“Ciberteca” ou biblioteca: virtual: uma perspectiva de gerenciamento de recursos de informação

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“ I do not believe you can do today’s job with yesterday’s methods and be in business tomorrow ”

(Nelson Jackson)

INTRODUÇÃO

A transição da organização do documen-to para a disponibilidade de informaçãotem sido diferenciada para os diversostipos de bibliotecas, porém a revisão dopapel destas na intermediação/produçãode informação é inevitável. Diferentesperspectivas para o gerenciamento derecursos de informação estão sendo dis-cutidas, podendo-se destacar o concei-to de “biblioteca virtual”, cuja con-cepção apresenta-se como uma possí-vel quebra no paradigma de tratamentoe disseminação de informações repre-sentado pelos recursos, atividades e ser-

viços da “biblioteca tradicional”.

A sobrevivência da biblioteca (ou qual-quer que seja o seu nome) e o efetivoexercício de suas atividades dependemnão somente de boas idéias sobre asmudanças apropriadas, mas de cuida-dosa atenção sobre como esta mudan-ça será implementada e gerenciada.Esta sobrevivência também se dará pelatomada de certos riscos calculados,identificando-se na tecnologia uma opor-tunidade para melhorar a qualidade das

operações e produtos da biblioteca, queoriginalmente não foram planejados vi-sando à eficiência, à qualidade, ao ser-viço orientado ao cliente e ao retorno deinvestimentos. O fator de risco para ainovação pode ser elevado para asbibliotecas, porém a manutenção dostatus quo , favorecendo a obsolescên-cia, é um risco ainda mais alto1.

Para Steele2, há pouco menos de dezanos, ninguém poderia predizer o impac-to fenomenal da interconectividade glo-bal que, em conjunto com os desenvol-vimentos de sistemas abertos e do po-der dos microcomputadores, modifica-ria o gerenciamento das bibliotecasPela primeira vez, em uma centena deanos, estas enfrentam o grande e difícidesafio de rever e “redesenhar” seusserviços. Tais tendências vão desde odeclínio na posse de materiais locaisaos aumentos significativos nos custosdos periódicos científicos, assim comoo intensivo uso do empréstimo interbibliotecário, a exploração das redes co-nectadas mundialmente e a necessida-de de mudança nas questões de proprie-dade intelectual. O crescimento das for-mas de produção e acesso à informa-ção, em conjunto com o encolhimento

dos orçamentos e o impacto das novastecnologias, tem tornado as pressõessobre as estruturas das bibliotecas pra-ticamente intoleráveis. Além disto, maise mais documentos estão sendo publi-cados nos formatos eletrônicos, o queexige redimensionamentos de espaço emecanismos de t ratamento, busca edisseminação destes materiais.

Para que se tenha alguma probabilida-de de sucesso perante esta conjunturao gerente da biblioteca pode adotar

metodologias para avaliar e reajustarconstantemente o sistema, buscandosimplicidade, abrangência e criativida-de. Esta postura estratégica implica apercepção, avaliação e possível adoçãode perspectivas diferenciadas para aadministração de informação que ve-nham ao encontro dos requisitos dequalidade, amplitude, pertinência, ra-cionalização de recursos, custos e tempo envolvidos na coleta, tratamento edisseminação de informação em ambien-tes cada vez mais dinâmicos.

Patricia Zeni Marchiori

“Ciberteca” ou bibliotecavirtual: uma perspectiva degerenciamento de recursos

de informação

Resumo

As modificações tecnológicas e as recentes concepções de gerenciamento de recursos de informação têm causado uma quebra no paradigma dos modelos tradicionais de bibliotecas. O conceito de biblioteca virtual se apresenta como uma alternativa para ampliar as condições de busca,disponibilidade e recuperação de informações de maneira globalizada,qualitativa, pertinente e racional, aliando o acesso local ao acesso remoto, com base nas redes de telecomunicação disponíveis.Embora o conceito de biblioteca virtual esteja ainda em construção, um cuidadoso planejamento deve ser elaborado, tendo em vista a transição do modelo tradicional de 

bibliotecas para o modelo de biblioteca virtual. Alguns passos desta avaliação são apresentados, em especial para bibliotecas especializadas, bem como algumas experiências já em funcionamento em países do Primeiro Mundo. Novos papéis são também exigidos para os profissionais bibliotecários e para o pessoal da biblioteca, visando a um reposicionamento de atitudes e atividades.

Palavras-chave

Biblioteca virtual – conceitos; Biblioteca virtual – planejamento; Biblioteca virtual – modelo; Bibliotecário – perfil profissional.

ARTIGOS

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O modelo tradicional de bibliotecas (combase no desenvolvimento e manutençãode coleções próprias e internas à insti-tuição mantenedora) é uma das váriasmaneiras possíveis de se administrar egerenciar recursos de informação. Estemodelo remonta à história das bibliote-cas como guardiãs e depositárias dosregistros do conhecimento, o qual seproliferou baseado na idéia de que a

exaustividade das coleções permitiriamelhor atendimento, pelo fato de o do-cumento estar à mão quando da deman-da do usuário. Neste caso, a busca deinformações e documentos fora do am-biente interno das bibliotecas normal-mente dependia de catálogos coletivosmanuais, nem sempre atualizados eexaustivos, cujos mecanismos de rece-bimento e envio de documentos eramextremamente morosos quando compa-rados às atuais condições de intercâm-bio atuais. A “explosão de informação”(ou “explosão de documentos”), aliadaàs novas condições de tratamento, ar-mazenagem e acesso a informações,por meio do uso das tecnologias emer-gentes deixa de ser apenas clichê epassa a afetar a realidade dos proces-sos tradicionais da maioria das biblio-tecas. A definição de diferentes estra-tégias para o resgate de informaçõesresulta na tomada de decisão, baseadana cuidadosa percepção das condiçõesde tempo, espaço, formato, abrangên-

cia, profundidade das demandas de in-formação por parte dos usuários, da di-nâmica dos ambientes internos e exter-nos à biblioteca e das condições deacesso às fontes de informação, no quediz respeito ao seu custo e grau de con-fiabilidade.

AS INOVAÇÕES DAS TECNOLOGIASDA INFORMAÇÃO COMO SUPORTEPARA A BIBLIOTECA VIRTUAL

Na busca por uma explicação para os

impactos da tecnologia na geração, pu-blicação e disponibilidade de documen-tos com base na tecnologia do compu-tador, Landoni et alii 3 refazem a históriada biblioteca, identificando-a em trêsperíodos principais: a biblioteca tradicio-nal (de Aristóteles até o início da auto-mação de bibliotecas), a biblioteca mo-derna ou automatizada (em que os compu-tadores foram usados para serviços bá-sicos, como catalogação e organizaçãodo “estoque”/acervo) e, finalmente, abiblioteca eletrônica (a biblioteca do fu-

turo, pensada como uma nova estraté-gia para o resgate de informações, ondeo texto completo de documentos estádisponível on-line ). Tal biblioteca podeser acessada remotamente de uma lo-calidade, por meio de uma rede de com-putadores, favorecendo a acessibilida-de universal. Nesta concepção revolu-cionária, os “livros virtuais” não sofrerãomais os problemas de suas contrapar-

tes físicas, podendo ser duplicadosquantas vezes se desejar. A própria bi-blioteca será “infinita”, pois não haverálimites para o número de livros que pos-sa conter, desde que estruturada e dis-ponibilizada em computadores podero-sos, interligados a redes de alta veloci-dade.

Desta forma, bibliotecas podem ser in-terconectadas individualmente e muitasde suas operações não existirão, taiscomo a encadernação e preservação, amanutenção de estantes etc. Contudo,outras questões importantes se colo-cam, como, por exemplo:

• De que maneira se proverá a cópia dedocumentos?

• Como disponibilizar tais cópias?

• Como informar e atender aos usuários?

• Como gerenciar a pesquisa e a recu-

peração de informações quando se utili-zam sistemas acessados remotamente?

• Como proteger os direitos de cópia?

• Como gerenciar empréstimos (que po-dem ser interpretados como uma provi-são temporária de cópias ou a livre en-trega de cópias), segundo as estraté-gias do sistema?4

As bibliotecas, em geral, têm sido len-tas na adaptação às mudanças tecno-

lógicas que afetam as coleções, a or-ganização e a disseminação de infor-mações. Débora Shaw5 alerta para asmodificações cada vez mais rápidas natecnologia dos computadores e das co-municações, apresentando seis avan-ços nestas áreas e seus impactos embibliotecas:

• as comunicações em rede;

• as publicações eletrônicas;

• a hipermídia;

• o trabalho cooperativo auxiliado porcomputador;

• a realidade virtual;

• os robôs de conhecimento (knowbots )

Para a autora, a Internet é a rede de

maior importância para as bibliotecasfuncionando como um canal na locali-zação e recuperação da informaçãoauxiliando o bibliotecário a se tornar umprovedor de informação. Uma série decatálogos de bibliotecas já estão aces-síveis em toda a rede, para que qual-quer um, de qualquer lugar do mundopossa pesquisar em recursos bibliográ-ficos os mais variados. Entretanto, al-gumas bases de dados e produtos co-mercializáveis pela rede irão exigir acor-dos e licenças para que a bibliotecapossa acessá-los e disponibilizá-losOutros produtos, tais como textos com-pletos de artigos de periódicos, jornaise obras de referência, também podemser utilizados para a estruturação de“pacotes” de informação feitos sob me-dida para os clientes. Contudo, a ma-neira como a Internet foi organizada (decerta forma caótica e anárquica) impli-ca que os recursos podem aparecer edesaparecer sem qualquer notícia, emesmo os instrumentos desenvolvidos

para melhorar o acesso aos recursos depesquisa da rede, tais como o GopherWAIS, Worl Wide Web e Mosaic, nãogarantem uma pesquisa completa, nema recuperação da informação mais apropriada e confiável. Segundo a autora, osprovedores de informação irão interagircom clientes muitas vezes anônimosquando os serviços forem mediados porcomputador, com impactos sensíveis nanegociação das questões de referênciaNeste sentido, os bibliotecários serãoresponsáveis por prover a informação e

não somente informar onde ela está lo-calizada.

As publicações eletrônicas estão tendoseus custos reduzidos drasticamentecaso comparadas com os custos depapel, impressão e transporte, enquan-to as bases de dados, principalmenteas de texto completo, aumentam emnúmero e tamanho. Os grupos de dis-cussão eletrônica (Listservs) têm servi-do como meios informais para a disse-minação de novas idéias, assim como

 

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a Internet favorece o acesso a periódi-cos eletrônicos, cuja submissão, avalia-ção e distribuição de artigos é feita deforma eletrônica. Porém, a facilidade comque os textos eletrônicos podem seradaptados, copiados, recombinados eplagiados acarreta certo receio por partedos editores tradicionais quanto à defe-sa dos diretos autorais e a reproduçãoindiscriminada de “cópias”. Para as bi-

bliotecas, as implicações dizem respeitoao fato de que elas devem se adaptar àprovisão de recursos de referência na for-ma eletrônica, racionalizando o acessosem posse, como, por exemplo, buscasem bases de dados comerciais on-line .

Desta forma, as bibliotecas pagam pelainformação, mas não retêm o recursobibliográfico, o que deve levar à investi-gação dos custos, benefícios e padrõesde uso para o material em forma eletrô-nica, assim como o uso de equipamen-tos e a necessidade de treinamento parao pessoal da biblioteca e os usuários.Devido à variedade de formatos e estru-turas, uma padronização única para ar-mazenagem, transmissão e recriaçãode documentos eletrônicos tem sido dis-cutida. Por outro lado, as políticas daInternet não parecem estar comprome-tidas com a preservação da informaçãoe talvez as bibliotecas sejam instadasa atuar como armazenadoras de arqui-vos eletrônicos. Porém, a natureza e

valor das bibliotecas como depositáriasde livros estará em xeque diante daperspectiva de estes desaparecerem ouse tornarem cada vez mais raros.

Estudos revelam que a hipermídia ba-seia-se no fato de que muitos leitoresexperientes lançam mão de “rotas al-ternativas” na utilização de fontes deinformação e que a estruturação de taiscaminhos se embasando no conceito dehipertexto*. Hipertexto e hipermídia sãomecanismos para melhorar o acesso à

informação para além da artificialidadedos tradicionais sistemas de indexação,uma vez que a mente humana trabalhapor meio de associações. Assim, par-tes de livros e artigos podem ser ar-mazenados em diversos sistemas decomputadores e unidos eletronicamen-te, de variadas formas e por diferentesleitores, na hora de sua demanda. Poroutro lado, a noção de que cada docu-

mento pode ser reconstruído por quemquer que seja é um desafio para os con-ceitos tradicionais de descrição biblio-gráfica. Uma solução possível seria cri-ar uma base de registros, também emhipermídia, que adicionasse, a cada re-gistro, as mudanças feitas no texto.

O trabalho cooperativo auxiliado porcomputador* é descrito como aquele em

que grupos de pessoas podem compar-tilhar algum tipo de trabalho, mesmoseparados pela distância ou tempo.Aqui, bibliotecários podem ser usuáriosou participantes: no primeiro caso, irãocoletar o trabalho da pesquisa colabo-rativa, debatendo-se com a noção deautoria, uma vez que alguns trabalhoscientíficos poderão envolver centenas depesquisadores. Mesmo os conceitos decolégio invisível e as estratégias de sealcançar status por meio de publicaçõesigualmente mudarão. Novas habilidadesserão exigidas do bibliotecário, voltadaspara lidar com novos recursos, anteci-par a interação entre as fontes e servi-ços e entender as questões básicas nabusca de informações em ambientes deredes eletrônicas, principalmente no quediz respeito às questões de privacidadee posse do documento final.

As interfaces entre seres humanos ecomputadores poderão ser elementoscríticos para os sistemas de informação,

como o exemplificado pela realidade vir-tual, assim como os avanços dos siste-mas especialistas e dos robôs de co-nhecimento (knowbots ). Os sistemasespecialistas pretendem substituir o bi-bliotecário nas questões de referênciabásica, de modo a aliviá-lo considera-velmente das atividades mais rotineiras.Contudo, o fato de os processos de bus-ca da informação se tornarem cada vezmais complexos deve levar em conta quetanto os sistemas especialistas, comoos knowbots , são programados por se-

res humanos e, portanto, passíveis defalhas e desatualizações.

Estas e outras questões são importan-tes, na medida em que afetam os meca-nismos tradicionais de provimento deinformações por parte das bibliotecas.A idéia da biblioteca “não física” tem pro-vocado igualmente uma série de discus-sões sobre sua conceituação, caracte-

rísticas e estrutura, quer como uma “mi-gração” dos sistemas tradicionais, quercomo unidades de informação indepen-dentes, que conviverão em espaços di-ferenciados daqueles das bibliotecas jáestabelecidas.

A BIBLIOTECA “NÃO FÍSICA” –UM CONCEITO COM MÚLTIPLASDENOMINAÇÕES

A noção de biblioteca “não física” abran-ge uma variedade de definições e con-ceituações, a começar pelo próprio con-ceito de biblioteca. Barker6 apresentacinco definições, retiradas do CollinsElectronic Dictionary and Thesaurus: 

1) uma sala ou conjunto de salas ondelivros e outros materiais literários sãoarmazenados;

2) uma coleção de materiais literáriosfilmes, fitas, registros sonoros, brinque-dos infantis etc. armazenados paraempréstimo ou referência;

3) um edifício ou instituição que alojauma coleção: uma biblioteca pública;

4) um conjunto de livros, publicadoscomo séries, freqüentemente em umformato similar;

5) tecnologia de computadores: uma

coleção de programas-padrão e sub-ro-tinas para uso imediato, contida em dis-co ou algum outro dispositivo de arma-zenamento.

Cada uma destas definições lança con-siderável luz no propósito e função deuma biblioteca: como sala ou prédio paraarmazenagem de livros e material lite-rário (definição 1 e 3), como uma cole-ção de livros (definição 4). A definiçãodois mostra a natureza multimídia dasbibliotecas, enquanto a definição 5 ad-

mite o uso do termo dentro de sistemasde computador. O autor ainda identificasete funções básicas assumidas pelossistemas de bibliotecas:

1) arquivo de conhecimento;

2) preservação e manutenção da cultura

3) disseminação de conhecimento;

4) compartilhamento de conhecimento

 

* Ou hipermídia, quando são incluídas imagens,sons e movimento.

* Computer supported cooperative work(CSCW)

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5) recuperação de informação;

6) educação;

7) interação social.7

Estas funções variam conforme o tipode biblioteca, os recursos disponíveis,as necessidades dos usuários que delase utilizam e as aplicações das novas

tecnologias. Para o autor, existem trêspossibilidades do uso de novas tecno-logias baseadas no computador em bi-bliotecas:

1) em aplicações em processos bási-cos: a criação de índices on-line , mani-pulação automática de aquisição e em-préstimo etc.

2) na adaptação para acomodar novostipos e formas de informação, tais comolivros e jornais eletrônicos, TV a cabo eequipamentos de realidade virtual;

3) na revisão completa da idéia de umabiblioteca e dos serviços que ela deveráprover na era eletrônica8.

Novos tipos de “mídia” estão aumentan-do sua presença nas bibliotecas, sen-do o computador o mais conhecido. Eleé considerado como um recurso básicoque permite que os usuários executemvários programas, assim como oferece

a plataforma no uso de outros tipos defacilidade de acesso à informação, taiscomo os CD-ROMs, os sistemas derecuperação on-line de bases de dadosremotas e busca multimídia, os CD-in-terativos e os livros eletrônicos, porexemplo9.

Por séculos, as bibliotecas têm sidoconsideradas depósitos de recursos deinformação, tais como livros, manuscri-tos, periódicos, jornais e várias outrasformas impressas. O fato de a informa-

ção armazenada desta maneira ser fre-qüentemente considerada como estáti-ca ou “morta” resulta em duas possí-veis direções para o desenvolvimento debibliotecas: o desenvolvimento de habi-lidades de tratamento e disponibilidadeda informação multimídia (eletrônica) eo provimento de mecanismos que su-prirão a informação “viva” (modificável eadaptável).

Barker10 identifica, como resultado doimpacto das tecnologias, quatro tiposde bibliotecas: a polimídia, a eletrôni-ca, a digital e a virtual.

O termo polimídia é utilizado para de-notar os diferentes tipos de meios inde-pendentes para a armazenagem da in-formação. O papel, os microfilmes e osdiscos compactos, por exemplo, são

tecnologias fisicamente distintas, que,tomadas em conjunto, constituem-seem facilidades de armazenamento poli-mídia. Seguindo-se este raciocínio, asbibliotecas polimídias seriam institui-ções que armazenam informação utili-zando uma extensa e variada gama de“mídias”. Essencialmente, são similaresàs bibliotecas convencionais, contendolivros que convivem com vídeos, fitas,CD-ROMs, CD-Is, microfilmes, software de computadores etc. Os processos degerenciamento e organização nestasbibliotecas serão praticamente manuaise, apesar de os computadores estaremdisponíveis para os usuários, esta tec-nologia não será utilizada para a reali-zação de qualquer forma de automaçãode bibliotecas.

A biblioteca eletrônica é o termo quese refere ao sistema no qual os proces-sos básicos da biblioteca são de natu-reza eletrônica, o que implica ampla uti-lização de computadores e de suas fa-

cilidades na construção de índiceson-line , busca de textos completos e narecuperação e armazenagem de regis-tros. A biblioteca eletrônica se direcio-nará para ampliar o uso de computado-res na armazenagem, recuperação edisponibilidade de informação, podendoenvolver-se em projetos para a digitali-zação de livros. Haverá um uso extensi-vo de meios eletrônicos que ainda coe-xistirão com as publicações eletrônicase será possível remeter-se ao bibliote-cário e aos “sistemas especialistas”*.

A biblioteca digital difere das demais,porque a informação que ela contémexiste apenas na forma digital, poden-do residir em meios diferentes de arma-zenagem, como as memórias eletrôni-cas (discos magnéticos e óticos). Des-ta forma, a biblioteca digital não con-tém livros na forma convencional e a in-

formação pode ser acessada, em locaisespecíficos e remotamente, por meio deredes de computadores. A grande van-tagem da informação digitalizada é queela pode ser compartilhada instantâneae facilmente, com um custo relativamen-te baixo*.

A biblioteca virtual é conceitualizadacomo um tipo de biblioteca que, para

existir, depende da tecnologia da reali-dade virtual. Neste caso, um softwarepróprio acoplado a um computador so-fisticado reproduz o ambiente de umabiblioteca em duas ou três dimensõescriando um ambiente de total imersão einteração. É então possível, ao entrarem uma biblioteca virtual, circular entreas salas, selecionar um livro nas estan-tes, “tocá-lo”, abri-lo e lê-lo. Obviamen-te, o único “lugar” onde o livro realmen-te existe é no computador e dentro dacabeça do leitor.

Poulter12 nomeia este tipo de bibliotecacomo biblioteca de realidade virtualdeixando claro, em sua opinião, que umabiblioteca de realidade virtual não é amesma coisa que uma biblioteca virtualpois o conceito de “biblioteca virtual” estárelacionado com o conceito de acessopor meio de redes, a recursos de infor-mação disponíveis em sistemas debase computadorizada, normalmenteremotos, e que uma “biblioteca de reali-

dade “virtual” funciona como uma novaforma de catálogo on-line de acessopúblico (OPAC), construída utilizando-se a tecnolog ia de real idade virtualA essência da biblioteca de realidadevirtual apresenta uma aplicação de pro-gramas de computador para simularestruturas físicas de bibliotecas, orde-nando os recursos de informação queela contém: andares, salas e estantesOs dados bibliográficos podem ser aces-sados via uma interface, que aparecena tela como uma sala com estantes

na qual um usuário pode navegar e con-trolar utilizando um aparelho especialcomo um mouse de três dimensões, porexemplo. Um software para realidadevirtual é um visualizador e um construtor de um mundo virtual em um compu-tador, que pode estar apenas na teladeste, ou exigir aparelhagem especialcomo luvas e capacetes, chamando-se

 

* Programas de computador interativos, quepodem emular as atividades de negociação fei-tas pelo bibliotecário em determinadas estraté-gias de busca.

* Enquanto Barker conceitua este tipo comobiblioteca digital, Landoni et alii 11 consideram-na como biblioteca eletrônica.

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assim de sistemas “imersivos” de realida-de virtual. Já existem alguns softwares disponíveis para a construção de tais“mundos”, mas ainda são caros, con-sumidores de memória, sendo rarospara aplicações próprias em bibliotecas.

Landoni et alii 13 parecem ter a soluçãopara este impasse, quando apresentamo conceito de “biblioteca eletrônica

virtual” (Virtual Electronic Library  – VEL),a qual conteria hipe rlivros e livros-visuais, podendo ser vista como uma li-vraria com uma imensa disponibilidadede livros, levada a efeito pela conexãoem rede de um número crescente debibliotecas. Este intercâmbio entre di-ferentes bibliotecas pode ser possível,caso se pense em uma metabibliotecaque ofereça “portões” ou entradas paraque os leitores naveguem por várias bi-bliotecas, da mesma maneira que cir-culariam em uma em particular.

A tipologia apresentada por Barker14 éuma entre várias que têm surgido paraconceituar, descrever e explicar as no-vas e possíveis estratégias para a cole-ta, tratamento e disseminação de in-formações. É preciso reconhecer umperíodo de transição em que documen-tos em papel e em acetato conviverãocom tecnologia ótica, eletrônica e digi-tal (muitas vezes usadas como sinôni-mos e sendo chamados de documen-

tos “virtuais”). Neste ponto, as definiçõesse sobrepõem e se confundem, tantopara os suportes, como para os mode-los futuristas de bibliotecas.

Fleet e Wallace15dedicaram um artigopara definir a aplicação da palavra “vir-tual”, em que este adjetivo significa “exis-tir, por força ou efeito, apesar de nãoreal ou expressado”, e que este termotem sido correntemente usado para de-finir que uma “coisa virtual” permite ocumprimento de funções e objetivos da

“coisa real”, não sendo necessariamen-te parecido com a “coisa real”. Segun-do os autores, a noção da biblioteca vir-tual é ainda vaga e amorfa, geralmentedescrita como um sistema pelo qual umusuário pode se conectar com bibliote-cas e bases de dados remotas, usan-do, como “caminho de passagem”, ocatálogo on-line local ou uma rede decomputadores. Este conceito de biblio-teca virtual indica que um indivíduo poderealizar pesquisas nos catálogos deoutras bibliotecas (além daquele da sua

própria instituição) e que solicite direta-mente os documentos desejados, oumesmo realize buscas em outros tiposde bases de dados, recuperando textoscompletos de publicações eletrônicas.assim, sob esta perspectiva, o meca-nismo básico para se efetivar a bibliote-ca virtual é a existência de algum tipode rede de comunicação eletrônica(como a Internet, por exemplo) que per-

mita, com uma razoável flexibilidade erelativa confiabilidade, a troca de men-sagens eletrônicas, o transporte de ar-quivos de um lugar a outro e o provimentode acesso remoto a vários tipos de sis-temas de informação. O objetivo do con-ceito é prover o máximo de acesso àinformação, com o mínimo de inconve-niente para o usuário, utilizando-se astecnologias disponíveis e respeitando-se o ideal do acesso universal ao co-nhecimento, como o comprometimentobásico da biblioteca e do trabalho dosprofissionais de informação16.

Outros autores, como Kemp17, Des-champs18 e Cloyes19 trabalham o con-ceito de biblioteca virtual em conjuntocom a utilização de recursos eletrôni-cos. Disto deriva o fato de a expressão“biblioteca virtual” ser utilizada como umsinônimo de “biblioteca eletrônica”, ouainda, de desktop library *. ParaCloyes20, uma biblioteca virtual implicaa integração eletrônica de novos servi-

ços com os serviços tradicionais de bi-bliotecas, podendo ser tão limitadacomo um OPAC, ou tão compreensivacomo a utilização de redes de compu-tadores e recursos eletrônicos para anotificação de reuniões, novos desen-volvimentos em conjunto com outras bi-bliotecas e a disponibilidade em rede delivros, relatórios e artigos.

D. Kaye Gapen definiu a biblioteca vir-tual como o conceito de acesso remotoaos conteúdos e serviços de bibliotecas

e outros recursos de informação, combi-nando um coleção interna de materiaiscorrentes e fartamente usados em am-bas as formas (eletrônica e impressa),com redes eletrônicas que provêm aces-so e a transferência de fontes de conhe-

cimento e de informação, com bibliote-cas e instituições comerciais externas emtodo o mundo. Há, então, três elemen-tos necessários para que o conceito debiblioteca virtual funcione de forma efeti-va: o usuário, a informação em formatodigital e as redes computadorizadasAssim, a biblioteca “do futuro” passa aser considerada mais como um trabalhoem processo direcionado pela tecnolo-

gia disponível e que, por questões finan-ceiras, sociais, políticas e estruturais, po-derá não acontecer ao mesmo tempo (enem) para todas as bibliotecas21,22.

Powell23 indica que a literatura e a ob-servação revelam várias definições paraa biblioteca virtual:

• uma biblioteca com pouco ou nenhumdepósito de livros, periódicos, espaçode leitura, ou pessoal assistente, mascom alguém que dissemine a informa-ção seletiva e diretamente ao usuárioda biblioteca, geralmente de forma ele-trônica;

• uma biblioteca mais tradicional quetransformou algumas pontos significati-vos de seus canais de busca de infor-mação em formato eletrônico, para quemuitos ou o máximo de seus clientesnão precisem visitar fisicamente a bi-blioteca para obter informação;

• uma biblioteca que opera como umaconexão de atividades de gerenciamen-to de informações selecionadas dentroda organização, algumas delas centra-lizadas, mas a maioria das quais acon-tecendo por meio de esforços de umstaff descentralizado, de recursos e sis-temas e mesmo de fornecedores exter-nos, que estão acessíveis e dispersospor toda a organização.

Para os usuários, a biblioteca virtual éuma perspectiva de aumentar a veloci-

dade de acesso aos materiais da biblio-teca, selecionando-os da imensidão dedocumentos disponíveis, eliminando ain-da as visitas físicas à biblioteca. Osusuários poderão optar em consultar abiblioteca na hora em que elas estãoabertas ou acessá-las remotamente, aqualquer hora, de suas próprias mesase casas. Potencialmente, os materiaisterão a vantagem de estar sempreacessíveis (nunca emprestados ousendo encadernados), não havendo ne-cessidade de se terem cópias dos do-

 

* Termo que pode ser traduzido livremente por“biblioteca de mesa” ou “biblioteca de escriva-ninha”, com o sentido de indicar que o usuáriopode solicitar e receber as informações e do-cumentos diretamente em seu computador pes-soal, normalmente instalado em sua mesa detrabalho (ou mesmo em sua casa).

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cumentos demandados, pois a coleçãopode inclusive não existir, caso se or-ganizem e se invistam em recursos tec-nológicos, para o acesso a coleçõesdepositadas em qualquer lugar. O bi-bliotecário, então, será mais um espe-cialista em redes do que um especialis-ta em aquisição ou catalogação.

Logicamente, certos tipos de bibliote-

cas, como as nacionais, precisam sercuidadosas na avaliação de redes e do-cumentos eletrônicos, dadas suas ca-racterísticas de arquivo. Devem exami-nar questões como o tempo de duraçãodos suportes eletrônicos, os custos dosrecursos de equipamentos envolvidospara a criação, acesso e preservaçãode tais materiais, o que inclui bases dedados em CD-ROM e on-line . É possí-vel que as bibliotecas tenham de refor-matar dados constantemente, de modoa não se tornarem “museus” de hardware e mídias eletrônicas, o que implica de-cisões sobre os meios de armazena-gem dos registros eletrônicos. Destaforma, parece ficar cada vez mais claroque os problemas para se estabeleceruma biblioteca virtual/eletrônica nãoestão apenas relacionados com a tec-nologia, mas principalmente com osaspectos comerciais, legais culturais eprofissionais. As questões comerciaisdizem respeitos à posse do que estásendo criado, à integridade dos textos

(uma vez criados) e aos direitos auto-rais, além do fato de que tais bibliote-cas devem, mais do que nunca, ser diri-gidas para as necessidades dos usuá-rios. As parcerias entre bibliotecários,fornecedores e pesquisadores/autoresparecem ser algo tão inevitável comovantajoso para os usuários.

Obviamente, a noção de “biblioteca” estásendo alterada, porém muitas informa-ções não poderão se tornar disponíveisde forma eletrônica, assim como a in-

termediação humana não é algo facil-mente substituível por programas decomputadores e interfaces “inteligen-tes”24.

Cada uma destas perspectivas e outrasque estão sendo desenvolvidas podemimplicar mudanças significativas naspráticas de gerenciamento de sistemasde informação e certamente requerempensamento sofisticado e inovativo so-bre a organização e suas operações.

O PLANEJAMENTO DA BIBLIOTECAVIRTUAL – ENFOQUE EM EMPRESAS

As bibliotecas/sistemas de informaçãoespecializados que pretendem sobrevi-ver aos cortes de orçamento e reformu-lações em suas instituições devemampliar seus recursos para além da bi-blioteca física. Uma tendência indicaque as bibliotecas de empresas irão

manter somente uma pequena coleçãode materiais de referência e acessartodas as demais informações de outroslugares, em uma variedade de meios(papel ou imagens eletrônicas). Porém,muitos ainda duvidam que seja possívelcriar uma biblioteca especializada me-nos dependente de coleções internas25.Rezende e Marchiori26 propõem ummodelo de biblioteca virtual para empre-sas visando a potencializar a ação des-se sistema na identificação, localização,tratamento, busca e disponibilidade deinformações, sem a necessidade damanutenção de acervo interno. Tal es-trutura, apoiada na conexão com ban-cos e bases de dados, redes eletrôni-cas de comunicação e “bibliotecas-ar-mazenadoras” situadas localmente ouno exterior, como as de institutos depesquisas, universidades, núcleos dedesenvolvimento, órgãos públicos, enti-dades associativas, entre outras, reduzos inputs internos, ao mesmo tempo emque permite acesso a um conjunto de

fontes e acervos muito mais amplo ediversificado do que aquele que, porven-tura, viesse a ser criado internamente.O sistema de informação assim cons-truído seria baseado na figura de umprofissional com características de uminformation broker, o qual, utilizando-sede buscas em bases de dados e emconvênio com tais centros “de armaze-nagem”, gerencia, ágil e flexivelmente,a busca e acesso a fontes de informa-ção, onde quer que se encontrem.

Para Cloyes27, a biblioteca de empresaestá em uma posição única para esten-der seu papel tradicional e tornar-se ummembro ativo na estrutura da institui-ção, por meio da criação de uma redede distribuição interna que adicione va-lor às demandas, respondendo positi-vamente às necessidades dos clientese expandindo suas oportunidades debusca e acesso à informação. Para aautora, uma biblioteca virtual não é umsistema que simplesmente acontececom o tempo, pois requer um cuidado-

so planejamento, no qual se deve res-peitar, refletir e avaliar algumas condi-ções e impactos, tais como:

1) elaborar um cuidadoso planejamentoestratégico, de modo a evitar que a bi-blioteca virtual se torne uma “quase bi-blioteca”;

2) respeitar a existência concomitante

de documentos impressos, eletrônicose óticos;

3) modificar, do conceito de acesso aestantes, para o acesso-da-informação-em-qualquer-lugar;

4) envolver o usuário no acesso direto àinformação;

5) reorganizar o fluxo de trabalho e asresponsabilidades da biblioteca tradi-cional para as funções dirigidas tecno-logicamente;

6) modificar a “cultura” de circulação fí-sica entre as estantes;

7) utilizar as novas abordagens de qua-lidade total e de reengenharia a fim deevitar erros;

8) exigir flexibilidade nas habilidadescapacidades e educação continuada dopessoal da biblioteca;

9) revisar os itens de orçamento, queestarão voltados mais para o acesso doque para a aquisição;

10) identificar as condições para o aces-so a redes, outras bibliotecas e basescomerciais;

11) modificar o desenvolvimento de co-leções;

12) estabelecer parcerias profissionais

e institucionais;

13) mudar o paradigma da informaçãogratuita para a informação taxada*.

Cloyes29, apresenta um “guia” para amudança, visando à estruturação de umabiblioteca virtual, no qual aponta alguns“perigos”, tais como:

 

* Adaptado e aumentado de Sthal28

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• a pesquisa inadequada antes de co-meçar o projeto da biblioteca virtual;

• a visão “estreita”, que não levanta to-das as variáveis;

• os obstáculos à implementação rela-cionados a custos e considerações devalor;

• a desconsideração do uso da Internete das redes comerciais;

• o não-estabelecimento de objetivos in-termediários.

O importante é pesquisar antes de ini-ciar o projeto de implementação da bi-blioteca virtual, verificando o que estádisponível em termos de informação nasdemais bibliotecas e sistemas de infor-mação, incluindo o mercado de informa-ções e a própria organização. Como atecnologia e a informação são camposde rápido crescimento, é preciso que ogerente do sistema esteja atualizadocom novos produtos e desenvolvimen-tos, pronto para possíveis mudançasalternativas durante o projeto, tendo emmente que existem outros serviços deinformação que irão competir com a bi-blioteca. É importante pensar adequa-damente nas questões das redes ele-trônicas, na seleção dos materiais aserem acessados, no treinamento e

envolvimento do pessoal, estando pron-to para a reação de outras pessoas aopróprio conceito da biblioteca virtual.É igualmente crítico desenvolver umaequipe com habilidades complementa-res e objetivos comuns, o que normal-mente vai incluir bibliotecários, pessoalde suporte da biblioteca, gerentes de ne-gócio e técnicos, clientes, fornecedo-res/vendedores de informação e o pes-soal de processamento de dados.

A equipe deve estar afinada e motivada,

compreendendo o objetivo, o cronogra-ma, as decisões e os custos envolvi-dos. Os custos sempre serão umaquestão delicada, pois podem aumen-tar na implementação e “afinação” dabiblioteca virtual, na medida em queenvolvem mais pessoas, treinamento,equipamentos e manutenção. É igual-mente necessário estabelecer o “valor”do projeto da biblioteca virtual para aorganização e reconhecer que este podevariar de empresa para empresa. Paraalgumas, o valor está relacionado ao

total de metros quadrados ocupadospela biblioteca; para outras, a equaçãode valor inclui tempo, enquanto a con-veniência ou segurança podem ser aspalavras-chave para outra empresa.É provável que, para uma área de pes-quisa, a amplitude e a profundidade dacobertura na busca por informação se-

 jam os valores mais importantes. Nestesentido, outra questão a ser considera-

da é a avaliação da importância das inú-meras fontes de informação externasdisponíveis aos clientes da biblioteca,em termos de acesso fácil e rápido, con-siderando-se as redes de informaçãocomo a Internet e outras bases prove-doras de informação. Será vantajoso quebiblioteca da empresa tome a iniciativade incluir a Internet como canal de bus-ca e provimento de serviços, além dedesenvolver procedimentos que deverãoproteger e assegurar os dados internos.

Para a autora, o início e o final do pro-cesso de implantação da biblioteca vir-tual são as etapas mais delicadas, sendodesejável que o pessoal de apoio e osclientes estejam envolvidos e vislum-brem que a iniciativa tem o objetivo deprover informação com valor agregado,disponibilizada mais rapidamente e em“pacotes” de informação mais efetivos.

Saunders30, concorda com Cloyes quan-to à importância do planejamento estra-

tégico como um primeiro passo para aefetivação prática da biblioteca virtual,focalizando bibliotecas públicas e aca-dêmicas e indicando fases mais descri-tivas, tais como:

• identificar um nicho:

 – quais são os pontos fortes da coleçãoimpressa;

  – quais são os assuntos da coleçãoapropriados para a compra de materiais

eletrônicos;

 – quais coleções são únicas ou rarasna biblioteca;

 – como a biblioteca está envolvida comas questões de direitos autorais (para apossível digitalização e compartilhamen-to, reprodução e localização dos recur-sos digitais).

• estabelecer acordos decompartilhamento de recursos:

 – verificar, nas redes existentes, as áreasde assunto que são especialidade dainstituição ou comunidade;

 – descrever, na política de desenvolvi-mento de coleções, tanto os tópicos eformatos que serão comprados e cole-

tados, como designar aqueles que se-rão emprestados ou obtidos externa-mente.

• completar a conversãoretrospectiva:

 – oferecer um OPAC abrangente, com-pleto, amigável e funcional.

• investir no treinamento dopessoal:

 – reforçar a funcionalidade do sistemae a habilidade da biblioteca;

 – sensibilizar o pessoal para que sevejam possibilidades, e não desculpas

• diferenciar uma sobrevivência acurto-prazo de uma evoluçãoa longo prazo:

 – definir outras estratégias para a ava-liação e manutenção das coleções lo-

cais;

• expandir o conceito de publicação:

 – escolher entre livros, material multimí-dia ou texto em CD-ROM, textoson-line documentos pagos por seu uso, ououtras combinações de formato.

 – desenvolver localmente arquivos ele-trônicos que podem ser vendidos, alu-gados, ou distribuídos sem custo;

• experimentar:

 – alguns formatos poderão ser mais bemaceitos que outros, o que pode indicarque alguns deles irão sobreviver, enquan-to outros desaparecerão;

• reconhecer o processo demudança:

 – um novo equilíbrio entre acervo/aces-so deverá ser encontrado.

 

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BIBLIOTECÁRIOS E O PESSOAL DABIBLIOTECA: REENGENHARIA DEATITUDES

A biblioteca virtual é ainda uma institui-ção que requer administração e, embo-ra os computadores auxiliem e facilitemas atividades e decisões do gerente dabiblioteca, este continuará a exercersuas funções. Para os bibliotecários, o

fato de os usuários finais começarem asolicitar pesquisas amplas e profundasque possam estar disponíveis diretamen-te nos computadores de suas escriva-ninhas (por um preço razoável) incre-menta o seu papel no processo de ge-renciamento e compartilhamento doconhecimento31.

Para Norbie32, os bibliotecários conti-nuam a representar um fator de ligaçãoentre as demandas dos usuários e assoluções técnicas, gerenciando e pro-vendo acesso à informação. Talvez opapel do bibliotecário, que tradicional-mente tem sido o de encontrar, analisare disponibilizar informação, possa sedesenvolver para a função de um geren-te de informação em rede33. Em estru-turas cada vez mais flexíveis e certa-mente mutáveis, a comunicação se tor-nará mais rápida em ambientes conec-tados, em que as bibliotecas atuarãocomo “centros de ligação”, havendo anecessidade de se redefinir a missão

do sistema de informação dentro de pla-nos estratégicos de prioridades. Assim,o pessoal da biblioteca precisa sair detrás das estantes e se informar das dra-máticas mudanças de acesso em queuma parcela significativa de usuáriosestá envolvida. O bibliotecário poderágarantir sua sobrevivência, caso possuaou desenvolva habilidades de lidar compessoas, flexibilidade e disposição paraexplorar as interfaces de informaçãogerais ou especializadas relevantes aosseus clientes34.

A reengenharia das bibliotecas passapela realocação de recursos de pessoal,equipamentos e espaço voltados para ocontato mais direto com o cliente e ten-do em vista o oferecimento de serviços.Assim, o futuro dos recursos de infor-mação, incluindo as próprias coleçõesde bibliotecas, exigirá atividades mul-tiinstitucionais e multiconstituídas, le-vando bibliotecários e outros especia-listas de informação de variadas forma-ções, instituições e funções a trabalhar

em conjunto, assim como utilizar dife-rentes fontes e formatos de informação.Isto irá requerer acesso físico a cole-ções, a sistemas de acesso e um dire-cionamento à informação eletrônica, emque os bibliotecários trabalharão comointerfaces, sendo responsáveis por con-sultas, provendo acesso a redes, recu-perando e organizando bases de dados,ampliando suas habilidades de comuni-

cação junto ao usuário.

A adoção ampla de novas e potencial-mente revolucionárias tecnologias podeser inicialmente difícil de defender e jus-tificar, mas o resultado pretendido éoferecer mais e melhores serviços aosclientes, onde ser ou não ser chamadode bibliotecário não é mais relevanteque uma prática real e competente.Neste sentido, cabe ao gerente do sis-tema de informação a tarefa de reestru-turar as instâncias de sua atuação, no

sentido de:

1) buscar consenso e parcerias juntoaos publicadores eletrônicos (em termosde sintaxe e protocolos de transmissãode dados);

2) colaborar com provedores de informa-ção eletrônica no suprimento de paco-tes de informação;

3) idealizar programas de computadorpróximos da estrutura de busca dosusuários;

4) familiarizar-se com a disposição dosdados de diferentes fornecedores;

5) manejar ambos, novatos e especia-listas, em um mesmo sistema;

6) negociar questões de copyright ;

7) promover o uso da biblioteca por todaa instituição;

8) garantir a qualidade da apresentaçãodos documentos da biblioteca (padrõese “etiquetagem” para publicações ele-trônicas, catalogação, interfaces amigá-veis, sinalização e localização adequa-das);

9) gerenciar as requisições de acessopor parte dos clientes;

10) mudar a maneira de pensar no quediz respeito a como os usuários aces-sam os serviços (não mais nos moldestradicionais de bibliotecas);

12) redirecionar o planejamento deespaço no planejamento de telas emcomputador;

13) aliar, à prestatividade pessoal, in-

terfaces amigáveis nas telas do compu-tador;

14) rever a função das estatísticas decirculação e orientá-las para medir oquão freqüentemente os grupos de do-cumentos estão sendo acessados pe-los usuários, poupando o tempo destese aumentando sua produtividade;

15) avaliar e reestruturar serviços e pro-dutos tradicionais, verificando a viabili-dade do oferecimento de novos e dife-renciados serviços;

16) desenvolver novas estratégias paraa avaliação de custos de informação* .

Embora os materiais continuem a serselecionados, ordenados, licitados, re-clamados, recebidos e pagos, os me-canismos para o desenrolar destas fun-ções está mudando. Isto pode ser umproblema para aquelas pessoas de meia-idade que compõem o staff das biblio-

tecas e que continuam a acreditar emposturas ultrapassadas. Mais cedo oumais tarde, elas deverão reconhecer queo ritmo das mudanças à sua volta re-quer um repensar dramático e aceitaristo de modo intelectual e mesmo emo-cional37. Estas pessoas devem ser de-safiadas a integrar o uso de redes nosseus mecanismos de trabalho, mesmoporque os fornecedores irão desenvol-ver produtos que utilizarão tais redescomo meios de propaganda e transpor-te de material. Os pedidos eletrônicos

serão comuns, tornando-se registros quepodem ser utilizados na catalogação e naconstrução/manutenção dos OPACs38.

Tennant39 ressalta a necessidade de sedesenvolverem novas habilidades parao pessoal da biblioteca, principalmenteno atendimento aos clientes, pois osserviços com base em papel irão convi-ver com os serviços próprios das biblio-

 

* Adaptado e modificado de Piggot35 e Norbie36

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tecas virtuais. Na medida em que osrecursos humanos são onerosos, elesdevem estar comprometidos com osnovos métodos e rumos que a bibliote-ca tomará, o que pode ser realizado pormeio de treinamentos com o objetivo de“recalibrar” o pessoal da biblioteca.

A TRANSIÇÃO NAS ESTRUTURASDAS BIBLIOTECAS TRADICIONAIS

PARA AS BIBLIOTECAS VIRTUAIS

Quando se organizam bibliotecas vir-tuais/eletrônicas, muitas das operaçõestécnicas desenvolvidas pelas bibliotecastradicionais terão de ser reconsideradas,pois, mesmo que algumas das ativida-des sejam similares, elas serão reali-zadas de diferentes maneiras como umaconseqüência de seus ambientes ope-racionais. Uma das questões principaisdiz respeito à aquisição e processamen-to de materiais40. Novos orçamentosdeverão ser feitos e discutidos, caso seconsidere o acesso como uma priorida-de, pois mais parcelas deste serão di-recionadas para o acesso do que paraa aquisição. Neste contexto, uma gran-de parte dos recursos irá para os cus-tos do empréstimo interbibliotecário,outra parte para o acesso bibliográfico,outra parte para o pagamento de royalties ,outra para fotocópias, outra para o pa-gamento de serviços comerciais e ou-tra para o desenvolvimento de mecanis-

mos de busca e disponibilidade de in-formação cada vez mais rápidos, con-fiáveis e de alta qualidade. Não se deveesquecer ainda os custos de conexãoa bases de dados e redes eletrônicas,de disponibilidade de documentos, deíndices em CD-ROM ou on-line e daparticipação em OPACs coletivos. Osgastos com padronização de formatose sistemas automatizados também de-vem ser considerados, assim como asparcerias estratégicas com fornecedo-res de informação e equipamentos, que

podem trazer garantias monetárias mú-tuas41.

A evolução das bibliotecas virtuais de-safia o conceito do que a biblioteca é,em função do que deveria ou pode ser.Os materiais impressos como os livrosirão ser sempre uma parte das coleçõesde bibliotecas, mas a mudança para otrabalho com redes e recursos eletrôni-cos locais apresenta possibilidades ex-citantes para a reengenharia do desen-volvimento de coleções e dos proces-

sos de aquisição. Contudo, até o mo-mento, são muitas as questões filosófi-cas e apenas algumas respostas práti-cas.

Tennant42 alerta que as bibliotecas vir-tuais não podem ser construídas sem aassistência de profissionais de outroscampos, tais como os da área de pro-cessamento de dados e de telecomuni-cações. Esta “polinização cruzada”pode ser realizada por meio de partici-pação em eventos de áreas que nãosejam de biblioteconomia, por comitêsinterinstituicionais e interprofissionais epelos meios mais modernos das discus-sões eletrônicas.

No caso mais específico das bibliote-cas públicas, muitos usuários não es-tão habituados com os instrumentoseletrônicos para a pesquisa e recupera-ção de informação. Especial atençãodeverá ser dada, na tentativa de se evi-tar a criação de subclasses de usuá-

rios: aqueles já habituados com os am-bientes automatizados em geral e osdemais, que ainda mal venceram a ba-talha do mundo do papel. Outra ques-tão apontada é o fato de que o acesso àinformação é apenas uma parte da fun-ção da biblioteca, uma vez que ela, en-quanto local físico, favorece a interaçãopessoal e que, por mais ágeis que se-

 jam os novos meios eletrônicos de co-municação, eles nunca irão se consti-

 

tuir em um substituto completo da inte-ração face a face. Para os autores, oambiente em rede que constitui a biblio-teca virtual somente será possível, secada participante envolvido possuir re-cursos tecnológicos adequados, comcoleções locais consistentes e pessoacapaz de traduzir a biblioteca virtual àcomunidade43.

As condições de transição da bibliote-ca tradicional para a biblioteca virtuaestão em construção, porém já indicamque um cuidadoso planejamento deveser realizado para viabilizar sua execu-ção. A biblioteca virtual não é apenasum conjunto de equipamentos e bonsprogramas para a gerência de bases dedados e de telecomunicação. É, antesde mais nada, uma possibilidade de re-visão dos modelos administrativos degerenciamento de informações com al-tíssimo grau de utilização de tecnolo-gias. Uma atitude gerencial, aliada aum reposicionamento do foco de ativi-dade do bibliotecário do documentopara a informação, será crucial para estatransição.

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8. BARKER, Phillip. Opus cit . p. 224.

9. BARKER, Phillip. Opus cit . p. 224.

10. BARKER, Phillip. Opus cit . p. 227-228.

11. LANDONI, Monica et al. Opus cit p. 176.

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13. LANDONI, Monica, et al. Opus cit p. 185.

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26. REZENDE, Yara, MARCHIORI, Patricia Zeni.Do acervo ao acesso : a perspectiva dabiblioteca virtual em empresas Ciência da Informação , Brasília, v. 23, n. 3, p. 350,set./dez., 1994

The “cybrary” or the virtual library:a perspective for informationresources management

Abstract

The technological modifications and the new concepts of information resource management are breaking the traditional library model paradigm. The concept of virtual library is an alternative to amplify the search and access to informational sources,in a wide world, in a qualitative, pertinent and racional manner, joinning local access to remot access by infoways. In spite of the concept of virtual library is still being 

constructed, a carefull planning is desirable for the change the traditional library to the virtual library perspective. Some steps for this evaluation are discussed, mainly for specialized libraries, as well as some experiences in process in developed countries. The development of new profiles for librarians and library staff is urgent, in order to ensure changes in attitudes and activities.

Keywords

Virtual library – concepts; Virtual library –planning; Virtual library – model; Librarianprofessional profile.

Patricia Zeni Marchiori

Mestre em Ciência da Informação (CNPq/IBICT/UFRJ/ECO). Doutoranda em Ciência da Informação e Documentação (USP/ECA).

[email protected]

 

27. CLOYES, Kay. Opus cit  p. 253.

28. STHAL, D. Gail. Opus cit p. 202-203.

29. CLOYES, Kay. Opus cit  p. 253-257.

30. SAUNDERS, Laverna M. Opus cit p. 42-43

31. PIGGOTT, Sylvia E.A. Opus cit p. 211.

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35. PIGGOTT, Sylvia E.A. Opus cit p. 211.

36. NORBIE, Dorothy. Opus cit p. 274.

37. STEELE, Colin. Opus cit p. 397, Dec. 1993

38. SAUNDERS, Laverna M. Opus cit p. 44-45

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40. WESTERMAN, Mel. Opus cit p. 266.

41. NORBIE, Dorothy. Opus cit p. 274-276.

42. TENNANT, Roy. Opus cit p. 48-49.

43. FLEET, Connie van, WALLACE, Danny POpus cit  p. 308.