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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Camila Baratieri COMO A ATIVIDADE FislCA E UTILIZADA NO TRATAMENTO DE PESSOAS PORTADORAS DE DEPRESSAO Curitiba 2006

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Camila Baratieri

COMO A ATIVIDADE FislCA E UTILIZADA NO TRATAMENTO

DE PESSOAS PORTADORAS DE DEPRESSAO

Curitiba

2006

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Camila Baratieri

COMO A ATIVIDADE FislCA E UTILIZADA NO TRATAMENTO

DE PESSOAS PORTADORAS DE DEPRESsAo

Trabalho de Conclusao de Curso de Educa~aoFisica da Faculdade de Cie!nciasBiol6gicas e daSaude da Universidade Tuiuti do Parana nadisciplina de TOCC - Trabalho Orientado deConciusao de Curso:

Orientadora: Professora Mestre Beatriz LilianDorigo.

Curitiba

2006

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TERMO DE APROVACAO

COMO A ATIVIDADE FislCA E UTILIZADA NO TRATAMENTO DE PESSOAS

PORTADORAS DE DEPRESSAO

ELABORADO POR:

Camila Baratieri

COMO RESGISTRO PARA OBTEN<;:Ao DE LlCENCIADO EM EDUCA<;:Ao

FisICA, APROFUNDAMENTO EM RECREA<;:Ao E LAZER

___ /2006

COMissAo EXAMINADORA

1J1 Prof. Mestre Ney de Lucca Mecking

~

Prof. Doutor trno Krug - Cadeira de TOCC

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SUMARIO

1 INTRODUC;AO . 07

1.1 JUSTIFICATIVA 07

1.2 OBJETIVOS .. 09

1.2.1 Objetivo Geral 09

1.2.2 Objetivo Especificos 09

1.3 PROBLEMA...... 10

2 REVISAO DE LlERATURA 11

2.1 0 QUE Eo DEPRESSAO? 11

2.2 TIPOS DE DEPRESsAo 15

2.2.1 Depressao Maior . 15

2.2.2 Depressao Cr6nica (Distimia) 16

2.2.3 Depressao Atipica 17

2.2.4 DistUrbio Afetivo Sazonal (DAS) 17

2.2 5 Tensao Pre-menstrual.. 17

2.2.6 Pesar .... . 17

2.3 SINTOMAS DA DEPRESsAo 18

2.3.1 Sintomas afetivos 18

2.3.2 Sintomas motivacionais 18

2.3.3 Sintomas Cognitivos 19

2.4 TRATAMENTO DA DEPRESsAo 19

2.4.1 Medicamentos 20

2.4.2 Psicoterapia 20

2.4.3 Terapia Eletroconvulsiva 21

2.5 A ATIVIDADE FISICA COMO TRATAMENTO DA DEPRESSAO 21

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2.5.1 Atividade fisica e ansiedade 23

2.5.2 Atividade fisica e depressao 24

3 METODOLOGIA 26

3.1 TIPO DE PESQUISA .

3.2 POPULA<;:Ao E AMOSTRA

26

26

263.2.1 Popula~ao .

3.2.2 Amostra 26

3.3 INSTRUMENTO . 27

3.4 COLETA E ANALISE DE DADOS 27

3.5 L1MITA<;:OES 27

4 APRESENTAC;AO E DISCUssAo DE RESULTADOS 28

5 CONCLUsAo 36

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 39

APENDICES 41

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LISTA DE GRAFICOS

Grafico 1 - Analise do Local .

Gratico 2 - Profissionais atuantes

Gratico 3 - Atividades aplicadas .. 30

2929

Gratico 4 - Aceitac;ao da Atividade Fisica pelos internos 31

Grafico 5 - Ha melhora da patologia com a atividade fisica . 32

Gratico 6 - 0 comportamento rna is notado apos 0 inicio das

atividades 33

Gratico 7 - Quanto tempo os internos praticam atividade fisica 33

Gratico 8 - Comparativo entre clinica e hospital .. 34

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RESUMO

COMO A ATIVIDADE FISICA E UTILIZADA NO TRATAMENTO DE

PESSOAS PORTADORAS DE DEPRESsAo

Autor Camila BaratieriOrientadora Prof. Mestre Beatriz Lilian Dorigo

Curso de Educac;ao FisicaUniversidade Tuiuti do Parana

o objetivo desse trabalho foi verificar como a atividade fisica vem sendo utilizadano periodo de tratamento em pessoas portadoras de depressao e quais sao asmudanc;as observadas pelos profissionais atuantes. A pesquisa se caracterizoudo tipo descritiva. Para esse estudo foi utilizada uma amostra de doisprofissionais que utilizam a atividade fisica durante 0 tratamento nos locais. Foidesenvolvido um questionario com sete perguntas com possibilidade decompletar as respostas, se necessario. 0 questionario foi validado por tresprofessores para identificar alguma falha ou complementac;ao nas perguntas.Este, foi aplicado aos profissionais atuantes em uma clinica e em um hospital. Osresultados observados na pesquisa foram de que em 100% dos locais saoprofissionais de Educac;ao Fisica que executam as atividades onde sao elasginastica, atividades ludicas, esportes, danc;as e outros. Elas sao bem aceitas,em 50% das respostas e a outra porcentagem realiza atividades, mas comalgumas restric;oes. 100% dos profissionais observam que os pacientesrealizando algum exercicio fisico melhoram os sintomas da patologia, mudam osseus comportamentos e por isso a atividade fisica e mantida durante todo 0tratamento em 50% das respostas. A contribuic;ao dessa pesquisa e dar ummaior enfase a essa area nao muito conhecida pelos profissionais de Educac;aoFisica e tambem a valorizac;ao desses locais que utilizam essa area comoinstrumento na fase de tratamento para a patologia depressao.

Palavras-chave: atividade fisica, depressao, tratamento, beneficios.

[email protected]

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1 INTRODU<;Ao

COMO A ATIVIDADE FislCA E UTILIZADA NO TRATAMENTO DE

PESSOAS PORTADORAS DE DEPRESsAo

1.1 JUSTIFICATIVADOTEMA

Urn humor deprimido e perda de interesse ou prazer sao os sintomas

basicos da depressao. Os pacientes podem dizer que se sentem tristes, sem

esperan9as, una fossa" ou inuteis. Para 0 paciente, 0 humor deprimido, com

frequencia, tern uma qualidade distinta que 0 diferencia da em09ao normal de

tristeza ou perda (KAPLAN, SADOCK eGRESS, 1997).

Cerca de dois ter90s dos pacientes deprimidos pensa em se matar e 10 a

15% cometem 0 suicidio. Os pacientes deprimidos, parecem nao estar

conscientes de sua depressao e nao se queixam de uma perturba9ao do humor,

embora exibam retraimento da familia, amigos e atividades que anteriormente

Ihes interessavam. Estes pacientes ainda se queixam da diminui9ao da energia

que resulta em dificuldade para terminar tarefas; motiva9ao diminuida para

assumir novos projetos; dificuldades para dormir; multiplos despertares durante a

noite; diminui9ao de apetite e perda de peso, outros tern aumento do apetite,

ganho de peso e maior sono (KAPLAN, SADOCK eGRESS, 1997).

A ansiedade e urn sintoma comum da depressao, as variadas mudan9as no

consumo alimentar e repouso podem agravar doen9as medicas coexistentes,

como diabete, hipertensao, doenc;:apulmonar obstrutiva cronica e cardiopatia.

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Como sintomas vegetativos aparecem anormalidades menstruais e

diminui<;:ao do interesse e desempenho sexual. A ansiedade, 0 abuso de alcool,

queixa somaticas, frequentemente complicam 0 tratamento de depressao. Os

sintomas sao mais graves na parte da manha e atenuando-se a noite, influindo

principalmente na concentrac;:ao e com comprometimento do pensamento.

Ao longo da vida, uma em cada 20 pessoas e acometida por epis6dio

depressivo. Esta patologia relaciona-se a deficiemcia de duas substancias

quimicas, neurotransmissoras (serotonina e noradrenalina) produzidos pelos

neuronios. E comum observar-se, em casos de depressao, a diminuic;:ao dos

seus niveis, na fenda sinaptica (SHARKEY, 1999).

A depressao caracteriza-se como um transtorno psiquiatrico, ou um

comum disturbio mental, que apresenta grande morbidade nas sociedades

industrializadas, de tal maneira, que 9 a 20% da populac;:ao geral apresentam

algum sintoma depressivo. A depressao, compromete a qualidade de vida, pode

trazer complicac;:6es cardiacas e aumentar 0 tempo de interna<;:ao e a

mortalidade ap6s 0 Infarto Agudo do Miocardio (NETO, et ai, 2003).

A existemcia e subtipos de depressao vem sendo foco de interesse tanto

na clinica como na pesquisa 0 diagn6stico de transtornos afetivos.

Ha pouco tempo eram consideradas como principais meios para 0

tratamento da depressao a farmacoterapia, psicoterapia e eletroconvulsoterapia.

Recentemente novas formas de tratamento vem sendo estudadas. ° exercicio

fisico esta entre as mais novas descobertas para 0 tratamento da depressao

(D'ANDREA,2003).

Algumas hip6teses tem sido formuladas para explicar 0 efeito do exercicio

fisico para a saude mental varlando de ~imples estrategias comportamentais a

complexas teorias biomecanicas. Estudos tem demonstrado que um simples

programa de exercicio fisico pode substancialmente melhorar os niveis de

depressao, e enfatizam que a inatividade fisica e um fator de risco para doenc;:as

cronico-degenerativa, incluindo as de ordem mental (MORENO, 1999).

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o exercicio fisico, como parte do tratamento serve como estrategia de

convivencia eficaz, combatendo 0 estresse e ocupando a mente permitindo

ainda substituic;:ao de maus habitos por bons habitos, da fixac;:ao negativa por

fixac;:aopositiva, e fornecendo os beneficios de outras abordagens associ adas amelhoria na saude e na aptidao. Em um estudo sugere que caminhar e correr

conversando com as pessoas depressivas e mais eficiente do que a conversa

nas sess6es dentro dos consult6rios medicos, explicando que a caminhada

caracteriza tem uma aproximac;:ao nao frontal entre paciente e terapeuta. As

pessoas podem durante a caminhada, olhar para um cenario e 0 individuo pode

ter a caminhada como experiencia de vida. Outro fator positivo neste tipo de

atividade e as pessoas tem mais facilidade para falar quando nao precisa

visualizar diretamente 0 outro (SHARKEY, 1999).

1.20BJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar como a atividade fisica e utilizada no tratamento da depressao.

1.2.2 Objetivos Especificos

Reconhecer 0 perfil do profissional que esta atuando com atividade

fisica nos locais de tratamento.

- Conhecer 0 que significa a patologia depressao e, quais sao os seus

principais sintomas.

- Verificar quais sao as atividades aplicadas em auxilio ao tratamento.

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- Analisar a melhora da patologia e a mudanya de comportamento

durante a recuperayao quando fazem atividade fisica.

- Verificar se existe aceitayao ou nao da atividade fisica durante 0

tratamento.

- Comparar se existe diferenya entre a clinica e 0 hospital, na maneira

em que a atividade fisica e aplicada pelos profissionais.

1.3 PROBLEMA

Como a atividade fisica e aplicada no tratamento de pessoas portadoras

de depressao?

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2 REVISAo DE LlTERATURA

1.2 0 QUE E A DEPRESSAO?

A depressao e uma doen<;:a"do organismo como um todo", que compromete

o fisico, 0 humor e, em consequencia, 0 pensamento. A Depressao altera a

maneira como a pessoa ve 0 mundo e sente a realidade, entende as coisas,

manifesta emo<;:oes,sente a disposi<;:aoe 0 prazer com a vida. Ela afeta a forma

como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em rela<;:aoa si pr6prio e

como pensa sobre as coisas (JORGE, 2000).

A Depressao e, portanto, uma doen<;:a afetiva ou do humor, nao e

simplesmente estar na "fossa" ou com "baixo astral" passageiro. Tambem nao e

sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condi<;:aoque possa

ser superada apenas pela for<;:ade vontade ou com esfor<;:o.

Segundo Jorge (2000), as pessoas com doen<;:adepressiva (estima-se que

17% das pessoas adultas sofram de uma doen<;:adepressiva em algum periodo

da vida) nao podem, simplesmente, melhorar por conta pr6pria e atraves dos

pensamentos positivos, conhecendo pessoas novas, viajando, passeando ou

tirando ferias. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou

anos. 0 tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas

que sofrem de depressao.

A Depressao, de um modo geral, resulta numa inibi<;:aoglobal da pessoa,

afeta a parte psiquica, as fun<;:oes mais nobres da mente humana, como a

mem6ria, 0 raciocinio, a criatividade, a vontade, 0 amor e 0 sexo, e tambem a

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parte flsica. Enfim, tudo parece ser dificil, problematico e cansativo para 0

deprimido (KAPLAN; SAOOCK eGRESS, 1997).

A pessoa deprimida nao tem animo para os prazeres e para quase nada

na vida, de pouco adiantam os conselhos para que passeiem, para que

encontrem pessoas diferentes, para que frequentem grupos religiosos ou

pratiquem atividades ex6ticas.

Os sentimentos depressivos vem do interior da pessoa e nao de fora dela

e e por isso que as coisas do mundo, as quais normalmente sao agradaveis para

quem nao esta deprimido, parecem aborrecedoras e sem sentido para 0

deprimido.

A Oepressao e medicamente mais entendida como um mau funcionamento

cerebral do que uma ma vontade psiquica ou uma cegueira mental para as

coisas boas que a vida pode oferecer. A pessoa deprimida sabe e tem

consciencia das coisas boas de sua vida, sabe que tudo poderia ser bem pior,

pode ate saber que os motivos para seu estado sentimental nao sao tao

importantes assim, entretanto, apesar de saber isso tudo e de nao desejar estar

dessa forma, continua muito deprimido (JORGE, 2000).

Segundo Jorge (2000), 0 quadro da Oepressao e 0 mais variavel possivel,

de acordo com a personalidade da pessoa deprimida. Oa mesma forma, como

cada um de n6s reage diferente aos sentimentos, cada um tera uma maneira

pessoal de manifestar sua Oepressao. Ha pessoas que ficam caladas diante das

suas preocupa~6es, outras choram, outras contam suas dificuldades para todo

mundo, outras sentem dor de estomago, alguns tem aumento da pressao

arterial, enfim, cada um reagira diferentemente diante de suas emo~6es.

Podemos fazer uma compara~ao didatica entre a depressao e a alergia. A

alergia e uma tipo de resposta de nosso organismo a alguma coisa capaz de

irrita-Io. Embora varias pessoas possam ser alergicas, cada qual manifestara sua

alergia de maneira particular e sera alergica a diferentes elementos; algumas

terao rinite, outras asma, outras ainda urticaria ou simples coceiras e assim por

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diante. 0 fenomeno em pauta e um so: a alergia. Entretanto, cada organismo

tem sua propria maneira propria de manifesta-Ia.

Portanto, aquela velha mania das pessoas ficarem comparando entre si 0

que sentem nao e suficiente para que se de 0 diagnostico de Depressao. Para

alguns acontece da Depressao se manifestar atraves da Sindrome do Panico,

por exemplo, sem tristeza, sem desanimo e sem choro, enquanto, para outros

ela se apresenta sob a forma Tipica, com tristeza, choro e apatia. Outros ainda,

podem apresentar sintomas fisicos e assim por diante. Crian9as deprimidas, em

geral, costumam ir mal na escola, ficam rebeldes, irritadas e nao se mostram

tristes. Embora em todos os casos haja depressao, nao se pode comparar

sintomas.

o popular Esgotamento pode ser tambem uma outra forma da Depressao.

Sentir-se esgotado e sentir-se sem disposi9ao para a vida. Nao para a vida em

seu sentido biologico de continuar vivendo, mas a vida em seu sentido cotidiano;

falta disposi9ao para continuar, dia apos dia, a enfrentar os mesmos problemas

corriqueiros, falta disposi9ao para enfrentar a monotonia e a constancia da vida,

para continuar a fazer as mesmas coisas, para suportar as mesmas pessoas,

etc. Esgotamos, por assim dizer, nossa energia e nossa capacidade de

adapta9ao ao trivial, ao feijao-com-arroz de nossa vida cheia de problemas

Portanto, as doen9as depressivas se manifestam de diversas maneiras, da

mesma forma que outras doen9as, como, por exemplo, as do cora9ao (KAPLAN;

SADOCK eGRESS, 1997).

o que se constata na ciinica e que nao existe um estado de esgotamento

sem que haja tambem um estado afetivo diminuido. Esse estado afetivo pode ser

a causa ou a conseqOencia do esgotamento, ou seja; ou a pessoa teve um

episodio depressivo e acabou por entrar em esgotamento ou, ao contrario,

come90u por apresentar um esgotamento que acabou resultando num estado

depressivo.

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Na Depressao Tipica falta energia para tolerar conviver com nosso

proximo, falta tolerancia para aceitar 0 jeito de ser dos outros, falta animo para

resolver problemas da vida, falta otimismo para acreditar que as coisas estao

bem.

Hoje, mais do que nunca, ha uma tendemcia (cientifica) em aceitar 0 fato

da Depressao, seja por esgotamento ou sem motivos aparentes, ser

consequemcia nao apenas das experiencias de vida atuais ou do passado, como

se pensava antes mas, principalmente, causada por uma determinada altera9ao

organica-cerebral (fisica). Como dissemos antes, podemos dividir a Depressao

em dois tipos basicos: a Depressao Tipica, com todos os sintomas emocionais

percebidos e sentidos pelas pessoas de maneira franca, ou seja, com um quadro

predominantemente emocional de indisposi9ao, inseguran9a, angustia, tristeza,

apatia, desanimo, etc. e a Depressao Atipica, ou seja, com sintomas que nao

sugerem (a primeira vista) tratar-se de uma Depressao, mas que equivalem a ela

em sua essencia.

Portanto, baseando-se nas informa90es de Jorge (2000) e Kaplan; Sadock

e Grebb (1997), as doen9as depressivas se manifestam de diversas maneiras,

da mesma forma que outras doen9as, como, por exemplo, as do cora9ao.

Respondendo a pergunta inicial sobre 0 que e a Depressao? Pode-se dizer: a

Depressao e um Transtorno Afetivo (ou do Humor), caracterizada por uma

altera9ao psiquica e organica global, com consequentes altera90es na maneira

de valorizar a realidade e a vida.

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1.3 TIPOS DE DEPRESsAo

Segundo Kaplan; Sadock e Grebb (1997), a depressao e muitas vezes

classificada como distimia quando os sintomas permanecem por periodos muito

longos de tempo (pelo menos seis meses) de forma "Ieve", enquanto que nas

ocorrencias graves da depressao os sintomas atingem propon;:6es

incontrolaveis, impossibilitando as atividades normais do individuo e obrigando a

internac;:aodevido ao alto risco de suicidio.

Do ponto de vista didatico, a Depressao pode ser dividida em 6 tipos

principais:

2.2.1 Depressao Maior

Segundo Kaplan; Sadock e Grebb (1997), os pacientes com este tipo de

depressao apresentam pelo menos 5 dos sintomas listados a seguir, por um

periodo nao inferior a duas semanas:

1. Desanimo na maioria dos dias e na maior parte do dia (em

adolescentes e crianc;:asha um predominio da irritabilidade);

2. Falta de prazer nas atividades diarias;

3. Perda do apetite e/ou diminuic;:ao do peso;

4. Disturbios do sono - desde ins6nia ate sono excessivo - quase todos

os dias;

5. Sensac;:aode agitac;:aoou languidez intensa;

6. Fadiga constante;

7. Sentimento de culpa constante;

8. Dificuldade de concentrac;:ao;

9. Ideias recorrentes de suicidio ou morte.

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Ah~m dos criterios acima, devem ser observados outros pontos

importantes: os sintomas citados anteriormente nao devem estar associ ados a

epis6dios maniacos (como na doenc;:a bipolar); devem comprometer atividades

importantes (como 0 tratabalho ou os relacionamentos pessoais); nao devem ser

causados por drogas, alcool ou qualquer outra substancia; e devem ser

diferenciados de sentimentos comuns de tristeza. Geralmente, os epis6dios de

depressao duram cerca de vinte semanas.

Os sintomas da depressao nas crianc;:as podem ser diferentes daqueles

dos adultos, incluindo tristeza persistente, incapacidade de se divertir com suas

atividades favoritas, irritabilidade acentuada, queixas frequentes de problemas

como dores de cabec;:a e c61icas abdomina is, mau desempenho escolar,

desanimo, concentrac;:ao ruim ou alterac;:oes nos padroes de sono e de

alimentac;:ao (JORGE, 2000).

2.2.2 Oepressao Cronica (Oistimia)

Segundo Kaplan; Sadock e Grebb (1997), a depressao cronica leve, ou

Distimia, caracteriza-se por varios sintomas tambem presentes na Depressao

Maior, mas eles sao menos intensos e duram muito mais tempo - pelo menos 2

anos. Os sintomas sao descritos como uma "Ieve tristeza" que se estende na

maioria das atividades. Em geral, nao se observa disturbios no apetite ou no

desejo sexual, mania, agitac;:ao ou comportamento sedentario. Pensamentos

suicidas nao sao comuns. Talvez devido a durac;:ao dos sintomas, os pacientes

com depressao cr6nica nao apresentam grandes alterac;:oes no humor ou nas

atividades diarias, apesar de se sentirem mais desanimados e desesperanc;:osos,

e serem mais pessimistas. Os pacientes cronicos podem sofrer epis6dios de

Depressao Maior (estes casos sao conhecidos como depressao dupla).

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2.2.3 Oepressao Atfpica

As pessoas com esta variedade geralmente comem demais, dormem

muito, sentem-se muito enfadadas e apresentam um sentimento forte de rejeiyao

(JORGE, 2000).

2.2.4 Oisturbio Afetivo Sazonal (OAS)

Este disturbio caracteriza-se por episodios anuais de depressao durante 0

outono ou 0 inverno, que podem desaparecer na primavera ou no verao -

quando entao tendem a apresentar uma fase maniaca. Outros sintomas incluem

fadiga, tendelncia a comer muito doce e dormir demais no inverno, mas uma

minoria come menos do que 0 costume e sofre de insonia (JORGE, 2000).

2.2.5 Tensao Pre-menstrual (TPM)

Ha depressao acentuada, irritabilidade e tensao antes da menstruayao.

Afeta entre 3% e 8% das mulheres em idade fertil. 0 diagnostico baseia-se na

presenya de pelo menos 5 dos sintomas descritos no topico Depressao Maior na

maioria dos ciclos menstruais, havendo uma piora dos sintomas cerca de uma

semana antes da chegada do fluxo menstrual, melhorando logo apos a

passagem da menstruayao (JORGE, 2000).

2.2.6 Pesar

Segundo Kaplan; Sadock e Grebb (1997), 0 sintoma de pesar e da

depressao possuem muito em comum. Na verdade, pode ser dificil diferencia-

los. 0 Pesar, contudo, e considerado uma reposta emocional saudavel e

importante quando se lid<;tcom perdas. Normalmente e limitado. Nas pessoas

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sem outros distUrbios emocionais, 0 sentimento de afli9ao dura entre tres e seis

meses. A pessoa passa por uma sucessao de em090es que incluem choque e

negayao, solidao, desespero, aliena9ao social e raiva. 0 periodo de recupera9ao

consome outros 3-6 meses. Ap6s esse tempo, se 0 sentimento de pesar ainda e

muito intenso, ele pode afetar a saude da pessoa ou predispo-Ia ao

desenvolvimento de uma depressao propriamente dita.

1.4 SINTOMAS DA DEPRESsAo

2.3.1 Sintomas Afetivos

Segundo Beck, et al (1997), os sintomas afetivos vindos da depressao sao:

- Tristeza: em periodos oscilantes de melancolia, tristeza ou infelicidade;

- Raiva induzida: experimentar raiva pode neutralizar os sentimentos de

tristeza, desde que se tome cuidado pode-se induzir a raiva;

- Distra9ao: e particularmente efetiva para aliviar a tristeza;

- Crises de choro: mais frequente em mulheres;

- Vergonha: aspecto indesejavel da personalidade ou comportamento;

- Ansiedade: quando surgem problemas alem da depressao.

2.3.2 Sintomas Motivacionais

Segundo Beck, et al (1997), os sintomas motivacionais advindos da

depressao sao:

- Perda de motiva9ao positiva e aumento de desejos de evita9ao: 0

paciente sabe que tem que fazer, mas nao tem 0 desejo ou estimulo

para colocar em pratica, achando-se incapaz;

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- Aumento de dependelncia: forte impulso de buscar a ajuda de outros

para executar atividades cotidianas.

2.3.3 Sintomas Cognitivos

Segundo Beck, et al (1997), os sintomas cognitivos advindos da depressao

sao:

- Indecisao: 0 paciente acredita que seu emprego, familia ou outras

situac;:6esexternas sao a causa da depressao;

- Vi sao dos problemas como avassaladores: visao negativa do mundo

externo, de si proprio e do futuro;

- Autocritica: 0 paciente busca explicac;:6es para seus problemas;

- Pensamento absolutista (tudo ou nada): pessoas deprimidas tendem a

ver consequencias negativas como irreversiveis;

Dificuldades de concentrac;:ao e memoria: 0 paciente e inca paz de

recordar informac;:6es porque nao esta concentrado.

2.4 TRATAMENTO DA DEPRESsAo

A maioria das pessoas que possui um quadro clinico depressivo, nao

conhece ou nao procura ajuda medica especializada apesar da grande

possibilidade de tratamento efetivo. 0 tratamento geralmente envolve uma

medicac;:ao antidepressora receitada por pelo menos alguns meses e algumas

vezes acompanhada de psicoterapia. Sabe-se tambem que, praticar exercicios

regularmente e participar de atividades esportivas e sociais pode ajudar 0

paciente a superar os sintomas da depressao (JORGE, 2000).

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20

A depressao e uma doen9a altamente tratavel. Embora para se ter

sucesso e imprescindfvel que 0 paciente procure um profissional experiente

neste tipo de doen9a. Um que saiba que tipo e mais adequado para cada tipo de

depressao.

o primeiro passo, portanto sera uma avalia9ao do historico medico e

psiquiatrico do paciente. Um exame cnnico pode tambem fazer parte dessa

avalia9ao, a fim de determinar se 0 paciente foi diagnosticado por algum

problema que tenha levado a um quadro depressiv~.

2.4.1 Medicamentos

Se seu medico Ihe prescreve medicamentos para depressao, alguns

fatores podem contribuir para que obtenha sucesso: seu peso, saude,

metabolismo e outras caracterfsticas. Os medicamentos podem levar de 3-6

semanas para realmente fazerem efeito e devem ser tomados em dosagem

adequada dentro do perfodo designado. Por isso, e tao importante que 0

tratamento seja feito por um especialista. Se por algum motiv~, a medica9ao nao

funcionar, seu medico podera prescrever uma outra combina9ao de

medicamentos para descobrir 0 que funciona melhor com voce.

2.4.2 Psicoterapia

Em alguns casos, a psicoterapia sozinha pode reverter a depressao. Ela

envolve sessoes de conversa9ao com um profissional especializado, que podera

ajudar 0 paciente a se auto-conhecer para fazer mudan9as positivas em seus

proprios sentimentos, comportamentos e vida pessoal.

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21

Estudos mostram que em alguns casos, a psicoterapia teve tanto sucesso

quanto os medicamentos no alivio de sintomas, apesar dos resultados levarem

mais tempo para acontecerem.

Geralmente, psiquiatras prescrevem uma combina9ao de sess6es de

psicoterapia com medicamentos para conseguir melhores e mais rapidos

resultados.

2.4.3 Terapia Eletroconvulsiva

Esta terapia utiliza a eletricidade para atingir 0 mesmo transmissor

quimico do cerebro afetado pelos medicamentos. Porem, 0 uso do ECT, tem

diminuido ao longo dos anos, mas ainda e utilizado com pacientes que nao

podem tomar medicamentos devido a outros problemas de saude ou com

pacientes que nao tiveram boa resposta dos medicamentos.

De acordo com a Associa9ao Americana de Psiquiatras, e uma forma de

salvar vidas quando outros medicamentos e terapias falharam ou em casos

extremos de pacientes suicidas.

2.5 AATIVIDADE FfslCA COMO TRATAMENTO DA DEPRESsAo

o problema da saude mental tem apresentado um severo agravamento na

sociedade atual. Uma investiga9ao realizada pelo Instituto Nacional de Saude

Mental Americano, com uma amostra de 17.000 pessoas de cinco comunidades,

indicou que durante seis meses, 20% da popula9ao adulta sofreu de alguma

forma de transtorno mental e M uma estimativa que 29% a 38% dos americanos

adultos podem esperar algum problema psiquiatrico significativo durante suas

vidas (BECK, et ai, 1997).

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22

Uma grande parte dos transtornos e de sintomas relacionados ao estresse

como a ansiedade e a depressao. Para tratar estes transtornos sao

tradicionalmente usados a psicoterapia e medicac;:ao. A psicoterapia envolve

longo tratamento e os psicotr6picos quase sempre apresentam efeitos

colaterais. Sem falar no alto custo de um tratamento pSicoterapico ou

medicamentoso. Dessa forma, para enfrentar os transtornos referidos, tem sido

examinados outros meios alternativos. Uma tecnica nao tradicional e 0 exercicio

fisico e 0 esporte (D'ANDREA, 2003).

Algumas hip6teses tem sido formuladas para explicar 0 efeito da

reabilitac;:ao fisica (atividade fisica) para a saude mental variando de simples

estrategias comportamentais e complexas teorias biomecEmicas. Varios estudos

mostram que um simples programa de exercicio fisico pode substancialmente

melhorar os niveis de depressao, pOis a inatividade fisica e um fator de risco

para doenc;:as cronico-degenerativa, incluindo as de ordem mental (SHARKEY,

1999).

A atividade fisica oferecida na reabilitac;:ao serve como estrategia de

convivencia eficaz, uma distrac;:ao ao estresse da vida, ocupa a mente

permitindo a substituic;:ao de maus habitos por bons habitos, fixac;:aonegativa por

fixac;:ao positiva e fornece os beneficios de outras abordagens associ ados a

melhoria na saude e aptidao. Exemplo disso, e um estudo realizado para tentar

mostrar que caminhar e correr conversando com as pessoas depressivas e mais

eficiente do que a conversa nas sess6es dentro dos consult6rios medicas,

porque a caminhada tem uma aproximac;:ao nao frontal (entre paciente e

terapeuta), podendo olhar adiante para um cenario, alem do paciente poder ter

uma experiencia de vida um tanto melhor do que simplesmente observar uma

cadeira, este fato se explica possivelmente pOis as pessoas tem mais facilidade

para falar nao precisarem visualizar diretamente 0 outro (SAMULSKI, 2002).

o valor da atividade fisica para a prevenc;:ao e tratamento da ansiedade e

da depressao, segundo Weinberg e Gould (2001), era reconhecido pelos

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23

medicos desde 0 tempo de Hip6crates. 0 interesse dos medicos no uso do

exercicio para a saude mental declinou no meio deste seculo, quando a

psicofarmacologia e a neurobiologia desenvolveram drogras eficazes para 0

combate a depressao e os psic610gos e psiquiatras adotaram a psicoterapia

para ajudar 0 ser humane nos seus transtornos emocionais. Com a enfase do

papel da conduta na prevenyao e no combate da doenya, houve um retorno da

atenyao sobre a influencia do exercicio na etiologia e no tratamento dos

problemas emocionais (WEINBERG e GOULD, 2001).

Atualmente, ha uma literatura significativa que registra a eficiencia do

exercicio e do esporte para a melhora de diversos fatores da emocionalidade do

ser humane e tem sido usado 0 termo Psicoterapia atraves do Movimento

(SAMULSKI, 2002).

2.5.1 Atividade Ffsica e Ansiedade

o exercicio e 0 esporte promovem uma reduyao significativa da ansiedade

de estado e suas medidas fisiol6gicas correlacionadas. Uma sessao de

exercicios aer6bicos, por exemplo, e suficiente para a reduyao da ansiedade de

individuos ansiosos (SAMULSKI, 2002). Para produzir um efeito tranqOilizante 0

exercicio deve ser ritmico, como a caminhada, a corrida, 0 saltar sobre

obstaculos, 0 andar de bicicleta, mantendo uma durayao desde 5 a 30 minutos,

numa intensidade de 30% a 60% da intensidade maxima permitida para 0 sujeito

(WEINBERG e GOULD, 2001).

Alguns programas de exercicio nao reduzem a ansiedade pois nao

respeitam um minimo de tempo necessario. A reayao de ansiedade e algo

individual e desejar que 0 exercicio e 0 esporte alterem este padrao rapidamente

e algo irreal. E necessario um tempo de pratica entre 4 a 20 semanas. Mesmo

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24

assim, para transtornos de panico e agorafobia os resultados tem sido

controvertidos (WEINBERG e GOULD, 2001).

2.5.2 Atividade Fisica e Depressao

o exercicio e 0 esporte tem sido apontados, ja h8 algum tempo como uma

medida psicoprofilatica (SAMULSKI, 2002). Numa 6tica inversa, alguns

investigadores concluiram que a falta de exercicio e um fator importante para 0

aparecimento de sintomas de depressao. A possibilidade de redur;:ao dos

sintomas de ansiedade e depressao pelo exercicio, contribuiu para que varios

pSicoterapeutas comparassem 0 exercicio com diversos tipos de psicoterapia

tradicionais, verificando-se que tanto 0 exercicio aer6bico como 0 anaer6bico

tem apresentado um valor similar a qualquer forma de psicoterapia tradicional.

A atividade fisica pode ser uma alternativa de tratamento ou um auxiliar

num tratamento com formas tradicionais de psicoterapia nas formas unipolares

de depressao leve ou moderada. Ha duvidas se diferentes intensidades de

exercicio e esporte apresentam beneficios emocionais diferentes a seus

praticantes. De acordo com Weinberg e Gould (2001), 0 exercicio deve ser

rigoroso para ser associ ado com um beneficio emocional. De outr~ lado, Leon e

colegas (1987), citados por Samulski (2002), verificaram que 0 exercicio

moderado oferece ao ser humane um beneficio emocional igual ao exercicio

vigoroso. Por outr~ lado, os exercicios de alta intensidade, nao reduziram a

depressao e determinaram aumento da tensao, raiva, fadiga e disturbios de

humor.

Segundo Samulski (2002), 0 processo de exercicio, seja de curta ou longa

durar;:ao, causa bem-estar mental e melhora psicol6gica. A atividade fisica ecausadora de uma melhora na auto-estima que causa beneficios na hipertensao,

osteoPllrose, crises de diabete, e varios transtornos psiquiatricos. E uma forma

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efetiva como outras formas de psicoterapia para a paciente depressivo. Os

beneficios individuais do exercicio incluem: a) reduc;:aoda ansiedade de estado;

b) reduc;:aode niveis baixos e moderados de depressao; c) reduc;:aode niveis de

estresse; d) reduc;:ao de niveis de neuroticismo; e) auxiliar no tratamento da

depressao severa; f) beneficia psicol6gicamente a ambos as sexos e todas as

idades.

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26

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Esse trabalho se caracteriza como sendo pesquisa descritiva do tipo

questionario e entrevista. Segundo Thomas e Nelson (2002), pesquisa que

mostra a necessidade de se obter respostas de pessoas. Ocasionalmente

solicita opiniao ou conhecimento. Havendo tambem uma compara<;ao entre os

locais

3.2 POPULACAO EAMOSTRA

3.2.1 Populac;ao

A popula<;ao deste trabalho foi de profissionais de clinica e hospital

especializadas em tratamento da depressao responsaveis pela atividade fisica

no local.

3.2.2 Amostra

A amostra do trabalho foi de dois profissionais que em uma clinica e um

hospital utilizam a atividade fisica como auxilio no tratamento a depressao. A

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27

escolha dos sexos dos entrevistados nao e intencional pelo fato da dificuldade

em profissionais atuantes nessa area.

3.3 INSTRUMENTO

Como instrumento foi utilizado um questionario com 07 quest6es fechadas,

com possibilidade de complemento as respostas caso seja necessario. Sendo

este validado por tres professores mestres do curso de graduayao de Educayao

Fisica da Universidade Tuiuti do Parana. Conforme a necessidade para 0

aprofundamento da pesquisa, foi realizado ainda uma entrevista,

complementando as respostas do estudo e anexado ao apendice.

3.4 COLETA E ANALISE DOS DADOS

A coleta dos dados e a analise da pesquisa foi feita com a visita em uma

clinica e um hospital de tratamento para a patologia depressao que utilizam a

atividade fisica como auxilio ao tratamento.

A aplicayao da pesquisa foi feita com profissionais que realizam a

atividade fisica nesses locais. Foi entregue os questionarios as professores e

esperado a resposta.

3.5 LlMITA<;OES

A limitayao contida no decorrer dos estudos foi na amostra, pois 0 numero

de profissionais atuantes nessa area e muito pequeno e tambem 0 acesso deles

e dos locais procurados.

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28

4 APRESENTA<;AO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS

Os resultados foram analisados de forma interpretativa.

Ah§m do questionario foi realizada uma entrevista complementar para

verificar 0 perfil desses profissionais e mais algumas informayoes sobre a

atividade fisica nos locais.

o profissional A entrevistado possui 40 anos, formado em Educayao Fisica

em 1991 na Instituiyao Pontificia Universidade Cat61ica do Parana (PUC - PRJ,

possuiu especializayao em Metodologia em Educayao, trabalhando ja a 15 anos

nessa area (em clinicas de tratamento). 0 profissional 8 entrevistado tem 31

anos, formado em 2005 no curso de Educayao Fisica na Uniandrade, nao possui

especializayao e trabalha a dois anos do hospital que realiza tratamento a essa

patologia. No local de trabalho de um profissional as atividades sao realizadas

tres vezes por semana com 50 minutos de durayao, reaJizada em grande grupo,

com 40 pacientes, devido aos horarios de disponibilidade do tratamento. As

atividades ja estao programadas sendo elas basicamente com a ideia de

Ginastica Laboral adaptando-se a condiyao fisica, emocional e social dos

pacientes. Os grupos nao sao divididos devido ao tipo de depressao que

apresentam para a atividade fisica, mas 0 professor sabe das recomendayoes e

precauyoes de cada um.

Em outro local a atividade e desenvolvida em tres vezes por semana com

50 minutos. Os grupos para a reaJizayao sao de porte pequeno e medio. Existe

um planejamento das atividades de acordo com 0 estado psicol6gico do grupo e

ou dos pacientes. Os grupos sao divididos pelos diferentes tipos da patologia.

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Gratico 1 - Analise do Local.

GrMico 1

No grafico 1, foi analisado dois lugares onde os profissionais atuam. Estes

sao os locais onde existe tratamento a pessoas portadoras de depressao. Muitas

vezes, nao sendo voluntariamente a procura deles, mas em muitos casos se faz

necessario, pois 0 nivel da doenc;:ae tao elevado que 0 tratamento em casa ou

visita semanal ao psic610go ja nao e 0 bastante.

Nesses locais 0 tratamento e multidisciplinar, com profissionais na area da

saude, como medicos pSiquiatras, pSic6logos, enfermeiros, educadores fisicos,

todos com 0 objetivo claro e trabalhando sempre em beneficio do paciente.

Grafico 2 - Profissionais Atuantes.

29

100%90%80%70%60%50%

40%30%20%10%

v~ Iv/ J/: I

~i

-'~ iV .I

~ ~ ~ ~ ~,~ ,

Grafico 2

0%Educar Fisico Terapeuta Enfermeiro Psicologo

OcupacionalMedico Outro

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30

No grafico 2, observa-se que 100% dos profissionais que estao atuando

nesses locais de tratamento, aplicando a atividade fisica, sao Educadores

Fisicos. Isso e muito importante para a valorizac;:ao do profissional e ampliac;:ao

no seu campo de trabalho. Com desenvolvido serio e integrado a outros

profissionais como Psiquiatras, Psic610gos e Enfermeiros, traz somente

beneficios ao paciente na sua fase de tratamento. Esse resultado ainda significa

a importancia desse profissional, realizando 0 oferecimento do seu estudo

complexo para 0 envolvimento com pessoas portadoras de uma doenc;:a

psicol6gica (0 que nao e muito comum como area de trabalho).

Gratico 3 - Atividades Aplicadas.

100% v:r== - c:= rC='90% V~ -80% V: -70% V: -60% V: -50% V: -- [I 1]40% V -30% V: -20%./_ - f---I -10% ~ I~..c::::::::'"0%

Ginastica Atividades Lutas Esportes Danc;:a OutrosLudicas

Grafico 3

No gratico 3, demonstra-se que muitas atividades sao praticadas em

clinicas e hospitais durante 0 tratamento. Com 100% delas para ginastica,

atividades ludicas e danc;:ae 50% para esportes e outras como: biodanc;:a, yoga e

ginastica natural.

Segundo Cooper (1982), 0 exercicio fisico, em particular 0 chamado

aer6bico, realizado com intensidade moderada e longa durac;:aopropicia alivio do

estresse ou tensao, devido a um aumento da taxa de um conjunto de hormonios

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demoninados endorfinas que agem sobre 0 sistema nervoso, reduzindo 0

impacto estressor do ambiente e com isso pode prevenir ou reduzir transtornos

depressiv~s, 0 que e comprovado por varios estudos.

Grafieo 4 - Aeeitac;taoda Atividade Fisiea pelos Internos.

No grafico 4, e visto que 50% dos profissionais entrevistados mostram que

a atividade fisica durante 0 tratamento e bem ace ita tanto na clinica quanto no

hospital, pois em rela<;:aoao tratamento medicamentoso, a vantagem e de nao

apresentar efeitos colaterais indesejaveis, um maior comprometimento ativo por

parte do paciente que pode resultar na melhoria da auto-estima e auto-confian<;:a.

E outros 50% mostram que ela e realizada, mas com restri<;:6es. Pois a co-

morbidade e preocupante porque um paciente cllnico depressivo ajuda menos no

tratamento, tem pior controle de sua doen<;:ade base, pior qualidade de vida,

menor prejuizo funcional e maior mortalidade. Entao a atividade fisica e

realizada, mas controladamente, ate a adapta<;:aodo paciente ao tratamento.

5%O%~~==~~~~==~~~~==~~~====~Bern aceita Com e Emposta Nao e aceita

Restric;;oes

Grilfico 4

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Gratico 5 - Ha melhora da Patologia com a atividade fisica.

Sim Nao

1QO,*,

90%

80%70°A,

60%500k40%

30~b

20"'-10%

0%

~

~~

~~I

/-~ ~ ,;7\

Griltico 5

No gratico 5, 100% dos profissionais entrevistados observam que ha

melhora dos pacientes com a realizac;:ao da atividade f1sica. Existe um maior

comprometimento ativo por parte do paciente que pode resultar na melhora da

auto-estima e autoconfianc;:a. Estudos cientificos revelam que a atividade f1sica

propicia 0 desencadeamento de uma maior quantidade de seratonina e

dopamina, propiciando uma sensac;:ao de bem estar, auxiliando

consideravelmente 0 quadro depressivo.

A atividade fisica, sobretudo quando praticada em grupo, eleva a auto-

estima, contribui para a implementac;:ao das relac;:6es psicossociais e para 0

reequilibrio emocional e minimiza 0 sofrimento psiquico causado pelo quadro

depressivo. A capacidade de atenc;:ao concentrada, mem6ria de curto prazo e

desempenho dos processos executivos (planejamento de ac;:6es sequenciais

logicamente estruturadas e capacidade de autocorrec;:ao das ac;:6es) constituem

func;:6es cognitivas imprescindiveis na vida cotidiana e que sao estimuladas

durante a pratica de exercicios bem planejados.

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Gratico 6 - 0 comportamento mais notado ap6s 0 inicio das atividades.

100%00%80%70%80%50%40%30%20%10%0%

o grafico 6 demonstra que 100% dos entrevistados observa em seus

pacientes mais disposi<;::ao,mais anima<;::ao,melhora do sono e da alimenta<;::ao,

aumento da auto-estima e 50% verificam tambem melhora no relacionamento

entre os internos. "Admite-se que a pratica regular da atividade fisica e uma das

medidas mais eficaz para a preven<;::aoda saude e da qualidade de vida das

pessoas". (Nabil Chorayeb, Turibios Barros 1999).

Mais MaisAnimado Melhorado Aumentoda Nemuma ~utroDisposi,ao sonhoe da auto·estima diferen,a

Alimenta,iio

Grafico 6

Grafico 7 - Quanto tempo os internos praticam atividade fisica.

50%450/040%

35%30%25%20%15%10%

5% L=::7 L=::7o%~~==~~====~~~~==~==~===-,Somente no No inicio, ate do inicio ao outro

inicio do aparentar tim dotratamento alguma tratamento

melhora

Gr<ifico 7

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No gn3fico 7, observa-se com a entrevista dos profissionais que 50% dos

pacientes realizam atividade fisica do inicio ai fim do tratamento pelas diversas

raz6es e beneficios ja colocados neste trabalho. E 0 restante dos 50% realiza

atividade fisica, mas depende do tempo de internamento. "Alguns s6 no inicio

pois ainda nao estao sob 0 efeito dos remedios e que para alguns causa

SOnOIElncia,disturbios gastro intestinais,etc. Qutros no inicio nao tem disposic;:ao

e animo para fazer, mas com 0 tratamento em si comec;:am a tomar gosto pela

atividade fisica." Professor Pedrini.

Gratico 8 - Comparativo entre clinica e hospital.

aplicaOas mais notado pIllii""

00%

~ .cJr

/

/ "==-=

1]-

/

/ -

--- ------::-- L:7 -= L:7 •.

c

10011

0%prOl'issinais ati\idades aceft;;!(J80 ha melhora compxtam€"nto temPJ de

Griifico 8

No grafico 8, fazemos um comparativo entre os locais pesquisados.

Qbservamos que nos dois locais (100%) sao profissionais de Educac;:ao Fisica

que aplicam a atividade fisica interferido de maneira positiva junta mente com

outros profissionais no tratamento d patologia depressao. Em ambos os locais,

49,98% das atividades aplicadas sao as mesmas, como a ginastica, atividades

ludicas e a danc;:a.A aceitac;:ao nao e a mesma observada nos dois locais, em um

observamos que a atividade fisica e bem aceita e em outr~ a aceitac;:ao possuiu

restric;:6es. Em 100% dos locais a melhora no quadro da patologia da depressao

com a atividade fisica auxiliando 0 tratamento. E em 66,64% os comportamentos

sao os mesmos (mais disposic;:ao, mais animado, melhora sono e alimentac;:ao e

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aumento da auto-estima). 0 tempo de pratica nao e 0 mesmo nos dois locais,

observa-se em um que 0 tempo e do inicio ao fim do tratamento e em outro local

depende do tempo de internamento.

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5 CONCLUSAO E SUGESTOES DE TRABALHO

Esse capitulo resume 0 estudo realizado, falando das contribuiyoes para

os locais onde foi aplicado os questionarios, para que vejam 0 resultado e a

importancia que a atividade fisica tem durante 0 tratamento dos pacientes e

para observar tambem 0 beneficio a eles.

Ao longo da realizayao da pesquisa, tinha como objetivo verificar 0 como a

atividade fisica e utilizada na fase de tratamento de pessoas portadoras de

depressao. Nesse estudo houve antes da execuyao pratica, um embasamento

teorico, estabelecendo uma metodologia de pesquisa que complementou a

aplicayao do questionario aos profissionais que aplicavam a atividade fisica

nos locais procurados.

Foram estabelecidos objetivos especificos para essa pesquisa e no

decorrer 0 estudo estes foram se concretizando, demonstram realizayao e foram

todos atingidos.

Qbservando 0 perfil do profissional que esta atuando nessa area, tem-se

como resultado de que nao sao especialistas da patologia, um possui 0

conhecimento de recem-formado, que esta aprendendo com a vivencia e outro

profissional que esta a muito tempo na area. Mesmo assim, estes sabem da sua

importancia e seriedade de trabalho.

Um objetivo era de conhecer 0 significa a patologia depressao e quais sao

os seus sintomas. Esta e uma doenya da mente e do corpo, as pessoas

portadoras sofrem por sintomas fisicos e psicologicos, um deles sendo 0 baixo

astral impedindo a pessoa de apreciar qualquer coisa, perdendo 0 interesse

pelos suas atividades que costumavam causar prazer. Qutros sintomas

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psicologicos sao 0 esgotamento emocional, pensamentos negativ~s, problemas

na concentra<;:ao e memoria, delirios, alucina<;:6ese impulsos suicidas.

A aceita<;:ao pelas atividades e muito grande, havendo algumas restri<;:6es

pela diferen<;:ade tratamento, mas sao todas realizadas com exito. As atividades

utilizadas nos locais durante todo 0 tratamento sao exercicios aerobicos, como

ginastica,atividades ludicas, dan<;:as,etc.

Para 0 estudo do principal objetivo deste trabalho, em verificar se existe

melhora da patologia e as mudan<;:as de comportamento com a realiza<;:ao da

atividade fisica, vemos que as pessoas portadoras de depressao possuem a

auto-estima baixa, sem animo para assumir tarefas, afastamento do convivio

social, tristeza e outros. Mas a recupera<;:ao com 0 auxilio da atividade fisica na

sua fase e tratamento tem mudado esses sintomas. Sem falar das mudan<;:as

hormonais que a atividade traz e ajuda a melhora, os efeitos psicologicos levam

uma maior aten<;:aoneste trabalho. A atividade fisica traz ao paciente 0 convivio

social, a auto imagem modificada para si mesma e de forma positiva, a ocupa<;:ao

de sua mente com coisas boas, esquecimento de problemas do seu cotidiano,

traz for<;:atanto fisica como mental.

Como ultimo objetivo, de verificar se existe diferen<;:ada clinica e hospital

no modo como a atividade fisica e dada pelos profissionais, vemos que a

competemcia existe nos dois locais, as atividades sao adequadamente

planejadas de acordo com 0 paciente e sua disposi<;:aodurante 0 tratamento.

Como ideia final, vemos 0 quanto e importante ao paciente depressivo

utilizar a atividade fisica como ferramenta ao seu tratamento. Nos locais

pesquisados isso acontece e observa-se muita melhora.

o envolvimento de profissionais de Educa<;:ao Fisica levam a profissao a

um grau de importancia grande, pois necessita de seriedade e muito estudo em

uma area pouco dominada pelos mesmos.

A sugestao de trabalho relacionado a esta patologia seria de continuar

com a atividade fisica durante 0 tratamento e apos tambem, para que os

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sintomas nao voltem e a qualidade de vida seja mantida ou ate melhorada. Em

rela~ao ao profissional atuante e clara a falta de prepara~ao na gradua~ao de um

profissional de Educa~ao Fisica. Expandir as areas de trabalho s6 faz crescer a

carreira e a valoriza~ao 0 profissional.

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REFERENCIAS

BECK, A.; RUSH, J.; SHAW,.; EMERY, G. Terapia cognitiva da depressao.

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JORGE, M. Manual diagn6stico e estatistico de transtornos mentais. 4a ed.

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comportamento e psiquiatria clinica. 7 ed. Porto Alegre:Artes Medicas, 1997.

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THOMAS, J. R. e NELSON, J. K. Metodos de pesquisa em atividade fisica. 3

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Exercicio. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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APENDICES

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APENDICE 1 - QUESTIONARIO E

INSTRUMENTO SOBRE PERFIL DO PROFISSIONAL

Nome completo: _

Idade: _

Forma9ao: Ano: _

Institui9ao: ------------------------

Especializa9ao: -----------------------A quanto tempo esta atuando na area: _

Nome do local em que trabalha com pessoas portadoras de depressao:

Local:

Clinica

Hospital

Profissional :

Educador Fisico

Terapeuta Ocupacional

Enfermeiro

) Psic61ogo

) Medico

) outr~ _

Atividade Fisica aplicada:

) Ginastica

) Atividades ludicas

) Lutas

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) Esportes

) Danc;:a) outros _

Como e aceito pelos internos a atividade fisica:

) Bem ace ita

) Com restric;:6es

) E imposta

) Nao e ace ita

Ha melhora da patologia com a atividade fisica ?:

)Sim

) Nem sempre

) Nao

o comportamento rna is notado pelos profissionais ap6s 0 inicio das

atividades e:) Mais disposic;:ao

) Mais animado

) Melhora do sono e da alimentac;:ao

) Aumento da auto-estima

) Nenhuma diferenc;:a

) Outro _

Quanto tempo os internos praticam a atividade fisica:

) Somente no inleio do tratamento

) No inleio ate aparentar alguma melhora

) Do inleio ao fim do tratamento

) Outro _

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APENDICE 2 - ENTREVISTA COMPLEMENTAR

1. Qual a frequencia da atividade fisica durante a semana e 0 seu tempo de

realizayao?

2. Qual e 0 numero de pessoas em um grupo para a realizayao das atividades.

Considerando ser pequeno, medio ou grande. E porque?

3. Com que criterio as atividades sao programadas para serem aplicadas?

4. Existe a diferenciayao das atividades aplicadas no local durante 0 tratamento

para cada tipo de depressao?

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APENDICE 3 - VALlDA<;AO

Universidade Tuiuti do Parana

Faculdade de Cielncias Biol6gicas e da Saude

Curso de Educar;:80 Ffsica

Validacrao do questionario

Prezado Professor (a),Camila Baratieri, academica da Universidade Tuiuti

do Parana, do curso de graduar;:80 em Educar;:80 Ffsica, pretendendo efetuar um

estudo denominado "Como a atividade fisica e utilizada no tratamento de

pessoas portadoras de depress80".

A sua cooperar;:80 principal prende-se ao fato de opinar favoravelmente ou

desfavoravelmente aos posicionamentos listados e/ou sugerir outras alternativas.

Agrader;:o antecipadamente a vossa atenr;:80, interesse e valiosa

colaborar;:80.

Cordialmente

Camila Baratieri

Professor: _

Formar;:80 (curso, area): _

Titular;:80: _

Opini80: _

Curitiba, _ de setembro de 2006.

Assinatura