Como surgiu o universo Modelos para o universo · astros era proporcionado por um primeiro motor,...

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Como surgiu o universo Modelos para o universo Desde os tempos remotos o ser humano observa o céu, buscando nele pistas para compreender o mundo em que vive. Nessa busca incansável, percebeu fenômenos que se repetiam de forma regular, como o aparecimento do Sol a leste e seu desaparecimento a oeste, as fases da lua, o movimento aparente das estrelas ao longo de cada noite, as constelações que surgiam sucessivamente no céu, em certas épocas do ano. Reunindo pistas, cruzando informações e construindo hipóteses, o ser humano procurou entender o que estava por trás do que via. Ao fazer isso, desenvolveu técnicas de observação, imaginou maneiras de realizar medidas, inventou instrumentos de cálculo e muitos outros métodos usados na ciência. Desenvolveu, ainda, a capacidade de fazer modelos , de tentar explicar o que não podia ver nem observar diretamente. O modelo dos gregos Os gregos, alguns séculos antes de cristo, abandonaram explicações mágicas sobre o cosmo e inauguraram a ideia de que o universo tem uma ordem e de que é possível descobri-la. Para os gregos, os mistérios da natureza deviam ser esclarecidos e explicados. Atribui-se, normalmente a tales de Mileto o mérito de ter inaugurado essa nova era. Ele viveu, aproximadamente, entre os anos 625a.C. e 546a.C. e fundou uma filosofia que buscava identificar do que os objetos e os materiais eram feitos e como essa constituição explicava suas características e transformações. Aristóteles (384 322 a.C) foi um dos filósofos gregos que mais influenciaram a cultura ocidental, especialmente na idade média, ou seja, muitos séculos depois de sua morte. Ele defendia a imobilidade da Terra, acreditando que o Sol, a Lua e o restou do Universo é que se moviam ao redor de nosso planeta. A Lua era uma espécie de marco que dividia o universo em 2 regiões diferentes: o mundo sublunar e o supralunar. Para Aristóteles e vários de seus contemporâneos e pensadores ocidentais que durante vários séculos viveram sob sua influência, o mundo abaixo da Lua era constituído por 4 elementos: terra, ar, água e fogo. Esse mundo sofria transformações constantes, ao contrário do que ocorria com o mundo supralunar. No mundo acima da Lua era considerado eterno e perfeito. Nos céus, os movimentos sempre se repetiam e, para Aristóteles, isso era uma evidência de que os corpos celestes nunca se modificavam. Daí surgiu a ideia de que os corpos celestes nunca se modificavam. Daí surgiu a ideia de que os corpos celestes eram compostos de uma matéria sutil e sem peso, que não podia ser corrompida e que, portanto, era muito diferente dos quatro elementos que constituíam as coisas na Terra. Essa matéria especial que constituíam os astros era denominada éter, quinto elemento ou, ainda, quinta-essência

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Como surgiu o universo

Modelos para o universo

Desde os tempos remotos o ser humano observa o céu, buscando nele pistas para

compreender o mundo em que vive. Nessa busca incansável, percebeu fenômenos que

se repetiam de forma regular, como o aparecimento do Sol a leste e seu

desaparecimento a oeste, as fases da lua, o movimento aparente das estrelas ao longo de

cada noite, as constelações que surgiam sucessivamente no céu, em certas épocas do

ano.

Reunindo pistas, cruzando informações e construindo hipóteses, o ser humano

procurou entender o que estava por trás do que via. Ao fazer isso, desenvolveu técnicas

de observação, imaginou maneiras de realizar medidas, inventou instrumentos de

cálculo e muitos outros métodos usados na ciência. Desenvolveu, ainda, a capacidade de

fazer modelos , de tentar explicar o que não podia ver nem observar diretamente.

O modelo dos gregos

Os gregos, alguns séculos antes de cristo, abandonaram explicações mágicas

sobre o cosmo e inauguraram a ideia de que o universo tem uma ordem e de que é

possível descobri-la. Para os gregos, os mistérios da natureza deviam ser esclarecidos e

explicados. Atribui-se, normalmente a tales de Mileto o mérito de ter inaugurado essa

nova era. Ele viveu, aproximadamente, entre os anos 625a.C. e 546a.C. e fundou uma

filosofia que buscava identificar do que os objetos e os materiais eram feitos e como

essa constituição explicava suas características e transformações.

Aristóteles (384 – 322 a.C) foi um dos filósofos gregos que mais influenciaram a

cultura ocidental, especialmente na idade média, ou seja, muitos séculos depois de sua

morte. Ele defendia a imobilidade da Terra, acreditando que o Sol, a Lua e o restou do

Universo é que se moviam ao redor de nosso planeta. A Lua era uma espécie de marco

que dividia o universo em 2 regiões diferentes: o mundo sublunar e o supralunar.

Para Aristóteles e vários de seus contemporâneos e pensadores ocidentais que

durante vários séculos viveram sob sua influência, o mundo abaixo da Lua era

constituído por 4 elementos: terra, ar, água e fogo. Esse mundo sofria transformações

constantes, ao contrário do que ocorria com o mundo supralunar. No mundo acima da

Lua era considerado eterno e perfeito.

Nos céus, os movimentos sempre se repetiam e, para Aristóteles, isso era uma

evidência de que os corpos celestes nunca se modificavam. Daí surgiu a ideia de que os

corpos celestes nunca se modificavam. Daí surgiu a ideia de que os corpos celestes eram

compostos de uma matéria sutil e sem peso, que não podia ser corrompida e que,

portanto, era muito diferente dos quatro elementos que constituíam as coisas na Terra.

Essa matéria especial que constituíam os astros era denominada éter, quinto elemento

ou, ainda, quinta-essência

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Segundo o escritor e historiador Arthur Koestler, a divisão do Universo em duas

regiões, uma inferior e outra superior, uma sujeita à mudança e outra não, iria tornar-se

outra doutrina básica da filosofia e da cosmologia medievais.

O centro das atenções dos gregos e dos astrônomos que os sucederam era

entender o movimento regular das estrelas, do Sol, da Lua e dos cinco planetas

conhecidos de uma imagem ordenada do Universo. Para os gregos, o movimento dos

astros era proporcionado por um primeiro motor, de origem divina, que fazia mover

toda a máquina do cosmo.

Ainda na visão grega, o movimento dos astros deveria ser circular e uniforme.

Esse movimento não tem início nem fim, volta sobre si próprio e continua para sempre.

Era, por essa razão, considerado o movimento perfeito, sem mudança.

Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, visíveis a olho nu, eram os cinco

planetas conhecidos na Antiguidade. O movimento desses planetas não parecia nem

circular nem uniforme, como o movimento das estrelas. Isso contrariava a ideia pela

qual os gregos tinham mais apreço: que nos céus os movimentos eram sempre circulares

e uniformes, pois isso representava a perfeição.

A palavra planeta, em grego, significa errante. Quando observados ao longo de

certo tempo, os cinco corpos celestes chamados planetas parecem mudar sua posição em

relação às estrelas, como se estivessem a “errar o caminho”. Então, como explicar o

movimento dos planetas tendo como base as ideias gregas?

No modelo de Aristóteles, os astros conhecidos giravam em torno da Terra. Esse modelo

influenciou todo o pensamento medieval. A figura foi adaptada de uma gravura produzida na idade

média. Nessa época, o modelo de Aristóteles foi foi interpretado das ideias cristãs, de modo que

o céu passou a ser identificado como “morada de Deus e de todos os eleitos”. Segundo esse

modelo, a Terra está imóvel no centro de um Universo fechado e é rodeada pelas esferas da lua,

do Sol, dos planetas conhecidos à época e das estrelas, em uma ordem crescente de perfeição

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Mas como tudo surgiu?

Atualmente, a teoria mais aceita pelos cientistas para explicar a formação do universo é

a do big bang. Segundo ela, o cosmo e tudo que o constitui seriam o resultado de uma

formidável explosão primordial ocorrida há 13,7 bilhões de anos. Dessa “explosão” surgiu

inicialmente a matéria, que ao longo dos bilhões de anos depois dela formou-se tudo que

conhecemos hoje. Por meio da força da gravidade teriam surgido os planetas, as estrelas e as

galáxias. Dessa forma falamos que o universo está “ligado” gravitacionalmente.

Referências Bibliográficas

Tudo é ciências – 6º ano EF – Daniel Cruz – São Paulo: Ática, 2008

Construindo Consciências – 6ª série – APEC – 2 ed – São Paulo: Scipione, 2006.

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