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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO PATROCÍNIO Graduação em Tecnologia em Cafeicultura AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE FUNGICIDAS, NO CONTROLE DE DOENÇAS QUE AFETAM A FLORADA DO CAFEEIRO Thaisa Abadia Rezende Silveira PATROCÍNIO - MG 2018

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO

PATROCÍNIO

Graduação em Tecnologia em Cafeicultura

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE FUNGICIDAS, NO CONTROLE

DE DOENÇAS QUE AFETAM A FLORADA DO CAFEEIRO

Thaisa Abadia Rezende Silveira

PATROCÍNIO - MG

2018

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THAISA ABADIA REZENDE SILVEIRA

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE FUNGICIDAS, NO CONTROLE

DE DOENÇAS QUE AFETAM A FLORADA DO CAFEEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado

como exigência parcial para obtenção do grau

de Bacharelado em Tecnologia em

Cafeicultura, pelo Centro Universitário do

Cerrado Patrocínio.

Orientador: Prof. Esp. Erik Francisco Romão

Borges.

PATROCÍNIO - MG

2018

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FICHA CATOGRÁFICA

Silveira, Thaisa Abadia Rezende.

Avaliação de desempenho de fungicidas, no controle de doenças que

afetam a florada do cafeeiro/Thaisa Abadia Rezende Silveira – Patrocínio:

Centro Universitário de Patrocínio UNICERP, 2018.

Trabalho de conclusão de curso – Centro Universitário de Patrocínio

UNICERP – Faculdade de Tecnologia em Cafeicultura.

Orientador: Prof.: Esp. Erik Francisco Romão Borges

1. Doenças. 2. Florada. 3. Fungicidas.

633

S586a

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DEDICO este estudo aos meus pais Maria Abadia e Gasparino, a meu

irmão Gustavo, ao meu namorado e companheiro Cayo e a todos da

minha família e amigos, que, incondicionalmente, me apoiaram, me

incentivaram e caminharam comigo ao longo desta estrada. Ao Prof.

Esp. Erik Francisco Romão, que não mediu esforços para me ajudar a

trilhar as sedas do conhecimento.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço especialmente a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que, em vossas infinitas

bondades, compreenderam minhas dificuldades e anseios, auxiliando-me para que pudesse

vender todos os desafios.

Ao meu grande e amado avó Amador Martins de Resende (in memoriam), que desde o início

acreditou e confiou na minha capacidade de conseguir os meus objetivos e sempre esteve e

estará ao meu lado.

Aos meus pais Gasparino Antônio e Maria Abadia, a meu irmão Gustavo ao meu namorado

Cayo e todos os meus familiares que me incentivaram a crescer sempre, me deram a confiança

e esperança que hoje possuo.

Aos meus companheiros faculdade João Pedro, Aurélio, Higor e principalmente a minha grande

amiga Luzia, que estiveram ao meu lado nas horas boas e ruins e prestaram auxilio

incondicional para que o trabalho fosse executado com excelência e contento.

A todos da família Rivelini e principalmente o Sr. Pedro Rivelini que, por acreditar e confiar

em mim concedeu a sua propriedade a Fazenda Congonhas para a obtenção de todos os dados

para serem estudados e analisados.

A meu orientador Erik Francisco Romão que não mediu esforços em me ajudar, orientar e seguir

comigo no proposito do estudo acreditando sempre na minha capacidade.

Agradeço também ao Centro Universitário do Cerrado Patrocínio – UNICERP, por todos esses

anos de estudo nessa instituição, contribuindo com a minha carreira desde 2009 quando

ingressei na primeira Graduação.

Enfim, a todos que diretamente e indiretamente contribuíram para que esse trabalho fosse

finalizado.

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“Determinação, coragem e auto - confiança são fatores decisivos

para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável

determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente

das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e

despidos de orgulho.”

Dalai Lama

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RESUMO

A cultura do café tem uma enorme importância na economia, a competição da produção

por meio da diferenciação exige maiores esforços dos produtores em relação as novas

técnicas de cultivo. O café é uma planta perene, a formação das folhas ocorre durante

todo o ano, mas o crescimento dos ramos e das folhas varia muito com as condições

climáticas, manejo e sua carga de frutos. A área foliar é a base do rendimento potencial

um parâmetro indicativo de produtividade. A florada é a época mais importante do

cafeeiro pois a quantidade de flores depende do número de nós, dos ramos laterais

formados na estação de crescimento anterior. Daí a importância de ter muitas folhas no

cafeeiro, evitando que elas caiam até a próxima florada. O cafeeiro pode ser atacado por

pragas e doenças e até mesmo por distúrbios que influencia no desenvolvimento e pode

acarretar perdas na produção e qualidade, com isso torna-se necessário o controle dessas

enfermidades. O monitoramento das pragas e doenças é fundamental para garantir um

planejamento fitossanitário. É fundamental controlar a doença na época correta, para não

permitir que ela evolua e atinja níveis de dano econômico. O manejo deve iniciar

enquanto a incidência está baixa, antes que se instale totalmente na cultura, para não

comprometer o sucesso do tratamento. Também é preciso dar continuidade ao tratamento

químico enquanto persistirem as condições favoráveis à doença, pois a interrupção antes

do momento ideal pode favorecer o retorno e atinja, novamente, níveis de dano

econômico. O objetivo desse trabalho foi a avaliação na eficiência dos fungicidas,

Trifloxistrobina + Tecubonazol, Boscalida, Azoxistrobina + Difenoconazol no controle

de Phoma – Phoma spp, Cercosporiose – Cercospora coffeicola Berk & Cook e Mancha

aureolada – Pseudomonas syringae pv. garçae., nas folhas, comparando com a área de

controle e também a influência do sol da manhã e sol da tarde, no período de florada e

expansão dos frutos do cafeeiro.

Palavras chave: Café. Doenças. Florada. Fungicidas.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Tratamentos experimentais para avaliação de desempenho dos fungicidas . 17

Tabela 2 Resultados médios nas avaliações do enfolhamento .................................... 18

Tabela 03 Resultados médios nas avaliações do enfolhamento de acordo com a face de

exposição solar.............................................................................................. 19

Tabela 04 Resultados médios nas avaliações da Cercosporiose .................................... 19

Tabela 05 Resultados médios nas avaliações de Cercosporiose de acordo com a face de

exposição solar.............................................................................................. 20

Tabela 6 Resultados médios nas avaliações da Phoma ............................................... 20

Tabela 07 Resultados médios nas avaliações da Phoma de acordo com a face de

exposição solar.............................................................................................. 21

Tabela 08 Resultados médios nas avaliações da Mancha Aureolada ............................ 21

Tabela 09 Resultados médios nas avaliações da Mancha Aureolada de acordo com a face

de exposição solar ......................................................................................... 22

Tabela 10 Resultados médios do desdobramento nas avaliações de Mancha Aureolada

de acordo com a radiação solar – Lado Sol da Tarde ................................... 22

Tabela 11 Resultados médios do desdobramento nas avaliações de Mancha Aureolada

de acordo com a radiação solar – Lado Sol da Manhã ................................. 23

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 10

2 OBJETIVOS ............................................................................................... 12

2.1 Objetivos Geral ............................................................................................. 12

2.2 Objetivo Específico ...................................................................................... 12

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE FUNGICIDAS, NO CONTROLE DAS

DOENÇAS QUE AFETAM A FLORADA DO CAFEEIRO

RESUMO ...................................................................................................................... 13

ABSTRACT ................................................................................................................... 14

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 15

2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................... 17

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 18

4 CONCLUSÃO ............................................................................................. 24

REFERÊNCIAS............................................................................................................. 25

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 27

REFERÊNCIAS............................................................................................................. 28

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1 INTRODUÇÃO

O cafeeiro é uma planta da família Rubiacea, que tem sua origem nas regiões

montanhosas da Abissínia, compreendendo hoje a região Sudoeste da Etiópia, o Sudeste do

Sudão e o Norte do Quênia. A versão mais aceita para a introdução do café no Brasil diz que

ela ocorreu em 1927, quando o sargento-mor Vicente de Melo Palheta trouxe da Guiana

Francesa um punhado de sementes e algumas mudas que foram plantadas no Estado do Pará,

nas proximidades de Belém. O rápido crescimento da produção de café foi estimulado por uma

demanda externa muito aquecida, estima que a demanda mundial cresceu a uma taxa anual de

2,7% no período entre 1830 e 1900, um dos responsáveis foi o mercado dos Estados Unidos

que pulou de 10% para 40% no século XIX (RUFINO 2006).

Sobre o mercado Brasileiro, Choucair (2012) mostra que os principais destinos das

exportações brasileiras de café são os Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão.

A competição da produção de café por meio da diferenciação exige maiores esforços dos

produtores em relação às novas técnicas de cultivo que permitam maior produtividade e

qualidade (ALMEIDA, 2009).

O café é uma planta perene, a formação de folhas ocorre durante todo o ano, mas a razão

de crescimento dos ramos e das folhas varia muito com as condições climáticas, manejo dos

cafeeiros e com sua carga de frutos. Os ramos são dimórficos e seu dimorfismo se relaciona

com a direção tomada pelos ramos durante o crescimento (MATIELLO, et al. 2016).

A importância, da área foliar de uma cultura é amplamente conhecida por ser um

parâmetro indicativo de produtividade, pois o processo fotossintético depende da interceptação

da energia luminosa e a sua conversão em energia química. Assim, a superfície foliar de uma

planta é à base do rendimento potencial da cultura (MATIELLO, et al. 2016).

A florada geralmente ocorre na primavera, entre os meses de setembro e novembro.

Porém, pode ocorrer mais de uma florada, dependendo das características da cultivar e de

fatores ambientais como radiação solar, temperatura, disponibilidade de água etc. A quantidade

de flores depende do número de nós (pontos de onde partem novos ramos e folhas) dos ramos

laterais formados na estação de crescimento anterior (setembro a maio) (RENA, 2006).

De acordo com Matiello, et al. (2016) o cafeeiro, em suas várias partes – raízes, ramos,

folhas, flores, frutos e sementes – pode ser atacado por um número elevado de pragas e doenças

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ou afetados por distúrbios, que influem no desenvolvimento das plantas e acarretam perdas na

produção e na qualidade do produto.

Entre as doenças que atacam o cafeeiro, algumas adquirem importância maior e exigem

atenção em seu controle, considerando a frequência com que ocorrem, as áreas de ocorrências

e os danos causados às plantas. Para conseguir alcançar o máximo rendimento da cultura, o

cafeicultor, além de cuidar de fatores da produção importantes, como manejo correto do solo e

da nutrição, precisa dar atenção ao controle químico dessas doenças, que podem provocar

perdas significativas à produção, se não forem devidamente controladas. Á fundamental

controlar a doença na época correta, para não permitir que ela evolua e atinja níveis de dano

econômico. O manejo deve iniciar enquanto a incidência está baixa, antes que se instale

totalmente na cultura, para não comprometer o sucesso do tratamento. Também é preciso dar

continuidade ao tratamento químico enquanto persistirem as condições favoráveis à doença,

pois a interrupção antes do momento ideal pode favorecer o retorno e atinja, novamente, níveis

de dano econômico. Finalmente, para se conseguir um bom controle químico, é imprescindível

o uso correto de defensivos de modo a reduzir ao máximo a fonte de inóculo na lavoura

(PATRICIO E OLIVEIRA, 2013).

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar a eficiência de três produtos utilizados na proteção da florada do cafeeiro, no

combate e prevenção das doenças que ocorrem neste estágio fenológico, comparando os lados

de sol da manhã com o sol da tarde.

2.2 Objetivos específicos

Avaliação na eficiência dos fungicidas, Trifloxistrobina + Tecubonazol, Boscalida,

Azoxistrobina + Difenoconazol no controle de Phoma – Phoma spp, Cercosporiose –

Cercospora coffeicola Berk & Cook e Mancha aureolada – Pseudomonas syringae pv. garçae.,

nas folhas, comparando com a área de controle e também a influência do sol da manhã e sol da

tarde, no período de florada e expansão dos frutos do cafeeiro.

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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE FUNGICIDAS, NO CONTROLE DAS

DOENÇAS QUE AFETAM A FLORADA DO CAFEEIRO

Thaisa Abadia Rezende Silveira1, Erik Francisco Romão Borges²

RESUMO

O café é um dos principais itens de exportação do Brasil, no entanto vários fatores podem

reduzir tanto a produtividade quanto à qualidade, um desses fatores são as doenças que

dependendo da intensidade pode ocasionar grande perda do produto. A estrutura foliar é

necessária para se garantir a florada, sendo importante uma atenção especial contra as doenças

que atingem o cafeeiro. Muitas vezes as doenças podem ser minimizadas ou até mesmo evitadas

com a pratica cultural adequada e o controle químico deve ser introduzido como medida

complementar para proteção e/ou controle. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de

três produtos utilizados na proteção da florada do cafeeiro, no combate e prevenção das doenças

que ocorrem neste estágio fenológico, comparando o lado do sol da manhã e o lado do sol da

tarde. O trabalho foi conduzido na Fazenda Congonhas, região de Patrocínio/ MG, o

delineamento foi de blocos casualisados, com parcelas subdivididas, sendo 4 tratamentos

(Testumunha, Trifloxtrobina + Tecubonazal, Boscalida e Azoxistrobina + Difenoconazol) e 5

repetições. Foram realizadas 2 aplicações e 3 avaliações no período de pré-florada até expansão

dos frutos. As avaliações realizadas levantaram a porcentagem de enfolhamento e incidência

de Cercosporiose, Phoma e Mancha Aureolada nas folhas. Os resultados mostraram que não

houve diferença estatísticas significante entre os tratamentos mesmo quando comparados com

a Testemunha, no controle da Cercosporiose, Phoma e Mancha aureolada. Mas observou-se que

o ataque de Mancha Aureolada e Phoma é maior na face exposta para o sol da manhã.

Palavras chave: Doenças. Florada. Fungicidas.

_____________________

¹Aluna do Curso de Graduação em Tecnologia em Cafeicultura da Faculdade Centro Universitário do Cerrado de

Patrocínio (UNICERP). Pós-Graduada em Gestão de Marketing, Finanças e Pessoas pela Faculdade Patos de

Minas (FPM) e Graduada em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário do Cerrado de Patrocínio (UNICERP)

[email protected]

²Professor dos cursos de Graduação em Tecnologia em Cafeicultura pelo Centro Universitário do Cerrado de

Patrocínio (UNICERP). Graduado em Agronomia pelo Centro Universitário do Cerrado de Patrocínio (UNICERP)

e Pós-Graduado em Manejo de solos do Cerrado pelo Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

[email protected]

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EVALUATION OF PERFORMANCE OF FUNGICIDES, IN THE CONTROL OF

DISEASES AFFECTING THE FLOWER OF COFFEE

ABSTRACT

Coffee is one of the main export items of Brazil, however several factors can reduce both

productivity and quality, one of these factors are diseases that depending on the intensity can

cause great loss of the product. The foliar structure is necessary to guarantee the flowering,

being important a special attention against the diseases that affect the coffee. Often diseases can

be minimized or even avoided with proper cultural practice and chemical control should be

introduced as a complementary measure for protection and / or control. The objective of this

work was to evaluate the efficiency of three products used in the protection of coffee flowering,

in the combat and prevention of diseases that occur in this phenological stage, comparing the

side of the morning sun and the side of the afternoon sun. The work was carried out at the

Fazenda Congonhas, in the region of Patrocínio / MG, with randomized blocks with split plots,

4 treatments (Testumunha, Trifloxtrobin + Tecubonazal, Boscalida and Azoxystrobin +

Difenoconazole) and 5 replicates. Two applications and three evaluations were carried out in

the pre-flowering period until fruit expansion. The evaluations carried out showed the

percentage of leaf litter and incidence of Cercosporiosis, Phoma and Aureol spot on the leaves.

The results showed that there was no statistically significant difference between the treatments

even when compared to the Witness, in the control of Cercosporiose, Phoma and Mancha

aureolada. But it has been observed that the attack of Manta Aureolada and Phoma is greater

on the face exposed to the morning sun.

Keywords: Blooming. Diseases. Fungicides.

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1 INTRODUÇÃO

O café é um dos principais itens de exportação do Brasil, sendo responsável por gerar

importantes divisas para o país, no entanto, vários fatores podem reduzir tanto a produtividade

quanto a qualidade do café. Entre estes fatores estão o ataque de pragas e doenças, que

dependendo da intensidade, podem esta relacionadas com grandes perdas do produto.

A florada é uma fase muito sensível e necessita de estrutura foliar para se garantir, por

isso alguns autores afirmam que a arte de produzir café é a arte de fazer folhas na maior taxa

possível, evitando-se que elas caiam durante a próxima fase de floração e frutificação. Assim

por se tratar de uma das principais fases do ciclo da cultura, a florada necessita de proteção

dobrada e dentro das doenças que afetam o café nessas fases estão Cercosporiose – Cercospora

coffeicola Berk & Cook, Phoma – Phoma spp e Mancha aureolada – Pseudomonas syringae

pv. garçae. (RENA, 2006).

A cercosporiose causa perda de 15% a 30% na produtividade do café, o agente causador

dessa doença é o fungo Cercospora coffeicola Berk & Cook. Os sintomas característicos são

manchas circulares de coloração castanho – clara a escura, com o centro branco–acinzentado,

quase sempre envolvidas por um halo amarelado (CARVALHO, et al. 2013).

Segundo Carvalho (2013), a Phoma é causada pelo fungo Phoma costarricensis Ech., os

sintomas nas folhas novas são manchas de coloração escura e de tamanho variado. Quando as

lesões atingem as bordas das folhas, estas encurvam-se, apresentando rachaduras. As lesões

também podem ocorrer nos ramos com início a partir dos folíolos ou do ponto de abscisão das

folhas e nos botões florais, flores e frutos no estádio de chumbinho, podendo levar a planta a

morte.

Zambolim (2007), relata que a Mancha Aureolada é uma bactéria Pseudomonas syringae

pv. garçae que surge após danos na planta causados por chuvas de granizo, implementos

agrícolas e também associada a lesões causadas por Phoma, afeta folhas, rosetas, frutos novos

e ramos do cafeeiro. Os sintomas causados nas folhas são, macha de coloração parda escura e

centro necrótico, circuladas por um halo amarelado difuso, tendendo a se localizarem mais

frequentemente nas bordas das folhas, onde a bactéria encontra em maior facilidade de

penetração.

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Para Carvalho (2013), muitas vezes as doenças podem ser evitadas ou mesmo

minimizadas por práticas culturais adequadas. O controle químico deverá ser introduzido como

medida complementar as demais. Seu êxito depende da qualidade e das características dos

defensivos e, principalmente, dos cuidados na aplicação.

A Trifloxistrobina + Tebuconazol é um fungicida mesostêmico que atua inibindo a

biossíntese de ergosterol, importante componente da membrana celular dos fungos e inibem a

respiração mitocondrial dos fungos, no complexo III da respiração celular. (SYNGENTA,

2018).

O Boscalida é um fungicida sistêmico, atuando sobre todos os estágios de

desenvolvimento e reprodução do fungo, como inibição da germinação dos esporos,

desenvolvimento e penetração dos tubos germinativos, crescimento micelial e esporulação. O

modo de ação ocorre através da inibição da respiração celular nas mitocôndrias, interferindo no

transporte de elétrons nos complexos mitocondrial II, inibindo a formação de ATP, essencial

nos processos metabólicos dos fungos. (BASF, 2017)

A Azoxistrobina + Difenoconazol é um fungicida mesostêmico e sistêmico, atua nas

diferentes fases do ciclo de vida do fungo, desde a inibição da germinação dos esporos até o

desenvolvimento e penetração dos tubos germinativos nos tecidos foliares. Deve ser sempre

utilizado de maneira preventiva em relação ao aparecimento das doenças, garantindo assim o

maior potencial de controle dos fungos (BAYER, 2018).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de três produtos utilizados na proteção

da florada do cafeeiro, no combate e prevenção das doenças que ocorrem neste estágio

fenológico, comparando o lado do sol da manhã o lado do sol da tarde.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido na Fazenda Congonhas, região de Patrocínio/ MG, com solo

predominante Lotossolo Vermelho com altitude de 900 metros. O Talhão avaliado possui

variedade Catuaí Vermelho IAC 144 e um espaçamento de 3,8 x 0,60 metros.

O delineamento utilizado para avaliação do desempenho da aplicação foi em blocos

casualisados, com parcelas subdivididas, para avaliar o lado com maior radiação solar, ou seja,

o lado exposto para o sol no período da tarde em relação ao lado com menor radiação solar, que

é o lado que incidência do sol no período da manhã, 4 tratamentos e 5 repetições, totalizando

20 parcelas experimentais. Cada parcela possui 30 metros lineares.

Para compor os tratamentos (Tabela 1) foram utilizados um tratamento controle, sem

aplicação e os três fungicidas mais utilizados na região, Trifloxtrobina + Tecubonazal,

Boscalida e Azoxistrobina + Difenoconazol, todos avaliados na face com maior e menor

incidência solar.

Tabela 1. Tratamentos experimentais para avaliação de desempenho dos fungicidas

Tratamentos Fungicidas Dose

T1 Boscalida 150 gr/ha

T2 Trifloxistrobina + Tebuconazol 1,0 l/ha

T3 Azoxistrobina + Difenoconazol 400 ml/ha

T4 Testemunha -

A primeira avaliação foi realizada antes da primeira aplicação, no dia 08/10/2017, período

em que a planta estava no estágio de pré-florada. Foram feitas as contagens das folhas, nós e

folhas com lesões do terço superior, médio e inferior, em 2 plantas aleatórias dentro de cada

parcela, separando os dados entre as faces de maior e menor incidência da radiação solar.

No dia 09/10/2017 foi feito a primeira aplicação dos produtos, de acordo com as dosagens

recomendas.

A segunda avaliação feita no dia 15/11/2017, seguindo os critérios da avaliação anterior.

No dia 17/11/2017 foi feita a segunda aplicação, onde o estágio fisiológico do cafeeiro era o de

pós-florada. A terceira avaliação, realizada no dia 16/12/2017, da mesma forma das demais.

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Para construir a avaliação dos dados de enfolhamento, foi utilizada o número total de

folhas presentes nos ramos avaliados, dividido pela quantidade de folhas totais possíveis, ou

seja, 2 folhas por nó.

Para levantamento da infestação de cada doença avaliada, foi medida a porcentagem de

folhas com lesão por planta.

Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância (ANOVA), usando o software,

programa computacional Sisvar versão 5.6, e no caso de significância, as médias dos

tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos nas avaliações do enfolhamento neste estudo estão descritos nas

tabelas 2 e 3, respectivamente:

Tabela 2. Resultados médios nas avaliações do enfolhamento

Fungicidas 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação

Boscalida 19,66 a 22,60 a 21,73 a

Azoxistrobina + Difenoconazol 18,75 a 17,22 a 21,13 a

Trifloxistrobina + Tebuconazol 15,22 a 17,53 a 20,51 a

Testemunha 14,45 a 19,34 a 21,31 a

CV (%)

MÉDIA

32,22

17,12

30,70

19,17

19,87

21,17

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

O objetivo de avaliar o enfolhamento é verificar se uma planta mais enfolhada

apresentaria uma maior sanidade em relação a estas doenças, porém de acordo com os

resultados obtidos (Tabela 2), não ouve diferença estatística significativa entre os tratamentos

em nenhuma das avaliações.

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Tabela 3. Resultados médios nas avaliações de enfolhamento de acordo coma a face de

exposição solar

Face 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação

Sol da tarde 17,46 a 20,85 a 23,66 b

Sol da manhã 16,77 a 17,49 a 18,68 a

CV (%)

MÉDIA

32,22

17,12

30,70

19,17

19,87

21,17

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

De acordo com os resultados obtidos (Tabela 3), não houve diferença significativa entre

os tratamentos independente da face de exposição nas avaliações 1 e 2, mas na 3º avaliação

houve uma diferença significativa onde mostra que o lado Sol da tarde obteve melhor

enfolhamento, resultado diferente do encontrado por Matiello et al (1989), trabalhando com

cinco níveis de sombra em áreas do Nordeste brasileiro, verificaram que o sombreamento

auxiliou no enfolhamento da planta, contribuindo também com a produtividade.

Para Cercosporiose (Cercospora coffeicola) tabelas 4 e 5, não houve diferença estatística

significativa entre os tratamentos. Mesmo quando analisamos de forma separada pelas Faces

da planta.

Tabela 4. Resultados médios nas avaliações da Cercosporiose

Fungicidas 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação

Azoxistrobina + Difenoconazol 9,99 a 2,80 a 8,41 a

Testemunha 11,52 a 2,35 a 10,34 a

Boscalida 16,79 a 0,70 a 3,97 a

Trifloxistrobina + Tebuconazol 17,16 a 0,66 a 7,54 a

CV (%) 68,92 202,28 113,67

MÉDIA 13,86 1,62 7,56

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

Podemos avaliar que para incidência de Cercosporiose (Tabela 4), ocorreu uma flutuação

entre as avaliações, onde na segunda a pressão reduziu e já na terceira avaliação que foi

realizada em dezembro a incidência voltou a crescer, o que condiz com o relatado por

MATIELLO E ALMEIDA (2018) em que a época mais crítica para desenvolvimento da

cercosporiose é na fase de granação dos frutos.

Mesmos não apresentando diferença estatística na avaliação da Cercosporiose, o

tratamento com Boscalida apresentou os menores índices de infestação, mesmo saindo de uma

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infestação inicial alta e conseguindo manter baixos níveis até a 3ª avaliação, diferente dos outros

tratamentos.

Em relação a Tabela 5, as faces de exposição para cercosporiose, apresenta uma maior

tendência de infecção na face do Sol da Manhã, mantendo por todas as avaliações níveis mais

altos.

Tabela 5. Resultados médios nas avaliações da Cercosporiose de acordo com a face de

exposição solar

Face 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação

Sol da tarde 12,89 a 1,28 a 5,81 a

Sol da manhã 14,83 a 1,97 a 9,31 a

CV (%) 68,92 202,28 113,67

MÉDIA 13,86 1,62 7,56

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

Nas avaliações da Phoma (Phoma costarricensis Ech.), os resultados obtidos estão

descritos nas tabelas 6 e 7, onde na avaliação geral sem dividir pelos lados (Tabela 6), não

houve diferença estatística entre os tratamentos.

Tabela 6. Resultados médios nas avaliações da Phoma

Fungicidas 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação

Azoxistrobina + Difenoconazol 11,48 a 8,12 a 9,41 a

Testemunha 12,02 a 9,94 a 13,75 a

Boscalida 13,75 a 7,17 a 6,37 a

Trifloxistrobina + Tebuconazol 19,31 a 9,91 a 6,17 a

CV (%) 84,06 64,21 99,89

MÉDIA 14,14 8,78 8,92

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

Vale ressaltar que na avaliação da Phoma, quando ocorreu o desdobramento da análise

estatísticas das faces em relação aos tratamentos, também não ocorreu significância entre os

tratamentos.

Quando foram avaliados de forma separada pelas faces (Tabela 7) a 2ª e 3ª avaliação

apresentaram diferença estatística significativa, mostrando que houve uma maior infecção no

lado do Sol da manhã, ou seja, que sobre o lado de menor radiação solar. Isso pode ter ocorrido

pela característica deste fungo destacada por Matiello, et al. (2016) que de acordo com o autor

as faces voltadas para o sul (mais frias), ou outras mais batidas pelos ventos, e as lavouras

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sombreadas sofrem maior ataque, devido a Phoma preferir temperaturas mais amenas, neste

caso caracterizado pelo lado mais sombreado, propiciando um microclima ideal para o

desenvolvimento do patógeno.

Tabela 7. Resultados médios nas avaliações da Phoma de acordo com a face de exposição solar

Face 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação

Sol da tarde 12,89 a 3,92 a 4,47 a

Sol da manhã 15,38 a 13,65 b 13,37 b

CV (%) 84,06 64,21 99,89

MÉDIA 14,14 8,78 8,92

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

Nas avaliações da Mancha Aureolada (Pseudomonas syringae pv. garçae.) os resultados

obtidos estão descritos nas tabelas 8 e 9, respectivamente, onde de acordo com os resultados da

Tabela 8, não há diferença estatística significativa nas três avaliações.

Podemos destacar que ocorreu um aumento na pressão de ataque na avaliação de

dezembro, mês este com grande volume de chuvas que é fator favorável para desenvolvimento

da bacteriose.

Tabela 8. Resultados médios nas avaliações da Mancha Aureolada

Fungicidas 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação

Testemunha 3,97 a 3,23 a 16,78 a

Azoxistrobina + Difenoconazol 6,47 a 4,12 a 12,38 a

Boscalida 8,47 a 7,14 a 7,70 a

Trifloxistrobina + Tebuconazol 10,46 a 4,70 a 8,23 a

CV (%) 93,24 101,86 63,16

MÉDIA 7,34 4,79 11,27

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

De acordo com os resultados da face de exposição para Mancha Aureolada (Tabela 9),

não houve diferença estatística significativa na 2ª avaliação, porem na 1ª e 3ª avaliação ocorre

diferença estatística, com incidência de forma alternada, ou seja, na 1ª Avaliação que ocorreu

no mês de outubro, o lado do Sol da tarde apresenta maiores índices e na 3ª Avaliação realizada

em dezembro, a uma maior pressão da doença na face do sol da manhã.

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Tabela 9. Resultados médios nas avaliações da Mancha Aureolada de acordo com a face de

exposição solar

Face 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação

Sol da manhã 1,79 a 6,37 a 13,87 b

Sol da tarde 12,89 b 3,22 a 8,67 a

CV (%) 93,24 101,86 63,16

MÉDIA 7,34 4,79 11,27

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

Rodrigues (2013) explica que a bactéria agente causal da Mancha Aureolada se espalha

pelo cafezal nos períodos chuvosos e sua disseminação é favorecida pela ocorrência de chuvas

de granizo que, além do molhamento foliar, causam ferimentos que funcionam como portas de

entrada para a bactéria. Esta observação pode explicar a alta pressão na face do sol da tarde,

que normalmente na região de realização da pesquisa sofre com altos índices de radiação solar

e como a planta acabara de sair de períodos de estresse hídrico, as primeiras chuvas possibilitam

a emissão de novas folhas que são mais frágeis a ação do sol, podendo ocorrer escaldaduras,

abrindo assim porta de entrada para doenças como a bacteriose.

Rodrigues (2013) também destaca que as faces das plantas não expostas ao sol

permanecem durante períodos mais longos com as folhas molhadas, favorecendo o processo de

infecção; e como no período da 3ª avaliação, o regime de chuvas já havia normalizado, com

tendência de longos períodos chuvosos, pode ter ocorrido condições favoráveis para a

Pseudomonas.

Para melhor entender a diferença estatística entre as faces de exposição solar de cada

tratamento, foi realizado um desdobramento dos dados da terceira avaliação entre os lados Sol

da tarde e Sol da manhã, conforme tabelas 10 e 11 respectivamente.

Tabela 10. Resultados médios do desdobramento nas avaliações da Mancha Aureolada de

acordo com a radiação solar – Lado Sol da tarde

Tratamentos Incidência

Trifloxistrobina + Tebuconazol 6,44 a

Boscalida 7,14 a

Testemunha 10,38 a

Azoxistrobina + Difenoconazol 10,74 a

CV (%) 88,65

MÉDIA 8,67

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

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Conforme os resultados no lado Sol da tarde (Tabela 10), não houve diferença estatística

significante, para os tratamentos utilizados, mostrando incidência mais baixas e de forma mais

equilibrada entre os tratamentos.

De acordo com os resultados o lado do Sol da manhã para a terceira avaliação (Tabela

11), O tratamento Testemunha obteve a maior incidência, com diferença estatística para os

tratamentos Boscolida e Trifloxistrobina + Tebuconazol, que apresentaram melhor desempenho

nesta avaliação. O tratamento Azoxistrobina + Difenoconazol não se difere de nenhum outro.

Tabela 11. Resultados médios do desdobramento nas avaliações da Mancha Aureolada de

acordo com a radiação solar – Lado do Sol da manhã

Tratamentos Incidência

Boscalida 8,26 a

Trifloxistrobina + Tebuconazol 10,02 a

Azoxistrobina + Difenoconazol 14,02 ab

Testemunha 23,18 b

CV (%) 97,83

MÉDIA 13,87

Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

De maneira geral podemos destacar que apenas para a análise do lado do sol da manhã

para Mancha Aureolada, ocorreu significância no controle em relação a Testemunha. Para as

demais doenças analisadas, não há diferença significativa entre os tratamentos com controle

fungicos e sem controle. Podemos ressaltar que a lavoura alcançou produtividade média de 80

sacas/ha em 2018, e que foi muito bem nutrida, o que torna a planta mais resistente.

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4 CONCLUSÃO

Com base dos dados obtidos neste estudo, pode-se observar que não houve diferença

estatísticas significante entre os tratamentos com os fungicidas Trifloxistrobina + Tecubonazol,

Boscalida, Azoxistrobina + Difenoconazol, nem mesmo quando comparados com a

Testemunha, no controle da Cercosporiose – Cercospora coffeicola Berk & Cook, Phoma –

Phoma spp e Mancha aureolada – Pseudomonas syringae pv. Garçae,

Mas observou-se que o ataque de Mancha Aureolada e Phoma é maior na face exposta

para o sol da manhã.

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Abastecimento/MAPA sob nº 00205, ano 2018. Disponível em:

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Disponível em:

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RENA, A. B. A floração do cafeeiro arábica e a frustração da florada de 2006. CaféPoint,

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ZAMBOLIM, L. Boas Práticas Agrícolas na produção de Café. Universidade Federal de

Viçosa, Departamento de Fitopatologia, Viçosa/MG, 2007.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em busca de proteção da florada do cafeeiro, visando uma produção ideal, a utilização de

fungicidas no combate as doenças e fundamental para garantir uma boa saúde e qualidade tanto

da planta quanto dos frutos.

O presente trabalho objetivou-se em avaliar a eficiência dos fungicidas Trifloxistrobina

+ Tecubonazol, Boscalida, Azoxistrobina + Difenoconazol na proteção da florada do cafeeiro

contra as doenças Cercosporiose – Cercospora coffeicola Berk & Cook, Phoma – Phoma spp e

Mancha aureolada – Pseudomonas syringae pv. Garçae, nas faces do Sol da tarde e Sol da

manhã.

Os resultados comprovaram que não houve uma diferença na utilização desses produtos

para combater essas doenças, porém é valido observar que ocorreram reduções consideráveis

na infestação de doenças quando se utilizaram os fungicidas em relação a testemunha, chegando

em alguns casos de uma redução de 16% para 7% sua incidência. Levando para a prática estas

reduções podem levar a incrementos de produtividade, por isso se torna importante realizar

novos trabalhos que possam avaliar o controle químico com a produtividade, realizando

também uma análise econômica, medindo assim a viabilidade deste tratamento de florada.

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REFERÊNCIAS

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