COLÍRIOS

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COLÍRIOS, SOLUÇÕES OTORRINOLARINGOLÓGICA E CAVITÁRIAS As preparações aplicadas topicamente nos olhos, ouvido, nariz e cavidade da boca incluem vários tipos de formas farmacêuticas como soluções, suspensões, pomadas e cremes. 1- COLÍRIOS “Soluções ou suspensões aquosas ou oleosas contendo uma ou várias substâncias medicamentosas destinadas à instilação ocular.” - volume normal de lágrimas = 7 μL. Olho sem piscar pode acomodar 30 μL. - volume usual = 50 μL perda da medicação écomum; - permanência no local da admpor alguns minutos; - devem ser levados em consideração: fatores físico-químicos, pH, tensoativos, esterilidade, preservação, isotonicidade, tamponamento, viscosidade e acondicionamento adequado. - o fármaco vai se dissolver no filme aquoso formado pela conjuntiva - conjuntiva = membrana que recobre a córnea e a pálpebra internamente, muito vascularizada umidade natural do olho - Absorção depende - balanço hidro/lipossol. (coef. part.) - pH Requisitos dos colírios: - Isotonia 0,6 a 1,5% de NaCl (USP) - pH líquido lacrimal: 7,4 a 7,7 7,3 a 9,7 ideal porém a maioria dos colírios tem estabilidade em pH mais baixo. Faixa aceita para não irritação: 5,8 a 11,4 - estabilidade: antioxidantes (sulfito de sódio, metabissulf. de sódio) - esterilidade: dose única: pós operatório – córnea lesada, não precisam de conservantes. dose múltipla: estéreis até o 1 o uso, devem ter conservantes. métodos de esterilização: calor úmido (autoclave) ou sistema de filtração por membrana; conservantes mais adequados: cloreto de benzalcônio(0,13 %), cloreto de benzetônio(0,01 %), clorobutanol(0,5 %). Conservantes em colírios: Ativid. cloreto de benzalcônio clorbutanol fenol parabenos álcool fenil etílico timerosal

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COLÍRIOS, SOLUÇÕES OTORRINOLARINGOLÓGICA E CAVITÁRIAS

As preparações aplicadas topicamente nos olhos, ouvido, nariz e cavidade da boca

incluem vários tipos de formas farmacêuticas como soluções, suspensões, pomadas e cremes.

1- COLÍRIOS

“Soluções ou suspensões aquosas ou oleosas contendo uma ou várias substâncias medicamentosas destinadas à instilação ocular.”

- volume normal de lágrimas = 7 μL. Olho sem piscar pode acomodar 30 μL. - volume usual = 50 μL�perda da medicação écomum; - permanência no local da admpor alguns minutos; - devem ser levados em consideração: fatores físico-químicos, pH, tensoativos,

esterilidade, preservação, isotonicidade, tamponamento, viscosidade e acondicionamento adequado.

- o fármaco vai se dissolver no filme aquoso formado pela conjuntiva - conjuntiva = membrana que recobre a córnea e a pálpebra internamente, muito

vascularizada → umidade natural do olho - Absorção depende - balanço hidro/lipossol. (coef. part.) - pH Requisitos dos colírios: - Isotonia → 0,6 a 1,5% de NaCl (USP) - pH → líquido lacrimal: 7,4 a 7,7 7,3 a 9,7 → ideal porém a maioria dos colírios tem estabilidade em pH mais baixo. Faixa aceita para não irritação: 5,8 a 11,4 - estabilidade: antioxidantes (sulfito de sódio, metabissulf. de sódio) - esterilidade: • dose única: pós operatório – córnea lesada, não precisam de conservantes. • dose múltipla: estéreis até o 1o uso, devem ter conservantes. métodos de esterilização: calor úmido (autoclave) ou sistema de filtração por membrana; conservantes mais adequados: cloreto de benzalcônio(0,13 %), cloreto de benzetônio(0,01 %), clorobutanol(0,5 %). Conservantes em colírios: Ativid.

cloreto de benzalcônio clorbutanol fenol parabenos álcool fenil etílico timerosal

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Incompatibilidades: - cloreto de benzalc. X nitrato de pilocarpina, sulfadiazina e fluoresceína sódicas, salicilato de eserina - clorbutanol : hidrolisa em soluções alcalinas e autoclavação Conservante pode ser inativado por: - pH da preparação - exposição ao calor - reação com recipiente - presença de inativadores na formulação 2- ERRINOS

“Formas farmacêuticas líquidas destinadas ao tratamento da mucosa nasal.” bastante vascularizada Mucosa nasal sistema tampão pouco eficiente sensibilidade grande aos estímulos muco e cílios Requisitos: - isotonia (ajuste com NaCl ou glicose) - pH: influencia no movimento ciliar – secreção nasal: 7,0 a 8,3

rinite / rinosinusite aguda → pH + alcalino → emprego de soluções vasoconstritoras ácidas (efedrina)

Faixa aceita = 6,4 – 9,0 (uso de tampão fosfato)

- estabilidade - esterilidade (chances de infecção grande)

errinos em geral são de dose múltipla – conservantes (clorbutanol 0,5%) - todos os errinos são aquosos Não usar: - solventes como óleos, glicerina ou álcool acima de 10%, PEG → alteram a

viscosidade → ↓ movimentos ciliares - ácido bórico → ↓ movimentos ciliares - cloreto de benzalcônio → precipita muitos fármacos utilizados Principais fármacos empregados: efedrina neomicina dexametasona tirotricina naftilimidazolina insulina estreptomicina

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3- GOTA OTOLOGICA “Formas farmacêutica líquidas, geralmente viscosas e que visam a limpeza da região

auricular ou o combate de infecções.” → Mucosa com produção intensa de cerúmen, sistema tampão pouco eficiente (ouvido não tolera pH > 7) Requisitos: - pH: em geral ácidas (Mos proliferam melhor em meio alcalino), normal = 5,0 a 7,8

(tampão ác. bórico) * isotonia não é necessária pois não vamos ultrapassar barreiras - esterilidade: conservantes (parabenos, clorexidina, etc.) - estabilidade: veículos = água glicerina, óleos, glicóis. Principais fármacos veiculados: Antibióticos (cloranfenicol, sulfato de polimixina B) Antissépticos (fenol, timol, mentol) Anestésicos locais (lignocaína, clorbutanol) Remoção de cerúmen (H2O2 5 a 10V, óleos, K2CO3 em glicerina) 4- COLUTÓRIO

“Formas farmacêuticas líquidas, aquosas, destinadas a serem aplicadas diretamente sobre as partes internas da boca e garganta para tratamento de afecções e infecções.”

Características: - preparações viscosas - veículos: glicerina, propilenoglicol, xarope, mel - uso de essências e corantes (cores fortes - não é para deglutir) - fármacos: antissépticos, antibióticos, anestésicos locais 5- GARGAREJO

“Soluções aquosas destinadas à lavagem e assepsia da boca e garganta.”

Característica: - cores fortes - não é para ingerir - Veículo: aquoso ou hidroalcoólico - Pode conter: mel, glicerina, flavorizantes - fármacos: antissépticos, antibióticos, anestésicos locais 6- DUCHAS

“São preparações farmacêuticas líquidas destinadas a serem introduzidas em

cavidades do corpo com finalidade de limpeza e assepsia.”

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- Ducha oftálmica: água boricada, solução fisiológica, requisitos = colírios - Ducha nasal: solução fisiológica (rinossoro), requisitos = errinos - Duchas vaginais, uretrais, faríngeas: não muito utilizadas, não importa isotonia e

esterilidade. * podem ser dispensadas sob a forma de pós/comprimidos para serem dissolvidos na hora do uso. Principais fármacos veiculados: NaCl nitrato de prata borato de sódio KmnO4 ác. bórico tanino (vaginais) bicarbonato de sódio ác. acético fenol cloreto de benzalcônio 7- ENEMA OU CLISTER

“Forma farmacêutica líquida destinada a ser instilada no reto com fim laxativo, ou para produzir outro efeito local ou ainda sistêmico.”

- Aplicação visando ação sistêmica – efeito rápido (semelhante à solução parenteral). - atualmente – mais usado em hospitais (pré-operatório, diagnósticos) - volume aplicado: desde poucos mL até 1000mL. - Fármacos: carminativos, laxativos, sedativos, anti-helmínticos, agentes de

diagnósticos (sulfato de bário).

SOLUÇÕES FARMACÊUTICAS – pH E ISOTONIA - Isotonia está relacionada com pressão osmótica - Osmose: membrana semi-permeável → passagem do solvente - Pressão osmótica – pressão suficiente para impedir a osmose → isotonia é importante em: injetáveis, colírios, errinos

Soluções hipertônicas: P.O. maior que a pressão existente na via de administração → retiram água dos tecidos.

Soluções isotônicas: P.O. igual à pressão existente na via de administração → é o ideal.

Soluções hipotônicas: P.O. menor que a pressão existente na via de administração → ↑ volume das células. Soluções propositalmente hipertônicas: - glicose, pentose, hexoses: uso para diminuir a pressão intracraniana - glicose, aás e sais: alimentação parenteral (suporte nutricional rápido pela veia cava) - soro hipertônico (NaCl 10% + sais): compensação de perdas importantes de

eletrólitos por vômitos e diarréias intensas.

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→ Administração lenta. São soluções de “choque” e muitas vezes lesivas ao endotélio vascular – usadas em situações de emergência. - Isotonia está relacionada com pressão osmótica - fator importante considerando determinadas vias de administração: parenteral (IV, IM, SC, ID), colírios e errinos. - Osmose: membrana semi-permeável → passagem do solvente - Pressão osmótica – pressão suficiente para impedir a osmose Cálculo de isotonia:

• Pelo equivalente em cloreto de sódio (EqNaCl) = é a massa em NaCl que produz o mesmo efeito osmótico que 1g da substância.

H3BO3 EqNaCl = 0,5% 1g de H3BO3/100mL de solução produz o mesmo efeito que 0,5g NaCl/100mL. Estes dados para as substâncias comuns estão tabelados. A concentração de ácido bórico que é isotônica à lágrima: 1g de H3BO3 --------------------- 0,5g NaCl X ------------------------------ 0,9g NaCl X = 1,8g/100mL de H3BO3

Alguns equivalentes de cloreto de sódio.

Substância Peso Molecular Íons i Equivalente de NaCl

Cloreto de benzalcônio 360 2 1,8 0,16 Clorobutanol 177 1 1,0 0,18 Cloreto de nafazolina 247 2 1,8 0,27 Cloridrato de pilocarpina 245 2 1,8 0,24 Cloridrato de tetraciclina 481 2 1,8 0,12 Ex.: Sulfato de atropina ___________ 1 % Cloreto de sódio _____________ q.s. para isotonicidade Água purificada estéril q.s.p. ___ 30 mL Para fazer 30 mLde solução isotônica com cloreto de sódio são necessários 270 mgde NaCl. 30 mLx 0,9 % = 0,27 g ou 270 mg Contudo a presença do sulfato de atropina deve ser levada em consideração: 0,12 x 300 mg(dose de sulfato de atropina) = 36 mg Assim, 270 mg-36 mg= 234 mgde cloreto de sódio são necessários Cloridratode nafazolina______ 0,5 mg/mL Cloreto de sódio ____________ q.s. para isotonicidade Cloreto de benzalcônio_______ 0,01 % (p/v) Água destilada q.s.p. _________ 30 mL Equivalentes em relação ao Cloreto de Sódio Cloridratode nafazolina= 0,27 Cloreto de benzalcônio= 0,16 Calcular????