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CFAP tIRO POLICIAL – REVÓLVER TAURUS APRESENTAÇÃO Os primeiros revólveres TAURUS, calibre .38 Special, foram fabricados com armação grande, sistema direto de percussão, cano apresentando raiamento formado por seis raias orientadas dextrogiramente (6D) e com passo de 400mm. Em 01 de novembro de 1977, o raiamento passou para cinco raias orientadas dextrogiramente (5D), com passo de 476,25 mm. A armação pequena surgiu em 1981, quando foi lançado o modelo 85 - .38 Pesado (.38-5 tiros), ocasião em que também surgiu, nos modelos .38 Special, o sistema indireto de percussão e tambor com cinco câmaras. ESTRUTURA DO REVÓLVER TAURUS

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CFAP tIRO POLICIAL – REVÓLVER TAURUS

APRESENTAÇÃO

Os primeiros revólveres TAURUS, calibre .38 Special, foram fabricados

com armação grande, sistema direto de percussão,

cano apresentando raiamento formado por seis raias orientadas

dextrogiramente (6D) e com passo de 400mm. Em 01 de novembro de 1977, o

raiamento passou para cinco raias orientadas dextrogiramente (5D), com passo de

476,25 mm.

A armação pequena surgiu em 1981, quando foi lançado o modelo 85 - .38 Pesado

(.38-5 tiros), ocasião em que também surgiu, nos modelos .38 Special, o sistema

indireto de percussão e tambor com cinco câmaras.

ESTRUTURA DO REVÓLVER TAURUS

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O revólver é uma arma curta, de repetição, composto por quatro partes

fundamentais: armação, tambor, cano e mecanismo.

A armação é a peça que serve de suporte e alojamento das demais peças do

revólver, sendo forjada em aço carbono (oxidada) ou em aço inoxidável (inoxidada).

Nos revólveres TAURUS são usados três tamanhos diferentes de armação,

denominados de armação pequena, armação média e armação

grande. O punho, localizado na região posterior, guarnecidos por placas, serve para a

empunhadura do revólver. A base do punho pode ser plana ou arredondada. A

armação, também denominada de “corpo”, é a única peça que não pode ser

substituída, nos revólveres TAURUS, pois em seu lado direito é gravado o número de

série, que identifica cada revólver. A armação usada nos revólveres TAURUS é do tipo

armação articulada, por permitir o deslocamento do tambor de sua posição normal de

fechamento.

O tambor, alojado num retângulo da armação, é uma peça em forma de cilindro

que serve de receptáculo para todos os cartuchos que a arma pode conter. O tambor é

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cortado, a partir de barras cilíndricas de aço, já no tamanho certo para cada calibre.

Uma vez prontos, os tambores passam pelo magnaflux, a fim de serem constatadas

possíveis fissuras ou defeitos. Surgidos estes, os tambores são eliminados. Fixa-se à

armação através do suporte do tambor, que, com seu movimento, permite o

deslocamento do tambor do seu alojamento, para a alimentação manual das câmaras

ou a extração dos estojos ou cartuchos. Cada tambor tem cinco, seis, sete ou oito

câmaras dimensionadas para alojar os cartuchos adequados para o calibre da arma. É

desaconselhado, além de imprudente, alterar as dimensões internas, originais, das

câmaras. Na superfície externa do tambor encontramos as caneluras, posicionadas

entre as câmaras e no mesmo número. Nos revólveres TAURUS, fabricados até 1978,

as caneluras eram serrilhadas, passando, a partir deste ano, a ser lisas. Também

encontramos entre as caneluras e sobre as câmaras, fresados em número igual ao das

câmaras, que servem para o encaixe do retém do tambor, sendo denominado de

orifícios onde se aloja o retém do tambor.

Em posição mediana, no tambor, encontra-se o extrator, completado por

uma vareta, no interior da qual está à haste central. Esta, através de suas

extremidades, serve para fixar o tambor na armação. Na extremidade posterior da

haste central, encontramos as garras do extrator, na qual se apóiam os cartuchos ou

estojos. O deslocamento para trás do extrator permite aextração simultânea dos

estojos da munição consumida. Junto às garras do extrator localizam-se os dentes

para o impulsor do tambor, com os quais a extremidade superior do impulsor do

tambor se encaixa e produz o movimento giratório do tambor.

O cano, também forjado em aço carbono ou aço inoxidável, possui um raiamento

formado por 6 raias e 6 cheios, para os calibres .22, e 5 raias e 5 cheios, para os

demais calibres, sempre orientadas à direita. Em sua região superior, junto à boca,

aparece a massa de mira, em rampa serrilhada. Alguns modelos apresentam próximo

à extremidade superior da massa de mira, um insert colorido. A maioria dos canos

dos modelos atuais possui um reforço em sua região inferior, onde é alojada a vareta

do extrator.

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Para facilitar a visada, na região superior da armação, em posição posterior,

encontramos a alça de mira, que pode ser regulável na horizontal e na vertical ou fixa.

Ao longo dos anos, as Forjas Taurus S.A. introduziram significativas mudanças

nos mecanismos de seus revólveres, até chegarem ao mecanismo atualmente usado,

que é muito simples e extremamente seguro contra tiro acidental. Os modelos mais

antigos eram de percussão direta, com exceção do calibre .22, que sempre foi de

percussão indireta. Os modelos atuais todos são de percussão indireta, isto é,

o percutor está alojado na armação e não preso ao cão, como ocorria com os de

percussão direta.

Os revólveres TAURUS funcionam em ação simples e em ação dupla. No primeiro

caso, após o engatilhamento da arma, com o recuo manual do cão, pressiona-se o

gatilho, obtém-se a detonação dos cartuchos. No segundo caso, a simples pressão no

gatilho produz o recuo do cão até a posição em que é liberado para, ao avançar, bater

na barra de transferência ou de percussão, e produzir o tiro. O modelo 85H, que

possui cão embutido, funciona só em ação dupla.

OPERAÇÕES DE MANEJO

É conjunto de operações simples, necessárias ao emprego da arma no tiro.

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1. Abertura da arma – Pressiona-se para frente o dedal serrilhado existente na

face esquerda da armação e, ao mesmo tempo, pressiona-se lateralmente o tambor,

rebatendo-o à esquerda.

2. Alimentação – com o cano apontado para baixo e mantendo o tambor aberto,

colocam-se os cartuchos nas câmaras existentes, manualmente ou com o emprego de

acessórios, denominados comercialmente de carregadores rápidos (jet loader’s ou

speed loader’s);

3. Carregamento – o revólver estará carregado e pronto para o disparo, no

momento em que um dos cartuchos colocados nas câmaras estiver devidamente

alinhado com o cano;

4. Disparo – pressionando-se o gatilho, em ação simples ou dupla, o cartucho será

deflagrado;

5. Extração e Ejeção - Pressionando-se para frente o dedal serrilhado existente na

face esquerda da armação, rebatendo o tambor para o lado esquerdo da arma e, em

seguida, pressionando a vareta do extrator, visando à retirada e expulsão dos estojos

ou cartuchos, proporcionando condições para um novo ciclo das operações de manejo.

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MECANISMOS DE SEGURANÇA

A evolução dos mecanismos de segurança, ocorrida nos revólveres TAURUS, bem

demonstra o cuidado dessa indústria em dotar suas armas de eficiente e comprovada segurança

contra tiro acidental.

É bom lembrar que os revólveres TAURUS, calibre .38, bem como os de

calibre .357 Magnum e os modelos Tiro ao Alvo, sempre apresentaram mecanismo de

segurança. Entretanto, os de calibre .32 Longo passaram a apresentar mecanismo de

segurança a partir de outubro de 1966, enquanto os revólveres de calibre .22 LR., só

apresentaram seu mecanismo de segurança a partir de novembro de 1977.

No primeiro mecanismo de segurança, a trava estava alojada na face interna da

placa ou tampa da caixa de mecanismo. O movimento da trava era controlado por um

pino que se deslocava mediante pressão sofrida pelo impulsor do tambor, quando este

era acionado pelo gatilho. O sistema proporcionava uma interferência entre cão e

batente, na armação, de apenas cerca da metade da superfície de contato.

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O segundo tipo de mecanismo de segurança apresentava uma trava articulada

com o impulsor do gatilho, através de um pino existente nessa última peça, localizado

na face da externa da mesma. O movimento da trava processava-se ao ocorrer o

deslocamento do impulsor do gatilho.

O terceiro tipo do mecanismo de segurança era composto de duas peças, sendo

uma acionada pelo impulsor do gatilho e a outra, a trava propriamente dita, acionada

pela primeira peça.

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Esses três primeiros tipos de mecanismo de segurança apresentavam

inconveniente de não serem acionados pelo gatilho, o que é a peça primordial para

que se faça o acionamento da arma.

O quarto tipo de mecanismo de segurança foi introduzido a partir de 1977.

A trava, nesse mecanismo, possui três reentrâncias em sua região inferior, nas quais

se encaixam os três dentes da cremalheira da trava. Essa peça não se articula mais

com o impulsor do gatilho, mas diretamente com o gatilho, através do impulsor do

tambor. O fato de a cremalheira apresentar três dentes dá mais segurança ao correto

funcionamento, pois mesmo que ocorra a quebra de um dos dentes, o mecanismo de

segurança continua funcionando. Em novembro de 1988 foi fabricado o último revólver

com esse tipo de mecanismo, tendo recebido o número 2159326.

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O quinto tipo de mecanismo de segurança foi introduzido em 1981 e é utilizado

nos revólveres de modelo .38 - 5 tiros e todos os seus derivados de calibre .22 e .32

com seis tiros. Este sistema de travamento é automático e diferente do introduzido em

1977, sendo ainda mais aperfeiçoado e eficiente. Utilizou-se, nesses modelos, o

sistema de barra de transferência ou de percussão, acionada diretamente pelo

gatilho. Neste sistema, quando a arma está em repouso o cão está em permanente

contato com a armação e devidamente distanciado do percussor. Somente através do

acionamento do gatilho é que a barra de transferência se interpõe entre o cão e o

percussor, possibilitando a detonação e a deflagração do cartucho. A partir do início de

1989, todos os modelos de revólveres Taurus possuem esse tipo de segurança. Os

revólveres de seis tiros, com barra de percussão possuem, com raras exceções, um

número de série alfanumérica e os de 5 tiros, todos têm o número alfanumérico.

NÚMERO DE SÉRIE

O número de série está sendo gravado no lado direito da armação, podendo

ser numérico ou alfanumérico. A gravação é feita no final do processo de fabricação,

depois inclusive dos testes de funcionamento. É a última operação antes da

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embalagem. Nos revólveres antigos esse número era gravado no plano inferior da

coronha.

Dentro de cada calibre, os diversos modelos possuem uma numeração de série seqüenciada e

independente.

Podemos estabelecer o seguinte critério de correspondência de ano e mês.

ANO MÊS

A – 1981 M – 1993 A – JANEIRO

B – 1982 N – 1994 B – FEVEREIRO

C – 1983 O – 1995 C – MARÇO

D – 1984 P – 1996 D – ABRIL

E – 1985 Q – 1997 E – MAIO

F – 1986 R – 1998 F – JUNHO

G – 1987 S – 1999 G – JULHO

H – 1988 T – 2000 H – AGOSTO

I – 1989 U – 2001 I – SETEMBRO

J – 1990 V – 2002 J – OUTUBRO

K – 1991 K – NOVEMBRO

L – 1992 L – DEZEMBRO

Para ficar mais inteligível este sistema de numeração, daremos dois exemplos:

1º) Revólver nº BB 50005: é uma arma fabricada em 1982, no mês de fevereiro.

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2º) Revólver nº CG 12304: é uma arma fabricada em 1983, no mês de julho.

PROCEDIMENTOS BÁSICOS QUE O PM DEVERÁ ADOTAR

VISANDO INSPECIONAR O REVÓLVER ANTES DE EFETUAR

CAUTEALA EM SALA DE ARMAS

Considerando que poucas são as Unidades Operacionais que dispõem de

mecânico de armas servindo na sala de meios, prejudicando dessa forma a aplicação

da manutenção preventiva e corretiva, abordaremos a seguir, alguns procedimentos

básicos, porém vitais, que o PM deverá observar, no momento em que estiver

efetuando a carga de um revólver em sua OPM, haja vista, que a rotina no

desempenho das atividades policiais, bem como, o desconhecimento desses

procedimentos, tem colaborado para a vulnerabilidade do PM no momento de efetuar a

carga de uma arma, caso não esteja em plenas condições de funcionamento. Vale

ressaltar que, esses cuidados devem ser constantes, ou seja, o PM deverá repetir as

ações a seguir, a cada turno de serviço, tendo em vista que essas armas são utilizadas

por diversos policiais:

1. Ao receber o revólver das mãos do profissional da sala de meios, o usuário

deverá abrir imediatamente o revólver; consultando a existência ou não de

cartucho(s) na(s) câmara(s);

2. Verificar a desobstrução do cano;

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3. Ainda com o revólver aberto, deverá acionar o gatilho visando testar o

mecanismo de disparo, ou seja, se o percussor está ultrapassando o seu

orifício, bem como, as suas condições (quebra, rebarba, desgaste);

4. Verificar se a vareta do extrator está totalmente atarraxada;

5. Verificar as condições do orifício de passagem do percussor, haja vista que, o

mesmo deverá estar com a sua forma circular não comprometida. Orifício de

passagem do percussor ovalisado, aumenta-se a chance do contato do

percussor não ser ao centro da espoleta, concorrendo dessa forma para a

ocorrência da nega;

6. Após fechar o revólver, deverá acionar o gatilho visando verificar se a cada

acionamento ocorrerá o giro do tambor. Vale lembrar que o acionamento não

necessita ser até o final do curso do gatilho, evitando dessa forma o disparo em

seco. Com esse procedimento, o PM irá perceber se o dente do impulsor do

tambor está atuando perfeitamente nos dentes para o impulsor do

tambor (localizado no extrator);

7. Verificar se a arma está engatilhando em ação simples e dupla;

8. Identificar o mecanismo de segurança existente, ou seja, se é do tipo barra de

percussão ou transferência ou se é trava de segurança. Vale lembrar que

ambas as peças tem praticamente o mesmo formato. Para proceder à

identificação, o PM deverá trazer lentamente o cão à retaguarda, voltando a sua

atenção para o interior do mecanismo. Caso perceba a referida peça elevando-

se, tendo a sua parte superior se posicionado atrás do percussor, trata-se da

barra de transferência ou percussão. Se a mesma ao invés de subir, ela desce,

trata-se da trava de segurança. Contudo, faz-se necessário informar que, caso o

usuário ao trazer o cão lentamente à retaguarda perceba que a peça não subiu

nem desceu, é prudente que se identifique qual tipo de mecanismo está

faltando, e para tal, basta, com a arma aberta, trazer o dedal serrilhado a

retaguarda, e em seguida acionar o gatilho, fixando atenção para o afloramento

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ou não do percussor. Se após o acionamento do gatilho não houver o devido

afloramento do percussor, trata-se da inexistência da barra de transferência ou

de percussão. Nesse caso, não ocorrerá disparo nem de forma acidental, nem o

usuário acionando o gatilho, haja vista que, sem a barra de transferência o cão

não tocará no o fundo do percussor. Porém, se houver afloramento do

percussor, após acionamento do gatilho, trata-se do mecanismo de segurança

do tipo trava de segurança. Nesse caso, a inexistência da trava de segurança

deixará o revólver vulnerável, podendo ocorrer o disparo acidental, em caso de

queda.

INCIDENTES DE TIRO

Há um incidente de tiro quando se produz uma interrupção de tiro, sem danos

materiais ou pessoais, por motivo independente da vontade do atirador.

A causa do incidente é normalmente eliminada por determinadas ações chamadas

de ações imediatas.

INCIDENTES CAUSAS CORREÇÕES

Nega

1. Munição defeituosa. 1. Substituir a munição.

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2. Ponta do percussor quebrada. 2. Substituir o percussor.

3. Rebarba na ponta do percussor.

3. Retirar a rebarba.

4. Orifício de passagem do percussor obturado.

4. Desobstruir o orifício de passagem do percussor.

Não engatilha por

nenhum processo

1. Dente posterior superior do gatilho quebrado.

1. Substituir o gatilho.

2. Dente anterior do gatilho quebrado.

2. Substituir o gatilho.

3. Haste central com ponta gasta. 3. Substituir a haste central.

Não engatilha na

ação simples

1. Entalhe da noz do cão gasta. 1. Substituir o cão.

2. Dente posterior superior do gatilho gasta.

2. Substituir o gatilho.

Não engatilha na

ação dupla

1. Alavanca de armar quebrada. 1. Substituir o cão.

2. Dente posterior inferior do gatilho quebrado (o engatilhamento não será completo).

2. Substituir o gatilho.

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Não desengatilha1. Mola real ou haste da mola real presa.

1. Regular mola real.

Apresentação

Defeituosa

1. Retém do tambor gasto ou quebrado.

1. Substituir o retém do tambor.

2. Orifício onde se aloja o retém do tambor obturado.

2. Desobstruir o orifício onde se aloja o retém do tambor.

O tambor não gira

1. Dente do impulsor do tambor gasto ou quebrado.

1. Substituir o impulsor do tambor.

2. Dente para o impulsor do tambor gasto.

2. Substituir o extrator.

A arma não abre

1. Vareta do extrator não está totalmente atarraxada.

1. Atarraxá-la

2. Parafuso retém do suporte do tambor apertado demais.

2. Desapertá-lo.

A arma não extrai

1. Corpo estranho no alojamento do cartucho.

1. Remover o corpo estra-nho.

2. Cartucho defeituoso. 2. Substituir o cartucho.

CALIBRE DOS REVÓLVERES

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Os revólveres TAURUS, a exemplo de qualquer outra arma de fogo, devem utilizar

munição adequada, ou seja, aquela que se enquadra dentro das especificações

indicadas pela indústria fabricante. Muitos cartuchos apresentam a mesma aparência

exterior (mesmas dimensões), mas com propriedades balísticas diferentes. Esse fato

deve ser levado em conta, pelo atirador, quando vai alimentar seu revólver.

Existem duas designações para o calibre, ou seja, calibre real e calibre nominal.

O calibre real é a grandeza média diretamente na boca do cano da arma e é

expressa em milímetros. É sempre uma medida exata.

Nos revólveres que possuem cano dotado de raiamento constituído pôr um número

par de raias, o calibre é a distância entre dois cheios diametralmente opostos,

enquanto que nos canos com número ímpar de raias, mede-se o calibre entre um

cheio e uma raia, em posições opostas.

O calibre nominal é designativo, em princípio, de um tipo particular de munição,

mas também aplicado pôr extensão, às armas em que tal tipo de munição é utilizado.

Nos revólveres, o calibre nominal é determinado pelas dimensões das câmaras do

tambor e pode ser expresso em fração de polegadas (.32, .38) ou

em milímetros (8mm, 9mm).

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Nem sempre há uma correspondência exata do calibre nominal com o calibre real,

pois, para um mesmo calibre real, existem diferentes calibres nominais. Como exemplo

podemos citar que, ao calibre real 8,9mm correspondem os calibres nominais .38

curto, .38 longo, 38 special e .357 Magnum.

RAIAMENTO

Os revólveres TAURUS, desde o início de sua produção até novembro de 1977,

apresentaram um raiamento constituído por seis raias e seis cheios orientados

dextrogiramente (6D). Entretanto, a partir do mês e do ano acima referidos, os

revólveres de calibre .32 Longo e .38 Special passaram a apresentar um raiamento

formado por cinco raias e cinco cheios orientados dextrogiramente (5D) nos revólveres

de calibre . 22 LR. , O número de raias permaneceu o mesmo (6D), tendo havido

alteração no passo e na largura das raias.

O raiamento é feito com uma só brocha de tamanho grande e essa brocha pode

confeccionar o raiamento de 1500 a 8000 canos, por usinagem (retirada de material),

com dez afiações em média.

TÊMPERA DO TAMBOR E DO CANO

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Em 29 de agosto de 1977, iniciou o tratamento térmico (têmpera) para os

canos dos revólveres TAURUS, em todos os calibres. Na mesma data iniciou a

fabricação de revólveres .357 Magnum, com tambor temperado. Já para o calibre .38

Special, a têmpera do tambor teve seu início apenas em 1º de novembro de 1979. Os

revólveres TAURUS, calibre . 32 Longo têmseus tambores temperados desde

novembro de 1984.

Em agosto de 1984, a partir do nº 139646, teve início o tratamento térmico

(têmpera) dos tambores, para os revólveres de calibre .22 LR – Tiro ao Alvo e

Pesado Esporte (Mod. 96 e 90). O tratamento térmico para os tambores, neste calibre,

foi motivado por problemas de acabamento surgidos durante o processo de fabricação.

TIPOS DE ACABAMENTO

Vários são os tipos de acabamento empregados nos diversos modelos de

revólveres, produzidos e comercializados pelas FORJAS TAURUS S.A.. A seguir será

apresentada adenominação comercial de cada tipo de acabamento, bem como, em

que armas ou peças de armas é utilizado.

a) Oxidado

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As peças em aço, após o polimento, recebem um banho de oxidação negra, com

1,0-1, 2 micra. Esse tipo de acabamento é usado em revólveres apenas nas peças

confeccionadas em aço carbono.

b) Cementado

O cão, o gatilho, o retém do tambor e o impulsor do gatilho, recebem um tratamento

térmico especial, denominado de cementação.

A cementação consiste num tratamento térmico para aumentar a dureza superficial

das peças e, conseqüentemente, a resistência ao desgaste. Após a cementação as

peças sãooxidadas. A oxidação após a cementação faz com que as referidas peças

apresentam seu acabamento com tonalidade diferente da apresentada por aquelas

que foram somente oxidadas.

c) Niquelado

Confeccionadas em aço as peças são polidas e após receberem um banho

de níquel, de 10-12 micra. É utilizado esse tipo de acabamento nos revólveres

fabricados em aço carbono. Este acabamento deixou de ser usado a partir de agosto

de 1982.

d) Acetinado

O acabamento niquelado-acetinado é obtido se jateando, com esferas de vidro

CLAD, com 105 a 210 micra, as peças de aço carbono, recebendo depois banhos de

níquel, de 10 – 12 micra. Este tipo de acabamento dá um aspecto fosco, anti-

reflexo, às partes da arma por ele tingida, com aparência estética diferente daquela

fornecida pelos outros processos de acabamento.

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Trata-se de opção de acabamento, com efeito, puramente estético. Esta opção

pode ser utilizada em todos os modelos TAURUS, a pedido do cliente, à exceção dos

modelos Tiro ao Alvo (TA).

O acabamento acetinado é usado com freqüência no dorso (região superior) da

armação e do cano, para lhes dar um aspecto fosco, evitando reflexo e facilitando a

visada, no momento do tiro. Em revólveres oxidados, essas regiões são jateadas com

microesferas de vidro, antes da oxidação da arma. Com a oxidação obtém-se um

acabamento denominado de oxidado-acetinado.

e) Dourado Lavrado

As peças são polidas, e após o lavrado, são tratadas com banhos de níquel (10 –

12 micra) e ouro alcalino (0,02 – 0,04 micra). O lavrado é feito na armação, no cano,

tambor e suporte do tambor dos revólveres.

f) Cromado Lavrado

Esse acabamento é feito nas peças em aço carbono, as quais, após serem polidas,

são submetidas a banhos de níquel (10 –12 micra) e de cromo (0,5 a 1,0 micron). O

lavrado é feito nas peças citadas no item anterior.

g) Marmorizado

O cão e o gatilho dos revólveres em aço carbono, tiveram, a partir de janeiro de

1984, o acabamento superficial, obtido por oxidação branda, substituído pelo

de marmorização. A alteração teve por finalidade melhorar sensivelmente a

resistência à abrasão destas peças e, paralelamente, dotada de um aspecto estético

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mais atraente. Esta alteração foi adotada em todos os

revólveres, independentemente de seu acabamento oxidado ou acetinado.

PEÇAS DOS REVÓLVERES

Algumas peças do mecanismo interno são estampadas em aço carbono ou aço

inoxidável, sofrendo posterior usinagem. As demais são todas usinadas em tornos

mecânicos ou fresadoras nos modelos em aço inoxidável, o cão e o gatilho são de aço

carbono, cromados.

Antes de serem colocadas em seus respectivos lugares, nos revólveres, tais peças

sofrem um acabamento feito manualmente, mediante o emprego de abrasivos

diversos, especialmente de lixas.

a) Cão “Target”

Os revólveres TAURUS, a partir de outubro de 1984, passaram a ser dotados

de cão do tipo “target” (dedal ou dedeira larga). Com essa alteração houve

modificação, além da largura, da espessura, do formato e do desenho do serrilhado

localizado em sua região superior.

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A alteração introduzida visa facilitar a operação de engatilhamento, para tiro em

ação simples, além de melhorar o aspecto estético da arma.

No modelo 85H (Hammer), calibre .38-5 tiros, foi suprimida a “orelha do cão” (região

súpero-posterior). Este modelo, com o cão embutido, foi lançado em 18/09/91 e com o

mesmo só é possível a produção de tiros em dupla ação.

b) Gatilho “Target”

Todos os revólveres TAURUS .38 SPECIAL – 6 tiros e derivados (.32 longo T.A. e

Pesado Esporte; .22 L.R. T.A. e Pesado Esporte e .357 Magnum), a partir de junho de

1985, passaram a usar gatilho tipo target (dedal largo).

Esta modificação visou facilitar a operação de disparo da arma, diminuindo a

sensação de “peso no gatilho”, além de melhorar o aspecto estético da arma.

A face anterior, aquela em que o dedo do atirador toca no gatilho, pode ser lisa ou

serrilhada. Nos revólveres da armação pequena passou a ser lisa no início de 1991.

Nos revólveres de armação média, o gatilho com a face anterior lisa, foi introduzido no

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início de 1992, tendo permanecido o gatilho com a face anterior serrilhada nos

revólveres com cano de 6 polegadas e alça de mira regulável, até meados de 1994.

Nos revólveres de armação grande sempre foi usado o gatilho liso.

O novo modelo de gatilho, com dedal liso, introduzido nos modelos 82 SL e 85SL,

lançados em setembro de 1986, apresenta como característica um rebaixe nas duas

partes laterais, visando diminuir o atrito com a armação e evitar os arranhões.

Progressivamente este modelo de gatilho vai ser introduzido em todos os modelos de

revólveres.

c) Placas da Empunhadura

As placas da empunhadura, usadas nos cabos dos revólveres Taurus, inicialmente

eram confeccionadas em baquelite marrom ou branca (imitando madrepérola).

Passaram, depois, a ser fabricadas exclusivamente em madeira.

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Ao longo dos anos, diversos tipos de placas de empunhadura foram usados nos

revólveres Taurus, confeccionadas em madeira. Dois tipos de placas deixaram de ser

usadas:

1. Placas Oversize – placas envolventes com base arredondadas, também

conhecidas como “BANANA”;

2. Placas não envolvente, Standard – com a base arredondada.

Posteriormente foram introduzidos e estão sendo usados seis tipos diferentes de

placas de empunhadura, todos confeccionados em madeira:

O Primeiro tipo (I) de placas de empunhadura, denominadas pela indústria de

modelo .38 Standard, é usado nos revólveres .38 Standard e Pesado. O desenho

dessas placas acompanha o desenho do cabo (armação) e não são envolventes.

O Segundo tipo (II) denominado pelas Forjas Taurus S. A. de modelo .38

OVERSIZE ou de placas tipo competição, aparece em todos os revólveres com alça de

mira e em todos os de calibre .357 Magnum. Essas placas são envolventes e

apresentam-se com sua base plana (não arredondadas). A partir de novembro de

1985, a Taurus passou a usar, na placa esquerda da empunhadura, um novo formato

de rebaixo. Essa modificação visa permitir o uso de carregadores rápidos (speed

loaders), muito comuns no serviço policial e no tiro de combate.

O Terceiro tipo (III) de placas de empunhadura, denominado modelo .38 – 5 tiros,

é formado por placas oversize, com base arredondada. Todos os modelos, no

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calibre .38 Special, que têm armação .38 – 5 tiros e o modelo .22 LR – 9 tiros, usam

esse tipo de placas.

O Quarto tipo (IV) de placas, modelo oversize redondo, é usado no revólver calibre

.38 Special, modelo 85 H. Entretanto, pode ser vendido, como peça opcional, para

qualquer revólver que possua armação pequena.

O Quinto tipo (V) de placas, denominado de standard redondo, se adapta somente

para os revólveres de calibre .357 Magnum e .44 Special que possuem armação média

arredondada.

O Sexto tipo (VI) de placas, denominado de modelo 44, é usado exclusivamente

em revólveres calibre .44 Magnum, que possuem armação grande.

O Sétimo tipo (VII) de placas, cabo de borracha, se adapta para qualquer revólver

de armação pequena, enquanto que o Oitavo tipo (VIII) de placas, que acompanha os

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modelos 44 e 608, pode ser adaptado também nos demais modelos de armação média

e grande.

d) Novo ferrolho

A partir de dezembro de 1992, com os números de série iniciados pelas letras “LL‘, foi

implantado um novo ferrolho, mais compacto, mais curto que o anterior.

Com esta implantação sofreu alterações, além do próprio ferrolho, a mola do ferrolho.

e) Forma e regulagem da mola real

A mola real dos primeiros revólveres Taurus era em forma de lâmina (figura A). Na

região interior do punho existia o parafuso regulador da mola real, o qual podia manter

a referida mola em maior ou menor tensão. Este tipo de mola real foi utilizado até 1960.

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A partir de 1960 passou a ser utilizada uma mola real em espiral, nos revólveres

Taurus (figura B). Com adoção desse tipo de mola, houve a necessidade da utilização

de mais duas peças: a haste da mola real e o regulador da mola real. Essas peças

foram empregadas até 1977.

Em outubro de 1977, houve uma modificação na forma do regulador da mola real, com

o emprego de uma nova peça: a bucha esférica de encosto da mola real (figura C).

Este sistema foi utilizado até setembro de 1982.

Com o lançamento do revólver modelo 85 (5tiros) em 1981, foram eliminadas as

seguintes peças, integrantes do sistema de regulagem da mola real, dos revólveres de

armação pequena: regulador da mola real, pino do regulador da mola real e parafuso

do regulador da mola real (figura D). Esta alteração foi implantada também nos

revólveres da armação grande, em setembro de 1982.

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Nos revólveres de tiro ao alvo também foi eliminado o regulador da mola real, porém a

regulagem foi mantida substituindo-se a bucha esférica de encosto da mola real por

duas buchas roscadas (figura E).

A partir do início de 1996, tanto a haste da mola real quanto o apoio da mola passaram

a ser feita de chapa estampada. Esta modificação foi implantada inicialmente no

modelo 608, passando depois para os demais modelos (figura F).

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f) Acabamento para a ponta dos percussores

Nos revólveres de percussão direta, o acabamento da ponta dos percussores era

feito manualmente, mediante o uso de limas ou lixas especiais. Já nos revólveres com

percussão indireta, o acabamento da ponta do percussor é feito por torno, através de

processo mecânico. Este último acabamento pode variar de um lote para outro, pois

depende das condições da ferramenta de tornear.

Desde o seu lançamento, todos os revólveres com percussão indireta são dotados

de percussor com a ponta torneada. A variação entre um percussor e outro, neste

caso, é muito pequena e a importância desse fato se reflete praticamente no momento

de se fazer o exame micro comparativo entre marcas de percussão produzidas por

percussores torneados.

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g) Rosca à esquerda no extrator e na vareta do extrator

A partir de 1981, os revólveres Taurus, com o objetivo de impedir o eventual

desenroscamento do extrator de sua vareta, teve o sentido da rosca invertido,

passando da direita para a esquerda, a fim de contrapor ao sentido de giro do tambor.

Desta forma, quanto mais este girar, tanto mais aperto se dará entre vareta do extrator

e extrator.

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