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Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte Sede: Rua da República, 133 5370 – 347 Mirandela Tel + 351 27 826 09 00 - Fax + 351 27 826 09 76 E-mail [email protected] http://www.drapn.min-agricultura.pt Divisão de Apoio ao Sector Agroalimentar Quinta do Valongo 5370-087 Carvalhais MDL Tel.: 278 260 900 Fax: 278 260 976 e-mail: [email protected] 4/2016 Mirandela, 16 de maio de 2016 OLIVEIRA OLHO-DE-PAVÃO (Spilocaea oleagina) A precipitação anormalmente registada nesta época na região de Trás-os-Montes e a temperatura amena, têm contribuído para o desenvolvimento do olho-de-pavão que, nas situações e variedades mais atacadas, está a provocar uma desfolha bastante intensa. O ataque é mais notado em zonas mais húmidas, onde os compassos de plantação são mais apertados e em variedades mais sensíveis recentemente introduzidas em cultura na região. Folhas de oliveira com olho de pavão Ataques intensos na primavera podem originar uma diminuição do vigor vegetativo, a diminuição da produção e o enfraquecimento da árvore. Nesta altura, a estimativa do risco consiste na observação de 20 folhas por árvore retiradas dos quatro quadrantes da árvore, em 20 árvores ao acaso. Será necessário tratar se for atingido o nível económico de ataque, que é de 5 a 10 % de folhas com manchas. Nesta época do ano, os fungicidas autorizados, aconselhados para o combate ao olho-de-pavão, são à base de cresoxime- metilo (STROBY WG), difenoconazol (SCORE 250 EC) ou tebuconazol (FRUTOP 25 EW, TEBUTOP GOLD, AKORIUS, RIZA, ORIUS 20 EW, GLORIA 20, FOLICUR, ENIGMA). Armadilha tipo delta para traça da oliveira TRAÇA DA OLIVEIRA (Prays oleae) Muitas variedades e olivais encontram- se no estado fenológico D1 a D2, em que os botões florais já apresentam uma coloração branco-amarelada. A partir de agora começa a haver risco de ataques de traça nas flores (geração antófaga), pelo que deve ser reforçada a vigilância, realizando contagens diariamente dos adultos capturados nas armadilhas com feromona sexual. De momento, o nível económico de ataque é de capturas diárias superiores a 15 traças, a partir do qual se justifica tratar.

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Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte Sede: Rua da República, 133

5370 – 347 Mirandela Tel + 351 27 826 09 00 - Fax + 351 27 826 09 76

E-mail [email protected] http://www.drapn.min-agricultura.pt

Divisão de Apoio ao Sector Agroalimentar Quinta do Valongo

5370-087 Carvalhais MDL Tel.: 278 260 900 Fax: 278 260 976

e-mail: [email protected]

4/2016 Mirandela, 16 de maio de 2016

OLIVEIRA OLHO-DE-PAVÃO (Spilocaea oleagina)

A precipitação anormalmente registada nesta época na região de Trás-os-Montes e a temperatura amena, têm contribuído para o desenvolvimento do olho-de-pavão que, nas situações e variedades mais atacadas, está a provocar uma desfolha bastante intensa.

O ataque é mais notado em zonas mais húmidas, onde os compassos de plantação são mais apertados e em variedades mais sensíveis recentemente introduzidas em cultura na região.

Folhas de oliveira com olho de pavão

Ataques intensos na primavera podem originar uma diminuição do vigor vegetativo, a diminuição da produção e o enfraquecimento da árvore.

Nesta altura, a estimativa do risco consiste na observação de 20 folhas por árvore retiradas dos quatro quadrantes da árvore, em 20 árvores ao acaso.

Será necessário tratar se for atingido o nível económico de ataque, que é de 5 a 10 % de folhas com manchas.

Nesta época do ano, os fungicidas autorizados, aconselhados para o combate ao olho-de-pavão, são à base de cresoxime-metilo (STROBY WG), difenoconazol (SCORE 250 EC) ou tebuconazol (FRUTOP 25 EW, TEBUTOP GOLD, AKORIUS, RIZA, ORIUS 20 EW, GLORIA 20, FOLICUR, ENIGMA).

Armadilha tipo delta para traça da oliveira

TRAÇA DA OLIVEIRA

(Prays oleae)

Muitas variedades e olivais encontram-

se no estado fenológico D1 a D2, em que os

botões florais já apresentam uma coloração

branco-amarelada. A partir de agora começa a

haver risco de ataques de traça nas flores

(geração antófaga), pelo que deve ser

reforçada a vigilância, realizando contagens

diariamente dos adultos capturados nas

armadilhas com feromona sexual.

De momento, o nível económico de

ataque é de capturas diárias superiores a 15

traças, a partir do qual se justifica tratar.

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Mais tarde, a estimativa do risco deverá ser

feita por observação de inflorescências atacadas,

informação que será comunicada oportunamente.

Estado fenológico D1-D2

ALGODÃO DA OLIVEIRA

(Euphyllura olivina)

É um inseto picador-sugador que se alimenta

da seiva das plantas. Esta praga da oliveira

geralmente não causa prejuízos. Este ano temo-la

observado em locais mais húmidos e em olivais com

mais biomassa e ainda em olivais ou árvores que não

foram podados.

Com o evoluir do tempo e do

desenvolvimento das oliveiras, a praga acaba por

desaparecer, mesmo sem se realizar qualquer

tratamento.

Algodão da oliveira

Apenas se justificará tratar em situações

pontuais de ataques muito fortes. Deve, para isso,

proceder-se à estimativa do risco, observando 120

inflorescências ao acaso, duas por árvore, em 60

árvores. Se 25% estiverem atacadas, justificar-se-á a

aplicação de um inseticida adequado.

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AMENDOEIRA CANCRO DE FUSICOCCUM (Fusicoccum

amygdali)

As condições meteorológicas verificadas este

ano nas regiões transmontanas de produção

tradicional de amêndoa, prolongadamente chuvosas e

com temperatura amena, favorecem as infeções e o

desenvolvimento desta doença. Os sintomas visíveis

são raminhos a secar ou já secos e cancros em

desenvolvimento nos ramos mais grossos, com

formação de gomose. Estes cancros desenvolvem-se

normalmente a partir de feridas naturais (cicatrizes

deixadas pela queda das folhas e frutos) ou acidentais

(podas, vento granizo).

Fusicoccum na Amendoeira

Em condições muito favoráveis, esta doença

pode desenvolver-se rapidamente, originando no

pomar um aspeto geral de queima.

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Os fungicidas à base de cobre autorizados

para o combate a esta doença devem ser utilizados

no final do ciclo vegetativo, a partir do início da

queda natural das folhas.

Nesta altura e tendo em conta o fraco

vingamento de frutos, seria de toda vantagem

proceder a uma poda de limpeza, retirando o maior

número de raminhos atacados e que não tenham

frutos e se possível queimar.

Esta limpeza poderá ser feita a partir de agora

e até à altura da colheita, aproveitando os períodos

em que não haja na exploração outros trabalhos

prioritários para realizar.

A poda geral ou poda de renovação, deverá

ser feita sempre que possível imediatamente a seguir

à colheita, ainda com as árvores em atividade

vegetativa, o que facilitará a cicatrização das feridas e

dificultará a entrada de novas infeções.

NOTA: As queimas de lenha de poda

requerem uma autorização prévia. Este ano, podem-

se fazer fogueiras nas propriedades, livremente, até

31 de maio. Depois dessa data, deve ligar para o

número de telefone 117 e pedir informações sobre as

autorizações necessárias.

CAROCHO NEGRO

(Capnodis tenebrionis)

Esta praga está presente na região, atacando

principalmente as prunóideas (amendoeira, cerejeira

e pessegueiro). Os danos mais importantes são os

causados pelas larvas que, ao perfurarem e

alimentarem-se da madeira, na zona do colo e raiz,

podem levar a árvore à morte.

A praga tem maior severidade em anos de

fraca pluviosidade e verões quentes. Contudo, este

ano e nesta altura, já se observa a presença de adultos

na vegetação destas fruteiras.

Não existem inseticidas autorizados para o

combate a esta praga na amendoeira. Podem, no

entanto, ser utilizados outros meios de luta

igualmente eficazes no controlo da praga, tais como:

Luta biológica – incremento e proteção das aves

insetívoras (colocação de ninhos artificiais,

racionalização do uso de herbicidas, etc.), proteção e

construção de refúgios e locais de procriação para

pequenas cobras, lagartos e mamíferos insectívoros

(ouriços cacheiros, musaranhos, toupeiras, morcegos),

aplicação de nematodes entomoparasitas.

Luta cultural – utilização de tela ou plástico em redor

do colo das fruteiras e no tronco, captura de adultos

nas horas de maior calor, arranque e destruição das

árvores infestadas com larvas, regas frequentes e

prolongadas no período de postura. Em virtude de as

larvas neonatas serem muito sensíveis ao

encharcamento do solo, as regas frequentes

funcionam como luta preventiva.

Larva “cabeça de martelo” de Capnodis tenebrionis

(60 a 70 mm)

Inseto adulto de Capnodis tenebrionis

(15 a 25 mm)

Responsável pela Estação de Avisos da Terra Quente

João Ilídio Lopes