Clipping de Educação -...

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Clipping de Educação Brasília, 11 de abril de 2018

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de

Clipping

de

Educação

Brasília, 11 de abril de 2018

11/04/18

Kroton faz aquisição no ES,a primeira no ensino básico

Por Beth Koike | De São Paulo

Após um ano e dois mesesanalisando o mercado de educaçãobásica, a Kroton fechou ontem acompra de 100% do colégioLeonardo da Vinci, em Vitória (ES),conforme antecipou o Valor PRO,serviço de informações em temporeal do Valor. É a primeira aquisiçãoda companhia, que é líder no ensinosuperior, no segmento. Umasegunda transação deve serconcluída neste semestre e aexpectativa é fechar o ano com trêsativos adquiridos.

A Kroton criou uma holdingbatizada de Saber que abrigará onegócio de educação básica, entreeles, o sistema de ensino do grupo,o Pitágoras "Criamos estruturasseparadas porque são modelostotalmente distintos. Na educaçãobásica, vamos manter o modelopedagógico e os professores daescola", disse Rodrigo Galindo,presidente da Kroton. Nasfaculdades da companhia, o modeloacadêmico é padronizado - formatodifícil de ser replicado em escolaspremium.

A mensalidade no Leonardo daVinci varia de R$ 3 mil na educaçãoinfantil a R$ 4,5 mil no ensino médio.O colégio conta com 1,3 mil alunos,sendo que 70% estudam em períodointegral o que elevaconsideravelmente o valor do tíquetemédio. O mercado de cursosextracurriculares realizados nocontraturno das aulas regularesmovimenta R$ 40 bilhões. Já ofaturamento proveniente demensalidades escolares é de R$ 67bilhões, segundo dados daconsultoria Hoper. "Vamos atuar nosegmento premium que envolvemensalidades acima de R$ 1,25 mil.Esse mercado movimenta R$ 25bilhões em mensalidades e mais R$20 bilhões em cursos docontraturno", disse Galindo.

A expectativa da companhia éabrir de três a quatro unidades decada escola adquirida em sua áreade abrangência. Os valores daaquisição e do investimento nocrescimento orgânico não foramrevelados. "Acredito que elespagaram caro, é uma escola muitoboa e cobiçada. Quando a Kroton

entra num mercado, ela vem comtudo. Vão jogar os múltiplos dasaquisições para cima", disse umafonte do setor.

O negócio de educação básica daKroton será liderado por MárioGhio, executivo que está nacompanhia há cerca de dois anos etem larga experiência nessesegmento. Antes de ingressar nogrupo, Ghio presidiu a SomosEducação que é dona de escolascomo Anglo, pH e Sigma.

A Kroton começou a analisar omercado de ensino básico em 2015,mas esse projeto foi deixado de ladopor conta da fusão com a Estácio,rejeitada pelo ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica(Cade) em junho. De lá para cá, aKroton retomou o projeto com forçae chegou a negociar, no ano passado,a compra da Somos Educação,controlada pela Tarpon, mas asnegociações não avançaram devidoao alto valor pedido pela gestora,algo acima de R$ 5 bilhões, segundofontes.

EMPRESASValor Econômico

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Com 330 formandos neste ano,Telecurso evita evasão escolar

Alunos receberam os diplomasem cerimônia anteontem, no Rio

PAULA [email protected]

D I V U L G A Ç Ã OGUANABARATEJO

João Victor Rocha semprepensou em ser ator. Mas, aos 16anos, esqueceuse disso e largou aescola. O ensino não erainteressante, não valia o esforço parafrequentar o colégio. Morador dacomunidade Porto da Pedra, em São

Gonçalo, ficou um ano longe dassalas de aula até que soube de ummodelo diferente, oferecido em uminstituto próximo à sua casa. Decidiutentar. O resultado foi entregue a ele,na segunda-feira, em forma dediploma do ensino médio, no CineOdeon, no Centro do Rio. JoãoVictor é um dos 330 alunos doTelecurso do Rio que se formaramno ensino fundamental ou médioneste ano.

— Fui ao curso, conversei com aprofessora, expliquei minha situação.As aulas já tinham começado, masela conseguiu fazer com que mesmo

assim eu pudesse estudar lá. Aprofessora disse que ia me ajudar,eu só precisava querer ser ajudado.Ela me acolheu de uma forma tãodiferente de outras escolas que memotivou a ficar lá — conta JoãoVictor.

Nascido em uma família comcinco irmãos, João Victor se preparapara tentar uma vaga no curso deartes cênicas pelo Exame Nacionaldo Ensino Médio (Enem). E, casoconsiga, será o primeiro no lar dosRocha Conceição a ingressar noensino superior. Enquanto se preparapara a prova, o jovem tambémparticipa de um curso de teatrooferecido por um programa deextensão da Unirio. Para ele, aeducação foi fundamental paratransformar sua trajetória.

— Estou aqui para mostrar quepreto e morador de favela não éincapaz de fazer as coisas. É umaresponsabilidade grande e boa poderser o primeiro da família a entrar nauniversidade. Meus pais nãoentraram porque tiveram filho cedo,por falta de dinheiro também —afirma.

Desde 1995, cerca de 1,6 milhãode trajetórias parecidas com a deJoão Victor foram modificadas. Noensino fundamental a duração docurso é de 24 meses e, no médio, de18. O Telecurso prevê que os alunosassistam às teleaulas acompanhadosde um professor formado paratrabalhar com a metodologiatelessala. Pelo programa, apenas umprofessor acompanha a turma, o que

SOCIEDADEO GLOBO

Vitória. João Victor segura o diploma do ensino médioque conquistou após fazer Telecurso

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facilita o engajamento dos estudantesna escola.

— É uma metodologiaacolhedora, que recebe o estudanterespeitando os saberes que ele trazpara a sala. Eles aprendemcoletivamente e aprendem o que temsentido e significado para suas vidas— explica Vilma Guimarães, que éprofessora e gerente geral deEducação da Fundação RobertoMarinho, instituição responsável peloTelecurso.

‘POSSO TRAZER MEUIRMÃO?’ Atualmente, segundodados do Ministério da Educação(MEC), a evasão escolar do ensinomédio, etapa cursada por JoãoVictor, está na casa dos 11% do totalde alunos. A falta de atratividade doensino faz com que os estudantesacabem desistindo de estudar nessafase. Além do fato de muitosingressarem no mercado de trabalho,ou desistirem de estudar, porquechegam com atraso escolar à etapa.Ao longo dos anos, programas comoo Telecurso, que investem naformação de jovens e adultos, tentam

minimizar o impacto dessa realidade.— Eu brinco que nos projetos do

Telecurso temos “invasão” na sala enão evasão. É muito comum oestudante perguntar se pode trazero irmão, a mãe. Lá eles estudam como que acontece com eles, amatemática não é um bicho papão.Eles começam a se expressar muitobem, passam a se sentir capazes.Todos nós gostamos de serreconhecidos e tratados comopessoas inteligentes — afirma Vilma.

Com o sonho do diplomaconquistado recentemente, JoãoVictor já pensa nos próximos. Oestudante pretende se formar emartes cênicas e, no futuro,implementar no lugar onde vive o quetiver aprendido na escola ou nauniversidade.

— Antes de estudar eu não sabianem falar direito. Hoje eu chego aum lugar e sei conversar. Quem sabedepois de formado eu possa montarum projeto de teatro na favela? —disse antes de ir para a formaturafazer o juramento da turma. —Minha mãe está muito feliz, ela dizque vou ter um futuro brilhante.

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MEC autoriza a criação de7.700 polos de ensino a distânciacom nova regra

O MEC (Ministério daEducação) autorizou a abertura de7.716 polos de EaD (ensino adistância) desde a entrada em vigorda regra que flexibilizou o processode abertura de pontos do tipo, em2017.

A nova regulamentação, queeliminou a exigência de visitas préviasdo ministério aos campi, mais do queduplicou o total de polos permitidos—de 6.990 para 14.706.

“É um mercado que tem tido umforte crescimento. No fim do ano, 2milhões de matrículas eram adistância. Devem ser 3 milhões ematé três anos”, diz Fabio Figueiredo,sócio da Cruzeiro do Sul, que tem600 polos hoje.

“O limite à criação de polos agoravaria de acordo com as avaliaçõesinstitucionais das faculdades. Setodas inaugurarem o que têm direito,serão 12.500 até o fim do ano”, dizLuciano Sathler, diretor da Abed(associação do setor).

MERCADO ABERTOFOLHA DE SÃO PAULO

Até agora, as universidades queencabeçam a lista de autorizaçõespertencem a grandes grupos (Unip,Uninter e Kroton lideram), mas aentidade espera que a concentraçãose reduza.

Quatro das cinco instituições queobtiveram mais autorizações com odecreto atual não pertencem àsgrandes do setor. A exceção é aUnip, a segundo maior universidadedesse mercado.

“Temos cerca de 70% dasunidades autorizadas já em plenaatividade. Nossa ideia é continuar aexpansão nas áreas em que temosmenor presença”, diz o diretorFernando Di Genio Barbosa.

Marca com mais polosautorizados, a Uninter também querexpandir. “Já estamos nas grandescidades. Queremos chegar às de 50mil cuja demanda justifique”, dizAlfredo Pires, diretor de negócios.

Longe e perto

A Cruzeiro do Sul Educacionaldeu início a um plano agressivo deexpansão do seu segmento de ensino

a distância, que hoje conta com 430polos em funcionamento.

“Até dezembro, serão ao menos800 em operação. Nossasuniversidades podem abrir até 600polos por ano”, afirma o sócio ediretor de planejamento do grupo,Fabio Figueiredo.

A empresa tem uma áreadedicada a estudar em quaismunicípios as novas unidadesdeverão operar. O sistema digitalusado nas aulas também estápreparado para o crescimento.

“Como as aberturas nessemercado são por parcerias, criamosuma área de treinamento para novoscentros”, diz o executivo.

100 milé o total de alunos em cursos EaD

nas instituições do grupo

10são as marcas da empresa

5.100é o número de funcionários

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CONJUNTURA »Bolsa Família terá aumento

O reajuste do Bolsa Família em2018 será acima da inflação do anopassado, de 2,95%. É o que afirmao novo ministro do DesenvolvimentoSocial (MDS), Alberto Beltrame. Ogoverno ainda não definiu oaumento, mas a expectativa é de queo programa social tenha um ajustereal, ou seja, acima do custo de vidamédio de 2017. A ideia é que a altacompense a elevação do preço dogás de botijão. No acumulado em12 meses encerrados em março, oproduto subiu 15,5%.

A alta do gás de cozinhamobilizou o governo a estudar, aindaem fevereiro, antes do carnaval,medidas que amenizassem o custodo produto para as famílias maispobres. Ciente da importância deanunciar a medida e do bônuseleitoral que a decisão pode garantirao governo, o presidente MichelTemer e o ex-ministro do MDS, oagora deputado federal Osmar Terra(MDB-RS), se reuniramconstantemente em março e até a

primeira semana de abril paraestabelecer o valor.

Modelo

O martelo não foi batido ainda,pois o governo analisa diferentespropostas. Uma delas é um reajustegrande, que contemple acontrapartida do aumento do gás.Outra, um ajuste atrelado a umacondicionalidade. Caberá a Beltramee à equipe dele apresentar ummodelo que agrade a Temer e àcúpula governista. “Não temos,ainda, uma definição. Construímosvários cenários para apresentar aopresidente e à equipe econômica.Acredito que, entre abril e maio,tenhamos uma definição”, afirmouBeltrame ontem, após serempossado no cargo.

A Educação é outra pasta que teráum longo trabalho pela frente. Aexpectativa do novo ministro,Rossieli Soares da Silva, é deixarcomo legado a conclusão da Base

Nacional Comum Curricular(BNCC) do ensino médio. Para isso,afirmou que promoverá grandesdebates em todas as regiões do país,com audiências públicas, paraamadurecer a proposta. “Nossoentendimento é pela possibilidade de,a partir de um bom diálogo com asociedade, concluir a proposta aindaeste ano, respeitado, lógico, o trâmitedo Conselho Nacional de Educação(CNE)”, avaliou o auxiliar de Temer.

A BNCC do ensino médio definequais os objetivos que professores ecoordenadores pedagógicos devemseguir na hora de elaborar o currículoescolar. A BNCC do ensino básicofoi aprovada na gestão do ex-ministro Mendonça Filho (DEM-PE), que voltou a ocupar o cargo dedeputado federal. “Só isso (aprovara base nacional do ensino médio) jáseria um grande passo. Mas temos,também, que discutir a formação deprofessores, cuidar da alfabetizaçãoe implementar o novo Fies”,destacou Rossieli. (RC e RH)

ECONOMIACORREIO BRAZILIENSE

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UnB e o capítulo final de umdesgoverno

Com um orçamento anualequivalente ao que foi torrado naconstrução do Estádio ManéGarrincha, ou R$ 1,7 bilhão, aUniversidade de Brasília, acreditem,experimenta a mais grave crisefinanceira de todos os tempos.Mesmo com essa dinheirama, retiradacompulsoriamente de contribuintesque sequer sabem onde fica localizadoo campus, e que é bastante superiorao orçamento de muitos municípiospopulosos espalhados pelo país, aUnB, e principalmente sua reitoria,tem a coragem de vir a públicoreconhecer que o montante éinsuficiente para cobrir as despesas,havendo a possibilidade inclusive dageração de um deficit de R$ 92milhões até o fim do ano.

A saída para o que eles acreditamser um cobertor curto demais parafazer frente ao crescimentovegetativo das despesas, com osreajustes dos contratos e dascategorias, incluindo aí os servidoresdo quadro da instituição, sujeitos àprogressão funcional, seria o repassede mais recursos pelo Ministério daEducação.

O que é preciso esclarecer é quea crise vivida hoje pela UnB teveorigem lá atrás, quando o governoDilma, defendido hoje de formaagressiva e irracional por estudantese professores, lançou no final de 2014o lema vazio “Pátria Educadora”,seguido logo após de um corte brutalde R$ 10,5 bilhões ou 10% de todo oorçamento do MEC, para fazer frenteà recessão que batia as portas doPlanalto.

Obviamente que esse fato éescondido dos alunos que seguiramontem para frente do Ministério daEducação, onde promoveram umquebra-quebra que contou com oapoio sempre providencial deblackblocs e onde se viam também asbandeiras vermelhas do MTST e doMST. Tudo conforme manda a cartilhados partidos de esquerda,empenhados, isso sim, em destruir asinstituições públicas, lançando unscontra os outros e criando o caos geral.

Para uma universidade que degratuita nada tem, já que custa bilhõesaos pagadores de impostos, oreconhecimento de que o orçamentonão dá para pagar as despesascrescentes, traz implícito também, nasentrelinhas, que o modelo de gestãobaseado e lastreado nos dogmas dospartidos de esquerda, para onde estãovoltadas toda a sua orientação,inclusive pedagógica, vem produzindoos mesmos frutos murchos colhidosna era petista.

O fato é que parte da UnB virouas costas para a comunidade. Nãoparticipa, nem colabora com propostasacadêmicas para os diversosmomentos de crise vividos pelosbrasilienses, como a falta desegurança, desmatamentos e outrosproblemas que tem assolado acomunidade.

Ao invés disso, tem desfilado demãos de dadas com partidos políticosde esquerda, criado cursos sobre ogolpe e outras tolices. Dá maisatenção aos alunos que não queremaula, usa a instituição para prejudicara universalidade. Um olhar sobre aprodução acadêmica, uma obrigaçãodessa instituição, mostra um deserto

árido e diz muito sobre a baixíssimaprodução quando comparada a outrasinstituições mundo afora. Fosse vivohoje, Darcy Ribeiro não reconheceriasua criação.

A frase que não foi pronunciada

“A baderna é um direito de todose dever do estado?”

Dona Dita revoltada comestudantes universitários quedepredam o que todos nós suamospara pagar.

Estranho» Questionada pelo Ministério

Público, a Secretaria de Educaçãoprecisa prestar contas sobre aprecariedade das instalações físicasdo Centro de Ensino Especial 1 dePlanaltina. Principalmente no quetange a eletricidade e reservatório degás. Outra dúvida do MPDF é sobreo recebimento de gratificação deensino especial por servidores nãolotados em centros de ensino especial

Oi?» Outra dúvida do Ministério

Público são possíveis irregularidadesno pregão 9 desse ano realizado pelaCaesb. O objeto seria a contrataçãode seguro de responsabilidade civilpara administradores com vistas àproteção de todos os integrantes e ex-integrantes do Conselho Deliberativo,Conselho Fiscal, Diretores ePresidente.

Nomeada» Raquel Guimarães Ulhoa é a

nova assessora especial da

ARI CUNHACORREIO BRAZILIENSE

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Subsecretaria de Relações com aImprensa, da Secretaria de Estado deComunicação do Distrito Federal.

Concurso» Algum engenheiro do DER

conseguiria dar uma solução para osmotoristas se convencerem de que adireita é livre para as primeirasquadras pares no Lago Norte?

História de BrasíliaIsto tudo, até que venham as

eleições, e o dr. Adauto possa sereeleger, sendo visto todos os diaspelos seus eleitores. Esta era umaproposta para ser apresentada não porum deputado, mas pelo guarda-móveis Gato Preto.(Publicado em18.10.1961)

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CRISE FINANCEIRA »Contra corte na UnB, confronto e invasão

Ato que reuniu alunos,professores e funcionários daUniversidade de Brasília terminouem pancadaria em frente ao MECe com a ocupação do FNDE. Ànoite, sem acordo, houve troca deacusações entre o ministério e ainstituição de ensino

» FLÁVIA MAIA

Colaboraram Felipe de OliveiraMoura e Neyrilene Costa,estagiários sob a supervisão de AnaSá

A crise orçamentária vivida pelaUniversidade de Brasília (UnB) setornou um grande conflito entre a

comunidade acadêmica, o Ministérioda Educação (MEC) e a polícia. Umgrupo de estudantes, professores eservidores saiu em marcha na manhãde ontem, do câmpus Darcy Ribeiroao MEC, com o intuito de conseguiruma audiência com algumrepresentante da pasta para pedirsolução aos graves problemasfinanceiros da instituição de ensinosuperior. A Reitoria calcula R$ 92milhões de deficit este ano. Paraconseguir fechar as contas, anunciouredução de funcionários terceirizadose de estagiários e diminuição desubsídios a estudantes.

Contudo, o esperado nãoocorreu. O diálogo entre osmanifestantes e o MEC não foi paraa frente; houve confronto entre

manifestantes e militares; o novoministro da Educação, RossieliSoares, no discurso de posse, pediumais eficiência à instituição; e umgrupo pró-UnB ocupou o prédio doFundo Nacional de Desenvolvimentoda Educação (FNDE).

Os estudantes deixaram o edifíciopúblico pouco depois das 21h. Alémda garantia da abertura de um canalpermanente de diálogo entre o MECe a UnB, uma das condições para asaída do ministério foi a apuração doviolento conflito em frente ao MEC,com intermediação de diversosórgãos. O primeiro encontro estámarcado para quinta-feira. Umgrupo de alunos ameaça ocupar aReitoria, por tempo indeterminado,caso não haja solução para oimpasse.

Sem acordo

Estudantes, professores eservidores da UnB chegaram aoprédio do MEC por volta das 10h15.Eles vieram em marcha e pediam umaaudiência com o ministro. O grupofechou a via a N1. De acordo com aPolícia Militar, a passeata contoucom 700 manifestantes. Osorganizadores do Comitê em Defesada UnB informaram entre 1,5 mil e 2mil pessoas.

Após quase duas horas demanifestação, representantes doComitê em Defesa da UnBreceberam o sinal positivo de que

CIDADESCORREIO BRAZILIENSE

Manifestantes, alguns encapuzados ou com máscaras, atacaram oprédio do Ministério da Educação com paus, pedras e bombas caseiras

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seriam recebidos pelas autoridadesdo MEC. Um grupo composto porseis professores, alunos e servidoresse reuniu com a equipe da Secretariade Educação Superior do MEC.Mas a conversa não seguiu adiante.De acordo com o MEC, a reuniãofoi suspensa “após manifestantesencapuzados quebrarem janelas compaus e pedras e tentarem invadir oprédio sede do MEC”. Orepresentante do Comitê em Defesada UnB, Mauro Mendes, tem outraversão. Segundo ele, a reuniãoocorreu depois dos conflitos. “Elesenrolaram para não nos receber.Esperaram os ânimos ficaremacirrados”, explicou. “Quem fezesse vandalismo não é parte domovimento estudantil. São pessoasde fora, infiltradas”, completou.

Paus e pedras

O confronto entre osmanifestantes e a polícia se acirrouentre as 11h e as 12h. Um grupotentou invadir o prédio do MEC.Militares responderam com gáslacrimogêneo para impedir a ação.Na sequência, os estudantesarremessaram paus e pedras nospoliciais e uma vidraça foiestilhaçada. Estudantes foramagredidos e policiais intensificaram ouso de gás de pimenta, provocandoa dispersão. Três estudantes foramdetidos e levados à Superintendênciada Polícia Federal por desacato,pichação e dano ao patrimôniopúblico.

Por volta das 14h, manifestantesocuparam as pistas da Esplanada dosMinistérios e paralisaram o trânsitoentre o Congresso e a Rodoviária doPlano Piloto. Em seguida, cerca de

120 manifestantes invadiram oprédio do FNDE. Não houveconfronto. Às 17h, os estudantesdivulgaram um manifesto justificandoa ocupação. Criticaram a açãopolicial e os cortes orçamentários naUnB. “Ao apresentarmos nossapauta para o Ministério daEducação, fomos duramentereprimidos pela polícia e pela tropade choque, sofrendo forte repressãofísica”, anunciou o texto.

Orçamento

Na semana passada, a reitora daUnB, Márcia Abrahão, anunciou odeficit de 92 milhões para 2018.Afirmou ainda que a instituiçãoprecisa enxugar quase R$ 40 milhõesem despesas. Para isso, vai reduzirR$ 25,2 milhões de despesas comempresas prestadoras de serviços,diminuir cerca de R$ 8 milhões emsubsídios das refeições no

Restaurante Universitário e cancelarcontratos com estagiáriosremunerados (cerca de R$ 6,6milhões).

O motivo do arrocho seria averba insuficiente vinda do MEC —R$ 1,7 bilhão, apenas 2% maior doque a do exercício anterior. A Reitoriaafirma que o reajuste não acompanhaas revisões de contratos e dedespesas salariais. Reclama ainda dademora nos repasses do governofederal e diz que os valores nãoquitam as despesas.

Outro grave problema é o uso dareceita própria. Embora a UnB tenhainformado da capacidade de gerarR$ 168 milhões com aluguéis everbas do Cebraspe, o orçamentodo MEC prevê apenas o uso de R$112 milhões em 2018. Ou seja, oexcedente deve ir para o TesouroNacional porque bate no teto de

A intenção do grupo era entrar no MEC para ser ouvido peloministro

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gastos, conforme a EmendaConstitucional nº 95. Em 2017, aUnB arrecadou cerca de R$ 23milhões além do previsto noorçamento e não pode usar orecurso.

Contra-ataque

Do outro lado do tabuleiro, oMEC refuta os cálculos da UnB. Nofim da noite de ontem, divulgou umanota com o título “A verdade sobrea UnB”. Garantiu não haver corteorçamentário e atacou dizendo que“a reitoria da UnB não apresentouoficialmente ao MEC um estudodetalhado que demonstre o deficitorçamentário mencionado”. Oministro da Educação, durante acerimônia de posse, pediu maiseficiência à gestão da UnB e afirmouque a instituição já recebeu 60% dosrecursos de custeio previstos paraeste ano.

“A UnB foi a universidade quemais gastou entre as seis maioresuniversidades, com despesascorrentes para apoio administrativo,técnico e operacional concentrandomais de R$ 80 milhões nesses itens”,informou o MEC. “Usar o orçamentopara esse tipo de gasto é uma opçãodos gestores da própria instituição.Para efeito de comparação, essevalor é bem superior aos R$ 60milhões gastos com o mesmo itempela Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ), a maioruniversidade pública federal doBrasil.”

A UnB informou que, só na últimasemana de março, a reitora esteveno ministério duas vezes para explicara situação da UnB.

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Todos setores temem futuro

» SARAH PERESESPECIAL PARA O CORREIO

A manifestação de ontem reuniurepresentantes da comunidadeacadêmica e até gente de fora daUnB, como a diretora de assistênciaestudantil da União Brasileira dosEstudantes Secundaristas (Ubes),Raquel Gomes, 18 anos. Ela diz quea mudança provoca incerteza aosalunos de ensino médio. “Os cortesmudam a realidade da universidadecomo um todo e torna o nossosonho de adentrar no ensino superiorpúblico mais distante. Nãoconseguimos ter certeza de que aUnB estará funcionando emplenitude quando fizermos ovestibular”, pondera.

Estudante de filosofia na UnB hádois anos, Ana Luísa Guimarães, 20anos, avalia que os cortes atingirãoalunos de baixa renda. “Desde quecomeçou a onda de cortesorçamentários, a Reitoria fezdemissões e falou em aumento novalor do restaurante universitário.Com o acréscimo do valor dasrefeições, a redução de bolsas e de

auxílio-moradia, alunos semcondições financeiras estáveis nãoconseguirão se manter. Eu perdi abolsa no Projeto de Iniciação àPesquisa Científica há quatro mesespor causa da falta de verba”, contaa moradora da Cidade Ocidental(GO).

Auxiliar de limpeza na UnB háquatro anos e moradora do Gama,Ana Lúcia do Nascimento, 34, tememais demissões de funcionáriosterceirizados. “Todos precisamosdesse trabalho para levarmos comidapara dentro de casa. Nos últimostempos, passamos por cortes dosterceirizados, gerando sobrecargapara quem ficou. Consequentemente,muitos estão adoecendo,especialmente com tendinite. Sehouver novos cortes, trabalharemosmais que o dobro para manter auniversidade?”, questiona.

Estágios

A permanência nos estágios daUnB também é uma preocupaçãopor parte dos estudantes dainstituição, como Jéssica Rodrigues,20 anos, que estuda filosofia e

trabalha na Secretaria de Graduaçãodo Departamento de EducaçãoFísica. “Vivemos um momento depura incerteza, em todos os âmbitos.Onde eu estagio, informaram-nosque não haverá novos contratados enão sabem se renovarão o contratode quem está lá. Então, além detrabalharmos com um quadrodefasado, também temos chance deperdermos a fonte de renda que nosauxilia nos estudos da UnB”,comenta a moradora do JardimMangueiral.

A situação é confirmada pelaprofessora do Departamento deServiço Social Patrícia Pinheiro, 52anos, que trabalha na UnB há 26. “Asúltimas reformas da Reitoria têmsacrificado os terceirizados e osestagiários. Temos consciência deque é um corte nacional, mas aredução do orçamento ocorre empastas indispensáveis, como aeducação. Enquanto isso, há sangriade gastos com coisas menosimportantes. Por isso, lutamos paraque não haja os cortes na educaçãoe que os estudantes, terceirizados eestagiários não sofram asconsequências”, ressalta a docente.

CIDADESCORREIO BRAZILIENSE

11/04/18 CIDADESJORNAL DE BRASÍLIA

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11/04/18 CIDADESJORNAL DE BRASÍLIA

11/04/18 DIÁRIODOPODER.COM.BRCLÁUDIO HUMBERTO

CANSOU DE ESPERAR

A tucana Maria HelenaGuimarães deixou a secretaria-executiva do MEC porque esperavavirar ministra, com a saída deMendonça Filho. O DEM fez barba,cabelos e bigodes e indicou osubstituto.

11/04/2018http://agenciabrasil.ebc.com.br/

Agência Brasil

Novo ministro diz que MEC já liberou60% dos recursos de custeio para a UnB

Sabrina Craide – Repórter daAgência Brasil

O novo ministro da Educação,Rossieli Soares, disse hoje (10)que não houve cortes noorçamento para as universidadesfederais, e que a Universidade deBrasília (UnB) já recebeu 60%dos recursos de custeio previstospara este ano. Na manhã de hoje,estudantes e servidores da UnBfizeram um protesto em frente aoMinistério da Educação (MEC)para cobrar do governo federal adevolução de recursos obtidospela própria universidade, pormeio do aluguel de imóveis e pelaprestação de serviços,repassados ao Tesouro.

"Não houve nenhum cortepara as universidades, a UnBinclusive teve aumento deorçamento para 2018, e já foidisponibilizado 60% doorçamento deste ano paracusteio. Temos grandes práticasde gestão e tenho certeza de quea UnB vai olhar para o lado e vaiconseguir seguir com oorçamento que está planejado poreles e garantido pelo Ministério

da Educação", disse o ministro,após a cerimônia de posse noPalácio do Planalto.

Saiba MaisEstudantes e servidores da

Universidade de Brasíliaprotestam por recursos

Rossieli explicou que anegociação do orçamento é feitacom os reitores, por meio daAssociação Nacional dosDirigentes das InstituiçõesFederais de Ensino Superior(Andifes). Segundo ele, podehaver outra negociação sobre oorçamento das universidadesainda este ano. "Até setembroteremos outra janela paraobservar como se comporta oorçamento e aí podemos voltara conversar".

Segundo ele, um grupo demanifestantes da UnB foirecebido por técnicos do MECpara negociar. "Uma equipetécnica explicou absolutamentetodas as situações deorçamento. Estamos abertos àcontinuidade do diálogo, desdeque seja diálogo e não

agressividade como a gente viuna manifestação", ressaltou oministro.

Continuidade

Ao tomar posse, Rossielidisse que pretende darcontinuidade às agendas já emimplementação no MEC,especialmente a Base NacionalComum Curricular para o ensinomédio, que está em análise noConselho Nacional de Educação.O ministro disse que devem serrealizadas cinco audiênciaspúblicas para debater odocumento e que a expectativado governo é aprovar no CNEaté o fim do ano.

"É um período importantepara o debate e a construçãodaquilo que a gente quer para osnossos jovens. Essa é uma etapaque precisa de uma grandetransformação, que começoucom a reforma e que continuacom a Base", disse.

Edição: Lílian Beraldo