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1 CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA UFSM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ENSAIO ACERCA DA ESTRUTURA PRODUTIVA DO SETOR VINÍCOLA DO RIO GRANDE DO SUL: UMA PROPOSIÇÃO METODOLÓGICA (2009) EQUIPE TÉCNICA: Pesquisadores: Dra. Glaucia Angélica Campregnher (Coordenador) Ms. Gabriel Nunes de Oliveira Dr. Clailton Ataídes de Freitas Bolsistas: Paulo Henrique Hoeckel Santa Maria, março de 2011

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ENSAIO ACERCA DA ESTRUTURA PRODUTIVA DO SETOR VINÍCOLA

DO RIO GRANDE DO SUL: UMA PROPOSIÇÃO METODOLÓGICA

(2009)

EQUIPE TÉCNICA:

Pesquisadores: Dra. Glaucia Angélica Campregnher (Coordenador)

Ms. Gabriel Nunes de Oliveira

Dr. Clailton Ataídes de Freitas

Bolsistas: Paulo Henrique Hoeckel

Santa Maria, março de 2011

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ENSAIO ACERCA DA ESTRUTURA PRODUTIVA DO SETOR VINÍCOLA

DO RIO GRANDE DO SUL: UMA PROPOSIÇÃO METODOLÓGICA

(2009)

Resumo: O presente estudo tem por objetivos retratar o setor vinícola do Rio Grande do Sul a

partir de uma amostra composta por 59 empresas. O questionário foi estruturado para contemplar

cinco aspectos relacionados ao processo de produção de vinho: o tamanho das vinícolas, os tipos

de vinhos produzidos, o estoque de capital, o custo de produção e a receita gerada. Com relação

ao primeiro aspecto, ficou visível que a predomina no Estado as micro vinícolas com mais de

90% das empresas. Além disso, foi diagnosticada uma grande ociosidade do capital, em média de

50%. Com relação a diferença de tamanho das vinícolas notou-se que os investimentos

imobilizados em prédios, máquinas e equipamentos foram muito altos, superando R$ 1,2 milhões

para o caso das micros vinícolas e de R$ 30 milhões quando se trata grandes. Quando o foco da

pesquisa se voltou para os custos de produção, notou-se pouca variabilidade de custos para

algumas subcategorias do Básico Popular. Entretanto, as oscilações de custos se tornaram bem

mais pronunciadas para os casos do Ícone. A taxa de conversão da uva em vinho de mesa é em

média de 1,3 kg por litro. Finalmente, o estimou-se que o setor vinícola do Rio Grande do Sul

gerou de renda agregada de, aproximadamente, R$ 960 milhões no ano da amostra.

Palavras-chave: categorias e subcategorias de vinho, setor vinícola, custo de produção do vinho.

Abstract:

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1 INTRODUÇÃO

Em razão dos fatores edafo-climáticos e culturais predomina no país o cultivo de uvas

americanas e híbridas, sendo as vitis vinifera exploradas em menor escala. Dessa forma, grande

parte do vinho nacional utiliza matéria-prima não apropriada para a produção de vinhos de alta

qualidade. Essa, talvez seja, a grande limitação do vinho fabricado no Brasil.

No entanto, nota-se um grande esforço empreendido pelo setor, nos últimos anos, em

busca da melhoria da qualidade do vinho nacional. Isso ocorreu, principalmente, a partir da

década de 90, com a abertura da economia brasileira, o que fez a importação de vinho crescer

substancialmente, especialmente, na última década. Esse argumento é condizente com Rosa et al.

(2006). Segundo esses autores, o agronegócio do vinho vem sofrendo os efeitos do progressivo

processo de globalização e internacionalização de mercados. Nota-se que no setor de bebidas

brasileiro, mais diretamente no segmento de vinhos, está ocorrendo um crescente incremento dos

produtos importados, os quais estão se firmando no mercado nacional , juntando-se à marcas

importadas já populares no mercado de vinho. Este fato é ainda mais significativo quando se trata

dos vinhos considerados finos e de qualidade superior aos convencionais de mesa.

Apesar do lado perverso da exposição desse mercado à competitividade internacional,

existe um fator positivo do processo de abertura do setor, pois, a competição dos vinho nacional

aos similares importados força as vinícolas a buscarem aumentar qualidade dos seus produtos

através de aprimoramento tecnológico nos processos produtivos, bem como a busca de redução de

custos capaz de garantir preços mais competitivos.

Diante dessa realidade conjuntural, as empresas que atuam em estruturas de mercado

competitivas, como as do setor vitivinícola, devem se tornar cada vez mais eficientes para fazer

frente aos similares importados. Assim, o controle mais sistemático dos custos de produção, por

parte das mesmas, tende a se converter num dos principais elementos de aumento de eficiência.

Isso significa que saber identificar, dimensionar e apropriar adequadamente, cada um dos itens do

custo total possibilita o maior controle da situação financeira da empresa, diagnosticando

possíveis pontos de estrangulamentos financeiros.

Além do mais, uma análise criteriosa dos custos de produção torna-se fundamental na

avaliação da rentabilidade econômica das vinícolas, pois, se a receita obtida com a venda da

produção se mantiver abaixo do custo de produção, por longo tempo, situação econômica dessas

vinícolas pode-se tornar insustentável. Por essa razão, o adequado conhecimento dos custos de

produção evita que ocorram subdimensionamentos dos mesmos, o que poderá retratar uma

situação falsamente favorável. Além disso, estratégias podem ser adotadas para minimizar os

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custos com insumos, cujo peso tenha maior expressão na estrutura de custo das vinícolas,

principalmente, utilizando-se de sistemas de cooperação como compras em conjunto.

Além do olhar clínico sobre os custos, a racionalização do processo de produção – com a

introdução de novos produtos, que visam ao atendimento de fatias específicas de mercado, ou

mesmo com a adoção de novas tecnologias podem tornam as empresas mais eficientes.

Apesar da importância desse setor em termos sociais e culturais, não se tem no estado da

arte no Brasil, nenhuma pesquisa que buscou estimar os custos de produção dos principais tipos

de vinho1. Nesse sentido, espera-se com a consecução dessa pesquisa preencher essa lacuna

teórica e assim, contribuir não apenas com o debate acadêmico, mas, principalmente, com a

demanda do setor, que até o presente momento não dispõe de informações científicas sobre qual o

custo de se produzir vinho no Rio Grande do Sul.

Diante desse pano de fundo, delineiam-se como objetivos: i) classificar por tamanho e

identificar a capacidade ociosa das vinícolas; ii) identificar as categorias e subcategorias dos

vinhos produzidos pela vinícolas pesquisadas; iii) analisar o volume médio e total de produção de

vinho de cada categoria e subcategoria de vinho; iv) levantar os preço médio das subcategorias de

vinho na região de abrangência da pesquisa; v) estimar o estoque de capital das vinícolas

classificadas por tamanho; vi) definir os custos médios de produção das subcategorias de vinho

pesquisados; vii) analisar a rentabilidade obtida por subcategorias de vinho; viii) calcular os

coeficientes financeiros e técnicos das vinícolas amostradas classificadas por tamanho, ix)

identificar a taxa de conversão de uva por litro de vinho por tamanho das vinícolas. x) apurar os

resultados financeiros das vinícolas classificadas por tamanho.

Este estudo esta dividido em seis seções, sendo a primeira constituída pela presente

introdução; a Seção 2 expõe os fundamentos teóricos dos custos de produção; na Seção 3 tem-se a

descrição da metodologia proposta para a apropriação dos itens dos custos de produção; na Seção

4 estão reunidos os resultados da pesquisa; na Seção 5 são apresentados e discutidos a renda

estimada do setor vinícola no Rio Grande do Sul e, finalmente na Seção 6 são apresentados as

principais conclusões desta pesquisa.

1 Estes serão definidos na Seção 3.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO

Dado que o setor vinícola não apresenta particularidades no que diz respeito ao processos

de amortização de capital, adotamos a hipótese mais simples: a de que o estoque de capital tende

a se desgastar linearmente a medida que uma maior quantidade de vinho é produzida. A

justificativa teórica para tal hipótese advém da função de produção que se segue:

321 ,, XXXfQi (2.1)

em que Qi é o volume total de produção de vinho, incluindo todas as categorias subcategorias de

vinho produzido pela vinícola; X1 corresponde ao conjunto de insumos variáveis, X2 representa o

insumo fixo estoque de capital e X3 os demais insumos indiretos.

Por definição, uma função de produção (2.1) explicita o padrão de transformação de

insumos e capital em produto. Tal função especifica a quantidade máxima de vinho que se

consegue produzir, dado a combinação dos fatores de produção fixo, variável e a tecnologia.

Assim, para se aumentar a produção de vinho consome-se maiores quantidades de X1 e X3, além

de desgastar mais rapidamente X2.

A apropriação dos custos relativos aos insumos representados por X3, no custo total, está

detalhada na subseção seguinte. Já com relação a X2 entende-se que os processos de utilização e

desgaste do estoque de capital não se alteram substancialmente na produção das diferentes

subcategorias de vinho, sendo a apropriação dos custos relativos ao estoque de capital feita

através da depreciação linear, também, tratada no subitem seguinte.

O custo total de produção (CT) pode ser definido como a soma do montante gasto com

garrafas, uva, mão-de-obra, energia, transportes, produtos enológicos entre outros, os quais são

agrupados e recebem a denominação de custos variáveis, ou custos diretos (CV), correspondendo

à variável X1 da equação (2.1); mais os custos fixos, ou indireto (CF), relacionados às despesas

administrativas e com a depreciação do capital, correspondendo às variáveis X3 e X2,

respectivamente.

Assim, os custos variáveis (X1) são apropriados, ou incorporados diretamente ao produto,

quando o processo de produção é levado a cabo. Ao passo que os insumo fixos X2 e X3 são custos

incorridos independentes do volume de produção. As estruturas de custos, ao serem divididas pela

quantidade produzida, geram o custo total médio de uma determinada categoria ou subcategoria

de vinho pesquisado.

No que diz respeito ao insumo X2 procedimento adotado para que se alcance essa

finalidade é distribuir uniformemente o desgaste desse capital por cada unidade produzida. Isso é

feito, considerando o tempo de vida útil do estoque de capital, o valor desse capital imobilizado e

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a quantidade produzida no ano t. De posse dessas informações, pode-se calcular o valor

depreciado, anualmente, por unidade produzida. A depreciação adequadamente apropriada na

estrutura de custos de produção, ao final da vida útil do capital, garante a substituição do mesmo

sem comprometer o ponto de equilíbrio econômico-financeiro da empresa. Na seção seguinte,

faz-se a formalização para se calcular a depreciação do capital das vinícolas.

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3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da amostra

A região de abrangência do presente estudo compreende a população das vinícolas do

Estado do Rio Grande do Sul, especializada na produção de vinho de mesa e viníferas. Ao todo

essa população é composta por 660 unidades produtoras de vinho, legalmente constituídas.

GLAUCIA PEDIR AO PAIVA UM MAPA DA REGIÃO.

No Rio Grande do Sul os dados foram levantados em três regiões, a saber: a Região da

Serra Gaúcha, principal produtora de vinho no estado, sendo selecionados os seguintes

municípios: Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Flores da Cunha, Garibaldi, Nova Pádua, São

Marcos, Cotiporã, Antônio Prado, Farroupilha, Veranópolis, Monte Belo do Sul; na Região

Centro o município de Santa Maria e na Região Fronteira Oeste o município de Santana do

Livramento. Ao todo, foram treze municípios pesquisados para a constituição da base de dados.

Como todos os elementos da população são conhecidos, recorre-se as técnicas da

amostragem probabilística para a seleção da amostra. Esse tipo de amostragem implica em um

sorteio com regras previamente determinadas. No presente caso, baseando-se no conhecimento

técnico dos autores da pesquisa, e por entrevistas com especialista nessa área, procedeu-se a

seleção da amostra, obtida a partir das 660 empresas do setor, através da seguinte fórmula2:

Nn

nA

1'1

'

(3.1)

em que A é o tamanho da amostra selecionada; N é o tamanho da população; p são informações a

priori sobre a característica da população3; sendo que n’ é gerado através da equação:

ppe

zn

1'

2

, (3.2)

em que z é o nível de 95% de confiança, o que resulta no valor crítico de 1,96; e e é a

probabilidade de erro que no presente caso foi definido em 5%.

Considerando tais informações, a amostra ficou constituída por 59 vinícolas. Cabe

ressaltar, que o processo de seleção das empresas a serem entrevistadas foi aleatório, combinado

com a disposição dos empresários em responder o questionário. As empresas foram

despersonalizadas através da utilização de um código4.

2 Essa fórmula é apresentada em Botter et al. (1996) e, também, disponível em: www.felipelopes.com.

3 Representa a porcentagem com que determinado fenômeno se verifica, como as informação a priori não

estavam disponíveis acerca do valor de p, este é recomendável que se utilize p = 0,5. 4 Essa foi a opção para manter sigilosa todas as fontes de informações.

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A Tabela (3.1) apresenta o intervalo utilizado para a classificação das vinícolas, pelo

faturamento das mesmas. Esta classificação é derivada da oficialmente adotado no Brasil pelos

órgãos públicos e o setor privado. Cabe ressaltar, que na classificação oficial as médias vinícolas

estariam enquadradas no intervalo de faturamento de R$ 10.500.001,00 a R$ 60.000.000,00 e

grandes empresas acima de R$ 60.000.001,00. No entanto a realidade do setor exigiu que se

adotasse uma classificação mais representativa do mesmo. Então, pelo contato dos autores com a

dinâmica deste setor, onde reconhecidas grandes vinícolas estariam fora do intervalo de grande

pela classificação oficial, resolveu-se adotar uma classificação que se julgou mais representativa.

Tabela 3.1 – Classificação das vinícolas gaúchas por faturamento

Classificação Valores em reais

Micro até 2.400.000,00

Pequena de 2.400.001,00 até 10.500.000,00

Média 10.500.001,00 até 30.000.000

Grande > que 30.000.001,00

Fonte: Adaptada pelos autores a partir da tabela oficial.

Uma vez definida a vinícola na amostra, coube ao IBRAVIN o agendamento das

entrevistas. Inicialmente, o IBRAVIN esclarecia aos vinicultores os objetivos da pesquisa, por via

eletrônica (e-mail) ou telefone.

O propósito de se deixar a cargo desse instituto, o contato, se deve ao fato do mesmo ser o

representante institucional do setor, diminuindo a resistência dos vinicultores em abrir os dados,

especialmente de custos das suas empresas. Cabe ressaltar, que sem a atuação e o empenho do

IBRAVIN, dificilmente, ter-se-ia conseguido marcar as entrevistas. Além disso, essa instituição

disponibiliza do cadastro atualizado de todos os produtores de vinho legalizados do Rio Grande

do Sul, tornando mais produtivo e eficiente a definição da amostra.

O questionário, apresentado no Anexo I, em forma de uma grande planilha contempla

perguntas objetivas, por exemplo, quanto ao capital amortizado, capacidade potencial de

produção, produção efetiva da vinícola, custos fixos e variáveis e preço de venda. Os dois

primeiros blocos de questões dizem respeito à vinícola como um todo e os demais se referem à

produção de cada vinícola.

3.2) Determinação das categorias de vinho

Tendo em vista a grande diversidade de produtos da cadeia vitivinícola Gaúcha, opta-se

pela utilização da classificação da Tabela 3.2, que busca traduzir as características físicas,

químicas e organolépticas, em agrupamentos relativamente homogêneos, que facilita o processo

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de comparação e termina por traduzir-se em diferencias de preços mercadológicos5. Esses

agrupamentos passam a serem denominados de categorias.

Tabela 3.2 – Classificação dos vinhos por categorias

Classificação Categorias de vinho

A Ícone

B Ultra Premium

C Super Premium

D Premium

E Básico Luxo

F Básico Semi-Luxo

G Básico Popular

H Espumante Asti

I Espumante Charmat

J Espumante Chanpenoise

L Filtrado Doce

Fonte: Elaborada pelos autores.

Cada uma das sete categorias especificadas na Tabela 3.2 é apresentada no mercado em

embalagens diferenciadas, apesar do processo de produção de cada uma dessas categorias ser

muito parecido, alguns fatores determinam sua diferenciação nas estruturas de custos, como:

qualidade da matéria-prima, das embalagens utilizadas o tempo de envelhecimento do vinho

entre outros. Essas diferentes embalagens são tratadas, doravante como subcategorias de vinho e

estão apresentadas na Tabela 3.3.

Tabela 3.3 – Classificação dos vinhos por subcategorias dos vinhos

5 Esta classificação está sendo proposta pelos autores com base na realidade observada da dinâmica do setor. No

entanto, a pedido dos autores foi baseada um parecer técnico de um especialista na área acerca dessa classificação.

Esse foi emitido pelo pesquisador Mauro Celso Zanus da Embrapa – Uva e Vinho, cujo parecer na íntegra está a

seguir:

“Pois que eu saiba esta classificação não é de nenhum organismo oficial, tampouco se refere a qualidade, entendida

na visão da ciência da análise sensorial. É uma classificação bastante associada com PREÇOS, com uma hierarquia

que cada empresa entende ter. Vinhos ascendentes na escala apresentam, normalmente - mas nem sempre, um maior

custo de produção (melhor matéria-prima, rolha, qualidade da garrafa, rótulo,...). Vinhos ícone são aqueles que os

enólogos de cada empresa entendem que devam ser os mais caros, por ter maior qualidade das suas características

sensoriais- e por outras práticas (ex. foi usada barrica nova) na perspectiva de avaliação do enólogo e dirigentes. Às

vezes o vinho ícone é até pior, pois a barrica nova atribuiu um aroma e paladar demasiado intenso da madeira. A

jogada principal da pirâmide é atender a diversidade de categorias de consumidores. Também serve para passar ao

consumidor, através de referenciais marcantes de preço, uma hierarquia que ajude a JUSTIFICAR preços altos. Em

uma degustação completamente às cegas com os consumidores - e não enólogos - a correlação entre vinhos ícones e

qualidade percebida seria, possivelmente, baixa.”

Denominação Subcategorias

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Fonte: Elalaborada pelos autores.

* Os vinhos brancos terão o acréscimo da letra minúscula “b” junto à letra maiúscula que define a sua subcategoria,

para designar essa nomenclatura, os demais vinhos são tinto.

3.3 Estruturando os custos de produção do vinho

3.3.1 Elementos dos custos de produção do setor vinícola gaúcho

A entrevista com os vinicultores se inicia com o levantamento da quantidade efetivamente

produzida pela vinícola de todas as categorias e subcategorias de vinho, da capacidade de

produção da mesma e do seu estoque de capital estimado. Essas informações são consolidadas

através do Quadro 3.4. Essas informações permitem estimar o nível de capacidade ociosa da

vinícola.

0 A Granel (não é utilizado vasilhame)

1 Garrafa 750 ml

2 Garrafão 4,6 Litros

3 Garrafa Pet 2 Litros

4 Garrafa Pet 1,5 Litros

5 Garrafa Pet 1 Litro

6 Garrafa Pet 375 ml

7 Beg-in-Box 3 Litros

8 Beg-in-Box 5 Litros

9 Garrafa Pet 3 Litros

10 Garrafa 880 ml

11 Garrafa 660 ml

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Quadro 3.4 – Discriminação do estoque de capital da vinícola pesquisada.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Após o preenchimento do quadro acima, a entrevista continua com o preenchimento dos

quadros que se seguem. Essas apresentam de forma detalhada todos os elementos das despesas

administrativas (Quadro 3.5), as despesas com mão-de-obra (Quadro 3.6) e da estrutura dos

custos totais de produção (Quadro 3.7). Conforme se pode notar neste último, trata-se de uma

estrutura de custo bem abrangente, para que a mesma possa ser adaptada às diversas categorias e

subcategorias de vinho produzido pela vinícola pesquisada.

Quadro 3.5 – Despesas administrativas

Código da Empresa: 00000

Discriminação

Em

Unidades

absolutas

Valor unitário

anual em R$

Total

em R$

Despesas Administrativas - - -

Mão-de-obra administrativa - - -

Material de expediente - - -

Material promocional - - -

Energia elétrica - - -

Água - - -

Telefone - - -

Fretes - - -

Tratamento de efluentes - - -

Representante de vendas - - -

Despesas de manutenção de máquinas e equipamentos - - -

Feiras - - -

Associações - - -

Produção anual - - -

Código da Empresa: 000000

Volume de produção anual em garrafas: 00000

Discriminação

Em unidades

absolutas.

Valor

unitário

em R$

Total

em R$

Patrimônio - - -

Máquinas e equipamentos - - -

Prédios - - -

Total - - -

Estimativa de vida útil das máquinas e equipamentos - - -

Estimativa de vida útil das instalações - - -

Capacidade de produção anual - - -

Depreciação máquinas e equipamentos - - -

Depreciação prédios - - -

Depreciação total por garrafa - - -

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Custo administrativo por garrafa - - -

Fonte: Elaborada pelos autores.

Quadro 3.6 – Mão-de-obra

Mão-de-obra fixa do chão de fábrica

Mão-de-obra temporária do chão de fábrica

Enólogo

Quadro 3.7 – Matriz geral para o levantamento dos custos de produção do vinho, em litros.

Código da Empresa: 0000:

Volume de produção anual em garrafas: 00000

Categoria do vinho:............. Subcategoria:.........

Discriminação

Em

Unidades

absolutas

Valor

unitário

anual em R$

Total

Em R$

Custo Variável – Insumos

Uva - - -

FUNRURAL - - -

Garrafas - - -

Rolhas - - -

Rótulos - - -

Caixas - - -

Fitas adesivas - - -

Papel p/ garrafas - - -

Cápsulas - - -

SUB-TOTAL - - -

Custo Variável – Produtos Enológicos

Enzimas - - -

Leveduras - - -

Ativantes de fermentação - - -

SO2/Metabisulfito - - -

Estabilizantes - - -

Material de limpeza - - -

Análises - - -

Nitrogênio - - -

Terra filtrante - - -

Barril de carvalho - - -

Taninos - - -

SUB-TOTAL - - -

Custo Fixo – Outras - - -

Depreciação - - -

Despesas administrativas - - -

Administrativo - - -

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Degustação - - -

SUB-TOTAL - - -

TOTAL - - -

Receitas - - -

Preço médio de venda da garrafa - - -

Período de Guarda (em anos) - - -

Tempo médio de guarda do produto - - -

Custos Médios - - -

Custos Médios por Garrafa - - -

Fonte: Elaborada pelos autores.

Na parte superior do Quadro 3.6, estão consolidados todos os elementos dos custos

variáveis e na inferior os custos fixos. Na primeira coluna estão discriminados todos os itens dos

custos de produção. Na segunda coluna tem-se especificado a quantidade total em unidades

físicas dos insumos gastos para se produzir o volume total de produção em litros de uma

subcategoria específica de vinhos. A terceira coluna apresenta o custo unitário médio de cada um

desses insumos. Na última linha da tabela é, então, apurado o custo médio de produção da j-ésima

subcategoria pertencente a i-ésima categoria de vinho, relativo à vinícola entrevistada.

Conforme se pode verificar no Quadro 3.6, os custos variáveis foram divididos em três

grupos: 1) insumos gerais que representa a maior parcela dos custos, 2) os insumos enológicos, e

3) os insumos indiretos. O propósito dessa divisão é simplesmente didático para facilitar a coleta

de dados. Além disso, essa desagregação permite fácil visualização, por exemplo, do peso dos

impostos totais nos custos de produção.

Os subitens 3.3.3 e 3.3.4 define cada um dos elementos de custos apresentados na tabela

acima.

3.3.3 Determinação dos custos variáveis

- Uva:

O insumo uva é a matéria prima fundamental para a produção do vinho. A qualidade do

vinho está estreitamente vinculada à variedade da uva e a forma como a mesma é cultivada,

através de práticas agronômicas diferenciadas até a determinação da quantidade produzida de uva

por hectare. Um outro fator que influência nos custos com esse insumo é a tecnologia disponível

para o processamento da uva, implicando em quantidades diferentes para cada litro de vinho

produzido. Por exemplo, uma vinícola com uma tecnologia não muito especializada pode requerer

1,4 quilos de uva para cada litro produzido, ao passo que vinícolas com tecnologia mais

avançadas conseguem o mesmo nível de produção com 1,3 quilos. Tecnicamente, essa relação é

tratada no presente trabalho como taxa de conversão.

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O preço a ser pago por esse insumo é o praticado no mercado da região de ação da

vinícola. Caber ressaltar, que no caso da produção própria de uva é atribuído um preço de

oportunidade, qual seja, o valor que essa uva seria negociada no próprio mercado da vinícola.

A apropriação do custo da uva para o caso da j-ésimo subcategoria pertencente i-é-sima

categoria de vinho é dada por:

59

1

59

1

z

ji

z

ji

ji

Q

CTU

CMU (3.4)

em que jiCMU é custo médio da uva, em reais, da j-ésima subcategoria de vinho, pertencente a i-

ésima categoria; jiQ = é a quantidade total anual produzida em litros dessa j-ésima categoria

pertencente a i-ésima categoria; jiCTU = gasto total anual com a uva para se produzir a dessa j-

ésima categoria pertencente a i-ésima categoria; jiVR é volume do recipiente em litros utilizado na

subcategoria j, pertencente a i-ésima categoria.

- Vasilhames:

Esse insumo é a base para a definição das subcategorias presentes no Tabela 3.3.

Os custos com recipientes são apropriados de acordo com cada uma das subcategorias,

bem como seus complementos específicos, como por exemplo, rolhas, rótulos diferenciados,

cápsulas.

A razão a seguir especifica a forma como esses insumos sãos apropriado nos custos totais

de produção para a i-ésima subcategoria de vinho:

ji

ji

jiQ

CTVCMR (3.5)

em que CMRji é o custo médio, em reais, do recipiente para j-ésima subcategoria dentro da i-

ésima categoria de vinho; Qji tal como definido anteriormente; CTVji = gasto total, em reais, para

j-ésima subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho.

- Mão-de-obra permanente do chão de fábrica:

Este insumo caracteriza-se por ser utilizado durante o ano, seja nas atividades de

produção durante a safra (recebimento de uva, produção do vinho, etc...), como em atividades de

manutenção da vinícola, movimentação da produção dentro da vinícola e atividades atreladas ao

processo de comercialização.

A forma como esse custo de produção é apropriado pode ser apresentado como:

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ji

ji

jiQ

CTMOPCMMO (3.6)

em que CMMOji é o custo médio da mão-de-obra do chão de fábrica, em reais para j-ésima

subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; Qji tal como definido anteriormente;

CTMOPji gasto total com mão-de-obra permanente do chão de fábrica ao longo do ano, em reais

para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido.

- Mão-de-obra temporária do chão de fábrica:

Buscando atender a demanda de mão de obra no processo de produção de vinho nos

períodos de safra, as vinícolas lançam mão de contratações temporárias para trabalhar no chão de

fábrica, principalmente, nos meses de janeiro, fevereiro e março, podendo esse custo ser

calculado como:

ji

ji

jiQ

CTMOTCMMOT (3.7)

em que CMMOTji é o custo médio da mão-de-obra temporária do chão de fábrica, em reais para j-

ésima subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; Qji tal como definido

anteriormente; CTMOTji gasto total com mão-de-obra temporária do chão de fábrica utilizadas no

período de pico da produção, em reais para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima categoria de

vinho produzido.

É importante ressaltar que os dispêndios com a mão-de-obra permanente e temporária

contemplam também todos os encargos sociais (décimo terceiro, férias, previdência social, FGTS,

PIS).

- Rolhas:

A qualidade da rolha utilizada no envaze do vinho, está diretamente relacionada à

qualidade do vinho (categoria a que pertence). Apesar do gasto com esse item não ser muito

relevante na composição final do custo do vinho, há uma grande variação no preço de mercado da

rolha se a mesma for de cortiça pura, com discos ou de plástico, o que acaba influenciado nos

custos de produção, principalmente para os vinhos de categorias superiores.

Assim, o custo com cada rolha será o próprio gasto na sua aquisição, ou:

rolha da mercado de PreçoCRji (3.8)

em que CRji é o custo apropriado por unidade de recipiente do vinho relativo à rolha.

- Rótulos:

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O propósito do rótulo é identificar o tipo de vinho, a vinícola, a safra, entre outras

informações obrigatórias, de acordo com as normas dos órgãos competentes ou que se julgarem

necessárias. O dispêndio com esse item é relativamente baixo, uma vez que o vinicultor compra

em quantidades suficientes para uma safra. Embora não se espere que o custo com este insumo

seja elevado em relação aos demais insumos, os rótulos utilizados nas diversas categorias podem

apresentar diferenciais de custos em virtude da capacidade de agregação de valor de uma

categoria vis-à-vis outras.

Assim, o custo relativo a esse insumo pode ser apropriado como segue:

rótulo do mercado de PreçoCRTji (3.9)

em que CRTji é o custo médio do rótulo.

- Caixas:

A caixa de papelão serve para garantir a segurança do produto, acomodando os recipientes

de forma a preservar a integridade e a qualidade do vinho. Espera-se que os vinhos de categorias

superiores utilizem-se de caixas de qualidade mais elevadas, refletindo em maiores custos. Sendo

o mesmo apropriado como:

ji

ji

jiQ

CTCXCMCX (3.10)

em que CMCXji é o custo apropriado, em reais, para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima

categoria de vinho produzido; CTCXji é o custo total, em reais, com caixarias, para j-ésima

subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; Qji tal como definido anteriormente.

- Fita adesiva:

Esse material é utilizado para fazer o fechamento da caixa. Informações preliminares

indicam que se gasta diferentes quantidades de fitas para cada tipo de caixa, o que é levado em

conta no processo de apropriação de custos. Formalmente tem-se:

ji

ji

jiQ

CTRFCMFA (3.11)

em que CMFAji é o custo médio da fita adesiva apropriado, em reais, para j-ésima subcategoria

dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; CTRFji é o custo total, em reais, com fita

adesiva, para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; Qji tal como

definido anteriormente.

- Papel p/ garrafas:

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A utilização do papel visa a proteção do recipiente, bem como conferir ao vinho maior

grau de sofisticação. É utilizado uma folha de papel para cada recipiente. Nem todas as

categorias utilizam-se deste insumo, ficando reservada às de maior valor agregado.

Formalmente:

papel de folha da mercado de PreçojiCPG (3.12)

em que CPGL = custo apropriado em reais, com esse insumo, para j-ésima subcategoria dentro da

i-ésima categoria de vinho produzido.

- Cápsulas:

As cápsulas são utilizadas para proteger a rolha, identificar o produto e garantir-lhe a

inviolabilidade e é encontrada em todos os tipos de vinhos. Pode-se apropriá-lo como segue:

cápsula da mercado de PreçojiCCP (3.13)

em que CCPji é o custo apropriado em reais, com esse insumo, para j-ésima subcategoria dentro

da i-ésima categoria de vinho produzido.

- Água:

Esse insumo é utilizado no processo de produção para lavar máquinas, equipamentos,

galpões e manter higienizado todo o processo de produção. Adota-se o seguinte critério para a

apropriação desse custo: soma-se os gastos totais anuais com água de toda a vinícola e divide-se

pelo volume total de produção da mesma e pondera-se pelo volume do recipiente em questão.

Mais formalmente tem-se:

ji

anoji VR

Q

CTAGCMAG (3.14)

em que CMAGji é o custo médio da água em reais, para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima

categoria de vinho produzido; CTAGano é o custo total anual com água, em reais, incorrido pela

vinícola; Q é o volume total de produção da vinícola em litros; VRji como definido anteriormente.

- Gás carbônico:

Utiliza-se esse insumo no preenchimento dos espaços vazios dos tanques e autoclaves,

bem como gaseificação dos filtrados doce. A forma como tal insumo é apropriado na estrutura de

custa é dada por:

jiano

ji VRQ

CGGCGG (3.15)

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em que CGGji é o custo médio do gás carbono em reais, para j-ésima subcategoria dentro da

ésima categoria de vinho produzido; CGGano é o custo total anual da vínícola com tal insumo, em

reais.

- Frete:

O custo com frente seria o dispêndio corresponde ao transporte do vinho, em caminhões

da unidade de produção até o mercado, podendo ser em veículos próprios ou de terceiros. Para a

apropriação desse custo, soma-se os gastos totais anuais com fretes de toda a vinícola e divide-se

pelo volume total de produção da mesma, ponderando-se pelo volume do recipiente em questão.

Matematicamente esse custo é calculado através da seguinte razão:

ji

anoji VR

Q

CTFCMF (3.16)

em que CMFji é o custo médio do frete em reais, para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima

categoria de vinho produzido; CTFano é o custo total anual com frete, em reais, incorrido pela

vinícola; Q e VRji como definidos anteriormente.

- Tratamento de efluentes:

As leis ambientais exigem que todo o resíduo gerado no processo de produção de vinho

deve ser tratado. Os principais resíduos resultantes são: água utilizada no processo de limpeza que

carrega resíduos de matéria-orgânica, resíduos químicos, bem como o ajuste de PH.

ji

anoji VR

Q

CTTECMTE (3.17)

em que CMTEji é o custo médio do tratamento de efluentes, em reais, para j-ésima subcategoria

dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; CTTEano é o custo total anual com esta operação,

em reais, incorrido pela vinícola; Q e VRji como definidos anteriormente.

- Energia elétrica:

Esse insumo é a base da força que movimenta as máquinas e os equipamentos, geração de

frio para controlar o processo de fermentação do vinho, ilumina os galpões e pátio da empresa e,

também, é consumida no escritório da vinícola. Adota-se o seguinte critério para a apropriação

desse custo: somam-se os gastos totais anuais com energia elétrica de toda a vinícola e divide-se

pelo volume total de produção da mesma e pondera-se pelo volume do recipiente em questão.

ji

anoji VR

Q

CTECME (3.18)

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em que CMEji é o custo médio da energia elétrica em reais, para j-ésima subcategoria dentro da i-

ésima categoria de vinho produzido; CTEano é o custo total anual com energia elétrica, em reais,

incorrido pela vinícola; Q é o volume total de produção da vinícola em litros; VRji como definido

anteriormente.

- Custo de tercerização:

O custo de tercerização corresponde ao gasto realizado pelas vinícolas por contratar

serviços de terceiros, como: manutenção de máquinas e equipamentos.. Formalmente tem-se:

jiano

ji VRQ

CTERCTER (3.19)

em que CTERji é o custo de tercerização, para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima categoria de

vinho produzido; CTERano é o custo total anual com esse item de custo, em reais, incorrido pela

vinícola; Q é o volume total de produção da vinícola em litros; VRji como definido anteriormente.

- Insumos e análise enológicas

Os insumos agregam as enzimas, ativantes de fermentação, SO2/metabisulfito e

estabilizante, nitrogênio, terra filtrante, taninos, bem como as análises enológicas. De acordo com

as informações preliminares, a maior parte dos vinicultores tem uma estimativa do quanto se

gasta com tais insumos enológicos para se produzir um determinado volume de produção. O

propósito desses insumos é de melhorar o processo de fermentação natural, corrigir defeitos no

produto e conferir características desejáveis. Quanto às análises, são realizadas por amostragem e

servem para se controlar a qualidade do vinho. Essas, em alguns casos, são realizadas na própria

vinícola quando as mesmas possuem laboratório. Quando não for esse o caso, são encaminhadas

para os laboratórios terceirizados e, cada amostra analisada representa um custo para o vinicultor.

Por essa razão, a opção aqui foi levantar essa informação de forma agregada.

Matematicamente, tem-se:

ji

ji

ji

ji VRQ

CTIECMIE (3.20)

em que CMIEji é o custo médio com esses insumos apropriados, em reais, para j-ésima

subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; CTIEji é o custo total, em reais,

com tais insumos, para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; Qji

tal como definido anteriormente.

- Açúcar:

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O açúcar é utilizado no processo de fermentação do vinho, quando a matéria-prima (uva)

não atinge o grau de glicose necessária para o processo de fermentação (chaptalização), bem

como na produção da subcategoria vinho doce e semi-seco. Cabe ressaltar que se trata de uma

técnica que em um futuro próximo deverá ser abolida, sendo compensada com técnicas de

produção de uva mais aprimoradas. O gasto por unidade de litro produzido vai depender do tipo

de vinho produzido. Para cada uma das categorias e subcategorias a apropriação desse custo é

feita utilizando-se da razão:

59

1

59

1

z

ji

z

ji

ji

Q

CTAÇ

CMAÇ (3.21)

em que CMAÇji é o custo médio com esses insumos apropriados, em reais, para j-ésima

subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; CTAÇji é o custo total, em reais,

com tais insumos, para j-ésima subcategoria dentro da i-ésima categoria de vinho produzido; Qji

tal como definido anteriormente.

- Material de limpeza:

Esse componente de custo refere-se a todo o dispêndio com detergente, sabões, palhas de

aço, desinfetantes, material de controle de pragas, entre outros para que tanques, máquinas e

equipamentos se mantenham higienizados. Adota-se o seguinte critério para a apropriação desse

custo: somam-se os gastos totais anuais com tais materiais de toda a vinícola e divide-se pelo

volume total de produção da mesma e pondera-se pelo volume do recipiente em questão.

Mais formalmente tem-se:

ji

anoji VR

Q

CTMLCMML (3.22)

em que CMMLji é o custo médio desses insumos, em reais, para j-ésima subcategoria dentro da i-

ésima categoria de vinho produzido; CTMLano é o custo total anual com os matérias de limpeza,

em reais, incorrido pela vinícola; Q é o volume total de produção da vinícola em litros; VRji como

definido anteriormente.

- Barril de carvalho:

O barril de carvalho é utilizado para o envelhecimento do vinho. Tecnicamente, o tempo

de guarda confere características ao vinho, que resulta em agregação de valor. A apropriação

deste custo leva em consideração a vida útil do barril de carvalho e a quantidade de litros

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processados neste intervalo de tempo. Nesse sentido, o custo com o barril é contemplado na

estrutura de custo variáveis, utilizados em alguns vinhos finos, com base na seguinte razão:

jip

ji VRQ

CTBCCMBC (3.23)

em que jiCMBC é o custo médio do barril de carvalho da j-esima subcategoria de vinho da i-

ésima categoria de vinho; CTBC é o custo total do barril de carvalho; Qp é a quantidade de litros

de vinho processados no lapso de tempo de vida útil do barril; VRji como definido anteriormente.

Com relação aos tributos não foram considerados na presente pesquisa, tendo em vista que

não existe uma padronização no enquadramento tributário por parte das vinícolas, tendo em vista

que cada escritório de contabilidade, prestador de serviço às vinícolas, adotam fiscais distintos do

próprio enquadramento tributário.

3.3.4 Determinação dos custos fixos

- Depreciação do capital:

O levantamento patrimonial da empresa é feito através do preenchimento da Tabela 3.1,

apresentado anteriormente, que discrimina as estimativas em reais, do capital empregado em

máquinas, equipamentos e prédios, bem como o tempo de vida útil dos mesmos.

Pode-se definir depreciação como sendo a perda ou redução de valor do capital (móveis,

utensílios, máquinas, equipamentos, veículos, ferramentas e demais ativos imobilizados) pelo

desgaste ou pela obsolescência tecnológica. Ou de outra forma, é a transformação ao longo do

tempo dos estoques dos ativos fixos em custos de produção. No entanto, a depreciação não

representa uma saída efetiva de caixa, no sentido de que a empresa não desembolsa pela despesa

de depreciação, como o faz para o pagamento das outras despesas variáveis, mas isso não

significa que o capital amortizado não deva estar contemplado nos custos de produção do vinho.

A apropriação do estoque de capital nos custos totais de produção se dá através de

estimativas de depreciação desse capital. Há várias maneiras de se calcular essa depreciação,

conforme analisa Iudícibus; Martins; Gelbcke (2007)6. No entanto, se utiliza o método da

depreciação linear, por ser mais coerente com a realidade do setor.

A depreciação linear por litro de vinho (DL), pode ser calculada através da equação a

seguir:

6 Iudícibus, S.; Martins E; Gelbcke, E. R. (2007). Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável

às demais sociedades. Adaptada à legislação societária e fiscal até 31/12/06. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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jiji VRQ

VUpVEp

Q

VUmeVEme

DM

(3.24)

em que VEme é o valor estimado das máquinas e equipamentos VUme = tempo de vida útil das

máquinas e equipamentos; VEp é o valor estimado dos prédios e galpões; VUp = tempo de vida

útil dos prédios e galpões; Q é a soma anual da produção de vinho da vinícola.

- Mão-de-obra administrativa:

Trata-se dos dispêndios com mão-de-obra com a finalidade de controlar a produção, os

níveis de estoque, comprar insumos e materiais, prestar serviço contábil e assessorias etc. Esse

custo pode ser apropriado como:

ji

anoji VR

Q

CTMADCMMAD (3.25)

em que CMMADji é o custo médio da mão-de-obra administrativa da j-esima subcategoria de

vinho da i-ésima categoria de vinho; anoCTMAD é o custo total desta mão de obra para a empresa

no ano.; Q e VRji como definidos anteriormente.

É importante salientar que quando o proprietário divide o seu tempo de trabalho, entre a

administração da vinícola e/ou chão de fábrica, é solicitado que o mesmo estime qual seria o

salário que deveria ser pago, pelo número de horas trabalhadas, a um funcionário para a

realização da sua tarefa na parte administrativa. O mesmo critério vale também para o tempo de

trabalho dedicado ao chão de fábrica, mas nesse caso o custo com esse trabalho onera os insumos

variáveis.

- Material de expediente:

Refere-se a todo o tipo de material para manter a parte administrativa funcionando de

forma eficiente. Compõe a lista desses materiais: cartucho para impressora, papel para impressão,

bloco de anotação, clips, grampos, pastas para arquivos e outros que não estejam contemplados

diretamente no processo de produção. Esse custo é apropriado da seguinte maneira:

ji

anoji VR

Q

CTMEXCMMEX (3.26)

em que CMMEXji é o custo médio com estes materiais apropriados pela j-esima subcategoria de

vinho da i-ésima categoria de vinho; anoCTMEX é o custo total com esse insumo incorrido pela

empresa no ano.; Q e VRji como definidos anteriormente.

- Material promocional:

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Compreende todos os gastos realizados pela vinícola para divulgar o produto e atrair os

consumidores. Entre esses materiais cabe destacar: folhetos, outdoors, anúncio em televisão,

rádio, jornais e revistas, banners, brindes como chaveiros, calendários, canetas entre outros. Da

mesma forma que o anterior, o cômputo desses custos é anual e o rateio é pelo volume total de

produção de vinho, como segue:

ji

anoji VR

Q

CTPCMP (3.27)

em que CMPji é o custo médio com estes materiais apropriados pela j-esima subcategoria de

vinho da i-ésima categoria de vinho; anoCTP é o custo total com esse insumo incorrido pela

empresa no ano.; Q e VRji como definidos anteriormente.

- Telefone:

Refere-se aos gastos com chamada local e interurbana, fixo e móvel. Esse custo é rateado

pelo volume total de produção de vinho, o que resulta no custo médio dado por:

ji

anoji VR

Q

CTTELCMTEL (3.28)

em que CMTELji é o custo médio com telefones apropriados pela j-esima subcategoria de vinho

da i-ésima categoria de vinho; anoCTTEL é o custo total com esse insumo incorrido pela empresa

no ano.; Q e VRji como definidos anteriormente.

- Representante de vendas:

São gastos provenientes das comissões por venda do vinho fora da vinícola realizada por

terceiros. Esse custo é apropriado como segue:

ji

anoji VR

Q

CTRVCMRV (3.29)

em que CMRVji é o custo médio com estes profissionais apropriados pela j-esima subcategoria de

vinho da i-ésima categoria de vinho; anoCTRV é o custo total com item incorrido pela empresa no

ano; Q e VRji como definidos anteriormente.

- Despesas de manutenção de máquinas e equipamentos:

Refere-se aos gastos realizados para que as máquinas e equipamentos funcionem

adequadamente e aumente seu tempo de vida útil, podendo esses custos serem apropriados como:

ji

anoji VR

Q

CTDMCMDM (3.30)

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em que CMDMji é o custo médio com tais despesas apropriados pela j-esima subcategoria de

vinho da i-ésima categoria de vinho; anoCTDM é o custo total com esse item incorrido pela

empresa no ano.; Q e VRji como definidos anteriormente.

40) Enólogo:

Trata-se do custo com o responsável pelos aspectos tecnológicos e de qualidade do vinho,

sendo que pode ser um profissional pertencente a própria família do vinicultor como também um

terceiro contratado. Porém em ambos os casos, são valorados a sua remuneração e computado nos

custos de produção. Esse custo estimado é apropriado no custo total como:

ji

anoji VR

Q

CTENCMEN (3.31)

em que CMENji é o custo médio com este profissional apropriados pela j-esima subcategoria de

vinho da i-ésima categoria de vinho; anoCTEN é o custo total com esse item incorrido pela

empresa no ano.; Q e VRji como definidos anteriormente.

- Degustação:

Assim como os demais materiais promocionais, a degustação é mais um apelo de

marketing para divulgar o vinho no mercado e atrair consumidores. Esse custo é apropriado

como:

ji

anoji VR

Q

CTDECMDE (3.32)

em que CMDEji é o custo médio com degustação apropriados pela j-esima subcategoria de vinho

da i-ésima categoria de vinho; anoCTDE é o custo total com esse item incorrido pela empresa no

ano.; Q e VRji como definidos anteriormente.

- Feiras:

Como no caso do item anterior, as feiras regionais e nacionais têm, também, o propósito

de popularizar a marca junto aos consumidores e aumentar as vendas do vinho ao longo do ano.

Apropria-se tal custo como:

ji

anoji VR

Q

CTFECMFE (3.33)

em que CMFEji é o custo médio com feiras apropriados pela j-esima subcategoria de vinho da i-

ésima categoria de vinho; anoCTFE é o custo total com esse item incorrido pela empresa no ano.;

Q e VRji como definidos anteriormente.

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- Associações:

Normalmente, a vinícola participa de uma ou mais associações, seja de classe, ou de

caráter territorial cujas finalidades podem ser de reivindicação e posicionamento político no que

tange as questões do setor vinícola, como também podem se prestar para ações mais econômicas,

como compras conjunta de insumos e/ou administração de Indicações de Procedências (IPs). O

custo com essas anuidades é rateado pelo volume produzido pela vinícola como segue:

ji

anoji VR

Q

CTACMA (3.34)

em que CMAji é o custo médio com associações apropriados pela j-esima subcategoria de vinho

da i-ésima categoria de vinho; anoCTA é o custo total com as anuidades incorrido pela empresa no

ano; Q e VRji como definidos anteriormente.

44) Seguros:

São gastos realizados pela vinícola para minimizar riscos de perdas em decorrência de

incêndio, acidentes de trabalho, furtos e acidentes de trânsito, seguro de máquina, equipamentos e

instalações. Esse custo pode ser apropriados como:

jiano

ji VRQ

CSEGCSEG (3.35)

em que CSEGji é o custo médio com seguro desagregado pela j-esima subcategoria de vinho da i-

ésima categoria de vinho; anoCSEG é o custo total com esse item incorrido pela empresa no ano.

3.4 Metodologia de apuração dos custos médios de produção do vinho

De posse das informações dos custos de produção das vinícolas entrevistadas, é possível

calcular o custo médio de produção para a j-ésima subcategoria pertencente a i-ésima categoria de

vinho. Isso é feito separando da amostra todas as vinícolas que produzem o vinho categoria i

estratificado em subcategorias j. Então, o custo médio de produção do vinho da subcategoria j na

categoria i, resulta da média aritmética dos custos de produção de todas as vinícolas que

pertençam a este grupo. No entanto, se espera – com base no conhecimento dos autores sobre

como o setor é estruturado – que a quantidade produzida do vinho ji varie muito de vinícola para

vinícola. Dessa forma, o custo médio desse vinho é ponderado pela produção média de cada

vinícola. Essa ponderação se faz necessária não “porque” se pressupõe que a escala reduza os

custos, mas porque se pressupõe que a escala afeta os custos. imagine que se ingressasse em

deseconomias de escala. a ponderação seria igualmente necessária. Isso ocorre porque os custos

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fixos são diluídos mais rapidamente no processo de produção e, parte dos insumos variáveis tende

a se tornar mais produtivo.

Com isso, se chega aos custos médios de produção do grupo ji como especificado através

da equação a seguir:

ji

v

ji

jiQ

CT

CME

59

1 (3.36)

em que CMEji é o custo médio do vinho ji; jiQ é o volume de produção do vinho tipo ji da v-

ésima vinícola pertencentes ao grupo ji; jiCT é o custo de produção do vinho tipo ji da v-ésima

vinícola pertencentes ao grupo ji; n é o número de vinícolas que produz o vinho tipo ji.

3.5 Estimativa do faturamento do setor vinícola do Rio Grande do Sul

Considerando que a amostra realizada seja representativa do setor, então, a partir das 59

entrevistas, pode-se estimar o faturamento do setor vinícola do Rio Grande do Sul, já que existem

informações oficiais acerca do volume de produção em litros comercializado para os vinhos de

mesa, fino e espumantes para a população7 da vinícolas do Rio Grande do Sul – 2004 até 2008,

mas sem estratificação do produto por categorias e subcategorias. Como esse dado é relevante

para o cálculo do faturamento do setor propõe-se calculá-lo a partir de informações obtidas na

amostra.

Assim, o faturamento do setor segue os passos abaixo descritos:

i) O cálculo do preço médio do vinho ji nas 59 vinícolas pesquisada é resultante do faturamento

amostral do vinho ji dividido pela quantidade amostral de vinho ji. Formalmente:

Aji

AjiA

ji

Q

RP (3.38)

onde, A

jiP é a preço médio amostra do vinho ji;A

jiR é a receita total com o vinho ji para cada uma

das vinícolas da amostra; A

jiQ é a quantidade total amostral de vinho ji produzido por cada

vinícola da amostra; O sobrescrito A indica dados amostrais e o subescrito ji o tipo de vinho.

ii) Obtém-se o coeficiente de participação amostral de cada categoria i na subcategoria j da

seguinte forma:

7 Ao todo essa população é composta por 660 empresas.

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27

Ai

AjiA

jiQ

QCP

(3.39)

onde, A

jiCP é o coeficiente de participação em termos amostrais de cada categoria i na sub-

categoria j; A

iQ é a quantidade produzida da categoria i na amostra.

iii) Tendo a média de produção de vinhos de mesa e fino para cada uma das vinícolas da

população (N) no período de 2004 a 2008, procede-se o somatório das mesmas, o qual pode ser

obtido como segue:

iii.1) Volume médio de vinho de mesa comercializado para a v-ézima vinícola:

t

VM

VM v

vt

v

660

1 (3.40)

onde: vVM é o volume médio de vinho de mesa comercializado pela vinícola v ao longo do

período de 2004 a 2008; v representa cada uma das 660 vinícolas que compõe a população; t

representa o numero de anos da série temporal compreendida entre 2004 a 2008;

iii.2) Volume médio de vinho fino comercializado para a v-ézima vinícola:

t

VF

VF v

vt

v

660

1

(3.41)

onde, vVF é o volume médio de vinho fino comercializado pela vinícolav v ao longo do período

de 2004 a 2008;

iii.3) Volume geral de vinho de mesa comercializado:

vVMVM (3.42)

onde:

VM é a soma das médias comercializadas de vinhos de mesa pelas v-ésimas vinícolas;

iii.4) Volume geral de vinho fino comercializado:

vVFVF (3.43)

onde:

CF é a soma das médias de vinhos finos comercializadas pelas v-ésimas vinícolas;

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28

iv) Tendo o total comercializado de vinhos de mesa e finos, pode-se calcular o faturamento do

setor, dado por:

jijijiji PCPVFPCPVMFS .... (3.44)

Onde,

FS é a faturamento estimado do setor vinícola do Rio Grande do Sul, sendo esse a proxy do valor

bruto da produção do setor.

3.6 Estimativa do faturamento das vinícolas

Pode-se chegar ao faturamento de cada uma das vinícolas, recorrendo-se as equações (3.38) a

(3.38) e reespecificando a equação (3.44):

jijizjijiz PCPCFPCPCMFZ .... (3.45)

onde: FZ é o faturamento total da vinícola pesquisada

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Considerações gerais sobre a amostra coletada

Conforme ressaltado na Seção 3, Foram entrevistadas 59 vinícolas de diferentes

dimensões. O tamanho da vinícola determinou o tempo despendido na aplicação dos instrumentos

de coleta de informações. O tempo de duração média de cada entrevista foi de 4 horas, chegando

a 8 horas no caso das grandes vinícolas. O período de coleta de dados foi de junho de 2009 a

janeiro de 2010. Esse período foi marcadamente adverso para o setor vinícola gaúcho, pois,

segundo dados do IBRAVIN, havia 400 milhões de litros de vinho estocados nas vinícolas,

corresponde a uma safra de vinho. Isso, em parte, ajuda a explicar ociosidade do capital retratada

na próxima seção, somando-se a isso a oferta de vinhos importados sejam eles legais e/ou

contrabadeados.

Cabe ressaltar, que não se sabia a priori a classificação quanto ao tamanho das vinícolas,

o que só foi feito após o término da pesquisa e a consolidação dos dados coletados. Além disso,

com base nas informações oficiais (IBRAVIN), há sete vinícola de grande porte no Rio Grande

do Sul, segundo a classificação detalhada anteriormente. Sendo assim, de forma aleatória foram

selecionadas três dessas vinícolas, sendo duas delas cooperativas e uma não cooperativa. O foco

da produção dessas empresas foi distinto, uma vez que as cooperativas processavam grandes

quantidades de vinho a granel, mais de 75,48% da produção, a outra empresa não produzia esse

tipo de vinho.

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29

Os levantamentos foram realizados tomando por base (2008/2009) o último ano, pois

afora as vinícolas mais estruturadas, as escriturações contábeis são realizadas em cadernetas de

anotações. Desta forma, trabalhar com um ano próximo é mais factível pela pronta e precisa

disponibilidade de informações. O ano da coleta não foi atípico, quanto às condições

meteorológicas, diferentemente do ano (2004/2005) que houve período de seca.

Dessa forma, pode-se constatar que um número significativo de vinícolas pesquisadas não

faz o tratamento adequado dos seus custos de produção nos moldes que recomenda a teoria

econômica e procedimentos contábeis. Isso implica em, muitas vezes, desconhecimento por parte

do vinicultor o quanto efetivamente está se gastando para se produzir um determinado tipo de

vinho.

4.2 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA

4.2.1 Identificação das vinícolas por tamanho

A primeira coluna da Tabela 4.1 apresenta a classificação das vinícolas por tamanho,

conforme destacado na Seção 3.1. Na segunda coluna dessa tabela tem-se o número de vinícolas

que compõe cada uma das classificações das vinícolas por tamanho. Cabe destacar que esse

número é calculado a partir da equação (3.45), já que essa informação não se encontrava

disponível em nenhuma fonte pesquisada.

Tabela 4.1 Classificação por tamanho e identificação da capacidade ociosa das vinícolas

Classificação

Número de vinícolas n

população*

(N)

Em

(%)

Número de

vinícolas na

amostra

(n)

Em

(%)

Capacidade ociosa

Em termos (%)

Micro 603 91,36 43 72,88 79,01

Pequena 41 6,21 10 16,95 51,14

Média 9 1,36 3 5,08 70,04

Grande 7 1,06 3 5,08 25,43

Total 660 100 59 100 50,25

Fonte: Elaborada pelos autores.

*Utilizando-se da Equação (3.45)

Conforme se pode visualizar na tabela acima, 91,36% das vinícolas gaúchas enquadram-se

na categoria de micro empresa. Isso indica que os faturamentos das mesmas, de acordo com as

estimativas realizadas, não ultrapassam os R$ 2,4 milhões ao ano. Isso permite caracterizar o

setor com forte predominância de microempresas.

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30

Quando se compara os dados amostrais com os da amostra verifica-se que do total das 59

vinícolas pesquisadas 43 delas foram enquadradas como micro, em termos percentuais essa

proporção representa 72,88% da amostra. Neste caso, a amostra distancia-se da população em,

aproximadamente, 20%. Cabe ressaltar o porquê desse viés: dado a não existência de informações

a priori do faturamento de cada vinícola da população recorreu-se aos dados amostrais para

definição de coeficientes, já ressaltados anteriormente, os quais possibilitaram estimar o

faturamento de cada vinícola e seu posterior enquadramento em categorias. Portanto, a variável

de controle que seria o faturamento das vinícolas só se viabilizou porque havia informações

amostrais.

A Tabela 4.1 revela, também, que o maior nível de capacidade ociosa está nas pequenas e

médias vinícolas, com 79% e 70%, respectivamente. No entanto, segundo as informações obtidas

juntos aos vinicultores e enólogos, no momento das entrevistas, existe um nível de ociosidade

técnica estimada em 10%, mantida com o intuito de se efetuarem operações, como a

movimentação de produto dentro da própria vinícola (trasfega). Se for deduzida da capacidade

ociosa média, essa ociosidade técnica chega-se a um nível de ociosidade geral do estoque de

capital de, aproximadamente, 40%.

O alto nível de ociosidade de estoque de capital no setor como um todo pode estar

associado a pelo menos a três motivos: i) o nível de capacidade potencial é estimada pelo

entrevistado superestimando ou subestimando a mesma, de acordo com convenções sociais; ii) o

setor é estruturalmente sazonal e como no ano de 2009 foi de crise no setor, afetando essas

empresas de forma mais decisiva; iii) há limitações em utilizar o estoque de capital em outras

alternativas econômicamente viável; iv) superdimensionamento da estrutura produtiva.

4.2.2 As categorias e subcategorias de vinhos produzidos.

Definida a vinícola a ser entrevistada, não se sabia de ante mão quais as categorias e

subcategorias de vinhos a mesma produzia. Sendo assim, o perfil da produção só se tornou

conhecido a posteriori. Com o intuito de apresentar o padrão da diversificação do processo

produtivo das vinícolas entrevistadas consolidou-se a Tabela 4.2.

Tabela 4.2 – Identificação das categorias e subcategorias dos vinhos produzidos pelas

vinícolas pesquisadas

Categorias Subcategorias

Número de

empresas

entrevistadas

Número de empresas

entrevistadas em (%)

Ícone Garrafa de 0,75 l. 8 13,56

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Ultra Premium Garrafa de 0,75 l. 9 15,25

Super Premium Garrafa de 0,75 l. 12 20,34

Premium Garrafa de 0,75 l. 19 32,20

Básico Luxo Garrafa de 0,75 l. 25 42,37

Básico Semi-luxo Garrafa de 0,75 l. 18 30,51

Demais Básico Semi-

luxo Garrafão 4,6 l., PET 2 l., bag-in-box de 3l. e 5 l., 19 32,20

Charmat Garrafa de 0,75 l. 17 28,81

Asti Garrafa de 0,75 l. 18 30,51

Champenoise Garrafa de 0,75 l. 13 22,03

Filtrado Doce Garrafa de 0,75 l. 3 5,08

Básico Popular

Garrafão de 4,6 l., garrafas de 2 l., garrafa de 0,75

l., garrafa PET 1 l., garrafa PET 1,5l. e garrafa

PET 2 l.

46 77,97

A granel 23 38,98

Fonte: elaborados pelos autores.

Na terceira coluna da tabela supra citada apresenta-se o número de empresas entrevistadas

por subcategoria de vinho. Assim, das 59 vinícolas da amostra, em 46 delas se produz o tipo

Básico Popular, em 25 delas o Básico Luxo e em 51 vinícolas algum tipo de espumante, com

forte predomínio das categorias Asti e Charmat. A categoria Filtrado Doce aparecem em apenas 3

empresas mais com grande volume de produção, conforme é mostrado a seguir.

Na Tabela 4.2 pode-se verificar que cerca de 80% das vinícolas produz alguma

subcategoria de vinho básico popular. Entre as subcategorias constata-se que são produzidos sete

tipos de Básico Popular, variando de garrafas de 0,75 l. ao vinho a granel. Com relação a esse

último, se trata de um produto de pouca agregação de valor e que é revendido às outras empresas

para servir de matéria-prima no preparo do próprio vinho de mesa e de bebidas derivadas do

vinho como coquetéis e sangrias. Nesse caso, verifica-se que 40% das vinícolas produzem esse

tipo de o vinho.

De acordo com a Tabela 4.2 verifica-se, também, que para o caso das categorias

intermediárias 42% das vinícolas produz a Básico Luxo e mais de 30% produz algum tipo de

Semi-luxo. Assim, há forte predominância no setor vinícola gaúcho dos vinhos básicos populares

(a granel ou engarrafados) e viníferas, Básicos Semi-Luxo e Luxo. No entanto, nota-se que as

vinícolas especializadas nas categorias de vinho consideradas top of line se reduz

substancialmente, e essa tendência vai se acentuando à medida que vai se aproximando do topo da

pirâmide, já que a pesquisa revelou que cerca de 20% das vinícolas entrevistadas produz o vinho

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Super-Premium esse número se reduz para 15,25% e 13,15% para as subcategorias Ultra-

Premium e Ícone, respectivamente.

Em termos dos vinhos das categorias superiores, como os três da Premium e mais o Ícone

é perceptível a redução do número de vinícolas especializada na produção dos mesmos, exceto

para o caso da subcategoria espumante, a qual é analisada com mais propriedade logo a seguir. O

leitor pode visualizar que apenas 13,56% das empresas da amostra produz o vinho Ícone e a

medida que se afasta do topo da pirâmide o número de vinícolas tende a aumentar para as demais

subcategorias de vinho (Tabela 4.2).

Pode-se explicar o fenômeno supra destacado por três ângulos:

Primeiro, o mercado consumidor brasileiro é fortemente concentrado em vinhos de mesa

de baixo preço. O mercado interno para vinhos de alta agregação de valor é muito restrito8, o que,

por sua vez, pode sofrer mudança no médio prazo por aumento na renda média das famílias.

Segundo, os vinhos mais “nobres” exigem maiores gastos com a uva; com rótulos, rolhas,

na cura ou envelhecimento do vinho, entre outras, requerendo, por parte do vinicultor, além de

mais dispêndio no processo de produção maior nível de amortização de investimento.

Terceiro, a concentração desse setor nos mercados de vinhos mais populares, se deve à

maior oferta interna histórica da matéria-prima básica, as uvas americanas e hibridas.

Uma outra informação relevante da Tabela 4.2 diz respeito ao segmento dos espumantes

(Charmat, Asti, Champenoise) e frisantes (Filtrado Doce). Esses produtos estão presentes em

cerca de 30% das vinícolas entrevistadas, incidência muito parecida à verificada com os vinhos

intermediários, como os que se enquadram na categoria luxo. Cabe destacar, que os espumantes

Asti e Charmat são os principais do segmento, pois, representam 30,51% e 28,81%,

respectivamente das empresas amostradas. Um fato curioso se refere ao número reduzido de

vinícolas que produzem o Filtrado Doce, o tipo de frisante mais popular ofertado no mercado,

dado o seu preço competitivo e a necessidade de grandes estruturas de varejo para a sua

comercialização.

4.2.3 Estratificação da produção por categorias de vinho

Os resultados discutidos na subseção anterior podem ser analisados, também, sob o ponto

de vista da produção. A Tabela 4.3 revela que foram produzidos cerca de 98 milhões de litros de

vinho pelas vinícolas pesquisadas no ano safra da amostra. Desse total, aproximadamente, 69

milhões de litros é do tipo Básico Popular a Granel, o que representa perto de 70% de todo o

8 Para maior aprofundamento do tema ver Loiva (GLAUCIA COMPLETAR),

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vinho produzido pelas vinícolas amostradas, sendo que 30 milhões de litros foram engarrafados,

ou 30% do volume de produção.

Do total de vinho engarrafado, cerca de 68% é embalado em uma das seis subcategorias

do Básico Popular, sendo o restante viníferas em uma das dez subcategorias mais o Filtrado Doce.

O vinho Filtrado Doce com 7% de participação na produção revela um dado curioso, pois,

conforme discutido anteriormente, na amostra selecionada se tem um número reduzido de

vinícolas que produz essa categoria de vinho, mas o volume de produção conjunta dessas superam

os 2 milhões de litros, ou em média 704 mil litros por vinícola. Esse volume médio de produção é

bem superior ao grupo de vinícolas que se destinam a produzir o Básico Popular, cuja média se

situa em 437 mil litros, conforme a Tabela 4.3.

Tabela 4.3 - Volume médio e total de produção de vinho de cada categoria e subcategoria de

vinho

Categorias Produção total

Em (litros)

Média por Vinícola

Produtora

Em (litros)

Participação

Engarrafados

Em (%)

Participação

no Total

Em (%)

Ícone 81.370,00 10.171,25 0,2755 0,0828

Ultra Premium 102.333,00 11,370,33 0,3464 0,1041

Super Premium 282.055,00 23,504,58 0,9548 0,2869

Premium 1,044.026,00 54.948,74 3,5343 1,0618

Básico Luxo 1.672.606,60 59.735,95 5,6622 1,7010

Básico Semi-Luxo 1.093.590,50 43.743,62 3,7021 1,1122

Charmat 1.407.211,00 82.777,12 4,7637 1,4311

Asti 1.285.057,50 71.392,08 4,3502 1,3069

Champenoise 346.357,00 26.642,85 1,1725 0,3522

Filtrado Doce 2.113.076,30 704.358,77 7,1533 2,1490

Básico Popular 20.112.339,70 437.224,78 68,0851 20.4543

Básico Popular Granel 68.787.937,30 2.990.779,88 - 69,9577

Produção Total engarrafados 29.540.022,60

Produção Total 98.327.959,90

Fonte: Elaboração própria.

Em geral, os dados da Tabela 4.3 revelam com mais propriedade o perfil da produção do

setor vinícola do Rio Grande do Sul. Ao agregar os volumes produzidos das subcategorias Básico

Popular nota-se que esses representam mais de 90% da produção gaúcha de vinho na amostra

selecionada. As subcategorias dos espumantes e frisantes em torno de 5% no total, ou 17,44% no

total engarrafados. Os vinhos intermediários – categorias Básico Luxo e Semi-luxo – em torno de

3% no total produzido, ou cerca de 9% no total engarrafados. Em termos relativos vê-se a pouca

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expressividade, em termos de produção dos vinhos do topo da pirâmide, os quais não chegam a

representar 0,5% no total da produção, ou pouco mais de 1,5% nos engarrafados.

Olhando somente os dados da Tabela 4.3 de forma precipitada poder-se-ia concluir que as

três categorias dos vinhos Premium (Ultra Premium, Super Premium e Premium) e a Ícone tem

pouquíssima relevância econômica para o setor vinícola do Rio Grande do Sul. Contudo,

conforme é mostrado na subseção seguinte esses vinhos têm alta agregação de valor, pois

atendem fatias específicas do mercado com consumidores com rendas altas e que exigem vinhos

mais sofisticados, tanto em termos da qualidade do vinho quanto da forma de apresentação dos

mesmos como embalagens, rolhas, condicionamento entre outros e, que por essa razão estão

dispostos a pagar preços diferenciados por tais produtos.

4.2.4 Preços de comercialização por categoria e subcategoria de vinho

Uma das perguntas presentes no questionário era por quanto foi vendido, em média, as

subcategorias de vinhos produzidos na vinícola. Os desvio-padrão, preços mínimos, médios,

máximos de comercialização estão apresentados na Tabela 4.4.

Tabela 4.4 – Preços das subcategorias de vinho na região de abrangência da pesquisa

Categorias/Subcategorias Desvio-padrão

(D)

PMin

Observado

PMédio

Observado

PMáx

Observado

Ícone em garrafa de de 0,75 l. 10,03 29,00 41,10 53,81

Ultra Premium em garrafa de de 0,75 l. 6,82 13,00 24,00 35,00

Super Premium em garrafa de de 0,75 l. 1,28 20,00 22,00 24,00

Premium em garrafa de de 0,75 l. 4,86 7,36 15,18 23,00

Básico Luxo em garrafa de 0,75 l. 1,79 17,00 20,50 24,00

Básico Luxo-em garrafa 0,75 l Branco 3,56 4,00 10,50 17,00

Básico Semi-Luxo em garrafa 0,75 l. 3,28 4,50 9,75 15,00

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 3 l. 5,49 18,00 24,91 31,81

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 5 l 8,08 19,00 33,68 48,35

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 3 l Branco 4,72 12,00 17,50 23,00

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box de 5 l Branco 9,13 15,00 25,00 35,00

Básico Popular em Garrafão de 4,6 l 2,90 7,00 12,50 18,00

Básico Popular em Garrafas PET 2l 2,06 3,20 6,12 9,03

Básico Popular em Garrafa de 0,75 l 1,02 2,72 4,58 6,44

Básico Popular em Garrafa PET 1,5 l 0,92 3,00 4,54 6,08

Básico Popular em Bag-in-box de 5 l 7,08 12,50 22,00 31,50

Básico Popular a Granel 0,16 0,53 0,85 1,20

Espumante Charmat 0,75 l 2,16 8,17 12,59 17,00

Espumante Asti 0,75 l 1,66 10,17 13,09 16,00

Espumante Champenoise 0,75 l 5,18 15,00 23,75 32,50

Filtrado Doce 0,66 l 0,36 3,17 3,49 3,80

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Tabela acima revela que o vinho Básico Popular a Granel foi comercializado a menos

de R$1,00 o litro, como esse tipo de vinho representa a maior parcela do vinho produzido pelas

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vinícolas pesquisadas, então, pode-se dizer que apesar dos 100 milhões de litros de vinho

produzidos, houve pouca agregação de valor ao produto final. Pelas características inerentes ao

vinho à Granel, nota-se que não há alteração substancial dos preços de comercialização do

mesmo, entre as vinícolas amostradas, já que o desvio-padrão dos preços é de R$0,06.

Na categoria Básico Popular engarrafado nota-se oscilações de preços bem mais

marcantes, se comparado ao Granel. Por exemplo, o Básico Popular Bag-in-box de 5 litros foi

vendido em média por R$ 22,00, mas pode ser encontrado a venda por um preço mínimo de R$

12,50 e o máximo de R$ 31,50, resultando em um desvio-padrão de R$7,08 – o maior verificado

nessa categoria.

Com relação ao vinho Básico Popular Garrafão de 4,6 l. verifica-se que o mesmo foi

comercializado, em média, por R$ 12,50 a unidade, mas foi encontrado, também, por preços que

variam de no mínimo de R$ 7,00 ao máximo de R$ 18,00 a unidade. Essa substancial diferença de

preços de comercialização resulta no segundo maior desvio padrão (R$2,9) dessa categoria de

vinho.

Esse padrão de forte oscilação nos preços foi, também, verificado em outras categorias,

como a Básico Luxo, Premium e Ícone. Nota-se que para a categoria Básico Semi-Luxo

predomina altos desvios-padrão nos preços, sendo que o menor desvio é o da subcategoria Básico

Semi-Luxo 0,75 l, com desvio-padrão igual a R$3,28. No entanto, para o caso da Básico Semi-

Luxo Bag-in-box de 5 l Branco o preço médio observado é de R$ 25,00, mas em algumas

vinícolas esse vinho chegou a ser comercializado por de R$ 15,00 e em outras por R$ 35,00, o

que gerou um desvio-padrão de R$9,13, o segundo maior desvio entre todas as subcategorias

analisadas (Tabela 4.4).

A categoria/subcategorias Ícone é que apresentou o maior desvio-padrão nos preços de

R$10,03. As oito vinícolas entrevistadas que produziam esse tipo de vinho (Tabela 4.2),

venderam-no, em média, por R$ 41,00, tendo uma variação de R$ 29,00 a R$ 53,81. O grande

diferencial de preço dessa subcategoria de vinho tem relação estreita com os custos de alguns

insumos diferenciados como (rolhas, garrafas, rótulos, embalagens entre outros) e com o trabalho

de marketing realizado pelas empresas responsável pelo posicionamento do produto no mercado.

No que diz respeito à matéria-prima uva não se verificou significativas variações de preços que

possam justificar diferenciação de qualidade por trás das disparidades de preços.

4.2.5 Estoque de capital das vinícolas pesquisadas

As dimensões das vinícolas, em termos do capital total amortizado, estão retratadas na

Tabela 4.5. Visualiza-se certa proporção de recursos que as vinícolas, em média, amortizaram em

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máquinas e equipamentos e prédios. A distribuição mais eqüitativa do capital foi verificada no

caso das grandes vinícolas que dos R$ 30 milhões do capital amortizado em torno de R$ 15

milhões estão empregados em máquinas e equipamentos e o restante na infra-estrutura de prédios.

Essa distribuição está de certa forma presente nas pequenas e micros vinícolas. Contudo, no caso

das micro há maior amortização em máquinas e equipamentos – conforme esperado – já que

esses acabam sendo superestimados nessas empresas devido à sua escala de produção. Isso é, a

falta no mercado de máquinas e equipamentos mais apropriados aos níveis de produção dessas

vinícolas levam-nas a adquirir esses bens com capacidade de produção muito superior à sua

própria capacidade de processamento ao longo do ano.

O problema de se ter estoque de capital superdimensionado na empresa é que a

depreciação desse é um dos elementos dos custos de produção. Nesse sentido, há perda de

competitividade por parte dessas empresas no mercado.

GLAUCIA COLOCAR NOTA DE RODAPÉ

Tabela 4.5 – Estimativas do estoque de capital das vinícolas classificadas por tamanho

Dimensão

Média de máquinas e

equipamentos

(Em R$)

Média de máquinas e

equipamentos

(Em %)

Média de

prédios

(Em R$)

Média de

prédios

(Em %)

Total do estoque de

capital

(Em R$)

Grande 15.137.700,00 50,85 14.631.003,33 49,15 29.768.703,33

Média 4.690.432,02 41,62 6.856.003,3 59,37 11.546.435,35

Pequena 1.462.248,74 51,78 1.361.767,8 48,22 2.824.016,57

Micro 673.887,24 55,48 540.788,13 44,52 1.214.675,37

Fonte: Compilação própria.

Uma informação interessante, que merece ser analisada é o caso das médias vinícolas, em

que, aproximadamente, 60% do capital foram amortizados em prédios. É possível que esse

fenômeno esteja ocorrendo, dado a própria expansão não planejada das vinícolas, levando ao

superdimensionamento da estrutura civil.

Com relação a diferença de tamanho das vinícolas, Tabela 4.5, vê-se que o estoque de

capital estimado médio das grandes vinícolas é de R$ 30 milhões. Esse número é cerca de 25

vezes superior ao da micro vinícolas e quase 3 vezes maior que as médias vinícolas. Na seção

4.10 faz-se uma análise comparativa da estrutura patrimonial com a produção efetivas dessas

empresas.

De qualquer forma, independente do tamanho das vinícolas os investimentos imobilizados

em prédios, máquinas e equipamentos é muito alto. Por exemplo, no caso de uma micro vinícola,

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exige-se um aporte de capital médio estimado em R$ 1,2 milhões, esse número atinge a cifra de

R$ 11,5 milhões e de R$ 30 milhões, quando se trata, respectivamente, de médias e grandes

empresas (Tabela 4.5).

4.2.6 Consolidação dos custos de produção para subcategorias e categorias de vinho

As informações sobre custos mínimos, médios e máximos de produção de todas as

subcategorias de vinho pesquisadas estão disponibilizadas na Tabela 4.6.

Tabela 4.6 – Custos médios de produção das subcategorias de vinho pesquisados

Subcategorias Custo mínimo Custo médio Custo máximo

Desvio-padrão (R$) (R$) (R$)

Ícone em garrafa de de 0,75 l. 7,28 15,58 30,06 7,15

Ultra Premium em garrafa de de 0,75 l. 4,14 6,95 17,59 4,28

Super Premium em garrafa de de 0,75 l. 4,27 8,73 16,71 4,50

Premium em garrafa de de 0,75 l. 3,48 5,43 14,28 2,31

Básico Luxo em garrafa de 0,75 l. 1,75 5,83 13,95 2,91

Básico Luxo-em garrafa 0,75 l Branco 3,92 6,36 8,56 2,32

Básico Semi-Luxo em garrafa 0,75 l. 2,62 4,64 13,22 2,50

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 3 l. 7,63 16,43 26,13 7,08

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 5 l 7,99 19,29 41,42 9,61

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 3 l Branco 7,13 18,05 25,20 7,13

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box de 5 l Branco 9,50 20,44 28,95 8,20

Básico Popular em Garrafão de 4,6 l 5,30 10,70 28,01 5,42

Básico Popular em Garrafas PET 2l. 2,36 4,36 10,43 2,11

Básico Popular em Garrafa de 0,75 l 1,66 2,61 5,35 0,83

Básico Popular em Garrafa PET 1,5 l 2,04 2,70 3,94 0,63

Básico Popular em Bag-in-box de 5 l. 7,31 15,55 23,43 6,40

Básico Popular a Granel 0,64 1,33 1,91 0,36

Espumante Charmat 0,75 l 3,47 7,00 13,55 2,47

Espumante Asti 0,75 l 3,16 7,25 14,99 2,93

Espumante Champenoise 0,75 l 5,64 10,79 16,47 3,57

Filtrado Doce 0,66 l 2,26 3,40 5,60 1,90

Fonte: Elaboração própria.

Uma informação interessante da Tabela 4.6 é a pouca variabilidade de custos de produção

– com desvio padrão inferior a um – de algumas subcategorias de vinho, como é o caso do Básico

Popular em Garrafa PET 1,5 l, cujo desvio-padrão é de R$ 0,63; Básico Popular em Garrafa de

0,75 l. com desvio-padrão de R$ 0,83, Básico Popular a Granel com R$ 0,36. Isso ocorre em

razão desses produtos serem ofertadados em mercados populares já consolidados. Dessa forma, as

vinícolas procuram estruturar seus custos para serem compatível com o preço do vinho já

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determinado. Por outro lado as demais subcategorias carcterizam-se por buscarem algum tipo de

diferenciação, o que implica em estruturas de custos diferenciadas, de forma a conferir a estas

subcategorias características implícitas que possibilitem a conquista de mercados específicos, o

que resulta em diferenças significativas custos (desvio-padão), como por exemplo o ícone que em

uma vinícola teve um custo de R$ 7,28 e em outra vinícola de R$ 30,06. resultando em um

desvio-padrão de R$ 7,15.

4.2.7 Margem líquida por subcategoria de vinho

A tabela a seguir apresenta a margem líquida das subcategorias de vinho, que consiste no

preço médio de venda (Tabela 4.4) deduzido dos custos médios de produção (Tabela 4.6),

incluindo-se nesses os custos variáveis, e a sua respectiva proporção dos custos fixos. Trata-se de

um indicador de lucratividade entre as subcategorias.

Conforme se pode observar na Tabela 4.7, as quatro maiores margem se encontram nas

categorias Ícone, Ultra Premium, Básico Luxo em garrafa de 0,75 l. e o Básico Semi-Luxo bag-

in-box de 5. Por outro lado, as subcategorias que apresentaram margens negativas foram Básico

Semi-Luxo Bag-in-Box de 3 l. branco, Básico Popular a Granel e Filtrado Doce.

Tabela 4.7 – Apuração da margem líquida das subcategorias de vinhos pesquisados

Categorias/Subcategorias Margem líquida em (R$)

Ícone em garrafa de de 0,75 l. 25,52

Ultra Premium em garrafa de de 0,75 l. 17,05

Super Premium em garrafa de de 0,75 l. 13,27

Premium em garrafa de de 0,75 l. 9,75

Básico Luxo em garrafa de 0,75 l. 14,67

Básico Luxo-em garrafa 0,75 l Branco 4,14

Básico Semi-Luxo em garrafa 0,75 l. 5,11

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 3 l. 8,48

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 5 l 14,39

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box 3 l Branco -0,55

Básico Semi-Luxo em Bag-in-box de 5 l Branco 4,56

Básico Popular em Garrafão de 4,6 l 1,80

Básico Popular em Garrafas PET 2l 1,76

Básico Popular em Garrafa de 0,75 l 1,97

Básico Popular em Garrafa PET 1,5 l 1,84

Básico Popular em Bag-in-box de 5 l 6,45

Básico Popular a Granel -0,50

Espumante Charmat 0,75 l 5,59

Espumante Asti 0,75 l 5,84

Espumante Champenoise 0,75 l 12,96

Filtrado Doce 0,66 l 0,09

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cabe ressaltar, que embora ocorram prejuízos no processo de comercialização das

subcategorias supracitadas, é importante ressaltar que não há como produzir apenas os vinhos que

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geram mais lucro. Primeiro, devido a insuficiência de mercado para essas categorias de vinho e,

segundo há necessidade de amortizar elevados custos fixos presentes nas vinícolas. Assim, esses

vinhos são responsáveis pelo carregamento de grande parte dos custos fixos da vinícola, o que

torna racional a continuidade da produção, com vistas a deprimir a capacidade ociosa e manter a

sanidade econômica e financeira da empresa. Entretanto, há que se refletir sobre posicionamento

estratégico deste produto dentro da vinícola, visando reverter essa situação desfavorável.

4.2.8 Análise operacional do setor vinícola gaúcho

Os coeficientes operacionais apresentados na Tabela 4.8 têm por propósito retratar a

eficiência das vinícolas pesquisadas na gestão dos seus recursos. A forma como estão estruturados

tais coeficientes permite comparar os processos de produção das mesmas.

Tabela 4.8 – Coeficientes operacionais das vinícolas amostradas classificadas por tamanho

Razão Tamanho da vinícola (medido pelo faturamento em R$)

Grande Média‡ Pequena Micro

Custo com mão-de-obra(R$)/Custo total da

produção(R$) 0,2147 0,1513 0,1339 0,1259

Custo com mão-de-obra(R$)/valor total da

produção(R$) 0,2116 0,0836 0,0914 0,0964

Valor da produção de vinho (R$)/estoque de capital

(R$) 1,3795 1,1940 1,7023 0,7977

Custo com a uva(R$)/Custo total de produção(R$) 0,2835 0,3084 0,4246 0,4410

Fonte: Elaboração própria. ‡

Cabe ressaltar que na amostra selecionada, nenhuma das vinícolas classificadas como média produzia o vinho

Básico Popular a Granel.

O primeiro coeficiente calculado, segunda linha da Tabela 4.8, retrata o quanto representa

os gastos das vinícolas com a mão-de-obra no custo total de produção. Quanto mais elevado for

essa razão, maior o peso desse insumo no custo total. Pode-se vislumbrar que o gasto relativo com

a mão-de-obra não variou muito entre as vinícolas, exceto para o caso da Grande, que teve um

dispêncio maior com tal insumo.

Essas informações contrariam ao esperado, pois, a priori se acreditava que as grandes

vinícolas fossem mais capital intensivo, e as micro e pequenas tivessem, proporcionalmente, mais

gasto com o trabalho. No entanto, a discrepância nessa razão, pode ser explicada pelo fato de que

nas Micro, Pequenas e Médias vinícolas, boa parte do trabalho seja desempenhado pelo próprio

vinicultor e por seus familiares. Nesse caso, foi solicitado que o entrevistado estimasse a possível

remuneração desse trabalho familiar. Assim, acredita-se que essas horas de trabalho dos próprio

vinicultor e dos seus familiares estejam sub-remunerados, fato esse que é mitidado nas Grandes

pelo rigor da legislação trabalhista. Outro fato que pode ter provocado este viés é a maior

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estrutura burocrática das grande vinícolas, exigindo mais horas de trabalho na parte

administrativa, devido a maior complexidade das suas operações.

A segunda linha retrata a participação do insumo mão-de-obra em relação ao valor total da

produção. Assim, quanto menor a razão maior a capacidade de geração de valor em cima do fator

trabalho, ou mais eficiente é a mão-de-obra da escala produtiva. A interpretação mecânica desse

coeficiente é que, para gerar R$ 1,00 de faturamento bruto, as vinícolas, independentes do

tamanho, gastaram em torno de R$ 0,085 com a mão-de-obra. Isso implica que o custo do fator

trabalho tende a ser relativamente semelhante nos várias escalas de produção, exceto para grande

que essa razão é de R$ 0,21. A explicação para tal discrepância na pode ter a mesma origem do

indicador anterior.

A quarta linha da Tabela 4.8 espelha o que se poderia denominar a “produtividade

financeira do capital”, ou a capacidade que cada unidade de capital tem em gerar receita para a

vinícola. Dessa forma, quanto maior esse coeficiente mais eficiente se apresenta a vinícola em

questão. Conforme essa tabela, a pequena vinícola gera um valor da produção 70% acima dos

custos, a micro 79% e a média 19%, enquanto a grande gera 38% acima dos custos de produção.

Uma outra maneira de interpretar esse coeficiente seria em termos monetários, isto é, para o caso

da pequena vinícola tem-se um de retorno R$ 1,70 de valor da produção para cada unidade de

capital amortizado.

A sexta linha da tabela apura o quanto o principal insumo (uva) representa no custo total

de produção das vinícolas. Desta forma, tem-se que para as grandes vinícolas, o custo dessa

matéria-prima representa 28% do custo total, ao passo que as demais este percentual está entre

30% e 44%. O menor índice verificado nas grandes vinícolas, pode ser atribuído ao maior volume

de uva adquirido por essas grandes vinícolas, ou ao processo de fidelidade dos associados, no

caso das cooperativas.

4.2.8 Avaliação da taxa de conversão da uva em vinho

A tabela a seguir retrata quanto de uva são requeridos para cada litro de vinho produzido.

A taxa de conversão da uva em vinho de mesa é de 1,3, ou seja, para se produzir 1 litro de vinho

de mesa, em média, as vinícolas estão utilizando 1,3 kg. de uva. No presente caso, as pequenas e

as grandes vinícolas foram as mais eficientes, conseguindo produzir 1 litro de vinho a partir de

1,32 kg. e 1,33 kg., respectivamente; ao passo que as micros se apresentaram menos eficientes

processando 1,35 kg. de uva para produzir 1 litro de vinho.

Tabela 4.9 - Taxa de conversão de uva por litro de vinho por tamanho das vinícolas

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Tamanho da Vinícola Vinho de mesa

Taxa de conversão (Em kg.)

Vinho vinífera

Taxa de conversão (Em kg.)

Grande 1,3300 1,3833

Média 1,3467 1,3833

Pequena 1,3150 1,4070

Micro 1,3512 1,4491

Fonte: Elaborada pelos autores.

As diferenças nas taxas não são significativas em pequenos volumes de produção, mas

quando se processa grandes quantidades de uva diferenças nas taxas de conversão tendem afetar a

rentabilidade das empresas. Para ver isso mais claramente considera-se, por exemplo, que fossem

produzidos 10.000 litros de vinho numa grande e numa pequena vinícola. No caso da grande

seriam requisitados 13.300 kg. de uva, mas se essa mesma quantidade fosse produzida numa

micro vinícola deveriam ser processada 13.512 kg. de uva. Isso resulta em 212 kg, ou 159 litros

de vinho. Em termos relativos significa que a micro vinícola teve perda de 1,6% vis-à-vis a

grande.

Contudo, quando se trata de vinho vinífera a diferença na taxa de conversão aumentou

um pouco. Enquanto as médias e grandes vinícolas converteram 1,38 kg. de uva em 1 litro de

vinho, as micros e pequenas conseguiram extrair 1 litro de vinho de 1,45 kg. e 1,41 kg. de uva,

respectivamente. A diferença nas taxas são agora bem mais importante. Retornemos com aquele

volume hipotético de 10.000 litros de vinhos. As grandes e médias iriam utilizar 13.833 kg. de

uva, enquanto as micros e pequenas 14.491 kg. e 14.070 kg. A diferença na taxa implica que as

micros estariam utilizando 658 kg e as pequenas 237 kg de uva a mais que as médias e grandes

para produzir a mesma quantidade de vinho. Nesse caso a perda de eficiência é de cerca de 476

litros de vinho, ou 4,76% para o caso das micros e de 171 litros de vinho, 1,71% para as

pequenas.

4.2.9 Análise dos custos de produção por subcategorias de vinho

A Tabela 4.10 objetiva demonstrar a composição de custos de cada subcategoria de vinho.

Para tanto os custos foram decompostos em suas unidades, a saber: custo com uva (matéria-

prima), vasilhame, rolha, unidade de identificação (rótulo, caixa e capsulas), energia, fretes, mão-

de-obra, outros custos variáveis (produtos enológicos, etc...), material de expediente e outros

custos fixos. Nas colunas ao lado dos respectivos custos de cada subcategoria, tem-se a

participação que cada um desses itens de custo sobre o custo total desta mesma subcategoria.

Tabela 4.10. Participação dos custos dos insumos no custo total por cada subcategoria de

vinho

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Insumos

Categoria/Subcategoria

Ícone Ultra Premium Super Premium Premium Básico luxo

Garrafa

0,75l %T

Garraf

a 0,75l %T

Garrafa

0,75l %T

Garrafa

0,75l %T

Garrafa

0,75l %T

Uva 2,35 14,89 1,29 23,50 1,32 21,52 1,41 30,18 1,44 25.41

Vasilhame 2.79 17,61 0,90 16,31 0,86 13,95 0,82 17,47 0,90 15,90

Rolha 2,41 15,23 0,51 9,30 0,36 5,83 0,30 6,35 0,31 5.41

Rót.+Caixa+Cap. 5.66 35,80 0,52 9,37 0,54 8,85 0,39 8,41 0,44 7,82

Energia 0,39 2,45 0,18 3,34 0,22 3,52 0,12 2,66 0,14 2.53

Fretes 0,15 0,94 0,07 1,23 0,13 2,05 0,13 2,78 0,55 9.63

Salário(M-D-O) 1.42 8,95 0,78 14,12 1,07 17,49 0,72 15,39 1,34 23,66

O.C. Variáveis 0.29 1,86 0,77 13,98 0,94 15,27 0,41 8,85 0,15 2,69

Materiais de expediente 0.05 0,31 0,13 2,29 0,31 5,00 0,09 1,97 0,07 1,26

O.C. Fixos 0.31 1,97 0,36 6,56 0,40 6,51 0,28 5,95 0,32 5,69

Custo médio unitário 15,82 100,00 5,50 100 6,13 100 4,68 100 5,68 100

Insumos

Categoria/Subcategoria

Básico Semi-luxo

Básico Semi-luxo Básico Semi-luxo Básico Popular Básico Popular

Garrafa

0,75l %T

Bag-in-

box 3 l %T

Bag-in-box

5 l %T

Garrafa

0,75l %T

Garrafão

4,6 l %T

Uva 1,13 38,26 3,77 27,90 6,08 31,11 0,71 31,22 2,72 34.45

Vasilhame 0.71 23,94 3,52 26,07 3,98 20,36 0,52 23,02 1,89 23,94

Rolha 0,09 2,94 - - - - 0,06 2,79 0,08 1.07

Rót.+Caixa+Cáp. 0.16 5,32 0,33 2,47 0,54 2,75 0,14 6,22 0,44 5,59

Energia 0,04 1,48 0,12 0,89 0,16 0,83 0,07 3,25 0,11 1.36

Fretes 0,09 3,01 0,55 4,09 1,28 6,57 0,08 3,42 0,54 6.86

Salário(M-D-O) 0,36 12,31 2,69 19,94 4,36 22,30 0,36 16,09 1,36 17,20

O.C. Variáveis 0,03 1,08 0,95 7,02 0,87 4,43 0,04 1,78 0,29 3,63

Materiais de expediente 0,09 2,96 0,65 4,79 1,00 5,12 0,09 4,18 0,16 2,02

O.C. Fixos 0,26 8,69 0,92 6,83 1,28 6,53 0,18 8,04 0,31 3,90

Custo médio unitário 2,96 100 13,50 100 19,54 100 2,26 100 7,89 100

Fonte: Elaborada pelos autores.

Destaca-se na tabela o peso relativo da uva nas diversas subcategorias, onde o preço

não diverge significativamente de uma para outra, mas diverge no peso interno que tem em

cada uma das respectivas subcategorias. Por exemplo, excetuando-se o Ícone, cujo preço da

matéria-prima (uva) ser de R$2,35, nas subcategorias premium(s) e básico luxo, o preço da

uva, centra-se entre R$ 1,29 e R$ 1,44. Também, os itens de engarrafamento e identificação

não apresentam variações significativas. O que leva a refletir quais os fatores que determinam

preços de mercado diferenciados para cada uma destas subcategorias.

Já no que tange ao Básico Popular, em vasilhame de 0,75 litros, o custo com a uva é

mais significativo (R$ 0,71 em média) em comparação ao custo com uva para garrafão, que

proporcionalizando para garrafa de 0,75 litros, tem-se R$ 0,44. O que significa uma redução

de 38% do gasto em matéria-prima (uva), o que pode resultar em um produto com qualidade

inferior.

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Raciocínio análogo pode ser realizado em relação ao básico semi-luxo, onde em

garrafa de 0,75 litros é gasto R$ 1,13 em uva e no Bag-in-box de 3 litros R$ 0,94, ao passo

que em Bag-in-box de 5 litros é gasto com a uva R$ 0,91.

4.2.10 Consolidação dos resultados aperacionais por tamanho de produção

A Tabela 4.11 resume as principais informações relativas às receitas obtidas pelas

vinícolas na comercialização das diversas subcategorias de vinho e os principais itens de custos

envolvidos no processo de produção do vinho.

Tabela 4.11 – Resultados operacionais por tamanho das vinícolas, dados amostrais (em R$)

Itens

Tamanho da vinícola

Grande Média Pequena Micro

Receita Total média 41,064,972.45 13,786,210.78 4,807,343.30 968,976.21

Custo Total médio 40,470,129.02 7,614,095.56 3,281,968.29 741,949.44

Margem Líquida média 594,843.43 6,172,115.22 1,525,375.01 227,026.77

Fonte: Elaborada pelos autores.

As receitas totais média estimadas pelas três grandes vinícolas amostrada, conforme

Tabela 4.11, somaram cerca R$ 41 milhões, ao passo que seu custo total médio soma

aproximadamente R$ 40 milhões chegando à margem líquida de aproximadamente R$ 594 mil.

Conforme ressaltado anteriormente, o ano da pesquisa (2009) foi atípico, o que no caso das duas

cooperativas componentes do grupo das grande vinícolas, teve um impacto, dado a

comercialização do vinho a granel ter sido realizada por valores muito baixo (R$0,80 o litro).

Caso este vinho a granel fosse comercializado pelo seu preço histórico, ao redor de R$ 1,20, este

resultado teria sido de aproximamente R$ 5 milhões médio para cada vinícola pertencente a este

grupo. Em tempo, lembramos que na amostra das médias não encontramos vinícolas que

produzissem vinho a granel, sendo sua margem líquida média de aproximadamente R$ 6 milhões.

Já as pequenas e as micro vinícolas tem suas margens líquida médias de R$ 1,5 milhões e de R$

227 mil, respectivamente.

5 RENDA ESTIMADA DO SETOR VINÍCOLA GAÚCHO

O ANEXO 1 trás a receita estimada pelas 660 vinícolas legalmente contituídas no Rio

Grande do Sul. Esse anexo foi calculado utilizando-se os dados oficiais do volume de produção

total ao longo de uma série histórica (2004 a 2008) de cada uma das vinícolas. Como se tem a

média de produção de cada vinícola, mas tais informações não estavam desagregadas por

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subcategoria do vinho. Isto é, não se tinha informações oficiais sobre o quanto cada vinícola

efetivamente comercializava, por exemplo, do vinho Ícone, Básico Popular etc. No entanto, essas

informações estavam disponíveis na amostra, então, cruzando os dados amostrais com os oficiais

e recorrendo à equação (3.45), consegue-se estimar o faturamento do setor vinícola do Rio

Grande do Sul.

O montante de renda estimada anual para esse setor foi de cerca de R$ 960 milhões. O

PIB industrial é de R$ 46 bilhões, então, o setor vinícola, representa, aproximadamente, 2,08% do

Valor Adiciondo Bruto setor industrial do Rio Grande do Sul, no ano de 2008. Isso demonstra a

importância econômica da produção de vinho para economia gaúcha e, pelo número de vinícolas

existentes, mais importante se torna para a Região da Serra.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES

O presente estudo tinha por objetivos retratar o setor vinícola do Rio Grande do Sul a

partir de uma amostra composta por 59 empresas – classificadas como grande, média, pequena e

micros vinícolas. Pode-se dizer que o questionário foi estruturado para contemplar cinco aspectos

relacionados ao processo de produção de vinho: o tamanho das vinícolas, os tipos de vinhos

produzidos, o estoque de capital, os custo de produção, bem como os preços por subcategorias de

vinhos e as estimativas da renda gerada no setor vinícola gaúcho.

A partir das informações levantadas foi possível identificar as vinícolas classificadas por

tamanho; classificar os vinho por categorias e subcategorias; estruturar as quantidades produzidas

das subcategorias de vinho pesquisados; definir os preços das subcategorias; estimar o estoque de

capital das vinícolas classificadas por tamanho, bem como a osciosidade deste capital; consolidar

os custos médios de produção por subcategorias de vinho; apurar as margens líquidas geradas por

cada subcategoria de vinho, definir alguns coeficientes operacionais, identificar a participação dos

principais insumos nos custos totais por subcategorias de vinho e calcular os resultados

operacionais por tamanho das vinícolas.

Com relação ao primeiro aspecto, ficou visível que a população de vinícolas do Rio

Grande do Sul é predominantemente de micro vinícolas – faturamento de R$ 2,4 milhões ao ano –

com mais de 90% das empresas enquadradas nessa categoria. Essa informação por si só não seria

um indicador de deficiência do setor, no entanto, foi diagnosticada uma grande ociosidade do

capital, em média de 50%, chegando a quase 80% de ociosidade justamente naquele tipo de

empresas que predomina no estado.

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45

Em relação ao tipo de vinho predominante no setor, verificou-se que cerca de 80% das

vinícolas produz alguma subcategoria de Básico Popular. Para o caso das categorias

intermediárias pouco mais de 40% das vinícolas produz a Básico Luxo e cerca de 30% algum tipo

de Semi-luxo. Nesse sentido, pode-se dizer que há predomínio no setor vinícola gaúcho dos

vinhos populares e intermediários básicos quer sejam eles a granel ou engarrafados, uma vez que

as vinícolas especializadas nas categorias de vinho consideradas top of line se reduz

substancialmente e essa tendência vai se acentuando à medida que vai se aproximando do topo da

pirâmide. No que diz respeito ao segmento dos espumantes e frisantes, esses estão presentes em

cerca de 30% das vinícolas entrevistadas.

Em termos do preço de comercialização média das subcategorias de vinhos pesquisadas,

notou-se que o vinho Básico a Granel foi comercializado a menos de R$1,00 o litro no período de

2009. Uma característica marcante desse vinho é o pequeno desvio-padrão dos preços, levando a

concluir que não há alteração significativa nos mesmos entre as vinícolas, diferentemente do

Básico Popular engarrafado, em que oscilações de preços chegaram a mais de 150%. Essa forte

oscilação foi, também, verificada em outras categorias, como a Básico Luxo, Premium e Ícone.

Com relação a diferença de tamanho das vinícolas, mensurado pelo montante de capital

amortizado em máquinas, equipamentos e prédios, notou-se que uma grande vinícolas amortizou

um montante de capital vinte e cinco vezes superior ao da micro vinícolas e quase três vezes

maior que as médias vinícolas. Essa diferença é também muito grande quando se compara médias

e micros, já que as primeiras têm quase dez vezes mais capital amortizado do que as micro

vinícolas. Contudo, os investimentos imobilizados em prédios, máquinas e equipamentos foram

muito altos, superando R$ 1,2 milhões para o caso das micros vinícolas e de R$ 30 milhões

quando se trata grandes.

As oscilações de custos se tornaram bem mais pronunciadas para o caso do Ícone, ao

passo que os Premium, luxo e Semi-Luxo, os custos tendem a uma equidade. Nesses casos, os

diferenciais de preço praticados, justificam-se mais por estratégias de mercado do que por

definição dos custos de produção.

Como as demais subcategorias de vinho apresentaram substanciais diferenças de custos de

produção, pode-se concluir que as vinícolas operam com padrão tecnológico distinto e diferentes

estratégias de diferenciação de produto e na compra de insumos em grandes quantidades, o que

não se verifica no caso das pequenas e micro vinícolas.

No tocante aos indicadores operacionais, o que mais chamou a atenção é a intensividade

da utilização da mão-de-obra nas grandes vinícolas, o que pode ter sua origem no fato de que as

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grandes possuem uma estrutura burocrática mais dilatada para fazer frente a maior complexidade

de suas operações, ao passo que as demais categorias de vinícola, tem neste item um situação

obscura, uma vez que boa parte da mão de obra é familiar e sua menssuração é difícil.

A taxa média de conversão da uva em vinho de mesa é em média de 1,3. Isso significa que

para se produzir 1 litro de vinho de mesa foram necessários 1,3 kg. de uva. As pequenas e as

grandes vinícolas foram as mais eficientes. Notou-se que mesmo sendo pequena diferença nas

taxas de conversão entre as escalas de produção quando se tem grande volume de produção, essa

tende afetar resultado das empresas.

E, finalmente, estimou-se que o setor vinícola do Rio Grande do Sul, composto por 660

empresas, gerou de renda pouco mais de R$ 960 milhões no ano da amostra. Trata-se, portanto,

de uma cifra importante, especialmente, no momento de crise que passa, atualmente, a vinicultura

brasileira que está sendo sufocada pela concorrência predatória dos vinhos importados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTTER, D. A.; et al. Noções de estatística. Instituto de Matemática e Estatística – USP, 1996,

231p.

IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho). Disponível em: http://www.ibravin.org.br/. Acesso: 21

de junho de 2010.

ROSA, S. E. S.; COSENZA, J. P.; LEÃO, L. T. S. Panorama do setor de bebidas no Brasil. In:

BNDES Setorial, n.23, p. 101-150. Rio de Jeaneiro: BNDES, 2006.

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ANEXO 1: Receita estimada pela população das vinícolas do Rio Grande do Sul.

Código Mesa Embalado Mesa A Granel Vinífera Embalada Vinífera A Granel Espumantes Totais

1 - - 134.71 - - 134.71

2 33.28 - 134.71 - - 167.99

3 - - 181.85 - - 181.85

4 198.51 - - - - 198.51

5 179.59 - 121.24 - - 300.83

6 525.47 - - - - 525.47

7 617.72 - 11.23 - - 628.94

8 761.93 - - - - 761.93

9 284.92 - 496.17 - - 781.09

10 - - 821.71 - - 821.71

11 875.78 - - - - 875.78

12 - - 910.40 - - 910.40

13 - - 1,010.30 - - 1,010.30

14 1,020.58 - - - - 1,020.58

15 579.18 - 502.91 - - 1,082.09

16 - - - 1,166.67 - 1,166.67

17 1,215.59 - - - - 1,215.59

18 3.50 - 1,292.07 - - 1,295.57

19 - 1,395.07 - - - 1,395.07

20 - 1,422.97 - - - 1,422.97

21 1,470.15 - 157.16 - - 1,627.31

22 1,511.89 - 115.62 - - 1,627.52

23 - - 1,836.51 - - 1,836.51

24 973.29 - 1,083.27 - - 2,056.56

25 - 2,078.65 - - - 2,078.65

26 - 2,092.60 - - - 2,092.60

27 - - 2,096.94 - - 2,096.94

28 1,430.59 - 707.21 - - 2,137.80

29 1,327.69 - 1,138.28 - - 2,465.96

30 - - 2,485.35 - - 2,485.35

31 2,612.28 - - - - 2,612.28

32 2,690.35 - - - - 2,690.35

33 - 2,894.76 - - - 2,894.76

34 - - 2,988.26 - - 2,988.26

35 - - 3,121.84 - - 3,121.84

36 - 3,264.46 - - - 3,264.46

37 2,906.96 - 278.40 - 122.37 3,307.72

38 1,412.05 - 1,918.46 - - 3,330.51

39 - 3,348.16 - - - 3,348.16

40 1,731.42 - 1,011.99 - 764.79 3,508.20

41 1,418.18 - 2,029.59 - 311.32 3,759.10

42 - 3,906.19 - - - 3,906.19

43 - 3,906.19 - - - 3,906.19

44 - 3,989.89 - - - 3,989.89

45 - - 4,046.83 - - 4,046.83

46 5.25 - 1,256.59 - 2,825.24 4,087.09

47 1,425.19 - 2,842.89 - - 4,268.08

48 4,295.42 - - - - 4,295.42

49 4,362.57 - - - - 4,362.57

50 4,356.14 - 41.09 - - 4,397.23

51 - - 1,543.52 - 2,941.99 4,485.51

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52 - - 4,505.96 - - 4,505.96

53 - 4,631.62 - - - 4,631.62

54 - - 3,943.56 - 700.47 4,644.03

55 - - 4,898.29 - - 4,898.29

56 - - 5,025.70 - - 5,025.70

57 5,537.81 - - - - 5,537.81

58 - 5,859.28 - - - 5,859.28

59 - 5,901.13 - - - 5,901.13

60 - 5,915.08 - - - 5,915.08

61 - 5,942.98 - - - 5,942.98

62 6,305.64 - - - - 6,305.64

63 3,945.93 - 2,583.35 - - 6,529.28

64 5,448.30 1,243.00 - - - 6,691.31

65 - 6,806.25 - - - 6,806.25

66 153.09 - 4,189.40 - 2,614.89 6,957.37

67 6,991.66 - - - - 6,991.66

68 7,203.60 - - - - 7,203.60

69 - 7,324.10 - - - 7,324.10

70 - - 7,400.48 - - 7,400.48

71 - 8,202.99 - - - 8,202.99

72 - 8,299.25 - - - 8,299.25

73 - 8,314.60 - - - 8,314.60

74 - 8,535.02 - - - 8,535.02

75 8,537.95 - - - - 8,537.95

76 - 8,816.82 - - - 8,816.82

77 2,304.48 6,863.73 - - - 9,168.20

78 5,593.39 - 3,637.10 - - 9,230.49

79 - 9,249.29 - - - 9,249.29

80 693.04 - 1,820.79 7,000.00 - 9,513.83

81 - 9,570.16 - - - 9,570.16

82 - 9,591.08 - - - 9,591.08

83 - 9,709.66 - - - 9,709.66

84 - - 9,950.38 - - 9,950.38

85 268.57 9,821.27 - - - 10,089.84

86 482.85 9,709.66 276.15 - - 10,468.66

87 - - 7,416.76 - 3,113.22 10,529.97

88 - - 8,468.49 2,135.00 - 10,603.49

89 - 10,658.31 - - - 10,658.31

90 - 11,160.53 - - - 11,160.53

91 11,282.42 - - - - 11,282.42

92 - 11,481.40 - - - 11,481.40

93 11,591.28 - - - - 11,591.28

94 - 11,732.51 - - - 11,732.51

95 - 11,913.87 - - - 11,913.87

96 - 12,011.52 - - - 12,011.52

97 - 12,011.52 - - - 12,011.52

98 5,901.14 6,138.29 - - - 12,039.43

99 - 12,695.11 - - - 12,695.11

100 11,584.89 - 1,121.89 - - 12,706.78

101 - 12,757.88 - - - 12,757.88

102 - 12,834.61 - - - 12,834.61

103 13,085.94 - - - - 13,085.94

104 - 13,124.79 - - - 13,124.79

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105 3,615.11 - 9,016.18 - 535.12 13,166.42

106 - 13,336.84 - - - 13,336.84

107 - 13,811.16 - - - 13,811.16

108 13,879.52 - - - - 13,879.52

109 10,872.63 697.53 1,560.81 - 859.97 13,990.93

110 - 14,076.22 - - - 14,076.22

111 - 14,229.68 - - - 14,229.68

112 - 14,313.38 - - - 14,313.38

113 - - 14,507.08 - - 14,507.08

114 - - 14,656.15 - - 14,656.15

115 680.83 - 14,146.51 - - 14,827.34

116 14,625.72 - 257.63 - - 14,883.34

117 15,304.01 - - - - 15,304.01

118 - 15,380.61 - - - 15,380.61

119 - 15,499.19 - - - 15,499.19

120 - 15,582.89 - - - 15,582.89

121 - 15,624.75 - - - 15,624.75

122 - 15,727.98 - - - 15,727.98

123 - 15,889.81 - - - 15,889.81

124 - 15,973.51 - - - 15,973.51

125 5,862.02 - 10,156.93 - - 16,018.95

126 12,750.34 - 3,475.45 - - 16,225.79

127 10,156.39 6,277.80 - - - 16,434.19

128 9,015.31 2,008.90 5,859.77 - - 16,883.97

129 16,640.86 - 413.01 - - 17,053.88

130 17,125.40 - - - - 17,125.40

131 - - 17,127.02 - - 17,127.02

132 - - 3,792.01 - 13,682.58 17,474.59

133 - 17,563.89 - - - 17,563.89

134 5,959.99 - 11,607.28 - - 17,567.27

135 18,069.96 - - - - 18,069.96

136 - 18,163.77 - - - 18,163.77

137 - 18,366.05 - - - 18,366.05

138 - 18,414.88 - - - 18,414.88

139 5,734.07 - 12,736.46 - - 18,470.53

140 583.86 - 19,519.09 - - 20,102.94

141 17,301.67 - 3,093.22 - - 20,394.89

142 - 20,395.87 - - - 20,395.87

143 10,106.53 10,365.35 - - - 20,471.88

144 - 21,205.01 - - - 21,205.01

145 - 21,205.01 - - - 21,205.01

146 13,042.16 6,208.05 2,009.38 - - 21,259.59

147 - - 21,384.78 - - 21,384.78

148 - 21,693.29 - - - 21,693.29

149 19,900.06 2,092.60 - - - 21,992.66

150 22,063.53 - - - - 22,063.53

151 - 22,181.56 - - - 22,181.56

152 - - 22,451.21 - - 22,451.21

153 - 22,516.38 - - - 22,516.38

154 23,125.33 - - - - 23,125.33

155 20,948.63 - 2,359.62 - - 23,308.25

156 21,951.43 - 1,901.51 - - 23,852.94

157 - 24,190.46 - - - 24,190.46

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50

158 4,303.01 - 20,066.45 - - 24,369.46

159 - 24,385.77 - - - 24,385.77

160 24,411.83 - - - - 24,411.83

161 268.57 - 14,446.80 - 9,954.06 24,669.43

162 24,973.93 - - - - 24,973.93

163 - 25,222.81 - - - 25,222.81

164 - 9,779.42 2,400.03 13,055.00 - 25,234.45

165 - 25,236.76 - - - 25,236.76

166 - 25,247.92 - - - 25,247.92

167 1,757.99 8,130.45 10,969.66 4,865.00 - 25,723.10

168 - 25,934.29 - - - 25,934.29

169 - 26,087.75 - - - 26,087.75

170 24,262.68 1,980.99 - - - 26,243.68

171 - 27,259.60 - - - 27,259.60

172 27,271.14 - - - - 27,271.14

173 - 1,513.65 22,596.03 - 3,242.72 27,352.39

174 - 27,706.02 - - - 27,706.02

175 - 27,943.19 - - - 27,943.19

176 25,833.19 - 2,202.46 - - 28,035.66

177 27,258.79 - 911.07 - - 28,169.86

178 19,553.92 - 8,669.99 - - 28,223.91

179 - 28,278.00 - - - 28,278.00

180 - 28,612.82 - - - 28,612.82

181 7,944.25 - 20,880.08 - - 28,824.33

182 4,756.67 - 24,146.39 - - 28,903.06

183 28,940.65 - - - - 28,940.65

184 29,184.34 - 20.21 - - 29,204.55

185 4,146.77 25,864.54 - - - 30,011.31

186 - - 30,138.51 - - 30,138.51

187 - 30,203.19 - - - 30,203.19

188 - 30,391.53 - - - 30,391.53

189 - 30,928.63 - - - 30,928.63

190 - - 16,855.25 - 14,313.01 31,168.26

191 - 31,249.49 - - - 31,249.49

192 18,712.56 3,906.19 8,803.12 - - 31,421.86

193 - 31,486.65 - - - 31,486.65

194 3,549.55 - 28,021.81 - - 31,571.36

195 14,132.17 - 17,479.89 - - 31,612.05

196 - 31,891.22 - - - 31,891.22

197 31,893.61 - - - - 31,893.61

198 31,929.32 - - - - 31,929.32

199 - 32,253.94 - - - 32,253.94

200 - 32,505.05 - - - 32,505.05

201 11,454.65 21,288.72 - - - 32,743.37

202 - 32,756.17 - - - 32,756.17

203 5,914.07 24,901.94 2,283.40 - - 33,099.41

204 - 33,195.61 - - - 33,195.61

205 - 33,342.09 - - - 33,342.09

206 33,444.39 - - - - 33,444.39

207 25,078.33 8,579.66 - - - 33,657.99

208 - 34,025.68 - - - 34,025.68

209 490.44 22,920.95 10,737.29 - - 34,148.68

210 34,201.22 - - - - 34,201.22

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51

211 - - 34,471.60 - - 34,471.60

212 - 34,974.32 - - - 34,974.32

213 - 34,988.27 - - - 34,988.27

214 35,326.85 - - - - 35,326.85

215 1,745.73 33,635.06 606.18 - - 35,986.97

216 - - 36,234.58 - - 36,234.58

217 - 36,550.75 - - - 36,550.75

218 - 36,550.75 - - - 36,550.75

219 - 36,787.91 - - - 36,787.91

220 40.87 36,871.61 - - - 36,912.48

221 - 36,955.32 - - - 36,955.32

222 - 37,094.82 - - - 37,094.82

223 - 37,443.59 - - - 37,443.59

224 11,081.72 - 12,535.07 - 13,827.45 37,444.24

225 - 37,597.05 - - - 37,597.05

226 - 38,461.99 - - - 38,461.99

227 36,265.28 - 2,301.97 - - 38,567.25

228 - 38,775.88 - - - 38,775.88

229 - 39,006.06 - - - 39,006.06

230 39,276.52 - - - - 39,276.52

231 - - 36,727.54 2,566.67 - 39,294.21

232 - 39,542.19 - - - 39,542.19

233 9,301.34 30,342.70 - - - 39,644.04

234 - 39,898.91 - - - 39,898.91

235 38,418.83 1,953.09 - - - 40,371.93

236 - 40,575.51 - - - 40,575.51

237 11,965.29 - 28,823.54 - - 40,788.84

238 39,425.63 - 1,475.04 - - 40,900.68

239 - 41,079.13 - - - 41,079.13

240 - 41,154.47 - - - 41,154.47

241 - 41,189.34 - - - 41,189.34

242 233.54 41,238.17 - - - 41,471.71

243 - 41,489.28 - - - 41,489.28

244 1,125.96 33,642.03 3,365.44 - 3,949.73 42,083.16

245 - 42,228.67 - - - 42,228.67

246 - 42,305.40 - - - 42,305.40

247 14,734.63 - 414.22 - 27,353.49 42,502.35

248 - 42,555.11 - - - 42,555.11

249 21,914.48 - 21,087.08 - - 43,001.55

250 - 43,400.52 - - - 43,400.52

251 - 44,321.27 - - - 44,321.27

252 - 44,642.13 - - - 44,642.13

253 44,995.20 - - - - 44,995.20

254 - 45,158.31 - - - 45,158.31

255 - 45,493.12 - - - 45,493.12

256 43,670.38 1,953.09 - - - 45,623.47

257 - 46,005.81 - - - 46,005.81

258 40,651.38 5,433.78 - - - 46,085.16

259 25,090.59 4,743.23 16,668.01 - - 46,501.82

260 19,415.73 - 27,199.74 - - 46,615.47

261 - 47,176.97 - - - 47,176.97

262 37,775.80 7,024.16 2,478.61 - - 47,278.58

263 2,098.35 - 45,281.07 - - 47,379.42

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52

264 36,774.26 - 11,115.60 - - 47,889.86

265 41,038.53 2,022.85 5,208.01 - - 48,269.39

266 42,225.22 - 6,076.87 - - 48,302.09

267 - 48,346.04 - - - 48,346.04

268 49,129.65 - - - - 49,129.65

269 - 49,155.17 - - - 49,155.17

270 - 49,988.03 - - - 49,988.03

271 - 50,054.99 - - - 50,054.99

272 - 50,306.10 - - - 50,306.10

273 13,835.03 29,268.50 7,256.23 - - 50,359.76

274 131.37 27,803.68 8,812.10 - 13,831.09 50,578.24

275 - 50,600.46 - - - 50,600.46

276 - 51,673.27 - - - 51,673.27

277 - 51,777.90 - - - 51,777.90

278 - 52,733.52 - - - 52,733.52

279 - 52,956.73 - - - 52,956.73

280 - 53,152.04 - - - 53,152.04

281 31,814.85 17,037.81 3,053.37 1,299.90 - 53,205.92

282 7,735.03 40,105.93 809.37 - 4,588.76 53,239.09

283 - 53,500.81 - - - 53,500.81

284 - 53,849.57 - - - 53,849.57

285 4,756.08 - 47,703.22 - 1,713.14 54,172.44

286 54,884.13 - - - - 54,884.13

287 54,942.98 - - - - 54,942.98

288 - 55,607.36 - - - 55,607.36

289 53,724.59 1,953.09 - - - 55,677.69

290 - 56,243.51 - - - 56,243.51

291 - 57,323.29 - - - 57,323.29

292 38,411.62 - 19,100.26 - - 57,511.88

293 - 58,313.79 - - - 58,313.79

294 21,163.58 37,192.48 - - - 58,356.06

295 1,392.84 - 54,041.42 - 2,980.89 58,415.15

296 - 58,620.70 - - - 58,620.70

297 - - 50,860.53 - 7,817.88 58,678.41

298 253.98 52,273.15 3,646.08 - 2,842.76 59,015.97

299 - 26,394.66 - 32,900.00 - 59,294.66

300 - 59,374.04 - - - 59,374.04

301 - 59,959.97 - - - 59,959.97

302 60,415.57 - - - - 60,415.57

303 49,053.65 - 6,559.80 - 4,871.71 60,485.15

304 - 62,115.34 - - - 62,115.34

305 52,860.20 - 9,350.93 - - 62,211.13

306 7,026.58 55,439.95 - - - 62,466.53

307 2,780.32 51,861.60 7,848.94 - - 62,490.87

308 - 62,596.64 - - - 62,596.64

309 - 62,638.49 - - - 62,638.49

310 - 62,722.20 - - - 62,722.20

311 - 62,778.00 - - - 62,778.00

312 - 63,262.09 - - - 63,262.09

313 - 63,322.08 - - - 63,322.08

314 - 63,859.18 - - - 63,859.18

315 511.46 52,517.28 3,979.25 7,000.00 - 64,008.00

316 - 64,755.23 - - - 64,755.23

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53

317 - 65,163.56 - - - 65,163.56

318 41,675.55 25,487.87 - - - 67,163.42

319 8,469.11 - 58,698.93 - - 67,168.04

320 - 67,353.82 - - - 67,353.82

321 - 67,473.79 - - - 67,473.79

322 - 67,660.73 - - - 67,660.73

323 68,063.67 - - - - 68,063.67

324 68,382.25 - - - - 68,382.25

325 4,101.29 64,842.70 - - - 68,943.99

326 40,592.35 24,622.93 271.66 - 3,891.52 69,378.46

327 24,662.56 - 45,257.83 - - 69,920.40

328 - 70,143.95 - - - 70,143.95

329 - 70,276.48 - - - 70,276.48

330 - 70,333.68 - - - 70,333.68

331 - 70,555.50 - - - 70,555.50

332 14,815.32 26,980.59 13,516.19 - 16,068.77 71,380.88

333 - 71,434.39 - - - 71,434.39

334 - 71,594.82 - - - 71,594.82

335 - 72,180.75 - - - 72,180.75

336 62,548.29 - 10,237.19 - - 72,785.48

337 73,385.91 - - - - 73,385.91

338 - 73,394.46 - - - 73,394.46

339 - 73,537.59 - - - 73,537.59

340 - 74,022.24 - - - 74,022.24

341 346.81 73,679.05 - - - 74,025.86

342 11,334.67 - 46,848.05 - 16,964.48 75,147.20

343 75,635.51 - - - - 75,635.51

344 - 75,863.73 - - - 75,863.73

345 - 76,174.83 - - - 76,174.83

346 - 76,365.95 - - - 76,365.95

347 7,114.68 3,941.06 61,295.97 4,503.33 - 76,855.05

348 - 77,063.48 - - - 77,063.48

349 - 77,865.65 - - - 77,865.65

350 53,649.86 6,152.24 18,414.71 - - 78,216.82

351 - 78,653.86 - - - 78,653.86

352 1,167.71 77,816.82 - - - 78,984.53

353 42,641.33 36,487.97 - - - 79,129.30

354 - 79,504.85 - - - 79,504.85

355 - 79,707.13 - - - 79,707.13

356 77,505.48 - 2,349.74 - - 79,855.22

357 - 79,058.43 806.00 - - 79,864.43

358 - 80,788.31 - - - 80,788.31

359 - 81,388.19 - - - 81,388.19

360 - 82,197.33 - - - 82,197.33

361 68,857.86 - 14,594.97 - - 83,452.83

362 54,595.71 3,487.67 25,587.65 - - 83,671.02

363 84,027.26 - - - - 84,027.26

364 5,231.11 73,020.58 4,448.60 - 1,376.63 84,076.91

365 547.89 84,275.98 - - - 84,823.87

366 - 85,587.34 - - - 85,587.34

367 - 86,229.07 - - - 86,229.07

368 49,781.24 - 36,623.43 - - 86,404.67

369 - - 87,144.39 - - 87,144.39

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54

370 - 87,945.00 - - - 87,945.00

371 85,208.51 3,961.99 - - - 89,170.50

372 - - 78,594.09 - 10,656.11 89,250.20

373 - 89,563.28 - - - 89,563.28

374 - 90,539.83 - - - 90,539.83

375 - 91,753.53 - - - 91,753.53

376 - 93,197.43 - - - 93,197.43

377 26,645.63 66,837.64 - - - 93,483.27

378 57,049.59 37,722.60 - - - 94,772.19

379 57,262.29 37,648.66 - - - 94,910.95

380 - 95,031.94 - - - 95,031.94

381 - 61,145.77 17,304.27 - 17,023.95 95,473.99

382 - 98,331.27 - - - 98,331.27

383 38,887.61 41,600.89 17,864.99 - - 98,353.49

384 - 98,366.15 - - - 98,366.15

385 - 98,380.10 - - - 98,380.10

386 28,315.57 69,725.43 465.19 - - 98,506.19

387 98,675.36 - - - - 98,675.36

388 - 100,207.64 - - - 100,207.64

389 - 100,416.90 - - - 100,416.90

390 - 101,602.71 - - - 101,602.71

391 - 104,445.71 - - - 104,445.71

392 - 105,536.79 - - - 105,536.79

393 - 106,485.44 - - - 106,485.44

394 23,496.37 82,887.89 571.61 - - 106,955.87

395 13,518.76 94,299.53 - - - 107,818.29

396 8,115.59 - 101,441.32 - - 109,556.91

397 74,982.38 - 30,498.52 - 4,434.39 109,915.29

398 3,131.21 104,141.73 3,131.94 - - 110,404.89

399 - 110,877.11 - - - 110,877.11

400 16,190.01 95,260.73 - - - 111,450.74

401 34,475.30 66,970.18 10,816.10 - - 112,261.57

402 5,176.46 110,063.78 20.21 - - 115,260.45

403 73,497.66 24,371.81 17,393.41 - - 115,262.88

404 - 115,538.03 - - - 115,538.03

405 - 115,731.94 - - - 115,731.94

406 65,553.03 51,491.91 - - - 117,044.94

407 44,110.84 76,163.66 - - - 120,274.50

408 - 121,315.00 - - - 121,315.00

409 122,069.27 - - - - 122,069.27

410 - 122,431.05 - - - 122,431.05

411 122,555.24 - - - - 122,555.24

412 - 126,476.74 - - - 126,476.74

413 - 127,913.66 - - - 127,913.66

414 - 129,357.28 - - - 129,357.28

415 13,224.38 116,983.32 - - - 130,207.69

416 5,452.62 125,869.89 289.62 - - 131,612.13

417 - 134,637.88 - - - 134,637.88

418 - - 104,158.03 - 31,063.40 135,221.44

419 - 142,045.69 - - - 142,045.69

420 48,599.26 10,030.53 83,673.07 - - 142,302.86

421 - 147,158.61 - - - 147,158.61

422 - - 148,961.00 - - 148,961.00

Page 55: CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ... cujo peso tenha maior expressão na estrutura de

55

423 - - 63,690.17 - 85,305.95 148,996.12

424 2,607.75 147,033.05 - - - 149,640.81

425 - 149,830.16 - - - 149,830.16

426 - 149,830.16 - - - 149,830.16

427 20,020.39 129,985.34 - - - 150,005.73

428 102,743.14 18,444.18 31,807.31 - - 152,994.63

429 116,668.27 32,239.99 4,994.95 - - 153,903.21

430 145,353.21 - 10,037.38 - - 155,390.58

431 - 155,752.22 - - - 155,752.22

432 - 154,196.72 - 2,100.00 - 156,296.72

433 57,175.36 24,183.48 60,269.16 2,683.33 14,044.31 158,355.65

434 - 158,800.44 - - - 158,800.44

435 - 160,531.72 - - - 160,531.72

436 - 162,640.36 - - - 162,640.36

437 - 162,720.58 - - - 162,720.58

438 57,515.00 108,066.05 - - - 165,581.05

439 155,216.59 418.52 11,101.23 - 948.34 167,684.68

440 102,347.87 7,854.23 58,103.97 - - 168,306.07

441 - - 168,973.46 - - 168,973.46

442 - 170,923.57 - - - 170,923.57

443 168,511.53 - 4,004.17 - - 172,515.70

444 - 134,658.81 - 39,713.33 - 174,372.14

445 121,861.89 53,682.17 - - - 175,544.05

446 - 177,752.42 - - - 177,752.42

447 - 178,094.21 - - - 178,094.21

448 4,331.04 174,165.70 - - - 178,496.74

449 - 179,266.07 - - - 179,266.07

450 44,216.95 - 112,017.82 1,470.00 26,729.36 184,434.13

451 120,861.77 38,542.90 28,522.81 - - 187,927.48

452 14,666.79 - 169,663.72 - 4,000.48 188,330.99

453 87,327.64 101,665.48 727.42 - - 189,720.55

454 43,785.05 139.51 50,184.08 - 95,678.71 189,787.34

455 - 191,375.25 - - - 191,375.25

456 - 196,404.46 - - - 196,404.46

457 83,821.54 10,728.06 97,543.95 - 4,900.40 196,993.95

458 184,287.56 - 14,187.15 - - 198,474.70

459 - 208,025.37 - - - 208,025.37

460 - 209,470.66 - - - 209,470.66

461 21,614.23 172,820.86 15,998.62 - - 210,433.71

462 203,044.64 - 7,729.95 - - 210,774.59

463 167,328.20 12,290.54 31,925.63 - - 211,544.36

464 110,103.28 104,476.54 - - - 214,579.82

465 - - 94,490.99 - 123,437.82 217,928.81

466 115,739.06 96,580.47 7,398.24 - - 219,717.76

467 156,626.60 - 63,797.71 - - 220,424.31

468 - 224,689.44 - - - 224,689.44

469 224,916.16 - - - - 224,916.16

470 - 223,454.80 229.00 - 1,457.74 225,141.54

471 230,810.06 - - - - 230,810.06

472 88,867.77 146,456.89 - - - 235,324.66

473 81,945.23 108,982.61 43,056.94 - 2,043.27 236,028.05

474 163,758.30 75,166.19 - - - 238,924.50

475 - 239,498.07 - - - 239,498.07

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56

476 142,227.54 29,170.84 62,142.61 1,820.00 4,739.84 240,100.82

477 81,465.52 - 149,509.73 - 9,492.43 240,467.68

478 - - 244,637.19 23.33 - 244,660.53

479 157,016.37 78,443.20 3,332.32 - 5,894.00 244,685.89

480 1,874.17 243,620.49 - - - 245,494.67

481 245,794.27 - - - - 245,794.27

482 191,488.18 34,248.89 27,136.56 - - 252,873.63

483 - 254,613.62 - - - 254,613.62

484 - - 180,836.14 - 73,832.31 254,668.45

485 136,220.98 119,389.81 1,861.21 - - 257,471.99

486 765.43 256,859.67 - - - 257,625.11

487 2,490.32 256,371.40 - - - 258,861.72

488 108,140.47 109,387.18 42,534.95 - - 260,062.60

489 221,470.83 39,700.81 323.30 - - 261,494.94

490 - - 196,094.48 23,146.67 42,355.29 261,596.44

491 - 265,924.82 - - - 265,924.82

492 - 270,573.18 - - - 270,573.18

493 275,899.56 - - - - 275,899.56

494 266,957.45 11,830.17 561.28 - - 279,348.90

495 259,676.56 8,767.99 11,012.32 - - 279,456.87

496 125,824.26 156,177.71 841.81 - - 282,843.79

497 - 283,170.63 - - - 283,170.63

498 - 289,862.77 - - - 289,862.77

499 135,460.80 138,795.18 15,697.89 - - 289,953.88

500 - 295,977.34 - - - 295,977.34

501 31,954.05 268,041.13 - - - 299,995.18

502 - 301,585.51 - - - 301,585.51

503 - 301,983.11 - - - 301,983.11

504 104,550.84 35,922.97 115,567.63 - 51,199.20 307,240.64

505 307,498.38 - - - - 307,498.38

506 - 311,769.50 60.62 - - 311,830.12

507 44,813.69 268,487.97 - - - 313,301.67

508 19,127.21 293,563.88 939.36 - - 313,630.45

509 199,221.41 110,447.43 6,569.45 - - 316,238.29

510 99,492.35 201,677.81 16,119.52 3,266.67 - 320,556.36

511 293,139.09 22,007.60 8,713.88 - - 323,860.57

512 1,804.81 323,469.92 - - - 325,274.74

513 8,750.73 314,113.21 2,675.40 233.33 - 325,772.68

514 325,996.08 - - - - 325,996.08

515 321,548.74 - 5,024.13 - - 326,572.87

516 - - 328,260.63 - - 328,260.63

517 147,301.26 29,031.34 122,560.73 - 35,900.56 334,793.89

518 282,396.52 27,078.24 25,790.72 - - 335,265.49

519 - 342,419.11 - - - 342,419.11

520 162,206.09 94,801.76 39,258.82 - 57,197.55 353,464.21

521 - 357,039.41 - - - 357,039.41

522 157,106.36 87,899.66 117,557.93 - 1,821.23 364,385.18

523 201,619.32 159,170.13 3,767.09 - 1,127.76 365,684.31

524 323,543.87 - 57,080.64 - - 380,624.51

525 - 381,334.50 - - - 381,334.50

526 192,175.67 181,676.74 3,447.16 - 5,105.68 382,405.25

527 - 408,119.78 - - - 408,119.78

528 - 395,557.90 - 21,478.33 - 417,036.23

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57

529 275,693.11 145,822.13 - - - 421,515.24

530 - 401,064.65 3,515.86 23,100.47 - 427,680.97

531 365,474.61 64,228.87 - - - 429,703.48

532 189,703.28 - 242,573.93 - - 432,277.21

533 11,264.37 394,623.90 29,454.42 - - 435,342.70

534 20,061.26 - 293,507.43 - 122,841.91 436,410.60

535 - 439,349.74 - - - 439,349.74

536 - - 442,944.28 - - 442,944.28

537 552.33 295,452.80 107,269.10 - 49,064.27 452,338.50

538 425,737.27 4,045.69 29,069.83 - - 458,852.79

539 - - 437,735.36 - 34,360.76 472,096.12

540 5,371.47 479,568.12 - 1,213.33 - 486,152.92

541 180,523.91 297,358.46 13,405.62 933.33 10,821.43 503,042.75

542 480,134.40 17,131.42 5,983.25 - - 503,249.07

543 - 507,458.99 - - - 507,458.99

544 392,173.13 70,450.87 55,557.78 - 3,031.98 521,213.75

545 - 11,369.93 306,598.28 - 206,470.13 524,438.34

546 456,842.32 47,236.96 24,451.84 - - 528,531.12

547 - - 117,997.34 - 430,268.87 548,266.22

548 - 550,530.28 - - - 550,530.28

549 - 526,221.94 - 38,103.33 - 564,325.27

550 - 566,537.97 - - - 566,537.97

551 559,282.74 15,624.75 15,007.96 - - 589,915.45

552 96,711.19 16,964.01 392,409.41 - 85,872.60 591,957.20

553 - - 599,357.18 - - 599,357.18

554 - - 230,648.63 - 387,646.06 618,294.69

555 45,711.18 591,035.34 - - - 636,746.52

556 197,681.77 437,039.51 - - 2,839.31 637,560.59

557 163,482.93 477,964.07 - - - 641,447.00

558 314,637.12 333,937.11 - - 311.32 648,885.55

559 - 653,238.57 - - - 653,238.57

560 645,733.23 - 12,475.69 - - 658,208.92

561 35,510.07 203,372.82 154,011.63 221,228.00 44,780.66 658,903.17

562 409,240.70 - 299,053.46 - - 708,294.16

563 - - 310,328.55 - 413,744.04 724,072.59

564 151,393.16 349,980.37 219,726.90 67,809.93 3,738.99 792,649.35

565 - 795,627.45 - - - 795,627.45

566 408,403.49 342,993.18 37,682.57 9,216.67 - 798,295.90

567 - - 654,325.73 10,593.33 138,213.35 803,132.41

568 23,782.17 785,943.31 - - - 809,725.48

569 - - 415,330.41 - 394,506.64 809,837.05

570 416,806.58 45,960.47 319,760.01 - 30,305.51 812,832.57

571 632,516.63 230,685.43 26,313.27 - - 889,515.33

572 305,148.36 594,207.72 - - - 899,356.08

573 877,590.26 8,509.91 30,071.16 - - 916,171.32

574 - 914,056.05 - 2,800.00 - 916,856.05

575 - 927,464.73 - - - 927,464.73

576 - - 603,184.51 140.00 362,820.43 966,144.94

577 984,878.83 - - - - 984,878.83

578 1,164.79 - 803,185.01 11,713.33 175,594.42 991,657.55

579 - - 523,922.79 816.67 548,592.45 1,073,331.91

580 79,270.01 - 966,921.63 30,368.33 - 1,076,559.97

581 - 841,908.78 68,049.97 3,266.67 207,231.78 1,120,457.20

Page 58: CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ... cujo peso tenha maior expressão na estrutura de

58

582 121,128.97 1,015,985.20 87.56 - - 1,137,201.73

583 844,071.72 308,414.78 536.58 46.67 - 1,153,069.75

584 - - 825,030.82 4,722.67 372,723.05 1,202,476.54

585 487,575.28 666,514.03 46,024.99 3,558.33 - 1,203,672.63

586 1,142,205.48 24,650.83 28,718.20 - 9,738.45 1,205,312.96

587 244,136.09 803,342.16 175,631.36 - - 1,223,109.62

588 963,014.10 280,995.72 16,569.00 - - 1,260,578.82

589 180,236.71 23,618.48 1,080,305.00 - 32,520.45 1,316,680.63

590 1,035,641.41 - 8,458.59 - 277,773.41 1,321,873.40

591 - - 1,307,921.97 - 45,164.97 1,353,086.94

592 - - 1,039,820.63 - 318,793.25 1,358,613.88

593 - 59,401.94 851,019.63 3,644.67 543,974.70 1,458,040.94

594 41,823.88 1,425,799.99 170.63 - - 1,467,794.49

595 1,471,071.96 - - - - 1,471,071.96

596 - 1,446,260.45 - 26,530.00 - 1,472,790.45

597 236,856.20 1,155,080.32 90,360.71 - 36,228.21 1,518,525.44

598 - 1,726,782.13 - - - 1,726,782.13

599 - 1,868,218.87 - - - 1,868,218.87

600 115,561.74 - 1,778,729.36 - - 1,894,291.10

601 1,886,385.03 2,064.70 58,432.12 - - 1,946,881.85

602 1,073,763.56 930,965.65 190,071.54 1,866.67 - 2,196,667.42

603 1,952,942.61 245,650.87 25,780.73 - - 2,224,374.21

604 - 1,972,995.21 346,300.45 898.33 113,985.56 2,434,179.56

605 - 2,044,698.99 280,344.95 17,500.00 112,853.53 2,455,397.47

606 - - 762,375.90 - 1,725,890.17 2,488,266.07

607 4,084.94 1,797,516.48 596,987.12 9,738.87 100,798.14 2,509,125.55

608 2,501,078.45 - 34,900.37 - - 2,535,978.82

609 132.39 2,552,858.30 962.03 - 2,466.86 2,556,419.59

610 - - 1,935,470.95 - 642,170.70 2,577,641.64

611 330,079.09 2,306,766.73 - - - 2,636,845.82

612 2,585,298.10 73,017.79 5,500.55 - - 2,663,816.44

613 1,809,622.52 205,510.34 738,723.19 49.00 - 2,753,905.05

614 1,622,924.42 213,242.92 604,886.33 39,564.47 289,367.19 2,769,985.32

615 2,267,664.54 131,847.75 349,291.06 - 36,477.96 2,785,281.32

616 2,291,560.92 488,227.02 19,145.05 - - 2,798,932.99

617 2,345,271.07 328,726.53 162,097.48 - 57,569.61 2,893,664.69

618 - - 1,671,516.48 12,833.33 1,295,000.35 2,979,350.17

619 2,463,340.40 529,310.61 37,439.94 46.67 - 3,030,137.62

620 311,911.84 143,203.59 2,413,958.44 - 261,631.75 3,130,705.63

621 125,472.85 2,355,188.79 29,285.59 735,690.67 - 3,245,637.90

622 - 3,313,816.25 - - - 3,313,816.25

623 3,363,044.13 63,398.80 30,580.64 - 13,138.54 3,470,162.12

624 403,887.41 - 1,855,331.54 43,929.67 1,444,134.16 3,747,282.77

625 191,298.57 - 3,489,958.87 - 210,398.52 3,891,655.96

626 3,877,658.31 83,980.92 - - - 3,961,639.24

627 174,258.68 3,639,323.67 183,304.85 - 110,148.28 4,107,035.47

628 4,199,316.00 - - - - 4,199,316.00

629 721,734.52 2,830,772.18 603,922.86 49,000.00 - 4,205,429.57

630 - 4,307,891.93 - - - 4,307,891.93

631 4,303,850.49 7,812.37 153,216.97 - - 4,464,879.83

632 - - 4,566,742.13 - - 4,566,742.13

633 1,009,687.15 3,710,317.91 39,403.79 - - 4,759,408.85

634 - 1,319,105.29 - 3,893,286.83 - 5,212,392.12

Page 59: CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ... cujo peso tenha maior expressão na estrutura de

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635 4,228,878.81 991,328.10 324,726.47 10,220.00 - 5,555,153.38

636 5,204,890.20 55,020.03 767,888.71 - 83,204.24 6,111,003.19

637 1,196,589.82 - 2,917,999.98 942.67 2,690,850.44 6,806,382.91

638 - 7,138,197.04 - - - 7,138,197.04

639 4,696,017.29 - 980,530.77 - 2,071,856.46 7,748,404.52

640 156,037.62 706,112.99 7,530,093.39 83,753.13 - 8,475,997.14

641 5,454,192.17 3,036,903.75 320,765.78 - 146,792.99 8,958,654.70

642 2,316,215.83 6,120,468.46 927,893.96 13,539.17 798,095.34 10,176,212.75

643 5,321,117.69 79,657.47 2,318,727.24 107,750.30 2,360,239.12 10,187,491.82

644 4,791,611.12 3,107,111.59 2,443,368.12 28,886.67 - 10,370,977.50

645 386,682.04 6,871,259.83 3,140,597.07 242,422.37 375,625.84 11,016,587.13

646 10,738,032.81 1,836,718.96 355,090.88 - 110,127.93 13,039,970.58

647 7,846,864.48 219,171.95 3,626,767.03 70,000.00 2,089,904.80 13,852,708.27

648 18,081,059.98 50,543.27 243,927.96 - 31,837.20 18,407,368.41

649 412,904.65 - 4,405,177.64 - 13,997,041.11 18,815,123.40

650 740,797.80 - 13,985,940.66 - 4,428,988.94 19,155,727.40

651 17,656,901.79 1,197,776.34 287,884.97 - 84,212.02 19,226,775.12

652 16,931,080.23 13,113.63 1,964,645.83 - 1,124,049.74 20,032,889.43

653 8,352,491.46 1,274,795.88 8,787,215.13 61,600.00 4,301,021.31 22,777,123.78

654 9,853,561.16 2,160,541.14 10,034,875.71 83,043.33 15,684,574.48 37,816,595.82

655 35,096,889.37 2,089,915.47 4,999,052.62 98,770.00 5,588.09 42,290,215.55

656 - - 20,073,743.20 - 23,571,314.66 43,645,057.86

657 - - 37,854,431.22 191,403.33 5,751,964.65 43,797,799.20

658 - - 48,405,765.22 96,926.67 88,176.63 48,590,868.53

659 18,824,843.50 - 62,211,374.72 - 56,977,430.66 138,013,648.88

660 36,988,169.15 5,182,799.62 84,113,281.93 1,702,340.50 24,335,179.90 152,321,771.10

285,929,852.05 127,127,261.53 365,280,870.59 8,228,234.93 173,702,531.37 960,268,750.47

Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados do IBRAVIN e da pesquisa realizada.