COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO...

23
ORIENTAÇÕES 1. As respostas devem ser preenchidas EXCLUSIVAMENTE A CANETA (AZUL OU PRETA); 2. TODAS AS QUESTÕES OBJETIVAS devem conter justificativas; 3. Preencha a folha de respostas que está no final deste trabalho. Questão 01 - (UNIFOR CE) No quadrinho abaixo, observamos um problema de comunicação entre os personagens. Assinale a alternativa que apresenta o elemento da comunicação que levou a esse problema. a) Canal. b) Código. c) Referente. d) Mensagem. e) Receptor. Questão 02 - (UERJ) Olho as minhas mãos Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las Assim, lentamente, como essas anêmonas do fundo do mar... Fechá-las, de repente, 5 Os dedos como pétalas carnívoras! Só apanho, porém, com elas, esse alimento impalpável do tempo, Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamento Como tecem as teias as aranhas. A que mundo 10 Pertenço? No mundo há pedras, baobás 1 , panteras, Águas cantarolantes, o vento ventando E no alto as nuvens improvisando sem cessar. Mas nada, disso tudo, diz: “existo”. 15 Porque apenas existem... Enquanto isto, O tempo engendra a morte, e a morte gera os deuses E, cheios de esperança e medo, Oficiamos rituais, inventamos 20 Palavras mágicas, Fazemos COLÉGIO SHALOM Ensino Médio 1º ANO Prof. Me. Clécio Oliveira Língua Portuguesa Aluno (a): _____________________________________ TRABALHO DE RECUPERAÇÃO ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________

Transcript of COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO...

Page 1: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

65

ORIENTAÇÕES

1. As respostas devem ser preenchidas EXCLUSIVAMENTE A CANETA (AZUL OU PRETA);

2. TODAS AS QUESTÕES OBJETIVAS devem conter justificativas;

3. Preencha a folha de respostas que está no final deste trabalho.

Questão 01 - (UNIFOR CE)

No quadrinho abaixo, observamos um

problema de comunicação entre os

personagens. Assinale a alternativa que

apresenta o elemento da comunicação que

levou a esse problema.

a) Canal.

b) Código.

c) Referente.

d) Mensagem.

e) Receptor.

Questão 02 - (UERJ)

Olho as minhas mãos Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas

Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las

Assim, lentamente, como essas anêmonas do

fundo do mar...

Fechá-las, de repente, 5Os dedos como pétalas carnívoras!

Só apanho, porém, com elas, esse alimento

impalpável do tempo,

Que me sustenta, e mata, e que vai secretando

o pensamento

Como tecem as teias as aranhas.

A que mundo 10Pertenço?

No mundo há pedras, baobás1 , panteras,

Águas cantarolantes, o vento ventando

E no alto as nuvens improvisando sem cessar.

Mas nada, disso tudo, diz: “existo”. 15Porque apenas existem...

Enquanto isto,

O tempo engendra a morte, e a morte gera os

deuses

E, cheios de esperança e medo,

Oficiamos rituais, inventamos 20Palavras mágicas,

Fazemos

COLÉGIO SHALOM

Ensino Médio – 1º ANO

Prof. Me. Clécio Oliveira – Língua Portuguesa

Aluno (a): _____________________________________

TRABALHO DE

RECUPERAÇÃO

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 2: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

Poemas, pobres poemas

Que o vento

Mistura, confunde e dispersa no ar... 25Nem na estrela do céu nem na estrela do mar

Foi este o fim da Criação!

Mas, então,

Quem urde eternamente a trama de tão velhos

sonhos?

Quem faz – em mim – esta interrogação? (QUINTANA, Mário. Apontamentos de história sobrenatural.

Porto Alegre: Globo, 1984.) A metalinguagem pode ser percebida quando,

em uma mensagem, a linguagem passa a ser

o próprio objeto do discurso.

A metalinguagem não está presente na

seguinte alternativa:

a) “A que mundo / Pertenço?” (v. 9 -

10)

b) “Fazemos / Poemas, pobres poemas”

(v. 21 - 22)

c) “Foi este o fim da Criação!” (v. 26)

d) “Quem faz – em mim – esta

interrogação?” (v. 29)

Questão 03 - (ESCS DF)

BALADA DAS TRÊS MULHERES

DO SABONETE ARAXÁ Manuel Bandeira

As três mulheres do sabonete Araxá me invocam,

me

bouleversam, me hipnotizam.

Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas

da

tarde!

O meu reino pelas três mulheres do sabonete

Araxá.

Que outros, não eu, a pedra cortem

Para brutais vos adorarem,

Ó brancaranas azedas,

Mulatas cor da lua vêm saindo cor de prata

Ou celestes africanas:

Que eu vivo, padeço e morro só pelas três

mulheres

do sabonete Araxá!

São amigas, são irmãs, são amantes as três

mulheres

do sabonete Araxá?

São prostitutas, são declamadoras, são acrobatas?

São as três Marias?

Meu Deus, serão as três Marias?

A mais nua é doirada borboleta.

Se a segunda casasse, eu ficava safado da vida,

dava

pra beber e nunca mais telefonava.

Mas se a terceira morresse... Oh, então, nunca

mais a

minha vida outrora teria sido um festim!

Se me perguntassem: Queres ser estrela? Queres

ser

rei? Queres uma ilha no Pacífico? um bangalô em

Copacabana?

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 3: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

Eu responderia: Não quero nada disso tetrarca. Eu

só quero as três mulheres do sabonete Araxá:

O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá!

A função de linguagem, além da função poética,

que predomina no poema é:

a) emotiva;

b) fática;

c) metalinguística;

d) conativa;

e) referencial.

Questão 04 - (IBMEC SP)

O NAVIO NEGREIRO - Castro Alves

(fragmento)

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais ...

Se o velho arqueja, se no chão resvala,

Ouvem-se gritos... o chicote estala.

E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,

E após fitando o céu que se desdobra,

Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros:

"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!

Fazei-os mais dançar!..."

Além da função poética, qual outra função da

linguagem prevalece no poema de Castro Alves?

a) metalinguística

b) referencial

c) apelativa

d) fática

e) emotiva

Questão 05 - (UNIFICADO RJ)

Os sonhos também envelhecem Os sonhos! Esses companheiros que movem a vida,

que vêm de mãos dadas à existência!

Sonhos que se realizam, sonhos possíveis,

impossíveis sonhos, fáceis e difíceis, alavanca de

cada dia. 5Sonhos dormidos, sonhos bem acordados.

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 4: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

Li em algum lugar que os “sonhos são os

primeiros passos para as realizações”. Verdade,

porque se realiza o que se pensa, se pensa o que

se sonha. Engatinhamos em pensamento, damos

os primeiros passos, andamos 10rumo à vitória,

pelo menos deveria ser assim.

Estava pensando que os sonhos, assim como tudo,

ficam velhos. Feio isso, não é?

Sonhos velhos, velhos sonhos, que se cansaram de

sonhar, que enrugaram a cara, a esperança, a

vontade. 15Pergunto-me se os sonhos ficam velhos

ou se erramos nas projeções de realização.

Seguimos com tantos sonhos e vejo que alguns

passam do sonho ao desafio a si mesmo.

Muitas vezes, quando se chega ao pé do sonho, 20quando o temos nas mãos, não é mais

importante, apenas vencemos um desafio, não

alcançamos o sonho bonito, digladiamos com a

força de fazer, quer se queira ainda ou não.

A dialética da vida, essa pressa de mudar tudo, faz 25as óticas mudarem também. Muitas vezes não

percebemos e continuamos a trilhar na mesma

estrada, como se as árvores que a enfeitam não

fossem outras, à medida que se evolui... Como se

o tempo não passasse pela metamorfose de dia e

noite, de chuva e sol. 30Continuamos as mesmas velhas pessoas, com os

mesmos sonhos.

Os sonhos também envelhecem, mas podem

passar pela plástica da visão ampla e serem novos,

novos sonhos, com cara de menino, com cara de

vida, na nossa 35cara de vencedor...

Importante se faz tirar o véu que cobre a

jovialidade do sonho, identificar sua velhice, vê-

lo deitado e cansado de ser sonhado, interromper

o desafio, fazer renascer, melhor, moderno e

possível... LAGARES, Jane (adaptado).

Disponível em: http://prosaepoesia.com.br/cronicas/

sonhos_envelhecem.asp.

Acesso em: 12 nov. 2006. Em “Feio isso, não é?” (l. 12), a função da

linguagem existente no segmento destacado

é:

a) emotiva.

b) conativa.

c) metalinguística.

d) poética.

e) fática.

Questão 06 - (UNIRG TO) Overbook

Vivo com alguns amigos e com uns poucos

inimigos.

Todos necessários ou, pelo menos, inevitáveis.

São pessoas diferentes, com diferentes idades,

nomes e apelidos próprios.

Diferem também no jeito de encarar e sentir a

coisas.

Uns eu conheço bem, outros nem tanto.

Acordamos e dormimos juntos e, enquanto

escrevo esta coluna, estamos todos ocupando o

assento 4D de um avião.

Um em cima do outro, sobrepostos. Felizmente

pelo custo de uma única passagem.

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 5: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

Somos eu, o Filho de meu pai, o Pai da minha

filha, o Marido de minha mulher, do Dono da

minha empresa, o Religioso, o

Gozador, o Boêmio, o Rebelde, o Civilizado...

contei uns 17.

Estamos todos a caminho de Londrina, a trabalho.

Nem todos querem viajar. Duas horas antes,

alguns não queriam fazer a barba.

Tudo é resolvido numa espécie de reunião de

condomínio. O prédio não tem síndico.

O avião se prepara para decolar: o Religioso reza

uma “avemaria”, enquanto o gozador pega o

gancho da “ave” e vai trocando a letra “ave,

Maria, cheia de garças, sabiá é convosco, bem-te-

vi entre nós...” enche a prece de passarinhos –

mesmo assim é uma prece. Ele acha que Deus é

humor.

O avião ainda nem saiu do chão e o passageiro da

frente deita a poltrona com violência. O Rebelde

tenta se livrar das cordas, sem sucesso – o Dono

da empresa e o Civilizado acham prudente

amarrá-lo quanto viajamos a negócios.

Nós de marinheiro.

Não conheço Londrina, mas ouvi muito sobre a

cidade na minha infância.

O Sobrinho do meu tio é o mais animado com a

viagem, começa a planejar programas,

atrapalhando a concentração do

Dono da minha empresa, que queria repassar os

tópicos da apresentação.

Os dois começam a discutir, para desespero do

Boêmio, que queria dormir.

A aeromoça passa oferecendo balas. O Neto do

meu avô enche a mão.

O colunista vai parando por aqui, porque o piloto

acaba de avisar que vamos entrar numa zona de

turbulência.

O comentário do Gozador é impublicável.

Que frase do texto demonstra um exercício

metalinguístico?

a) “Nem todos querem viajar.”

b) “Ele acha que Deus é humor.”

c) “O colunista vai parando por aqui.”

d) “O avião se prepara para decolar.”

Questão 07 - (IFRS)

Poema em linha reta 01 Nunca conheci quem tivesse levado

porrada.

02 Todos os meus conhecidos têm sido

campeões em tudo.

03 E eu, tantas vezes reles, tantas vezes

porco, tantas vezes vil,

04 Eu tantas vezes irrespondivelmente

parasita,

05 Indesculpavelmente sujo,

06 Eu, que tantas vezes não tenho tido

paciência para tomar banho,

07 Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo,

absurdo,

08 Que tenho enrolado os pés publicamente

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 6: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

nos tapetes das etiquetas,

09 Que tenho sido grotesco, mesquinho,

submisso e arrogante,

10 Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

11 Que quando não tenho calado, tenho sido

mais ridículo ainda;

12 Eu, que tenho sido cômico às criadas de

hotel,

13 Eu, que tenho sentido o piscar de olhos

dos moços de fretes,

14 Eu, que tenho feito vergonhas

financeiras, pedido emprestado sem pagar,

15 Eu, que, quando a hora do soco surgiu,

me tenho agachado

16 Para fora da possibilidade do soco;

17 Eu, que tenho sofrido a angústia das

pequenas coisas ridículas,

18 Eu verifico que não tenho par nisto tudo

neste mundo.

19 Toda a gente que eu conheço e que fala

comigo

20 Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu

enxovalho,

21 Nunca foi senão príncipe - todos eles

príncipes - na vida...

[...]

22 Arre, estou farto de semideuses!

23 Onde é que há gente no mundo?

24 Então sou só eu que é vil e errôneo nesta

terra? […]

PESSOA, Fernando. Fernando Pessoa - Obra Poética.

Cia. José Aguilar Editora: Rio de Janeiro, 1972. p. 418. No texto, predomina a função de linguagem

a) apelativa, pois o poema procura

influenciar e orientar o comportamento do leitor,

por meio da utilização de verbos no modo

imperativo.

b) fática, porque o poema testa o

funcionamento do canal de comunicação.

c) emotiva, porque o poema está centrado

na expressão dos sentimentos, emoções e opiniões

do eu lírico.

d) referencial, porque a intenção principal

do autor é informar o leitor.

e) metalinguística, pois o código é posto em

destaque, ou seja, o poema reflete sobre a criação

poética.

Questão 08 - (UFT TO)

Leia a charge a seguir.

MACHADO, Dálcio. Jornal Correio Popular. Disponível em:

<https://www.facebook.com/CPopular/photos/pb.1865467680

78215.-

2207520000.1404670209./688749461191274/?type=3&theater

>.

Acesso em: 01 Jul. 2014.

Assinale a alternativa CORRETA correspondente

à função da linguagem predominante no excerto:

“Meu Deus!!”; “É o fim!! É o fim!!!”

a) Função poética, pois evidencia um modo

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 7: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

não habitual de expressão e que comumente é

utilizado pelos jovens; trata-se de uma forma

rebuscada de transmitir a mensagem.

b) Função metalinguística, uma vez que a

personagem tem por objetivo explicar a fragilidade

de suas emoções ao receptor.

c) Função fática, haja vista que sua utilização

tem por finalidade predominante o estabelecimento

de um contato com o leitor.

d) Função conativa, pois ilustra um apelo da

personagem, cuja finalidade é influenciar o leitor

sobre a necessidade de haver uma relação mais

próxima entre pais e filhos.

e) Função emotiva, uma vez que sua

predominância é evidenciada pelas emoções

expressas na fala da personagem, as quais são

intensificadas pelo uso de exclamações.

Questão 09 - (UNIFOR CE) “Não queiras passar a ponte que se estende imensa,

silenciosa, sobre o mundo.

O amanhã é enigma. Não apreses o dia porque a

ponte pula o tempo.

Não pules o tempo”. (Gabriel José da Costa)

Com relação ao texto, de Gabriel José da Costa,

assinale a alternativa que traz a função da

linguagem predominante:

a) Emotiva.

b) Referencial.

c) Fática.

d) Metalinguística.

e) Apelativa.

Questão 10 - (IBMEC SP)

Palavras, palavras, palavras Um amigo erudito, que ocasionalmente vem visitar

meu enfisema, como não tem fundos para flores ou

presentes, me traz o prazer de sua presença e um

papo - monólogo ou preleção, a bem dizer - sobre

seu assunto favorito: vida, paixão e morte das

palavras.

Sabe que eu tenho o mesmo gosto por elas que ele,

embora indigno de beijar seus pés incalustres

(obsoleto, português do Brasil: livre de calos).

Sempre que posso tomo nota depois de pedir a

devida vênia (outro termo nosso em vias de

extinção) e fico por uns dias pesquisando e, que me

resta?, meditando.

Meu amigo, que ensina inglês para emigrantes lusos

e brasileiros recém-chegados à Grã-Bretanha (pois

é, nem todo mundo está indo embora), gosta de se

dizer poliglota, embora mais de uma vez tenha me

explicado, e eu sempre esquecendo, a contradição

existente na confecção do termo formado por poli +

glota. "Trata-se de um idiotismo lusitano

seiscentista", já me explicou e, tamanha sua verve

formal e presença avassaladora, que eu já me

esqueci. Em matéria de idiotismos minha cota já se

esgotou.

(...) Mas eu tenho minha forma de apoquentá-lo.

Como o dileto (Dileto não é seu verdadeiro nome) se

encontra fora do país natal, que é o mesmo meu,

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 8: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

gosto de atazaná-lo, ou melhor, espicaçar sua

mente viva, com os neologismos que pesco aqui e

ali nas águas bravias do mare nostrum cibernético.

Já o pus frente a frente com brasileirismos atuais

que o deixaram rubro de vergonha ou ódio, pois ele

é difícil de distinguir quando se queima. Taquei-lhe

brasileirismos atuais como bullying, point, fashion

week, os irmãos Loxas e Lunda e vi-o deixar minha

casa falando sozinho entredentes, como se tivesse

sido assaltado pelo mundo.

(...)De certa feita, fui contra as regras do jogo e

deixei-o zonzo por desconhecer o significado de

biringaço, que, após revelar-me sua total

ignorância, danou-se quando eu expliquei tratar-se

de lusitanismo obsoleto significando, nas altas

camadas sociais do século 17, uma espécie de

guarda-costas alugado a preços de arrasar.

Palavras. Há nelas, embutida, uma tremenda luta

corporal. Urge dela participar, mesmo passando

rasteira (regionalismo, Brasil). (http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1093251-ivan-lessa-palavras-

palavras-palavras.shtml)

Considerando-se a temática central explorada no

texto de Ivan Lessa, é possível identificar a

predominância da função

a) apelativa, já que destaca o receptor.

b) emotiva, já que destaca o emissor.

c) referencial, já que destaca a informação.

d) metalinguística, já que destaca o código.

e) poética, já que destaca a mensagem.

Questão 11 - (UNIFOR CE)

Asa Branca

Luíz Gonzaga/Humberto Teixeira

Quando “oiei” a terra ardendo

Qual a fogueira de São João

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de “prantação”

Por farta d’água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Por farta d’água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

“Intonce” eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

“Intonce” eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua

Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim vortar pro meu sertão [...] Disponível em: < http://letras.mus.br/luizgonzaga/ 47081/ >.

Acesso em: 08/11/2012.

A poesia de Luiz Gonzaga apresenta a variação da

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 9: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

norma padrão da língua no que se refere:

a) à sintaxe.

b) ao gênero.

c) à pronúncia.

d) ao vocabulário.

e) à semântica.

Questão 12 - (ESPM RS)

Um caso especial de variação de estilo é o que se

vê no tabu linguístico, quando os falantes evitam

determinados assuntos como um todo, ou certas

palavras em situações particulares (por exemplo,

na presença de estranhos, de membros do sexo

oposto, de crianças, de pessoas mais velhas etc).

Tanto quanto se sabe, esse fenômeno é encontrado

em todas as comunidades, embora o tipo de assunto

e de vocabulário, assim como as situações nas

quais os tabus operam, variem consideravelmente.

Na Inglaterra, nomes de divindades e palavras com

conotações religiosas (sem dúvida, relíquias de

atitudes mágicas mais antigas em relação à língua),

da mesma forma que palavras consideradas

obscenas, algumas vezes parecem aliviar os

sentimentos de tensão simplesmente ao serem

pronunciadas; mas, na maioria das situações, seu

uso é desaprovado como blasfêmia e outras

expressões são introduzidas. (R. H. Robins, Linguística Geral, Porto Alegre, Ed.Globo)

Para o autor, a Inglaterra:

a) simboliza um caso especial de variação de

estilo de falar.

b) apresenta-se como uma exceção linguística

ao usar nomes de divindades ou palavras religiosas.

c) observa regras de mágica religiosa em

situações de tensão no ato da fala.

d) constitui um exemplo de variação de estilo

de falar em decorrência de tabus linguísticos.

e) apresenta exemplos gritantes de

xingamentos em situações de tensão.

Questão 13 - (ENEM)

A substituição do haver por ter em construções

existenciais, no português do Brasil, corresponde a

um dos processos mais característicos da história da

língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em

relação a ampliação do domínio de ter na área

semântica de “posse”, no final da fase arcaica.

Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter

sobre haver e discute a emergência de ter

existencial, tomando por base a obra pedagógica de

João de Barros. Em textos escritos nos anos

quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se

evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”,

não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe

histórica, quanto de haver como verbo existencial

com concordância, lembrado por Ivo Castro, e

anotado como “novidade” no século XVIII por Said

Ali.

Como se vê, nada é categórico e um purismo

estreito só revela um conhecimento deficiente da

língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se

conceber uma norma única e prescritiva? É válido

confundir o bom uso e a norma com a própria

língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 10: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

hierarquizante de outros usos e, através deles, dos

usuários? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito

linguístico:

do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.°

36, 2008.

Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

Para a autora, a substituição de “haver” por “ter”

em diferentes contextos evidencia que

a) o estabelecimento de uma norma prescinde

de uma pesquisa histórica.

b) os estudo clássicos de sintaxe histórica

enfatizam a variação e a mudança na língua.

c) a avaliação crítica e hierarquizante dos

usos da língua fundamenta a definição da norma.

d) a adoção de uma única norma revela uma

atitude adequada para os estudos linguísticos.

e) os comportamentos puristas são

prejudiciais à compreensão da constituição

linguística.

Questão 14- (ENEM)

Motivadas ou não historicamente, normas

prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade

sobrepõem-se ao longo do território, seja numa

relação de oposição, seja de complementaridade,

sem, contudo, anular a interseção de usos que

configuram uma norma nacional distinta da do

português europeu. Ao focalizar essa questão, que

opõe não só as normas do português de Portugal às

normas do português brasileiro, mas também as

chamadas normas cultas locais às populares ou

vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas

normas se consolidaram em diferentes momentos da

nossa história e que só a partir do século XVIII se

pode começar a pensar na bifurcação das variantes

continentais, ora em consequência de mudanças

ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em

ambos os territórios. CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.;

BRANDÃO, S. (orgs).

Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto,

2007 (adaptado).

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A

variação linguística é um fenômeno natural, ao qual

todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as

variedades linguísticas, o texto mostra que as

normas podem ser aprovadas ou condenadas

socialmente, chamando a atenção do leitor para a

a) desconsideração da existência das normas

populares pelos falantes da norma culta.

b) difusão do português de Portugal em todas

as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.

c) existência de usos da língua que

caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta

da de Portugal.

d) inexistência de normas cultas locais e

populares ou vernáculas em um determinado país.

e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os

usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.

Questão 15 - (UFMS)

Leia o excerto abaixo, extraído da obra “Os

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 11: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

Subterrâneos da Liberdade: Agonia da Noite”, de

Jorge Amado.

Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de

repetição na mão, brigando com o coronel, que

morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem

reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir

essas terras, tomar elas pra gente. Mesmo que seja

um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de

morrer.

Levando-se em conta a variação linguística,

assinale a(s) proposição(ões) correta(s) a respeito

da linguagem do texto lido.

01. Trata-se de uma variante coloquial.

02. Trata-se de uma variante popular.

04. O texto apresenta construções típicas dos

dialetos populares e, por isso, não previstas no

sistema linguístico do português.

08. O uso das expressões “nós deve” e “a

gente tenha elas” podem ocorrer em situações

informais.

16. O texto é um exemplo característico de

variantes inovadoras.

A soma que corresponde à(s) alternativa(s)

correta(s) é________.

Questão 16 - (ENEM)

Serafim da Silva Neto defendia a tese da unidade da

língua portuguesa no Brasil, entrevendo que no

Brasil as delimitações dialetais espaciais não eram

tão marcadas como as isoglossas*1 da România

Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua História da

Língua Portuguesa, reconhece que na diversidade

socioletal essa pretensa unidade se desfaz. Diz

Teyssier:

“A realidade, porém, é que as divisões ‘dialetais’ no

Brasil são menos geográficas que socioculturais. As

diferenças na maneira de falar são maiores, num

determinado lugar, entre um homem culto e o

vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do

mesmo nível cultural originários de duas regiões

distantes uma da outra.”

SILVA, R. V. M. O português brasileiro e o

português europeu

contemporâneo: alguns aspectos da diferença.

Disponível em:

www.uniroma.it. Acesso em: 23 jun. 2008.

*1 isoglossa – linha imaginária que, em um mapa,

une os pontos de ocorrência de traços e fenômenos

linguístico idênticos.

FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio da

língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

1986

De acordo com as informações presentes no texto,

os pontos de vista de Serafim da Silva Neto e de

Paul Teyssier convergem em relação

a) à influência dos aspectos socioculturais nas

diferenças dos falares entre indivíduos, pois ambos

consideram que pessoas de mesmo nível

sociocultural falam de forma semelhante.

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 12: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

b) à delimitação dialetal no Brasil

assemelhar-se ao que ocorria na România Antiga,

pois ambos consideram a variação linguística no

Brasil como decorrente de aspectos geográficos.

c) à variação sociocultural entre brasileiros de

diferentes regiões, pois ambos consideram o fator

sociocultural de bastante peso na constituição das

variedades linguísticas no Brasil.

d) à diversidade da língua portuguesa na

România Antiga, que até hoje continua a existir,

manifestando- se nas variantes linguísticas do

português atual no Brasil.

e) à existência de delimitações dialetais

geográficas pouco marcadas no Brasil, embora cada

um enfatize aspectos diferentes da questão.

Questão 17 - (ENEM)

Compare os textos I e II a seguir, que tratam de

aspectos ligados a variedades da língua portuguesa

no mundo e no Brasil.

Texto I

Acompanhando os navegadores, colonizadores e

comerciantes portugueses em todas as suas incríveis

viagens, a partir do século XV, o português se

transformou na língua de um império. Nesse

processo, entrou em contato — forçado, o mais das

vezes; amigável, em alguns casos — com as mais

diversas línguas, passando por processos de

variação e de mudança linguística. Assim, contar a

história do português do Brasil é mergulhar na sua

história colonial e de país independente, já que as

línguas não são mecanismos desgarrados dos povos

que as utilizam. Nesse cenário, são muitos os

aspectos da estrutura linguística que não só

expressam a diferença entre Portugal e Brasil como

também definem, no Brasil, diferenças regionais e

sociais. PAGOTTO, E. P. Línguas do Brasil. Disponível em:

http://cienciaecultura.bvs.br.

Acesso em: 5 jul. 2009 (adaptado).

Texto II

Barbarismo é vício que se comete na escritura de

cada uma das partes da construção ou na

pronunciação. E em nenhuma parte da Terra se

comete mais essa figura da pronunciação que nestes

reinos, por causa das muitas nações que trouxemos

ao jugo do nosso serviço. Porque bem como os

Gregos e Romanos haviam por bárbaras todas as

outras nações estranhas a eles, por não poderem

formar sua linguagem, assim nós podemos dizer

que as nações de África, Guiné, Ásia, Brasil

barbarizam quando querem imitar a nossa. BARROS, J. Gramática da língua portuguesa. Porto: Porto

Editora, 1957 (adaptado).

Os textos abordam o contato da língua portuguesa

com outras línguas e processos de variação e de

mudança decorridos desse contato. Da comparação

entre os textos, conclui-se que a posição de João de

Barros (Texto II), em relação aos usos sociais da

linguagem, revela

a) atitude crítica do autor quanto à gramática

que as nações a serviço de Portugal possuíam e, ao

mesmo tempo, de benevolência quanto ao

conhecimento que os povos tinham de suas línguas.

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 13: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

b) atitude preconceituosa relativa a vícios

culturais das nações sob domínio português, dado o

interesse dos falantes dessa línguas em copiar a

língua do império, o que implicou a falência do

idioma falado em Portugal.

c) o desejo de conservar, em Portugal, as

estruturas da variante padrão da língua grega — em

oposição às consideradas bárbaras —, em vista da

necessidade de preservação do padrão de correção

dessa língua à época.

d) adesão à concepção de língua como

entidade homogênea e invariável, e negação da

ideia de que a língua portuguesa pertence a outros

povos.

e) atitude crítica, que se estende à própria

língua portuguesa, por se tratar de sistema que não

disporia de elementos necessários para a plena

inserção sociocultural de falantes não nativos do

português.

Questão 18 - (UFF RJ)

Falar uma única língua num território de dimensões

continentais faz parte do imaginário de nossa

identidade nacional. Mas até que ponto resiste essa

unidade lingüística brasileira? (...)

Historicamente, as variações de pronúncia,

entonação e ritmo observados no Brasil espelham a

expansão heterogênea do português desde a

colonização do país. Tupi-guarani, ioruba, banto,

castelhano, holandês, francês, árabe, alemão,

italiano, inglês são alguns dos idiomas que

influenciaram a variação existente no português

daqui. Revista Língua, 2007

Assinale o fragmento de texto que apresenta, de

forma mais abrangente, o pluralismo étnico e

cultural na formação da sociedade brasileira.

a) A refavela

Batuque puro

De samba duro de marfim

Marfim da costa

De uma Nigéria

Miséria, roupa de cetim

Gilberto Gil

b) É negro, e branco, e nisei

É verde, é índio peladão

E mameluco, e cafuso, e confusão

Oh Pindorama quero seu Porto Seguro

Suas palmeiras, suas pêras, seu café

Suas riquezas, praias, cachoeiras

Quero ver o seu povo de cabeça em pé

Seu Jorge

c) Brasília tem o seu destaque

Na arte, na beleza e arquitetura

Feitiços de garoa pela serra

São Paulo engrandece a nossa terra

Do Leste por todo Centro-Oeste

Tudo é belo, e tem lindo matiz

Silas de Oliveira

d) Vanina linda, Vanina linda

Lisboa linda

E a Porto infinda

Luanda é linda, ô Vanina, ô Vanina

Também Cabinda

E lá Dili, Timor Leste

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 14: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

Serás bem-vinda ou bem-ida

Maputo e fina, ô Vanina, ô Vanina

Martinho da Vila

e) Vim do Norte vim de longe

De um lugar que já não há

Vim dormindo pela estrada

Vim parar neste lugar

Meu cheiro é de cravo

Minha cor de canela

A minha bandeira

É verde-amarela

Tom Jobim

Questão 19 - (UNIMONTES MG)

Pérolas, porcos e patetas - Bia Abramo 1“Graças a Deus, nunca fui de ler livro.” A frase, definitiva,

é de uma das ilustres celebridades criadas no laboratório

do "BBB", um tal de Fernando.

É má política ficar indignado com aquilo que já

sabemos não ser digno de atenção, mas, ainda assim, por

vezes a estupidez dá tais sustos na gente que é difícil ficar

impassível. 5Neste caso, o mais intrigante não é, evidentemente, o

fato de o moço não ser de “ler livros”. A cultura escrita não

goza lá de muito prestígio entre nós, brasileiros, falando de

maneira bem genérica. Se consideramos o microcosmo do

“BBB” — gente jovem, considerada bonita, com pendores

exibicionistas, ambição de se tornar celebridade e propensa

a ganhar dinheiro fácil —, o índice deve tender a quase

zero.

O mais revelador é o alívio com que ele se expressa,

como a dizer: “Graças a Deus não fui 10amaldiçoado com

essa estranhíssima vontade, esse gosto bizarro, esse defeito

de caráter”. Qual é, exatamente, a ameaça que se pensa

haver nos livros, ficamos sem saber, mas o temor de

pertencer ao esquisito grupo daqueles que “são de ler

livro” fala por si só.

Por outro lado, é nesses momentos de espontaneidade

real que o “BBB” tem algum interesse. Embora aqueles

que chegaram ao programa não sejam, a rigor,

representativos de nada, nessas brechas 15escapa o que vai

na cabeça dessas moças e rapazes, de certa forma

parecidos com os que estão do lado de fora. O desprestígio

do conhecimento letrado é marca funda da sociedade

brasileira — e, quando é formulado com tanta veemência e

clareza, é preciso prestar atenção.

Enquanto isso, na universidade de Aguinaldo Silva, o

pau come. Na novela “Duas Caras”, a instituição de ensino

é palco de uma luta renhida entre aqueles que “querem

estudar” — para vencer na 20vida, não mais do que isso;

estudar aqui tem um valor de troca muito claro — e o

bando de baderneiros e oportunistas, identificados como

“de esquerda”, que querem tumultuar o projeto “eficiente”

do reitor, um ex-militante convertido ao ensino privado.

Todos estudam lá — as mulatas sestrosas da favela, as

patricinhas do condomínio, a mulher adulta que volta à

sala de aula. Só não se sabe, ao certo, o que se estuda —

embora haja gente empunhando livros e cadernos, não há

uma indicação sequer (nem nos diálogos, nem nas

trajetórias dos personagens) de que, em uma universidade,

ao contrário dos shoppings do ensino, deva se produzir

conhecimento e que o conhecimento de verdade é

transformador. Justamente o que deve temer o “brother”

Fernando. Folha de São Paulo, 3/2/2008

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 15: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

Com base no que se sabe a respeito de Variação

Lingüística, de Níveis de Fala e Norma Culta, é

CORRETO afirmar a respeito da gíria “o pau come”,

usada nesse texto:

a) É totalmente inadequada, pois o restante do texto,

como é de se esperar num texto jornalístico, apresenta-se

num estilo inteiramente formal.

b) Embora aparentemente destoante e imprópria para um

texto jornalístico, reflete o tom de deboche com que a

autora trata a questão focalizada no fragmento em que se

encontra.

c) Trata-se de uma cochilo (=distração) do autor, que

deixou passar uma expressão não recomendável na

situação em que ela aparece, ou seja, num jornal marcado

pelo apuro da linguagem.

d) Nesse tipo de texto, é comum os autores fazerem uso

de uma linguagem informal, e até certo ponto desleixada,

para adequá-lo ao perfil do leitor a quem o mesmo se

destina.

Questão 20 - (UFPel RS)

O “internetês”, como popularmente é conhecida essa

linguagem, vem sendo uma variante da língua escrita

cada vez mais utilizada pelos internautas. Esse novo

modo de escrever, trazido no bojo das novas tecnologias,

utiliza-se de determinados recursos de modo a assegurar

uma comunicação mais rápida nos “chats”. O seguinte

diálogo, extraído de uma sessão de bate-papo via IRC –

software desenvolvido para comunicação virtual – ,

ilustra esse uso:

1<IrcLittleGirl> oie. c tae?

2<NLO_matrix> aham.

3<IrcLitteGirl> ☺ mas eh um virciado msm...

4 hehehehe. iaih como c vai?

5<NLO_matrix> bah, se eu so virciado, tu eh nerd...

6 hiahuahauaahua. td blz. tu?

7<IrcLittleGirl> + ou − :’(

8<NLO_matrix> tche, conta ae

9<IrcLittleGirl> melhor naum

10<NLO_matrix>:/

11<IrcLittleGirl>afff... tah bom. bombei de novu em

12 fisik. Pod issu? Fala seriu...

13<NLO_matrix> <o> psss mas me caiu os butiah

14 do bolso agora. Deu pra ti entaum?

15<IrcLittleGirl> nem tantu... tm mais um semestre

16 pela frent, ops bimestre mas tipow se eu rodar jag

17 era...Panico rulezzz...

18<NLO_matrix> ah meo tens q t enkrna, faze os

19 troçu em ksa, pegah aula particular

20<IrcLittleGirl> kra eu jah fiz td issu mas tipow na hr

21 da prova dah um tilt ta ligadu?

22<NLO_matrix> sei, sei... t deu um ctrl alt del no

23 cérebro. fico tri d kra qdo me dah uma dessa...

24<IrcLittleGirl> kkkkkk... peor. No stress.

25<NLO_matrix> flw. m xama no pvt.:*****

26<IrcLittleGirl> nem adoro tu entaum...; )

27 bjinhuxxxx

28<NLO_matrix> vlw. eu tb. Ah, manda um [ ] p

saulo. t+

30<IrcLittleGirl> pod cre. xauzinhu

I. Os erros presentes no texto possuem diferentes

motivos, dentre eles a redução de palavras (namo –

namorado), a supressão de vogais (qr – quer) ou até

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 16: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

mesmo o empréstimo de palavras do inglês (pvt –

private – privado).

II. O termo ops (linha 16) está para uma expressão de

retificação, assim como aham (linha 2) está para uma

de confirmação, ao passo que tipow (linha 16) (variação

internética da gíria “tipo”) é uma partícula expletiva, ou

seja, pode ser retirada sem prejuízo de sentido.

III. Pelo texto, é correto depreender que o interlocutor

masculino possui mais marcas gaúchas em sua

linguagem, utilizando um nível entre o regionalista e o

coloquial.

IV. O símbolo :/ (linha 10), pelo contexto, poderia ser

corretamente substituído por: “Eu não acredito nisso

que me contaste... Que coisa desagradável!”

Estão corretas apenas as afirmativas

a) I e IV.

b) I e II.

c) II e III.

d) II e IV.

e) I, II e IV.

Questão 21

Observe a oração: "Fabiano ia SATISFEITO". O termo

em destaque assume a função de:

a) predicativo do sujeito

b) objeto direto

c) adjunto adverbial

d) adjunto adnominal

e) agente da passiva

Questão 22

Assinale a opção em que o predicado da oração é

verbo-nominal:

a) Por que andas, jovem rapaz, meio sorumbático?

b) Só na ficção infantil um sapo pode virar

príncipe.

c) O rato, após cruel assédio, foi devorado pelo

manhoso bichano.

d) Esse talentoso rapaz nasceu músico.

e) Continuo aqui. Que jeito!

Questão 23

Marte é o Futuro 1O pouso na Lua não foi só o ápice da corrida espacial.

Foi também o passo inicial do turbocapitalismo que 2dominaria as três décadas seguintes. Dependente, porém,

de matérias-primas do século 19: aço, carvão, 3óleo.

Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento dos

limites da Terra. Ela era azul, mas finita. 4Com o império

da tecnociência, ascendeu também sua nêmese, o

movimento ambiental. Fixar Marte como 5objetivo para

dentro de 20 ou 30 anos, hoje, parece tão louco quanto

chegar à Lua em dez, como determinou 6John F. Kennedy.

Não há um imperialismo visionário como ele à vista, e

isso é bom. A ISS (estação espacial 7internacional)

representa a prova viva de que certas metas só podem ser

alcançadas pela humanidade como 8um todo, não por

nações forjadas no tempo das caravelas. Marte é o futuro

da humanidade. Ele nos fornecerá 9a experiência vívida e

a imagem perturbadora de um planeta devastado,

inabitável. Destino certo da Terra 10em vários milhões de

anos. Ou, mais provável, em poucas décadas, se

prosseguir o saque a descoberto da 11energia fóssil pelo

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 17: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

hipercapitalismo globalizado, inflando a bolha ambiental. (Adaptado de: LEITE, M. Caderno Mais!. Folha de São Paulo.

São Paulo, domingo, 26 jul. 2009. p. 3.)

Quanto à predicação verbal, é correto afirmar:

a) Em “Lançar-se ao espaço implicava algum

reconhecimento” (ref. 3), o verbo implicar, nesse contexto,

é um verbo transitivo direto, por isso seu complemento não

exige preposição.

b) Em “Não há um imperialismo visionário como ele

à vista” (ref. 6), o verbo haver é considerado um verbo de

ligação, pois estabelece relação entre sujeito e seu

predicativo.

c) Em “A ISS (estação espacial internacional)

representa a prova viva” (refs. 5 e 7), o verbo representar é

intransitivo, portanto, não necessita complemento.

d) Em “Marte é o futuro da humanidade” (ref. 8), o

verbo ser é classificado como verbo transitivo direto e

indireto, ou seja, possui um complemento precedido de

preposição e outro não.

e) Em “Ele nos fornecerá a experiência vívida e a

imagem” (refs. 8 e 9), o verbo fornecer é classificado como

verbo defectivo, pois não apresenta a conjugação completa.

Questão 24

Trabalhar e sofrer 1“O trabalho enobrece” é uma dessas frases feitas

que a gente repete sem refletir no que significam, feito reza

automatizada. Outra é "A quem Deus ama, ele faz sofrer",

que fala de uma divindade cruel, fria, que não mereceria

uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre trabalhar

nos torna mais nobres, nem sempre a dor nos deixa mais

justos, mais generosos. O tempo para contemplação da arte

e da natureza, ou 5curtição dos afetos, por exemplo, deve

enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma

harmonia, há de nos tornar melhores do que a desgraça. A

ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos aperfeiçoam é

uma ideia que deve ser reavaliada e certamente

desmascarada.

O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos

valores, nos ensinaram, colocando à nossa frente cartazes

pintados que impedem que a gente enxergue além disso. Eu

prefiro a velha dama esquecida num 10canto feito uma mala

furada, que se chama ética. Palavra refinada para dizer o

que está ao alcance de qualquer um de nós: decência.

Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação, e da dor

como cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade

possível dos amores e dos valores que nos tornariam mais

humanos. Para que se trabalhe com mais força e ímpeto e

se viva com mais esperança.

O trabalho que dá valor ao ser humano e algum

sentido à vida pode, por outro lado, deformar e 15destruir. O

desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos

de nossos conceitos, e nos sentimos culpados se não

estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da

competência pela competência, do poder pelo poder, por

mais tolo que ele seja.

Assim como o sofrimento pode nos tornar

amargos e até emocionalmente estéreis, o trabalho pode

aviltar, humilhar, explorar e solapar qualquer dignidade,

roubar nosso tempo, saúde e possibilidade de 20crescimento. Na verdade, o que enobrece é a

responsabilidade que os deveres, incluindo os de trabalho,

trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e

tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento suportado

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 18: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

com dignidade, quem sabe com estoicismo. Mas um ser

humano decente é resultado de muito mais que isso: de

genética, da família, da sociedade em que está inserido, da

sorte ou do azar, e de escolhas pessoais (essas a gente

costuma esquecer: queixar-se é tão mais fácil). 25Quanto tempo o meu trabalho ⎯ se é que temos

escolha, pois a maioria de nós dá graças a Deus se

consegue trabalhar por um salário vil ⎯ me permite para

lazer, ou o que eu de verdade quero, se é que paro para

refletir sobre isso? Quanto tempo eu me dou para viver?

Quanto sobra para meu crescimento pessoal, para tentar

observar o mundo e descobrir meu lugar nele, por menor

que seja, ou para entender minha cultura e minha gente,

para amar minha família? 30E, se o luxo desse tempo existe, eu o emprego

para ser, para viver, ou para correr atrás de mais um

trabalho a fim de pagar dívidas nem sempre necessárias?

Ou apenas não me sinto bem ficando sem atividade, tenho

de me agitar sem vontade, rir sem alegria, gritar sem

entusiasmo, correr na esteira além do indispensável para

me manter sadio, vagar pelos shoppings quando nada tenho

a fazer ali e já comprei todo o possível ⎯ muito mais do

que preciso, no maior número de prestações que me

ofereceram? E, quando 35tenho momentos de alegria, curto

isso ou me preocupo: algo deve estar errado?

Servos de uma culpa generalizada, fabaricamos

caprichosamente cada elo do círculo infernal da nossa

infelicidade e alienação. Essas frases feitas, das quais aqui

citei só duas, podem parecer banais. Até rimos delas,

quando alguém nos leva a refletir a respeito. Mas na

verdade são instrumento de dominação de mentes: sofra e

não se queixe, não se poupe, não se dê folga, mate-se

trabalhando, seja humilde, seja pobre, 40sofrer é nosso

destino, darás à luz com dor ⎯ e todo o resto da tola e

desumana lavagem cerebral de muitos séculos, que a gente

em geral nem questiona mais.

Lya Luft, Veja, 20/1/2010

Na análise sintática da oração “Assim como o sofrimento

pode nos tornar amargos e emocionalmente estéreis...” (ref.

15), é INCORRETO afirmar que

a) “o sofrimento” é o termo a que se refere o

predicado.

b) o pronome oblíquo “nos” é complemento de “pode

tornar”.

c) “amargos” e “emocionalmente estéreis” se referem

a “nos”.

d) o predicado dessa oração se classifica como

nominal.

Questão 25

O Homem que se endereçou

Apanhou o envelope e na sua letra cuidadosa subscritou

a si mesmo: Narciso, rua Treze, nº 21.

Passou cola nas bordas do papel, mergulhou no

envelope e fechou-se. Horas mais tarde a empregada

colocou-o no correio. Um dia depois sentiu-se na mala do

carteiro. Diante de uma casa, percebeu que o funcionário

tinha parado indeciso, consultara o envelope e prosseguira.

Voltou ao DCT, foi colocado numa prateleira.Dias depois,

um novo carteiro procurou seu endereço. Não achou, devia

ter saído algo errado. A carta voltou à prateleira, no meio de

muitas outras, amareladas, empoeiradas. Sentiu, então, com

terror, que a carta se extraviara. E Narciso nunca mais

encontrou a si mesmo.

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 19: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

BRANDÃO, Ignácio de Loyola. O homem com o furo na

mão e

outras histórias. São Paulo: Editora Ática, 1998

Há um caso de predicado verbo-nominal na alternativa:

a) ...o funcionário tinha parado indeciso

b) ...consultara o envelope e prosseguira

c) ... a empregada colocou-o no correio

d) Narciso nunca mais encontrou a si mesmo

e) A carta voltou à prateleira

Questão 26

Leia a letra da canção “Garota de Ipanema”, de Vinicius de

Moraes e Tom Jobim.

Olha que coisa mais linda

Mais cheia de graça

É ela menina

Que vem e que passa

Num doce balanço

A caminho do mar

Moça do corpo dourado

Do sol de lpanema

O seu balançado é mais que um poema

É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?

Ah, por que tudo é tão triste?

Ah, a beleza que existe

A beleza que não é só minha

Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse

Que quando ela passa

O mundo inteirinho se enche de graça

E fica mais lindo

Por causa do amor

(www.viniciusdemoraes.com.br)

O predicativo do sujeito atribui uma característica ao

sujeito de uma oração.

A alternativa que traz destacado um predicativo do sujeito

é:

a) “Moça do corpo dourado / Do sol de Ipanema”

b) “Num doce balanço / A caminho do mar”

c) “O seu balançado é mais que um poema”

d) “O mundo inteirinho se enche de graça”

e) “E fica mais lindo / Por causa do amor”

Questão 27

A mais grácil criatura

Adão vivia nu e feliz no jardim do Éden. Um dia,

Adão sentiu-se muito macambúzio e sorumbático e

não sabia por quê. Inopinadamente a moedinha caiu –

Plink! Adão notou que cada bichinho tinha o par de

cada bichinho: o jacaré tinha a jacaroa; o veado tinha

a veada; o antílope tinha a antílopa e assim por diante,

mas Adão não tinha a companheira de Adão. Adão

decidiu, portanto, pedir a Deus que confeccionasse

uma companheira para Adão.

- Ó Deus! Por que Adão não tem uma companheira

para Adão? Deus disse tonitruantemente como é do

estilo de Deus:

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 20: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

- Farei para Adão, ó Adão, a mais bela, a mais grácil,

a mais desejável criatura cujos delicados pezinhos já

pisaram a relva macia. Mas a confecção da criatura

custará a

Adão um olho, um braço e uma perna!

Ao que Adão respondeu:

- Ah, pega leve, Deus. Vê aí o que dá pra fazer com

uma costela.

Disponível em: www.fotolog.com/virtus/1516903. Acesso

em: 10 mar. 2015.

Pela leitura, você deve ter percebido que o texto não

está escrito de acordo com a norma culta da língua,

dando a impressão de que quem o escreveu o fez

propositalmente.

Leia, analise as frases que seguem e indique com S os

períodos simples e, com C, os períodos compostos.

I. “Adão vivia nu e feliz no jardim do Éden.”

II. “Um dia, Adão sentiu-se muito macambúzio e

sorumbático e não sabia por quê.”

III. “Por que Adão não tem uma companheira para

Adão?”

IV. “Deus disse tonitruantemente como é do estilo

de Deus.”

V. “Vê aí o que dá pra fazer com uma costela...”

Assinale a alternativa CORRETA que contempla a

sequência dos períodos I a V, respectivamente.

a) C, C, S, C, S

b) S, C, S, C, C

c) S, S, C, C, C

d) C, S. C, S. C

e) C, S, S, C, S

Questão 28

Leia a charge.

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 21: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

Nas falas, predominam orações com predicado

a) nominal, pois se descrevem sentimentos.

b) verbal, pois se enfatizam ações realizadas.

c) nominal, pois se comentam transformações.

d) verbal, pois se caracterizam as personagens.

Questão 29

O leão fugido

O leão fugido do circo vinha correndo pela rua

quando viu um senhor à sua frente. Aí caminhou pé

ante pé, bateu delicadamente nas costas do senhor e

disse disfarçando a voz leonina o mais possível:

“Cavalheiro, tenha cuidado e muita calma: acabei de

ouvir dizer que um macaco fugiu do circo agora

mesmo”. O cavalheiro, ouvindo o aviso, voltou-se,

viu o leão e morreu de um ataque do coração. O leão

então murmurou tristemente: “Não adianta nada. É

tal a nossa fama de ferocidade que matamos, mesmo

quando queremos agir em favor do próximo”.

Moral: A quem nasce feroz não importa o tom de

voz.

(Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas)

Observe as passagens do texto:

• ... um macaco fugiu do circo agora mesmo.

• ... e morreu de um ataque do coração.

Quanto ao tipo de predicado das orações e à

circunstância estabelecida pelas expressões “do

circo” e “de um ataque do coração”, é correto

afirmar que são, respectivamente:

a) nominal; de modo e de causa.

b) verbal; de lugar e de consequência.

c) nominal; de tempo e de modo.

d) verbal; de lugar e de causa.

Questão 29

O leão fugido

O leão fugido do circo vinha correndo pela rua

quando viu um senhor à sua frente. Aí caminhou pé

ante pé, bateu delicadamente nas costas do senhor e

disse disfarçando a voz leonina o mais possível:

“Cavalheiro, tenha cuidado e muita calma: acabei de

ouvir dizer que um macaco fugiu do circo agora

mesmo”. O cavalheiro, ouvindo o aviso, voltou-se,

viu o leão e morreu de um ataque do coração. O leão

então murmurou tristemente: “Não adianta nada. É

tal a nossa fama de ferocidade que matamos, mesmo

quando queremos agir em favor do próximo”.

Moral: A quem nasce feroz não importa o tom de

voz.

(Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas)

Observe as passagens do texto:

• ... um macaco fugiu do circo agora mesmo.

• ... e morreu de um ataque do coração.

Quanto ao tipo de predicado das orações e à

circunstância estabelecida pelas expressões “do

circo” e “de um ataque do coração”, é correto

afirmar que são, respectivamente:

a) nominal; de modo e de causa.

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 22: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

b) verbal; de lugar e de consequência.

c) nominal; de tempo e de modo.

d) verbal; de lugar e de causa.

Questão 30

Filhos

Daqui escutei

quando eles

chegaram rindo

e correndo

na sala

e logo

invadiram também

o escritório

(onde eu trabalhava)

num alvoroço

e rindo e correndo

se foram com sua alegria

se foram

só então

me perguntei

por que

não lhes dera

maior

atenção

se há tantos

e tantos

anos

não os via

crianças

já que

agora

estão os três

com mais

de trinta anos

(Ferreira Gullar, Muitas vozes)

Nos versos – e logo / invadiram também / o escritório –, o verbo em destaque tem a mesma predicação que o destacado

em:

a) quando eles / chegaram rindo

b) (onde eu trabalhava)

c) se foram com sua alegria

d) não os via / crianças

Page 23: COLÉGIO SHALOM TRABALHO DE Ensino Médio RECUPERAÇÃO …colegioshalomudi.com/upload/Trabalho_de... · Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas

“O qual nos tirou da potestade das trevas, e

nos transportou para o reino do Filho do seu

amor” (Col 1:13)

Bom trabalho!

Prof. Clécio Oliveira

01. A B C D E

02. A B C D E

03. A B C D E

04. A B C D E

05. A B C D E

06. A B C D E

07. A B C D E

08. A B C D E

09. A B C D E

10. A B C D E

11. A B C D E

12. A B C D E

13. A B C D E

14. A B C D E

15.

16. A B C D E

17. A B C D E

18. A B C D E

19. A B C D E

20. A B C D E

21. A B C D E

22. A B C D E

23. A B C D E

24. A B C D E

25. A B C D E

26. A B C D E

27. A B C D E

28. A B C D E

29. A B C D E

30. A B C D E