COLETÂNEA DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE Rod. BR 163 – Av. Gury Marques, 3.203 Vila Olinda Campo Grande (MS) 79079-005 (67) 3345-6100 1 COLETÂNEA DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS Vol. 1 Organizadores: Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção, Me. Ryan Caldas Quevedo, Esp. Campo Grande / MS 2020

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE Rod. BR 163 – Av. Gury Marques, 3.203 Vila Olinda

Campo Grande (MS) 79079-005 (67) 3345-6100

1

COLETÂNEA DO

CURSO DE CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

Vol. 1

Organizadores:

Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção, Me.

Ryan Caldas Quevedo, Esp.

Campo Grande / MS

2020

CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE Rod. BR 163 – Av. Gury Marques, 3.203 Vila Olinda

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Sobre os Organizadores:

Me. Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção, possui graduação em

Ciências Contábeis (2014); Mestre em Meio Ambiente e

Desenvolvimento Regional (2017); Especialista em Contabilidade,

Perícia e Auditoria (2020) e Doutorando em Meio Ambiente e

Desenvolvimento Regional (2019) pela Universidade do Estado e da

Região do Pantanal (UNIDERP). Especialista em Controladoria (2017)

pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI). Tem

experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em

Probabilidade e Estatística; Coordenação dos fechamentos mensais,

conciliações e análises das contas contábeis, elaboração das

demonstrações financeiras, Planejamento estratégico e custos, Auditor Contábil pela BDO

Brazil RCS Auditoria Independente; Coordenador do Curso de Ciências Contábeis do Centro

Universitário Anhanguera de Campo Grande - UNAES; Tutor a distância pela Anhanguera-

UNIDERP. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4414397964210819

Esp. Ryan Caldas Quevedo, possui graduado em Ciências Contábeis

pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do

Pantanal UNIDERP - Anhanguera (2016), Pós-Graduado Lato Sensu em

Contabilidade & Direito Tributário pelo Instituto de Pós-Graduação e

Graduação IPOG - MBA (2019), Mestrando em Ciências Contábeis

(2021) pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atualmente é Membro Efetivo da Comissão de Jovens Lideranças

Contábeis do Conselho Regional de Contabilidade do Mato Grosso do

Sul, Instrutor do Curso de Formação Técnica em Agronegócio do

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR-AR/MS, Professor

Adjunto do Centro Educacional Anhanguera Campo Grande - UNAES e Consultor nas áreas

de contabilidade, fiscal e tributária. Tem experiência na área de administração, contábil e

financeira, com ênfase em Ciências Contábeis. Currículo Lattes:

http://lattes.cnpq.br/8821383130949847

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Sobre os Professores Participantes:

Esp.ª Dóris Day Nantes Miranda Gomes, possui graduação de

Professores, Licenciatura com Habilitação em Administração (2000) e

em Ciências Contábeis pela Universidade Católica Dom Bosco - UCDB

(2018), Pós-Graduada em Administração Financeira e Controladoria

(2001); Pós-Graduada em Contabilidade Financeira e Auditoria (2001)

pelo Instituto Nacional de Pós Graduação – INPG; Pós-Graduada em

Educação Profissional (2013) pelo Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial – SENAC/SC; Pós-Graduada em Educação Empreendedora

(2017) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro –

PUC/RJ. Experiência profissional na área de Administração e

Contabilidade, com ênfase em Administração Financeira e Orçamentária e em Contabilidade

Gerencial, Contabilidade de Custos, Folha de pagamento, Contabilidade Tributária atuando em

empresas de grande porte. Cargo de gerência e coordenação administrativo financeira.

Consultora Empresarial. Docente na Universidade Anhanguera Campo Grande - UNAES e na

Faculdade Estácio de Sá. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9218219511952153

Esp. Eduardo Henrique Zanão, possui graduação em Administração

com ênfase em Análise de Sistemas (2000) e Pós-Graduado em Gestão

de Pessoas (2016), graduando em Ciências Contábeis e Mestrado em

Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional pela Universidade para

o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal UNIDERP-

Anhanguera; Pós-Graduado com MBA em Logística em pela

Universidade Anhanguera Campo Grande – UNAES. Experiência

profissional na área de administração, gestão, planejamento e logística,

com ênfase em atuando em empresas de grande porte. E na área de

educação passando por várias Instituições de Ensino Superior como a

UNAES I e Anhanguera Educacional, atualmente é docente no Centro Universidade

Anhanguera Campo Grande – UNAES II lecionando para os cursos de administração, ciências

contábeis, técnico em recursos humanos, logística e engenharias em geral com foco na

produção. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2716903663404049

Me.ª Isa Maria Formaggio Marques Guerini, possui graduação em

Direito (2006); Pós-Graduado em Didática e Metodologia do Ensino

Superior (2010); e Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento

Regional (2014), pela Universidade para o Des. do Estado e da Região

do Pantanal UNIDERP; e Pós-Graduada em Direito Tributário (2009),

pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários IBET. Experiência

profissional na área de advocacia e corretagem de seguros. Conselheira

suplente na gestão 2019/ 2021 da Ordem dos Advogados do Brasil

seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS). E na área de educação

atuando como docente na UNAES II e Anhanguera Educacional, sendo

Coordenadora Adjunta e de Estágio do curso de direito, membro da Comissão Própria de

Avaliação, do Núcleo Docente Estruturante, do Núcleo de Acessibilidade, Inclusão e Direitos

Humanos e do Colegiado e atualmente Coordenadora do Curso de Direito do Centro

Universitário Anhanguera de Campo Grande – UANES II, lecionando para os cursos de direito,

administração e ciências contábeis. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7236215532078072

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Me. Leandro Rachel Arguello, possui graduação em Administração de

Empresas (2007) e Pós-Graduado em Gestão de Marketing e Varejo

(2009), pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da

Região do Pantanal UNIDERP; e Mestrado em Desenvolvimento Local

(2020), pela Universidade Católica Dom Bosco. Experiência

profissional na área de administração, gestão, planejamento e

consultoria, atuando em empresas de grande porte nacional e

internacionalmente. Na área de educação atuando em várias Instituições

de Ensino Superior e Pós-Graduação como a Anhanguera Educacional e

a Universidade Católica Dom Bosco, lecionando para os cursos de

administração e ciências contábeis. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6618505773806071

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Selma Alice Ferreira Ellwein – CRB 9/1558

A859c

Assunção, Ayron Vinicius Pinheiro de, et al.

Coletânea do Curso de Ciências Contábeis: volume 1. / Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção, Ryan Caldas Quevedo. – Londrina: Editora Científica, 2020.

ISBN 978-65-00-21010-1

1. Contabilidade. 2. Ensino Superior. 3. Organizações. I. Assunção, Ayron Vinicius Pinheiro de. II. Quevedo, Ryan Caldas. IV. Título. .

CDD 657

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SUMÁRIO

1 – Auditoria Contábil Interna: objetivo e a importância para as organizações.................02

André Queiroz Oliveira de Souza

Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção

Isa Maria Formaggio Marques Guerini

Leandro Rachel Arguello

2 – Análise das Demonstrações Contábeis e a importância da verificação dos indicadores

nas tomadas de decisões..........................................................................................................12

Amanda dos Santos Soares

Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção

Doris Day Nantes Miranda Gomes

Ryan Caldas Quevedo

3 – A importância das ferramentas de contabilidade para manter a transparência dentro

de instituições do Terceiro Setor..............................................................................................26

Carlos Eduardo Santana

Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção

Doris Day Nantes Mirante Gomes

Eduardo Henrique Zanão

4 – A importância da contabilidade gerencial nas empresas.................................................40

Jorge Henrique dos Santos Cruz

Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção

Doris Day Nantes Miranda Gomes

Ryan Caldas Quevedo

5 – Contabilidade Gerencial como ferramenta de gestão para o desenvolvimento das

empresas...................................................................................................................................53

Josefa Aparecida da Silva Amaral

Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção

Leandro Rachel Arguello

6 – A importância da análise das Demonstrações Contábeis para as organizações.............66

Valmir da Silva Rezende

Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção

Doris Day Nantes Mirante Gomes

Ryan Caldas Quevedo

7 – A importância das ferramentas gerenciais para a gestão das empresas.........................75

Wesley Tiago de Araújo

Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção

Eduardo Henrique Zanão

Ryan Caldas Quevedo

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AUDITORIA CONTÁBIL INTERNA: OBJETIVO E A IMPORTÂNCIA PARA AS

ORGANIZAÇÕES.

André Queiroz Oliveira de Souza1

Prof. Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção2

E-mail: [email protected]

Prof.ª Isa Maria Formaggio Marques²

E-mail: [email protected]

Prof. Leandro Rachel Arguello3

E-mail: [email protected]

RESUMO

O presente trabalho discorre sobre o tema Auditoria Contábil Interna nas organizações, com o

objetivo de apresentar como essa atividade vem crescendo no Brasil e a grande importância na

tomada de decisões para os gestores das empresas. A escolha desse tema deu-se por ser relevante

no âmbito organizacional, e o seu papel na influência de bons resultados quando aplicado de

forma correta, de modo sendo também uma oportunidade para os contadores, que possam estar

prontos a oferecer algo a mais do que os serviços básicos de sua profissão, mostrando muito

mais que a auditoria interna pode proporcionar. A elaboração do trabalho foi realizada

utilizando pesquisas em diversas fontes, como por exemplo livros de autores conceituados na

Contabilidade. Primeiramente será analisada a auditoria como um todo, o conceito, suas

funções de interna e externa e suas responsabilidades. Após será analisado especificadamente a

auditoria interna e suas contribuições para as Organizações, chegando à conclusão de que a

Auditoria interna é uma ferramenta essencial para a empresa e aplicada de maneira correta,

trazendo números positivos. E encerra concluindo sobre como a auditoria interna e seus

processos ajudam as organizações atuais a atingir os seus objetivos.

Palavras-chave: Auditoria. Contabilidade. Organização.

1. INTRODUÇÃO

A Auditoria faz parte de umas das áreas das Ciências Contábeis, sendo responsável pelo

controle administrativo das empresas. Pode ser considerada como uma das ferramentas

principais a ser aplicadas para as Organizações.

Visto que o papel da Auditoria está em examinar claramente os documentos e registros

da empresa, assegurando a fidelidade dos registros, proporcionando o que se espera das

demonstrações financeiras, a credibilidade. Para isso, utiliza-se de conhecimentos da área

contábil e administrativa, um instrumento de amplo controle, sendo aplicado, traz informações

primordiais dos processos internos existentes, se estão sendo seguidos efetivamente e todas as

transações envolvidas em concordância.

A importância dessa pesquisa consiste em mostrar que a Auditoria Interna é importante

para as empresas, internamente, contribuindo como uma maneira existente para ser aplicada

nas organizações. Justifica-se que explorar as ferramentas da Auditoria é relevante, visto que o

1 Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 2 Docente do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 3 Docente do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB.

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seu valor é de demonstrar recursos que a empresa obtém com o auxílio da auditoria interna,

identificando os controles internos e os controles contábeis.

Diante do exposto, surge o seguinte problema de pesquisa: Como a Auditoria Interna

pode beneficiar as organizações que estão cada vez mais sofrendo com inúmeros riscos,

frequentes erros e diversos desperdícios?

Com isso compreende-se como é necessário que as empresas se renovem e adquiriram

desenvolvimento tecnológico, para reduzir custos, aprimorar seus controles e tornar-se

competitiva em sua área de atuação. A realização desse trabalho tem como objetivo central

evidenciar os conhecimentos na área de Auditoria Interna e suas aplicações, diretamente focada

na contribuição com a empresa, o seu valor e identificar recursos que as empresas obtém com

o auxílio da auditoria interna, identificando os controles internos e os controles contábeis.

O objetivo geral da pesquisa foi evidenciar a importância da Auditoria Interna dentro

das Organizações. Para tal, a pesquisa contou com os seguintes objetivos específicos: a

Auditoria como papel significativo, apoiando no alcance de objetivos, sendo uma importante

revisão para qualquer tipo de empresa, resultando em confiabilidade e credibilidade aos

clientes, refletindo na verdadeira saúde financeira da organização que utiliza a ferramenta em

questão, considerada como uma das mais importantes no controle administrativo.

O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma Revisão de Literatura, no qual foi

realizada uma consulta a livros, dissertações e por artigos científicos. O período dos artigos

pesquisados foram os trabalhos publicados nos últimos 20 anos, trazendo uma melhor visão do

tema proposto, além da compreensão do problema. As palavras-chave utilizadas na pesquisa

serão: Auditoria Interna, Contabilidade, Organização.

2. CONCEITOS DE AUDITORIA

Este capítulo tem como objetivo o desenvolvimento de conceitos, apresentando o

enquadramento teórico do tema abordado, Auditoria. A Contabilidade tem várias áreas de

atuação profissional, sendo umas delas a de Auditoria, com o objetivo de análise e avaliação do

desempenho da organização de acordo com os processos realizados.

Segundo Uhl e Fernandes (1974), desde o início do século, as grandes organizações já

utilizavam os serviços de empresas de auditoria para garantir a fidedignidade de seus balanços

e resultados referentes às suas atividades 4 produtivas dentro de sistemas reconhecidos como

válidos perante seus acionistas e investidores.

Os autores afirmam ainda que o sistema conhecido hoje como Auditoria já vinha sendo

aplicado, embora não com a mesma denominação, pelos antigos mercadores dos tempos

coloniais, que mantinham suas feitorias distantes, justamente pela dificuldade de manter o

controle adequado sobre os investimentos feitos nas grandes capitais. Então, aos poucos, foi

surgindo a necessidade de manter-se, nas organizações, um grupo de pessoas que fossem de

confiança para exercer as funções de “Auditores”.

Para Franco e Marra (2001), a auditoria teve seu inicio na Inglaterra, os autores relatam

que a mesma: “Como dominadora dos mares e controladora do comércio mundial, foi a primeira a

possuir as grandes companhias de comércio mundial, foi à primeira também a instituir

a taxação do imposto de renda, baseado nos lucros das empresas. Além disso, já se

praticava na Inglaterra a auditoria das contas públicas desde 1314, conforme relata a

Enciclopédia Britânica.” (FRANCO; MARRA, 2001, p. 33).

Crepaldi (2004, p. 23), por sua vez, entende que a auditoria pode ser definida como: “Levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos,

operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade. A Auditoria

compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de

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informações e confirmações internas e externas, relacionados com o controle do

patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações

contábeis deles decorrentes.” (CREPALDI, 2004, p.23).

Com as definições apresentadas, pode-se dizer que a Auditoria é um exame de extrema

importância nas atividades desenvolvidas de uma organização, relatando a conformidade e se

está obedecendo as normas apropriadas, de acordo com os princípios que são impostos pela

Contabilidade, e além de tudo focado no controle do patrimônio da entidade auditada.

Pode-se dizer ainda que, a Auditoria é uma forma de investigação em que são analisadas

todas as evidências necessárias, que permite com que o auditor emita um parecer sobre a

conformidade de uma situação proposta, visando informar os resultados aos interessados.

2.1. PRINCÍPIOS DE AUDITORIA CONTÁBIL

De acordo com Attie (2000) os trabalhos de auditoria normalmente são realizados

através das demonstrações financeiras de uma empresa que objetiva verificar se elas estão em

conformidade com os princípios de contabilidade. Em decorrência desta, a auditoria preocupa-

se com a uniformidade na aplicação dos princípios de contabilidade.

Já Santos (2011, p. 10) diz que, a auditoria atualmente é definida como uma das técnicas que

revisa os registros contábeis com o fim de informar se eles são adequados e confiáveis.

Como principal característica, a Auditoria preza pela geração de confiança em alguns

princípios, por exemplo, uniformidade e comparabilidade, resultando em uma ferramenta eficaz

e confiável de apoio a políticas de gestão e controles na organização.

2.2. OBJETIVO E FINS DA AUDITORIA CONTÁBIL

Segundo Attie (2000, p. 81): “A contabilidade se baseia essencialmente em fatos fundamentos em

documentação idônea, em obediência a princípios e normas contábeis

consagradas pela doutrina, registrando-os de forma uniforme, homogênea, em

ordem cronológica, o que dá a ela característica de verdadeira história do

patrimônio.”

O objetivo da Auditoria, para os autores Marra e Franco (2001, p. 31): “É o conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os

quais compreendem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e

anotações que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da

administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais.

A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados documentalmente,

mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas com o patrimônio

administrado, cuja informação mereça confiança, desde que tais informações

possam ser admitidas como seguras pela evidência ou por indícios convincentes.”

A Auditoria dispondo de todas as maneiras existentes para obtenção de verificar e apurar

se realmente todos os registros tenham veracidade, ainda que tenha que analisar as informações

extracontábeis, na falta de documentação onde deveriam existir, tratando-se de uma maneira

para comprovação que não existe exatidão nas demonstrações contábeis.

Conforme o autor Sá (1998, p.25), o qual afirma: Auditoria é uma tecnologia contábil

aplicada ao sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou

elementos de consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões críticas e

orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada,

quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.

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Franco (2001, p.22), por sua vez, define auditoria como: “A técnica contábil que através de procedimentos específicos que lhe são peculiares,

aplicados no exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de

informações e confirmações, relacionados com o controle do patrimônio de uma

entidade – objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros

contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e normas de

Contabilidade e se as demonstrações contábeis dele decorrentes refletem

adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados de

período administrativo examinado e as demais situações nela demonstradas.”

Diante das opiniões, a auditoria contábil trata-se de uma técnica disposta a apurar a

integridade contábil da empresa a qual for imposta, a técnica comprova a validação das

demonstrações contábeis com o propósito de sempre ter transparência da situação financeira e

econômica da empresa.

3. AUDITORIA INTERNA/EXTERNA E SUAS ATIVIDADES

De acordo com Gil (2000), a Auditoria surge como ferramenta de gerenciamento,

compreendendo as atividades padronizadas da empresa, e que sua abrangência, nos últimos

tempos, ultrapassa o campo contábil para ser entendida como estratégia de gestão. Sendo assim,

o auditor deve ser absolutamente independente e imparcial na interpretação de tudo que lhe for

apresentado, atestando a cada dado um pronunciamento conclusivo (ATTIE, 2000).

Constatada a importância da Auditoria para qualquer tipo de organização, Almeida

(2003) explica que existem várias formas de se fazer Auditoria, que todas são de fundamental

importância e que se podem ainda separá-las em dois tipos, porém com os mesmos objetivos,

sendo classificadas em Auditoria Externa ou independente e Auditoria Interna.

Com o comparativo, pode-se dizer que ambas fazem a realização do trabalho utilizando

as mesmas técnicas de auditoria vigente, ainda voltada para o controle interno e eficiência de

sistemas contábeis e controles internos.

3.1. AUDITORIA INTERNA

Segundo Almeida (2003, p. 25), O controle interno representa em uma organização o

conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir

dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da

empresa.

Para Attie (1992, p.175), a auditoria interna: “É aquela exercida por funcionários da própria empresa, em caráter permanente.

Apesar de seu vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com

absoluta independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao

auditor externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe

cabem. Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o

vínculo de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua

subordinação à administração da empresa deve ser apenas com o aspecto funcional.”

Conforme Attie (1992, p.26), cabe à auditoria interna convencer a alta administração e

seus executivos que pode auxiliá-los na melhoria de seus negócios, identificando áreas

problemáticas e sugerindo correção, para obter destes o apoio necessário ao desenvolvimento

de prestação de serviço a toda empresa.

Com uma Auditoria Interna eficaz desobriga tempo de administradores, deixando que

foquem no desenvolvimento e gerenciamento de negócios, passando para os auditores a função

dos processos internos. Como função independente, a auditoria interna nas organizações, são

criadas para diminuir os erros, sendo intencionais ou não, concedendo análises, pareceres e

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sugestões para os administradores.

A título de ilustração, na Figura 1, apresenta-se um organograma que demonstra como

deve estar proclamado o setor de Auditoria Interna dentro da organização:

Figura 1 – Organograma – Auditoria Interna

Fonte: Almeida (2003, p. 30)

A auditoria interna se propõe a auxiliar os membros da administração a desincumbirem-

se de suas responsabilidades, de forma eficaz. Para tanto, a auditoria interna lhes oferece

análise, avaliações, recomendações, assessoria e informações relativas às atividades

examinadas (ATTIE, 1992).

Como pode-se observar na figura acima, a Auditoria Interna atua separadamente dos

demais setores, trazendo as informações e contribuindo para a tomada de decisões dos

interessados da Organização.

3.2. AUDITORIA EXTERNA

Auditoria externa tem como característica a atuação de um profissional não vinculado a

empresa, ou seja, um profissional independente, contratado apenas pelo período em que será

realizada a auditoria.

Para Crepaldi (2004, p.46) a auditoria externa: “Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão do

parecer sobre a adequação com que estes representam a posição patrimonial e

financeira, o resultado das operações, às mutações do Patrimônio Líquido e as origens

e aplicações de recursos da entidade auditada consoante as normas brasileiras de

contabilidade. A auditoria externa é executada por profissional independente sem

ligação com o quadro da empresa. Sua intervenção é ajustada em contrato de serviços.

Os testes e indagações se espalham por onde haja necessidade de levantar questões

elucidativas para conclusão do trabalho ajustado.”

Desse modo, não existindo vínculo empregatício com a empresa auditada, as opiniões

do auditor conseguem maior grau de confiabilidade junto aos acionistas, financiadores,

fornecedores e analistas, (CREPALDI, 2004).

Quanto à sua realização e independência, Basso (2005, p.108) diz que é Aquela realizada

por profissional liberal autônomo ou por empresa de auditoria independente, sem vínculo de

emprego, contratada para prestar um serviço especializado de auditoria permanente ou eventual.

3.3. DIFERENÇAS AUDITORIA INTERNA X EXTERNA

Alguns pontos trazem diferenças entre a auditoria interna e a externa, como por

exemplo, o grau de independência do profissional que a executa, o conceito, o objetivo a ênfase;

sobre isso, Attie (2000, p.53) diz que: “De forma global, o trabalho executado pela auditoria interna é plenamente idêntico

àquele executado pela auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos Utilizando-

PRESIDÊNCIA

DIRETORIA TÉCNICA

DIRETORIA FINANCEIRA

DIRETORIA ADMINISTRATIVA

DEPARTAMENTO DE AUDITORIA INTERNA

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se das mesmas técnicas de auditoria; ambas têm sua atenção voltada para o controle

interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhorias para

as deficiências encontradas.”

Para distinguir uma da outra Franco e Marra (2001, p.174) relatam que: “A auditoria externa é justamente o grau de independência que o auditor pode, e deve

manter em relação à entidade auditada. Isto porque a auditoria interna geralmente não

objetiva a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, sendo executada

mais para fins administrativos, internos, do que para a prestação de contas a terceiros.”

As diferenças ficam ainda mais explícitas entre a auditoria interna e externa no quadro

a seguir:

Quadro 1 – Diferenças entre Auditoria Externa e Auditoria Interna Elementos Auditoria Externa Auditoria Interna

Sujeito Profissional Independente Auditoria interna (funcionário da

empresa)

Ação e objetivo Exame das demonstrações

financeiras Exame dos controles operacionais

Finalidade Opinar sobre as demonstrações

financeiras

Promover melhorias nos controles

operacionais

Relatório principal Parecer Recomendações de controle interno

eficiente administrativa

Grau de independência Mais amplo Menos amplo

Interessados no trabalho A empresa e o público em geral A empresa

Responsabilidade Profissional, civil e criminal Trabalhista

Número de áreas cobertos pelo

exame durante um período Maior Menor

Intensidade dos trabalhos Menor Maior

Continuidade dos trabalhos Periódico Continuo

Fonte: Crepaldi (2004, p.48)

Com as informações do quadro acima, nota-se as diferenças entre as Auditorias Interna

e Externa de acordo com os elementos. A Auditoria Interna deixa claro que esteja mais para

uma ferramenta de auxílio, promovida internamente pelos próprios colaboradores com

finalidade de melhorias, diferentemente da Externa, que trabalha independentemente tendo

opinião concreta das demonstrações financeiras como finalidade.

Com tudo, é nítido a importância que ambas têm para as entidades, a aplicação de uma

não elimina a necessidade da outra, sendo o objetivo maior vem a ser de caráter preventivo.

Efetivamente na tomada de decisões e não como meramente punitiva, sendo que nada impede

que sejam mantidas as duas formas de auditoria e que uma complete a outra.

4. AUDITORIA INTERNA: CONTRIBUIÇÕES PARA AS ORGANIZAÇÕES

Analisando todo o cenário de uma empresa, é nítido o grande valor que a Auditoria

Interna possa passar para a tomada de decisões, apesar de uma área implantada recentemente,

podemos discutir a sua verdadeira importância para as organizações, sendo uma área que possa

vir adicionar valor ao negócio e ainda proporcionar segurança e benefícios nas operações aos

acionistas.

Segundo Barbosa (2016, p. 52): “No processo de tomada de decisão, a maior dificuldade é a incerteza em relação ao

futuro, mas esta pode ser reduzida com um bom modelo de decisão na sua concessão

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e implementação alimentadas com informações fidedignas, adequadas e oportunas, a

fim de oferecer um resultado favorável e aceitável acerca de uma decisão.”

(BARBOSA, 2016, p. 52)

Segundo Attie (1992), o mínimo desejável de subordinação é a auditoria se reportar a

um nível hierárquico que, pelo seu status, possa considerar adequadamente as opiniões e

recomendações do auditor e comandar prontamente sua prática.

O auditor deve ser absolutamente independente e imparcial na interpretação de tudo que

lhe for apresentado, atestando a cada dado um pronunciamento conclusivo (ATTIE, 2000).

Com as opiniões dos autores, a aplicação da auditoria interna como uma ferramenta

auxiliar, a gestão alimenta o seu exemplo de modelo de decisão com informações adequadas e

fidedignas apuradas e avaliadas cotidianamente. O auditor terá que efetuar suas análises de

forma imparcial, íntegra e objetiva sendo necessário possuir o máximo de independência dentro

da organização imposta. É impensável ter uma independência completa, só que é preciso buscá-

la respeitando o limite presente da empresa.

Desde o momento que se identifica que a auditoria está subordinada a outros tipos dos

níveis de diretorias dentro da organização, que não esteja respeitando sua independência, ela

logo pode vir a sofrer interferência que impactará diretamente nos relatórios elaborados, uma

vez que a parte mais alta da instituição tem o poder de manipular e até mesmo omitir diversas

informações importantíssimas para a descoberta de erros ou fraudes, tornando a auditoria

ineficaz.

4.1. DECISÕES PROGRAMADAS E DECISÕES NÃO PROGRAMADAS

Decisões programadas são aquelas tomadas de acordo com um hábito, uma regra ou um

procedimento. Toda organização tem políticas por escrito ou não, que simplificam as decisões

em situações recorrentes, limitando ou excluindo alternativas (STONER, 1984).

Os problemas que acontecem diariamente não são necessariamente simples; utilizam decisões

programadas para assuntos complexos e simples. Caso um problema venha se repetir e se os

elementos que o compõem forem definidos, previstos e analisados, ele poderá ser um candidato

à decisão programada.

As decisões não programadas, por outro lado, são as que tratam de problemas incomuns

ou peculiares. Se um problema não aparece com tanta frequência para merecer uma política, ou

se for tão importante que mereça tratamento especial, terá que ser resolvido por uma decisão

não programada (STONER, 1984). Com isso, programas de treinamento administrativo

procuram aumentar a capacidade do administrador de tomar decisões não programadas, com o

objetivo de ensinar a maneira correta para tomar decisões de modo razoável.

4.2. DECISÕES CENTRALIZADAS E DESCENTRALIZADAS

A centralização se refere à distribuição de poder nas organizações, sendo definida por

Hall (1984, p.81), como: “O locus de decisão que determina a autoridade dentro de uma organização. Quando

a maioria das decisões é tomada hierarquicamente, uma unidade organizacional é

considerada centralizada; uma unidade descentralizada geralmente implica que a fonte

principal do processo decisório foi delegada pelos gerentes de linha para o pessoal

subalterno.”

Segundo os autores Motta e Pereira (1991), ainda, relacionam as vantagens da

centralização e descentralização, alertando para o fato de que a vantagem de uma é a

desvantagem de outra.

Temos também a vantagem e as desvantagens de centralização e da descentralização,

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lembrando que a vantagem de uma é a desvantagem da outra. Segue as vantagens da

centralização: as decisões mais importantes são tomadas por pessoas mais capazes; há

necessidades de menor número de administradores de alto nível; há uniformidade de diretrizes

e normas; a coordenação torna-se mais fácil; aproveita-se mais o trabalho dos especialistas;

torna a identificação dos administradores de nível médio com a organização menos decisiva;

possibilita a realização de compras em larga escala. (MOTTA E PEREIRA, 1991)

4.3. ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA NAS ORGANIZAÇÕES

De acordo com Paula (1999, p.35): “A auditoria interna, portanto, deverá estar vinculada hierárquica e diretamente à

cúpula administrativa da companhia, a quem fornecera uma visão da atuação das

partes com relação a missão empresarial propiciando informações capazes de otimizar

a ação dos seguimentos administrativos e maximizar o resultado global.”

Para que a auditoria possa vender seu produto e alcançar sua meta proposta, é preciso

manter uma campanha contínua e imaginativa, e que o referido produto seja de qualidade

exigida para capturar e manter o interesse permanente da administração da empresa (ATTIE,

1992).

Com a grande demanda de atividades da empresa buscando maiores resultados é

imprescindível que ela tenha um bom controle interno e, além disso, é de grande valor que esse

controle seja aplicado. Com isso, percebeu a necessidade de que o auditor fosse os olhos da

administração dentro dos diferentes setores, verificando se as atividades estão sendo realizadas

da forma que os diretores da empresa determinam. A função do auditor é analisar se existe

irregularidade, imperfeições de procedimentos na execução dessas atividades.

Um bom trabalho do auditor, deverá passar muito além de um trabalho justo, para que

tenha eficácia é necessário um bom relacionamento entre auditor e auditado. Não adiantaria

manter uma postura rígida, com bloqueios, pois isto somente dificultaria suas análises. É de

grande importância manter o bom relacionamento permitindo que caso possa ter outra

oportunidade no futuro as portas estejam abertas para um próximo trabalho.

Conforme o autor Rego (2001), considera que a auditoria interna se preocupa também

com a melhor rentabilidade dos recursos disponíveis assim como o cumprimento dos objetivos

previamente fixados, servindo as organizações na sua globalidade e não apenas os seus gestores.

A função do auditor interno é fazer aquilo que a direção gostaria de fazer se tivesse tempo para

fazer e soubesse como fazê-lo. (SAWYER, 1988).

Desta forma, as atividades de auditoria interna deverão ser planejadas, programadas e

desenvolvidas tendo em conta as preocupações e prioridades da gestão e acordo com os

objetivos, estratégias e políticas globais definidas, possibilitando o alcance de uma gestão

eficaz, tornando-se uma atividade supervalorizada para o domínio da gestão e da organização

em geral com responsabilidade social. (SAWYER, 1988).

Pode-se garantir que na organização como um todo, são tomadas diversas decisões

rotineiramente seja qual for o nível gerencial ou fase de produção.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de evidenciar como a auditoria interna vem

cada vez mais se consolidando como uma das principais ferramentas e como base de estrutura

de uma organização. Com função ampla no contexto de gestão, em processos de gestão de

riscos, ajudando diretamente em prevenção de perdas e ainda visando identificar oportunidades

que possam as ferramentas de gestão e no controle das operações internas, resultando

positivamente.

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No primeiro objetivo específico, foram apresentados os conceitos de auditora de

maneira geral, considerando-se como a auditoria interna é importante atualmente para as

organizações. Desta forma, ficou evidente que a auditoria interna é importante e utilizada

principalmente na tomada de decisão, por conta da grande quantidade de informações e dados

dos processos da empresa, de extrema utilidade na gestão. Com característica de confiabilidade

nas informações, vem cada vez mais se modernizando, suprindo as necessidades das

organizações em geral.

O segundo objetivo específico, destacou-se as principais atividades realizadas pela

auditoria, interna e externa, sendo assim possível identificar que ela atua como um processo nas

demonstrações contábeis, para que sejam confiáveis e estejam devidamente de acordo com os

princípios da Contabilidade.

Por fim, no terceiro objetivo específico, foi explorado as contribuições que o trabalho

da auditoria trazer para a empresa, que em uma organização moderna, o auditor atuante

internamente (colaborador) deve ter ética, ser proativo, com visão voltada para aumento de

resultados, e não apenas para informar erros ou falhas. Nota-se que a auditoria pode influenciar

positivamente na vida de todos os níveis hierárquicos da organização.

Desta forma, pode-se afirmar que os objetivos foram atingidos. Diante do exposto,

conclui-se que a auditoria interna é uma atividade pode amparar a gestão da empresa, realizando

todos os processos internos e rotinas de trabalho estejam sendo realizadas com eficiência, os

dados com confiabilidade fazendo com que o gestor realize a tomada de decisão.

6. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: 6ª ed. atlas, 2003.

ATTIE, W. Auditoria interna. São Paulo: atlas, 1992.

ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 3. Ed. São Paulo: atlas, 2000.

BARBOSA, Irina Missilen Correia. Importância da Auditoria Interna no Processo

Decisório das Organizações. Estudo Caso Enapor, SA. 2016. 95 f. Monografia (Licenciatura

em Organização e Gestão de Empresas) - Departamento de Ciências Económicas e

Empresariais, Universidade do Mindelo, Cabo Verde. Disponível em:

<http://www.portaldoconhecimento.gov.cv>

BASSO, I. P. Contabilidade geral básica. 3ª Ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2005.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: Teoria e Prática. 2ª ED. São Paulo: atlas,

2004.

FRANCO, H.; MARRA, E. Auditoria Contábil. 4ª Ed. São Paulo, Ed. Atlas, 2001.

GIL, A. L. Auditoria operacional e de gestão. São Paulo: atlas, 2000.

HALL, R. Organizações: estrutura e processos. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1984.

MOTTA, F. C. P., PEREIRA, L.B. Introdução à organização burocrática. São Paulo:

Brasiliense, 1991.

PAULA, M. G. M. A. Auditoria Interna – Embasamento Conceitual e Suporte Tecnológico.

São Paulo: Atlas, 1999.

REGO, F. C. A natureza da auditoria interna e as questões subjacentes

à extensão do seu âmbito. Revista de Auditoria Interna, nº 6, 2001.

SÁ, A. L. Curso de Auditoria. 8. Ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 1998.

SANTOS, F. C. S. Auditoria contábil. Clube dos autores, 2011.

SAWYER, L. B. Sawyer Internal Auditing. Altamonte Springs: Florida, The

Institute of Internal Auditors. 1988.

STONER, J. A. F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 1984.

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UHL, F.; FERNANDES, J. T. F. S. Auditoria Interna. Instituto de Auditores Internos do

Brasil. 2. Ed. São Paulo: atlas, 1974.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E A IMPORTÂNCIA DA

VERIFICAÇÃO DOS INDICADORES NAS TOMADAS DE DECISÕES

Amanda dos Santos Soares1

Prof. Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção2

E-mail: [email protected]

Prof.ª Doris Day Nantes Miranda Gomes²

E-mail: [email protected]

Prof. Ryan Caldas Quevedo²

E-mail: [email protected]

RESUMO

O presente trabalho apresenta a importância da análise das demonstrações contábeis como

ferramenta de gestão, pois demonstra a real situação econômico-financeira das empresas.

Atualmente, os gestores estão cada vez mais preocupados em obter melhores resultados e

buscam informações que contribuam no processo decisório buscando sempre a melhoria de sua

organização e a maximização dos resultados de uma empresa através de decisões baseadas em

dados de fácil compreensão. A Análise das Demonstrações Contábeis por meio da análise

horizontal, vertical, a análise dos indicadores econômico-financeiros e análise por índices,

facilita ao gestor a identificação dos aspectos positivos e negativos do desempenho empresarial,

onde permite-se buscar assim resultados satisfatórios de qualquer ramo de atuação. Sendo

assim, a análise de balanços permite resultados importantes que toda organização necessita

saber, contendo dados específicos que auxiliam grandes tomadas de decisões, pois ao obter

essas informações quando comparadas e analisadas possibilita a identificação de pontos

negativos, permitindo assim um planejamento onde possa de reverter para uma melhoria da

organização.

Palavras-chave: Análise das Demonstrações Contábeis. Ferramenta de gestão. Indicadores

Financeiros. Índices. Informações.

1. INTRODUÇÃO

Muitas empresas não têm o conhecimento da relevância que é a análise das

demonstrações contábeis para as tomadas de decisões, pois é através dessas informações nos

permite verificar a real situação patrimonial da entidade. Por meio deste tema, procura-se

aprimorar o processo de interpretação das análises da situação patrimonial, econômica e

financeira de uma empresa, onde se visa evidenciar a importância da entidade adquirir o

conhecimento dessas informações contábeis para melhor controle dos procedimentos que, os

gestores precisam realizar a fim de buscar sempre a melhoria de sua organização.

Este trabalho se justifica por demonstrar a importância das análises das demonstrações

contábeis nas tomadas de decisões de uma empresa. Por trazerem informações pertinentes para

identificar o estado econômico e financeiro da entidade através do seu balanço patrimonial,

onde proporciona-se uma visão de como está a situação da organização e os respectivos retornos

através de técnicas precisas, podendo propor melhorias para alcançar resultados satisfatórios.

1 Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 2 Docente do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES.

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O problema ao qual está pesquisa teve a intensão de responder foi: Quais as

informações podem ser fornecidas para a tomada de decisão das empresas por meio das

análises das demonstrações contábeis? Este problema foi escolhido pois compreende-se que

todo gestor tem como intuito alavancar a sua empresa e por muitas vezes não possui

informações necessárias nas tomadas de decisões. Entretanto essas informações podem ser

encontradas facilmente através das análises de balanço da própria organização.

O objetivo geral desse estudo é apresentar foi evidenciar informações que auxiliam nas

tomadas de decisões por meio da técnica das análises de balanços, onde permite identificar a

situação econômico-financeira através da verificação de determinados indicadores. Onde foi

abordado o conceito da contabilidade, e identificar também o conceito das demonstrações

contábeis e, por fim, evidenciar as principais técnicas para as análises das demonstrações

contábeis.

Para alcançar os objetivos foi realizado neste trabalho o método de pesquisa a revisão

bibliográfica, sendo uma pesquisa qualitativa descritiva, desenvolvida com material já

elaborado presentes em livros com base em análise de balanços e demonstrações contábeis e

artigos científicos publicados nos últimos 10 anos. Com isso, neste estudo foi apresentado

técnicas de análise das demonstrações contábeis, de modo a auxiliar aos gestores informações

através dos resultados das análises, permitindo assim as tomadas decisões para a melhoria a sua

empresa.

2. CONTABILIDADE A FERRAMENTA DE GESTÃO

A Contabilidade considera-se uma máxima que diz: não há débito (s) sem crédito (s) de

mesmo valor. Assim, toda movimentação patrimonial da empresa é registrada através das

partidas dobradas, conforme relata Lins e Filho (2012). Em outras palavras Marion (2008),

contribui conceituando a Contabilidade como sendo uma ferramenta que fornece o máximo de

informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa, além de auxiliar o

governo na arrecadação de impostos.

Considera-se assim, a contabilidade é uma grande aliada à tomada de decisão, por fornecer

informações reais da empresa auxiliando os gestores com relatórios que mostra a situação

econômico-financeira da organização, que para Blatt (2001, p. XVII), é descrito que: “A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades. Na

Contabilidade, o objetivo é sempre o patrimônio de uma entidade, definido como um

conjunto de bens, direitos e obrigações, pertencente a uma pessoa física, a um

conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou

instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou

não, incluir o lucro.”

A contabilidade tem por finalidade registrar, controlar e demonstrar os fatos que afetam

a empresa, gerando informações a fim de auxiliar os gestores para que almejem resultados.

Nesse sentido Silva (2008), relata que o objetivo principal da Contabilidade é prover

informações úteis e consistentes para a tomada de decisões econômicas e financeiras, o mesmo

autor expõe que a Contabilidade é uma ciência que registra, verifica e analisa os fatos

financeiros e econômicos decorrentes da situação patrimonial.

2.1. TEORIA DA CONTABILIDADE

A Teoria Contábil pode causar efeitos em aplicações na vida prática, como acontece

atualmente à maioria do nosso conhecimento, mas também pode ser desinteressada e não tratar

senão de manter-se no campo especulativo. As teorias, normalmente, não são verificadas por

processos experimentais. É a teoria que antecede as leis científicas e daí a sua grande

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importância na formação da ciência, sendo um conjunto de princípios fundamentais de uma

ciência, a Teoria Contábil é o conjunto de princípios fundamentais da ciência da Contabilidade.

A Teoria Contábil de acordo com Hoog (2016, p. 393), é um conhecimento meramente

racional. Contudo, a Teoria Contábil aplicou-se como sendo um conjunto de conhecimentos

não frívolo que apresentam uma sistematização e credibilidade, e que se propõem a explicar,

esclarecer ou interpretar uns acontecimentos que se oferecem à atividade da prática da ciência.

Neste sentido, observa-se a Teoria Contábil como um conhecimento racional e

especulativo, onde é o início e o ponto de partida da ciência Contábil, a fim de possuir princípios

e regras formando um sistema teórico e por fim, quando se propõe a analisar, interpretar e

elucidar questões pertinentes a uso da ciência Contábil ela se torna, também, a alma da prática

profissional

Conforme Silva, Silva Neto e Cerqueira (2015, p. 6) “A Teoria da Contabilidade é

essencial para formação do profissional da Contabilidade. Sem que se tenha conhecimento da

origem de sua profissão, o indivíduo mostra-se como uma casa sem base, um castelo de areia”.

Ou seja, ela auxilia o estudante a entender a origem da sua profissão e conceitos que serão

necessários e importantes para a sua carreira.

A Teoria da Contabilidade visa estudar também os objetivos da contabilidade, que

conforme Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 32) o objetivo principal da contabilidade é

descrito como “o de fornecer informações estruturadas de natureza econômica, financeira e

subsidiariamente, física, de produtividade e social para os usuários internos e externos a

entidade objeto da Contabilidade”.

2.2. ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA

O Conselho Federal de Contabilidade no ano de 1993 através da resolução nº 750/93,

trouxe uma redação sobre os Princípios de Contabilidade: “Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias

relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos

universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade

no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

(BRASIL, RESOLUÇÃO Nº 750, 1993, art. 2º).”

Em seu texto a resolução estabelecia que, para se praticar a contabilidade, o profissional

deveria nortear suas ações de acordo com os conceitos básicos estabelecidos pelos princípios

de contabilidade. Eram citados como princípios: O da Entidade; O da Continuidade; O da

Oportunidade; O do registro pelo valor original; O da Atualização monetária “revogado pela

resolução CFC n°1.282/10”; O da Competência; e O da Prudência.

Um dos principais marcos da Contabilidade brasileira foi a aprovação da Lei 11.638 de

2007, que trata do processo de convergência das normas internacionais. Para Gonçalves,

Batista, Macedo e Marques (2014), a Lei ajudou o Brasil a exercer modificações nas práticas

contábeis, estando assim alinhado com os outros países que adotam normas no padrão IFRS.

Com o decorrer da convergência, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) tem

adequado e publicado desde 2008 as orientações e pronunciamentos contábeis, que em seguida

são aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outros órgãos reguladores

(GONÇALVES et al., 2014).

A criação do CPC se deu em função das necessidades de (CPC, 2005): “Convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração

de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de

custo de capital); - Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil,

diversas entidades o fazem); -Representação e processos democráticos na produção

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dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário,

intermediário, academia, governo).”

Com a criação do CPC o Brasil ficou mais próximo dos outros países com relação às

normas contábeis. Fica então a cargo desse órgão a convocação da participação de profissionais

da Contabilidade para a discussão das normas, o que favorece a harmonização contábil do país

(SOUZA, 2009). No entanto, como afirma Souza (2009, p. 25): “A velocidade com que as mudanças vêm ocorrendo pode, de alguma forma,

prejudicar a qualidade final do processo, seja pela dificuldade de adaptação dos

profissionais, pela fragilidade do sistema de ensino, ou ainda pela atuação dos órgãos

reguladores, que terão que trabalhar de maneira coordenada para evitar contradições

na regulação.”

O Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para Elaboração e

Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro (CPC 00) foi o primeiro emitido pelo CPC. Ele

estabelece conceitos que fundamentam a elaboração e divulgação das demonstrações contábeis

e ainda dá suporte para o desenvolvimento de novos pronunciamentos e à revisão dos já

existentes (CPC, 2011).

Neste cenário insere-se a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de

Relatório Contábil-Financeiro ou “EC” (CPC 00), que dentre suas finalidades, apresenta a

seguinte: “Dar suporte à promoção da harmonização das regulações, das normas contábeis e

dos procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações contábeis,

provendo uma base para a redução do número de tratamentos contábeis alternativos

permitidos pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações (CPC, 2011 p.4). ”

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis define o objetivo das demonstrações contábeis

como segue: “O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição

patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da

entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e

tomadas de decisão econômica (ESTRUTURA CONCEITUAL CPC 00, 2008, p. 7). ”

Para Niyama (2010) o bom profissional contábil e a qualidade dos relatórios contábeis

estão relacionados ao nível de conhecimento sobre a Estrutura Conceitual, pois como

complementam Cruz, Ferreira e Szuster (2011) é esta estrutura que dá suporte para a

fundamentação das normas e padrões que são necessários para a elaboração das demonstrações

contábeis, de maneira a orientar as questões práticas, para assim atender à necessidade dos

usuários das informações contábeis.

3. CONCEITO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As Demonstrações Contábeis, também conhecidas como Demonstrações Financeiras,

fornecem valiosas informações sobre a situação financeira e patrimonial das empresas, sendo

útil sua interpretação para os mais diversos usuários no momento da tomada de decisões. “[...] têm, portanto, por objetivo, revelar, a todas as pessoas interessadas, as

informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim de possibilitar o

conhecimento e a análise de sua situação patrimonial, econômica e financeira.”

(BRAGA, 2009, p. 65)

Conforme Braga (2009), as demonstrações contábeis devem ser preparadas e

apresentadas para usuários externos de uma maneira geral visando suas finalidades distintas e

necessidades diversas. Se o foco for elaborar demonstrações que forneçam informações úteis

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na tomada de decisões e avaliações para usuários em geral sem atender a finalidades e

necessidades específicas, uma vez que a maioria as utiliza para tomada de decisões econômicas,

as demonstrações devem ser elaboradas segundo a Estrutura Conceitual.

3.1. BALANÇO PATRIMONIAL (BP)

A Norma Brasileira de Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (NBC T) 19.41

o Balanço Patrimonial da entidade é a relação de seus ativos, passivos e patrimônio líquido em

uma data específica. De acordo com Silva (2012) o BP tem como objetivo apresentar as

informações quantitativas e qualitativas que abrangem bens, direitos e obrigações da empresa

em um determinado tempo.

Conforme Matarazzo (2010) o balanço patrimonial apresenta todos os bens e direitos da

empresa, denominado Ativo, bem como suas obrigações, dito Passivo, em um determinado

período, em geral, um exercício social, verificando ainda a diferença entre os mesmos,

apresentada como Patrimônio Líquido, remetendo a ideia de quanto capital foi investido na

empresa, seja de um recurso externo ou refletindo suas operações de ganho interno.

O Balanço Patrimonial é a mais importante demonstração contábil onde se visualiza o

equilíbrio do patrimônio, a igualdade patrimonial, devendo ser elaborado com precisão para

obter dados que espelhem a realidade da empresa obedecendo sempre os princípios contábeis.

Quadro 1: Apresenta-se a estrutura do BP:

Fonte: Braga (2012).

Sobre a estrutura do BP, Assaf Neto (2010, p. 47) explica que: “O balanço apresenta a posição patrimonial e financeira de uma empresa em dado

momento. A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito

provavelmente, sua estrutura se apresentará relativamente diferente algum tempo após

seu encerramento. No entanto, pelas relevantes informações de tendências que podem

ser extraídas de seus diversos grupos de contas, o balanço servirá como elemento de

partida indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira de uma

empresa.”

No entendimento de Assaf Neto (2010), o BP demonstra a posição patrimonial e

financeira da empresa, possibilitando aos gestores tomar decisões de acordo com situação da

empresa.

O Balanço Patrimonial compreende variados grupos onde as contas são agregadas com

a intenção de facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. Conforme

Braga (2009) as contas do Ativo são dispostas em ordem decrescente de realização ou

conversibilidade (grau de liquidez) e as contas do Passivo e Patrimônio Líquido em ordem

decrescente de exigibilidade.

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1. ATIVO CIRCULANTE

2. ATIVO NÃO CIRCULANTE

2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

2.2 INVESTIMENTOS

2.3 IMOBILIZADO

2.4 INTANGÍVEL

4. PASSIVO

5. PASSIVO NÃO CIRCULANTE

6. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

6.1 CAPITAL REALIZADO

6.2 RESERVAS DE CAPITAL

6.3 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

6.4 RESERVAS DE LUCROS

6.5 AÇÕES EM TESOURARIA (-)

6.6 PREJUÍZOS ACUMULADOS (-)

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3.2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

A DRE tem como objetivo demonstrar o porquê a empresa chegou ao resultado

apresentado. O gestor da empresa consegue analisar e verificar as devoluções realizadas,

impostos que foram pagos e abatidos, receitas e despesas em determinado período, entre outros.

Segundo Iudícibus (2010) a Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo

ordenado das receitas e despesas, sendo apresentada de forma dedutiva, apresentando os

aumentos e as reduções causadas no Patrimônio Líquido através das operações da empresa em

um determinado período de tempo. Assim, a partir das receitas subtraem-se as despesas para

que se possa assim indicar o resultado, lucro ou prejuízo.

Por se tratar de uma demonstração que retrata apenas o fluxo econômico é uma

importante ferramenta de análise para gerar informações para a tomada de decisões, pois

segundo Matarazzo (2003) todas as receitas e despesas estarão no DRE ordenadas por sua

natureza, o que contribuirá de maneira significativa com informações sobre a empresa.

Segundo CPC 26 R1, 2011 a Demonstração do resultado do exercício deve incluir as

seguintes rubricas: “(a) receitas;

(b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;

(c) lucro bruto;

(d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas

operacionais;

(e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de

equivalência patrimonial;

(f) resultado antes das receitas e despesas financeiras

(g) despesas e receitas financeiras;

(h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;

(i) despesa com tributos sobre o lucro;

(j) resultado líquido das operações continuadas;

(k) valor líquido dos seguintes itens:

(i) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;

(ii) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas

de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que

constituem a unidade operacional descontinuada.

(l) resultado líquido do período.” (CPC 26 R1, 2011, item 82)

Para um melhor entendimento, no Quadro 2 apresenta-se a composição estrutural da

DRE:

Quadro 2: Estrutura da DRE de acordo com a Lei das S.A. (continua)

RECEITA BRUTA DE VENDAS E/OU SERVIÇOS

(-) Descontos Concedidos, Devoluções

(-) Impostos sobre vendas

= RECEITA LÍQUIDA

(-) Custo dos produtos Vendidos e/ou Serviços Prestados

= RESULTADO BRUTO

(-) Despesas/Receitas Operacionais

(-) Despesas Gerais e Administrativas

(-) Despesas de Vendas

(+) Receitas Financeiras

(-) Despesas Financeiras

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(-) Juros sobre Capital Próprio

(+) Outras Receitas Operacionais

(-) Outras Despesas Operacionais

(-) Provisão para Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

(CSLL)

= RESULTADO LÍQUIDO ANTES DE PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

(-) Participações

(-) Contribuições

(+) Reversão dos Juros sobre o Capital Próprio

= RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

= RESULTADO LÍQUIDO ANTES DE PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

(-) Participações

(-) Contribuições

(+) Reversão dos Juros sobre o Capital Próprio

= RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

= RESULTADO LÍQUIDO ANTES DE PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

(-) Participações

(-) Contribuições

(+) Reversão dos Juros sobre o Capital Próprio

= RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

(-) Custo dos produtos Vendidos e/ou Serviços Prestados

= RESULTADO BRUTO

(-) Despesas/Receitas Operacionais

(-) Despesas Gerais e Administrativas

(-) Despesas de Vendas

(+) Receitas Financeiras

(-) Despesas Financeiras

(-) Juros sobre Capital Próprio

(+) Outras Receitas Operacionais

(-) Outras Despesas Operacionais

= RESULTADO OPERACIONAL

(-) Provisão para IRPJ e CSLL

= RESULTADO LÍQUIDO ANTES DE PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

(-) Participações

(-) Contribuições

(+) Reversão dos Juros sobre o Capital Próprio

= RESULTADO (LUCRO/PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO LUCRO POR AÇÃO

Fonte: Assaf Neto (2012).

No Quadro 2 apresenta-se a composição da DRE, os grupos apresentados na estrutura

apresentam resultados particulares de cada receita e despesas do período, possibilitando maior

visão para os analistas. A utilização da DRE é de extrema importância para verificar e analisar

a situação, apresentado a realidade da empresa para os interessados.

3.3. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)

No CPC 26 trata da demonstração das mutações do patrimônio líquido, inclui as

seguintes informações:

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“(a) o resultado abrangente do período, apresentando separadamente o montante total

atribuível aos proprietários da entidade controladora e o montante correspondente à

participação de não controladores; (b) para cada componente do patrimônio líquido,

os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação retrospectiva, reconhecidos

de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de

Estimativa e Retificação de Erro; (d) para cada componente do patrimônio líquido, a

conciliação do saldo no início e no final do período, demonstrando-se separadamente

as mutações decorrentes: (i) do resultado líquido; (ii) de cada item dos outros

resultados abrangentes; e (iii) de transações com os proprietários realizadas na

condição de proprietário, demonstrando separadamente suas integralizações e as

distribuições realizadas, bem como modificações nas participações em controladas

que não implicaram perda do controle (CPC 26, 2009, p. 106). ”

De acordo com Braga (2009, p. 102) “essa demonstração tem por objetivo facilitar a

análise das modificações ocorridas nos componentes do patrimônio líquido, durante

determinado período, geralmente o exercício social”. Diante do exposto, ressalta-se a

importância da DMPL nas empresas, visto que ela demonstra as movimentações no patrimônio

da empresa.

3.4. DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

No item 111 do CPC 26 trata do demonstrativo fluxo de caixa que é uma base para

avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da

entidade para utilizar esses fluxos de caixa. Esse demonstrativo foi introduzido pela Lei nº

11.638/07 em substituição à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

Conforme mencionado por Silva (2012), o objetivo principal da DFC é fornecer

informações relevantes sobre liquidações e recebimentos, em dinheiro, durante o período que

está sendo analisado.

Ainda nesse sentido, Silva (2012) complementa que esta demonstração tem por objetivo

demonstrar os recebimentos e pagamento ocorridos em determinado período, analisando todas

as aplicações e origens de recursos. A DFC pode ser elaborada de forma direta ou indireta,

conforme Silva (2012), no método direto são apresentados os valores brutos para os itens do

recebimento e pagamento com mais significância. Facilita a compreensão e a visualização do

fluxo financeiro, possibilitando a demonstração dos recebimentos e pagamentos decorrentes

das atividades da empresa. Já no método indireto, a conciliação da DFC é realizada com efetiva

alteração do caixa, exigindo para o analista maior conhecimento na área.

Compreende-se que a DFC auxilia os gestores nas tomadas de decisões, pois permite

visualizar de forma objetiva e clara as entradas e saídas da empresa no momento analisado,

possibilitando maior visão e acompanhamento financeiro.

3.5. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA);

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) a partir da aprovação da Lei n° 11.638/07

se tornou obrigatória para as companhias abertas. A DVA tem por objetivo demonstrar o valor

da riqueza gerada pelas atividades da empresa como resultante de um esforço coletivo e sua

distribuição entre os elementos que contribuíram para a sua criação (GELBCKE et al. 2010).

Ressalta-se que a DVA não é demonstração obrigatória de acordo com as Normas

Internacionais, devendo compor as informações complementares dos relatórios contábeis,

relacionadas com aspectos de cunho ambiental e social.

Conforme Silva (2012) a DVA é obrigatória desde 2008 para as sociedades anônimas de

capital aberto e tem por objetivo evidenciar as riquezas geradas pela companhia e seus

elementos que contribuíram para a geração da riqueza, exemplo: acionistas, financiadores,

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governo, empregados, entre outros.

Sobre a DVA, Padoveze (2010, p. 94) ressalta que: Através dela pode-se identificar a estrutura básica de custos da empresa.

Retrabalhando as informações nela contida, é possível identificar quanto é a

participação de materiais, salários, encargos sociais, impostos, despesas e

depreciações. Este tipo de informação é gerencialmente importante para comparação

entre as estruturas de custos da empresa, do setor e dos concorrentes.

O DVA avalia o desempenho da empresa e auxilia na tomada de decisão dos gestores,

pois é baseada em fatores eficazes de desempenho, onde fornece informações baseadas em

parâmetros eficazes de desempenho, demonstrando que é uma ferramenta que pode ser utilizada

na tomada de decisão.

3.6. NOTAS EXPLICATIVAS

De acordo com o CPC-026 (2011) as notas explicativas devem apresentar a informação

acerca da base para a elaboração específica utilizada, divulgar a informação requerida pelos

Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Interpretações do CPC que não tenha sido

apresentada nas demonstrações contábeis e prover informação adicional que não tenha sido

apresentada nas demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.

Segundo o site Contábeis (2011) as notas explicativas auxiliam na interpretação dos

dados das demonstrações contábeis. Elas são regidas pela Lei n.º 6.404/76, incluída pela Lei n.º

11.941/09, que estabelece algumas obrigatoriedades: “I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras

e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos

significativos; (Incluído pela Lei n.º 11.941, de 2009);

II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que

não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras;

(Incluído pela Lei n.º 11.941, de 2009);

III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações

financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada;” (Incluído

pela Lei n.º 11.941, de 2009, §5).

Conforme mencionado, as notas explicativas são de extrema importância, pois são

relatórios que auxiliam nas dúvidas eventuais durante as análises das demonstrações.

4. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Marion (2007) define que as análises das demonstrações contábeis são tão antigas

quanto à contabilidade, pois uma das primeiras formas de comparação de patrimônio era

realizada a atividade de pastoreio com a contagem e constatação de variação no rebanho, com

isso, se tinha a variação da riqueza ocorrida em dois períodos.

Para Braga (1999 p.125), as análises realizadas nas demonstrações contábeis relatam os

aspectos patrimoniais, econômicos e financeiros com o objetivo de: “[...] observar e confrontar

os elementos patrimoniais e os resultados das operações, visando ao conhecimento minucioso

de sua composição qualitativa e de sua expressão quantitativa, de modo a revelar os fatores

antecedentes e determinantes da situação atual, e, também, a servir de ponto de partida para

delinear o componente futuro da empresa.”

A análise de balanços é a técnica que se utiliza para obter informações da real situação

da empresa, e é através das demonstrações contábeis que se permite compreender como vai o

andamento da entidade, com o intuito de tomar decisões a fim de buscar melhorias para a

organização. Assaf (2002), comenta sobre quatro técnicas de análise de balanços: A horizontal,

a vertical, a análise de indicadores econômico-financeiros e a análise por índices.

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4.1. ANÁLISE HORIZONTAL (AH)

Ferreira (2007, p. 1) afirma que: “A análise horizontal (ou análise da evolução) consiste em se verificar a evolução dos

elementos patrimoniais ou de resultado durante um determinado período. Importa na

comparação entre valores de uma mesma conta ou grupo de contas em diferentes

exercícios sociais. Os elementos comparados são homogêneos, mas os períodos de

avaliação são diferentes. São necessários, pelo menos, dois exercícios para efeito de

comparação e avaliação da evolução de um determinado componente do patrimônio

ou resultado.”

Segundo Iudícibus (2010 p.83), afirma que: “A finalidade principal da análise horizontal

é apontar o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultado (bem como

de outros demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar tendências”.

Com tudo, através dessa técnica se verifica a situação do patrimônio e do resultado da

organização, baseando-se no mínimo nos dois últimos períodos, onde se calculam-se os

chamados número, determinando assim o exercício social mais antigo como índice-base 100,

“(...) Este tipo de análise possibilita o acompanhamento do desempenho de cada uma das contas

que compõem a demonstração em questão, ressaltando as tendências evidenciadas em cada uma

delas, sejam de evolução ou retração”. (RIBEIRO, 2009, p. 203)

4.2. ANÁLISE VERTICAL (AV)

De acordo com Assaf (1989, p.180), “a análise vertical é também um processo

comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de

contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo demonstrativo”. Ou seja,

permite a comparação de cada conta do grupo do balanço patrimonial, tendo com índice

representativos a porcentagem.

De acordo com Matarazzo (2008, p. 249), o objetivo da análise vertical é mostrar a

importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, através da

comparação com os padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos

anteriores, permitir inferir se há itens fora das proporções normais.

Sobre a AV, Padoveze (2010) explica que consiste em uma análise de estrutura ou de

participação percentual. Já para Marion e Ribeiro (2011), através da AV é possível identificar a

porcentagem de participação de cada elemento no conjunto analisado.

4.3. ANÁLISE POR INDICADORES FINANCEIROS

Padoveze (2010) descreve: “Os indicadores econômico-financeiros são os elementos que tradicionalmente

representam o conceito de análise de balanço. São cálculos matemáticos efetuados a

partir do balanço patrimonial e da demonstração de resultados, procurando números

que ajudem no processo de clarificação do entendimento da situação da empresa, em

seus aspectos patrimoniais, financeiros e de rentabilidade.” (PADOVEZE, 2010, p.

213)

Braga (2012) os índices financeiros caracterizam-se como a relação entre os vários

grupos patrimoniais que determinam a situação financeira da empresa. Os índices financeiros,

também conhecidos como indicadores, são divididos em: Estrutura de Capital e Liquidez.

A análise financeira é obtida através do cálculo de índices financeiros, os quais apresentam a

relação entre as contas do BP, com o objetivo de demonstrar a situação da empresa. É através

das análises dos indicadores financeiros que se consegue visualizar a real situação econômica

que a empresa se encontra, e serve de base para os gestores para tomadas de decisões ou

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correções se assim necessárias.

Segundo Gitman (2010), uma empresa é considerada líquida, quando a mesma consegue

honrar suas obrigações de curto prazo no momento em que elas vencerem. Com base nisso,

existem quatro divisões dos índices de liquidez, a saber: (i) liquidez geral, (ii) liquidez corrente,

(iii) liquidez seca e (iv) liquidez imediata.

4.4. ANÁLISE POR ÍNDICES “Os índices financeiros são relações entre contas ou grupo de contas das

demonstrações contábeis, que têm por objetivo fornecer-nos informações que não são

fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações contábeis.” (SILVA,

2008, p. 225)

A análise por meio de índices permite relacionar grupos de contas com para extrair

informações que auxiliam os gestores nas tomadas de decisões, além de evidenciar a situação

financeira e econômica que a entidade se encontra.

Segundo Padoveze (2010) os índices têm o objetivo de confrontar números do ativo e

passivo e identificar com o resultado se é possível liquidar as dívidas.

4.4.1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Primeiramente é necessário esclarecer o que é liquidez. O termo liquidez está vinculado

à capacidade que uma empresa tem de transformar, mais rapidamente, seus ativos em dinheiro.

Estes índices de liquidez são utilizados com o intuito de avaliar e compreender a liquidez e o

momento financeiro em que a empresa se encontra (ASSAF NETO, 2006).

De acordo com Braga (1989), estes indicadores também são utilizados para evidenciar

se a empresa consegue honrar seus compromissos de curto e de longo prazo. Segundo Assaf

Neto (2006), para calcular estes indicadores é necessário conhecer as contas referentes ao ativo

e ao passivo circulante da empresa. Fazem parte do conjunto de indicadores de liquidez os

seguintes índices: i) Liquidez Imediata; ii) Liquidez Seca; iii) Liquidez Corrente; e iv) Liquidez

Geral.

4.4.2. LIQUIDEZ IMEDIATA

Para Souza (2014), o indicador de liquidez imediata é utilizado com o propósito de

compreender a capacidade da empresa em pagar todas as suas dívidas de curto prazo, somente

com valores monetários referentes à conta existente no balanço patrimonial denominada de

caixa e equivalentes de caixa (depósitos em contas de banco, por exemplo).

Este índice possui a função de mensurar se a empresa teria a possibilidade de arcar com

todas as suas obrigações de curto prazo somente com os valores em que a organização possui o

poder de transformá-lo, imediatamente, em dinheiro. Para realizar o cálculo da liquidez

imediata, é utilizada a conta caixa e equivalentes de caixa que representa o disponível da

empresa, e o total do passivo circulante.

4.4.3. LIQUIDEZ SECA

De acordo com Assaf Neto (2006), este indicador representa a capacidade que a empresa

tem de liquidar suas obrigações de curto prazo, mediante a utilização de recursos do ativo

circulante que possuem maior grau de liquidez. Representando todas as contas do ativo

circulante menos os estoques.

Para Souza (2014), este indicador exclui o ativo estoque para limitar o ativo circulante

da empresa, ilustrando a capacidade de pagamento da mesma. Pois, sabe-se que esta conta só

representa ganhos reais para a empresa, quando os estoques são transformados em produtos e

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vendidos, na demonstração do resultado do exercício. Para realizar o cálculo da liquidez seca,

é utilizado o total do ativo circulante subtraindo a conta estoque, e o total do passivo circulante.

4.4.4. LIQUIDEZ CORRENTE

Segundo Assaf Neto (2005), este índice visa demonstrar se a empresa possui ou não

necessidade de capital de giro. Isto porque, o indicador ilustra se há sobra de caixa, após o

pagamento de todas as suas obrigações de curto prazo. Porém é importante ressaltar que pode

haver distorções sobre o real significado deste resultado.

Para Souza (2014), isso acontece, pois, como o ativo/passivo circulante e o ativo/passivo

não circulante são classificados de acordo com o prazo de pagamento ou de recebimento.

Quando tais pagamentos (ativo) e tais recebimentos (passivos) são registrados havendo

incompatibilidade no seu real pagamento ou recebimento, automaticamente, o indicador sofrerá

alterações positivas ou negativas. Podendo então incorrer em duas situações: i) o índice poderá

ser negativo e ainda assim a empresa obterá folga no seu caixa; ou ii) poderá incorrer um índice

positivo havendo falta de recursos no caixa.

Sendo assim, para que este indicador seja interpretado corretamente, é dada a sugestão

de avaliar o indicador apresentado pela empresa, juntamente, com o indicador de liquidez

corrente médio do setor em que a mesma se encontra inserida. Para realizar o cálculo da liquidez

corrente, é utilizado o total do ativo circulante, e o total do passivo circulante.

4.4.5. LIQUIDEZ GERAL

Este indicador é utilizado para verificar se a empresa possui recursos financeiros

necessários para saldar todas as suas dívidas de curto e longo prazo. Mas este indicador assim

como o de liquidez corrente, pode distorcer a situação real da empresa. Isto ocorre porque,

podem ser alocados recursos financeiros no balanço patrimonial com prazos diferentes.

Deste modo, o valor indicado pelo cálculo deste índice pode ser maior que um,

representando a condição de pagamento da empresa positiva, ou menor que um, representando

falta de recursos para pagamento de todas as obrigações.

Para realizar o cálculo da liquidez geral, é utilizado o total do ativo circulante com a

soma do realizável de longo prazo, e o total do passivo circulante e não circulante. Normalmente

as empresas já apresentam em seu Balanço o valor do realizável de longo prazo. Quando este

valor não estiver explícito, é necessário realizar um cálculo onde se diminui o total do ativo não

circulante com o total do ativo imobilizado.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho demonstrou a importância das informações geradas através do estudo da

análise das demonstrações contábeis e de que maneira viabilizam a tomada de decisões e o

planejamento diante de melhorias a serem efetuadas nas organizações em exercícios futuros

contribuindo para evolução financeira das entidades.

A Análise de Balanços é dentre os instrumentos da Contabilidade uma das ferramentas

mais eficazes, transformando índices que são apenas números em interpretações que dão origem

a informações úteis que permitem aos gestores a compreender como vai o andamento das

empresas, com a intenção de tomarem decisões coerentes conforme a necessidade da

instituição, identificando os aspectos negativos e positivos, buscando soluções e melhorias para

a sua organização.

Por fim, após o estudo das análises das demonstrações contábeis concluiu-se que nos

dias atuais a contabilidade é vista pelos gestores como uma importante ferramenta que fornece

informações gerenciais que auxiliam na tomada de decisões, e que por meio de quatro técnicas,

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análise horizontal, vertical, a análise dos indicadores econômico-financeiros, conseguimos ter

um diagnóstico real da situação econômica e financeira da empresa, onde nos proporciona um

parecer nítido e decomposto de sua evolução e possibilidades futuras, onde permite-se buscar

assim resultados satisfatórios de qualquer ramo de atuação.

6. REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-

financeiro. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.371p.

BLATT, Adriano. Análise de Balanços: Estrutura e avaliação das demonstrações financeiras

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A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DE CONTABILIDADE PARA MANTER A

TRANSPARÊNCIA DE INSTITUIÇÕES DO TERCEIRO SETOR.

Carlos Eduardo Santana1

Prof. Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção2

E-mail: [email protected]

Prof.ª Doris Day Nantes Miranda Gomes²

E-mail: [email protected]

Prof. Eduardo Henrique Zanão²

E-mail: [email protected]

RESUMO

A economia é dividida em três setores, o primeiro é formado pelo estado, o segundo pelas

empresas que formam o mercado e o terceiro por organizações sem fins lucrativos. As entidades

do terceiro setor são formadas por iniciativas privadas que tem como objetivo suprir

necessidade da sociedade de maneira voluntaria sem visar lucro decorrente de suas atividades,

neste sentido a conduta dessas entidades é muito questionada, pois a captação dos recursos que

mantem o funcionamento das organizações sem fins lucrativos e feita principalmente de

doações, então o principal ponto a ser analisado por pessoas interessadas em contribuir com

que a entidade alcance seu objetivo social é se os recurso captados estão sendo alocados de

maneira eficiente e de acordo com o proposto por ela. A contabilidade disponibiliza ferramentas

que auxiliam essas instituições a registrar e gerir essas informações de forma transparente,

gerando dados através das demonstrações contábeis, essas informações podem servir para

usuários internos e externos, e podem ajudar no processo de captação dos recursos e no processo

de alocação deles. Todas as demonstrações contábeis do terceiro setor são embasadas nas

normas e pronunciamentos contábeis, em especial pela Interpretação Técnica Geral - ITG 2002

(R1) – entidades sem finalidade de lucro que norteia o tratamento das informações contábeis

para entidade dos terceiro setor, o processo de tratar essas informações é chamado de

accountability termo que não tem tradução especifica para o português mas que se refere ao

tratamento das informações e ao cumprimento da responsabilidade e da transparência das

entidades ao prestar contas ao público. Essa disponibilidade de informações referentes as contas

da entidade, e informações sobre os resultados alcançados é chamada de disclosure forma como

os usuários externos têm acesso a essas informações.

Palavras-chave: Terceiro setor. Accountability. Disclosure. Transparência.

1. INTRODUÇÃO

A economia é dividida em três setores o primeiro setor é constituído pelos órgãos

governamentais, o segundo setor é o privado são as empresas que atuam no comercio ou em

prestação de serviços dentro da sociedade e o terceiro são as entidades de sociedade civil são

organizações voluntarias que prestam serviços sociais sem visar lucro. O terceiro setor capta

recursos principalmente do apoio financeiro do poder público para investir em seus projetos e

1 Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 2 Docente do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES.

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também de um público que se identifica com a luta de cada entidade organizada para sanar

necessidades em alguma área especifica que o governo não foi eficaz através de doações, essas

organizações também podem gerar receitas através de eventos e vendas, toda a receita adquirida

por qualquer meio não incorpora lucro pois todo o dinheiro arrecadado deve refletir em

investimentos para que o objetivo social seja cumprido, as sobras incorporam uma conta

chamada superávit e devem ser redistribuídas dentro da organização para melhorias.

Com a questão de conduta e responsabilidade que se é cobrada dessas entidades surge o

questionamento de qual entidade confiar, qual usara de forma eficiente e fará com que os

recursos cheguem ao seu destino sanando a necessidade da população que foi estipulada em seu

objetivo social. Neste contexto a contabilidade é essencial no registro e na prestação de contas

de organizações sem fins lucrativos tanto quanto para gestão de empresas privadas que buscam

o lucro, firma-se que as ferramentas disponibilizadas pela contabilidade são de extrema

importância como critério de norteamento para que os interessados possam ter confiabilidade

nas entidades que pretendem ajudar também para que os recursos sejam alocados de modo

eficaz atendendo a demanda social.

É de extrema importância que as entidades cumpras suas obrigações e façam as

demonstrações contábeis obrigatórias e utilizem ferramentas extras que possam auxiliar na

tomada de decisão tanto dos usuários externos quanto da administração da entidade. Dentre as

instituições que estão com o verdadeiro proposito de beneficiar a sociedade com um trabalho

filantrópico existem pessoas que usam essas entidades como fachada para aplicar golpes, diante

do apresentado é imprescindível que as pessoas interessadas em doar recursos se atentem a

forma como as entidades aplicam os critérios de transparência na prestação das contas. Neste

sentido qual a relevância da contabilidade na prestação de contas de entidades do terceiro setor?

O objetivo geral desta pesquisa é conceituar o terceiro setor, identificar sua

funcionalidade e qual a importância para a sociedade e evidenciar a forma como a contabilidade

pode agregar no processo de tomada de decisão de usuários das informações referentes a

alocação dos recurso arrecadados pelas entidades do terceiro setor para tal a pesquisa contou

com os seguintes objetivos específicos: Identificar qual o conceito de terceiro setor, suas

funcionalidades; evidenciar qual a legislação aplicada ao setor referente a prestação de contas

e rotinas contábeis tornam a informação confiável; Por último evidenciar o benefícios que a

prestação de contas transparente podem trazer as entidades do terceiro setor.

O trabalho se trata de uma pesquisa bibliográfica, com o intuito de abordar pensamentos

de diversos escritores que estudam o terceiro setor, a Interpretação técnica geral ITG 2002 (R1)

– entidades sem finalidade lucros que estabelece os procedimentos a serem adotados para o

tratamento das informações referentes as variações patrimoniais, transações e demonstrações

contábeis que ocorrem em organizações não governamentais. E procedimentos que tornam a

gestão dos recursos mais transparentes, ponto que se deve ter atenção maior por gestores e por

usuários que pretendem ajudar a entidade a atingir o objetivo social.

Em relação as normas a pesquisa foram feitas em torno da última alteração feita em 2015 pelo

conselho federal de contabilidade órgão que regula o exercício da profissão contábil no Brasil,

os demais conceitos abordados foram consultados em livros, blogs, dissertações e artigos

publicados sobre o tema nos últimos vinte anos.

2. TERCEIRO SETOR

Paes (2003. p. 88) conceitua o terceiro setor como o conjunto de organizações ou

instituições sem fins lucrativos, seu principal objetivo é a filantropia trabalhar voluntariamente

para a sociedade. O terceiro setor é um setor de iniciativa privada que é organizado para atender

a sociedade em problemas sociais, sua finalidade é levar a população recursos básicos que

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deveriam ser oferecidos pelos órgãos do primeiro setor e que são direitos da população, terceiro

setor entende-se como entidades do setor privado, porém de direito público.

Esse setor pode ser conceituado como “o conjunto de organizações e iniciativas privadas

que visam a produção de bens e serviços públicos que não geram lucro, mas respondem a

necessidades coletivas” (MAÑAS & MEDEIROS, 2012, p.18). Entidades organizadas com

esse propósito social não fazem divisões de lucros pois todo montante arrecadado deve refletir

em melhorias para a organização, valores que sobram devem ser realocados dentro da

instituição.

2.1. A ORIGEM DO TERCEIRO SETOR NO BRASIL

Coelho (2000. p. 31) liga os valores religiosos ao trabalho voluntario exercido por essas

entidades o surgimento do terceiro setor no Brasil está muito ligado a essas instituições

religiosas. Desde o descobrimento do Brasil compreende-se o trabalho da igreja no sentido de

ajudar voluntariamente seus semelhantes, ainda que não existisse o conceito de terceiro setor

essas entidades tinham caráter devocional muito forte e o dever de ajudar o próximo de forma

voluntaria, um trabalho totalmente filantrópico, porém algumas exigências cercavam essa ajuda

no sentido de ajudar a membros, mas também mantinham casas de caridade e asilos para

indigentes.

Segundo Oliveira (2003) a terceira setor já aparecia no brasil desde a chegado dos

portugueses onde se constituía a primeira república, as ações sociais com características

religiosas da igreja católica são os primeiros registros do terceiro setor. Após esse início à

medida que a sociedade sente a necessidade de reivindicar direitos que deveriam ser concedidos

pelo estado, percebe-se que o número de pessoas contrarias a administração pública ineficiente

cresce e organizações são criadas para contestar e demonstrar a insatisfação dos serviços

prestados, assim se organizavam as primeiras entidades que constituiriam o setor que lutaria

pelo bem comum e bem-estar social.

De acordo com Ashoka e Mickinsey & Company (2001) durante o período do governo

militar no Brasil na década de 1970 foram criadas inúmeras organizações para defender os

direitos da população, direitos políticos, civis e humanos, organizações denominadas ONGs

(organizações não governamentais). O marco regulatório do terceiro setor veio com a

constituição federal de 1988 estabelecendo através de Lei, que deveres públicos é dever do

estado e da sociedade, o estado gera possibilidades de crescimento e fortalecimento as

sociedades civis e as organizações não-governamentais, assim fortalecendo os vínculos entre a

sociedade, empresas e o estado foi possível a implementação do terceiro setor no Brasil de

forma oficial.

2.2. ORGANIZAÇÕES QUE SE ENQUADRAM NO TERCEIRO SETOR

Existem dois tipos de organizações que são consideradas entidades do terceiro setor e

que se encaixam dentro das características apresentadas como:

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Tabela 1: Diferenças básicas entre associações e fundações

Fonte: Adaptado de OAB/SP (2005)

Araújo (2009) ressalta o código civil que conceitua as associações como a união de

pessoas para fins não econômicos. São grupos formados por pessoas, regidos por um estatuto

social, que atuam em atividades não-econômicos, que não divide o lucro entre os participantes,

atuam em áreas como a saúde, educação, causas ambientais e assistência social.

Pacheco (2012) conceitua as fundações como um patrimônio que adquire personalidade

jurídica através de um instituidor, seu objetivo e filantrópico e não possui finalidade de lucro.

São pessoas jurídicas formadas através da doação de um patrimônio do instituidor que possa

assegurar a funcionalidade e garantir o cumprimento do objetivo da entidade, sem finalidades

de lucros, afim de atender a um objetivo específico ou sanar uma necessidade pública. As

fundações podem ser constituídas por indivíduos, empresas ou pelo poder público atentando

para todas as normas que validam a funcionalidade desse modelo de instituição.

2.3. ISENÇAO E IMUNIDADE

Isenção é uma mera dispensa legal de pagamento de tributo devido, verificando-se em

uma situação na qual há legitima incidência, porquanto se deu um fato gerador, e o legislador,

por expressa disposição legal, optou por dispensar o pagamento do imposto. (COSTA;

ALMEIDA, 2015). Como o estado entende a necessidade dos trabalhos prestados pelas ONGs

o privilégio de imunidade tributária, entende-se que essas entidades não teriam condições de

manter seu funcionamento e pagar toda a carga tributária atribuída aos serviços prestados pela

mesma, como o setor e compreendido como grande aliado dos órgãos governamentais foi

concedido o benefício de entidades do terceiro setor não serem tributadas.

Fênix (2018) diferencia a imunidade de isenção sendo, a imunidade vedada a cobrança

do imposto e na isenção e possível por parte da entidade conseguir o não pagamento de um

determinado tributo por estar em conformidade com alguma lei emitida pelos órgãos

competentes.

A constituição federal garante a imunidade tributária a entidades do terceiro setor em

seu Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,

aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

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VI - Instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,

inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de

educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.

2.4. CERTIFICAÇÕES E TITÚLOS ATRIBUIDOS A ENTIDADES DO TERCEIRO

SETOR

O terceiro setor tem uma boa diversidade de instituições assim como mostra a tabela a

seguir:

Tabela 2: principais categorias do terceiro setor no Brasil.

Associações

São organizações baseadas em contratos estabelecidos livremente entre os indivíduos para

exercerem atividades comuns ou defenderem interesses comuns ou mútuos. Estão voltadas

para seus membros, compreendendo uma grande variedade de objetivos e atividades, tais

como recreativas, esportivas, culturais, artísticas, comunitárias e profissionais (member-

servingorganizations).

Organizações

filantrópicas,

beneficentes e de

caridade.

São organizações voltadas para seus clientes na promoção de assistência social (abrigo,

orfanatos, centros para indigentes, distribuição de roupa e comida etc.) e de serviços

sociais nas áreas de saúde e educação (colégios religiosos, universidades e hospitais

religiosos). Também se inclui nessa categoria a filantropia empresarial. Embora estas

organizações sejam classificadas como associações no Código Civil Brasileiro, o que as

diferenciam daquelas são seus valores intrínsecos de altruísmo, boa vontade e serviços à

comunidade.

Organizações

não

governamentais

(ONGs)

Como no caso das associações, são organizações comprometidas com a sociedade civil,

movimentos sociais e transformação social. Embora também estejam classificadas como

associações no Código Civil Brasileiro, diferenciam-se das associações por estarem,

sobretudo orientadas para “terceiros” grupos, ou seja, para objetivos externos aos membros

que a compõem. Também se diferenciam das organizações filantrópicas – e isto é questão

de honra para as ONGs – por não exercerem qualquer tipo prática de caridade, o que seria

contrário à sua ideia de construção de autonomia, igualdade e participação dos grupos

populares.

Fundações

Privadas

São uma categoria de conotação essencialmente legal. A criação de uma fundação se dá

segundo o Código Civil Brasileiro, pelo instituidor, que, através de uma escritura ou

testamento, destina bens livres, especificando o fim a ser alcançado.

Organizações

Sociais

Trata-se de um modelo de organização pública não estatal destinado a absorver atividades

publicáveis (áreas de educação, saúde, cultura, meio ambiente e pesquisa científica)

mediante qualificação específica. É uma forma de propriedade pública não estatal,

constituídas pelas associações civis sem fins lucrativas orientadas para o atendimento do

interesse público.

Fonte: Olak e Nascimento (2010, p. 13)

As entidades do terceiro setor tem em comum em sua maioria as fontes de captação

como pode-se notar: “Pode-se generalizar que as entidades do terceiro setor promovem suas atividades, no

cumprimento da sua missão institucional, com recursos financeiros captados por meio

de projetos apoiados por entidades dos três setores econômicos (organizações

empresariais, estatais e outras entidades do terceiro setor), nacionais e internacionais;

e por meio de doações (não vinculadas a projetos), contribuições de associados,

comercialização de bens e serviços e cessão de direitos autorais e de propriedade

intelectual (EIKENBERRY; KLUVER, 2004).”

Para a inserção de um modelo de organização na esfera do terceiro setor há certificados

e títulos que devem ser concedidos a elas como reconhecimento de sua responsabilidade social.

Os títulos e certificações são concedidos por todas as esferas do governo, federal, estadual e

municipal.

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Os títulos e certificados garantem que a empresa está cumprindo com seu objetivo social

e asseguram os direitos adquiridos pelas entidades, como de imunidade tributária, por exemplo.

O título de utilidade pública Federal atribuído a entidades que comprovam que seus

serviços promovem a pesquisa e a ciência, educação, lazer e cultura, cumprindo as demais

obrigações legais para seu funcionamento.

Ao obter o certificado de entidade beneficente de assistência social a organização passa

a ter um plano tributário específico, onde passa a ter imunidade tributária a impostos como, a

cota patronal devida ao INSS (instituto nacional do seguro social), CPMF (contribuição

provisória sobre movimentação financeira), CSLL (contribuição sobre o lucro líquido), PIS

(programa integração social) e COFINS (contribuição para o financiamento da seguridade

social).

Esse certificado e concedido a entidades que comprovarem seus serviços em áreas de

assistência à família, a maternidade a infância e adolescência e a velhice. Atividades de inclusão

de pessoas portadoras de deficiência, assistência educacional ou de saúde totalmente gratuita,

integração de pessoas ao mercado de trabalho e desenvolvimento a cultura. O órgão responsável

por conceder, administrar e fiscalização o cumprimento das atividades é o conselho nacional de

assistência social que está vinculado ao ministério do desenvolvimento social e do combate a

fome.

Organização de sociedade civil de interesse público é uma qualificação do ministério da

justiça a entidades que prestam serviços de interesse público como, cultura, educação,

assistência social, preservação do meio ambiente, cidadania, direitos humanos, direitos

democráticos, desenvolvimento da economia, entre outros. O diferencial da qualificação

observado está na possibilidade de firmar parcerias com o poder público, facilitando o repasse

de recursos públicos para atingir a finalidade de seu objetivo social.

Temos também a Organização social termo concedido pelo poder público a entidades

que tem como objetivo desenvolver a pesquisa no campo da saúde, tecnologia, preservação do

meio ambiente, ciência e cultura. Essa concessão torna a integração de uma gestão de recursos

públicos menos burocrática, já que se é concedido o direito a parcerias.

Compreende-se que o enquadramento de cada entidade é de extrema importância para a gestão

da organização visto que cada título contém benefícios que são concedidos para o

funcionamento, e garante aos órgãos públicos a legalidade nos processos da entidade facilitando

a fiscalização.

3. INTERPRETAÇÃO TECNICA GERAL – ITG 2002 (R1) – ENTIDADES SEM

FINALIDADE DE LUCRO

Para Eyerkaufer (2013) a contabilidade é a ciência da informação e seu principal

objetivo é trazer veracidade a informação contábil, isso liga a contabilidade ao terceiro setor

transformando em algo essencial. A informação fidedigna é importante no processo de tomada

de decisão de usuários externos e internos.

“A ciência contábil tem como característica fundamental quantificar as variações do

patrimônio da entidade, tem como finalidade controlar e registrar informações para auxiliar os

usuários na tomada de decisão” (SILVEIRA; BORBA, 2010).

Cruz (2010) afirma que dentro da perspectiva de que a informação é a base de do estudo

antes da tomada de decisão dos stakehouders, as demonstrações contábeis são a fonte dessa

informação, são o meio comunicativo entre os interessados e por meio desses relatórios

financeiros ocorre as prestações de contas dessas instituições.

Os usuários internos da informação são o nível gerencial e subordinados que utilizam

informações que estão mais ligadas aos processos gerenciais da entidade, os usuários externos

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desejam ter acesso à um panorama geral da situação da entidade visualizado de forma clara

através das demonstrações contábeis.

Olak e Nascimento (2009) afirmam que o patrimônio das entidades do terceiro setor é

constituído por doações e subvenções, e o desejo e interesse do doador não e lucro material e

sim lucro social, melhorias para outras pessoas e não para si próprio.

Desta forma ITG 2002 (R1) determina quais são as demonstrações contábeis devem ser

apresentadas pelas entidades e qual a denominação de cada uma delas. As demonstrações

devem ser apresentadas pelas organizações de acordo com a legislação e apresentar dados que

reflitam verdadeiramente a situação patrimonial da entidade.

Tabela 3: Variações da nomenclatura das demonstrações contabeis

Fonte: Flach e Gonçalves (2013)

A resolução CFC (conselho federal de contabilidade) n° 1409/12 determina que as

demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas entidades sem finalidade de lucro são:

Balanço patrimonial, demonstração do resultado do período, demonstração do resultado do

período, demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração do fluxo de caixa e

notas explicativas. Atentando que a demonstração do resultado do período passa a ser

demonstração superávit o déficit do exercício, demonstração das mutações do patrimônio

líquido se torna demonstração das mutações do patrimônio social e demonstração do fluxo de

caixa e renomeada para demonstração das origens e aplicação dos recursos.

Para Olak e nascimento (2010) o crescimento patrimonial da entidade não pode ser

ligado a um crescimento da melhora patrimonial dos membros da entidade, porque esse

patrimônio pertence a sociedade. Entende-se que a norma que ITG 2002 (R1) deixa de forma

explicita a importância deste conceito, todas as contas do patrimônio são renomeadas para

expressar o direito da sociedade no patrimônio e que toda ação prestada é totalmente voluntaria.

O item 23 da ITG 2002 (R1) aborda a nomenclatura que deve ser utilizada em contas especificas

que dão sentido a postura adotada em relação aos recursos que sobram após o fim das operações

anuais das entidades. “No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser substituída por

Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido. No Balanço Patrimonial

e nas Demonstrações do Resultado do Período, das Mutações do Patrimônio Líquido

e dos Fluxos de Caixa, as palavras lucro ou prejuízo devem ser substituídas por

superávit ou déficit do período.”

Piza (2012) atenta para a contabilização da mão de obra voluntaria que seu controle não

é rigoroso até então as entidades não viam necessidade em mensurar o valor deste trabalho e

que o tempo gasto nesta atividade não favorecia os procedimentos. Em setembro de 2015 foi

publicado no portal do conselho federal de contabilidade (CFC) uma alteração da ITG 2002,

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tornando obrigatório o registro da prestação de serviço voluntário pelo valor justo como se

tivesse o ocorrido o pagamento.

Desta forma fica evidente todo o trabalho prestado a sociedade e mensura o valor que

seria agregado a instituição pelo serviço prestado, a forma pela qual é evidenciado esse valor

contábil são através das notas explicativas que segundo Iudicibus (2010) são uma parte da

demonstração contábil que fornecem informações contábeis principalmente aos usuários

externos da informação no que se refere a situação financeira da entidade.

O item 27 da ITG 2002 (R1) descrimina quais são as notas explicativas que devem ser

apresentadas junto com as demonstrações contábeis que foram elaboradas pela entidade. “(a) contexto operacional da entidade, incluindo a natureza social e econômica e os

objetivos sociais; (b) os critérios de apuração da receita e da despesa, especialmente

com gratuidade, doação, subvenção, contribuição e aplicação de recursos; (c) relação

dos tributos objeto de renúncia fiscal; (Alterada pela ITG 2002 (R1)) (d) as

subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e as responsabilidades

decorrentes dessas subvenções; (e) os recursos de aplicação restrita e as

responsabilidades decorrentes de tais recursos; (f) os recursos sujeitos a restrição ou

vinculação por parte do doador; (g) eventos subsequentes à data do encerramento do

exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira

e os resultados futuros da entidade; (h) as taxas de juros, as datas de vencimento e as

garantias das obrigações em longo prazo; (i) informações sobre os seguros

contratados; (j) a entidade educacional de ensino superior deve evidenciar a

adequação da receita com a despesa de pessoal, segundo parâmetros estabelecidos

pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação e sua regulamentação; (k) os critérios e

procedimentos do registro contábil de depreciação, amortização e exaustão do ativo

imobilizado, devendo ser observado a obrigatoriedade do reconhecimento com base

em estimativa de sua vida útil; (l) segregar os atendimentos com recursos próprios dos

demais atendimentos realizados pela entidade; (m) todas as gratuidades praticadas

devem ser registradas de forma segregada, destacando aquelas que devem ser

utilizadas na prestação de contas nos órgãos governamentais, apresentando dados

quantitativos, ou seja, valores dos benefícios, número de atendidos, número de

atendimentos, número de bolsistas com valores e percentuais representativos; (n) a

entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o valor reconhecido quando

este valor não cobrir os custos dos serviços prestados.”

Neste contexto as notas explicativas têm o dever de evidenciar e explicar os recursos

utilizados e como foram adquiridos, essas informações servem como complemento para as

demonstrações contábeis e são obrigatórias de acordo com o que foi imposto pelo (CFC)

conselho regional de contabilidade órgão que regulamente a atividade contábil no Brasil.

De acordo com Iudícibus (2006, p. 126 apud CHAGAS et al., 2011, p. 106), as formas

de se evidenciar as informações contábeis são as seguintes: forma e apresentação das

demonstrações contábeis; informação entre parênteses; notas explicativas; quadros e

demonstrativos suplementares; comentários do auditor; relatório da administração.

Também Iudícibus et al. (2013) explica que as notas explicativas complementam a

qualidade das demonstrações contábeis fazendo com que usuários externos também tenha

entendimento sobre a situação financeira da empresa. Essas notas explicam as movimentações

de cada conta da entidade tornando as demonstrações mais claras e fáceis de entender atingindo

até interessados que entendam menos da parte operacional da contabilidade.

O cumprimento das normas especificadas pela norma ITG 2002 (R1) pode beneficiar os

usuários em diversos aspectos, e cumprir com os prazos minimiza os custos e riscos. Os

profissionais contábeis precisam estar atentos para não correr o risco de esquecerem das

obrigações e dos procedimentos essenciais no cumprimento da lei em vigor. “[...] Controle

interno é um processo designado para prover razoável segurança, frente aos objetivos

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organizacionais pré-estabelecidos, que ajuda a minimizar os riscos e consecutivamente os

custos” (BARRAGAN, 2006, p. 10).

Para Mello (2018) “As organizações sem fins lucrativos precisam comprovar que

permanecem aptas a manter a isenção de impostos”. As demonstrações contábeis têm como

alcance também o governo que é um dos usuários da informação gerada pela contabilidade,

fornece informação adequadas garante os benefícios de imunidade e isenção de tributos a essas

entidades.

Silva et al. (2017) afirma que todos os registros contábeis feitos por entidade sem fins

lucrativos precisam estar em conformidade com as normas contábeis vigentes, com os

princípios e com as resoluções e pronunciamentos contábeis.

Toda informação financeira gerada deve passar por uma avaliação, nessa avaliação

deve-se evidenciar os critérios básicos para que a informação seja útil e relevante, as

informações devem contemplar um critério de comparabilidade, para que possam remeter a

captação e aplicação em períodos diferentes, também para que se possa notar quedas ou

evoluções no patrimônio social da entidade, as informações sem comparabilidade não trazem

confiabilidade e podem ser manipuladas e também deve-se atentar a relevância da informação

pois informações irrelevantes podem distorcer dados importantes.

Olak e Nascimento (2010), observam que as normas de contabilidade ligadas ao terceiro

setor no Brasil ainda são muito recentes e que as demonstrações contábeis elaboradas no

terceiro setor seguem praticamente as mesmas regras das entidades com fins lucrativos pois a

lei 6.404/76 regulamenta as entidades privadas do segundo setor e as do terceiro setor.

4. CONTRIBUIÇÕES DA CONTABILIDADE PARA A TRANSPARÊNCIA DENTRO

DO TERCEIRO SETOR

As organizações sem fins lucrativos se organizam a partir de pessoas que tem o

propósito de sanar alguma necessidade da sociedade que o governo não foi capaz de resolver,

esse trabalho é feito de forma voluntaria e sua capitação de recursos e feita através de doações

e subvenções concedidas pelo governo. A contabilidade tem papel essencial na capitação dos

recursos pois torna transparente a prestação das contas aos usuários externos da informação.

Atan, Zainon e Wah (2012) concluem que as doações recebidas por entidades do terceiro

setor são influenciadas pelo nível de transparência de informações ligadas a alocação dos

recursos captados, porém a prática de divulgação das informações é pouco praticada por essas

instituições.

Para Niyama e Silva (2008), as pessoas que praticam a contabilidade de entidades do

terceiro setor devem, se mostrar preocupadas com o trabalho social da entidade entendendo que

seu papel e ajudar os mais carentes e menos favorecidos ainda ressaltam que se deve ter o

entendimento de que as informações geradas servem como parâmetro para que os doadores de

recursos avaliem o impacto social gerado pelas organizações.

A contrapartida das doações é uma gestão eficiente do dos recursos, esse processo de

gestão se chama accountability. “Accountability se refere ao cumprimento, à responsabilidade

e transparência das entidades ao prestarem contas aos mais diversos usuários”. (ALMEIDA &

FERREIRA, 2007).

Para Silveira e Borba (2010), as empresas que divulgam suas informações de forma

transparente, apresentam o valor social de suas atividades à sociedade. Accountability serve

como ferramenta para dar credibilidade as prestações de contas devidas à sociedade por parte

das entidades, desta forma a possibilidade de conseguir novos financiadores para suas

atividades.

Prestação de contas efetivas e transparentes são os desafios do milênio para todos os

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tipos de organização, visto que, cada vez mais há disputa pela confiabilidade e credibilidade em

qualquer que seja o campo de atuação. Para as organizações do Terceiro Setor, este princípio é

uma premissa básica a ser cumprida em busca da credibilidade face à sociedade (MILANI

FILHO, 2004).

Ainda para Milani Filho (2004) o exercício de praticar uma gestão transparente dos

recursos captados, dado através da ferramenta de accountability, essa ferramenta tem sido

estudada em entidades do setor público e privado focando na responsabilidade de gerir o os

recurso para o alcance do objetivo social da entidade, tendo em mente o que o objetivo e sua

responsabilidade com a sociedade, uma questão muito estudada é a sustentabilidade da entidade

do terceiro setor através da utilização da ferramenta pois gera vantagem as entidades na

captação de recursos por atender os stakehouders de forma eficiente na geração de informações.

Almeida (2007) afirma que a prática de accountability é pouco e explorada no Brasil

dentro do terceiro setor, e que essa prática está extremamente ligada a veracidade do objetivo

da entidade através da divulgação dos resultados obtidos das atividades da entidade.

Para Nakagawa (1987, p. 17 apud OLAK e NASCIMENTO, 2010, p. 21), o termo

accountability é conceituado como “a obrigação de prestar contas dos resultados obtidos, em

função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poderes”. A partir deste

conceito a prestação contas se torna obrigatória pois se tem uma responsabilidade em

comprovar resultados aos financiadores das atividades.

Figura 1: Visão sistêmica do terceiro setor

Fonte: Adaptado de Olak & Nascimento (2010).

Rodrigues, Vilas Boas, Lira, Costa & Sá (2013) compreendem que accountability serve

não apenas como instrumento de controle e divulgação, mas também apoia na captação de

recursos, por permitir uma avaliação abrangente da conduta da entidade.

Assis, Mello e Slomski (2006) afirmam que accountability é uma contrapartida devida

por parte dos gestores do terceiro setor em relação a prestação de contas dos resultados obtidos

pelos recursos utilizados que foram recebidos através de doações.

Nesse contexto entende-se que as ferramentas de contabilidade somadas com a ação

verdadeira intenção de agir pela sociedade trazem resultados que são classificados como

financeiros e não financeiros, Oliveira (2009) conceitua resultados financeiros como a

evidenciação de onde foram aplicados os recursos alocados para o cumprimento do objetivo

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social da entidade, e resultados não financeiros são apresentar os resultados obtidos a partir da

aplicação dos recursos que foram aplicados, o cumprimentos dos objetivos propostos pela

entidade.

Para Cruz (2002) o possível doador sente segurança em doar recursos através da forma

como a entidade trata informações sobre a maneira como os recursos captados são utilizados

em seus projetos, se o interessado não consegue ter essa visão dos resultados não tem estímulos

para contribuir.

Piza (2012) ressalta que o governo também é um dos usuários externos da informação

contábil gerada pela entidade, devida a prestação de contas ao governo pelo fato de imunidades

e isenções serem concedidas as entidades do terceiro setor. O dever de estar em conformidade

com as normas do conselho federal de contabilidade não só fortalece a credibilidade com

usuários que estão dispostos a doar valores a organizações sem fins lucrativos como também a

fim de garantir benefícios que são concedidos a entidades filantrópicas.

Para Assis (2006) a contabilidade é a principal ferramenta no processo de accountability

fornecendo informações suficientes a novos investidores sociais para verificar com a entidade

tem gerido os recursos que tem.

Entende-se que a principal fonte de recurso das entidades do terceiro setor são as

doações feitas por pessoas que compactuam com a causa abordada pela organização, então faz-

se necessário uma gestão eficiente dos recursos captados com isso a contabilidade fica

encarregada de prestar os devidos esclarecimentos sobre como foram utilizados os recursos,

essa prestação de contas é feita através das demonstrações contábeis, a forma que a entidade se

mostra transparente em relação as suas atividade financeiras influência na tomada de decisão

dos possíveis investidores. Já Rossi Junior (1998, p. 73) ressalta a importância de tornar a

prestação de contas o mais transparente possível e o conceito remete o procedimento de

accountabilty que vem sendo adotado pelas entidades. “Uma das principais formas que as organizações do Terceiro Setor podem

demonstrar...transparência...e...prestar....contas à sociedade é por meio da divulgação

das demonstrações contábeis. Dessa forma, as que elaborarem suas demonstrações em

consonância às normas vigentes e com qualidade, adquirem credibilidade no setor,

que é fundamental para a sustentabilidade dessas entidades, que operam com recursos

provenientes de seus parceiros.”

4.1. DISCLOSURE

Segundo Bushman, Piotroski e Smith, (2004, p. 211). Disclosure pode ser conceituado

como: “(...) a divulgação de informações contábeis obrigatórias e voluntárias é entendida

como disclosure, que ainda pode ser definido como a ampla disponibilidade de

informações específicas da entidade para aqueles que estão de fora da organização.”

O termo disclosure aplicado a contabilidade remete à divulgação das informações

financeiras ao público externo interessado, desde as prestações obrigatórias à informações

adicionais que possam agregar valor aos dados divulgados. Para lima (2007) o disclosure pode

ser obrigatório quando está ligado a ao cumprimento de alguma exigência, ou voluntario quando

traz uma informação que entidade não precisa prestar conta, mas que pode oferecer mais

confiabilidade e transparência.

Gandía (2011) afirma que uma divulgação voluntaria das informações financeira,

informações sobre o propósito da entidade e informações sobre o desempenho, são uma

importante ferramenta para entidades do terceiro setor gerarem vantagem sobre outras

instituições do mesmo setor econômico, aumenta a transparência da entidade como

contrapartida aumenta a confiabilidade do público atraindo mais doações.

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Segundo Silveira e Borba (2007, p. 138), “a demonstração financeira só é válida se

refletir transparência dos dados reais da entidade, pressuposto ainda mais importante no caso

das entidades sem fins lucrativos”. O disclosure se trata de uma evidenciação das informações

geradas através das demonstrações contábeis, e a garantia que essas informações são fidedignas.

A divulgação de informações deve ser completa e fidedigna, pois é por meio dessas

informações que a entidade, adotando uma conduta transparente, pode demonstrar quais são

seus objetivos, a eficiência da aplicação de seus recursos e os projetos que têm desenvolvido

junto à sociedade (Zittei et al., 2016).

Yamamoto; Salotti (2006) diz que as informações contábeis divulgadas devem possuir

características com relevância, confiabilidade, consistência e comparabilidade que

características das ferramentas do disclosure quando bem aplicadas.

As informações que são geradas devem conter as características básicas para que sejam

verdadeiramente confiáveis, a informação deve ser verídica e apresentar dados confiáveis que

possam ser comparados a qualquer momento para garantir a confiabilidade com os

stakeholders.

Para Niyama e Gomes (1996) disclosure diz respeito as informações das demonstrações

contábeis que são passadas aos interessados a qualidade da informação financeira e como essa

qualidade pode influenciar na tomada de decisão.

Diferentemente do accountability que são os passos necessários para transformar os

dados em informações relevantes o disclosure diz respeito a qualidade das informações geradas,

que podem influenciar no processo de tomada de decisão das pessoas interessadas em

compactuar com o objetivo social da entidade.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Notasse que há uma grande preocupação com a forma que as informações financeiras

de entidades do terceiro setor são tratadas, como recursos são captados e depois alocados em

atividades que beneficiam a sociedade, o processo de accountability trata essas informações

através de procedimentos contábeis que geram dados relevantes sobre a situação do patrimônio

social das entidades.

Esses dados passam por análise e são divulgados para a sociedade que pode ter acesso

a informações que são relevantes para a tomada de decisão, esse procedimento tem o nome

técnico de disclosure, que pode ser conceituado como divulgação de informações para usuários

externos, esse processo tem importante papel na arrecadação de recurso, pois torna a relação

entre recurso captados e atividades praticadas visível para usuários que possam se tornar

investidores futuramente.

Dentro do tema proposto accountability e disclosure são importantes ferramentas que

alinhadas com as normas de contabilidade para o terceiro setor proporcionam informações

fidedignas e que possam ajudar usuários internos e externos no processo de tomada de decisão.

6. REFERÊNCIAS

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A IMPORTANCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL NAS EMPRESAS

Jorge Henrique dos Santos Cruz1

Prof. Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção2

E-mail: [email protected]

Prof.ª Doris Day Nantes Miranda Gomes²

E-mail: [email protected]

Prof. Ryan Caldas Quevedo²

E-mail: [email protected]

RESUMO

O presente artigo nos elucidará a importância das informações contábeis para o processo de

gestão das organizações, e buscara alicerçar como as demonstrações contábeis auxiliam no

processo de gestão, trazendo conceitos de gestão, contabilidade no discorrer das mesmas. Pois

é a partir das demonstrações contábeis geradas pelo contador que poderá ser mensurado o

patrimônio, ou seja analisar de forma perspicaz os custos, despesas, lucros, a movimentação do

fluxo de caixa, e evidenciar relatórios contábeis eficaz para o melhor esclarecimento dos

usuários da contabilidade, Na visão corporativa decisões são tomada todo tempo, para que as

decisões sejam tomadas de maneira certas, a informação contábil deve ser revestida de

qualidade, sendo objetiva, clara, concisa, permitindo que o usuário possa avaliar a situação

econômica e financeira da entidade, bem como fazer inferências sobre a tendência futura, de

forma a atender sempre os próprios objetivos da entidade. A qualidade das demonstrações

financeiras começa nas informações internas geradas e informações de qualidade estão

relacionadas a boa gestão das organizações. Este trabalho tem como objetivo demonstrar, a

partir de pesquisas bibliográficas, a importância das Informações Contábeis no processo de

gestão das organizações. O procedimento metodológico utilizado, como ferramenta para

obtenção do objeto de estudo, foi o emprego livros, dissertações e artigos das áreas de gestão,

administração e contabilidade. No desenvolvimento deste artigo verificou-se que as

informações contábeis auxiliam no processo da gestão, e fornecem informações para o processo

da tomada de decisão das pequenas grandes organizações, evidenciando sua grande importância

no gerenciamento de uma organização.

Palavras-chave: Tomada de decisão, Orçamentos, Demonstrações Financeiras,

Gerenciamento.

1. INTRODUÇÃO

O tema ‘’A Importância da Contabilidade Gerencial nas Empresas”, proposto se deu

pela competitividade existente no mercado de trabalho e a exigência cada vez maior de se ter

um profissional de ciências contábeis qualificado de acordo com a suas práxis em um mundo

globalizado.

A importância da contabilidade gerencial, nas impressas faz com que elas busquem

maior qualidade, melhorias, empenhos e um bom profissional contábil, aproveitando melhor os

1 Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 2 Docente do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES.

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recursos adquiridos, fazendo que seus gestores e colaboradores resolvam todas as funções

realizadas nas companhias como num todo.

Mediante a isto o gestor juntamente com o profissional buscará as ferramentas

necessárias dentro das normas sejam elas; trabalhistas, administrativas, financeiras, mantendo-

as legalizadas, para que haja confiabilidade entre os seus colaboradores e fornecedores e

segurança em seu trabalho.

Por que a contabilidade gerencial é tão importante na vida das empresas? O desafio

de muitas empresas e empreendedores é tornar sua empresa conhecida no mercado, conseguir

seus primeiros clientes, admitir que você não consegue fazer tudo sozinho, entre outros. A

contabilidade gerencial possui um papel fundamental no sucesso do seu negócio e sua tomada

de decisão é uma das principais fermenta utilizadas para resolver os problemas gerados dentro

da empresa.

O objetivo principal deste estudo é buscou informações importantes para serem

utilizadas dentro de uma companhia. O contador precisa ser muito eficaz em suas decisões,

incluindo novas ideias, buscarem por novas tecnologias, maximização da qualidade de seus

produtos e serviços, otimização de custos e aumento da produtividade e preços de venda mais

atraentes ao consumidor.

Esta é uma pesquisa de cunho bibliográfico, qualitativa, usou-se de coletas de dados em

livros, artigos, tese, internet, scielo, monografia, e citações para embasamento, entre outros.

2. O ESTUDO DA CONTABILIDADE

O curso de Ciências Contábeis nos abre a visão para nos mostrar o trabalho do

profissional especificado a cada ferramenta necessária que utilizada na sua realização de seus

feitos e para destinar a responsabilidade tais como: investimento, vendas, compras, aplicações

entre outros.

2.1. Surgimento da Contabilidade

Conforme dados coletados o surgimento da contabilidade se deu na época pré-históricas,

onde se utilizavam de desenhos, sinais, pinturas e traços e grades e outros, para se obterem o

controle de suas mercadorias.

No Brasil possuem grandes grutas com rochas calcárias que serviram para abrigarem os

homens primitivos na época, em Minas Gerais temos a gruta de São Domingos próximo ao

Vale do Rio Urucuia. Dentre as mais de 40 grutas existentes se encontraram formas variadas de

gráfico de pinturas rupestres de natureza contábil semelhantes as formas encontradas, Segundo

Sá (2008, p. 16): “Os signos, desenhos e pinturas que foram identificadas nas grutas de Montalvânia,

no Vale do Peruaçu, em Minas Gerais, aquelas das lápides em Pedra Furada no Parque

das Antas no Piauí, evidenciam uma vida primitiva muito antiga, possuindo, todavia,

acentuada semelhança com os signos das grutas europeias. As inscrições brasileiras

são fortes indícios de evolução racional e é considerado como um ato de inteligência

direcionado ao patrimônio (SÁ, 2008).”

Mediante a isso acreditamos que a contabilidade é antiga, e até hoje não sabemos quem

as inventou. Mas é utilizada desde os tempos mais primórdios por todas as civilizações. Antes

mesmo da criação da moeda e da escrita, para Hendriksen (1999, p. 39): “Não sabemos quem inventou a contabilidade. Sabemos, porém, que sistemas de

escrituração por partidas dobradas começaram a surgir gradativamente nos séculos

XIII e XIV em diversos centros de comercio no norte da Itália.”

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A ciência da contabilidade só foi avivada de verdade depois de muito tempo de

renascimento, no entanto o registo contábil era novo e extenso para o conhecimento do

trabalhador da área contábil

2.1.1. BREVE HISTÓRICO DA CONTABILIDADE NO BRASIL

Em 1389 foi criado primeiro tribunal de contas, onde era feita a contabilidade do Rei

em Portugal na história contábil acredita que houve muitas falhas e precisava de uma atenção

qualificada, sendo assim surgindo novas ideias para se adaptarem a Ciências contábil,

incentivando e influenciando a obter esse conhecimento histórico trazendo grandes

importâncias pela qual a evolução continuasse constantemente em cada época.

Com a vinda de D. João VI de Portugal para o Brasil em 1808, trouxe consigo o ensino

contábil. O cargo de contador já exista em Portugal desde 1319, no Brasil criou-se o Conselho

da Fazenda para a administração, distribuição, arrecadação para que através da contabilidade

tivessem o real valor dos fundos monetários e públicos.

Com a evolução dos anos, mais precisamente em meados do século XX o Brasil sofreu

influência na era contábil, por ser a Itália a progenitora do método das partidas dobradas.

A contabilidade brasileira se consolidou em 15 de dezembro de 1976 conforme a Lei

6.404 que real segunda metade do mesmo século com a instalação de empresas americanas a

contabilidade brasileira sofre grande influência, e se consolida em 15 de dezembro de 1976 com

a publicação da Lei 6.404 que regulamentou os princípios contábeis.

2.2. O QUE É CONTABILIDADE

A contabilidade se resume em escriturar atos e fatos ocorridos nas entidades, gerando

informações e auxiliando os gestores a atual situação econômico-financeira nas tomadas de

decisões nas organizações. Vale lembrar que não é uma ciência exata a contabilidade,

concretiza-se que é uma ciência social aplicada. Para Gouveia (1975, p. 1): contabilidade é uma

arte. É a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em

termos monetários.

Essas informações também se caracteriza uma arte, refletindo as companhias uma

situação econômico-financeira destas operações. Estabelecendo a parte das regras, princípios e

teóricas a serem cumpridas pelos colaboradores da área contábil, normalizando os feitos

adquiridos, segundo Ferreira (2004, p. 1): “A contabilidade em perspectiva teórica pode ser definida como “a ciência que estuda

o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, bem como os princípios e as

técnicas necessárias ao controle, à exposição e à análise dos elementos patrimoniais e

de suas modificações.”

Os panoramas visionários da definição dos princípios técnicos são obrigatórios para o

controle das análises das opiniões propostas, econômicas, financeiras e suas modificações

patrimoniais.

2.2.1. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

A análise da objetividade mostra a evolução detalhada e servindo como ferramenta para

uma tomada de decisão e nesse sentido cada registro contábil de ser muito bem analisado de

forma cautelosa e prudente, de acordo com Fávero (2005, p. 1): “A Contabilidade tem por objetivo mensurar o patrimônio de uma entidade seja ela

pessoa jurídica ou pessoa física, afim de propiciar o registro e as informações que são

de pertinência da empresa através de relatório contábeis.”

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Com o objetivo da globalização as demonstrações e análises contábeis tem por natureza

econômica a financeira, física e de produtividades com relação as organizações. Tendo assim

uma melhor formar de conceder relatórios repletos de informações importantes para a

companhia.

2.2.2. FUNÇÃO DA CONTABILIDADE

A função para controlar o patrimônio, depurar os lucros e prejuízos é na contabilidade.

Todos as informações e realizações se registra na contabilidade, nela se pode controlar de forma

organizada.

Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (1989, p. 60), sua função principal é a

mensuração do lucro e o reporte da posição patrimonial em determinados momentos. O

demonstrativo verifica a situação econômico-financeira com o propósito de apresentar de

maneira objetiva que a organização entenda os acontecimentos na gestão administrativa e ainda

vários paradigmas de liquidez e de ameaças de créditos, por isso sempre precisamos conferir as

informações contábeis estudando os cuidados para não ter prejuízos sendo cada vez mais

considerável no trabalho de gestor.

A contabilidade não se pode dispensar com a finalidade de todos empresários e

microempresários saibam com plenitude os seus fins lucrativos por fragmentos de exercício e

até por mercadorias produzidas ou repassadas, além do mais tem o que foi investido de capital

a rentabilidade, a produtividade da mão-de-obra e dos equipamentos que utilizado. A

contabilidade garante a perfeição do conhecimento da quantia dos ativos (bens) e dos passivos

(obrigações).

2.2.3. PRINCIPAIS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

Os grupos de usuários da contabilidade são pessoas que buscam possuir conhecimentos

de avaliações para diversas situações que ocorre nas empresas e em suas casas nas tomadas de

decisão seja eles internos ou externos. Os usuários internos são aqueles que já tem a suas

atividades diariamente na empresa e tira proveito as informações e dados contábeis em suas

responsabilidades. Tem como: Administradores, Proprietários, acionistas ou investidores;

Contadores e Auditores internos; e outros. “São várias pessoas que utilizam da contabilidade desde uma simples dona de casa

para averiguar a dispensa, como um CEO de uma grande empresa que utiliza a

contabilidade como ferramenta de gestão nas suas tomadas de decisão. Greco (2009,

pg. 2).”

Os grupos dos usuários externos são os que se importam pelos dados contábeis, sem

expor dinamicamente dos relatórios da empresa. Alguns deles são: governo; bancos;

fornecedores; acionistas potenciais; outros interessados. Os dados da empresa geralmente são

variados condizente aos interesses das informações.

O governo emprega não só os cálculos dos impostos devidos, mas procura saber como

está o andamento das encomias do país. Recolhendo os dados e informações de todas as

organizações. Segundo Greco (2009, pg.2): “Usuários externos são aqueles que apenas se interessam pelos dados contábeis, sem

participar ativamente dos processos da empresa. Alguns deles são: Governo; Bancos;

Fornecedores; Acionistas Potenciais; outros interessados.”

No caso dos bancos, é mais viável a autorização de um empréstimo, quando a empresa

busca tratar de um capital de terceiros fazer podendo assim financiar. Na maior parte dos casos,

os usuários da contabilidade são preparados por grupos dispostos a descobrir ao derredor dos

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propósitos da empresa, afetando ou sendo afetados pelo negócio. Estes são conhecidos como o

grupo dos Stakeholders.

2.3. PROCESSOS E TOMADA DE DECISÕES

Marion (2018, p 50) afirma que vivemos um momento em que “aplicar os recursos

escassos disponíveis com a máxima eficiência” tornou-se, dadas as dificuldades econômicas

(concorrência etc.), uma tarefa nada fácil. A experiência e o feeling do administrador não são

mais fatores decisivos no quadro atual; exige-se um elenco de informações reais, que norteiem

tais decisões. E essas informações estão contidas nos relatórios elaborados pela Contabilidade.

Segundo Ailton Fernando de Souza, (2015 p. 50) O processo de tomadas de decisão

basicamente consiste em identificar, ordenar e destacar os principais pontos de recomendação

de determinada empresa, apresentando-os em relatório. Para isso, é preciso expor o parecer em

linguagem de fácil entendimento, possibilitando que o usuário da informação tome decisão com

base nela.

Figura 1 - Modelo do processo de tomada de decisão

Fonte: Souza (2015 p.17).

Cada companhia necessita absorver todas as informações externas e internas, para

concluir as análises com eficácia para a própria. Sendo assim as informações e dados precisa

ser recolhido pelos profissionais conhecedores do assunto, pois os relatórios das finanças são

colocados nas demonstrações contábeis sendo conveniente aos gestores. Todos dados e

informações coletados são colocados no sistema contábeis para uma decisão mais qualificada

com menos índices de erros.

3. CONTABILIDADE PARA PESSOAS FÍSICAS

No que tange a contabilidade de pessoas físicas, podemos antes examinar o que significa

em seu contexto geral. Ela trata do ramo da ciência que estuda e interpreta, registra, informaliza

os fatos e atos que afeta o patrimônio econômico-financeiro do gestor.

De acordo com Costa (2009), a contabilidade é essencial para a evolução e para o

sucesso empresarial e está diretamente relacionada com o desempenho da empresa, isto porque

a contabilidade serve como um instrumento informacional para que os gestores tomem decisões

que maximizem resultados positivos e que minimizem perdas.

A elaboração de um projeto dinâmico vai depender de uma decisão fundamental para

planos de conquistas e vitorias futuras, nos dias de hoje necessita de mudanças e reinvenções

constantemente então é indispensável os planos de ação ser flexível ou seja: versátil, ágil,

tolerante e outros. Segundo Stoner e Freeman (1995) existem dois pontos importantes para a

construção de um bom planejamento: a determinação de objetivos e as ações empregadas para

se alcançar este objetivo: O planejamento possui dois aspectos básicos, que são vitais para a organização:

determinação dos objetivos da organização e escolha dos meios para alcançar estes

objetivos. Tais aspectos básicos do planejamento apoiam-se em métodos, planos ou

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lógica, não sendo, portanto, intuitivos. Deste modo, a organização define seus

objetivos e o melhor procedimento para alcançá-los. (STONER; FREEMAN, 1995,

p.7).

A ciência dos resultados financeiros comprova que as pessoas e as empresas

administram, dominam e alocam bens que são desprovidos, em certas ocasiões de tempo. Insiste

em saber e usar suas habilidades de análise em conduzir seu capital com inteligência nas suas

aplicações. Este ramo de economia tem uma atenção mais considerada do que muitas, de como

fazer ganhos monetários conquistados devem ser administrados. Um dia tendo seu capital bem

administrado dificilmente uma família fica sem sobreviver, como todo ser humano busca uma

vida adequada o seu valor gerido vai suprir sua vida financeira e superar imprevistos.

3.1. ORÇAMENTO

Esta é uma ferramenta de suma importância dentro da área contábil que administra a

parte interna ou externa de uma companhia. Relaciona claramente com o custo-padrão.

Conforme Martins (2009, p.319) “O custo-padrão não deixa de ser uma espécie de

orçamento, apenas que tende a forçar o desempenho da produção por ser normalmente fixado

com base na suposição de melhoria de aproveitamento dos fatores de produção”.

Segundo Martins (2009, p.329), “vemos que acaba o Custo-padrão podendo servir

também como elemento de base para a elaboração daquela peça de controle global tão

importante; simplificando lhe sobremaneira a própria construção”.

Quadro 1 - Diretrizes do orçamento

OBJETIVOS: DESCRIÇÕES:

Planejamento Auxiliar a programar atividades de um modo lógico e sistemático que corresponda à

estratégia de longo prazo da empresa

Coordenação Ajudar a coordenar as atividades das diversas partes da

Organização Organização e garantir a consistência dessas ações.

Comunicação Informar mais facilmente os objetivos, oportunidades e planos da empresa aos diversos

gerentes de equipes.

Motivação Fornecer estímulo aos diversos gerentes para que atinjam metas pessoais da empresa.

Controle Controlar as atividades da empresa por comparação com os planos originais, fazendo

ajuste onde necessário.

Avaliação Fornecer bases para a avaliação de cada gerente, tendo em vista suas metas pessoais e

as de seu departamento.

Fonte: Brookson (2000, p.9, apud Lunkes, 2009, p. 29).

Com o custo-padrão dentro da companhia, facilitara a elaboração do orçamento, tanto

para fabricação quanto para o serviço, pois custo-padrão é igual ao custo ideal de produção de

um bem.

3.1.1. TIPOS DE ORÇAMENTO

Na visão de Bornia e Lunkes (2009) nos primórdios do orçamento, o mesmo era

utilizado de maneira mais simples, apenas prevendo recursos, e controlando os por meio de

dados contábeis. No ano de 1919, aconteceu que a necessidade de aprendizado foi

extremamente técnica existentes e obedecendo a novas variáveis, conseguindo a permissão de

uma maior autoconfiança quanto à previsão, maior flexibilidade, direcionamento e então, no

ano 2000, uma projeção flexível e separada. Na figura abaixo - a evolução dos processos

orçamentários:

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Figura 2 - Evolução dos processos orçamentários

Fonte: Lunkes, (2009, p.39)

A evolução dos processos orçamentários e bem como as características de cada um,

desde o qual possuía uma conotação simples de previsão e controle até os mais elaborados e

estruturados existentes.

3.1.2. ORÇAMENTO BASE ZERO (OBZ)

No orçamento base zero é necessário estar muito bem entendido de como o planejamento

estratégico financeiro de uma gestão está definido em certos exercícios da administração. É

mais utilizado o orçamento base zero em período de escassez, e nos períodos normais de

recursos utiliza-se o orçamento tradicional.

De acordo com Gordon e Sellers (1984) apud Frangiotti (2011): “(...) a ferramenta OBZ, não se baseia em relatórios dos anos anteriores, sempre é

executado como se fosse o primeiro, e todos os valores devem ser devidamente

justificados.”

Mediante a fala do autor podemos dizer que a ferramenta OBZ será sempre executada

como se fosse a primeira como se fosse a atual e esquecendo dos relatórios anteriores. Segundo

Lunkes (2009), as justificativas dos valores devem ser feitas antes da tomada de decisão sobre

a alocação do recurso novamente.

Os argumentos precisam ser decididos antes das tomadas de decisões sem que haja a

necessidade de buscar recursos de valores. Conforme a ideia de Gordon e Sellers (1984) apud

Frangiotti (2011), para a implementação do OBZ, faz se necessário um sistema contábil muito

funcional operacionalmente, e completo bastante com relação a relatórios financeiros

disponíveis. “O OBZ contribui com algumas vantagens, como a melhoria em comunicação,

participação dos funcionários melhorando assim a motivação de cada um deles

(WILLIANS, 1981apud FRANGIOTTI, 2011).”

Os “pacotes” do orçamento base zero são divididos da seguinte maneira: pacote base

zero e Variável base zero. O pacote base zero (PBZ) é um documento que descreve uma

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determinada atividade em que o gestor possa verificar e avaliá-la, aprovando-a ou não. Variável

base zero (VBZ) a menor variável dos gastos efetuados, e núcleo base zero (NBZ), que é a

junção das variáveis (LUNKES, 2009), conforme figura abaixo.

Figura 3 - Relação entre variável, núcleo e pacote base zero

Fonte: Lunkes (2009, P.89)

Para Lunkes (2009), cada gestor é obrigado a preparar, para cada atividade, um “pacote

de decisões” que contenham a análise de custos, a finalidade da atividade, as alternativas, o

desempenho, e as consequências da não execução da atividade.

Os gestores são precisam prover atividades dentro de um pacote de decisão que esteja

compatível a todas as análises, porque na realidade essa atividade executa bons desempenhos

as alternativas discutidas no processo gerencial da empresa.

4. CONTABILIDADE GERENCIAL

A contabilidade gerencial trata de uma ferramenta para auxiliar a gestão das empresas,

quando usada destes mecanismos traz qualidade em seus procedimentos trabalhistas. Cada

gestor precisa ter as tomadas de decisões com rapidez, ou seja, não deixando as oportunidades

que a organização terá.

Para isso necessita das informações provindas da contabilidade, mesmo sabendo que

muitos escritórios de contabilidade não são vistos, pois o que vemos são contadores atendendo

o fisco. Porém isso acaba passando os usuários da contabilidade que o contador seja apenas um

atendente do fisco, mostrando uma visão de contabilidade dedicada e de grande importância

nos auxílios das tomadas de decisão. Conforme Atkinson et al (2008, p. 37) “Sistemas de

contabilidade gerencial eficazes podem criar valor considerável pela informação a tempo e com

precisão sobre as atividades exigidas para o sucesso das organizações de hoje.”

Os gestores almejam chegar ao resultado esperado, mas para isso as atividades devem

ser bem controladas. Um sistema de contabilidade gerencial possibilita o controle destas

atividades, para que assim, os resultados almejados sejam alcançados. Segundo Iudícibus

(1986, p. 15): “A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um

enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos

e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira

e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais

analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a

auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.”

A contabilidade gerencial, identifica, analisa as informações financeiras e econômicas

convertendo-as em informação de valor agregado para a tomada de decisão. A contabilidade

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financeira fornece informação sobre a entidade para os usuários externos, como os acionistas,

investidores, bancos e outros.

Segue quadro referente às distinções entre a contabilidade gerencial e a contabilidade

financeira:

Quadro 2 - Distinção entre a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira. CONTABILIDADE GERENCIAL CONTABILIDADE FINANCEIRA

Usuários

primários

Gestores da organização em vários níveis. Usuários externos, como investidores e agências

governamentais, mas também gestores das

organizações.

Liberdade de

escolha

Sem restrições, exceto custos em relação a

benefícios de melhores decisões

gerenciais.

Restringida pelos princípios de contabilidade

geralmente aceitos.

Implicações

comportamentais

Preocupação com a influência que as

mensurações e os relatórios exercerão

sobre o comportamento cotidiano dos

gestores.

Preocupação em mensurar e comunicar

fenômenos econômicos. As considerações

comportamentais são secundárias, embora a

compensação dos executivos baseada em

resultados relatados possa ter impacto em seu

comportamento.

Enfoque de

tempo

Orientação para o futuro: uso formal de

orçamentos, bem como de registros

históricos. Ex.:

orçamento de 20x2 comparado com o

desempenho real de 20x1.

Orientação para o passado: avaliação histórica.

Ex.: desempenho real de 20x2 comparado com o

desempenho real de 20x1.

Horizonte de

tempo

Flexível, com uma variação que vai de

horas a 10 ou 15 anos.

Menos flexível, geralmente um ano ou um

trimestre.

Relatórios

Detalhados; preocupam-se com detalhes

de partes da entidade, produtos,

departamentos, territórios etc.

Resumidos; preocupam-se primeiramente

com a entidade como um todo.

Delineamento de

atividades

Campo de ação se define com menos

precisão. Uso mais intenso de disciplinas

como economia, ciências de decisão e

comportamentais.

Campo de ação se define com maior precisão.

Menor uso de disciplina afins.

Fonte: Horngren, Sundem e Stratton (2004, p. 5)

Os gestores se beneficiam, quando a contabilidade fornece informações que auxiliem

suas tomadas de decisões. Toda gestão precisa de um procedimento muito importante para as

usa atividades de planejamento e controle, para que o conjunto sincronize com os propósitos

que a empresa oferece na seleção dos cursos alternativos de ação garantindo seus objetivos

almejados. Nas decisões modifica de forma rotineira é preciso se programar antes de produzir

diariamente e não rotineiras também são laçadas em uma linha de produção nova. Horngren,

Sundem e Stratton (2004, p. 8) dizem que: “O processo de gestão compreende uma série de atividades em um ciclo de

planejamento e controle. Tomada de decisão – a decisão com propósito de selecionar

entre um conjunto de cursos alternativos de ação projetados para atingir algum

objetivo – é o núcleo do processo de gestão. As decisões variam entre rotineiras

(programar a produção diária) e não-rotineiras (lançar uma nova linha de produtos).”

Então, pode ser mencionado que a atividade de gestão é dividida em dois tipos, o

primeiro em planejamento e o segundo em controle. Cabe ressaltar que quando se tratar de

gestão, é importante atenção em uma das duas partes, para assim simplificar a análise.

A contabilidade é uma dinâmica preciosíssima no mundo econômico, quando se trata

de economia nenhuma empresa pode ficar sem organizar a documentação dos ativos seja ela

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simples ou não. Essa ciência torna mais importante na vida da economia moderna, porque os

recursos são praticamente escassos e o administrador precisa escolher quais das alternativas vai

ser útil na identificação dos dados contábeis. Conforme Padovese (1996); “Observa que, em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e

interpretação dos fatos econômicos; a Contabilidade Gerencial é utilizada para

descrever essa atividade dentro de uma organização e a expressão Contabilidade

Financeira quando essa organização presta informações a terceiros.”

De acordo com a visão de Padovese (1996), a Contabilidade Gerencial apresenta

subdivisões que irão compor o sistema de informações gerenciais. Estas serão apresentadas a

seguir.

Contabilidade de Custos: os gastos industriais são detalhados, departamentalizados e

computados, permitindo saber o gasto de cada produto unitário, gasto total da empresa, valor

de venda e o seu ponto de equilíbrio. A emissão de relatórios é feita por produto, por setor, por

filiais e por unidades de negócios.

Controle da Folha: os dados da Contabilidade Gerencial são analisados os gastos da

folha de pagamento para obter conclusões referente aos custos de pessoal, e também compor a

Contabilidade de Custo para estudar melhor as propostas de reajustes, por tempo de serviço,

acordos com as normas sindicais, modificações no INSS, Imposto de Renda e outros.

Análise Financeira: a verificação do feedback vai constar as análises dos cálculos

comparativos dos resultados alcançados em cada período, para toda a empresa e filiais por tipo

de administração.

Então, nessa questão a Teoria Geral de Sistemas aparece como uma fundamental

ferramenta de ajuda, para a analisar os fatos e a solução de problemas comprometedores,

fazendo um estudo mais aprofundado na identificação de um problema por parte, sem perder o

entendimento e o relacionamento entre as partes, que segundo Padovese (1996); “Os sistemas de informações gerenciais podem ser definidos como um conjunto de

partes integrantes e interdependentes (objetivos, entradas, processo de transformação,

saídas, controle, avaliação e retroalimentação) que formam um todo unitário com

determinado objetivo e efetuam determinada função. Na Figura 1 é possível

visualizarmos melhor:”

Figura 4 - Componentes de um Sistema

Fonte: Oliveira (1994, p. 24)

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Na visão de Abreu e Abreu (2002) um Sistema de Informações Gerenciais, também

chamado de SIG, pode ser definido como o processo de transformação de dados1 em

informações, 2 as quais serão utilizadas na estrutura decisória da empresa e que proporcionam

a sustentação administrativa visando à otimização dos resultados esperados.

5. CONSIDERÇÕES FINAIS

Pelo meio dessa pesquisa entendemos que a contabilidade gerencial é uma ferramenta

muito importante na ação da tomada de decisão. Então esta pesquisa comprova a eficácia da

estrutura de uma companhia, e auxilia os gestores na boa administração, trazendo grandes

benefícios para a empresa, observando as fraquezas dos procedimentos e sugerir melhorias para

que não tenha custos excessivos e tendo assim a satisfação de clientes e fornecedores uma

qualidade operacional exemplar.

Contudo o controle de qualidade dos dados e informações especifica de forma clara e

objetiva, permitindo que o entendimento por partes dos administradores tenha os pontos

positivo e negativos como modelo de gestão, apresentando o seu melhor, em relação a valores

justos no fornecimento de produtos e serviços prestados.

É sempre importante o uso dessas ferramentas gerenciais nos empreendimentos de

usuários externos: como bancos, acionistas, fornecedores e entre outros e usuários internos:

como gerente, executivos, pessoas, colaboradores e entre outros. O principal papel é sempre do

contador para a composição dos relatórios, cálculos, planejamento estratégico de toda gestão

das empresas. Isto é faz toda a diferença na parte administrativa ter um profissional contábil

entendido da matéria.

Ainda podemos entender, em uma breve verificação na questão da precisão que toda a

empresa de pequeno porte necessita dos conhecimentos contábeis de uma gestão financeira,

para que seu orçamento não saia do controle, observando a elevação dos cálculos e na

demonstração de fluxos de caixa nos investimentos financeiros da empresa. Assim a vida da

empresa progride todos os dias gerando empregos e crescimento na economia do país.

6. REFERENCIAS

ALVES, T. Universidade Federal do Paraná. Disponível em:

https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/54026/R%20-%20E%20-

%20TIAGO%20ALVES%20FERNANDES.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em:

03/ago. 2020

ERNESTO, A. Uni. Evangélica. Disponível em:

http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8049/1/tcc%20Arnaldo.pdf. Acesso em: 12 ago.

2020

FINACEIRO, Diário. Disponível em: https://www.dicionariofinanceiro.com/usuarios-da-

contabilidade/. Acesso em: 12 ago. 2020

STELA, R. VIEPCT. Disponível em:

http://www.fecilcam.br/nupem/anais_vi_epct/PDF/ciencias_sociais/22.pdf. Acesso em: 15 set.

2020

CONSTANTE, F. Centro Universitário Municipal de São José USJ. Disponível em:

https://usj.edu.br/wp-content/uploads/2015/07/Contabilidade-como-ferramenta-gerencial.pdf.

Acesso em: 25 set. 2020

MIRANDA, D. Universidade Federal do Paraná. Disponível em:

https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/51434/R%20-%20E%20-

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%20DIOGO%20MIRANDA%20DE%20MELO.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em:

07 out. 2020

SILVA, M. Núcleo de Pesquisa e Inovação (NUPI). Disponível em:

http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao1/article/view/579. Acesso em: 20

out. 2020

BRIDGE, Value. Disponível em:

https://www.valuebridge.com.br/consultoria/?gclid=CjwKCAiAzNj9BRBDEiwAPsL0d66t2o

l5Flz5wIyWWhPRSdvhWmMNxGy2KBeV-TgPizhFHpBR3ZzebBoCaWMQAvD_BwE.

Acesso em: 15 nov. 2020

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CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO PARA O

DESENVOLVIMENTO DAS EMPRESAS.

Josefa Aparecida da Silva Amaral1

Prof. Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção2

E-mail: [email protected]

Prof. Leandro Rachel Arguello3

E-mail: [email protected]

Resumo

Esta pesquisa aborda a importância da contabilidade gerencial como ferramenta de gestão para

o desenvolvimento das empresas. A contabilidade gerencial é uma ferramenta que participa

integralmente do processo de gestão, ela tem o papel de analisar o fluxo dos recursos da

empresa, garantindo o crescimento e a melhoria dos negócios. Tratou-se de uma pesquisa

bibliográfica de cunho exploratório através de fontes dos web site SciELO, livros, artigos

científicos pertinentes ao tema. A pesquisa se justifica pela importância que a contabilidade

gerencial tem para área contábil possibilitando uma gestão mais organizada e prática no dia a

dia da organização. Partindo dessas premissas, o objetivo da pesquisa foi evidenciar a

importância da contabilidade gerencial como ferramenta de controle de gestão para um bom

desenvolvimento das empresas. Assim, foi constatado pela pesquisa quanto é importante o

conhecimento da prática da contabilidade gerencial, como ela traz agilidade na gestão dos

processos no dia a dia organizacional. Conclui-se que a contabilidade gerencial é uma excelente

ferramenta de gestão para o desenvolvimento das empresas, isso faz com que os processos

tenham um bom desempenho, garantindo que as empresas almejam sucesso no negócio.

Palavras-chave: Organizações; Contabilidade Gerencial; Ferramentas de gestão;

1. INTRODUÇÃO

A contabilidade gerencial é um dos processos que mais ajudam as empresas a

desenvolverem seus negócios. Ela envolve um conjunto de técnicas e procedimentos contábeis,

tais como a contabilidade financeira, contabilidade de custos e as análises das demonstrações

contábeis, as quais são responsáveis pelas informações que servirão como base para os gestores

tomarem as decisões para os negócios das organizações.

No contexto empresarial, a contabilidade gerencial está relacionada aos trabalhos de

forma interna, pois ela tem ferramentas que oferecem as planilhas e os relatórios com

informações mais detalhadas, com que está relacionado aos serviços, e até mesmo na definição

de metas e objetivos da empresa. A contabilidade no formato gerencial vem tomando forças,

pois quanto maior o controle financeiro e econômico de uma empresa, maior produtiva ela será.

Este trabalho é cunho relevante, pois contribuirá para que os gestores se embasem sobre

a importância que é ter um controle de gerenciamento contábil de forma mais organizada e

prática. Analisando a contabilidade gerencial para os negócios da empresa, a pesquisa se

1 Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 2 Docente do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 3 Docente do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB.

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pautará na seguinte pergunta: Qual a importância da contabilidade gerencial como

ferramenta de controle de gestão para um bom desenvolvimento das empresas?

O objetivo geral desta pesquisa foi evidenciar a importância da contabilidade gerencial

como ferramenta de controle de gestão para um bom desenvolvimento das empresas. Para tal,

a pesquisa contou com os seguintes objetivos específicos: conceituar o papel da contabilidade

gerencial dentro das organizações; descrever quais são as ferramentas de gestão mais utilizadas

pelas empresas de forma geral; abordar sobre as contribuições da contabilidade gerencial para

a gestão das empresas seja mais coerente com sua proposta.

A metodologia de coleta de dados foi a partir de uma revisão de literatura qualitativa e

descritiva. Os instrumentos e fontes escolhidas para a coleta de dados foram do web site

Scientific Electronic Library Online (SciELO), livros, artigos científicos, foi definida como

palavras-chave na busca da pesquisa: contabilidade gerencial, ferramenta de gestão, gestão

contábil, o período de materiais pesquisados foi entre os anos de 1998 a 2018.

2.CONTABILIDADE GERENCIAL DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES

A contabilidade dentro uma organização é uma área que precisa produzir resultados

positivos, logo é necessário utilizar-se das ferramentas que envolvam a gestão contábil, para

assim, auxiliar da melhor forma os gestores na tomada de decisão (MARION, 2009). Assim,

contabilidade gerencial tem o papel de fornecer todas as informações que ajudam no

desenvolvimento financeiro/contábil das empresas.

2.1 SURGIMENTO DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Após a segunda guerra mundial, a chamada grande depressão, a partir de então a

contabilidade financeira e gerencial ficou mais conhecida e com formas mais definidas

(IUDÍCIBUS, 1998). Conforme o autor Marion (2002), a contabilidade gerencial foi emergindo

à medida que as regulamentações governamentais e os grupos profissionais começam a exigir

precisão e padronização nos relatórios financeiros e na contabilidade das organizações.

De acordo com Coelho e Lins (2010), a contabilidade gerencial surgiu para detalhar

mais as informações dos dados contábeis, após a metade do século XX, essa tendência da

contabilidade gerencial vem ajudando cada vez mais na gestão das empresas. Conforme

Iudícibus (1998), os profissionais fazem muito mais do que fornece informações, muitas vezes,

assumem um papel ativo nas decisões cotidianas e estratégicas para melhorar os processos das

empresas. Taís práticas controle de gestão contábil são poucas utilizadas, a intenção é inspirar

os gestores a utilizarem com mais frequência.

Conforme Albanez e Bonizio (2007), as informações cada vez mais de forma

tecnológica trazendo mais rapidez para o processo da contabilidade, com mais detalhe, os

profissionais acessam maior quantidade de dados e com maior rapidez. Já para Horngren et al.,

(1998), pode-se mencionar que a contabilidade gerencial é aquela de organiza os dados, analisa

as informações, faz a mensuração para que os gestores tenham entendimento do que está

acontecendo nos processos da empresa, dessa maneira ela está relacionada a uma contabilidade

mais precisa como uma ferramenta gerencial, facilitando o setor contábil a diagnosticar suas

informações.

A contabilidade gerencial participa integralmente do processo de gestão, ela tem o papel

de analisar o fluxo dos recursos da empresa, questão fundamental para se diferenciar,

garantindo o crescimento e a melhoria dos negócios, como uma prática indispensável para todas

as empresas (MARION, 2009). Logo, sua objetividade é servir de instrumento prático para

auxiliar o gestor a tomar suas decisões com auxílio da base de dados da contabilidade.

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Gil (2000), relata que a contabilidade utilizada pelas empresas é muito importante tanto

para as privadas quanto as públicas, com o passar dos anos a contabilidade deixou de ser uma

simples técnica de escrituração de documentos fiscais de apuração de impostos, passando a

desempenhar um relevante papel no âmbito da gestão organizacional, fornecendo informações

contábeis para as atividades gerenciais, tornando pontos relevantes para a tomada de decisão.

2.1.1 Informações contábeis e atividades gerenciais

A informação contábil deve ser relevante tanto para o usuário, quanto para os gestores

da organização, Iudícibus (1998), reforça que essas informações fazem com eles possam

trabalhar de forma mais confiante para tomar as decisões necessárias. As empresas precisam de

benefícios para dar continuidade ao negócio. Para um melhor desempenho, devem envolver

todos os níveis da empresa para que possa ter engajamento e motivação de todos os envolvidos

na empresa, os quais vão fazer parte do processo contábil da empresa.

No entanto, a ferramenta da contabilidade gerencial fornece vários procedimentos

contábeis de forma atualizada para a tomada de decisão dos gestores contábeis. Para Iudícibus

(1998, p. 15), a contabilidade gerencial é definida como: “[...] um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já

conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na

análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau

de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada,

de forma a auxiliar os gerentes da entidade em seu processo decisório.”

Logo, é importante buscar quais os benefícios da contabilidade para as organizações,

resume-se então que as informações são para auxiliar na tomada de decisão dos gestores, com

mais agilidade e rapidez, tendo a capacidade de adaptação e recomposição do cenário para

crescimento das organizações.

Marion (2002, p. 42) cita que: “A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões.

Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente,

registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que

contribuem sobremaneira para a tomada de decisões. É a linguagem dos negócios

medindo o resultado das empresas e avaliando o desempenho dos negócios.”

Assim, a contabilidade gerencial é importante para os processos contábeis das

organizações, pois é ela a responsável pelos fatos e registros de todo o patrimônio da

organização, e depende desses fatores para que a contabilização seja relevante e determinante

para os gestores. As organizações dependem de uma contabilidade com boa governança, isso

só trará benefícios tanto para as formações precisas quanto para redução de despesas e custos.

Para Reis (2009), as empresas devem se basear nos valores contidos nas demonstrações

financeiras para fundamentar os objetivos e metas a serem alcançadas, as quais foram descritas

no planejamento. Parisi e Mergliorini (2011), o ambiente da empresa, como os investidores,

credores, governos e outros podem utilizar tais relatórios para se basearem em prováveis

tomadas de decisões. Logo então, a finalidade da contabilidade é prover seus usuários de

informações.

Quanto as atividades da contabilidade gerencial estão incluídas os reconhecimento e

avaliação de transações e eventos econômicos; quantificações e estimativa do valor desses

eventos; registro e classificação de transações e eventos apropriados; análise das razões e das

relações entre as transações e os eventos (MARION, 2002). Dessa maneira, a contabilidade

gerencial desenvolve essas atividades para auxiliar os profissionais a tomarem decisões com

mais certeza.

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2.1.2 Contabilidade gerencial e suas características

Para os autores Horngren et al., (2004, p. 5), a contabilidade gerencial, identifica, analisa

as informações financeiras e econômicas convertendo-as em informações de valor agregado, já

Padoveze (2009) a contabilidade financeira fornece informações sobre a entidade para os

usuários esternos, como os acionistas, investidores e bancos. Dessa forma, pode-se inferir que

a distinção entre a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira existem é bem clara

quanto aos seus tipos de controle, cabendo ressaltar que quando se tratar de gestão é necessário

que tenha mais atenção em uma das partes, para assim simplificar a análise.

Para Iudícibus (1998, p. 15), a contabilidade gerencial é definida como: “[...] um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já

conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na

análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau

de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada,

de forma a auxiliar os gerentes da entidade em seu processo decisório.”

Diante do exposto, a contabilidade gerencial tem o papel de agilizar a prática dos

processos contábeis internos da empresa, tornando-se uma ferramenta prática para as tomadas

de decisões pautadas nessa metodologia. Em resumo, é necessário o uso de técnicas e

procedimentos contábeis que possibilitam aos gestores contábeis uma melhor escolha na

tomada de decisão.

Segundo Iudícibus (1986, p.18), “a contabilidade gerencial pode ser caracterizada, como

um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e

tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de

balanços, etc.” Dessa forma, eles são colocados numa perspectiva diferente, num grau de

detalhamento mais analítico ou de forma de apresentação e classificação diferenciada, de

maneira a auxiliar os gerentes das entidades em processor decisório.

A contabilidade gerencial busca melhorar as estratégias da situação econômica da

empresa, bem como a rentabilidade de seus bens e serviços.

Para Padoveze (2009, p. 36): “Contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os

administradores, isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são

responsáveis pela direção e controle de suas operações. A contabilidade gerencial

pode ser contrastada como contabilidade financeira, que é relacionada com o

fornecimento de informações.”

Diante de cenários complexos, a contabilidade gerencial apresentada como uma

ferramenta fundamental, pois geram as informações de valor agregado para ajudar nas decisões

do gestor (PADOVEZE, 2009). Dessa maneira, pode-se dizer que para gerenciar os

subordinados e os processos de produção, devem ter informações necessárias para todas as

etapas das operações fornecidas pela contabilidade.

Dessa forma, a contabilidade gerencial é um instrumento para fornecer informações

tanto na parte gerencial como na financeira, é uma ferramenta indispensável para o sucesso das

organizações independente do ramo de atuação. Sendo assim, estão implícitos que os gestores

devem desenvolver seu controle contábil embasado nesse tipo de contabilidade gerencial, tendo

como função de auxílio na contabilidade das organizações, melhorando o controle operacional,

bem como analisando os custos melhorando os níveis estratégicos e operacionais da

organização.

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2.1.3 Planejamento e controle contábil

O cenário mundial está cada vez mais acirrado e as empresas precisam ter boas

estratégias tanto com bons profissionais, quanto com bons planejamentos para assim encarar

novos desafios (CREPALDI, 2008). Assim, é importante que os planos de gestão estejam

alinhados aos objetivos e metas das empresas, dentro dessa perspectiva os profissionais

contábeis são fundamentais na atuação no planejamento e controle dos processos das

organizações.

Conforme Coelho e Lins (2010), a contabilidade gerencial precisa ter um planejamento

para um melhor controle nas aplicações da contabilidade, as informações com mais clareza para

a tomada de decisão. Já o autor Crepaldi (2008), o processo de estabelecer metas, determinar

necessidades de recursos e conceder um meio de atingir metas é referido como um bom

planejamento contábil. Sendo assim, tanto o planejamento quanto o controle dos processos

contábeis devem estar alinhados aos planos de gestão.

Nesse contexto, a gestão contábil, cuja função é classificar, organizar, contabilizar e

analisar as operações e relatórios, e alinhado a isso aplicando os princípios da contabilidade.

De acordo com Padoveze (2009), o planejamento da gestão contábil precisa estar alinhado a

contabilidade da empresa e com o planejamento estratégico, os quais são fundamentais na

melhoria da gestão empresarial. Para um processo de tomada de decisão é necessário ter um

planejamento contábil de forma contínua e sistemática.

Além de conhecimentos em legislação, sistema de controle administrativo, financeiro,

relatórios contábeis e fiscais é necessário conhecimentos no planejamento e controle de toda a

organização. O planejamento para a contabilidade gerencial estabelece metas, determina

necessidades de recursos e concebe formas alcance dos objetivos, ou seja, são meios de

monitorar os resultados financeiros e medir os processos de controle da empresa.

3. CONTABILIDADE GERENCIAL: FERRAMENTAS DE GESTÃO

A contabilidade constitui um instrumento para a gestão e o controle das organizações

além de representar o sustentáculo da democracia econômica, já que, por seu intermédio, a

sociedade é informada sobre os resultados da aplicação dos recursos conferidos às entidades.

Assim, o bom gerenciamento é um requisito necessário para o sucesso de qualquer

microempresa (GONÇALVES, 2008).

As ferramentas de gestão que envolvem a contabilidade gerencial servem

principalmente, para obter um controle sobre os processos. Sabe-se que muitas empresas não

têm controle gerencial, por falta de conhecimento de ferramentas que facilitam auxiliar o

controle dos processos.

3.1 FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS: PLANEJAMENTO GERENCIAL

As ferramentas de gestão são para ajudar no processo, mas elas só são úteis quando

utilizando de maneira correta agilizando cada área do negócio. Dessa maneira, é necessário

entender como cada ferramenta pode ajudar no planejamento gerencial.

As ferramentas estratégicas pode ser uma maneira pela qual as organizações dinamizam

os planos desenvolvidos na etapa do planejamento empresarial. Lacerda (2006), as ferramentas

estratégicas gerencias são as mais modernas e as mais utilizadas pela contabilidade gerencial,

as quais podem-se destacar: Ferramentas de Gestão Estratégicas: Sistema Informação

Gerencial; benchmarking; planejamento estratégico, balanced scorecard; curva ABC; entre

outras.

Conforme o autor Gonçalves (2008), planejamento empresarial se torna eficaz quando

as ferramentas são aplicadas de maneira correta, já para Lacerda (2006), o conhecimento e a

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aplicação dessas ferramentas só trazem benefícios para a gestão estratégica e para o aumento

da lucratividade, essa estratégia tem que partir dos membros do pequeno negócio estabelecendo

um horizonte para o atingimento de metas. Diante da forma do planejamento, será feita

descrição das principais ferramentas estratégicas de controle gerencial estratégico.

Sistema Informação Gerencial – SIG é uma ferramenta muito utilizada pelas empresas

que adotam o sistema de contabilidade gerencial, ela se baseia numa estrutura em que o gerente

recebe informações via relatórios, que podem ser divididos de acordo com a demanda da

empresa, Wakulicz (2016), considera essa ferramenta é essencial para melhoria dos processos

que acontecem para auxiliar no planejamento, na organização e na tomada de decisão. Logo,

são relatórios acompanhados de informações necessárias para as tomadas de decisões mais

rápidas.

Gonçalves (2008), considera essa ferramenta Benchmarking valiosa, pois ela objetiva

aprimorar os processos, produtos e serviços gerando mais lucro e produtividade. Já para o autor

Siqueira (2018), diz que essa ferramenta utiliza a comparação de determinados indicadores com

outras organizações de modo que em geral é “copiar” o que está dando certo em uma empresa

e aplicar em outra de acordo com o seu planejamento e estrutura. Em geral, deve-se buscar

referências comparativas de outras empresas ou organizações que sejam notadamente

reconhecidas como sendo as melhores no assunto em questão.

Fernandes e Berton (2006), avaliam essa ferramenta planejamento estratégico como

sendo essencial, em especial quando se inicia um projeto do zero, pois, ela estabelece um norte

para a organização desenvolvendo as diretrizes, as estratégias e os objetivos. Em concordância

Gonçalves (2008), salienta que o planejamento estratégico, apesar de pôr si só ser como o

próprio nome diz um planejamento, a sua implementação, se adequando para trazer para as

empresas melhoria de desempenho.

A ferramenta do Balanced Scorecard tem como objetivo interligar controles

operacionais de curto prazo aos objetivos de longo prazo da estratégia da organização

(KAPLAN; NORTON, 1996). Nessa mesma ideia os autores, consideram que esse objetivo

deve ser focado em quatro indicadores: perspectiva do cliente, processos internos, perspectiva

financeira e de aprendizado e crescimento. Em resumo, é possível considerar que essa

ferramenta de gestão tem início na visão da empresa, a partir das quais são definidos os fatores

críticos de sucesso.

A curva ABC é uma ferramenta gerencial que auxilia a identificação dos itens que

necessitam de uma atenção especial do gestor, busca um método de classificação de

informações, para separar itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em

menor número (CARVALHO, 2002). Gonçalves e Pamplona (2000), consideram também que

pode ser utilizada para classificar clientes em relação aos seus volumes de compras ou em

relação à lucratividade proporcionada, classificação de produtos da empresa pela lucratividade

proporcionada etc. Pode-se dizer que essa ferramenta determina quais os produtos/serviços

mais importantes de uma empresa.

Outros programas para melhoria do desempenho organizacional são sugeridos e

aparecem a cada dia. No entanto, para todos os programas sugeridos, verifica-se que existe a

necessidade da utilização de uma abordagem adequada durante a implementação. Para todos

eles, o processo de implementação é muitas vezes mais importante do que os resultados

implementados.

Para Lacerda (2006), as ferramentas que são estratégicas precisam se alinhar ao porte

da empresa, ao ambiente estrutural, são pontos relevantes para a formulação de uma estratégia

e dessa forma o cenário em que ela está inserida influência bastante na determinação de regras

competitivas e de estratégias disponíveis potencialmente para qualquer organização.

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As ferramentas de planejamento empresarial auxiliam os gestores não apenas implantar

um planejamento, mas também o papel que cabe, logo é fazer com que essas ferramentas

acompanhem, avaliem os possíveis problemas que contabilidade gerencial (LACERDA, 2006).

Dessa forma, os gestores devem criar, um planejamento com responsabilidades e

implementação de novas ferramentas de auxílio de gestão.

As ferramentas de estratégicas podem ser resumidas da seguinte forma, que elas são a

base para se empreender em um negócio de forma estratégica, as quais expressam os pontos

fortes e seus pontos fracos a fim de alcançar seus objetivos, sem deixar de considerar as

oportunidades e as ameaças que o meio ambiente lhe impõe (GONÇALVES, 2008).

Assim, acredita-se que todas as ferramentas estratégicas apresentadas, precisam ser

desenvolvidas e colocadas em prática de acordo com o ambiente onde as empresas estão

inseridas, tanto no cenário do ambiente interno como no cenário do ambiente externo.

3.2 PLANOS DE CONTAS GERENCIAL

As transformações dos processos gerencias podem vir por meio de ferramentas de apoio

que a contabilidade gerencial fornece, todas as informações são necessárias para o controle

financeiro, facilitando a gestão dos custos e dos preços, dos riscos, assim elas oferecem

informações importantes para a tomada de decisões, prevendo os riscos e analisado a

viabilidade do negócio (PADOVEZE, 2008). O plano de contas pode facilitar o mundo dos

negócios, uma vez que a análise e o planejamento estratégico são fundamentais para saber da

saúde financeira da empresa.

Lima et al. (2009), considera que o plano de contas gerencial toda a organização deveria

utilizar, é uma técnica infalível para organização e administração do financeiro de uma empresa.

Já o autor Santos (2007), relata que por meio desse plano gerencial as receitas despesas e custos

é possível melhorar a estruração e acompanhamento do financeiro. Assim, pode-se dizer que

essa técnica pode auxiliar a estruturação do plano de contas gerencial.

O plano de contas gerencial nada mais é do que um modelo de organização dos dados

financeiros da empresa, é uma forma de criar categorias de códigos para melhor identificar e

organizar receitas, despesas e custos dos empreendimentos. De acordo com Lima et al. (2009),

o plano de contas gerencial facilita a tomada de decisão, já que com a implementação do plano

de contas traz mais segurança para o crescimento do negócio, desde que ele seja bem

estruturado.

Santos (2007), considera que a tomada de decisão é facilitada pelo acompanhamento e

categorização do financeiro da empresa, possobilitando melhoria no processo de organização

do fluxo de caixa. Padoveze (2008), ressalta que o plano de contas tem o propósito de atender

de maneira uniforme e sistematizada ao registro contábil dos atos e fatos ocorridos na empresa.

Dessa maneira, pode-se dizer que os plano de contas contabilização de forma direta cada

lançamento identificado. “Todas as contas contábeis do balanço patrimonial deverão ser claramente

identificadas com plano de contas que recebem a contrapartida na demonstração de

resultados. Basicamente, isto significa que as contas de caráter genérico tanto no

balanço patrimonial como na demonstração de resultados, normalmente denominadas

outras contas, outras receitas, outras despesas, só poderão ser criadas se forem para

valores irrelevantes que não comprometem os relatórios futuros, que façam ligação

entre os dois relatórios-chaves de todo o processo de informação contábil.”

(PADOVEZE, 2008, p.61).

O plano de contas gerencial é diferenciado com um elenco de contas mais abrangente,

com uma estrutura maior, classificando assim, todas as contas, e sua contrapartida, não devendo

limitar-se à estruturação, mas ser complementado com um detalhamento da função e

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funcionamento das contas, incluindo esquemas de apuração de resultados. Dessa maneira, a

formação dos custos produtos vendidos e custo de vendas.

Conforme Ribeiro (2006), é por meio das contas que a contabilidade consegue

desempenhar seu papel de registrar e controlar todos os acontecimentos responsáveis pela

gestão do patrimônio. Santos (2007), considera o plano de contas uma relação de todas as contas

patrimoniais e de resultados de uma empresa. Dessa maneira, é possível dizer que o plano de

contas é um instrumento necessário para qualquer tipo de empresa, independentemente de seu

tamanho e sua natureza.

Todas as contas são elencadas no plano de contas. Não existe uma norma ou uma regra

para a elaboração do plano de contas. Cada empresa elaborará seu plano de contas de acordo

com sua necessidade. Existe uma estrutura que a empresa deverá seguir. Primeiramente, são

elencadas as contas patrimoniais e, em seguida, as contas de resultado.

Conforme Fahl (2009, p. 61): “Os principais objetivos de um plano de contas estão ligados à importância da

uniformização dos relatórios contábeis e à flexibilidade que cada entidade tem em

estruturar seu plano de contas de acordo com seu porte (pequena, média ou grande) e

com a atividade que desenvolve (prestadora de serviços, comércio ou indústria).”

As contas contábeis são utilizadas na contabilidade para registrar todos os fatos que

acontecem na empresa. Elas podem ser patrimoniais e de resultados e também são classificadas

em sintéticas e analíticas. O plano de contas é o elenco de todas as contas contábeis. Sua

estrutura é formada pelas contas patrimoniais e, em seguida, pelas contas de resultado. Dessa

forma, o plano de contas serve para uniformizar os registros contábeis.

No plano de contas, existe a classificação das contas em: contas sintéticas e contas

analíticas. As contas sintéticas não recebem lançamentos, são contas que totalizam os saldos

das contas analíticas. Já as contas analíticas recebem lançamentos por meio dos registros dos

fatos (FAHL, 2009).

Utiliza-se o plano de contas como apoio para realizar as contabilizações da empresa, e

as contabilizações são feitas pelo método das partidas dobradas, que nada mais é do que débito

e crédito precisam ter o mesmo valor. Para efetuar os registros ou lançamentos contábeis, é

preciso seguir as regras de lançamentos. Existe uma regra específica para contas patrimoniais e

outra para as contas de resultado.

4. CONTRIBUIÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA A GESTÃO DAS

EMPRESAS

Uma boa gestão empresarial só vai existir se houver uma boa contabilidade gerencial,

logo a gestão empresarial só pode ser exercida quando existe uma empresa, uma organização.

Essa gestão precisa ser um esforço mútuo para se chegar ao denominador comum independente

do porte ou estrutura da empresa, pois tem a missão de coordenar políticas interna, criar meios,

estratégias para serem aplicadas em prol do bom funcionamento empresarial (GARRISON;

NOREEN, 2001).

4.1 FERRAMENTA ESTRATÉGICA NA GESTÃO EMPRESARIAL

A contabilidade gerencial é uma ferramenta estratégica que fornece informações para

melhorar a gestão das empresas, os quais são responsáveis pelo controle e as operações, sendo

que as informações deverão ser úteis e verdadeiras para a análise da gestão da empresa

(CREPALDI, 2008). Já para o autor Garrison e Noreen (2001), a contabilidade gerencial

começa com o reconhecimento da necessidade de tratar os custos de diferentes formas para

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diferentes decisões. Logo, pode-se compreender que a contabilidade gerencial busca facilita a

forma de gerenciar as organizações.

Crepaldi (2008), considera que a gestão empresarial é essencial para as empresas se

consolidarem no mercado de trabalho, independentemente do tamanho e do seguimento, uma

empresa com bons instrumentos de gerenciamento é capaz de perceber suas deficiências, e

concertá-las. Iudicíbus (2013), enfatiza que a gestão empresarial melhora a produtividade

quando a empresa trabalha por meio de um processo político de identificação dos fatores

internos e externos. Logo, a presença de avaliação do seu poder de influência da empresa visa

encontrar uma base de negociação equilibrada.

A contabilidade gerencial fornece as contribuições por meio das informações

atualizadas, técnicas mais práticas de gerenciar, para assim facilitar para os gestores no

momento da tomada de decisão. Para Iudícibus (1998, p. 15), a contabilidade gerencial

contribui para: “[...] um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já

conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na

análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau

de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada,

de forma a auxiliar os gerentes da entidade em seu processo decisório.”

Dessa maneira, Parisi e Mergliorini (2011), salienta que as contribuições da

contabilidade gerencial para a gestão das empresas são várias, uma vez que a contabilidade

gerencial aumenta a eficiência das funções de gerenciamento das empresas, e também melhora

no auxílio da tomada de decisão do gestor, na previsão financeira, evitando maiores

desperdícios, melhorando a comunicação entre os gestores e os demais funcionários da

organização.

Conforme ressalta Iudicíbus (2013, p. 21): “A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um

enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos

e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira

e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais

analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a

auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.”

Chiavenato e Sapiro (2003), consideram que gestão empresarial precisa embasar em

alguns pilares e utilizar como base para planejar o os objetivos e metas da organização. Deve-

se considerar que a contabilidade gerencial é uma ferramenta utilizada para auxiliar no processo

de desenvolvimento da gestão integrada a contabilidade custos e outros processos financeiros

contábeis que estão relacionados ao orçamento e ao planejamento da organização.

Figura 1. Processo de gestão empresarial

Fonte: Adaptada Chiavenato e Sapiro (2003); Lemos Junior e Pisa (2010).

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Para Lemos Junior e Pisa (2010), as empresas devem conter um saber técnico e gerencial

para o desenvolvimento de um bom negócio, é necessário que toda empresa tenha

conhecimentos de gestão, pois facilita o equilíbrio no processo de desenvolvimento dos

negócios da empresa. Com isso, percebe-se que por mais que o negócio seja d pequeno porte,

deve-se ter conhecimento de todas as possibilidades de identificar melhorias em todo processo.

4.2 CONTRIBUIÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO SISTEMA DE

INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Com cenários gerencias cada vez mais voláteis com adaptações as mudanças, a

contabilidade gerencial vem se desafiando a cada dia para deixar o ambiente organizacional

mais prático possível, uma vez que as informações precisas, oportunas e pertinentes sobre a

economia e o desempenho das empresas são cruciais (CREPALDI, 2008).

Conforme Wakulicz (2016), os sistemas de apoio a decisão e de informação

administrativas agregam todos os subsistemas elementos dos sistemas operacionais e dos

sistemas de apoio à gestão, assim por meio de soluções da tecnologia de informações, Jorgea,

et al, (2017), considera que o sistema de informação contábil aborda todos os processos de

interesses da empresa para que possam ser vislumbrados em termos de fluxo ativo de

informações, que transcorrem todas as funções e os departamentos.

O sistema de informação contábil – SIC tem a função de integrar os setores em um

ambiente organizacional, nada mais é do que um conjunto de recursos financeiros e humanos

que existe em uma organização responsável por preparar informações financeiras. A figura

abaixo mostra a forma integrada do SIG.

Figura 2. Sistema de Informação – SIG

Fonte: Adaptada Wakulicz (2016).

Quando a organização implanta uma ferramenta de contabilidade gerencial é fato que

os sistemas de informações contábeis têm a função principal em gerar todas essas informações

do subsistema que inter-relacionam os principais sistemas da organização. Wakulicz (2016),

considera que a integração desses subsistemas ajuda os gestores na tomada de decisão com mais

precisão das informações, uma vez que estão todas interligadas.

Conforme Oliveira (2005), diante das conjunturas básicas para as informações

gerenciais, os gestores analisam o conjunto de informações e seguem como base para

transformar em dados e consequentemente em ações no processo administrativo. Padoveze

(2000), reforça que essas informações transformam em instrumentos para tomada de decisão

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com mais assertividade. Em resumo, é possível afirmar que o SIG é uma peça de capta, processa

e transforma os dados em informações contábeis com destino à gestão.

De acordo com Crepaldi (2008), a implantação de um SIG, deve-se considerar alguns

pontos relevantes como: “As informações que os sistemas deverão possuir para alcançar o controle econômico

e financeiro da empresa; o que levar em consideração na decisão entre comprar pronto

e desenvolver um sistema próprio; como a controladoria pode ser mais eficaz pela

utilização de um sistema de informação contábil abrangente; o diálogo com os

Sistemas Integrado de Gestão (ERP); os requisitos necessários para se implantar um

sistema de informações contábeis voltado para o usuário (CREPALDI, 2008, p. 25).”

Já o autor Padoveze (2000, p. 45), considera que o SIG é: “Um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados

segundo uma sequência lógica para o processamento dos dados e tradução em

informações para, com seu produto, permitir às organizações o cumprimento de seus

objetivos principais.”

Dentro desse cenário, as contribuições da contabilidade gerencial como sistema de

informação contábil são essenciais para os sistemas de apoio a decisão. Conforme Crepaldi

(2008), admite que essencial ter a contabilidade gerencial em toda a empresa, uma vez que os

sistemas se interligam e isso facilita as informações e dados para a construção de novas

estratégias.

Acredita-se que as organizações que atualizam esses sistemas de informação contábil

podem ter a oportunidade de forma mais competitiva em relação as demais empresas, por meio

das informações de gerenciamento contábil. Dessa maneira, essa ferramenta tem todas as

informações de apoio a tomada de decisão.

Padoveze (2000), considera que os SIGs e a contabilidade precisam andar juntas, mais

de unidas, uma vez que auxiliam para a criação de informações que ajudam no processo da

administração empresarial, ressalta ainda que por meio da parametrização do SIG, a

contabilidade oferece as informações segundo as necessidades dos gestores.

Ressalta-se que para o SIC desempenhar um bom papel na empresa, é imprescindível

que os gestores estejam dispostos a receber, entender e utilizar as informações geradas pelo

sistema, na esfera das decisões que lhes cabem na corporação. Com esse alicerce informacional,

esses usuários passam a dispor de melhores qualidades para controlar o patrimônio, realizar

projeções, avaliar e reavaliar decisões ocorridas, acompanhar o fiel cumprimento dos objetivos

e das políticas delineadas (CREPALDI, 2008).

Assim, as contribuições da contabilidade gerencial como sistema de informação contábil

podem-se considerar que ela traz informações necessárias para que os gestores possam manter

o melhor controle da instituição para tomar decisões em tempo hábil. Para Garrison (2013, p.

2) “a contabilidade gerencial envolve o fornecimento de informações a gerentes para uso na

própria organização [...] enfatiza as decisões que afetam o futuro, a relevância, o fazer as coisas

em tempo hábil e o desempenho no nível do segmento”.

Dessa maneira, a contabilidade gerencial tem muitas contribuições com as suas

ferramentas de mensuração e são indispensáveis para toda a administração de uma organização.

Contudo, o sucesso gerencial de uma organização não está ligado somente pela contabilidade

gerencial em si, deve-se haver uma gestão empresarial completa que visa a análise de todas as

operações das organizações.

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5.CONCLUSÃO

Em cenários empresariais é fácil perceber que as organizações estão cada dia mais

preocupadas em utilizar ferramentas que facilitam a forma de gerenciar seus negócios. A área

contábil é uma dá mais temidas, por conta que nela está relacionada as informações, as quais

servirão para as tomadas de decisões dos gestores. A relevância do tema buscou contribuir para

o campo de pesquisas gerencias, propondo enriquecer o desenvolvimento dos processos das

empresas.

A contabilidade gerencial vem sendo descoberta como uma ferramenta gerencial que

tem ajudado os gestores contábeis a tomarem decisões de forma apoiada e participativa

integrando ao processo de gestão, essa contabilidade de forma gerencial tem cumprido o papel

de analisar o fluxo dos recursos das empresas, garantindo o crescimento e a melhoria dos

negócios.

É fato que as empresas precisam saber de informações relevantes sobre ferramentas e

métodos de gestão que tornam os negócios mais competitivos. Respondendo à pergunta

problema da pesquisa “qual a importância da contabilidade gerencial como ferramenta de

controle de gestão para um bom desenvolvimento das empresas?” A partir da pesquisa pode-se

responder com firmeza que está na agilidade das análises dos processos que a contabilidade

gerencial proporciona, assim possibilita que a organização trace estratégias de desenvolvimento

do negócio.

Conclui-se que foi possível observar nesta pesquisa que a contabilidade gerencial uma

ferramenta facilitadora para a gestão, pois tem a capacidade de propor iniciativa e inovação

para melhorar os processos gerencias de todos os setores da organização. A contabilidade

gerencial não é apenas iniciativa de novos negócios, mas sim uma ferramenta estratégica de

oportunidades, sendo utilizada de maneira inovadora para melhorar o desenvolvimento dos

processos de gestão e na tomada de decisão.

6. REFERÊNCIAS

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sobrevivência das micro e pequenas empresas. In: Anais do Congresso Brasileiro de Custos-

ABC, 2007. Disponível em: https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/1433. Acesso

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histórica e gerencial. São Paulo: Atlas, 2010.

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CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações. Rio de

Janeiro: Campus, 2003.

FAHL, A. C. (Org.) Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2009.

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empreendedora à avaliação de desempenho. São Paulo: Saraiva, 2006.

GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W. Contabilidade gerencial. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC,

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A IMPORTÂNCIAS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA AS

ORGANIZAÇÕES.

Valdir da Silva Rezende1

Prof. Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção2

E-mail: [email protected]

Prof.ª Doris Day Nantes Miranda Gomes²

E-mail: [email protected]

Prof. Ryan Caldas Quevedo²

E-mail: [email protected]

Resumo

O presente trabalho apresenta a importância da Análise das Demonstrações Contábeis para as

organizações, sendo relevante para a formação profissional, pois permite a ampliação dos

conhecimentos adquiridos a respeito da estrutura das demonstrações contábeis, assim como

também da utilização de diferentes indicadores para a realização dessas análises. Através da

realização de pesquisas bibliográficas a partir de uma revisão de literatura foi possível constatar

que a Análise das Demonstrações Contábeis é muito importante para o crescimento e saúde

financeira das organizações, pois permite aos gestores uma análise da situação financeira em

que a organização se encontra, além de ser também uma imposição legal, auxiliando de forma

significativa para a tomada de decisão e planejamento das ações. Além disso, é possível

evidenciar e confrontar informações e elementos patrimoniais de uma organização, conhecendo

e compreendendo à realidade econômica e patrimonial que a mesma se encontra. Para que a

análise seja corretamente realizada existe diferentes tipos de indicadores que podem ser

utilizados, possibilitando a melhor compreensão dos recursos utilizados, apontando as origens,

identificando os desafios a serem superados e contribuindo na tomada de decisão dos gestores.

É possível constatar que, muitas são as contribuições da análise de demonstração contábil para

o sucesso e permanência de uma empresa no mercado, pois através dessa análise, os dados se

transformam em informações que auxiliarão os gestores a tomarem as melhores decisões para

alcançar os objetivos e metas de sua organização.

Palavras-chave: Contabilidade. Demonstração. Gerenciamento. Organizações.

1. INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema: “a importância da análise das

demonstrações contábeis para as organizações”, visando compreender os aspectos relacionados

às demonstrações contábeis, de modo a conhecer a estrutura e os indicadores que são utilizados

para a realização das demonstrações, assim como também sua importância para o sucesso de

uma organização.

A importância desta pesquisa consiste em compreender a importância que a análise das

demonstrações contábeis tem para as organizações, pois através dessa análise é possível

identificar a situação econômica e financeira que a organização se encontra, sendo relevante

para a formação profissional, pois permite a ampliação dos conhecimentos adquiridos a respeito

1 Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 2 Docente do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES.

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da estrutura das demonstrações contábeis, assim como também da utilização de diferentes

indicadores para a realização dessas análises.

O estudo é norteado a partir do problema de pesquisa: quais são as principais

contribuições que a análise das demonstrações contábeis tem para evidenciar a situação

econômica e financeira das organizações?

O principal objetivo da pesquisa consta em demonstrar as contribuições da análise das

demonstrações contábeis para as organizações, identificando a estrutura das demonstrações

contábeis; conhecendo o uso de indicadores utilizados para a análise das demonstrações e

compreendendo a importância que a análise das demonstrações contábeis tem para as

organizações.

A pesquisa teve como base uma Revisão Bibliográfica, com uma abordagem qualitativa, que

visa investigar e compreender os fenômenos voltados para a compreensão da importância da

análise das demonstrações contábeis para as organizações, sendo desta forma realizada

pesquisas teóricas em diversas fontes bibliográficas para ampliar o conhecimento sobre o

assunto discutido. Os instrumentos utilizados para a realização da pesquisa foram livros, artigos

acadêmicos e pesquisas na internet.

O trabalho encontra-se dividido em três capítulos, primeiramente é apresentada uma

reflexão sobre a estrutura das demonstrações contábeis, tendo como base a Lei 6.4040/76. Num

segundo momento são apresentados os principais indicadores utilizados para a análise das

demonstrações contábeis. Por fim, a reflexão está voltada à compreensão da importância que a

análise das demonstrações contábeis tem para as organizações.

2. ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A Análise das Demonstrações Contábeis é uma importante ferramenta no processo de

gestão empresarial, pois através da mesma é possível fazer uma análise sobre a situação e a

saúde financeira da organização.

Cavalcante (2017, p. 3) refere que: “através da análise das demonstrações contábeis é

possível avaliar o desempenho da gestão econômica, financeira e patrimonial das empresas,

quanto aos períodos passados, confrontando-o ou não com metas ou diretrizes

preestabelecidas”.

Observa-se a partir da fala do autor que, a análise de demonstrações contábeis tem por

objetivo identificar a situação econômica da organização, fornecendo dados que demonstram

os desafios a serem superados e as potencialidades da organização.

Para que essa análise seja realizada de forma adequada, ela encontra-se estruturada. De

acordo com a Lei 6.4040/76 que dispõe sobre as Sociedades por Ações, o Capítulo XV trata

sobre o Exercício Social e Demonstrações Financeiras, Seção II – Demonstrações Financeiras: “Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na

escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que

deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações

ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou

prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV –

demonstração dos fluxos de caixa; e V – se companhia aberta, demonstração do valor

adicionado.” (BRASIL, 1976)

Com base na aplicação da Lei, as organizações deverão apresentar as demonstrações

contábeis citadas acima, no entanto, existem outros tipos de demonstrações, tais como: as notas

explicativas e informações comparativas com o período anterior.

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“O balanço patrimonial é a representação padronizada dos saldos de todas as contas

patrimoniais, ou seja, as que representam elementos que compõem o patrimônio de uma

empresa, num determinado momento”. (CAVALCANTE, 2017, p. 7)

No balanço patrimonial constam os bens e direitos pertencentes à organização, que são

os ativos e o saldo das obrigações devidas, que são os passivos, além disso, ambos são divididos

em circulantes e não circulantes. De acordo com Barbosa (2109, p. 3): “Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados

pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos

ocorridos. Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações

para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua

liquidação. Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu

valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo.”

Observa-se que, é preciso determinar tanto os recursos positivos, ou seja, os lucros da

organização, quanto os recursos negativos – os gastos, para que assim seja possível identificar

o Patrimônio Líquido que é o valor da diferença entre os ativos e os passivos, desta forma é

possível concluir se a organização está com uma boa saúde financeira.

Barbosa (2019, p. 4) destaca que, o grupo de contas do ativo se dividem em: “Ativo

Circulante: Disponibilidades; Estoques; Créditos; Despesas de Exercício Seguinte. Não-

Circulante Realizável a Longo Prazo: Investimentos; Imobilizado; Intangível; Diferido”.

É possível perceber a diferença nítida entre os ativos circulantes e não-circulantes, pois

os circulantes são os elementos que se modificam constantemente e a curto prazo, já os não

circulantes são os bens que permanecem a longo prazo na organização, tais como os

investimentos.

Já o grupo de contas do Passivo conta com: “Passivo Circulante: Obrigações de Curto

Prazo. Não–Circulante Obrigações a Longo Prazo; Patrimônio Líquido, dividindo-se em:

Capital; Reservas; Ajustes de Avaliação Patrimonial”. (BARBOSA, 2019, p. 4)

Da mesma forma ocorre com os passivos, os circulantes são as obrigações, as contas a

serem pagas num curto prazo, que sofrem variações constante, não possuindo um valor fixo

específico, já os não-circulantes são as obrigações a serem pagas a longo prazo.

A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA, segundo a Lei das

Sociedades Anônimas, traz: “I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção

monetária do saldo inicial; II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada

ao capital e o saldo ao fim do período.” (CAVALCANTE, 2017, p. 15)

A DLPA é um dos relatórios mais desafiadores para uma organização, pois nela constam

as mudanças ocorridas no patrimônio líquido da mesma, mostrando a real situação financeira

que a organização se encontra, podendo ser tanto positiva quanto negativa. A DLPA auxilia os

gestores a ter uma visão mais clara sobre a organização e a partir disso tomar decisões

assertivas.

De acordo com a Lei 6.4040/76, Artigo 187, a Demonstração do Resultado do Exercício

– DRE discriminará: “I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os

impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e

serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas

financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras

despesas operacionais; IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as

outras despesas; V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a

provisão para o imposto; VI – as participações de debêntures, empregados,

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administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros,

e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se

caracterizem como despesa; VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu

montante por ação do capital social.”

De um modo geral pode-se dizer que a DRE é um relatório que evidencia se a

organização está gerando lucro ou prejuízo num determinado período.

De acordo com Barbosa (2019, p. 7), o objetivo da DRE “é demonstrar a formação do

resultado líquido em um exercício através do confronto das receitas, despesas e resultados

apurados, gerando informações significativas para tomada de decisão”.

Observa-se que, na DRE devem constar com detalhes todos os valores obtidos e gastos

pela organização, ou seja, receita bruta e líquida, despesas, lucros e/ou prejuízos. A partir da

DRE é que são calculados os valores obtidos no Imposto de Renda, sendo assim essencial que

esteja devidamente preenchida.

Cavalcante (2017, p. 18) refere que, a Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC “retrata

as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa,

segregando-se essas alterações em três fluxos: das operações, dos financiamentos, e dos

investimentos”.

A DFC indica quais foram as entradas e as saídas de dinheiro do caixa durante o período

de resultado, devendo essa demonstração constar no balanço patrimonial da organização.

Reis (2018, p. 1) refere que, a Demonstração do Valor Adicionado – DVA “é o

demonstrativo contábil que evidencia, de forma sucinta, o valor gerado por uma empresa em

determinado período, bem como a sua distribuição entre todos aqueles que participaram de sua

produção”.

A DVA demonstra o quanto de riqueza foi adicionada no balanço patrimonial de uma

organização. De acordo com Barbosa (2019, p. 9), a DVA pode ser resumida da seguinte

maneira: “1) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir a

eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor das

saídas com o valor das entradas, e 2) como índice de avaliação do desempenho social

à medida que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos

empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas.”

É possível constatar que a DVA é uma importante fonte de informação para a

organização, pois apresenta diversos dados que possibilitam a análise do desempenho

econômico da organização.

Ressalta-se que, toda essa estrutura apresentada, assim como citado no início do

capítulo, faz parte da Legislação que rege a área da Contabilidade no país, sendo além de fontes

de informações que contribuem para a tomada de decisão, também uma obrigação que a

organização tem de a cumprir.

3. INDICADORES UTILIZADOS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES

Para a realização da Análise das Demonstrações Contábeis são utilizados alguns

indicadores, que servem para analisar detalhadamente a situação financeira da empresa, através

desses indicadores é possível fazer uma análise e avaliação para identificar os desafios e

possibilidades da organização. Neto (2020, p. 1) ressalta que: “Um dos mais importantes instrumentos de análise é a construção de indicadores de

desempenho e diagnóstico empresarial, de forma que se obtenha não somente os

resultados finais do desempenho da empresa, mas, principalmente, as causas que

determinaram as eventuais variações ocorridas. “

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Observa-se que, os indicadores demonstram não apenas os índices, mas também as

causas para que determinaram os mesmos, sejam elas positivas ou negativas, contribuindo

assim para o diagnóstico do que precisa ser melhorado e favorecendo na tomada de decisão. De

acordo com Marion (2002, p.15 a 17): “Os índices básicos de Liquidez (Corrente, Seca e Geral), Rentabilidade (da Empresa

e do Empresário) e de Endividamento (Quantidade e Qualidade) são suficientes para

ter uma visão superficial da empresa a ser analisada. Entendemos que o nível

introdutório é ideal para os cursos de Contabilidade Introdutória, propiciando ao

estudando uma ideia inicial das utilidades das Demonstrações Contábeis e que todo

ensino de Contabilidade (geral, básica, introdutória etc.) deveria abordar esses

indicadores iniciais do tripé, evidenciando a Contabilidade como instrumento de

tomada de decisão.”

Observa-se que, a partir dos indicadores de análise de demonstrações contábeis, as

organizações possuem um diagnóstico sobre a situação de sua saúde financeira, podendo assim

agir para melhorar os seus índices.

Coelho e Barros (2015, p. 19) ressaltam que: “os indicadores servem para demonstrar

rotações sofridas pelo capital e por importâncias empregadas na produção, indicando quantas

vezes foram aplicadas e recuperadas”.

Existem diversos tipos de indicadores que são utilizados na análise das demonstrações

financeiras, dentre os quais se destacam: índice de liquidez; índice de endividamento e índices

de rentabilidade.

De acordo com Neto (2020, p. 1) o índice de liquidez “mede a capacidade de a empresa

saldar seus compromissos no curto prazo”. O autor ressalta ainda que, os índices de liquidez de

subdividem em: “a) Índice de Liquidez Imediata – representa o quanto a empresa dispõe

imediatamente para saldar suas dívidas de curto prazo, compara somente as

disponibilidades com o total do passivo circulante; b) Índice de Liquidez Seca – avalia

a real situação de liquidez da empresa, compara o ativo circulante com o passivo

circulante, no entanto subtrai o Estoque; c) Índice de liquidez Corrente – avalia o

quantitativo de recursos que a empresa dispõe prontamente para ser convertido em

dinheiro no curto prazo, levando em conta as dívidas de curto prazo.”

Percebe-se que existem diferentes formas de calcular o índice de liquidez, no entanto,

todas elas se referem a possibilidade de a organização cumprir os seus deveres num período de

curto prazo. De acordo com Cavalcante (2017, p. 27) os cálculos para obter os resultados de

cada um dos tipos de índice de liquidez se realizam através das seguintes formas:

Liquidez Corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante;

Liquidez Seca = Ativo Circulante/Estoques Passivo Circulante;

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo/Passivo Circulante +

Exigível a Longo Prazo.

Nota-se que assim é necessário conhecer as fórmulas e realizar os cálculos devidamente

para obter os resultados de cada um dos tipos de índice de liquidez que uma organização possui.

Para Marion (2006, p. 83) os índices de liquidez “são utilizados para avaliar a

capacidade de pagamento da empresa”, da mesma forma, Padoveze e Benedito (2004, p. 131)

dizem que “a ideia central de criar indicadores de liquidez está na necessidade de avaliar a

capacidade de pagamento da empresa.” Dessa forma, percebe-se a importância do índice de

liquidez no sentido de medir a confiabilidade transmitida através das informações aos usuários.

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Cavalcante (2017, p. 27) complementa dizendo que o índice de liquidez é “utilizado

para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre

se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos”.

Em relação a capacidade de pagamento, este pode ser calculado a curto, médio e longo

prazo. Quanto maior for índice, melhor para a empresa, pois confirmará a sua capacidade de

honrar seus compromissos. Já o índice de endividamento mede “o nível de endividamento da

empresa [...] informa se a empresa utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos

proprietários”. (CAVALCANTE, 2017, p. 27)

A situação em que a organização se encontra através do índice de endividamento é o

que indica dos recursos de terceiros que está utilizando na tentativa de gerar lucros.

Assim como os demais índices, o índice de endividamento também se subdivide, sendo:

endividamento total e garantia de capital de terceiros. De acordo com Cavalcante (2017, p. 28)

os cálculos utilizados para cada um são:

Endividamento Total = Passivo Exigível/Ativo total;

Garantia de Terceiros = Patrimônio Líquido/Passivo Exigível.

Existe grande preocupação com o grau de endividamento e com a capacidade de

pagamento da empresa, pois, quanto mais endividada ela estiver maior será a possibilidade de

que não consiga satisfazer as obrigações com terceiros.

O índice de rentabilidade mede “o lucro e o retorno da empresa em relação a diversos

itens do Balanço e da Demonstração de resultado de exercício”. (NETO, 2020, p. 1)

O índice de rentabilidade representa a relação entre os rendimentos e o capital investido

na organização, podendo ser avaliada em relação a vendas, ativos, patrimônio líquido e valor

da ação.

Os índices de rentabilidade identificam a remuneração do capital empregado na

entidade. Matarazzo (2003, p. 175) afirma que os índices “mostram qual a rentabilidade dos

capitais investidos”.

Observa-se que, os índices de rentabilidade indicam a margem de lucro que uma

organização possui, destacando o retorno do capital investido. Os índices se subdividem em: a) Giro do ativo: mede a eficiência com o qual a empresa usa seus Ativos para gerar

vendas; b) Margem Líquida: indica a margem de lucro da empresa frente a sua receita

líquida; c) Índice de Rentabilidade do Ativo: trata-se de um indicador que demonstra

quanto à empresa foi rentável em relação ao total de seus recursos, confrontando o

Lucro Líquido com o Ativo total; d) Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido:

permite que seja mensurado quanto retornou no período determinado, o valor que os

sócios mantiveram investido na empresa. (NETO,2020, p. 1)

Nota-se que, o índice de rentabilidade mostra os lucros, ou seja, os dados positivos que

se referem as finanças da organização em determinado período de todas as formas, ou seja, a

rentabilidade obtida de diferentes fontes e formas.

Cavalcante (2017, p. 28/29) destaca a subdivisão do índice de rentabilidade, sendo:

margem líquida sobre as vendas; rentabilidade sobre o capital próprio e rentabilidade sobre o

ativo total. Dessa forma, os cálculos de cada um se realizam a partir das seguintes fórmulas:

Margem Líquida = Lucro Líquido x 100/Receita Operacional Líquida;

Rentabilidade sobre o Capital Próprio = Lucro Líquido x 100/Patrimônio Líquido;

Rentabilidade sobre o Ativo Total = Lucro Líquido x 100/Ativo Total.

Através da utilização dos indicadores a organização pode compreender melhor o fluxo

os recursos utilizados, apontando as origens, identificando os desafios a serem superados e

contribuindo na tomada de decisão dos gestores.

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4. IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA

AS ORGANIZAÇÕES

A Análise das Demonstrações Contábeis é muito importante para as empresas, pois a

partir da análise e avaliação dos indicadores utilizados para a análise, a empresa poderá

averiguar a sua situação financeira, buscando melhorias para sanar os desafios existentes,

contribuindo assim para a sua permanência no mercado competitivo atual.

Oliveira, Silva e Zuccari (2010, p. 11) referem que: A análise das demonstrações contábeis tem por objetivo observar e confrontar os

elementos patrimoniais e os resultados das operações, visando ao conhecimento

minucioso de sua composição qualitativa e de sua expressão quantitativa, de modo a

revelar os fatores antecedentes e determinantes da situação atual, e, também, a servir

de ponto de partida para delinear o comportamento futuro da empresa.

A partir dessa citação pode-se constatar a importância que a análise de demonstração

contábil tem para as organizações, pois a partir da mesma é possível identificar com detalhes a

situação financeira da organização, identificando os pontos fortes em destaque e os aspectos

que precisam ser revistos para melhorar a lucratividade da mesma.

Conforme Iudícibus (2008) destaca em seus estudos: a necessidade da análise das

demonstrações contábeis é bem antiga, provavelmente desde os primórdios da contabilidade já

existia uma preocupação em anotar as suas variações, sejam de ordem quantitativa quanto

qualitativa.

O autor ressalta a importância de se analisar balanços com mais ênfase, pois o balanço

patrimonial de uma organização é avaliado tanto pelos bancos que fornecem empréstimos

quanto pelos investidores, os quais avaliam os resultados financeiros das organizações, antes

de investirem nas mesmas.

Azevedo et al. (2013) evidencia que a análise dos demonstrativos contábeis nos leva ao

conhecimento detalhado da saúde econômica, patrimonial e financeira da empresa, tornando

possível a comparação com outras organizações do mesmo ramo, sendo de grande importância

para o fomento da tomada de decisão gerencial e tem importância crucial para credores e

investidores.

Observa-se que, a partir da análise dos demonstrativos contábeis, uma organização pode

comparar os seus dados com outras organizações, destacando-se assim no mercado competitivo

vivenciado na atualidade.

Marion (2006) ressalta afirmando que a análise das demonstrações elaboradas pela

contabilidade das empresas, considerando a própria evolução histórica, envolvida na elaboração

dos demonstrativos em questão, sempre foram e continuam sendo o eixo fundamental das

análises financeiras, de modo que se possa apurar com detalhes aspectos de eficiência

administrativa e de preocupação com os concorrentes.

Fica assim evidenciado novamente a importância dessa análise, pois a partir dos dados

obtidos pela análise de demonstração contábil, a organização transforma os dados em

informações pertinentes para a tomada de decisão e planejamento de suas ações.

Para Silva (2008), a análise financeira, consiste num exame detalhado dos dados

financeiros que a empresa apresenta, como também das condições exógenas e endógenas que

afetam a empresa. As exógenas são os fatores de ordem política e econômica, a concorrência,

entre outros. Podem-se citar como endógenas, a estrutura organizacional, a capacidade da

gerência e o nível tecnológico da organização.

Contata-se que, essa análise é essencial para manter a organização das finanças e

orientar os sócios na tomada de decisões. Além disso, apenas por meio delas é que um

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empreendimento comprova a sua saúde financeira, sua liquidez e sua capacidade em cumprir

com seus compromissos.

Para Tófoli (2012), a análise de balanços é realizada com os dados do balanço

patrimonial juntamente com a demonstração de resultados do exercício, sendo que através dos

resultados gerados, é possível conhecer a empresa de forma mais detalhada.

Ao serem analisadas, as demonstrações passam de simples dados e se transformam em

informações, sendo assim muito importante porque alguns aspectos podem não se mostrar

claros inicialmente, precisando de um processo de análise mais aprofundado para esclarecer os

pontos ainda não esclarecidos.

Franco (1992, p. 93) afirma que, análise de balanço, é uma forma de analisar de forma

detalhada o patrimônio de determinada empresa e suas variações. O próprio autor confirma que

“analisar uma demonstração é decompô-la nas partes que a formam para melhor interpretação

de seus componentes”.

Evidencia-se novamente a grande importância e relevância que a análise das

demonstrações contábeis tem para as organizações, sendo um elemento que, além de cumprir

com a legislação, também auxilia para a permanência da organização do mercado competitivo

e instável.

“A interpretação dos elementos obtidos nas análises, a partir das Demonstrações

Contábeis, faz com os valores ali contidos deixem de ser apenas um conjunto de dados e passem

a ter valor como informação”. (OLIVEIRA; SILVA; ZUCCARI, 2010, p. 11)

Constata-se que, muitas são as contribuições da análise de demonstração contábil para

o sucesso e permanência de uma empresa no mercado, pois através dessa análise, os dados se

transformam em informações que auxiliarão os gestores a tomarem as melhores decisões para

alcançar os objetivos e metas de sua organização.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização do trabalho foi possível compreender a importância que a análise das

demonstrações contábeis tem para as organizações, pois permitem a análise dos dados

financeiros da organização e assim identificando como que se encontra a saúde financeira da

mesma.

A partir do problema levantado que visava compreender quais são as principais

contribuições que a análise das demonstrações contábeis tem para evidenciar a situação

econômica e financeira das organizações, foi possível evidenciar que, a Análise das

Demonstrações Financeiras, juntamente com os indicadores contábeis são utilizadas para

fornecer aos gestores da organização e ao público externo dados necessários para um exame da

saúde financeira da organização. Ela é o reflexo da gestão de recursos internos da empresa.

Os objetivos propostos para a realização do estudo foram alcançados, pois foi possível

identificar a estrutura composta pela Análise das Demonstrações Contábeis, conhecendo os

principais indicadores utilizados para a realização da análise das demonstrações, assim como

também compreendendo a importância que a mesma tem para a organização.

Constata-se que, a análise das demonstrações contábeis é algo presente na legislação do

país, sendo assim uma obrigação que todas as organizações possuem, mas além disso, essa

análise contribui de forma significativa para o sucesso da organização, pois permite que a

mesma identifique o que precisa ser melhorado para assim planejar as próximas ações e tomar

decisões coerentes com o alcance de seus objetivos e metas.

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A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS GERENCIAIS PARA A GESTÃO DAS

EMPRESAS

Wesley Tiago de Araujo1

Prof. Ayron Vinícius Pinheiro de Assunção2

E-mail: [email protected]

Prof.ª Eduardo Henrique Zanão²

E-mail: [email protected]

Prof. Ryan Caldas Quevedo²

E-mail: [email protected]

Resumo

O presente trabalho visa compreender a importância das ferramentas gerenciais para a gestão

das empresas, sendo relevante, pois contribuiu para o conhecimento e compreensão da

utilização de diferentes ferramentas utilizadas no processo de gestão empresarial, ferramentas

essas utilizadas para aprimorar os resultados, processos, sistemas e projetos, melhorando a

qualidade dos serviços e produtos ofertados, obtendo controle de todo processo gerencial. A

partir de pesquisas de cunho bibliográfico, sendo realizada uma revisão de literatura foi possível

constatar que, a contabilidade é uma atividade necessária e presente em qualquer tipo de

negócio, seja ele com ou sem fins lucrativos. Com a evolução da sociedade, surgiu à

necessidade de um maior e melhor controle patrimonial, nesse momento a contabilidade tornou-

se uma peça de fundamental importância, visto que para manter um controle preciso dos bens,

direitos e obrigações, são necessários relatórios contábeis. Dessa forma surge a Contabilidade

Gerencial, o ramo da contabilidade que visa atender seus usuários com instrumentos capazes

de auxiliá-los nas funções gerenciais, sendo muito importante para o planejamento das ações e

para a tomada de decisão dos gestores que lideram uma empresa. A Contabilidade Gerencial

conta com diferentes tipos de ferramentas utilizadas para o gerenciamento financeiro das

empresas, cabendo a cada gestor analisar e avaliar quais ferramentas escolher, visando o alcance

dos objetivos e metas da empresa.

Palavras-chave: Contabilidade. Ferramentas. Gerenciamento. Inovação. Decisão.

1. INTRODUÇÃO

A presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como temática a importância das

ferramentas gerenciais para a gestão das empresas, trazendo a compreensão sobre a utilização

de diferentes ferramentas utilizadas no processo de gestão empresarial, ferramentas essas

utilizadas para aprimorar os resultados, processos, sistemas e projetos, melhorando a qualidade

dos serviços e produtos ofertados, obtendo controle de todo processo gerencial. Vale ressaltar

que, algumas ferramentas gerenciais são tradicionais e antigas, mas que até hoje são utilizadas

visando aprimorar os resultados.

A importância desta pesquisa consiste em identificar as principais ferramentas

gerenciais e sua importância para a gestão de uma empresa, pois são essas ferramentas as

responsáveis pelo gerenciamento dos projetos que uma empresa executa, identificando os

1 Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES. 2 Docente do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – UNAES.

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desafios e potencialidades de sua atuação, contribuindo para o desenvolvimento e,

consequentemente, para o sucesso da empresa. O estudo é norteado a partir do problema de

pesquisa: quais são as principais contribuições que as ferramentas gerenciais têm para a

gestão das empresas?

O principal objetivo da pesquisa consta em demonstrar a importância das ferramentas

gerenciais para o processo de gerenciamento das empresas, descrevendo os conceitos sobre

contabilidade gerencial; identificando as principais ferramentas gerenciais que são utilizadas

pelas empresas e evidenciando as contribuições que podem ser geradas para a gestão das

organizações por meio da contabilidade gerencial.

A pesquisa teve como base uma Revisão Bibliográfica, com uma abordagem qualitativa, que

visa investigar e compreender os fenômenos voltados para a compreensão da importância das

ferramentas gerenciais para a gestão das empresas, sendo desta forma realizada pesquisas

teóricas em diversas fontes bibliográficas para ampliar o conhecimento sobre o assunto

discutido. Os instrumentos utilizados para a realização da pesquisa foram livros, artigos

acadêmicos e pesquisas na internet.

O trabalho encontra-se dividido em três capítulos, primeiramente é apresentada uma reflexão

sobre a Contabilidade Gerencial, compreendendo sua conceituação e aplicabilidade. Num

segundo momento são apresentadas as principais ferramentas gerenciais utilizadas pelas

empresas, destacando suas funções. Por fim, o último capítulo aborda a importância que a

contabilidade gerencial tem para a gestão das organizações.

2. CONTABILIDADE GERENCIAL

Contabilidade, segundo o dicionário online é: “área científica que, teórica ou prática,

estuda os métodos e técnicas usados para calcular e registrar a movimentação financeira de uma

firma, companhia, empresa”. (DICIO, 2020, s/p)

A partir da definição de contabilidade é possível constatar que, a Contabilidade

Gerencial se refere aos registros e controles financeiros das empresas. A gestão é algo essencial

para o sucesso de uma organização, pois através da gestão é possível identificar as

potencialidades da organização e os desafios que precisam ser superados.

De acordo com Atkinson et al (2000 p. 36): “contabilidade gerencial é o processo de

identificar, mensurar, reportar e analisar informações sobre os eventos econômicos das

empresas”.

Observa-se que, de acordo com os autores, a contabilidade gerencial tem uma relação

direta com o tratamento dos dados e das informações sobre a saúde financeira de uma empresa

e/ou organização, pois trata diretamente dos dados referentes a ordem financeira – tudo o que

entra e tudo o que sai da empresa.

A Contabilidade Gerencial “produz informação útil para a administração, a qual exige

informações para vários propósitos tais como: auxílio no planejamento; na medição e avaliação

de performance; na fixação de preços de venda e na análise de ações alternativas.”

(PIZZOLATO, 2000, p. 195)

Já Pizzolato vai além, referindo que, a contabilidade gerencial além de fornecer dados

sobre a situação financeira da empresa, auxilia no planejamento e na tomada de decisão,

podendo os gestores fazer uma avaliação e refletir sobre o que precisa ser modificado na área

financeira da empresa em que atua.

Iudícibus (2009, p. 21) por sua vez, define que: “A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um

enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos

e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira

e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais

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analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a

auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.”

Nota-se que, além dos conceitos trazidos por Aktinson e Pizollato, Iudícibus ressalta

ainda a questão do uso da Contabilidade Gerencial a partir do uso de diferente técnicas e

procedimentos, assim como o uso das ferramentas gerenciais que serão abordadas no tópico

seguinte.

A contabilidade gerencial vem se tornando uma área cada vez mais decisiva na gestão

empresarial. E seus profissionais fazem muito mais do que fornece informações; muitas vezes,

assumem um papel ativo nas decisões cotidianas e estratégicas que uma organização enfrenta.

De acordo com Amorim (2019, p. 4): “A contabilidade gerencial é uma ferramenta de gestão vital para a tomada de decisão

organizacional, pois através dela pode ser possível obter informações úteis sobre o

ambiente organizacional, interno e externo, que auxiliam o gestor a obter análises

mais detalhadas sobre determinadas questões internas, o que não seria possível

identificar, apenas, usando a contabilidade tradicional.”

A contabilidade é uma ferramenta que está presente no mundo dos negócios, visando a

gestão da organização. A contabilidade é o registro de toda a parte administrativa de uma

empresa e/ou organização, indo além do cálculo de impostos e atendimento de legislação

comercial, previdenciária e legal.

Amorim (2019, p. 2) ressalta que: “as atividades econômicas, cada vez mais

globalizadas, evoluem em termos de velocidade e de complexidade. O volume de informações

produzidas pelos ambientes competitivos cresce exponencialmente”.

A partir desse cenário de mudanças e inovações, o setor empresarial tornou-se ainda

mais competitivo, neste sentido, as empresas e organizações começaram a investir no serviço

contábil, pois é um setor que contribui de forma significativa para a tomada de decisão dos

gestores empresariais.

Jones e George (2008) destacam que os gestores não podem planejar e executar ações

se não tiverem acesso à informação. Da mesma forma que, o excesso de informação também é

prejudicial se não souber separar o que é útil e não.

Neste sentido percebe-se a importância que a Contabilidade Gerencial tem para as

empresas, pois permite que os gestores conheçam melhor o mercado em que a empresa está

inserida, se adequando as novas tecnologias e inovações pelas quais a sociedade passa.

De acordo com isso, Padoveze (2010, p. 40) ressalta que: “Se temos a contabilidade, se temos

a informação contábil, mas não a usamos no processo administrativo, no processo gerencial,

então não existe gerenciamento contábil, não existe Contabilidade Gerencial”.

A contabilidade gerencial está diretamente ligada ao planejamento e controle das empresas,

sejam elas de pequeno, médio ou grande porte, pois ambos são instrumentos de administração

para os gestores.

Para Atkinson et al (2000 p. 567), “o planejamento estratégico, ou de longo prazo, consiste em

desenvolver uma conexão de contratos inter-relacionados, explicita ou implicitamente, entre a

empresa e seus grupos de stakeholders principais”.

Outra contribuição significativa da Contabilidade e Gestão é a tomada de decisão, pois

essa acontece com base em fatos comprovados através das informações obtidas pela

contabilidade. A contabilidade gerencial não inventa os fatos, mas se baseia na escrituração dos

documentos.

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Tabela 1. Funções da Informação Gerencial Contábil Funções da informação gerencial contábil

Controle

Operacional

Fornece informações (feedback) sobre a eficiência e a qualidade das tarefas

executadas.

Custeio do produto

e do cliente

Mensura os custos dos recursos para se produzir, vender e entregar um produto ou

serviço aos clientes.

Controle

Administrativo

Fornece informação sobre o desempenho financeiro e competitivo de longo prazo,

condições de mercado, preferência dos clientes e inovações tecnológicas.

Controle

Estratégico

Fornece informações sobre o desempenho financeiro e competitivo de longo prazo,

condições de mercado, preferencias dos clientes e inovações tecnológicas.

Fonte: Atkinson et al. (2000, p.45)

Nota-se a amplitude e complexidade da contabilidade gerencial, assim como também a

sua importância para a gestão de uma organização, contribuindo para a sua permanência no

mercado competitivo e para o alcance de seus objetivos.

A gestão empresarial é um ramo que vem sendo muito discutido na atualidade, pois

diante de um cenário tão competitivo no mundo capitalista, as empresas e organizações, sejam

elas com fins lucrativos ou não, necessitam de uma boa organização e gerenciamento de suas

ações para se manter no mercado.

De acordo com Vaz (2013, p. 13): “Influências internas e externas são latentes no processo de gestão de uma entidade

empresarial, seja ela com ou sem fins lucrativos; Indústria, Comércio ou Serviço;

Entidade Privada ou Pública. Tais processos de gestão estão relacionados a diversos

aspectos empresariais, seja por exigências de regulamentação, adoção de boas práticas

de governança, transparências nas decisões, etc. Nas Ciências Sociais aplicadas, linha

de conhecimento da Administração de Empresas, existem inúmeras ferramentas e

abordagens de gestão que são utilizadas pelos seus gestores no processo de

administração das entidades empresariais.”

Neste sentido percebe-se a importância que a Contabilidade Gerencial tem para as

empresas, pois através das práticas gerenciais as organizações identificam os desafios a serem

superados, estabelecem metas, criam estratégias que irão contribuir para a tomada de decisão

e, consequentemente para o alcance dos objetivos.

O tópico a seguir traz uma reflexão sobre as principais ferramentas utilizadas no processo de

contabilidade gerencial.

3. FERRAMENTAS GERENCIAIS

Freitas (2017) cita dez ferramentas de gestão que são essenciais para o gerenciamento

de uma organização, sendo elas: ciclo PDCA; Canvas; Plano de Negócios; Mapas Mentais

Gerenciais; Análise SWOT; KPIs; 5W2H; OBZ; 4Ps da Inovação e CRM.

As ferramentas gerenciais são importantes, principalmente no que se refere a tomada de

decisões. Muitas são as ferramentas que podem ser utilizadas para o gerenciamento de uma

organização, desta forma, cada empresa planeja e organiza as suas ações de acordo com as suas

necessidades, escolhendo assim, quais ferramentas utilizar.

Muitas organizações, principalmente as que estão começando no ramo empresarial,

escolhem as ferramentas de forma aleatória, somente para suprir uma necessidade no momento

da escolha. No entanto, é importante que a mesma conhece as diferentes ferramentas e planejem

antecipadamente as suas escolhas.

De acordo com as ferramentas citadas por Freitas, Alves (2015, p. 2) destaca que: “o

ciclo PDCA, é uma ferramenta de gestão que visa melhorar e controlar os processos e produtos

de forma contínua”.

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De acordo com a autora é possível observar que o ciclo PDCA é utilizado durante todo

o processo, através da ação planejada que visa o alcance dos objetivos e metas da empresa que

utiliza essa ferramenta. O ciclo PDCA significa: P (Plan – planejar); D (Do – fazer); C (Check

– checar) e A (Action – agir).

É possível notar que o ciclo PDCA é processo constante, pois passa por etapas que estão

inter-relacionadas entre si: planeja, executa, avalia e age; dessa forma o processo é contínuo,

pois estará em constante avaliação e verificação dos resultados, identificando as possibilidades

e os desafios que ainda precisam ser superados.

O modelo de Canvas tem como objetivo permitir uma visão global do negócio,

ampliando assim o seu potencial, através do planejamento das ações que visam atingir um

público em específico. De acordo com Freitas (2017, p. 1) funciona a partir de quatro pilares: “Infraestrutura (recurso para chegar ao valor do produto para o cliente), oferta

(produto e quanto custa), cliente (público específico, canais de contato com o

consumidor e relacionamento pós-venda) e finanças (custos gerais e fontes de receitas

da empresa).”

Percebe-se que é uma estratégia voltada para um público em específico, sendo assim é

necessário observar e planejar as ações de acordo com as especificidades de cada público que

se pretende atingir, sendo utilizado principalmente na tomada de decisão em relação ao custo

do produto.

Segundo Freitas (2019, p. 1) o principal objetivo do plano de negócios é descrever

“quais os objetivos que se quer para o negócio e os passos a serem dados a fim de atingi-los.

Tem como meta diminuir os riscos e as incertezas para iniciar o projeto tendo um plano bem

elaborado e com etapas”.

Constata-se assim que, o plano de negócios consiste no planejamento – passo a passo

das ações a serem realizadas ao montar um negócio, nele deve constar todas as ações, de uma

maneira organizada, estruturada e sequencial, buscando assim identificar os desafios a serem

superados e as melhor estratégia a ser adotada em cada situação.

Os Mapas Mentais Gerenciais, segundo Freitas (2019, p. 1) tem por objetivo

“potencializar a mente para concretizar ideias a partir de um ponto central (ideia-chave)” e a

partir desse ponto alinhar as demais ideias e organizar o pensamento.

Conforme o próprio nome sugere, os Mapas Mentais são organizados através de

diagramas, gráficos, mapas, entre outros. Possui uma função de hierarquia, podendo assim

administrar melhor os objetivos, pois possui uma orientação visual bem-organizada.

A Análise SWOT (Strengths - forças, Weaknesses - fraquezas, Opportunities -

oportunidades, Threats - ameaças) é uma ferramenta muito útil na organização do planejamento

estratégico. Através dela é possível relacionar graficamente quais são as forças, as fraquezas,

as oportunidades e as ameaças. (FREITAS, 2019)

Percebe-se que a partir da análise SWOT é possível identificar as forças e fraquezas, ou

seja, os pontos positivos e negativos, assim como também as oportunidades e possíveis ameaças

que a empresa poderá enfrentar, auxiliando assim no planejamento das ações e na tomada de

decisão.

Segundo Chiavenato (2007), a matriz SWOT concebe a ideia de união entre a análise

ambiental e a análise organizacional para aclarar a situação da empresa em um dado momento.

Neste sentido, essa matriz compatibiliza, da melhor maneira possível, aspectos internos

(endógenos) com aspectos externos (exógenos), caracterizando-se como uma adequação

estratégica das organizações face a seu ambiente, uma vez que o confronto dos fatores

ambientais também permite evidenciar onde a empresa pode desenvolver melhor suas

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vantagens competitivas ou minimizar o efeito de suas de eficiências internas e influências

externas.

Ou seja, a correlação evidenciada na matriz de análise SWOT pode orientar os gestores

para a tomada de decisões que levem à composição de boas estratégias.

De acordo com Freitas (2019, p. 1) o objetivo é “ajudar a identificar e qualificar

objetivos estratégicos, fazendo chamadas de julgamento sobre onde a empresa está atualmente

internamente”, tendo como função “descobrir as forças e fraquezas na empresa para enfrentar

as ameaças e potencializar oportunidades”, aumentando assim os lucros.

Conforme o significado de cada palavra, a análise SWOT traz na forma de uma tabela

as forças que a empresa tem, ou seja, os pontos fortes, ao lado vem as fraquezas, identificando

os pontos fracos, em seguida as oportunidades, ou seja, o que a empresa pode utilizar para

superar os desafios e, por fim as possíveis ameaças que poderão atrapalhar o negócio.

O KPI (Key Performance Indicator – Indicador Chave de Desempenho) é um

instrumento utilizado para avaliar se a empresa está alcançando os seus principais objetivos de

negócios.

Segundo Freitas (2019, p. 1) tem como objetivo “saber se a empresa atingiu os objetivos

propostos por meio de um indicador e, com isso, aperfeiçoá-lo continuamente”. É utilizado para

medir o desempenho de um projeto, tendo como propósito verificar se as metas estão sendo

cumpridas.

O 5W2H também é um termo americano, que tem como base o uso dos pronomes

interrogativos: What (que/qual); Why (por quê); Where (onde); When (quando); Who (quem);

How (como) e How much (quanto). Conforme explica Freitas (2019, p. 1), a sigla 5W2H

significa: “What? – qual o objetivo do projeto; Why? – Justifica os motivos para realizar;

Where? – determina o local de aplicação; When? – estipula o tempo que foi gasto para

a finalização da tarefa; Who? – Quem são os envolvidos da equipe; How – métodos

da execução; How much – custo total bem definido.”

É possível observar que essa organização permite a criação de planos através do controle

das ações a serem cumpridas, através de perguntas que permitem a resposta simples, evitando

a falha na comunicação e propondo um trabalho em equipe, no qual todos saibam de suas

funções.

O OBZ – Orçamento Base Zero, como o próprio nome sugere, visa diminuir as despesas

e aumentar os lucros, sendo assim, tem como objetivo “estabelecer recursos financeiros para

atingir metas na empresa com o valor mínimo possível”, evitando desperdícios e economizando

o máximo que puder. (FREITAS, 2019, p. 1)

Para organizar um OBZ é necessário verificar onde estão concentrados os principais

gastos que a empresa tem, a partir daí fazer uma análise do que é essencial ou não, priorizando

assim os gastos essenciais e cortando os gastos supérfluos.

Os 4Ps da Inovação se referem: Propósito; Processos; Pessoas e Políticas. Tem como

objetivo “oferecer uma visão abrangente sobre como gerir uma empresa de menor porte”,

podendo também ser utilizada numa empresa de grande porte. (FREITAS, 2019, p. 1)

Por fim o CRM (Customer Relationship Management – Gestão de Relacionamento com

o Cliente), é um sistema que ajuda as empresas a administrar suas relações com os clientes. Ele

fornece informações para coordenar todos os processos de negócio que lidam com o cliente, em

termos de vendas, marketing e serviços. Seu objetivo é otimizar a receita, a satisfação e a

retenção de clientes. Essas informações ajudam as empresas a identificar, atrair e reter os

clientes mais lucrativos. (LAUDON; LAUDON, 2007)

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O CRM surge no universo empresarial como um conjunto de ferramentas com o objetivo

de estreitar o relacionamento com os clientes, sendo muito mais do que um simples software,

mas a base para a sustentação de estratégias de marketing de relacionamento desenvolvidas

pelas empresas.

Segundo Bretzke (2000) tem como objetivo prover as organizações de meios mais

integrados e eficazes para entender e atender os clientes, como todo o cuidado necessário, em

tempo real, e transformar os dados sobre eles em informações que, disseminadas pela

organização, permitam que a empresa tenha um maior conhecimento de suas características e

dos seus hábitos de compra e/ou de consumo, surge a possibilidade de implantação do CRM,

que é a um recurso tecnológico voltado à integração do marketing.

Laudon e Laudon (2007) destacam que o CRM é uma tecnologia que permite capturar

os dados do cliente e de todos os seus contatos e transações, por meio da informatização

integrada nos diversos pontos de contato com os clientes, consolidá-los em um banco de dados

central, analisar e promover o uso inteligente da informação a cada contato.

Percebe-se assim que, a principal função do CRM é o da fidelização de seus clientes,

através do armazenamento de dados e informações que mantem um relacionamento a longo

prazo com o cliente, dando suporte aos mesmos e melhorando a oferta dos serviços de modo a

satisfazê-los. Cada uma das ferramentas possui um objetivo específico e funcionalidades

diferenciadas, sendo assim é necessário que a organização avalie cada um, suas

funções, para que assim seja feita a melhor escolha de acordo com as necessidades da

organização.

4. IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA A GESTÃO DAS

ORGANIZAÇÕES

Broens (2019) destaca que, de acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, 60% das empresas fecham antes dos cinco anos de atividade, muitas

das vezes isso acontece por falta de planejamento ou por ineficácia da gestão financeira.

Nota-se assim a importância de um bom gerenciamento, em especial ao que diz respeito

a contabilidade gerencial, pois a falência vem por fatores financeiros. Atualmente as empresas

enfrentam um grande desafio para se manterem no mercado, isso se deve a grande

competitividade, especialmente por causa das inovações tecnológicas, sendo assim, as empresas

devem buscar ações que visem o bom gerenciamento de suas ações, para que assim alcancem

seus objetivos e metas.

Souza (2009) destaca que todas as empresas têm problemas, mas as formas de resolvê-

los e/ou minimizá-los é que vão fazer a diferença. Neste sentido, ao passar dos anos foram

descobertas novas tentativas de sustentação no mercado, entre elas se destacam as ferramentas

de gestão.

A contabilidade é essencial para a manutenção de uma organização no mercado, pois

auxilia na tomada de decisão e na estabilidade financeira. A contabilidade tem por objetivo

mostrar aos gestores de uma organização todos os valores presentes: custos, despesas, receitas,

lucros, enfim, engloba tudo o que está relacionado ao financeiro.

Mais adiante em seu estudo, Souza (2009, p. 11) ressalta que: “O essencial para a sobrevivência das organizações em todos os aspectos, é não agir

sozinha como um elemento presente somente em um departamento, deve-se cultivar

e almejar os resultados em todos os setores, dessa maneira alcançaremos as metas

pretendidas. Não adianta apenas executarmo-las, precisamos sempre saber o que

estamos utilizando, ou seja, precisamos de análises.”

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Percebe-se a importância do trabalho em equipe e do bom planejamento para a

sustentação de uma empresa no mercado, assim como também da escolha correta das

ferramentas de gestão que irão melhor atentar as necessidades da organização.

As organizações buscam fortalecimento financeiro através de seus resultados agregados,

no sentido de gerir o capital com responsabilidade para que haja resultados positivos nos

negócios, ou seja, o valor dos investimentos supere os custos.

É identificado que a contabilidade gerencial é uma das ferramentas que possibilita aos

empreendedores administrar melhor os seus negócios e independentemente do tamanho da

empresa é necessário estabelecer metas, parâmetros e estratégias.

Broens (2019, p. 1) destaca ainda que: “A contabilidade para empresas é responsável por mostrar aos gestores todos os

valores de seus custos, despesas, receitas, lucratividades, ativos e passivos. Por

abranger tantos números importantes para o funcionamento de uma organização, ela

é essencial para auxiliar nas decisões, no planejamento da empresa e nos

investimentos possíveis com mão de obra e outras iniciativas que contribuem para sua

ascensão.”

Apesar de compreender a importância que a contabilidade gerencial tem para a gestão

das empresas, muitos desconhecem as suas principais funções. Broens (2019) destaca em seus

estudos que são: registrar; organizar; demonstrar; analisar e acompanhar.

O registro se refere a anotação e documentação de todas as transações financeiras que

empresa efetua, tudo o que estiver relacionado a números deve estar registrado, seja os gastos

ou os lucros, assim como também deve estar explicitado a origem de cada um dos valores.

A partir do registro “é possível verificar a saúde financeira de um negócio, observando

o total de bens acumulados, o patrimônio líquido, o alcance de metas de aumento de lucro e

quais os dividendos disponíveis para retirada”. (BROENS, 2019, p. 1)

A partir dessa análise é possível analisar se a empresa está gastando de acordo com o

que pode, planejando assim suas ações, cortando os gastos desnecessários, escolhendo as

melhores ferramentas gerenciais a fim de aumentar o lucro da mesma.

Já a organização se refere ao modo como os dados e informações são organizados, tudo isso de

forma que irá contribuir para a análise desses dados, avaliação e verificação dos gastos e lucros.

A organização é algo muito complexo, cada empresa deve escolher o melhor sistema e a melhor

ferramenta para organizar os seus dados, de acordo com suas particularidades.

Demonstrar, segundo Broens (2019, p. 1), é função da contabilidade gerencial “gerar

demonstrativos de acordo com todos os dados organizados. A prática, portanto, é que apresenta

a situação patrimonial, econômica e financeira da organização”.

A partir dessa demonstração os gestores podem averiguar os possíveis desafios a serem

enfrentados, o que poderá prejudicar a saúde financeira da empresa e assim auxiliar na tomada

de decisão.

A contabilidade gerencial também é responsável por “analisar os demonstrativos e os

relatórios contábeis gerados nas ações anteriores. Com todos os dados, é possível apurar os

resultados que foram obtidos e projetar números possíveis para o futuro”. (BROENS, 2019, p.

1)

Essa é uma das etapas consideradas mais importantes, pois a correta análise dos dados

é que se chega à conclusão se a empresa executou as suas ações de acordo com o planejado e

se assim alcançou os seus objetivos.

Por fim, acompanhar, que segundo Broens (2019, p. 1) “permite que os gestores acompanhem

a execução de todos os planos econômicos, sem deixar de lado as despesas fixas e as receitas

da organização”.

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O acompanhamento permite aos gestores identificar os desafios e possibilidades,

planejando assim de forma antecipada as próximas ações, verificando as áreas que precisam

melhorar e tomando a melhor decisão.

Padoveze (2010) ressalta em seus estudos que o objetivo da Contabilidade Gerencial é

atender a todos os aspectos da gestão das empresas onde se torna necessária a informação

contábil.

Sendo assim, constata-se que, a Contabilidade Gerencial abrange a empresa como um

todo, pois não somente fornece informações e dados financeiros, mas também auxilia de forma

significativa no planejamento e na tomada de decisão dos gestores.

Para Stair e Reynolds (2011), a contabilidade de gerenciamento envolve usar dados tanto

históricos quanto estimados para fornecer informações que a gerência usa para conduzir as

operações diárias, no planejamento de futuras operações e no desenvolvimento de estratégias

gerais do negócio.

A contabilidade gerencial atua como uma ferramenta que tem como principal função

facilitar o trabalho dos tomadores de decisões ao permitir que eles tenham acesso a tais

informações, interpretando-as de formas flexíveis ao utilizar apenas as informações contábeis

relevantes de forma seletiva e identificando aquilo que realmente pode fazer a diferença na

tomada de decisão.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização do trabalho foi possível compreender a importância que a

Contabilidade Gerencial tem para o sucesso das empresas no mercado competitivo e capitalista

que a sociedade se encontra atualmente.

A partir do problema levantado sobre quais são as principais contribuições que as

ferramentas gerenciais têm para a gestão de uma empresa, foi possível constatar que, a

Contabilidade Gerencial é responsável pelo diagnóstico da situação da empresa, fornecendo

não somente dados numéricos da saúde da empresa, mas também fornecendo informações que

são relevantes para o planejamento das ações e para a tomada de decisões pelos gestores.

Os objetivos propostos foram alcançados, pois foi possível identificar que existem

diferentes tipos de ferramentas que auxiliam no trabalho de Gerenciamento Empresarial no que

diz respeito a área da Contabilidade, cada uma das ferramentas possui um objetivo e um alcance

em específico, cabe assim ao gestor e sua equipe avaliar qual ou quais ferramentas serão as

melhores para o alcance das metas o dos objetivos os quais a empresa pretende chegar.

Além disso, foi possível constatar que a Contabilidade Gerencial é essencial para a

gestão das empresas, pois permite a avaliação da saúde financeira das mesmas e assim o

planejamento e organização das ações, buscando sanar os desafios encontrados.

6. REFERÊNCIAS

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empresas/#:~:text=A%20contabilidade%20%C3%A9%20essencial%20para,para%20uma%2

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