Como era verde meu Brasil

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• Carlos Lacerda • Darwin BrandAo • David Nasser • Edmar Morel • Equipe Manchete • Francisco de Assis Barbosa • Jolo Martins • Joel Silveira • Justino Martins • Murilo Melo Filho .• Otto Lara Rezende • Sam Riner

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Capítulo do livro "Reportagens que abalaram o Brasil", escrito por Justino Martins.

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• Carlos Lacerda • Darwin BrandAo• David Nasser • Edmar Morel• Equipe Manchete• Francisco de Assis Barbosa• Jolo Martins • Joel Silveira• Justino Martins • Murilo Melo Filho.• Otto Lara Rezende • Sam Riner

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Como Era Verde 0 Meu Brasil

JUSTINO MARTINS

Por uma gentileza do ilustre chefe de Poucia do Estado doRio Grande do Sui, Tenente-Coronel Aurelio da Silva Py - incan-savelbatalhador pela seguralll;a nacional na luta contra a infiltra~aonazista, e grande amigo dos jornalistas - encontro--me, hoje, nointerior do "Museu Integralista", organizado, assim como 0 ja co--nhecido "Museu Nazista", pela Policia Poutica deste Estado.

Do "Museu Integralista", ainda nao se tinha ouvido falar.Sabia-se, no maximo, da habil repressao aos camisas-verdes quea P~licia do Rio Grande do SuI soube empreender desde que 0M.ovlme~tode Punio Salgado foi condenado pelo governo brasi-lerro. Dal 0 interesse e a curiosidade - pr6prios do rep6rter, alias- COmque penetrei neste casto salao impregnado de urn odor de~o~o. Olho para as coisas que se revestem de urn indescritivel mis-beno, apagadas que estao pela a~ao de tao curto tempo, na lem-r!n<;a fragil e voluvel do homem do povo. 0 integralismo parece

nao ter eXitid 'diante do s 0 ~unca. Dal essa vontade de rir que me assalta,tra, perfil ~aneqUlm COmcara de guri assustado que ali se encon-verde gr a 0, de bra~o erguido, a urn canto, vestido de camisa-, avata pr t ., bMas - e a e com urn lummoso slgma no ra~o.centement~ao c.onsigorir. Recordo-me em seguida das palavras re-Poutica e SoU~fas do Dr. Punio Brasil Milano, delegado da Ordemtegralismo j~Cla.' ou.tro ardente inimigo do nazi-fascismo: "0 in-para 0 Pais ,~s delXou de existir. Ele e, ainda, uma grave amea~a

. quedo--mea observar, preocupado com a sanha dos

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totalitarismos, tudo 0 que este salao encerra de estranho e deamea<;ador. , , '

Uma quantidade enorme de qumqmlhanas pode ser vista den-tro deste "Museu": mime6grafos, esta<;6es de radiotransmissao, fuzisespingardas, vitrolas, distintivos de todos_ os ti_pos, caixas de ex~plosivos, metralhadoras co~ ~arca ?lema, ~acoes, espad.as, ~vrose jornais em profusao. A hlstona do mtegrahsmo no B.rasil esta in-teirinha neste salao. Esta mumificada e eu tenho a Impressao deque se tocar com 0 dedo em q~alque~ urn dos seus p.ontos ela ruirciescandalosamente aos meus pes. Por 1550, tome 0 cmdado, resolvidoque estou a decompo-la serenamente, para nao ferir "suscetibili-dades", expondo a luz clara do dia algum elemei;to. cuja presenr;anesta mumia possa causar escandalo aos meus propnos olhos,

Por onde come<;ar, entao? Pelos livros? Pelas cartas? Pelosdocumentos secretos? Pelas "Ofensivas"?

£ 0 Dr. Milano quem me socorre, indicando-me urn pequenoe antigo relat6rio que vai me facilitar 0 inicio da decomposir;aoda mumia integralista.

UMA ENTREVISTA COM MUSSOLINI - Urn dia, em Sao Pau-lo Plinio Salgado, escritor e jornalista bastante conhecido, resolveuabandonar a poesia e os "movimentos" literarios em troca da execur;aode uma ideia politica. Era uma ideia que Ihe martelava a caber;ae que se agravava muito mais cada vez que lia, nos jornai~, os, tele-gram as sobre a politic a europeia. Mussolini e Hitler havlam lll~U-

gurado urn regime novo, mais novo ainda que 0 velho e revoluelO-nario comunismo da Russia de Lenine.

E a ideia de Plinio era de estabelecer, no Brasil, uma suc~maldo fascismo italiano. Ate 0 nome ja havia escolhido: integraltsmo.

Da simples ideia, ele passou logo a a<;ao. Preparou a sua p?"Iitica com forte movimento literario conseguindo reunir ?S rnmsaltos valores da nobre mocidade paulista. Plinio era intehgente epossuia muitos amigos entre os intelectuais. 0 Es-

Com a publicat'ao, posteriormente, de urn romance, '1"0:< • 1 brasl en .

trangeiro, ele lan<;ou as bases do novo romance SOCia 'has deFoi muito aplaudido. Politica e literariamente. Nas entrelin cei-

l . ,. de uma mseus livros 0 espirito naturalmente revo UClOnano 'd" 0, b Alem ISS,dade sadia e forte encontrou coisas novas e sa orosas. . 010

'd" do serVIfa COPlinio ja havia pregado aque!as ~esmas 1_elas quan 'da illl-deputado a Assembleia Leglslativa de Sao Paulo. Atrdaves 'nova-

't tempo to as as 1prensa bandeirante ele esposara, por ~t? 0 'li' E t-o resoI-<;6es politicas inauauradas por Mussohm na Ita a, " ~n a ,

, '" 1 E pelo Oriente ProXImO.veu fazer uma vIa gem pe a uropa e

Percorreu alguns ~aises ~a E,uropa e estudou, de perto, osnos e administra<;oes mms diversos. Quando se encontrava

gover 1 " - d" d dalgum brasi eIfO, nao elxava e recomen ar 0 seu integra-

li~omo Estava convencido de que a obra de construt'ao nacionalsm, b 'b :<. ,Brasil, teria que se assentar so re tres ases essenciais: a) _

no (' " ) b) b ' .base geografica mumClplOS; - a~e _econoI~ll~o-social (gruposprofissionais); c) - base moral (tradl<;oes espmtuais e naciona-listas),

Dentro destas bases, que conduziriam a Na<;ao ao EstadoCorporativo-Democratico-Cristao, Plinio Salgado esbo<;ara, em Pa-ris, numa fresca tarde de primavera, a doutrina que deveria levaros brasileiros a funda<;ao de urn "Estado Moderno".

Parecia-lhe tudo muito bonito. Principalmente quando se de-brur;ava nas amuradas do Sena e se imaginava 0 chefe supremodesse "Estado Moderno Brasileiro".

Poucos meses antes, fora recebido em audiencia especial porBenito Mussolini e descrevera-lhe todos os seus pIanos. 0 ditadoritaliano ouvira-o atento; percebera logo a qualidade de homem quetinha a sua frente. Compreendera tambem que Plinio vinha deurn Estado onde algumas centenas de milhares de italianos viviamsob a i,nfluencia d~reta da pro~aganda do "Fascio", orientada pelosseus consules locms. 0 Duce mflou 0 peito e bateu-lhe amigavel-mente no ombro, encorajando-o:

- Vai, innao! Vai e incute nos teus patricios a ideologia queos deus~s. da sabedoria e da justi<;a nos recomendam.

. Phmo, se despediu. Chegado ao quarto do hotel, em Roma,sentiu, porem, que nao estava de todo satisfeito. Pegou papel eescreveu cartas para os seus amigos brasileiros.e aju~~ntou-lhes _tudo 0 que ouvira do grande chefe do fascismoa 6tim ou, que nao se sentia muito influido por ele nao obstantefisic da Mlmpre~sao que Ihe tinham causado a Itali~ e 0 robusto

0" e ussolini.Minha conce - d Ed"melbor d p<;ao e sta 0 - escreveu ele - (Ie a que

se en ere<;a ' 'd dcicio da verd d' das neceSSl a es da na<;ao brasileira e ao exer-Pli' a elra emocracia."

. mo, por esse tern ' d f Isentisse no}' ti po, am a a ava em democracia embora, n mo urn f t d . ,antes. Ele p " or e eseJo de esquecer-se dela 0 quanta'1 . ressentia qu ti d 'SI eIrO seria O' e 0 sen mento emocratico do povo bra-

mawr obstaculo aos seus pIanos.OS PRIME193 lROS PASSOS DAU'O' ,regressou B . A CRIAN c;A - A 4 de outubro de

antico, a SUa ,~~, rasil. Durante os vinte dias de viagem pelo} eIa desabrochara e ele vinha assanhado para dar

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mlClO ao movim~nto. M.as levou, de chegada: 0 primeiro golpeinesperado: no dia antenor, 3 de outubro, havia estourado a reva-lu~ao liberal.

Contudo, nao se desesperou. Come~ou, desde logo, a trabalhartentando reunir proselitos em torno da sua ideia maravilhosa'Era urn trabalho dificil e quase impossivel naquele momento d~agita~ao que 0 Pais estava vivendo. Resolveu entao entregar-sepacientemente a sua literatura.

Em meados de 1932, a ocasiao the pareceu favoravel parao reinicio das atividades. Conseguiu infiltrar-se num jornal paulista,de onde come~ou a veicular 0 seu pensamcnto e conclamar os ma-~os de todo 0 Brasil. Nesse meio tempo, tambem, tinha ele elabo-rado urn notavel plano de a~ao, de acordo com os modernos meta-dos de conquista do Poder que observara e aprendera dos seus mestreseuropeus. Hitler ja despontava no horizonte e l~e in?icava co~oproceder para arregimentar adeptos e pa~a. entuslasm.a-los.. Havla,porem, muitas coisas inatas no povo brasIleuo que 0 Impediam deusar alguns dos processos de exito nos outros paises. Mas ele estu-dou todos esses pontos vulneraveis da psicologia brasileira e procuroupreenche-Ios, satisfatoriamente, com variantes de efeito rapido eseruro. Na Alemanha, por exemplo, os tambores e as cornetas eram~ formidavel chamariz de adeptos. Na Halia a coisa fora fei~com 0 auxilio de bandas e bandeiras. Plinio verificou que, no BrasIl,o povo tinha verdadeira paixao pela oratoria. Tratou, pois, de apri-morar os seus dotes neste sentido.

No dia 24 de fevereiro de 1932 fundou, na capital de SaoPaulo, a Sociedade de Estudos Politicos (SEP) - destinada a "criarurna nova mentalidade no Pais e a coordenar os estudos da novaideia". A SEP seria a pedra fundamental do novo movimento, aenciclopedia da revolu~ao.

Plinio preside e anima as suas reuni6es. Cerca de quarentapessoas SaDdesde logo arregimentadas para a nova entidade. Qu~etodas SaD intelectuais e literatos. Tudo marcha regularmente. 5

primeiros passos da crian~a sao Hrmes e 0 pai esta radiante. ,.No dia 18 de mar~o seguinte, ele Ie, perante seus cons~c~os

, b' . . - ograma politlCOpaulistas, os prinClpios asicos que constitmrao 0 pr f III

da SEP principios esses que nao SaDbem claros, mas que Ibca_, .' Su oraprovados "intearalmente" Resolve, amda, que se orgamze, '0

<:> " • - h de a~adinada ou paralela a novel agremla~ao,. uma ca~l1~an apratica que se denominara A~ao Integralista BraSlleua.

Estava esbo~ado 0 movimento integralista.

o CAVALEIRO DE IT ~RE - Soa 0 .gongo e recome~a a luta,d vez mais agitada. Articula-se com albIano de Melo, em Teofilo

~t:O~, Minas Gerais; com Jo~o Alves dos .Santos, na Bahia; comT nente Sombra, no Ceara; com AltamIrano Nunes Pereira e

petr~nio Rodrigues Chaves, no Rio de Janeiro, e com Leao Sobri-nho, no Rio Grande do SuI.

Em Sao Paulo, ber~o do seu movimento "redentor", ele realizaonferencias na Faculdade de Direito, na Academia Paulista de

~tras e em outros lugares, semeando a ideia entre estudantes,intelectuais e operarios. Dono de uma facilidade de expressaodeveras notavel e de "inconfundiveis dotes oratorios", Plinio atraiouvintes de todas as classes. Mais de cern operarios sao arreaimen-tados de inopino, seduzidos pelas promessas veementes do ;rador.

Mas acontece para PIlnio, entao, uma coisa imprevista: recebeo seu segundo golpe, antes mesmo de ter lan~ado aos quatro ventoso movimento. a povo paulista, agitado por mil problemas, saias mas para proclamar seus anseios de democracia e liberdade.o jomal, que PIlnio transformara em arauto de suas ideias eempastelado. PIlnio volta para casa conturbado e sedento de ~n-gan~a. ~ecob~a ~ animo e prepara novos discursos. Planeja, agora,uma a~aomms direta e menos agressiva. Mas, a 9 de julho estouraa revolu~aopaulista. '

. E nessa epoca - durante as oitenta dias da revolu~ao ban-deuante -. que ele escreve 0 romance 0 Cavaleiro de Itarare _urn verdadeuo brado de. bat~lha. Como romancista, Plinio semprerevelou recursos e este livro e recebido, como 0 Estrangeiro facil-mente por 'bl' . '. ,. urn pu ICO cunoso e amolecido pela barafunda revolu-Clonana.

o MANIFESTO DE OUT .dias ' UBRO - No dia 7 de outubro quatro

apos a rendi - d Kli 'que ina ~~o e ,nger, surge em Sao Paulo 0 manifestocido u?ura a A~ao Integralista Brasileira e que se tornaria conhe-

, mats tarde e t d P' I .de Outub E' moo 0 alS, pe a denomma~ao de Manifestoexemplar roo sse manifesto foi publicado numa edi~ao de 20 mil

es e, em seg'd lid '-Teatro Mu . . U1 a, 0 numa reumao solene realizada no1932), ver~~P~l daquela capital. Data dai (7 de outubro derante a reun:iioel~~e.nte, 0 inicio do movimento integralista. Du-datar e aceita ' hli~o Salgado, de maneira discreta, faz-se candi-recebido COllI a ~ efia da A~iio Integralista Brasileira. Esse fato eem omhros at/P ausos por todos os presentes e PIlnio e carreaadoPessoas. a porta do teatro por urn grupo de quase quinh:ntas

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Nos dias seguintes, continuando na a~ao pratica, 0 pequenchefe politico funda, em Sao Paulo, a Avenida Brigadeiro LutAntonio, 12, 0 primeiro nucleo da AIB, onde se instala Com sedsnacional e "provincial". :E a primeira "Casa Integralista" do Pais~Em continua~ao, 0 chefe organiza urn triunvirato supremo do mo~vimento, com Alpinolo Casali como secretario e Iraci Igaiara Comotesoureiro.

As ades6es crescem rapidamente. Alguns estudantes sao ins-critos no movimento, destacando-se dentre eles urn que se tornariao "Rosemberg" da causa. A funda~ao da sede nacionaI, segue-sea do Grupo de Centraliza~ao Te6filo Otani, em Minas Gerais,de onde Olbiano de Melo procura irradiar 0 movimento pela "pro-vincia" (esta a denomina~ao integralista dada, desde logo, aosEstados da Uniao). 0 grupo de Minas tern a frente, tambem, urntriunvirato composto pOl' Norbal Luis Magalhiies, Pietro Mastrolo-renzo e Godofredo Amado Ferreira. Olbiano de Melo, que dirigeurn semanario nacionalista em Te6filo Otani, 0 Satelite, coloca-oaservi~o do movimento, logo ap6s a funda~ao desse segundo "grupo".o Sate lite e 0 primeiro jornal integralista que aparece no Pais.Em seguida porem uns meninos do ginisio municipal de Jaboti-cabal no E~tado de' Sao Paulo, catequisados, tambem, para a AlE,fund;m outro pequeno semanario, que recebe 0 ardente titulo ~eColuna de Fogo. Embora tendo reduzidissima venda avuIsa, os dOIS6rgaos integralistas san difundidos gratuitamentc em todos osEstados. " ,."o integralismo come~a a expandir-se por ?utras pro:mclas,

Em novembro de 1932, Oto Guerra, Jose Carlos ~las, An-drade Lima Filho e Joao Roma, academicos da UniverSlda?e doRecife respondem ao Manifesto de Outubro com outro mamfesto,deixau'do transparecer alguma simpatia pelo movimento, Nesse m~s-

d C I· - ProVln-mo mes, funda-se em Salvador 0 "Grupo e entr~ lza~ao. lno-cial" tendo a testa Joao Alves dos Santos, Dan Nunesmma,

, PI" S I do no seucencio Cezimbra Gil Nunesmaia e outros. mlO a ga , , _quarto em Sao Paulo esfrega as maos de contentamento e val reagando bandeirinhas ~o mapa do Brasil que se estende na pa~ :1'sua frente. 0 movimento marcha com folego de sobra para c .ega~

In' t tanto concentra1'rapido a meta final, pensa e e. c preClso, en re,. t1'O, 'a de 11' ao encon

ideias para prosseguir no rumo certo, sem perIoOde um destino avesso.

UM CONGRESSO REVOLUCION ARlO - 0 Brasil a~da ~::t aventurelfOSvido de revolu~6es. Em todos os recan os surgem , pela

mando movimentos subversivos, impressionados que flcaram

f 'lidade de exito da Revolu~ao de 30. Quem nao quer Sf meteraCl d d ". "I" 0 'dolitica e taxa 0 e mClVl. s parti os, as sociedades, os

em P "d '- I' .os os "c1ubes , to as as orgamza~oes po lticas, em suma, ten-grupeu'veredar por urn caminho definitivo.tam Nos primeiros dias de novembro de 1932, pOl' iniciativa da"Legiao 5 de Julho:', em com.bina~ao ~om 0 "Clube 3 de Julho",, organizado, no Rio de Janeuo, urn Congresso Revolucionario",eara 0 qual e convidada tambem a AIB.p Plinio Salgado reune seus companheiros e decide enviar umadelega~ao integrada pOl' ele mesmo, Miguel Reale, Joao Leaes So-brinho, Joao Pimenta de Castro, Frederico Marques e Joao CHmacode Sousa.

Logo ao primeiro contato com a assembleia dos revoluciona-rios, a delega~ao integralista afirmou que nao havia ali uma ideia,uma doutrina, urn ideal politico, capazcs de conduzir 0 Brasil amelhores rumos. No fundo de sua consciencia, porem, tendo quepOl' as cartas na mesa, ela sentia a acusa~ao de identico pecadopara 0 seu movimento. Tambem 0 integralismo nada tinha de posi-tivo, a nao ser a orat6ria inflamada destruidora e ilus6ria.

, No d~c?rrer do Congresso, tendo a seu lado 0 Major JuarezTavora, Phmo pede a palavra e procura explicar 0 motivo de suapresen~anaquela reuniao. Diz ele:

- N6s, da A~ao Integralista Brasileira, acedemos a este con-vite par~ exigir de vos que traceis 0 vosso conceito de estado.Devels ~zer 0 que pretendeis fazer da na~ao brasileira. Se discor-d~rmos,Hemos Iutar sozinhos. Se silenciardes, n6s, os integralistas,q e temos uma concep~ao de estado e de governo diremos 0 quepensamos. '

d Cfomestas palavras Plinio conseguia 0 seu obJ'etivo que erao e azercnf - bl 'R I· 0 usao e esta e ecer agita~ao no seio do Conaressoevo UClOnar' "0 b' 0escrito num 10. am lente era revolucionario" - assim estaPela a • . dos documentos do Museu Integralista - "e primavaUsenClade id ,. d f' 'd .,se a dis - elas e ml as; era quase Imposslve! encaminhar-

Cussaode uma d t' li . dde governo." OUnna po tica ou e uma simples diretivaNo dia s .egmnte na " .- d"Comgrand ,pnmeua reumao or maria do Conaressoe surpr d' . 0 ,nel Moreira Li esa o~ mtegralistas, a mesa presidida pelo Coro-

rnais tarde .ma propoe a funda~ao de um partido para 0 qualEI ' sena e lhid 'e quer urn ar .sco 0 um programa. Plinio Salgado protesta.que Mussolin/ I ti~o cOm um programa, certamente 0 program ao deixam fala/ ~gIara ta? efusiv.amente. _Ha novos tumultos. Naoseus cornpanhe' chefe llltegralista, entao, amea~a retirar-se comlros e •.as alllmOs serenam. Finalmente 0 projeto de

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Moreira Lima cai por 93 votos. Fica entao combinado que- . t 'd" , naproxima sessao, os congresslstas apresen em suas I elas, inclusive

o proprio Plinio Salgado.Miguel Reale~ 0 ."Rose~b~rg" do inte~r_alismo, e. encarregado

de redigir uma duetiva defmmdo. a posH;ao. e as mten~6es dointegralismo, de acordo com as lmhas geraIs do Manifesto deOutubro.

Na hora da segunda sessao, porem, acontece nova surpresa.A mesa presidida pelo Coronel Moreira Lima declara que

a posi~ao integralista nao pode ser apresentada porque tern caraterfascista. Os integralistas protestam, "Rosemberg" esta apopIetico.Fala com veemencia, mais do que aos gritos. Todos bradam aomesmo tempo. A maioria dos congressistas deseja "morras!" aofascismo e aos clericais, enquanto outros gritam contra 0 Comu-nismo. A confusao e geral. No meio desse tumulto indescritivel,Plinio Salgado ergue-se do seu lugar e clam a por seus companheiros:

- Abandonemos este Congresso, porque 0 Brasil nao estaaqui! 0 Brasil esta la fora nos esperando! Conduziremos a moci-dade que dira a ultima palavra sobre os verdadeiros destinos doBrasil!

E, ate continuo, 0 chefe integralista retira-se da sala comtodos os seus companheiros.

Mas Plinio estava enganado, porque 0 Brasil nao 0 esperava.Alguns milhares que, no decorrer de longos anos de luta, ele con-seguiria iludir e arregimentar para as suas fileiras, nao eram osmilh6es que representam 0 Brasil.

o NASCIMENTO DO SIMBOLO - Regressando a Sao Paulo,Plinio Salaado intensifica 0 seu movimento, realizando divers asconferenci:s, a maioria delas nas salas de armas do Clube Portugues.f: auxiliado por Miguel Reale, Artur Mota, Ulisses Paranhos, Se-bastiao Pagano, Canuto Mendes de Almeida, Philemon da Ma:,Toledo Piza Ataliba Nogueira, Fernando Callage, Alpinolo Cas .ee outros. E;ta convencido de que vencera pela oratoria. Os brasi-leiros sempre se deixaram levar pelo verbo. Plinio e tido pelos ad~toscomo urn novo Rui Barbosa e faz-se cercar, alem disso, de ODS

oradores. . doEm dezembro de 1932, em Fortaleza, Ubirajara Jndi?, la-

J ' M .,. a artlCUCeara, 0 Padre Helder e 0 Tenente eova ota llliciam. odo 0

~ao do movimento integralista, pensando arras tar consi~o t e" ,." F dlSCursosoperariado. Querem infestar a provmcla. azem

promessas.

Como urn eco, dura-?t~ os tres primeiro: meses de 1933, con-Suraindo em vanos pontos do PalS, alguns Grupos detinuam 0- ,

Centraliza~ao, co~ os seus departamentos de ,estudo~ e os seustivos triunvlratos. Nascem os pequenos hderes mtegralistas

resP;versos estados. Entre outubro de 32 e abril de 33, ha urn inte-em lista no Norte, que trabalha incansavelmente para Plinio. E elegra, G' d' .. M B I' TAntonio Bulcao lU Ice, q~e vIslta a?au:, ~ em, eresina eSao Luis, deixando nessa~ c~dades os 'pnmel~~s mtegralistas. SaoIementos sem grande proJec;:ao nos melOS polIticos e que, por isso

~esmo, quase nada logram realizar. 0 integralismo ainda naomerece ser classificado COmo urn movimento de massa. Os deliriosoratorios de Plinio Salgado, os seus inflamados manifestos, naoconseguem tanto quanta ele almeja. Entao resolve, por fim, tentarnovos detalhes dos metodos de avanc;:o com que Mussolini, na Italia,e Hitler, na Alemanha, arregimentaram legi6es incontaveis de adep-tos, num espa~o de tempo relativamente curto. Sao os simbolos.Os simbolos que ele sempre julgou ineficazes diante do espiritopouco tradicionalista e desapaixonado do nosso povo.

Da sede nacional da AIB, em Sao Paulo, irradia-se por todoo Pais uma propaganda intensa, constituida de folhetos e cartazesparcamente coloridos. Numa reuniao com seus principais chefes,Plinio cria 0 distintivo e a bandeira azul e branca do Sigma assimcomo 0 fardamento. Teme 0 ridiculo disso tudo, mas nao hesitaroais. Ha uma serie de detalhes a estudar. A moda e de cal~asboca-de-sino, para os homens. Plinio percebe que esse tipo de cal~asatrapalhara urn pouco nas futuras marchas e desenha uma cal~aquase meia-canela. Ha, porem, alguns eleaantes que protestam e fi-nalmente, fica resolvido que a cal<;a seja simplesmente "uma cal~a".

~or outro lado, surge 0 problema da camisa. Estuda-se uma~r. Alerde? Azul? Vermelha? Preta. .. Na Italia elas sac pretas.vead emanha sac pardas. Fica resolvido que no Brasil elas sejam

res, que 0 ve d ., , . ,problema e .r e Ja e um,a cor naclOnal. Quanta a sauda~ao, 0

urn gesto fa ~alS grave. Alem de uma palavra, ele necessita dePlinio s~lta celS ambo~, e que se t?rnem, desde logo, caracteristicos.estudos os seus literatos atras de um vodbulo. Apos muitos

, recorre at. .convern a I urn ermo extremamente naclOnalista, bem COmo

o erna do mOvimento: Anaue!

nista2 fa:~~'taentretan~o, e que se afigura de dificil escolha. Comu-da~s de e:ev: ': nazlstas ja se tinham utilizado de todas as gra-OCupados pel !<ao dos bra!<os. Os dedos das maos estavam todos

o punho cerra do de Moscou. Nao resta outro remedio,

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aos integralistas, senao espalmar os dedos bem para cima cod - '1 " l' ' nionuma sau ac;ao a ua, ao ceu, as nuvens, a qua quer COlsa, en£"

Pouco diferente dos gestos estrangeiros, 0 de Plinio e olha~'em seguida, com desconfianc;a pelos brasileiros. 0,

Apesar de tudo, poucos dias mais tarde aparecem em S-Paulo os primeiros integralistas envergando camisas verde-oliva aoerguendo 0 brac;o direito. Alguns moleques desrespeitam os fanta~siados. 0 povo pass a pOI'eles indiferente e frio.

TRIUNVIRATOS E PASSEATAS - No clia 23 de abril de 1933Plinio Salgado, a frente de quarenta homens, realiza a primeir~passeata de "camisas-verdes" nas mas centrais da capital paulista.Milhares de curiosos alinham-se nas calc;adas, fazendo blague, al-guns outros ja temendo as conseqiiencias de tudo aquilo. Esseprimeiro desfile, contudo, traz animo ao movimento. A sede centralcomec;a a receber novas inscric;oes com maior regularidade. 0 pri-meiro nucleo distrital de Sao Paulo ja esta instalado: e 0 nucleoda Mooca, constituido de operarios.

Em tomo do chefe trabalham, agora, Miguel Reale, UlissesParanhos, Francisco Stela, Alpinolo Casale, Iraci Guedes de Car-valho Araujo, Raimundo Padilha, Marcio Graciote, Joao G. Fair-banks, Antonio Figueiredo e outros.

Dentre os academicos que mais agiram nesses primeiros tem-pos, destacam-se, principalmente, Loureiro Junior, Toledo Piza,Roland Corbisier, Simoes Arruda, Lafaiete de Paula, Joao Pimenta,Almeida Arruda, Almeida Sales, Rui Arruda, Luis Saia, ErnaniSilva Bruno Zironde Neto, Otadlio Senha, Ziegler de Paula Bueno,Alceu Cord~iro, Godofredo Inacio da Silva Teles e Antonio Bara-chini.

Ulisses Paranhos e nomeado primeiro chefe. pr?vin~~al de. Sii~Paulo; Eurico Guedes comec;a a organizar as pnmelras decunt~sda Milicia Integralista de Sao Paulo, da qual fazem parte, alel11das pessoas citadas, mais os companheiros: Joao CHmaco de s~u~a,ltalo Zicaro, Waldomiro Candido, Vicente Tumulo Neto, A~er~toMatrangula, Antonio Galeto, Assad Haddad, Anton!o. Petmed ~Teod6sio Sabatini, Mario e Henrique Barros, Mario NIStiCO, At r_Perfidio Achiles Staniato Salvador Barbato, Jaime Pimentel, JO~o' , . 1 D dei oapeu Salgado, Ferreira Fontes, Paulo Caserato, Migue e ,e Ernesto Sede e Caetano Spinelli. I pa-

Ha mulheres tambem no movimento. Em geral, sao e as a-. 1" ez a Crentes dos Hderes integralistas. Vestira~, pe a ~nmeHa v e' Maria

misa verde, em Sao Paulo, as Senhontas R~gIna Reale Araujo.Amelia Salgado; Dona Ida Reale e Dona Beatnz Guedes de

o integralismo ja tern o.seu hino que, :mbora nao oficializado,tad em todas as solerndades do mOVlmento. Seu compositor

~ can e~tro Ernesto Sepe e a letra e da autoria do poeta-mor doe 0 malismo PHnio Salgado, que 0 batiza com 0 titulo Ergue-teintegra ,Mocidade.

Em fins de abril de 33, ainda, instalava-se na capital da Re-ublica, em uma salinha da. R~a Rodrigo Silva, 40: I.~ andar, a

p d rovincial da AIB no Distnto Federal. 0 seu trmnvlrato ficouse eltuido pOl' Madeira de Freitas, Othon Barros e Santos Maia.cons "-' bd ' . dAs primeiras mscnc;oes canocas 0 e eceram a segwnte or em,

nforme esta registrado em documento apreendido pela policia:~oo Petronio Rodrigues Chaves; 2.0, Altamirano Nunes Pereira;3'0' Othon Barros; 4.°, Francisco Queiroz Ribeiro; 5.°, Arist6fanesd~ 'Yale; 6.°, Jose Madeira de Freitas; 7.°, Everaldo Leite; 8.0,

Thiel'S Martins Moreira; 9.0, Francisco Santhiago Dantas; 10.0, Vi-cente Chermont de Miranda; II. 0, Antonio Galloti; 12.0, HelioYiana; 13.°, Americo Lacombe; 14.°, Jose Passarelli; 15.0, Ber-nardo Alves Pinheiro.

No dia 28 de abril de 1933, 0 integralismo conquista 0seu primeiro grande tento. 0 Tribunal Superior de Justic;a Eleitoralautoriza 0 registro do partido AC;ao Integralista Brasileira, com sedena capital de Sao Paulo, "POI' estarem cumpridas as condic;oes exi-gidas no Artigo 92, § 2.0 e § 3.0, letra a do regimen to geral dosjuizos, secretarias e cart6rios eleitorais".

Foi relator do ac6rdao 0 Juiz Jose de Miranda Valverde,tambem integralista.

. Quando. ia ao Rio de Janeiro, 0 chefe despachava 0 seu expe-di~~te na salinha da Rua Rodrigo Silva. Contiguo a ela, havia umao~cma de alfaiataria, COm urn gabinete destinado a prova doscentes. Quando os Hderes do inteO'ralismo precisavam realizaruma conf A • '"erenCla reservada, pediam ewprestado ao alfaiate 0 gabi-~ete d~ provas, que era gentilmente cedido. Esse gabinete era,teegrquli~quer forma, uma especie de "cervejaria de Munique" dos in-

a stas. Ali 1 f b 1 .mal's sees con a u avam e orgarnzavam os seus pIanosecretos.

Naci;~ 7~0?e 1933, pOI' ocasiao das eleis;oes para a Constituintepresenta; n~o Salgado resolveu que 0 integralismo se fizesse re-Carlos Fairh titulo .de propaganda. Seus candidatos foram Joaoobtiveram nanks, .Mlguel Reale, Pimentel Junior e J. Sardinha, queinterior cerc: ~Pltal. de Sao Paulo e em tres ou quatro cidades do

o no-; ,~dOIS mil votos.. .....nClplo d . h 'ff'.Ira realizara e Jun 0, Plmio Salgado e Thiel'S Martins Mo-

rn uma conferencia na Escola Normal de Niter6i,

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deixando instalado all 0 Grupo de Centraliza~ao, Com u .virato constituido pelo segundo, Lamego Filho e Ataliba ~ triun-Nesse mesmo mes de junho, 0 nueleo de Te6filo Otani d ep~ge.pela primeira vez, em Minas Gerais, com cerca de 78 m'lie~filouencamisados. I Clanos

A PRIMEIRA BANDEIRA - Em seu quarto de rapaz sit·na capital pa~Iista, Plinio. Salgad.o, concentra, agora, as ideia~. ~~;cura tomar pe na profundldade vlSlvel da sua a~ao politica. ado. ~rasil, grudado na parede, .esta p~rcialmente coberto de ~:~~demnhas verdes. as ?r,a~os do ~n~egralismo estendem-se para todosos. quadrantes .do terntono brasl~euo, ~esde ? ~ais longinquo luga-reJo na fronteua com a Argentina, ate a mmuscula cidade ocultanas selvas do grande Amazonas. De todos os lados, chegam-lhe, dia-riamente, cartas contando novas conquistas e valiosas ades6es aomovimento .. ~?S ele ,sabe que is to ainda nao ~ 0 suficiente parao golpe defillitivo. Ha uma corrente oposta, alem da imensa COr-rente dos democratas, que pae agua fria na fervura integraIista donorte do Pais: e 0 partido comunista. Ha conflitos e arrua~as.Plinio percebe que deve empregar-se a fundo nessa corrida parapoder veneer. E projeta uma viagem de propaganda por todos osterrit6rios nortistas. sera a primeira Bandeira Integralista.

No dia 27 de agosto de 1933, munido de uma bandeira azule branca com 0 Sigma no centro ele parte, a bordo do Para, comdestino ao ultimo porto do Brasil. Acompanham-no Thiers Mo-reira, Arist6fanes do Vale e Hermes Barcelos. A Bandeira salta naBahia, onde 0 movimento ja esta bastante adiantado, e em Maceia,onde promove comicios e passeatas; desembarca no Recife e allPlinio realiza uma conferencia, procurando, em seguida, articula~a A~ao IntegraIista em todo 0 estado de Pernambuco, com JoseAndrade Lima Filho a frente.

Do Recife, os cavaleiros apocalipticos seguem, de automavel

,para Joao Pessoa, onde assentam os alicerces do grupo de ce?traiIiza~ao da Paraiba. Em Natal, Francisco Veras Bezerra e MigueSeabra propagam, por essa ocasiao, as ideias do Sigma entre ~sm~os. Depois, a Bandeira volta a Joao Pessoa e embrenha-se'd e, ., d os gran esautomovel, pelo sertao paraibano e cearense, VIsltan 0 eaf'udes, as fazendas sitios e arraiais, levando aos trabalhadore~ a~, d C IllPlnaos colonos 0 "ideal" integralista. Fun~a 0 Grupo e, a PlinioGrande e atinge Iguatu, em pleno sertao ao suI do Ceara. dis'. 't d d tantose seus companheiros sentem as gargantas un a as e eS

I - d pronoIllcursos. Sabem-nos de cor. Nao erram as co oca~oes os

trazeIll as cabe~as cheias de frases feitas. as caboelos cearensese Ill-noSpacientemente.ouve De Iguatu, ap6s os primeiros. vestigios do integralismo, aBandeira segue de trem para Quelxada, onde joaa tambem aseJDente da "i~eia" numa pra~a publica. Toda essa \~sta excur~aoatraVes dos dOls p;9uenos est~dos esta sendo feita merce da hos-

italidade das fanllhas nordestinas, tocadas pelos arroubos orat6rios~e Plinio Salgado e de seus companheiros.

N? verdade, a .Band~i:a esta atravessando urn mau periodonesta vlagem, perconendo, as vezes, lugares onde nao ha 0 menorsinal de vida. Por outro lado, em muitas localidades os habitantesrecebem friamente a palavra apostolar do chefe intearalista. Cheiasde lamurias, contando priva~oes e perigos enfre~tados, sac ascartas que ele escreve para seus amigos do Centro. De Queixada,eles ;eguem de :lUtomovel para ~ortaleza.' onde sac recebidos porJeova Mota, Lms Carvalhedo, Helder Camara e Indio do Ceara.All, PHnio e seus companheiros reaIizam varias reuniaes doutrina-rias.e tres conferencias no Teatro Jose de Alencar, deixando nessacapItal a AIB com suas bases fundamentais assentadas. Finalmentea Ba~~eira ,re.gressa vit?riosa pelo mesmo vapor Para. De novo emMacelO, Phmo aprovelta a solicitude do proprietario do TeatroSan~ Isabel e faz ali alg~mas, conferencias. Desce, depois, para aBahia, onde ~oma o. Arattmbo com destino a Vit6ria, no EspiritoSanto, on~e e recebldo pelo chefe provincial, Arnaldo MagaIhaes,por MadeIra de Freitas e por Gustavo Barroso, 0 escritor.. De Vit6ria, regress a a Bandeira ao Rio pela estrada de FerrolDCorporandQo-se 1 d' Jde F't E a e a 0 novo a epto, Gustavo Barroso e Madeira

reI as. scalam C d G 'ceriman' d' em ampos, on e ustavo, aproveitando aorador .la

ta li~naugura~ao de urn nueleo, faz a sua estreia como

In egra sta Ro Rd' S'l 'dos ne ' . . meu 0 ngues I va e 0 horn em encarreaadogoClOSverdes na. cidade de Campos. b

o SIGMA AVANr'dava pelo yA PARA 0 SUL - Enquanto a Bandeira an-norte 0 moVl' t' t Ii .propagado 1: men 0 m egra sta creSCIa no suI do Pais

mica e a ~~~s Id~res. experientes da velha politica. A elasse acade~Santa Catari atinglda pelo verbo dos oradores. Fundam-se emdo SuI, 0 d~aEs gr~pos de Itajai e de Canoinhas e, no Rio Grandegermanica sa rechim. As localidades onde existe a coloniza~aome~te. Os t~ :quela~ onde 0 integralismo penetra mais facil-:UIt~ tempo ; o-brasll~iros estao com 0 espirito preparado ha

e !IItle~. Ten~: uma literatura dirig~da pelos agentes do nazismonazismo e quase o~servado que a dlferen~a entre integralismo e

nu a, elas aceitam rapidamente a camisa verde, de

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vez que ainda nao chegaram de Bedim as camisas pardas marcadpela swlstica. E e justamente nas zonas coloniais do suI onde s asgem os primeiros nucleos da AIB. a nazi-fascismo prepara 0 ~r.ninho neste verdadeiro foco de adeptos. eu

Em Porto Alegre, e fundada uma sede provincial, COmNestoContreiras Rodrigues como chefe, secundado por Joao Leonardr

Joao Maria Linhares, Dario de Bitencourt, Anor Butler Maciel'Maestro Leo Schneider, Hugo Berta e Nestor Pereira. arganizam~se passeatas e conferencias no velho Teatro Sao Pedro. Por ocasiaoda visita de Plinio Salgado a esta "provincia" os lideres integralistasdo Rio Grande do SuI distribuem convites a meio mundo, de pre-ferencia aos intelectuais, para a recepc;:ao ao "chefe" no cais doporto.

Mas os porto-alegrenses nao veem com bons olhos e, numamanha de agosto, sao esparsos os camisas-verdes que, com PlinioSalgado, Anor Butler Maciel e outros chefes, desfilam ao longoda Avenida Sepulveda, em direc;:aoda Prac;:ada Alfandega.

No decorrer do segundo semestre de 1933, 0 movimentorecebe a adesao do grupo que formava 0 Partido Nacionalista deSao Paulo, de varios elementos do Partido Socialista Brasileiro deSao Paulo e de quase todos os italianos pertencentes ao PartidoFascista Brasileiro. Sao vitorias diplomaticas de Plinio. Assim,pode ele reunir mais de 300 camisas-verdes para uma marcha que seestende da Estac;:aodo Norte (Sao Paulo) a sede central do partido.As fotografias desta marcha mostram Plinio e Barroso a frente, debrac;:oserguidos.

No Distrito Federal, a coisa marcha firme com Belmiro Val-verde, Manoel Ferreira e Arthur Thompson Filho no comando.Mulheres cariocas aderem ao movimento, nao hesitando em trocaros seus delicados trajes de seda pela torpe camisa (ainda nao. hiiblusas) de brim verde. As primeiras integralistas sao as senhontasLeonor Fernandes, Carmen Melo, Belmira Melo, e as SenhorasSantos Maia Arthur Thompson Filho e Berzilho Figueira Veloso.

, . 'd' J'udeusEm novembro de 33, Gustavo Barroso, cUJO0 10 aosd . I toea-seleva-o a escrever virulentos panfletos de propagan a racla , _

Para Belo Horizonte onde realiza conferencias, arregimentandoeSa, . d ill ~tudantes idealistas. Por estes mesmos dlas, parte 0 0 IDa

caravan a integralista para Niteroi, onde se pretende promover u po- m orugrande passeata. i\ chegada da caravana, na estac;:ao,u ", ,el,de jovens flurninenses surgindo misteriosamente num automo~ra. .' . d S· usados PJoga ovos e tinta vermelha nos camIsas-ver es. ao ' porisso, metodos bastante revolucionarios: esyaziando-se ~s o~~stintaurn pequeno orificio, os rapazes trocam a gema e a clara P

lha tornando a fechar 0 orificio com massa de vidral'a. i\ve11De , . d d' li 11'explosao dos ovos'. as call1ls~s ver ~s. o~ mteg.ra 'stas tornam-severmelhas Ouprdetelamcom PhI:he. ~hmo flea, ff~bUI~do. Principal-wente porq.ue. uas co~pan Ias ~mematogra leas .fIlmam 0 inci-dente, distnbumdo os fi~es, depOls, por todos os cmemas do Pais.Durante a passeata, os mte~alistas sofre~. nova agressao de ele-

entos descontentes com 0 SIgma. A poliCla toma parte no brin-~uedo e resultam dezenas de ferid?s. Desde entiio,. as reuni6es in-tegralistas em todos os estados senam sempre motivo de conflitosgravissimos.

o CONGRESSC? D!?- VIT<?RIA - No m~s de fevereiro seguinte,agitam-se os mews mtegralistas com a reahzac;:ao do Congresso deVit6ria, onde devera ser escolhido 0 definitivo chefe da AIB. Muitoslideres se julgam COm0 direito de assumir eSSachefia. E, na ante-v~spera da partida dos congressistas para Vitoria, surge na sedeprovincial urn serio incidente provocado por urn tenente. Esse mi-litar, acompanhado de Plinio Salgado, aparece no salao e ambosvao sentar-se a sacada que da para a Rua Sete. Prosseguem, ali comcalma, urn dialogo iniciado na sala dos fundos da sede. Sent~do auma mesa do estado-maior da milicia, a pequena distancia ArthurThompso~ Filho .escuta 0 dialogo. a Tenente Sombra d~clara aoc~efe ,do mtegra~Ismo que e contrario a realizac;:ao do congresso,nao so .pelo recew do seu fracasso, devido a ausencia de muitasd;legac;:oes,como ainda pelas surpresas que esse conclave podera~ erecer com relac;:aoa eleic;:aodo chefe supremo do intearalismo

tacresdcentaque Olbiano de Melo, urn dos lideres do mo~mento'es ava e acordo COmele t d f' d 'a C ' en 0 a Irma 0 que nao compareceriao ongresso de Vitoria.

Plinio escuta-o e replica:de qu:e ~e3ente, eu tenho comunicac;:ao da partida para Vitoriadele este t01as as delegac;:6es.Quanto a albiano, acabo de recebermente as e egra~a (mostra-o ao tenente), comunicando-me igual-Trata-~e dUeapartida. De qualquer maneira, 0 Congresso se re~li.lara

uma q C . I' .COma sua 0 . u~s ao VIta para 0 mOVlmento que se relacionao t rgan~zac;:aodeflnitiva e a escolha livre do seu chefe.I enente Insistexc uidos do . : no seu ponto de vista e prop6e que sejam

da Armada amtegralismo todos os oficiais da ativa do Exercito eda AIB ele'repco;n~a.r pelo Tenente Jeova Mota, cujo afastamento

Para a di u ~ util aos interesses do proprio movimento.~e ~~ triunVi;:;:o suprema da AIB, Sombra prop6e a instituic;:ao

etano-geral, cOmnaclOnal, com p.oderes co~sultivos e de urn se-poderes executivos. 0 trmnvirato, segundo a

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sua proposta, seria constituido por PUnio Salgado, Gustavo Bae Olbiano de Melo. rroso

PUnio fica boquiaberto de espanto. Percebe a insinua<;ao doficial e repele sua proposta com veemencia, acusando-o de "que 0

galgar a suprema dire<;ao do integralismo, atraves de urn cargo rJrsecretario-geral executivo, a maneira como se pratica no comunisn ,~

10 •- Gustavo Barroso - diz PUnio Salgado - repelira ta _

bern, essa proposta! Seus prop6sitos, tenente, saG absurdos 'e d:-leais. S6 0 Congresso de Vit6ria, com a representa<;ao de todas :"provincias", podera deliberar sobre isso e eleger 0 chefe do inte~gralismo.

o !enente ~o~bra ~es'ponde que, nesse caso, deixara a A<;aoIntegrahsta Brasileira. PUmo retruca-Ihe que coloca os interessesdo movimento acima dos interesses pessoais e que vai providenciarsobre a sua exclusao.

De animo exaltado, ambos se separam. 0 oficial se retira dasede provincial e Plinio Salgado expede telegram as para todos osnucleos integralistas, comunicando a exclusao do Tenente Sombradas fileiras da AIB.

No Congresso de Vit6ria, Plinio e definitivamente colocado nachefia do partido.

AuxtLIO NAZISTA - Esta fora de discussao a existencia desimilitude entre 0 integralismo de Plinio Salgado e 0 fascismo deMussolini, ou 0 nazismo de Hitler. Os fatos posteriores a esta si-tuac;;aodo integralismo ja demonstraram claramente que todos essesdiferentes matizes da mesma corrente ideol6gica se interpretam detal maneira que nao se pode separa-Ios na apreciac;;aoda luta comurnque travem pela dominac;;aomundial.

Inspirado num dos focos de irradiac;;ao da ideia totalitaria,qual seja aRoma Fascista, nao podia 0 integralismo, ao precisar deapoio, deixar de ir busca-Io junto aos governos dos paises onde aideia-mae ja havia triunfado. Assim, os seus membros mais desta-cados procuram por todos os meios estabelecer urn vinculo de apro-ximac;;aocom os nazi-fascistas europeus. Entram em contato comos agentes de Hitler e de Mussolini no Brasil. Exp6em-Ihes os fun-damentos da AIB e descrevem 0 progresso alcanc;;adoem tao poucosanos, solicitando-Ihes, ainda, urn apoio para 0 golpe final.

Isto pode ser comprovado pela seguinte carta, dirigida a. Ru-dolf Hess, por Dario de Bitencourt, chefe provincial do integralis~ono Rio Grande do SuI, e apreendida pela poUcia do Rio Grande.

"porto Alegre, janeiro de 1935/29Rio Grande do SuI - Brasilllnto. e Exmo. Sr.

RUDOLF HESSBERLIM - Alemanha.

ANAUE!Viva Plinio Salgado!

Heil Hitler!

Valendo-me do ensejo da viagem, a Alemanha, do distinto ca-valheiro, Exmo. S:. Dr. Franz Rich~er, quero enviar a V. Exa.,contO sincero admzrador de Adolf Hztler e da ideologia nacional-socialista, uma mensagem de cordialidade e de simpatia.

Na hora atormentada que atravessa, hoje, a humanidade e14ntrefrigerio as nossas almas ressequidas voltaram-se para 0 est~dodaquelas doutrinas que repousam sobre a base da moral, e a qualinfelizmente, parece estar tao embotada na alma de tantos guieiro;depovos!

Grllfas a Deus, tal nao e 0 caso de Adolf Hitler nem deP~f.nioSal~ado, 0 ulti":? .que e 0 chefe da Aqao IntegraUsta Brasi-lezra, m.ovz~ento pat:zotzco, de projeqao nacionalista, que, aforaoutras fzna~zdades, cuzda de implantar no Brasil 0 estado integral,sendo conszderado como tal aquele que realiza:

. ~) - N. a ordem politica: um regime social, baseado na dou-tnna tntegralzsta, ou nacional-corporativista.

2). - Na ordem economica: regime de e'Conomia dirigidano se~tzd~ do predominio social sobre 0 individuo. 'forfas ~ue d ~a ~rdem ",:o~~l: a cooperaqao espiritual de todas as

4 e en em as zdezas de Deus, patria e familia.cUltur~s - N~~rdem intelectual: a participaqao de todas as forfas

e artzstzcas na defesa do estado.Sendo de fundo . I'

absoluto J'acob" naczona zsta, 0 nosso movimento nao e em, znzsmo 'f b . . 'em que aceita ' xeno 0 0 ou natzvzsta; e a prova disso estaremos de muit . b destrangeiro u ' 0 om gra 0, a cooperaqao de qualquer

sitos e dispo ;za vez que 0 mesmo venha imbuido de bons prop6-deSinteressa;a~ - como n6s pr6prios, os brasileiros - a trabalhar

Querem ente pelo bem do Brasil.mer" as, COm 0 no fd a COlOniad b sso es orqo, transformar 0 Brasil - daBa P?r todos oset an~ueiros" de Londres e de Nova Iorque e suga-

raszl (eu diZia) entaculos do judaismo; queremos transformar 0grande ll{iio _ 1.~umagrande potencia, num grande Pais numaaos seus filh nCa forte re . d f' d 'Os e aos ftlh ' spezta a, ~ zm e trazer a felicidade

os de outras naqoes que aqui vieram ter!

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Tais slio os rumos da nOssa marcha.Aproveitando, por conseguinte, 0 ensejo da viagem do Exmo

Sr. Dr. Franz Richter, tomo a liberdade de enviar a V. Exa. algun'do NIN, folhetos e avulsos de propaganda, assim como jornais :fotografias do movimento integralista, que, na hora presente, em-polga par completo a mocidade das escolas de toda a parte sa daNCl{iio Brasileira.

Sem assunto para mais, almejando ao grande Povo Alemao amesma felicidade que desejo para 0 meu idolatrado Brasil, cumpri-mento V. Exa., com a destra algada verticaImente, a integralistacom um sonora e vibrante '

ANAUP.,!Pelo bem do Brasil!

Viva PLtNIO SALGADOtHeil Hitler!

(Dario de Bitencourt)

o chefe nazista deve ter rido ao receber esta carta, pela inge-nuidade dos seus termos. Hitler hi muito que sabia de todos aspassos de Plinio Salgado no Brasil. E ji havia mesmo determinadoaos seus agentes que facilitassem a propagac;ao do integralismo,pois que este partido, por sua vez, estava preparando 0 terrenopara urn ficil avanc;o da quinta coluna aJema.

o INTEGRALISMO CRIA A SUA LEGIAO ESTRANGEIRA -Em 1936, a Ac;aoIntegralista cria a sua legiao estrangeira e, comoconseqiiencia das repetidas vezes em que os maiorais do credoverde bateram as portas dos homens de Bedim e Roma em buscade auxilio, ji essa legiao tern em suas fileiras, a pulular po: tod~a parte, inumeros agentes nazistas. Firmas alemas passam a mcentivar cavilosamente 0 desenvolvimento desse partido que se apres

enta

como uma miniatura nacional-socialista, fornecendo--lhe uma aana

poderosa _ 0 dinheiro! 0 seu jornal oficial, A Ofensi~~,. an~:minguado semanirio, transforma-se subitamen!e num ~lan~ de-grande tiragem, refletindo em pleno toda a ac;a~s,:bverslvaHanassagregadora dos elementos integralistas. Os anunclOS das ~a-alemas e italianas sao apenas uma minguada parte dos grosses or de

1 1 . t' . a de uma granmentos engolidos pe 0 pessoa , 'propne ana ~gor . Conse-ofieina grafica na Rua da QUltanda, no Rio de JaneIro. "t6riO, em todo 0 terrIqiientemente, 0 movimento cresce e se propaga . 1naeional constituindo urn serio perigo a seguranc;a naClOna. "da

En: Porto Alegre oriaina-se urn serio conflito na ~veI1llita, b- , 1A • lsrae

Osvaldo Aranha, onde elementos pertencentes a co oma

* agredidos por agitados membros da AIB. No Rio de Janeirosac , ti' d '1 d 'integralista e morto a ros e revo ver urante urn comieio.~ Cidade de CampoS, os integralistas atiram contra 0 povo pelasc~tas. Plinio faz-se guardar por uma escolta reforc;ada em todasas solenidades futuras do partido, temendo urn atentado.

por toda a parte 0 povo reage contra a praga verde. Mas osintegralistas, agora bem armados e municiados, continuam suacarnpanha de provocac;:6ese tumultos.

o integralismo ji e uma forc;a dentro do Pais. Imensamenterarnificado, ele julga chegada a sua hora e se prepara para 0 golpedesesperado de marc;:ode 1938.

o "PUTSCH" DE PLtNIO - Mas, a 10 de novembro de 1937o presidente da Republica, Gernlio Vargas, atendendo aos interesse~do po~o.e ~a Nac;ao, p~e em .execuc;ao 0 Estado Novo, pelo qual,sem dlstinc;aOalguma, sac extintos todos os partidos politicos exis-tentes ate entao e que, hi rnuito, "vinham entravando 0 desenvolvi-menta do Brasil, em todos os campos de sua atividade".

o mais atingido de todos, naturalmente, e 0 partido de PlinioSalga.do,cuja liberdade de ac;aoestava assegurada pela Constituic;aoantenor.

.Plinio Salgado retorna ao seu quarto de Sao Paulo, desta vezabatido por urn golpe que se the afigura mortal. Olha para 0 mapada.parede e pro.cura coordenar, de memoria, todas as posic;6escon-qmstadas. Avalia a sua forc;:a.Com muito menos Mussolini mar-~hou ~obre Roma e, afinal de contas, "todos os caminhos levam a

oma ...r Jeique nao pode mais fazer discursos, ele resolve agir subter-d~n~a~eInte,ma?tendo e avivando 0 que intitula de "alma comum"

c;:aontegralista Brasileira.agora~~orr~s10ndencia apreendida pela polieia do Rio Grande etegralista mm as maos, sobre esta pequena rnesinha do museu in-transcrev~/as:a a ser sensaeional, desta epoca em diante. BastaNestor Con~ ~ pequen~ trecho duma longa carta enderec;:ada porAlegre a u euas Rodngues, chefe provincial da AIB em Portod ' m seu co h' d Ri .'ezembro de 1937 mpan elro . 0 ? de JanellO, no dia 7 deEstado Novo: - poucos dlas apos, portanto, ao advento do

hat> ••... Em Urn .era decreto a COzsadevemos ter certeza e esta e de que nao

cor - e nem Ie' htlfoes aquilo zs umanas, que possam extinguir de nossosmas gravar em que com tanto sacrificio e com tanto ardor soube-pregou ao Povo nbos~~~lma: a doutrina que nosso insigne chefe

raszlezro EI ,. d 'I '. a e In estrutzve e vivera em nossos

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coragoes e no coragiio de nossos descendentes ate que chegue 0 d'em que 0 triunfo desta ideia seja um fato concretizado. COntinu~~remos a trabalhar dentro de nossos l~res, nos lares de nossos Qmi-gos, aceitando novos adeptos, encoraJando-os para a redengiio d

l" 0Brasi.A facil expansao do nazismo na Europa constitui 0 grand

estimulo dos "quinta-colunistas" integralistas. eDecididos a nao perder 0 terreno conquistado, os integralistas

nao medem esfon;:os no sentido de propagar 0 seu diabolico ideal,J~an\;am mao de todos os meios. Permutam 0 nome da AIB pelode Associa\;ao Brasileira de Cultura - pois, "sendo 0 integralismouma sociedade cultural, claro esta que, por lei, se encontra ampa-rada e assegurada a sua integridade".

Sociedade cultural! 0 chefe do governo manda extinguir su-mariamente essa sociedade. Entao, sobrevem urn curto periodo deaparente calma integralista. A impressao que se tern e a de quePlinio Salgado jamais ten tara reerguer a AIB. Na verdade, porem,os camisas-verdes, secreta e rapidamente, em suas casas - verda-deiras sedes - estao preparando urn "putsch", para fazerem valercom a for\;a os principios ideologicos do movimento.

E em mar\;o de 1938, a imprensa brasileira retrata, em todaa sua crueza, a sanha fria dos futuros assaltantes da residencia ofi-cial do chefe do governo. Este crime, que ainda esta bem ~vo ~amemoria de todos, recebeu de seus perpetradores a denonuna~aosuavizadora de "levante integralista brasileiro".

Foi pronta e decisiva a rea\;ao dos mantenedores da ordem.Verificando 0 completo fracasso do "putsch", Plinio Salga~o e asdemais cabe\;as do integralismo procuraram covardemente moeen-tar-se, desautorando tardiamente a inclusao de seus nomes comOchefes intelectuais do assalto ao Palacio Guanabara.

CESSARAM AS ATIVIDADES INTEGRALIST AS? - Te,riamcessado as atividades integralistas a partir de mar\;o de 1938, di:nt~da severa vigilancia policial estabelecida sobre os seus m~r rOAEm aparencia sim. Mas, na verdade, 0 conh'ario se yen lea.tor"alma comurn': da AIB a que se refere 0 lider camisa-verde, Nes

, d 1937 e man-Contreiras Rodrigues, em sua carta de dezembro e , d uetida viva, ainda, em todos aqueles que conservam ~ cren\;a el:'ao

, "d dla como SOU"o arremedo nacional do fascismo sera engl 0 urn eberdos problemas nacionais. Muitos integralistas desistiram ao pere, (as

. tr I d 0 os EaselSate que ponto os seus chefes havlam se en e a\;a 0 em. . deleseuropeus e com 0 capitalismo estrangeiro. M:s, a malOnapersiste ainda na ideia firme de "tomar 0 poder .

Neste ponto, convem denunciar a existencia, hoje, do inte-alismo sob uma forma diferente: disfar\;ado em sociedades de

~studos politicos e sociais" que, recentemente, foram fundadasem diversas ~api~s. ~e estados da Uniao, cabendo as autoridadescompetentes ldentif1ca:las pel~ presen\;a subversiva nessas entida-des de a~tigos ~hefe.s mtegrahstas. . ,

Alias, 0 munetismo sempr~ ~Ol.urn metodo recomendado porPlinio Salgado nos momentos d1f1ce1sda AIB. Essa mesma taticase reflete no oportunista manifesto que, sob a prote\;ao do exilioele lan\;ou de Lisbo~, onde se enco~tra, dirigido aos seus compa~nheiros. Nesse mamfesto - que fOl clandestinamente distribuidono Brasil no dia 7 de setembro de 1941 - Plinio concita os inte-gralistas a cerrarem fileiras em torno do atual presidente da Repu-blica, in~inu.ando a~dilos~mente que "os fundamentos ideologicosda doutrina mtegralista sao os meSmos que inspiraram a Constitui-~aode 10 de novembro de 1931".

Esta atitude de Plinio, na realidade, nao passa de simulas:aGritando sua soIidariedade ao governo, ele espera que as aut ~~d d b '1' di' ona es raS1e1ras mmuam sua atens:ao sobre os "espiritos-verdes".S~rvepara resp~sta a esse ~u.tentico. ardil integraIista 0 que medisse,a tal respe1to, 0 Dr. Phmo BrasIl Milano deleO'adoda 0 dP lill S· I Ri ' b r emo ca e OCla no '0 Grande do SuI:

_ --: Pelo menos aqui no suI, "eles" nao se manifestarao jamaisN~~dha truque que fas:a diminuir a nossa vigilancia sobre as sua~atiVl ades. Temos Um controle irrestrito de todos os seus membros.fa Chegat~, a. este ponto da minha vivissecs:ao do integraIismo,m~O como mlO Salgado nos seus velhos tempos: olho para Umpr~~~c~~~ertode bandeirinhas verdes, este apreendido na sedegrandense~a.J\IB, de Porto Alegre, em 193 7, quando a policia rio-

1mclOUSua camp h tii· t Iiartistica t an a an negra sta, e aO'orapreO'adomen e numa d d d b bocorreuma f . " as pare es 0 museu integralista. So merase. como era verde 0 meu Brasil ... "