Citoesqueleto - Aula 3
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Citoesqueleto
Definição:
É uma rede tridimensional de proteínas distribuída por todo o citoplasma de células eucarióticas.
Funções:
Suporte e resistência
Fagocitose
Citocinese
Adesão intercelular e entre as células e a matriz extracelular
Modificações do formato celular
Microscopia eletrônica: “cabos”
Filamentos
Características e função principal Esquema
Filamentos de actina ou microfilamentos
De 7 a 9 nm de diâmetro; é uma dupla fita helicoidal da proteína actina; formam feixes lineares.
Sustentam a membrana plasmática e junto com proteínas motoras, faz a locomoção celular
Microtúbulos
Com 24 nm de diâmetro; são longos cilindros ocos formados pela proteína tubulina; estão
ligados ao centrossomo. Formam os cílios e flagelos e orientam
a migração de vesículas no citoplasma.
Filamentos intermediários
Com 10 nm de diâmetro; composto por diferentes
proteínas; formam uma rede que dá resistência mecânica e
estrutural às células.
Filamentos
Filamentos de actina ou microfilamentos
Actina
Monômeros globulares (actina G)
Polimerização: filamentos helicoidais e assimétricos (actina F)
Assim:
Os microfilamentos são formados por monômeros globulares de actina G, os quais se polimerizam
em presença de ATP em um longo polímero filamentoso, a actina F ( 7nm de espessura).
Actina
Abundante e versátil componente do citoesqueleto que forma feixes
estáticos e contráteis, além de redes filamentosas especificadas por
proteínas de ligação à actina e pela sua diferente localização e função em uma
célula.
Feixes de Actina:
Estão presentes:
Microvilos das células epiteliais do revestimento intestinal e do revestimento dos túbulos renais
Estereocílios das células pilosas da orelha interna
Microvilos intestinais:
1 a 2 µm de comprimento por 0,1 µm de largura
20 a 30 filamentos de actina formando um feixe
Estereocílios das células pilosas da orelha interna
Formato afilado na base
1,5 a 5,5 µm de comprimento
Cada feixe de actina: 900 filamentos de actina
Células pilosas: extremamente sensíveis a deslocamentos mecânicos / um leve movimento do estereocílio é amplificado em mudanças no potencial elétrico transmitido ao encéfalo
Tipos de filamentos de actina:
Protusões finas e pontiagudas: ancorados no córtex celular;
Expansões semelhantes a folhas (lamelipódios): na superfície celular
Invaginações da superfície da célula
Os filamentos de actina são finos e flexíveis.
Crescimento:
Extremidade mais, plus ou “farpada” – cresce mais rápido
Extremidade menos, minus ou “pontiaguda”
Assim:
Polaridade distinta:
- Uma extremidade farpada ou de polimerização - Uma extremidade pontiaguda ou de despolimerização
Polimerização:
Processo dependente de ATP
Os monômeros de actina têm um sítio de ligação para o ATP, o qual é hidrolisado a ADP à medida que a polimerização progride
Treadmilling(escada rolante)
Equilibrio dinâmico entre as extremidades de polimerização e
despolimerização da actina F.
Os monômeros de actina G adicionados na extremidade mais (plus) do filamento andam ao longo do filamento até que
sejam perdidos por despolimerização na extremidade menos (minus)
Na extremidade "mais", está ocorrendo a entrada de actina G ligada a ATP, o que
promove o aumento do polímero de actina F, e na extremidade "menos" está ocorrendo a saída de actina ligada a ADP, o que promove
a diminuição da cadeia de actina F.
Assim, o tamanho relativo da actina F depende da entrada e da saída de actinas G pelas
extremidades "mais" e "menos", respectivamente.
Treadmilling
Treadmilling
Controle de Treadmilling
Proteínas:
Timosina: seqüestra grupos de monômeros de actina G dentro das células
Profilina: suprime a nucleação da actina G e promove o crescimento da actina F na extremidade mais
Cofilina: deflagra a despolimerização da actina ligada a ADP na extremidade menos
Gelsolina: i. Proteína de capeamento, impede a perda e a adição de monômeros de actina ii. Proteína cortadora, fragmenta filamentos de actina
Microtúbulos
Microtúbulos:
Dímeros de tubulina
Cada dímero: α –tubulina e β –tubulina
Protofilamentos: subunidades de tubulina em fileiras
Microtúbulo (25nm): associação de treze protofilamentos
Microtúbulos
Polaridade distinta
Como nos filamentos de actina, os microtúbulos possuem uma extremidade mais (plus), onde o filamento cresce mais rapidamente, e uma extremidade menos (minus).
Microtúbulos
Instabilidade dinâmica
Fases alternadas de crescimento lento e rápida despolimerização
Três fases: i. Fase de polimerização
ii. Liberação do fosfato hidrolisado do GTP ligado à tubulina
iii. Fase de despolimerização
Fase de polimerização
Subunidades de tubulina ligadas ao GTP são adicionadas à extremidade mais do microtúbulo
Forma-se um capuz de GTP que facilita o crescimento subseqüente
Liberação do fosfato
Liberação do fosfato hidrolisado do GTP ligado à tubulina
Fase de despolimerização
Subunidades de tubulina ligadas ao GDP são liberadas rapidamente a partir da extremidade menos
Polimerização x Despolimerização
Catástrofe
freqüência de transição de
ploimerização a despolimerização
Resgate
freqüência de transição de
despolimeraização a polimerização
Instabilidade dinâmica
Pode ser modificada por proteínas associadas a microtúbulos:
Motores moleculares: dineína e quinesina – transporte de organelas e moléculas
Reguladoras de microtúbulos: proteína tau – impede a instabilidade dinâmica em axônios
Centrossoma:
Par de centríolos
Circundado: material pericentriolar
Dão origem: corpúsculos basais (cílios e flagelos)
Síndrome de Bardet-Biedl: - defeito na organização dos corpúsculos basais e dos cílios - transporte anormal de proteínas ciliares
Centrossoma:
Funções:
i. Promove a nucleação para a polimerização de subunidades de tubulina em microtúbulo
ii. Organiza os microtúbulos em unidades
iii. Se duplica a cada ciclo celular
Centrossoma
Aparelho mitótico (meiótico)
Centro mitótico
Fuso mitótico
Centro mitótico
Centro organizador de microtúbulos
Centríolos
Microtúbulos radiados
Fuso mitótico
Microtúbulos do cinetócoro ( nos centrômeros)
Microtúbulos polares (no centro da célula)
Centríolo:
Pequeno cilindro
Nove tríades de microtúbulos
Arranjo helicoidal
Centríolo:
Intérfase: em ângulo reto um ao outro
Antes da mitose: replicam e formam dois pares
Durante a mitose: em pólos opostos – direcionam a formação do fuso mitótico
Tipos de microtúbulos:
Radiados ou astrais – ancoram cada centrossoma à membrana plasmática
Do cinetócoro – aderem ao cinetócoro dos cromossomas aos centrossomas
Polares – Se estendem dos dois pólos do fuso onde os centrossomas opostos estão localizados
“Se os cinetócoros falham em se organizar, os cromossomos não podem se separar adequadamente”
Centrômero: Local do cromossomo associado aos microtúbulos
do fuso mitótico
Local onde o cinetócoro se organiza
Local onde o DNA centromérico está presente
Cinetócoro:
Proteínas organizadas na cromatina centromérica em cromátides –irmãs
Organização: depende exclusivamente da presença de seqüências de DNA centromérico
Microtúbulos: transporte de cargas
Transporte de materiais vesiculares e não-vesiculares, ou cargas
À longa distância: proteínas motoras (quinesina e dineína)
À curta distância: filamentos de actina
Principais tipos de transporte baseados em microtúbulos:
i. Transporte axonemal (intraciliar e intraflagelar)
ii. Transporte axonal
iii. Transporte no interior da manchete
Transporte axonemal:
Essencial para a liberação de dímeros de tubulina e outras moléculas para a extremidade de polimerização distal dos microtúbulos de cílios e flagelos
Os axonemas se originam dos corpúsculos basais, estruturas contendo microtúbulos derivadas dos centríolos
O transporte defeituoso resulta na organização anormal de cílios e flagelos:
doença renal policística, degeneração retiniana, disfunção ciliar respiratória, ausência do desenvolvimento da cauda dos espermatozóides
Transporte axonal:
Crucial para o tráfego de vesículas contendo neurotransmissores para as sinapses neuronais
Ao longo do axônio dos neurônios
Transporte no interior da manchete:
Necessário para os eventos morfogenéticos durante o desenvolvimento dos espermatozóides
Manchete: estrutura temporária constiuída por microtúbulos associada a um anel perinuclear que se organiza durante o alongamento da cabeça da espermátide, e em seguida desaparece
Filamentos Intermediários
Filamentos Intermediários
Diâmetro intermediário (10 nm) entre o dos microtúbulos (25 nm) e o dos microfilamentos (7 nm)
Estruturas mais estáveis do citosqueleto
Monômero comum: bastão central em α-hélice ladeado por domínios de cabeça e de cauda
Polimerização e despolimerização: regulada por fosforilação
Polimerização:
Pares de dímeros se associam em tetrâmeros lado a lado
Cerca de oito tetrâmeros se alinham extremidade com extremidade : protofilamento
Pares de protofilamentos se associam: protofibrila
Quatro protofibrilas (oito protofilamentos) se enovelam – filamento intermediário - corda
Monômeros protéicos:
Três domínios:
Bastão : central e em α-hélice
Cabeça: N-terminal não-helicoidal
Cauda : C-terminal
Função:
Fornecer suporte mecânico para a célula
Tipos de proteínas: I a V
Proteínas Tipo I e II
Tipo I: queratinas ácidas
Tipo II: queratinas neutras a básicas
Organizam-se como heteropolímeros
Diferentes tipos de queratinas são co-expressas em células epiteliais, no pêlo e nas unhas.
Mutações de genes de queratina ocorrem em várias doenças de pele (doenças bolhosas e epidemolíticas)
Proteinas Tipo III
Vimentina: Células de origem mesenquimal
Desmina: Componentes de células musculares estriadas e musculares lisas
Proteína ácida fibrilar glial: Nos astrócitos
Periferina: Componente de axônios no sistema nervoso periférico
Proteínas Tipo IV
Neurofilamentos Três formas co-expressas e formando
heteropolímeros em neurônios: NFL : Leve – 60 a 70 kDa NF-M: Médio – 105 a 110 kDa NF-H: Pesado – 135 a 150 kDa
α- Intermexina: componente de neurônios em desenvolvimento
Proteína Tipo V
Lamina A e Lamina C
Se organizam numa trama ortogonal: a lâmina nuclear
Presentes na lâmina nuclear associada à membrana interna do envoltório celular
Mantêm a integridade do envoltório nuclear
Laminopatias
Defeitos nas proteínas do envoltório nuclear, incluindo as laminas
Afetam: músculos cardíaco e esquelético, tecido adiposo (lipodistrofias), nervos periféricos motores e sensitivos
Laminopatias: hipóteses
A expressão gênica considera a lamina A e a lamina C como essenciais para a correta expressão específica de certos genes nos tecidos
Estresse mecânico: propõe que um defeito na lamina A e na lamina C enfraquece a integridade estrutural do envoltório nuclear
Doenças bolhosas
A expressão de genes mutantes de queratinas resulta na polimerização
anormal de filamentos de queratina, o que enfraquece a força mecânica das células e causa doenças hereditárias
da pele
Doenças bolhosas
Epidermólise bolhosa simples: bolhas na pele após um trauma menor
Hiperqueratose epidermolítica: excessiva queratinização de epiderme devido a mutações nos genes das queratinas 1 e 10
Queratoderma plantopalmar epidermolítico: fragmentação da epiderme das palmas das mãos e plantas dos pés, mutação do gene da queratina 9
Fim !!!