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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
MARCOS ANTÔNIO SILVA MACEDO PABLO GUZMAN ARAÚJO
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS BÁSICOS DE UMA EDIFICAÇÃO NA TECNOLOGIA BIM
MACEIÓ - ALAGOAS 2017/02
MARCOS ANTÔNIO SILVA MACEDO PABLO GUZMAN ARAÚJO
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS BÁSICOS DE UMA EDIFICAÇÃO NA TECNOLOGIA BIM
Trabalho apresentado como requisito final para
conclusão do curso de Engenharia Civil, do Centro
Universitário CESMAC, sob a orientação do professor
Me. Ricardo Sampaio Romão Filho.
MACEIÓ - ALAGOAS 2017/02
BIBLIOTECA CENTRAL CESMAC
A658d Araújo, Pablo Guzman Desenvolvimento de projetos básicos de uma edificação na tecnologia BIM / Pablo Guzman Araújo, Marcos Antônio Silva Macedo.-- Maceió , 2017. 90 f.: il.
TCC (Graduação em Engenharia Civil) - Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL, 2017.
Orientador: Ricardo Sampaio Romão Filho.
1. Compatibilização. 2. Modelagem. 3. BIM. I. Macedo, Marcos Antônio Silva. II. Romão Filho, Ricardo Sampaio. III. Título.
CDU: 624
AGRADECIMENTOS
Aos nossos pais que nos incentivaram e apoiaram desde o início, sobretudo
nos momentos de dificuldade, desânimos, e principalmente, pelos valores éticos
ensinados.
Aos amigos e colegas que fizemos durante o curso, que nos acompanharam
ao longo desta etapa.
Aos professores que dedicaram seu tempo para compartilhar seus
conhecimentos e sua atenção para a formação de profissionais éticos.
Ao Professor Mestre Ricardo Sampaio Romão Filho por ter aceito orientar a
este trabalho e dedicar seu tempo para compartilhar seus conhecimentos.
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS BÁSICOS DE UMA EDIFICAÇÃO NA TECNOLOGIA BIM
DEVELOPMENT OF BASIC PROJECTS OF A BUILDING IN BIM TECHNOLOGY
Marcos Antônio Silva Macedo Graduando do curso de Engenharia Civil
Pablo Guzman Araújo Graduando do curso de Engenharia Civil
Ricardo Sampaio Romão Filho Mestre em Engenharia de Estruturas
RESUMO
O atual método de desenvolvimento de projetos na indústria da construção civil é subdividido em várias etapas com diferentes projetistas. Com o aumento da complexidade das soluções da indústria, a metodologia de trabalho atual gera maior interação entre as equipes de trabalho resultando em custos, retrabalhos e erros por omissão. Dessa forma, o uso do BIM – Building Information Modeling (Modelagem de Informação da Construção), surge como uma ferramenta alternativa para atender as atuais demandas. O BIM insere novas metodologias de controle, armazenamento e compartilhamento de informações ocasionando em uma maior interação das equipes. O presente trabalho tem como objetivo modelar e compatibilizar projetos básicos de uma edificação através de ferramentas BIM. Para realizar as atividades, foi realizado um estudo de uma edificação multifamiliar de 4 pavimentos, que previamente já possuía seu projeto arquitetônico desenvolvido na plataforma CAD. O modelo em 2D foi utilizado como base para a modelagem 3D, e por fim, realizou-se a compatibilização dos projetos complementares da edificação, bem como foi desenvolvido o seu orçamento.
PALAVRAS-CHAVE: Compatibilização. Modelagem. BIM
ABSTRACT
The method of project development in the construction industry is subdivided into several stages with different designers. With the increasing complexity of industry solutions, the current work methodology generates greater interaction among work teams resulting in costs, rework and errors by omission. In this way, The BIM’s use – Building Information Modeling, emerges as an alternative tool to attend the current demands. The BIM inserts new methodologies of control, storage and sharing of information resulting in greater interaction of teams. The present study aims to model and make basic designs of a building through tools BIM. To carry out the activities, a study was conducted in a building of MULTIFAMILY 4 floorings, which previously had its architectural project developed in CAD platform. The model in 2D was used as the basis for 3D modeling, and finally, the adequacy of complementary projects of the building, as well as was developed your estimate. KEYWORDS: Compatibility. Modeling. BIM.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Classificação quanto á solicitação............................................................ 19
Figura 2 – Planilha de cálculo para instalações hidráulicas. ..................................... 28
Figura 3 – Planta baixa de um pavimento. ................................................................ 39
Figura 4 – Propriedades de uma parede básica de 15 centímetros e navegador de
projeto, respectivamente. .......................................................................................... 40
Figura 5 – Configurações de Materiais. ..................................................................... 41
Figura 6 – Detalhe da Escada, modelo realista e renderizado, respectivamente. ..... 42
Figura 7 – Planta baixa de um apartamento.............................................................. 43
Figura 8 – Fachada sul do edifício. ........................................................................... 43
Figura 9 – Modelagem estrutural desenvolvido no TQS®. ......................................... 44
Figura 10 – Modelo exportado para o Revit® com a alvenaria de fechamento. ......... 45
Figura 11 – Configurações elétricas gerais. .............................................................. 46
Figura 12 – Definição da fiação. ................................................................................ 46
Figura 13 – Definição de Voltagem. .......................................................................... 47
Figura 14 – Sistema de Distribuição da Concessionária. .......................................... 48
Figura 15 – Interface do Revit® para instalações elétricas. ....................................... 49
Figura 16 – Visualização interna dos ambientes. ...................................................... 49
Figura 17 – Instalações Elétricas Prediais de um Apartamento ................................ 50
Figura 18 – Equipamentos. ....................................................................................... 51
Figura 19 – Vistas da instalação de esgoto e água fria de um banheiro. .................. 52
Figura 20 – Ferramenta do Revit®. ............................................................................ 52
Figura 21 – Quantidade de Portas. ........................................................................... 55
Figura 22 – Quantidade de tubos rígidos. ................................................................. 56
Figura 23 – Ferramenta de verificação de interferências. ......................................... 59
Figura 24 – Vista do estrutural sobreposto no hidráulico. ......................................... 60
Figura 25 – Relatório de interferências estrutural x hidráulico................................... 61
Figura 26 – Relatório de interferências estrutural x hidráulico formato HTML (tabular).
.................................................................................................................................. 61
Figura 27 – Conflitos esperados. ............................................................................... 62
Figura 28 – Conflito água fria com laje do reservatório superior. .............................. 62
Figura 29 – Conflito esgoto com pilar. ....................................................................... 63
Figura 30 – Vista arquitetônico sobreposto no hidráulico. ......................................... 63
Figura 31 – Relatório de interferências arquitetônico x hidráulico formato HTML
(tabular). .................................................................................................................... 64
Figura 32 – Conflito de tubulação com esquadria. .................................................... 64
Figura 33 – Conflito alvenaria com registro de gaveta. ............................................. 65
Figura 34 – Vista elétrico sobreposto no hidráulico. .................................................. 65
Figura 35 – Relatório de interferências elétrico x hidráulico formato HTML (tabular).
.................................................................................................................................. 66
Figura 36 – Conflito tubulação de água fria com conduite rígido............................... 66
Figura 37 – Conflito tubulação de água fria com conduite rígido............................... 66
Figura 38 – Vista estrutural sobreposto no elétrico. .................................................. 67
Figura 39 – Relatório de interferências estrutural x elétrico formato HTML (tabular).67
Figura 40 – Conflito dos conduites com as vigas. ..................................................... 68
Figura 41 – Vista arquitetônico sobreposto no elétrico. ............................................. 68
Figura 42 – Relatório de interferências arquitetônico x elétrico formato HTML (tabular).
.................................................................................................................................. 69
Figura 43 – Gráfico interferências e conflitos. ........................................................... 73
Figura 44 – Gráfico de conflitos estrutural x hidráulico. ............................................. 74
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Capacidade de Condução, de corrente, em ampères. ............................ 23
Tabela 2 – Fatores de Correção para temperaturas ambientes diferentes de 30C para
linhas não subterrâneas. ........................................................................................... 24
Tabela 3 – Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados. ....................... 25
Tabela 4 – Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do
aparelho sanitário e da peça de utilização. ............................................................... 26
Tabela 5 – Perda de carga em conexões – Comprimento equivalente para tubo rugoso
(tubo de aço-carbono, galvanizado ou não). ............................................................. 27
Tabela 6 – Perda de carga em conexões – Comprimento equivalente para tubo liso
(tubo de plástico, cobre ou liga de cobre). ................................................................ 28
Tabela 7 – Rotina para dimensionamento das tubulações. ....................................... 29
Tabela 8 – Unidades de Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro
nominal mínimo dos ramais de descarga. ................................................................. 30
Tabela 9 – Unidades de Hunter de contribuição para aparelhos não relacionados na
tabela 5. .................................................................................................................... 31
Tabela 10 – Dimensionamento de ramais de esgoto. ............................................... 31
Tabela 11 – Dimensionamento de tubos de queda. .................................................. 32
Tabela 12 – Dimensionamento de subcoletores e coletor predial. ............................ 32
Tabela 13 – Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação. ...................... 33
Tabela 14 – Dimensionamento de ramais de ventilação. .......................................... 34
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Composição de custo unitário: Alvenaria. .............................................. 57
Quadro 2 – Encargos Sociais e Trabalhistas. ........................................................... 57
Quadro 3 – Exemplo do orçamento sintético do projeto hidrossanitário. .................. 58
Quadro 4 – Custo Direto. .......................................................................................... 72
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6 1.1 Considerações iniciais ........................................................................................ 6 1.2 Objetivos .............................................................................................................. 8 1.2.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 8 1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 8 2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 9 2.1 Projetos de edificações na Indústria da Construção Civil ............................... 9 2.2 Building Information Modeling ........................................................................... 9 2.2.1 Objetos Paramétricos ....................................................................................... 10 2.2.2 Interoperabilidade ............................................................................................. 11 2.2.3 Uso do BIM no processo de elaboração de projetos ........................................ 12 2.2.4 Os benefícios da utilização do BIM e suas ferramentas ................................... 12 2.2.5 Autodesk REVIT ............................................................................................... 14 2.3 CAD/TQS ............................................................................................................ 15 2.4 Projetos Básicos ............................................................................................... 16 2.4.1 Projetos Arquitetônicos..................................................................................... 16 2.4.2 Projeto Estrutural .............................................................................................. 17 2.4.3 Projeto Elétrico ................................................................................................. 19 2.4.4 Projeto Hidráulico ............................................................................................. 25 2.4.5 Orçamento ........................................................................................................ 34 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 38 4 RESULTADOS ....................................................................................................... 39 4.1 Modelo arquitetônico ........................................................................................ 39 4.2 Modelo estrutural .............................................................................................. 44 4.3 Modelo elétrico .................................................................................................. 45 4.4 Modelo hidrossanitário ..................................................................................... 50 4.5 Levantamento de quantitativos e orçamento .................................................. 55 4.6 Compatibilização entre projetos ...................................................................... 59 5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 70 5.1 Modelagem do Edifício ...................................................................................... 70 5.3.1 Estrutural .......................................................................................................... 70 5.3.2 Arquitetura ........................................................................................................ 70 5.3.3 Instalações Hidrossanitárias ............................................................................. 71 5.3.4 Instalações Elétricas Prediais ........................................................................... 71 5.3.5 Orçamento ........................................................................................................ 71 5.2 Compatibilização ............................................................................................... 73 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 75 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 76 APÊNDICE A – CÁLCULO DE ÁGUA FRIA ............................................................ 80 APÊNDICE B – CÁLCULO DE ÁGUA FRIA ............................................................ 85 APÊNDICE C – TABELA DE DIMENSIONAMENTO ............................................... 88
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações Iniciais
O desenvolvimento de projetos básicos de uma edificação na construção civil
é tradicionalmente dividido em várias fases: projeto de arquitetura, projetos estrutural,
hidráulico e sanitário, elétrico, construção e operação, dentre outros, dependendo da
complexidade do empreendimento. As demais etapas envolvem a obtenção do
orçamento, através do levantamento de quantitativos e composição de custos.
Adicionalmente, na metodologia de trabalho atual, cada especialidade realiza o
respectivo projeto de forma desconectada das restantes, pois não existe uma fonte
completa e permanente de informação referente ao projeto global, encontrando-se
esta segmentação pelos diversos intervenientes. Sendo assim, indispensável a
compatibilização desses projetos. Porém, mesmo após essas etapas, na fase de
construção, são feitas modificações resultados de erros e omissões previamente
desconhecidos (EASTMAN, TELCHOLZ, et al., 2014).
Deste modo, devido a necessidade de melhorar os métodos de trabalho,
nasceu o conceito “Building Information Modeling” (BIM), que proporciona
automatismos de integração de projeto, criando uma plataforma única e transversal a
todos os intervenientes capaz de englobar todo o ciclo de vida de uma edificação,
abrangendo aspectos de concessão, manutenção e gestão. O projeto torna mais
acessível a outras entidades que no futuro possam intervir neste, facilitando eventuais
operações de reconstrução, demolição, entre outras.
Segundo Eastman et al. (2014), existem muitas verdades e mitos na percepção
geralmente aceita, no que se refere ao estado da arte da plataforma BIM e se torna
importante realizar essa análise com uma visão independente dos interesses
comerciais que norteiam a literatura oferecida pelos fabricantes de softwares.
BIM é um conceito que insere novas metodologias relacionadas aos processos
de controle, armazenamento, troca e fácil acesso à informação, permitindo a
integração entre arquitetos, engenheiros e profissionais da construção civil, o qual
gera modelos virtuais da edificação que engloba informações necessárias para
orçamentos, cálculos e previsões das fases de uma construção (MENEZES, 2011).
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Adotando-se o BIM, tais questões geram melhorias ou não dependendo do
quanto a equipe está integrada no modelo digital. O atual modelo de trabalho é uma
excelente oportunidade para explorar a tecnologia BIM, visto que a compatibilização
entre os profissionais que projetam e os que executam é primordial para o andamento
do empreendimento, proporcionando uma oportunidade para que ambas as áreas
participem dos processos (ROCHA, 2015).
Para compatibilizar tais projetos, a tecnologia BIM conjuga uma série de
informações geométricas relativas a forma, dimensões e posição, e informações não
geométricas, como custo, quantidades, resistência, entre outras características. Essas
informações geram a definição do conceito de objetos paramétricos, um ponto central
para entendimento da plataforma (EASTMAN et al., 2014).
E diferentemente do CAD (Computer Aided Design), no BIM, o mais importante
não são os desenhos, mas as informações. Um conjunto de informações são
lançadas, geradas e processadas durante o desenvolvimento do projeto, que podem
gerar além das modelagens 3D, modelos de planejamento, da construção e até a
operação da obra.
Tal diferenciação é feita através do objeto paramétrico. Em vez de projetar
elemento por elemento, é definido famílias de modelos ou classes, que são conjuntos
de elementos dos quais interagem entre si. Nos modelos tradicionais, como o CAD
3D, cada elemento deve ser modificado individualmente. Com os objetos
paramétricos, o conjunto de elementos ajustam-se automaticamente quando surgem
modificações. É por meio desse parâmetro que a tecnologia permite a fácil
compatibilização entre projetos.
Devido a isto, é vulgarmente reconhecida a crescente evolução que a indústria,
no âmbito geral, tem experimentado nestas últimas décadas, como forma de aumentar
a competitividade, melhorar o seu desempenho através da atualização de suas
práticas, aumentar a satisfação do cliente e, ainda, os seus lucros (FERREIRA, 2011).
Sendo assim, numa busca por melhorar, resolver e otimizar os problemas de
tempo e custos para a realização de projetos, a indústria da construção civil busca
cada vez mais se preparar para a adesão da tecnologia BIM. As preocupações
ambientais e redução de desperdícios aceleram a implementação dessa tecnologia.
Entretanto, a disseminação do conhecimento sobre essa tecnologia e a utilização da
8
mesma, atualmente, é escassa. O uso de diferentes ferramentas da plataforma aos
diversos membros que irão executar os projetos, dificulta a implementação do modelo,
tornando a curva de aprendizado lenta.
Apesar dessas dificuldades, implementar a plataforma prevê, em médio e longo
prazo, benefícios implícitos para os profissionais da construção civil, sendo necessário
ultrapassar as barreiras que dificultam o processo.
Portanto, surge a necessidade de estudos, para que se obtenha
fundamentação para a implementação da tecnologia, na tentativa de acelerar os
procedimentos de aprendizagem e adaptação desse novo método.
Dessa forma surgiu a motivação de projetar, dimensionar e orçar uma
edificação residencial multifamiliar, utilizando os conceitos e ferramentas da
tecnologia BIM. O conjunto de vantagens apresentados pela plataforma traz a
indispensabilidade de explorar a aplicabilidade do modelo, debatendo sobre sua
implementação.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Utilizar a plataforma BIM para desenvolver e compatibilizar projetos básicos e
orçar uma edificação residencial multifamiliar.
1.2.2 Objetivos específicos
Elaboração de projetos básicos de uma edificação multifamiliar;
Compatibilização de projetos básicos utilizando a tecnologia BIM;
Levantamento de quantitativos para compor o orçamento.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Projetos de edificações na Indústria da Construção Civil
A NBR 5671:1990 – Participação dos intervenientes em serviços e obras de
engenharia e arquitetura – especifica a definição de projeto como “descrição gráfica e
escrita das características de serviços ou obras de engenharia ou de arquitetura,
definindo seus atributos técnicos, financeiros e legais”. Dada a importância que o
projeto de uma edificação agrega valor a um empreendimento, somado a
preocupação devido a diminuição da participação do setor da construção civil no PIB
reforça relevância da qualidade de projetos.
O objetivo de elaborar um projeto de um edifício é antecipar e propor soluções
para pontos críticos e implementar inovações, de forma que essa atividade requer
interação entre os agentes envolvidos nas etapas de projeto (MELHADO, 2006).
Devido a isto, compatibilizar os projetos se torna um elemento essencial no
desenvolvimento de uma edificação. Entretanto, a forma mais comum de
compatibilização de projetos é utilizando as ferramentas 2D. Através da sobreposição
de camadas diferentes projetos são compatibilizados. Porém, os projetos feitos em
ferramentas 3D apresentam eficiência quanto a compatibilização de projetos, devido
a facilidade de visualização dos elementos presentes e suas inconformidades.
Nos últimos tempos, um novo método de projetar tem crescido. A utilização da
tecnologia BIM (Building Information Modeling) é um dos métodos que apresentam
crescimento vertiginoso no mercado.
2.2 Building Information Modeling (BIM)
Segundo Robinson (2007), o BIM é uma tecnologia que permite compartilhar
as informações de projeto entre as equipes responsáveis através de modelos de
computador tridimensionais. Esses modelos incorporam diversos componentes de um
edifício, incluindo suas informações, quantidades e propriedades geométricas e
físicas.
Os modelos BIM possuem utilizações em diversos propósitos. Seu emprego
está na fabricação, visualização, gerenciamento, avaliação de normas,
sequenciamento, simulações e compatibilização.
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Para Ayres (2009), definir o BIM apenas como uma ferramenta de modelagem
reduz seu conteúdo, visto que sua utilização traz diversas vantagens nas práticas
adotadas para integração de projetos. Sendo assim, busca-se uma ampla
incorporação que gera novas oportunidades na melhoria da produtividade.
De acordo com Santos (2014), pode-se entender BIM em três níveis: como um
produto, ferramenta e um processo. Como produto, entende-se BIM a um modelo de
projeto, criado a partir de ferramentas computacionais. Como ferramenta,
compreende-se aos softwares que criam objetos paramétricos e agregam
informações. Já como processo, tem-se a concepção de desenvolvimento de métodos
interativos para a evolução de todo o ciclo da edificação.
Analisando o BIM como ferramenta, verifica-se que a principal diferença entre
a modelagem 3D e o software BIM é a criação de objetos paramétricos. Tais
parâmetros garantem o suporte à tecnologia BIM. Além disso, os objetos criados nos
modelos podem receber atribuições como informações de fabricantes, dimensões e
tipos de materiais, que formam um banco de dados possibilitando levantamentos de
quantitativos, análise das fases da construção, fornece cronogramas, entre outros
(MENEZES, 2011).
2.2.1 Objetos Paramétricos
Para o entendimento central do conceito BIM é necessária uma compreensão
da definição de objetos paramétricos. Esses objetos consistem em associações de
informações e definições geométricas. Os objetos paramétricos adotados por
programas BIM modificam-se automaticamente, quando possuem dados associados,
de acordo com qualquer mudança gerada por usuários. Os objetos paramétricos
também podem ser definidos em níveis de agregação conforme seus componentes.
Outra diferença com relação a desenhos 2D são a viabilidade do objeto, ou seja, a
inserção de objetos paramétricos no modelo deve obedecer às informações contidas
no elemento, como por exemplo, geometria, vínculos e construtibilidade. Devido a
estes requisitos, tecnologias que concedem produção de modelos paramétricos são
ferramentas BIM (EASTMAN et al., 2014).
Os programas CAD tradicionais utilizam de objetos bidimensionais formando
entidades com linhas, retângulos e círculos. Caso seja necessário realizar uma
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modificação no projeto, o usuário deverá manualmente editar cada objeto (SANTOS,
2014).
Nos projetos em BIM, o projetista não insere objetos por elementos, e sim,
atribui uma família de modelos com classe de elementos. Esses elementos possuem
parâmetros envolvendo distância, ângulos e regras.
Sendo assim, os objetos paramétricos são a essência de modelos BIM, uma
vez que um conjunto desses objetos não formam apenas um projeto 3D, mas também,
trazem consigo uma série de atributos que são necessários à coordenação
interdisciplinar.
Outra característica implícita desses objetos é a capacidade de identificar
interferências entre as entidades. Eastman et al. (2014) classifica tais interferências
em estritas, como uma tubulação que encontra uma viga, ou brandas como elementos
muito próximos entre si, como vergalhões muito próximos que impedem a passagem
do agregado graúdo. Os objetos que são inseridos nos projetos podem
automaticamente adequar-se ao leiaute. Já outros não proporcionam tal função devido
às especificações contidas neles.
A modelagem dentro da tecnologia BIM, com os objetos paramétricos,
proporciona uma maneira de criar e editar a geometria dos elementos. Projetar com
os conceitos BIM sem esses objetos geraria incômodos sujeitos a erros.
2.2.2 Interoperabilidade
Pode-se definir interoperabilidade como a capacidade de troca de informação
de diferentes programas, possibilitando a exportação de um projeto para outros
modelos sem a necessidade de refazer modelos manualmente (POÇA, 2015).
A necessidade da interoperabilidade permite a múltiplos especialistas
aplicarem seus modelos de projeto num mesmo banco de dados, reduzindo perda de
tempo com compatibilização. Nenhum software é capaz de realizar sozinho todas as
tarefas necessárias para projetar uma edificação. Por isso, a necessidade de
intercâmbio de dados torna-se necessária.
O projeto de um edifício exige diversas análises, como estimativa de custos,
estrutura, sistemas hidráulicos, sanitários e projetos elétricos. Cada programa suporta
melhorias e possui suas próprias aplicações computacionais. A interoperabilidade
12
dispensa a obrigação de inserir novamente dados previamente gerados, facilitando o
fluxo de trabalho (EASTMAN, et al., 2014).
Conforme Rocha (2015), a interoperabilidade funciona como ponto principal na
comunicação de informação no ambiente BIM. Sendo assim, uma das principais
causas de falhas em projetos, a falta de comunicação e coordenação na elaboração
de projetos acarreta a um enorme desperdício de tempo e custos associados. Como
os diversos programas da plataforma BIM tratam de diferentes formas os dados
inseridos e a indispensabilidade de trocar informações entre os programas ocasiona
na crucial imposição da interoperabilidade.
2.2.3 Uso do BIM no processo de elaboração de projetos
De acordo com BAZZO e PEREIRA (2006), projeto é um conjunto de ações
para resolver um problema. Ou seja, trata-se de um plano para alcançar objetivos que
precedem a execução de produtos, serviços ou processos. Sendo assim, projetar é
definir um conjunto de ações e especificações que ao serem executadas resultarão
em algo concreto. Portanto, os procedimentos de projeto são aplicações de
metodologia de trabalho à resolução de problemas.
A aplicação do uso do BIM para projetos ocorre através de análise como um
conjunto de ações que medem parâmetros físicos esperados no edifício real. A análise
de projeto visa aspectos de desempenho da edificação, como análise estrutural,
distribuição de água e energia e coleta de esgoto sanitário. Em casos específicos, a
tecnologia BIM permite aos projetistas realizarem análises experimentais como uso
de novos materiais, métodos construtivos e análise detalhada de processos. No que
se diz respeito ao BIM, tais requisitos integram a participação de diversos profissionais
para verificação das análises (EASTMAN et al., 2014).
2.2.4 Os benefícios da utilização do BIM e suas ferramentas
Os trabalhos que vêm sendo realizados nos últimos anos para a implementação
da tecnologia BIM reforçam a sua importância. Entretanto, ainda existem obstáculos
a serem superados. É preciso sanar as dúvidas sobre a real efetividade de sua
implementação e vantagens. Os processos tradicionais de concepção de projeto
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ajudam na resistência à instalação do BIM. Porém, a atual situação econômica do país
auxilia na implementação de novas tecnologias, visto que as empresas buscam
reduzir prejuízos para se manterem no mercado (SILVA, 2013).
Para Rocha (2015), as vantagens da utilização do BIM são diversas,
inicialmente o fato de projetar em apenas um modelo traz vantagens como a fácil
resolução de conflitos. Ao ter vários elementos coexistindo num mesmo modelo,
problemas de compatibilização são reduzidos drasticamente. Este método de trabalho
possibilita maior rapidez no desenvolvimento da fase de projeto, evitando levar os
problemas para a fase de execução.
Outra vantagem é a fácil criação de documentos 2D muito utilizado na atual
indústria da construção. A partir do modelo 3D, é possível criar documentos 2D para
requerimento de aprovação de órgãos, plantas para serem utilizados em obra,
relações de quantitativos de cada projeto, entre outros.
Segundo EASTMAN et al. (2014), correções automáticas são outra vantagem
das ferramentas BIM. Como os objetos possuem propriedades paramétricas,
mudanças realizadas nos projetos são de fácil gerenciamento. Outra possibilidade do
conceito BIM é a verificação facilitada de simulações. Durante toda a fase de projeto
é possível obter diversas informações necessária antes da fase de execução, como
por exemplo, obter antecipadamente áreas dos espaços e quantidade de materiais,
permitindo conseguir estimativas de custos mais precisas.
Existem diversas ferramentas que atendem ao BIM. A maior parte desses
softwares possuem interfaces que se adequam aos conceitos da tecnologia como fácil
acesso a levantamento de quantitativos, análise energética, análise estrutural,
renderização, entre outros.
2.2.4.1 ArchiCAD
O ArchiCAD® é um dos programas líderes do mercado. Lançado pela
Graphisoft no início dos anos 80, possui uma interface bem trabalhada e uma vasta
biblioteca de objetos. Sendo o mais antigo programa BIM, gera uma solidez decorrente
de anos de experiência no mercado.
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Entretanto, para este trabalho foi utilizado o Revit®, aplicativo BIM mais
acessível e atual dominante do mercado brasileiro de softwares relacionados à
tecnologia BIM.
2.2.4.2 Autodesk Navisworks
A partir desse programa é possível verificar interferências entre diferentes
projetos, gerando relatórios através de uma visão holística dos modelos com uma
interface interativa e de fácil manipulação.
A ferramenta importa arquivos do Revit® e checa as interferências dos projetos
através de seus elementos. Além disso, é possível gerenciar, de forma simples, as
propostas de solução das interferências. O programa não permite modificar os
elementos. Sendo assim, através de anotações aplicadas diretamente aos elementos,
é possível identificá-los e modificá-los.
2.2.5 Autodesk REVIT
2.2.5.1 Conceito
Fundado em 1997, O Revit® revolucionou os softwares de desenvolvimento de
projetos, é o primeiro modelador com objetos paramétricos desenvolvido para a
indústria da construção civil. A tecnologia permite uso sem precedentes para
profissionais da construção desenvolverem projetos durante todo o ciclo de vida de
uma edificação (AUTODESK, 2002).
“Revise Instantly”, que significa revise instantaneamente, em tradução livre, é
a origem do nome Revit® que expressa que as modificações realizadas no software
ocorram de maneira simultânea em todas as vistas do modelo.
A solução que o Revit® comporta atende aos conceitos do modelo BIM,
composto pelo Revit Architecture® e Revit MEP®, que são programas para
desenvolver projetos arquitetônico, hidráulico, sanitário e elétrico. O software garante
a interoperabilidade necessária para o desenvolvimento de projetos complementares
(NETTO, 2014).
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2.2.5.2 Recursos do software
O Revit® importa e exporta seu banco de dados com os principais formatos da
indústria, garantindo a interoperabilidade entre programas. Seus componentes
paramétricos permitem detalhar componentes construtivos oferecendo um sistema
gráfico aberto auxiliando na elaboração de projetos. Outro recurso importante é a
associação bidirecional que garante revisar e alterar as informações de um modelo
automaticamente, reduzindo erros e omissões. Por fim, o programa possui a
ferramenta de modelagem da peça de fabricação, que possibilita documentar os
elementos tornando o processo de projetar mais compatível com a fase de execução
(REVIT, 2017).
Já o Revit® MEP traz ferramentas de projetos elétrico, hidráulico e sanitário,
permitindo interação total entre os demais projetos. Apesar das ferramentas de
modelagem serem separadas, todos os projetos constam num mesmo ambiente, de
forma que a compatibilização ocorra de forma natural.
2.3 CAD/TQS
A empresa TQS informática LTDA se especializa em softwares para o cálculo
estrutural de concreto armado, concreto protendido, alvenaria estrutural e estruturas
pré-moldadas, totalmente adaptada à Norma NBR 6118:2014. Dimensionando,
detalhando e desenhando Vigas, Pilares, Lajes (convencionais, nervuradas, sem
vigas, treliças, Escadas, Rampas, Blocos e Sapatas (TQS, 2017a).
A ABNT NBR 6118:2014 consiste em estabelecer requisitos básicos para
projetos de estruturas de concreto simples, armado e protendido.
O CAD/TQS® permite que o engenheiro execute o cálculo estrutural de forma
realista, proporcionando assim um projeto mais seguro e otimizado. Desde o início do
projeto ao dimensionamento, existem vários critérios de projeto e desenho que
permite ao Engenheiro Estrutural customizar seu projeto de acordo com suas regras
(TQS, 2017a).
Os passos para a elaboração do projeto no sistema CAD/TQS® são os
seguintes:
Concepção Estrutural;
16
Análise Estrutural;
Dimensionamento;
Detalhamento;
Elaboração de plantas.
O plug-in Revit-TQS é uma ferramenta especializada em transmitir informações
referentes à geometria dos elementos: vigas, pilares, lajes, blocos, sapatas e objetos
genéricos; entre o CAD/TQS® e Autodesk Revit®, onde os dados referentes ao
CAD/TQS® que utiliza a plataforma BIM podem ser exportados como IFC fazendo
assim a compatibilização do Projeto Estrutural com o projeto realizado no Revit® (TQS,
2017b).
Existem ainda outros aplicativos BIM que podem ser utilizados, como os
softwares da Bentley® por exemplo, Bentley Architecture®, Structural Synchronizer®,
entre outros. Entretanto, esses aplicativos não são comumente utilizados no mercado
da construção civil no Brasil, o que torna o acesso à banco de objetos escasso.
2.4 Projetos Básicos
Em um estudo preliminar de uma edificação são elaborados os projetos básicos
que são formados por: Projetos Arquitetônico, Estrutural, Elétrico e Hidráulico.
2.4.1 Projetos Arquitetônicos
Os projetos arquitetônicos visam o bem-estar do usuário, proporcionando
abrigo e a proteção do ser humano. Em um projeto arquitetônico é preciso atender as
condições de conforto térmico e acústico (SEGNINI-JUNIOR, 2008).
Os projetos precisam atender exigências de onde será construído tal projeto,
como espaçamentos de recuo ou altura máxima que pode ser construída in loco.
Um aspecto do processo de produção do projeto arquitetônico é a dificuldade
sobre a qualidade da construção, pois o arquiteto ao elaborar seu projeto, além de
preocupar-se com os aspectos quantitativos da edificação e de suas qualidades
materiais, traz consigo uma preocupação com a dimensão estética e artística
(SEGNINI-JUNIOR, 2008).
17
O projeto arquitetônico é o pilar dos outros projetos que serão executados, a
partir do arquitetônico iniciará as etapas de dimensionamento presente nos projetos
estrutural, elétrico e hidráulico.
2.4.2 Projeto Estrutural
Em um projeto estrutural é preciso atender a três principais requisitos:
capacidade de resistente, desempenho em serviço e durabilidade. Onde esses
requisitos levam para o Engenheiro que irá executar, grande responsabilidade, pois é
uma parte de extrema importância para a segurança do edifício. Além disso, o projeto
estrutural tem que considerar os aspectos arquitetônicos e possuir uma interação com
os demais projetos (KIMURA, 2007).
A elaboração de um projeto estrutural é dividida em quatro etapas:
A primeira etapa é a concepção estrutural, onde definimos os dados dos
materiais a serem empregados, pré-dimensionar os elementos, bem como
definir as ações que atuarão na estrutura.
A segunda etapa é a análise estrutural, onde calcular-se as ações ou cargas
na estrutura.
A terceira etapa é o dimensionamento e detalhamento, onde serão
dimensionadas e detalhadas as armaduras que serão utilizadas nos elementos
da edificação.
A quarta etapa é a emissão das plantas, o final do projeto é composto por
desenhos que precisão conter informações, sobre especificações e execução
da estrutura na obra.
2.4.2.1 Concepção Estrutural
A concepção estrutural, usualmente denominada de lançamento da estrutura,
consiste em buscar uma solução estrutural para atender a capacidade resistente e
desempenho em serviço e durabilidade. É uma das etapas mais importantes, pois a
escolha dos elementos estruturais e suas posições irão garantir eficiência e
capacidade para absorção e transferência dos esforços (PINHEIRO, 2007).
18
Deve-se verificar, também, a interferência dos elementos como vigas, pilares e
lajes, nos demais projetos. As dimensões adotadas devem permitir a concepção dos
outros projetos, como por exemplo verificar, antecipadamente, a passagem das
tubulações de esgoto, advindas dos vasos sanitários, que irão exigir furos nas lajes
(ARAÚJO, 2009).
Como o edifício a ser projetado será na tecnologia BIM, foi utilizado o software
TQS® para análise estrutural, dimensionamento e detalhamento das armaduras e
emissão de plantas. Para fins de compatibilização de projetos, a estrutura será
conformada entre o TQS® e o Revit®.
Sendo assim, será descrito brevemente sobre os elementos estruturais
presentes no projeto, entretanto, os cálculos relativos à dimensionamento e as etapas
de detalhamento e elaboração das plantas serão desenvolvidos por intermédio de um
software da tecnologia BIM.
2.4.2.1.1 Lajes
São elementos estruturais com uma superfície plana. Em termos estruturais, as
lajes apresentam-se como placas de concreto, onde as ações atuais
perpendicularmente ao seu plano. As lajes podem ser moldadas no local ou pré-
moldadas (CARVALHO e FILHO, 2014).
Pinheiro (2007) caracteriza as lajes com base em seu comportamento. Quando
recebem ações verticais, agem como placas e quando as ações são se distribuem por
todo o seu plano, agem como chapas. As propriedades das lajes são fundamentais
para a estabilidade global da edificação, garantindo segurança.
2.4.2.1.2 Vigas
Em termos gerais, as vigas são elementos em que o momento fletor e força
cortante são esforços que predominam. Tem como objetivo, na maioria dos casos,
servir de apoio para lajes e transmitir os esforços para os pilares. Seu
dimensionamento depende de fatores como o tipo de vinculação, solicitação de
esforços, dimensões e classes do concreto e aço (PINHEIRO, 2007).
19
2.4.2.1.3 Pilares
Segundo a ABNT NBR 6118:2014 – Os pilares são elementos estruturais
posicionados na vertical, em que os esforços verticais de compressão são
predominantes. Os pilares têm função essencial em uma edificação, devem transmitir
todos os esforços para as fundações. E também, agem nos sistemas de
contraventamento garantindo estabilidade.
O dimensionamento dos pilares leva em conta seu comprimento equivalente,
raio de giração e, principalmente, o índice de esbeltes. Os pilares podem ser
classificados em pilares de canto, de borda ou internos. Os pilares internos admitem
compressão simples. Os pilares de canto submetem-se à flexão oblíqua com
excentricidades nas direções opostas das vigas. Já os pilares de borda são
submetidos a flexão composta normal e apresentam excentricidade em apenas uma
direção (PINHEIRO, 2007).
Figura 1 – Classificação quanto á solicitação. Fonte: Libânio M. Pinheiro (2007).
2.4.3 Projeto Elétrico
O projeto elétrico de uma edificação consiste em selecionar, dimensionar e
localizar, de maneira racional, os equipamentos e outros componentes necessários
20
para a transferência de energia elétrica da fonte ao ponto de utilização, de forma
segura e eficaz. Sendo assim, projeto elétrico é mais um dos vários projetos que é
necessário para construção de uma edificação e deve estar em harmonia com os
demais projetos (COTRIM, 2009).
A elaboração de um projeto elétrico de uma edificação é dividida em 6 etapas:
Análise inicial;
Fornecimento de energia normal;
Quantificação de instalação;
Esquema básico da instalação;
Seleção e dimensionamento dos componentes;
Especificações e contagem dos componentes.
2.4.3.1 Conceitos Fundamentais
Segundo Cotrim (2009), os circuitos de uma instalação elétrica são de dois
tipos: circuitos de distribuição e os terminais. O circuito elétrico é um conjunto de
elementos de uma instalação elétrica, contendo equipamentos e condutores. Os
circuitos de distribuição possuem a função de alimentar quadros de distribuição. Já os
terminais compõem os elementos interligados entre os quadros de distribuição e os
equipamentos, bem como as lâmpadas e tomadas.
2.4.3.2 Circuitos Elétricos
Creder (2007) separa os circuitos em três: circuitos de segurança, de
iluminação e de tomadas. Os circuitos de segurança irão garantir o fornecimento de
energia quando ocorrer falta de energia pelo fornecimento da concessionária.
A ABNT NBR 5410:2008 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão – especifica
que os circuitos de iluminação e de tomadas devem ser separados. E equipamentos
com potência igual ou maior que 1500 VA devem possuir circuitos independentes.
21
2.4.3.3 Previsão de Cargas
Os equipamentos, lâmpadas e tomadas necessitam de energia elétrica para o
seu funcionamento. Através de uma determinada potência, é solicitado energia da
concessionária de rede de energia elétrica (CAVALIN e SERVELIN, 1998).
A potência de cada equipamento é fornecida pelo fabricante. Nos casos em que
não é possível obter o valor da potência, deve-se calcular a potência nominal a partir
de tensões nominais, corrente e o fator de potência (CREDER, 2007).
O objetivo de prever as cargas é identificar e especificar os pontos de utilização
que farão parte das instalações elétricas.
2.4.3.4 Carga de Iluminação
A ABNT NBR 5410:2008 traz requisitos para as cargas de iluminação em uma
determinada área. Para qualquer cômodo ou dependência, deve-se ser previsto um
ponto de iluminação. Outra condição exigida pela norma é com relação à área do
ambiente. Para áreas iguais ou maiores que seis metros quadrados ou inferior deve-
se atribuir um mínimo de 100 VA de potência. Para áreas superiores a 6 metros
quadrados, acrescenta-se 60 VA para cada 4 metros quadrados inteiros (MORENO,
2003).
2.4.3.5 Tomadas de Uso Geral
As tomadas de uso geral, em unidades residências, devem seguir os seguintes
critérios:
Ambientes com área inferior a 6 metros quadrados: 1 tomada
Cômodos com mais de 6 metros quadrados: 1 tomada para cada 5
metros da fração do perímetro
Cozinhas e copas: 1 tomada para cada 3,5 metros de fração do
perímetro
Subsolos, garagens, sótão, varandas e halls: 1 tomada
Banheiros: 1 tomada próximo ao lavatório com uma distância mínima de
60 centímetros do boxe
22
2.4.3.6 Tomadas de Uso Específicos
As tomadas de uso específicos são quantificadas de acordo com a quantidade
de aparelhos de cada ambiente. As potências de cada tomada devem ser iguais à
potência nominal do equipamento a ser alimentado. Essas tomadas são para
equipamentos como chuveiros, lavadoras de máquinas, ar condicionados, entre
outros (CAVALIN e SERVELIN, 1998).
2.4.3.7 Levantamento da Potência Total
Para o cálculo da potência total são necessárias as potências de iluminação,
tomadas de uso geral e específicas. Para as potências de iluminação e tomadas de
uso geral é preciso multiplicar a potência por um fator de potência. O somatório de
todas as potências resultará no valor total da potência ativa (MORENO, 2003).
A potência total tem como objetivo determinar o tipo de fornecimento, tensão
de alimentação e o padrão de entrada.
2.4.3.8 Tipo de Fornecimento
Segundo a norma técnica da Eletrobrás Distribuição Alagoas ND 02, o
fornecimento de energia elétrica se classifica em monofásico (fase e neutro) e trifásico
(3 fases e neutro). Para entrada monofásica, a carga instalada deverá ser de até
15000 watts. Já no fornecimento trifásico, a carga instalada deverá ser de no mínimo
15000 watts e no máximo 75000 watts.
2.4.3.9 Quadro de Distribuição
O Quadro de distribuição é o ponto central de toda a instalação elétrica. Nele é
onde serão instalados os dispositivos de proteção, início dos circuitos terminais e
recebimento do ramal de alimentação (CAVALIN e SERVELIN, 1998).
No quadro de distribuição é onde será inserido os dispositivos DR (Disjuntores
Residuais). Tais dispositivos serão responsáveis por proteger os fios de sobrecarga e
pessoas de choques elétricos. Os DR’s podem ser instalados nos circuitos terminais
ou no circuito de distribuição. A norma exige que caso for instalado no circuito de
distribuição, o dispositivo deverá ser instalado no início do circuito, prevendo proteção
23
para contatos indiretos. Para dimensionar os dispositivos residuais são necessários
conhecer a corrente de fuga para evitar que o dispositivo queime (CREDER, 2007).
2.4.3.10 Dimensionamento dos condutos
O dimensionamento dos condutos é calculado pela queda de tensão admissível
e por critérios da capacidade de condução de corrente. Para isso é necessário
determinar as seções dos fios fase, neutro e terra. As áreas das seções dos condutos
são determinadas através da potência dos circuitos e correntes nominais e de projeto
(CAVALIN e SERVELIN, 1998).
A ABNT NBR 5410:2008 exige que os condutos e eletrodutos possuam
capacidade de condução e verificação quanto aos fatores de correção quanto à
temperatura e agrupamento. A tabela da NBR 5410:2008 apresenta os valores de
capacidade de condução.
Tabela 1 – Capacidade de Condução, de corrente, em ampères.
Seções
Nominais
(mm2)
Métodos de Referência indicados na Tabela
A1 A2 B1 B2 C D
Número de Condutores Carregados
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
Cobre
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10 13 11 15 12
1 11 10 11 10 14 12 13 12 15 14 18 15
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24
4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86
24
35 99 89 92 83 125 110 111 99 138 119 125 103
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
Fonte: ABNT NBR 5410: 2008 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
A Tabela 2 especifica o fator de correção para temperatura.
Tabela 2 – Fatores de Correção para temperaturas ambientes diferentes de 30C para linhas não subterrâneas.
Temperatura C Isolação
PVC ERP ou XLPE
Ambiente
10 1,22 1,15
15 1,17 1,12
20 1,12 1,08
25 1,06 1,04
35 0,94 0,96
40 0,87 0,91
45 0,79 0,87
50 0,71 0,82
55 0,61 0,76
60 0,50 0,71
65 - 0,65
70 - 0,58
75 - 0,50
80 - 0,41
Fonte: ABNT NBR 5410: 2008.
A tabela a seguir define os valores de fatores de correção para condutos
agrupados em linhas abertas ou fechadas, ou condutos agrupados em mesmo plano,
em camada única.
25
Tabela 3 – Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados. Ref. Forma de
Agrupamento
dos
condutores
Número de circuitos ou de cabos multipolares
1 2 3 4 5 6 7 8 9 a
11
12 a
15
16 a
19
≥ 20
1 Em feixe: ao ar livre ou sobre superfície; embutidos; em conduto fechado
1,00 0,80 0,70 0,65 0,60 0,57 0,54 0,52 0,50 0,45 0,41 0,38
2 Camada única sobre parede, piso ou bandeja, não perfurada ou perfurada
1,00 0,85 0,79 0,75 0,73 0,72 0,72 0,71 0,70
3 Camada única no teto
0,95 0,81 0,72 0,68 0,66 0,64 0,63 0,62 0,61
4 Camada única em bandeja perfurada
1,00 0,88 0,82 0,77 0,75 0,73 0,73 0,72 0,72
5 Camada única sobre leito, suporte etc.
1,00 0,87 0,82 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,78
Fonte: ABNT NBR 5410: 2008.
2.4.4 Projeto Hidráulico
Os projetos hidráulicos são divididos em duas instalações as de água e de
esgoto sanitário.
Para execução dos projetos de água fria baseia-se na norma ABNT NBR 5626:
1998, que estabelece as exigências técnicas mínima para garantir a higiene,
segurança, economia e conforto a que devem obedecer às instalações prediais
(CREDER, 2007).
No dimensionamento de água fria em uma edificação, será calculado a
demanda simultânea total de cada grupo de peças de utilização, que é a estimativa
da vazão a ser utilizada para o dimensionamento, que será em função dos pesos
relativos (ver tabela 4), com a equação:
(A) 𝑄 = 0,3 × √∑𝑃 (1)
26
Onde:
Q é a vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo; ΣP é a soma dos pesos relativos de todas as peças de utilização alimentadas
pela tubulação considerada.
Tabela 4 – Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da peça de utilização.
Aparelhos sanitários Peças de utilização Vazão de
projeto L/s Peso
relativo
Bacia sanitária Caixa de descarga 0,15 0,3
Válvula de descarga 1,70 32
Banheira Misturador (água fria) 0,30 0,3
Bebedouro Registro de pressão 0,10 1,0
Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,1
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,1
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,4
Lavadora de pratos ou de roupas Registro de pressão 0,30 0,1
Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,3
Mictório cerâmico com sifão integrado
Válvula de descarga 0,50 2,8
sem sifão integrado
Caixa de descarga, registro de pressão ou válvula de descarga para mictório
0,15 0,3
Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão
0,15 por metro de calha
0,3
Pia Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,7
Torneira elétrica 0,10 0,1
Tanque Torneira 0,25 0,7
Torneira de jardim ou lavagem em geral
Torneira 0,20 0,4
Fonte: ABNT NBR 5626: 1998 – Instalação predial de água fria
Com o percurso da água existirá uma perda de carga, que subdividirá em dois
tipos a perda de carga pelo tubo e a perde de carga pelas conexões, que dependerá
do comprimento do tubo e do seu diâmetro interno, rugosidade da sua superfície
interna, vazão e os tipos de conexões que componha o tubo. Para calcular a perda de
carga nos tubos recomenda-se utilizar a equação universal, obtendo os valores de
rugosidade junto aos fabricantes dos tubos, na falta dessa informação foram utilizadas
as equações de Fair-Whipple-Hsiao mostradas abaixo:
27
Para tubos rugosos (tubos de aço-carbono, galvanizado ou não):
(B) 𝐽 = 20,2 × 106 × 𝑄1,88 × 𝑑−4,88 (2)
Para tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de cobre):
(c) 𝐽 = 8,69 × 106 × 𝑄1,75 × 𝑑−4,75 (3)
Onde: J é a perda de carga unitária, em quilopascals por metro;
Q é a vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo;
d é o diâmetro interno do tubo, em milímetros.
A perda de carga nas conexões que unem os tubos deve ser expressa em
forma de comprimentos equivalentes desses tubos, as tabelas 5 e 6 apresentam
esses comprimentos para tubos rugosos e tubos lisos respectivamente.
Tabela 5 – Perda de carga em conexões – Comprimento equivalente para tubo rugoso (tubo de aço-carbono, galvanizado ou não).
Diâmetro nominal
(DN)
Tipo de conexão
Cotovelo 90°
Cotovelo 45°
Curva 90° Curva 45° Tê passagem
direta
Tê passagem
lateral
15,0 0,5 0,2 0,3 0,2 0,1 0,7
20,0 0,7 0,3 0,5 0,3 0,1 1,0
25,0 0,9 0,4 0,7 0,4 0,2 1,4
32,0 1,2 0,5 0,8 0,5 0,2 1,7
40,0 1,4 0,6 1,0 0,6 0,2 2,1
50,0 1,9 0,9 1,4 0,8 0,3 2,7
65,0 2,4 1,1 1,7 1,0 0,4 3,4
80,0 2,8 1,3 2,0 1,2 0,5 4,1
100,0 3,8 1,7 2,7 ... 0,7 5,5
125,0 4,7 2,2 ... ... 0,8 6,9
150,0 5,6 2,6 4,0 ... 1,0 8,2
Fonte: ABNT NBR 5626: 1998.
28
Tabela 6 – Perda de carga em conexões – Comprimento equivalente para tubo liso (tubo de plástico, cobre ou liga de cobre).
Diâmetro nominal
(DN)
Tipo de conexão
Cotovelo 90°
Cotovelo 45°
Curva 90° Curva 45° Tê passagem
direta
Tê passagem
lateral
15 1,1 0,4 0,4 0,2 0,7 2,3
20 1,2 0,5 0,5 0,3 0,8 2,4
25 1,5 0,7 0,6 0,4 0,9 3,1
32 2,0 1,0 0,7 0,5 1,5 4,6
40 3,2 1,0 1,2 0,6 2,2 7,3
50 3,4 1,3 1,3 0,7 2,3 7,6
65 3,7 1,7 1,4 0,8 2,4 7,8
80 3,9 1,8 1,5 0,9 2,5 8,0
100 4,3 1,9 1,6 1,0 2,6 8,3
125 4,9 2,4 1,9 1,1 3,3 10,0
150 5,4 2,6 2,1 1,2 3,8 11,1
Fonte: ABNT NBR 5626: 1998.
Os cálculos necessários devem ser feitos través da planilha modelo (figura 2),
mostra-se na tabela 7 uma rotina que foi desenvolvida com base na planilha:
Figura 2 – Planilha de cálculo para instalações hidráulicas. Fonte: ABNT NBR 5626: 1998.
29
Tabela 7 – Rotina para dimensionamento das tubulações.
Passo Atividade Coluna da planilha a preencher
1° Preparar o esquema isométrico da rede e numerar sequencialmente cada nó ou ponto de utilização desde o reservatório ou desde a entrada do cavalete
2° Introduzir a identificação de cada trecho da rede na planilha 1
3° Determinar a soma dos pesos relativos de cada trecho, usando a tabela A.1 2
4° Calcular para cada trecho a vazão estimada, em litros por segundo, com base na equação apresentada em A.1.2
3
5° Partindo da origem de montante da rede, selecionar o diâmetro interno da tubulação de cada trecho, considerando que a velocidade da água não deva ser superior a 3 m/s. Registrar o valor da velocidade e o valor da perda de carga unitária (calculada pelas equações indicadas em A.2.1) de cada trecho
4, 5 e 6
6° Determinar a diferença de cotas entre a entrada e a saída de cada trecho, considerando positiva quando a entrada tem cota superior à da saída e negativa em caso contrário
7
7° Determinar a pressão disponível na saída de cada trecho, somando ou subtraindo à pressão residual na sua entrada o valor do produto da diferença de cota pelo peso específico da água (10 kN/m3)
8
8° Medir o comprimento real do tubo que compõe cada trecho considerado 9
9° Determinar o comprimento equivalente de cada trecho somando ao comprimento real os comprimentos equivalentes das conexões
10
10° Determinar a perda de carga de cada trecho, multiplicando os valores das colunas 6 e 10 da planilha
11
11° Determinar a perda de carga provocada por registros e outras singularidades dos trechos
12
12° Obter a perda de carga total de cada trecho, somando os valores das colunas 11 e 12 da planilha
13
13° Determinar a pressão disponível residual na saída de cada trecho, subtraindo a perda de carga total (coluna 13) da pressão disponível (coluna 8)
14
14° Se a pressão residual for menor que a pressão requerida no ponto de utilização, ou se a pressão for negativa, repetir os passos 5º ao 13º, selecionando um diâmetro interno maior para a tubulação de cada trecho
Fonte: ABNT NBR 5626: 1998.
Para elaboração do projeto, é necessário as plantas arquitetônicas e plantas
estruturais mostrando geometricamente posições das estruturas, com o objetivo de
soluções mais estéticas dentro da melhor técnica e economia (CREDER, 2007).
Em um projeto de água fria precisa conter o dimensionamento, localização das
caixas d’água, da rede de abastecimento do prédio, das bombas e dos diversos pontos
de consumo (CREDER, 2007).
30
Para execução dos projetos de esgoto sanitário baseia-se na norma ABNT
NBR 8160: 1999, essa norma estabelece os requisitos mínimos a serem estabelecidos
para que elas satisfaçam condições de higiene, segurança, economia e conforto dos
usuários (CREDER, 2007).
As tubulações do subsistema de coleta e transporte de esgoto sanitário serão
dimensionadas pelo método das unidades de Hunter de contribuição (UHC), devendo,
em todos os casos atender aos diâmetros nominais mínimos dos ramais de descargas
indicados na tabela 8. Para dimensionamento das caixas sifonadas deve atender as
seguintes características mínimas:
a) Ser de DN 100, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o
limite de 6 UHC;
b) Ser de DN 125, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o
limite de 10 UHC;
c) Ser de DN 150, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o
limite de 15 UHC.
Os dimensionamentos dos ramais de descarga, devem ser adotados no mínimo
os diâmetros apresentados na tabela 8, para aparelhos não relacionados a tabela 8
devem ser estimados as UHC e o dimensionamento dever ser feito com os valores
indicados na tabela 9. Para ramais de esgoto, deve ser utilizado a tabela 10.
Tabela 8 – Unidades de Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal mínimo dos ramais de descarga.
Aparelhos sanitários Número de unidades de Hunter de contribuição
Diâmetro nominal mínimo do ramal de
descarga DN
Bacia sanitária 6 100
Banheira de residência 2 40
Bebedouro 0,5 40
Bidê 1 40
Chuveiro De residência 2 40
Coletivo 4 40
Lavatório De residência 1 40
Coletivo 2 40
31
Mictório Válvula de descarga 6 75
Caixa de descarga 5 50
Descarga automática 2 40
De calha 2 50
Pia de cozinha residencial 3 50
Pia de cozinha industrial Preparação 3 50
Lavagem de panelas 4 50
Tanque de lavar roupas 3 40
Máquina de lavar louças 2 50
Máquina de lavar roupas 3 50
Fonte: ABNT NBR 8160: 1999 Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução.
Tabela 9 – Unidades de Hunter de contribuição para aparelhos não relacionados na tabela 5.
Diâmetro nominal mínimo do ramal de descarga
Números de unidades de Hunter de contribuição
DN UHC
40 2
50 3
75 5
100 6
Fonte: ABNT NBR 8160: 1999.
Tabela 10 – Dimensionamento de ramais de esgoto. Diâmetro nominal mínimo do tubo
Número máximo de unidades de Hunter de contribuição
DN UHC
40 3
50 6
75 20
100 160
Fonte: ABNT NBR 8160: 1999.
Os tubos de queda serão dimensionados pela somatória da UHC, conforme os
valores indicados na tabela 11. O coletor predial e os subcoletores podem ser
dimensionados pelo somatório das UHC conforme valores da tabela 12, o coletor
predial deve ter DN mínimo de 100 mm, no dimensionamento dos coletores e
subcoletores devem ser considerados apenas o aparelho com a maior contribuição de
32
cada banheiro para o somatório do UHC, nos demais casos devem ser considerados
todos os aparelhos.
Tabela 11 – Dimensionamento de tubos de queda. Diâmetro nominal do tubo Número máximo de unidades de Hunter de contribuição
DN Prédio de até três pavimentos Prédio com mais de três pavimentos
40 4 8
50 10 24
75 30 70
100 240 500
150 960 1900
200 2200 3600
250 3800 5600
300 6000 8400 Fonte: ABNT NBR 8160: 1999.
Tabela 12 – Dimensionamento de subcoletores e coletor predial. Diâmetro nominal do tubo
Número máximo de unidades de Hunter de contribuição em função das declividades mínimas
%
DN 0,5 1 2 4
100 - 180 216 250
150 - 700 840 1000
200 1400 1600 1920 2300
250 2500 2900 3500 4200
300 3900 4600 5600 6700
400 7000 8300 10000 12000
Fonte: ABNT NBR 8160: 1999.
Nos trechos horizontais previsto no sistema de coleta e transporte de esgoto
sanitário, devem apresentar uma declividade constante, recomenda-se as seguintes
declividades mínimas, 2% para tubulações com DN igual ou inferior a 75 mm, 1% para
tubulações com DN igual ou superior a 100 e declividade máxima a ser considerada
é de 5%.
Os tubos de ventilação devem ser instalados com aclive mínimo de 1%, para o
dimensionamento das tubulações do subsistema de ventilação, deve atender os
seguintes critérios: Ramal de ventilação DN não inferior aos limites determinados na
tabela 14, tubo ventilador de circuito DN não inferior aos limites determinados na
tabela 13, tubo ventilador complementar DN não inferior à metade do diâmetro do
ramal de esgoto a que estiver ligado, coluna de ventilação DN de acordo com a tabela
33
13, barrilete de ventilação de acordo com a tabela 14, tubo ventilador de alívio DN
igual ao DN da coluna de ventilação a que estiver ligado.
Tabela 13 – Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação.
Diâmetro nominal do tubo de queda ou do ramal de esgoto
Número de unidades de Hunter de contribuição
Diâmetro nominal do tubo de ventilação
DN 40 50 75 100 150 200 250 300
Comprimento permitido (m)
40 8 46 - - - - - - -
40 10 30 - - - - - - -
50 12 23 61 - - - - - -
50 20 15 46 - - - - - -
75 10 13 46 317 - - - - -
75 21 10 33 247 - - - - -
75 53 8 29 207 - - - - -
75 102 8 26 189 - - - - -
100 43 - 11 76 299 - - - -
100 140 - 8 61 229 - - - -
100 320 - 7 52 195 - - - -
100 530 - 6 46 177 - - - -
150 500 - - 10 40 305 - - -
150 1100 - - 8 31 338 - - -
150 2000 - - 7 26 201 - - -
150 2900 - - 6 23 183 - - -
200 1800 - - - 10 73 286 - -
200 3400 - - - 7 57 219 - -
200 5600 - - - 6 49 186 - -
200 7600 - - - 5 43 171 - -
250 4000 - - - - 24 94 293 -
250 7200 - - - - 17 73 225 -
250 11000 - - - - 16 60 192 -
250 15000 - - - - 14 55 174 -
300 7300 - - - - 9 37 116 287
300 13000 - - - - 7 29 90 219
300 20000 - - - - 6 24 76 186
300 26000 - - - - 5 22 70 152
Fonte: ABNT NBR 8160: 1999.
34
Tabela 14 – Dimensionamento de ramais de ventilação. Grupo de bacias sanitárias Grupo de aparelhos com bacias sanitárias
Número de unidades de Hunter de contribuição
Diâmetro nominal do ramal de ventilação
Número de unidades de Hunter de contribuição
Diâmetro nominal do ramal de ventilação
Até 12 40 Até 17 50
13 a 18 50 18 a 60 75
19 a 36 75 - -
Fonte: ABNT NBR 8160: 1999.
2.4.5 Orçamento
Orçar tem como objetivo levantar quantidades a fim de realizar uma obra ou
serviço, bem como obter informações sobre custos e tempos de duração dos mesmos.
Para Avila, Lopes e Librelotto (2003), o orçamento pode ser definido em duas
situações, como processo e como produto. Do ponto de visto do processo, tem-se
como definição a obtenção de faturamento, custos e desempenho que cercam todo o
grupo de trabalho. Além disso, o processo orçamentário possui a característica de
efetuar balancetes e previsões futuras, contribuindo para previsão de gastos e lucros
futuros.
Já como produto, visa definir o preço de algum produto ou serviço. A técnica
orçamentária ocorre através de identificar, descrever, quantificar e analisar uma série
de itens. Um dos requisitos primordiais para uma boa orçamentação é conhecer
detalhadamente o serviço a ser executado. (MATTOS, 2006).
A obtenção do orçamento como produto pode seguir dois procedimentos: por
avaliações e estimativas ou por composição de custos unitários. A principal diferença
entre os métodos é o grau de precisão quando se compara a previsão com o custo
real (MUTTI, 2008).
O método de avaliações e estimativas é utilizado quando surge a necessidade
de obter estimativas em projetos incompletos, cuja a falta de informações é suprida
por adoção de parâmetros previamente estimados.
Para este trabalho, como o objetivo é utilizar os conceitos da tecnologia BIM,
será utilizado o método de avaliações e estimativas, no intuito de atender os conceitos
do BIM, visando a precisão tanto da modelagem quanto das especificações dos
materiais.
35
2.4.5.1 Orçamento Analítico
Para Mattos (2006), o orçamento analítico é a forma mais detalhada de se obter
uma previsão do custo da obra. Para elaborar um orçamento analítico, é necessária
uma composição de custos unitários para cada serviço da obra. Além disso, também
é necessário considerar mão-de-obra, quantidade de materiais e equipamentos
gastos na execução, bem como custos de manutenção da obra, do canteiro, suporte,
taxas e equipes técnicas, obtendo-se assim um valor orçado mais preciso e coerente.
2.4.5.2 Levantamento de Quantitativos
As etapas de levantamento de quantitativos tem como objetivo quantificar os
materiais para realizar o serviço, bem como dimensionar as equipes para produção.
Para uma determinação prévia dos custos de uma obra é necessário ter em mãos os
projetos completos da edificação. A quantificação desse projeto deverá refletir a obra
em medidas (MATTOS, 2006).
No caso dos levantamentos obtidos em projetos de tecnologia BIM, foi
observada uma mudança nos conceitos. Nos levantamentos comuns, através do uso
de escalímetros ou softwares CAD, os projetos estão sujeitos a falhas, devido à pouca
especificação quanto aos métodos construtivos, ou até mesmo, a omissão de
informações. Nos softwares da tecnologia BIM, os elementos dos projetos carregam
consigo informações paramétricas. Sendo assim, uma parede modelada na
plataforma BIM, contém informações como tipo de bloco e camadas de revestimento.
Por isso, quando um projeto está completo, sua modelagem representa igualmente as
quantidades necessária para executar o serviço (BADRA, 2012).
2.4.5.3 Composição de Custos
A composição de custos dispõe do cálculo de rateio de construção, disposições
correlatas e avaliação de custos unitários. Então, os custos que podem ser sobre mão-
de-obra, materiais e equipamentos, são determinados em relação a unidades de
serviço (AVILA, LOPES e LIBRELOTTO, 2003).
Sendo assim, a composição de custo é o processo que determina os custos
necessários para a execução de um serviço ou produto, devendo indicar os insumos
36
em custos unitários e suas respectivas quantidades. Quando o custo corresponde a
uma unidade de serviço caracteriza-se como custo unitário. Os parâmetros utilizados
para os cálculos são encontrados em algumas literaturas como a TCPO: Tabela de
composição de Preços para Orçamentos da PINI. Porém, é possível que empresas
possam desenvolver seus próprios métodos através de controle de custos, onde a
composição de custos é feita durante a execução do serviço (TISAKA, 2006).
2.4.5.4 Encargos Sociais
Os encargos sociais vão além do salário dos empregados. Esses valores são
impostos e taxas definidas pelo poder público ou por convenções trabalhistas. Alguns
desses valores são obtidos por dados estatísticos ou por regionalidade, como feriados
locais, dados de chuvas, rotatividade de profissionais, entre outros (MUTTI, 2008).
Mattos (2006) define encargos em dois pontos de vista, em um sentido estrito
e amplo. No sentido estrito, descartam-se despesas como alimentação, EPI
(Equipamento de Proteção Individual), transporte, entre outros. Porém, para se obter
valores mais próximos da realidade deve-se considerar tais despesas. Entretanto,
cálculos com refeições, equipamentos de proteção individual e coletiva, horas extras
e ferramentas são feitas por estimativas, pois a variação da utilização desses materiais
ou serviços podem mudar consideravelmente.
Para diferenciar com mais precisão os encargos, pode-se dividir as taxas nas
seguintes classificações: Encargos sociais básicos, encargos referentes a horas não
trabalhadas, encargos sociais relacionados a demissão sem justa causa, taxas sobre
reincidência e riscos (AVILA, LOPES e LIBRELOTTO, 2003).
Os encargos básicos são taxas aplicadas a todas as empresas que possuem
trabalhadores da indústria da construção civil, como previdência social, fundo de
garantia por tempo de serviço, seguro de acidentes de trabalho e taxas para o sistema
S.
37
2.4.5.5 Custo Unitário Básico (CUB)
A ABNT NBR 12721: 2005 – Avaliação de Custos Unitários e Preparo de
orçamento de Construção para incorporação de edifícios em condomínio – dispõe dos
requisitos para cálculo do CUB, bem como dos procedimentos de divisão das áreas.
O custo unitário básico é a representação do custo por metro quadrado
dependendo dos padrões do imóvel. O CUB tem como objetivo fornecer estimativas
de preços para avaliações e incorporações de imóveis (MUTTI, 2008).
Os cálculos do CUB de uma edificação ocorrem através de índices obtidos
pelos Sindicatos, como requer a norma. Dessa forma, o custo unitário básico é uma
média de valores obtidos de diversas obras. Apesar disso, o valor do CUB não está
inserido despesas específicas da construção, como fundações, elevadores, preço de
terreno, obras complementares, entre outros (MATTOS, 2006).
2.4.5.6 Orçamentos utilizando a tecnologia BIM
Badra (2012), sequencia passos para realização de orçamentos na tecnologia
BIM. Tendo em vista que a principal diferença na orçamentação ocorre que o
levantamento de quantitativos é um espelho dos projetos, evitando estimativas.
No levantamento de materiais no BIM, os objetos presentes nos projetos
possuem informações únicas. Por isso, é necessário descrever os materiais de forma
mais específica. Por exemplo, as paredes internas de uma edificação possuem
características diferentes das paredes externas. É importante que tais diferenças
sejam detalhadas em memoriais para não confundir quanto a composição de custos
unitários.
38
3 METODOLOGIA
A metodologia a ser utilizada será dividida em três etapas: levantamento
bibliográfico e estudo do projeto arquitetônico; desenvolver os projetos
complementares e levantar os quantitativos de todos os projetos e por fim, compor o
orçamento e avaliar os resultados obtidos.
Na primeira etapa, será estudado o projeto arquitetônico, buscando familiarizar-
se com a tecnologia BIM, tendo em vista adaptar-se a interoperabilidade entre os
softwares utilizados, bem como o levantamento bibliográfico, visando coletar
informações sobre os novos métodos de desenvolver e projetar edificações, no qual
o projeto arquitetônico desenvolvido no AUTOCAD® servirá de base para
desenvolvimento do projeto arquitetônico no Revit®, determinando os tipos de
materiais a serem utilizados em cada elemento do projeto, chegando assim mais
próximo da realidade da construção.
Na segunda etapa, serão elaborados os projetos complementares de uma
edificação. Para execução do projeto hidrossanitário, será preciso o estudo de plug-
ins que atendam aos requisitos da tecnologia BIM e sejam compatíveis com o Revit®.
Com isso será dimensionado as tubulações de esgoto sanitário seguindo sua norma
regulamentadora. Posteriormente, será dimensionado os sistemas de abastecimento
de água fria, de forma econômica e que atenda a toda as especificações das suas
normas em vigência.
Com a utilização do software CAD/TQS® será dimensionada a estrutura do
edifício, contendo lajes, vigas, pilares e outros elementos estruturais, para
levantamento do quantitativo de material a ser utilizado como aço e concreto, que
representa grande parte do custo do empreendimento, onde também terá as
dimensões dos elementos citados acima para compatibilização com os demais
projetos. Com os outros projetos executados será traçado a rede de distribuição,
verificando a previsão de carga, limite de queda de tensão, bem como verificar os
requisitos da norma e as recomendações da concessionária, com a utilização de
tabelas. Após todos os projetos completares finalizados será feito o levantamento dos
quantitativos de todos os projetos, usando as ferramentas da plataforma BIM, assim
como, elaborar a estrutura analítica da composição de custos, definição dos encargos
sociais e verificação de preços.
39
4 RESULTADOS
De posse do projeto arquitetônico, previamente desenvolvido no sistema CAD®,
foi elaborado o projeto estrutural do edifício. Foi utilizado o software TQS® para
modelagem dos elementos estruturais e dimensionamento. Optou-se por iniciar o
trabalho pelo projeto estrutural devido a familiarização com o sistema.
4.1 Modelo Arquitetônico
O edifício a ser modelado apresenta uma área construída de 270 m². O
residencial possui quatro apartamentos por pavimento, num total de dezesseis
apartamentos dividido entre quatro pavimentos.
Figura 3 – Planta baixa de um pavimento. Fonte: Autor (2017).
A Figura 3 apresenta o início do desenvolvimento da modelagem do projeto
arquitetônico. A forma como é feita a modelagem, já apresenta grandes mudanças
quanto ao processo de projetar. O exemplo disso se dá pelo fato de que os elementos
inseridos nos projetos podem conter alterações quanto à geometria, propriedades e
posições de vistas. A facilidade de tais alterações simplifica o processo de
modelagem.
40
Não foram criadas famílias para este projeto. Todos os objetos utilizados já
estavam disponíveis para uso. As principais ferramentas utilizadas para
desenvolvimento do modelo arquitetônico foram elementos básicos de porta, janela,
piso, escada e pintura.
Um dos pontos de grande mudança no método de projetar em BIM são as
propriedades apresentada em tempo real, como mostrado na Figura 4. Na interface
do software é possível identificar, classificar e modificar o objeto paramétrico. Com as
mudanças em tempo real, os métodos construtivos podem ser pensados com
antecipação.
Figura 4 – Propriedades de uma parede básica de 15 centímetros e navegador de projeto, respectivamente.
Fonte: Autor (2017).
41
Figura 5 – Configurações de Materiais. Fonte: Autor (2017).
Após dispor os componentes de paredes e janelas, foi utilizado a ferramenta
pintura como revestimento das alvenarias. Após o processo de aprendizado, o
programa torna-se intuitivo em sua utilização. A figura acima apresenta a janela de
gerenciamento dos materiais. A princípio, diversas informações são apresentadas ao
usuário. Nela contém todos os materiais que serão utilizados na edificação.
Para profissionais que dominam a ferramenta, esta função possibilita aumentar
a produtividade, visto que é necessário criar apenas uma vez o seu catálogo de
materiais.
42
Figura 6 – Detalhe da Escada, modelo realista e renderizado, respectivamente. Fonte: Autor (2017).
A figura acima apresenta o detalhe da escada de acessos aos pavimentos.
Uma diferença principal em projetar no Revit® é a possibilidade de facilmente criar
vistas em três dimensões facilitando o entendimento no processo de execução.
43
Figura 7 – Planta baixa de um apartamento. Fonte: Autor (2017).
A figura 7 mostra a planta baixa de um apartamento que foi desenvolvida no
Revit®. Facilmente, pode-se modificar o revestimento cerâmico aplicado nos
ambientes. Outra ferramenta que facilita para possíveis avaliações de diferentes
orçamentos de materiais.
Figura 8 – Fachada sul do edifício. Fonte: Autor (2017).
44
A Figura 8 apresenta as fachadas da edificação. Em projetos que foram
dimensionados no CAD, em geral, se apresenta apenas as fachadas principais. No
Revit®, é possível criar vistas em qualquer ângulo que o usuário deseja.
4.2 Modelo Estrutural
Figura 9 – Modelagem estrutural desenvolvido no TQS®. Fonte: Autor (2017).
A primeira etapa da modelagem ocorreu através da caracterização do edifício,
bem como a definição das características do concreto e dos esforços de ventos.
Depois de inserir as dimensões de pilares e vigas, posicionamento das lajes, e os
carregamentos, foi verificado o dimensionamento e detalhamento obtido pelos
resultados do programa.
De posse dos resultados, verificou-se que o modelo estrutural desenvolvido na
Figura 9, garante os requisitos da norma.
A partir do modelo estrutural, através do Plug-in TQS®, foi exportado para o
Revit® para dar continuidade com o projeto arquitetônico.
45
Figura 10 – Modelo exportado para o Revit® com a alvenaria de fechamento. Fonte: Autor (2017).
A figura 10 apresenta o modelo estrutural exportado. De início, foi modelado a
alvenaria de fechamento. Nesta fase, percebe-se a dificuldade de entender o projeto
arquitetônico em CAD®. Em alguns aspectos, o desenho apresenta detalhes onde
faltam informações para a modelagem, visto que, na planta só possuímos as vistas
de planta baixa e cortes. Na modelagem, se tem uma perspectiva 3D dos elementos.
Como o objetivo do trabalho é a compatibilização, foi decidido não inserir todos
os detalhes do arquitetônico, apenas os elementos que possam interferir no processo
de compatibilização.
4.3 Modelo Elétrico
O modelo elétrico foi desenvolvido com base nas normas vigentes e nas notas
técnicas da concessionária de distribuição. De posse do modelo arquitetônico
previamente elaborado, parte-se para iniciar o desenvolvimento do projeto elétrico.
Tendo em vista que os engenheiros civis possuem, como norma do conselho,
limitações quanto ao dimensionamento de projetos elétricos, foi utilizado o mínimo
necessário para que a edificação atenda às normas em vigência.
46
Figura 11 – Configurações elétricas gerais. Fonte: Autor (2017).
A figura acima apresenta as informações gerais para iniciar-se os
procedimentos de projeto elétrico. Definir a descrição dos circuitos, nomenclatura dos
circuitos, bem como a voltagem de cada circuito, garante, por fim, um projeto conforme
os padrões necessários para aprovação.
Figura 12 – Definição da fiação. Fonte: Autor (2017).
No método de cálculo, para dimensionamento de eletrodutos e condutos, é
necessário identificar dados básicos como temperatura ambiente, queda de voltagem
mínima e máximo e o material que será feito o conduto. A tecnologia BIM facilita os
47
processos de verificação quanto a queda de tensão e fatores de correção para
circuitos elétricos.
O software verifica de forma automática os requisitos necessários para as
instalações elétricas. Entretanto, o programa não possui especificações para as
normas brasileiras. Sendo necessário que cada usuário defina cada item.
Porém, uma vez definido as configurações elétricas, não surge a necessidade
de novos cálculos, como mostra a figura 12.
Figura 13 – Definição de Voltagem. Fonte: Autor (2017).
A figura 13 apresenta a definição da voltagem. Como os objetos do REVIT®
possuem informações paramétricas, as tomadas de uso geral, tomadas de uso
específico, bem como as cargas de iluminação carregam consigo suas definições
próprias de voltagem. Sendo assim, é necessário que os quadros que irão alimentar
os equipamentos possuam os tipos de alimentação.
48
Figura 14 – Sistema de Distribuição da Concessionária. Fonte: Autor (2017).
Outra informação importante é o sistema de distribuição da rede da
concessionária. Os quadros de medição receberão a alimentação direto do
alimentador predial, sendo novamente necessário especificar as definições de
voltagem. A figura acima também apresenta o número de fiação, informação essencial
para definição de o sistema de distribuição será monofásico, bifásico ou trifásico.
A figura abaixo apresenta a interface do software quanto às instalações
elétricas. Nela já consta a fiação lançada, bem como os conduites contendo tomadas
de uso geral, tomadas de uso específico e as luminárias de um apartamento.
49
Figura 15 – Interface do Revit® para instalações elétricas. Fonte: Autor (2017).
Para definição das cargas de iluminação é necessário identificar a área. Já para
as tomadas de uso geral, é necessário identificar os ambientes, se são secos ou
molhado, bem como o perímetro de cada ambiente. Para isso, o Revit® possui uma
função de definição e identificação de ambientes, outra ferramenta facilitadora que
reduz possíveis erros.
Figura 16 – Visualização interna dos ambientes. Fonte: Autor (2017).
50
A figura 16 apresenta uma visualização prévia, ou seja, não renderizada dos
ambientes. Pode-se observar a presença das tomadas e linhas traçadas nas paredes
representando os condutos. É possível, a partir de tal função, prever possível erros,
bem como identificar melhores tomadas de decisão para projetar edificações.
Abaixo, é apresentado pela figura 17, as instalações prediais elétricas de um
apartamento, contendo todos seus componentes.
Figura 17 – Instalações Elétricas Prediais de um Apartamento Fonte: Autor (2017).
4.4 Modelo Hidrossanitário
Para início do projeto hidráulico foi dimensionado os reservatórios superior e
inferior baseado no consumo de 200 (litros por habitante dia), para 16 apartamentos,
com 4 pessoas por apartamento, totalizando 64 habitantes e a reserva de incêndio
projetada para 5 hidrantes (Apêndice A).
Foi dimensionado o diâmetro das tubulações do alimentador, ramal predial,
recalque e sucção, com os pesos unitário das peças a ser utilizadas identificados na
tabela 4, foi calculado a vazão para dimensionamento do diâmetro nos trechos do
reservatório superior aos pontos de utilização, com auxílio da planilha na figura 2
(Apêndice C) e a tabela 6 com as perdas de carga das conexões de PVC que foi a
51
utilizada no projeto. Foi calculado a potência dos conjuntos elevatórios a ser instalada
para escolha da melhor bomba a adotar.
Para o projeto de esgoto foi utilizada a tabela 8 para identificar a UHC (unidades
Hunter de contribuição) dos aparelhos sanitários a serem utilizados e o diâmetro
mínimo a ser escolhido nos pontos dos aparelhos sanitários. Com a soma da UHC no
do ramal a ser dimensionado foi escolhido na tabela 10 o diâmetro mínimo a ser
utilizado de acordo com sua UHC. Para o dimensionamento do tubo de queda, soma
todas as UHC a passar por ele, escolhe o diâmetro de acordo com a soma na tabela
11. Para escolha da declividade do tubo utiliza a tabela 12 que faz relação do diâmetro
com as UHC.
Com auxílio do projeto arquitetônico e estrutural elaborado no Revit® e os
diâmetros da tubulação foram dimensionado, foi escolhido o melhor caminho para
passar as tubulações visando uma melhor compatibilização entre os projetos.
Os líderes do mercado em tubulação de esgoto e água fornecem os templates
de seus produtos, não sendo necessário a confecção dos mesmos, para início do
projeto são lançados os equipamentos presente no template mostrado na figura 18.
Figura 18 – Equipamentos. Fonte: Autor (2017).
52
Utilizando as saídas das tubulações que estão nos equipamentos e seus
diâmetros podendo ser modificados, começa o traçado das tubulações com auxílio de
vistas de corte, piso e 3D mostrado na figura 19.
Figura 19 – Vistas da instalação de esgoto e água fria de um banheiro. Fonte: Autor (2017).
Para inserir os equipamentos conexões e tubos é usado a ferramenta sistemas
do Revit® na parte de hidráulica e tubulações como mostrado na figura 20. Sendo
necessário escolha do material a ser utilizado e o diâmetro do tubo.
Figura 20 – Ferramenta do Revit®. Fonte: Autodesk Revit (2017).
A tubulação de água foi feita por medição individualizada, saindo da caixa
d’água dividida em duas colunas de distribuição, subdividindo cada coluna para dois
apartamentos por andar, com destinação final os pontos de utilização, mostrado no
detalhe da figura 21.
53
Figura 21 – Detalhe da distribuição do reservatório superior. Fonte: Autor (2017).
A tubulação de esgoto foi executa seguindo as inclinações mínimas exigidas
pela norma ABNT NBR 5626:1998, adaptando inclinações para ligações das peças
de utilização. Para uma melhor compatibilização dos projetos foi escolhido a altura
onde a tubulação com sua inclinação não causasse interferência na laje e no forro.
Para destinação final do esgoto foi feita a fossa séptica e os poços sumidouros
dimensionados (Apêndice B) com as caixas de inspeção para receber o esgoto e fazer
a mudança de direção como mostrado na figura 22.
54
Figura 22 – Detalhe destinação final de esgoto. Fonte: Autor (2017).
Depois dos equipamentos e tubos lançados é possível ter uma visão geral do
modelo hidrossanitário mostrado na figura 23.
Figura 22 – Visão geral do modelo hidrossanitário. Fonte: Autor (2017).
55
4.5 Levantamento de Quantitativos e Orçamento
O levantamento de quantitativos do Revit® depende do grau de detalhamento
dos objetos paramétricos e ajustes realizados nas famílias. Embora o aplicativo já
forneça as tabelas com os totais calculados, foi necessário verificar alguns elementos
para melhor entendimento do software.
Outro ponto importante a ressaltar é a facilidade em criar diversas tabelas com
diferentes propriedades e categorias. Essa customização permite o máximo
detalhamento para atender as necessidades do usuário.
Figura 21 – Quantidade de Portas. Fonte: Autor (2017).
56
Figura 22 – Quantidade de tubos rígidos.
Fonte: Autor (2017).
A figura 21 e 22 apresentam o levantamento de quantitativos de portas e
tubulações de água fria e esgoto. As tabelas não trazem somente as quantidades
totais, também contém informações como descrição das portas, dimensões, tipo,
comprimento, altura e largura.
4.5.1 Determinação dos Custos
Para determinação do orçamento, procedeu-se para composição dos custos
unitários. O quadro abaixo mostra um exemplo da composição de custo unitário de
alvenaria de vedação com tijolo cerâmico. Foi utilizado como base a tabela de
composição de custos do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção), da Caixa Econômica, referente ao mês de outubro.
57
Quadro 1 – Composição de custo unitário: Alvenaria.
Serviço Unidade
ALVENARIA DE VEDAÇÃO COM TIJOLO CERÂMICO M²
Materiais Índice und. Custo Unitário Custo Total
Tela de aço soldada galvanizada 15x15mm 0,7850 m 1,29 1,01
Pino de aço com furo - Haste = 27mm 0,0094 cento 43,29 0,41
Bloco cerâmico de vedação 9 X 19 X 39 CM 13,3500 und. 0,97 12,95
Argamassa traço 1:2:8 0,0104 m³ 413,32 4,30
Subtotal (Materiais) 18,67
Mão-de-Obra
Pedreiro 0,590 H 15,30 9,03
Servente 0,295 H 11,98 3,53
Subtotal (Mão-de-obra) 12,56
Total (Sem Encargos Sociais) 31,23
Fonte: Autor (2017).
4.5.2 Encargos Sociais
O quadro a seguir apresenta os encargos sociais e trabalhistas com dados
obtidos pela tabela SINAPI – CAIXA, dados referentes ao mês de agosto.
Quadro 2 – Encargos Sociais e Trabalhistas.
ENCARGOS SOCIAIS
Item Grupo A - Encargos Sociais Básicos %
A1 Previdência Social (20%) 20,00
A2 FGTS 8,00
A3 Salário Educação 2,50
A4 Sesi 1,50
A5 Senai 1,00
A6 Sebrae 0,60
A7 Incra 0,20
A8 Seguro contra acidentes de Trabalho 3,00
36,80
Item Grupo B - Encargos Trabalhistas %
B1 Feriados
B2 Descanso Semanal
B3 Auxílio Enfermidade 0,70
B4 Acidente de Trabalho 0,08
B5 Licença Paternidade 0,05
B6 Impedimento por dias de chuva
B7 Faltas Justificadas 0,56
B8 13º Salário 8,33
9,72
58
Item Grupo C - Encargos Indenizatórios %
C1 Férias 3,47
C2 Multa por demissão injusta 3,51
C3 Aviso Prévio 3,95
C4 Adicional 0,32
11,25
Item Grupo D - Encargos Reincidentes %
D1 Grupo A x Grupo B 3,58
Item Grupo E – Diversos %
E1 Vale Transporte
E2 Refeição
E3 EPI
E4 Uniforme
E5 Café da Manhã
TOTAL GERAL 61,35
Fonte: Autor (2017).
No Quadro 2, acima, os espaços em brancos são referentes a não incidência
dos encargos sobre o estado de Alagoas. O Grupo E – Diversos – são encargos e
despesas referentes a custo de equipamentos e acordos coletivos. O presente
trabalho optou por não inferir tais taxas devido a diferenças consideráveis entre
construtoras.
4.5.3 Orçamento Analítico
O quadro a seguir apresenta o orçamento analítico do projeto hidrossanitário,
com a discriminação dos serviços.
Quadro 3 – Exemplo do orçamento sintético do projeto hidrossanitário.
ITEM DISCRIMINAÇÃO DOS SERVIÇOS UNID. QUANT. PREÇO
UNITÁRIO SUBTOTAL
01 Tubulação de PVC, Água Fria, DN 25 M 473,87 R$ 22,73 R$
10.771,07
02 Tubulação de PVC, Água Fria, DN 40 M 5,96 R$ 10,45 R$ 62,28
03 Tubulação de PVC, Água Fria, DN 50 M 5,91 R$ 12,93 R$ 76,42
04 Tubulação de PVC, Água Fria, DN 60 M 9,96 R$ 19,54 R$ 194,62
05 Tubulação de PVC, Esgoto, DN 40 M 134,4 R$ 5,04 R$ 677,38
06 Tubulação de PVC, Esgoto, DN 50 M 185,09 R$ 27,65 R$
5.117,74
07 Tubulação de PVC, Esgoto, DN 75 M 157,75 R$ 40,85 R$
6.444,09
59
08 Tubulação de PVC, Esgoto, DN 100 M 181,99 R$ 52,87 R$
9.621,81
09 Registro de Esfera DN 25 unid. 8 R$ 18,08 R$ 144,64
10 Registro de Gaveta Roscável, 3/4" unid. 48 R$ 67,26 R$
3.228,48
11 Registro de Pressão Roscável, 3/4" unid. 32 R$ 31,57 R$
1.010,24
12 Joelho 90° c/ redução DN 25mm 1/2" unid. 32 R$ 12,44 R$ 398,08
13 Joelho 90° c/ redução DN 25mm 3/4" unid. 112 R$ 13,17 R$
1.475,04
14 Tê com redução DN 50mm x 25mm unid. 2 R$ 15,79 R$ 31,58
15 Joelho 90°, PVC, Água Fria, DN 25 unid. 185 R$ 9,12 R$
1.687,20
16 Joelho 90°, PVC, DN 50 unid. 124 R$ 9,77 R$
1.211,48
17 Joelho 90°, PVC, DN 75 unid. 8 R$ 15,89 R$ 127,12
18 Joelho 90°, PVC, DN 100 unid. 28 R$ 20,91 R$ 585,48
19 Joelho 45°, PVC, DN 40 unid. 80 R$ 7,92 R$ 633,60
20 Joelho 45°, PVC, DN 50 unid. 72 R$ 10,23 R$ 736,56
21 Joelho 45°, PVC, DN 75 unid. 16 R$ 16,57 R$ 265,12
22 Joelho 45°, PVC, DN 100 unid. 36 R$ 20,97 R$ 754,92
23 Caixa Sifonada, PVC, DN 100 x 100 x 50 unid. 32 R$ 18,30 R$ 585,60
TOTAL GERAL R$
45.840,54
Fonte: Autor (2017).
4.6 Compatibilização entre projetos
A compatibilização ocorreu através do programa Navisworks®, analisando as
interferências entre cada modelo realizado no Revit®, também foi elaborado um
relatório de inferências de entre cada disciplina.
Para detectar as interferências no Navisworks® foi utilizada a ferramenta de
verificação de interferências (Clash Detective), detalhe mostrado na figura 23.
Figura 23 – Ferramenta de verificação de interferências. Fonte: Autodesk Navisworks® (2017).
60
Para iniciar a análise dos projetos é necessário inserir as duas disciplinas que
serem identificados os conflitos, inserindo um sobreposto ao outro para identificar as
incoerências, produzindo uma visualização em 3D das duas disciplinas.
4.6.1 Compatibilização do projeto estrutural com hidráulico
Com os projetos estrutural e hidráulico inseridos no Navisworks® é possível ter
uma vista dos modelos sobrepostos como mostrado na figura 24, onde se pode
identificar que não existe caixas de passagens nas lajes e nas vigas, com isso formam
identificados vários conflitos.
Figura 24 – Vista do estrutural sobreposto no hidráulico. Fonte: Autor (2017).
Foi gerado relatório de interferências entre os modelos estruturais e hidráulico,
identificando 758 conflitos da tubulação na estrutura mostrado na figura 25, os
conflitos foram altos pois o mesmo conflito foi repetido várias vezes em todos os
andares e apartamentos, também é somado um conflito com a tubulação e peças que
compõe com joelho ou curva que faz a ligação entre as tubulações.
61
Figura 25 – Relatório de interferências estrutural x hidráulico. Fonte: Autor (2017).
É possível importar as interferências identificadas para um formato HTML
(tabular), mostrando de forma detalhada o conflito como mostrado na figura 26.
Figura 26 – Relatório de interferências estrutural x hidráulico formato HTML (tabular).
Fonte: Autor (2017).
Para conflitos com as com a laje que são conflitos já esperados, podem ser
usados para uma previsão de todas caixas de passagem que serão necessárias. O
62
motivo da tubulação atravessar as vigas, foi por não ser possível baixar a tubulação
abaixo da viga, diminuindo a altura do forro da edificação, ficando muito abaixo,
fazendo entrar em conflito com as esquadrias. Os conflitos já esperados estão
mostrados nas figuras 27.
Figura 27 – Conflitos esperados. Fonte: Autor (2017).
A tubulação de água fria entrou em conflito com a laje do reservatório superior
como mostrado na figura 28, com uma distância de 0.005 metros algo que pode ser
resolvido com pequeno rebaixo da tubulação.
Figura 28 – Conflito água fria com laje do reservatório superior. Fonte: Autor (2017).
63
Foi detectado um conflito, da tubulação de esgoto que ia em sentido ao shaft,
com o pilar do elevador mostrado na figura 29, para correção desse conflito foi
escolhido um desvio na tubulação retornando o pilar com joelhos de 45º.
Figura 29 – Conflito esgoto com pilar. Fonte: Autor (2017).
4.6.2 Compatibilização do projeto arquitetônico com hidráulico
Com os projetos arquitetônico e hidráulico sobreposto é possível uma pré-
visualização de como ficará a tubulação embutida na alvenaria como mostrado na
figura 30, sendo possível uma visualização de alguma tubulação exposta nos
apartamentos.
Figura 30 – Vista arquitetônico sobreposto no hidráulico. Fonte: Autor (2017).
Com a análise do projeto arquitetônico com o hidráulico, é identificado a
tubulação que é embutida na alvenaria como um conflito, fazendo assim a quantidade
de conflitos aumentarem consideravelmente. Como o arquitetônico foi elaborado em
levando como base o modelo estrutural os mesmos conflitos que foram detectados na
64
análise do estrutural com o hidráulico serão também identificados nessa análise.
Foram detectados 1767 conflitos, mostrado no relatório de interferências na figura 31.
Figura 31 – Relatório de interferências arquitetônico x hidráulico formato HTML (tabular).
Fonte: Autor (2017).
Com a compatibilização, foi possível identificar uma interferência entre a
tubulação do chuveiro e a janela alta do banheiro, mostrado na figura 32. Para solução
desse conflito foi escolhido uma movimentação da janela alta ao ponto onde não se
ocorre o conflito.
Figura 32 – Conflito de tubulação com esquadria. Fonte: Autor (2017).
65
Ocorreu um conflito do registro de gaveta com a alvenaria impossibilitando o
seu uso como mostrado na figura 33. Para solução desse conflito foi necessária uma
leve movimentação do registro e sua tubulação.
Figura 33 – Conflito alvenaria com registro de gaveta. Fonte: Autor (2017).
4.6.3 Compatibilização do projeto elétrico com hidráulico
Com os projetos sobreposto é possível visualizar as duas disciplinas como
mostrado na figura 34, para uma análise de conflito entre tubulações.
Figura 34 – Vista elétrico sobreposto no hidráulico. Fonte: Autor (2017).
Na compatibilização entre a disciplina de hidráulica e elétrica foram detectados
24 conflitos como mostrado na figura 35, muitos deles são repetidos pois é
considerado vários conflitos com o espelho, caixa, chuveiro e conexão do chuveiro,
em um mesmo local.
66
Figura 35 – Relatório de interferências elétrico x hidráulico formato HTML (tabular). Fonte: Autor (2017).
Foi detectado um conflito entre a tubulação de água fria e o conduite rígido
como mostrado na figura 36, esse foi o único conflito entre tubulações, repetido para
todos os apartamentos e andares.
Figura 36 – Conflito tubulação de água fria com conduite rígido. Fonte: Autor (2017).
O chuveiro teve um pequeno conflito com a tomada, que liga o chuveiro elétrico
como mostrado na figura 37. A solução desse conflito foi apenas mover 10 centímetros
da tomada para não ficar tão próximo.
Figura 37 – Conflito tubulação de água fria com conduite rígido. Fonte: Autor (2017).
67
4.6.4 Compatibilização do projeto estrutural com elétrico
Com os projetos estrutural e elétrico sobreposto é possível ter uma vista onde
foram identificados os conflitos, mostrado na figura 38.
Figura 38 – Vista estrutural sobreposto no elétrico. Fonte: Autor (2017).
Com a compatibilização foi elaborado o relatório de interferências mostrado na
figura 39, com 170 conflitos dos conduites com as vigas, os conduites foram lançados
a uma altura onde entrou em conflito com todas as vigas por onde que passou como
mostrado na figura 40. Para solucionar esse conflito foi rebaixado os conduites 0,01
metros que foi a distância do conflito.
Figura 39 – Relatório de interferências estrutural x elétrico formato HTML (tabular). Fonte: Autor (2017).
68
Figura 40 – Conflito dos conduites com as vigas. Fonte: Autor (2017).
4.6.5 Compatibilização do projeto arquitetônico com elétrico
Com os projetos arquitetônico e elétrico lançados é possível ter uma
visualização das tomadas e interruptores na parede e luminárias no forro como
mostrado na figura 41.
Figura 41 – Vista arquitetônico sobreposto no elétrico. Fonte: Autor (2017).
A compatibilização do arquitetônico com elétrico foi a que mais identificou
conflitos, foram identificadas 3702 interferências como mostrado na figura 42, como o
arquitetônico foi elaborado com base no estrutural, os mesmos conflitos que ocorreu
na compatibilização do estrutural com elétrico serão repetidos nessa compatibilização,
69
e como todos os conduites estão embutidos na alvenaria e forro de gesso, terão um
relatório interferências com muitos conflitos desconsiderados.
Figura 42 – Relatório de interferências arquitetônico x elétrico formato HTML (tabular).
Fonte: Autor (2017).
70
5 DISCUSSÃO
Este capítulo apresenta os resultados obtidos, bem como a modelagem,
estimativas de custo do projeto e discussão das interferências no processo de
compatibilização.
5.1 Modelagem do Edifício
O processo de modelagem do edifício foi dividido em quatros disciplinas:
estrutural, arquitetura, instalações hidráulicas e de esgoto sanitário, e elétrica.
5.3.1 Estrutural
A modelagem do estrutural ocorreu de forma simplificada através do software
TQS®. Foi utilizado a versão Universidade, cedida pelo Centro Universitário CESMAC.
Esta versão possui limitações quanto ao número máximo de pavimentos, número de
pilares, restrições quanto á fundação, entre outros. Essas limitações não permitiram
que fosse dimensionado a fundação do edifício.
No processo de exportar o modelo para o Revit® não foi encontrado erros ou
perda de dados. Entretanto, o edifício exportado não possui os elementos de aço
incorporados na modelagem. Isto resultou em um problema no levantamento de
quantitativos.
5.3.2 Arquitetura
O processo de modelagem do arquitetônico foi um dos processos mais
demorados comparados aos demais projetos. A necessidade de configuração de
materiais, busca por famílias, adaptações nas famílias encontradas somados a
inexperiência influenciaram no tempo de desenvolvimento de projeto.
Porém, essa dificuldade encontrada será posteriormente de grande valia, visto
que futuramente, o desenvolvimento de novos projetos ocorrerá de forma mais
facilitada. Outro ponto a se destacar é a facilidade que o programa gera vista. A
visualização tridimensional possibilita ao projetista mais assertividade.
71
5.3.3 Instalações Hidrossanitárias
Foi necessário todo cálculo preliminar para dimensionamento do diâmetro da
tubulação, para atender as especificações da sua norma vigente em termo de pressão
e diâmetros mínimos.
A elaboração do projeto hidráulico foi um processo que necessitou de muita
atenção no traçado da tubulação, pois esse traçado foi fundamental para resultado de
compatibilização do hidráulico com arquitetônico e estrutural.
5.3.4 Instalações Elétricas Prediais
Nesta etapa, foi necessário transcrever diversas informações para as
configurações elétricas do Revit®. O programa possui informações incompatíveis com
os elementos comercializados no Brasil. Devido a isso, as tabelas apresentadas
anteriormente foram transcritas para o aplicativo.
Outro ponto a pontuar foi a dificuldade de encontrar famílias compatíveis. A
maioria das famílias encontradas possuem baixo nível de desenvolvimento de seus
elementos ou necessitaram de modificações em suas configurações de famílias.
Novamente se ressalta que uma vez configurado as informações e famílias, os
projetos futuros serão desenvolvidos de forma facilitada.
5.3.5 Orçamento
O Revit® ainda possui barreiras que impedem desenvolver o orçamento de
forma fácil. Suas tabelas não possuem compatibilidade com o Microsoft Excel®. Sendo
assim, foi necessário desenvolver as composições de custo unitário no Excel® e
posteriormente exportados os valores de custo para as tabelas de levantamento de
quantitativos, gerando o custo geral.
O levantamento de quantitativos se deu de forma rápida e precisa. Cabe
ressaltar que esta etapa representa uma das principais diferenças entre orçar no CAD
vs. BIM. Todos os elementos são contabilizados diferente de orçamentos em projetos
CAD em que é feita uma estimativa de custos.
72
Quadro 4 – Custo Direto.
Etapa Descrição Custo total
01 Superestrutura R$ 300.837,66
01.01 Aço R$ 95.521,53
01.02 Concretagem das Peças Estruturais R$ 133.349,28
01.03 Formas R$ 71.966,85
02 Alvenaria R$ 147.854,61
02.01 Alvenaria de Vedação R$ 143.844,36
02.02 Reboco R$ 4.010,25
03 Impermeabilização R$ 19.767,60
03.01 Impermeabilização geral R$ 19.767,60
04 Esquadria R$ 188.882,73
04.01 Portas R$ 91.096,43
04.02 Janelas R$ 97.786,30
05 Forro de Gesso R$ 28.448,80
06 Piso R$ 46.547,50
06.01 Revestimento cerâmico R$ 46.547,50
07 Pintura R$ 56.887,50
08 Instalações Hidrossanitárias R$ 36.804,32
08.01 Tubulações e Conexões R$ 19.596,16
08.02 Registros Metálicos R$ 4.383,36
08.03 Rede de Esgoto R$ 12.824,80
09 Instalações Elétricas Prediais R$ 75.408,15
TOTAL GERAL R$ 901.438,87
Fonte: Autor (2017).
O quadro 4 apresenta o custo direto da edificação. Optou-se por não
acrescentar o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) pelo fato de que os valores de
BDI variam entre diferentes construtoras. Não foi orçado valores para Elevadores,
Fundações e Escada.
73
5.2 Compatibilização
Foi identificado na compatibilização, que o projeto arquitetônico em análise com
o projeto elétrico apresentou mais interferências e conflitos em relação aos demais,
58% de todas as interferências e conflitos mostrado no gráfico baixo, porém essas
interferências são esperadas no projeto.
Figura 43 – Gráfico interferências e conflitos. Fonte: Autor (2017).
A compatibilização do projeto estrutural foi de fundamental importância, pois
mostrou qual dos conflitos não poderão ser executados e modificações nos projetos
complementares para se adequar ao estrutural.
Os conflitos dos projetos estrutural e hidráulico foi mostrado no gráfico na figura
43 dividido em tipos de elementos estruturais.
12%
27%
0%3%
58%
Interferêcias e Conflitos
Estrutural x Hidráulico Arquitetônico x Hidráulico Elétrico x Hidráulico
Estrutural x Elétrico Arquitetônico x Elétrico
74
Figura 44 – Gráfico de conflitos estrutural x hidráulico. Fonte: Autor (2017).
Na compatibilização do projeto estrutural com o elétrico foi identificado apenas
conflitos com as vigas, pela altura dos conduites está alta a ponto de causar conflito
com a área de cobrimento das vigas.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Pilar Viga Lage
12
327
419
CO
NFL
ITO
S
Estrutural x Hidráulico
75
6 CONCLUSÃO
Este trabalho abordou como objetivo principal, desenvolver projetos básicos de
uma edificação multifamiliar voltado à compatibilização dos mesmos. No processo de
modelagem, foi possível adquirir experiências bastante úteis.
As ferramentas utilizadas para desenvolvimento deste trabalho cumpriram seu
papel. Porém, ainda há uma necessidade de difusão de conhecimentos relativos à
tecnologia BIM. Os obstáculos de aprendizado foram potencializados pela falta de
famílias disponíveis para uso, tornando o uso da ferramenta mais complicado.
Com o desenvolvimento deste trabalho foi possível associar diversos
conhecimentos abordados durante toda a graduação do curso. Além disso, os
conhecimentos necessários para modelar projetos em três dimensões, possibilitou
adquirir conhecimentos além do lecionado no curso.
A maior vantagem do uso da tecnologia BIM é obter, de forma intuitiva e rápida,
detalhes de construção durante a modelagem. Esse fato se estende à execução da
obra, reduzindo erros no processo de construção.
A compatibilização ocorreu de forma satisfatória às expectativas. Previamente,
pelas vistas em três dimensões já foi possível verificar incompatibilidades que foram
confirmadas posteriormente.
O aprendizado desta tecnologia é indispensável no atual cenário da indústria
da construção civil, visto que há uma busca por soluções viáveis para compatibilização
de projetos.
Aos poucos a tecnologia irá se incorporar no mercado de trabalho. As
complexidades de projetos irão tornar necessários a implementação de novos
métodos. Os métodos utilizados para elaboração desse trabalho, através de uma
edificação previamente projetada, tornaram o processo mais lento. A alternativa
sugerida é desenvolver o projeto diretamente com o conceito da tecnologia BIM.
Por fim, é necessário que todos os profissionais envolvidos na execução de
uma edificação participem do processo. Não basta obter detalhes mais específicos se
os construtores mantêm métodos mais antigos nos modelos construtivos.
76
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80
APÊNDICE A – CÁLCULO DE ÁGUA FRIA
81
1. População (P) Total de População p/ Prédio
Quant. de Andares
Quant de Apart.
Quant. de Pessoas p/
Apart. Total
4 4 4 64
2. Consumo Diário (cd)
2.1. Por População (cd1)
População (P)
Consumo (q)
cd1=P.q (l/dia)
cd1=P.q (m3/dia)
64 150 9600 9,6
2.2. Torneiras de Jardins (cd2)
Quant. de Torneiras
(1)
Consumo por m2
(2)
Quant de m2 por Torneira
(3)
cd2=1.2.3 (l/dia)
cd2=1.2.3 (m³/dia)
1,5 0 0
2.3. Consumo Diário Total (cdtotal)
cdtotal=cd1+cd2 (m³/dia)
9,6
3. Volume Útil (Vu)
Vu=(1+N).cdtotal (m³) N 19,2 1,00
4. Reservatório Inferior (Rinf) Vinf=0,6.Vu (m³)
11,52
5. Reserva de Incêndio (Rinc)
Rinc=6000+(Nº de Idrantes-4).500 (l) (m³) Nº de
Idrantes 6500 6,5 5
6. Reservatório Superior (Rsup) Rsup=0,4.Vu+Rinc (m³)
14,18
82
7. Alimentador, Ramal Predial 7.1. Vazão do Alimentador (Q)
Q=cdtotal/86400 (m³/s) (l/s) 0,000111111 0,111111111
7.2. Diâmetro do Alimentador (Ø) Ø=√((4.Q)/(∏.V)) (m) (mm) V
0,011894161 11,89416077 1
7.3. Diâmetro a ser Adotado no Alimentador (Øalim) Øalim (mm)
20
8. Conjunto Elevatório
8.1. Vazão da Bomba (Qb) Qb=(cdtotal.15%)/3600 (m³/s) (l/s)
0,0004 0,4
8.2. Diâmetro de Recalque (Dr)
Dr=1,3.X0,25.√Qb (m) (mm) X=t/24 t=100%/15% 0,018913106 18,91310597 0,28 6,67
8.3. Diâmetros Adotados (Recalque/Sucção) Recalque (Dr) (mm) Sucção (Ds) (mm)
Externo Parede Interno Externo Parede Interno 20 1,5 17 25 1,7 21,6
9. Perda de Carga
9.1. Sucção
9.1.1. Continua (Js) Js=8,69.105.(Qb
1,75/Ds4,75) (m/m)
0,080162166
Peças Quant. Comp. Equiv. Total
Válvula de Pé de Crivo 1 13,3 13,3 Curva de 90 1 0,6 0,6 Joelho de 45
Registro de Gaveta Te de Passagem de lado
Luva de redução
83
Lv= 13,9
Lr= 2
Ltotal= 15,9
9.1.3. Total (∆Hs)
∆Hs=Js.Ltotal (m) 1,274578439
9.2. Recalque
9.2.1. Continua (Jr) Jr=8,69.105.(Qb
1,75/Dr4,75) (m/m)
0,250030152 9.2.2. Localizada (L)
Peças Quant. Comp. Equiv. Total
Registro de Gaveta 1 0,2 0,2 Válvula de Retenção Horizontal 1 1,6 1,6
Curva de 90 3 0,5 1,5 Joelho de 45 0 Tê de lado 0 Tê direto 0
Saída de Canalização 1 0,9 0,9 Adaptador 0
0
Lv= 4,2
Lr= 34
Ltotal= 38,2
9.2.3. Total (∆Hr)
∆Hr=Jr.Ltotal (m) 9,551151803
9.3. Comprimento Total (∆Ht)
∆Ht=∆Hs+∆Hr (m) 10,82573024
10. Altura Monométrica (Hm)
Hm=Hg+∆Ht (m) Hg=Hs+Hr (m) Hs (m) Hr (m)
35,82573024 25 2 23
11. Potência dos Conjuntos Elevatórios (P)
P=(Qb.Hm)/(75.ɳ) (Hp) (Cv) ɳ=ɳb.ɳm ɳb (%) ɳm (%)
84
0,367443387 0,36229918 0,52 52 100
11.1. Correção do ɳm (Pc) Pc=(Qb.Hm)/(75.ɳ)
(Hp) (Cv) ɳ=ɳb.ɳm ɳb (%) ɳm (%)
0,437432604 0,431308547 0,4368 52 84
11.2. Potência a ser Instalada (Pinst)
Pinst=%.Pc (Hp) (Cv) % (Tabela) 0,524919124 0,517570257 20
11.2.1. Potência a ser Instalada Adotada
Pinst (Cv) 8,5
12. Área da Base do Reservatório (SR)
SR=b.l (m²) b (m) l (m) 16,027 5,17 3,1
13. Altura da Reserva de Incêndio (HRinc)
HRinc=Rinc/Sr (m) 0,41
13. Diâmetro do extravasor e limpeza
Diâmetro adotado
(mm) 60
Área da seção de escoamento (m2) 0,0020 Velocidade de escoamento (m/s)
0,20 Carga de velocidade
0,002 Comprimentos equivalentes 3,5
Comprimento real 2,9 Perda de carga
0,00400485
Altura da lâmina d'água acima do extravasor 0,006 m
85
APÊNDICE B – CÁLCULO DE ÁGUA FRIA
86
1- Dimensionamento do Tanque Séptico (V) V = 1000+N(C.T+K.Lf)
1.1 -VOLUME DE CONTRIBUIÇÃO
NÚMERO DE CONTRIBUINTES (N) PERÍODO DE DETENÇÃO (T) TAXA DE ACUMULAÇÃO DE LODO DIGERIDO (K) LODO FRESCO (Lf) VOLUME DE CONTRIBUIÇÃO (Vc) VOLUME ÚTIL CALCULADO (Vu)
N = 64 Hab C = 130 litros /dia T = 0,58 Dias
Lf = 1 litros /dia K = 57
Vc = 8.320 litros /dia Vu = 9.474 Litros Pu = 2 M Área 4,74 m²
Cálculo da relação C x
L Para seção prismática A = C x L
C = 2L L = 1,54 CONSIDERAR 1,6 C = 3,08 CONSIDERAR 3,1
Vu (existente) = 9.920 Litros
DISPOSITIVO DE EFLUENTE
Ci = 27 litros/m² x dia Ai = Vc / Ci
Ai = 308,15 m², será dividida para 2 poços sumidouros
Diâmetro 1,20 M
A fundo 1,13 m²
87
comprimento do sumidouro 3,768 M número de sumidouro 2
h = 40,59 m, para sumidouro cilíndrico
Adotar prismático com as seguintes dimensões:
Largura 10 comprimento 15 área lateral de infiltração 50 área de fundo de infiltração 150 profundidade 3,162963
88
APÊNDICE C – TABELA DE DIMENSIONAMENTO
89
Trecho Pes
o unit.
Peso acum.
Vazão (l/s)
DE (mm) DN
(mm) Veloc. (m/s)
Perda de carga unit.
Difer. de cota
Pressão disp.
R1 - A 73,6 2,57 75 66,6 0,739 0,0099083 2,55 2,55
A - PRU B1 9,2 36,8 1,82 60 53,4 0,813 0,0154269 2,43
A - PRU A1 9,2 36,8 1,82 60 53,4 0,813 0,0154269 2,43
PRU A1 - B 4,6 0,64 40 35,2 0,661 0,0181058 2,26
B - AF 1 2,4 2,4 0,46 32 27,8 0,766 0,0314379 1,68
B - C 2,2 0,44 32 27,8 0,733 0,0291333 1,68
C- AF 2 1,1 1,1 0,31 25 21,6 0,859 0,0526678 1,57
C - AF 3 1,1 1,1 0,31 25 21,6 0,859 0,0526678 1,57
PRU A1 - D 4,6 0,64 40 35,2 0,661 0,0181058 2,26
D - AF 4 2,4 2,4 0,46 32 27,8 0,766 0,0314379 1,75
D - F 2,2 0,44 32 27,8 0,733 0,0291333 1,75
F - AF 5 1,1 1,1 0,31 25 21,6 0,859 0,0526678 1,63
F - AF 6 1,1 1,1 0,31 25 21,6 0,859 0,0526678 1,63
PRU B1 - G 4,6 0,64 40 35,2 0,661 0,0181058 2,23
G - AF 7 2,4 2,4 0,46 32 27,8 0,766 0,0314379 1,65
G - H 2,2 0,44 32 27,8 0,733 0,0291333 1,65
H - AF 8 1,1 1,1 0,31 25 21,6 0,859 0,0526678 1,53
H - AF 9 1,1 1,1 0,31 25 21,6 0,859 0,0526678 1,53
PRU B1 - I 4,6 0,64 40 35,2 0,661 0,0181058 2,23
I - AF 10 2,4 2,4 0,46 32 27,8 0,766 0,0314379 1,71
I - J 2,2 0,44 32 27,8 0,733 0,0291333 1,71
J - AF 11 1,1 1,1 0,31 25 21,6 0,859 0,0526678 1,59
J - AF 12 1,1 1,1 0,31 25 21,6 0,859 0,0526678 1,59
PRU A1 - PRU A2 9,2 27,6 1,58 60 53,4 0,704 0,0119938 3,19 5,45
PRU A2 - PRU A3 9,2 18,4 1,29 50 44 0,846 0,0211007 3,19 8,60
PRU A3 - PRU A4 9,2 9,2 0,91 40 35,2 0,935 0,0332062 3,19 11,60
90
Trecho Comprimento Perda de carga Pressão
disp. jusante Real Equiv. Total Tubulação Local Total
R1 - A 8 3,9 11,90 0,079266 0,04 0,118 2,4320917
A - PRU B1 4,1 9,2 13,30 0,06325 0,14 0,205 2,2269143
A - PRU A1 5,72 5,2 10,92 0,088242 0,08 0,168 2,2636303
PRU A1 - B 4,28 27,8 32,08 0,077493 0,5 0,581 1,6827966
B - AF 1 1,3 6,6 7,90 0,040869 0,21 0,248 1,4344369
B - C 2,46 1,5 3,96 0,071668 0,04 0,115 1,5674289
C- AF 2 0,18 4,6 4,78 0,00948 0,24 0,252 1,3156768
C - AF 3 4,15 3,9 8,05 0,218571 0,21 0,424 1,143453
PRU A1 - D 0,8 27,8 28,60 0,014485 0,5 0,518 1,7458047
D - AF 4 1,3 6,6 7,90 0,040869 0,21 0,248 1,497445
D - F 2,46 1,5 3,96 0,071668 0,04 0,115 1,630437
F - AF 5 0,18 4,6 4,78 0,00948 0,24 0,252 1,3786849
F - AF 6 4,15 3,9 8,05 0,218571 0,21 0,424 1,2064612
PRU B1 - G 4,28 27,8 32,08 0,077493 0,5 0,581 1,6460806
G - AF 7 1,3 6,6 7,90 0,040869 0,21 0,248 1,3977209
G - H 2,46 1,5 3,96 0,071668 0,04 0,115 1,5307129
H - AF 8 0,18 4,6 4,78 0,00948 0,24 0,252 1,2789608
H - AF 9 4,15 3,9 8,05 0,218571 0,21 0,424 1,1067371
PRU B1 - I 0,8 27,8 28,6 0,014485 0,5 0,518 1,7090888
I - AF 10 1,3 6,6 7,9 0,040869 0,21 0,248 1,4607291
I - J 2,46 1,5 3,96 0,071668 0,04 0,115 1,5937211
J - AF 11 0,18 4,6 4,78 0,00948 0,24 0,252 1,341969
J - AF 12 4,15 3,9 8,05 0,218571 0,21 0,424 1,1697452
PRU A1 - PRU A2 0,32 3,2 3,52 0,003838 0,04 0,042 5,4114121
PRU A2 - PRU A3 6,24 3 9,24 0,131669 0,06 0,195 8,4064414
PRU A3 - PRU A4 0,45 2,6 3,05 0,014943 0,09 0,101 11,495163