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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ARLINDO RIBEIRO
GUARAPUAVA – PARANÁPROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
SOCIOLOGIA
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA DISCIPLINA
Como ciência, a Sociologia delineou-se no rastro do pensamento
positivista, vinculada à ordem das Ciências Naturais. O caráter científico, tão
buscado e valorizado na época (século XIX), estava ligado à lógica da ciência
ditas “experimentais". Ou seja, para ascender ao estatuto de ciência, deveria
atender a determinados pré-requisitos e seguir métodos "científicos" que
pretendiam também a neutralidade e o estabelecimento de regras.
São representantes desse pensamento Augusto Comte (1798-1852), o
primeiro a usar o termo sociologia relacionando-o com a ciência da sociedade e
Émile DurKheim (18581917), que adotou conceitos elaborados por Comte,
especialmente o de ordem social, para delinear uma das correntes
representativas do pensamento sociológico.
Ambos os pensadores tiveram em comum a busca de soluções para os
graves problemas sociais gerados pelo modo de produção capitalista; isto é, a
miséria, o desemprego e as conseqüentes greves e rebeliões operárias. Cada
um desses sintomas sociais foi analisado por esses pensadores como desvios
ou anomalias da sociedade, que poderiam ser corrigidos ou mesmo
solucionado pelo resgate de valores morais - como a solidariedade os quais
restabeleceriam relações estáveis entre as pessoas, independentemente da
classe social a que pertencessem.
Um dos mecanismos responsáveis por essa tarefa seria a educação,
capaz adquar devidamente os indivíduos à nova sociedade. Tais pensadores a
analisaram sob um determinado ponto de vista e preconizaram a manutenção
do status quo, da ordem vigente e, de alguma forma, pelo elogio à sociedade
capitalista.
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GUARAPUAVA – PARANÁApesar de sua origem conservadora e de sua proposta inicial
conformista, a Sociologia desenvolveu também um olhar crítico e questionador
sobre a sociedade. O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) trouxe
importantes contribuições ao pensamento sociológico porque desnudou as
relações de exploração que se estabeleceram a partir do momento em que
uma determinada classe social apropriou-se dos meios de produção e passou
a deter e conduzir os mecanismos (as ações) da sociedade.
De acordo com o pensamento de Marx, não há soluções conciliadoras
numa sociedade cujas relações se baseiem na exploração do trabalho e na
crescente espoliação da maioria. Para Marx, a teoria apenas tem sentido se
transformada em práxis, ou seja, em ação fundamentada politicamente, para
transformar as estruturas de poder vigente e construir novas relações sociais,
fundadas na igualdade de condições a todos os indivíduos.
Para Marx, a única possibilidade de superar a desigualdade e a
opressão está na construção de uma nova sociedade, que pressuponha a
inexistência de classes sociais e, portanto, de dominação de uma minoria sobre
uma maioria. Outra importante contribuição ao pensamento sociológico crítico e
revolucionário pode ser encontrada nos escritos do italiano Antonio Gramsci
(1891- 1937) cujas análises foram incorporadas principalmente às pesquisas
sociológicas e educacionais. Criados por Gramsci, os conceitos de hegemonia,
intelectual orgânico e escola única auxiliam no processo de repensar as
estruturas educacionais.
Já constitui tradição apresentar a entrada de Durkheim na Universidade
de Bordeaux, em 1887, como marco da introdução da Sociologia nos currículos
oficiais. No Brasil, a proposta de inclusão da Sociologia data de 1870, quando
Rui Barbosa, em um de seus eruditos pareceres, propõe a substituição da
disciplina Direito Natural pela Sociologia, a sugerir que o Direito tinha mais a
ver com a sociedade, ou com as relações sociais do que com um pretenso
"estado de natureza" - pedra de toque da elaboração política dos
contratualistas e jusnaturalistas dos.séculos XVII e XVIII; isso constituía, desde
já, uma perspectiva interessante, apesar de o parecer do conselheiro não ter
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GUARAPUAVA – PARANÁsido sequer votado. Com Benjamim Constant, alguns anos depois, 1890, no
ensejo da Reforma da Educação Secundária do primeiro governo republicano,
reaparece a Sociologia, agora como disciplina obrigatória nesse nível de
ensino. A morte precoce do ministro da Instrução pública acaba enterrando a
Reforma e possibilidade de a Sociologia integrar desde então o currículo.
A disciplina Sociologia tem uma historicidade bastante diversa de outra
disciplina do currículo, tanto em relação àquelas do campo das linguagens
como em relação à das Ciências Humanas, mas sobretudo das Ciências
Naturais. É uma disciplina bastante recente- menos de um século, reduzida sua
presença efetiva à metade desse tempo não se tem ainda formada uma
comunidade de professores de Sociologia no Ensino Médio , que em âmbito
estadual, regional , ou nacional, de modo que o diálogo entre eles tenha
produzido consensos a respeito de conteúdos, metodologias, recurso, etc, o
que está bastante avançado nas outras disciplinas. Essas questões já
poderiam estar superadas se houvesse continuidade nos debates, o que teria
acontecido se a disciplina nas escolas não fosse intermitente.
Desde a sua constituição como conhecimento sistematizado, a
Sociologia tem contribuído para ampliar o conhecimento dos homens sobre sua
própria condição de vida e, fundamentalmente, para a análise das sociedades,
ao compor, consolidar e alargar um saber especializado pautado, em teorias e
pesquisas que esclarecem muitos problemas da vida social.
Seu objeto é o conhecimento e a explicação da sociedade pela
compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem em
grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esses diferentes
grupos, bem como a compreensão das conseqüências dessas relações para
indivíduos e coletividades.
No século XX, três diferentes linhas teóricas clássicas, sistematizadas
por Émile Durkheim, Karl Marx, Max Weber alicerçaram, e ainda alicerçam,
concepções sociológicas contemporâneas. Entre elas destacam-se: as
concepções de Antonio Gramsci , Pierre Bourdieu e Florestan Femandes. Cada
uma, a seu modo, elege conteúdo temáticas, problemáticas, metodologias,
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GUARAPUAVA – PARANÁconcernentes ao contexto histórico em que foram construídas e buscam
interpretar e dar respostas aos problemas da realidade contemporânea.
Ressalta-se que, como disciplina acadêmica e escolar, a história da
Sociologia não está desvinculada dos fundamentos teóricos e metodológicos
que a constituem como campo Científico mais abrangente. E preciso destacar
nos teóricos clássicos suas concepções de sociedade e, também, suas
concepções de educação, já que uma está relacionada à outra e orientam
mutuamente campos de ação política e, por efeito, de ação educacional.
Mas diante da realidade contemporânea, não há mais espaço para
discussões pretensamente neutras da Sociologia do século XIX. A Sociologia
no presente tem o papel histórico que vai muito além da leitura e explicações
teóricas da sociedade não cabem mais as explicações e compreensões das
normas sociais e institucionais, para a melhor adequação social, ou mesmo
para a mera crítica social, mas sim a desconstrução e a desnaturalização do
social no sentido de sua transformação. Os grandes problemas que vivemos
hoje, provenientes do acirramento das forças do capitalismo mundial e do
desenvolvimento industrial desenfreado, entre outras causas, exigem
indivíduos capazes de romper com a lógica neoliberal da destruição social e
planetária. É tarefa inadiável da escola e da Sociologia a formação de novos
valores, de uma nova ética e de novas práticas sociais que apontem para a
possibilidade de construção de novas relações sociais.
Considerando as diversas concepções teóricas clássicas acerca da
Sociologia é possível professor e ao aluno, cada um no seu nível de
compreensão, alterar qualitativamente sua prática social. Do resgate dos seus
conteúdos críticos, a sociologia clássica e a moderna permitem esclarecer,
muitas questões acerca de desigualdades sociais, econômicas, políticas e
culturais da sociedade brasileira.
Nesta proposta, ao se descartarem a neutralidade, a imparcialidade o
descompromisso o conformismo, a ausência de historicidade, propõe-se uma
Sociologia Crítica que analise a realidade em sua perspectiva de prática e de
crítica social. Da relação entre ambas, propõem-se alguns questionamentos:
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GUARAPUAVA – PARANÁ Como ir além do que é estabelecido e explicado historicamente?
Quais as causas das desigualdades sociais?
Quais as adversidades e os antagonismos presentes no meio social
onde vivem os alunos e os professores?
Sob a ótica da Sociologia Crítica, essas questões podem ser analisadas
conforme as diversas perspectivas dos grupos e classes, situados num dado
contexto histórico, e por meio de uma análise que deve incluir as distintas
interpretações sistematizadas acerca de tais perspectivas.
No campo de ação educacional vale ressaltar que a disciplina está presente
na matriz curricular da Educação Profissional e que desempenha papel
fundamental nas discussões sobre o mundo do trabalho, o capitalismo, a
globalização proporcionando aos alunos uma visão de mundo, trazendo à luz
discussões sobre as exigências do mercado de trabalho e a qualificação
recebida no curso que escolheu como profissão.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Conceituar sociologia e sua origem para ressaltar a importância da
disciplina;
Entender as relações sociais;
Pesquisar para comparar dados e opiniões, percebendo a diferença
entre o individual e o coletivo;
Compreender as relações sociais atuais a partir de uma análise
histórica;
Estudar o fenômeno da globalização e os efeitos desta na sociedade;
Debater sobre política e ideologia para desenvolver o senso crítico.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Para o ensino da Sociologia no Ensino Médio, propõe-se que sejam
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GUARAPUAVA – PARANÁredimensionados aspectos da realidade por meio de uma análise didática e
crítica dos problemas sociais, visto que a dinâmica da sociedade e do
conhecimento científico que os acompanha é provisória, e, portanto, não-
constitutiva de uma dimensão de totalidade.
Ressalta-se que os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos
deles desdobrados não devem ser pensados e trabalhados de maneira
autônoma, como se bastassem por si próprio, da mesma forma como também
não exigem uma obediência sequencial, ou seja, apesar de estarem
articulados, é possível o estudo e a apreensão pelos alunos de cada um dos
conteúdos, sem a necessidade de uma " amarração" com os demais. Portanto,
contemplar os desafios contemporâneos no programa da disciplina se torna
fácil já que esses temas estão em constante debate na sociedade.
O ensino da Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno
como sujeito de seu aprendizado; não importa que o encaminhamento seja a
leitura, o debate, a pesquisa de campo ou a análise de filmes, mas importa que
o aluno seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a
rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.
Para que essa possibilidade de relacionamento entre a teoria e o vivido
aconteça é imprescindível a adoção de alguns recursos didáticos, a saber:
Aula expositiva - Sempre que se pensa em aula, imediatamente se pensa em
aula expositiva. Na realidade, essa é a forma mais conhecida e praticada, o
que recentemente tem produzido críticas sobretudo por parte dos que
defendem um "ensino ativo”; e quase negam a necessidade da aula expositiva
centralizando a aula no aluno, uma vez que concebem o aprendizado como
construção do sujeito - o aluno. Pois bem, a aula expositiva tem seu lugar
ainda, não naquela imagem da aula discursiva como magister dixit, "o mestre
disse", da escolástica. Não há mais a preleção do mestre, ininterrupta, que ao
fim recebe os comentários, as dúvidas, as questões. Mesmo a aula expositiva é
um diálogo. Aliás, todo o trabalho - e a esperança - do professor é transformá-
la num diálogo, não pretendendo que seja o esclarecimento absoluto do tema
do dia, mas o levantamento de alguns pontos e a apresentação de algumas
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GUARAPUAVA – PARANÁquestões que incentivem os alunos a perguntar. Pode ser também um discurso
aberto, aliás conscientemente aberto, para provocar a necessidade de
questões.
A aula não se reduz à exposição por parte do professor. Há uma variedade
fenomênica de que as pessoas pouco se dão conta, mas que é praticada por
boa parte dos professores. Apenas a título de lembrança, seguem-se algumas
citações: seminário, estudo dirigido de texto, apresentação de vídeos,
dramatização, oficina, debate, leitura de textos, visitas a museus, bibliotecas,
centros culturais, parques, estudos do meio, leitura de jornais e discussão das
notícias, assembléia de classe, série e escola, conselho de escola, etc. Tudo
isso é praticado, mas ou há uma estreiteza conceitual ou uma rotinização das
práticas, de tal modo que só se reconhece ou se pratica como aula, a
expositiva.
Seminários - É certo que algumas dessas variações dependem de algum
cuidado porque senão também acabam sendo deturpadas no seu uso e têm
resultado muito aquém do esperado. É o caso dos seminários, que muitas
vezes são entendidos como uma forma de o professor descansar, pois eles são
realizados de modo que o mestre define vários temas sobre um determinado
assunto, divide a turma em tantos grupos quantos forem os temas e depois diz:
agora vocês procurem tudo o que existe sobre este tema e apresentem
segundo o calendário predeterminado. Assim, nos dias definidos, os grupos de
alunos trazem o que encontraram e "apresentam" o que "pesquisaram" para o
conjunto da sala. É preciso dizer que um seminário é algo completamente
diferente e requer um trabalho muito grande do professor. Ele deve organizar
os grupos, distribuir os temas, mas orientar cada um deles a respeito de uma
bibliografia mínima, analisar o material encontrado pelos grupos, estar
presente, intervir durante a apresentação e "fechar" o seminário. Dessa forma,
o professor auxiliará os alunos na produção e na apresentação do seminário,
complementando o que possivelmente tiver sido deixado de lado. Possibilitará
aos alunos a oportunidade de pesquisarem e de explorarem um determinado
tema, desenvolvendo uma autonomia no processo e na exposição dos
resultados da pesquisa.
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GUARAPUAVA – PARANÁLeitura e análise de textos - Os textos sociológicos (acadêmicos ou
didáticos), de autores ou de comentadores, devem servir de suporte 'para o
desenvolvimento de um tema, ou para a exposição e análise de teorias, ou,
ainda, para a explicação de conceitos. Eles não "falam" por si sós, dependem
de ser contextualizados e analisados no conjunto da obra do autor, precisando
da mediação do professor. Ou seja, os alunos precisam saber quem escreveu,
quando e em vista do que foi escrito o texto, a fim de que este não seja tomado
como verdade nem tenha a função mágica de dizer tudo sobre um assunto. A
leitura e a interpretação do texto devem ser encaminhadas pelo professor,
despertando no aluno o hábito da leitura, a percepção da historicidade e a
vontade de dizer algo também sobre o autor e o tema abordado, sentindo-se
convidado a participar de uma "comunidade':
Cinema, vídeo ou DVD, e TV - Entende-se aqui o ensino visual em dois níveis,
que não podem ser separados sob pena de se perderem os frutos quando
tratados parcialmente. Por um lado, quando se passa um vídeo ou DVD (filme
de ficção ou documentário), tem-se a ilustração, o exemplo para a ação, o
entretenimento e até o poder catártico que pode provocar a visão de um fato
reconstruído pela sua representação - atualização. Por outro, tem-se o "estudo"
dessa ilustração, da ressurreição, do entretenimento e da catarse, da
representação do fato, isto é, a análise e a interpretação da mensagem e do
meio.
Trazer a TV ou o cinema para a sala de aula não é apenas buscar um novo
recurso metodológico ou tecnologia de ensino adequada aos nossos dias, mais
palatáveis para os alunos - e o público -, que são condicionados mais a ver do
que a ouvir, que têm a imagem como fonte do conhecimento de quase tudo.
Trazer a TV. e o cinema para a sala de aula é submeter esses recursos a
procedimentos escolares - estranhamento e desnaturalização.
Não se pode entender uma "educação para a vida", de que tantos falam,
como simples reiteração dos fatos da vida na escola, isto é, repetição dos fatos
da vida e vagos comentários - clichês convencionados - acerca desses. Não é
porque se fala de problemas sociais e políticos na escola - corrupção, fome,
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GUARAPUAVA – PARANÁfavela, desemprego, etc. - que se está cumprindo essa obrigação de trazer a
vida para a escola e com isso "preparar para a vida': Do mesmo modo, a TV e
o cinema na escola têm essa dupla disposição: entrar e se chocar com as
formas tradicionais do ensino, incorporando as imagens ao ensino
predominantemente auditivo; mas entrar na escola para sair de outro modo:
sair da escola para se chocar com as formas convencionais da assistência.
Assim como os diversos aspectos da vida entram na escola na forma de
disciplinas - Sociologia, História, Geografia, Física, Língua, etc. - e sofrem aí
uma releitura científica, passando a constituir uma visão de mundo, uma
perspectiva diante da vida, a formação do homem não pode ocorrer como se
quer - crítica e cidadã - se não concorrer para uma perspectiva crítica e cidadã
dos meios de comunicação. Ver TV e filmes em sala de aula é rever a forma de
vê-Ios na sala de estar, de jantar ou nos quartos de casa e nas salas de
cinema dos shopping centers. Aqui, um recurso didático favorece a discussão
de um tema, os meios de comunicação de massa, e não pode ser tratado
separadamente.
O uso de filmes na escola tem sido realizado segundo a necessidade de
inovação dos recursos didáticos, e o filme como objeto de análise, e portanto
como reflexão sobre a realidade - uma modalidade de pensamento - tem se
reduzido a pesquisas acadêmicas e à crítica de jornais. Assim, não se visa
apenas a reforçar, legitimando, a incorporação de uma nova tecnologia de
ensino - a TV pendrive; o vídeo e o DVD, o cinema - à sala de aula.
Pretendemos levar a uma reflexão sobre o uso do filme como recurso e
observar seus efeitos e defeitos; pois aqui, diferentemente do que se diz sobre
a TV de modo geral- que o meio é neutro e que tudo depende das intenções de
quem o usa -, acredita-se que o próprio meio também "é uma mensagem",
porque os elementos de sua constituição, no caso do filme, já determinam a
sua recepção.
Fotografia - As imagens fotográficas estão presentes na vida desde cedo.
Hoje muito mais com máquinas fotográficas digitais, presentes em todos os
lugares. Mas as fotografias estão também no passado. Quantas vezes, ao se
reunir com a família ou os amigos, surge um álbum de fotografias, onde estão
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GUARAPUAVA – PARANÁregistrados os primeiros momentos e passos na vida, a vida dos pais, parentes
e amigos, que permitem analisar fenômenos do universo privado. Mas a
fotografia pode ser utilizada também para analisar fenômenos sociais públicos,
como manifestações coletivas, situações políticas e sociais importantes,
presentes em revistas, jornais ou coleções fotográficas de órgãos públicos,
sindicatos e associações, que podem esclarecer muito do que aconteceu no
país. As fotografias não são documentos neutros: sempre expressam o olhar
do fotógrafo e o que ele quis documentar. Assim, funcionam como uma espécie
de testemunho de alguém que se dispôs a tornar perene momentos da vida
privada ou social de uma pessoa, grupo ou classe, do ponto de vista
doméstico, local, regional, nacional ou internacional.
O uso da fotografia em sala de aula requer alguns cuidados para sua
análise. A autoria e a data são sempre importantes. Elas informam cenários,
personagens, roupas e acontecimentos que permitem contextualizar a época a
que se referem. Integram um sistema simbólico e os códigos culturais de um
determinado momento histórico. É necessário, portanto, estar atento a esses
aspectos para entender as fotografias.
Charges, cartuns e tiras - Encontrados quase diariamente nos jornais e nas
revistas, são dispositivos visuais gráficos que veiculam e discutem aspectos da
realidade social, apresentando-a de forma crítica e com muito humor. Mas as
charges, os cartuns e as tiras não são todos iguais. Existem alguns que apenas
apresentam uma situação engraçada ou procuram fazer rir. Outros, entretanto,
podem fazer rir, mas também fazem pensar sobre o tema ou a realidade que
apresentam. É esse tipo de humor gráfico que interessa ao professor que quer
introduzir uma determinada questão, seja conceitual ou temática. Ao projetar
em sala de aula uma charge ou tira de humor, é bem possível que os alunos se
sintam instigados a saber o por quê de o professor fazer aquilo. A partir dessa
situação, já se cria um ambiente para colocar em pauta o que se pretendia
discutir naquela aula. Aí começa a motivação, e a imagem projetada serve de
estímulo. Inicia se, então, uma segunda parte, que é analisar a imagem, seus
elementos, por que provoca o riso, de que modo esse discurso se aproxima e
se distancia do discurso sociológico, como a "deformação" sugerida pela
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GUARAPUAVA – PARANÁimagem acerca da realidade representa uma realidade em si mesma
"deformada'.
Em relação às leis vigentes serão trabalhadas em momentos propícios
a cada conteúdo nestes momentos serão contempladas às leis: História Cultura
Afro-Brasileira (Lei nº 10.639/03), Cultura Indígena (Lei nº 11.645/08), Meio
Ambiente (Lei nº 9.795/99), História do Paraná (Lei nº 13181/01), Educação
Tributária e Fiscal (Decreto nº 1143/99 – Portaria nº 413/02), Direito da Criança
e do Adolescente(Lei nº 11525/07), enfrentamento à violncia na Escola,
prevenção ao uso indevido de drogas, Sexualidade, incluindo Gênero e
Diversidade Sexual.
AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino da Sociologia deve perpassar todas as atividades
relacionadas à disciplina e ser pensada e elaborada de forma transparente e
coletiva, ou seja, seus critérios devem ser debatidos, criticados e
acompanhados por todos os envolvidos no processo pedagógico.
A apreensão de alguns conceitos básicos da ciência, articulados com a
prática social, a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente, a
clareza e a coerência na exposição das ideias, no texto oral ou escrito, são
alguns aspectos a serem verificados no decorrer do curso. Também a mudança
na forma de olhar os problemas sociais, a iniciativa e a autonomia para tomar
atitudes diferenciadas e criativas, para reverter práticas dê acomodação e sair
do senso comum, são ações que indicam aos professores o alcance e a
importância de seu trabalho no cotidiano de seus alunos.
As formas de avaliação em Sociologia, portanto, acompanham as
próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão
crítica nos debates, que acompanham os textos ou filmes, seja a participação
nas pesquisas de campo, seja a produção de textos que demonstrem
capacidade de articulação entre teoria e prática, enfim várias podem ser as
formas, desde que se tenha como perspectiva ao selecioná-las a clareza dos
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GUARAPUAVA – PARANÁobjetivos que se pretende atingir no sentido da apreensão, compreensão e
reflexão dos conteúdos pelo aluno. Por fim, entendemos que não só o aluno,
mas também professores e a instituição escolar devem constantemente se
auto-avaliar em suas dimensões práticas e discursivas e principalmente em
seus princípios políticos com a qualidade e a democracia.
A proposta de avaliação das Diretrizes Curriculares da Educação Básica
desta disciplina está de pleno acordo com a proposta de avaliação do
PPP(Projeto Político Pedagógico) que regimenta no minimo três instrumentos
diferentes de avaliação por bimestre, sendo a recuperação de conteúdo
paralela a cada instrumento e a recuperação de nota no final do bimestre.
Os instrumentos avaliativos mais utilizados são: seminários, debates,
resumos, análise de textos, provas individuais, visitas técnicas, pesquisas,
entrevistas, pesquisas de campo.
Para cada instrumento de avaliação o professor deverá estabelecer
critérios e expor aos alunos para que compreendam o resultado final, ou seja, a
nota que receberão.
Na primeira série os critérios serão menos rigorosos pois os alunos
estarão conhecendo a disciplina e ainda se adaptando com termos e conceitos
próprios desta.
Na segunda série os critérios já podem alcançar um nível mais elevado
pois os alunos já dominam certos conceitos e termos inerentes à disciplina e já
se mostram mais maduros nas discussões em grupo dos temas e conteúdos
propostos.
Na terceira série os critérios poderão ser bem rigorosos já que os alunos
se apropriaram dos conceitos e termos inerentes à disciplina e estão com
conhecimento suficiente para discutir amplamente os conteúdos propostos.
CONTEÚDOS
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GUARAPUAVA – PARANÁ O processo de socialização e as instituições sociais;
Cultura e indústria cultural;
Trabalho, produção e classes sociais;
Poder, política e ideologia;
Direitos, cidadania e movimentos sociais.
Conteúdos Básicos:
Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento
do pensamento social;
teorias sociológicas: August Comte, Emile Durkheim, Max Weber, Karl
Marx, pensamento social brasileiro;
processo de socialização, instituições familiares, instituições escolares,
instituições religiosas, instituições de reinserção;
O conceito do trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades,
desigualdades sociais, estamentos, castas e classes sociais,
organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas
contradições;
Globalização e Neoliberalismo, Trabalho no Brasil, Relações de
trabalho;
Formação e desenvolvimento do Estado Moderno, Conceitos de poder,
conceitos de ideologia, conceitos de dominação e legitimidade;
Estado no Brasil, democracia, autoritarismo, totalitarismo, as expressões
de violência nas sociedades contemporâneas;
Direitos civis, políticos e sociais, Direitos Humanos, conceitos de
cidadania;
Movimentos sociais, movimentos sociais no Brasil, a questão ambiental
e os movimentos ambientalistas, as ONG's;
O desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua
contribuição da análise das diferentes sociedades;
diversidade cultural, relações de gênero, cultura afro-brasileira e culturas
indígenas;
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GUARAPUAVA – PARANÁ identidade, relações de gênero, cultura afro-brasileira;
Indústria cultural, meios de comunicação de massa, sociedade de
consumo, indústria cultural no Brasil.
Conteúdos por Série:
1ª Série:
O surgimento da Sociologia e as teorias Sociológicas.
Processo de Socialização e as instituições Sociais.
Trabalho, Produção e Classes Sociais.
2ª Série:
• Poder, Política e Ideologia.
• Direito, Cidadania e Movimentos Sociais.
3ª Série
• Cultura e Indústria Cultural.
REFERÊNCIAS
ARANTES, Antônio. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense,1990.
BOBBIO, Norberto. As teorias das formas de governo. Brasília: UNB, 1985.
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GUARAPUAVA – PARANÁBOUDON, Raymond & BOURRICAUD, François. Dicionário crítico de
Sociologia. São Paulo : Editora Ática, 2004.
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
IANNI, Octavio (Org.). Marx. São Paulo: Ática, 1988. Coleção grandes
cientistas sociais, vol. 10.
MEKSENAS, Paulo. Sociologia. São Paulo: Cortez, 1991, (coleção magistério-
2) grau. Série formação geral.
NORBERT. E. O Processo Civilizado: Formação do Estado e Civilização. Trad.
Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Sociologia. Curitiba: SEED/
DEF, 2008.
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