Cerejas - Periodo de Colheita
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______________________________________________________________________
Manual de
Apresentação
___________________________________________________________________ 2
EMBALAMENTO E COMERCIALIZAÇÃO DE CEREJA DA COVA DA BEIRA
CERFUNDÃO
Contribuinte nº 507 082 796
C.R.C.N. 306070406
Operador nº HF 101275
Zona Industrial do Fundão Mercado Abastecedor da Cova da Beira
Lote 154 - Apartado 91 6230 – 348 – Fundão - Portugal
Telemóvel: +351 926 354 108 Telef. e Fax: +351 275 776 132 e-mail: [email protected]
___________________________________________________________________ 3
Uma nova forma de trabalhar a cereja
A Cerfundão é uma empresa de constituição recente (criada em 2006), mas que
reúne, nos seus quadros directivos e técnicos, uma equipa experiente e motivada.
Estamos na cidade do Fundão, em plena Cova da Beira, o solar da Cerejeira
em Portugal, sendo esta a região responsável por 50% do volume de produção de cereja
nacional.
A cereja é um fruto com limitada permanência no mercado. A fase de
conservação da cereja, mesmo que em condições controladas de frio e humidade, é
restrita, e como tal apenas uma fileira bem organizada responderá eficazmente às
exigências actuais de mercado. A Cerfundão foi criada com o intuito de organizar essa
mesma fileira regional. Assim, dispõe de um grupo motivado que reúne todas as fases
dessa mesma fileira, desde a produção à chegada ao consumidor, assegurando a entrega
de um fruto, que todos nos iremos orgulhar, com uma marca própria, que muito em
breve será reconhecida como sendo de grande qualidade, a Cereja do Fundão.
Dispomos de uma área de 1775m2 em pleno Mercado Abastecedor da Cova da
Beira, na Zona Industrial do Fundão, com acesso directo à auto-estrada da Beira (A23).
Fig. 1 – Localização da Cerfundão.
Capítulo
1
ESTAMOS
AQUI
___________________________________________________________________ 4
Os nossos parceiros
A Cerfundão nasceu da associação de diversos parceiros, nomeadamente a
Cercobe, Associação de Produtores de Cereja da Cova da Beira, a Câmara Municipal do
Fundão, a Caixa de Crédito Agrícola do Fundão e Sabugal, a Appizêzere, Associação de
Protecção Integrada e Agricultura Sustentável do Zêzere, todas com sede na cidade do
Fundão, em pleno coração da Cova da Beira, e quatro freguesias deste concelho; Alcaide,
Alcongosta, Aldeia de Joanes e Donas, todas quatro com fortes tradições no cultivo da
cerejeira.
A Cercobe é uma associação de produtores de cereja fundada em 1985 com um
número restrito de associados. Actualmente, e devido ao crescimento do sector na região,
conta com a inscrição de 317 associados, entre produtores individuais e sociedades agrícolas.
A necessidade de se associarem surgiu devido à crescente dificuldade que os produtores
encontravam na colocação do seu produto nos circuitos de comercialização. Hoje, a Cercobe
é uma associação que, além de servir os seus princípios originais, permite ao agricultor local
a troca de experiências e conhecimentos entre produtores de cereja em termos de variedades
e porta-enxertos actuais. A Cercobe é o sócio maioritário da Cerfundão.
A Appizêzere foi criada em 1995 com sede em Belmonte e com um número restrito
de associados que foi crescendo gradualmente, tendo obrigado, em 1999, à transferência da
sua sede, por questões administrativas e logísticas, para o Fundão a partir de onde,
actualmente desenvolve as suas actividades. Desde a sua criação que a associação tem
prestado assistência técnica aos agricultores nas culturas das Prunóideas, Pomóideas e Vinha,
alargando o seu âmbito à cultura do Olival em 2001, ano em que as Medidas Agro-
Ambientais contemplaram esta cultura. Actualmente a Appizêzere presta apoio técnico em
Protecção e Produção Integradas nas Culturas das Prunóideas, Pomóideas, Vinha e Olival,
tendo ao seu serviço técnicos com formação e experiência adequadas às actividades que leva
a cabo.
A Caixa de Crédito Agrícola conta com mais de 600 balcões e mais de 400 000
associados. No Fundão situa-se uma das suas sedes. O Grupo Crédito Agrícola é um grupo
financeiro que nasceu e cresceu perto das pessoas, apoiando as sua vidas, sonhos e projectos,
e foi seguindo esta filosofia que a Caixa de Crédito Agrícola do Fundão apoia o projecto
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da Cerfundão, revelando mais uma vez que está junto dos agricultores, mais concretamente
dos produtores de cereja locais.
A Câmara Municipal do Fundão, seguindo as suas múltiplas politicas de apoio à
população, não deixou igualmente de acreditar num projecto que trás sem dúvida mais valias
para o concelho, nomeadamente abrindo portas ao conhecimento de uma região que
poderemos considerar como o solar da Cerejeira em Portugal.
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Produção de cereja em Portugal
Devido ao clima e localização geográfica na Europa, Portugal dispõe de um
enorme potencial para colocar no mercado frutos, e mais concretamente cereja,
especialmente em épocas em que a produção em muitos países europeus não consegue
satisfazer a procura existente.
É de realçar a necessidade de fazer chegar, a um consumidor cada vez mais
informado e exigente, frutos frescos de grande qualidade, e esse é o propósito da
existência de uma empresa como a Cerfundão, associando o potencial produtivo da
região ao “Know-how” das gentes que se dedicam à fruticultura há décadas.
A produção de cereja na Cova da Beira
Com uma área de produção que abrange os concelhos do Fundão, Covilhã e
Belmonte, a área de cultivo de cerejeira ronda os 2507 hectares na região, dando
origem, em média, a cerca de 8558 toneladas anuais de cerejas (INE, 2007).
Confirma-se uma tendência de aumento da área ocupada por esta cultura na
região. Não devemos esquecer, no entanto, que o aparecimento de novos pomares não
está muitas vezes associado ao aumento de área efectiva mas à reconversão do pomar já
existente.
As explorações agrícolas da região são do tipo pequenas a médias explorações.
O pomar de cerejeiras não foge a esta regra, o que tem permitido ao produtor uma
gestão mais ou menos eficaz da colheita do seu pomar.
A Cerfundão dispõe do cadastro dos produtores de cereja associados da
Cercobe, onde consta toda a informação referente ao seu pomar, nomeadamente: idade
do pomar, porta-enxertos, variedades, práticas culturais adoptadas, etc.
É importante reter que a maioria das explorações são de conta própria o que se
tem revelado um incentivo ao investimento por parte do produtor de cereja.
Capítulo
2
___________________________________________________________________ 7
A grande maioria dos pomares de cerejeira da região dispõe-se na vertente norte
da Serra da Gardunha, até aos 600-700m de altitude, e em plena Cova da Beira, ladeada
pelas Serras da Gardunha e Estrela, e é aqui que esta espécie encontra o microclima e as
condições de solo ideais para o seu desenvolvimento.
O esquema de variedades na região
O número de variedades presentes nos pomares da região tem crescido
exponencialmente nos últimos anos, em parte devido à reconversão dos pomares mais
antigos.
Actualmente há uma preocupação, por parte dos produtores locais, em
instalarem variedades de maior calibre e consequente melhor aceitação no mercado. A
época de colheita começa igualmente a ser um factor a ponderar, nomeadamente a
aposta em variedades mais precoces ou tardias, por estas terem uma consequente mais
valia económica na venda.
Ao nível das variedades instaladas podemos ponderar algumas alterações
recentes:
As variedades como a ‘Napoleão Pé Comprido’, a ‘Morangão’ ou a ‘Windsor’
(Roxa), são altamente produtivas na região da Cova da Beira, mas no presente não têm
colocação no mercado de frescos, e infelizmente ainda possuímos um escoamento
nacional para a indústria altamente deficitário.
A variedade ‘Burlat’ tem fortes tradições na região. Pela sua precocidade
produtiva permite ao produtor uma valorização económica significativa, no entanto, é
uma variedade de polpa mole e a sua permanência nos circuitos comerciais é limitada.
Variedades igualmente precoces podem ser admitidas na região como a ‘Earlise’, no
entanto, não podemos esquecer que aumentam também os riscos de fendilhamento da
cereja.
As variedades de cerejeira mais cultivadas na região da Cova da Beira são,
tradicionalmente a ‘De Saco Cova da Beira’, ‘Burlat’, ‘Maring’, e ‘Windsor’ também
conhecida como ‘Roxa’.
Mais recentemente, hoje com pomares em plena produção, houve a introdução
de novas variedades como a ‘Brooks’, ‘Hedelfingen’, ‘Summit’, ‘Sunburst’, e
‘Sweetheart’, entre outras, mais atractivas do ponto de vista comercial por o fruto
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atingir elevados calibres.
Consoante a variedade, a colheita processa-se maioritariamente na região do
início de Maio até à segunda quinzena de Julho, consoante as variedades e a localização
dos pomares.
A altitude a que o pomar se encontra, a sua localização e as variações climáticas
interanuais determinam as variedades disponíveis na campanha.
Nas últimas campanhas, tem-se, no entanto, observada alguma concentração da
produção, essencialmente devido às altas temperaturas registadas, o que leva a um
encerramento precoce da recepção de cereja.
Algumas variedades como a ‘Lisboeta’, ‘Morangão’, ‘Napoleão Pé Curto’,
‘Napoleão Pé Comprido’ e ‘Windsor’ (Roxa) têm progressivamente perdido
protagonismo por falta de características adequadas ao consumo em fresco.
A grande representatividade regional cabe sem dúvida ainda a variedades como
a ‘Burlat’, ‘Maring’ e ‘De Saco Cova da Beira’. A reconversão dos pomares tem
mudado ultimamente este cenário surgindo já com significativa relevância variedades
como; ‘Earlise’, ‘Brooks’, ‘Garnet’, ‘Lapins’, ‘Summit’, ‘Sweetheart’ e ’Sunburst’. Esta
última, tem no entanto sido abandonada progressivamente pelos produtores regionais,
após grande entusiasmo inicial levado pelo seu elevado calibre, devido à polpa mole do
fruto.
Em condições climatéricas normais, e tendo em conta que dentro da região da
Cova da Beira temos regiões produtivas de características distintas, por se encontrarem
a cotas mais baixas e apresentarem valores médios de temperatura ligeiramente
diferentes, podemos apontar para um mapa aproximado de produção das diferentes
variedades como o representado de seguida (Fig.2).
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MAIO JUNHO JULHOJULHOJULHOJULHO
01010101----15151515 16161616----31313131 01010101----15151515 16161616----30303030 01010101----15151515 16161616----31313131
PRIMULAT
MARVIN
EARLISE
BURLAT
PRIME GIANT
CORALISE
GARNET
CELESTE
NEW STAR
EARLY VAN COMPACT
STARK HARDY GIANT
CRISTALINA
ARCINA
BIGALISE
BROOKS
VAN
SUNBURST
SUMMIT
BING
TAVORA
REVERCHON
MARING
SKEENA
DE SACO COVA DA BEIRA
HEDELFINGEN
DURONI 3
SWEETHEART
Fig. 2 - Calendário de maturação das variedades na região da Cova da Beira.
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A fileira da cereja Os intervenientes directos na cadeia pós-colheita da cereja na Cova da Beira são
os produtores, associações de produtores (Cercobe), cooperativa (Cooperativa de
Fruticultores da Cova da Beira), distribuidores (grossistas, retalhistas) e consumidores.
Os indirectos incluem os consultores técnicos, investigadores, pessoas ligadas à
elaboração de normas e agentes de fiscalização.
Nesta região podemos encontrar dois esquemas principais de fileira, um
representativo do que se pode designar como o pomar tradicional da região (Fig.3) e
outro do pomar actual (Fig.4) resultado de investimentos e actualizações na cultura.
Fig. 3 - Fileira do pomar de cerejeira tradicional na Cova da Beira.
Capítulo
3
Nível inputs: variedades tradicionais mão de obra combustíveis enxertadas em porta-enxerto franco (colheita)
���� PRODUTORES ���� VENDA DIRECTA (consumidor) ————————————————————————————————————————————————————————
————
Nível inputs: variedades tradicionais mão de obra combustíveis enxertadas em porta-enxerto franco (colheita)
���� PRODUTORES ���� INTERMEDIÁRIO (pessoa individual ou colectiva) ���� MERCADO ���� CONSUMIDOR
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A principal característica deste esquema é um reduzido número de intervenientes
na fileira. Ainda hoje se encontra na região, com a celebre entrega de cereja pelos
produtores na zona do Alcambar, à entrada do Fundão, a distribuidores vindos de todo o
país, no entanto já em escasso número, uma vez que os produtores se aperceberam das
crescentes necessidades de adoptarem parâmetros de qualidade nos circuitos de
transporte e distribuição da sua cereja. Existem ainda intermediários que possuem
contratos todos os anos com determinados produtores e vão eles próprios buscar a cereja
directamente aos pomares, mas também neste caso o número tem-se reduzido
drasticamente com os anos.
Nas últimas décadas houve um investimento na cultura da cerejeira em Portugal,
e nomeadamente na região da Cova da Beira. Assim, o número de intervenientes na
fileira aumentou tornando-se esta num esquema elaborado. Pode observar-se (Fig.4) que
existem hoje pelo menos dois tipos de circuitos, um circuito curto e um circuito longo,
dentro da fileira da cereja.
Fig. 4 – Fileira actual do pomar de cerejeira na Cova da Beira.
Nível inputs: Viveiristas
Sistemas de rega Novos porta-enxertos Adubos e Mão de obra Combustíveis e mecanização e variedades Fertilizantes (colheita e outras operações culturais)
���� PRODUTORES
Circuito curto: Circuito curto: Circuito curto: Circuito curto: Circuitos longoCircuitos longoCircuitos longoCircuitos longos:s:s:s: ���� ���� CONSUMIDOR CONSUMIDOR CONSUMIDOR CONSUMIDOR CERFUNDÃOCERFUNDÃOCERFUNDÃOCERFUNDÃO (embalagem, controlo de qualidade, refrigeração) ���� ���� ���� TRANSPORTADORA GRANDES SUPERFICIES INDUSTRIA TRANSFORMADORA
���� ���� (lavagem, descaroçamento) MERCADOS ABASTECEDORES CENTRAL COMPRAS (Lisboa, Porto e Faro) (controlo de recepção) ���� ���� ���� CONSUMIDOR RETALHO LOJAS (xaropes, conserva, doces, sumo compotas) ���� ���� CONSUMIDOR CONSUMIDOR
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Em qualquer dos esquemas da fileira (Fig.3 e 4), no inicio da cadeia está sempre
o agricultor/produtor que tem um papel essencial na escolha de variedades, do momento
e método para se efectuar a colheita e, também, em alguns casos, na realização das
operações de pré-arrefecimento e preparação da cereja para o mercado. Por esse motivo,
a Cerfundão quando criada, chamou a si todos os produtores regionais interessados em
fazer parte de um projecto inovador que reúne produtores e técnicos a trabalhar para um
mesmo fim, a produção de cereja de extrema qualidade.
É num esquema elaborado e especifico de fileira que encontramos a Cerfundão
com o propósito de reunir a produção local e facultar-lhe as melhores condições de
armazenamento e distribuição, pois dispõe de instalações com recursos inovadores
como sejam a presença de três câmaras de frio controlado, um calibrador automático
(Fig.5), com um rendimento de trabalho de 1,5 t/hora e uma embaladora com
capacidade para acondicionar em couvettes que vão desde as 150 g às 1000 g de cereja
(Fig.6). Estão assim ao alcance da Cerfundão contratos de distribuição com mercados
nacionais e internacionais que assegurarão sem margem de dúvida a entrega de cereja
dentro dos parâmetros hoje exigidos.
Pensamos num futuro próximo, e afim de rentabilizar as óptimas condições
físicas disponíveis, alargar o leque de oferta a outros frutos.
Fig.5 – Calibrador automático. Fig.6 – Linha de Embalamento.
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Como trabalhamos para apresentar um produto de excelência
O funcionamento da Cerfundão até hoje, assentou nas seguintes bases: a cereja
após ser colhida era escolhida, calibrada, por observação visual e recurso a um pequeno
calibrador manual facultado pela Cercobe, e acondicionada em caixas, muitas vezes
logo no próprio pomar ou em armazéns junto a este. Seguia-se, em alguns casos, o
armazenamento que se exigia ao produtor ser por um período de tempo curto, afim de
não comprometer a qualidade final do fruto produzido.
Posteriormente era entregue nas instalações da Cerfundão onde era colocada em
frio até ser expedida, e após ser rigorosamente avaliada seguindo critérios adiante
descritos.
O acondicionamento continuará a ser possível em três tipos de embalagem:
- Caixas de cartão de 5kg e 2kg;
- Embalagem de couvette plástica de 250, 500 e 1000g (Fig.7). Nestes casos o
acondicionamento é feito nas próprias instalações da Cerfundão.
Com a aquisição do equipamento altamente especializado para calibragem e
acondicionamento de frutos, nomeadamente de cereja, a partir da próxima campanha
esta primeira fase sofrerá profundas alterações; a cereja passará a ser colhida pelos
produtores regionais para caixas de maior capacidade e o mais rapidamente entregue nas
instalações da Cerfundão, afim da cereja estar o menor tempo possível exposta ás
temperaturas locais elevadas que se fazem sentir na época de colheita. Após a recepção,
e por produtor, serão primeiramente avaliados parâmetros físico-químicos pré-
determinados como sejam calibre mínimo exigido, cor, variedade, ausência de resíduos
de fitofármacos, de ataques de pragas ou doenças e um estado de maturação adequado.
Só então será encaminhada para ser calibrada e acondicionada nas respectivas
embalagens.
Fig. 7 – Caixa de 2 kg e embalagens de 250, 500 e 1000 g.
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Como é referido, a cereja entregue sofre sempre um processo de controlo de
qualidade que se rege por determinados parâmetros pré-estabelecidos e que podem ser
observados na tabela seguinte. Resumidamente exige-se sempre ao produtor:
- Identificação do número de associado na embalagem que permita a rastreabilidade do
produto entregue;
- Separação por variedades;
- Separação da cereja por lotes de cor e por Classes de Calibre, caso o
acondicionamento seja da sua responsabilidade:
• Calibre +24mm, com 5% de tolerância admitida nas caixas de 2 e 5Kg – Categoria I;
• Calibre +22mm, com 10% de tolerância admitida nas caixas de 5Kg – Categoria II;
• Calibre <22mm – Industria;
- A cereja entregue não poderá em caso algum apresentar vestígios de produtos
fitofarmacêuticos ou ataques de Mosca da Cereja (Rhagoletis cerasi).
Quadro 1 - Controlo de qualidade na recepção de cereja na Cerfundão.
Categoria Extra Categoria I Categoria II Industria Recusa
Couvettes Caixas 2Kg
Caixas 2Kg Caixas 5Kg
Caixas 5Kg Caixas plásticas de
10kg
Calibre ≥24mm Calibre ≥24mm Calibre ≥22mm Calibre ≤22mm Calibre ≤ 21mm
Com pedúnculo e de cor verde
Com pedúnculo e de cor verde
Com pedúnculo e de cor verde
Sem pedúnculo Sem pedúnculo e de
cor castanha
Ausência danos fisiológicos
Ausência danos fisiológicos (tolerância
5%)
Ausência danos fisiológicos (tolerância
10-15%)
Ausência danos fisiológicos
Com danos fisiológicos
Sem podridão Sem podridão Sem podridão Sem podridão Com podridão
Sem picada de mosca Sem picada de mosca Sem picada de mosca Sem picada de mosca Com picada de mosca
(tolerância 0%)
Cor característica da variedade
Cor característica da variedade (tolerância
5%)
Cor característica da variedade (tolerância
10-15%) Cor escura
Cor escura por excesso de maturação
Homogeneidade cor Homogeneidade cor
(tolerância 5%) Homogeneidade cor (tolerância 10-15%)
Lotes de cor bastante
diferenciados
Homogeneidade calibre
Homogeneidade calibre (tolerância 5%)
Homogeneidade calibre (tolerância 10-
15%)
Elevada heterogeneidade
calibre
Windsor (Roxa)
Napoleão Pé Comprido
Nota: Danos fisiológicos como rachamento, picada de pássaros, deformações e frutos geminados.
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As condições óptimas de conservação da cereja podem ser alcançadas por um
abaixamento de temperatura de 2 a 4ºC e armazenamento a uma Humidade relativa de
90 a 95%, permitindo assim a preservação da qualidade da cereja e um armazenamento
durante 2 a 3 semanas a 2ºC de temperatura.
A Cerfundão dispõe de instalações de frio que lhe permitem armazenar a cereja
dentro dos parâmetros considerados ideais para a sua conservação.
Após a chegada às instalações, e depois de realizado o respectivo controlo de
qualidade da produção entregue, as caixas são rapidamente colocadas em paletes,
distribuídas por variedade, calibre e lote de cor e imediatamente identificadas e
enroladas sendo posteriormente colocadas nas câmaras de refrigeração, onde a
temperatura e a humidade são parâmetros rigorosamente controlados (Figs. abaixo).
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Caracterização das variedades
Primulat®Ferprime
☺ ☺ ☺ ☺ Variedade extra-precoce. Floração precoce, 5 a 7dias antes da variedade ‘Burlat’.
Polinizadoras: ‘Van’, ‘Burlat’, ‘Sweetheart’. Entrada rápida em produção.
Produtividade boa e regular. Colheita 3-5 dias antes ‘Burlat’. No que se refere à
qualidade do fruto, este apresenta-se com boa firmeza e teores de açúcar adequados
(idêntica à ‘Burlat’). A época óptima de colheita deverá ser no índice de cor 4 definido
pelo Ctifl.
� � � � Vigor da árvore médio a forte. Calibres baixos em caso de sobrecarga. Maturação
escalonada. Firmeza da polpa média (próxima ‘Burlat’). Elevada sensibilidade ao
rachamento (mais sensível que a ‘Burlat’).
Earlise®Rivedel
☺ ☺ ☺ ☺ Variedade precoce. Entrada em produção rápida. Produtividade muito elevada.
Polinizadoras: ‘Garnet’, ‘Sumini’, ‘Sweetheart’, ‘New Moon’, ‘Lapins’, ‘Burlat’.
Maturação 2-4 dias antes ‘Burlat’ com calibres ligeiramente superiores e mais firme.
Época óptima de colheita deve centrar-se no estado de coloração 4 (código coloração
Ctifl).
���� Vigor da árvore médio-forte. Floração muito precoce. Maturação escalonada (2-3
Capítulo
4
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passagens que não devem distar mais de 6 dias). Produção heterogénea. Evitar porta-
enxertos tipo Tabel e podas de frutificação severas que levam cargas excessivas, atrasos
na maturação e baixos calibres. Elevada sensibilidade ao rachamento (superior à
‘Burlat’). Perda de firmeza da polpa rápida quando as temperaturas sobem e ocorre
precipitação.
Burlat
☺ ☺ ☺ ☺ Maturação precoce. Fruto de sabor bom, com uma boa relação açúcar/acidez.
Polinizadoras: ‘Arcina’, ‘Brooks’, Van’, ‘Stark Hardy Giant’, ‘Coralise’ ou ‘Celeste’. A
colheita deverá ser dirigida à cor 3-4 (código Ctifl), só assim atingiremos valores de
dureza da polpa aceitáveis do ponto de vista comercial.
���� Crescimento vegetativo vigoroso. Maturação escalonada (2-3 passagens não devem
distar mais de 6 dias). Perda dureza da polpa rápida com evolução da cor e com
temperaturas altas e precipitação. Produtividade média. Sensível ao rachamento.
Variedade de polpa mole.
Brooks
☺ ☺ ☺ ☺ Rápida entrada em produção. Produtividade média a boa. Polinizadoras: ‘Burlat’ e
Van’. Floração próxima da ‘Burlat’. Maturação mais ou menos concentrada. Fruto de
elevado calibre e atraente, de óptima qualidade gustativa. Polpa consistente. Elevada
resistência ao armazenamento e transporte.
Do ponto de vista comercial é uma variedade que apresenta actualmente muita procura e
óptima valorização.
� � � � Muito sensível ao rachamento.
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Celeste®Sumpaca
☺ ☺ ☺ ☺ Autofértil e produtiva. Fruto de bom calibre e mediana qualidade. Maturação mais
ou menos 12 a 14 dias após a ‘Burlat’. Sabor doce.
� � � � Árvore vigorosa e de copa densa. Lenta entrada em produção. Variedade sensível ao
rachamento e muito sensível à moniliose (Monilia laxa). Maturação escalonada,
necessitando de várias colheitas.
Garnet®Magar
☺ ☺ ☺ ☺ Rápida entrada em produção. Variedade cuja floração antecede a ‘Burlat’, 1 a 8
dias. Requer polinizadoras de floração precoce, como sejam a ‘Earlise’, ‘Ruby’,
‘Lapins’, ‘New Moon’, ‘Sweetheart’, ‘Early Van Compact’, ou ‘Marvin’. Produtividade
média a elevada. Fruto de polpa consistente. a colheita deverá ser dirigida para o estado
de cor 4 (código de coloração Ctifl), sendo assim garantidos valores óptimos de dureza
e açúcar na polpa.
� � � � Elevada sensibilidade ao rachamento. Após a colheita a cor evolui lentamente mas o
pedúnculo murcha rapidamente, sendo esta uma enorme desvantagem do ponto de vista
comercial.
Skeena
☺ ☺ ☺ ☺ A sua floração ocorre 4 a 7 dias após a ‘Burlat’. Variedade autofértil e de rápida
entrada em produção. Produtividade boa. Maturação 28 a 32 dias após a ‘Burlat’.
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Apresenta bom calibre e firmeza da polpa. O estado de coloração recomendável para
colheita é o índice 5-6 do código de coloração definido pelo Ctifl.
� � � � Sensibilidade ao rachamento de baixa a elevada.
Stella
☺ ☺ ☺ ☺ Variedade autofértil. De sabor doce e coloração vermelho escuro. Maturação
intermédia. O vigor da árvore é moderado, apresentando produções razoáveis, com boa
distribuição na árvore.
� � � � Sensibilidade mediana ao rachamento.
Early Van Compact
☺ ☺ ☺ ☺ Floração mais ou menos 4 dias em relação à ‘Burlat’. Polinizadoras: ‘Burlat’,
Sweetheart’ ou ‘New Moon’. Fruto de bom calibre e dureza da polpa. Sabor discreto.
Rápida entrada em produção. Maturação ± 13 dias após a ‘Burlat’. Medianamente
sensível ao rachamento.
� � � � Árvore vigorosa. Produção irregular. O calibre bom mas irregular se a carga for
elevada. Produtividade escassa a mediana.
___________________________________________________________________ 20
Van
☺ ☺ ☺ ☺ Rápida entrada em produção mantendo os bons níveis produtividade. Óptima
qualidade organoléptica dos frutos. Maturação concentrada. Boa produção, por vezes
excessiva. Polinizadoras: ‘Marvin’, ‘Arcina’, ‘Stark Hardy Giant’, ‘Burlat’, ‘Rainier’,
‘Coralise’, ‘Celeste’ ou ‘Napoleão’. Quando a colheita decorre nos estados de coloração
4-5 (código Ctifl), a suas qualidades organolépticas e de firmeza da polpa são boas.
� � � � Sensibilidade ao rachamento junto ao pedúnculo. Requer poda que limite a
produção. Pedúnculo curto o que dificulta colheita. É sensível ao cancro bacteriano. É
uma variedade medianamente sensível a ataques de moniliose.
Bing
☺ ☺ ☺ ☺ Boas características organolépticas e boas propriedades do fruto após colheita. Boa
estabilidade e alto teor de açúcar. Bons níveis de acidez da polpa. Elevado calibre.
� � � � Sensível ao rachamento e à moniliose (Monilia laxa).
Arcina ® Fercer
☺ ☺ ☺ ☺ Polinizadoras: ‘New Moon’, ‘Sweetheart’, ‘Early Van Compact’, ‘Marvin’, ‘Van’,
‘Stark Hardy Giant’, ‘Burlat’, ‘Rainier’, ‘Coralise’ ou ‘Celeste’. Maturação 15 a 20 dias
após a ‘Burlat’. Calibre, dureza da polpa e qualidade gustativa muito boas. Variedade de
fácil colheita. A colheita deverá ser dirigida ao estado de cor da epiderme 4-5 (código
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Ctifl), garantindo-se assim valores óptimos de dureza e açúcar na polpa.
� � � � Árvore vigorosa. Difícil de polinizar. Entrada em produção lenta, preferindo os
porta-enxertos semi-ananicantes e ananicantes. Podas longas favorecem a frutificação
nos ramos longos e pendentes. Variedade de produtividades irregulares. Sensível ao
rachamento. Elevada sensibilidade às geadas primaveris.
Summit
☺ ☺ ☺ ☺ Maturação concentrada. Polinizadoras: ‘Hedelfingen’, ‘Sunburst’, ‘Badacsony’,
‘Noire Méched’, ‘Belge’ ou ‘Tardif de Vignola’. Boas características do fruto. O estado
de coloração recomendável para colheita é o índice 4-5 do código de coloração do Ctifl.
� � � � Lenta entrada em produção e produtividade baixa e inconstante. Desenvolvimento
vegetativo vigoroso. Sensível à moniliose (Monilia laxa).
Sunburst
☺ ☺ ☺ ☺ Variedade autofértil, de maturação uniforme. Cerejas de elevado calibre. Boa
produtividade. A colheita devera ser dirigida à coloração 1-2 da epiderme do fruto, pois
só assim não será afectada a firmeza da polpa. A esta data os açúcares já atingiram o seu
valor máximo e os ganhos de peso e calibre já não se verificam. Índices mais avançados
de coloração da epiderme apenas depreciam a firmeza da polpa.
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� � � � Polpa mole e sabor mediano. Sensível ao rachamento e ao manuseamento do fruto.
Não tolera colheitas tardias devido à fraca firmeza da polpa.
Hedelfingen
☺ ☺ ☺ ☺ Cereja de polpa consistente e bom sabor. Polinizadoras: ‘Guillaume’, ‘Napoleão’,
‘Summit’, ‘Verdel’. Semelhante à variedade regional ‘De Saco Cova da Beira’. A
colheita deverá ser dirigida à cor 4-5 (código de coloração Ctifl). � � � � Maturação escalonada, requerendo 2 a 3 passagens pela árvore. Entrada em
produção lenta. Produtividade mediana.
Lapins
☺ ☺ ☺ ☺ Variedade autofértil, precoce e muito produtiva. Cereja de boas qualidades
gustativas, pouco sensível ao rachamento. Fruto de polpa firme a muito firme, com bons
teores de açúcar e nível de acidez. Fruto doce não muito ácido. Polpa crocante e
consistente. Colheita óptima na cor 4. � � � � Muito sensível à moniliose nos frutos. O excesso de produção poderá ser um
problema nesta variedade. Maring
☺ ☺ ☺ ☺ Variedade que surge na região com esta denominação, mas que se desconhece a sua
___________________________________________________________________ 23
origem. Entendidos locais afirmam ser apenas a variedade ‘Van’ que se adaptou às
características regionais, melhorando-as consideravelmente. A ‘Maring’ apresenta o
pedúnculo curto, bom calibre e elevada dureza da polpa, o que lhe permite adquirir
óptimas condições para armazenamento e transporte. É uma variedade que suporta bem
ligeiros atrasos na colheita, para índices de cor mais avançados, por apresentar uma
firmeza da polpa considerável. Colheita óptima na cor 4-5 (código de coloração Ctifl).
� � � � Sensibilidade ao rachamento mediana a elevada. De Saco Cova da Beira
☺ ☺ ☺ ☺ Variedade tardia. Polpa consistente e bons níveis de açúcar. Bem adaptada às
condições locais. Boa produtividade. Bom poder de conservação. Bem adaptada ao
manuseamento e transporte. Variedade de pedúnculo longo, que facilita a colheita. Por
ser uma variedade de polpa rija, admite índices de cor avançados, não se depreciando a
dureza do fruto. Colheita óptima em índices 4-5.
� � � � Quando frutifica muito, compromete o seu calibre.
Sweetheart
☺ ☺ ☺ ☺ Variedade tardia, autofértil, e de floração precoce, 1 a 6 dias após a ‘Burlat’. Rápida
entrada em produção, com boa produtividade. Boas produções após 3 anos de plantação.
Boas características do fruto. Dureza da polpa boa. Maturação tardia, 32 a 35 dias após
a ‘Burlat’. O estado de coloração recomendável para colheita é o índice 4-5 do código
de coloração do Ctifl.
� � � � Calibre médio. Frutificação com dificuldade na colheita. Medianamente sensível ao
rachamento.
___________________________________________________________________ 24
A cereja Cova da Beira e a Indicação Geográfica Protegida
As cerejas provenientes de diversas variedades de cerejeira, tradicionalmente
cultivadas na zona designada por Cova da Beira, constituem uma Indicação
Geográfica Protegida (IGP).
A cereja é obtida a partir das cerejeiras das variedades regionais ‘De Saco Cova
da Beira’, ‘Napoleão Pé Comprido’, ‘Morangão’, ‘Espanhola’ e das variedades ‘B.
Burlat’, ‘B. Windsor’, e ‘Hedelfingen’.
A variedade mais representativa é a “De Saco Cova da Beira”, por ser uma
variedade bem adaptada às condições edafo-climáticas da região, e às exigências do
consumidor e por se tratar de um fruto muito doce, firme e carnudo.
O uso da Indicação Geográfica Protegida (IGP), obriga a que a cereja seja
produzida de acordo com as regras estipuladas no caderno de especificações, o qual
inclui, designadamente, as condições de produção, colheita e acondicionamento do
produto.
A rotulagem cumpre os requisitos da legislação em vigor, incluindo a
informação respeitante ao calibre, variedade, peso, identificação de lote e data de
embalagem.
Neste momento a Cerfundão apresenta já a capacidade de um processo de
rotulagem segundo o sistema internacional EAN UCC 128 e que lhe permite seguir as
normas da rastreabilidade do produto entregue.
Capítulo
5
___________________________________________________________________ 25
A entrega de cereja na campanha de 2008
A campanha de 2008 caracterizou-se por uma forte oferta de cereja concentrada
essencialmente no mês de Junho. Registaram-se também quebras significativas nas
variedades com uma maturação posterior às precoces (‘Burlat’ e ‘Earlise’) como foram
a ‘Brooks’, ‘Garnet’, ‘Bigalise’ e ‘Celeste’ devido às condições climáticas que se
registaram nesse período. A recepção de cereja concentrou-se principalmente no mês de
Junho correspondendo a cerca de 49% do total da cereja recebida da campanha tendo
atingido o pico máximo nas últimas semanas de Junho com um valor de 43,5 toneladas
na 3ª semana e de 46,1 toneladas na 4ª semana. O período mais baixo de recepção de
cereja verificou-se na 1ª semana de Junho com 8,5 toneladas (Quadro 2).
Quadro 2 – Evolução da recepção de cereja na campanha de 2008.
Data Kg % Mensal kg % Mensal
5 a 11 Maio 1.087,80 0,44
12 a 18 Maio 9.874,00 3,98
19 a 25 Maio 26.816,00 10,81
26 a 31 Maio 18.257,00 7,36
56.034,80 22,59
1 a 8 Junho 8.554,00 3,45
9 a 15 Junho 23.002,00 9,27
16 a 22 Junho 43.555,00 17,56
23 a 30 Junho 46.146,00 18,61
121.257,00 48,89
1 a 6 Julho 31.003,00 12,50
7 a 13 Julho 28.966,00 11,68
14 a 20 Julho 10.742,00 4,33
70.711,00 28,51
Total 248.002,80 100,00 248.002,80 100
Capítulo
6
___________________________________________________________________ 26
Analisando a Figura 8 registamos uma evolução crescente desde o início da
recepção até à 3ª semana de Maio com o primeiro pico de 26,8 toneladas. De seguida
observa-se uma forte queda até à 1ª Semana de Junho onde se obteve um valor de
apenas 8,5 toneladas. Este decréscimo brusco é explicado não só pela ausência
quantitativa de variedades com uma época de maturação posterior à ‘Burlat’ e à
‘Earlise’ bem como pelas condições climáticas ocorridas nesta fase com o registo de
forte precipitação que originou o rachamento de grande maioria da produção que se
encontravam à colheita inviabilizando a sua comercialização.
Posteriormente, verificou-se uma forte subida do número de quilogramas
recepcionado atingindo o máximo na 4ª Semana de Junho com um valor de 46,1
toneladas. Esta fase coincide com a altura de maturação das principais variedades
presentes na Cova da Beira nomeadamente a cultivar regional ‘Saco’.
Durante o mês de Julho regista-se novamente um decréscimo gradual da
quantidade de cereja recebida uma vez que algumas freguesias do concelho do Fundão
vão deixando de ter variedades para colher ficando apenas as zonas de cota mais alta e
expostas a Norte com cerejas em condições de serem comercializadas (Figura 8).
-
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
5 a 11Maio
12 a 18Maio
19 a 25Maio
26 a 31Maio
1 a 8Junho
9 a 15Junho
16 a 22Junho
23 a 30Junho
1 a 6Julho
7 a 13Julho
14 a 20Julho
kg
Figura 8 – Evolução da recepção de cereja na campanha de 2008.
No que diz respeito à distribuição dos associados da Cercobe é importante
salientar que apenas 39,43% (125 associados) entregam cereja na Cerfundão num
universo de 317 sócios.
Da totalidade da cereja recepcionada pela Cerfundão 40% é certificada em
Produção Integrada sendo que 27,4% está certificada em Globalgap representando
68,4% da totalidade da cereja em Produção Integrada. No entanto, 81% do total dos
___________________________________________________________________ 27
associados que entregam cereja na Cerfundão não apresentam qualquer tipo de
certificação.
No que concerne à dimensão dos produtores cerca de 80% entregam quantidades
inferiores a 3 toneladas sendo que em termos quantitativos representam 40,11% da
totalidade da cereja laborada na Cerfundão.
Os valores médios de entrega de cereja por associado na Cerfundão são mais
elevados nos produtores certificados em Globalgap com 6.167,8 kg contrastando com os
pequenos produtores com um valor de 994,6 kg.
O valor médio global é equivalente a 1.984 kg de cereja entregue por associado
nas instalações da Cerfundão (Quadro 3).
Quadro 3 – Distribuição dos Produtores na campanha de 2008.
Resumo Produtores Kg % Nº Associados % Médias por associado
(kg)
Globalgap 67.846,00 27,36 11 8,8 6.167,82
Prod. Integrada 99.209,00 40,00 24 19,2 4.133,71
Não Certificados 148.793,80 60,00 101 80,8 1.473,21
Produtores >3 ton. 148.537,00 59,89 25 20 5.941,48
Produtores <3 ton. 99.465,80 40,11 100 80 994,66
Total 248.002,80 ----- 125 ----- 1.984,02
Analisando a Figura 9 verificamos que a cereja em Produção Integrada
representa 99,2 toneladas correspondendo a 24 associados sendo que 11 deles estão
certificados em Globalgap equivalente a 67,8 toneladas de cereja entregue na
Cerfundão. No entanto, 101 associados da Cercobe que entregam cereja na Cerfundão
não apresentam qualquer tipo de certificação um valor extremamente elevado para fazer
face à crescente competitividade do mercado nacional e internacional.
Relativamente à dimensão dos produtores temos que 25 associados entregaram
quantidades superiores a 3 toneladas correspondendo aproximadamente a 148.537 kg de
cereja comercializada pela Cerfundão (Figura 9).
___________________________________________________________________ 28
-
50.000,00
100.000,00
150.000,00
200.000,00
250.000,00
300.000,00
Globalgap Prod. Integrada Não Certificados Produtores >3 ton.Produtores< 3 ton. Total de
Produtores
kg
0
20
40
60
80
100
120
140
N.º de Associados
Figura 9 – Distribuição dos produtores da Cerfundão na campanha de 2008.
Da globalidade das variedades recepcionadas pela Cerfundão a ‘Saco’ é de longe
a mais expressiva com cerca de 119 toneladas representando 47,9% sendo seguida pela
‘Burlat’ com uma importância de 21,3% correspondendo a um montante de 52,7
toneladas (Figura 10).
A variedade ‘Maring’ apresenta também alguma relevância com uma
representatividade de 6,75% do total das variedades recebidas com um valor de 16,7
toneladas.
De realçar também os valores registados pelas variedades ‘Summit’, ‘Sunburst’
e ‘Sweetheart’ com valores de 10,1, 12, e 8,3 toneladas, respectivamente.
3.932 3.449
52.747
3.296 5.533 16.736
119.017
10.111 12.093 8.293 12.796
- 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00
100.000,00 120.000,00 140.000,00
Bigalis
e
Brook
s
Burlat
Earli
se
Hedelf
ingen
Maring
Saco
Summ
it
Sunb
urst
Swee
theart
Outras
kg
Figura 10 – Variedades recebidas na campanha de 2008.
Da totalidade das classes de calibre recebidas pela Cerfundão na presente
campanha o calibre 24+ destaca-se claramente dos restantes com um valor de 146
toneladas apresentando uma representatividade de 59,1% sendo seguido pelo calibre
22+ com 84,2 toneladas e uma expressão de 34,1% (Figura 11).
___________________________________________________________________ 29
Os maiores calibres apresentam ainda uma pequena expressão do total de cereja
comercializada pela Cerfundão aproximando-se das 15 toneladas não ultrapassando os
6,1%.
1.663
84.178
146.015
13.328 1.703
- 20.000,00
40.000,00 60.000,00
80.000,00 100.000,00
120.000,00 140.000,00
160.000,00
17-21 22+ 24+ 26+ 28+
kg
Figura 11 – Classes de calibre recepcionadas na campanha de 2008.
Relativamente à comercialização e observando a Figura 12 constatamos que
cerca de 60,3% da cereja recepcionada na Cerfundão foi comercializada para a Grande
Distribuição em Portugal sendo seguida pelo mercado grossista com 29,61%.
As campanhas publicitárias de promoção da marca Cereja do Fundão, efectuadas
pela empresa municipal Fundãoturismo nas quais a Cerfundão forneceu e embalou as
cerejas, representaram aproximadamente 6,5% da totalidade comercializada.
A exportação, ao contrário das expectativas da Cerfundão no início da
campanha, registou um valor baixo correspondente a 0,5% (para países como a Holanda
e a Finlândia), derivado a problemas técnicos relacionados com a chegada tardia da
nova linha de embalamento.
De assinalar o valor reduzido de 0,8% das perdas registadas em toda a
campanha.
29,61%
6,51%0,48%
2,38%
0,76%
60,25%
Grande Distribuição
Grossistas
Municipio
Exportação
Diversos
Perdas
Figura 12 – Comercialização de cereja na campanha de 2008.