MARIA EDUARDA OLIVEIRA · MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 10 Meu nome é Amellia Cooper. Eu...
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MARIA EDUARDA OLIVEIRA
TUDO DE MIM
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO
2018
TUDO DE MIM
MARIA EDUARDA OLIVEIRA
Projeto “Nascem Poetas e Escritores”
- 7º Ano -
Coordenação do Projeto: Prof.ª Esp. Ana Maria Brum
Diretora: Prof.ª Maria Luiza Tamiosso Machado Vice-Diretora: Prof.ª Roselaine Lehnhardt Lamberti
Coordenação Pedagógica: Prof.ª Lia Amaral Revisão do Texto: Prof.ª Lisiane Bochi Brittes Diagramação: Prof.ª Luciane Machado Fraga
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO
2018
TUDO DE MIM
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DEDICATÓRIA
Dedico este livro à minha família, principalmente aos
meus pais, que sempre me apoiaram durante a execução
deste trabalho. Também, em especial, a professora Ana
Maria que nos proporcionou este projeto tão enriquecedor
e a minha corretora.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus
Também agradeço às minhas professoras, Ana
Maria e Luciane Fraga, que me ajudaram a escrever este
livro.
A meus familiares, e a você que está lendo.
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PREFÁCIO
Esta é uma obra escrita pela encantadora e meiga
Maria Eduarda Oliveira, uma menina doce e sincera.
A autora enxerga a vida como algo para ser
construído com a família e os amigos sinceros.
Nesta obra, você conhecerá os obstáculos de
Amellia Cooper durante a adolescência, seus
entendimentos com sua amiga Sophia e todas as dúvidas
e enganos que temos durante este período.
Uma obra recheada de valores que nos levam a
pensar sobre nossa postura diante das opções que temos
enquanto amiga e filha, tudo isso recheado de música e
melodia, uma história envolvente e agradável.
Boa leitura!
Lisiane Bochi brittes
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SUMÁRIO
Capítulo 1: Minha simples e grande vida .... 8
Capítulo 2: Eu, as músicas e o meu violão 13
Capítulo 3: Mudança de planos ................ 18
Capítulo 4: Melhoras ................................. 25
Capítulo 5: Menos um ............................... 32
Capítulo 6: Almoço ................................... 37
Capítulo 7: Uma grande oportunidade ...... 40
Capítulo 8: O evento ................................. 46
Capítulo 9: Decepção ............................... 53
Capítulo 10: Desde o começo ................... 64
Autobiografia ............................................ 67
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Eu já sabia que aquele era o meu lugar... Desde
o começo.
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Capítulo 1
Minha simples e grande vida
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“... gostávamos muito de tocar instrumentos como
violão, guitarra, bateria, teclado e baixo. Nós éramos as
únicas meninas que tocavam instrumentos...”
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Meu nome é Amellia Cooper. Eu era daquelas
meninas que não eram populares, porém não era a nerd
da turma. Era uma menina do cabelo ondulado, camisa
solta e calça jeans. Morava em Liverpool, uma cidade
muito conhecida do país, em uma casa com meus pais
Bella e Maicon e com meu irmão mais velho Ethan. Minha
mãe Bella, com quarenta anos, era empresária de uma
empresa de moda muito conhecida, era uma mulher
simpática e humilde. Meu pai, com quarenta e sete anos,
era empresário no ramo de acessórios para games e
coisas desse tipo, um homem de respeito e admiração,
muito brincalhão também. Meu irmão, o Ethan, com
dezoito anos, fazia faculdade e era o popularzinho onde
estudava, e eu uma menina normal, de quinze anos, que
adorava música.
Minha mãe era muito preocupada com a família,
queria só o melhor para nós e meu pai nos ensinava lições
sobre tudo. O Ethan e eu dávamos todo nosso carinho e
amor a eles.
Quando meus pais ficavam estressados, eu já sabia
o motivo, era o nosso vizinho chato que sempre tinha algo
pra reclamar. Às vezes era a nossa luz que ficava acesa
até tarde ou era nosso cachorro que não parava de latir,
o som da bateria que o Ethan tocava era muito alto e
incomodativo, essas coisas de vizinho. Na casa da frente
morava minha melhor amiga, a Sophia, uma menina
simples e muito parecida comigo. Ela tinha os pais
empresários, iguais aos meus, seu irmão era mais velho,
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também. O nome dele era Noah, menino nojento era
aquele. Tinha dezesseis anos e se achava o maioral. Eu
disse menino nojento? Ele é mais que nojento, mas eu
aguentava, porque era o irmão da minha melhor amiga e
eu precisava me acostumar.
Todos os domingos nos reuníamos em um clube
para um almoço entre amigos. Meus pais e os pais da
Sophi sempre na mesa conversando. Ethan e Noah
conversando sobre garotas, enquanto eu e Sophi
fazíamos todas as atividades que tinha disponível no
clube, pracinha, piscina e sala de jogos. Era sempre muito
legal para todos nós.
Minha vida na escola era bem... bem... Como posso
dizer? Muito HORRÍVEL! Eu só tinha a Sophi como
amiga, mas ela tinha outros amigos. Mesmo assim,
quando estava com ela me sentia como se fosse a única
amiga dela. Ela não tirava notas tão boas na escola, já eu
era considerada a nerd da turma. Eu não era muito
inteligente, mas tinha boas notas em todas as matérias.
Considerava ser chamada de “nerd” um elogio um pouco
maldoso. Achava elogio porque eu realmente não era tão
inteligente, mas gostava que pensassem assim, e
maldoso porque depois começavam a rir e cochichar um
no ouvido do outro, mas nunca deixei que isso me
abalasse. Quando a Sophia faltava na escola, pra mim,
era a pior coisa do mundo, pois eu ficava sozinha e todo
mundo me “zuava”.
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Minha mãe sempre quis que eu participasse das
líderes de torcidas e coisas assim, mas eu tinha pavor
dessas líderes de torcida. Parecia que se você não
fizesse parte da "turma" delas, te tratavam como
escravos. Algumas meninas, só para ganhar um pouco da
popularidade delas, literalmente se tornavam escravas.
Faziam tudo o que as líderes pediam. A Sophi e eu não
gostávamos disso, então enquanto elas treinavam e os
garotos ficavam olhando, nós participávamos da aula de
música. Gostávamos muito de tocar instrumentos como
violão, guitarra, bateria, teclado e baixo. Nós éramos as
únicas meninas que tocavam instrumentos, mas como
sempre nos grupo, há uns melhores que os outros, no
nosso era as namoradas dos meninos que tocavam
guitarra. Elas eram mimadas e cheias de frescuras.
Tinha um menino que eu era mais próxima, não
amiga, mas conversava às vezes com ele, não mais que
um "oi, tudo bem?", mas já era alguma coisa. O nome dele
era Adan. Ele tinha a minha idade e uma namorada muito
ciumenta. Ela sentia ciúmes de qualquer menina que ele
conversasse, não sei o motivo, mas ela tinha muita raiva
de mim. Eu tentava não me importar com o que ela
pensava a meu respeito.
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Capítulo 2
Eu, as músicas e o meu violão
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“... eu fazia minhas próprias músicas. Eu não era
muito boa, mas tentava. Em uma música eu contava o que
eu estava sentindo e depois achava rimas. Não eram
músicas de cantores profissionais, mas eram minhas...”
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Eu adorava músicas. Todos os tipos de músicas. As
calmas e as agitadas. Sophi também era apaixonada por
música, um dos motivos que nos tornava cada vez mais
amigas. Quando a Sophia saía para as festas que eu
nunca era convidada, aproveitava e fazia minhas próprias
músicas. Eu não era muito boa, mas tentava. Em uma
música eu contava o que eu estava sentindo e depois
achava rimas. Não eram músicas de cantores
profissionais, mas eram minhas, eu tinha escrito aquilo,
meus sentimentos. Minhas músicas eram como se
fossem meu próprio diário, por isso nunca cantei ou
mostrei para ninguém, nem para a Sophi. Tinha o meu
pequeno quarto no sótão, que eu ficava “tocando” os
meus sentimentos. Uma das música que eu mais gostava
era assim:
"Se minhas fraquezas me levam pra longe
Vou buscar uma solução
Cada dia que eu passo
Os problemas me abalam
Preciso mais do teu perdão
Nanannanananananannana
Quando eu chegar mais perto de ti
O pecado está mais longe de mim
Quando eu te encontrar mais forte serei
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E tudo de mim será teu''
Essa música escrevi quando estava me sentindo
muito sozinha, então escrevi uma música para Deus, pois
eu precisava da ajuda Dele. Por isso, o que eu fazia e
cantava, nunca mostrei para ninguém. Já escrevi outras
canções que eu parecia estar totalmente fora desse
mundo, ser inexistente para todos. Muitas vezes tive a
sensação que ninguém lembrava ou se preocupava
comigo. Era somente eu e os meus sentimentos.
Minha família sempre foi muito preocupada e
envolvida, mas parecia que isso não bastava. Eu
precisava de uma amizade que pudesse confiar. Então
comecei a compor meus pequenos versos, me sentia leve
quando tocava aquilo. Na hora em que eu estava com o
meu violão, parecia que não importava se era notada ou
percebida por alguém, na verdade as outras pessoas não
importavam, só eu e o meu violão.
Eu não aguentava mais ser excluída, minhas
músicas já não estavam nem me suportando. Sentia
como se elas também estivessem me abandonando.
Estava cansada de sempre ser a que não era convidada
para festas. Estava ficando cansada do meu modo de ser,
mesmo sempre tendo gostado de tudo o que fazia e da
minha amizade com Sophia, isso parecia não ser mais
suficiente. Eu precisava de mais pessoas que se
importassem comigo. Naquele momento, minha família e
a Sophi não eram mais meu porto seguro, não era
suficiente. Tudo parecia estar mudando. Quando
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completei dezesseis anos, continuei com os mesmos
sentimentos.
Sophi me dizia que dezesseis era a “idade dos
sonhos”. Não para mim. Tudo parecia igual, e, às vezes,
até pior que antes. Eu lutava para não chorar na escola,
quando não tinha ninguém para conversar. Não era
percebida por ninguém. Eu não conseguia me acostumar
com aquela situação, sentia-me incomodada e tudo me
abalava. Aquela menina que eu estava me tornando era
alguém totalmente diferente da Amellia Copper que as
pessoas conheciam, mas eu não conseguia parar.
Estava muito difícil voltar a ser aquela menina que
não se importava com o que os outros pensavam e que
sabia ver valor em tudo e em todos. Passei vários dias
pensando sobre isso e resolvi que precisava mudar
drasticamente e começar como uma nova Amellia
Cooper. Estava decidida em mudar de vida. Imaginei que
no início seria fácil, mas perdi muitas noites de sono,
cansada de lutar contra aquela situação.
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Capítulo 3
Mudança de planos
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“... - Nunca vi você assim, tipo... querendo usar
roupas da moda e coisas assim. Não que você não seja
descolada, mas sei lá, você está agindo diferente.”
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Tentei fazer músicas para me sentir melhor, mas não
adiantava. Resolvi que era o certo mudar. Comecei bem
devagar. Primeiro com o meu jeito inteligente de falar,
sempre procurava ter razão em tudo. Fui até o meu irmão
e comecei a falar sobre basquete. Eu não entendia nada,
mas tentei prestar o máximo de atenção.
Comecei a falar gírias iguais as que o meu irmão
falava: “mano”, “véi”, “tá ligado”, “tio”, “teu” e essas gírias
que eu nunca entendi o significado. Fui para o segundo
passo: usar lindas roupas e agir igual as líderes de torcida.
Pedi ajuda para a minha amiga Sophi para comprar
roupas no shopping. Ela se vestia bem e sempre estava
bem arrumadinha. Usava coisas que estavam na moda.
Achei que fosse uma ótima ideia chamar Sophi para me
ajudar. Chegamos no shopping e as lojas pareciam um
mundo cheio de “frufrus”. Quando olhei para todas
aquelas coisas, fiquei tão desesperada que Sophi me
olhou e disse:
- Nunca vi você assim, tipo... querendo usar roupas
da moda e coisas assim. Não que você não seja
descolada, mas sei lá, você está agindo diferente.
Eu com toda a raiva que cabia na minha cabeça
respondi:
- Que bom que eu estou mudando!
Ela me olhou, com um olhar duvidoso, mas não falou
nada. Entramos primeiramente na loja de roupas.
Comprei uma blusinha branca e uma calça jeans rasgada,
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um lindo vestido azul e branco, com algumas pérolas e
mais uma calça jeans escura. Saímos da loja de roupas e
fomos a de calçados. Comprei uma linda sapatilha nude
lisa e um tênis branco com preto.
Saindo daquela loja, fomos até a de acessórios. Vi
um óculos lindo e resolvi comprar. Também comprei dois
anéis, um com uma pedrinha vermelha e outro com um
coração pendurado, comprei um colar de coração e uma
pulseira com pequenos detalhes pendurados. Fomos à
loja onde vendiam maquiagem. De todas as coisas que
comprei, as maquiagens eram as que mais me
interessava. Sempre olhava a Sophi se maquiando,
parecia que ela se tornava outra pessoa. Entrei na loja e
fui olhar as cores dos batons. Comprei três cores
diferentes: um gloss, um nude e outro rosa. Também
comprei outras coisas que a Sophi tinha colocado na
minha cesta. Saímos das compras e fomos lanchar.
Sempre fui bem comilona, mas resolvi ir com a Sophi em
uma lanchonete de comidas naturais. Não era muito
saboroso, mas fazia bem para a saúde e principalmente,
ajudava a emagrecer. Eu queria muito emagrecer e ficar
cada vez mais parecida com as líderes de torcidas.
No outro dia, fui à escola com minha blusa branca,
meu jeans rasgado e meu tênis novo. Também usei as
joias que havia comprado e estava bastante maquiada.
Todos os meus colegas de aula me olharam de uma forma
estranha. No começo achei um dia parecido com os
outros dias, mas lembrei que aqueles olhares era porque
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eu estava mais arrumada do que de costume. Foi então
que percebi que estava no caminho certo para a minha
mudança e que precisava continuar fazendo aquilo. Fiquei
surpresa quando cheguei na aula de música e as meninas
que cantavam, Mirela e Célia, olharam e abanaram-me.
Mesmo achando estranho, retribui com outro aceno. Eu já
estava começando a ficar feliz com as mudanças que
estavam acontecendo, com a nova Amellia. Estava
realmente muito animada e empolgada com o que ainda
estava para acontecer.
No dia seguinte, quando fui à escola, era minha
primeira vez usando um vestido e maquiagem durante
todo ano escolar. Estava com medo de ir e meus colegas
não aprovarem o que estava usando. Mas resolvi arriscar.
Meus colegas de sala de aula, primeiramente, olharam-
me com a mesma estranheza do dia anterior, mas foi só
por alguns minutos. Naquele dia, foi a primeira vez que a
Jessyca disse que minha roupa estava linda. Lembro que
quase sofri um infarto. Aquele dia estava sendo muito
especial e importante. A Sophi olhou-me de um jeito
estranho, parecia que ela não estava me reconhecendo.
Olhei para ela perguntando o que tinha acontecido e ela
respondeu:
- Ah...Não sei, você não está parecendo você, onde
está aquela camisa cinza larga que você ama e sua calça
jeans toda rasgada que você não tira?
Fiquei muito brava com a Sophi e respondi:
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- Nossa Sophia! Eu achando que você seria a
pessoa que mais iria me apoiar, mas acho que não foi isso
que aconteceu.
Fiquei tão brava com ela que não queria mais olhar
para o rosto dela. Depois daquele dia, comecei a me
aproximar da Jessyca. Ela me viu sentada na minha
classe, quase chorando por causa do que havia
acontecido entre eu e Sophi e quis me ajudar. Ela me
perguntou o que estava acontecendo e porque estava tão
triste. Não entendo porque contei tudo pra ela. Comecei a
desabafar e dizer que não tinha mais nenhuma amiga. Ela
disse que eu não deveria ligar para o que Sophia estava
dizendo e que tudo estava acontecendo porque Sophi
estava com inveja da pessoa que estava me
transformando. Enquanto ela conversava comigo,
enxugava minhas lágrimas como uma verdadeira amiga.
Concordei com o que ela disse e combinamos de almoçar
juntas. Sentamos na mesma mesa das outras amigas
dela, aquelas que muitas vezes eram feitas de escravas.
Foi muito emocionante sentar na mesma mesa que
elas. Fui recebida muito bem e todos ao nosso redor
ficaram olhando e se perguntando como eu havia
conseguido me juntar na “RODA DAS PODEROSAS". A
cara de espanto da Sophia foi a mais engraçada. Tive
muita vontade de ir correndo falar com ela, pois as
“PODEROSAS” me contaram vários segredos de outras
meninas da escola, segredos que mais ninguém sabia.
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Como queria compartilhar tudo aquilo com a minha
melhor amiga, bom, ex-melhor amiga.
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Capítulo 4
Melhoras
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“... De um dia para o outro, simplesmente minha lista
de contatos aumentou, nunca tinha visto meu telefone
com tantas mensagens.”
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Estava percebendo que tudo parecia melhor com as
mudanças que estava fazendo. Antes disso acontecer, eu
não sabia o que era ser popular. Mas agora estava com
um pressentimento de que iria logo saber. Minhas
mudanças não foram só na escola. Tentei não mudar
completamente em casa, mas não tinha como evitar.
Minha família já tinha percebido a diferença.
Perguntavam-me toda hora como estava minha vida na
escola, minhas amizades, meus estudos e,
principalmente, porque Sophia não estava mais comigo.
Respondi como se estivesse feliz com tudo o que estava
acontecendo, e eu estava feliz, não estava mentindo para
eles.
De um dia para o outro, simplesmente minha lista de
contatos aumentou, nunca tinha visto meu telefone com
tantas mensagens. Meu telefone tinha de plano de fundo
uma foto minha. Não colocava minha foto antes, porque
não me achava bonita o suficiente para colocar no celular
onde outras pessoas poderiam ver. Comecei a receber
vários pedidos de amizade e para me seguir em redes
sociais. Depois vi que tinha muitos seguidores. Não
era o meu plano inicial ser melhor e mais popular que a
Sophia, mas naquele momento eu já estava com mais
seguidores que ela.
Estava indo para a escola tão animada e me
sentindo muito inspirada. Nesse mesmo dia, que estava
tão feliz, vi a Sophia com o Harry. Ninguém me disse nada
que eles estavam juntos e, geralmente, uma fofoca
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dessas teria se espalhado por toda a escola. Na hora só
eu que vi os dois juntos. Claro que não vi nada de mais,
eles só estavam sentados e conversando. Os dois
estavam cuidando e todo tempo olhando para os lados,
parecia que estavam com medo de alguém ver os dois
juntos. Não entendo por que estavam agindo assim, como
se precisassem se esconder.
Então ela me viu e acenou. Estava tentando parecer
tranquila e agir como se ainda fossemos melhores
amigas. Senti muita vontade de ir até ela e perguntar o
que estava acontecendo entre os dois, se estavam juntos
ou se era só amizade. Mas me controlei e lembrei que ela
tinha deixado de me procurar e falar comigo, então eu
também não falaria com ela.
Cheguei no refeitório correndo e fui direto para a
mesa da Jessyca e das meninas. Sentei muito nervosa e
sem saber o que fazer, olhei para a Jessyca e contei tudo
o que eu tinha visto com a Sophia e o Harry, falei até que
eles eram grandes amigos e eu achava que eles
escondiam a relação deles, porque tinham medo de ter
algo sério e estragar tudo entre os dois. Eu falei que vi os
dois só conversando, porém inventei tanta mentira
naquela hora que eu nem lembro, só queria falar dos dois,
não importava se era verdade ou não. A Jessyca tinha um
blog de fofocas que, praticamente, toda a escola
acessava e quando contei a elas, fiz parecer que não
sabia que ela colocaria no blog, mas eu tinha certeza que
ela faria isso.
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Não estava me sentindo culpada, ainda mais que
Sophia e eu não nos falávamos mais. Harry, eu sabia que
não se importaria com essa notícia, pelo menos eu
pensava que uma mentirinha tão pequena assim não faria
mal para ninguém.
Depois da aula fui para casa e fiquei no meu quarto.
Coloquei umas músicas que sempre escuto para pensar
e refletir sobre o que aconteceu durante todo o meu dia.
Foi quando percebi que estava um pouco nervosa pelo
que poderia acontecer. Eu sabia que as pessoas quando
lessem no blog da Jessyca a fofoca sobre Sophia e Harry
pensariam que a notícia era da própria Jessyca, mas
havia mais uma pessoa que sabia a verdade: Sophia.
Comecei a me sentir mal com isso e decidi caminhar
um pouco para relaxar. Quando coloco uma música no
meu celular e encaixo o fone de ouvido, parece que todos
os problemas somem e que não existe mais ninguém ali.
Quando estava voltando, depois da caminhada, passei
em frente da casa da Scarlett, uma das “escravas” da
Jessyca. Scarlett era minha amiga e eu gostava muito
dela. Ela me contou que a Jessyca tinha terminado com o
Adan e disse para as meninas que não poderíamos mais
falar ou olhar para ele. Scarlett me disse que a Jessyca é
sempre assim quando um namorado termina com ela. Em
outra vez, uma das amigas delas, Emily, começou a
conversar com um ex-namorado da Jessyca. Quando a
Jessyca descobriu, escreveu um monte de mentiras sobre
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a menina no blog dela, falando que ela era “talarica” e
contando todos os segredos dela.
Na hora, fiquei assustada e agradeci por Scarlett
contar aquilo pra mim, pois Adan e eu conversávamos às
vezes e agora eu precisava ter cuidado para que isso não
acontecesse.
Depois de toda essa conversa sobre os namorados
da Jessyca, resolvi contar pra ela como eu estava me
sentindo sobre minha amizade com a Sophia. Eu não
estava me sentindo ruim só por ela, mas também por mim.
Não queria carregar esse sentimento de culpa que eu
estava. Eu sabia que Sophia também podia contar algo
sobre mim para alguém e eu não podia ficar brava com
ela, já que era exatamente o que eu estava fazendo.
Quando comecei a conversar com a Scarlett, vi que
ela seria minha nova melhor amiga. Na hora, não sei se
pensei isso e falei em voz alta, mas no mesmo instante
ela olhou pra mim e disse:
- Estou sentindo que você agora é minha melhor
amiga!
Fiquei muito feliz com o que ela falou e senti como
se tudo estivesse ficando melhor. Me senti mais leve e
tranquila, preparada para enfrentar o que estava para
acontecer.
A Scarlett estava sendo uma ótima amiga e me
ajudando a enxergar as coisas com mais clareza. Meus
familiares também estavam percebendo minha mudança
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e estavam mudando também a forma como me tratavam.
Estavam agindo de forma diferente comigo em
determinadas situações. Às vezes, parecia ser uma
mudança boa e outras nem tanto.
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Capítulo 5
Menos um
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“... Sinto falta da velha Amellia Copper. Tchau
Amellia.”
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Fui para a escola. Entrando no portão, vi Harry e
percebi que, pela cara dele, já tinha visto a matéria sobre
ele e a Sophia no blog da Jessyca. Ele veio falar comigo
e pedir que eu conversasse com ela para apagar aquela
notícia. Eu disse pra ele que eu não era pombo correio
para ficar passando mensagens dele para a Jessyca, e
disse mais:
- Na verdade eu só tinha visto vocês conversando,
mas decidi encorpar a história dando uma pitadinha de
mentira. Eu que falei para a Jessyca que vocês estavam
juntos e sobre a amizade que vocês tinham antes.
Na hora ele me olhou com uma cara que parecia não
estar entendendo nada do que estava acontecendo. Ele
me olhou e falou:
- NÃO! Não foi você que fez isso AMELLIA! Você
sabe muito bem o que viu, Sophia e eu só estávamos
conversando porque ainda somos amigos. O que está
acontecendo com você? Primeiro deixa a Sophia de lado,
depois começa a ficar amiguinha das meninas que você
mais odiava e agora está simplesmente afastando seus
únicos amigos de verdade! QUEM É VOCÊ?
Eu estava com muita raiva e respondi:
- Você quer saber o que está acontecendo? Eu estou
mudando! E mudando para melhor! E não fui eu que
deixei a Sophia de lado, ela pediu e mereceu tudo isso
quando simplesmente deixou de falar comigo. E a última
coisa, as “amiguinhas” que eu estou andando aceitam
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minhas mudanças e escolhas, e só agora vi quem são
meus verdadeiros amigos. EU SOU A NOVA AMELLIA
COOPER E TENHO MUITO ORGULHO DE NÃO SER
MAIS A AMELLIA DE ANTES!
Ele me olhou desapontado com minha reação e
disse:
- Sinto falta da velha Amellia Copper. Tchau Amellia.
Eu não era mais daquelas pessoas que se
despedem por último, agora eu era daquelas meninas que
não se arrepende do que faz e que não liga para a opinião
dos outros.
Fui para o intervalo com a Scarlett e contei para ela
o que tinha acontecido. Pedi que ela só me escutasse,
pois eu já sabia da minha decisão. Depois que falei tudo
para ela, agradeci por ela me ouvir e aturar as burradas
que eu faço. Ela me abraçou e cochichou no meu ouvido:
- Vou estar sempre aqui quando precisar.
Agradeci novamente.
Fomos comer e falei tudo para a Jessyca. Não falei
com a intenção de que ela tirasse a fofoca do blog, e sim
para continuar a matéria. Afirmei para ela:
- Jessyca você nem sabe... o Harry veio pedir para
eu falar com você para tirar a matéria dele e da Sophia.
Eu disse que eu não era pombo correio, mas eu já sei
porque ele pediu, acho que estava com medo de chegar
no ouvido de algum diretor ou até da mãe dele.
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Jessyca me olhou e disse:
- Olha só, achei a pessoa que ficará responsável por
“catar” conteúdo para o meu blog. Você virou a rainha da
fofoca!
Eu olhei para ela com um olhar de reprovação sobre
o que ela estava falando. No mesmo instante, lembrei-me
de quando Sophia e eu as chamávamos de
“PODEROSAS”. Agora, oficialmente, eu também havia
me transformado em uma poderosa. A minha atitude
gerou um novo título para mim: RAINHA DA FOFOCA.
Eu vi que tinha perdido um amigo, não éramos tão
próximos, mas me senti triste e, por um momento, pensei
se o que eu estava fazendo era a coisa certa.
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Capítulo 6
Almoço
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“... Fiquei trancada no meu quarto pensando por
que realmente eu teria inventado a minha tontura, acho
que não era só de raiva da Sophia...”
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Como minha família e a família da Sophia sempre
estavam juntas aos domingos para o churrasco no clube,
nós duas ainda não tínhamos contado para eles que não
estávamos mais nos falando. Eles tinham percebido que
não andávamos mais juntas toda hora, mas pensavam
não ser nada sério. Sem contar onde estavam me
levando, meus pais foram até o clube para almoçarmos
com os Patterson, a família da Sophia.
No caminho para o clube, decidi inventar uma
tontura e disse que não queria mais ir almoçar, porque
estava me sentindo muito ruim. Não achei que daria tão
certo, mas deu. Meus pais me levaram para o hospital
mesmo, eu não tendo nada. Depois eles me deixaram em
casa e voltaram para o almoço, pois eles adoravam ficar
com os Patterson. Eu também gostava e me divertia
muito, mas era há um tempo.
Fiquei trancada no meu quarto pensando por que
realmente eu teria inventado a minha tontura, acho que
não era só de raiva da Sophia, e sim porque eu estava
com vergonha pela minha atitude horrível. Comecei a
entender o que minhas atitudes e o meu novo “eu”
estavam gerando. Minhas novas escolhas estavam me
afetando e, também, a minha família. Precisava entender
melhor por que eu estava fazendo aquilo.
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Capítulo 7
Uma grande oportunidade
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“Vi Mirela e Célia me esperando com uma espécie
de carta nas mãos, parecia carta dos anos 60 ou coisa do
tipo. Elas me deram parabéns e me entregaram a carta.
Scarlett me olhou e fez um sinal para eu abrir a carta e foi,
então, que comecei a rasgar o papel.”
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Era dia vinte e oito de setembro, dia do meu
aniversário de 17 anos. Eu estava muito feliz, porque o
número 17 significava novas oportunidades. Também eu
buscava novas rotas, novas amizades, novos obstáculos
para serem superados, queria tudo novo. Mesmo estando
com medo de não conseguir lidar com o que estava por
vir, estava determinada a tentar.
Scarlett tinha preparado uma surpresa para quando
eu chegasse da escola. Vi Mirela e Célia me esperando
com uma espécie de carta nas mãos, parecia carta dos
anos 60 ou coisa do tipo. Elas me deram parabéns e me
entregaram a carta. Scarlett me olhou e fez um sinal para
eu abrir a carta e foi então que comecei a rasgar o papel.
Tratava-se de aulas de música. Reagi normalmente,
achando que fosse para tocar violão e a Mirela e a Célia
cantarem em algum evento.
Quando eu acabei de ler a carta fiquei muito
animada. O professor Steve tinha me convidado para
tocar e cantar minhas músicas no evento da escola. Era
um evento que comemorava o dia 07 de outubro, dia do
compositor. Estava tudo programado para ser uma festa
incrível, com todos os alunos da escola compondo e
cantando as músicas que mais gostavam. Fiquei muito
feliz. Agradeci às meninas e fui falar com a Scarlett. Ela
disse que achava uma ótima oportunidade para todos
conhecerem o talento que eu tinha.
Depois fui falar com o professor Steve. Ele disse que
estava muito feliz por mim e que sabia do talento que eu
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tinha. Cheguei em casa contando para minha família da
novidade. Eles ficaram muito felizes com a notícia, mas
logo perguntaram:
- Mas Amellia... e a Sophi? Ela não irá cantar com
você? Vocês têm composições de músicas que fizeram
juntas, seria bem legal se as duas cantassem nesse
evento.
Eu respondi:
- Eu não sei se a Sophia vai cantar ou não, só sei
que o professor Steve deu essa oportunidade pra mim e
ninguém vai tirar ela de mim!
Ethan foi para o quarto e do segundo andar gritou:
- Não estou mais te reconhecendo Amellia!
Meus pais seguram um na mão do outro e disseram:
- Amellia...você está bem?
Eu não consegui responder. Fui para o meu quarto
correndo, me tranquei e vi que escorreu uma lágrima do
meu olho. A lágrima escorreu até o rascunho que estava
no chão, rascunho da música que eu e a Sophia tínhamos
feito juntas. A letra da música dizia que nunca
abandonaríamos uma a outra e que estaríamos sempre
perto quando uma precisasse. Era uma letra que falava
que nossa amizade jamais seria destruída. Comecei a
chorar muito, lembrando o dia que escrevemos aquela
música. Eu estava hospitalizada, porque tinha quebrado
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MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 44
minha perna jogando basquete. Durante uma visita da
Sophia, começamos a compor aquela música.
A letra também falava que sempre apoiaríamos a
outra em suas decisões, mas a decisão que eu tomei de
mudar, de me tornar uma nova Amellia ela não esteve ao
meu lado. Então enxuguei as minhas lágrimas e comecei
a trabalhar no que eu iria escrever para o evento de
compositores.
Depois de horas, não sabia o que escrever, eu não
conseguia mais escrever músicas com antes. Então,
resolvi pegar uma composição antiga mesmo, que tinha
feito há um tempo atrás.
Era uma música que falava sobre as fases da vida,
pensei ser uma ótima música para apresentar. Era uma
música que retratava o exato momento que estava
passando, e que todos os alunos poderiam se encontrar
na letra daquela canção, pois todos passam por
mudanças.
Eu estava com muitas coisas acontecendo comigo e
precisava aprender a enfrentar todas elas. A ideia de me
apresentar estava causando um grande nervosismo em
mim, pois em minha cabeça havia um turbilhão de
pensamentos e sentimentos que estava aprendendo a
lidar.
Já tinha se passado sete dias depois do convite para
cantar no evento da escola. Faltava só dois dias para a
apresentação e eu ainda estava muito nervosa. Era a
TUDO DE MIM
MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 45
primeira vez que iria expor minhas próprias composições
para outras pessoas, ainda mais para meus colegas de
escola. No começo, não pensei que me sentiria tão
insegura, já que estava me sentindo muito forte como a
nova Amellia Copper. Cada minuto que passava, minha
ansiedade aumentava. Eu precisava me concentrar para
arrasar no dia da apresentação.
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Capítulo 8
O evento
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“Todo compositor precisa de amizades verdadeiras,
do contrário como poderia ter belas inspirações para criar
belas músicas... Você não concorda comigo?”
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Chegou o dia do evento. Meu estômago estava
embrulhado, minhas mãos trêmulas e meu coração
disparado. Quando cheguei já estava tudo arrumado, tudo
em perfeitas condições, desde a decoração até o grave
do som, estava tudo perfeito. Nada poderia atrapalhar ou
dar errado naquela noite que prometia ser incrível.
Alguns minutos depois, Scarlett chegou. Ela era a
organizadora da festa. Eu deveria ter chegado um pouco
mais cedo também para ajudá-la a organizar, mas mesmo
assim quando ela me viu começou a falar palavra de
incentivo, palavras que me deixaram muito feliz e
confiante. Ela estava me ajudando a ficar mais segura
para a minha apresentação.
Para a apresentação usei uma calça jeans e uma
blusa azul. Levei o meu violão que ganhei do meu pai
quando tinha onze anos. O vilão já estava velho, mas eu
queria que minha primeira apresentação fosse com ele.
Eu sabia que isso deixaria meu pai ainda mais feliz.
Quando os alunos e os meus amigos começaram a
chegar, eu comecei a ficar nervosa novamente. Não
parava nunca de chegar pessoas naquele lugar. Mais
uma vez, vieram pensamentos negativos em minha
mente. E se arrebentasse a corda do violão? E se eu
ficasse “travada” na hora de cantar? Seria horrível, todos
falariam de mim.
Para todos que, também, iriam se apresentar a
escola organizou um camarim. Tudo estava muito bonito.
Na porta eles colocaram uma placa com o nome de cada
TUDO DE MIM
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cantor e dentro do camarim, além de maquiagem, eles
preparam um lanche muito especial. Também havia uma
arara com diversas roupas para escolhermos para a
apresentação, mas eu resolvi ficar com a que estava, pois
ela retratava muito bem a minha mudança.
Quando o evento começou, o professor Steve falou
em um palco onde aconteceriam as apresentações. Ele
começou a fazer um grande discurso. Dei uma espiada
atrás das cortinas para ver o número de pessoas que
havia naquela festa. Estava lotado! Pais, primos, avós,
tios e padrinhos de muitos alunos, todos reunidos para
prestigiarem os cantores.
Dois minutos antes de começar as apresentações,
uma das organizadoras da festa veio me dizer que o tema
principal do evento era a amizade. Ela me disse:
- Todo compositor precisa de amizades verdadeiras,
do contrário como poderia ter belas inspirações para criar
belas músicas... Você não concorda comigo?
Eu não respondi nada, pois a música que eu tinha
escolhido falava sobre as fases da vida e não tinha nada
parecido com amizade.
Quando chegou a hora da minha apresentação, não
sabia o que fazer. Comecei a ler novamente minha
composição e percebi que caiu uma folha de papel que
estava grudada. Era a letra da música que escrevi junto
com a Sophia. Pensei em apresentar aquela canção, mas
não sabia o que poderia acontecer quando ela visse a
TUDO DE MIM
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nossa música sendo apresentada por mim no palco da
escola.
Quando o professor Steve fez a última chamada
para eu subir no palco para a apresentação, eu não tinha
mais tempo para pensar. Tinha que escolher o que era
melhor pra mim.
Subi no palco e vi a Sophia sentada na cadeira.
Minha primeira fala foi:
- Dedico essa música para uma amiga muito
especial, que sempre me ajudou nos momentos difíceis e
que me apoia em tudo! Scarlett essa é para você!
Scarlett me olhou e emocionada sorriu. Então,
comecei a cantar. Percebi quando Sophia saiu correndo
do salão. Fiquei assustada e, por isso, até diminuí por
alguns segundos o tom de voz que eu estava cantando.
Tentei me concentrar novamente e voltei a cantar da
forma correta. Enquanto cantava, fechei meus olhos e
lembrei dos momentos que Sophia e eu passamos juntas.
Senti como se nossa amizade que era tão importante
tivesse morrido. Fiquei muito emocionada durante a
apresentação. Minha vontade era de abandonar aquele
palco e ir correndo atrás da Sophi.
Depois da apresentação, Scarlett veio me agradecer
pela música e dizer que tinha ficado muito feliz, mas que
eu não precisava ter feito aquilo em público. Eu não
esperava aquele tipo de reação dela, mas não liguei e
continuei abraçando ela.
TUDO DE MIM
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Quando cheguei em casa fui ver as fotos que a
Sophia e eu tínhamos tirado há um tempo atrás. Eram tão
bonitas! Estávamos em um campo tocando violão.
Lembro que aquele dia foi muito especial para nós. As
fotos trouxeram recordações muito valiosas e, por isso,
não pude conter a emoção. Enquanto minhas lágrimas
caiam sobre aquelas fotografias, decidi mandar uma
mensagem para Sophi do meu celular. Procurei o número
dela, mas lembrei que havia excluído em um dos
momentos que sentia raiva dela. Procurei o contato dela
nas redes sociais, mas ela havia me bloqueado.
Nesse mesmo instante, arrependi-me de estar
sentindo saudades dela. Como ela podia ter me
bloqueado? Eu já não significava mais nada pra ela? Que
raiva! Eu aqui fazendo papel de palhaça sofrendo por
alguém que não quer mais minha amizade.
Liguei para a Scarlett e perguntei se eu podia ir até
a casa dela para conversar. Ela disse que sim, então fui
correndo para contar que tinha descoberto que a Sophia
tinha me bloqueado. Quando cheguei lá, ela estava com
outra menina que eu ainda não conhecia. Achei um pouco
estranho, pois ela nunca falou sobre aquela menina, muito
menos que outras amigas visitavam ela. Fiquei calma e
cumprimentei-a como se aquilo fosse algo normal.
Para minha surpresa, Scarlett disse com um tom de
voz bastante alto:
- Melhor você ir embora, Amellia! Não quero você
aqui!
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Olhei pra ela sem entender nada. Saí correndo da
casa dela naquele mesmo instante. Eu não estava
entendendo, porque ela tinha me expulsado daquela
maneira, se no telefone ela conversou normalmente
comigo.
Fiquei durante horas sentada na janela do meu
quarto tentando entender porque Scarlett tinha me tratado
daquela maneira. Mandei várias mensagens para ela
perguntando o que estava acontecendo, mas ela não
respondeu nenhuma. Foi aí que vi Sophia descendo de
um carro e entrando na sua casa. Olhei no relógio e vi que
era 2h da manhã. Aquilo era muito estranho. Sophi nunca
gostou de ficar até tarde em festas. Tentei não pensar
naquilo, na verdade, não queria mais pensar na Sophia.
Às 3h da manhã, Scarlett me respondeu com uma
mensagem assim:
Oii, eu sei que fui grossa com você hoje mais cedo.
Aquela menina que estava aqui é minha prima e
estávamos resolvendo um problema familiar. Eu estava
bastante estressada e não queria você ali naquela hora.
Me desculpa. Bjos.
Continuei achando aquela história muito estranha.
Fui procurar nos amigos da Scarlett a menina que ela
disse que era sua prima, mas não encontrei. Ela podia já
ter excluído a menina, por isso tentei não duvidar do que
Scarlett falou.
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Capítulo 9
Decepção
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“Ah! meu amor, me poupe, você acha que eu sou
amiga dessa coisa? Pra mim ela não passa de uma
estranha aqui na escola! Que pergunta sem sentido,
nunca seria amiga de alguém como ela!”
TUDO DE MIM
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No dia seguinte, quando acordei e desci para tomar
café, meus pais estavam me esperando com uma cara
nada agradável. Perguntei o que estava acontecendo e
eles me mostraram a foto do evento. Com uma voz muito
brava, minha mãe disse:
- Não acredito que você fez isso, Amellia Copper!
Você não é uma menina que faz algo desse tipo! Onde
está a Amellia de antes?
Eu respondi:
- Ainda não entendi por que vocês estão falando isso
pra mim!
Então com a cabeça baixa meu pai disse:
- Nós sabemos que a música que você cantou
homenageando a Scarlett era sua e da Sophia. Não
acredito que você fez isso, Amellia!
Respondi com a voz ainda mais alta do que a deles:
- Vocês não entendem! Eu odeio a Sophia e odeio
vocês também!
Muito decepcionados falaram:
- Vá para seu quarto agora mesmo, Amellia! Você
acha que é única pessoa certa aqui, mas está bem
enganada.
Respirei fundo e subi as escadas. Fiquei trancada no
meu quarto e comecei a chorar. Minhas lágrimas
escorriam, enquanto eu jogava no chão tudo que estava
TUDO DE MIM
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na minha frente. Quando eu joguei minha caixa de
músicas, caiu em minhas mãos a música que eu tinha
feito quando me sentia sozinha e rejeitada por todos.
Se minhas fraquezas me levam pra longe
Vou buscar uma solução
Cada dia que eu passo
Os problemas me abalam
Preciso mais do teu perdão
Nananna Nananananannana
Quando eu chegar mais perto de ti
O pecado estará mais longe de mim
Quando eu te encontrar mais forte serei
E tudo de mim será teu
Decidi pegar meu violão e lembrar como era a
melodia da música. Comecei tocar e as palavras vinham
em minha boca sem precisar olhar para o papel, e as
notas vinham na minha memória sem eu precisar olhar
para a cifra.
Fechei os olhos e mergulhei naquela música como
se tudo que estava na minha volta não existisse, só a
música e eu, como eu fazia antigamente.
TUDO DE MIM
MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 57
Depois de tocar e cantar me senti mais aliviada,
como se um peso muito grande tivesse saído das minhas
costas. Mas, infelizmente, não fiquei sentindo esse alívio
por muito tempo.
No dia seguinte, fui para a escola. Decidi usar as
roupas que era acostumada a usar antigamente, minha
velha calça jeans e minha camiseta larga. Quando passei
pela porta de entrada da escola, vi que as poderosas me
olharam de uma maneira diferente, mas não deixaram de
conversar normalmente comigo.
Porém, a Scarlett não estava falando comigo.
Aproximei-me para perguntar o que estava acontecendo
e vi que junto dela estava a menina que ela disse ser sua
prima. Quanto mais chegava perto, percebia que me
olhavam e davam risada. Até que cheguei bem perto e
perguntei:
- Oi, qual o seu nome?
Ela respondeu de forma bem debochada:
- Oi, estranha... Meu nome é Catherine, sou a melhor
amiga da Scarlett e namorada do Noah. E você quem é?
Eu fiquei um pouco encabulada pela maneira como
ela falou comigo, mas respondi:
- Meu nome é Amellia. Ahh... Quer dizer que você é
a melhor amiga da Scarlett e namorada do Noah
Patterson?
TUDO DE MIM
MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 58
Ela, ainda com cara de deboche, respondeu-me com
um tom de voz muito irritante:
- Sim! Sou a melhor e a única amiga da Scarlett e
também namorada do Patterson! Entendeu?
Eu olhei para a Scarlett que estava com a cabeça
baixa e não tinha coragem de olhar na minha cara e
respondi:
- Que legal Catherine! Adorei te conhecer, estranha!
- Pena que não posso dizer o mesmo! – Respondeu.
Saí dali muito chateada com a Scarlett, que em
nenhum momento interrompeu aquela conversa para
explicar o que estava acontecendo. Eu precisava de
explicações, já que ela sempre dizia que eu era a melhor
amiga dela. Fiquei muito triste com tudo aquilo. E o Noah?
Namorando com aquela menina metida e arrogante.
Coitado! Nós não éramos muito amigos, mas não queria
ver ele com uma menina que se comportava daquela
maneira. Eu sabia que Noah, apesar de muito chato, era
um menino sensível e que sofria quando uma menina
tratava ele mal.
Na hora do intervalo fui procurar a Scarlett e
perguntar sobre a Catherine, mas as duas estavam
sentadas juntas e, também, tinha mais uns meninos
sentados na mesma mesa que elas. Não me importava,
aquela situação estava estranha demais e eu precisava
entender. Quando coloquei minha bandeja na mesa
delas, Catherine empurrou para o chão e disse:
TUDO DE MIM
MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 59
- Ahh, desculpa... Mas que eu saiba você não é
amiga de ninguém daqui e estranhas não sentam com
“PODEROSOS”, não é mesmo Scarlett?
Scarlett olhou durante alguns segundos pra mim,
baixou a cabeça e concordou com o que Catherine tinha
dito. Mas Catherine perguntou para Scarlett:
- Ops, mas só se essa menina for sua amiga
Scarlett, ela é?
Scarlett olhou para a Catherine e disse:
- Ah, meu amor, me poupe, você acha que eu sou
amiga dessa coisa? Pra mim ela não passa de uma
estranha aqui na escola! Que pergunta sem sentido,
nunca seria amiga de alguém como ela!
Ela me olhou de uma maneira que nunca tinha visto,
nem mesmo antes de ser popular na escola alguém havia
me olhado com tanto desprezo como Scarlett me olhou
naquela hora. Saí chorando desesperada com aquela
humilhação e quando olhei para trás vi todos que estavam
na mesa rindo de mim.
Cheguei em casa e me tranquei no meu quarto. Ele
sempre foi o lugar que me sentia protegida das pessoas
que me faziam mal. Peguei meu telefone e coloquei uma
música, coloquei o volume bem alto para que ninguém
pudesse me ouvir chorar.
Não sabia onde estava a Jessyca. Tentei ligar, mas
ela recusou minha chamada. Recebi uma notificação de
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MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 60
atualização do blog dela. Acessei e vi que tinha uma
matéria que contava todos os meus segredos que eu só
tinha contado para a Scarlett. Não podia ser inventado
pela Jessyca porque os detalhes eram bem específicos,
tudo como contei e confiei para Scarlett. A notícia já tinha
recebido mais de 1000 acessos. Fiquei desesperada e
comecei a chorar mais ainda.
Tentei ligar desesperadamente para a Jessyca, mas
ela recusava todas as minhas chamadas. Não conseguia
deixar de olhar o que ela havia postado. Alguns minutos
depois, ela fez mais uma atualização. Postou uma foto
dela, da Scarlett e da Catherine juntas e a legenda dizia:
“PODEROSAS JUNTAS NOVAMENTE”.
Juntas novamente? Como assim? Agora que sabia
o nome da Catherine, pesquisei mais sobre ela. Não
acreditei no que descobri: Catherine era a menina que
Scarlett contou que Jessyca humilhou por ter conversado
com um antigo namorado dela. Nada parecia fazer
sentido. Como as coisas podiam mudar tão rapidamente
assim. Será que nunca mais conseguiria ter uma amizade
verdadeira?
Fui para o canto da janela onde eu sempre fico
quando estou triste e fiquei olhando para a casa da
Sophia. Às 23h vi um menino deixando a Sophia em casa.
Era o mesmo carro que tinha visto outro dia. Quando ela
desceu daquele carro, ele começou a gritar com ela e ela
também gritava com ele. O menino bateu a porta do carro
com força e saiu rapidamente dali. Sophia sentou no
TUDO DE MIM
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quintal e começou a chorar. Depois de alguns minutos
que eu estava observando, ela entrou em casa. Mais uma
vez senti vontade de ir conversar com ela e saber se
precisava de ajuda ou só de um ombro amigo para chorar.
Pensei que, assim como eu, ela deveria estar se sentindo
muito triste e sozinha.
Criei coragem e fui até lá. Bati na porta e vi que já
passava da meia noite, mas fiquei esperando alguém
atender. Noah atendeu a porta e assustado falou:
- Oi, o que você quer?
Com minha voz tremendo respondi:
- Eu quero falar com a Sophia, ela está?
Ele confuso perguntou:
- Você quer falar com a Sophia? É isso mesmo?
Com a cabeça baixa respondi:
- Sim, quero!
Ele não olhou mais no meu rosto e foi em direção da
sala de estar:
- Ela está lá em cima no quarto, mas não é mais o
que você conhecia. Agora é no terceiro andar, no final do
corredor, na última porta a esquerda.
Sem falar nada subi correndo as escadas em
direção ao quarto dela. Parei na frente da porta e ouvi ela
chorando. Bati na porta e ela gritou:
TUDO DE MIM
MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 62
- Mas, que droga! Eu já disse que eu não estou com
fome Noah, e não, não quero conversar!
Decidi abrir a porta devagarinho e quando ela viu
que era eu me olhou com uma cara de espanto e disse:
- Amellia? O que você está fazendo aqui?
Eu chorando respondi:
- Sophia, me desculpe por tudo o que fiz. Acabei de
passar por uma situação horrível, mas que me fez
perceber o quanto sinto sua falta. Sei que fui infantil e que
te desprezei quando você era a única que queria o meu
bem. Perdão pelas coisas horríveis que falei sobre você.
Eu me arrependo muito das coisas que fiz. Tudo precisou
dar errado para eu perceber o quanto a sua amizade é
valiosa pra mim. Você me perdoa?
Ela com os olhos cheios de lágrimas e respirando
fundo me respondeu:
- Amellia, pode acreditar, eu estava sentindo muito
mais a sua falta do que você a minha. Claro que eu te
perdoo, mas eu também quero te pedir perdão por não ter
apoiado você nas suas escolhas, nunca deveria ter virado
as costas para você. Me perdoa!
Nos olhamos e ficamos assim por um tempo, não
conseguíamos conter a emoção. Nos abraçamos muito
forte. Era como se aquela saudade que sentíamos
estivesse indo embora quanto mais forte nos
abraçávamos.
TUDO DE MIM
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Sentei do lado dela e perguntei o que estava
acontecendo com aquele garoto que tinha deixado ela em
casa, por que os dois estavam discutindo daquela
maneira. Ela me explicou que aquele era o Jacob, um
amigo dela. Conforme a amizade foi aumentando, ele
começou a se apaixonar por Sophi, mas ela gostava só
como um grande amigo que era. Irritado com ela,
começou a gritar e dizer que aquele ele não queria ser só
amigo dela. Por isso, ela também ficou irritada e os dois
terminaram a amizade.
Mas ela disse que agora ela não estava mais triste
por isso, que o que importava era sermos amigas
novamente. Conversamos sobre a matéria que a Jessyca
tinha publicado. Ela ficava me aconselhando e dizendo
que agora eu não precisava passar mais por tudo aquilo
sozinha e que ela jamais me deixaria outra vez. Enquanto
ela falava, eu agradecia a Deus pela amizade dela e por
ter colocado ela novamente na minha vida.
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Capítulo 10
Desde o começo
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“A música resolveu meus problemas e vi que onde
eu estava era o lugar certo.”
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Depois que nossas famílias souberam que Sophia e
eu estávamos amigas novamente, fizeram um jantar para
comemorar. Noah e Ethan estavam junto comigo e com a
Sophia tocando Cajon e violão. Cantamos a música que
nós duas tínhamos criado que falava sobre amizade.
Pedimos para todos sentarem e ficarem em silêncio,
preparamo-nos e, no centro da sala, começamos a cantar.
Tudo estava muito divertido, enquanto Sophi cantava, os
outros sorriam alegres e felizes por estarmos todos juntos
novamente. Percebi naquele momento o que realmente
me fazia feliz. Não era uma vida buscando ser popular ou
aceita nas “rodinhas” da escola, mas amizades
verdadeiras, que me aceitavam da maneira que eu era,
com meus erros e acertos.
Era inevitável a presença da música na minha vida.
Ela esteve sempre comigo, nas horas tristes e felizes, me
ajudando a compreender e superar minhas dúvidas e
anseios. A música resolveu meus problemas e vi que
onde eu estava era o lugar certo.
Não podia perder a oportunidade de dizer para todos
que estavam ali, que a partir daquele dia, eu daria tudo de
mim para manter nossos laços sempre firmes.
Eu já sabia que aquele era o meu lugar... Desde o
começo.
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AUTOBIOGRAFIA
Meu nome é Maria Eduarda Santana de Oliveira.
Tenho 13 anos e estudo no 7º ano da Escola da Uri. A
música está presente na minha vida desde cedo. Minha
paixão é tocar violão e cantar. A música foi o que me
inspirou a escrever esse livro.
TUDO DE MIM
MARIA EDUARDA OLIVEIRA Escola da URI 68
Autobiografia
Meu nome é Maria Eduarda Santana de Oliveira.
Tenho 13 anos e estudo no 7º ano da Escola da Uri. A
música está presente na minha vida desde cedo. Minha
paixão é tocar violão e cantar. A música foi o que me
inspirou a escrever esse livro.