Coaching de sustentabilidade
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Nome: Isaura Morél Grupo de Estudos em Coaching - ABRH-RS – 1º semestre 2011
LIDERANÇA COACH PARA A SUSTENTABILIDADE
Atualmente o coaching vem conquistando espaço no mercado como
ferramenta de desenvolvimento de pessoas. O sucesso vem acompanhado da
disseminação de um crescente número de nomenclaturas e aplicações, sendo
que algumas delas respondem mais a apelos de marketing do que
propriamente correspondência em eficácia em determinado segmento.
Apesar de existirem várias linhas de trabalho no coaching, é um
consenso que este é um processo que tem como objetivo o desenvolvimento
dos indivíduos, a partir de uma transformação pessoal. Este artigo pretende
abrir uma discussão sobre o papel da liderança coach no desenvolvimento de
um comportamento voltado para a sustentabilidade (aqui entendida a partir do
tripé: econômico, social e ambiental). Entre as várias faces do assunto, duas
são essenciais para se discutir o espaço do coaching no desenvolvimento
sustentável de uma empresa: o papel da liderança e o papel da cultura
organizacional.
O líder coach pode ser entendido como aquele gestor que privilegia as
pessoas antes de cobrar por resultados, ou seja, trabalha para o
desenvolvimento de pessoas, conforme suas necessidades de crescimento
pessoal e profissional. Este líder busca desenvolver o potencial dos indivíduos,
analisando seus pontos fortes e fracos e auxiliando-os a buscar seu auto-
desenvolvimento.
Assim como as ferramentas do coaching podem auxiliar os líderes a
tornarem-se melhores gestores, também podem auxiliar no desenvolvimento da
noção de responsabilidade social e sustentabilidade dentro dos negócios. O
líder gestor tem um importante papel de disseminar e desenvolver esses
conceitos, que na maioria das vezes ainda não estão incorporados na cultura
da organização. Se as lideranças utilizarem como estratégia de gestão da sua
equipe o perfil de Líder Coach, é provável que haja terreno fértil para o
desenvolvimento de atitudes e geração de idéias sustentáveis nas equipes.
Alguns aspectos podem ser trabalhados e incentivados, tais como: a
responsabilidade social corporativa interna, a manutenção de valores éticos e
morais, o voluntariado corporativo, a integração, as práticas eco-eficientes e a
transparência. A união de importantes ferramentas do coaching, como a escuta
ativa e o estímulo através de perguntas que visem o auto-desenvolvimnto do
liderado podem auxiliar nesse processo de disseminação da cultura
sustentável. Outras estratégias que podem ser utilizadas pelo líder coach é o
incentivo à participação ativa da equipe na construção desse modelo de
gestão, o compartilhamento de responsabilidades e o feedback.
Se por um lado tornar-se clara a importância da figura do líder na
promoção e no desenvolvimento sustentável nas empresas, ressalta-se mais
ainda a relevância dos colaboradores da empresa, que deixam de ser meros
“liderados” e passam a ser vistos como stakeholder. Essa palavra designa as
“partes” ou públicos interessados, que a organização deve fidelizar. Dessa
forma, os colaboradores, serão beneficiados por que receberão melhores
práticas de gestão de pessoas, implementadas por um profissional ético,
melhorando o ambiente de trabalho e proporcionando o desenvolvimento de
todos.
Mas a coerência entre o que se diz e o que se faz é uma condição
fundamental para gerar credibilidade, mobilizar pessoas e extrair o
compromisso necessário à mudança para uma cultura da sustentabilidade. Por
isso é importante que o desenvolvimento de equipes voltadas para a visão
sustentável não fique somente no discurso, mas que faça parte das estratégias
de negócio e que estejam intrinsecamente vinculadas aos valores e crenças,
perpassando todos os níveis da organização.
Por isso, é ilusório acreditar que o uso de ferramentas do coaching,
isoladamente, dará conta de um processo de mudança dentro de uma
organização. Elas podem sim auxiliar os líderes a construírem equipes mais
maduras e desenvolvidas para seus objetivos de trabalho. Entretanto, para
promover nas empresas uma visão sustentável é preciso também uma cultura
organizacional favorável e, preferencialmente, defendida e praticada pelos
níveis mais altos da direção e disseminada por todos os departamentos, todos
os processos, e também, pelo próprio “jeito de ser” da empresa.
Referências:
ALIGLERI, Lilian Mara. RESPONSABILIDADE SOCIAL E CULTURA
ORGANIZACIONAL: O CASO DA FORD BRASIL. Dissertação de Mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual de
Maringá. Disponível em: http://www.ppa.uem.br/defesas/pdf/dis012.pdf
AMARAL, Maria de Fátima Bernardes do. RESPONSABILIDADE SOCIAL:
IMPACTOS NA GESTÃO DE PESSOAS E NA CULTURA ORGANIZACIONAL.
Dissertação de Mestrado do Curso de Pós-Graduação em Gestão e Estratégia
em Negócios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Disponível em:
http://www.ufrrj.br/posgrad/ppgen/04/44.pdf
ANTONIK, Luis Roberto; MARTINS, Antonio Jorge. LIDERANÇA PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA NOVA FORMA DE GESTÃO
EMPRESARIAL. Disponível em:
http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/sustentabilidade/antonio_antonik.pdf