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MELHORAR A INCLUSÃO - DIMINUIR O ABANDONO, SOLUÇÕES CLIMA DE ESCOLA - UM CERTO OLHAR - Junho de 2012

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MELHORAR A INCLUSÃO - DIMINUIR O ABANDONO,

SOLUÇÕES

CLIMA DE ESCOLA

- UM CERTO OLHAR -

Junho de 2012

Clima de Escola: um certo olhar Página 2

Agradecimentos,

Aos alunos, professores e pais que de forma amável se prontificaram a responder ao

longo questionário, com destaque especial para os dois diretores de turma, pelo apoio

que prestaram a esta iniciativa.

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Sumário

Nota prévia

Introdução

I – A visão dos Alunos

II - A visão dos Professores

III – A visão dos Pais/Encarregados de educação

Conclusão

Nota prévia

Este «certo olhar» sobre o clima de escola, que se configura em estudo, representa

um retalho da nossa escola, que por, estamos em crer, ser genuíno, merece toda a

nossa atenção e cuidado. Merece ser considerado como uma amostra que se releva

para uma realidade escolar à nossa dimensão. De uma parte, compreender um todo.

Merece que validemos o que estes poucos nos disseram e que o tomemos como útil

para todos. Esta abordagem ao clima de escola encerra temas importantes e muito

sensíveis, passando por eles muito do sucesso da nossa sociedade escolar.

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Introdução

A escola é historicamente entendida como local de transmissão do conhecimento

acumulado pela humanidade, com a finalidade do desenvolvimento físico, intelectual,

social e emocional do aluno, tendo em vista a construção do ser humano na sua

totalidade alcançando, desta forma, a sua autonomia intelectual e moral. Tal desígnio

deve compreender ambientes/ climas de escola que se caraterizem pela observância

da pessoa que existe em cada um dos seus atores. Tudo conflui e emerge da pessoa

e para a pessoa, em cada aluno, em cada professor, em cada dirigente, em cada

assistente e em cada encarregado de educação.

A escola surge na vida das crianças e dos jovens como um dos principais ambientes

exteriores à família, aí começa a socialização, a partilha aos seus conhecimentos e

ampliação dos seus horizontes.

Nos tempos que correm o espaço-escola tem sofrido uma forte influência ideológica de

uma cultura capitalista, sobretudo financeira, incentivando-se a competição e a

competitividade, em detrimento de outras dimensões da formação escolar, tais como a

física, a social, a emocional e a afetiva. A corrida desenfreada rumo às habilidades

intelectuais como marco de referência de boa escola, deixa relegado para segundo

plano o ser humano e o seu desenvolvimento global, transportando-o para conceitos

essencialmente individualistas e mercantilistas.

Urge equacionar e rebater esta tendência, focando o objetivo primeiro da escola, que

deve ser o de formar o aluno em toda a sua humanidade, contrariando a lógica vigente

de preparação para o exercício de funções produtivas e para ser consumidor de

produtos, lógica esta que se está a enfatizar pelo exagero da quantificação, marcada

na preponderância dos indicadores usados de forma crua, que nos estratificam,

estigmatizam e afundam.

A escola como espaço de aprendizagem consubstanciasse nas dimensões da

emoção, da imitação, da motricidade e do social, onde, marcadas por uma estreita

interdependência geram a possibilidade de apropriação do conhecimento, em que o

enfraquecimento ou a falta de qualquer uma delas criará dificuldades na construção do

conhecimento e consequentemente do ser humano.

Poderemos correr o risco de estar a privilegiar determinadas dimensões, fruto de uma

visão reducionista do momentum crisis, que afaste o aluno da capacidade de se sentir

pertencente a uma sociedade escolar no sentido amplo da palavra. Atributos como

uma matrícula que lhe assegure um determinado número de processo e um cartão de

utilizador naquele espaço, são muitas vezes as únicas coisas que fazem o aluno

demonstrar pertença a uma determinada escola.

Clima de Escola: um certo olhar Página 5

O sentimento de pertença escolar que se pensa como ideal para o aluno é aquele que

promove, além do conteúdo curricular, a emoção e a afetividade que o espaço escolar

possa proporcionar entre os diversos atores o habitam.

Promover este sentimento de pertença é uma obrigação que se impõe a todos. Isso

implica garantir um ambiente socialmente saudável, que propicie condições

indispensáveis para que homens e mulheres em fase de formação possam ampliar os

seus horizontes, trabalhar as suas aptidões e expressar os seus interesses, tornando-

se cidadãs e cidadãos aptos a participar nos diversos aspetos da vida social.

Esta procura do pleno desenvolvimento é um processo dinâmico, ao longo do qual,

com frequência, eclodem conflitos que podem causar perplexidade e insegurança às

crianças e aos jovens, uma vez que ainda não desenvolveram plenamente as

habilidades sociais indispensáveis para enfrentar tais situações. Não raro, surgem

insatisfações e frustrações decorrentes dessas experiências negativas, o que pode

resultar em comportamentos indesejáveis e às vezes mesmo inadmissíveis, originando

perturbações no ambiente escolar, que condicionam este espaço de eleição para a

construção de suas personalidades.

Nesse sentido, é parte fundamental do processo educativo garantir a observância de

regras saudáveis de convivência no ambiente escolar. Construir e acatar um pacto

social – representado pelo conjunto de normas de conduta estabelecido e socialmente

reconhecido – sustentando o delicado equilíbrio entre desejos, direitos e deveres

individuais e coletivos, que permeie a convivência social e garanta o desenvolvimento

humano, permitindo a construção da sua função social de repassar saberes e valores

acumulados pela humanidade ao longo do tempo, cumprindo assim o seu desígnio.

Portanto, um esforço conjunto entre os vários níveis hierárquicos e organizacionais da

escola poderá melhorar no aluno o sentimento de pertença, melhorando os níveis de

aprendizagem, o aprimoramento do sentir-se humano e o sentimento de pertencer

efetivamente à sociedade escolar.

Expiando alguns dos problemas que se levantam, trabalhando a humanidade, o

sentimento de pertença e a observância de um pacto social, estarão criadas as bases

para encarar o insucesso e o abandono escolar como problemas para os quais há

boas respostas.

Dentro desta lógica e com o objetivo de procurar conhecer o que alunos, professores e

pais pensam da escola e das suas ambiências, levou-se a cabo um esboço de estudo,

baseado numa bateria de questões, que a seguir se apresenta.

Clima de Escola: um certo olhar Página 6

I – A Visão dos Alunos

1. Perceções sobre escola

Questionando os alunos sobre o que pensam

conhecer na escola em relação às suas

normas, nomeadamente daquilo que é

proibido e do que é permitido, numa lógica de

reconhecimento do normativo – Regulamento

Interno. Como podemos observar pelo gráfico

cerca de ¾ dos alunos reconhecem as

proibições e as permissões, ficando o registo de que ¼ não tem a certeza desta

sensação de conhecimento. Saliente-se que nenhum aluno escolheu a opção de

«Não» conhecimento do que é proibido e permitido na escola.

Sobre o que os alunos pensam da sua escola, como podemos constatar pela

expressão gráfica da questão, quase

metade dos inquiridos consideram que

a sua escola é boa, cerca de 20 alunos

acham que se trata de uma escola

normal e uma margem residual de

alunos demonstra ter uma perceção

negativa da sua escola.

Chamados a justificar as suas

perceções apresentam os seguintes argumentos:

«Tem boas condições, está sempre limpa»

«Tem tudo como as outras»

«Porque tem boas condições e bons professores»

«Considero a escola boa porque as condições de segurança, dos espaços e

aprendizagem são as ideais para o ensino»

«Tem tudo em bom estado, tem atividades o que torna a escola agradável»

«Porque tem um bom ensino e uma boa qualidade»

«Já andei noutra escola e não noto nada de diferente, apesar de não gostar desta

escola»

«Porque tem boas condições, bons professores, métodos de aprendizagem (ensino)

dos professores são bons e o people da escola não podia ser melhor»

«Tem atividades boas e professores que cumprem bem o seu dever»

«Porque tem boas condições e no geral os professores explicam bem»

«Porque acho que tem as condições necessárias para uma boa educação»

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«Porque acho que tem as condições necessárias para termos uma boa qualidade de

ensino»

«Gosto da estrutura da escola e das salas. Os professores são bons, mas também

existem aqueles que não sabem ensinar, ou não utilizam os melhores métodos. Gosto

das atividades realizadas pela escola. Não gosto do facto de alunos e professores

fumarem mesmo na entrada da escola, perturba-me»

«É uma escola normal porque existem alunos, professores, funcionários, cantina e faz

o possível para o melhor dos alunos»

«Porque penso que, comparando com as outras, não tem nada de mais; é

simplesmente mais uma escola»

«A minha escola é boa porque tem professores que ensinam bem e cria projetos

fantásticos, mas o comportamento dos alunos nem sempre é o melhor»

«Porque tem muitas atividades»

«Porque não há organização nenhuma»

«Pois ajuda a formar-nos para mais tarde termos emprego e torna-nos bons cidadãos»

«Porque não gosto de a frequentar»

«Eu acho que a escola é boa, pois sempre que necessitamos de algo ela está disposta

a dar-nos tudo, podemos encontrar bons colegas, o apoio pelos professores ao aluno»

«Porque acho que esta bem organizada»

«Porque os funcionários e professores são bons e simpáticos. Estabelecem relações

entre nós»

«Porque apresenta boas condições e bons professores e funcionários»

«A escola é pequena, tem falta de salas de aulas e assim as turmas ficam

prejudicadas»

«Porque tem bom espaço»

«Porque aqui ninguém e diferente do outro e não temos que andar de uniforme como

nos colégios, é uma escola normal como as outras»

2. Perceção das relações pessoais e de grupo

Quando confrontados com a questão

que lhes pedia uma avaliação sobre o

ambiente entre os alunos, conforme é

evidente na expressão gráfica, a maioria

(57%) considera ser um ambiente

normal, cerca de 33% classifica o

ambiente como sendo bom e apenas

dois alunos (4%) optaram por uma

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classificação negativa. Desafiados a justificar as suas avaliações face ao ambiente

entre alunos, afirmam que:

«Não há muitas confusões»

«Dão-se todos muito bem»

«Os alunos dão-se bem uns com os outros nas atividades propostas pela escola»

«O ambiente entre os alunos é bom, pois não existem muitos problemas sociais e a

segurança da escola evita que situações que violem as leis da escola aconteçam»

«Há entreajuda entre os mesmos»

«Existem rivalidades, mas nada de grave»

«Os alunos, como toda a gente, não se dão bem com toda a gente e por isso com uns

o ambiente é bom e com outros mau»

«Somos todos amigos»

«Vejo preconceito, gozam com as pessoas, casos de bullying»

«Damo-nos bem»

«Não costumo dar-me mal com os meus colegas»

«Há alunos bons e alunos maus, uns têm comportamentos melhores que outros»

«Porque por aquilo que vejo todos se dão bem e se relacionam entre si mas de

qualquer maneira acho que ainda podia der melhor

«Porque acho que como são jovens, dão-se bem. Por vezes isso não acontece devido

a conflitos que existem»

«Porque conhecemo-nos uns aos outros e temos uma boa relação»

«É verdade que existem muito bons amigos, que fiz nesta escola. Mas, de um modo

geral, as pessoas são um pouco ''nojentas''. Ligam muito ao aspeto exterior e não ao

aspeto interior das pessoas»

«Porque às vezes existem conflitos entre alunos, mas eu acho que é normal numa

escola, mas no dia-a-dia vemos os alunos sempre acompanhados ou com amigos ou

com namorados»

«Porque cada turma relaciona-se com as pessoas da mesma, ou não, depende. Mas é

assim em quase todas as turmas e claro, as pessoas conhecem outras pessoas na

escola e também se relacionam com as mesmas»

«É normal porque alguns alunos dão-se bem e são muito amigos, outros não falam

uns com os outros pois não se conhecem e claro que entre alguns alunos há zangas e

conflitos»

«Pois nem todos se dão bem»

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«Porque nos damos bem uns com os outros»

«Não se dá confiança e assim não conseguem abusar uns dos outros»

«Pois nem todos se dão bem»

«O ambiente nesta escola entre os alunos é normal, porque às vezes existem conflitos

entre alguns alunos»

«Acho que o ambiente entre os alunos é bom pois todos se dão bem, embora por

vezes haja conflitos entre eles, o que não torna o ambiente 'Estupendo'»

«Porque por vezes há problemas entre os alunos»

«Dependendo dos alunos acho que é normal alguns se meteram com outros. Mas,

para tornar esta escola melhor, os alunos teriam que se respeitar uns aos outros»

«Apenas penso que o ambiente entre os alunos é normal e sem chatices»

«É normal porque há sempre alunos que se rejeitam a dar bem com a turma»

«Porque não existem muitas agressões entre os alunos»

«Não é bom porque muitos estão zangados e andam a luta, e não é mau porque não

acontece todos os dias»

Desafiados a avaliar as relações entre os alunos e os professores, tal como se

depreende da expressão gráfica das respostas, mais de metade (55%) dos inquiridos

acha-as normais, cerca de 31%

classifica-as como sendo boas, dois

alunos referem ser muito boas e

apenas um aluno diz que são muito

boas.

Para se justificarem desta apreciação

apresentaram os seguintes

argumentos:

«Dão-se todos muito bem»

«Os professores além de ''professores'' são amigos»

«Existe respeito nas relações entre professor e aluno»

«Os professores falam muito com os alunos e vice-versa»

«Existem professores que mantêm uma relação agradável com os alunos»

«Os professores simplesmente têm de ensinar e os alunos aprender logo é normal a

relação, apesar de às vezes haver certas discórdias o que também é normal»

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«Ainda há dias, houve um caso de que um aluno furou os pneus do carro de uma

professora apenas por maldade. Uma total falta de respeito e de educação,

principalmente»

«Os professores ajudam-nos e nós ajudamos os professores»

«Porque se todos cumprirem o seu dever não irá haver problemas»

«Porque nem sempre temos uma boa relação com o professor»

«Porque a maior parte dos alunos respeitam os professores tendo em consideração o

facto de os professores serem mais velhos»

«Normalmente os alunos têm consideração para com os professores e sabem ocupar

o seu lugar»

«Porque nem todas as pessoas, neste caso alunos e professores, gostam uns dos

outros por isso acho que podia ser melhor, mas nem sempre é possível»

«Existe sempre algum aluno que não gosta de um professor ou outro, mas isso é

normal»

«A relação aluno-professor não é muito boa nem má, só normal, porque não existem

grandes confrontos entre os dois, exceto em algumas situações»

«São boas porque na turma sempre há aqueles alunos que são mal-educados com os

professores»

«Pois nem todos os alunos respeitam devidamente os professores»

«Porque não há muitas discussões»

«Os professores ajudam-nos a ter boa atitude e ajudam-nos em alguns problemas que

temos»

«Pois há respeito»

«As relações são boas porque os alunos respeitam os professores, tal como os

professores respeitam os alunos»

«Boa, pois se algum aluno necessitar de alguma coisa o professor está disposto a

ajudar-nos em tudo o que necessitemos»

«São normais pelo menos na minha turma não há problemas com professores, mas

nas outras turmas pode não ser assim»

«Para mim acho que são boas mas deve haver casos de más simpatias entre alunos e

professores devido às suas relações e más educações por parte dos alunos»

«Os professores dão-se bem com os alunos porque são pessoas que se preocupam

muito com os alunos»

«Porque um professor tem que dar aulas e fazer com que nós percebamos as

matérias. Acho que os professores dão-se bem connosco»

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«Porque estão num local de trabalho e têm que respeitar um ao outro, às vezes o

aluno pode faltar ao respeito ao professor o que acontece maior parte das vezes»

«Sim para um professor um aluno é um aluno, não e um amigo ou amiga, só fora da

escola e que pode acontecer isso»

Sobre o seu relacionamento com outros adultos, que trabalham na escola (diretor,

subdiretor, adjuntos…), os alunos referem em maioria (61%), conforme o comprova

gráfico, que o relacionamento é normal,

já 29% consideram que o relacionamento

é bom e dois alunos dizem que é muito

bom. Chamados a justificar as suas

apreciações, afirmaram que:

«Existe respeito nas relações entre

adultos e alunos»

«Não se fala muito com eles»

«Porque sim, nem muito boas, nem muito más, normais»

«Não há muito proximidade nem afastamento»

«Não costumo falar com eles»

«Porque convive-se sempre em harmonia, penso eu»

«Com este tipo de pessoas é necessário ter uma boa relação»

«Acho que os alunos são bem recebidos, mas que ainda podiam ser melhor»

«Os alunos têm consideração para com os mais velhos (nem sempre acontece)»

«Porque não existe grande ligação com estes adultos»

«Porque os adultos tentam sempre ajudar os alunos tanto como na vida pessoal e na

vida escolar»

«Penso que são relações normais, tais como a aluno-professor, exceto que temos

mais contacto com o professor»

«São muito boas porque esses tais alunos sabem que se forem mal-educados serão

castigados seriamente»

«Pois respeitam-se»

«Porque se respeitam uns aos outros»

«Não tenho queixas de nenhum deles»

«Normal pois com eles não existe aquele diálogo que existe entre os alunos, mas

também não é mau»

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«No meu caso é uma relação boa, mas por vezes há alunos que tratam mal os

adultos»

«Não tenho a certeza, mas penso que são boas»

«Porque preocupam-se com o nosso bem-estar, mas alguns alunos tem um

relacionamento de indiferença em relação a esses adultos»

«Porque acho que a maior parte dos alunos têm "medo" do diretor ou subdiretor»

«Porque não vi nenhum adulto a tratar mal o aluno nem o contrário»

No que diz respeito ao seu relacionamento com outros adultos (assistentes

operacionais, pessoal administrativo…), para além dos referidos anteriormente, a

expressão gráfica das respostas diz-nos que 45% dos alunos acham que as relações

entre os dois grupos são normais, 39% decidiram-se por classificá-las como sendo

boas, 10% acham que são muito boas e

apenas um aluno (2%) pensa que não são

muito boas. Instados a justificarem as

suas opções, estes dizem que:

«Os ''outros adultos'' ajudam sempre os

alunos, sempre que necessário»

«Não existem quaisquer conflitos entre

alunos e os “outros adultos”»

«Ajudam sempre»

«Porque sim, nem muito boas, nem muito más, apenas normais»

«As funcionárias ajudam-nos»

«Costumo dar-me bem com todos os funcionários»

«Com este tipo de pessoas é necessário ter uma boa relação»

«Os alunos por norma respeitam as pessoas acima referidas»

«Porque como as funcionarias trabalham nos pavilhões de aulas estabelecem

relações amigáveis com os alunos»

«Porque os funcionários a nível geral são todos espetaculares e bons profissionais»

«No pavilhão A a relação que os alunos têm com as funcionárias é boa, tanto da parte

de tarde como de manhã. No B não, e no C / D não tenho informação»

«Os funcionários são competentes e também são simpáticos, o que agrada aos

alunos»

«A relação com as funcionárias da escola, penso que é boa. Nunca vi o contrário, isto

porque elas não são como os professores, são alguém com quem podemos socializar

mais, penso eu»

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«São boas porque alguns alunos não obedecem por vezes às funcionárias mas outros

alunos obedecem e portam-se bem»

«Porque os adultos respeitam os alunos e os alunos respeitam os adultos»

«São boas pessoas e estão sempre a tentar ajudar»

«Porque acho que em todas as escolas há sempre uns alunos que se dão melhor com

os professores e funcionários do que outros»

«Pois há respeito»

«Porque os "outros adultos" são simpáticos e respeitam os alunos»

«São boas, pois eu tenho reparado que muitas vezes os alunos conversam com os

funcionários, sempre que necessitam de algo dirigem-se a eles e eles não tem

qualquer problema em responder»

«Para mim os funcionários e pessoal administrativo são muito simpáticos e há uma

muito boa relação entre estes»

«Normais, porque não gostei de muitas atitudes de algumas funcionárias cá da

escola»

«Nunca vi um aluno tratar mal um adulto»

3. A escola, os seus espaços e os seus lugares.

Em relação a espaços/ lugares e à forma

com os alunos os usam e se relacionam,

mais concretamente, quando

questionados a referir os que mais

frequentam, conforme se analisa da

expressão gráfica das suas respostas,

cerca de ¾ indicaram a sala de alunos-

polivalente e as zonas ajardinadas,

sendo estes, claramente os dois lugares/

espaços de eleição. Num segundo nível

de frequência, surge a zona dos campos

de jogos são referenciadas por 40% dos

alunos (19 alunos) e a zona traseira dos

pavilhões com 30% (14 alunos). Num terceiro nível surge a biblioteca (23%), espaço

exterior à escola (23%) e a zona do pavilhão gimnodesportivo (21%). Num quarto nível

ficou a zona da portaria com apenas quatro (9%) dos alunos a referirem este lugar

como espaço de frequência. Como se depreende pelos valores apresentados, os

alunos poderiam escolher mais que uma opção.

Clima de Escola: um certo olhar Página 14

Questionados sobre os lugares da escola a que não gostam de ir, como se infere da

expressão gráfica das suas respostas,

a zona traseira dos pavilhões constitui-

se como o espaço onde os alunos

menos gostam de ir, uma vez que 16

alunos (39%) o indicam desta forma.

Num segundo nível surgem a zona da

portaria e a biblioteca com 13

indicações (32%). Dentro de um

terceiro nível podemos englobar o

espaço exterior à escola (20%), zonas

ajardinadas (20%) e a zona dos

campos de jogos (15%). Com valores

residuais surgem a zona do pavilhão

gimnodesportivo e a sala de alunos –

polivalente. Como se depreende pelos valores apresentados, os alunos poderiam

escolher mais que uma opção.

Sobre os espaços/ lugares em que se sentem melhor, a avaliar pela expressão gráfica

das respostas, os alunos referem a sala de alunos – polivalente, como espaço onde se

sentem melhor, recolhendo 30

indicações (64%). Num segundo nível

temos as zonas ajardinadas que

recolhem 27 indicações (57%). Destas

duas preferências rapidamente se

depreende uma similaridade entre a

frequência e a sensação de bem-estar.

Num terceiro nível surgem a zona dos

campos de jogos (26%), biblioteca

(21%) e zonas traseiras dos pavilhões

(21%). Recolhendo menos indicações

relativamente à sensação de bem-estar

surgem o espaço exterior à escola,

zona da portaria e zona do pavilhão

gimnodesportivo. Como se depreende pelos valores apresentados, os alunos

poderiam escolher mais que uma opção.

4. Violência e indisciplina e mecanismos de controlo

Sobre fenómenos, evidências e

sensações de ocorrência de

episódios de violência e

indisciplina, quando questionados

sobre se há algum tipo de violência

na tua escola, tais como agressões

físicas, verbais, maus tratos entre

colegas, racismo, chantagem,

ameaças; como podemos inferir do

gráfico que resume as respostas, a maioria dos alunos (55%) considera que existe

Clima de Escola: um certo olhar Página 15

pouca violência, cerca de 11 alunos (22%) considera normal o fenómeno na escola, já

16% consideram que não existe nenhum tipo de violência e apenas dois alunos têm a

sensação de existir bastante violência.

Chamados a detalhar, indicando que tipo de violência já presenciaram ou sabem que

existiu, registamos as seguintes afirmações:

«De vez em quando algumas brigas/discussões/desentendimentos»

«Já fui mal tratada por alunos da escola, incluindo agressões verbais»

«Luta, entre dois colegas da turma»

«Uma colega minha vive constantemente agressões verbais, até chegar ao ponto de

querer mudar de escola e de ter que sair noutra paragem do autocarro. Os colegas da

mesma turma insultam-na, dizem que ela é prostituta, que tem os seios grandes e

gozam com ela pelo facto de ela ser uma pessoa calada, que só fica "na sua". No

autocarro agridem-na verbalmente de novo e às vezes não a deixam sair na paragem

dela, dizem: "Fulana, não sais aqui, sais onde nós quisermos", claro que ela se sente

incomodada com isto, mas eles chegam até a usar a força. Penso que isto são atos de

pessoas com extrema infantilidade e sem qualquer tipo de maturidade e que, só vão

realmente parar quando a vítima cometer algum erro (suicídio, quero eu dizer) e aí

sim, vão ficar com o peso na consciência o resto da vida»

«Já ouvi várias vezes colegas a insultar outros»

«Conflitos entre alunos, agressões verbais»

«Conflitos entre alunos devido a problemas relacionados com amigos e outros. Já

presenciei algumas agressões»

«Eu acho que na nossa escola existe alguma violência verbal, os alunos tratam-se mal

uns aos outros e por vezes leva a que muitas pessoas levem a mal e seguem para a

violência física. E também tive uma caso na minha turma de violência física entre dois

colegas»

«Como sempre, há discriminação. Por exemplo, há uma aluna de 7º Ano que eu não

sei o nome dela, em que bastante gente lhe chama ''Please''. Porquê? Uma vez, um

grupo de alunas da minha turma viu que ela estava sozinha e foi ter com ela.

Perguntaram-lhe se ela queria companhia e ela deu uma resposta do género 'Não,

please, deixem me em paz!'' Deve ter ficado com vergonha. A partir desse dia,

algumas pessoas vão ter com ela e gozam-na, ou algo do género. Tenho pena da

miúda... Acho que ela veio de Rebordosa, tal como eu, já a tinha visto lá»

«Às vezes em turmas vemos um aluno que não se relaciona com os outros e por

vezes por ter estilo diferente é gozado»

«Ontem vi dois alunos a baterem um no outro e a ofender, mas rapidamente outros

colegas os separam e acho que o sucedido ficou por ali»

«Por vezes existem alguns desacatos, mas nada de mais. Às vezes encontramos

alunos de outras turmas em discussões, mas acaba tudo por passar»

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«Há alguns dias houve uma cena de pancadaria entre dois colegas meus. Um deles já

andava a gozar com o outro sobre ser um bocado gordo, dizia que tinha uma barriga

de cerveja e no outro dia foi a última gota pois, esse meu colega um bocado gordo

trouxe calças de fato de treino para a escola e o outro puxou-as para baixo, nessa

mesma altura o meu colega passou-se e começou à pancada com o outro»

«Acho que é pouca, porque no tenho conhecimentos de muitas, ou praticamente de

nenhuma»

«De vez enquanto há brigas, mas nada de mais. Penso que não há nenhuma escola

em que não há brigas»

«É normal porque há sempre um grupito de alunos que gosta de o fazer»

«Nesta escola poucas vezes, ou melhor, raramente presencio atos de violência. O ato

que eu presenciei foi de agressão física»

«Por vezes quando estamos a 'passear' pela escola encontramos alguns alunos a

insultarem-se, ou até mesmo os alunos insultarem os funcionários»

«Acho que não há muita violência nesta escola e penso que em todas as escolas

haverá um pouco»

«Por exemplo há pouco tempo uns colegas meus andaram à bulha no pavilhão B, mas

nada de grave, foi apenas um conflito mas nada a ver com racismo»

«Há alguma agressão verbal, como um rapaz ou rapariga ser diferente de todos os

outros e esses outros ameaçam e tratam mal esse rapaz ou rapariga. Agressão física

há muito pouca só quando há conflitos ou mesmo em brincadeiras»

«Na semana passada houve uma discussão no intervalo que acabou em agressão

física»

«Não há muita violência de outras formas, apenas adoramos brincar»

No início do ano de 2010 houve uma grande agressão que até foi preciso alunos

serem expulsos da escola e essa agressão aconteceu por causa de um colega ter

chutado a bola para cima de um pavilhão, mas desde que tenho visto acho que foi a

pior, e também acho que normal haver estes tipos (sem ser agressões exageradas)

entre alunos (adolescentes)»

«Agressões verbais, como insultar nomes não muito agradáveis, para a outra pessoa

e físicas andar a luta porque o outro o provoca»

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Questionados sobre os locais em que

ocorrem as situações referenciadas,

conforme expressão gráfica das

respostas, constata-se que cerca de ¾

dos alunos indicou o recreio (espaço e

tempo dos intervalos entre aulas)

como o local em que ocorrem mais

situações de violência. Num segundo

nível surgem as imediações da escola

(39%) e as escadas e interior dos

pavilhões (34%). Num terceiro nível a

zona traseira dos pavilhões (11%),

salas de aula (8%) e sala de alunos

(8%). Com caráter residual surge a zona do gimnodesportivo com apenas um aluno a

referir-se a este local. Foi possível selecionar mais de uma caixa de verificação, pelo

que as percentagens podem somar mais de 100%.

Em relação ao conhecimento de mecanismos/ política de aplicação de sanções/

castigos, pela expressão gráfica das

respostas, lê-se uma relativa divisão das

respostas, evidenciando-se que 27 dos

inquiridos afirmam que existe uma política de

castigos na escola e que 21 referem

desconhecer se existe ou não. Deve

salientar-se que não existiram respostas de

negação face à existência de tal política de aplicação de castigos. Os que

responderam de forma afirmativa foram desafiados a enunciar que castigos/ sanções

conheciam, pelo que se apresenta um resumo das suas respostas: «suspensão»,

«expulsão e suspensão», «faltas disciplinares», «a suspensão ou até mesmo a

expulsão são algumas medidas aplicadas pela escola neste tipo de situações»

«gabinete disciplinar», «suspensão e por veze pode haver mesmo expulsão quando o

caso é mais grave», «suspensão, expulsão e pedidos de desculpas», «ida ao gabinete

disciplinar», «se não for nada de grave é dado um aviso ao aluno ou um trabalho

escrito/artes manuais sobre o que ele fez para que ele reconheça que está errado.

Caso seja algo muito grave aplica-se a suspensão ou até mesmo expulsão do aluno»,

«conheço por exemplo castigos disciplinares que levam à suspensão do aluno»,

«faltas disciplinares, suspensões», «falta disciplinar, limpar as salas com panos, fazer

cópias». Evidencie-se que as expressões «expulsão» e «suspensão» foram as mais

frequentes.

Questionando os inquiridos sobre

se já tinham sido castigados

alguma vez, facilmente se lê no

gráfico, que a esmagadora maioria

nunca foi alvo de castigo/ sanção.

Apenas 3 dos inquiridos já foram

alvo de um castigo, isto à luz da

ideia que estes fazem daquilo que

Clima de Escola: um certo olhar Página 18

é considerado castigo.

No que diz respeito à proveniência do

castigo aplicado, como se observa no

gráfico, podemos constatar que a

esmagadora maioria dos castigos são

concretizados pelos professores.

Apenas um aluno refere um castigo

que, segundo o mesmo, foi da autoria

do encarregado de educação. Sobre as razões que levaram á aplicação do castigo, os

inquiridos referiram: «más notas», «atirei uma borracha na aula», «desatenção na

aula», «estava a brincar com um colega meu».

Relativamente ao número de vezes

que o grupo de inquiridos foi castigado

no presente ano letivo, como podemos

observar no gráfico, a esmagadora

maioria (80%) refere que nunca foi

alvo de castigo, sendo que apenas

quatro dos inquiridos referem a

existência de um ou dois castigos

desde que se iniciou este ano letivo.

Dos que foram alvo de castigo e no que

toca à sensação da justiça/ injustiça

dos mesmos, como se pode observar

no gráfico, três alunos consideraram-no

justo, dois a maior parte das vezes

usto, um considerou-o injusto e outro a

maior parte das vezes injusto.

Quando questionados sobre a forma como vêm as regras de disciplina na escola, tal

como está expresso no gráfico, a

maioria (43%) refere que existe um

misto de disciplina e liberdade,

considerando-as num plano idêntico, já

16% consideram que as regras

existentes são demasiado brandas,

para quatro dos inquiridos as regras

quebram a existência de liberdade e um grupo significativo (29%) refere não ter

opinião sobre esta matéria.

Sobre o uniformismo da disciplina

e da sua aplicação, quer para os

alunos mais jovens, quer para os

alunos mais velhos, como se lê no

gráfico, mais de metade dos

alunos considera que tal

uniformidade deve existir e 22%

Clima de Escola: um certo olhar Página 19

considera que não deve existir uniformidade, um número significativo (20%) reconhece

não ter opinião sobre a existência ou não deste tipo uniformidade.

Questionados sobre se existe alguma proibição que lhe pareça injusta, tal como indica

a expressão gráficas das

respostas, a maioria refere não ter

opinião, enquanto que 24%

considera não ter perceção sobre a

existência de regras injustas, por

sua vez, seis dos inquiridos (12%)

considera que existem proibições

injustas. Para estes últimos, tal

sensação/ perceção, foi justificada da seguinte forma:

«Os alunos do básico não podem sair da escola no tempo de almoço que começa ao

meio-dia têm de esperar pelas 13:15»

«Alunos do secundário podem sair da escola para irem fumar e passar droga e não sei

o quê... e alunos do básico não podem sair nem para ir almoçar»

«A saída ser proibida aos alunos que não frequentam o secundário. Isto parece-me

injusto porque acho que não faz sentido; lá por serem mais velhos não devem ter mais

direitos, porque isto é uma escola e como disse anteriormente, o tipo de disciplina da

escola deverá ser aplicada a alunos tanto mais velhos como mais novos. Ou seja,

acho que deveria ser permitida a todos os alunos, e fora da escola, estes é que terão

de ser responsáveis pelos seus atos»

«O facto dos alunos do 10º poderem sair da escola sem preocupações para fumar e

os alunos do 8º/9º não o poderem fazer para lanchar/almoçar»

«Por exemplo, os alunos do 7, 8, 9 ano poderiam sair da escola para ir almoçar ao

restaurante ou assim, mas o problema é que só podem sair os do secundário»

5. A localização da escola e fenómenos geradores de insegurança

Relativamente à ideia que os alunos fazem do local em que se encontra situada a

escola, como se deduz da

expressão gráfica das respostas,

quase metade considera o local

como sendo bom, é considerado

como um local normal para 37%

dos inquiridos, já 14% avaliam o

local como sendo mau e apenas

um aluno (2%) classifica-o como

sendo horrível. Instados a justificar

a sua opção, estes apresentaram

as seguintes caraterísticas:

«Fácil acesso»

Clima de Escola: um certo olhar Página 20

«A localização da escola não tem muitos aspetos considerados negativos»

«Tem vários sítios onde podemos ir depois das aulas ou mesmo para descontrair»

«É um sitio como os outros, mas podia ser num sitio mais bonito»

«Muitos sítios escondidos que permitem fazer coisas proibidas»

«Porque nos favorece principalmente a mim que moro perto da escola»

«Porque é um sítio onde existem muitas pessoas e é um sitio estável»

«Porque está perto de uma estrada principal e também porque à volta há muito mato,

bastantes vezes usado para coisas impróprias. A escola deveria estar noutro sítio»

«Conheço pessoas que me perguntam qual a escola que eu ando e quando respondo

é como se ficassem a perceber o mesmo não sabem onde fica e muito menos que

existe»

«Bom, pois tem restaurantes, papelarias, cafés e outros serviços perto deste local; ou

seja, podemos ir comer outras coisas que não as da escola ou comprar material que a

escola não tem»

«É bom porque está à beira de um café onde os alunos podem comer e conviver para

além do polivalente mas também tem uma rampa muito perigosa onde um aluno está

sujeito a ser atropelado»

«Existem cafés, restaurantes, lojas para que se os alunos quiserem comprar algo o

possam fazer»

«Porque o sítio não é o dos melhores, a escola é quase isolada»

«Tem muito mato e pó»

«É um sítio normal, como todos os outros. Mas, existem cafés e papelarias próximas

da escola, o que é uma vantagem»

«Pois fica acessível a várias terras. A escola não se situa muito longe do centro, o que

permite o melhor acesso à escola»

«É um local calmo com espaços verdes, tem cafés perto»

«Situa-se a uma boa distância de minha casa onde favorece a minha família de me vir

buscar e de me trazer, é um local que possui espaços verdes à volta»

«Porque é um local calmo com muita vegetação à volta com papelarias e cafés e

restaurantes para passar o tempo e almoçar»

«Normal, porque é difícil chegar a escola de qualquer meio, está situada à beira de um

monte que isso vai levar a certos problemas»

«Porque é situada num monte e os carros vêm muito depressa e podem atropelar

alguém».

Clima de Escola: um certo olhar Página 21

Confrontados com a questão da existência ou

não de droga na escola, como podemos inferir

da expressão gráfica das respostas, uma larga

maioria (60%) não sabe se existe, já 29%

considera que sim, enquanto que 6% dizem

não existir.

Questionados sobre se existem problemas de

roubos com ameaças ou chantagens na escola,

como se observa no gráfico, constatamos que

uma larga maioria não sabe dessa existência, já

27% considera que existem estes problemas e

8% considera a sua inexistência.

Quando interpelados sobre se já foram vítimas

de roubos com ameaças ou de chantagens na escola, como está expresso no gráfico,

a esmagadora maioria refere que não e apenas

um dos inquiridos refere que sim.

Sobre se já participaram em roubos, chantagens

e ameaças a outros colegas da escola, como se

vê no gráfico, a esmagadora maioria indica que

não e apenas um aluno dá uma indicação

afirmativa.

Em relação ao questionamento sobre se já foram

alvo de insultos ou agredidos verbalmente na

escola durante este ano letivo, como se deduz da

expressão gráfica das respostas, 78% afirma que

não foi alvo de insultos e agressões verbais, ao

passo que 18% dá uma resposta afirmativa.

A estes últimos pediu-se-lhe que

indicassem a frequência desses

insultos e agressões verbais, como

se observa no gráfico, constata-se

que cinco inquiridos referem que

apenas ocorreu uma vez, dois alunos

referem que estas ocorrem algumas

vezes por semana, um aluno indica a

frequência de algumas vezes por mês e um

outro refere a frequência de algumas vezes ao

longo do ano letivo.

Procurando saber se a ocorrência de

agressões verbais esteve associada a insultos

racistas, pelo que nos dá a observar o gráfico,

Clima de Escola: um certo olhar Página 22

a esmagadora maioria dos que responderam afirmativamente questão anterior das

agressões refere que tais insultos não estiveram associados a algum tipo de racismo,

sendo que dois, dos que anteriormente afirmaram a existência de insultos, confirmam

a associação com expressões racistas.

Questionados sobre o facto de já terem sido

alvo de agressões físicas, como observamos

no gráfico, a esmagadora maioria refere que

não, enquanto que um dos inquiridos refere

que já foi vítima de agressão física, situação

que apenas ocorreu uma vez neste ano letivo.

Relativamente ao facto de já terem sido

maltratados, ameaçados ou excluídos pelos

colegas da escola, como se observa no gráfico,

a esmagadora maioria refere que não, e dois

dos inquiridos responde afirmativamente, a este

ainda se pediu que explicassem a situação,

observando a sua frequência, pelo que nos

ficam estas respostas:

«Já fui maltratada por alunos do 10ºano e era muito frequente, depois os insultos

acabaram porque o meu encarregado de educação, a diretora de turma e psicólogo

(Dr. Rui) terem apresentado queixa»

«Já me maltrataram por causa de gostar da minha cantora favorita. Por exemplo,

chegar à minha beira e dizer ''A tua cantora favorita é um homem!'' Isso irrita-me,

principalmente quando vejo o grupo da pessoa que me diz isso a rir-se».

Questionados sobre se já foram roubados na

escola, como se observa pela expressão

gráfica das respostas, a esmagadora maioria

dos inquiridos refere que nunca foi roubado e

dois alunos respondem afirmativamente.

Instados a indicar os que lhes foi roubado, fica

esta resposta: «um par de meias».

6. Os professores e a escola: o que nos ensinam e o que se aprende.

Quando questionados sobre se têm a

sensação de que existe algum tipo de

tensão entre professores e alunos, como

se observa no gráfico, cerca de 37%

refere que existe a normal, já 29%

referem a existência de um pouco de

tensão e 27% refere a sua não

existência; apenas três alunos (6%)

Clima de Escola: um certo olhar Página 23

referem que existe muita tensão.

Em relação ao que os alunos mais

valorizam nos professores, como se

pode interpretar do gráfico, o item

mais valorizado (68%) constitui a

forma como dão as aulas, num

segundo nível de valorização temos

os seus conhecimentos e a forma

como falam com os alunos, num

terceiro nível aparece o facto de

ajudarem os alunos a resolver os

seus problemas, forma como

impõem disciplina e a forma como os

deixam à vontade na sala de aula.

Como foi possível selecionar mais de uma opção, pelo que as percentagens podem

somar mais de 100%.

Questionados sobre o que gostariam que mudasse nos seus professores, fica o

registo das suas respostas:

«A forma como dão as aulas. (algumas aulas)»

«Numa professora gostava que mudasse a forma como atribui as notas, dá notas a

alguns alunos que não são merecidas»

«Gostaria que eles tentassem compreender as nossas dificuldades, darem mais

atenção aos que têm dificuldades, e que, explicassem melhor»

«A forma como ensinam e o facto de darem mais atenção a uns do que a outros»

«Que tratassem todos os alunos por igual, porque na minha opinião alguns deles são

beneficiados por serem filhos de professores que trabalham na mesma escola.»

«A maneira de ser deles e que não fossem tão severos e mais compreensivos»

«Gostava que os professores aplicassem mais castigos. Vejo tantas vezes colegas

meus a falar na aula e os professores a fingirem que não vêm! Gostava também que

alguns professores explicassem melhor / deixassem os alunos participar na aula»

«Gostaria que todos pensassem um pouco no trabalho dos alunos, antes de lhes

dizerem para realizar trabalho; isto porque os alunos têm vida para além da escola»

«Terem mais calma a explicar as coisas»

«Gostaria que alguns professores fossem mais rigorosos com alguns alunos»

«A exigência exagerada nos momentos de avaliação»

«Gostaria que fossem menos rigorosos»

Clima de Escola: um certo olhar Página 24

«Alguns professores muitas vezes acusam alunos na vez de outros, gostaria que

antes de fazerem isso pensassem realmente quem foi»

«Acho que em alguns professores deveriam dar as aulas, mostrando uma

apresentação eletrónica pois torna uma aula mais interessante e chama mais a

atenção aos alunos»

«Que melhorasse a forma de explicação, para todos os alunos perceberem a matéria

dada. Que fosse beneficiado o trabalho de uns enquanto que outros passam as aulas

na brincadeira»

«Em algumas disciplinas deviam usar mais a prática do que a teoria»

«Aquilo que dizem para alguns alunos devia ser para todos e não só para alguns»

Questionados sobre como vai o seu aproveitamento, se têm tido sucesso e se

aprendem, pelo que se observa no

gráfico, constata-se que 43% dos

inquiridos considera como sendo

suficiente o seu grau de aprendizagem,

já 39% considera que neste domínio as

coisas vão bem na escola e 8% chega

mesmo a considerar que as coisas

correm muito bem, enquanto que 6%

considera que a aprendizagem e o

sucesso têm disso insuficientes.

Sobre se acreditam que o que aprendem lhes irá ser útil, como se observa no gráfico,

cerca de ¾ considera que o que

está a aprender lhe vai ser útil, já

20% acha que talvez lhe venha a ser

útil e dois alunos (4%) não sabe se o

que aprende lhe pode vir a ser útil.

Instados a contribuir com sugestões

que melhorem vida na escola, ficam-

nos estes registos:

«Mais atividades extra-curriculares»

«Deveriam ser realizadas mais atividades»

«Inovação de alguns espaços»

«Os alunos do básico já deveriam saber o que querem para o futuro e em vez de se

começar a ter as disciplinas próprias para esse curso no 10º ano deveria ser logo no

7º ano facilitando mais a sua aprendizagem»

«Modernização da escola»

«A existência de mais cursos no 10ºano»

Clima de Escola: um certo olhar Página 25

«Devia aplicar-se mais disciplina, de modo a que os alunos estivessem à vontade mas

não à vontadinha»

«Mais atividades práticas dentro da sala de aula e também fora da sala de aula»

«Sugeria que, quando está a chover, os alunos poderiam permanecer nos pavilhões,

porque não cabemos todos na polivalente e as pessoas não percebem isso»

«Proibir os alunos/professores de fumar no espaço exterior do portão»

«Trabalhar um pouco mais na prática e não só na teoria. Realizar mais visitas de

estudo»

«Proibir os alunos e professores de fumar mesmo na área exterior à escola. A cantina

fazer comida mais saborosa e bem cozinhada»

«Mais atividades desportivas e de maior interesse dos alunos»

«A comida da cantina»

«A comida da cantina ser melhor»

Questionados sobre se já pensaram

em abandonar a escola, pela

expressão gráfica das respostas,

constata-se que a esmagadora

maioria ainda pensou em abandono

escolar, já três dos inquiridos (6%)

responde que já pensou em

abandonar a escola. A estes últimos pediu-se-lhes que indicassem motivos, pelo que

aqui fica o seu registo: «más notas», «não gosto de estudar e sinto que não sou capaz

de obter bons resultados a algumas disciplinas por esse motivo fico retida no mesmo

ano», «acho que não vale a pena, pois um dia não vamos arranjar trabalho e não

vamos ter dinheiro, apesar de ter estudado mais».

7. Dados técnicos

O questionário foi enviado a duas turmas, uma de 8º ano e outra de 10ºano.

Responderam 49 alunos, que se distribuem por ano de escolaridade, género e idade,

de acordo com os gráficos que se seguem;

Ano de escolaridade

Clima de Escola: um certo olhar Página 26

Género

Idade

Nota: nenhuma pergunta foi classificada como obrigatória, pelo que os inquiridos

tiveram a liberdade de não responder, sempre que assim o consideraram. O

questionário foi realizado e tratado estatística e graficamente segundo tecnologia

Google docs.

II – A Visão dos Professores

1. Disciplina/ indisciplina e resolução de conflitos

Não é problema de agora, mas

talvez cause mais apreensão que

nunca, daí a pergunta de partida

feita aos professores, pretendendo

saber que grau de consideração

atribuem às agressões e aos

conflitos, enquanto problema atual

das nossas escolas. Pela análise

da expressão gráfica das respostas

podemos constatar que aproximadamente 70% considera que se trata de um

Clima de Escola: um certo olhar Página 27

problema muito importante, 25% considera-o bastante importante e apenas um dos

inquiridos (6%) considera que não tem importância.

Equacionando a percentagem de

tempo que cada um ocupa, no seu

dia-a-dia, para tratar de assuntos

associados a agressões e conflitos

existentes na escola, pela expressão

gráfica das respostas, ficamos a

saber que quase metade dos

inquiridos revela gastar menos de

20% do tempo de trabalho escolar,

um grupo correspondente a 21% diz gastar de 21% a 40% do seu tempo de trabalho

escolar, um professor (6%) diz que gasta entre 41% e 60% do seu tempo de trabalho

escolar e um outro professor afirma que não existem problemas de disciplina para

resolver.

Questionados sobre o que fazem quando há algum problema de disciplina ou um

conflito na sua aula (de caráter leve

ainda que seja repetitivo), pelo que

nos é dado a observar no gráfico

das respostas, uma larga maioria

(63%) afirma que a melhor solução

está no diálogo com o alunos ou

alunos em causa, já 31% dos

inquiridos revela que não têm que

enfrentar muitos problemas deste

tipo de indisciplina nas suas aulas e

apenas um professor (6%) opta pela expulsão da sala de aula.

Na tentativa de aprofundamento da questão da tipificação dos castigos, nasce a

questão sobre o tipo de castigo mais

utilizados, desta forma, pelo nos é

dado a observar no gráfico das

respostas, uma esmagadora maioria

utiliza a repreensão oral de forma

mais recorrente, sendo indicada por

93% dos inquiridos, num nível mais

baixo de indicação surge o envio para

o gabinete disciplinar (43%),

penalização na avaliação (36%),

repreensão escrita e ordem de saída

da sala de aula (29%). Para além das opções sugeridas, alguns dos inquiridos

optaram por indicar outras, que se apresentam:

«Prefiro o reforço positivo aos castigos pois o reforço positivo mostra o comportamento

correto que se deve adotar»

Clima de Escola: um certo olhar Página 28

«Não gosto e não aplico a palavra castigo. Apesar dos referidos "castigos", nas

alíneas anteriores, prefiro o reforço positivo, a repreensão, o aviso e o

aconselhamento pois este mostra o comportamento correto que se deve adoptar.

Claro que se deve incutir no aluno a noção de que um comportamento voluntário tem

necessariamente consequências que se relacionam com a responsabilidade»

Foi possível selecionar mais que uma opção, pelo que as percentagens podem somar

mais de 100%.

No que concerne às razões que levam os professores à aplicação de castigos aos/às

alunos/as, de cordo com a expressão gráfica das respostas, uma larga maioria (85%)

refere o controlo da indisciplina como razão para aplicação de castigos, num nível

inferior temos o exercício da

autoridade (38%), num terceiro nível

surgem razões que se prendem com o

assegurar de um ambiente calmo nas

aulas (23%) e como forma de exemplo

para os restantes alunos (15%), a um

nível mais residual surgem as razões

associadas à necessidade de

lecionação da matéria e como forma

de aplicação da legislação. Um dos

inquiridos optou por outra razão, que

se apresenta: «Penso que o termo

castigo é uma palavra desadequada uma vez que falo sempre com os alunos e tento

levá-los a pedir desculpa e a melhorar o comportamento, manifestando

arrependimento pelo seu comportamento. Só assim se pode formar uma pessoa

consciente e responsável.»

Foi dada a possibilidade de selecionar mais que uma opção, pelo que as percentagens

podem somar mais de 100%.

Relativamente à adoção de medidas preventivas e solucionadoras de conflitos em sala

de aula, a pergunta surge no

sentido de que se achavam que

quando estas são tomadas

conjuntamente pelos docentes no

princípio do ano/curso podem

ajudar a combater tal problema. A

avaliar pela expressão gráfica das

respostas podemos salientar que a

maioria 38% responde

afirmativamente e coloca a condição de participação de toda a equipa docente como

essencial para o sucesso de tais medidas preventivas, outro grupo que perfaz 31%

dos inquiridos continua a concordar e acrescenta que o sucesso de tais medidas só

fica garantido se existir a participação das famílias. Por sua vez, 19% dos inquiridos,

revelam que o sucesso de tal ação preventiva depende do tipo de medidas a

Clima de Escola: um certo olhar Página 29

desenvolver e 13% considera que, mesmo quando não participadas por todos os

docentes, faz sentido adotar e estabelecer medidas preventivas no início do ano letivo.

Pretendendo saber qual era a solução que consideravam mais correta para resolver os

problemas que aparecem na sua aula ou na escola (além da redução do rácio

alunos/professor), pela expressão gráfica das respostas, podemos observar que num

primeiro nível, com 25% cada, temos a aplicação de sanções restritas/rígidas e a

deteção e tratamento dos casos especiais. Para 13% dos inquiridos é essencial

relevar o tema da disciplina para projetos curriculares e um professor (6%) julga

essencial melhorar o ambiente na

escola. Do total de inquiridos houve

31% que manifestaram a existência

de outras soluções, que se

apresentam:

«Responsabilizar encarregados de

educação pelos atos dos seus

educandos»

«Definição de um conjunto de

regras internas bem definidas e

divulgadas entre todos os

elementos da comunidade escolar. Isso levaria à construção de um código ético

interno com a definição clara de comportamentos e atitudes apropriadas (permitidas) /

desapropriadas (não permitidas) no ambiente escolar, com as respetivas

consequências definidas e negociadas entre os vários intervenientes. A cultura de uma

forte vertente formativa na escola. Neste aspeto penso que devemos aprender com as

escolas privadas»

Sobre a forma como os professores

vêm e consideram a aplicação e

defesa da disciplina na escola, pela

análise ao gráfico de respostas,

constata-se que mais de metade dos

inquiridos (56%) consideram que está

num nível correto e 25% dos

inquiridos diz que o nível de aplicação

e defesa da disciplina é insuficiente.

2. Agressões entre alunos

Questionados sobre se as agressões

e abusos entre alunos constituem um

problema-chave para a convivência

escolar, a avaliar pelo gráfico das

respostas, uma larga maioria (75%)

considera estar muito de acordo e

concorda plenamente com a

Clima de Escola: um certo olhar Página 30

afirmação, 19% concorda bastante com a afirmação e apenas um dos inquiridos (6%)

concorda coma afirmação, embora de forma mediana.

De acordo com a sua experiência/ vivência em ambiente escolar, a questão surge no

sentido de pretender saber que tipo de

agressões são as mais usuais entre

os alunos, pelo que olhando a

apresentação gráfica das respostas,

ficamos a saber que a esmagadora

maioria consideram serem as

agressões verbais as mais frequentes,

enquanto que um dos inquiridos (6%)

considerou ser o isolamento social, rejeição e pressão psicológica.

Pretendendo saber qual é o fator

mais comum que provoca as

anteriores agressões entre alunos,

observando as respostas dadas,

constatamos que um pouco mais

de metade dos inquiridos julga ser

o fator personalidade/ caráter o

maior responsável pelas

agressões existentes, já 13%

considera o status/ modelos

sociais, enquanto que um dos inquiridos afirma não existirem muitas agressões. Para

25% existem outros fatores, para além dos que indicamos, pelo que a seguir se

apresentam: «falta de acompanhamento familiar», fator que foi citado por quatro dos

inquiridos.

Pretendendo aprofundar a perceção

da tipificação das agressões

existentes em espaço escolar,

solicitou-se aos inquiridos

escolhessem as situações de

agressão mais frequentes, sendo que

agora podiam selecionar mais que

uma opção, permitindo ler-se, da

expressão gráfica das respostas, que,

como já referido, a violência verbal é

mais frequente, sendo referida por

92% dos inquiridos, num segundo

nível aparece a violência física como

indicação de 38% dos inquiridos, num

terceiro nível, com indicação de 15% dos inquiridos, temos a violência psicológica,

maus tratos entre alunos e o vandalismo. A um nível mais residual surge a indisciplina

grave e os insultos racistas. Foi possível selecionar mais que uma opção, pelo que as

percentagens podem somar mais de 100%.

Clima de Escola: um certo olhar Página 31

Quando questionados sobre o tempo e o espaço em que têm lugar e são mais

frequentes as agressões e

intimidações entre os alunos, pela

expressão gráficas das respostas,

podemos deduzir que metade dos

inquiridos não focaliza no tempo e

espaço estas ocorrências,

escolhendo a opção que nos diz que

as agressões podem ocorrer, ou

ocorrem, em qualquer lugar e em

qualquer momento. O recreio –

lugar de convivência é a opção escolhida por 38% dos inquiridos, enquanto que 13%

escolheu a opção relativa aos

corredores e intervalos entre as aulas,

como sendo espaço de maior

frequência de agressões. Foi possível

selecionar mais que uma opção, pelo

que as percentagens podem somar

mais de 100%.

Aprofundando a questão da

espacialidade da ocorrência dos

episódios de agressão e violência,

constata-se, através da leitura do

gráfico de respostas, uma larga maioria

refere que tais episódios são mais

frequentes no recreio, tendo sido

indicado por 71% dos inquiridos,

seguindo-se num outro nível a

indicação (57%) dos corredores e das escadas, num terceiro nível surge o espaço

junto à saída da escola, tendo sido indicado por 36% dos inquiridos, a um nível mais

residual surge a indicação da ocorrência difusa e nas casas de banho.

3. Ambiente relacional professor-aluno.

Naturalmente é em contexto do espaço da sala de aula que mais emerge a

necessidade de harmonia do

relacionamento entre professores e

alunos, neste sentido,

questionaram-se os professores

em relação aos conflitos que

ocorrem com mais frequência

nesse espaço. Interpretando a

expressão gráfica das respostas

constatamos que existiu uma

indicação para ocorrências em que

os alunos tentam impedir a início

Clima de Escola: um certo olhar Página 32

da aula, agressões/ gritos/ maus modos entre alunos e más maneira e agressões de

alunos a professores. A maior marte dos inquiridos apontou outro tipo de conflitos, que

se apresentam:

«Interrupções às aulas»

«Discernimento trabalho/lazer»

«Intervenção despropositada; falta de atenção/concentração»

«Falar sobre outros assuntos»

«Alunos conversadores»

«Falta de educação»

«Postura desadequada e/ou falta de empenho ativo nas atividades propostas»

«Postura/ vocabulário desadequados e/ou falta de empenho ativo nas atividades

propostas»

Sem dúvida que este tópico é do mais sensível e angustiante da vida de um professor,

muitas vezes absorvido por uma

resolução solitária, não poucas

vezes deixando marcas profundas.

Pretendendo saber se,

pessoalmente e durante os últimos

anos, sofreram alguma agressão por

parte algum aluno, avaliando a

expressão gráfica das respostas,

constatamos que metade dos

inquiridos afirma que não sofreu

qualquer tipo de agressão, já 13%

dos inquiridos refere ter sido alvo de

agressões verbais e um dos inquiridos (6%) revele que foi alvo de agressão física. Um

grupo de inquiridos (31%) escolhe outro tipo de agressão para além das sugeridas,

que a seguir se apresentam:

«Cyberbullying»

«As atitudes demasiado informais e o vocabulário por vezes inadequado na sala de

aula»

«As atitudes demasiado informais e o

vocabulário por vezes desadequado

na sala de aula, muito característicos

dos ambientes familiares do meio

sociocultural onde se insere a

escola»

Relativamente à frequência com que

ocorrem as agressões indicadas,

Clima de Escola: um certo olhar Página 33

observado o gráfico de respostas, podemos dizer que dois dos inquiridos afirmam que

tais agressões são frequentes, deduzindo-se que se referem às tais atitudes informais

e vocabulário desadequado, enquanto que três inquiridos referem que ocorreram uma

a duas vezes.

Olhando de forma global a questão da agressividade no âmbito das relações

professor-aluno, de acordo com a

expressão gráfica das respostas,

temos que a 38% dos inquiridos

considera que ela existe de forma

esporádica, por sua vez 25%

considera que tal não existe e 19%

consideram existir um pouco de

agressividade nas relações entre

professores e alunos.

Ponderando a ideia de autoridade, numa perspetiva temporal e existencial,

questionamos os inquiridos sobre o que pensam da sua autoridade enquanto

professores, a avaliar pela expressão

gráfica das respostas, uma larga

maioria considera-a como sendo

insuficiente, 13% acha que é a

mesma de antigamente e um dos

inquiridos revela que é cada vez

maior.

Relativamente à responsabilização e

implicação dos alunos, numa lógica relacional como o professor, pretendemos saber

se estes implicam os alunos na gestão

da aula, e, olhando o respetivo gráfico

onde se expressaram as respostas,

podemos verificar que proporção

idêntica dos respondentes (38%)

afirma que o faz sistematicamente e às

vezes, enquanto que um dos

respondentes afirma que nunca o faz.

Sobre se costumam realizar assembleias de turma, olhando a expressão gráfica das

respostas, constatamos que cerca

de metade dos inquiridos assume

que às vezes realiza tais

assembleias, já 31% revela que

nunca o faz e um dos inquiridos

afirma que as realiza de forma

sistemática.

Clima de Escola: um certo olhar Página 34

4. Relações entre professores

Muito do sucesso/ insucesso da

organização joga-se no tabuleiro das

relações entre pares, neste sentido, surge

a questão sobre a forma como

consideram as relações e a comunicação

entre professores, ao que, a avaliar pelo

gráfico das respostas, metade dos

inquiridos considera-as como sendo boas

e 38% considera-as normais.

Em relação à forma como se

relacionam com a direção (diretor,

subdiretor e adjuntos), observando o

gráfico de respostas, constata-se que

metade considera boa a relação e

comunicação com esta equipa de

gestão, 25% considera-as com sendo

normais e 13% consideram-nas

bastante boas.

Estabelecendo uma relação entre conflitos com alunos e o suporte/ comunicação com

os colegas, surge questão relativa a quem recorrem para melhor enquadramento/

resolução deste tipo situações,

pelo que a expressão gráfica das

respostas permite considerar o

diretor de turma é o colega a

quem mais se recorre e com

quem mais se comunica para

tentar solucionar conflitos com

alunos, sendo referido por mais

de metade dos inquiridos. Já 19% dos inquiridos escolheu a opção que considera que

falar com os colegas, em geral, e ouvir os seus conselhos, pode ser a melhor forma de

resolver conflitos com alunos, ao passo que 13% diz que não fala com ninguém e

resolve os problemas sozinho.

Questionados sobre que consequências têm as más relações entre professores e as

sobre os conflitos na escola e

possível potenciação, observando o

gráfico de respostas, podemos

dizer que uma larga maioria

considera que episódios de mau

relacionamento entre colegas são

pontuais e não incidem

especificamente sobre algum setor

na comunidade escolar, já 13%

Clima de Escola: um certo olhar Página 35

considera que as más relações podem incidir sobre o rendimento profissional dos

professores e um dos inquiridos (6%) acha que não existem más relações entre

professores.

5. Participação na dinâmica de escola e sentimento de pertença

Um dos fatores que marca o sucesso de uma organização prende-se com a sensação

de que se é parte de um todo, e que

como parte que é, conta para a

definição desse todo. Desta aceção

resulta a questão sobre o que se

pensa/ acha relativamente aos

momentos em que se tomam

decisões importantes na escola e

como se define o seu posicionamento

face a tais momentos. Da leitura do

gráfico das respostas num primeiro

nível (57%) surge a opção que

contempla a participação de forma

indireta, num segundo nível surgem a escolha da imposição associada à informação/

comunicação da(s) decisão(s) com 43% e a participação de forma ativa (36%), num

terceiro nível surge a opção da não participação associada à contemplação da sua

opinião (14%) e a opção da imposição associada à não comunicação/informação (7%).

Quando questionados sobre a forma como consideram a vida nesta escola, como se

observa da expressão gráfica das

respostas, uma grande maioria (83%)

adjetiva-a como sendo agradável e um

dos inquiridos opta pela consideração

de muito boa. Desafiados a explicar o

porquê das suas considerações,

surgem-nos as seguintes respostas:

«Sinto-me bem, gosto do ambiente de trabalho»

«Esta escola permite que os professores cumpram o seu dever atribuindo a cada um a

sua responsabilidade. As relações interpessoais são fáceis, os alunos, embora

apresentando problemas sociais, não podem ser considerados muito difíceis»

«Apesar de todas as perturbações que a profissão docente tem sofrido nestes últimos

anos o ambiente na escola ainda se pode considerar agradável»

«As relações entre professores e entre professores e alunos são maioritariamente de

respeito»

«A direção está aberta à participação da comunidade educativa e tem um sentimento

de partilha, entreajuda e conciliação de conflitos»

«Porque gosto de fazer parte da escola»

Clima de Escola: um certo olhar Página 36

«Existe um ambiente cordial e de entreajuda entre os membros da escola»

«Gosto muito de determinadas turmas/alunos e colegas»

«Tem vindo a piorar progressivamente desde o último momento de avaliação dos

professores até à atual perspetiva de fusão»

«Considero a convivência entre os professores e entre os professores e a maioria dos

alunos saudável e construtiva»

6. Ambiente na escola – escala de concordância.

Seguem-se por ordem decrescente e por subtema os itens considerados na avaliação

do grau de concordância / discordância (em que 1 corresponde ao grau máximo de

discordância e 5 corresponde ao grau máximo de concordância), em relação ao

ambiente de escola, apresentando-se apenas a expressão gráfica do item com maior

grau de concordância e a expressão gráfica do item com menor grau concordância.

6.1. Participação de todos

Maior grau de concordância

Os alunos manifestam interesse pelas atividades

extracurriculares

Os alunos estão confiantes de que os professores

estarão dispostos a ouvir as suas opiniões

Ainda que não estejamos sempre de acordo,

nesta escola, podemos manifestar as nossas preocupações de maneira aberta

As atividades extracurriculares deste ano foram

interessantes

Sinto-me envolvido e muito próximo das atividades

e objetivos desta escola

Menor grau de concordância

6.2. Relações interpessoais

Maior grau de concordância

As relações interpessoais na escola surgem desde

uma perspetiva não discriminatória por motivos de

sexo, raça, cultura, caraterísticas pessoais, etc..

Quando tenho um problema pessoal posso contar

com a ajuda de alguém da escola

As relações entre os professores e as famílias são

boas

Clima de Escola: um certo olhar Página 37

As relações entre os professores são boas

Acho que na escola me tratam como uma pessoa e preocupam-se não só a

minha atuação como professor, como também os

meus assuntos pessoais

A escola fomenta um «ethos» entre diferentes

membros da comunidade educativa (encarregados de

educação, professores, alunos, funcionários)

Menor grau de satisfação

6.3. Valor pessoal e perceção da resolução de conflitos

Maior grau de concordância

o No que se refere à escola, pessoalmente sinto-me

útil e respeitado

o Em relação à escola, geralmente acho que os

alunos se sentem úteis e respeitados

o Quando há conflitos de convivência na escola a

tendência é para dialogar e conciliar

o Sinto-me muito bem nesta escola

o A forma como a Direção aborda os problemas ou conflitos é adequada

o As regras e procedimentos para tratar os problemas de disciplina são

razoavelmente conhecidos e partilhados por todos os membros da comunidade

educativa

o O grau de responsabilidade que os professores têm para participar na tomada

de decisões de resolução de conflitos é muito satisfatório

o Existe coerência entre o que dizem os professores sobre temas de convivência

e de disciplina e como se põe isto em prática

o O grau de responsabilidade que os alunos têm para participar na tomada de

decisões de resolução de conflitos é satisfatório

o Os procedimentos para solucionar os problemas de convivência e/ou disciplina

são adequados

o Quando há conflitos de convivência na escola a

tendência é para evitá-los ou tratá-los de forma

indulgente

o Quando há conflitos de convivência na escola a

tendência é para castigar ou sancionar

Menor grau de concordância

6.4. Qualidade do ensino e dinâmica escolar

Maior grau de concordância

Se algum aluno tem um problema dentro da escola, há a

preocupação de planear ajuda

A escola está aberta para fazer atividades sociais e

Clima de Escola: um certo olhar Página 38

desportivas, durante e fora do horário escolar

A equipa da direção da escola favorece a comunicação e a tomada de decisões entre

os diferentes membros da comunidade educativa

Os alunos sentem-se, geralmente, satisfeitos com o ensino dos seus professores

O ensino dos professores adapta-se ao nível de

conhecimento, às capacidades e interesses dos alunos

As minhas expetativas e motivações referentes à minha

formação e a sua aplicação no meu futuro

profissional/laboral são positivas

Menor grau de concordância

7. Ambiente relacional global

Na escola perfilam-se uma multiplicidade de relações entre os seus intervenientes,

desenvolvidas em perspetivas de horizontalidade e verticalidade, em função do

posicionamento dos diferentes grupos de

interesse e sensibilidade, que confluem e

que se cruzam entre si, impedindo qualquer

atitude de indiferença. Neste sentido, os

inquiridos foram desafiados a classificar as

relações entre os seus alunos, e, tal como

se observa no gráfico de respostas, a

grande maioria (81%) considera-as como

sendo boas e apenas um inquirido escolheu classifica-las como sendo não muito boas.

Relativamente à forma como vêm as relações entre os/as alunos/as e os/as

professores/as, pela análise ao gráfico

de respostas, facilmente se constata

que todos os respondentes optaram

por classifica-las como sendo boas.

Idêntica consideração surge no que

concerne às relações entre os/as

alunos/as e a direção e nas relações

entre os/as alunos/as e outras

pessoas que trabalham na escola,

pelo que se dispensa a apresentação das respetivas expressões gráficas.

8. Localização da escola e

fenómenos de perturbação

Muitas vezes os espaços e os locais

em que se inserem condicionam os

esforços que se empreendem para

levar uma organização ao sucesso,

muito mais ainda quando essa

organização é uma escola. Neste

Clima de Escola: um certo olhar Página 39

sentido levanta-se a questão sobre o que se pensa do local onde a escola está

situada, a avaliar pela expressão gráfica das respostas, cerca de 70% dos inquiridos

considera o local como sendo regular e 135 dos respondentes classifica-o como sendo

bom. Chamados a explicar o porquê da sua opção, ficam-nos estas considerações:

«É apenas um lugar... não são os locais que fazem boas ou más escolas, mas sim as

pessoas que aí exercem a sua atividade profissional»

«Não percebo a pergunta. Para mim é um mau local porque é muito longe de casa,

mas isto é uma visão pessoal. Agora, seria melhor se não houvesse uma mata mesmo

em frente da escola? Talvez. É de fácil acesso à grande maioria dos alunos? Não sei,

ainda não conheço o suficiente do meio para fazer tais afirmações»

«É um local normal situado numa localidade normal»

«Razoavelmente servida de vias de acesso, rodeada de espaços medianamente

agradáveis»

«A escola está situada num ambiente calmo, sem muito trânsito»

«Por um lado, fica longe de espaços de tentação, como por exemplo centros

comerciais, mas por outro lado, é um local com vários constrangimentos a nível de

transportes e está inserida num meio sociocultural extremamente baixo»

«Está situada num meio sociocultural não muito favorecido que condiciona as atitudes

e formas de comportamento quer de alunos quer de encarregados de educação.

Estas, tornam-se reveladoras de falhas ao nível da interiorização dos valores, na

formação e/ou falta de acompanhamento familiar»

«O local onde a escola está situada é calmo, mais ou menos isolado de grandes

espaços comerciais e rodeado de espaços verdes»

Questionados relativamente ao

conhecimento que têm da existência ou não

de droga na escola, a avaliar pela

observação do gráfico das respostas,

podemos afirmar que mais de metade dos

respondentes não sabe se existe ou não, já

31% afirma que existe e um dos inquiridos é

categórico a afirmar a sua não existência.

Relativamente à existência de problemas de roubos com extorsão ou ameaças, lendo

as respostas que constam do respetivo gráfico, pode concluir-se que se constata uma

dimensão semelhante (31%) entre os que

consideram não saber e os que afirmam a

existência do fenómeno, enquanto que 19%

considera que não existem fenómenos

associados a roubos e extorsão.

Clima de Escola: um certo olhar Página 40

9. Nível sociocultural e envolvimento familiar.

Para além de outros fatores que incidem sobre o êxito de uma organização escolar o

meio sociocultural e a retaguarda familiar são nucleares. Decorrente desta lógica,

levanta-se a questão sobre de que

forma os professores consideram o

nível académico dos seus alunos,

pelo que, observando as respostas

que constam do respetivo gráfico,

podemos afirmar que metade dos

inquiridos classifica-o como sendo

fraco, já 19% atribui-lhe a

classificação de muito fraco e

apenas 13% atribui a classificação de normal.

Quando desafiados a comparar com o passado, as responsabilidades educativas

assumidas pelas famílias, tendo em

conta a situação atual, como se

comprova pela expressão gráfica das

respostas, 38% dos inquiridos afirma

que atualmente são assumidas muito

menos responsabilidades, 31%

considera que são assumidas menos

responsabilidades e 13% acha que

são assumidas mais responsabilidades que antigamente.

Relativamente à forma como se

consideram as relações com os

pais e/ou encarregados de

educação, como se observa no

gráfico das respostas, mais de

metade dos inquiridos considera-as

como sendo boas, 13% classifica-

as de muito boas e residualmente

consideram-se inexistentes e não

muito boas.

Sobre a quem mais se pode associar o problema do insucesso escolar, de acordo com

a expressão gráfica das respostas,

ficamos a saber que 19% associa

este problema aos agentes da

comunidade educativa, ao passo que

dois grupos, representando uma

porção de 13% cada, associam o

problema do insucesso às famílias e

aos alunos. Mais de metade dos

inquiridos escolhe outras opções, pelo

Clima de Escola: um certo olhar Página 41

que se apresentam as suas respostas:

«De todos» - referido várias vezes.

«De alunos e pais»

«Sociedade»

«Excesso de alunos por turma, falta de interesse e empenho quer dos alunos quer dos

encarregados de educação»

Relativamente ao problema do abandono

escolar e a quem se pode associar, de

acordo com a expressão gráfica das

respostas, constata-se que 31% considera

serem as famílias quem mais se lhe

associa, 19% considera a associação com

os agentes da comunidade educativa e

metade dos inquiridos escolhe outras opções, pelo que se apresentam as suas

respostas: Todos

«De todos» - referido várias vezes.

«Sociedade»

«É um problema com múltiplas causas: desinteresse familiar, escasso poder

económico das famílias, falta de objetivos, desadequação de certos conteúdos

programáticos»

Desafiados a sugerir medidas que melhorem a situação/vida da escola, registamos as

seguintes:

«Uniformização de práticas, numa perspetiva holística»

«Mais uma vez apelaria a uma maior responsabilização por parte dos encarregados de

educação»

«A direção podia ter uma parte mais ativa neste processo, empenhar-se em conhecer

os encarregados de educação e vice-versa»

«A presença de um psicólogo a tempo inteiro na escola»

«Melhorar as respostas quando existem conflitos entre os alunos»

«Melhoria da motivação na execução das tarefas com pessoas mais centradas no que

realmente interessa (atividade pedagógica e didática) sem tanta pressão noutros

domínios (trabalho burocrático, conflitos pessoais e de interesses, excesso de

competitividade e falta de frontalidade nas relações profissionais)»

Clima de Escola: um certo olhar Página 42

10. Cargos, género e idade

Os gráficos que se seguem representam, respetivamente, os cargos desempenhados,

o género e as idades dos professores que participaram neste questionário.

Nota: nenhuma pergunta foi classificada como obrigatória, pelo que os inquiridos

tiveram a liberdade de não responder, sempre que assim o consideraram. O

questionário foi realizado e tratado estatística e graficamente segundo tecnologia

Google docs.

Clima de Escola: um certo olhar Página 43

0

10

20

Um Dois Três

Anos

Delegado ou subdelegado deturmaParticipante em alguma equipadesp ortivaResponsável de alguma atividadeda turmaParticipa em actividadesextracurricularesNão tem nenhumaresponsabilidade concreta

05

10152025303540

Não respondeu

Muita atenção

Alguma Atenção

Pouca Atentção

III – A Visão dos Pias/ Encarregados de Educação

1 – Vida escolar do educando.

As escolas devem ser promotoras de políticas/estratégias que incentivem a maior

aproximação das famílias à escola. Ouvir os que os pais nos têm a dizer, fazer-lhes

ver que têm voz e que são parte da solução é um desafio que se coloca de forma

permanente. Este estudo, como é óbvio, não os desconsiderou e foi à procura das

suas opiniões.

Partido da necessidade de conhecermos a

antiguidade da relação que estabelecem com

esta escola, perguntamos pelo número de anos

que os respetivos educandos a frequentam.

Pelo gráfico verificamos que existe um grupo

maioritário com ligação a esta escola há dois

anos, existindo dois grupos que se equivalem,

com um e três anos de ligação à escola.

Questionados sobre

que responsabilidades/

funções os seus

educandos já

desempenharam o

desempenham na

escola, foi-nos dada

esta visão que

expressamos aqui de

forma gráfica, sendo que cerca de metade diz que o seu educando não exerce alguma

responsabilidade, continuando, por ordem de proporcionalidade, é indicada a

participação em equipas desportivas, participação em atividades, exercicio do cargo

de delegado/subdelegado e responsabilidade por atividade da turma.

Relativamente ao grau

de atenção prestam

aos seguintes aspetos

de desenvolvimento

do/a seu/sua

educando/a, como se

observa no gráfico, os

estudos e a

alimentação recolhem

o maior grau de

atenção e as

atividades desportivas

e de ocupação dos tempos livres são as que estão associadas a uma menor atenção.

Clima de Escola: um certo olhar Página 44

Pouco Importante Algo Importante Muito Importante

0 5 10 15 20 25

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

Sobre a

importância que

atribuem aos

seguintes fatores

no rendimento

académico do

seu educando,

como podemos

observar no

gráfico, o esforço

pessoal do aluno,

um bom ensino

da parte dos

professores e a motivação do aluno pelas disciplinas, recolhem maior grau de

importância da parte dos pais. Com registos, embora residuais, de atribuição de pouca

importância, temos a participação em atividades extracurriculares e os recursos

materiais da escola.

2 – Eu e o meu educando na escola - escala de concordância

Na sua generalidade, a investigação tem apoiado a existência de uma relação positiva

entre envolvimento dos pais na escola e resultados positivos (menos problemas de

comportamento, menos abandono escolar e maior sucesso académico), tudo começa

pela perceção que estes têm sobre a qualidade do serviço educativo prestado pela

escola e pela forma com se envolvem com esta.

Seguem-se por ordem decrescente e por subtema os itens considerados na avaliação

do grau de concordância / discordância (em que 1 corresponde ao grau máximo de

discordância e 5 corresponde ao grau máximo de concordância), em relação ao

aspetos que se prendem com a vida escolar do aluno e o envolvimento dos

encarregado de educação na escola, apresentando-se apenas a expressão gráfica do

item com maior grau de concordância e a expressão gráfica do item com menor grau

concordância.

2.1. Qualidade do ensino e da escola

Maior grau de concordância

O meu educando está

integrado na escola

Estou satisfeito com o facto

de o meu educando estudar

nesta escola

Os professores esperam

que o meu educando

aprenda

Partilho da maneira de educar que a escola transmite

Clima de Escola: um certo olhar Página 45

0 5 10 15 20 25

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

0 5 10 15 20 25 30

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

0 5 10 15 20

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

Nesta escola os alunos têm

que trabalhar muito para tirar

boas notas

Os alunos desta escola saem

bem preparados

O ensino que o meu

educando recebe

corresponde ao que eu

esperava

Menor grau de concordância

2.2. Comunicação e envolvimento com a escola

Maior grau de concordância

O diretor de turma está

disponível para atender-me

quando o solicito

Quando contacto a escola,

tratam-me com cortesia

Se existir qualquer problema

relacionado com o meu

educando costumam

comunicar rapidamente

O diretor de turma do/a meu/minha educando/a conhece-o bem e interessa-se

por ele/a

Tenho informação suficiente sobre os assuntos que me interessam da escola

Pessoalmente estou disposto

a participar e ajudar no que

possa a escola

A escola informa com

prontidão quando o meu

educando faltou às aulas

Há oportunidades para que

me envolva na vida da escola

Menor grau de concordância

2.3. Ambiente relacional

Maior grau de concordância

As relações entre os seguintes grupos são boas: família-diretor de turma

As relações entre os seguintes grupos são boas: professores-professores

As relações entre os seguintes grupos são boas: direção - diretor de turma

As relações entre os seguintes grupos são boas: alunos-professores

Clima de Escola: um certo olhar Página 46

Discordocompletamente

Discordo

Nem concordonem discordo

Concordo

Concordoplenamente

Discordocompletamente

Discordo

Nem concordonem discordo

Concordo

As relações entre os seguintes grupos são boas: família-professores

Menor grau de concordância

2.4. Apoio e condições da escola

Maior grau de concordância

o Pode-se aceder à direção com

facilidade sentindo que sou ouvido

o Esta escola é limpa

o Esta escola funciona de forma

ordenada

o Esta escola é um lugar seguro para

o/a meu/minha educando/a

o A escola preocupa-se em

proporcionar ajuda aos alunos que

necessitam

Menor grau de concordância

2.5. Respeito entre os atores

Maior grau de concordância

0

5

10

15

20

25

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Os professores

O diretor de turma

O pessoal não docente

Outros colegasDiscordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

Clima de Escola: um certo olhar Página 47

0 5 10 15 20 25

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

O/A meu/minha educando/a respeita: os professores

O/A meu/minha educando/a respeita: diretor de turma

O/A meu/minha educando/a respeita: pessoal não docente

O/A meu/minha educando/a respeita: outros colegas

Os professores respeitam: o diretor de turma

Os professores respeitam: o pessoal não docente

Os professores respeitam: outros professores

Os professores respeitam: os alunos

Os alunos respeitam: os professores

Os alunos respeitam: o diretor de turma

Os alunos respeitam: o pessoal não docente

Os alunos respeitam: outros colegas

Menor grau de concordância

2.6. Disciplina/ indisciplina e resolução de conflitos e segurança

Maior grau de concordância

A escola toma as medidas

necessárias para que não

haja incidentes quando se

realizam visitas de estudo

Pessoalmente estou

disposto/ a relacionar a

disciplina escolar com o padrão de comportamento em casa

Comento com o/a meu/minha educando/a os incidentes na escola e as regras

previstas para os solucionar

Conheço bem as regras de disciplina desta escola

A forma de resolução de conflitos nesta escola é adequada

Quando existem conflitos ou problemas de disciplina resolvem-se

adequadamente

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Os professores

O diretor de turma

O pessoal não docente

Outros colegas Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

Clima de Escola: um certo olhar Página 48

0 5 10 15 20

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

0 5 10 15 20 25

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

0 5 10 15 20

Discordo completamente

Discordo

Nem concordo nem discordo

Concordo

Concordo plenamente

Não respondeu

Creio que o ambiente de

convivência desta escola é

melhor do que o de outras

escolas

As medidas de segurança

ao entrar e sair ou em horas

de recreio são adequadas

Menor grau de concordância

2.7. Trabalho dos professores e o meu envolvimento

Maior grau de concordância

O ambiente de aula e da

escola refletem-se no

rendimento académico do/a

meu/minha educando/a

Em geral, os professores

esforçam-se por ajudar os

alunos que têm: bons

resultados

Pessoalmente faço um acompanhamento próximo do estudo do/a meu/minha

educando/a

Os professores desta escola trabalham em equipa

Em geral, os professores esforçam-se por ajudar os alunos que têm:

dificuldades de

aprendizagem

Em geral, os professores

esforçam-se por ajudar os

alunos que têm:

dificuldades de

comportamento

Em geral, os professores

desta escola ensinam bem

Menor grau de concordância

3. Sugestões e dúvidas

Solicitamos aos pais que, para além do que foi questionado, indicassem/ sugerissem

algo que não tenha sido abordado, pelo que se seguem as suas propostas:

«As notas não são justas, há alunos beneficiados»

«Falta referir as visitas de estudo, porque estas ajudam no desenvolvimento cognitivo

do meu educando»

Clima de Escola: um certo olhar Página 49

«Nas aulas de substituição, o professor que está presente deve ser mais flexível,

ajudar no desenvolvimento do meu educando ou então deixá-lo ir para casa quando

faltam os professores»

Pedimos também que se tivessem alguma dúvida/ queixa a apresentassem, pelo que

aqui fica o que foi recolhido:

«Porquê que o aluno quando tem autorização de sair as 12h30, tem que esperar as

13h20 para sair?»

«Esta sondagem pode trazer benefícios para a escola em conjunto com outras

sondagens»

«Espero que este questionário contribui para o melhoramento da escola»

4. Indicações técnicas

Os questionários foram entregues em envelopes a cada aluno das duas turmas

selecionadas, que assim os entregaram aos seus pais/ encarregados de educação,

para que estes procedessem ao seu preenchimento e os devolvessem, via educando,

ao respetivo diretor de turma. Desta operação resultaram 37 questionários

preenchidos, o que nos satisfez completamente.

Clima de Escola: um certo olhar Página 50

Conclusão

Como foi referido ao longo deste trabalho, pretendíamos criar uma imagem sobre

aspetos que se prendem com o ambiente que se vive na escola, neste sentido

recorremos a uma bateria de indicadores de clima escolar em algumas dimensões que

julgamos pertinentes que permitiram uma melhor compreensão da problemática: as

relações entre pares, as relações entre alunos e professores, entre alunos e

funcionários; a escola e o bem-estar dos alunos a imagem sobre dinâmicas e

atividades e os fenómenos que podem ser desagregadores.

Parece-nos que a imagem da escola, vista através dos indicadores e das respostas

que lhe equivaleram, apresenta resultados que sugerem uma escola com um clima

global positivo.

A investigação confirma que esta imagem, bem como a sensação de ligação/ pertença

à escola poderá constituir um fator preventivo de situações de risco, nomeadamente

do âmbito da violência escolar, do insucesso e do abandono. Assim, avaliando o que

nos disseram sobre convívio escolar, sentido da aprendizagem, sentimento de

segurança e de pertença. Podemos inferir que em muitos destes indicadores a escola

apresenta um desempenho muito positivo, o que comprovadamente tem contribuído

para baixos índices de indisciplina, violência e abandono escolares.

Claro que, das leituras que realizamos, nos foram surgindo experiências e sensações

negativas, sendo que os alunos que as experimentam correm mais riscos, é sobre tais

episódios, embora residuais, que devemos fazer cair toda a nossa atenção e ter uma

atitude atuante, para que nestes alunos prevaleça uma imagem positiva da escola e

dos seus pares.

Finalizando, podemos afirmar que os resultados obtidos vão no sentido de que os

diferentes atores pressentem e vivem um clima positivo na escola, demonstrando um

sentimento de que fazem parte desta escola, que se identificam com ela, que a

maioria das suas experiências é positiva e que isto tudo influencia uma menor

frequência de comportamentos desviantes e de experiências negativas. Tal evidência

não põe de parte a ideia de que não devemos menosprezar o caráter residual de

episódios que nos contaram e das repercussões negativas de algumas sensações que

perturbam o clima escolar.

Autoria

Albino Martins Nogueira Pereira

António Emídio Mendes Baptista

Maria Cristina Figueiredo de Oliveira