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Departamento de Engenharia Mecânica
Climatização e Energias Renováveis Relatório de estágio apresentado para a obtenção do grau de Mestre em
Equipamentos e Sistemas Mecânicos
Autor
Bruno da Cruz Almeida
Orientadores:
João Carlos Antunes Ferreira Mendes Professor Adjunto, ISEC
Pedro António Quinta Ferreira Miraldo Professor Adjunto, ISEC
Orientador na empresa:
Nuno Miguel Augusto Tomás Eng. Electromecânico, Sócio Gerente, Enernatura, Lda
Coimbra, Dezembro, 2011
Agradecimentos
Bruno Almeida I
Agradecimentos
Ao longo de todo o período de estágio, recebi vários apoios que me auxiliaram
nomeadamente nas actividades realizadas, e na elaboração do presente relatório. Por este
motivo, desejo expressar os agradecimentos a todas as pessoas e instituições que
possibilitaram a realização de todas as tarefas que me foram propostas, a integração no
mercado de trabalho, e que contribuíram de forma directa ou indirecta para o meu
crescimento como profissional da área.
Apesar de me sentir muito grato com toda a ajuda recebida, pretendo prestar um
agradecimento especial às seguintes individualidades e entidades:
à empresa Enernatura, pela oportunidade de realização de um estágio que possibilitou
a minha integração no mercado de trabalho. Em particular ao meu orientador na
empresa, o Eng.º Nuno Miguel Augusto Tomás pelo apoio e orientação ao longo do
estágio, e aos colaboradores da empresa que também proporcionaram condições para
o desempenho das tarefas;
aos professores do mestrado e orientadores, João Carlos Antunes Ferreira Mendes e
Pedro António Quinta Ferreira Miraldo, por todo o apoio prestado na elaboração do
presente relatório, por toda a disponibilidade, atenção e apoio durante todo o período
do estágio curricular;
ao Eng.º Francisco Barros, colaborador da empresa, que apesar de não possuir
qualquer papel de orientação, contribuiu de forma significativa para a minha
integração nas actividades propostas e no mercado de trabalho. Por toda a
colaboração, pela forma critica como foram abordadas todas as actividades, e pelo
apoio constante em todos os sentidos no período de estágio;
Por fim, aos meus familiares e amigos por todo o apoio e dedicação ao longo de toda
esta etapa.
Resumo
Bruno Almeida II
Resumo
O presente relatório pretende descrever as actividades realizadas durante o período de estágio
curricular no âmbito do Mestrado em Equipamentos e Sistemas Mecânicos, no seio da
empresa Enernatura, Lda. Pretende-se demonstrar, desta forma, que o conjunto de
experiências e actividades desenvolvidas contribuíram para a aquisição de conhecimentos e
crescimento profissional do autor, dentro das áreas de Aquecimento, Ventilação e Ar
Condicionado (AVAC), de Certificação Energética e de Sistemas Solares Térmicos.
Após o capítulo 1, de introdução, surgem os capítulos 2 e 3 "Certificação Energética" e
"Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado", onde são apresentadas breves noções
relativamente às áreas abrangidas pelas tarefas concretizadas.
O capítulo 4, "Actividades Realizadas", descreve o conjunto de todas as actividades
realizadas. Também aí se discutem as considerações de projecto, as condições de cálculo e a
selecção/especificação de equipamentos relativas a um projecto de AVAC realizado.
No sentido de apurar conclusões sobre o conjunto de experiências obtidas surge o capítulo 5
de conclusões.
Palavras-chave: Certificação Energética; Energia Solar Térmica;
AVAC; Orçamentação.
Abstract
Bruno Almeida III
Abstract
The present report aims to describe the performed activities during the curricular internship
period in the scope of the Master in Mechanical Equipment and Systems at Enernatura, Lda
Company. It is intended to demonstrate that the whole experiences and developed activities
contributed to acquire knowledge and professional growth of the intern within the areas of
Heating, Ventilation and Air Conditioning (HVAC), Energetic Certification and Solar
Thermal Systems. After the first introductorily chapter, came the chapters two and three of
“Energetic Certification” and “Heating, Ventilation and Air Conditioning”, where are
presented brief notions relatively to the areas addressed by the tasks performed.
The chapter four, “Performed Activities”, describes all the performed activities. Still there, are
discussed the project considerations, calculus conditions and the specification/selection of
equipment relative to a HVAC project performed.
In the sense of gathering conclusions about the whole experiences obtained, comes the fifth
chapter of conclusions.
Keywords: Energetic Certification, Solar Thermal Energy,
HVAC, Budgeting.
Índice
Bruno Almeida IV
ÍNDICE
Índice ........................................................................................................................................ iv
Índice de Figuras ...................................................................................................................... v
Índice de Tabelas ..................................................................................................................... vi
Simbologia e Abreviaturas ..................................................................................................... vii
Capítulo 1. Introdução ......................................................................................................... 1
1.1. Âmbito .................................................................................................................................................. 1
1.2. Apresentação da empresa ..................................................................................................................... 1
1.3. Objectivos............................................................................................................................................. 3
Capítulo 2. Certificação Energética .................................................................................... 5
2.1. Introdução............................................................................................................................................. 5
2.2. Categorias dos Edifícios e Regulamentos Aplicáveis........................................................................... 6
2.3. Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios ...................................... 8
Capítulo 3. Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado .............................................. 10
3.1. Introdução........................................................................................................................................... 10
3.2. Tipos de sistemas ............................................................................................................................... 10
3.2.1. Classificação dos sistemas ........................................................................................................ 11
3.2.2. Equipamentos terminais ............................................................................................................ 18
Capítulo 4. Actividades realizadas .................................................................................... 23
4.1. Introdução........................................................................................................................................... 23
4.2. Orçamentação ..................................................................................................................................... 25
4.3. Análise Técnico-Económica entre sistemas de Climatização ............................................................. 28
4.3.1. Estudo comparativo entre caldeiras .......................................................................................... 29
4.4. Levantamentos de informação em edifícios residenciais ................................................................... 41
4.4.1. Orientação do edifício ............................................................................................................... 42
4.4.2. Levantamento Dimensional ...................................................................................................... 42
4.4.3. Sistemas de AQS e Climatização .............................................................................................. 43
4.5. Projecto de AVAC.............................................................................................................................. 45
4.5.1. Projecto para Lar Residencial ................................................................................................... 45
4.6. Concepção e Dimensionamento de Sistemas Solares Térmicos ......................................................... 76
4.6.1. Sistema de águas quentes sanitárias para Lar Residencial ........................................................ 76
Capítulo 5. Conclusões ....................................................................................................... 85
Capítulo 6. Referências bibliográficas .............................................................................. 88
Índice de Figuras
Bruno Almeida V
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 3.1: Diagrama esquemático de uma instalação VAC. HAP4.51/Carrier .................................................... 13
Figura 3.2: Diagrama esquemático de uma instalação de VAC. HAP4.51/Carrier ............................................... 15
Figura 3.3: Conjunto de unidade interior e exterior de Ar Condicionado. Daikin Emura ..................................... 17
Figura 3.4: Diagrama esquemático de sistema VRC. Daikin ................................................................................ 18
Figura 3.5: Emissores em chapa de aço (à esquerda) e de alumínio ( direita). BaxiRoca ..................................... 18
Figura 3.6: Ventiloconvectores. Modelo de chão à esquerda e modelo de tecto à direita. Daikin ........................ 19
Figura 3.7: Diagrama esquemático de instalação de um ventiloconvector. HAP4.51/Carrier ............................... 19
Figura 3.8: Definição de Zona Ocupada segundo a EN13779............................................................................... 21
Figura 3.9: Difusor rotacional e grelha de insuflação ............................................................................................ 22
Figura 4.1: Folha de cálculo para dimensionamento de radiadores ....................................................................... 27
Figura 4.2: Vistas dos alçados principal (à esquerda) e lateral do edifício (à direita) ........................................... 29
Figura 4.3: Vistas de planta do piso 0 (à esquerda) e do piso 1 (à direita) ............................................................ 30
Figura 4.4: Folha de cálculo dos radiadores de alumínio ...................................................................................... 32
Figura 4.5: Desempenho do sistema solar térmico ................................................................................................ 33
Figura 4.6: Esquema de princípio do sistema de aquecimento central e do sistema de AQS ................................ 34
Figura 4.7: Caldeira a Pellets (à esquerda) e Caldeira a Gasóleo (à direita) .......................................................... 36
Figura 4.8: Tempo de retorno do investimento ..................................................................................................... 38
Figura 4.9: Emissões anuais de kg de CO2 para atmosfera.................................................................................... 39
Figura 4.10: Registo fotográfico da envolvente exterior. ...................................................................................... 42
Figura 4.11: Registo fotográfico da medição das envolventes envidraçadas e opacas. ......................................... 43
Figura 4.12: Sistemas de AQS e Climatização ...................................................................................................... 44
Figura 4.13: Vista de alçado principal do edifício ................................................................................................. 47
Figura 4.14: Vista de planta do piso 0 do edifício ................................................................................................. 47
Figura 4.15: Caracterização das envolventes. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier) ....................................... 51
Figura 4.16: Caracterização dos sistemas. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier) ............................................ 52
Figura 4.17: Caracterização dos equipamentos centralizados. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier) .............. 53
Figura 4.18: Folha de cálculo de diâmetro de tubagens ........................................................................................ 66
Figura 4.19 : Folha de cálculo de diâmetros das condutas de ar ............................................................................ 67
Figura 4.20: Valores máximos admissíveis de velocidade do ar no interior de condutas. Fichas Técnicas Soler &
Palau ...................................................................................................................................................................... 68
Figura 4.21: Vista da Planta da Cobertura com a instalação dos colectores solares .............................................. 78
Índice de Tabelas
Bruno Almeida VI
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Classificação dos Edifícios de acordo com a data do pedido de licenciamento ...................................... 6 Tabela 2: Regulamentos aplicáveis às categorias dos edifícios ............................................................................... 7 Tabela 3: Constituição dos pisos da habitação ...................................................................................................... 29 Tabela 4: Temperaturas interiores para os espaços da habitação .......................................................................... 31 Tabela 5: Cargas Térmicas da Habitação .............................................................................................................. 31 Tabela 6: Consumos diários de AQS ..................................................................................................................... 32 Tabela 7: Cálculo da potência da caldeira ............................................................................................................. 34 Tabela 8: Consumos do sistema de aquecimento central. Relatório HAP4.51 (Carrier) ....................................... 35 Tabela 9: Consumos energéticos anuais globais da caldeira ................................................................................. 36 Tabela 10: Consumos e custos energéticos associados à caldeira a pellets ........................................................... 37 Tabela 11: Consumos e custos energéticos associados à caldeira a gasóleo ......................................................... 37 Tabela 12: Análise dos custos de aquisição e consumo das caldeiras ................................................................... 38 Tabela 13: Análise do número de abastecimentos mensais do equipamento......................................................... 40 Tabela 14: Espaços constituintes da área destinada a servir como Lar Residencial e Centro de Actividades
Ocupacionais ......................................................................................................................................................... 46 Tabela 15: Descrição do edifício quanto às áreas e tipologia ................................................................................ 47 Tabela 16: Condições exteriores de projecto ......................................................................................................... 48 Tabela 17: Condições ambiente de referência ....................................................................................................... 48 Tabela 18: Caudais mínimos de ar novo................................................................................................................ 49 Tabela 19: Valores globais de carga térmica do edifício ....................................................................................... 52 Tabela 20: Especificação dos ventiloconvectores ................................................................................................. 62 Tabela 21: Especificações da unidade de tratamento de ar novo da cozinha ......................................................... 70 Tabela 22: Especificações das unidades de tratamento de ar novo das zonas 1, 2 e 3 .......................................... 71 Tabela 23: Especificações das unidades de tratamento de ar ................................................................................ 72 Tabela 24: Especificações dos ventiladores de extracção ..................................................................................... 73 Tabela 25: Especificações do ventilador de extracção para a cozinha .................................................................. 73 Tabela 26: Especificação das características da Bomba 1 ..................................................................................... 74 Tabela 27: Especificação das características da Bomba 2 ..................................................................................... 74 Tabela 28: Especificação das características da Bomba 3 ..................................................................................... 75 Tabela 29: Especificação das características da Bomba 4 ..................................................................................... 75 Tabela 31: Considerações para cálculo das necessidades de consumo de AQS .................................................... 77 Tabela 32:Valores de consumo diário por utilizador (solução alternativa) ........................................................... 77 Tabela 33: Considerações para o cálculo das necessidades de consumo de AQS (solução alternativa)................ 78 Tabela 34: Especificação das características dos colectores solares ...................................................................... 79 Tabela 35: Especificações das características dos depósitos de acumulação ........................................................ 80 Tabela 36: Especificações da caldeira de apoio..................................................................................................... 81 Tabela 37: Especificação das características das bombas do sistema solar térmico .............................................. 82 Tabela 38: Espessuras mínimas de isolamento para tubagens de transporte de fluidos quentes ........................... 83 Tabela 39: Especificações das espessuras de isolamentos ..................................................................................... 84
Simbologia e Abreviaturas
Bruno Almeida VII
SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS
Simbologia
Sist. - Sistemas
P- Potência
U - Coeficiente de transmissão térmica superficial
ψ - Coeficiente de transmissão térmica linear
c - Calor Específico
Simbologia e Abreviaturas
Bruno Almeida VIII
Abreviaturas
AQS - Águas Quentes Sanitárias
AVAC - Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
SCE - Sistema de Certificação Energética
RCCTE - Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios
RSECE - Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização nos Edifícios
CE - Certificado Energético
DCR - Declaração de Conformidade Regulamentar
HsC - Habitações Sem Climatização
HcC - Habitações Com Climatização
PESsC - Pequenos Edifícios de Serviços Sem Climatização
PEScC - Pequenos Edifícios de Serviços Com Climatização
GES - Grandes Edifícios de Serviços
QAI - Qualidade do Ar Interior
Nic - Necessidades nominais anuais de energia útil para aquecimento
Nvc - Necessidades nominais anuais de energia útil para arrefecimento
Nac - Necessidades nominais anuais de energia para produção de águas quentes sanitárias
Ntc - Necessidades nominais globais de energia primária
Nt - Valor limite máximo regulamentar para as necessidades anuais globais de energia primária para
climatização e águas quentes.
Rph - Renovações por hora
GD - Graus-dia
PQ - Perito Qualificado
VAC - Volume de Ar Constante
CAV - Constant Air Volume
VAV - Volume de Ar Variável
UTA - Unidade de Tratamento de Ar
UTAN - Unidade de Tratamento de Ar Novo
VRV - Volume de Refrigerante Variável
HAP - Hourly Analysis Program
Introdução
Bruno Almeida 1
Capítulo 1. INTRODUÇÃO
1.1. Âmbito
O Mestrado em Equipamentos e Sistemas Mecânicos, ministrado pelo Instituto Superior de
Engenharia de Coimbra, consiste num curso de especialização com a duração de dois anos
lectivos. O primeiro ano integra dez unidades curriculares leccionadas e o segundo ano
integra uma única unidade curricular que é integralmente destinada à execução de um projecto
ou à realização de um estágio de natureza profissional, com apresentação de um relatório
final.
No âmbito da unidade curricular do segundo ano de Mestrado, mais concretamente, na área de
especialização de Projecto, Instalação e Manutenção de Equipamentos Térmicos, surgiu a
oportunidade de realização de um estágio curricular na empresa Enernatura, Lda.
Tratando-se de uma empresa que tem como mercado, as energias renováveis, certificação
energética de edifícios e a climatização, a Enernatura apresentou-se como sendo uma empresa
dinâmica e bem situada no seu mercado que poderia proporcionar ao aluno actividades que se
enquadrassem perfeitamente na área de especialização do presente mestrado.
Com o devido interesse, o aluno efectuou um primeiro contacto com a empresa. Contacto esse
que numa fase posterior com a concordância do Conselho Técnico-Científico resultou num
acordo entre ambas a instituições.
Desta forma, foi apresentada à empresa, uma proposta de estágio curricular com a duração de
1560 horas.
1.2. Apresentação da empresa
A empresa que acolheu o autor para a realização do estágio, foi fundada em 2008, por quatro
sócios, entre os quais, se encontram actualmente o Eng.º Nuno Miguel Augusto Tomás, e o
Sr. Luís Miguel Duarte Dias.
Tendo numa fase inicial, a infra-estruturas da empresa localizadas num pequeno escritório no
centro de Coimbra, o rápido crescimento obrigou a uma mudança para instalações maiores.
No momento, a empresa Enernatura dispõe de um edifício administrativo localizado na Rua
Alto das Forcadas, Fracção D - 1º Esq, 3020-323, Ponte de Eiras. Além da sede, a empresa
Introdução
Bruno Almeida 2
dispõe igualmente de um armazém localizado na Urbanização da Pedrulha, nomeadamente na
Rua do Cardal, lote 13, 3025-007 Coimbra.
A Enernatura faz parte de um grupo formado duas empresas, no qual se engloba também a
empresa WattMondego. A primeira é uma empresa de instalação de sistemas de energias
renováveis, consultadoria energética, e certificação energética no âmbito do Regulamento das
Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE). No seu portfólio possui
actualmente inúmeras instalações de sistemas de microprodução com painéis solares
fotovoltaicos, bem como a instalação de inúmeros sistemas de energia solar térmica, tanto a
nível residencial, com a nível de Instituições Particulares de Solidariedade Social.
Realizaram-se ainda algumas instalações de sistemas de climatização, e a execução de muitos
processos de certificação energética para edifícios de habitação.
A segunda, é uma empresa dedicada à área de projectos de grandes edifícios, no qual tem na
vertente de projectos de AVAC, Auditorias Energéticas e Certificação Energética no âmbito
do Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE), a área
com maior experiência. Da sua actividade resultaram, projectos de AVAC para edifícios de
serviços novos e Auditorias Energéticas de edifícios de serviços existentes, e Certificação
Energética de ambos os tipos de edifícios.
O grupo de empresas apresentado, tem como missão promover a eficiência energética através
da elaboração de projectos abrangidos pelo RCCTE e RSECE, caracterizados pela escolha de
soluções tecnológicas e construtivas de elevado grau de eficiência. Promover a certificação
energética de edifícios, sugerir e apoiar na implementação de opções de melhoria do seu
desempenho energético. Promover o aproveitamento e a utilização das fontes de energia
renovável disponíveis, contribuindo para a redução da dependência energética externa do país
e fomentando a criação de novas actividades económicas, tal como a microprodução, e
produção de águas quentes por intermédio de fontes renováveis. Participar no alcance da meta
relativa a edifícios neutros em termos de emissões de gases com efeito de estufa e de
utilização de energia, através da introdução de eficiência energética e da integração de
sistemas de energias renováveis em edifícios, contribuindo assim para o desenvolvimento
sustentável da região e do país.
O estágio curricular foi realizado na empresa Enernatura, no entanto, no âmbito das
actividades que surgiram, houve a necessidade de prestar serviços para a WattMondego.
Desta forma, todas as actividades descritas no presente documento relacionadas com a área de
Introdução
Bruno Almeida 3
projecto, e de certificação energética de grandes edifícios de serviços, foram serviços
prestados para a empresa WattMondego.
1.3. Objectivos
O presente estágio curricular teve como objectivo principal aprofundar e consolidar os
conhecimentos académicos em contexto do trabalho, e desta forma dotar o aluno das
ferramentas necessárias para uma melhor integração no mercado de trabalho.
Assim sendo, no seio da empresa Enernatura foi estabelecido um conjunto de objectivos que
se encontram distribuídos pelas várias áreas de actividade da empresa.
As actividades previstas na vertente de certificação energética foram nomeadamente
levantamentos no âmbito de edifícios de habitação. Com esta actividade o objectivo seria a
aquisição de conhecimentos relativamente à vertente energética de edifícios que lhe
permitisse prestar um apoio ao departamento de certificação energética. Não obstante, a
mesma actividade pretendia também possibilitar ao estagiário a aquisição de experiências, que
lhe permitiriam fazer uma análise do panorama da gama residencial tanto de soluções
construtivas, como de equipamentos.
Relativamente à área de AVAC, as actividades planeadas foram nomeadamente, a elaboração
de estudos de viabilidade de instalação de sistemas, estudo de necessidades térmicas dos
edifícios, e colaboração em projectos de execução. O pretendido com as actividades previstas
seria que o aluno adquirisse conhecimento e desenvolvesse competências que lhe permitissem
tanto projectar novas soluções, identificar problemas, e estudar soluções tendo em conta a
respectiva viabilidade económica e fiabilidade dos sistemas.
No âmbito do aquecimento de águas sanitárias, foi previsto um conjunto de actividades entre
as quais se apresentaram levantamentos e estudos de viabilidade dos sistemas. Relativamente
a esta área, os objectivos seriam similares aos apresentados anteriormente para os sistemas de
AVAC.
Por fim, a actividade prevista como sendo a principal actividade do aluno na empresa, foi
efectivamente a orçamentação. Esta actividade teria a intenção de possibilitar ao mesmo, a
capacidade para efectuar estimativas orçamentais para propostas de sistemas efectuadas por
clientes, e em simultâneo, o contacto com fornecedores, com os custos praticados e gamas de
equipamentos existentes no mercado. Com isto, pretendia-se a aquisição de conhecimento e
Introdução
Bruno Almeida 4
experiências que possibilitassem o estudo e comparação de produtos, a nível de custos,
características, fiabilidade, modo de fornecimento, entre outros parâmetros.
Com o estágio curricular no realizado, pretendia-se uma boa integração do autor na empresa,
bem como em todas as actividades propostas durante o período estabelecido.
Certificação Energética
Bruno Almeida 5
Capítulo 2. CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA
2.1. Introdução
O aumento da preocupação a nível mundial, com factores de carácter poluente, levou a que as
comunidades internacionais tivessem a necessidade de analisar os seus contributos a nível de
emissões de gases poluentes para atmosfera. Facto que se encontra directamente relacionado
com áreas como a indústria, transportes, sector residencial, entre outros.
Estima-se que em 2002, o sector residencial e terciário, sector constituído maioritariamente
por edifícios, absorvia mais de 40 % do consumo final de energia da Comunidade Europeia.
Desta forma, verificou-se ser importante reduzir os consumos de energia, e consequentemente
reduzir as emissões de gases poluentes para atmosfera associados a esses consumos.
O consumo energético necessário para obter as condições consideradas adequadas num
edifício e a poluição associada dependem da concepção dos sistemas, dos equipamentos
escolhidos, da utilização do sistema e da sua manutenção. Desta forma, para garantir uma
utilização de energia minimamente aceitável é necessário impor restrições no tipo de
materiais e fluidos que podem ser utilizados. Esta necessidade leva a que seja necessária a
implementação de regulamentos que limitem as soluções possíveis às tecnicamente aceitáveis
e que possibilitem consumos energéticos minimamente aceitáveis.
A publicação da directiva europeia 2002/91/CE, veio estabelecer os requisitos para a
elaboração de um sistema de certificação para estado membro, consoante as condições
climáticas externas e as condições locais, bem como as exigências em matéria de clima
interior e rentabilidade económica.
A legislação nacional encontra-se suportada por três decretos de lei que estabelecem os
requisitos que devem ser verificados relativamente à eficiência energética, qualidade do ar
interior, ensaios de recepção de sistemas após a conclusão da sua construção, manutenção e
monitorização do funcionamento dos sistemas de climatização, inspecções periódicas e
responsabilidade pela condução dos sistemas. O Decreto-lei 79/2006 denominado de
Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios e o Decreto-lei
80/2006 denominado de Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos
Certificação Energética
Bruno Almeida 6
Edifícios constituem a legislação em vigor que enquadra os critérios de conformidade a serem
observados nas inspecções a realizar no âmbito do Decreto-lei 78/2006.
Assim sendo, o Sistema de Certificação Energética (SCE) tem como objectivo assegurar a
aplicação regulamentar em todos os edifícios de habitação e de serviços de acordo com as
exigências e disposições contidas no RCCTE e RSECE, certificar o desempenho energético e
qualidade do ar interior, e identificar medidas de melhoria de desempenho aplicáveis aos
edifícios e respectivos sistemas energéticos.
2.2. Categorias dos Edifícios e Regulamentos Aplicáveis
Uma vez que os consumos variam significativamente consoante o tipo de edifício e sistemas
de climatização, os edifícios abrangidos pelo SCE encontram-se classificados com base na
área útil, função ao qual se destina o edifício, e na potência térmica dos sistemas
implementados ou preconizados.
A partir desta categorização, cada um é associado a um determinado regulamento tendo em
conta a área útil e categorias do edifício, e a data de entrada do pedido de licenciamento ou
autorização de construção.
Na tabela 1, encontram-se classificados os edifícios em novos ou existentes, consoante a data
de entrada do pedido de licenciamento ou pedido de construção, segundo a portaria nº
461/2007, para efeitos de aplicação do SCE."
Tabela 1: Classificação dos Edifícios de acordo com a data do pedido de licenciamento
Tipo Data de entrada do pedido de licenciamento ou autorização de construção
Edifícios Novos
Posterior a 1 de Julho de 2007, GES e Edifícios de Habitação com uma área útil
superior a 1000m2;
Posterior a 1 de Julho de 2008, PES e Edifícios de Habitação com uma área útil
inferior a 1000m2.
Edifícios Existentes
Anterior a 1 de Julho de 2007, GES e e Edifícios de Habitação com uma área
útil superior a 1000m2;
Anterior a 1 de Julho de 2008, PES e Edifícios de Habitação com uma área útil
inferior a 1000m2.
Certificação Energética
Bruno Almeida 7
Na tabela 2, encontra-se a classificação dos edifícios e seu enquadramento relativamente aos
referidos regulamentos.
Tabela 2: Regulamentos aplicáveis às categorias dos edifícios
Tipo Categorias dos Edifícios
Regulamentos Aplicáveis
Edifícios de Habitação
Novos sem Sist. de Climatização - P ≤ 25kW (HsC)
RCCTE
Novos com Sist. de Climatização - P > 25kW (HcC)
RCCTE e RSECE
Existentes sem Sist. de Climatização - P ≤ 25kW (HsC)
RCCTE
Existentes com Sist. de Climatização - P > 25kW (HcC)
RCCTE
Edifícios de Serviços
Pequenos* (PES) Ap < 1000 m2
Novos com P ≤ 25kW (PESsC)
RCCTE
Novos com P > 25kW (PEScC)
RCCTE e RSECE (E e QAI)
Existentes com P ≤ 25kW (PESsC)
RCCTE
Existentes com P > 25kW (PEScC)
RSECE
Grandes* (GES) Ap ≥ 1000 m2
Novos (≤ 3 anos de uso)
RSECE- Energia e QAI
Novos após 1ª AE (>3 anos de uso)
RSECE- Energia e QAI
Existentes
RSECE- Energia e QAI
Equipamentos e Sistemas de Climatização com P ≥ 25 kW
Novos
RSECE
Existentes
RSECE
Edifícios como centros comerciais, hipermercados e piscinas aquecidas cobertas, com uma
área útil superior a 500m2, são igualmente considerados GES, independentemente de dispor
ou não de sistema de climatização.
Para os edifícios grandes de serviços existentes, o processo de certificação implica uma
auditoria energética e à qualidade do ar interior (QAI).
Certificação Energética
Bruno Almeida 8
2.3. Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios
O RCCTE é o regulamento que estabelece as regras a observar no projecto de todos os
edifícios de habitação e dos edifícios de serviços sem sistemas de climatização.
O método proposto pressupõe uma análise do comportamento do edifício face aos consumos
inerentes à sua utilização, nomeadamente de aquecimento, arrefecimento e de AQS. Factor
esse, que é caracterizado consoante um conjunto de índices e parâmetros, tal como o das
necessidades anuais de energia útil para aquecimento (Nic), o das necessidades nominais
anuais de energia útil para arrefecimento (Nvc), as necessidades nominais anuais de energia
para produção de águas quente sanitárias (Nac), e as necessidades globais de energia primária
(Ntc). A quantificação destes é efectuada com base num conjunto de parâmetros
complementares, entre os quais se enumeram os coeficientes de transmissão térmica
superficiais (U) e lineares (ψ) dos elementos da envolvente, a inércia térmica do edifício ou
fracção autónoma, factor solar dos envidraçados, taxa de renovação do ar e o zoneamento
climático do edifício. Não obstante, para garantir a qualidade do ar interior e conforto térmico,
e produção de água quente sanitária são também utilizados valores de referência. Segundo o
artigo 14.º do RCCTE, o valor de referência de temperatura do ar ambiente interior é de 20ºC
para a estação de aquecimento. Para a estação de arrefecimento os valores de referência para
garantir boas características termo-higrométricas do ar no interior são de 25ºC e uma
humidade relativa de 50%. Relativamente à qualidade do ar interior, o regulamento fixa um
valor mínimo de 0,6 renovações por hora. Por fim, relativamente à produção de AQS, o
consumo de referência é de 40 litros de água quente a 60ºC por habitante e por dia.
Nos certificados abrangidos pelo RCCTE, a classe energética do edifício é obtida a partir da
razão entre as Ntc e o valor limite máximo regulamentar para as necessidades globais de
energia primária para climatização e águas quentes. O Nt difere de edifício para edifício, uma
vez que este parâmetro é calculado com base no factor de forma1e dos graus-dia
2 do edifício.
1 Factor de Forma é o quociente entre o somatório das áreas da envolvente exterior e interior do edifício ou
fracção autónoma com exigências térmicas e o respectivo volume interior correspondente. 2 Graus-dias de aquecimento de base 20ºC, é um número que caracteriza a severidade de um clima durante a
estação de aquecimento e que é igual ao somatório das diferenças positivas registadas entre uma dada
temperatura de base (20°C) e a temperatura do ar exterior durante a estação de aquecimento.
Certificação Energética
Bruno Almeida 9
Figura 2.1: Classificação Energética
Para emitir a DCR de um projeto de edificação ou para se proceder à certificação de um
edifício é necessário efectuar a recolha de informação de todos os parâmetros relacionados
com o edifício.
Nesta fase, o perito qualificado deve recorrer sempre à informação que melhor reflicta a
realidade de construção, equipamentos utilizados e sistemas instalados. No entanto, tal
informação deverá encontrar-se devidamente suportada por evidências recolhidas e
verificadas pelo próprio, tal como catálogos de equipamentos e soluções instaladas, relatórios
fotográficos, projecto de arquitectura, entre outros.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 10
Capítulo 3. AQUECIMENTO, VENTILAÇÃO E AR CONDICIONADO
3.1. Introdução
Com o objectivo de garantir o conforto térmico e QAI no interior dos edifícios, naturalmente
são instalados, embora na sua maioria em GES, sistemas de AVAC. No entanto, com a
entrada em vigor do SCE, a implementação destes sistemas deve obedecer a um conjunto de
requisitos impostos pelo RSECE que visam estabelecer condições mínimas para a obtenção de
um conforto térmico e QAI, com a maior eficiência possível. Assim sendo, deve existir
imediatamente na fase de projecto a preocupação em garantir o cumprimento desses requisitos
e a concepção de um sistema o mais eficiente possível, dentro das possibilidades do projecto.
Deste modo, pode-se facilmente ter uma percepção da influência que os regulamentos
atingem nos projectos de AVAC. De seguida serão apresentados numa perspectiva geral os
principais tipos de sistemas de AVAC.
3.2. Tipos de sistemas
Actualmente, com o aumento progressivo de novas soluções para climatização no mercado,
existem várias formas de caracterizar os sistemas, e por vezes a classificação de um sistema
pode-se tornar uma tarefa algo complexa devido ao conjunto de parâmetros existentes nos
novos sistemas de climatização. No entanto, neste contexto serão apresentados os dois tipos
de classificação que são mais utilizados e que no entender do estagiário parecem ser mais
pertinentes.
Entre os tipos de caracterização dos sistemas de climatização, encontram-se a classificação
tendo em conta a área servida pelos sistemas e tendo em conta o tipo de fluido térmico
existente.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 11
3.2.1. Classificação dos sistemas
Em função da área servida pelos sistemas
Segundo a área servida pelos sistemas de climatização, os sistemas podem ser classificados
por sistemas centralizados ou sistemas individuais.
Entende-se por um sistema centralizado, um sistema que serve a totalidade, ou pelo menos,
uma grande parte do edifício. Neste tipo de sistemas existe um elemento produtor, que se
encontra normalmente instalado numa área técnica do edifício, no qual apenas os técnicos
responsáveis pela manutenção têm acesso, e a climatização dos espaços é assegurada a partir
de um circuito primário que transporta o fluido térmico desde o equipamento até aos espaços
a climatizar.
Por sua vez, um sistema individual é um sistema que serve apenas um espaço do edifício, ou
seja, um sistema no qual o sistema produtor normalmente não se encontra instalado em áreas
técnicas, mas em áreas mais próximas dos espaços a climatizar, onde seja possível a sua
instalação. Os sistemas do tipo Split3, são sistemas que normalmente são considerados do tipo
individual.
Este tipo de classificação torna-se importante no que toca ao cumprimento de requisitos
impostos pelo RSECE. Segundo o artigo 14.º do Capitulo V, "O recurso a unidades
individuais de climatização para aquecimento ou arrefecimento em edifícios de serviços
licenciados posteriormente à data da entrada em vigor do Decreto-Lei nº 118/98, de 7 de
Maio, ou em cada uma das suas fracções autónomas, só é permitido nos espaços que
apresentem cargas térmicas ou condições interiores especiais em relação às que se verificam
na generalidade dos demais espaços da fracção autónoma ou edifício, ou não ultrapassarem 12
kW de potência instalada de ar condicionado por edifício ou fracção autónoma, ou quando
houver dificuldades técnicas ou impedimentos fortes de outra qualquer natureza devidamente
justificados e aceites pela entidade licenciadora."
3 Denomina-se comercialmente por unidades do tipo Split, as unidades individuais de ar condicionado. A
tradução da palavra da Língua Inglesa, Split, significa divisão, pelo que remete para um sistema adequado para
uma divisão.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 12
Em função do fluido térmico
Sistemas "Tudo-Ar"
Nos sistemas do tipo "tudo ar", o ar é acondicionado e filtrado numa unidade de tratamento de
ar, e o mesmo é transportado por intermédio de redes de condutas até aos espaços a
climatizar. A este tipo de instalações estão normalmente associadas condutas de grandes
dimensões, uma vez que o transporte do ar é realizado a baixas velocidades. Pelo que este
aspecto exige alguma compatibilidade por parte da especialidade de Arquitectura que deverá
prever a existência de "courettes", e tectos falsos.
Estes sistemas encontram-se subdivididos por sistemas de conduta simples e sistemas de
dupla conduta. Os sistemas de dupla conduta são sistemas constituídos por duas condutas,
onde uma é responsável pelo transporte do fluido "frio" e a outra responsável pelo fluido
"quente" que posteriormente são misturados numa caixa de mistura para obter as condições
desejadas e os do conduta simples, onde o ar é transportado nas condições desejas por uma
única conduta. No entanto, os sistemas de dupla conduta, devido ao grande volume que
ocupam e elevado custo, não são muito utilizados.
Os sistemas de conduta simples mais utilizados são os sistemas VAC e os VAV.
Relativamente ao primeiro, o caudal de ar insuflado é constante, e a alteração das condições
de insuflação do ar apenas se consegue a partir de uma variação da temperatura. Nestes casos,
o controlo é efectuado directamente sobre a potência das baterias da unidade de tratamento de
ar (UTA), que varia conforme a variação da carga térmica dos espaços. Por sua vez, nos
sistemas de VAV a temperatura de insuflação é constante, variando apenas o caudal de ar de
forma a garantir a remoção das cargas térmicas dos espaços. Nestes casos, o controlo é
efectuado directamente sobre os ventiladores de insuflação.
Uma instalação de VAC, pode ser ainda classificada por sistema com uma só zona ou sistema
com várias zonas. Num sistema de uma só zona, o ar distribuído para os espaços a climatizar
não sofrerá nenhuma alteração de condições até entrar no espaço, pelo que em todos os
espaços será insuflado ar com as mesmas características.
Este tipo de instalações é adequado para edifícios onde não se verifique grande variação de
cargas térmicas, uma vez que não permite o controlo de temperatura individual em cada
divisão.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 13
Uma vez que, normalmente as cargas térmicas num edifício não variam de forma semelhante
durante todo o ano, existe a possibilidade de instalar uma UTA para cada uma das zonas com
condições diferentes. Deste modo, passamos a ter um sistema de VAC com várias zonas.
Apesar de não ser uma solução que permita um controlo individual das condições interiores
em cada divisão, permite um controlo de temperatura em cada um das zonas climatizadas.
Uma instalação deste género poderá apresentar-se como uma solução efectiva para um
edifício com fachadas com orientações opostas, onde seria de esperar a instalação de uma
UTA para a zona que correspondesse a uma orientação e a instalação de outra UTA para a
zona que correspondesse à orientação oposta.
Não obstante, no caso de não existir grandes flutuações de cargas térmicas, a utilização de
baterias de reaquecimento terminal poderá ser uma alternativa viável.
Associados a estes sistemas existe naturalmente um sistema de extracção. Apesar de este tipo
de sistemas ser o mais utilizado, apresenta-se como uma solução com grandes consumos de
ventilação, pelo que começa a surgir a tendência na diminuição de instalações com este tipo
de sistema.
Na figura 3.1, encontra-se representado o diagrama esquemático de um sistema de VAC, com
a opção de baterias de reaquecimento terminal.
Figura 3.1: Diagrama esquemático de uma instalação VAC. HAP4.51/Carrier
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 14
Como referido anteriormente, numa instalação de VAV, a temperatura de insuflação é
constante, sendo desta maneira, o caudal de ar o parâmetro que sofre ajustes consoante a
variação da carga térmica. De modo a garantir uma compensação da carga térmica local, o
controlo do caudal é efectuado a partir de registos terminais que em função da temperatura do
espaço regulam o caudal insuflado no espaço. Para evitar variações de pressão indesejáveis é
imperativo que o sistema de extracção siga a modulação do sistema de insuflação. Este tipo de
sistema apresenta a vantagem de obter menores consumos de ventilação relativamente ao
anterior, uma vez que o mesmo tem a capacidade de diminuir o caudal com a diminuição das
cargas térmicas, no entanto, este apresenta algumas limitações quando as cargas térmicas são
muito reduzidas, porque o sistema deve assegurar um caudal mínimo de insuflação.
É importante referir que este tipo de sistema está associado normalmente a instalações com
"tudo ar novo". Uma vez que, para cargas térmicas muitos baixas o sistema de controlo actua
no sentido de diminuir o caudal insuflado, a taxa de ar novo insuflado nos espaços diminui
também. No entanto, o sistema deverá garantir os caudais mínimos de ar novo impostos pelo
RSECE, e muitas vezes para regimes de cargas térmicas muito baixas o sistemas não
conseguem garantir esse caudal. Deste modo, é mais frequente a instalação destes sistemas
recorrendo a unidades de tratamento de ar novo, no entanto, para evitar a perda total de
energia associada ao ar rejeitado, as unidades de tratamento de ar novo (UTAN's) são
normalmente providas de recuperação de calor, ou é instalado exteriormente um recuperador
de calor.
Este sistema tem como principais vantagens um baixo custo de funcionamento relativamente
aos sistemas de VAC, uma vez que os caudais de ar se ajustam à variação de cargas térmicas e
um controlo de temperatura ambiente localizado, mesmo que com limitações. Contudo, essa
maior capacidade de modelação face às solicitações obriga à concepção de um sistema de
maior complexidade, e com maior número de elementos de controlo, o que reporta para
maiores custos iniciais, e maiores custos e rigor de manutenção.
Na figura 3.2, encontra-se representado o diagrama esquemático de um sistema de VAV, com
várias opcionais.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 15
Figura 3.2: Diagrama esquemático de uma instalação de VAC. HAP4.51/Carrier
Sistemas "Tudo-Água"
Nos sistemas do tipo "tudo-água", a energia utilizada para compensar as cargas térmicas é
transportada a partir de água aquecida, no caso do aquecimento, e por água arrefecida no caso
do arrefecimento. Neste caso, a energia é dissipada por equipamentos existentes em cada
local, seleccionados com as potências térmicas de acordo com as cargas térmicas previstas
para cada local a ser climatizado. Os equipamentos terminais podem ser de natureza
convectiva, radiativa, ou mistos.
As concepções mais usuais de transporte de energia são nomeadamente, os sistemas com dois
tubos, e sistemas com quatro tubos. O primeiro sistema permite apenas a circulação de água
quente, ou água arrefecida, pelo que um sistema de climatização com este tipo de sistema de
transporte apenas poderá realizar aquecimento, ou arrefecimento. Por sua vez, o segundo
sistema, permite a circulação de água arrefecida e água aquecida em simultâneo, pelo que
permite ao sistema de climatização associado o aquecimento e arrefecimento em simultâneo.
No local, a climatização é realizada por intermédio de um equipamentos terminais a partir da
circulação de ar que pode ser natural, ou forçada.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 16
Uma das grandes vantagens deste tipo de sistemas é efectivamente a possibilidade de controlo
individual. Para este tipo de situações o equipamento terminal é seleccionado de acordo com a
carga térmica do local, o que possibilita a instalação de um equipamento que possui
características adequadas para espaço em questão, e além dessa característica ainda permite
uma regulação conforme as variações de carga térmica.
Sistemas "Ar-Água"
Em sistemas do tipo "Ar-Água", os dois fluidos são utilizados como fluidos térmicos. Como
exemplo de um sistema deste tipo, pode ser apresentada uma solução de climatização e
ventilação, onde é preconizado um sistema de climatização do tipo "Tudo-Água", e um
sistema de ventilação com tratamento de ar, onde o ar é apenas tratado com o intuito de ser
insuflado a uma temperatura e humidade, denominadas como neutras 4. Não obstante, sendo
ambos sistemas servidos pelo mesmo elemento produtor de calor ou frio. Este sistema, é no
fundo um sistema combinado dos sistemas "tudo-ar" e "tudo-água", mas alimentados pela
mesma fonte de energia. Todavia existem inúmeras concepções possíveis deste tipo de
sistemas.
Sistemas de Expansão Directa
Os sistemas de expansão directa, são sistemas no qual a climatização se efectua a partir da
expansão directa do fluido térmico, que neste tipo de sistemas se trata de fluido frigorigéneo.
Neste tipo de equipamentos a unidade interior absorve ou rejeita calor para o espaço a
climatizar.
Como se trata de um sistema onde existe manipulação de fluido frigorigéneo, isto é, um fluido
tóxico e em grande parte, altamente poluente, as instalações deste tipo devem garantir todas a
condições de segurança e protecção ambiental. A norma EN 378-1 define os requisitos de
segurança e protecção ambiental relativamente a sistemas frigoríficos e bombas de calor.
4 Entende-se como ar com temperatura e humidades neutras, ar que é insuflado em condições de temperatura e
humidade de referência para conforto térmico. A insuflação de ar neste caso não terá o propósito de climatizar
um espaço, mas apenas ventilar sem que para o efeito sejam adicionadas quaisquer cargas térmicas ao local.
Segundo o RCCTE, os valores de referência para o ar ambiente são nomeadamente, 20ºC para a estação de
aquecimento e de 25ºC e 50% de humidade relativa para a estação de arrefecimento.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 17
A este tipo de sistemas estão associados equipamentos como splits, multi-splits, VRV's,
rooftop, entre outros, não obstante, serão apenas abordados os equipamentos mais presentes
no âmbito das tarefas do estagiário.
Em edifícios residenciais, cada vez se verifica ser mais comum a instalação de sistemas
individuais do tipo split ou multi-split. A fiabilidade, eficiência, e baixo custo inicial deste
tipo de sistemas torna estes equipamentos bastante atractivos do ponto de vista do consumidor
a nível residencial. A maioria dos sistemas do tipo split é do tipo reversível, pelo que é um
equipamento que tem a capacidade de funcionar para aquecimento e arrefecimento ambiente.
Os sistemas do tipo split, são sistemas que possuem uma unidade exterior a alimentar apenas
uma única unidade interior. Por sua vez, os sistemas do tipo multi-split, possuem uma
máquina exterior com capacidade de alimentar várias máquinas, apresentando no entanto,
sempre alguma limitação, uma vez que na maior parte dos casos, os sistemas permitem a
ligação a um máximo de cinco máquinas interiores.
Figura 3.3: Conjunto de unidade interior e exterior de Ar Condicionado. Daikin Emura
Em edifícios de serviços, os sistemas de expansão directa mais usuais, são os sistemas de
volume de refrigerante variável, denominados de forma abreviada por sistemas VRV.
Ao contrário dos sistemas multi-split, estes permitem a ligação a muitas máquinas interiores,
pelo que permitem a climatização centralizada de um grande edifício, por inteiro.
O princípio de funcionamento dos sistemas VRV é semelhante aos sistemas individuais e do
tipo multi-split com a vantagem de poder realizar o aquecimento e o arrefecimento em
simultâneo se necessário. Contudo, para o efeito será necessário adoptar uma configuração de
três tubos, ao invés de dois tubos, que é a configuração adoptada normalmente.
Comparativamente aos sistemas a água, estes sistemas apresentam-se como sistemas de
grande eficiência, fácil instalação, manutenção reduzida, e permitem um controlo individual
da temperatura ambiente. No entanto, não são tão versáteis, no que trata a alterações.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 18
Figura 3.4: Diagrama esquemático de sistema VRC. Daikin
3.2.2. Equipamentos terminais
Unidades Terminais de Água
Actualmente existem imensos tipos de equipamentos terminais no mercado para este tipo de
sistemas, no entanto em edifícios residenciais, os equipamentos mais comuns são os
emissores de alumínio, chapa de aço ou ferro fundido. Comercialmente designados por
radiadores, estes surgem como sendo equipamentos pouco dispendiosos e de fácil instalação e
regulação. A regulação é realizada por intermédio de uma válvula de regulação que pode ser,
ou não, termostática. No entanto o seu funcionamento é restrito ao aquecimento, com
temperaturas da água na ordem dos 80/90 ºC. Este facto limita a sua utilização associada a
fontes térmicas com potências mais altas, e com capacidade de aquecer água a temperaturas
altas, tal como caldeiras. De qualquer modo, é possível associar este tipo de equipamentos a
fontes de calor do tipo bomba de calor de baixa temperatura, associadas a temperaturas da
água na ordem dos 45ºC, mas esses casos implicam equipamentos com dimensões bastante
maiores.
Na figura 3.5, encontram-se representados emissores em chapa de aço, e em alumínio.
Figura 3.5: Emissores em chapa de aço (à esquerda) e de alumínio ( direita). BaxiRoca
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 19
Por sua vez em edifícios comerciais ou de serviços, com este tipo de sistemas é mais usual a
utilização de ventiloconvectores. Este tipo de equipamentos apresenta algumas vantagens
relativamente aos anteriores, entre as quais a possibilidade de funcionar em aquecimento e
arrefecimento, cujas temperaturas funcionamento são em modo geral, nomeadamente de 45ºC
para modo de aquecimento, e de 7ºC para modo de arrefecimento.
Figura 3.6: Ventiloconvectores. Modelo de chão à esquerda e modelo de tecto à direita. Daikin
Tal, como os equipamentos anteriores, existem inúmeros formatos e modelos, mas estes estão
divididos basicamente em modelos de chão e modelos de tecto. Naturalmente são
equipamentos um pouco mais dispendiosos, pela maior complexidade, mas apresentam
igualmente uma instalação relativamente simples.
A regulação deste equipamento do lado da água é efectuada normalmente por intermédio de
válvulas de duas ou três vias que são comandadas por intermédio de termóstato ambiente.
Todavia, os ventiloconvectores são providos de comando para controlo do ventilador,
geralmente até três velocidades.
Na figura 3.7, é possível visualizar um esquema de um equipamento terminal do tipo ventilo-
convector, com controlo regulado a partir de termóstato aplicado em parede.
Figura 3.7: Diagrama esquemático de instalação de um ventiloconvector. HAP4.51/Carrier
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 20
Além dos equipamentos terminais apresentados anteriormente, nomeadamente, os emissores e
os ventiloconvectores, existem também disponíveis no mercado uma grande quantidade de
soluções para os sistemas de água. Entre outros, surgem equipamentos como
injectoconvectores, vigas arrefecidas, sistemas de pavimento radiante, tecto arrefecido e
paredes radiantes. No entanto, estes não serão descritos em tanto pormenor, uma vez que, no
seio das actividades do estagiário, não se apresentaram equipamentos tão comuns como os
apresentados anteriormente.
Unidades Terminais de ar
À semelhança das unidades terminais de água existem imensos modelos e tipos de unidades
terminais de ar.
Estes equipamentos têm a função de garantir a difusão do ar quando este entra no espaço ao
qual é destinado. Todavia, existe um conjunto de parâmetros que deverão ser controlados para
garantir o conforto dos ocupantes no espaço, entre os quais o nível de ruído, a velocidade do
ar no volume de controlo do espaço e as temperaturas do ar a insuflar.
Além da função que desempenham, estes equipamentos possuem um aspecto visual bastante
atractivo que pode conjugado consoante a arquitectura de cada edifício.
Tendo em conta a preocupação crescente na redução dos consumos energéticos associados
aos sistemas de AVAC, importa preconizar soluções com uma alta eficiência da ventilação. A
eficiência da ventilação define-se como a razão entre o caudal de ar novo que efectivamente
chega à zona ocupada e o caudal de ar novo insuflado no mesmo. Quanto maior for a
eficiência da ventilação, menor será a necessidade de agravar os valores do caudal de ar novo
a insuflar, para garantir os caudais mínimos de ar novo insuflado impostos pelo RSECE, o que
resulta num consumo menor de energia por parte dos ventiladores.
Além da preocupação a nível energético, o regulamento impõe um valor máximo de 0,2m/s
para a velocidade do ar no interior da zona ocupada de um espaço. Segundo a norma
EN13779, a zona ocupada encontra-se definida de acordo com o representado na figura 3.8.
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 21
Figura 3.8: Definição de Zona Ocupada segundo a EN13779
Uma boa estratégia de difusão do ar conduz a estratificação e velocidades do ar e adequadas,
pelo que apenas uma correcta selecção de um difusor possibilita a insuflação do caudal de ar
sem qualquer ruído nem velocidades do ar que possam ser incómodos para os ocupantes.
A insuflação do ar tratado no espaço ambiente pode ser feita de acordo com duas estratégias, a
difusão por mistura e a difusão por deslocamento. Na primeira o ar novo é misturado com o ar
existente na sala arrastando desta forma o ar ambiente e todas as partículas em suspensão,
acabando por ser extraído. Esta apresenta a vantagem de garantir uma taxa de poluentes e uma
temperatura homogéneas em todo o espaço. Por sua vez, na segunda o ar novo é insuflado a
nível do pavimento a uma velocidade baixa de modo a não se misturar com o ar ambiente, o
que forma uma zona de ar fresco junto ao solo em todo o espaço. Á medida que o ar vai
aquecendo toda a superfície de ar sobe e arrasta todas as partículas poluentes, acabando estas
por extraídas. Esta estratégia tem a vantagem de manter a zona ocupada constantemente com
baixo teor de poluentes, contudo, o método apenas funciona para regimes de arrefecimento,
uma vez que em regimes de aquecimento o ar teria a tendência de subir directamente para a
zona de extracção. Por outro lado, o segundo método não permite uma boa estratificação da
temperatura no espaço.
A selecção deste tipo de equipamentos é normalmente realizada através de manuais de
selecção disponibilizados pelos fabricantes. Consoante o tipo de utilização e do tipo de espaço
são seleccionados os equipamentos terminais capazes de realizar uma insuflação do ar com a
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
Bruno Almeida 22
maior eficiência possível, garantindo os níveis adequados de ruído e velocidade do ar. Na
figura 3.9, encontram-se ilustrados dois tipos de unidades terminais de difusão.
Figura 3.9: Difusor rotacional e grelha de insuflação
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 23
Capítulo 4. ACTIVIDADES REALIZADAS
4.1. Introdução
Neste capítulo, é realizada uma descrição das actividades realizadas pelo estagiário, entre as
quais, surgem trabalhos no âmbito de climatização em edifícios de habitação, sistemas de
energia solar térmica, certificação energética de edifícios, AVAC e orçamentação. Como já
foi referido no Capitulo 1, dado ao mercado onde se insere a empresa, houve uma grande
diversidade de tarefas. No entanto, nem todas as tarefas tiveram o mesmo grau de intervenção
nem a mesma regularidade de execução. Desta forma, a divisão e subdivisão de capítulos, e
subcapítulos, respectivamente apresentados, encontra-se relacionada directamente com o
relevo e o peso que as várias actividades tiveram durante o período de estágio curricular.
O período de estágio teve início com actividades de baixa responsabilidade, e portanto, apenas
com carácter introdutório aos procedimentos da empresa. Na altura, encontrava-se em fase de
planeamento a execução de um conjunto de obras de solar térmico para Instituições Privadas
de Solidariedade Social. Tratava-se de obras que resultaram da candidatura ao programa do
governo de energia solar térmica de 2010. Neste âmbito, surgiu assim, a primeira tarefa, que
consistiu na análise de soluções preconizadas para os sistemas, com intuito de verificação,
complemento das listas de material, ou realização de listas de material para execução das
obras. À medida que foram surgindo pedidos para cotação para sistemas de aquecimento
central no âmbito residencial, começaram a surgir tarefas de dimensionamento dos sistemas e
elaboração de medições. Devido ao carácter introdutório da tarefa, a sua orçamentação ficaria
ainda a encargo do orientador de estágio. Contudo, ao fim de um determinado período de
tempo, o mesmo viria a ser progressivamente mais integrado, até que passou a ser incluído de
forma total nesta actividade.
Assim sendo, o dimensionamento e estudo de viabilidade de sistemas de climatização e AQS,
para residências e respectiva orçamentação tornou-se a principal actividade ao longo de todo o
estágio. Este foi o tipo de actividade corrente, que se realizaram todos dias, e chegou a incluir
todas as vertentes da empresa, inclusivamente o orçamento de sistemas solares fotovoltaicos.
Todavia, como não se verificou uma aquisição de conhecimentos substancial relativamente ao
dimensionamento de sistemas de microgeração, estes não se encontram referenciados no
presente documento. No subcapítulo 4.2, encontra-se descrita uma actividade concreta
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 24
relacionada com o dimensionamento e estudos de viabilidade económica para pequenos
sistemas de climatização.
Como apoio ao departamento de certificação energética, foram realizadas algumas saídas
pontuais para realizar levantamentos dimensionais e descritivos de edifícios residenciais. Este
conjunto de serviços foi realizado num período que corresponde à primeira metade do período
de estágio, apresentando-se como uma actividade pontual e restrita a esse período de tempo.
No subcapítulo 4.3, é realizada uma descrição da actividade relacionada com a certificação
energética.
Com abertura dos concursos para candidaturas a incentivos do QREN, surgiu uma
oportunidade para as pequenas e médias empresas requalificarem as suas instalações com o
apoio de incentivos provenientes do fundo social europeu. Nesse sentido, a empresa realizou
os diagnósticos energéticos para um conjunto de entidades que procederam à respectiva
candidatura.
No âmbito destes programas, foram realizadas tarefas como a análise da facturação energética
dos edifícios, levantamento dimensional e caracterização das envolventes. Contudo a maioria
das acções realizadas nesta actividade foram igualmente realizadas nas actividades de
projecto, com a excepção da análise de facturação energética, pelo que a aquisição de
conhecimentos relacionadas com esta tarefa não demonstrou acrescentar grande valor
relativamente às restantes actividades já descritas. Por este motivo, a descrição desta
actividade não será realizada no presente documento.
À semelhança do sucedido na actividade de apoio à certificação energética, surgiu na segunda
metade do período de estágio, uma actividade de projecto para grandes edifícios.
Apresentando-se como uma actividade pontual foram prestadas colaborações em vários
processos, e foi elaborado um projecto de AVAC para um edifício destinado a servir como
Lar Residencial. O capítulo 4.4, descreve todas as actividades relacionadas com área de
projecto.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 25
4.2. Orçamentação
A realização de estudos orçamentais, apresenta-se como a actividade realizada pelo aluno, ao
qual foi dedicada mais horas de trabalho.
Como referido no subcapítulo 4.1, inicialmente, a actividade residia na realização de
medições e dimensionamento de sistemas de climatização. Numa fase posterior, o autor foi
sendo gradualmente integrado na actividade de orçamentação.
A orçamentação é uma actividade com elevado grau de importância para todo o tipo de
serviços. Esta permite informar o potencial cliente, do custo de venda de determinado serviço
ou artigo de determinada empresa, indivíduo, ou organização. Deste modo, o cliente obtém
uma informação relativamente ao serviço prestado, e pode consoante as suas pretensões
compará-las com outros potenciais prestadores de serviços ou vendedores de artigos. Um
mercado cada vez mais competitivo, leva a que o papel dos estudos orçamentais tenha cada
vez mais importância.
Existem muitas abordagens possíveis a esta temática, no entanto, no presente documento, será
apresentada uma abordagem adaptada ao mercado e ao tipo de negócio em que se insere a
empresa.
Sendo a empresa Enernatura, uma empresa instaladora, apresenta-se como uma empresa
prestadora de serviços. Assim sendo, fazer uma previsão dos custos de uma obra, o mais
aproximadamente possível do custo real efectivo, reporta vários benefícios, entre os quais, o
aumento da margem de lucro, e uma maior competitividade relativamente aos concorrentes
mais directos, assim como uma maior flexibilidade a nível negocial de propostas realizadas.
A actividade de orçamentação neste caso, pressupõe quantificar todos os custos inerentes à
execução de uma obra, do material, de deslocações, entre outros.
Durante o presente estágio, houve a necessidade de realizar tarefas de nível orçamental, em
vários sistemas, desde pequenos sistemas de climatização, sistemas de aquecimento de águas
sanitárias, sistemas fotovoltaicos, entre outros. Contudo, não faz parte do presente documento
nenhuma informação relativamente à vertente de microgeração, uma vez que, o contacto com
este tipo de sistemas ainda não até ao momento suficiente para possibilitar a aquisição de
conhecimentos no sentido de poder ser realizada uma descrição com sentido crítico por parte
do estagiário.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 26
Nestes casos em particular foram fornecidas listas de material, a partir do qual foram
solicitadas aos fornecedores cotações de material.
As actividades de carácter orçamental tivera iniciaram com a solicitação de propostas para
instalação ou fornecimento de um determinado tipo de sistemas.
Após a entrada de cada processo, foram analisados de forma pormenorizada, e caso não se
verificasse a necessidade de solicitar informação para a realização de uma proposta, os
mesmos passariam a ser classificados consoante o grau de prioridade.
Desta forma, todos os processos foram registados e foram executados conforme a prioridade
estabelecida.
Uma estimativa orçamental de determinado sistema, pressupõe o dimensionamento e a
selecção de equipamentos, tarefas que se encontram descritas posteriormente no presente
documento, nomeadamente no subcapítulo 4.3, e 4.6. Dado ao mercado para o qual se
encontram direccionadas estas actividades, o tempo de resposta pode determinar a
adjudicação de um processo, uma vez que na maior parte dos casos os requerentes solicitam
cotações a várias empresas. Por outro lado, em edifícios em construção é necessário em
alguns casos trabalhar em colaboração com outras especialidades da obra, e
consequentemente compatibilizar os tempos de actuação, pelo que um tempo de resposta
demasiado longo pode ditar a adjudicação de uma proposta a outra empresa.
Assim sendo, consoante o grau de dificuldade que envolvia cada processo, houve uma procura
incessante por responder de uma forma breve e concisa. Para tal, foi necessário agilizar
processos, e criar uma documentação padrão para a realização de orçamentos, como é o
exemplo de folhas de cálculo com todo o material normalmente usado em cada sistema,
devidamente classificado de acordo com a sua função, e de folhas de cálculo rápido para
dimensionamento dos sistemas, conforme o exemplo demonstrado na figura 4.1.
Após o dimensionamento dos sistemas e selecção dos equipamentos a utilizar, são realizadas
as medições e cotação dos materiais e acessórios, incluindo os custos complementares de
transporte.
Ao custo do material, são adicionados os restantes custos relacionados com todo o serviço
prestado, nomeadamente o trabalho de engenharia, o trabalho dos instaladores, trabalhos de
construção civil, transportes, instalação e arranque dos sistemas preconizados, trabalhos
comerciais e por fim a margem comercial da empresa.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 27
Todas as tarefas desenvolvidas neste âmbito implicaram uma pesquisa constante, tanto dos
produtos como das soluções existentes no mercado. Para isso foram realizadas várias reuniões
com fornecedores com o intuito de adquirir informação relativamente aos produtos, ao seu
princípio e regime de funcionamento, e formas de aplicação. Este tipo de informação é
essencial para realizar um bom dimensionamento dos sistemas e disponibilizada normalmente
em catálogos, tabelas de preços, fichas técnicas, manuais, entre outros.
Figura 4.1: Folha de cálculo para dimensionamento de radiadores
A actividade de orçamentação veio deste modo proporcionar contacto directo com
fornecedores que no âmbito da tarefa, permitiu a aquisição de informação relativamente à
vertente económica de todos os processos, assim como preços praticados no mercado tanto
para materiais como para serviços prestados, custos de transporte, modos de fornecimentos e
modos pagamento no acto de encomendas.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 28
4.3. Análise Técnico-Económica entre sistemas de Climatização
A actividade que se segue representa um conjunto de tarefas correntes que surgem de um
modo bastante frequente e em paralelo com a tarefa de orçamentação. Esta consiste no
dimensionamento e na selecção de pequena dimensão, para moradias, ou pequenos edifícios.
Desta forma, e com intuito de acrescentar suporte técnico às propostas realizadas foram
efectuados estudos de viabilidade económica, estudos de comparação entre sistemas, e foram
realizados documentos com especificações dos equipamentos para acompanhar os orçamentos
entregues aos clientes.
Neste tipo de atividades, não é em alguns casos efetuado um dimensionamento rigoroso como
é feito em outras actividades, tal como em projecto, e em obras de maior complexidade.
Devido à baixa complexidade, e dimensão dos sistemas, já existem muitos sistemas
normalizados, que muitas vezes são inclusivamente fornecidos pelos fornecedores. Pelo que,
muitas vezes, o tempo dispendido para realizar um dimensionamento completo em toda
amplitude da obra, acarreta custos, que podem colocar em risco a competitividade das
propostas realizadas. Assim sendo, em certos casos, algumas decisões foram tomadas tendo
por base a experiência adquirida com o dimensionamento realizado noutros processos e
também pela experiência transmitida pelos instaladores com participação activa nas obras.
Devido ao facto de se tratar de obras com uma dimensão bastante menor é possível ter um
acompanhamento mais próximo do cliente final, e proceder a alterações pontuais de modo a ir
ao encontro da total satisfação do mesmo.
Embora este tipo de actividade tenha estado relacionada, na sua grande maioria, com edifícios
existentes de habitação, também foram preconizadas algumas soluções para edifícios novos.
Para este tipo de edifícios, além do levantamento de informação das envolventes e dos
equipamentos, foram solicitados outros documentos, nomeadamente, a declaração de
conformidade regulamentar (DCR) e projeto de comportamento térmico. Estes documentos
assumem uma grande importância, uma vez que especificam ou não, um tipo de sistema de
climatização. Pelo que existe a necessidade de preconizar um sistema de climatização que
contribua de forma superior, ou igual, para a classe energética prevista para o edifício. Assim
sendo, não existe uma liberdade total para preconizar uma solução, uma vez que o RCCTE
impõe que seja preconizado um sistema de climatização que prejudique a classe energética
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 29
prevista para edifício. O não cumprimento desse requisito impossibilita o cliente de receber a
licença de habitação.
4.3.1. Estudo comparativo entre caldeiras
No capítulo que se segue, é apresentada uma actividade que surgiu no âmbito do tema
referido, onde foi solicitada uma proposta para a instalação de um sistema de aquecimento
central e de aquecimento de águas sanitárias. Foi também pedido que a proposta fosse
acompanhada de um estudo comparativo entre uma solução com uma caldeira a gasóleo e
outra solução com uma caldeira a pellets.
Descrição do Edifício
A primeira tarefa consistiu no dimensionamento dos sistemas de climatização e do sistema
solar térmico. Desta forma, foi realizado o levantamento das envolventes do edifício.
O edifício que se segue, encontra-se localizado numa zona rural no concelho de Coimbra e é
constituído por três pisos, que se desenvolvem segundo o demonstrado na tabela 3.
Tabela 3: Constituição dos pisos da habitação
Designação dos pisos Designação dos espaços
Cave Garagem
Piso 0 Hall de Entrada, Instalações Sanitárias, Cozinha e Sala Comum
Piso 1 Circulação, Instalações Sanitárias e Quartos
Nas figuras 4.2 e 4.3 encontram-se ilustradas as vistas dos alçados e das plantas da moradia.
Figura 4.2: Vistas dos alçados principal (à esquerda) e lateral do edifício (à direita)
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 30
Figura 4.3: Vistas de planta do piso 0 (à esquerda) e do piso 1 (à direita)
Cálculo das necessidades térmicas
Para realizar o cálculo das cargas térmicas do edifício foi utilizado o software Hourly
Analysis Program 4.51 da Carrier (HAP 4.51).
Para o efeito, tal como referido no ponto anterior, foi efectuado o levantamento de todas as
envolventes assim como calculados os coeficientes de transmissão térmica. Uma vez que,
para o presente edifício, não foram disponibilizadas todas as informações relativamente à
envolvente, foram adoptados os valores padrão dos coeficientes, das envolventes
envidraçadas e opacas, referidos no livro de Coeficientes de Transmissão Térmica de
Elementos da Envolvente dos Edifícios - ITE 50, do Laboratório Nacional de Engenharia
Civil (LNEC). No entanto, foram respeitados os valores de coeficientes máximos previstos
pelo RCCTE. Além do cálculo dos coeficientes de transmissão foram especificadas as
temperaturas interiores para cada espaço. Tendo em conta os diferentes tipos de utilização,
foram definidas temperaturas interiores para três tipos de espaço. Na tabela 4, encontram-se
especificadas as temperaturas interiores para os diversos tipos de espaço a climatizar.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 31
Tabela 4: Temperaturas interiores para os espaços da habitação
Designação Temperatura Interior (ºC)
Quartos e Salas 20
Instalações Sanitárias 24
Circulações 18
Os valores obtidos no cálculo das cargas térmicas são os apresentados na tabela 5.
Tabela 5: Cargas Térmicas da Habitação
Ref. Designação dos espaços Área (m2) Potência Aquecimento (W)
RCH.02 Hall de Entrada 10,4 1000,0
RCH.03 I.S. 6,3 900,0
RCH.04 Cozinha 23,7 1600,0
RCH.05 Sala Comum 31,8 1800,0
P1.08 Circulação 7,0 700,0
P1.09 I.S. 5,6 800,0
P1.10 Quarto 13,3 1000,0
P1.11 Quarto 15,3 1300,0
P1.12 Quarto Privativo 14,3 1300,0
P1.14 I.S. Privativa 4,9 500,0
Concepção do sistema de aquecimento central e de AQS
Sistema de aquecimento
Após o cálculo das cargas térmicas, foram dimensionados os radiadores de alumínio, cálculo
que foi efectuado por intermédio do catálogo do fabricante. Nesta fase a escolha dos
elementos de radiadores, teve em conta vários critérios, entre os quais, o aspecto visual, as
dimensões e a emissão calorífica. Desta forma, foram seleccionados os modelos e foi
calculado o número de elementos e o modelo de toalheiros necessários para suprir a carga
térmica de cada espaço. Na figura 4.4, encontra-se ilustrada a selecção dos radiadores e
toalheiros.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 32
Figura 4.4: Folha de cálculo dos radiadores de alumínio
Sistema de AQS
O dimensionamento do sistema de aquecimento de águas para uso sanitário, foi realizado
tendo por base a ocupação do edifício e os consumos indicados no artigo 14º do capítulo V do
RCCTE. Na tabela 6, encontram-se especificados os consumos diários previstos para o
edifício.
Tabela 6: Consumos diários de AQS
Nº de Pessoas 4
Consumo diário unitário de água a 60ºC 40 Litros
Consumo diário de água a 60ºC 160 Litros
Consoante os consumos diários calculados, foi preconizado para acumulação de águas
sanitárias um depósito com o volume de 200 litros. Por sua vez, para realizar o aquecimento
do volume de água previsto, foi idealizada a instalação de dois colectores solares com uma
área de aproximadamente 2 m2, perfazendo uma área total de 4 m
2.
Após a selecção dos equipamentos foi realizada uma simulação, por intermédio do software
Solterm 5.0, com a finalidade de verificar o desempenho do sistema solar térmico, conforme
se pode verificar na figura 4.5.
Te(ºC) 80
Modelo Dubal W (€) Ts(ºC) 60
Dubal 70 130,0 16,0 Ta(ºC) 20
Tm (ºC) 70
Modelo PT W (€) ΔTágua (ºC) 20
PT D-800-H1350mm 1057,9 125,0 ΔTrad-ar (ºC) 49
Modelo PT W (€)
PT B-500-H1350mm 696,9 98,0
Ref. m2W W/m2
W/Elem. Nº Elem. Pot. Instalada (W)
RCH.02 10,4 1000,0 96,2 130 8 1040
RCH.03 6,3 900,0 144,0 1058 1 1058
RCH.04 23,7 1600,0 67,5 130 13 1691
RCH.05 31,8 1800,0 56,6 130 14 1821
P1.08 7,0 700,0 100,0 130 6 780
P1.09 5,6 800,0 142,9 1058 1 1058
P1.10 13,3 1000,0 75,5 130 8 1040
P1.11 15,3 1300,0 85,0 130 10 1300
P1.12 14,3 1300,0 91,2 130 10 1300
P1.14 4,9 500,0 102,0 697 1 697
132,5 10900,0 82,3 72 11786Total
HALL DE ENTRADA
I.S. PRIVATIVA
QUARTO PRIVATIVO
QUARTO
QUARTO
CIRCULAÇÃO
Radiadores de Elementos
Toalheiro 1 (x)
Toalheiro 2 (xx)
Tabela Resumo
Designação - Espaço
I.S.
Dimensionamento Radiadores
SALA COMUM
COZINHA
I.S.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 33
Figura 4.5: Desempenho do sistema solar térmico
Com a simulação do desempenho do sistema solar térmico foi possível verificar que com o
sistema preconizado se obteve uma fracção solar de 69,5%, pelo que indica que o sistema
solar consegue satisfazer quase 70% das necessidades globais do sistema ao longo de todo
ano.
Após o dimensionamento de ambos os sistemas foi possível realizar o esquema de princípio
de todo o sistema. Na figura 4.6, encontra-se a representação do esquema de princípio da
presente instalação, um sistema de aquecimento central por intermédio de radiadores com
uma caldeira e um sistema solar de aquecimento de águas sanitárias com o apoio de uma
caldeira.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 34
Figura 4.6: Esquema de princípio do sistema de aquecimento central e do sistema de AQS
Selecção da Caldeira
Para a seleccionar a caldeira, foi realizado o cálculo da potência necessária para garantir um
bom funcionamento do sistema de aquecimento central e o sistema de AQS.
No cálculo da potência necessária para o sistema solar, foi realizado tendo em conta uma
temperatura de água da rede de 15ºC e um calor específico (c) médio de 4,185 kJ/kg.ºC. Na
tabela 7, encontram os valores obtidos no cálculo da potência da caldeira.
Tabela 7: Cálculo da potência da caldeira
Sistema de Aquecimento Central
Potência requerida pelo sistema de aquecimento 10,9 kW
Sistema Solar de AQS
Consumo Diário 200 Litros
Energia Requerida 37665 kJ
10,5 kWh
Tempo de Aquecimento 2 horas
Potência necessária 5,2 kW
Potência Total Necessária 10,9 kW
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 35
Consumos
Com o intuito de comparar os consumos entre duas caldeiras, foi realizada uma estimativa dos
consumos energéticos dos sistemas. Para o sistema de AQS foi utilizado para efeitos de
cálculo apenas o consumo energético que o sistema solar não consegue satisfazer, uma vez
que é essa fracção de energia que a caldeira terá de satisfazer. A simulação dos consumos para
o sistema de AQS foi realizado, por intermédio do software Solterm, do Instituto Nacional de
Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), como foi referido no capítulo de "Concepção do
sistema de aquecimento e AQS". Por sua vez, para o sistema de aquecimento central foi
realizada uma simulação dinâmica com o software HAP4.51. Na tabela 8, encontram-se os
valores obtidos do relatório de simulação dinâmica para o aquecimento central.
Tabela 8: Consumos do sistema de aquecimento central. Relatório HAP4.51 (Carrier)
Mês
Consumo Radiadores
Consumo Sistema
(kWh) (kWh)
Janeiro 2706 2841
Fevereiro 1888 1982
Março 1390 1460
Abril 0 0
Maio 0 0
Junho 0 0
Julho 0 0
Agosto 0 0
Setembro 0 0
Outubro 453 475
Novembro 1780 1869
Dezembro 2205 2315
Total 10422 10943
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 36
Na tabela 9, encontram-se especificados os valores dos consumos energéticos do edifício
associados à caldeira.
Tabela 9: Consumos energéticos anuais globais da caldeira
Mês
Consumo Aquecimento
Consumo AQS
Consumo Total
kWh kWh kWh
Janeiro 2841 144 2985
Fevereiro 1982 104 2086
Março 1460 102 1562
Abril 0 0 0
Maio 0 0 0
Junho 0 0 0
Julho 0 0 0
Agosto 0 0 0
Setembro 0 0 0
Outubro 475 80 555
Novembro 1869 108 1977
Dezembro 2315 141 2456
Total 10943 679 11621
Comparação entre caldeira uma pellets e uma caldeira a gasóleo
A comparação entre os dois equipamentos de produção de calor foi realizada tendo em conta
o combustível que cada um consome e os rendimentos de cada equipamento. A caldeira a
pellets seleccionada possui uma potência de 18kW e um rendimento útil, com carga a 100%
de carga, de 92,7%. Por sua vez, a caldeira a gasóleo tem uma capacidade mínima de 17,4kW,
e um rendimento útil de 90,6%, a 100% de carga. Na figura 4.7, apresenta-se uma ilustração
das caldeiras seleccionadas.
Figura 4.7: Caldeira a Pellets (à esquerda) e Caldeira a Gasóleo (à direita)
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 37
Como se pode verificar na tabela 10, estima-se que durante os seis meses da estação de
aquecimento sejam consumidos 2690 kg de pellets para satisfazer as necessidades do edifício,
o que representa um custo de 646€ ao final do ano.
Tabela 10: Consumos e custos energéticos associados à caldeira a pellets
Mês
Consumo Total
Rendimento Caldeira
Energia Absorvida
PCI Pellets
Consumo Sistema
Custo unitário
Custo Consumo
kWh kWh kWh/kg kg €/kg €
Janeiro 2985 92,7% 3220,1 4,66 691 0,24 166
Fevereiro 2086 92,7% 2250,3 4,66 483 0,24 116
Março 1562 92,7% 1685,0 4,66 362 0,24 87
Abril 0 92,7% 0,0 4,66 0 0,24 0
Maio 0 92,7% 0,0 4,66 0 0,24 0
Junho 0 92,7% 0,0 4,66 0 0,24 0
Julho 0 92,7% 0,0 4,66 0 0,24 0
Agosto 0 92,7% 0,0 4,66 0 0,24 0
Setembro 0 92,7% 0,0 4,66 0 0,24 0
Outubro 555 92,7% 598,7 4,66 128 0,24 31
Novembro 1977 92,7% 2132,7 4,66 458 0,24 110
Dezembro 2456 92,7% 2649,4 4,66 569 0,24 136
Total 11621 12536,1 2690 646
Por outro lado, para o sistema com a caldeira a gasóleo estima-se um consumo de 1195 litros
de gasóleo, o que se reflecte num consumo de 1326€ ao final do ano.
Tabela 11: Consumos e custos energéticos associados à caldeira a gasóleo
Mês
Consumo Total
Rendimento Caldeira
Energia Absorvida
PCI Gasóleo
Consumo Sistema
Custo unitário
Custo Consumo
kWh kWh kWh/l Litros €/kg €
Janeiro 2985 91% 3295 10,73 307 1,109 341
Fevereiro 2086 91% 2302 10,73 215 1,109 238
Março 1562 91% 1724 10,73 161 1,109 178
Abril 0 91% 0 10,73 0 1,109 0
Maio 0 91% 0 10,73 0 1,109 0
Junho 0 91% 0 10,73 0 1,109 0
Julho 0 91% 0 10,73 0 1,109 0
Agosto 0 91% 0 10,73 0 1,109 0
Setembro 0 91% 0 10,73 0 1,109 0
Outubro 555 91% 613 10,73 57 1,109 63
Novembro 1977 91% 2182 10,73 203 1,109 226
Dezembro 2456 91% 2711 10,73 253 1,109 280
Total 11621 12827 1195 1326
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 38
Apesar de se verificar o consumo de uma maior quantidade de combustível, o baixo custo das
pellets faz com que no final de um ano, o custo associado ao consumo de combustível seja
bastante inferior ao do apresentado pela caldeira a gasóleo, conforme se pode verificar na
tabela 12. No entanto, o custo de aquisição de uma caldeira a pellets para a mesma potência,
verifica-se ser bastante mais elevado.
Tabela 12: Análise dos custos de aquisição e consumo das caldeiras
Gasóleo Pellets Diferença
Custo Aquisição 1.448,00 € 4.960,00 € 3.512,00 €
Consumo Anual 1.326,00 € 646,00 € 680,00 €
O gráfico demonstrado na figura 4.8, representa o estudo de retorno do investimento da
caldeira a pellets relativamente à caldeira a gasóleo. Para o presente edifício, o tempo de
retorno do investimento é de aproximadamente 5,2 anos.
Figura 4.8: Tempo de retorno do investimento
-4000
-3000
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Retorno do Investimento
Ano
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 39
Conforme o indicado na figura 19, para o caso da caldeira a gasóleo estima-se uma emissão
de 3312 kg de CO2 para a atmosfera, enquanto para a caldeira a pellets estima-se uma emissão
de 1079 kg de CO2 para a atmosfera.
Figura 4.9: Emissões anuais de kg de CO2 para atmosfera
O conforto na utilização é outro critério a ter em conta no acto de especificar um equipamento
de aquecimento central. Apesar de se ter verificado que a caldeira a pellets é, para este caso, a
solução economicamente mais rentável a médio prazo, esta possui um consumo de
combustível relativamente grande, o que leva a um grande número de reabastecimentos. Para
o presente caso, a caldeira seleccionada possui um reservatório com um armazenamento de 60
kg. Conforme o indicado na tabela 13, com este equipamento no mês mais desfavorável,
estima-se que sejam necessários doze abastecimentos para garantir o funcionamento em
contínuo do equipamento, o que se pode traduzir num factor de desconforto para o cliente.
Para estes casos, existe a possibilidade de instalar depósitos exteriores de armazenamento,
para deste modo aumentar a capacidade de armazenamento. No entanto, a aquisição destes
depósitos são na generalidade dispendiosos o que prejudica substancialmente o tempo de
retorno do investimento dos equipamentos.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Gasóleo Pellets
kgCO2eq
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 40
Tabela 13: Análise do número de abastecimentos mensais do equipamento
Mês
Consumo Total
Consumo Sistema
Abastecimentos
kWh kg Armaz. 60kg Armaz. 125kg
Janeiro 2985 691 12 6
Fevereiro 2086 483 8 4
Março 1562 362 6 3
Abril 0 0 0 0
Maio 0 0 0 0
Junho 0 0 0 0
Julho 0 0 0 0
Agosto 0 0 0 0
Setembro 0 0 0 0
Outubro 555 128 2 1
Novembro 1977 458 8 4
Dezembro 2456 569 9 5
Total 11621 2690
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 41
4.4. Levantamentos de informação em edifícios residenciais
Como já foi referido anteriormente, no âmbito da actividade relacionada com certificação
energética em pequenos edifícios, foram realizados alguns levantamentos de informação a
edifícios residenciais e pequenos edifícios de serviços.
Estes consistiram em visitas aos edifícios, acompanhando o PQ, onde foram recolhidas as
informações requeridas. Esta tarefa, foi realizada em várias fases, entre elas, a recolha de
informação prévia de documentos, o levantamento dimensional do edifício e o levantamento
dos sistemas de climatização e AQS. Assim sendo, possibilitou ao perito qualificado a
realização da análise do comportamento térmico do edifício, que em conjunto com outras
fases do processo resultaram na emissão dos certificados energéticos para os edifícios. Por
motivos de confidencialidade não foi especificada qualquer informação relativamente ao PQ,
aos clientes, nem à localização dos edifícios.
A recolha de informação é a fase que dá início a qualquer processo de certificação. Consoante
se trate de um edifício novo ou existente, é emitido um certificado energético (CE), ou uma
declaração de conformidade regulamentar (DCR). Uma vez que a maior parte das
colaborações incidiram sobre edifícios existentes, o caso apresentado refere-se a um edifício
existente, no qual foi requerido um CE.
Desta forma, a actividade teve início com a solicitação ao cliente, de um conjunto de
documentos necessários ao processo, como a informação geral do edifício, a identificação e
contacto do proprietário, certidão da conservatória, caderneta predial, licença de construção
ou de utilização do imóvel, ficha técnica de habitação, DCR5, projecto de térmica, e projecto
de arquitectura. Todos os documentos referidos apresentam grande importância, uma vez que
são necessários tanto para fins burocráticos, como para fins de análise do próprio edifício,
como são os casos, dos projectos de térmica e de arquitectura.
5 Apenas, no caso de se tratar de um edifício novo, na emissão de primeiro certificado energético.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 42
4.4.1. Orientação do edifício
O registo da orientação e da envolvente exterior do edifício foi a primeira tarefa a realizar
nestas actividades. Para obter a orientação dos edifícios os responsáveis recorreram à
utilização de uma bússola, enquanto o registo da envolvente exterior foi efectuado a partir de
um levantamento fotográfico. Em casos de dúvida, as orientações foram sempre confirmadas
através do software Google Earth. A figura 4.10, demonstra um exemplo do registo
fotográfico realizado à envolvente exterior do edifício.
Figura 4.10: Registo fotográfico da envolvente exterior.
A identificação destes parâmetros é essencial para o cálculo das necessidades energéticas.
4.4.2. Levantamento Dimensional
Nesta etapa da recolha de informação foi realizado o registo de todas as dimensões e
constituição da envolvente opaca e envidraçada do edifício, bem como descrição de todos os
espaços existentes. Este tipo de registo deve quantificar e descrever todas as envolventes em
contacto com o exterior e com espaços não úteis. Por este motivo, foram medidas todas as
paredes, pavimentos e coberturas e envidraçados em contacto com a envolvente exterior e
com espaços não úteis.
Foi também realizado o registo dos tipos de vão, tipos de vidro, e tipos de protecção de todos
os vãos envidraçados, assim como o levantamento de todos os dispositivos causadores de
sombreamentos.
Para efeitos de medições e de registo foram utilizadas várias ferramentas, tal como uma fita
métrica, um medidor de distâncias por ultra-sons, e uma máquina fotográfica.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 43
Na figura 4.11, encontra-se representada o registo fotográfico de um vão envidraçado com
caixilharia em alumínio com vidro duplo, e da medição da espessura de uma parede em
contacto com a envolvente exterior.
Figura 4.11: Registo fotográfico da medição das envolventes envidraçadas e opacas.
Todos estes registos são essenciais para a caracterização do comportamento térmico do
edifício, uma vez que caracterizam o invólucro do edifício. Será a partir destes elementos que
será possível quantificar as perdas e ganhos de calor durante todo o ano.
4.4.3. Sistemas de AQS e Climatização
Esta última etapa incide na identificação dos equipamentos relacionados com as AQS e a
Climatização. Nesta fase é necessário identificar o tipo de sistema instalado e o tipo de
combustível utilizado, e o respectivo registo das especificações técnicas dos equipamentos.
Deste modo, a tarefa resumiu-se ao registo fotográfico e suporte escrito dos sistemas
instalados bem como das suas especificações técnicas. Na figura 4.12, pode-se observar o
registo fotográfico dos equipamentos de produção de energia dos sistemas instalados.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 44
Figura 4.12: Sistemas de AQS e Climatização
O sistema existente para as AQS, era constituído por um sistema solar do tipo termossifão,
constituído por dois painéis solares e com uma acumulação de 300L. Para realizar o apoio ao
sistema encontrou-se instalado um esquentador alimentado a gás propano. Por sua vez, o
sistema de climatização da habitação era constituído por um recuperador de calor a água, com
um sistema de distribuição por radiadores. Neste caso em particular, não foram encontradas
placas de especificações técnicas dos equipamentos, no entanto, o proprietário apresentou os
manuais dos equipamentos com as especificações técnicas.
O registo deste tipo de informação é necessário para a realização da análise da contribuição
dos sistemas para os sistemas de AQS e Climatização.
No entanto, para que a contribuição dos sistemas solares térmicos possa ser considerada no
âmbito do RCCTE, o sistema ou os colectores solares deverão ser certificados, ostentando a
marca CERTIF ou SOLAR KEYMARK. A instalação deverá ser realizada por um técnico
acreditado, sendo portanto, necessário a exibição do Certificado de Aptidão Profissional
emitido pela Direcção Geral de Energia e Geologia, e deverá dispor de uma garantia de
manutenção por um período mínimo de 6 anos após a instalação.
O registo deste tipo de informação é necessário para a realização da análise da contribuição
dos sistemas para os sistemas de AQS e Climatização.
No entanto, para que a contribuição dos sistemas solares térmicos possa ser considerada no
âmbito do RCCTE, o sistema ou os colectores solares deverão ser certificados, ostentando a
marca CERTIF ou SOLAR KEYMARK. A instalação deverá ser realizada por um técnico
acreditado, sendo portanto, necessário a exibição do Certificado de Aptidão Profissional
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 45
emitido pela Direcção Geral de Energia e Geologia, e deverá dispor de uma garantia de
manutenção por um período mínimo de 6 anos após a instalação.
4.5. Projecto de AVAC
O capítulo de projecto de AVAC, refere-se às actividades realizadas no âmbito de projecto.
Neste âmbito, foram prestadas várias colaborações pontuais, com baixo grau de intervenção, a
nível de selecção de equipamentos, complemento de peças desenhadas e escritas, e cálculo de
cargas térmicas. Contudo, no mesmo âmbito, foi elaborado também um projecto para um
edifício destinado a servir como Lar Residencial e Centro de Actividades Ocupacionais,
actividade que teve um nível de intervenção bastante mais elevado.
Nas colaborações em vários projectos, a grande parte das tarefas realizadas foram também
realizadas no projecto onde houve maior intervenção. Por este motivo, no capítulo que se
segue encontram-se apenas descritas as tarefas relacionadas com o projecto de AVAC para
um Lar Residencial e Centro de Actividades Ocupacionais. Não obstante, são realizadas
referências a outros processos, sempre que se verifique necessário para melhor poder
caracterizar o tipo de actividade descrita.
4.5.1. Projecto para Lar Residencial
No subcapítulo que se segue será realizada a descrição de todas as etapas que foram
envolvidas para a realização da tarefa, nomeadamente, a descrição do edifício, bases e
métodos de cálculo, cálculo das necessidades energéticas, caracterização das instalações e a
selecção de equipamentos. Em todas as tarefas é referido o grau de intervenção por parte do
autor. Apesar de se encontrar em projecto, as soluções preconizadas para a sala de fisioterapia
e o quadro eléctrico de AVAC, não tiveram qualquer intervenção por parte do estagiário, por
motivos relacionados com prazos de entrega.
Levantamento de Informação do Edifício
Á semelhança do verificado no subcapítulo 4.4, para o projecto é igualmente necessário
realizar um levantamento de informação de um edifício. Neste, foram apurados aspectos tais
como a localização, e o tipo de serviço a que se destina.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 46
Estes dados foram utilizados na identificação dos dados climáticos, regimes de
funcionamento, e tipologia onde se insere o presente edifício.
O levantamento dimensional é outro aspecto essencial pelo que, pela arquitectura se efectua o
levantamento das soluções construtivas, da envolvente externa do edifício, e muitas vezes de
ocupações, e é sobre esta que as soluções de projecto são definidas. Torna-se igualmente
necessária a solicitação dos projectos de outras especialidades para definir aspectos como a
iluminação, equipamentos e por fim garantir a compatibilidade de projectos.
Assim sendo, a solicitação de todos os elementos referidos acima torna-se essencial para ser
possível realizar o projecto de soluções o mais adaptadas possíveis ao edifício e com a maior
compatibilidade possível com os outros projectos. Esta tarefa foi a primeira no processo e foi
realizada na totalidade pelo estagiário. Com esses elementos foi possível definir os parâmetros
indicados abaixo.
Descrição do edifício
Trata-se de um grande edifício de serviços destinado a servir como Lar Residencial e Centro
de Actividades Ocupacionais.
O mesmo é constituído por um corpo único que se desenvolve em dois pisos. O piso -1 é
constituído por uma cave ampla destinada a servir como parque de estacionamento. Por sua
vez, o piso 0 é constituído por vários espaços que se encontram especificados abaixo na tabela
nº 14.
Tabela 14: Espaços constituintes da área destinada a servir como Lar Residencial e Centro de Actividades Ocupacionais
Lar Residencial e Centro de Actividades Ocupacionais
Área de Utilização Espaços
Área de Serviços Cozinha, Sala de Refeições, Bar, Sala de funcionários, Lavandaria, Banho de Ajuda e respectivos Corredores de Distribuição e Instalações Sanitárias
Área Administrativa Gabinetes, Sala de Direcção, Sala do Director, Secretaria e respectivas Instalações Sanitárias
Área de Actividades Ludoteca, Salas de Actividades, Sala de Arrumos e respectivos Corredores de Distribuição e Instalações Sanitárias
Área de Saúde Gabinete de Saúde
Área de Quartos Quartos Duplos e individuais, e respectivas Instalações Sanitárias
Área de Recuperação Ginásio, Sala de Fisioterapia e respectivas Instalações Sanitárias
Área de Armazenamento Despensa, Câmaras Frigoríficas, Armazéns Alimentares, Sala de Arrumos, Sala da Central Térmica e Casa das Máquinas
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 47
Por motivos confidenciais, não é possível especificar a localização exacta do edifício, no
entanto, a sua construção foi preconizada num espaço localizado no interior de uma zona
rural, a cerca de 43 km de distância da costa marítima, a uma altitude de 167 m. Mediante a
localização, o edifício insere-se na zona climática I2-V2N segundo o anexo III do RCCTE.
Tabela 15: Descrição do edifício quanto às áreas e tipologia
Classificação do edifício Grande Edifício de Serviços Novo
Área Total 2168 m2
Área Útil Total 2019 m2
Tipologias e respectivas áreas
Estabelecimento de ensino 1908 m2
Cozinhas 59,60 m2
Lavandarias 51,10 m2
Nas figuras 4.13 e 4.14, encontram-se representadas ilustrações de uma vista da fachada
principal do edifício e de uma vista de planta do piso 0.
Figura 4.13: Vista de alçado principal do edifício
Figura 4.14: Vista de planta do piso 0 do edifício
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 48
Bases e métodos de cálculo
Dados climáticos
Para efectuar a caracterização climática da região onde se encontra localizado o edifício foram
tomados como referência o "Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos
Edifícios – RCCTE (Decreto-Lei nº 80/2006 de 4 de Abril) e a publicação do INMG/LNEC
"Temperaturas Exteriores de Projecto e Números de Graus-Dias".
Este tipo de dados é indispensável para o cálculo das cargas térmicas do edifício.
Tabela 16: Condições exteriores de projecto
Inverno Verão
Zoneamento Climático I2 V2
Temperaturas exteriores de projecto (ºC) 0 33
Humidade Relativa (%) 80 37,5
Amplitude Térmica Diária - 14
Condições ambiente interiores
Conforme o indicado no artigo 14º do capítulo V do RCCTE, as condições ambiente de
conforto referência são as indicadas na tabela nº 17.
Tabela 17: Condições ambiente de referência
Temperatura Humidade Relativa
Aquecimento 20ºC -
Arrefecimento 25ºC 50%
Neste caso particular não foi previsto um controlo efectivo da humidade relativa do ar interior
mas apenas o resultante do tratamento térmico a que o ar é sujeito, devendo esta situar-se na
ordem dos 50% na estação de arrefecimento.
Relativamente ao requisito de velocidade do ar interior, a selecção dos elementos de difusão
considerados no presente projecto foram realizados por intermédio de software de selecção
adequado (por apresentação dos espectros de difusão), tendo como critério a velocidade
máxima do ar na zona ocupada que não deverá exceder os 0,2m/s como o indicado no artigo
4º do Capítulo II do RSECE.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 49
Caracterização física da envolvente
Este parâmetro é naturalmente definido pela especialidade de arquitectura que deverá
apresentar as características térmicas de todos elementos considerados, no entanto, devido à
falta desses dados foram analisadas as soluções construtivas, e foram tomadas em linha de
conta as publicações "Coeficientes de Transmissão Térmica de Elementos de Envolvente dos
Edifícios - ite50" do LNEC.
Contudo, foram garantidos os requisitos mínimos de qualidade térmica para a envolvente dos
edifícios segundo o anexo IX do RCCTE.
No 0, encontram-se especificadas as soluções construtivas relativamente à envolvente opaca e
aos vãos envidraçados.
Renovação de ar
O fornecimento de ar novo aos diversos espaços do edifício tem vários propósitos, entre os
quais, garantir o fornecimento de oxigénio aos ocupantes, diluir e arrastar para o exterior
odores e fumos, e arrastar impurezas contidas no ar resultantes das actividades desenvolvidas
nos locais.
Os valores de referência de renovação de ar para cada um dos espaços em questão, é
estabelecido com base nas recomendações do Anexo IV do RSECE, sendo esses valores
apresentados na tabela 18.
Tabela 18: Caudais mínimos de ar novo
Local Caudal Mínimo de Ar Novo
m3/(h.ocupante) m3/(h.m2)
Quartos 45 -
Salas de Estar 30 -
Salas de Refeições 35 -
Bibliotecas 30 -
Áreas de Recuperação 30 -
Ginásio 35 -
Consultórios Médicos 35 -
Gabinetes 35 5
Corredores/Átrios - 5
Áreas de Armazenamento - 5
Piscinas - 10
Vestiários - 10
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 50
Os caudais de ar apresentados referem-se a valores efectivamente introduzidos nos espaços
ocupados, pelo que foi necessário ter em conta a eficiência de ventilação dos respectivos
sistemas de difusão.
No Anexo B, encontra-se a tabela resumo dos caudais de ar reais a insuflar nos espaços do
presente edifício, tendo em conta os caudais mínimos de ar novo conforme o anexo IV do
RCESE.
O débito de extracção de ar considerado nas instalações sanitárias teve por base uma taxa de 8
renovações/hora.
Na ausência de indicações no projecto de Arquitectura relativamente à utilização de materiais
não ecologicamente limpos, partiu-se do princípio de que estes poderão vir a ser utilizados na
construção e mobiliário.
Assim sendo, foi considerada a possibilidade do sistema de tratamento de ar novo funcionar
com o acréscimo de 50% do caudal de ar, conforme o estabelecido no ponto 3 do artigo 28º
do capítulo IX do regulamento. Como tal, exige um sobredimensionamento nos ventiladores
para que o sistema possa responder de forma satisfatória caso esse aspecto se verifique.
Ganhos internos
Para efeito de contabilização dos ganhos internos admitiram-se valores de ocupação em
conformidade com as disposições representadas na especialidade de arquitectura e de
electricidade, adequados com a utilização de cada espaço. Deste modo procedeu-se ao
levantamento de potência instalada de iluminação e equipamentos. Nos espaços onde não foi
possível recolher informação dos projectos mencionados acima foram considerados valores
padrão de acordo com o estabelecido no decreto-lei n.º 79/06 de 6 de Abril – RSECE”.
Os valores considerados encontram-se representados na tabela do Anexo C.
Cálculo das necessidades térmicas
Como referido anteriormente, o cálculo das cargas térmicas, foi uma das tarefas que foi
também realizada quando foi necessário prestar colaboração em outros processos de AVAC.
Para o efeito foi utilizada a versão 4.51 do software Hourly Analysis Program da Carrier,
software acreditado pela ASHRAE.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 51
Para realizar esta tarefa é necessário reunir toda a informação necessária para caracterizar
convenientemente o edifício. Neste processo, são imputadas todas as informações de forma
pormenorizada de cada espaço, desde características de paredes, coberturas e pavimentos até a
características dos espaços envolventes.
No caso particular do projecto do Lar Residencial, todos esses dados tal como, densidades de
ocupação, iluminação e equipamento, renovação de ar, características construtivas e
geometria do edifício, foram obtidos segundo as tarefas descritas anteriormente.
Contudo, a execução da tarefa pressupõe várias fases, desde a criação dos espaços à criação
dos sistemas no software.
A primeira acção consistiu na criação dos espaços no software, esta não é mais que a
representação dos espaços no software, onde foram inseridos todos os parâmetros relativos a
cada espaço, tais como área, pé direito, paredes, pavimentos, entre outros. Assim sendo, o
conjunto de todos os espaços introduzidos no software caracteriza a envolvente do edifício.
Na figura 4.15, encontra-se ilustrado o menu onde é realizada a caracterização dos espaços.
Figura 4.15: Caracterização das envolventes. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier)
Após a definição da envolvente, foram inseridos os dados relativos aos sistemas preconizados
para o edifício, e desta forma caracterizados no software e definidas as zonas abrangidas por
cada um destes.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 52
A figura 4.16, ilustra a secção do software onde são caracterizados os sistemas.
Figura 4.16: Caracterização dos sistemas. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier)
Após a definição dos sistemas foi realizado o cálculo das cargas térmicas inerentes a cada
espaço a climatizar, e apurada portanto a potência necessária por cada equipamento do tipo
terminal e unidades de tratamento de ar.
No Anexo F, encontra-se uma tabela com as cargas térmicas de aquecimento e arrefecimento
para cada espaço considerado a climatizar.
Uma vez calculadas as potências necessárias para cada equipamento terminal, e para cada
unidade de tratamento de ar, foi efectuada a caracterização do equipamento centralizado.
Deste modo, foram calculadas as potências de aquecimento e arrefecimento globais para o
equipamento centralizado, possibilitando a selecção do Chiller/Bomba de Calor.
A figura 4.17, ilustra o menu do software onde é efectuada a caracterização das centrais
térmicas.
Tabela 19: Valores globais de carga térmica do edifício
Carga Térmica Máxima de Arrefecimento 145 kW
Carga Térmica Máxima de Aquecimento 172 kW
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 53
No Anexo D, encontram-se os relatórios obtidos pelo software para o cálculo das potências de
arrefecimento e aquecimento acima mencionadas.
Figura 4.17: Caracterização dos equipamentos centralizados. Hourly Analysis Program 4.51 (Carrier)
Segundo o disposto no ponto 1 do art.º 13º do RSECE, as potências térmicas de aquecimento
ou de arrefecimento dos sistemas de climatização não podem exceder em mais de 40% o valor
de projecto estabelecido pelo método de cálculo.
Analisando os resultados obtidos, considerando um sobredimensionamento de 40%, a
potência máxima a instalar do equipamento foi de 241kW.
Caracterização geral das instalações
No capítulo que se segue, será realizada uma descrição geral das instalações idealizadas em
projecto. A descrição do sistema será realizada tendo em conta os componentes principais da
instalação, nomeadamente o grupo térmico, o sistema de ventilação e extracção, sistema de
climatização e as águas quentes sanitárias. No entanto, é realizado o enquadramento quanto à
classificação do sistema, tendo em conta a área abrangida pelo sistema e tendo em conta ao
fluido térmico. A intervenção do aluno na preconização dos sistemas foi grande, no entanto,
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 54
existiu um apoio por parte do perito qualificado nesta fase, podendo-se estimar uma
intervenção de cerca 80%.
Classificação do sistema
Para o presente edifício, o sistema de AVAC preconizado foi nomeadamente um sistema
centralizado do tipo "Ar-Água". Contudo, para garantir a salubridade do ar, foi adoptado um
sistema de ventilação do tipo VAC com várias zonas. Por outro lado, com o intuito de garantir
a climatização dos espaços, adoptou-se um sistema do tipo "Tudo-Água", com equipamentos
terminais do tipo de ventiloconvectores.
Deste modo, na generalidade, cada zona será servida por uma UTAN, que terá a função de
garantir o tratamento do ar novo para as condições de referência adoptadas para cada zona, e
cada espaço a climatizar será provido de um equipamento terminal a água.
Para espaços com maior área e sujeitos a maior variações de carga térmica como é o caso da
sala de refeições, da sala de estar e do ginásio, foi preconizada a instalação de UTA's que
terão a dupla função de ventilar e climatizar.
No Anexo E, encontram-se caracterizadas cada zona do edifício definida.
Quanto à distribuição, uma vez que, face à natureza da utilização do edifício, não se justificou
a necessidade de aquecimento e arrefecimento em simultâneo, foi especificado um sistema
por distribuição a dois tubos. Para produção de água aquecida ou água arrefecida, foi
seleccionado um equipamento do tipo Chiller/Bomba de Calor.
Desta maneira, foram definidas as partes, das quais é constituída toda a instalação. Portanto,
fazem parte das instalações de AVAC, nomeadamente o grupo produtor de água aquecida ou
arrefecida, sistema de ventilação, sistema de climatização.
Por fim, para as AQS, foi projectado um sistema independente do anterior. Foi portanto,
idealizado um sistema solar de aquecimento de águas, com apoio de uma caldeira mural de
condensação.
Central Térmica
Para a produção centralizada de fluidos térmicos foi seleccionado um Chiller/Bomba de Calor
a dois tubos, com condensação a ar, permitindo assim a produção de água arrefecida ou a
produção de água aquecida. Para garantir o funcionamento da instalação foram seleccionados
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 55
também grupos de electrobombas de circulação, tubagem, colectores, vaso de expansão, entre
outros.
Para a instalação do Chiller/Bomba de Calor, foi eleito um local no exterior do edifício,
nomeadamente o parque de estacionamento exterior, conforme as peças desenhadas. Deste
modo, devendo ficar enquadrado na estética arquitectónica do edifício, foi necessário prever a
criação de uma zona técnica no local especificado.
Para a distribuição de água foi preconizada a instalação de quatro ramais de distribuição
distintos, prevendo-se a instalação de uma bomba dupla por circuito, servindo dois circuitos
hidráulicos de alimentação das unidades terminais e dois circuitos hidráulicos das unidades de
tratamento de ar. Com o intuito de garantir a isenção de bolhas de ar no interior dos circuitos,
foi prevista a instalação de purgadores de ar automáticos em todos os pontos altos da
instalação.
Sistema de ventilação e extracção
Para assegurar a renovação de ar, foram especificadas unidades de tratamento de ar a dois
tubos. Quatro unidades de tratamento de ar novo, e três unidades de tratamento de ar de
mistura, dispostas conforme as peças desenhadas. Ficou, portanto, estabelecido a instalação
destas unidades na cobertura do edifício, tendo a disposição das mesmas sido realizada tendo
em conta a compatibilidade com as soluções construtivas e a optimização da instalação.
Com o intuito de evitar curto-circuitos entre a admissão e a rejeição de ar viciado, foi tido em
conta no desenho das condutas, uma distância mínima de cinco metros entre estas duas,
conforme o estabelecido na norma EN 13779.
No sentido de controlar a potência das baterias das unidades foi adoptado um conjunto de
regulação constituído por válvulas motorizadas de três vias, e válvulas de regulação de caudal
dinâmicas, entre outros.
As extremidades das condutas foram especificadas com saídas a 45º, do tipo, bico de pato,
dotadas de rede anti-pássaro para impedir a entrada de chuva e a possível entrada de pequenas
aves, ou outros animais do mesmo porte para o sistema de ventilação.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 56
Zona 1, Zona 2 e Zona 3
As zonas caracterizadas como zona 1, zona 2 e zona 3 englobam espaços tal como gabinetes,
quartos, salas de actividade, secretaria, entre outros. Dado ao carácter de utilização dos
espaços, para estas zonas foi idealizada a instalação de UTAN's. Cada unidade possui na sua
constituição uma bateria a dois tubos, módulos de filtragem de ar, ventiladores de insuflação e
extracção. Para cada unidade foi especificada também um módulo de recuperação de energia
por fluxos cruzados, provido de registos que permitem um by-pass do ar novo ao recuperador,
possibilitando assim a realização de "Free-Cooling". Desta forma, pretende-se a recuperação
de parte da energia contida no ar rejeitado, e realizar um aproveitamento da energia contida
no ar exterior quando em condições favoráveis à remoção da carga térmica interior dos
espaços, contribuindo assim para uma diminuição de consumos energéticos, e cumprindo o
descrito nos pontos 9 e 10 do artigo 14º do RSECE.
Para realizar a distribuição do fluido térmico até aos espaços, foi preconizado um sistema de
condutas em aço galvanizado, que será instalado em tecto falso. A insuflação será efectuada
no espaço por intermédio de grelhas de simples deflexão ou difusores lineares, e o retorno
será efectuado por intermédio de grelhas de retorno.
Uma vez que é prevista recuperação de calor em todas as condutas de insuflação de ar novo e
de extracção de ar viciado foi previsto isolamento térmico.
Zona 4
A zona caracterizada como zona 4, engloba apenas um único espaço, nomeadamente a
cozinha.
Para providenciar a insuflação do ar foi adoptada uma UTAN, sem módulo de ventilador de
extracção. Uma vez que se trata de um espaço, cujos equipamentos de confecção não se
encontram reunidos numa só zona, foi preconizada uma solução de tecto filtrante. Deste
modo, a insuflação é efectuada a partir de difusores de insuflação situados no tecto filtrante.
Por sua vez, o retorno é efectuado por captores filtrantes de extracção, igualmente acoplados
no equipamento. Uma vez que se trata de um equipamento, cuja instalação envolve a
ocupação de todo o tecto, foram previstos alçapões de acesso, permitindo o acesso à admissão
do equipamento para operações de manutenção.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 57
Devido à natureza de utilização do espaço, sendo este um espaço com grande potencial de
produção de odores e de partículas de gordura em suspensão, a extracção do ar viciado foi
idealizada completamente independente, bem como do sistema de admissão, tal como com
outro qualquer sistema de extracção, para evitar fugas de odores e gorduras.
Foi, portanto, previsto a instalação de um ventilador de desenfumagem para realizar a
extracção do ar na cozinha. Foi prevista a instalação do equipamento na cobertura, conforme
as peças desenhadas.
Para realizar a distribuição do fluido térmico até aos espaços, foi preconizado um sistema de
condutas em aço galvanizado semelhante ao apresentado no ponto anterior, instalado em
tecto, acima do equipamento terminal de tecto ventilado. Todavia, uma vez que não existe
recuperação, apenas nas condutas de aspiração foi contabilizado isolamento térmico.
Zona 5, Zona 6 e Zona 7
As zonas caracterizadas como zona 5, zona 6 e zona 7 englobam apenas três espaços,
nomeadamente, Sala de Refeições, Sala de Estar e Ginásio.
Tratando-se de espaços com valores superiores de carga térmica, foi idealizada a utilização de
UTA's. Esta solução permite realizar a climatização e a renovação do ar para os espaços em
questão. Cada unidade possui na sua constituição uma bateria a dois tubos, câmara de mistura,
módulos de filtragem de ar, ventiladores de insuflação e extracção.
Deste modo, parte do ar extraído dos espaços é rejeitado para o exterior, e o restante é
misturado com ar novo, no interior da caixa de mistura, situada na UTA. Deste modo
consegue-se aproveitar parte da energia contida no ar rejeitado, contribuindo assim numa
redução de consumos energéticos do sistema.
Para realizar a distribuição do fluido térmico até aos espaços, foi preconizado um sistema de
condutas em aço galvanizado, que será instalado em tecto falso. A insuflação será efectuada
no espaço por intermédio de difusores de indução rotacional, e o retorno será efectuado por
intermédio de grelhas de retorno.
Uma vez que é pretendida a mistura de ar recirculado com ar novo, foi igualmente previsto
isolamento térmico em todas as condutas de insuflação de ar novo e extracção de ar viciado.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 58
Instalações Sanitárias
Para extracção do ar viciado nas instalações sanitárias foi preconizado um sistema de exaustão
por intermédio de ventiladores de extracção dedicados (VE1, VE2, VE3 e VE4), instalados na
ao nível da cobertura, conforme peças desenhadas.
Deste modo, o ar de extracção é captado por intermédio de bocas de extracção metálicas auto-
reguláveis e encaminhado por intermédio de condutas de aço galvanizado até aos respectivos
ventiladores de extracção. Devido à natureza de funcionamento do sistema, as condutas de
extracção das instalações sanitárias não necessitam de ser isoladas.
Sistema de climatização
Zona 1, Zona 2 e Zona 3
Para realizar a climatização dos espaços abrangidos pelas zonas 1, 2, e 3 foi prevista a
utilização de unidades terminais do tipo ventiloconvector.
Foram portanto seleccionados equipamentos terminais do tipo chão, carroçados, adequados
para instalação em parede no respectivo espaço. Nestas, a insuflação é efectuada por
intermédio de grelha de insuflação de alhetas fixas localizadas na parte superior, e o retorno é
efectuado na parte inferior do equipamento através do filtro de ar.
Cada unidade dispõe de uma bateria a dois tubos, que funciona em regime de arrefecimento
ou de aquecimento, alimentadas com água arrefecida e água aquecida respectivamente,
proveniente da bomba de calor. Dada a possibilidade de funcionamento em regime de
arrefecimento, o equipamento é provido de tabuleiro de condensados. O caudal de água nestes
equipamentos é regulado por intermédio de válvulas de 3 vias, com termóstato, e com sonda
no ambiente.
Além do controlo por parte da água o equipamento dispõe também de selector de velocidade
do ventilador com três velocidades.
No capítulo 3, encontra-se uma breve descrição do tipo de equipamentos terminais
seleccionados.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 59
Águas quentes sanitárias
Para providenciar a produção das águas quentes sanitárias foi previsto um sistema de
aquecimento solar com apoio de uma caldeira mural de condensação estanque.
A captação de energia térmica solar é realizada por intermédio de três baterias de cinco
painéis solares térmicos, perfazendo um total de quinze colectores solares. Foi portanto,
idealizada uma instalação sobre a cobertura com um azimute de -30 em relação ao sul, e uma
inclinação de 38º. O local de instalação e disposição dos painéis encontram-se definidos nas
peças desenhadas.
Dada a natureza dos consumos, a acumulação de energia do sistema solar foi idealizada
através da instalação de dois depósitos de acumulação. Um depósito de 1500 litros, e a
instalação de um segundo depósito instalado em série com uma capacidade de 500 litros. Na
instalação destes equipamentos encontra-se incluída protecção anti-corrosiva. Para o efeito foi
prevista a instalação de ânodos de magnésio.
Para realizar um apoio ao sistema solar, foi adoptada uma caldeira mural de condensação, de
câmara estanque, a gás natural. O funcionamento deste equipamento, restringe-se, deste
modo, a alturas em que a radiação solar não é suficiente para fornecer energia ao sistema solar
para satisfazer as necessidades térmicas dos sistemas de AQS.
A sala destinada à central térmica, foi a localização prevista para a instalação dos depósitos
acumuladores e da caldeira de apoio ao sistema solar.
Foi projectado, portanto, um sistema solar constituído por quatro circuitos hidráulicos. Um
circuito primário, fechado, onde é transportada a energia captada para o primeiro depósito
acumulador. Um circuito secundário, igualmente fechado, onde é realizada a permuta térmica
do primeiro depósito acumulador para o segundo depósito, nomeadamente, do depósito de
1500litros para o depósito de 500litros, por intermédio da serpentina inferior do depósito. Um
circuito terciário, fechado, onde se encontra a ligação entre o apoio e o segundo depósito, por
intermédio da serpentina superior. E por fim, um quarto circuito, este aberto, que tem a função
de transportar a água com energia térmica armazenada para o sistema de águas sanitárias.
Em todos os circuitos foram previstos todos os acessórios necessários ao funcionamento e
segurança, tais como purgadores, válvulas de segurança, vasos expansão, válvulas anti-
retorno, manómetros, termómetros, entre outros.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 60
Para realizar a circulação de água nos circuitos fechados, foram preconizados bombas
circuladoras, incluindo todos os acessórios para o correcto funcionamento.
Devido à gama de temperaturas do fluido térmico destes sistemas, foi preconizada para o
circuito primário a utilização de tubo de cobre, revestidos com isolamento térmico adequado.
Com o intuito de evitar o risco de queimaduras por parte dos utilizadores, foi prevista para o
circuito de distribuição de águas quentes sanitárias a instalação de uma válvula de três vias
termostática. Esta limita assim, a entrada de água a uma temperatura entre 40ºC e 45ºC.
Nas peças desenhadas do projecto "AVAC02", anexadas ao presente documento encontra-se
representado o esquema de princípio do sistema de aquecimento de águas sanitárias.
Actividades Realizadas
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Selecção de equipamentos
O presente tópico descreve os métodos de cálculo e considerações a ter no acto de selecção de
dos equipamentos preconizados para a presente instalação. No entanto, a selecção de
equipamentos do sistema solar térmico encontra-se apresentada no capítulo Energia Solar
Térmica.
Equipamentos terminais
A selecção dos equipamentos terminais foi o primeiro processo quanto à selecção de
equipamentos. Só após a selecção destes, foi possível obter os caudais totais de água ou de ar
necessários em toda a instalação, ou potências térmicas globais, para posterior selecção dos
equipamentos centralizados, grupos de impulsão, e para o dimensionamento das tubagens ou
condutas.
Ventiloconvectores
No presente caso, o sistema de ventiloconvectores, tem como função apenas a remoção de
cargas térmicas, uma vez que se trata de um sistema que trata apenas ar recirculado. Deste
modo, é apenas necessário ter em conta para o dimensionamento do equipamento, a carga
térmica do espaço. Assim, selecciona-se um equipamento com uma potência, que consiga
suprir a carga térmica do espaço. Como referido no capítulo 3, além do controlo do caudal de
água, os ventiloconvectores possuem um controlo do caudal de ar, actuando assim sobre o
ventilador, que possui três velocidades de regulação. No dimensionamento, para este caso
particular, a potência térmica do equipamento considerada está, em todos os casos, associada
à velocidade do ventilador intermédia, ou seja, a velocidade nº 2.
Na selecção dos equipamentos terminais, além da potência, existem outros factores que
devem ser considerados, nomeadamente, o ruído, e as temperaturas de entrada e saída da
água. Uma vez que se trata de equipamentos terminais, e que, portanto, estão muito próximos
do utilizador, é necessário ter em conta, o ruído que os mesmos provocam no seu
funcionamento.
Por sua vez, as temperaturas de entrada e de saída apresentam-se também como um aspecto
importante uma vez que dependem do tipo de equipamento terminal adoptado.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 62
No Anexo G, encontra-se uma tabela com a selecção de ventiloconvectores para todos os
espaços a climatizar.
Por uma questão de simplificação, foram seleccionados apenas três tipos de equipamentos,
VC.1, VC.2, e VC.3, respectivamente.
Na tabela nº 20, encontram-se as representadas as especificações dos ventiloconvectores
seleccionados.
Tabela 20: Especificação dos ventiloconvectores
ESPECIFICAÇÃO
Unidade VC.1 VC.2 VC.3
Modelo 2.3 2T-ALLEGE
C 3.3 2T-ALLEGE C 4.4 2T-
ALLEGE C
Tipo Chão Chão Chão
Carroçado Sim Sim Sim
Velocidades nº 3 3 3
Potência Eléctrica kW 0,6 0,95 0,95
SELECÇÃO
Velocidade nº 2 2 2
Caudal m3/h 320 422 546
Pressão Estática Disponível Pa 0 0 0
RUÍDO
Pressão Sonora dB(A) 43 33 38
BATERIA (2 Tubos)
Regime de Aquecimento
Potência kW 2,08 2,89 3,78
Caudal Água l/h 288 396 540
Temperatura Água (Ida/Retorno) ºC 45,0/38,7 45,0/38,8 45/38,9
Regime de Arrefecimento
Potência kW 1,65 2,32 3,08
Caudal Água l/h 288 396 540
Temperatura Água (Ida/Retorno) ºC 7/12 7/12 7/12
Grelhas e difusores
Para garantir a insuflação de ar nos espaços, o sistema de ventilação é provido de unidades
terminais. Fazem parte dessas unidades terminais, equipamentos como grelhas e difusores de
insuflação de ar e grelhas de extracção de ar. Estes equipamentos encontram-se muitas vezes
relacionados com o aspecto da decoração, no entanto existem factores mais relevantes que
devem ser tidos em consideração, na selecção de um equipamento deste tipo. As unidades
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 63
terminais de difusão têm na verdade um papel muito importante na concepção de um sistema
de AVAC.
O conforto, e o bem-estar de um utilizador de um determinado espaço encontram-se
directamente relacionados com a velocidade do ar no volume de controlo, temperatura e
ruído. Para garantir estes os valores adequados destes aspectos, os regulamentos apresentam
valores de referência para a temperatura e para a velocidade do ar na zona de conforto.
Relativamente, ao ruído, os próprios fabricantes possuem ábacos de referência, para o
dimensionamento dos equipamentos.
Para a selecção das unidades terminais foi necessário solicitar apoio aos fabricantes, no
entanto, foi necessário especificar vários parâmetros, entre os quais, o caudal ar de cada
espaço, a disposição das unidades no interior do espaço, e o regime de funcionamento das
grelhas, e difusores.
Nesta fase de projecto, com intuito de cumprir prazos, foi necessário pedir a selecção do
fabricante, pelo que as unidades de difusão especificadas foram seleccionadas pelo fabricante
consoante os dados fornecidos.
Tratando-se de um sistema de ventilação, onde apenas se pretende tratar o ar para valores de
temperatura e humidade neutras, optou-se por um regime de funcionamento isotérmico, ou
seja, a temperatura do ar insuflado é igual à temperatura do ar no interior da sala.
A selecção das grelhas e dos difusores de insuflação de ar, foi assim efectuada por intermédio
de software do fabricante, apresentando espectros de difusão, demonstrando o cumprimento
dos valores de referência definidos.
No Anexo H, encontra-se a selecção do equipamento terminal de difusão para um espaço do
edifício.
Com a saída da "versão 2.0 de Maio de 2011 de Perguntas & Respostas sobre o RSECE", foi
proposto pelo organismo responsável pela gestão de sistema de certificação energética um
método simplificado de cálculo das unidades terminais de difusão, tendo em conta a
verificação do cumprimento do requisito de velocidade do ar inferior a 0,2 m/s.
Neste caso em particular, o projecto foi elaborado numa data anterior ao lançamento do
documento. No entanto, com a aquisição progressiva de novos conhecimentos e com prazos
de entrega mais confortáveis, a selecção de equipamentos possivelmente poderia ser realizada
de outro modo, aplicando o método proposto pela ADENE.
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A nova metodologia é baseada no conceito de uma taxa de circulação de ar insuflado no
espaço (TC). Onde a TC é definida pela razão entre o caudal total de ar insuflado e o volume
do espaço a ser estudado, expressa em circulações de ar por hora. Portanto, neste caso, seria
necessário apurar para cada espaço o caudal total de ar a insuflar nos espaço. Para os espaços
climatizados, o espaço total insuflado seria a soma do caudal de ar novo da instalação de
ventilação, com o caudal recirculado insuflado pelos ventiloconvectores.
Consoante os resultantes obtidos, em todos os espaços em que taxa de circulação não
excedesse as oito circulações por hora, aplicar-se-ia o primeiro critério, e poderiam ser
instalados unidades de difusão geradora de fluxo unidimensional, tal como grelhas. No
entanto, para espaços com uma taxa de circulação superior a oito circulações por hora, seria
necessário aplicar o segundo critério, onde consoante a altura da aplicação das unidades
terminais, o caudal insuflado e as temperaturas de insuflação, poderiam ser aplicados
difusores geradores de fluxo bidimensional ou tridimensional. Deste modo, a selecção por
intermédio de software do fabricante, apresentando espectros de difusão, seria realizada
apenas em casos em que ambos critérios não fossem cumpridos. Com a nova metodologia,
seria possível diminuir o tempo dispendido na selecção de grelhas e difusores.
Tecto Ventilado
A idealização de um sistema de difusão para a cozinha reporta para a necessidade de ter em
conta outros parâmetros além dos referidos no tópico de grelhas e difusores. Neste caso,
existe a necessidade de introduzir ar novo, para garantir a renovação de ar no espaço, mas
também existe a necessidade de extrair rapidamente os fumos e odores resultantes da
confecção dos alimentos. Por esse motivo, foi necessário numa primeira instância identificar
todos os pontos de confecção de alimentos, ou seja, pontos com potencial formação de fumos
e odores. Uma vez que, a disposição da cozinha reportava para pontos de confecção
distribuídos de uma maneira dispersa pelo espaço, optou-se por seleccionar um equipamento
terminal do tipo tecto ventilado. Este equipamento, ocupa toda a área do tecto da cozinha, e
assegura a extracção e a compensação em toda a cozinha. Pelo facto de ocupar todo o espaço
disponível no tecto, o equipamento é provido de blocos de iluminação integrada, para poder
assim realizar a iluminação do espaço.
Outro parâmetro associado aos espaços de confecção é efectivamente a acumulação de
gorduras. Com a quantidade de partículas de gordura que normalmente fica em suspensão no
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Bruno Almeida 65
acto da confecção, estas são captadas pelos sistemas de extracção de ar, pelo que deverão
existir sistemas de filtragem, limpeza automática, ou a realização de uma limpeza bastante
frequente dos sistemas de ventilação. Neste caso, em particular, o equipamento é provido de
módulos de filtragem, com filtros facilmente laváveis. O dimensionamento deste equipamento
foi realizado pelo fabricante, ao qual foi disponibilizado um conjunto de informação, tal como
a potência e disposição dos equipamentos existentes na cozinha, e as dimensões do espaço.
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Distribuição de fluidos térmicos
Redes hidráulicas
Para os circuitos de distribuição de água, foi preconizada uma tubagem de aço ao carbono,
série média, sem costura, com os diâmetros indicados nas peças desenhadas e construídos de
acordo com as Normas DIN 2440, incluindo acessórios de ligação e fixação.
Consoante a disposição dos equipamentos terminais, das UTA's e as restrições impostas pelas
restantes especialidades, foram realizados os traçados das tubagens.
Devido à natureza e dimensões do projecto, o dimensionamento do diâmetro da tubagem teve
por base o método da perda de carga constante. Consoante os caudais em cada troço foram
seleccionados diâmetros de tubagem tendo em conta um valor máximo de perda de carga
definida de 40 mm.c.a/m, e um valor máximo de velocidade de 1,5m/s. Para cada valor de
diâmetro obtido no cálculo foi especificado o diâmetro comercial superior imediatamente a
seguir. Na figura 4.18, encontra-se representada a folha de cálculo do diâmetro das tubagens
de água, tendo subjacente a fórmula de Hazen-Williams.
Figura 4.18: Folha de cálculo de diâmetro de tubagens
Uma vez estabelecidos os diâmetros de todos os troços de tubagem, e contabilizando o
comprimento de cada troço, foram apuradas as perdas de carga lineares e localizadas,
impostas para o circuito considerado o mais desfavorável, resultando numa perda de carga
global que é posteriormente essencial para a selecção das bombas de circulação.
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Quanto às ligações, para tubos de dimensão nominal igual ou inferior a 50 foram previstas
ligações roscadas, por sua vez para tubos para troços com tubo de dimensão superior a 50
foram previstas ligações flangeadas. Não obstante, para todas as ligações a bombas
circuladoras foram especificadas ligações flangeadas.
Redes Aerólicas
A preconização de condutas de ar, tal como as tubagens, foi realizada segundo vários
parâmetros, entre os quais, o tipo de utilização ao qual se destinam, e as restrições
construtivas. Por este motivo, foram previstas três tipos de condutas, nomeadamente as
circulares, as rectangulares, e as flexíveis.
Assim sendo, foram especificadas condutas de chapa de aço galvanizado.
O traçado das condutas, foi realizado tendo em conta a localização das unidades de tratamento
de ar e dos ventiladores de extracção, as restrições construtivas e restrições colocadas pelas
restantes especialidades Nas mesmas foram especificadas portas de visita para possibilitar a
limpeza sempre que necessário.
O dimensionamento da secção das condutas foi realizado por intermédio de uma folha de
cálculo, onde os valores de secção foram condicionados pela velocidade e perdas de carga
pretendidas em cada troço. Deste modo, consoante a localização das condutas, obtiveram-se
secções admitindo uma velocidade máxima de 5m/s, e uma perda de carga máxima de 0,07
mm.c.a/m. Na figura 4.19, é possível observar uma folha de cálculo do diâmetro das condutas.
Figura 4.19 : Folha de cálculo de diâmetros das condutas de ar
A velocidade de circulação do ar no interior das condutas surge como um parâmetro a ter em
conta no dimensionamento, uma vez que velocidades excessivas transmitem vibrações às
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condutas que posteriormente podem resultar em ruídos ou em problemas estruturais da
própria instalação. Neste caso em concreto, foram adoptados os valores de velocidade
máxima referidos anteriormente, no entanto, a pesquisa e aquisição de conhecimentos após a
realização desta tarefa, permitiu ter conhecimento de outros valores praticados e aconselhados
pelos fabricantes.
Na figura 4.20, encontram-se estabelecidos os valores máximos admissíveis de velocidade do
no interior de condutas aconselhados por uma empresa fornecedora de equipamentos de
ventilação.
Figura 4.20: Valores máximos admissíveis de velocidade do ar no interior de condutas. Fichas Técnicas Soler & Palau
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Após o cálculo das secções de cada troço de conduta, foi realizado o cálculo das perdas de
carga lineares e localizadas, para o circuito aerólico mais desfavorável.
Unidades de tratamento de ar
As unidades de tratamento de ar são equipamentos que assumem grande importância num
sistema de ventilação. Possuindo na sua constituição ventiladores, garantem a introdução de
ar novo e a extracção de ar viciado do edifício. A partir de filtros, garante-se um bom nível
salubridade do ar que é insuflado, e através das baterias de aquecimento e arrefecimento,
garantem a insuflação de ar com uma temperatura requerida.
Dada à grande variedade de funções, e aos inúmeros parâmetros que variam de edifício, este é
um equipamento, que não pode ser seleccionado de um modo normalizado. Por este motivo,
as unidades de tratamento de ar são seleccionadas módulo a módulo. Cada módulo possui as
suas especificações.
A selecção destas unidades foi realizada com apoio do fabricante. No entanto, foi necessário
especificar um conjunto de informações de modo a ir de encontro ao que se pretendia em
projecto.
A selecção de unidades de tratamento de ar, teve em conta aspectos de nível arquitectónico,
uma vez que foi necessário estabelecer uma localização para a instalação das unidades e a
respectiva viabilidade de instalação nos mesmos.
Unidades de tratamento de ar novo
Como referido acima foi necessário fornecer um conjunto de informações ao fabricante para o
mesmo poder seleccionar os diversos módulos. Para a selecção dos módulos de ventilação, foi
necessário especificar o caudal de insuflação e extracção e respectivas perdas de carga.
Para cumprir os requisitos impostos pelo regulamento, foi necessário solicitar equipamentos
providos de recuperação de energia no ar de rejeição com uma eficiência mínima de 50%, e
com dispositivos de regulação que permitissem o arrefecimento apenas com ar exterior, em
alturas do dia em que a entalpia do ar exterior fosse inferior à entalpia do ar interior, na
estação de arrefecimento. Segundo o artº.14 do RSECE, sistemas em que potência térmica de
rejeição atinja valores superiores a 80 kW, deverão ser providos de recuperação de energia no
ar rejeitado com uma eficiência mínima de 50%, na estação de aquecimento. Por outro lado,
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Bruno Almeida 70
sistemas "tudo ar", com um caudal de insuflação superior a 10000 m3/h, deverão ter na sua
constituição dispositivos que permitam o arrefecimento apenas com ar exterior quando a
temperatura ou entalpia do ar forem inferiores à do ar de retorno, exceptuando casos em que
seja demonstrada a não viabilidade económica da sua instalação. Para a selecção das baterias
de aquecimento e arrefecimento foi necessário fornecer as condições ambientais de projecto.
Por fim, para o módulo de filtragem, consoante a qualidade pretendida para o ar novo e o ar
insuflado foram dadas indicações para a selecção da classe e o número de andares de
filtragem de ar a instalar na unidade de tratamento de ar.
Tabela 21: Especificações da unidade de tratamento de ar novo da cozinha
Especificação Unidade UTAN.COZ
INSUFLAÇÃO
Pré-Filtro Classe G4
Filtro Classe F7
Caudal m3/h 9500
Pressão Estática Disponível Pa 350
Potência Ventilador kW 3
Variador de Velocidade Sim
BATERIA (2 Tubos)
Modo Aquecimento kW 64,3
Caudal de Água l/h 11180
Temperatura da Água (ida/retorno) ºC 45/40
Modo Arrefecimento kW 61,7
Caudal de Água l/h 10590
Temperatura da Água (ida/retorno) ºC 7/12
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Tabela 22: Especificações das unidades de tratamento de ar novo das zonas 1, 2 e 3
Especificação Unidade UTAN.1 UTAN.2 UTAN.3
INSUFLAÇÃO
Pré-Filtro Classe G4 G4 G4
Caudal m3/h 3051 3729 1899
Pressão Estática Disponível Pa 350 350 350
Potência Ventilador kW 1,5 2,2 1,1
Variador de Velocidade Sim Sim Sim
Filtro Classe F7 F7 F7
RETORNO
Filtro Classe G4 G4 G4
Caudal m3/h 3051 3729 1899
Pressão Estática Disponível Pa 350 350 350
Potência Ventilador kW 1,5 2,2 0,75
RECUPERAÇÃO
Recuperador Sim Sim Sim
Tipo Placas Placas Placas
Free-Cooling
Eficiência mínima (Inverno) % 55 54 55
Potência Recuperada kW 11,3 13,5 7
BATERIA (2 Tubos)
Modo Aquecimento kW 8,4 11,8 5,8
Caudal Água l/h 1920 2025 1010
Temperatura da Água (Ida/Retorno) ºC 45/40 45/40 45/40
Modo Arrefecimento kW 11,2 8,7 7,6
Caudal Água l/h 1920 1490 1300
Temperatura da Água (Ida/Retorno) ºC 7/12 7/12 7/12
Unidades de tratamento de ar de mistura
As unidades de tratamento de ar misturado, foram na sua generalidade, seleccionadas
conforme o descrito no tópico das unidades de tratamento de ar novo, no entanto apresentando
algumas diferenças ao nível de construção e de valores de dimensionamento. Dada a função
destes equipamentos, existe uma mistura de ar recirculado com o ar novo. Esta particularidade
permite o aproveitamento de energia de parte do ar extraído dos espaços, conseguindo assim
uma redução de consumo energético. Por este motivo, este tipo de unidades não possuem
recuperador na sua construção, ao invés, possuem uma câmara de mistura provida de registos
de caudal, onde o caudal misturado se mistura com o caudal de ar novo que entra na unidade.
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Relativamente aos valores de temperatura do ar insuflado, também se verificam diferenças.
Essas diferenças devem-se à sua dupla função de ventilação e climatização, e portanto, as
condições do ar insuflado deveram ser tais que, permitam a introdução de ar novo no espaço a
uma temperatura neutra, e que permitam de igual modo a remoção de cargas térmicas.
Tabela 23: Especificações das unidades de tratamento de ar
Especificação Unidade UTA.2 UTA.3 UTA.4
MISTURA
Caixa de Mistura Sim Sim Sim
Pré-Filtro Classe G4 G4 G4
AR NOVO
Caudal m3/h 831 1300 565
INSUFLAÇÃO
Caudal m3/h 3000 3000 3000
Pressão Estática Disponível Pa 350 350 350
Potência Ventilador kW 0,85 0,85 0,85
Variador de Velocidade Sim Sim Sim
Filtro Classe F7 F7 F7
RETORNO
Caudal m3/h 3000 3000 3000
Pressão Estática Disponível Pa 350 350 350
Potência Ventilador kW 0,85 0,60 0,60
Variador de Velocidade Sim Sim Sim
Filtro Classe G4 G4 G4
BATERIA (2 Tubos)
Modo Aquecimento kW 14 12,1 17,6
Caudal de Água l/h 2440 2110 3060
Temperatura de Água (Ida/Retorno) ºC 45/40 45/40 45/40
Modo Arrefecimento kW 11,7 10,7 13,5
Caudal de Água l/h 2010 1830 2320
Temperatura de Água (Ida/Retorno) ºC 7/12 7/12 7/12
Ventiladores de extracção
A selecção dos ventiladores de extracção das instalações sanitárias teve por base o ábaco de
selecção do fabricante. Consoante os valores de caudal requerido e perda de carga nas
condutas, procedeu-se assim à selecção. Para cada um dos casos, foi necessário a selecção de
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um ventilador que garantisse uma pressão estática à saída do ventilador suficiente para suprir
as perdas de carga da tubagem. Uma vez, que são equipamentos em que no seu
funcionamento transmitem algumas vibrações, foram especificados apoios antivibráticos, e
juntas flexíveis de modo a diminuir a amplitude das vibrações para a instalação. Na tabela 13,
encontram-se especificados as características dos ventiladores de extracção.
Tabela 24: Especificações dos ventiladores de extracção
Especificação Unidade VE.01 VE.02 VE.03 VE.04
Caudal m3/h 1022 389 817 663
Pressão Estática Disponível Pa 330 550 180 370
Velocidade r.p.m. 1400 1400 1400 1400
Potência kW 0,37 0,75 0,15 0,37
Alimentação Monofásica (V) 230 230 230 230
Modelo Ref. Tamanho 400B 600C 400A 400B
Um espaço como a cozinha além dos aspectos apresentados para a selecção de ventiladores de
extracção, requer outros cuidados na selecção de um equipamento. Além de partículas de
gordura, fumos e odores, o acto da confecção de alimentos liberta uma grande quantidade de
energia, o que representa uma extracção de ar com temperaturas elevadas. Por esse motivo, os
equipamentos preconizados para este espaço foram seleccionados tendo em conta a sua
resistência a altas temperaturas. Para o cálculo dos caudais de ar a extrair, foi necessário
especificar a potência de todos os equipamentos de confecção de alimentos.
Tabela 25: Especificações do ventilador de extracção para a cozinha
Especificação Unidade VE.COZ
Caudal m3/h 8885
Pressão Estática Disponível Pa 850
Velocidade r.p.m 1500
Potência kW 4,0
Alimentação Trifásica (V) 400
Modelo Ref. Tamanho 630
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Bombas de circulação
As bombas de circulação foram igualmente seleccionadas com apoio do fabricante, no
entanto, foi necessário solicitar a selecção de bombas com uma classificação mínima de
EFF2, com o intuito de cumprir o requisito imposto no art.16 do RSECE.
Desta feita, foi necessário fornecer ao fabricante os valores dos caudais de cada circuito e o
valor da perda de carga associada a cada circuito. Em cada circuito secundário, foi
especificado um conjunto de duas bombas, instaladas em paralelo, incluindo válvulas de
seccionamento, de retenção, filtros, juntas antivibráticas, e pressostato diferencial. O
funcionamento da instalação apenas requer o funcionamento de uma bomba de circulação.
Todavia, a preconização de duas bombas instaladas em paralelo, permite remoção de uma das
bombas, para substituição ou reparação, sem haver necessidade de parar o funcionamento do
sistema, uma vez que uma das bombas, serve como reserva à bomba que se encontra em
funcionamento. Nas tabelas 26, 27, 28 e 29 encontram-se especificadas as características de
cada grupo de circulação.
Tabela 26: Especificação das características da Bomba 1
Designação B1.1 B1.2
Localização Piso 0 - Central Térmica Piso 0 - Central Térmica
Circuito Distribuição Distribuição
Marca/Mod Grundfos - Modelo TP/4 Grundfos - Modelo TP/4
Pólos nº 4 4
Caudal m3/h 4,26 4,26
H. Man m.c.a 7,30 7,30
Tabela 27: Especificação das características da Bomba 2
Designação B2.1 B2.2
Localização Piso 0 - Central Térmica Piso 0 - Central Térmica
Circuito Distribuição Distribuição
Marca/Mod Grundfos - Modelo TP/4 Grundfos - Modelo TP/4
Pólos nº 4 4
Caudal m3/h 7,20 7,20
H. Man m.c.a 14,30 14,30
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Tabela 28: Especificação das características da Bomba 3
Designação B3.1 B3.2
Localização Piso 0 - Central Térmica Piso 0 - Central Térmica
Circuito Distribuição Distribuição
Marca/Mod Grundfos - Modelo TP/4 Grundfos - Modelo TP/4
Pólos nº 4 4
Caudal m3/h 17,90 17,90
H. Man m.c.a 15,30 15,30
Tabela 29: Especificação das características da Bomba 4
Designação B4.1 B4.2
Localização Piso 0 - Central Térmica Piso 0 - Central Térmica
Circuito Distribuição Distribuição
Marca/Mod Grundfos - Modelo TP/4 Grundfos - Modelo TP/4
Pólos nº 4 4
Caudal m3/h 9,40 9,40
H. Man m.c.a 5,10 5,10
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4.6. Concepção e Dimensionamento de Sistemas Solares Térmicos
No âmbito das actividades referentes a sistemas solares térmicos, as tarefas assumiram a
mesma frequência que a actividade referida no subcapítulo de 4.3.
A preconização deste tipo de sistemas para edifícios de habitação, possui actualmente uma
imensidão de esquemas e projectos padrão, que facilmente se adaptam, embora com algumas
correcções, às diversas solicitações do mercado. Pelo que, apesar de serem sempre
desenvolvidos esforços no sentido de preconizar sistemas o mais eficientes possível e
personalizados caso a caso, o tempo disponível para o efeito, fez muitas vezes com que fosse
necessário recorrer a elementos padrão e a experiências adquiridas em outros processos no
acto do dimensionamento.
Não obstante, em processos que envolveram sistemas com maior complexidade, o projecto e
dimensionamento foi realizado de modo pormenorizado.
Uma vez que a actividade corrente relativamente à energia solar térmica, não envolve
soluções tipicamente complexas, o capítulo que se segue, reserva-se a apresentar as condições
de cálculo no desenho e dimensionamento do sistema solar preconizado para o projecto parte
integrante do subcapítulo 4.5.1.
4.6.1. Sistema de águas quentes sanitárias para Lar Residencial
Nesta tarefa, o princípio de funcionamento do sistema não foi idealizado pelo autor, no
entanto, houve uma intervenção a nível de selecção de equipamentos, o que possibilitou a
aquisição de conhecimentos relativamente a esta temática. Assim sendo, estima-se uma
intervenção de cerca de 50% nesta actividade.
Dimensionamento
O dimensionamento do sistema solar de aquecimento de águas sanitárias foi realizado por
intermédio do software de dimensionamento de sistemas solares Solterm5.0, do INETI.
A fim de idealizar um sistema, realizou-se o apuramento dos consumos de AQS previstos para
a instalação. Este parâmetro reflecte a necessidade de aquecimento de águas para o edifício, e
foi calculado tendo em conta a tipologia do edifício, e para este caso específico pelo número
de utilizadores.
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De acordo com n.º 2.1 do Anexo VI do RCCTE, o consumo total diário de água quente
sanitária com uma temperatura de referência de 60ºC, em edifícios de serviços é de 100 l,
todavia, em casos devidamente justificados pelo projectista e aceites pela entidade
licenciadora são aceites outros valores, incluindo o valor nulo.
Dado o tipo de utilização e a dimensão do edifício, surgiu a necessidade de adoptar valores de
necessidades diferentes à recomendada pelo regulamento. Assim sendo, consoante o número
de pessoas, as actividades exercidas, e o público-alvo, as necessidades para aquecimento de
águas sanitárias apuradas, perfizeram um total de 1480 litros de água por dia. Na tabela 31,
encontram-se especificadas as necessidades de AQS que tiveram por base o dimensionamento
do sistema de AQS:
Tabela 30: Considerações para cálculo das necessidades de consumo de AQS
Necessidade de água a uma temperatura de referência de 60ºC
Utilização Nº utilizadores Necessidades AQS [L] total [L]
Pessoas Hospedadas 24 45 1080
Refeições Funcionários 20 5 100
Refeições Crianças 150 2 300
Total 1480
Dadas as condições de projecto, os valores das necessidades de AQS por utilizador, foram
estabelecidas tendo em conta a experiência adquirida em outros processos. Não obstante, em
outras condições, teria sido possível realizar o cálculo das necessidades tendo em conta os
valores recomendados pela norma espanhola UNE 94002:2005, tal como sugerido no ponto
L17 do documento de esclarecimentos publicado pela ADENE para o RCCTE.
Nesse caso, tendo em conta o público-alvo a que se destina o lar residencial, os grupos
definidos poderiam estar associados às tipologias representadas na tabela 32.
Tabela 31:Valores de consumo diário por utilizador (solução alternativa)
Utilização Tipo de utilização Consumo diário de referência a 60ºC
Pessoas Hospedadas Lar de idosos ou estudantes 55 l/cama
Refeições Funcionários Restaurante 5 l/pessoa
Refeições Crianças Escola 3 l/aluno
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Tabela 32: Considerações para o cálculo das necessidades de consumo de AQS (solução alternativa)
Necessidade de água a uma temperatura de referência de 60ºC
Utilização Nº utilizadores Necessidades AQS [L] Total [L]
Pessoas Hospedadas 24 55 1320
Refeições Funcionários 20 5 100
Refeições Crianças 150 3 450
Total 1870
Os novos valores obtidos, poderiam portanto, implicar diferenças no dimensionamento do
sistema, nomeadamente a nível do depósito de acumulação e painéis solares. No anexo 9
encontra-se representada a tabela com os valores de consumos diários de água quente sanitária
para edifícios de serviços recomendados no documento de Perguntas e Respostas publicado
pela ADENE, referindo a norma UNE 94002:2005.
Colectores Solares
A instalação foi preconizada com uma orientação dos colectores solares com azimute -30, e
uma inclinação de 38º.
A disposição das baterias de colectores solares na cobertura foi idealizada de modo a evitar
sombreamentos, e tendo em conta a arquitectura do edifício.
Figura 4.21: Vista da Planta da Cobertura com a instalação dos colectores solares
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Após os parâmetros de instalação definidos, a fracção solar calculada foi de aproximadamente
71,2%, sendo o apoio ao solar realizado através de caldeira mural de condensação.
Tabela 33: Especificação das características dos colectores solares
Especificação Unidade Colectores Solares
Nº Colectores Unid. 15
Tipo Plano
Área Bruta m2 2,34
Área de Absorção m2 2,14
Área de Abertura m2 2,22
Altura x Largura x Profundidade mm 2000 x 1172 x 83
Peso (Vazio) kg 40
Volume do Absorsor L 1,6
Coeficiente de Absorção % 95
Coeficiente de Emissão % 5
Pressão Máxima bar 10
Fluído Térmico Mistura Glicol/Água
Rendimento óptico % 75,9
Perdas Térmicas de 1ª ordem (a1) W/m2k 3,48
Perdas Térmicas de 2ª ordem (a2) W/m2k 0,016
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Depósito de acumulação
A selecção dos depósitos de acumulação teve por base as necessidades do edifício,
apresentados no tópico Dimensionamento. Assim sendo, foram especificados dois depósitos,
um de 1500 litros, e outro de 500 litros, ambos de construção em aço ao carbono com
revestimento vitrificado pelo interior. No sentido de cumprir o disposto no anexo III do
RSECE, os equipamentos são providos de isolamento com uma espessura de 80 milímetros.
Por fim, para protecção contra a corrosão, foi especificada a instalação de ânodos de
magnésio.
Tabela 34: Especificações das características dos depósitos de acumulação
Especificação Unidade Depósitos de Acumulação
DEPÓSITO DE ACUMULAÇÃO VERTICAL 01
Temperatura máxima de funcionamento
ºC 80
Modelo ACSF15SER
Nº Serpentinas Unid. 1
Espessura do Isolamento mm 80
Localização Central Térmica
Volume L 1500
Diâmetro mm 1000
Altura mm 2380
DEPÓSITO DE ACUMULAÇÃO VERTICAL 02
Temperatura máxima de funcionamento
ºC 99
Modelo TRIPLET 500
Nº Serpentinas Unid. 2
Espessura do Isolamento mm 70
Localização Central Térmica
Volume L 500
Diâmetro mm 750
Altura mm 1720
Actividades Realizadas
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Caldeira
Como já foi referido no item de caracterização de soluções, foi especificado como elemento
de apoio ao sistema solar uma caldeira mural de condensação, estanque. O modelo
seleccionado, inclui todo o grupo hidráulico, vaso de expansão, válvula de segurança, pelo
que não necessitou da preconização de quaisquer equipamentos de expansão e segurança
exteriores.
Tabela 35: Especificações da caldeira de apoio
Especificação Unidade Caldeira
Modelo NOVADENS 24/24F''
CARACTERÍSTICAS TÉRMICAS
Potências Útil Aquecimento kW 24
Temperatura (Ida) ºC 80
Temperatura (Retorno) ºC 60
Rendimento (100% Carga) T50/30 % 97,6
Rendimento (30% Carga) T50/30 % 107,5
CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS
Nível NOx mg/kW/h ≤27,5
DIMENSÕES E PESOS
Altura mm 785
Largura mm 450
Comprimento mm 141
Peso kg 44
CARACTERÍSTICAS ELÉCTRICAS
Tensão V 230
Bombas circuladoras
Para os circuitos solares, foram previstas bomba de caudal constante do tipo "IN LINE".
Não obstante, foram seleccionadas bombas com motores de classificação mínima EFF2,
conforme classificação nos termos do acordo voluntário entre os fabricantes de motores
eléctricos e a Comissão Europeia.
Associadas às mesmas foi especificado o fornecimento de todos os acessórios necessários
para o seu bom funcionamento, nomeadamente válvulas de corte, válvulas de retenção, filtros
e juntas antivibráticas. Para efeitos de medição do ponto de funcionamento das bombas, foi
preconizado um pressostato diferencial e by-pass a cada unidade de bombagem através de
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 82
tubagem isolada de aço de 1/2" com duas válvulas de seccionamento e manómetro em INOX
com visor de diâmetro 100 mm.
Para este sistema, as bombas circuladoras foram seleccionadas de acordo o caudal requerido e
a perda de carga da instalação.
Tabela 36: Especificação das características das bombas do sistema solar térmico
Especificação Unidade Bombas de Circulação
BOMBA DE CIRCULAÇÃO BC1
Localização Central Térmica
Circuito Primário
Marca/Modelo Wilo Top-S 25/7
Alimentação V 230
Caudal l/h 1200
Altura Manométrica m.c.a. 4,2
BOMBA DE CIRCULAÇÃO BC2
Localização Central Térmica
Circuito Inércia até à acumulação
Marca/Modelo Wilo Top-S 25/5
Alimentação V 230
Caudal l/h 1200
Altura Manométrica m.c.a. 1,7
Controlador
Para controlo do sistema solar foi preconizado um controlador do tipo diferencial. Este
equipamento recebe o sinal respectivamente às temperaturas registadas nos diversos pontos da
instalação e actua sobre as bombas de circulação, com a possibilidade de executar vários
programas, entre os quais a dissipação de energia durante a noite, protecção anti-
congelamento, protecção de sobreaquecimento, e possibilidade de actuar os grupos
hidráulicos em programas que permitem aquecimentos esporádicos dos depósitos com
temperaturas acima de 60ºC para garantir a eliminação da bactéria da legionella.
Assim sendo, foi especificada a instalação de sondas no retorno dos colectores solares, e no
depósito de acumulação
Por sua vez, o sistema de apoio possui controlo próprio que através de uma sonda colocada no
depósito, actua sobre o grupo circulador da mesma.
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 83
Tubagem
A tubagem do circuito primário da instalação solar, por se tratar de uma solução mais
adequada, principalmente em virtude da sua compatibilidade com os colectores, foi
especificado tubo de cobre desoxidado, de espessura não inferior a 0,8 mm, para o tubo de
menor secção.
O dimensionamento das tubagens teve como base, o descrito no item Redes Hidráulicas.
Relativamente à instalação, foi especificado um conjunto de técnicas de construção que
devem ser respeitadas no sentido de garantir um bom funcionamento dos demais
equipamentos, entre as quais, e a execução de curvas feitas no próprio tubo apenas até ao
diâmetros de 5/8'', diâmetro a partir do qual de recomendou a utilização de curvas de cobre.
Para ligação do tubo, foi específica a soldadura por brasagem forte.
Após a realização das ligações, foram recomendados ensaios de estanquidade, antes da
aplicação do isolamento para ser possível a visualização no caso de eventuais fugas.
Por fim, foi especificado ainda a protecção mecânica das tubagens por intermédio de chapa de
alumínio nos circuitos localizados no exterior.
Isolamento das tubagens
Relativamente ao isolamento das tubagens, foi preconizada a instalação de isolamento com
uma espessura mínima de 40 mm, no sentido de cumprir os requisitos impostos pelo anexo III
do RSECE. Na tabela 37, encontra-se a tabela de espessuras mínimas de isolamento para
tubagem de transporte de fluidos quentes.
Tabela 37: Espessuras mínimas de isolamento para tubagens de transporte de fluidos quentes
Fluido Interior Quente
Diâmetro Exterior (mm)
Temperatura do fluido (ºC)
40 a 65 66 a 100 101 a 150 151 a 200
D ≤ 35 20 20 30 40
35 < D ≤ 60 20 30 40 40
60 < D ≤ 90 30 30 40 50
90 < D ≤ 140 30 40 50 50
140 < D 30 40 50 60
Actividades Realizadas
Bruno Almeida 84
Relativamente à sua aplicação também foram referidos algumas recomendações,
nomeadamente, a garantia do contacto perfeito entre a superfície do isolante e os tubos e
acessórios.
Tabela 38: Especificações das espessuras de isolamentos
Tubagem em cobre (Circuito Primário)
DN Espessura Isolamento (mm)
35 40
22 40
Os valores da espessura são para as temperaturas que se poderão prever na instalação e que
serão sempre superiores a 0ºC. Portanto não foi prevista a instalação de tubagem de diâmetro
superior a 35 mm. Não obstante, o isolamento de válvulas, ou de outros elementos dos
circuitos, deve sempre ser feito com peças facilmente amovíveis, numa espessura equivalente
à dos circuitos onde estiverem instalados.
Conclusões
Bruno Almeida 85
Capítulo 5. CONCLUSÕES
Após o período de estágio efectuado na empresa Enernatura, Lda, e o consequente
desenvolvimento de um número considerável de actividades, descritas nos capítulos
anteriores, é agora possível extrair algumas conclusões.
As colaborações prestadas ao departamento de eficiência energética proporcionaram um
contacto directo com todas as vertentes da certificação energética, nomeadamente com
aquelas que envolvem as variadas tipologias de edifícios. Ainda nesta área, o contacto com os
mais variados problemas que surgem no normal decorrer das actividades possibilitou o
aprofundamento de conhecimentos, sobretudo a nível da regulamentação em vigor. As
actividades desenvolvidas nesta área permitiram ainda observar e conhecer os sistemas de
climatização, os sistemas de AQS e as soluções construtivas mais usuais nos edifícios de
habitação. Relativamente a este tema, verificou-se ser um processo que acarreta muitos
benefícios, uma vez que se direcciona aos edifícios e incentiva à melhoria na qualidade da
construção e à utilização de equipamentos com elevada eficiência. Com uma construção de
melhor qualidade térmica, o recurso aos sistemas de climatização passam a ser menores e,
consequentemente, implicam potências inferiores, o que resulta em menores consumos.
As actividades que envolveram o dimensionamento de sistemas de climatização e de AQS,
possibilitaram a aquisição de conhecimentos sobre os sistemas mais solicitados e mais
utilizados, para além do contacto com os clientes. Relativamente às actividades no âmbito
desta tarefa verificou-se que existe actualmente no mercado em que a empresa se encontra
inserida uma grande normalização dos sistemas normalmente implementados. Este facto leva
a que em muitas situações as propostas realizadas concorram com propostas realizadas por
outros instaladores onde os sistemas acabam por não ser os mais adequados para os edifícios
em que são implementados, ou que não sejam dimensionados da melhor forma, mas que no
entanto possuem menor custo de aquisição. Esta normalização de esquemas de princípio de
funcionamento e de tipos de sistemas possibilita portanto a instalação dos sistemas sem haver
a necessidade de um grande conhecimento, o que conduz a uma redução substancial no tempo
de elaboração de propostas, e numa redução de custos inerentes à tarefa. Por este motivo, o
controlo do tempo dispendido na realização de propostas é essencial, uma vez que pode por
em causa a adjudicação da proposta. Por outro lado, verificou-se a necessidade de fazer
Conclusões
Bruno Almeida 86
acompanhar as propostas realizadas de estudos, ou especificações que comprovem a
qualidade das propostas, e das soluções preconizadas para o edifício em questão. Esta
actividade, tanto na área da climatização com na área das águas quentes sanitárias permitiu ao
autor consolidar conhecimentos académicos adquiridos em várias unidades curriculares.
Relativamente à área da climatização, foram consolidadas e adquiridas competências
relacionadas com o dimensionamento dos sistemas terminais de climatização, com os
elementos produtores de calor, e com o dimensionamento das redes hidráulicas, dos grupos de
circulação.
Relativamente à área dos sistemas de águas quentes sanitárias, foram consolidados e
adquiridos conhecimentos relacionados com o cálculo das necessidades de AQS, com o
dimensionamento dos colectores solares térmicos, assim como dos depósitos de acumulação,
e igualmente com o dimensionamento de grupos fontes de calor (apoio), com o
dimensionamento das redes hidráulicas, dos grupos de circulação. Contudo, as duas áreas
possibilitaram a aquisição de conhecimentos relativamente aos problemas e aos
constrangimentos da arquitectura dos edifícios, e muitas vezes pelo solicitado pelo requerente.
Do mesmo modo, permitiu obter conhecimento relativamente aos requisitos impostos pela
regulamentação em vigor para as áreas mencionadas, possibilitando assim, um
enquadramento da legislação, relativamente aos edifícios estudados.
A orçamentação permitiu um contacto directo com fornecedores, contacto esse que
possibilitou a aquisição de conhecimento relativamente aos produtos existentes no mercado e
a familiarização com os custos inerentes aos mesmos. Este permitiu a realização de
estimativas orçamentais dos sistemas que foram sendo dimensionados consoante as
solicitações. Para além disto, o contacto com as empresas possibilitou a aquisição de
experiências que permitiram um conhecimento mais aprofundado do mercado onde se
encontra inserida a empresa. Apesar, de não ter existido a possibilidade de acompanhamento
de obra, a actividade de orçamentação permitiu obter noções relativamente aos custos
inerentes à mão de obra, trabalhos civis, transportes, assim como trabalhos extras consoante a
dificuldade apresentadas nas obras.
As tarefas realizadas na área de projecto, apesar de apresentar semelhanças à actividade
apresentada no Capítulo 4.3, facultaram o contacto com edifícios maiores e consequentemente
de sistemas de maiores dimensões. Com este tipo de tarefas verificou-se que as soluções
preconizadas para este tipo de edifícios devem ser bem estudadas consoante todas as
Conclusões
Bruno Almeida 87
características e condicionantes dos edifícios para que possam, desta forma, responder da
melhor maneira às solicitações com o mínimo consumo possível, uma vez que são edifícios
que geram maiores consumos. Contudo, a regulamentação impõe uma série de requisitos que
dá um grande apoio ao projecto e incentiva a escolha de sistemas mais eficientes e as boas
práticas na construção e na instalação de sistemas.
Esta actividade permitiu a obtenção de conhecimento relacionada com o cálculo de cargas
térmicas e simulação dinâmica, mais concretamente com o software HAP4.51, e com o
dimensionamento de sistemas de ventilação. No que diz respeito ao segundo, possibilitou a
selecção de unidades de tratamento de ar, de unidades de ventilação e o dimensionamento de
redes de transporte de ar.
Quanto ao projecto de AVAC do Lar Residencial apresentado no presente documento, o
tempo disponibilizado para a sua execução dificultou a realização de algumas tarefas.
Relativamente a este, surgiram pontos que em projectos posteriores poderão ser corrigidos.
Neste caso em particular, o autor considera que relativamente às peças desenhadas, a
disposição dos equipamentos, das condutas e das tubagens poderia ser optimizada. Por outro
lado, a compatibilidade com projectos de outras especialidades deveria estar mais presente na
realização do mesmo. Devido ao facto de não terem sido recepcionados os projectos de outras
especialidades no devido tempo, não foi possível realizar essa compatibilidade, como
pretendido.
Numa perspectiva geral, o estagiário considera terem sido atingidos todos os objectivos que
foram propostos pela empresa, no que diz respeito a aquisição de conhecimentos e através da
experiência adquirida na realização das actividades propostas.
O estágio possibilitou ainda o enquadramento dos conhecimentos adquiridos no mestrado no
contexto das actividades realizadas.
A nível pessoal o autor considera que foi conseguida uma boa integração na empresa, tanto a
nível de relações interpessoais, como a nível de integração nas actividades principais da
empresa, o que contribuiu de forma substancial para o seu crescimento como profissional e
para a sua integração no mercado de trabalho.
Referências Bibliográficas
Bruno Almeida 88
Capítulo 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ADENE Perguntas & Resposta sobre o RCCTE [Artigo]. - Maio de 2011. - 2ª Versão.
2. ADENE Perguntas & Resposta sobre o RSECE - QAI [Artigo]. - Maio de 2011.
3. Diário da República - I SÉRIE - A N.º67 Regulamento dos Sistemas Energéticos de
Climatização em Edifícios // Decreto-Lei nº 79/2006. - 4 de Abril de 2006.
4. Diário da República 2.ª Série, N.º108 Portaria n.º 461/2007. - 5 de Junho de 2007.
5. Diário da República 2.ª Série, N.º69 Despacho nº 10250/2008 // Modelo dos
Certificados de Desempenho Energético e da Qualidade do Ar Interior. - 8 de Abril de
2008.
6. Diário da Republica, 2ª Série - Nº122 Despacho n.º 17313/2008 [Artigo]. - 26 de
Junho de 2008.
7. Eng.º Miraldo Pedro António Quinta Ferreira Apontamentos da unidade curricular
de AVAC // Tabelas RSECE, Energia. - 2010.
8. European committee for Standardization Ventilation for non-residential buildings -
Performance requirements for ventilation and room-conditioning systems [Artigo] //
English Version. - October de 2003.
9. Europeias Jornal Oficial das Comunidades Directiva 2002/91/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho de 16 de Dezembro de 2002 relativa ao desempenho
energético dos edifícios [Artigo]. - 4 de 1 de 2003.
10. Laboratório Nacional de Engenharia Civil Coeficientes de Transmissão Térmica de
Elementos da Envolvente dos Edifícios - ITE 50 [Relatório]. - Lisboa : ICT
Informação Técnica, Versão actualizada 2006.
11. Laboratório Nacional de Engenharia Civil Temperaturas Exteriores de Projecto e
Números de Graus-Dias [Relatório] / Instituto de Meteorologia. - Lisboa : [s.n.], 1995.
12. N.º67 Diário da República RCCTE // Decreto-Lei nº 80/2006. - 4 de Abril de 2006.
13. Roriz Luis Climatização - Concepção, Instalação e Condução de Sistemas [Livro]. -
Alfragide : Edições Orion, 2007. - 2.ª.
14. Soler & Palau SA Soler & Palau - Soluções Inovadoras [Online] // Soler & Palau -
Formação. - 19 de Novembro de 2011. -
http://www.solerpalau.pt/formacion_01_01.html.
15. Trox Technik Príncipios de Difusão do Ar [Artigo]. - Maio de 2001.
16. Trox Tecknik Atenuadores de Som [Artigo] // Atenuação Acústica em Sistemas
Centralizados de AVAC. - Agosto de 2010.
Bruno Almeida i
Departamento de Engenharia Mecânica
Climatização e Energias Renováveis Relatório de estágio apresentado para a obtenção do grau de Mestre em
Equipamentos e Sistemas Mecânicos
ANEXOS
Coimbra, Dezembro, 2011
Anexo A
Bruno Almeida i
Anexo A. Soluções Construtivas
Espessura l R UUmáx
regulamentar
cm W/m.K m2.K/W W/m2.K W/m2.K
Argamassa: Reboco tradicional 2,0 1,30 0,015
Tijolo: Furado de 15 cm 15,0 0,38 0,395
Caixa de Ar 2,0 0,170
Poliestireno Expandido Extrudido - XPS 5,0 0,04 1,351
Tijolo: Furado de 11 cm 11,0 0,41 0,268
Argamassa: Reboco tradicional 2,0 1,30 0,015
Cerâmico: Ladrilho de grés 0,01 1,30 0,008
Argamassa: Reboco tradicional 0,02 1,30 0,015
Tijolo: Furado de 15 cm 0,15 0,38 0,395
Res.Térm. Ar esp. de 15 mm Fluxo Horiz. 0,02 0,170
Poliestireno Expandido Extrudido - XPS 0,05 0,04 1,351
Tijolo: Furado de 11 cm 0,11 0,41 0,268
Argamassa: Reboco tradicional 0,02 1,30 0,015
Gesso: em placas cartonado 0,01 0,3 0,040
Tijolo: Furado de 11 cm 0,11 0,4 0,268
Poliestireno Expandido Extrudido - XPS 0,04 0,0 1,081
Res.Térm. Ar esp. de 5 mm Fluxo Horiz. 0,005 0,130
Tijolo: Furado de 11 cm 0,11 0,4 0,268
Gesso: em placas cartonado 0,01 0,3 0,040
Cerâmico: Ladrilho de grés (10 mm) 0,01 1,3 0,008
Tijolo: Furado de 11 cm 0,11 0,41 0,268
Res.Térm. Ar esp. de 5 mm Fluxo Horiz. 0,005 0,130
Poliestireno Expandido Extrudido - XPS 0,04 0,037 1,081
Tijolo: Furado de 11 cm 0,11 0,41 0,268
Gesso: em placas cartonado 0,01 0,25 0,040
Poliestireno Expandido Extrudido - XPS 0,06 0,037 1,622
Argamassa: Betonilha 0,04 1,3 0,031
Betão: Armado (vol de ferro > 2%) de inertes 0,25 2,5 0,100
Argamassa: Reboco tradicional 0,015 1,3 0,012
Argamassa: Reboco tradicional 0,02 1,3 0,015
Betão: Armado (vol de ferro > 2%) de inertes 0,2 2,5 0,080
Poliestireno Expandido Extrudido - XPS 0,06 0,037 1,622
Argamassa: Betonilha 0,08 1,3 0,062
Cerâmico: Ladrilho de grés (10 mm) 0,01 1,3 0,008
Soluções construtivas da envolvente opaca - Paredes, Coberturas e Pavimentos
0,525
Cobertura Exterior. Revestimento exterior a telha cerâmica tradicional sobre desvão ventilado
1,0
1,30,511
Pavimento interior sobre espaço não útil. Revestimento interior em material cerâmico
Parede interior dupla de tijolo com isolamento aplicado pelo interior e caixa de ar. Revestimento
interior constituido por material cerâmico
PI01
PI020,487 1,6
Parede exterior dupla de tijolo com isolamento aplicado pelo interior e caixa de ar. Revestimento
interior e exterior em reboco pintado de cor clara
0,419
0,479 1,6
Parede interior dupla de tijolo com isolamento aplicado pelo interior e caixa de ar. Revestimento
constituido por placas de gesso cartonado
Pavl1
1,6
PE01
Ref.
Parede exterior dupla de tijolo com isolamento aplicado pelo interior e caixa de ar. Revestimento
interior em material cerâmico e exterior em reboco pintado
PE02
0,418 1,6
CobE1
Descrição
Anexo A
Bruno Almeida ii
U
W/m2.K SoluçãoMáx.
Reg.
Pressiana de
réguas
plásticas de
cor clara
Vãos envidraçados
inseridos nas
fachadas sudoeste,
sudeste, sul,
nascente, poente,
noroeste e
nordeste de todo o
edifício em geral
Alumínio BaixaVidro Duplo
10+6+8 mm2,7 0,04 0,56
Não aplicável
Vãos envidraçados
inseridos na
fachada sudoeste
da Cozinha e Sala
de Refeições
Alumínio Não AplicávelVidro Duplo
10+6+8 mm3,7 0,49 0,56
Dispositivo
de oclusão
nocturna
Soluções construtivas da envolvente envidraçada - Envidraçados com corte térmico
Localização
Factor Solar
Caixilharia
Permeabilidade
ao ar dos
dispositivos
Tipo vidro
Anexo B
Bruno Almeida iii
Anexo B. Caudais Reais de ar Novo
Ref. Designação Área (m2)
N.º
Ocupantes
(RSECE )
N.º
Ocupantes
(LAYOUT )
Caudal
/ocupante
(m3/h)
Caudal/m2
(m3/h)
Caudal Ar Novo
/ocupante
(LAYOUT) (m3/h)
Caudal Ar Novo
/ocupante
(RSECE) (m3/h)
Caudal Ar Novo
/m2 (RSECE)
Caudal com
Ev=0,8 (m3/h)
Caudal com
Acresc. 50%
(MNEL'S)
(m3/h)
0.01 Sala de Refeições 147,40 19 35 665 0 0 831 1247
0.02 Sala de estar/convívio+S.Func. 157,24 15 30 450 0 0 563 844
0.05 Ludoteca 64,00 3 30 0 96 0 120 180
0.06 Arquivo 6,70 5 0 0 34 42 63
0.07 Direcção/Reuniões 30,10 2 35 20 0 53 602 753 1129
0.08 Vestiário 9,33 10 0 0 93 117 175
0.11 Átrio Principal 123,94 5 0 0 620 775 1162
0.12 Secretaria 34,9 2 35 5 0 61 175 218 327
0.13 Arrumos 6,20 5 0 0 31 39 58
0.14 Sala de monitores 18,60 10 35 5 350 0 93 438 656
0.15 Sala de actividades 29,50 6 30 0 180 0 0 225 338
0.16 Sala de actividades 29,50 6 30 0 180 0 0 225 338
0.17 Sala de actividades 29,50 6 30 0 180 0 0 225 338
0.18 Sala de actividades 29,50 6 30 0 180 0 0 225 338
0.19 Sala de actividades 33,40 6 30 0 180 0 0 225 338
0.20 Circulação 147,26 5 0 0 736 920 1381
0.23 Sala de actividades da vida diária 60,10 6 30 0 180 0 0 225 338
0.24 Sala de actividades 29,80 6 30 0 180 0 0 225 338
0.25 Sala de actividades 29,80 6 30 0 180 0 0 225 338
0.26 Sala de actividades 27,20 6 30 0 180 0 0 225 338
0.27 Arrumos 11,90 5
Anexo B
Bruno Almeida iv
Ref. Designação Área (m2)
N.º
Ocupantes
(RSECE )
N.º
Ocupantes
(LAYOUT )
Caudal
/ocupante
(m3/h)
Caudal/m2
(m3/h)
Caudal Ar Novo
/ocupante
(LAYOUT) (m3/h)
Caudal Ar Novo
/ocupante
(RSECE) (m3/h)
Caudal Ar Novo
/m2 (RSECE)
Caudal com
Ev=0,8 (m3/h)
Caudal com
Acresc. 50%
(MNEL'S)
(m3/h)
0.29 Ginásio 90,50 5 35 0 158 0 198 297
0.30 Vestiário I.S. Fem. 8,29 5 0 0 41 52 78
0.33 Vestiário I.S. Masc. 8,29 5 0 0 41 52 78
0.34 Gabinete 15,40 1 35 5 0 27 77 96 144
0.35 Arrumos 7,80 5 0 0 39 49 73
0.36 Casa das máquinas 14,00 5 0 0 70 88 131
0.37 Fisioterapia 101,00 16 10 0 0 1010 1263 1894
0.38 Quarto Individual 15 1 30 30 0 0 38 56
0.39 Quarto Individual 15 1 30 30 0 0 38 56
0.41 Quarto duplo 17,70 2 45 90 0 0 113 169
0.42 Quarto duplo 18,50 2 45 90 0 0 113 169
0.44 Gabinete de Saúde 14,50 1 35 0 25 0 32 48
0.45 Gabinete 14,50 1 35 5 0 25 73 91 136
0.46 Director Técnico 14,50 1 35 5 0 25 73 91 136
0.47 Gabinete 14,50 1 35 5 0 25 73 91 136
0.48 Gabinete 14,50 1 35 5 0 25 73 91 136
0.49 Gabinete 14,50 1 35 5 0 25 73 91 136
0.50 Vestiários 3,20 10 0 0 32 40 60
0.51 Quarto duplo 18,50 2 45 90 0 0 113 169
0.52 Quarto duplo 17,70 2 45 90 0 0 113 169
0.54 Circulação 127,54 5 0 0 638 797 1196
0.55 Quarto Individual 12,60 1 30 30 0 0 38 56
Anexo B
Bruno Almeida v
Ref. Designação Área (m2)
N.º
Ocupantes
(RSECE )
N.º
Ocupantes
(LAYOUT )
Caudal
/ocupante
(m3/h)
Caudal/m2
(m3/h)
Caudal Ar Novo
/ocupante
(LAYOUT) (m3/h)
Caudal Ar Novo
/ocupante
(RSECE) (m3/h)
Caudal Ar Novo
/m2 (RSECE)
Caudal com
Ev=0,8 (m3/h)
Caudal com
Acresc. 50%
(MNEL'S)
(m3/h)
0.56 Quarto duplo 18,50 2 30 60 0 0 75 113
0.57 Quarto duplo 18,50 2 30 60 0 0 75 113
0.58 Quarto duplo 18,50 2 30 60 0 0 75 113
0.59 Quarto duplo 18,20 2 30 60 0 0 75 113
0.60 Banhos de ajuda 16,40 0 0 0 0 0
0.61 Lavandaria 51,10 5 0 0 256 319 479
0.62 Quarto duplo 18,20 2 30 60 0 0 75 113
0.63 Quarto Individual 16,70 1 30 30 0 0 38 56
0.64 Quarto duplo 18,50 2 30 60 0 0 75 113
0.65 Arrumos 11,20 5 0 0 56 70 105
0.66 Circulação 17,13 5 0 0 86 107 161
0.67 Central Térmica 16,5 5 0 0 83 103 155
0.68 Circulação 52,07 5 0 0 260 325 488
0.69 Limpeza 7,40 5 0 0 37 46 69
0.70 Armazém alimentar 11,20 5 0 0 56 70 105
0.71 Armazém alimentar 10,70 5 0 0 54 67 100
0.73 Despensa 10,60 5 0 0 53 66 99
0.74 Cozinha 59,60 3 30 0 89 0 112 168
0.76 Vestiário Masculino 1,92 10 0 0 19 24 36
0.77 Vestiário Feminino 1,92 10 0 0 19 24 36
TOTAL 2167,56 10.496 m³/h 15.744 m³/h
Anexo C
Bruno Almeida vi
Anexo C. Cargas Internas
Iluminação Equipamento
Sensível Latente
(W/pessoa) (W/pessoa)
0.01 Sala de Refeições 5,7 10 70,7 79,1
0.02 Sala de estar/convívio 4,7 10 58,1 35,2
0.05 Ludoteca 9,2 10 71,3 79
0.07 Direcção/Reuniões 3,9 10 62,5 60
0.12 Secretaria 3,9 10 62,5 60
0.14 Sala de monitores 3,9 10 62,5 60,1
0.15 Sala de actividades 6,6 10 71,5 79,2
0.16 Sala de actividades 6,6 10 71,5 79,2
0.17 Sala de actividades 6,6 10 71,5 79,2
0.18 Sala de actividades 6,6 10 71,5 79,2
0.19 Sala de actividades 6,6 10 71,5 79,2
0.23 Sala de actividades de VD 6,6 10 71,5 79,2
0.24 Sala de actividades 6,6 10 71,5 79,2
0.25 Sala de actividades 6,6 10 71,5 79,2
0.26 Sala de actividades 6,6 10 71,5 79,2
0.29 Ginásio 8,7 10 133,9 271,1
0.34 Gabinete 3,9 10 62 60
0.37 Fisioterapia 4,9 10 75,3 133,3
0.38 Quarto Individual 4,7 10 59 35
0.39 Quarto Individual 4,7 10 59 35
0.41 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.42 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.44 Gabinete de Saúde 3,9 10 62 60
0.45 Gabinete 3,9 10 62 60
0.46 Director Técnico 3,9 10 62 60
0.47 Gabinete 3,9 10 62 60
0.48 Gabinete 3,9 10 62 60
0.49 Gabinete 3,9 10 62 60
0.51 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.52 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.55 Quarto Individual 4,7 10 59 35
0.56 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.57 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.58 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.59 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.62 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.63 Quarto Individual 4,7 10 59 35
0.64 Quarto duplo 4,7 10 58,5 35
0.74 Cozinha 6,6 250 74,3 133,3
Ref.
Ocupantes
W/m2
W/m2
Designação
Anexo D
Bruno Almeida vii
Anexo D. Relatórios das Cargas Térmicas
Heating Plant Sizing Summary for Aquecimento CRIO REAL 08-23-2011 WATTMONDEGO 05:58
Heating Plant Sizing Summary for Aquecimento CRIO REAL 08-23-2011 WATTMONDEGO 05:58
1. Plant Information: Plant Name ............................................................................... Aquecimento Plant Type ........................................................................ Generic Hot Water Design Weather ............................................. Vila Nova de Ourém, Portugal 2. Heating Plant Sizing Data: Maximum Plant Load .............................................................................. 171,9 kW Load occurs at ......................................................................... Winter Design W/m² ........................................................................................................ 61,7 W/m² Floor area served by plant .................................................................... 2786,1 m² 3. Coincident Air System Heating Loads for Winter Design
System Heating Coil Load Air System Name Mult. ( kW )
UTA 1 1 10,3
UTA 2 1 8,4
UTA 3 1 3,4
UTAN 1 1 17,4
UTAN 2 1 18,5
UTAN 3 1 12,6
UTAN 4 1 40,8
VCs 1 60,5
System loads are for coils whose heating source is ' Hot Water ' or ' Any ' .
Cooling Plant Sizing Summary for Arrefecimento CRIO REAL 08-23-2011 WATTMONDEGO 05:59
Cooling Plant Sizing Summary for Arrefecimento CRIO REAL 08-23-2011 WATTMONDEGO 05:59
1. Plant Information: Plant Name ............................................................................. Arrefecimento Plant Type .................................................................. Generic Chilled Water Design Weather ............................................. Vila Nova de Ourém, Portugal 2. Cooling Plant Sizing Data: Maximum Plant Load .............................................................................. 148,2 kW Load occurs at .................................................................................. Jul 1500 m²/kW ....................................................................................................... 18,8 m²/kW Floor area served by plant .................................................................... 2786,1 m² 3. Coincident Air System Cooling Loads for Jul 1500
System Cooling Coil Load Air System Name Mult. ( kW )
UTA 1 1 9,4
UTA 2 1 7,3
UTA 3 1 4,0
UTAN 1 1 14,7
UTAN 2 1 20,6
UTAN 3 1 11,6
UTAN 4 1 31,9
VCs 1 48,8
System loads are for coils whose cooling source is ' Chilled Water ' or ' Any ' .
Anexo E
Bruno Almeida viii
Anexo E. Distribuição do edifício por zonas
ZONA 1 - UTAN 1 ZONA 2 - UTAN 2 ZONA 3 - UTAN 3
Ref. Espaço Ref. Espaço Ref. Espaço
005 Ludoteca 013 Arrumos 038 Quarto Individual
006 Arquivo 014 Sala de monitores 039 Quarto Individual
007 Direcção/Reuniões 015 Sala de actividades 054 Circulação
008 Vestiário 016 Sala de actividades 055 Quarto Individual
011 Átrio Principal 017 Sala de actividades 056 Quarto duplo
012 Secretaria 018 Sala de actividades 057 Quarto duplo
041 Quarto duplo 019 Sala de actividades 058 Quarto duplo
042 Quarto duplo 020 Circulação 059 Quarto duplo
044 Gabinete de Saúde 023 Sala de actividades da vida diária 061 Lavandaria
045 Gabinete 024 Sala de actividades 062 Quarto duplo
046 Director Técnico 025 Sala de actividades 063 Quarto Individual
047 Gabinete 026 Sala de actividades 064 Quarto duplo
048 Gabinete 027 Arrumos 065 Arrumos
049 Gabinete 034 Gabinete 066 Circulação
050 Vestiários 035 Casa das máquinas 067 Central Térmica
051 Quarto duplo 068 Circulação
052 Quarto duplo 069 Limpeza
070 Armazém alimentar
071 Armazém alimentar
073 Despensa
ZONA 4 - UTAN 4 ZONA 5 - UTA 1 ZONA 6 - UTA 2 ZONA 7 - UTA 3
Ref. Espaço Ref. Espaço Ref. Espaço Ref. Espaço
074 Cozinha 001 Sala de Refeições 002 Sala de Estar 029 Ginásio
Anexo F
Bruno Almeida ix
Anexo F. Cargas Térmicas dos Espaços
Cargas Térmicas dos Espaços a Climatizar
Espaços a Climatizar Área
(m2)
Carga
Arref.
Sensív
el (W)
Carga
Arref.
Latent
e (W)
Carga
Arref.
Total
(kW)
Pico
Carga
Aquec.
Total (W)
Carga
Aquec.
Total (kW)7
001 Sala de Refeições 147,4 7169 1503 9,0 Sep 1500 4991,0 5,0
002 Sala de Estar 157,2 6383 528 7,0 Aug 1600 5078,0 6,0
005 Ludoteca 64,0 1976 237 3,0 Jul 1600 1998,0 2,0
007 Direcção/Reuniões 30,1 941 120 2,0 Jul 1500 1164,0 2,0
012 Secretaria 34,9 1067 120 2,0 Jul 1500 1440,0 2,0
014 Sala de Monitores 18,6 835 60 1,0 Aug 1500 898,0 1,0
015 Sala de Actividades 29,5 1414 475 2,0 Aug 1500 942,0 1,0
016 Sala de Actividades 29,5 1414 475 2,0 Aug 1500 942,0 1,0
017 Sala de Actividades 29,5 1414 475 2,0 Aug 1500 942,0 1,0
018 Sala de Actividades 29,5 1414 475 2,0 Aug 1500 942,0 1,0
019 Sala de Actividades 33,4 1505 475 2,0 Jul 1500 1118,0 2,0
023 Sala Actividades VD 60,1 2057 475 3,0 Aug 1500 1906,0 2,0
024 Sala Actividades 29,8 1342 475 2,0 Jul 1500 1029,0 2,0
025 Sala Actividades 29,8 1338 475 2,0 Jul 1500 1012,0 2,0
026 Sala Actividades 27,2 1307 475 2,0 Jul 1500 1083,0 2,0
029 Ginásio 90,5 2652 1356 5,0 Aug 1600 2024,0 3,0
034 Gabinete 15,4 453 60 1,0 Sep 1400 501,0 1,0
038 Quarto 15,0 613 35 1,0 Jun 1600 528,0 1,0
039 Quarto 15,0 822 35 1,0 Jun 1600 609,0 1,0
041 Quarto Duplo 17,7 644 70 1,0 Jul 1500 673,0 1,0
042 Quarto Duplo 18,5 643 70 1,0 Jul 1500 623,0 1,0
044 Gabinete Saúde 14,5 516 60 1,0 Jul 1500 559,0 1,0
045 Gabinete 14,5 505 60 1,0 Jul 1500 514,0 1,0
046 Director Técnico 14,5 525 60 1,0 Jul 1500 601,0 1,0
047 Gabinete 14,5 688 60 1,0 Sep 1500 601,0 1,0
048 Gabinete 14,5 663 60 1,0 Sep 1500 466,0 1,0
049 Gabinete 14,5 680 60 1,0 Sep 1500 557,0 1,0
051 Quarto duplo 18,5 800 70 1,0 Sep 1500 623,0 1,0
052 Quarto duplo 18,5 798 70 1,0 Sep 1500 611,0 1,0
055 Quarto Individual 18,5 665 35 1,0 Jun 1600 555,0 1,0
056 Quarto Duplo 18,5 736 70 1,0 Jun 1600 633,0 1,0
057 Quarto Duplo 18,5 734 70 1,0 Jun 1600 623,0 1,0
058 Quarto Duplo 18,5 715 70 1,0 Aug 1500 709,0 1,0
059 Quarto Duplo 18,2 729 70 1,0 Aug 1500 776,0 1,0
062 Quarto Duplo 18,2 727 70 1,0 Jun 1600 613,0 1,0
063 Quarto Individual 16,7 752 35 1,0 Jul 1600 606,0 1,0
064 Quarto Duplo 18,5 863 70 1,0 Jul 1600 709,0 1,0
Anexo G
Bruno Almeida x
Anexo G. Selecção dos ventiloconvectores
Espaço Úteis TIPO
VC
CAUDAL
UNIT
(m3/h)
Qtd.
CAUDAL
EFECT.
(m3/h)
POT.
ARR
(kW)
POT.
AQ
(kW)
0.05 Ludoteca VC3 546 1 546 3,1 3,8
0.07 Direcção/Reuniões VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.12 Secretaria VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.14 Sala de monitores VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.15 Sala de actividades VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.16 Sala de actividades VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.17 Sala de actividades VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.18 Sala de actividades VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.19 Sala de actividades VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.23 Sala de actividades VD VC2 422 2 844 4,6 5,8
0.24 Sala de actividades VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.25 Sala de actividades VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.26 Sala de actividades VC2 422 1 422 2,3 2,9
0.34 Gabinete VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.38 Quarto Individual VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.39 Quarto Individual VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.41 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.42 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.44 Gabinete de Saúde VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.45 Gabinete VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.46 Director Técnico VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.47 Gabinete VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.48 Gabinete VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.49 Gabinete VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.51 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.52 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.55 Quarto Individual VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.56 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.57 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.58 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.59 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.62 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.63 Quarto Individual VC1 320 1 320 1,6 2,0
0.64 Quarto duplo VC1 320 1 320 1,6 2,0
Anexo H
Bruno Almeida xi
Anexo H. Relatório de Difusão
Anexo H
Bruno Almeida xii
Anexo I
Bruno Almeida xiii
Anexo I. Consumos padrão para AQS
Anexo J
Bruno Almeida xiv
Anexo J. Relatório de balanço energético Solterm --------------------------------------------------------------------------------- SolTerm 5.0 () Estimativa de desempenho de sistema solar térmico --------------------------------------------------------------------------------- Campo de colectores --------------------------------------------------------------------------------- Modelo de colector: Rigsun RK2301 Alpin Tipo: Plano 15 módulos (28,8 m²) Inclinação 38° - Azimute -30° Coeficientes de perdas térmicas: a1= 3,480 W/m²/K a2= 0,016 W/m²/K² Rendimento óptico: 75,9% Modificador de ângulo: a 0° 5° 10° 15° 20° 25° 30° 35° 40° 1,00 1,00 1,00 0,99 0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 a 45° 50° 55° 60° 65° 70° 75° 80° 85° 90° 0,93 0,90 0,87 0,82 0,75 0,65 0,49 0,14 0,00 0,00 --------------------------------------------------------------------------- Carga térmica: segunda a sexta --------------------------------------------------------------------------- Lar Residencial e Centro de Actividades Ocupacionais Temperatura nominal de consumo: 60°C (N.B. existem válvulas misturadoras) Temperaturas de abastecimento ao depósito (°C): Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 12 12 13 14 15 16 18 18 17 15 13 12 Perfis de consumo (l) hora Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 01 02 03 04 05 06 07 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 08 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 09 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 10 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 11 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40
Anexo J
Bruno Almeida xv
12 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 13 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 14 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 15 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 16 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 17 160 160 160 160 160 160 160 160 160 160 160 160 18 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 19 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 20 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 21 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 22 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 23 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 24 diário 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 --------------------------------------------------------------------------- Carga térmica: fim-de-semana --------------------------------------------------------------------------- Lar Residencial e Centro de Actividades Ocupacionais Temperatura nominal de consumo: 60°C (N.B. existem válvulas misturadoras) Temperaturas de abastecimento ao depósito (°C): Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 12 12 13 14 15 16 18 18 17 15 13 12 Perfis de consumo (l) hora Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 01 02 03 04 05 06 07 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 08 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 09 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 10 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 11 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 12 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 13 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 14 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40
Anexo J
Bruno Almeida xvi
15 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 16 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 17 160 160 160 160 160 160 160 160 160 160 160 160 18 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 19 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 20 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 21 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 22 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 23 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 24 diário 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 1511 --------------------------------------------------------------------------------- Localização, posição e envolvente do sistema --------------------------------------------------------------------------------- Coordenadas nominais: 39,7°N, 8,6°W TRY para RCCTE/STE e SOLTERM (fonte: INETI - versão 2004) Obstruções do horizonte: 3°(por defeito) Orientação do painel: inclinação 38° - azimute -30° --------------------------------------------------------------------------- Balanço energético mensal e anual --------------------------------------------------------------------------- Rad.Horiz. Rad.Inclin. Desperdiçado Fornecido Carga Apoio kWh/m² kWh/m² kWh kWh kWh kWh Janeiro 59 90 , 1166 2614 1449 Fevereiro 76 105 , 1319 2361 1043 Março 111 131 , 1549 2560 1011 Abril 152 159 , 1822 2425 603 Maio 188 179 , 2052 2451 399 Junho 201 184 , 2056 2319 263 Julho 217 204 , 2183 2288 105 Agosto 200 205 , 2236 2288 51 Setembro 140 161 , 1972 2266 295 Outubro 104 137 , 1791 2451 660 Novembro 69 107 , 1379 2477 1098 Dezembro 57 91 , 1192 2614 1423 ---------------------------------------------------------------------- Anual 1574 1753 , 20717 29115 8397 Fracção solar: 71,2% Rendimento global anual do sistema: 41% Produtividade: 719 kWh/[m² colector] N.B. 'Fornecido' é designado 'E solar' nos Regulamentos Energéticos (DLs 78,79,80/06) | 09-02-2011 10:57:54 |
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