CIBERESPAÇO COMO FERRAMENTA DE PESQUISA E...
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FUNDAO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITRIO DE VOLTA REDONDA
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CINCIAS DA SADE
E DO MEIO AMBIENTE
DISSERTAO DE MESTRADO
RHANICA EVELISE TOLEDO COUTINHO
CIBERESPAO COMO FERRAMENTA DE PESQUISA E ENSINO
PARA A EDUCAO AMBIENTAL
VOLTA REDONDA
2013
-
FUNDAO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITRIO DE VOLTA REDONDA
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CINCIAS DA SADE
E DO MEIO AMBIENTE
DISSERTAO DE MESTRADO
CIBERESPAO COMO FERRAMENTA DE PESQUISA E ENSINO
PARA A EDUCAO AMBIENTAL
Texto dissertativo apresentado a Banca de
Defesa do Curso de Mestrado Profissional
em Ensino em Cincias da Sade e do Meio
Ambiente do UniFOA como requisito
obteno do ttulo de Mestre.
Aluna: Rhanica Evelise Toledo Coutinho
Orientadora Profa. Dra. Cristina Novikoff
VOLTA REDONDA RJ
2013
-
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)
Ficha catalogrfica elaborada pela bibliotecria
Gabriela Leite Ferreira -- CRB 7/RJ - 5521
C871c Coutinho, Rhanica Evelise Toledo.
Ciberespao como ferramenta de pesquisa e ensino para a educao ambiental / Rhanica Evelise Toledo Coutinho Volta Redonda, RJ: UniFOA, 2013.
99 p Dissertao (Mestrado Profissional) Centro Universitrio de Volta Redonda. Mestrado Profissional em Ensino em Cincias da Sade e Meio Ambiente.
Orientadora: Prof. Dr. Cristina Novikoff.
1. Educao ambiental. 2. Ciberespao. 3. Comunicao
visual. I. Novikoff, Cristina. II. Ttulo. CDD 304.2
http://www8.fgv.br/bibliodata/site2/pesquisa/dsp_resultadopesquisa.asp?op=3|PBB&txt=891906&ex=1|PBB&qt=&tipoPesquisa=LINKBB&Link=0&iRG=0&stringTipo=S&txt2=EDUCAO%20PARA%20A%20SAUDE&dspVl=Educa%E7%E3o+para+a+saude&dspOp=Obras+do+Autor&dspTp=Palavra+Chave
-
Dedico este trabalho, primeiramente aos
meus pais que de forma incondicional
estiveram sempre ao meu lado em todos
os bons e maus momentos de minha vida,
aos meus dois amados sobrinhos, a
minha amiga irm Salete que me
apresentou o caminho da academia aos
meus amigos Roberto Galo e Ana Luiza
que sempre acreditaram em meu
trabalho, a todos aqueles que j foram e
sero meus alunos e finalmente ao meu
amado companheiro que de uma maneira
especial, tem sempre apoiado minhas
empreitadas acadmicas sendo o meu
porto seguro.
-
AGRADECIMENTO
Agradeo a Deus pela vida, pelas flores e
obstculos do caminho. A minha querida
professora-orientadora Cristina Novikoff
grande referncia de ser humano e de
Mestre. Ao corpo docente e administrativo
do MECSMA, meus sinceros e estimados
agradecimentos em especial a Profa. Dra.
Valria e ao Prof. Dr. Carlos Sanches.
Aos meus colegas de turma, e em
especial meus irmos do grupo de
orientao Adelmo, Anglica, Bartolomeu,
Cida, Eliara, Hrica, Mariza e Snia. Ao
Professor Otvio e aos filhos da Profa.
Cristina pelo acolhimento do grupo e em
especial a Luciene e a Lcia pelo carinho
em cuidar do grupo. Ao meu grande
amigo Cenaqui pelas transformaes a
partir da arqueologia da alma.
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RESUMO
A partir do estado do conhecimento e do estado do produto percebemos a
necessidade da existncia de um blog que rena diversas informaes acerca da
Educao Ambiental de modo dinmico e funcional. Neste sentido emergem
questes acerca do ciberespao brasileiro e sua relao com a Educao Ambiental.
Quais so os sites e blogs existentes no Brasil que tratam de assuntos relacionados
Educao Ambiental? Qual a qualidade desses ciberespaos para o ensino e
pesquisa sobre a Educao Ambiental no Brasil? Como a comunicao visual em
prol da Educao Ambiental desses sites? Estes atendem s especificidades de
mltiplas dimenses de informao? Assim, objetivamos investigar a relao entre o
ciberespao brasileiro e suas representaes acerca de Educao Ambiental para
propor a construo de um blog como portal de difuso de dados e informaes
diversificadas em forma de textos, imagens, udios e vdeos sobre a temtica,
atendendo aos critrios de transversalidade, interdisciplinaridade,
transdisciplinaridade, criatividade e criticidade. A metodologia adotada foi pautada
nas dimenses Novikoff. O estudo foi de natureza qualitativa. Os resultados
sinalizaram boas perspectivas do uso deste espao para fomento do ensino e
pesquisa, mas contraditoriamente os ambientes pesquisados ainda carecem de
funcionalidade. As representaes encontradas foram do tipo comercial se
distanciando da perspectiva globalizante necessria a uma Educao Ambiental
transversal, critica e criativa.
Palavras-chave: Educao Ambiental; Ciberespao; Comunicao Visual; Estado do Produto.
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ABSTRACT
Through the Knowledge Status and the Product Status comprehension, it is
noticeable that the existence of a blog that brings together diverse information on
Environmental Education, in a dynamic and functional way, is required. In this context,
issues concerning the Brazilian Cyberspace and its relation to Environmental
Education arise. What are the existing websites and blogs dealing with Environmental
Education-related topics? What is the quality of these cyberspaces for the teaching
and researches on Environmental Education? How is the visual communication in
favor of Environmental Education on these websites? Do they fulfill the specificities of
multiple dimensions of information? Thus, it is aimed to investigate the relation
between the Brazilian cyberspace and its representation on Environmental Education
and, then, propose the creation of a blog as a gateway for the spread of diverse
information and data through texts, images, audio and videos on the topic, in
agreement with the transversality, interdisciplinarity, transdisciplinarity, creativity and
criticality. The adopted methodology was based on the Novikoff Dimensions. The
study has a qualitative approach. The results signaled good perspective on the use of
these sites for the improvement of teaching and research; on the other hand, these
same sites still lack functionalities. Representations that were found are commercial-
like, moving away from the totalizing perspective, which is required to reach a
transversal, critical and creative Environmental Education.
Keywords: Environmental Education, Cyberspace, Visual Communication, Product
Status.
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SUMRIO
1 INTRODUO ................... 17
2 DIMENSO TERICA........ 20
2.1 Definies de Educao Ambiental e Meio Ambiente............................ 20
2.1.1 Aspectos Histricos da Educao Ambiental............................................ 23
2.1.1.1 Indcios da Educao Ambiental no Sculo XIX ................................... 23
2.1.1.2 Educao Ambiental no Sculo XX ...................................................... 24
2.1.1.3 Educao Ambiental no Sculo XXI...................................................... 29
2.1.2 Educao Ambiental e os PCNs.............................................................. 30
2.1.3 Educao Ambiental Crtica ..................................................................... 33
2.2 Ciberespao e Cibercultura...................................................................... 35
2.2.1 Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade para Desenvolvimento do
Ciberespao................................................................................... 37
2.3 Comunicao Visual/Virtual...................................................................... 40
2.3.1 Comunicao Visual no Ambiente Virtual................................................ 40
2.3.2 As TICs e as redes sociais (blog) ............................................................ 42
2.4 As Representaes na avaliao do Ciberespao .................. 46
3 MTODO DE ESTUDO................................................................................... 48
3.1 Caminho Metodolgico ....................... 49
4 DIMENSO MORFOLGICA..................................................................... 54
4.1 O Estado do Conhecimento ..................................................................... 55
-
4.1.1 Banco de Teses da CAPES ..................................................................... 55
4.2 Anlise dos blogs e sites ......................................................................... 58
4.3 O Estado do Produto ................................................................................ 60
4.4 Descrio dos dados do Estado do Produto ......................................... 63
4.5 Grande Categoria Arquitetura do Ambiente Virtual............................... 64
4.6 Grande Categoria Caractersticas do Ambiente Virtual......................... 66
4.7 Grande Categoria Abordagem do contedo acerca da Educao
Ambiental.......................................................................................................... 70
5 DIMENSO ANALTICO CONCLUSIVA ........... 73
5.1 Relao do Estado do Conhecimento com o Estado do Produto
e a Teoria ............................................. 73
5.2 Produto .............................. 76
6. CONSIDERAES FINAIS.......................... 80
REFERNCIAS......................... 83
ANEXOS.................................... 90
APNDICES.............................. 91
-
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Identificao ......................................................................................... 61
Quadro 2: Arquitetura do Ambiente Virtual ........................................................... 62
Quadro 3: Caractersticas do Ambiente Virtual .................................................... 62
Quadro 4: Anlise da abordagem do contedo acerca da Educao Ambiental . 63
-
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Tabela Analtica de Sites e Blogs de Coutinho e Novikoff .................. 52
Tabela 2: Arquitetura do Ambiente Virtual ........................................................... 64
Tabela 3: Caracterstica do Ambiente Virtual ...................................................... 66
Tabela 4: Anlise da Grande Categoria Abordagem do Contedo acerca da
Educao Ambiental ......................................................................... 71
-
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1: Distribuio de categorias do Estado de Conhecimento ........... 56
Grfico 2: Categoria de Ambiente Virtual ................................................... 64
Grfico 3: Distribuio da Categoria Ambiente Virtual ................................ 65
Grfico 4: Distribuio da Mdia Categoria Tipologia ................................. 67
Grfico 5: Distribuio da Mdia Categoria Cores do Ambiente ................. 67
Grfico 6: Distribuio da Mdia Categoria Qualidade das Imagens ......... 68
Grfico 7: Distribuio Mdia Categoria Relao Texto com Imagem dos
ambientes virtuais estudados ....................................................... 68
Grfico 8: Qualidade dos udios e Vdeos .................................................... 69
Grfico 9: Distribuio da Atualizao dos ambientes virtuais .................... 69
Grfico 10: Fontes de Consulta ....................................................................... 70
Grfico 11: Distribuio da Mdia Categoria Reigota sinalizadas nos
ambientes virtuais estudados ...................................................... 71
Grfico 12: Distribuio da Mdia Categoria Lefebvre sinalizadas nos
ambientes virtuais estudados ...................................................... 72
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Modelo de prtica de ensino e aprendizagem com tecnologias de
informao e de comunicao (TICs) ............................................... 44
Figura 2: Dimenses Novikoff (2010, p. 3) ........................................................ 50
Figura 3: Print screen do site Instituto Caranguejo ......................................... 60
Figura 4: Logomarca Semear Educao Ambiental ......................................... 78
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LISTA DE SIGLAS
ANPEd - Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Educao.
AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem.
CAPES - Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior.
CEO - Chief Executive Officer.
DDTs - Dicloro-Difenil-Tricloroetano.
EA - Educao Ambiental.
EaD - Educao Distncia.
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria.
FBOMS - Frum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais.
FOA Fundao Educacional Oswaldo Aranha.
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis.
LAGERES Laboratrio de Estudos e Pesquisas em Representaes Sociais
na/para formao de professores na Unigranrio.
MEC - Ministrio da Educao e Desporto.
MECSMA - Mestrado Profissional em Ensino de Cincias da Sade e do Meio
Ambiente.
NTICs - Novas Tecnologias de Informao e de Comunicao.
ONG - Organizao No Governamental.
ONU - Organizao das Naes Unidas.
PCN's - Parmetros Curriculares Nacionais.
PIEA - Programa Internacional em Educao Ambiental.
PNEA - Poltica Nacional de Educao Ambiental.
ProNEA Programa Nacional de Educao Ambiental.
REBECA - Rede Brasileira de Educomunicao Ambiental.
-
SIBEA - Sistema Brasileiro de Informao sobre Educao Ambiental e Prticas
Sustentveis.
TEASS - Tratado de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis e
Responsabilidade Global.
TICs Tecnologia da Informao e da Comunicao.
UNESCO - Organizao das Naes Unidas para a Educao.
-
LISTA DE ANEXOS
Anexo 01:
Tabela de Anlise de Textos acadmicos-cientficos, segundo as
Dimenses Novikoff ..........................................................................
90
-
LISTA DE APNDICES
APNDICE 1: Quadro 2 - Descrio dos Sites e Blogs pesquisados ............ 91
APNDICE 2: Tabela 3 Fragmento da Tabela Analtica de Sites e Blogs
de Coutinho e Novikoff com alguns dados ..............................
96
-
17
1 INTRODUO
A Educao Ambiental, enquanto tema emergente, encontra-se deliberada
na Lei de Poltica Nacional de Educao Ambiental n 9795/99 PNEA (BRASIL, 1999),
onde se contempla os princpios norteadores imprescindveis para a formao do
sujeito ecolgico e; na Carta Magna, em seu Captulo VI, Do Meio Ambiente, que
define, em seu Art. 225, 1, VI, a obrigatoriedade de se promover a Educao
Ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao
do meio ambiente.
A PNEA delineia suas aes atravs do Programa Nacional de Educao
Ambiental ProNEA, que consiste em um programa de mbito nacional, cuja aplicao,
execuo, monitoramento e avaliao acerca da Educao Ambiental podero ocorrer
a partir de todos os nveis sociais, assim como tambm nas esferas governamentais.
A Educao Ambiental, segundo a EMBRAPA no tpico referente ao Meio
Ambiente1 (2013) pode ser entendida como um instrumento pelo qual "o indivduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Os preceitos acima registrados denotam a fora que estes determinantes
legislativos possuem, de se tornar real, o que torna-se ideal em nossas salas de aula,
porm apesar de fora determinante, esta questo s se objetiva se os sujeitos tiverem
conhecimento, conscincia e atitude.
Ao se entender a Educao Ambiental como processo de responsabilidade
de todo cidado, compreende-se da que a sua propagao se faz essencial. Por igual,
a universidade, enquanto lugar do saber, tem a responsabilidade de disseminar a
atitude e conhecimentos que promovam a Educao Ambiental.
1 Cf. Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento e Avaliao de Impacto Ambiental - Embrapa Meio
Ambiente in http://www.cnpma.embrapa.br/projetos/index.php3?sec=eduam:::98.
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18
Neste sentido, assinala-se que, se por um lado, estamos diante de um
momento crtico na histria da Terra2 em razo da fragilidade e interdependncia,
estamos, tambm, frente a uma diversidade de estudos e pesquisas (JACOBI, 1999,
2000, 2003; CARVALHO, 2001; MARTINEZ, 2004), que apresentam novas informaes
acerca do futuro da Terra, com destaque para a perspectiva interdisciplinar e at
mesmo transdisciplinar para se pensar e enfrentar os problemas da sustentabilidade.
Assim, a interdisciplinaridade poder ser um primeiro caminho para o enfrentamento e a
superao dos problemas ambientais.
A partir da busca em diferentes sites e blogs da Web, numa leitura flutuante
(BARDIN, 2004), percebemos a necessidade da existncia de um blog que reunisse
diversas informaes que permitissem o estudo da Educao Ambiental com dados
dispostos de formas variadas em textos, imagens, vdeos e udios.
Neste sentido emergem questes acerca do Ciberespao brasileiro e sua
relao com a Educao Ambiental: quais so os sites e blogs existentes no Brasil que
tratam de assuntos relacionados Educao Ambiental? Qual a qualidade desses
Ciberespao s para o ensino e pesquisa sobre a Educao Ambiental no Brasil? Como
a comunicao visual em prol da Educao Ambiental desses sites? Estes atendem
s especificidades de mltiplas dimenses de informao?
Assim, objetivamos investigar a relao entre o Ciberespao brasileiro e suas
representaes acerca de Educao Ambiental para propor a construo de um blog
como portal de difuso de dados e informaes diversificadas em forma de textos,
imagens, udios e vdeos sobre a temtica, atendendo aos critrios de
transversalidade, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, criatividade e criticidade.
Para a consistncia e validade do estudo aqui desenvolvido configuramos
um corpus terico e de dados que permitisse concretizar o nosso produto.
Inicialmente foi realizada uma pesquisa no banco de dados da Coordenao
de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior - CAPES (2002 a 2011) como
primeira tarefa das dimenses Novikoff (2010), seguida de anlise quanto ao Estado
2 Carta da Terra. Disponvel em: < http://pga.pgr.mpf.gov.br/boletins/arquivos-de-boletins-2009/a-carta-
da-terra/?searchterm=valor%20da%20educa%C3%A7%C3%A3o%20ambiental>. Acessado: 02/04/2012.
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19
do Conhecimento (ROMANOWSKI; ENS, 2006) e; da pesquisa de campo virtual, que
denominamos estado de produto.
Toda a pesquisa foi delineada segundo Novikoff (2010), que norteia o
planejamento, o desenvolvimento e a descrio de um estudo em cinco dimenses: A
Epistemolgica, onde se define o problema, o objeto, o objetivo e os pressupostos
delineados aps o estudo do conhecimento da rea e/ou tema; a Terica, onde so
observados autores que discutem sobre a temtica proposta; a Tcnica, onde se
descreve o mtodo de estudo, os sujeitos, o lcus da pesquisa e os instrumentos
necessrios para coleta de dados; a Morfolgica, onde os resultados so descritos de
forma estatstica ou textual; e a Analtico-conclusiva, onde se discute o objeto de
estudo, articulando teoria com resultados alcanados de modo a elaborar a concluso.
Em sntese, o trabalho de natureza aplicada vem ao encontro da noo de
inovao de produto e processo, segundo o Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes
para Coleta e Interpretao de Dados sobre Inovao Tecnolgica (BRASIL, 2004) em
que o processo de inovao de um produto est, tambm, na difuso de informao
eis a misso de nosso blog difundir a Educao Ambiental de modo crtico, criativo e
transdisciplinar.
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20
2. DIMENSO TERICA
Neste captulo sero apresentadas algumas teorias acerca da Educao
Ambiental e Meio Ambiente. Inicia-se com os Aspectos Histricos da Educao
Ambiental Mundial e Brasileira, em um segundo momento apresenta uma abordagem
acerca do Ciberespao a partir de alguns conhecimentos basilares, seguido de alguns
conceitos do Ciberespao e da Cibercultura, abordando tambm a Interdisciplinaridade
e Transdisciplinaridade para Desenvolvimento do Ciberespao. Continuando nossa
abordagem, apresentamos a Comunicao visual no ambiente virtual seguida das
Tecnologias de Informao e Comunicao TICs e as redes sociais dando nfase ao
blog. Finalmente, na dimenso terica destacamos as Representaes na avaliao do
Ciberespao sob a Luz de Reigota e Lefebvre.
2.1 Definies de Educao Ambiental e Meio Ambiente
Este tpico ir tratar de alguns entendimentos referentes Educao
Ambiental, seguido de uma abordagem sobre os aspectos histricos do tema.
Perpassar tambm pelo cenrio brasileiro e se findar com alguns apontamentos
sobre as diferenas entre a Educao Ambiental e o Meio Ambiente.
Para entender a Educao Ambiental necessrio distinguir os
conhecimentos acerca desse assunto, com relao a todos aqueles que se encontram
imersos nas noes conceituais de meio ambiente.
Neste sentido, Reigota (2004) apela para a necessidade crucial de se
conhecer as concepes de meio ambiente das pessoas envolvidas na atividade, antes
de qualquer procedimento em Educao Ambiental. O autor cita que h uma variedade
de definies que dependem de interesses cientficos, artsticos e polticos, dentre
outros.
-
21
Reigota (2004) define meio ambiente como:
[...] um lugar determinado e/ou percebido onde esto em relaes dinmicas e em constante interao os aspectos naturais e sociais. Essas relaes acarretam processos de criao cultural e tecnolgica e processos histricos e polticos de transformao da natureza e da sociedade (REIGOTA, 2004. p. 21).
Entre estas definies, Reigota (KUS et al., 2012) pontua as concepes de
trs modos, a saber: 1) Antropocntrica diz respeito aos sujeitos que focam sua
ateno na utilidade dos recursos naturais para sobrevivncia e dispe destes para
garantir melhor condio de vida para si; 2) Globalizante, em que se destaca as
relaes de reciprocidade entre a sociedade e a natureza, enfocando aspectos naturais,
polticos, sociais, econmicos, filosficos e culturais, compreendendo o ser humano,
portanto, como parte do meio e; 3) Naturalista, quando so ressaltados os aspectos da
natureza, como se o meio ambiente estivesse voltado apenas para o que natural.
Reigota (2004) parte do princpio de que a realizao da Educao
Ambiental no significa o mesmo que o ensino de Ecologia, e que a mesma necessita
da articulao dos fenmenos biolgicos, fsicos e qumicos aos econmicos e sociais.
O presente trabalho parte do mesmo princpio, j que considera o mbito social
importante no exerccio da Educao Ambiental.
A concepo de Educao Ambiental na qual este trabalho est pautado no
est vinculada transmisso simplista de conhecimentos sobre a natureza e processos
fisioqumicos da mesma, mas sim possibilidade de prticas sociais mais significativas
por parte dos cidados.
Reigota (2007) aponta que mediante as caractersticas pedaggicas, a
Educao Ambiental poder ocorrer em todos os ambientes de aprendizagem, assim
como no currculo de todas as disciplinas, surgindo, portanto a demanda pela
ampliao da compreenso da Educao Ambiental.
Pelegrini e Vlach (2011) destacam a distncia entre a universidade e a
escola diante dos debates acadmicos acerca dos problemas ambientais. A
complexidade do ensino referente Educao Ambiental torna-se muito mais rdua e
vai alm de um desafio didtico-pedaggico. A ampliao da discusso deste tema de
-
22
forma transversal poder ser um dos caminhos para um melhor entendimento da crise
da modernidade que se manifesta no apenas por intermdio do desajuste ambiental,
mas tambm por meio do agravamento dos problemas sociais, polticos e econmicos
(PELEGRINI; VLACH, 2011. p.1).
Frente formao de sujeitos capazes de compreender o mundo e agir nele
de forma crtica, encontramos Carvalho (2011) acreditando ser este o melhor caminho
para a mudana de atitude como um convite releitura educativa de um mundo
complexo e mutante. A educadora assinala a importncia de uma nova forma de
Educao Ambiental atravs de anlise crtica, transformando a natureza em cultura,
atribuindo-lhe sentidos, trazendo-a para o campo da compreenso e da experincia
humana de estar no mundo e participar da vida. Dentro dessa proposta, o educador se
transforma em intrprete/mediador, tradutor de mundos. Um provocador que desperta
novos olhares sobre o meio em que vivemos e o nosso papel neste contexto.
Outro estudo nesta linha o de Martias (2012) que aborda a temtica da
Educao Ambiental no Brasil. Assim como outros autores, ele destaca a dificuldade da
veiculao das discusses acadmicas acerca da Educao Ambiental nas escolas de
formao bsica. Nesta tnica, Martias acentua a demanda sobre a ampliao da
discusso ambiental contnua sendo apontada como estratgia de sensibilizao da
problemtica ambiental. Como resultado, sua pesquisa aponta questes semelhantes a
outros tericos, que destacam o entendimento da crise ambiental como sintoma da
crise da modernidade que desponta tambm a partir de dificuldades sociais, polticas e
econmicas.
Para Tozoni-Reis (2006, p.1):
A Educao Ambiental crtica e emancipatria exige que os conhecimentos sejam apropriados, construdos, de forma dinmica, coletiva, cooperativa, contnua, interdisciplinar, democrtica e participativa, voltados para a construo de sociedades sustentveis.
-
23
Tozoni-reis (2006) se embasa na pedagogia freireana para tratar de temas
ambientais como temas geradores para a Educao Ambiental, ou seja, estratgias de
conscientizao acerca da desigualdade social como despertar para a construo de
descobertas a partir do saber popular.
As descobertas acontecem com base nas experincias das experincias
cotidianas dos estudantes, reafirmando a ao-reflexo-ao da pedagogia freireana.
Propostas educativas ambientais conscientizadoras podem gerar aes igualmente em
prol da conscientizao.
2.1.1 Aspectos Histricos da Educao Ambiental
Na composio deste texto histrico lanamos mo de informaes contidas
em diferentes fontes para apresentar a Educao Ambiental. Como se tratam de
informaes nacionais e estrangeiras, as apresentamos em ordem cronolgica,
divididas entre os sculos XIX, XX e XXI.
2.1.1.1 Indcios da Educao Ambiental no Sculo XIX
Pode-se identificar como um dos primeiros indcios de Educao Ambiental
no Brasil a criao do Jardim Botnico no Rio de Janeiro em 1808. Em 1850, Dom
Pedro II criou a Lei de N 601 que proibia a explorao florestal, porm esta lei foi
desacreditada potencializando assim o desmatamento gerado para insero da
monocultura de caf (MARCATTO, 2002; BRASIL, 2013).
Diante de outro cenrio, no ano de 1869 surge uma nova nomenclatura a
Ecologia, proposta pelo bilogo alemo Ernest Haeckel. No Brasil, em 1876, o
Engenheiro Andr Rebouas prope a formao de parques nacionais na Ilha de
Bananal e em Sete Quedas (MARCATTO, 2002; BRASIL, 2013).
Outro momento de grande importncia se deu em 1889, quando o escocs
Patrick Guedes, considerado o Pai da Educao Ambiental, props que uma criana
-
24
em contato com sua realidade e seu ambiente aprenderia melhor (MARCATTO, 2002;
BRASIL, 2013).
Outro fato relevante aconteceu no Brasil em 1891, com o Decreto 8.843, que
props a criao da reserva florestal no estado Acre. Logo depois no mesmo pas, em
1896, foi criado o Parque da Cidade, a primeira rea verde no estado de So Paulo
(MARCATTO, 2002; BRASIL, 2013).
2.1.1.2 Educao Ambiental no Sculo XX
No sculo XX pode-se identificar a ampliao de aes ligadas Educao
Ambiental no Brasil, iniciando-se em 1920, quando o governo brasileiro considera
extinto o Pau Brasil (MARCATTO, 2002; BRASIL, 2013).
Aps doze anos, em 1932, acontece a primeira Conferncia Brasileira de
Proteo Natureza, no Museu Nacional do Rio de Janeiro, a primeira Conferncia
Brasileira de Proteo Natureza. Logo a seguir, em 1934, surge o Decreto 23.793 que
transforma em Lei o Anteprojeto de Cdigo Florestal (MARCATTO, 2002; BRASIL,
2013).
Quanto ao surgimento dos Parques no cenrio brasileiro, encontramos, em
1937, a criao do Parque Nacional do Itatiaia e, dois anos aps, em 1939, o Parque
Nacional do Iguau (MARCATTO, 2002; BRASIL, 2013).
A Educao Ambiental no Brasil j era citada no Decreto Legislativo Federal
N 3 de 13 de fevereiro de 1948, que primava pela proteo da fauna, flora e beleza
naturais da Amrica (PEDRINI, 2001, p. 36).
Nas dcadas de 60 e 70, surgiram diversas manifestaes sobre a
preservao dos recursos naturais, previses nada agradveis do colapso ambiental
ocasionado pelo consumo desenfreado e o alarme da comunidade cientfica mundial
sobre as consequncias ambientais do modelo econmico predominante (HAMMES,
2004).
-
25
Dias (2002) destaca o livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson biloga
americana considerada, poca, escritora da natureza, publicado em 1962, como
referncia que despertou mundialmente o embate contra o uso de DDTs3 nos Estados
Unidos e o movimento ambientalista, provocando assim a humanidade a refletir sobre o
uso dos recursos naturais.
Dentre estas manifestaes da poca destaca-se o Clube de Roma em
1968, onde cientistas dos pases desenvolvidos se reuniram para discutir o futuro da
humanidade a partir da tica do consumo. Deste encontro, concluram que era
necessrio que se buscasse meios para a conservao dos recursos naturais, para o
controle de crescimento populacional e para o investimento em mudana de
mentalidade (REIGOTA, 2004). Este encontro resultou na publicao do relatrio Os
limites do crescimento em 1972, quando aconteceu a Conferncia de Estocolmo,
promovida pela Organizao das Naes Unidas-ONU, onde a abordagem sobre o
Ambiente Humano surgiu pela primeira vez atravs da expresso desenvolvimento
sustentvel.
Muitos eventos internacionais foram realizados e muitos ficaram conhecidos
pelos nomes das cidades que os sediavam. Pedrini (2001) define que o marco inicial
para a Educao Ambiental foi a Conferncia da Organizao das Naes Unidas
sobre o Ambiente Humano a Conferncia de Estocolmo, realizada em 1972 na
Sucia. Foi neste evento que se atribuiu Educao Ambiental uma funo estratgica
para a soluo da crise ambiental internacional.
Pedrini (2001, p. 26) relata ainda que o Plano de Ao da Conferncia de
Estocolmo recomendou a capacitao de professores e o desenvolvimento de novos
mtodos e recursos instrucionais para a Educao Ambiental. Pode-se observar que a
Educao Ambiental foi instituda como ferramenta importante neste processo de
conscientizao ambiental e que j neste evento, a formao do professor pde ser tida
como ponto chave para o exerccio real da mesma.
A UNESCO promoveu trs conferncias internacionais em Educao
Ambiental: Belgrado, Tbilisi e Moscou, onde de cada uma delas derivou-se uma
3 Dicloro-Difenil-Tricloroetano, primeiro pesticida moderno.
-
26
declarao. A Carta de Belgrado, construda em 1975, na ex-Iugoslvia, alm de visar
construo de uma nova tica planetria, que apontava a erradicao da misria e a
negao do desenvolvimento de uma nao custa de outra, tambm foi sugerida a
criao do Programa Internacional em Educao Ambiental, conhecido como PIEA
(PEDRINI, 2001).
A Conferncia de Tbilisi ocorreu em 1977, na Gergia, quando foram dados
alguns pontos de partidas em relao s formulaes de objetivos, caracterizao,
funcionalidade e estratgias da Educao Ambiental. Dias (2002) expe que a melhor
definio de Educao Ambiental encontra-se na Declarao de Tbilisi:
um processo contnuo no qual os indivduos e a comunidade tomam conscincia de seu ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experincias e a determinao que os tornem aptos a agir individual e coletivamente e resolver os problemas ambientais presentes e futuros. (DIAS, 2002. p. 66)
A terceira Conferncia foi realizada em Moscou (antiga Unio Sovitica), em
1987, com a reunio de cerca de trezentos educadores ambientais. Segundo Hammes
(2004), nesta Conferncia, os pases participantes firmaram compromisso de incluir a
Educao Ambiental em suas polticas educacionais.
A Conferncia de Moscou consolidou as recomendaes das duas
conferncias anteriores promovidas pela UNESCO e criou um arcabouo terico-
metodolgico mais aperfeioado, no qual foi montado um plano de ao para a dcada
de 90 (PEDRINI, 2001).
Em terras brasileiras, no ano de 1981, o ento presidente Joo Figueiredo,
sancionou a lei N 6938, que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente. O
objetivo foi de preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental propcia vida,
visando assegurar, (...), condies ao desenvolvimento socioeconmico, aos interesses
da segurana nacional e proteo da dignidade da vida humana. Para tal
estabeleceu 10 princpios, dentre os quais estaria o de educao ambiental a todos os
nveis de ensino, inclusive a educao da comunidade, objetivando capacit-la para
participao ativa na defesa do meio ambiente (BRASIL, 2013).
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27
Em meio ao processo de Conferncias relativas preocupao ambiental
para a atividade educacional, iniciou-se, em 1983, na Noruega, com um grupo de
experts, a criao de um relatrio mundial denominado Nosso futuro comum. Este,
publicado em 1987, ano em que acontecia a Conferncia em Moscou, tratava das
principais questes ambientais em relao ao desenvolvimento. Esse documento
passou a ser referncia para a necessidade de uma nova Conferncia da ONU,
programada para o Rio de Janeiro (Brasil) em 1992 (CASCINO, 1999).
Trs anos depois, em 1984, o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama), propem a resoluo N 001/86, que estabelece as diretrizes para as aes
de Educao Ambiental, sendo a mesma aprovada em 1986. J o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis IBAMA foi criado em 1989, com
a Lei 7335.
Em 1988 emerge a Constituio Federal onde se estabelece, em seu artigo
225, que todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e que a
Educao Ambiental precisa ser promovida. Em 1991, foi delineado pelo Ministrio da
Educao que os currculos escolares fossem adequados s exigncias sociais. Dando
apoio a estas exigncias, em 1994, foi criado o PRONEA Programa Nacional de
Educao Ambiental (HAMMES, 2004).
Um marco do ensino nacional ocorreu em 1991, quando o Ministrio da
Educao e Cultura MEC criou a Portaria de N 678 com a determinao de que os
sistemas de ensino considerassem contedos de Educao Ambiental.
Pedrini (1997) cita que, durante o evento, o Ministrio da Educao e
Desporto, realizou um workshop paralelo Conferncia, onde aprovaram a Carta
Brasileira para a Educao Ambiental, que evocava a imediata insero da Educao
Ambiental em todos os nveis.
No ano seguinte, em 1992, aconteceu no Brasil a Conferncia da ONU sobre
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, intitulada Rio-92, que confirmou as premissas de
Tbilisi, e lanou a Agenda 21 destacando um captulo destinado Promoo da
Educao, da Conscincia Poltica e do Treinamento, assinalando o reconhecimento da
necessidade de buscar um novo modelo de desenvolvimento - o sustentvel.
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28
Diante deste reconhecimento, apontou a Educao Ambiental como
processo de promoo estratgica desse novo modelo (DIAS, 2002).
Paralelamente Rio-92 aconteceu o Frum Global, de onde nasceu o
Tratado de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis e Responsabilidade
Global (TEASS), evento do qual originou-se a Carta da Terra, proposta pela biloga
Michle Sato.
A Carta da Terra constitui-se uma declarao composta de reflexes
nascidas a partir da construo de anlises crticas acerca da evoluo da Terra e tece
discusses sobre interdependncia e a fragilidade do planeta. Tal relao deixa dvidas
sobre o nosso futuro, e uma forma de prosseguir se d com a aceitao de que
vivemos em meio a diversidades em vrios aspectos, ou seja, desde as variadas formas
de se viver, perpassando pelas diferentes culturas que resultam no entendimento de
juntos formamos uma grande etnia que comunga um mesmo caminho futuro.
Diante dessa compreenso, os homens deveriam potencializar a sinergia
humana em prol de uma uma sociedade sustentvel global baseada no respeito pela
natureza, nos direitos humanos universais, na justia econmica e numa cultura da paz
(BRASIL, 2013).
Alcanar um objetivo como esse s ser possvel se os habitantes do nosso
planeta tomarem conscincia das suas atribuies enquanto seres vivos que devero
viver em sinergia com todos os seres deste planeta.
Em Thessaloniki, na Grcia, aconteceu, em 1997, a Conferncia
Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educao e Conscientizao para a
Sustentabilidade. O texto final da conferncia reafirmou o que j havia sido
recomendado em encontros anteriores de Educao Ambiental.
Apenas em 1999 a Educao Ambiental tornou-se reconhecida no Brasil,
com a da Lei 9795, que instituiu a Poltica Nacional de Educao Ambiental.
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2.1.1.3 Educao Ambiental no Sculo XXI
No Sculo XXI, o Brasil deu seu primeiro sinal acerca da Educao
Ambiental, em 2002, com o lanamento do Sistema Brasileiro de Informao sobre
Educao Ambiental e Prticas Sustentveis (SIBEA). No mesmo ano, o Decreto N
4.281, de 25 de junho de 2002, regulamentou a Lei que instituiu a Poltica Nacional de
Educao Ambiental.
De 26 de agosto a 04 de setembro de 2002 em Johanesburgo (frica do
Sul), foi realizada a Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentvel, a Terceira
Conferncia Mundial promovida pela ONU para discutir os desafios ambientais do
planeta.
Dois anos aps, em setembro de 2004, houve a Consulta Pblica do
ProNEA, o Programa Nacional de Educao Ambiental, que agrupou as colaboraes
de mais de 800 educadores ambientais brasileiros. Dois meses aps, em novembro de
2004, foi realizado o V Frum Brasileiro de Educao Ambiental, depois de um hiato
entre o IV Frum, com o lanamento da Revista Brasileira de Educao Ambiental e a
criao da Rede Brasileira de Educomunicao Ambiental - REBECA. No mesmo ms,
foi oficializado o Grupo de Trabalho em Educao Ambiental da ANPEd, originado de
um Grupo de Estudos que evoluiu para Associao Nacional de Ps-Graduao e
Pesquisa em Educao. Finalmente criou-se o Grupo de Trabalho de Educao
Ambiental no FBOMS, o Frum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais.
Outros eventos foram realizados, durante este perodo, em relao
Educao Ambiental em mbito internacional, porm, pode-se considerar que os
citados so referncias significativas que ampararam os conceitos e princpios da
Educao Ambiental e o fazem at o presente momento.
Nesta perspectiva histrica encontramos o trabalho de Pedrini (2001),
assinalando que a Educao Ambiental surge a partir da necessidade da transformao
do uso imprprio dos recursos naturais, em primeira instncia, os situados nas
proximidades do habitat humano que so agredidos, esgotados e expandidos
geograficamente, ampliando assim a escassez de recursos naturais.
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30
Pedrini ainda observa que somente quando o homem identifica que os
recursos naturais so finitos, ele passa a buscar solues e alternativas atravs da
legislao como forma de evitar a sua prpria extino. A partir desse fato surge ento
a fundamentao da Educao Ambiental que ainda se encontra em desenvolvimento.
Pedrini (2001) relata que as declaraes so importantes fontes de
pesquisas para a prtica da Educao Ambiental, apesar de apresentarem algumas
contradies, principalmente em pressupostos polticos. Porm, h tambm avanos
elogiveis, como os conceitos e mtodos da Educao Ambiental e dispositivos legais
para sua realizao.
2.1.2 Educao Ambiental e os PCNs
Os Parmetros Curriculares Nacionais foram apresentados com um tema
transversal em 1997, j a lei Federal n 9795, consiste na mais atual sobre Educao
Ambiental. Sancionada em 27 de abril de 1999, ela institui a Poltica Nacional de
Educao Ambiental, que veio definir princpios relativos Educao que deveriam ser
adotados no Pas, e que foi regulamentada pelo Decreto n 4.281 (HAMMES, 2004).
A Poltica Nacional de Educao Ambiental se destaca pela insero da
Educao Ambiental em todos os seguimentos da educao de forma integrada,
contnua e permanente em todas as modalidades do ensino formal e informal.
A Poltica Nacional de Educao Ambiental define que a Educao
Ambiental no formal compreende as aes e prticas educativas voltadas
sensibilizao da coletividade sobre as questes ambientais e sua organizao e
participao na defesa da qualidade do meio ambiente.
Entre as polticas pblicas, encontramos o Programa Nacional de Educao
Ambiental ProNEA, que vislumbra trs eixos de atuao, sendo eles a capacitao de
gestores e educadores, o desenvolvimento de aes educativas e o desenvolvimento
de instrumentos e metodologias, que apresentam sete caminhos de atuao acerca da
Educao Ambiental por meio do ensino formal; Educao no processo de gesto
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31
ambiental; Campanhas de Educao Ambiental para usurios de recursos naturais;
Cooperao com meios de comunicao e comunicadores sociais; Articulao e
integrao comunitria; Articulao intra e interinstitucional e a Rede de centros
especializados em Educao Ambiental em todos os estados.
O Programa Nacional de Educao Ambiental tornou-se perdurvel e
reconhecido no mbito governamental, apresentando como caracterstica norteadora a
perspectiva da sustentabilidade ambiental na construo de uma nao igualitria. A
partir deste programa objetiva-se:
Assegurar, no mbito educativo, a interao e a integrao equilibradas das mltiplas dimenses da sustentabilidade ambiental ecolgica, social, tica, cultural, econmica, espacial e poltica ao desenvolvimento do pas, buscando o envolvimento e a participao social na proteo, recuperao e melhoria das condies ambientais e de qualidade de vida (BRASIL, 2005, p. 35).
Para tanto, necessrio seguir algumas diretrizes norteadas pela
Transversalidade e Interdisciplinaridade; Descentralizao Espacial e Institucional;
Sustentabilidade Socioambiental; Democracia e Participao Social; Aperfeioamento e
Fortalecimento dos Sistemas de Ensino, Meio Ambiente e outros que tenham interface
com a Educao Ambiental.
Sem adentrar em cada diretriz, abordamos as que cercam o conceito de
interdisciplinaridade e de transdisciplinaridade como forma de esclarecer o lugar da
transversalidade que impactam no nosso estudo sobre Blogs que exigem as mesmas
diretrizes.
Iniciamos apontando que a transversalidade e a interdisciplinaridade
[...] so modos de se trabalhar o conhecimento que buscam uma reintegrao de aspectos que ficaram isolados uns dos outros pelo tratamento disciplinar. Com isso, busca-se conseguir uma viso mais ampla e adequada da realidade, que tantas vezes aparece fragmentada pelos meios de que dispomos para conhec-la e no porque o seja em si mesma (GARCIA, 2013, p.1).
Vale destacar que o programa, a partir da prtica da transversalidade como
forma de internalizao no meio social, estimula o "dilogo interdisciplinar entre as
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32
polticas setoriais e a participao qualificada nas decises sobre investimentos,
monitoramento e avaliao do impacto de tais polticas" (BRASIL, 2005, p. 33).
Segundo Garcia (2013, p. 8), o dilogo interdisciplinar e a abordagem
transdisciplinar possibilitam nova perspectiva sobre a Educao Ambiental, onde est
mais ligada somente ecologia e sim a uma diversidade e integridade de
conhecimentos.
A transdisciplinaridade, segundo Nicolescu, carrega o prefixo trans
indicando dizer:
[...] respeito quilo que est ao mesmo tempo entre as disciplinas, atravs das diferentes disciplinas e alm de qualquer disciplina. Seu objetivo a compreenso do mundo presente, para o qual um dos imperativos a unidade
do conhecimento (NICOLESCU,1999, p. 53).
Este entendimento integrador possibilita significar a Educao Ambiental
para alm do limite ecolgico. Tal abordagem vem ao encontro do que Morin pontua
como importante para a anlise do homem, ou seja, o ser humano no aceita reduzir o
outro a um nico aspecto e o considera na sua multidimensionalidade (MORIN, 2004,
p. 114).
O mtodo de Morin exige, ento, a multirreferencialidade para pensarmos a
complexa realidade, ou melhor, nos diferentes nveis de realidade que se apresentam
os fenmenos da natureza e seus antagonismos. Portanto, faz-se necessria uma
maneira de pensar que ultrapasse os limites dos diversos campos do conhecimento
humano, e que inclua mltiplas perspectivas e efetuar a transversalidade.
Assim, podemos pensar a observao na e da Educao Ambiental, seja no
ambiente virtual ou no, sendo multifocal. Isto equivale a lanar luzes sobre o
econmico, sem desconsiderar o social, o artstico, o esttico, o lingustico, o cultural e
o histrico.
A Educao Ambiental, neste cenrio de complexidade e da
transdisciplinaridade, assume um papel constituindo um equilbrio entre o homem e os
recursos naturais (PIRES, 1998, p. 62).
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33
A partir desta abordagem ampliada de Educao Ambiental, no h espao
para a excluso de dicotomias entre o sujeito e a natureza. O sujeito a natureza e
esta o sujeito.
2.1.3 Educao Ambiental Crtica
A proposta para uma Educao Ambiental Crtica nasce com a inteno de
oferecer um reposicionamento da ideia primria acerca da Educao Ambiental.
Guimares (2004, p. 1) destaca a necessidade de se ressignificar a EA
como crtica, por compreender a urgncia da transformao socioambiental necessria
sobrevivncia deste planeta.
Acredita-se que essa proposta poder consolidar um novo posicionamento
rico em comprometimento, idealismo e sinergia, uma vez que se tm vivido momentos
de ampla interao entre o contexto educacional e as esferas socioculturais
(CARVALHO, 2011, p. 151).
Da apreendermos que constituda a partir de uma proposta tica, a EA a ser
difundida no nosso blog pretende alcanar mudanas reais que conjecturem a
necessidade real do nosso ambiente.
Uma proposta de EA demanda intensas transformaes no meio educativo, o
que gera ao mesmo tempo, suas virtudes e seu poder de renovao, bem como as
dificuldades intrnsecas sua implementao nos contextos educativos concretos
(CARVALHO, 2011. p. 151).
O entendimento de que a juno entre o meio ambiente e a educao torna-
se dinmico, uma vez que este assunto reflete em todas as reas, desde a biolgica at
a humana, demonstra a necessidade de tratar questes como estas de forma
interdisciplinar. Carvalho (2011) destaca:
O uso cada vez mais corrente e generalizado da denominao Educao Ambiental pode contribuir para uma apreenso ingnua da ideia contida nela,
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34
como se fosse uma reunio de palavras com poder de abrir as portas para um amplo e extensivo consenso. Com frequncia se dissemina a ideia simplista de que cada vez que estas palavras quase mgicas so inseridas em um projeto ou programa de ao, imediatamente est garantido um campo de alianas e de compreenses comuns a unir todos os educadores de boa vontade desejosos de ensinar pessoas a ser gentis e cuidadosas com a natureza (CARVALHO, 2011, p. 153).
Contudo, para uma Educao Ambiental Crtica, necessrio ir muito alm
da informao, chegando a uma tomada de conscincia capaz de provocar mudanas
das simples s grandes aes. Uma questo para um reposicionamento de vida
individual e coletiva.
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2.2 Ciberespao e Cibercultura
Iniciamos este tpico com o pressuposto de que as prticas sociais de
comunicao so desencadeadoras de cultura (JOHNSON, 2003).
A cultura enquanto conceito vasto e neste texto faz-se um corte
epistemolgico para pontuar apenas que esta foi entendida ora como um fenmeno
natural ora social (CUCHE, 2002).
Adotamos a noo de cultura proposta de Geertz (1973) que demonstra s-la
um fenmeno social, uma vez sua gnese, manuteno e transmisso so dados por
atores sociais.
Quando o assunto discutido trata da possvel relao entre o mundo virtual e
a cultura, encontramos a perspectiva de Pierre Lvy (1999), filsofo da informao, a
ideia de interao ou influncia mtua existente entre a internet e a sociedade.
Deste modo Lvy (1999) define como Ciberespao o ambiente de
comunicao aberto pela interconexo mundial dos computadores e de suas memrias.
O Ciberespao atuaria ento, como um veculo de informao, no qual cada pessoa,
durante o acesso e a emisso das informaes, delinearia sua cultura. Nesta
perspectiva, no Ciberespao a totalidade seria invivel, uma vez que a troca de
informaes segue um fluxo constante.
A noo de cibercultura emerge e se efetiva mediada pela conexo entre
computador e Ciberespao, representado pela internet. A vinculao desses dois
fatores produz a cibercultura, abrangendo a propagao de informao que o ser
humano criou at o momento. A internet , portanto, o instrumento que possibilita ao
seu usurio interagir com uma infinidade de indivduos e instituies.
Segundo a teoria de Levy, o Ciberespao consiste na principal fonte para a
criao coletiva de ideias, mediante a cooperao intelectual. O computador, por sua
vez, tornou-se um tipo de auxiliar cognitivo para os indivduos/grupos.
Desta forma, a cibercultura, os computadores e o Ciberespao vm
contribuindo de forma significativa no desenvolvimento e na modificao de algumas
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36
funes cognitivas do ser humano. Com o crescente avano tecnolgico, a sociedade
passa, constantemente, por modificaes radicais, o que altera fundamentalmente a
educao (LEVY, 1999).
Entre as formas de interao entre sociedade e conhecimento temos os
websites e blogs.
A palavra website deriva da justaposio das palavras inglesas web (rede)
e site (stio, lugar). Neste trabalho adotamos o uso de site, considerando que so
sinnimos. Portanto, o site ou stio da internet ou stio eletrnico faz referncia a uma
pgina ou a um agrupamento de pginas arroladas entre si, disponibilizadas na internet
com acessibilidade via de um endereo.
H diversos tipos de sites e blogs disponveis no Ciberespao: institucionais,
informativos, interativos, pessoais, comunitrios, poltico, etc. Estes Ciberespaos
apresentam diversos objetivo, em razo do pblico a que se destina.
Os conhecimentos nestes lcus so forjados em diferentes discursos,
imagens e toda forma de linguagem utilizada para a comunicao e carregam uma
intencionalidade e uma possibilidade de instituir representaes sobre um determinado
objeto.
Neste sentido Foucault (2008) nos ajuda a compreender como o discurso,
enquanto conjunto de enunciados nos permite analisar os saberes, sua estrutura e
organizao, em um determinado lcus e em determinada poca.
O discurso ou o conjunto de enunciados constitudo por um conjunto de
sequncias de signos, enquanto enunciados, isto , enquanto lhes podemos atribuir
modalidades particulares de existncia (FOUCAULT, 2008, p. 128).
Enquanto discursos espalhados no Ciberespao, os textos; as imagens com
suas cores, tons, tamanhos; os sons, e; tudo o que representa alguma coisa podem e
devem ser conjuntificados para se tentar compreender as formas de se representar um
dado objeto. Da possvel observar as intencionalidades, as tendncias da construo
do conhecimento e da cultura atual.
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2.2.1 Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade para Desenvolvimento do Ciberespao
Este texto tem como finalidade esclarecer o que pensamos sobre os sentidos de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade e sua relao com Ciberespao e ensino para Educao Ambiental. Partimos do pensamento de Fazenda (1999) para justific-lo.
[...] o desenvolvimento tecnolgico atual de ordem to variada que fica impossvel processar-se com a velocidade adequada a esperada sistematizao que a escola requer. Por outro lado a opo que tem sido adotada, da incluso de novas disciplinas ao currculo profissional, s faz avolumarem-se as informaes e atomizar mais o conhecimento (FAZENDA, 1999, p. 16).
Denotamos que a criao de disciplinas no cabe mais na
contemporaneidade. necessrio um dilogo ampliado entre as disciplinas e o saber
social. Para sua efetivao, a discusso sobre a interdisciplinaridade que h muito vem
sendo feito em prol de um novo modelo de relao homem-conhecimento, se faz
pertinente. Para azo ao proposto, trazemos as reflexes de Hilton Japiassu, Ivani
Fazenda e Olga Pombo.
Historicamente, todos eles sinalizam que, desde Aristteles, as disciplinas
circunscreviam o saber em trs reas: cincias prticas, cincias poticas e cincias
tericas (Matemtica, Fsica e Teologia). Na Idade Mdia, as disciplinas foram
separadas em duas vias: o quadrivium, constitudo pela matemtica (a Aritmtica, a
Msica, a Geometria e a Astronomia); e o trivium, constitudo pelas disciplinas lgicas e
lingusticas (a Gramtica, a Dialtica e a Retrica).
No entanto, no incio do sculo XVII surge o mtodo cartesiano de
investigao, como tnica e sinal da pesquisa cientfica acertada e da verdade,
proliferando as inmeras disciplinas com finalidade de decompor o todo e fragmentar o
conhecimento.
Para Japiassu (1976):
Poderemos dizer que o papel especfico da atividade interdisciplinar consiste, primordialmente em lanar uma ponte para religar as fronteiras que haviam sido
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38
estabelecidas anteriormente entre as disciplinas com o objetivo preciso de assegurar a cada uma seu carter propriamente positivo, segundo modos particulares e com resultados especficos (JAPIASSU, 1976, p. 75).
E assim, o movimento interdisciplinar surge com o objetivo de restabelecer
um dilogo entre as diversas reas dos conhecimentos cientficos.
Reconhecemos a disciplinaridade como exerccio da pluridisciplinaridade,
bem como a chamada multidisciplinaridade, em prol do estudo de um objeto de uma
nica disciplina, por diversas disciplinas. Mas atentamos para a importncia deste
mesmo objeto ser provocador de transferncias de metodologias e de conceitos,
aspectos caractersticos da interdisciplinaridade.
Para alcanar a transdisciplinaridade, preciso algo mais, ou seja, a busca
pelo conhecimento transcende as disciplinas e busca para alm destas, outros
aspectos no pensados ou desconhecidos pelas disciplinas.
Japiassu (1976) informa que Piaget, ao descrever a importncia da
interdisciplinaridade em 1970, pontuava que a transdisciplinaridade deveria ser uma
etapa superior quela, uma vez que mudava a relao entre o homem e o saber, sem
dicotomiz-los e coloc-los no processo de integrao e dentro de vrios nveis de
realidade.
O Ciberespao tornou-se um lugar privilegiado para o exerccio
transdisciplinar, uma vez que apresenta diferentes realidades, de modo a respeitar a
ideia de interao entre diferentes saberes.
Carvalho (2011) se inspirando em Boff (1997) que destaca a integrao dos
seres vivos ao afirmar eles se fazem sujeitos, sempre relacionados e interconectados,
formando um complexo sistema de inter-retrorrelaes, assinala a incerteza da
possibilidade de um saber comum nico que contemple toda realidade a autora
enfatiza que:
A interdisciplinaridade, por sua vez, no pretende a unificao dos saberes, mas deseja a abertura de um espao de mediao entre conhecimento e articulao de saberes, no qual as disciplinas estejam em situao de mtua coordenao e cooperao, construindo um marco conceitual e metodolgico
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39
comum para a compreenso de realidades complexas (CARVALHO, 2011. p. 121).
Ao assumir um posicionamento interdisciplinar, o indivduo vivenciar um
posicionamento difcil, incmodo e instvel, uma vez que esse lugar traz uma nova
concepo da construo do conhecimento obtida com uma mentalidade disciplinar.
Uma reorganizao interna e externa se faz necessria a partir do conflito que nasce
desse novo posicionamento. Carvalho enfatiza que:
Trata-se de um combate ao mesmo tempo externo e interno, no qual reorganizao das reas e das formas de relacionar os conhecimentos correspondente a reestruturao de nossa prpria maneira de conhecer e nos posicionar perante ao conhecimento dos condicionamentos histricos que nos constituem (CARVALHO, 2011. p. 122).
Em poucas palavras, a interdisciplinaridade exige uma nova postura frente a
si, ao outro e ao saber, mais acolhedor, tolerante e integrativo.
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40
2.3 Comunicao Visual/Virtual
Neste tpico abordaremos alguns conceitos de comunicao visual virtual,
seguida de uma abordagem sobre as TICs e as redes sociais com nfase no blog.
2.3.1 Comunicao Visual no Ambiente Virtual
Devido amplitude e complexidade de informaes geradas no Ciberespao,
necessrio dispensar ateno especial ao contexto da comunicao criada a partir
desse ambiente. Pensado nesse contexto, nos guiamos a partir da declarao do
inventor e empresrio Steve Jobs (2003), enquanto CEO da Aplle, realizada em
entrevista concedida revista The New York Times, na qual afirma que: [...] design no
somente como o produto se parece. Design como ele funciona.
O tema comunicao visual entrelaada com a virtual consiste em uma
proposta desafiadora, uma vez que os nmeros de contedos cientficos publicados, de
acordo com nossa pesquisa discutida no levantamento do nosso corpus4, so bem
restritos. Assim, buscaremos discutir o tema a partir de alguns artigos que podem dar
indcios de possvel discusso inovadora dentro da proposta deste trabalho que articula
Educao Ambiental no Ciberespao.
De acordo com Carvalho (2006), a comunicao no Ciberespao dever ser
clara, objetiva e dispor de mecanismos que facilitem a interao com o seu pblico. O
uso de ferramentas como frum de discusso, correio eletrnico e chats, viabilizam a
interao.
Para que haja maior interao neste ambiente, conforme descrito por
Krippendorff (1997), as interconexes no devem ser simples disposies de cones em
uma tela representando o que o computador est executando. Para que haja uma boa
interao, deve-se criar um cenrio onde a comunicao e o design sejam bem
4 Banco de teses e dissertaes da CAPES (2002 a 2011); Estado do conhecimento (Scielo; Domnio
Pblico, etc.).
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planejados a partir das necessidades dos usurios. Para tanto, Silva (2010), aponta
que:
Nessa fase do projeto so determinados a lgica de navegao, os posicionamentos dos elementos grficos e textuais, a estrutura visual das pginas com quantidade de colunas, testeiras, rodaps, a necessidade ou no de reas de destaque de acordo com a relevncia das unidades de informao apontadas no projeto de arquitetura de informao (SILVA, 2010. p. 43).
Sendo assim, o objetivo de um ambiente virtual dever ser a promoo e a
veiculao de informaes textuais, visuais e auditivas, que sejam transmitidas a partir
de uma organizao estruturada, lgica e coerente, conforme critrios definidos de
acordo com a identidade e a unidade visual, assim como o posicionamento estratgico
do Ciberespao. Para tanto, preciso atentar aos detalhes na escolha das cores e
fontes tipogrficas mais adequadas, respeitando sempre a classe visual da organizao
dos elementos na tela. Enfim, a forma de promover, atravs de uma comunicao
visual/virtual planejada, o conforto para o usurio, com um bom design.
Lvy (1996, p.17) distingue a atualidade como um tempo de transformao
do processo de autocriao da espcie humana, sendo o desenvolvimento da
linguagem um aspecto essencial neste processo. Para este autor, a comunicao
virtual tornou-se componente de uma metodologia que compreende toda a vida social:
Um movimento geral de virtualizao afeta hoje no apenas a informao e a comunicao, mas tambm os corpos, o funcionamento econmico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o exerccio da inteligncia. A virtualizao atinge mesmo as modalidades do estar junto a constituio de ns: comunidades virtuais, empresas virtuais, democracia virtual. Embora a digitalizao das mensagens e a extenso do Ciberespao desempenhem um papel capital na mutao em curso, trata-se de uma onda de fundo que ultrapassa amplamente a informatizao (LVY, 1996. p. 11).
Para que o processo de comunicao no Ciberespao seja eficaz,
necessrio compreender as ferramentas e a linguagem adequada para que a
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42
comunicao acontea de maneira eficaz, uma vez que este mtodo consiste em um
processo social.
2.3.2 As TICs e as redes sociais (blog)
As tecnologias existem desde a antiguidade, sendo que a capacidade
cognitiva do homem foi um fator relevante para evoluo da humanidade.
Vale destacar que tecnologias so produtos da ao humana,
historicamente construdos, expressando relaes sociais das quais dependem, mas
que tambm so influenciadas por eles (OLIVEIRA, 2001, p 101).
Etimologicamente, a palavra tecnologia provm de tcnica, cujo vocbulo
latino techn quer dizer arte ou habilidade (GRINSPUN, 1999, p.48)
Historicamente a materializao das tecnologias empoderaram o homem
tanto para conquistar conforto e segurana como para destruio atravs da fabricao
de utenslios e armas. A juno de conhecimento, poder e tecnologia se fazem
presentes em todo cenrio histrico das relaes sociais. (KENSKI, 2007)
Segundo Kenski:
As tecnologias invadem as nossas vidas, ampliam a nossa memria, garantem novas possibilidades de bem-estar e fragilizam as capacidades naturais do ser humano. Somos muitos diferentes dos nossos antepassados e nos acostumamos com alguns confortos tecnolgicos gua encanada, luz eltrica, fogo, sapatos, telefone que nem podemos imaginar como seria viver sem eles. Mas sempre foi assim (KENSKI, 2007, p. 19).
Pode-se identificar que as evolues tecnolgicas no se limitam utilizao
de instrumentos inovadores, mas nas mudanas de comportamento tanto do indivduo
como de um grupo. As tecnologias que surgem transformam o pensamento, os
sentimentos e as aes dos indivduos em toda sua histria.
Compreende-se que existem equvocos acerca do entendimento do conceito
de novas tecnologias, uma vez que o mesmo confunde-se com inovao, sendo que a
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velocidade da evoluo tecnolgica dificulta a compreenso e a identificao do que se
considera novo ou ultrapassado de acordo com a viso do indivduo.
As Tecnologias de Informao e de Comunicao - TICs e as Novas
Tecnologias de Informao e de Comunicao NTICs se exprimem a partir da
linguagem oral, escrita e digital, a que mais nos interessa estudar. A linguagem digital
possibilita de forma inteligvel o fomento da informao, comunicao, interao e do
aprendizado.
Segundo Kenski, as Novas Tecnologias delineiam-se como:
[...] uma linguagem de sntese, que engloba aspectos da oralidade e da escrita em novos contextos. A tecnologia digital rompe com as formas narrativas circulares e repetidas da oralidade e com o encaminhamento contnuo e sequencial da escrita e se apresenta como um fenmeno descontnuo, fragmentado e, ao mesmo tempo, dinmico, aberto e veloz. Deixa de lado a estrutura serial e hierrquica na articulao dos conhecimentos e se abre para o estabelecimento de novas relaes entre os contedos, tempos e pessoas diferentes (KENSKI, 2007. p. 31).
Atualmente pode-se, a partir de uma viso amplificada, compreender a
comunicao e a informao como prticas fundamentais para o exerccio do ensino.
Carvalho (2010, p. 3) define tecnologia como o conjunto de tcnicas,
processo, mtodos, meios e instrumentos de um ou mais domnio da atividade
humana, e apresenta trs prticas especficas para a aplicao das tecnologias no
ensino aprendizagem. A primeira aborda o uso de fontes de dados e informaes, a
segunda destaca a comunicao e a interao e a terceira, finalmente, a construo de
contedo.
Para desenvolvimento do ensino e aprendizagem a partir das tecnologias de
informao deve-se utilizar uma metodologia adequada, dessa forma Carvalho (2010,
p. 4) sugere a utilizao de um navegador como instrumento para minimizar a
complexidade desta prtica tecnolgica conforme Figura 1 apresentada abaixo.
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Figura 1: Modelo de prtica de ensino e aprendizagem com Tecnologias de Informao e de Comunicao (TICs)
Fonte: Carvalho (2010, p. 4)
Vale destacar que as NTICs devem seguir os princpios de acessibilidade,
navegabilidade e a funcionalidade.
A acessibilidade na Web que se descreve nesta dissertao diz da
cobertura de acesso as informaes e servios fornecidos via Internet ou utilizando
HTML, dados em sites e blogs.
Em relao acessibilidade, devemos pensar as possibilidades de
estabelecimento de relaes estreitas com os usurios, bem como questes como
tamanho e facilidade de acesso.
As diretrizes de acessibilidade tm diferentes focos, segundo a FiveCom5,
[...] A Percepo: trata de benefcios relacionados apresentao do contedo, da informao. Ela preocupa-se com elementos grficos, sons, imagens, multimdia e equivalentes; Operao: preocupa-se com a manipulao da informao, do contedo. Ou seja, a rea de operao deve garantir formas alternativas ao acesso s informaes atravs de maneiras diferenciadas de navegao ou tcnica similar. Percebe-se, tambm, que de responsabilidade da operao garantir sempre ao usurio o controle da navegao e interao com o site. Entendimento: Esta, por sua vez, trata de questes relacionadas ao entendimento do contedo publicado. Ela deve garantir que todo contedo
5Cf. http://www.slideshare.net/fivecom/acessibilidade-usabilidade-e-navegabilidade
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apresentado seja de fcil compreenso para qualquer tipo de usurio. Compatibilidade: aborda questes como a necessidade de utilizarmo-nos sempre de tecnologias acessveis e compatveis com o modelo proposto pelo eMAG.
A navegabilidade para a FiveCOM diz da capacidade do site em relao
interface, possibilitar ao usurio chegar, com facilidade, ao seu destino da maneira mais
eficiente possvel. Tambm corresponde qualidade da estrutura no acesso ao
contedo das informaes.
A funcionalidade ou atividade a ser realizada no ambiente virtual a tarefa
disponibilizada no ambiente para ser cumprida.
Entre as funcionalidades de um sistema podemos destacar: postar e
comentar fotos; enviar e receber recados, postar depoimentos e mensagens; criar e
divulgar comunidades; adicionar imagens, vdeos e aplicativos; entre inmeras outras.
As funcionalidades podem ser levantadas pela anlise do ciclo de vida do
ambiente virtual e dos links disponveis.
O nome atribudo a uma funcionalidade, geralmente, formado pela
combinao de um verbo e um substantivo. O substantivo normalmente o nome de
uma entidade de dados ou atributo. Por exemplo: Enviar Mensagem, e Postar Imagem
etc.
De modo geral, esclarecemos que na presente dissertao foram
estabelecidos, para anlise dos indicadores eletrnicos de sites e blogs, aps a
pesquisa de Localizador-padro de recursos, ou seja, Uniform Resource Locator (URLs)
os critrios para anlises dos princpios de funcionalidade, interatividade, usabilidade e
navegabilidade contidos nestes Ciberespaos.
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2.4 As Representaes na avaliao do Ciberespao
Dentre as formas de se avaliar o Ciberespao a partir das representaes,
encontramos Lefebvre (1983), filsofo marxista e socilogo francs, que pondera que
[...] a representao uma presena na ausncia e destaca que [...] no final das
contas, ela produz e determina os comportamentos, pois define simultaneamente a
natureza dos estmulos que nos cercam e nos provocam, e o significado das respostas
a dar-lhes.
Lefebvre (1980) divide as mudanas das representaes sofridas no tempo e
no espao em seis categorias:
Cientfica, que estaca a representao do fenmeno em si, de forma
cartesiana, a descrio na ntegra fundamentada na cincia;
Poltica, que aponta as representaes das classes atravs de seus
lderes;
Mundana, que marca as representaes do mundo a partir de um
espetculo, de uma cerimnia e etc;
Comercial, as representaes mercadolgicas onde os estabelecimentos
comerciais representam sua marca e vice-versa;
Esttica, que acontece a partir da representao de uma obra de arte ou
uma apresentao cultural como, por exemplo, o teatro;
Filosfica, que consiste na mais ampla e, sem dvida, a mais importante,
a chave de todas as outras. Para a filosofia moderna, a representao no
a verdade nem o erro, nem a presena e nem a ausncia, nem a observao
e nem a produo, mas algo intermedirio.
Na busca do entendimento sobre as representaes nos sites e blogs que
abordam a Educao Ambiental, as categorias propostas por Lefebvre (1980)
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nortearam o processo avaliativo dos ambientes virtuais pesquisados. Para Lefebvre
(1980, p. 94) as representaes "so fatos de palavras e de prtica social",
caracterizando-se por serem de natureza social, psquica e poltica ao mesmo tempo.
Pode-se considerar dbio o ambiente das relaes sociais, uma vez que o
mesmo compe-se de pequenas representaes que se estabelecem com o saber, os
sonhos, as lembranas e as fices (VALERIO, 2009). As representaes so
construdas atravs da vivncia integrada percepo do meio, ancorada na
concepo do indivduo.
Vale esclarecer que tanto a anlise a partir dos entendimentos de Reigota
como o de Lefebvre, o critrio foi de registrar quantas vezes apareciam enunciados que
indicavam uma categoria ou outra. Assim um mesmo site podia ser considerado
contendo mais de uma de cada categoria.
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3. MTODO DE ESTUDOS
A anlise de contedo, segundo Bardin (2004) consiste em um conjunto de
tcnicas de anlise das comunicaes. J para Barros e Lehfeld (1986, p. 70), "
atualmente utilizada para estudar e analisar material qualitativo, buscando-se melhor
compreenso de uma comunicao ou discurso, de aprofundar suas caractersticas
gramaticais s ideolgicas e outras, alm de extrair os aspectos mais relevantes".
A pesquisa qualitativa, segundo Creswell (2007, p.35) aquela em que o
pesquisador configura os conhecimentos pautando-se nos significados diversos das
experincias individuais ou sociais e historicamente construdos.
Deste modo, pontua Novikoff (2010, p. 13) que o pesquisador procura
apreender e compreender algum tipo de fenmeno, segundo a perspectiva dos
participantes da situao estudada e, a partir da apresenta sua interpretao. Portanto,
no enumera nem mede eventos, bem como no se prende a instrumental estatstico
para suas anlises.
A anlise de contedo trata-se, portanto, de uma tcnica que no tem
modelo pronto, mas que construda atravs de um vai-e-vem contnuo e tem que ser
reinventada a cada momento, conforme Bardin (2004, p. 31).
A anlise de contedo se realiza em trs momentos, pr-anlise, explorao
do material e tratamento dos resultados: a inferncia e a interpretao.
A Pr-anlise o momento de organizar o material, de escolher os
documentos a serem analisados, formular hipteses ou questes norteadoras, elaborar
indicadores que fundamentem a interpretao final. Inicia-se o trabalho escolhendo os
documentos a serem analisados. preciso transcrever os dados coletados, sejam em
entrevistas, observaes ou questionrios para se constituir o CORPUS da pesquisa.
Para tanto, afirma Novikoff (2006) que preciso obedecer s regras de:
Exaustividade deve-se esgotar a totalidade da comunicao, no omitir
nada;
Representatividade a amostra deve representar o universo;
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Homogeneidade os dados devem referir-se ao mesmo tema, serem obtidos
por tcnicas iguais e colhidos por indivduos semelhantes,
Pertinncia os documentos precisam adaptar-se ao contedo e objetivo da
pesquisa;
Exclusividade um elemento no deve ser classificado em mais de uma
categoria.
Em sntese, para a anlise dos blogs e sites, criamos as categorias a partir do
contedo existente nestes lcus e sob a luz das caractersticas de acessibilidade,
navegabilidade e a funcionalidade apontadas na teoria anteriormente apresentada, em
especial as representaes apontadas por Lefebvre com a leitura da comunicao
Visual/Virtual e a interao nestes ambientes, conforme descrito por Krippendorff (1997)
e Carvalho (2010).
3.1 Caminho metodolgico
O presente estudo uma pesquisa qualitativa do tipo descritiva pautada nas
Dimenses Novikoff. Esta [...] trata-se de uma abordagem terico-metodolgica, com
todas as dimenses de preparao, estudo, desenvolvimento e apresentao de
pesquisa acadmico-cientfica (NOVIKOFF, 2010). As dimenses passam por cinco
etapas, didaticamente organizadas para nortear cada fase da pesquisa, conforme
figura 2.
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Figura 2: Dimenses Novikoff (2010. p.3)
Fonte: http://www.sepq.org.br/IVsipeq/anais/artigos/52.pdf
Assim, organizamos a pesquisa didaticamente passando por cinco etapas:
epistemolgica, terica, tcnica, morfolgica e analtico-conclusiva.
Como uma primeira tarefa das dimenses, feito um levantamento do
Estado do Conhecimento6 no banco da CAPES (2002 a 2011), concomitantemente a
uma reviso bibliogrfica com o uso de um mesmo instrumento de coleta e de anlise
de dados - a Tabela de Anlise de texto das Dimenses Novikoff (Anexo - 1).
Esta nos permite gerar, os primeiros dados para estruturao das
dimenses.
Na dimenso epistemolgica, na primeira etapa, eleito o objeto de estudo e
para isto se faz o delineamento do Estado do Conhecimento. Aqui a primeira tarefa
6 Para Romanowski e Ens (2006), o Estado da Arte se difere do Estado do conhecimento. Este se
refere ao estudo de textos/publicaes e resumos. Aquele ao a sistematizao da produo numa determinada rea do conhecimento (). Isto equivale a dizer, que no basta estudar resumos, mas todo o corpus terico que o originou.
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consiste em buscar em peridicos e/ou no banco de tese e dissertaes da CAPES
para conhecer o que a academia, representante da produo e transmisso de
conhecimento, vem desenvolvendo. Vale apontar que neste texto os dados desta
primeira empreitada apresentam-se na dimenso morfolgica.
A dimenso terica destina-se reviso da literatura. Nesta etapa,
importante verificar a delimitao do tema para tratar apenas teorias, conceitos e
mtodos atinentes ao objeto de estudo, sem estender ou esvaziar o sentido do mesmo.
A dimenso tcnica destaca a opo metodolgica de um estudo. Neste
trabalho corresponde a uma tcnica qualitativa que, segundo Creswell (2007), pode
utilizar de estratgias de investigao baseada em estudos de teorias embasadas na
realidade. Assim faremos a busca de artigos e sites que tratam de questes da
Educao Ambiental.
Neste sentido, o crpus, ou seja, o material recolhido para nosso estudo
pretendeu tipificar atributos desconhecidos (BAUER; GASKELL; ALLUM, 2002 in
BAUER; GASKELL, 2002).
A anlise destes sites e blogs foi realizada em conformidade com 6
categorias, sendo elas: Identificao (Cdigo, endereo eletrnico, nome e
responsvel); Arquitetura do Ambiente (Acessibilidade: boa/ruim, Navegabilidade:
boa/ruim); Funcionalidade: boa/ruim; Textual em PDF; Design (Tipologia: clara/poluda);
Cores: quente/fria; Qualidade das imagens: boa/ruim/no possui imagens; Relao do
texto com a imagem: com afinidade/sem afinidade; Qualidade dos vdeos/udios:
boa/ruim/no possui vdeos/udios; Atualizao: atualizado/desatualizado/sem
informao; Fontes: cientfica/no cientfica/ acadmica; Abordagem do contedo de
Educao Ambiental sob a luz de Reigota: antropocntrica/globalizante/naturalista);
representaes sob a luz de Lefebvre: cientfica / poltica / mundana / comercial /
esttica / filosfica. Estas podem ser abertas conforme a releitura das categorias.
Como parmetros de anlise dos sites e blogs pesquisados criamos o que
estamos denominando de Tabela Analtica de Sites e Blogs de Coutinho e Novikoff
(Tabela 1).
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Tabela 1 - Tabela Analtica de Sites e Blogs de Coutinho e Novikoff.
Identificao Arquitetura do
ambiente virtual Caractersticas do Ambiente Virtual
Anlise da abordagem do contedo acerca da Educao Ambiental
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Fonte: Material de coleta de dados da Pesquisa nos sites e blogs
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53
Assim, a dimenso morfolgica consiste na etapa onde so apresentadas as
anlises estatsticas e resultados dos dados coletados via diversos instrumentos de
coleta.
A dimenso analtico-conclusiva, etapa na qual se articula, discute e
estabelece nexos entre os dados levantados e a teoria.
Em relao ao produto, esclarecemos que este, segundo Novikoff (2012)
pode ser de trs modos, a saber: a) a priori e, assim ser apresentado e testado para
posterior avaliao; b) just-in-time, ou seja, ser desenvolvido no decorrer do estudo de
modo dialtico e, portanto, no testado, mas emerge como pressuposto embasado de
discusso terico-emprica e, c) a-posteriori, ser elaborado aps o trabalho de anlise
de dados coletados em pesquisa que possam fundamentar ou justific-lo. No nosso
caso, o produto foi na categoria just-in-time.
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4. DIMENSO MORFOLGICA
Neste captulo so apresentados os resultados do estudo em duas etapas. A
primeira, a descrio do Estado do Conhecimento e, em seguida, a exposio do
estado do produto. Este um termo adotado por ns com base no relatrio de OSLO
(BRASIL, 2004).
O Manual de Oslo nos apresenta definies, critrios e classificaes
relevantes para os estudos de inovao industrial, traz definies bsicas de inovaes
tecnolgicas de produtos e processos TPP e das atividades de inovao e
classificaes institucionais.
O Manual de Oslo absorve duas das categorias de Schumpeter sobre
produtos e processos como novos e aprimorados, detalhando critrios bem
detalhados para estabelecer a categoria de novo para a empresa e, assim, atender s
recomendaes sobre difuso.
Portanto, o termo produto usado para cobrir tanto bens como servios
(BRASIL, 2004, p. 55).
Desta forma, um produto tecnologicamente novo :
[...] um produto cujas caractersticas tecnolgicas ou usos pretendidos diferem daqueles dos produtos produzidos anteriormente. Tais inovaes podem envolver tecnologias radicalmente novas, podem basear-se na combinao de tecnologias existentes em novos usos, ou podem ser derivadas do uso de novo conhecimento (BRASIL, 2004p. 55).
Produto tecnologicamente aprimorado um produto existente
[...] cujo desempenho tenha sido significativamente aprimorado ou elevado. Um produto simples pode ser aprimorado (em termos de melhor desempenho ou menor custo) atravs de componentes ou materiais de desempenho melhor, ou um produto complexo que consista em vrios subsistemas tcnicos integrados pode ser aprimorado atravs de modificaes parciais em um dos subsistemas (BRASIL, 2004, p. 56).
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Entre os exemplos de Inovaes TPP, temos a criao de websites na
Internet (...) onde novos servios como informaes sobre produtos e vrias funes de
apoio podem ser entregues aos clientes gratuitamente (BRASIL, 2004, p. 57).
4.1 O Estado do Conhecimento
Nesta etapa apresentaremos os resultados das pesquisas realizadas neste
estudo.
4.1.1 Banco de Teses da CAPES
De acordo com a metodologia deste estudo tivemos como atividade inicial a
busca por trabalhos no banco de tese e dissertaes da CAPES para conhecer o que a
academia, representante da produo e transmisso de conhecimento, vem
desenvolvendo acerca da nossa pesquisa.
Para organizar nossa pesquisa, identificamos cada trabalho com um cdigo
onde as letras iniciais MP significam Mestrado Profissional. E em seguida inserimos o
ano da realizao desta pesquisa 2013 e finalizamos com uma numerao em ordem
crescente, identificando a ordem numrica do trabalho encontrado. Exemplo dessa
identificao MP2013001, que significa mestrado profissionalizante do ano de 2013,
primeiro trabalho analisado.
Aqui so apresentados os dados em relao ao Estado do Conhecimento
realizado nos 10 anos de estudos do banco de teses e dissertaes da CAPES (2002 a
2011). Foram encontrados nove trabalhos de um total de 21 dissertaes. Nestas, os
objetivos podem ser categorizados em trs temticas (Grfico 1:). A saber:
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Grfico 1: Distribuio de categorias do Estado de Conhecimento
Apresentaremos a seguir alguns exemplos dos objetivos dos nove trabalhos
encontrados no banco de dados da CAPES e que dialogam com a nossa pesquisa.
Analisar sites que se propem a fazer Educao Ambiental com perfil instrucional, ou de entretenimento, ou demonstrando ter bases slidas de dados, independente da forma que apresentado (MELO, 2003).
Pesquisar os limites do Sistema Brasileiro de Informaes sobre Educao Ambiental, verificar se ele est apto a cumprir aquilo a que se prope que descentralizar, divulgar e democratizar informaes sobre Educao Ambiental e prticas sustentveis via Internet (ARRUDA, 2004).
Realizar uma anlise para tentar entender se a internet pode ser um meio adequado para se trabalhar esse tipo de contedo, mediante um estudo de caso no campo da Educao Ambiental (FONSECA, 2005)
Dando continuidade apresentao dos dados obtidos, com relao
pergunta de estudo, estas focavam entre as questes voltadas para os limites do
Sistema Brasileiro de Informaes - SIB ao uso da internet como recurso de ensino.
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Alguns exemplos:
Quais as informaes disponveis na rede mundial de computadores que podem ser consideradas como fonte de pesquisa a ser utilizada por crianas como forma de criar condies saudveis ao desenvolvimento do mundo (MELO, 2003).
Quais os limites desse sistema? ele est apto a cumprir aquilo a que se prope? (ARRUDA, 2004).
A internet pode ser mediadora no ensino da Educao Ambiental? (FONSECA, 2005).
Quanto aos pressupostos encontrados, os que mais se aproximam do
pretendido no nosso estudo so:
As informaes disponveis na rede mundial de computadores podem ser consideradas como fonte de pesquisa a ser utilizada por crianas como forma de criar condies saudveis ao desenvolvimento do mundo (MELO, 2003).
A Educao Ambiental promovida atravs da educao distncia transmiti os conhecimentos que permitam a educao do homem para a mudana de comportamentos (MONTEIRO, 2005).
O uso das tecnologias da informao e comunicao facilitam o ensino da Educao Ambiental (ANDRADE, 2009).
As bases ou fundamentao terica dos trabalhos estudados cercam
referncias conhecidas. Entre elas encontramos autor