Combate Incêndio - apostila 4.pdf

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Prof.: Everton Faé [email protected] Proteção e Combate à Incêndio

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  • Prof.: Everton Fa

    [email protected]

    Proteo e Combate

    Incndio

  • Exploses

  • Uma exploso pode ser conceituada como:

    a queima de gases (ou partculas slidas), em altssima velocidade, em locais confinados, com grande liberao de energia e deslocamento de ar.

    Tipos:

    causadas por processos fsicos;

    causadas por processos qumicos;

    causadas pela energia nuclear;

  • As exploses causadas por processos fsicos so as

    consequentes de um vaso submetido ao aumento de

    presso de um gs ou vapor.

    Exemplos: exploses de caldeiras, tubulaes, cilindros,

    tambores de lquidos ou gases por excesso de presso.

  • As exploses determinadas meramente por causas fsicas

    so de pouco interesse para os casos de sinistro-

    incndio, uma vez que geralmente resultam no

    rompimento ou exploso do continente considerado.

  • As exploses nucleares so produzidas como resultado

    da formao de diferentes ncleos atmicos pela

    redistribuio dos prtons e nutrons no interior do

    ncleo. So produzidas por dois processos: Fisso

    Nuclear e Fuso Nuclear.

    Estas exploses no ocorrem nos incndios normais,

    portanto no sero abordadas nesse curso.

  • As exploses causadas por processos qumicos so as resultantes da combusto rpida ou decomposio violenta de uma substncia com grande elevao de temperatura, com formao imediata de grandes volumes de gases e rpida expanso da atmosfera local, com sbita liberao de energia e a consequente fora destrutiva.

    Exploses por processos qumicos

    1) causadas por decomposio rpida de substncias como os explosivos em geral.

    2) causadas por misturas explosivas (combustveis em forma de gases, vapores, ps ou nvoas de lquidos), onde a presena do oxignio indispensvel.

  • As exploses verdadeiras so determinadas por

    substncias especiais, os explosivos. Por definio, um

    explosivo uma substncia capaz de se decompor

    instantaneamente com a produo de grande massa de

    gases.

    De conformidade com a velocidade de decomposio, os

    explosivos so divididos em dois grandes grupos:

  • Explosivos de Baixa Velocidade de Reao (Baixos Explosivos)

    Efeito de propulso maior do que o de ruptura.

    Reao exotrmica que se propaga dos gases em combusto

    para os materiais que ainda no esto em combusto.

    Velocidade de decomposio inferior a velocidade do som.

    Deflagrao

    Exemplos: Plvoras. ( 1 kg de plvora = 0,55 kg de TNT)

  • Explosivos de Alta Velocidade de Reao (Altos Explosivos)

    Utilizados para trabalhos de destruio e ruptura.

    Reao exotrmica extremamente rpida, caracterizada por

    uma onda de choque no material.

    Se decompem com velocidades superiores a velocidade do

    som. Detonao

    Exemplos: TNT (Tinotrotolueno); Tetritol, Composto C-3,

    Composto C-4, Dinamite, etc.

  • TRINITROTOLUENO (TNT ou TROTIL)

    Alto explosivo de grande potncia;

    Relativamente insensvel ao choque;

    Razoavelmente estvel em qualquer clima;

    Pode ser armazenado por um longo perodo;

    Principal emprego: nos cortes e aberturas de brechas; de uma forma geral nas destruies;

    Sua exploso resulta grande quantidade de gases venenosos.

    Fora da exploso: 1 kg de TNT o padro para comparao de explosivos

  • TETRITOL (75% de Tetril e 25% de TNT)

    Maior potncia que o TNT;

    Maior rendimento que o TNT;

    Caractersticas semelhantes ao TNT;

    Mesmo emprego do TNT.

  • COMPOSTO C-3 e C-4

    Explosivo plstico entre 29 C e 52 C plstico ou pastoso; abaixo de 29 C duro e quebradio; e acima de 52 C fica muito mole;

    Mais potente que o TNT;

    Pega fogo rapidamente e queima com desprendimento de grande calor;

    Indicado para cortes de peas metlicas.

    Fora da exploso: 1 kg de C-4 = 1,34 kg de TNT

  • DINAMITE

    Alto explosivo comercial comum;

    Tipos: Dinamite comum (normal), dinamite amnia e dinamite gelatina;

    Explodem pela ao da espoleta n 6 ou mais potente;

    Podem explodir pela chama, frico, sopro violento e pelas fascas, incluindo choques de projteis;

    So empacotadas em cartuchos de papel parafinado, pesando 225g e tendo 3 cm de dimetro e 20 cm de comprimento;

    A exploso produz gases venenosos.

    Fora da exploso: 1 kg de dinamite = 0,65 a 0,83 kg de TNT

  • Dinamite Comum (normal)

    distinguida pela percentagem em peso de nitroglicerina que contm;

    A dinamite 50% equivalente em fora ao TNT e pode substitu-lo.

    Dinamite Amnia

    Aproximadamente o mesmo poder que tem as dinamites comuns;

    Formada basicamente por nitroglicerina e nitrato de amnia.

    Dinamite Gelatina (Dinamite Goma)

    Formada basicamente por nitroglicerina e nitrocelulose;

    Apropriada para emprego subaqutico.

  • Espoleta Acessrio utilizado para o acionamento dos explosivos (carga de ativao). Elas podem ser de dois tipos: espoleta eltrica ou espoleta comum. As espoletas so extremamente sensveis e explodem quando no manuseadas com o devido cuidado.

    Cordel Detonante Contm nitropenta (PETN) num invlucro a prova dgua, encerado e um pouco rugoso. utilizado para provocar a exploso da carga principal de explosivos.

    Estopim Contm um rastilho de plvora negra comprimido e envolvido por vrias camadas de tecidos impermeabilizantes. Ele transmite espoleta comum ou ao cordel detonante o fogo que acionar a carga explosiva.

    Escorvamento a operao de ligar a espoleta ou o cordel detonante carga explosiva. No processo mais comum, o estopim faz explodir uma espoleta que por sua vez provoca a detonao da carga ou de um pedao de cordel detonante, que provocar a exploso da carga.

  • A. Material absorvente poroso misturado nitroglicerina

    B. Capa cilndrica que envolve o material explosivo

    C. Ponta do detonador

    D. Cabo eltrico que se conecta a ponta do detonador

  • Regras de Segurana

    Regras para Armazenamento

    a. No armazenar explosivos em lugares midos.

    b. No armazenar espoletas e explosivos no mesmo paiol.

    c. No manusear ou armazenar explosivos nas proximidades de edificaes.

    d. No abandonar explosivos sem uma guarda. Deix-los fechados a chave e s dar esta a pessoas que possam ser responsabilizadas.

  • Regras de Segurana

    Regras para o Manuseio

    a. No abrir caixas de explosivos dentro ou nas proximidades do paiol.

    b. No fumar nem deixar fogo perto de explosivos.

    c. No empregar dinamite velha ou exudada.

    d. No empregar dinamite congelada ou muito resfriada.

    e. No descongelar dinamites.

    f. No transportar explosivos e espoletas na mesma viatura.

    g. No abandonar espoletas ou explosivos expostos luz direta do sol ou a outra qualquer fonte de calor.

  • Regras de Segurana

    Regras para o Manuseio (cont.)

    h. No carregar espoletas nos bolsos.

    i. No usar arames, pregos ou instrumentos similares para remover as espoletas de dentro das caixas.

    j. No no bater nem brincar com espoletas.

    l. No puxar os arames das espoletas eltricas.

  • Regras de Segurana

    Regras para a Preparao das Cargas

    a. No usar diferentes marcas de espoletas eltricas em um mesmo circuito.

    b. No escorvar ou ligar cargas, para acionamento eltrico, durante uma tempestade, ou quando esta se aproxima.

    c. No estriar espoleta com os dentes, faca ou canivete. Usar para isso o alicate de estriar.

    d. No usar uma espoleta de menor poder do que a prescrita para detonar o explosivo que se usa no momento.

    e. No se deve empregar espoletas comuns nas cargas sob a gua ou em cargas colocadas em cmaras molhadas.

  • Regras de Segurana

    Regras para a Preparao das Cargas (cont.)

    f. No cortar estopim demasiadamente curto. No dobrar nem torcer o estopim.

    g. Se no dispuser de alicate de estriar para abrir nos cartuchos de dinamites os orifcios para a escorva, deve-se usar um tarugo de madeira como nico substituto.

  • Regras de Segurana

    Regras para a Colocao das Cargas

    a. No forar um cartucho ou petardo escorvado no interior de uma perfurao.

    b. No comprimir o enchimento para as cargas com barras de ao ou ferramentas. Usar como socadores, pedaos de madeira de extremidades arredondadas.

  • Para os casos de sinistro-incndio, as verdadeiras exploses oferecem pouco interesse, salvo pela possibilidade de provocarem incndio em virtude dos efeitos que causam, como, por exemplo, pelo rompimento de redes eltricas ou tubulaes de gs domstico, da resultando uma inflamao de materiais combustveis existentes no local, ou do prprio gs.

    de assinalar, alis, que uma verdadeira exploso, independente de seus efeitos secundrios acima exemplificados, dificilmente ser causa de um incndio, pois no s a sbita expanso de um gs provoca a seu resfriamento, como o sbito deslocamento da massa gasosa poder causar a extino de chamas por acaso existentes. Esta segunda possibilidade aproveitada para extinguir os incndios que se originam nos poos de petrleo.

  • LEGISLAO

    Decreto n 3.665, de 20 de novembro de 2000.

    Regulamento para a Fiscalizao de Produtos Controlados.

    (...)Art. 1 Este Regulamento tem por finalidade estabelecer

    as normas necessrias para a correta fiscalizao das

    atividades exercidas por pessoas fsicas e jurdicas, que

    envolvam produtos controlados pelo Exrcito(...)

  • LEGISLAO

    NR 19 Explosivos

    Estabelece as disposies regulamentadoras acerca do

    depsito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando

    a proteo da sade e integridade fsica dos trabalhadores

    em seus ambientes de trabalho. A fundamentao legal,

    ordinria e especfica, que d embasamento jurdico

    existncia desta NR, o artigo 200 inciso II da CLT.

  • LEGISLAO

    Decreto n 2.423-N, de 15 de dezembro de 2009.

    Cdigo de Segurana Contra Incndio e Pnico do Estado do

    Esprito Santo (COSCIP).

    Art. 27. Alm da observncia das normas gerais do presente

    Decreto, devero ser atendidas s Normas Tcnicas respectivas,

    quando:

    II. houver manipulao, comercializao e/ou armazenamento de

    produtos perigosos, explosivos e lquidos inflamveis ou

    combustveis;

  • BLASTER

  • Definio: Extrao de rochas via detonao de explosivos.

    Origem da Palavra:

    Decreto n 3.665, de 20 de novembro de 2000.

    Regulamento para a Fiscalizao de Produtos Controlados (R-105).

    Determina a especializao: Curso de Blaster.

    Blaster: Profissional encarregado de organizar e conectar a distribuio e disposio dos explosivos e acessrios empregados no desmonte de rochas.

  • Curso de Blaster

    12 h/a Aulas tericas;

    04 h/a Prticas em pedreira de desmonte;

    04 h/a Prticas em pedreira de rochas ornamentais;

    09 h/a - Palestras com a Polcia Civil e Exrcito: Medicina e segurana no trabalho.

  • As exploses qumicas causadas por misturas explosivas so as mais comuns nas atividades do homem e que podem ao ocorrer determinar a deflagrao de um incndio, ou ento, surgir durante um incndio.

    As misturas explosivas normalmente so formadas entre o oxignio e uma substncia combustvel em propores adequadas. Estas substncias so as seguintes:

    Gases inflamveis;

    Vapores de lquidos inflamveis;

    Nvoas de lquidos combustveis;

    Ps de metais perigosos em suspenso; e

    Poeiras de origem orgnica.

  • Nas misturas explosivas, o combustvel (gs, nvoas,

    poeiras, ps, vapores em suspenso) est distribudo em

    uma mistura com ar em uma proporo tal que no

    assegurada a continuidade material entre suas molculas

    ou partculas. Todavia, dentro de certos limites (mistura

    ideal), o aumento do teor de oxignio, aumenta a

    velocidade da combusto de tal forma que existe uma faixa

    onde ocorre uma combusto violenta e extremamente

    rpida, fato que provoca os efeitos de uma exploso. Nesse

    casos ela recebe tecnicamente o nome de Exploso Difusa.

  • Embora a Exploso Difusa tambm tenha efeitos de ruptura e esmagamento, o seu maior efeito trmico. As exploses difusas tambm so chamadas de Pseudo-exploses.

    Para um gs queimar, h necessidade de que esteja em uma mistura ideal com o ar atmosfrico, e, portanto, se estiver numa concentrao fora de seus limites inflamabilidade, no queimar. Cada gs, ou vapor, tem seus limites (inferior e superior) prprios. Assim, abaixo do limite inferior no ocorre exploso devido a distncia entre as molculas e acima do limite superior a exploso no ocorrer devido ao baixo percentual de comburente no ambiente.

  • Tabela de Concentrao de mistura

  • Tambm as poeiras combustveis podem sofrer Exploses Difusas desde que estejam bem difundidas no ar. O teor aproximado de 5 g/m de ar. Todos os cereais produzem poeiras sujeitas exploso e, a prpria eletricidade esttica acumulada na descarga dos mesmos em dutos de silos ou portos, pode atuar como agente gneo, pois poder surgir centelhamento. Os ps metlicos tambm esto sujeitos ao mesmo fenmeno.

    As exploses em poeira ocorrem sempre em srie: uma primeira exploso suspende ou difunde ainda mais o combustvel finamente dividido e uma outra, provoca a exploso por efeito trmico.

  • A exploso difusa da serragem a ocorrncia mais comum, quando a mesma se inicia com centelhas a partir do faiscamento de mquinas eltricas, de um prego da madeira passando na serra ou mesmo, de uma centelha proveniente de um grampo de metal da correia em contato com o metal da roldana.

    A poeira de cereais pode explodir por eletricidade esttica proveniente do choque dos gros nas paredes internas dos silos, quando no houver revestimento de borracha. As grandes indstrias possuem um sistema eletromagntico que retira a poeira metlica em suspenso no ar.

  • ABNT NBR ISO 6184-1:2007 - Sistemas de proteo contra exploso Parte 1: Determinao dos ndices de exploso dos ps combustveis no ar

    Parte 2: Determinao de ndices de exploso de gases combustveis no ar

    Parte 3: Determinao dos ndices de exploso de mistura ar/combustvel exceto as misturas p/ar e gs/ar

  • Nota: Na exploso de uma mistura de gs, vapor, neblina

    ou p com ar (Exploso Difusa), as presses alcanam uma

    presso mxima de 7 a 10 atmosferas. Estes valores so

    baixos se comparados com a presso gerada pela

    detonao de explosivos onde os valores chegam a 150.000

    atm. So, porm, suficientes, para destruir totalmente uma

    edificao. Uma presso de 1,7 atm j suficiente para tal e

    at mesmo uma presso de 0,35 atm, danifica a edificao

    de tal modo que dificilmente ela poder ser reconstruda. A

    0,1 atm j so arrancadas vidraas e portas.