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COMENDADOR GUILHERME TELLES RffiEIRO:ASCENDENCIA E DESCENDENCIA ELIANA QUINTELlA DE LINHARES E PAULO FERNANDO TELLES RIBEIRO RIO DE JANEIRO, OS AUTORES, 2003 - 518 PG., ll. Roberto Menezes de Moraes Eliana Quintella de Linhares e Paulo Fernando Telles Ribeiro acabam de inserir de maneira brilhante, urn novo item na bibliografia genealogica brasileira com 0 recente lan<;amento do livro que elaboraram depois de longas e demoradas pesquisas sobre a figura e a familia (ascendentes e descendentes) do antepassado comum deles, o Comendador Guilherme Telles Ribeiro. Nascido numa das melhores e mais antigas familias da Ilha do Faial, no arquipelago portugues autonomo dos A<;ores, 0 Comendador Telles Ribeiro, era filho do Agente Consular Frances nas Ilhas, e parente de diversos dos vultos da historia local. Empresario ligado principalmente ao ramo de constru<;5es navais, veio para 0 Rio de Janeiro por volta de 1843, e aqui se tamou urn pro spero armador, sendo proprietario dentre outros locais, da famosa Ilha do Mocangue, que ilustra a capa do livro, local onde residiu e estava instal ado 0 estaleiro de Guilherme Telles Ribeiro. Situada dentro da Baia da Guanabara, mais para os lados de Niteroi, esta ilha foi tornada famosa no governo Floriano Peixoto,pois ali aconteeeram "carioquissima" faIll11iaTelles de Menezes e de seu ramo de Jacarepagua, Guilherme Telles Ribeiro foi, por este casamento, 0 ultimo proprietario do celebre predio, conhecido como Arco do Telles, no antigo Terreiro do Pa<;o, atual Pra<;a Quinze de Novembro, no cora<;ao do velho Rio de Janeiro, que depois dele passou as maos de terceiros. Homem moderno para sua epoca, 0 Comendador, ainda que ja casado, formou uma nova faIll11ia, a partir de sua uniao com uma senhora alema, e com este fato conseguiu nao somente aumentar de forma expressiva sua descendencia, mas tambem soube fazer permanecer seu sobrenome Telles Ribeiro, por gera<;5es, pois do primeiro casamento so sobreviveram filt'1asmulheres. Digno de nota e este fato nunca ter impedido urn perfeito entrosamento familiar entre os filhos e descendentes de todas as duas uni5es, que sao enfocados e descritos na obra, a partir de trabalho meticuloso que ficou a cargo de Eliana Linhares. Sobejamente documentado, os membros da familia sao descritos em minucias, com datas, locais, nomes, dados profissionais e curiosos, bem como grande quantidade de fotografias. A parte que coube ao co-autor Paulo Fernando Telles Ribeiro foi urn estudo completo e competente da ascendencia, a partir da historia e da genealogia das linhas e personagens que convergem na figura do Comendador Telles Ribeiro, cujas origens ancestrais principiam nas mais antigas e conhecidas familias ibericas. A partir do confronto de velhas genealogias e 0 cruzamento com as mais modernas interpreta<;5es e opini5es genealogicas dos pesquisadores e historiadores europeus de credito indiscutiveis, Paulo Fernando Telles Ribeiro consegue com rara felicidade apresentar urn texto correto e livre das imprecis5es caracteristicas de uma moderna linha de "poderosos" genealogistas nacionais, on de 0 proprio engrandecimento importantes durante a Revolta da Armada. Casado com uma sua distante parenta, pertencente a pessoal e familiar fajuto e sempre a oferta promocional do dia. Com isso 0 resultado final e uma obra seria, profunda, explicativa, repleta de griificos genealogicos, notas de rodapes, com liga<;5es e interesses para nao somente os familiares do livro em questao, mas para todos que tern ascendencias a<;orianas, que podem ali absorver urn bocado do ambiente social, historico e geogriifico daquele arquipelago que foi urn polo irradiador de coloniza<;ao e povoamento nao somente em diversas partes do Brasil, mas tambem em diversos paises de continentes variados do mundo. A obra e enriquecida com a transcri<;ao e tradu<;ao da correspondencia diplomatica enviadas da ilha do Faial para a Fran<;a, pelos Agentes Consulares Sergio Pereira Ribeiro e Guilherme Ribeiro, respectivamente avo e pllj do Comendador Guilherme, e que foram localizadas em urn arquivo frances, permitindo desta maneira uma visao muito proxima do ambiente social e politico dos A<;ores durante a primeira metade do seculo XIX. Tambem enriquecem e facilitam a leitura e compreensao do texto, urn indice remissivo onomastico e urn Glossario Heraldico- Genealogico, onde SaD apresentados e explicados os termos menos usados por aqueles nao versados nos trabalhos da especie. A parte genealogica da obra "Comendador Guilherme Telles Ribeiro: Ascendencia e descendencia- A<;ores- Brasil", que encadeada perpassa por mais de mil anos de historia, vindos desde os remotissirnos antepassados ibericos dos Telles de Menezes ate os brasileiros contemporaneos descritos, e tambem validada pela distin<;ao das pessoas que a integram, que hoje assinam, alem do apelido Telles Ribeiro, os sobrenomes divers os de Sa, Lage, Borges, Rebelo, Murray, Baskerville, Rocha, Machado, Seixas, Gutsch, Millions, Weber, Muniz, Lohse, Frota, Barroso, Falcao Macedo, Cerqueira Leite, Moura, Quintella, Magarinos de Souza Leao e Comado, formando uma tipica familia brasileira contemporanea e entrosada com a parte saudavel e prestante da nossa popula<;ao. o excelente livro, com 518 paginas de boa e leve leitura, repleto de informes e dados genealogicos, produzidos por Eliana Quintella de Linhares e Paulo Fernando Telles Ribeiro e sem sombra de duvidas, leitura e exemplo genea16gico recomendado e digno das melhores estantes de estudiosos da genealogia nacional.

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COMENDADOR GUILHERME TELLES RffiEIRO:ASCENDENCIA E DESCENDENCIAELIANA QUINTELlA DE LINHARESE PAULO FERNANDO TELLES RIBEIRORIO DE JANEIRO, OS AUTORES, 2003 - 518 PG., ll. Roberto Menezes de Moraes

Eliana Quintella de Linhares e PauloFernando Telles Ribeiro acabam de inserir demaneira brilhante, urn novo item nabibliografia genealogica brasileira com 0

recente lan<;amento do livro que elaboraramdepois de longas e demoradas pesquisas sobrea figura e a familia (ascendentes edescendentes) do antepassado comum deles,o Comendador Guilherme Telles Ribeiro.

Nascido numa das melhores e mais antigasfamilias da Ilha do Faial, no arquipelagoportugues autonomo dos A<;ores, 0

Comendador Telles Ribeiro, era filho doAgente Consular Frances nas Ilhas, e parentede diversos dos vultos da historia local.Empresario ligado principalmente ao ramode constru<;5es navais, veio para 0 Rio deJaneiro por volta de 1843, e aqui se tamouurn pro spero armador, sendo proprietariodentre outros locais, da famosa Ilha doMocangue, que ilustra a capa do livro, localonde residiu e estava instal ado 0 estaleiro deGuilherme Telles Ribeiro. Situada dentro daBaia da Guanabara, mais para os lados deNiteroi, esta ilha foi tornadafamosa no governoFlorianoPeixoto,pois aliaconteeeram

"carioquissima" faIll11iaTelles de Menezes ede seu ramo de Jacarepagua, GuilhermeTelles Ribeiro foi, por este casamento, 0

ultimo proprietario do celebre predio,conhecido como Arco do Telles, no antigoTerreiro do Pa<;o, atual Pra<;a Quinze deNovembro, no cora<;ao do velho Rio deJaneiro, que depois dele passou as maos deterceiros.

Homem moderno para sua epoca, 0

Comendador, ainda que ja casado, formou umanova faIll11ia, a partir de sua uniao com umasenhora alema, e com este fato conseguiu naosomente aumentar de forma expressiva suadescendencia, mas tambem soube fazerpermanecer seu sobrenome Telles Ribeiro, porgera<;5es, pois do primeiro casamento sosobreviveram filt'1asmulheres.

Digno de nota e este fato nunca terimpedido urn perfeito entrosamento familiarentre os filhos e descendentes de todas as duasuni5es, que sao enfocados e descritos na obra,a partir de trabalho meticuloso que ficou acargo de Eliana Linhares. Sobejamentedocumentado, os membros da familia saodescritos em minucias, com datas, locais,nomes, dados profissionais e curiosos, bemcomo grande quantidade de fotografias.

A parte que coube ao co-autor PauloFernando Telles Ribeiro foi urn estudo

completo e competente da ascendencia, apartir da historia e da genealogia das linhas

e personagens que convergem na figurado Comendador Telles Ribeiro, cujas

origens ancestrais principiam nasmais antigas e conhecidas familias

ibericas.A partir do confronto de

velhas genealogias e 0

cruzamento com as maismodernas

interpreta<;5es eopini5es

genealogicas dospesquisadorese historiadores

europeus decredito

indiscutiveis, PauloFernando Telles Ribeiro

consegue com rara felicidadeapresentar urn texto correto e livre das

imprecis5es caracteristicas de umamoderna linha de "poderosos" genealogistasnacionais, on de 0 proprio engrandecimento

importantesdurante aRevolta daArmada.

Casado com umasua distante parenta,pertencente a

pessoal e familiar fajuto e sempre a ofertapromocional do dia. Com isso 0 resultado finale uma obra seria, profunda, explicativa, repletade griificos genealogicos, notas de rodapes,com liga<;5es e interesses para nao somente osfamiliares do livro em questao, mas para todosque tern ascendencias a<;orianas, que podemali absorver urn bocado do ambiente social,historico e geogriifico daquele arquipelago quefoi urn polo irradiador de coloniza<;ao epovoamento nao somente em diversas partesdo Brasil, mas tambem em diversos paises decontinentes variados do mundo.

A obra e enriquecida com a transcri<;ao etradu<;ao da correspondencia diplomaticaenviadas da ilha do Faial para a Fran<;a, pelosAgentes Consulares Sergio Pereira Ribeiro eGuilherme Ribeiro, respectivamente avo e pllj

do Comendador Guilherme, e que foramlocalizadas em urn arquivo frances, permitindodesta maneira uma visao muito proxima doambiente social e politico dos A<;ores durantea primeira metade do seculo XIX.

Tambem enriquecem e facilitam a leitura ecompreensao do texto, urn indice remissivoonomastico e urn Glossario Heraldico-Genealogico, onde SaD apresentados eexplicados os termos menos usados por aquelesnao versados nos trabalhos da especie.

A parte genealogica da obra "ComendadorGuilherme Telles Ribeiro: Ascendencia edescendencia- A<;ores- Brasil", que encadeadaperpassa por mais de mil anos de historia,vindos desde os remotissirnos antepassadosibericos dos Telles de Menezes ate osbrasileiros contemporaneos descritos, etambem validada pela distin<;ao das pessoasque a integram, que hoje assinam, alem doapelido Telles Ribeiro, os sobrenomes divers osde Sa, Lage, Borges, Rebelo, Murray,Baskerville, Rocha, Machado, Seixas, Gutsch,Millions, Weber, Muniz, Lohse, Frota,Barroso, Falcao Macedo, Cerqueira Leite,Moura, Quintella, Magarinos de Souza Leao eComado, formando uma tipica familiabrasileira contemporanea e entrosada com aparte saudavel e prestante da nossa popula<;ao.

o excelente livro, com 518 paginas de boae leve leitura, repleto de informes e dadosgenealogicos, produzidos por Eliana Quintellade Linhares e Paulo Fernando Telles Ribeiro esem sombra de duvidas, leitura e exemplogenea16gico recomendado e digno dasmelhores estantes de estudiosos da genealogianacional.

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GENEALOGIA CATARINENSEOS sites abaixo contem genealogias de fanu1ias catarinenses:• FAMiLIACARPES: < http://www.marcoscarpes.hpg.ig.com.br/>Apresenta a fanulia em 9 gera<;6es, com detalhes, fotos e links diversos• FAMiLIAMEURER:< http://www.meurer.cjb.net/>Con tern a hist6ria da fanulia, fotos, biografias e urn banco de dados de fanuliasimigrantes.• FAMiLIARICHARTZ:< http://www.richartz.cjb.net/>Alem da hist6ria da fanu1ia a partir de 1824, sac apresentados dados hist6ricos e6timos mapas das localidades compreendidas na trajet6ria da fanu1ia.• FAMiLIAHAGEDORN:< http://www.cesariosimoes.hpg.ig.com.br/>Vma biografia interessante.• FAMILIASCHROEDER:<www.gruposchroeder.com.br/gene-eng.html>Genealogia da fanu1ia e das que the sac ligadas.• FAMiLIAJOCHEM: < http://www.jochem.cjb.net/>Produzido pelo dedicado pesquisador e historiador das fanu1ias alemaes do SuI doBrasil, contem alem da muito bem documentada genealogia de sua fanu1ia, a hist6riada imigra<;ao alema e da coloniza<;ao de diversas cidades no entomo de Florian6polis.Apresenta urn valioso banco de dados, alem de links para os sites contendo a hist6riadas seguintes fanulias : OLM- PEITINATO - ELLER - ALTERMANN- ENGLER - MOMMTROCKMANTEL- ROCKENBACH- RrrrEL - MOELLER - SCHILLING- HAGEDORN- HOEPER -SCHMIDT- KESTERING- WICHER - SCHARF- STRAATMANN- RIEGER- SUNDFELT- SCH\VENCKKNIESS- WESTRUP- BECKHAuSER- STEINER- GEHREN- GOETTENS- WDNSCH- SCHREINERTWERLICH- BERGER- GROETNER- QUINT - DENSCHER- BOLL - KUNTZ E W ALZBURGER• GUPOSDEDIscussAo DEmST6RIA E GENEALOGIACATARINENSES:

< http://br.groups.yahoo.comlgroup/sc_gen/ >< http://sc-gen.genealogias.org/ >

• ANDREA,Jose-Apontamentos para aGenealogia da Familia Fortuna R$ 20,00• BARRETO,Carlos Xavier-ColonizadoresNordestinos 20,00• BIBLIOGRAFIAPreliminar sobre Genealogiano Brasil 40,00• CATALOGOda Exposi9ao de Modelos deBras5es, Cartas de Nobreza e Fidalguia(Arquivo Nacional) 50,00• MOSER,Jorge-Genealogias Estrangeirasem Portugal 10,00• MOURA,Carlos Marcondes-Os Galv6es deFran9a no Povoarnento de S. Antonio deGuaratingueta-Vol I 25,00

Vol II 25,00• NEGMO, Francisco-GenealogiaParanaense Torno IV 50,00• RIBEIRO,Paulo Fernandes e LINHARES,Eliana-Cornendador Guilherme TellesRibeiro 35,00• SANTOS,Benedito Toledo-Os Pereiras deToledo do Paraiso 30,00• WANDERLEY,Walter-Familia Wanderley

50,00• LACERDANETO,Arthur Virmond de-Mern6rias de Fann1ia 15.00• RIBEIRO,Armando Vidal Leite-FamiliaVidal Leite Ribeiro 40,00

Pedidos para 0 CBG, acompanhados de chequecruzado e nominal ao Instituto Hist6rico eGeogratico Brasileiro no valor respectivo acrescidode R$ 5,00 por volume.

Entre outras, a Biblioteca recebeu as seguintesobras:• "RIBEIRO, Paulo Fernandes Telles eLINHARES, Eliana Quintela de. ComendadorGuilherme Telles Ribeiro: A\;ores - Brasil Rio deJaneiro: [s.n.], 2003, 520p." (Doac;:ao dos autores.)• "ALMEIDA, Luiz Carlos de. Genealogia dosAlmeidas. Santos, SP: CD, janeiro 2003." (Doac;:aodo autor.)• "Ac;:orianos no Brasil: hist6ria, mem6ria,genealogia e historiografia / org.Vera Lucia MacielBarroso - Porto Alegre: EST, 2002. 1.152 p."(Doac;:ao do Pe.Rovilio Costa.)• "FREIRE, Alvaro Pinheiro. Minas Novas - suahist6ria e sua gente. Belo Horizonte: BDMGCultural, 2002. 109 p." (Doac;:ao de ValdivinoPerreira Ferreira.)• "PIAZZA, Walter Fernando. De Portugal para 0

Brasil: trajet6ria de uma familia. Florian6polis:Lunardelli, 2003. 72 p." (Doac;:ao do autor.)• "MIRANDA, Marcos Paulo de Souza. Jurisdic;:aodos capitaes. Belo Horizonte: Del Rei, 2003. 172p." (Doac;:ao do autor.)• "GUERRINI, Teresa Luzzatto. I Doria. InNovissima Encic10pedia Monografica Ilustrata.Firenze. 68 p. (acompanha CD)." (Doac;:ao deFrancisco D6ria.)• "HISTORIA E GENEALOGIA, Associac;:aoBrasileira de Pesquisadores de. Revista da ASBRAP.Sao Paulo: RUMOGRAF, n.8, 2001. 302 p."• "OLIVEIRA, Roberto Jefferson de. Descendentescampanhenses de Joao Rodrigues de Macedo.Campanha: Centro de Estudos Campanhenses

Monsenhor Lefort, 2000. 65p." (Doac;:ao de JoseCarlos Ferreira Horta.)• "PRADO, Jose Hermano. Descendentes dePedro Luiz do Prado. Tres Corac;:oes: ExcelsiorGrafica e Editora Ltda., 2002. 424p." (Doac;:aodo autor.)• "REVERBEL, Carlos. Urn capitao da GuardaNacional. Caxias do Sui: vida e obra de J.SimoesLopes Neto. Caxias do Sui: Universidade de Caxiasdo Sui - Martins Livreiro Editor, 1981. 298p."(Doac;:ao de Jose Nazareth de Souza Froes.)• "Fundac;:ao Cultural de Blumenau. Blumenau emcadernos - XLII. 3 / 4. Blumenau: Cultura emMovimento, marc;:o/ abriI2003."• "PEREIRA, Luciano Belo. Ensaio hist6rico egeneal6gico: Jose Rosa Bello e Maria AugustaCampos Bello. Uberliindia: Aline Editora ArtesGfiificas Ltda., 2003. 224p." (Doac;:ao do autor.)• "RAMOS, Adauto. Capitao Antonio Fernandesde Carvalho, patriarca de uma farrulia. Joao Pessoa:ed.do autor, 2002. 14p." (Doac;:ao do autor.)• "RAMOS, Adauto. Testamento do Tenente-coronel Bento Luis da Gama Maya. Joao Pessoa:ed.do autor, 2002. 8p." (Doac;:ao do autor.)• "RAMOS, Adauto. Genealogia de Assis Vidal -o jornalista. Joao Pessoa: ed.do autor, 2002. 35p."(Doac;:ao do autor.)• "GENEALOGIA E HERALDICA, InstitutoParaibano de. Revista. Joao Pessoa: IPGH, aXI, n.3,2002. 80p."• "OLIVEIRA, Pedro Lins de. Sao Jose de Piranhas:homens, feitos e fatos. Joao Pessoa: A UNLL\OSup.de Imprensa e Editora, 1994. 23Ip." (Doac;:ao

do autor.)• "PINTO. ZilmaFerreira. as Ferreira de Tacima-paraibanos da fronteira. Joao Pessoa: RigraficEditora Ltda .• 2000. 267p." (Doac;:ao da autora.)• "RIO GRANDE DO SUL, Arquivo hist6rico do.Alfredo Chaves: imigrac;:ao e povoamento - Registrode imigrantes (1886/1888). Porto Alegre: EST, 1996.87p." (Doac;:ao do Frei Rovilio Costa.)• "RIO GRANDE DO SUL, Arquivo hist6rico do.Alfredo Chaves e seus imigrantes - Registro deimigrantes (1888/1892). Porto Alegre: EST. 1995.113p." (Doac;:ao do Frei Rovflio Costa.)• "RIO GRANDE DO SUL. Arquivo Hist6rico do.Registro dos imigrantes do Nuc!eo Colonial de NovaPalmira: 1876-1879. Porto Alegre: EST, 1989.192p." (Doac;:ao do Frei Rovilio Costa.)• "RIO GRANDE DO SUL, Arquivo Hist6rico do.Genesis: Etnias no RGS - 1891/92. Porto Alegre.EST. 1993. 202p." (Doac;:ao do Frei Rovflio Costa.)• "XAVIER. Antonio Cesar. Uma Genealogia doSui de Minas - a Alferes Joao Romao e seusdescendentes. Rio de Janeiro: EDG, 2003. 306p."(Doac;:ao do autor.)• "Tres CDs e tres livros de partituras - I' fase doprojeto "Acervo da Musica Brasileira - Restaurac;:aoe Difusao de Partituras". da Fundac;:ao Cultural eEducacional de Mariana (FUNDARQ), 2001."(Doac;:ao da FUNDARQ.)• "SANTA CATARINA, Instituto Hist6rico eGeografico de. Boletim. Florian6polis: a.VI, n.60,61.62 e 63, mar a jun 2003."• "MINAS GERAIS. Instituto Hist6rico eGeografico de. Boletim informativo. Belo Horizonte:dez 2002 a mar 2003."

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ORGANIZAR A REUNIAO DA fAMILIA - UM GRATIFICANTE DESAFIO (Parte 4/4 )

13 - OS RETOQUES FINAlSEsteja preparado para a grande

quantidade de correspondencia etelefonemas que vai receber nos tres mesesque antecedem a Reuniao. Os Formuhiriosde Reserva chegam e voce precisa emitiras listas dos que se hospedam em hoteis eprovidenciar a publicidade.

Uma vez que a imprensa e a estaSiao deradio se inteirem da invasao que haveraem seu territ6rio ( principalmente se aReuniao for em uma pequena comunidaderural) eles gostariam de saber urn poucoda hist6ria da faIllllia e talvez obter umafotografia. Para evitar que voce sejaimportunado pela imprensa nos dias emque nao disp6e de tempo algum, e melhornomear uma pessoa que sera responsavelpelos contatos com a imprensa. Urn mesantes da data da Reuniao convem emitiruma nota a ser distribuida entre a midia, aqual informara 0 nome e 0 endereSio doresponsavel. Se a imprensa estiver bemmotivada fara uma cobertura no dia doevento, mas voce deve deixar claro queneste ilia nao podera dar entrevistas. Per;aa seu Contato Local que the envie 0

material que a imprensa local tiverpublicado.

Muitas horas serao necessarias parafinalizar 0 material a ser exposto e a moregeneal6gica da familia. Estapreferencialmente deve ser em tamanhoque possa ser lida pelo menos a urn e meiometro de distancia e em cores, uma corpara cada ramo familiar. Coloque etiquetasem toda 0 material exposto de modo quepossam tambem serem lidas a umadistancia de urn e meio metro. Lembre-sede que tudo precisa ser transportado parao local de Reuniao, e de que no mesmodeve haver espaSio para acomodar todo 0

material. Defronte de cada peSia, foto ouarvore deve haver uma area livre para aspessoas se juntarem e trocar ideias.

opensamento norteador deve continuarsendo "nao seja demasiadamenteambicioso"

TamMm 0 livro de presenSia precisas serpreparado , contendo 0 nome da faIllllia,local e data da Reuniao, bem como crachaspara todas os participantes. FaSia oscrachas na mesma cor em que 0 respectivoramo familiar aparece na arvoregeneal6gica, pois assim os familiares seidentificarao uns aos outros com facilidadee entusiasmo.

o cracha deve conter 0 nome completo

Nelson V.Pamplona e Clarice Pamplona Schmidt

do participante, identifica-Io com 0 ramo a pessoa mais idosa presente, 0 mais novoque pertence e a cidade onde reside. Leve membro da faIllllia, a pessoa que veio depara a Reuniao alguns crachas de reserva. mais longe e assim por diante.

Convem, com urn mes de antecedencia, FaSiauma lista das tarefas que tern queemitir convites pessoais, contendo todos ser feitas no pr6prio dia, tais como:os detalhes e horarios do evento, 0 arrumar mesas e cadeiras, montar aenderes;o, e se possivel urn mapa do local exposis;ao, distribuir os crachas, selecionarda Reuniao para orientaSiao dos as pessoas que se encarregarao de vendas,convidados de outras localidades, a lista que servirao as bebidas, de modo que vocecom os nomes dos participantes, tudo pode ir tambem atribuindo uma funs;ao adevidamente organizado sob forma de uma todos que se apresentarem comobrochura. voluntarios.

Se a associaSiao da faIlllliaja possui urn Convem fazer uma lista de tudo quejomal, pode-se fazer uma edis;ao especial voce precisa levar para 0 local docomemorativa do evento a qual contera encontro. lnicie a lista com uma semanatodas estas informaSi6es. de antecedencia de modo que diariamente

Distribua as tarefas entre seus auxiliares, pode acrescentar 0 que estiver faltando edeixando uma pessoa responsavel por cada ter a certeza que chegara a Reuniao semassunto ou atividade ter esquecido nada.

Fas;a os arranjos finais para todos os Se possivel visite 0 local da Reuniaoitem do programa, igreja, 6rgao, locutores alguns dias antes, para inspecionar 0 salao,e oradores, passeios, discursos etc. planej ar a distribuis;ao, verificar a

Pes;a ao fot6grafo que escolha 0 local existencia de tomadas e interruptores,adequado para a fotografia do conjunto de verificar se existe local para instalaSiao doparticipantes. Voce precisa preparar urn sistema de som, do sistema de video, emetodo para depois poder identificar todos avaliar 0 local para a fotografia do grupo.na grande fotografia. Este e urn trabalho Por fim converse com seu Contato Localpara 0 qual precisara contar com a ajuda e Lideres de Grupo para resolver quest6esdos Lideres de Grupo, previamente de ultima hora e tentar evitar surpresas noescolhidos e instruidos. Ede todo interesse diacontratar urn profissional para fazer urn fitade video, a qual podera ser depois copiadae vendida aos interessados.

Tire urn pouco de tempo para organizare pensar naquelas coisas que podem naodar certo no dia; tachinhas poderao naoservir para fixar 0 material nos paineis porexemplo. Prepare uma plano deemergencia para 0 caso chuva no dia dagrande festa. Neste caso, os participantesestarao preparados para aceitar urn certograu de improvisas;ao e nao perderao 0

entusiasmo por esta razao.Esteja preparado para dizer algumas

palavras de boas vindas aos seusconvidados e palavras de agradecimentopara aqueles que the ajudaram. Naoaborres;a seus convidados com longosdiscursos. Pense tambem nos presentesque deve oferecer aos seus Lideres deGrupo, seu Contato Local e outros queforam de excepcional valia. Escolha algoadequado a ocasiao e eles se lemhraraodo dia com prazer e por muito tempo.

Algumas pessoas merecem umahomenagem especial e devem seragraciadas com presentes ou flores: a

14 - 0 GRANDE DIAEnfim chegou 0 dia tao esperado, que

passara tao rapido para voce, quedificilmente podera assimilar tudo que estaacontecendo. Se voce estiveradministrando a Reuniao tera muito poucotempo para se entreter com seusconvidados e participar da troca deinformas;6es e das historias familiares. Istopode ser parcialmente evitado apontandooutra pessoa para comandar os eventos ouentao se voce marcar uma outra pequenareuniao a ser realizada logo ap6s a Reuniaooficial.

Comparep ao local com muitaantecedencia para arranjar as coisas comoplanejado e organizar 0 servis;o dosauxiliares. Quando os convidadoschegarem voce deve estar na entrada paraos encontrar e saudar. Convide-os paraassinar 0 livro de participantes, entregueos crachas, e encaminhe-os para familiaresde seu ramo ou para 0 material exposto.Junto da more geneal6gica deixe papel elapis para que os participantes registremerros ou omiss6es.

Rapidamente se formara urn frenesi

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quando os convidados encontram seusamigos, conhecem novos parentes, tomamseu cafe ou refrigerante, e observam 0

material exposto.Uma hora apos a chegada voce podeni

fazer a sauda<;ao e detalhar todos oseventos programados para 0 dia.

Em seguida os eventos se sucedemdentro do tempo programado e e suafun<;ao administni-Ios para que tudoaconte<;a no honmo previsto. A medidaque 0 dia se desenvolve voce podeni terque ser urn pouco flexfvel, mas lembre-seque voce tern obriga<;6es com terceiros ,como por exemplo, com 0 vigario e 0

orador, bem como com os convidados quetern pela frente uma longa viagem. Vocetern como obriga<;ao nao permitir que os~ventos se atrasem demasiadamente, 0 quee outra razao para nao programar urnexcesso de atividades.

A fotografia do grupo e parte muitoimportante pois muitos desejam uma copiacomo ultima recorda<;ao da ocasiao. Elesquerem poder identificar cada urn na foto,e para tanto todos devem posar em fila,preferivelmente em uma area inclinadacada qual observando sua posi<;ao. Apo~as fotos cada qual entregara urn cartao como nome e a posi<;ao que ocupou durante afoto.

Pe<;a ao fotografo que tire pelo menosuma duzia de fotos para quedepois a melhor delas possaser ampliada. Algumapessoas desejam levar fotosde pequenos grupos, que elesmesmos devem combinarcom 0 fotografo.

Servir uma refei<;ao paraurn grande numero de pessoase uma tarefa nada facil.

Os contratados para 0

servi<;o certamenteorganizarao os detalhes, masvoce deve reafirmar a seusconvidados que tudo sera bemservido, bastando urn poucode paciencia.

Na parte final da reuniaoagrade<;a publicamente aajuda de seus Lfderes deGrupo e Auxiliaresprincipalmente aqueles cujatarefa foi mais ardua ou maislonga.

Apos 0 termino e quando osconvidados come<;am a seretirar escolha algunsauxiliares para ajudar aremover 0 material exposto,

receitas e as despesas do evento.Apesar de nem tudo ter acontecido

exatamente como planejado voce vaiconduir que os presentes certamente semostram muito satisfeitos por teremcomparecido a uma ocasiao tao peculiar,que 0 sucesso foi certamente garantido. Ehavera ate pressao para que seja repetido.Considerando os ultimos dois anos deexaustivo trabalho voce com certeza naotera pressa em organizar nova Reuniaomas devera solicitar aos participantes:enquanto a ocasiao ainda esta em suaslembran<;as, seus francos comentariossobre 0 programa, 0 local, os horanos e aorganiza<;ao bem como suas opini6essobre a freqiiencia das futuras reuni5es.Anote tambem sua propria avalia<;ao paraque no futuro orniss5es e erros nao serepitam.

A freqiiencia para a realiza<;ao dereuni6es de faIll11ia deve ser seriamenteconsiderada levando-se em considera<;aoas necessidades, desejos, vontades e 0

numero de pessoas da fann1ia. Nao devemser tao espa<;adas a ponto de perderem 0

interesse mas tambem nao tiio freqiientesa ponto de produzirem cansa<;o.

Urn mes apos a grande festa fa<;aumareuniao de avalia<;ao com seus Lideres deGrupo e outros auxiliares diretos. Naodeixe de registrar tudo em ata, pois servira

de referencia para 0 futuro.Cada Lfder de Grupo poderaindicar outro nome de seurespectivo ramo para que sejao Lfder de Grupo da proximareuniao.

A Reuniao tern vantagenspara 0 genealogista pelasinforma<;6es que pode coletar,mas tambem tomam uma partepreciosa de seu tempo depesquisa.

Urn prazo de tres anos podeser considerado como razoavelentre a primeira e a segundaReuniao, depois da qual vocepode definir a terceira.Entrementes, voce po departicipar de pequenas reuni6esfamiliares que aconteceraocertamente nos mais diferenteslocais.

Por outro lado, quemparticipou de uma Reuniao deFann1ia, deseja que a proximase realize em futuro nao muitodistante. Certamente voce vaiconcluir que 0 desafiantetrabalho valeu a pena. Meusparabens, a familia the seraetemamente grata pelo singulartrabalho que so voce prestou.

coletar 0 dinheiro arrecadado com vendaseo material que sobrou e organizar 0 localtal como 0 encontrou.

15-E AGORA?Quando voltar para casa, com uma

rnistura de sentimentos de dever cumprido,de satisfa<;ao e de exaustao, saiba queainda existe muito a ser feito.

Cartas de agradecimento precisam serescritas, mas as cartas de congratula<;5ese satisfa<;ao serao lidas com imenso prazer.Registros e mores genealogicas precisamser atualizados com os dados colhidos naReuniao, e pedidos de copias da more eda fotografia precisam ser atendidos. Pe<;aa seu Contato Local que the envie osrecortes dos jomais que noticiaram 0

evento os quais deve organizar em formade livro para referencias futuras.

Logo que receber as fotos do gruposelecione uma para ser ampliada, prepareo esquema numerado que permitira aidentifica<;ao de todos presentes. A listacom os numeros do esquema precisa sercopiada e enviada com as fotos.

No jomal da faIll11ia, se houver, podeser publicada uma resenha completa doacontecimento, uma lembran<;a paraaqueles que participaram e urn momentade interesse para aqueles que nao vieram.No mesmo artigo pode tambem apresentaruma presta<;ao de contas contendo as

Carta !Mensa! 70

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A ITALIAIEm 1861, ap6s 0 "ressurgimento" - palavra

utilizada para designar a luta pela liberta9aodo dominio estrangeiro - houve a unifica9aoparcial dos divers os estados que ocupavam apeninsula italiana, com a proclama9ao doReino da Itiilia, sob 0 dominio da Casa deSab6ia. A unifica9ao definitiva somenteocorreu em 1870, quando Roma se tomou acapital do novo estado.

Contudo, apesar da unifica9ao polftica, aindividualidade cultural e, sobretudo, aregional, foram mantidas.

A regiao suI, por exemplo, sempre possuiuuma surpreendente diversidade do resto daItalia, seja natural, em decorrencia da suapaisagem, seja na influencia exercida pelosdiferentes povos que a invadiram e ocuparam- inicialmente os cartagineses e os gregos,depois os sarracenos e os normandos, efinalmente os espanh6is, cujo dominio, atravesda Casa de Bourbon, se manteve ate aunifica9ao - e que deixaram caracteristicasmarcantes na arquitetura, nos dialetos, naculinaria e ate nas caracteristicas fisicas dosseus habitantes.

Entretanto, apesar desta riqueza cultural, aregiao suI nunca conseguiu alcan9ar aprosperidade economica do norte da Itiilia.

Na regiao suI da Italia esta localizada aCampania, bacia extremamente fertil, deorigem e solo vulcanicos, que foi colonizadadurante 0 seculo VII a.c. pelos gregos.

Mais tarde a Campania caiu em poder dosetruscos, depois dos sanmitas (urn dos povosque habitavam a peninsula italiana) efinalmente dos romanos.

Sob 0 dominio dos romanos a Campania sedestacou pela intensa produ9ao dos seuscampos - a maior de toda a peninsula italiana,seus portos - os melhores da costa ocidental, epelas freqtientes insurrei90es dos seushabitantes, em sua maioria de origem grega esamnita.

Situada na Campania (atualmente e suacapital) esta a cidade de Napoles.

Fundada pelos gregos e depois ocupadasucessivamente pelos samnitas e os romanos,quando se tomou urn ponto de referencia paraos cidadaos ricos, Napoles e uma das poucascidades da Europa que sobreviveram ao mundoantigo, sem ser totalmente destrufda.

Ap6s os romanos, Napoles foi dominadapelos ostrogodos, pelos bizantinos e pelossarracenos, ate se constituir em uma republicaindependente.

Mais tarde foi conquistada pelos normandos,sendo entao transformada na capital do reinodas Duas Sicilias.

Finalmente em 1861, ap6s a expulsao dosBourbon, por 0p9ao dos seus habitantes,manifestada em urn plebiscito, reuniu-se aonascente reino da Itilla.

Vista de longe Napoles angariou a fama quelhe valeu 0 proverbio: ver Napoles e morrer.

o seu interior, porem, composto por variosbairros, cada qual com sua caracteristicapeculiar, fruto dos diversos povos que aocuparam, fez com que prevalecesse a famanao tao admiravel de cidade anarquica.

Tamhem na Campania, ao suI de Napoles,situada entre as montanhas do Parque Nacionaldo Cileto e 0 Golfo de Policastro, esta apequena cidade de Scario".

Outrora habitada por agricultores epescadores, Scario atualmente e urn balneario,repleto de hoteis e restaurantes. 0 nucleo dacidade, entretanto, guarda ainda lembran9as dopassado, sobretudo nas belas constru90es abeira mar, dentre as quais se destaca 0imponente sobrado que pertenceu a familiaPentagna - no balcao central ainda estaogravadas as iniciais de Saverio Pentagna.

o BRASILEm meados do seculo XIX, enquanto a Itiilia

consolidava a sua unifica9ao, "do outro ladodo mundo", 0 Imperio do Brasil, tendo a frentea Casa de Bragan9a, era 0 maior produtor eexportador de cafe do mundo e buscava 0desenvolvimento.

As vastissimas planta90es do cafe seconcentravam entao na provincia do Rio deJaneiro, onde tambem estava localizada acapital do imperio.

Na provincia do Rio de Janeiro, regiao doVale do Parafba, entre os rios Parafba e Preto,confrontando-se com a provincia de MinasGerais estava situado 0 municipio de Valen9a3,criado por Decisao Imperial de 28 de outubrode 1842.

A cidade de Valen\ia localiza-se entre asserras Velha ou dos Mascates e a das Cabras,onde outrora havia a aldeia dos indiosCoroados - resultado do cruzamento dosCorop6s com os Goitacas, que os venceramem batalha e assimilaram.

Os Coroados ali se estabeleceram for9adospelas lutas constantes que lhes movia seusparentes Puris - excessivamente guerreiros,viviam entre 0 mar e 0 norte do rio Parafba.

Em 1789, por deterrnina9ao do Vice Rei D.Luiz de Vasconcellos e Souza, iniciou-se aciviliza9ao e catequese dos Coroados, com 0Sargento Mor Ignacio de Souza Wemeck, 0fazendeiro Jose Rodrigues da Cruz e 0 PadreManuel Gomes Leal.

Os desbravadores penetraram pacificamenteno principal aldeamento onde erguerammodesta capela, dedicada ao culto de N. S. daGl6ria.

Os primeiros povoadores brancos foramportugueses emigrados para a colOnia emoradores das vilas vizinhas de Sacra FanIiliado Tingua e Paty do Alferes, que vinham abrirsuas r09as e estabelecimentos comerciais nasprimeiras sesmarias concedidas deste esquerdodo rio Paraiba para 0 Marques de Baependi, 0Capitao Joao Pinheiro de Souza, genro do

Sargento Mor Wemeck, dentre outros.Nao tardaram, porem, os conflitos entre

brancos e indios pela posse da terra. Urncacique foi assassinado, houve rea9ao e osbrancos promoveram uma "ca9a ao indio".Contra as injusti9as praticadas, algumas vozesse levantaram e docUlllentos foram enviadosas autoridades da Corte, tudo, porem, em vao.Desamparados, perseguidos e acometidos porepidemias, os indios foram sendo extintos.

Por essa epoca ja existia cafe plantado naregiao. Manuel Luiz Areias, que e consideradoo primeiro cafeicultor de Valen9a, possufa emsua propriedade cinco mil pes. Saint Hilaire,quando por ali pas sou, presenciou a derrubadade grandes extensoes de matas para 0 cultivodo aura negro. Foi, porem, com os LeiteRibeiro, emigrados de Minas Gerais, ondemineravam, que a cultura do cafe conheceu suagrandeza.

Com a cria9ao da Vila, iniciou-se 0 periodode organiza9ao polftico-administrativa: em1829 sao eleitas as primeiras autoridades, em1832 sao fund ados 0 primeiro colegio e 0primeiro jomal, em 1838 a Santa Casa deMiseric6rdia abria suas portas.

Pela Lei Provincial N° 961, de 29 desetembro de 1857 a vila foi elevada a cidade.

Em 18 de maio de 1871 0 Imperador D.Pedro II inaugurou a Estrada de Ferro UniaoValenciana, fruto da nobre iniciativa dosfazendeiros de cafe, que assim facilitavam 0escoamento da sua produ9ao. Iniciava-se 0perfodo aureo da hist6ria de Valen9a.

o comercio do municipio era fortissimo,abastecido por tropas que faziam 0 transitoentre Minas Gerais e a Corte. Os fazendeiros,enobrecidos pelo go verno imperial,administravam suas imensas planta90eshabitando belfssimos palacetes que fizeramconstruir, importando, inclusive, material daEuropa. Na cidade, advogados brilhantes emedicos sabios, compunham uma sociedadedemocratica, que dan\iava nos anirnados bailespromovidos pelos clubes locais, apostava nascorridas de cavalos e lotava as frisas ecamarotes do Teatro da Gl6ria, onde seapresentaram artistas como 0 celebre pianistaGottschalk.

Como em todos os lugares onde a mao deobra escrava era 0 sustentaculo daprosperidade, em Valen9a as conseqtiencias daLei Aurea foram catastr6ficas.

A lavoura de cafe, abandonada no infcio dacolheita, foi rapidamente tomada pelasqueimadas e coberta pelo mato.

A maior parte dos fazendeiros, sem recursosfinanceiros e com grandes dividas, acabouvendendo suas propriedades a pre90s vis.

Na cidade, a decadencia tamhem era visfvelpor toda parte, como magistralmente registrouo historiador LuizDamasceno Ferreira em sua"Historia de Valenfa".

Apesar de iniciativas admiraveis, como a

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funda~ao, em 1906, da Companhia Industrialde Va1en~a, durante quase vinte anos 0municipio esteve praticamente mergulhadonesta estagna~ao econ6mica.

Ate que em 1908 a fanu1ia Pentagna trouxeem visita a Valen~a 0 Comendador AntonioJannuzzi, renomado construtor no Rio deJaneiro, auxiliar do prefeito Pereira Pass os nasgrandiosas obras de modemiza~ao do DistritoFederal; encantado pelo clima, 0 empresarioresolveu fixar residencia na cidade.

Foi entao que gra~as ao ComendadorJannuzzi, que era dotado de personalidadeempreendedora e desfrutava de grandeprestigio junto as maiores autoridades do pais,que 0 progresso retornou a Valen~a.

A IMIGRAC;AO DOSITALIANOS4

Em meados do secu10 XIX, a regiao suI doReino da Italia se encontrava ainda maisempobrecida, desgastada pelas batalhas daunifica~ao.

A unica alternativa que restava para 0desalento dos italianos era a imigra~ao, mesmoque 0 destino fosse 0 "outro 1ado do mundo".

Enquanto isso, no Imperio do Brasil, 0governo, que ja vinha, ainda que sem muitoentusiasmo, promovendo a vinda deestrangeiros, buscando a coloniza~ao dasvastas areas despovoadas do pais, passou acontar com 0 apoio de alguns fazendeiros,plantadores de cafe, que visavam diminuir 0imp acto da eminente liberta~ao dos escravossobre suas lavouras, contratando trabalhadoreslivres.

Assirn, unindo a disposi~ao e a necessidadedos italianos, com a oportunidade dada pelos

REMETENTEDESTINATARIO

brasileiros, milhares de irnigrantes vieram seestabelecer no pais.

A presen~a dos italianos em Valen~a5come~ou a se destacar na decada de 1870,quando por ali iniciaram suas atividades, comotropeiros, mascates ou empregados nocomercio e nas fazendas de cafe.

Seduzidos pelo excelente clima, pelocomercio intenso e pela prosperidade da vidados habitantes da localidade, apos 0 acumulodo capital necessario, os italianos acabaram seestabelecendo definitivamente na regiao, comoproprietarios, fazendeiros e negociantes - nasede do municipio ou nos distritos e nasgrandes fazendas, onde comercializavam oschamados secos e molhados: alimentos,tecidos, utensilios domesticos, ferramentas, etc.

Dentre os primeiros imigrantes italianosradicados em Valen~a encontram-se as farniliasAlessio, Belloti, Brandi, Capobianco,Capozzoli, Carelli, Corvino, Cosati, Demarchi,Donadio Blois, Fatoni, Guadagny, Gioseffi,Ie1po, Iorio, Jannuzzi, Lamarca, Lanzalotte,Novello, Pannain, Pentagna, Petrola, Prota,Romano, Stivanin, Vassalo, etc.

Mais tarde, tambem se estabeleceram nacidade as familias Cupello, Felippe, Pellegrini,Petrillo, Savastano, etc.

Para demonstrar 0 importante papeldesempenhado pelos imigrantes italianos nahistoria de Valen~a, destaca-se a trajetoria detres familias, os Pentagna, os Ielpo e osJannuzzi.

OnSERVA<;:};O: Optesente artigo possu/!" Ulna bemdocumentada e extensa bibliografia, que seraenviada para aqueles que a solicitarem porcorrespondencia dirigida if 0lTIl1!Jlfensa{

IMPREssa

Nossos votos de boas vindas ao sociaColaborador CARLOSALBERTODE PAIVA,do Rio de Janeiro, recem admitido.

IImo.SrRui Vieira da CunhaAv. Oswaldo Cruz. 78/l10122.250-060 Rio de Janeiro R.l