabea plana
Cavidade oral pequena
Choro com gritos curtos e agudos, na infncia
Lngua grande e protuberante
Hiperentensibilidade articular
Uma s articulao flexvel no quinto dedo, em vez de duas.
SNDROME FETAL ALCOLICA
Esta designao abarca todas as deficincias de desenvolvimento resultantes do consumo de
lcool durante a gravidez. Nas situaes em que estas deficincias no so suficientemente
graves, e que no preenchem critrios para estes sndrome, utiliza-se a designao efeito
alcolico fetal.
O Grupo de Estudo do Alcoolismo Fetal da Sociedade de Investigao sobre o Alcoolismo
(1980) delineou critrios para o diagnstico desta condio. Assim, para que a criana seja
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-hiperactividade
-problemas de memria a curto e mdio prazo
ATRASO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO
O Atraso Global do Desenvolvimento Psicomotor pode ser definido como um atraso
significativo em vrios domnios do desenvolvimento, nomeadamente ao nvel da
motricidade fina/grosseira, da linguagem, da cognio, das competncias pessoais e sociais,
das actividades da vida diria, etc.
Caractersticas:
- Heterognea na etiologia e no perfil fentipico;
- Prevalncia desconhecida mas estimada em entre 1 e 3% das crianas com menos de 5 anos
de idade;
- Atraso significativo que se situa 2 desvios padro abaixo da mdia (dentro da mesma idade)
QI igual ou inferior a 70%.
MULTIDEFICINCIA
Ao longo dos anos o conceito de multideficincia tem apresentado vrias alteraes, as quais
correspondem a diferentes pontos de vista. Ou seja, podemos constatar pela reviso da
literatura nacional e internacional que a definio do conceito de "multideficincia" no
consensual, variando consoante o autor e o pas. O que une as vrias definies o facto de
referirem que as pessoas com multideficincia manifestam acentuadas limitaes a vrios
nveis, tm necessidades muito especficas e requerem apoio permanente.
As crianas com multideficincia constituem um grupo heterogneo, apresentando
dificuldades muito especficas resultantes da conjugao de limitaes nas funes e
estruturas do corpo e de fatores ambientais que condicionam o seu desenvolvimento e
funcionamento. Essas limitaes dificultam o acesso ao mundo, reduzindo significativamente a
procura de informao e afetando as capacidades de aprendizagem e de soluo de
problemas. (Amaral & Nunes, 2008, pp-4-9).
As experincias de vida destas crianas e jovens so condicionadas pelas suas limitaes
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motoras, cognitivas, lingusticas e sensoriais, as quais prejudicam o seu desenvolvimento e
aprendizagem e condicionam as interaes com o meio. Por isso necessitam de apoio
constante de terceiros para poderem participar nas atividades dirias tais como, a
alimentao, a higiene, a mobilidade, o vestir e o despir, etc.Em termos gerais as suas caractersticas resultam da combinao das suas limitaes, da idade
em que estas surgiram e das experincias por si vividas, o que as torna ento uma populao
bastante heterognea, como se ilustra na figura seguinte.
Apesar da heterogeneidade comum esta populao manifestar algumas caractersticascomuns como sejam:
acentuadas limitaes aos nveis das funes mentais; muitas dificuldade na comunicao e linguagem
(normalmente estes alunos no usam a linguagem oral paracomunicar); dificuldades na mobilidade; limitaes nas funes visuais ou auditiva; problemas de sade (epilepsia e problemas respiratrios).
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FALTA DE AUTO-ESTIMA E DE AUTO-CONFIANA
AUTO CONCEITO
O AUTO-CONCEITO A PERCEPO QUE O INDIVDUO TEM DE SI. O QUE CADA PESSOA
PENSA E CONHECE DE SI
TAREFA: AUTO-CONHECIMENTO
Faa uma anlise profunda sobre si prpria e responda sinceramente a estas questes:
1. Quais foram as impresses mais fortes da sua vida?
2. Quais so as recordaes mais desagradveis da sua vida, que a fizeram sofrer mais?
3. Quais so as recordaes mais agradveis da sua vida?
4. Est satisfeito com a sua vida? Porqu?
5. Pensa que ter possibilidade de modificar o seu futuro? Como?
6. Quais so os seus maiores desejos?
7. Como pensa vir a realiz-los?
8. Qual a pior aco que pensa ter praticado em toda a sua vida?
9. Se lhe dessem a escolher entre ser: sbio, forte, rico, inteligente, atraente, bom, activo, feliznos amores, educado, paciente e s pudesse escolher trs dessas qualidades, quais escolheria?Porqu?
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O Auto-Conceito, isto , a forma como a pessoa se descreve a si prpria, evolui com a idade. A
descrio que uma criana de 6 anos faz de si prpria diferente da descrio de uma criana
de 10 anos e tambm diferente de uma descrio feita por um adulto.
Ento
A capacidade de auto-anlise vai evoluindo com o crescimento
O auto-conceito tem a ver com a questo que nos colocamos Quem sou eu?
Responder a esta questo consiste na avaliao que fazemos nos vrios domnios: espiritual,
social, material, corporal, relacional, escolar, etc., nos quais nos podemos considerar mais ou
menos competentes.
este juzo que o sujeito faz de si prprio, que se liga a determinados sentimentos de
vergonha ou de orgulho que podero ser facilitadores ou inibidores do comportamento e do
desempenho social.
O modo como nos descrevemos a ns prprios tem a ver com um conjunto de factores:
1. A apreciao que os outros nos fazem
So as pessoas mais significativas para o indivduo, nomeadamente pais e professores que,
numa primeira fase do desenvolvimento mais contribuem para a formao do auto-conceito.
Os pais, durante os primeiros anos de vida, tm a oportunidade nica de se apresentarem aos
seus filhos como MODELOS e de os informar e guiar sobre aquilo que gostariam que eles
fossem. Se existir uma grande diferena entre aquilo que gostavam que o filho fosse e aquilo
que ele realmente, isso ir reflectir-se no seu auto-conceito, atravs de sentimentos de
desvalorizao.
Os filhos que so bem aceites pelos pais desenvolvem um auto-conceito valorizado e tm
facilidade nos contactos interpessoais.
Os filhos que ouvem com frequncia expresses do tipo s um incompetente, s um intil,
no sei a quem sais, etc formam de si um mau auto-conceito.
2. O significado atribudo ao comportamento e ao que os outros dizem de si
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O que interessa na interaco, mais do que as atitudes negativas que as pessoas manifestam,
o modo como o sujeito entende essas atitudes.
Um indivduo com um Self mais valorizado, ao enfrentar o mesmo tipo de tarefa que um
indivduo com o Self desvalorizado, ter necessariamente uma resposta diferente, o que
influencia os seus resultados.
O que ns pensamos acerca de ns mesmos uma consequncia do modo como os outros
nos vem.
A AUTO-ESTIMA:
O seguinte questionrio pretende ajud-lo a perceber como est a sua Auto-Estima.
Leia com ateno as questes apresentadas e escolha a opo que melhor corresponde
forma habitual de se sentir, comportar ou pensar, assinalando com um X no respectivo
quadrado. importante que responda com honestidade.
Perguntas
A
Poucas vezes
B
Algumas vezes
C
Muitas vezes
1. Encara a vida com optimismo?
2. Encoraja-se a si prprio quando tem de
enfrentar situaes novas e difceis?
3. Defende as suas ideias, com firmeza e
convico, mesmo que outros manifestem
desacordo?
4. Toma iniciativas prprias, independen-
temente da aprovao?
5. Felicita-se pelos seus xitos e pelos seus
esforos srios e honestos?
6. Mostra compreenso e tolerncia em
relao a si mesmo e s suas limitaes?
7. Suporta a ingratido e as crticas sem reagir
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agressivamente?
8. Aceita-se como e consegue sentir gosto
em ser diferente dos outros?9. Cuida de si e da sua aparncia, como se
fosse uma pessoa importante?
10. Pensa em si como algum de quem
gostaria de ser amigo? Considera-se boa
companhia?
Se eu no gostar de mim, quem gostar????
Agora d um ponto a cada resposta A, dois pontos a cada resposta B e trs pontos a cada
resposta C. Some o conjunto desses pontos.
Se obteve menos de 15 pontos, precisa de pensar mais em si e desenvolver mais a sua auto-
estima.
Se obteve entre 15 e 20 pontos, tem uma boa auto-estima embora possa sempre melhor-la.
Se obteve mais de 20 pontos, tem uma auto-estima elevada. Tenha cuidado para no cair nos
exageros do egocentrismo ou da arrogncia.
AUTO-ESTIMA
o grau em que o sujeito gosta de ser como .
Conjugao:
o CONCEITO que a pessoa tem de si prpria os SENTIMENTOS que a pessoa tem acerca de si mesma o CONHECIMENTO que a pessoa tem do seu prprio valor como ser humano.
Resulta:
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O valor que a pessoa d a si prpria.
Gostar de ns prprios o primeiro passo para se conseguir uma interao favorvel e
positiva com os outros e com o meio.
Investir no desenvolvimento da auto-imagem e da auto-estima, contribui para promover a
capacidade de enfrentar de forma positiva a vida.
A AUTO-ESTIMA E A ESCOLA (Educao Nova)
A criana quando chega escola j vem impregnada por tudo o que viveu anteriormente,
sendo ento, considerado um ser em transformao, que se constri todos os dias de maneira
diferente.
As metodologias adotadas pelos professores so importantes, na medida em que podem
contribuir para que a criana possa mais tarde ter confiana em si mesma, e seja capaz deinvestir toda a sua individualidade nas tarefas solicitadas sem receio de fracasso.
A escola deve ser um meio protegido em que as crianas constroem relaes de qualidade
com as outras crianas e adultos. Quando se sentem reconhecidos, tomam conscincia que se
vo tornando cada vez mais adultos, e vo aprendendo, as crianas vo ganhando confiana
neles prprios e logo experimentam o prazer de virem escola
Tudo isso implica que no grupo educativo e na escola existam adultos responsveis que
aspiram a formar indivduos capazes de inovar em lugar de travar o passo s novas geraes,
e com esprito inventivo e criador, verdadeiros descobridores
Princpios de base que so comuns a todas as Pedagogias Novas: reconhecer cada criana
como uma pessoa; dar a cada criana espao e o reconhecimento que ela tem necessidade
para se desenvolver; permitir criana ser responsvel e ator da sua vida em torno da
comunidade educativa.
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No grupo educativo (na turma, por exemplo) deve haver um esprito que permita s crianas
de se construir a si mesmas, atravs de um percurso pessoal, na medida em que cada qual
evolui de modo diferentes segundo o estdio em que se encontra (conferir Piaget).
A criana deve ter a possibilidade de aprender a aprender de forma a que a construo da
criana e do saber se faam ao mesmo tempo. Isto significa que o professor deve adaptar
regularmente os saberes que pretende que a criana construa, permitindo que a criana se
situe na sua construo e no seu desenvolvimento individual.
Todas as crianas so capazes
Trata-se antes de mais de fazer uma aposta no futuro e na capacidade das crianas. Todos
sabem, desde as investigaes de Bourdieu, que as desigualdades sociais constituem outrostantos fatores de desigualdades escolares: as classes populares falham quando as classes
favorecidas possuem os instrumentos conceptuais e culturais prprios da escola. A escola
assenta numa violncia simblica e cultural sobre as crianas provenientes destas categorias
sociais. Ao invs desta tendncia, a Educao Nova defende uma lgica de sucesso para todos.
O que significa ter sucesso
No significa avaliar as crianas segundo uma norma nica mas levar em conta o seu trajeto
e a sua evoluo. Se o critrio do sucesso o domnio da cultura burguesa, certamente que
muitas crianas encontraro partida um handicap. Mas se o sucesso saber posicionar-se
enquanto individuo na coletividade, sabendo defender as suas ideias, com base na sua prpria
cultura, ento est tudo por definir. Sublinhe-se ainda que a dimenso temporal, evolutiva,
importante. preciso levar em conta a evoluo da criana. Algumas delas adquirem certas
noes menos rapidamente que outros, mas isso no tem grande relevncia.
Os interesses das crianas
preciso, em segundo lugar, partir das vivncias das crianas, da sua cultura de origem,
qualquer que ela seja (estrangeira ou operria). Partir dos centros de interesse das crianas,
valorizar os elementos que se considera interessantes na cultura dos pais, associando estes
vida da turma (do grupo educativo) convidando-os regularmente, eis uma prtica que permite
a integrao da criana e no a coloca em conflito com a instituio escolar. completamente
falso pensar que as crianas no tenham, nenhum interesse especial. Ora trata-se de as deixar
emergir.
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O professor realiza tentativas para a construo do saber. Tem toda uma preparao atrs de
si para poder mobilizar. Mas uma boa ficha de preparao no basta: a maneira como se
comporta fundamental. Deve criar as condies para cada um possa confrontar-se com a
problemtica em causa, as suas realidades e as suas contradies.
O ambiente de trabalho, a organizao do espao e dos tempos so o seu domnio, e todos
sabem quanto o domnio do espao e do tempo so um verdadeiro poder naquilo que
induzem como relaes sociais.
Dar sentido
O professor desempenha pois um papel no ambiente da turma. Quebrando relaes de
competio, instaurando relaes cooperativas, fazendo emergir problemas, os no-ditos, elanando-os para o debate, o professor coloca os seus alunos numa dinmica de cidadania e
de respeito para com os outros. As crianas no so colocadas no ndex. Fazem parte
integrante dos projetos da turma. Aprendem de outra maneira, ao ver a utilidade daquilo que
aprendem, e aplicando as aprendizagens na sua vida real, compreendem o sentido dos saberes
adquiridos. O professor tem uma funo a desempenhar ao nvel da conceo do saber. Deve
colocar a criana numa dinmica de construo ativa (aprender por si, verdadeiramente, e no
para agradar aos outros, ou por obrigao).
O professor avalia, com o aluno, o trabalho realizado, assim como as dificuldades encontradas.
Encaram ambos as sequncias a dar a partir da. Tambm aqui o professor tem um importantepapel ao encarregar-se de abrir as pistas desconhecidas da criana.
Transmitir valores
O professor portador de valores e, mesmo quando ele deixa a escolha aos alunos, ele deve
fazer valer o seu ponto de vista quando as discusses se virarem para solues injustas de
excluso ou punies humilhantes. Se o professor segue prticas diferentes, porque h
outras concees sobre o indivduo e do seu lugar na sociedade. Ele no entende que as
crianas reproduzam aquilo que ele condena. Se quiser fazer evoluir as coisas, ele procura
durante as reunies pedaggicas, de leitura, e nos grupos de opinio, elementos de reflexo e
prticas que possa partilhar com os seus alunos.
Ele deve estar sempre em busca de novos elementos, ousar test-los. Com certeza, que
pouparia trabalho se refugiasse atrs de prticas com garantia de sucesso. Toda a
experimentao desestabilizante e ela que portadora de ensinamentos. Ele questiona os
apriorismos. Claro que necessrio tempo para que as inovaes se institucionalizem e
encontrem as suas regras de funcionamento. O ensino tem de aguentar-se, apesar das
dificuldades e eventuais fracassos. No se pode estar sempre a inovar.
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O professor deve perturbar as crenas estabelecidas, mas nunca criar insecurizar os seus
alunos.
Deve, no momento oportuno, fornecer as ferramentas que os alunos podem ou no
aproveitar.
Construir saberes
Na construo do saber, o professor tem um lugar central, no porque tudo gira sua volta,
mas por causa da sua disponibilidade e apoio que pode dar.
No se aprende o que lhes foi dito e repetido. preciso testar, colocar questes, lanar-se
numa pesquisa individual ou coletiva para que elementos novos possam ser integrados na
nossa conceo do mundo.
O professor no tem soluo a dar mas ajuda problematizao e fornece os instrumentos
conceptuais e materiais para a sua resoluo.
Aprender inventar
No se trata de transmitir diretamente a boa resposta, mas favorecer as pesquisas, as trocas
verbais e procedimentais, ajudar os alunos a colocar hipteses, a test-las, fazer
observaes, argumentar e explicar.
Ou seja, eu procuro, logo aprendo.
(texto publicado no Le Monde Libertaire de 17 de Junho de 2004)
DISTRBIOS EMOCIONAIS/COMPORTAMENTAIS
PERTURBAES INVASIVAS DO DESENVOLVIMENTO
PERTURBAES DO ESPECTRO AUTISTA
Atualmente no se fala em autismo, mas sim em Perturbaes do Espectro Autista (PEA),
devido enorme variabilidade de caractersticas apresentadas pelos sujeitos que eram,
somente, anteriormente, designados de autistas. Assim, as PEA so encaradas como uma
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constelao de perturbaes do neuro-desenvolvimento que apresentam um conjunto de
caractersticas comuns. Estas perturbaes manifestam-se, com maior ou menor intensidade,
atravs de dificuldades muito especficas, nomeadamente, nas reas da interao social,
comunicao e interesses, associadas a dificuldades no aproveitamento da imaginao, emaceitar alteraes de rotinas e exibio de comportamentos estereotipados e restritos. Estas
perturbaes implicam um dfice na flexibilidade de pensamento e uma especificidade no
modo de aprender, comprometendo, particularmente, o contacto e a comunicao do
indivduo com o meio.
Atualmente, as Perturbaes do Espectro Autista englobam:
PERTURBAO AUTISTA
O autismo uma alterao invasiva do desenvolvimento e compreende uma trade
comportamental: dfices qualitativos na interao social, na comunicao e repertrio
restrito de comportamentos, atividades e interesses.
As manifestaes variam muito consoante o nvel de desenvolvimento e idade cronolgica da
criana.
O ser humano possui uma predisposio inata para a interao social, por exemplo, desde o
nascimento que existe a vinculao entre a criana e o cuidador, desenvolvendo desta forma
habilidades sociais cognitivas, de comunicao e simblicas.
Sinais de Alerta/Caractersticas:
Observam-se distrbios a nvel da ateno, apego e outras particularidades da interao social.
Os habituais jogos de imitao que decorrem durante a infncia no so aliciantes para estas
crianas. Estas podem ainda despender uma grande quantidade de tempo a explorar o
ambiente inanimado.
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As habilidades ldicas, alm da explorao sensorial dos brinquedos, podem estar
completamente ausentes.
Podemos encontrar trs maneiras distintas, por parte destas crianas, para lidar com asdificuldades na interao:
- a criana fecha-se e fica alheada do que a rodeia;
- a criana responde a uma interao social, embora se possa revelar incapaz de inici-la;
- a criana ativa, mas imprevisvel, que procura relacionar-se, contudo, f-lo de uma forma
desajeitada dado a sua inexperincia em termos de relacionamento social.
Os dfices no brincar podem incluir falha no desenvolvimento de padres usuais dedesempenho de papis, ou no jogo simblico. A criana autista pode explorar aspetos no
funcionais dos brinquedos ou usar determinadas partes do mesmo para a autoestimulao.
Atrasos na aquisio da linguagem so as reclamaes mais frequentemente efetuadas pelos
pais, no entanto, a problemtica do autismo reporta-se mais comunicao do que
propriamente linguagem em si.
Quando as crianas com autismo comeam a falar, a sua linguagem notria de vrias formas.
Podem repetir o que lhes dito (ecollia imediata) ou o que ouvido, por exemplo, atravs da
televiso (ecollia tardia). Pode haver omisso de pronomes no seu discurso, podendo referir-
se a si mesmo como tu, ele ou ela, ou pelo seu nome, imitando o modo como ouvem os
outros trat-las.
Estas crianas fazem uma compreenso literal do discurso, por isso o humor e o sarcasmo
podem ser uma fonte de confuso, na medida em que estas podem no conseguir apreciar a
intencionalidade da comunicao do falante, resultando numa interpretao literal do
discurso.
Em geral, a entoao da voz apagada ou montona e os demais aspetos comunicativos da
voz, nfase, altura, volume e ritmo ou expresses, so idiossincrticos e pobremente
modulados.
As crianas autistas no conseguem compensar eficazmente a linguagem falada atravs de
outros modos de comunicao, ou seja, os gestos que auxiliam o discurso so limitados e
nunca recorrem a simbolismos, e a sua comunicao imprevisvel, difcil e utiliza expresses
nicas.
Para alm das dificuldades nos aspetos lingusticos da gramtica e da semntica, o tratamento
da informao est alterado, o que faz com que a compreenso e o significado das coisas seja
diferente, ou seja, h uma incapacidade notria dos mecanismos de execuo.
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Os gestos bizarros, peculiares ou estranhos so evidentes em crianas que tm esta sndrome.
Estas crianas apresentam frequentemente tiques ou mmicas faciais agrestes, uma expresso
facial pobre e, por vezes, aproximam-se demasiado do interlocutor. Por vezes estas crianas
andam aos encontres s pessoas e aos mveis.
ainda bastante evidente a inabilidade destas crianas no relacionamento com os pares. Por
vezes, nota-se mesmo uma falta de desejo para interagir e fazer amizades. Manifestam boa
intencionalidade comunicativa, mas no conseguem manter ou gerir adequadamente as
relaes. Tm dificuldade em entender as deixas sociais e os sentimentos dos outros e, por
isso mesmo podem no conseguir valorizar sinais de desagrado, impacincia, irritao, tristeza,
alegria e aprovao dos interlocutores.
Estas crianas isolam-se com muita frequncia. Muitas vezes, embora sintam vontade, no
participam ativamente em jogos, desportos ou brincadeiras coletivas. Preferem assumir umpapel passivo de observador. Geralmente, no gostam de jogos de competio.
Estas crianas no tm um amigo especial, nem grandes amigos, ou tm um grupo bastante
restrito de amizades. Na sua maioria so indiferentes s influncias dos colegas (jogos,
moda) e nunca levam objetos para troca com os outros pares. frequente vermos estas
crianas a brincar com crianas mais velhas ou mais novas, uma vez que no gostam de estar
ou brincar com crianas da mesma faixa etria.
Estas crianas sofrem muitas vezes discriminao por parte dos pares, porque gostam de
impor regras nos jogos bastante peculiares, no convencionais, o que resulta numafastamento e desprezo por parte das outras crianas.
Tm uma enorme dificuldade em interiorizar regras sociais, sendo por vezes bastante
inconvenientes (so descritos comportamentos excntricos, extravagantes ou peculiares na
sala de aula, recreio, lojas, restaurantes, etc). Contudo, uma vez aprendidas, estas regras
sociais so cumpridas com rigidez exagerada.
O contacto fsico outra questo problemtica para estas crianas. Frequentemente
apresentam um relacionamento mais distante com as pessoas que lhes esto mais prximas.
Em alguns casos, de uma forma espontnea no gostam, ou no querem, brincar com os
adultos. Apresentam um comportamento social e emocional inapropriado, manifestando
dificuldades na expresso de emoes, no mostrando, de forma ntida, sentimentos como a
alegria, a tristeza, a irritao
Antes dos cinco anos evidente, na maioria dos casos, um fascnio incontrolvel por folhear
livros e revistas, um determinado vdeo, anncios de televiso e um interesse intenso numa
histria particular e atividades repetitivas, como abrir e fechar portas de forma ritmada.
As rotinas e rituais rgidos so caractersticos destas crianas: sentar-se sempre no mesmo
sitio, colocar o casaco no mesmo cabide, tomar banho a determinada hora ou dia, mudar o
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pijama no mesmo dia da semana, ir sempre pelo mesmo caminho para a escola, dar uma
determinada ordem aos objetos escolares, alinhar determinado brinquedo antes de ir para a
cama, entre outros. frequente nutrirem muita ansiedade quando sentem que se avizinha
uma grande mudana.
As estereotipias motoras so manifestaes muito comuns. Abanar as mos, andar nas
pontas dos ps, andar roda, correr em crculo ou/e sem sentido, balanceamento,
maneirismos com os dedos, tapar as orelhas com as mos, enrolar os prprios cabelos, imitar
as vozes de animais, de desenhos animados ou de mquinas so alguns dos movimentos ou
sons repetidos e rtmicos que estas crianas apresentam.
PERTURBAO DE RETT
Nos primeiros meses de vida verifica-se um desenvolvimento normal, no entanto, por volta
dos 6-18 meses de idade, comeam a aparecer os primeiros sinais clnicos associados perda
de aquisies motoras e cognitivas adquiridas anteriormente.
O quadro clnico que est mais presente nas crianas com Sndrome de Rett est relacionado
com a desacelerao do crescimento craniano, perda da fala e das competncias motoras
adquiridas, particularmente, do movimento ativo da mo, desenvolvendo movimentos
estereotipados das mesmas e atraso mental. As crianas podem, ainda, desenvolver
irregularidades respiratrias, ataxia e convulses.
A Sndrome de Rett uma doena progressiva de origem gentica associada, na maioria dos
casos, com a mutao do gene MECP2; atinge, quase exclusivamente, crianas do sexo
feminino, sendo estas designadas como Meninas Rett.
O padro de regresso desta Sndrome tem o seu incio antes dos quatro anos de idade,
habitualmente durante o 1 ou 2 ano de vida e a perda de aptides persistente e
progressiva.
A fala est sempre muito comprometida e, muitas vezes, totalmente ausente. Algumas
crianas chegam a falar, contudo medida que a deteriorao avana esta capacidade vaisendo gradualmente perdida. Uma nfima minoria destas crianas aprende alguns vocbulos
isolados.
PERTURBAO DESINTEGRATIVA DE SEGUNDA INFNCIA
Tambm conhecida como Sndrome de Heller, a Perturbao Desintegrativa da Segunda
Infncia, uma condio muito rara que atinge, sobretudo, o sexo masculino, geralmente
associada a causa orgnica. Corresponde a uma evidente e bem comprovada regresso em
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diversas reas do funcionamento psicomotor, antecedida por um perodo, nunca inferior a
dois anos, do desenvolvimento aparentemente convencional. Depois dos primeiros dois anos
de vida (sempre antes dos dez anos), so verificadas perdas significativas de competncias
psicomotoras adquiridas.
A regresso deve ser notada em pelo menos duas das seguintes reas:
Estabelecida a regresso, estas crianas apresentam alteraes comportamentais muito
semelhantes s verificadas no autismo (como se tratasse de um autismo com inicio tardio).
PERTURBAES DE DFICE DE ATENO E DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO
PERTURBAO DE HIPERATIVIDADE E DFICE DE ATENO (PHDA)
Definio
A Perturbao de Hiperatividade com Dfice da Ateno (PHDA) parece ser a expresso mais
aceite por traduo da expresso Anglo-saxnica Attention Deficit Disorder with Hiperactivity,utilizada pela Associao Americana de Psiquiatria (APA) no seu 4 manual de DiagnsticoEstatstico de Desordens Mentais, publicado em 2002 (DSM-IV-TR), manual que constitui umareferncia internacional nesta rea clnica.
De acordo com este manual, a PHDA define-se por um padro persistente de falta de atenoe/ou impulsividade-hiperatividade, com uma intensidade que mais frequente e grave que o
observado habitualmente nos sujeitos com um nvel semelhante de desenvolvimento. Estaperturbao classificada na categoria de Perturbaes Disruptivas do Comportamento e doDfice de Ateno, estando includa na classificao de perturbaes com ocorrncia habitualna primeira e segunda infncia e na adolescncia.
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classificada como uma sndrome neurolgica com a clssica trade de sintomas, que inclui aimpulsividade, a falta de concentrao e a hiperatividade e excesso de energia.
A PHDA uma perturbao bio-psico-social, isto , apresenta medidas de ordem gentica,biolgica, social e vivencial que concorrem para a sua intensidade.
Causas:
A agitao, irrequietude, desorganizao, imaturidade, relacionamento social pobre,inconvenincia social, problemas de aprendizagem, irresponsabilidade, falta de persistncia epreguia so algumas das caractersticas atribudas a estas crianas (Lopes, 2004).
Apesar da grande diversidade de estudos j realizados, as causas concretas da PHDA ainda noesto estabelecidas de modo claro.
Salientam-se como causas diferentes fatores genticos/ hereditrios, neuroanatmicos/neuroqumicos e ambientais. de reforar o carcter multifactorial da PHDA. (Lopes, 2004)
Muitas vezes tanto pais, como professores e pessoas que trabalham diariamente com crianase adolescentes que possuem PHDA, rotulam-nos de problemticos, desmotivados, aluados,mal-educados, indisciplinados, e irresponsveis. Estas crianas e jovens so vistos de umponto de vista claramente negativo e enviesado devido, sobretudo, falta de conhecimentosque muitos agentes de educao tm sobre a PHDA.
Fonseca (1998) apresenta-nos algumas explicaes etiolgicas possveis quanto origem da
hiperatividade:
Falta de aptides educativas dos pais; Fatores hereditrios; Acar e outros alimentos; Neurotoxinas no sangue (por exemplo chumbo); Complicaes perinatais; Perturbaes no processo de vinculao filho-me; Traumatismos crnio-enceflicos; Resistncia generalizada hormona da tiride (GRTH); Infees virais e bacterianas;
Sndrome do cromossoma X frgil e outras anomalias genticas; Desequilbrio de neurotransmissores (como dopamina, serotonina, norepinefrina); Famlias caticas ou perturbadas no seu modo de funcionamento; Ausncia de modelos adequados de comportamentos na famlia; Leses ou anomalias na estrutura de vrias reas do crebro; Atraso do desenvolvimento cerebral e/ou motor; Baixa atividade eltrica do crebro; Atividade metablica reduzida nas regies frontais do crebro; Dfices regulatrios da ateno; A hiperatividade como um simples trao da personalidade.
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Caractersticas:
A criana com esta perturbao, com frequncia:
a) Movimenta excessivamente as mos e os ps e move-se enquanto est sentado;b) Levanta-se da sala de aula ou noutras situaes em que se espera que esteja sentado;c) Corre ou salta excessivamente, em situaes em que inadequado faz-lo ;d) Tem dificuldade em jogar ou dedicar-se tranquilamente a atividades de cio;e) Parece ligado corrente;f) Fala excessivamente.
essencial distinguir esta perturbao da atividade fsica normal das crianas. Uma distino
crucial baseia-se numa atividade quase permanente, incontrolada e incontrolvel que secaracteriza por no ter uma meta concreta e ainda por surgir nos momentos mais inoportunos.
Uma das problemticas da criana hiperativa que esta atividade constante dirigida paratarefas e objetivos diferentes dos preferidos pelos seus pais e professores, provocandonumerosas interaes conflituosas.
Estes excessos de atividade mostram flutuaes em diferentes contextos e situaes e comdiferentes pessoas. Tendem a alcanar maior grau de severidade em lugares pblicos, quandoh visitas em casa e evidentemente na sala de aula. Tambm se manifestam peranteexigncias demasiado rgidas dos pais e professores, na realizao de tarefas aborrecidas ou
com recompensas escassas.
As suas condutas tornam-se mais adequadas se est num ambiente calmo e se recebe umaateno mais individualizada.
Impulsividade
A criana com esta perturbao, com frequncia:
g) Precipita as respostas antes que as perguntas tenham acabado;h) Tem dificuldade em esperar pela sua vez;
i) Interrompe ou interfere negativamente nas atividades dos outros.
Esta caracterstica refere-se a um estilo de conduta precipitada e demasiado rpida que seoperacionaliza como uma rapidez excessiva no processamento da informao, um fracasso nacapacidade de resposta fundamentada e uma inibio dos mecanismos apropriados para ocumprimento das tarefas.
Os alunos com esta perturbao so impacientes, no conseguem esperar pelos reforospositivos ou adiar recompensas, no conseguem esperar ou respeitar a sua vez e interrompemconstantemente os outros, atitudes que lhes originam problemas frequentes.
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Verifica-se que alguns sintomas da falta de ateno ou de hiperatividade - impulsividadesurgem antes dos 7 anos, manifestam-se em dois ou mais contextos e tm uma interfernciaclinicamente significativa no funcionamento social, acadmico ou laboral.
Subtipos
Perturbao por dfice de ateno com hiperatividade, tipo combinado: se satisfazer oscritrios A1 e A2 durante os ltimos 6 meses;
Perturbao por dfice de ateno com hiperatividade tendo como predomnio o dfice deateno, sendo satisfeitos os critrios A1 e A2 durante os ltimos 6 meses. Este tipo apresentageralmente um dfice na rapidez com que se processa a informao que est focada naateno seletiva.
Perturbao por dfice de ateno com hiperatividade predominando o tipohipercativo/impulsivo: se so satisfeitos os critrios A2 mas no critrio A1 durante os ltimos6 meses. Este subtipo hiperativo/impulsivo encontra-se fundamentalmente em idade pr-escolar.
PERTURBAO DE OPOSIO OU DESAFIO
comum existir uma grande sobreposio entre a PHDA e a Perturbao de Oposio, sendoesta caracterizada fundamentalmente como uma diferena de nvel e no de qualidade
relativamente a comportamentos normais para o desenvolvimento.
A caracterstica essencial da Perturbao Desafio Opositor um padro recorrente decomportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras deautoridade, que persiste por pelo menos 6 meses (Critrio A) e caracteriza-se pela ocorrnciafrequente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos:
Perder a pacincia (Critrio A1); Discutir com adultos (Critrio A2); Desafiar activamente ou recusar-se a obedecer a solicitaes ou regras dos adultos (CritrioA3);
Deliberadamente fazer coisas que aborrecem outras pessoas (Critrio A4); Responsabilizar outras pessoas por seus prprios erros ou mau comportamento (CritrioA5); Ser susceptvel ou facilmente aborrecido pelos outros (Critrio A6); Mostrar-se enraivecido e ressentido (Critrio A7); Ser rancoroso ou vingativo (Critrio A8).
A fim de se qualificarem para a Perturbao Desafio Opositor, os comportamentos devemocorrer com mais frequncia do que se observa tipicamente em indivduos de idade e nvel dedesenvolvimento comparveis e deve acarretar prejuzo significativo no funcionamento social,acadmico ou ocupacional (Critrio B).
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O diagnstico clnico no feito se a perturbao do comportamento ocorre exclusivamentedurante o curso de uma Perturbao Psictica ou do Humor ( Critrio C) ou se so satisfeitos oscritrios para Perturbao de Conduta ou Perturbao da Personalidade Anti-Social (numindivduo com mais de 18 anos).
De referir que o tcnico de sade s ir considerar este diagnstico se achar que este tipo decomportamentos ocorrem mais frequentemente, ou com maior severidade, do que ohabitual para a faixa etria e grau de desenvolvimento do adolescente em causa.
Os comportamentos negativistas ou desafiadores so expressos por teimosia persistente,resistncia a ordens e relutncia em comprometer-se, ceder ou negociar com adultos ou seuspares. Durante os anos escolares, pode haver baixa auto-estima, instabilidade do humor, baixatolerncia frustrao, blasfmias e uso precoce de lcool, tabaco ou drogas ilcitas.Habitualmente os adolescentes com este tipo de Perturbao tendem a culpar outros pelosseus problemas
Existem tambm, frequentemente, conflitos com os pais, professores e companheiros. Ouseja, problemas e conflitos entre adolescentes e pais (ou outros adultos) so muito frequentese por vezes o conflito inevitvel e normal. No entanto quando se torna num padropersistente e repetitivo, causando problemas a vrios nveis da vida do adolescente, poderser considerado o diagnstico de POD.
Apesar das semelhanas entre estas duas perturbaes do comportamento de sublinhar quena POD no se observa habitualmente o comportamento cruel ou violento que comum naPC.
PERTURBAO DE CONDUTA
A Perturbao de Conduta, identificado no DSM-IV-R como um Distrbio Disruptivo doComportamento, refere-se a um padro repetitivo e persistente de comportamento no qualso violados os direitos bsicos dos outros ou normas ou regras sociais importantesapropriadas idade (Critrio A).
Embora haja evidncias de uma causa gentica para este problema, importante lembrar que
estas crianas apresentam normalmente uma histria comum, procedendo de famlias comsrios problemas como pais ausentes, abusivos, uso de drogas, pobreza, falta de educao,recursos e comida.
A Perturbao de Conduta (PC) diagnosticada quando um adolescente temcomportamentos graves contra pessoas, animais ou propriedades. Este tipo decomportamento caracterizado por ser violento, destrutivo, cruel, enganador, desonesto oudesobediente. Pode incluir roubar, magoar outros intencionalmente ou abusar sexualmentede outra pessoa.
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De notar que este tipo de comportamento um padro severo e repetitivo de passagem aoato e no incidentes isolados ocasionais.
A PC em resumo um padro de comportamento persistente em que o adolescente norespeita os direitos bsicos dos outros ou em que as regras e valores principais da sociedadeso violados.
Para o diagnstico desta perturbao necessrio observar a presena de 3 (ou mais) dosseguintes, nos ltimos 12 meses:
Agresso a pessoas ou animais:
Frequentemente ameaa ou intimida outras pessoas. Pratica bullying . Inicia com frequncia lutas fsicas.
Usou uma arma que pode causar ferimentos srios a outros (ex: faca, garrafa partida,etc.). Foi fisicamente cruel para algum. Foi fisicamente cruel para animais. Fez um assalto em confronto com a vitima (ex: extorso, roubo mo armada, etc). Forou algum a ter atividade sexual.
Destruio de propriedade:
Iniciou deliberadamente um fogo com a inteno de causar danos. Destruiu deliberadamente propriedade de outros (para alm de fogo posto).
Roubo ou engano:
Arrombou uma casa, um edifcio ou um carro de outra pessoa. Com frequncia mente para obter coisas ou favores, ou para evitar obrigaes. Roubou objetos de valor, mas sem confrontar a vtima (ex: roubos em lojas, etc.).
Violao grave das regras:
Frequentemente fica fora de casa durante a noite, apesar da proibio dos pais e comincio antes dos 13 anos.
Fugiu de casa, pelo menos por duas vezes e no mnimo de uma noite, enquanto viviacom os pais ou numa instituio (ou pela menos uma vez por um perodo prolongado). Frequentemente opta por faltar s aulas para vadiar, com incio antes dos 13 anos.
Para o diagnstico de PC necessrio que este tipo de padro leve a problemas graves,incluindo problemas escolares, com amigos, com famlia ou mesmo problemas com a lei.
ATENO: se um adolescente se envolver num problema grave deste gnero uma vez, masaprender com a experincia e no o voltar a repetir, pouco provvel que se faa estediagnstico que se define como um padro persistente e repetitivo.
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Habitualmente surge na infncia tardia ou inicio da adolescncia e tem maior incidncia emrapazes do que em raparigas. Adolescentes com PC parecem ter dificuldade em compreenderos outros, especialmente no que toca a emoes (muitas vezes tm a sensao que os outrosos esto a ameaar ou a rebaixar quando isso no verdade). Tendem ainda a reagirimediatamentea estas supostas ameaas de forma agressiva, mostrando poucos remorsospelo que fazem. Tambm no toleram com facilidade as frustraes.
Geralmente envolvem-se em situaes de muito risco, agindo de forma impulsiva e sempreocupao com a sua prpria segurana.
Apresentam com frequncia abuso e/ou dependncia de drogas ou lcool.
Se este padro continua na vida adulta o quadro geralmente converte-se numa perturbaode personalidade anti-social.
PERTURBAES ALIMENTARES NA INFNCIA
As perturbaes alimentares da primeira infncia vo desde oscilaes do apetite,relacionadas com alteraes do quotidiano como a entrada na creche, nascimento de irmo,
entre outros, levando por vezes recusa total da ingesto de alimentos.
A comunicao social difunde a informao de que os corpos magrrrimos so os ideais,
vendendo a imagem de beleza e felicidade, levando a que muitos adolescentes queiram ser
iguais. Mas h um perigo por trs da indstria da magreza: ela pode desencadear certos
distrbios alimentares levando a alteraes na maneira como se alimentam por estarem o
tempo todo preocupados com a sua forma corporal e com o seu peso. E as privaes
alimentares, durante muito tempo, podem desencadear consequncias graves e permanentes
para o organismo, como diabetes, problemas circulatrios, cardacos e sseos.
Destacamos alguns distrbios alimentares:
Na infncia, a recusa do peito ou do bibero, a dificuldade em aceitar novos alimentos e o
desinteresse pela comida, so alguns exemplos destes problemas que frequentemente
preocupam os pais mas so geralmente transitrios e no tm consequncias graves.
Na adolescncia, a anorexia nervosa inicia-se com a reduo da quantidade de alimentos at
sua recusa total, perdendo por vezes muito peso e, apesar de j estar muito magro, o
http://psiadolescentes.wordpress.com/drogas/http://psiadolescentes.wordpress.com/alcool/http://psiadolescentes.wordpress.com/alcool/http://psiadolescentes.wordpress.com/personalidade/http://psiadolescentes.wordpress.com/personalidade/http://psiadolescentes.wordpress.com/personalidade/http://psiadolescentes.wordpress.com/personalidade/http://psiadolescentes.wordpress.com/personalidade/http://psiadolescentes.wordpress.com/alcool/http://psiadolescentes.wordpress.com/drogas/ -
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adolescente continua a sentir-se gordo.Na sua maioria so perfeccionistas, excelentes alunos
e praticam muito exerccio fsico, necessitando de sentir controlo absoluto sobre o meio e
pessoas que os rodeiam. Se a famlia no intervir a tempo, o anorxico pode colocar em risco a
sua prpria vida, seja pela debilidade provocada ao organismo, seja por meio do suicdio.
Na bulimia nervosa o adolescente tem momentos em que come grandes quantidades de
alimentos descontroladamente, depois destas crises h geralmente comportamentos de
compensao para evitar o aumento de peso, tais como: vmitos, uso de laxantes ou
diurticos e perodos de jejum, etc.
Como nos adultos, a obesidade infantil e juvenil consequncia de um desequilbrio entre as
calorias consumidas e as gastas. Este desequilbrio deve-se a um conjunto de fatores sociais
que influenciam a forma como as crianas se alimentam, praticam exerccio fsico ou brincam.
PERTURBAES DO SONO
0-1 ANO
Assim, no primeiro trimestre as dificuldades em conciliar o sono podem ser causadas por
vrios fatores:
Inadequao do regime alimentar.
Incompatibilidade dos horrios da criana com os horrios da me.Falta de estmulos em geral.
Sobreestimulao capaz de provocar hiperexcitabilidade.
Ausncia de contacto materno.
Personalidade hiperativa da criana.
Falta de um ambiente mais acolhedor e tranquilo.
Transtorno de Associao
Transtornos do sono - De 1 a 2 anos
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Entre os fatores externos capazes de provocar ansiedade e, consequentemente perturbar o
sono, os principais so a irregularidade dos horrios, ambientes barulhentos e agitados e a
Sobreestimulao por parte dos pais e parentes.
2-5 ANOS
A quantidade de horas que a criana dorme, assim como a profundidade do sono e a sua
distribuio durante as 24 horas do dia, depende das diferentes etapas do desenvolvimento,
pois a evoluo do sono paralela ao processo de maturao cerebral e funcional do
organismo.
A possibilidade de separao da me ao ir para a cama um dos motivos que interferem no
sono durante o segundo ano. Se a estimulao durante a viglia no adeqada e no h
uma boa relao me-filho, o sono no ser de boa qualidade. Mas, de modo geral, entre os3 e 5 anos o sono tende a normalizar-se, embora possam haver alguns episdios de
despertar no meio da noite, pedir para dormir com os pais, ter sonhos desagradveis, etc.
Tambm nessa poca a criana experimenta o medo e a angustia de forma combinada. Os
medos podem ser bastante frequentes, incluindo o medo do escuro, medo de ficar sozinho,
medos sobrenaturais, de animais. Por isso comum que as crianas peam alguma luz
acesa, normalmente do corredor, ou que tenham um interruptor mo ou, quando o medo
for mais grave, peam, inclusiv, para dormir ou adormecer com as mes.
Nesta altura podem tambm surgir alguns rituais ou mecanismos de compensao, tais
como chupar no dedo ou dormir com uma fralda/objecto preferido/ tranquilizador.
Terror Noturno
Um episdio de terror noturno caracteriza-se pela criana que acorda a gritar, gesticylar e a
chorar. A criana agita-se e pede ajuda aos pais na tentativa de se livrar das fantasias que o
atacam.
Segundo o DSM.IV, a caracterstica essencial do Transtorno de Terror Noturno a
ocorrncia repetida de terror durante o sono, representada por um despertar abrupto,
geralmente comeando com um grito de pnico. O terror noturno habitualmente inicia-se
durante a primeira tera parte do principal episdio de sono e dura cerca de 1 a 10 minutos.
Os episdios so acompanhados por excitao e manifestaes comportamentais de
intenso medo. Durante um episdio, difcil despertar ou confortar o indivduo mas, se a
pessoa acordada aps o episdio de terror noturno, nenhum sonho recordado, ou ento
existem apenas imagens fragmentadas e isoladas.
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Os episdios de terror noturno para serem considerados Transtornos de Terror Noturno,
devem causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuzo no funcionamento social
ou ocupacional.
Sonambulismo
A caracterstica essencial do Transtorno de Sonambulismo so os episdios repetidos de
comportamento motor complexo, iniciado durante o sono, incluindo levantar-se da cama e
andar. Durante esses episdios, a pessoa apresenta uma reduo do estado de alerta, um
olhar vazio e uma relativa ausncia de resposta comunicao com outras pessoas.
Quando o sonmbulo acordado na manh seguinte, pode ter uma recordao precria do
episdio. Aps o episdio, quando despertado, pode haver um breve perodo de confuso
ou dificuldade para orientar-se.
Particularmente na infncia, o sonambulismo tambm pode incluir um comportamento
inadequado, como por exemplo, urinar em um armrio, na sala, etc. A maior parte dos
episdios dura desde alguns minutos at meia hora e podem terminar espontaneamente.
Pesadelos
O DSM.IV fala de Transtorno de Pesadelo, cuja caracterstica a ocorrncia repetida de
sonhos assustadores que levam ao despertar. A pessoa com pesadelos torna-se plenamente
alerta ao despertar, ao contrrio dos sonmbulos. Os pesadelos tipicamente ocorrem em
numa sequncia onrica extensa e elaborada, sendo altamente indutores de ansiedade ou
aterrorizantes. O contedo do sonho focaliza, mais comumente, um perigo fsico iminente,
perseguies, ataques, ferimentos, morte. Em outros casos, o perigo percebido pode ser
mais sutil, envolvendo fracasso ou embarao social, como estar em situao vexatria, nu,
mal vestido, enfim, qualquer situao traumtica para (e s para) a pessoa que sonha.
TRANSTORNOS ESFINCTERIANOS
Durante os dois primeiros anos de vida nenhuma criana tm ainda controle voluntrio dos
esfncteres e quando comeam a control-los, o controle diurno aparece antes que o
noturno. O controle total dos esfncteres aparece, na maioria das crianas, entre os 2 e 4
anos, tanto para o controle diurno quanto noturno, pelo que no podemos considerar
patolgicos ainda, os descontroles at os 5 anos.
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O desenvolvimento do controle voluntrio dos esfncteres depende de vrios fatores, entre
os quais o treino, a aprendizagem e a maturao neurofisiolgica, no entanto, este controle
est habitualmente condicionado ao desenvolvimento afetivo da criana, ou seja, ao
equilbrio da comunicao me-filho.
Enurese (esfncter vesical)
A Enurese a falta de controle na emisso da urina, com mices completas na cama ou na
roupa que podem aparecer durante o dia ou a noite de forma involuntria, e que se
mantm ou aparecem depois de ultrapassada a idade de aquisio normal do controleesfincteriano. O controle esfincteriano normal deve ser alcanado em uma idade
cronolgica de, no mximo, 5 anos. A enurese aparece mais freqentemente em meninos
que em meninas.
Para a classificao da enurese falamos em 3 subtipos (DSM.IV):
Enurese Noturna. Este o subtipo mais comum, definido como a passagem da urina apenas
durante o sono noturno. O evento enurtico tipicamente ocorre durante o primeiro tero da
noite. s vezes, o esvaziamento ocorre durante o estgio do sono de movimentos oculares
rpidos (REM), podendo a criana recordar um sonho q