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  • 7/23/2019 Ceja Biologia Unidade 2

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    2 Edio

    Fascculo 1Unidades 1, 2 e 3

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    GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    Governador

    Luiz Fernando de Souza Pezo

    SECRETARIA DE ESTADO DE CINCIA E TECNOLOGIA

    Secretrio de Estado

    Alexandre Vieira

    SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO

    Secretrio de Estado

    Wilson Risolia

    FUNDAO CECIERJ

    Presidente

    Carlos Eduardo Bielschowsky

    PRODUO DO MATERIAL CEJA (CECIERJ)

    Coordenao Geral deDesign Instrucional

    Cristine Costa Barreto

    Elaborao

    Claudia Augusta de Moraes Russo

    Ricardo Campos da Paz

    Atividade Extra

    Roberto Spritzer

    Reviso de Lngua Portuguesa

    Ana Cristina Andrade dos Santos

    Coordenao deDesign Instrucional

    Flvia Busnardo

    Paulo Miranda

    Design Instrucional

    Aline Beatriz Alves

    Coordenao de Produo

    Fbio Rapello Alencar

    Capa

    Andr Guimares de Souza

    Projeto Grfco

    Andreia Villar

    Imagem da Capa e da Abertura das Unidades

    http://www.sxc.hu/browse.

    phtml?f=download&id=1381517

    Diagramao

    Equipe Cederj

    Ilustrao

    Bianca Giacomelli

    Clara Gomes

    Fernado Romeiro

    Jefferson Caador

    Sami Souza

    Produo Grfca

    Vernica Paranhos

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    Sumrio

    Unidade 1 | Diversidade 5

    Unidade 2 | Dando nomes aos bois, aos cavalos,aos pombos... 41

    Unidade 3 | Ervilhas, Hereditariedade e oNascimento da Gentica 83

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    Prezado(a) Aluno(a),

    Seja bem-vindo a uma nova etapa da sua formao. Estamos aqui para auxili-lo numa jornada rumo ao

    aprendizado e conhecimento.

    Voc est recebendo o material didtico impresso para acompanhamento de seus estudos, contendo as

    informaes necessrias para seu aprendizado e avaliao, exerccio de desenvolvimento e fixao dos contedos.

    Alm dele, disponibilizamos tambm, na sala de disciplina do CEJA Virtual, outros materiais que podem

    auxiliar na sua aprendizagem.

    O CEJA Virtual o Ambiente virtual de aprendizagem (AVA) do CEJA. um espao disponibilizado em um

    site da internet onde possvel encontrar diversos tipos de materiais como vdeos, animaes, textos, listas de

    exerccio, exerccios interativos, simuladores, etc. Alm disso, tambm existem algumas ferramentas de comunica-o como chats, fruns.

    Voc tambm pode postar as suas dvidas nos fruns de dvida. Lembre-se que o frum no uma ferra-

    menta sncrona, ou seja, seu professor pode no estar online no momento em que voc postar seu questionamen-

    to, mas assim que possvel ir retornar com uma resposta para voc.

    Para acessar o CEJA Virtual da sua unidade, basta digitar no seu navegador de internet o seguinte endereo:

    http://cejarj.cecierj.edu.br/ava

    Utilize o seu nmero de matrcula da carteirinha do sistema de controle acadmico para entrar no ambiente.

    Basta digit-lo nos campos nome de usurio e senha.

    Feito isso, clique no boto Acesso. Ento, escolha a sala da disciplina que voc est estudando. Ateno!

    Para algumas disciplinas, voc precisar verificar o nmero do fascculo que tem em mos e acessar a sala corres-

    pondente a ele.

    Bons estudos!

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    Dando nomes aos

    bois, aos cavalos,

    aos pombos...Fascculo 1

    Unidade 2

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    Dando nomesaos bois, aos

    cavalos, aospombos...

    Para incio de conversa...

    Na unidade 1, voc estudou sobre a diversidade biolgica e os processos

    que promovem a diversificao nas espcies na Natureza. Nesta segunda unida-

    de, daremos continuidade a esta temtica. Voc estudar como o mesmo proces-

    so, que inclui reproduo, herana e mutaes, explica tambm o surgimento das

    marcantes diferenas entre as grandes linhagens biolgicas, tais como os mam-

    feros, as aves, os insetos, e at os micro-organismos!

    Para isso, vamos comear falando de nomes, o que significa, em Biologia,

    falar de taxonomia. A taxonomia um tipo de linguagem da diversidade biolgica,

    pois a maneira que os pesquisadores encontraram de trocar todo o tipo de infor-

    maes sobre os seres vivos. Sem taxonomia no existiriam as Cincias Biolgicas.

    Quando descobrimos uma nova caracterstica em um grupo de organismos,

    tal caracterstica pode ser restrita espcie estudada. Por exemplo, humanos tm

    dedo do p no opositor. Ou podemos ter descoberto uma caracterstica comparti-

    lhada por um nmero grande de espcies. Por exemplo, os mamferos tm glndu-

    las mamrias; o grupo dos mamferos engloba os humanos, os ratos, as baleias, as

    focas, os elefantes, os morcegos, dentre outras cinco mil espcies.

    Repare que existe, nesta frase, uma associao de um padro observado

    (a presena de glndulas mamrias) em um grupo taxonmico (os mamferos).

    Quando a palavra mamferos usada em um texto, voc entende que

    eu estou falando de onas, tamandus, baleias, macacos, morcegos, cavalos etc.

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    A partir disso, voc pode deduzir que outros organismos, como galinhas, besouros e ourios-do-mar esto de fora

    do grupo, ou seja, eles no apresentam glndulas mamrias. Claro! Uma vez que voc saiba o significado do nome mam-

    feros, eu no preciso me referir a cada uma das espcies do grupo separadamente, pois o nome significa o conjunto todo.

    Figura 1: Beb elefante (Elephas maximus) mamando leite da me. Alm de elefan-

    tes, micos, humanos, preguias, tamandus e outras 5 mil espcies pertencem ao gru-

    po dos mamferos. Todos os mamferos apresentam glndulas mamrias e as recm-mames de todas as espcies de mamferos produzem leite e alimentam seus bebs.

    De acordo com algumas regras, um pesquisador associa uma parcela da diversidade a um nome taxonmico

    em Latim. Uma vez que o nome daquela fatia da diversidade biolgica seja conhecido, o pesquisador da descrio

    original e outros pesquisadores podem ir acumulando informaes sobre aquele grupo de espcies. Cada um pode

    estudar um aspecto e assim o conhecimento biolgico aumenta e solidifica.

    Voc poderia perguntar: por que precisamos de nomes cientficos em Latim se j temos nomes em Portugus? Na

    Lngua Portuguesa, temos nomes apenas para os grandes grupos da diversidade. Mas, para uma comunicao efetiva

    sobre a biodiversidade, os pesquisadores precisam de muito mais nomes do que aqueles que encontramos nos dicio-

    nrios da nossa lngua. Alm disso, a taxonomia no poderia ser em Portugus, pois existem pesquisadores estudando

    mamferos em todos os pases do mundo. Um dos principais objetivos de uma linguagem em comum, a Taxonomia,

    facilitar a comunicao entre todos eles. Assim, por meio da Taxonomia, o conhecimento biolgico construdo.

    Objetivos de aprendizagem

    Listar os passos do processo de descrio de uma nova espcie, feita pelo taxonomista.

    Relacionar a taxonomia linguagem da biodiversidade.

    Aplicar algumas regras da taxonomia.

    Definir especiao biolgica como o agente que interrompe a reproduo e a mistura entre as linhagens

    de uma espcie.

    Relacionar o processo de especiao diferenciao das grandes linhagens da diversidade.

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    Seo 1Taxonomia e a descrio de uma espcie

    Voltando ao exemplo dos mamferos, que vimos h pouco, voc percebe que as espcies tambm so alo-cadas em grupos maiores, compostos de muitas outras espcies. O nmero de divises possveis da biodiversidade

    imenso. Por isso, precisamos de pesquisadores exclusivamente dedicados cincia de dar nomes nas parcelas da

    diversidade. Precisamos de taxonomistase de uma taxonomiabem feitos.

    Quando, por exemplo, uma taxonomista de morcegos descreve uma espcie pela primeira vez, ela associa uma

    descrio muito detalhada de caractersticas a um novo nome cientfico. Alm disso, ela incluir a nova espcie em

    um dos grupamentos j existentes para morcegos.

    Figura 2: Ns, por exemplo, somos do grupamento humanos junto com algumas espcies j extintas, entreelas os homens de neandertal. Alm de humanos, ns (e os neandertais) tambm somos do grupamento pri-

    matas, junto com os micos, macacos, chimpanzs e gorilas. Todos os primatas tambm so do grupamento

    mamferos (como tigres, cachorros, focas, cavalos, morcegos, baleias e lobos) e, por sua vez, todos os mamferos

    pertencem ao grupamento dos vertebrados. Neste ltimo grupamento, esto cobras, lagartos, dinossaurospererecas, sapos, peixes sseos, tubares, tartarugas, todas as aves e todos os mamferos.

    Algumas das espcies de mamferos, como a ona pintada e o tamandu bandeira apresentam um nome

    vulgar em Portugus, pois chamam a ateno do pblico em geral, mas a maior parte das espcies s tem o nome

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    cientfico. Alis, mamferos no o maior grupo mesmo com suas cinco mil espcies. Os besouros, por exemplo, so

    mais de 350 mil espcies.

    Mas, o que leva os taxonomistas a descreverem novas espcies? Num pas como o Brasil, com grandes exten-

    ses de matas e com um litoral extenso, ainda existe muito trabalho para muitos novos taxonomistas que viro nas

    prximas geraes. Se voc gosta de ficar observando os animais que aparecem em sua casa ou na sua cidade, quem

    sabe voc no ser o prximo taxonomista brasileiro de renome internacional? Se voc j pediu de Natal um micros-

    cpio ou adorou um guia de identificao de animais que caiu em suas mos, voc um excelente candidato a um

    futuro taxonomista. Podemos afirmar que trabalho no faltar em um pas to biodiverso como o Brasil!

    Como toda rea profissional, dedicao e seriedade so fundamentais para o sucesso como taxonomista. Para

    iniciar voc no cotidiano da profisso, vamos agora falar sobre o processo de descrio de uma espcie. O taxo-

    nomista um pesquisador familiarizado com a diversidade de espcies de um determinado grupo. Taxonomistas

    especializam-se em um grupo da diversidade biolgica.

    Vejamos um exemplo. Joaquim um taxonomista de roedores. Os roedores so caracterizados por possurem

    dentes da frente (incisivos) longos e separados. Ou seja, todas as duas mil espcies do grupo roedores apresentam

    essas caractersticas em comum. Lembrando que os mamferos so cinco mil espcies, ns conseguimos perceber a

    importncia do grupo Rodentia (roedores) dentro da diversidade dos mamferos.

    Figura 3: A nossa capivara brasileira (nome cientfico Hydrochoerus hydrochaeris) o maior roedor do mundo e

    foi descrita por Carl Lineu, em 1766. Voc tem agora condies de entender por que apelidamos Lineu de o paida taxonomia, pela quantidade de organismos importantes que ele descreveu ao longo de sua vida.

    Como um bom taxonomista, especialista em roedores, Joaquim leu e familiarizou-se com as descries j pu-

    blicadas das espcies de roedores. Tais descries so artigos publicados em revistas especializadas. Depois dessa boa

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    reviso bibliogrfica, possvel reunir as descries das espcies de roedores feitas e publicadas por outros taxono-

    mistas tanto brasileiros como estrangeiros.

    tambm fundamental para o trabalho de Joaquim ir ao

    campo. O campo pode ser uma mata, uma floresta, uma restinga,

    uma lagoa, uma praia etc. O campo onde o pesquisador vai para

    coletar ou observar a biodiversidade em seu ambiente natural.

    Vamos imaginar que ir ao campo para um taxonomista como o

    olhar para o cu de um astrnomo... Assim, se Joaquim for para o

    seu trabalho de campo na Mata Atlntica, ele ir observar e exa-

    minar os roedores que ali habitam. Joaquim pode colocar armadilhas para coleta e para observao dos roedores

    que ele venha a encontrar.

    Vamos supor que Joaquim esteja observando um roedor que caiu numa armadilha que ele armou. Ele sabe-

    r que o animal da armadilha um roedor pelos dentes incisivos, caracterstica do grupo. Observando o roedor da

    armadilha e lembrando-se das descries de espcies que ele j leu, ele pode se deparar com uma caracterstica do

    animal nunca antes descrita. Por exemplo, o roedor capturado tem uma mancha amarela nos seus pelos das costas

    que nenhuma outra espcie de roedor tem!

    Humm... Intrigante, no ?

    Se ele observar o mesmo tipo de mancha em outros indivduos que caram em outras armadilhas naquela reade mata, ele poder descrever uma nova espcie de roedor, quando retornar a seu laboratrio. Nessa, a caracterstica

    morfolgica diagnstica, ou seja, a caracterstica marcante e pela qual esta espcie ser reconhecida passar a ser a

    presena de uma mancha amarela na pelagem das costas. Caracterstica que certamente ir constar da descrio da

    nova espcie a ser publicada.

    Ao descrever uma espcie nova, fundamental armazenar um exemplar da mesma em uma coleo de um

    museu. Este exemplar chamado tipoe estar disponvel para outros taxonomistas examinarem-no.

    A publicao da descrio detalhada uma etapa fundamental, pois, s com ela, outros taxonomistas podero

    ler e tomar conhecimento da nova espcie encontrada e descrita.

    Coleta

    Quando um pesquisador traz seres vivos de seu

    ambiente natural para o laboratrio.Mata Atlntica

    Ambiente tpico de floresta tropical encontrado

    na regio costeira do Brasil. Tal ambiente j foi

    muito devastado desde a chegada dos portu-

    gueses, h mais de 500 anos.

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    Figura 4:Duas espcies j descritas de mamferos roedores. A espcie da esquerda tem nome comum camun-

    dongo e nome cientficoApodemussylvaticus. A da direita chamamos rato e os cientistas chamam Rattus norvegi-cus. Ser que voc consegue perceber algumas caractersticas em comum dos roedores, olhando para essas duasfotos? E caractersticas nas quais elas diferem?

    Borboletas no museu?!

    Ir ao museu um passeio fantstico! Mas ser que nele s encontramos ossos de

    extintos dinossauros, quadros de artistas famosos e/ou objetos de antigas guerras?

    A resposta no! Existem museus onde esto arquivados os diferentes tiposdas mais

    diversas espcies. E foi nesse gnero de museu que Roberta, uma esperta menina de dez

    anos, ao observar vrias borboletas dentro de uma caixa de vidro, perguntou sua me:

    Me, por que essas lindas borboletas esto aqui e no nas florestas, onde, uma

    vez, eu vi um monte delas voando?

    Baseado no que voc estudou em

    nossa unidade, o que voc responderia

    Roberta?

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    Seo 2Nomeando e agrupando as espcies

    Pesquisadores de tempos mais antigos j entendiam que a linguagem da biodiversidade teria de ser comumaos pesquisadores de todas as lnguas. importante que os nomes cientficos sejam nicos, quer seja em um artigo

    cientfico escrito em Portugus, em Russo ou em Alemo. Dessa forma, pesquisadores em todo o mundo podem

    compreender o nome da espcie em um texto. Assim, uma lngua tinha de ser eleita para uso em taxonomia e os

    pesquisadores escolheram o Latim.

    Mas voc deve estar se perguntando: por qual razo escolheram uma lngua que ningum mais usava no sculo XVI?

    Pois esta foi justamente a razo para a sbia escolha dos pesquisadores! Eles escolheram o Latim, pois j

    era uma lngua morta, ou seja, que ningum mais falava. Dessa forma, os pesquisadores garantiram que as regrasde gramtica e de ortografia no iriam mudar com o tempo. Essa uma particularidade importante para no ha-

    ver confuso com as mudanas informais e as revises lingusticas formais como aquela que tivemos na Lngua

    Portuguesa h alguns anos.

    Todos os nomes em Taxonomia so escritos em Latim e obedecem s mesmas regras h sculos. Imagine se

    uma regra de ortografia em Latim mudasse. Isso significaria mudar os nomes cientficos de dois milhes de espcies...

    Seria muito trabalhoso, no acha?

    2.1. Algumas regras da taxonomia

    Alm de serem em Latim, uma outra particularidade que os nomes cientficos das espcies devem sempre vir

    destacados no texto, em itlico, negrito ou sublinhado. O mais comum atualmente que eles venham destacados em

    itlico, nos textos cientficos, e mesmo nos textos de divulgao cientfica.

    Os nomes cientficos na taxonomia antes dos estudos de Lineu eram pequenas descries das espcies. Ento,

    uma abelha, por exemplo, apresentava o seguinte nome:

    Apis pubescens, thorace subgriseo, abdominae fusco, pedibus posteuis, glabris, utrinque margine ciliatis.

    O nome antigo da abelha significa abelha com pelos curtos, peito cinza, abdmen marrom escuro, patas sem

    pelo e com pequenos sacos com estruturas semelhantes a pelos nas bordas. Imagine quo difcil era a troca de informaes

    sobre as espcies. S para dizer qual espcie estava sendo estudada j eram necessrias algumas linhas de texto!

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    Enquanto a diversidade biolgica estava restrita basicamente diversidade europeia, esse sistema funcionava

    mal, mas funcionava. Entretanto, depois das grandes navegaes dos sculos XV e XVI, os navios traziam, do Novo

    Mundo, uma biodiversidade infinitamente mais rica e mais difcil de ser catalogada. Milhares de espcies novas che-

    gavam aos portos da Europa, trazidas do Novo Mundo para a cincia europeia analisar. Dessa forma, o sistema antigo

    ficou rapidamente impraticvel. Um novo sistema de classificao era necessrio.

    Novo Mundo

    Todo o continente americano, incluindo as Amricas do Norte, Central e do Sul. Depois das grandes navegaes, o Velho Mundo

    (Europa, sia e frica) conheceu o Novo Mundo (as Amricas).

    Figura 5:Mapa de Martin Waldseemller, mostrando uma parte do Novo Mundo, no caso a Amrica do Sul.

    Neste mapa, o nome Amrica aparece, pela primeira vez, no ano de 1507.

    Foi apenas no sculo XVIII, que o pai da Taxonomia, Carl Lineu (voc viu um pouco sobre ele na unidade 1),

    props que o nome da espcie passasse a ser composto de apenas dois nomes. Este o sistema que usamos at hoje,

    mais de trs sculos depois. A abelha com aquele nome enorme descrito acima, por exemplo, foi redescrita formal-

    mente e denominada cientificamente por Lineu:Apismellifera (Figura 6). Muito mais simples, concorda?

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    Figura 6:Foto da abelha europeia, re-descrita por Lineu comoApismellifera.Ser que voc consegue perceber os

    atributos do primeiro nome Apis pu-

    bescensdessa abelha pela foto?

    O procedimento agora associar, em uma publicao, o nome a uma

    descrio detalhada que inclui o local de depsito do tipo da espcie. Dessa

    maneira, Lineu descreveu milhares de espcies. J vimos que muitas so esp-

    cies bem conhecidas.

    Como no o nome, a descrio poderia ser to detalhada, quanto ne-

    cessria. Cada detalhe pode ser includo de forma a descrever a nova espcie

    com preciso, diferenciando-a das outras espcies, mesmo das com caracters-

    ticas muito semelhantes. Tal descrio inclui medidas, quantidades, formatos,

    cores de cada uma das estruturas dos membros daquela espcie. Tanta infor-

    mao certamente no caberia em um nome.

    O sistema proposto por Lineu foi to bem recebido que perdura at os dias de hoje e chamado sistema

    binomial. Isso porque, o nome cientfico de uma espcie apresenta dois nomes, ambos em itlico (uma forma de

    destac-los do texto em que se encontram). O primeiro nome o nome do gnero, sempre iniciado por letra maiscula.

    O segundo nome a parte especficado nome da espcie, sempre iniciado por letra minscula.

    Um mesmo gnero pode apresentar muitas espcies.Panthera leoe Panthera onca, por exemplo, so os nomes

    cientficos do leo e da ona pintada, respectivamente. O tigre , por sua vez, chama-se Panthera tigris e, assim como

    o leo e a ona pintada, faz parte do gnero Panthera.

    Figura 7:Panthera onca(ona) e Panthera tigris(tigre) so duas espcies do gnero Panthera. O tigre vive nas florestas asiti-

    cas, enquanto a ona habita as florestas brasileiras.

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    Dizer que trs espcies pertencem ao mesmo gnero significa que elas so muito semelhantes em suas carac-

    tersticas. Isso porque o gnero o segundo menor dos grupamentos da biodiversidade. Lembre-se de que o menor

    grupamento a espcie que une indivduos mais semelhantes do que as espcies de um mesmo gnero. O gnero

    Leopardus, por exemplo, tambm apresenta vrias espcies, entre elas Leoparduspardalis, que a nossa jaguatirica. O

    gnero Felis o gnero da espcie do gato domstico.

    Os gneros Felis, Leopardus e Panthera so trs dos gneros membros da famlia Felidae. A famlia o

    grupamento imediatamente superior ao gnero. Isso significa que uma famlia apresenta vrios gneros e cada um

    desses, por sua vez, vrias espcies.

    Assim, todas as espcies do gnero Felis, pertencem famlia Felidae, mas nem todas as espcies em Felidae

    esto no gnero Felis.

    Figura 8:O leo, o gato e a jaguatirica pertencem, respectivamente, aos gneros Panthera, Felis e Leopardus.Todos esses gne-ros pertencem famlia Felidae. As espcies de uma mesma famlia apresentam algumas caractersticas em comum.

    Mas qual a razo desses trs gneros estarem juntos em uma nica famlia?

    Se voc reparar na pata de um gatinho, voc ver que o gato pode retrair (recolher) as suas garras ou coloc-

    -las para fora de acordo com a sua vontade. A pata de um cachorro, por outro lado, no possui as garras retrteis. As

    unhas de cachorros e lobos esto sempre para fora e, por isso, so bem menos afiadas do que as dos gatos. Garras

    retrteis so uma adaptao dos feldeos, isto , as espcies da famlia Felidae apresentam tal caracterstica vantajosa

    e espcies de outras famlias, no.

    Repare em uma mulher com unhas muito longas e voc ir perceber como seria vantajoso para ela poder re-

    trair as unhas de acordo com a prpria necessidade, por exemplo, quando ela est digitando no computador... Porm,

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    infelizmente para ela, humanos no so membros da famlia Felidae. Garras retrteis so uma caracterstica diagns-

    tica vantajosa ou uma adaptao exclusivade todos os membros da Famlia Felidae.

    Figura 9:Garras retrteis de um gatinho domstico ( esquerda) e as no retrteis de um cachorro (apontadas

    pelo A na foto da direita). Note como as do gato so muito mais afiadas.

    Os cachorros e lobos so membros da Famlia Canidae, que apresenta outras caractersticas diagnsticas tam-

    bm vantajosas, mas suas garras no so retrteis (veja Figura 9). O focinho grande, por exemplo, uma das adapta-

    es dos candeos que permite que seu cachorrinho saiba que voc chegou casa antes mesmo de v-lo.

    Figura 10: Ces (esquerda) e lobos (direita) tambm pertencem a uma mesma famlia Canidae - e comparti-

    lham as mesmas adaptaes, como por exemplo, o focinho grande. Caractersticas compartilhadas de forma

    exclusiva marcam a categorizao de animais em grupos taxonmicos diferentes.

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    O cinema no segue as regras taxonmicas...

    No filme X-Men, alguns humanos apresentam mutaes e so

    chamados mutantes. Alguns personagens do filme nasceram

    com habilidades sobre-humanas que os fazem diferentes dos

    demais.

    Os mutantes de X-men geralmente apresentam caractersticas

    vantajosas. Um dos mutantes, por exemplo, apresenta uma viso

    superpoderosa outro apresenta poderes telepticos, outro pode

    ficar invisvel.

    No filme, um dos principais mutantes chamado Wolverine. Esse

    nome vem da palavralobopois wolf em Ingls significa lobo. Wol-

    verine um mutante que consegue retrair e expor suas garras

    afiadssimas, sua vontade (veja o desenho). Entretanto, apesar do nome, vimos que garras afiadas e

    retrteis so uma adaptao tpica dos felinos, na realidade, e no dos lobos que so candeos...

    Concluindo, Stan Lee e Jack Kirby, os excepcionais escritores de X-men, no conheciam bem ataxonomia de mamferos! um filme de ao muito interessante e se voc no viu ainda, vale

    pena alugar na sua locadora.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Wolverine_por_John_Cassaday.jpg Autor: John Cassaday

    2.2. A classificao termina em famlia?

    De maneira alguma a classificao termina por a! Canidae e Felidae pertencem ordem dos carnvoros que

    uma das ordens da Classe Mammalia. Na Classe Mammalia, esto includos todos os mamferos. Cada uma das

    espcies de mamferos apresenta suas prprias caractersticas diagnsticas, uma colorao de pelo diferenciada, um

    tamanho maior de corpo, um focinho mais fino, uma orelha mais pontuda, dentes maiores etc., mas h caractersticas

    que so especficas dos mamferos em geral.

    Alm dessas caractersticas particulares, portanto, para serem classificadas como mamferos, todas as (cincomil) espcies desse grupo apresentam caractersticas em comum:

    pelos;

    dentes diferenciados;

    glndulas mamrias.

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    Estas so as caractersticas diagnsticas de mamferos. Ou seja, se alguma nova espcie for encontrada, por

    exemplo em Cabo Frio, e apresentar essas trs caractersticas, a mesma ser necessariamente includa na classe Mam-

    malia ao ser descrita. Sabendo que ela apresenta essas trs caractersticas, saberemos inferir outras tantas. Por exem-

    plo, como todos os mamferos apresentam coluna vertebral, a nova espcie de Cabo Frio certamente ir apresentar

    tambm a coluna vertebral. E se a nova espcie tiver garras retrteis, em que famlia voc a incluiria? Seria, claro, mais

    um membro da famlia Felidae (da Classe Mammalia do Subfilo Vertebrata).

    Grupamentos em taxonomia obedecem a um sistema hierrquico de nomenclatura no qual, muitas espcies

    esto includas em um gnero, muitos gneros em uma famlia, muitas famlias em uma ordem, muitas ordens em

    uma classe, muitas classes em um filo e muitos filos em um reino.

    Figura 11: Embora muitas pessoas acreditem, a aranha ( esquerda) no faz parte do grupamento dos insetos

    ( direta). Todos os insetos apresentam seis patas e as aranhas apresentam oito. Insetos e aranhas fazem parte

    do Filo (grupo maior) dos artrpodos. Um outro grupo de artrpodos so os crustceos, onde se encontram os

    caranguejos, camares, lagostas.

    O maior dos grupamentos o domnio. Existem apenas trs domnios nos quais toda a diversidade biolgica

    includa. So eles: Bacteria, Archeae, e Eukarya. Os dois primeiros so domnios compostos apenas por organismos

    unicelulares (seres constitudos por uma clula apenas), isto , por micro-organismos bactrias e arqueas. O domnio

    Eukarya composto por organismos uni e multicelulares. Todos os organismos que podemos enxergar a olho nu es-

    to includos no domnio dos eucariontes (Eukarya), incluindo as plantas, os fungos e os animais.

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    Arqueas

    Micro-organismos unicelulares que vivem em condies extremas. Ambientes extremos, por exemplo, podem ser temperaturas

    altssimas como prximas de 100oC. Esses organismos tambm so chamados extremfilos. Um dos trs domnios da vida

    constitudo por arqueas.

    Figura 12: Hierarquia em taxonomia. A ona(Panthera pardus) uma espcie do gnero Panthera, que um

    gnero da Famlia Felidae, que uma famlia da Ordem Carnvora, que uma ordem da Classe Mammalia. Mam-

    malia, que, por sua vez, pertence ao Filo Chordata, que um filo do Reino Animlia, que um reino do Domnio

    Eukarya que faz parte da diversidade biolgica.

    Um novo conceito importante, diante do que vimos na taxonomia da ona pintada, por exemplo (Figura 12)

    que os nomes em taxonomia obedecem a uma estrutura hierrquica, que vai da espcie ao domnio. Essa estrutura hierr-

    quica reflete uma maior ou menor similaridade morfolgica.

    Se voc tem dificuldade em entender o que hierarquia, no se preocupe, voc no o nico! Vamos deixar

    mais intuitivo esse conceito complicado, mas central do estudo das Cincias Biolgicas. Mais uma vez, vamos simpli-

    ficar o complicado, dando um exemplo cotidiano.

    Endereos, por exemplo, tambm apresentam uma estrutura hierrquica. Digamos que voc more em:

    uma casa, que se localiza em

    uma rua, que fica em

    um bairro de

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    uma cidade em

    um dos estados da

    federao brasileira (pas).

    Repare que a estrutura de um endereo tambm hierrquica, pois os endereos no so simplesmente iguaisou diferentes. Existe uma gradao entre dois endereos muito similares e dois muito diferentes. Dois endereos mui-

    to similares tambm apresentaro suas diferenas, como o nmero da casa ou do apartamento. Assim, at endereos

    muito diferentes apresentam suas similaridades, como o mesmo pas ou o planeta Terra.

    Se pensarmos sobre a similaridade dos seres vivos, encontraremos um padro semelhante. Alguns grupos ta-

    xonmicos com menos espcies apresentam uma maior similaridade morfolgica do que grupos com mais espcies

    que tambm apresentam maiores diferenas. Por que existe essa hierarquia na Natureza?

    A similaridade entre as caractersticas dos indivduos na Natureza depende de quo prximos ou distantes es-

    to seus antepassados em comum. Como vimos na unidade 1, voc se parece com seus irmos, pois os antepassados

    em comum so seus pais. Existe apenas uma gerao de duplicao do material gentico com possibilidade de gerar

    mutaes. O material gentico que deu origem a voc e a seu irmo era oriundo do mesmo casal, seus pais, apenas

    uma gerao atrs. Voc apresenta caractersticas que lembram seus avs na mocidade, pois apenas duas geraes

    separam voc e seus avs. O ancestral comum entre voc e sua av sua prpria av.

    Assim, a estrutura reprodutiva das linhagens ancestrais descendentes obedece a um padro hierrquico ao

    longo do tempo que gerou a hierarquia na similaridade morfolgica.

    Um carioca e um chins apresentam diferenas em suas caractersticas fisionmicas, mas ainda so similares,

    se comparados com as outras espcies do planeta. A similaridade entre o carioca e o chins advm do fato de que os

    antepassados em comum dessas duas linhagens so ainda recentes. Em milhares de anos de reproduo e mistura

    de material gentico na populao humana, algumas mutaes fazem o carioca e o chins diferentes. Por outro lado,

    a grande maioria das caractersticas desses humanos compartilhada por todos os humanos. O dedo do p em

    alavanca um exemplo, como j mencionamos na unidade 1, que j estava presente nos ancestrais humanos, pois

    todos ns o apresentamos.

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    Verdade ou mentira?

    Para as questes a seguir, aponte, nos parnteses, V, se elas forem verdadeiras ou F

    , se elas forem falsas.

    ( ) Uma bactria e um ser humano possuem muitas caractersticas em comum, por

    isso ambos so classificados na mesma espcie.

    ( ) Coleoptera uma ordem de insetos. Os membros dessa ordem esto mais relacio-

    nados entre si do que com os membros da ordem Carnivora de mamferos.

    ( ) Bufo Bufo o registro correto do nome cientfico de uma espcie de sapo.

    ( ) Domnio o menor grupo de classificao dos organismos.

    ( )Canis lupuse Canis latrans so grupos de animais mais parecidos morfologicamen-

    te do que Canis lupus eElephas maximus.

    Seo 3Cincia e perguntas

    A principal tarefa de um cientista tentar dividir perguntas grandes e complexas em perguntas pequenas e

    mais simples de encontrar respostas. Assim, a pergunta por que a biodiversidade da forma que ela se apresenta em

    nosso planeta uma pergunta muito grande e complexa. Ento vamos dividi-la em perguntas menores, que podem

    ser entendidas mais claramente pelo que vimos at agora.

    3.1. Primeira pergunta: qual a causa das diferenas

    entre os seres vivos?

    Mesmo entre membros de uma nica famlia, os indivduos no so iguais. Pais e mes no do origem a clones,

    quando se reproduzem. As diferenas que observamos entre as espcies so resultado da mistura do material gentico

    do pai e da me, e tambm do processo de mutao que pode acontecer nas multiplicaes das clulas de um indivduo.

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    Clone

    o nome que damos a indivduos que possuem material gentico idntico ao de outro indivduo. Podem ser gerados por divi-

    so de um ser em dois (reproduo assexuada, ou seja, sem sexo), o que acontece com alguns micro-organismos, por exemplo,

    ou por reproduo sexuada quando so gerados gmeos idnticos, como acontece com os humanos.

    Indivduos mutantes (cuja mutao afete as clulas reprodutivas) vo produzir filhotes com a mesma caracte-

    rstica mutante. Os filhotes mutantes tambm iro crescer e reproduzir-se, produzindo mais e mais filhotes tambm

    com a caracterstica mutante. Em outras palavras, pelo cruzamento (reproduo), essa mutao vai sendo passada de

    tal forma que, daqui a algumas geraes, estar presente em muitos indivduos. Assim, o cruzamento uma ferra-

    menta poderosa para promover a misturado material gentico na populao ao longo das geraes.

    Esse o princpio da primeira resposta importante sobre biodiversidade no planeta

    3.2. Segunda pergunta: Qual a causa das semelhanas?

    Por outro lado, os organismos so semelhantes. Afinal, glndulas mamrias no so uma particularidade dos

    humanos, pois so compartilhadas pelas mais de cinco mil espcies de mamferos.

    Mas as semelhanas no param a. Vamos falar de atitudes. Chimpanzs, coando a cabea, lees espreguian-

    do-se, atobs, mergulhando no mar. Quer outros exemplos? Vamos falar sobre doenas. Veja, na Figura 13, exemplos

    de que o albinismo uma doena que afeta todos os mamferos, aves, rpteis e muitos outros organismos.

    Figura 13:Albinismo, uma doena que acomete humanos, tambm pode ser encontrada em outros animais,

    como em cangurus e jacars. Isso porque compartilhamos no apenas caractersticas, mas tambm podemos

    ser acometidos pelas mesmas doenas de outros animais do planeta.

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    Indivduos da mesma espcie apresentam uma maior parcela das caractersticas iguais do que quando compara-

    mos espcies diferentes, pois uma espcie est em constante homogeneizao de suas caractersticas por meio da reprodu-

    o.Membros de uma mesma espcie no so mais semelhantes apenas morfologicamente, mas em outros aspectos

    de sua fisiologia, de seu comportamento, enfim, de todas as caractersticas herdveis presentes no material gentico.

    No caso dos humanos, por exemplo, os antepassados em comum entre eles viveram h algumas centenas de

    milhares de anos apenas. Isso pode parecer muito para voc, que ir viver algumas dezenas de anos. Entretanto, se

    pensarmos que a vida na Terra tem 4 bilhes de anos, no exagero dizer que todos os humanos so irmos.

    Por essa lgica, podemos dizer tambm que os chimpanzs so nossos primos. Mas antes de chegarmos a, h

    um assunto que a gente ainda no falou...

    Vamos falar, ento. Falaremos agora sobre especiao.

    3.3. Terceira pergunta: como explicar as grandes diferenas e

    semelhanas entre as diferentes espcies?

    Se os membros de uma espcie esto em constante mistura de material gentico pela reproduo, ento impossvel

    que exista uma diferenciao real em uma mesma espcie, como a que encontramos entre macacos e tigres. Portanto, deve

    existir um mecanismo que impea a reproduo, rompendo com o processo de mistura em uma parcela da populao.

    Sim, esse mecanismo existe e chamado de especiao. A especiao o nico mecanismo que permite que

    linhagens diferenciem-se de fato. A especiao possibilita que mutaes acumulem-se dentro de um grupo de orga-

    nismos, diferenciando linhagens inteiras ao longo dos anos.

    Quando a especiao acontece, o cruzamento entre dois grupos ou mais de indivduos parcialmente inter-

    rompido, gerando duas novas espcies. Isso chamado isolamento reprodutivo. Ele , geralmente, antecedido pelo

    isolamento geogrfico. Isso significa que, antes de existir uma barreira biolgica, ou seja, um impedimento no cruza-

    mento entre grupos de indivduos, os grupos devem estar separados em diferentes regies do territrio.

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    Isolamento reprodutivo e isolamento geogrfico so dois conceitos fundamentais para a compreenso

    do fenmeno da especiao.

    O isolamento reprodutivo: acontece quando duas populaes no conseguem mais se cruzar. Isso

    pode acontecer de formas diversas: quer porque anatomicamente se torna invivel, quer porque o es-

    permatozoide de uma populao no mais fecunda o vulo da outra, quer porque os descendentes

    gerados so estreis.

    J o isolamento geogrfico se trata de uma barreira geogrfica que impede que as populaes troquem

    seus materiais genticos. Geralmente, o isolamento geogrfico precede o isolamento reprodutivo, pois

    caso no haja barreira geogrfica, impedindo o cruzamento, as populaes continuaro a trocar mate-

    rial gentico e no iro se diferenciar. Com a barreira, o isolamento geogrfico impede o cruzamento,

    confinando novas mutaes a apenas uma parcela da populao, possibilitando a especiao.

    Vamos dar um exemplo de forma que voc consiga compreender o fenmeno especiao. Para isso, pense

    em uma espcie de roedores com machos e fmeas se reproduzindo em uma populao. Essa populao habita uma

    rea especfica de uma densa floresta. Agora, ao invs de nos preocuparmos com cor, cheiro, nmero de patas, vamos

    pensar em caractersticas ligadas reproduo e compatibilidade reprodutiva.

    Imagine que tanto os machos como as fmeas apresentem uma poca de cio em junho. Nesse ms, portanto, todos

    os indivduos da populao esto aptos reproduo. Tanto machos como fmeas apresentam, em seu material gentico,

    o tipo perodo frtil em junho. Vamos imaginar machos e fmeas, acasalando em junho, dando origem a filhotinhos e

    filhotinhas que receberiam dos gametas dos seus pais material gentico do mesmo tipo perodo frtil em junho.

    No curso dessa histria, geraes e geraes se passam...

    Em determinado momento da histria dessa espcie, um pequeno tremor de terra mudou o curso de um rio.

    O rio agora atravessou a rea onde a espcie habitava e dividiu a populao em duas partes: uma na margem direita

    do rio e outra na margem esquerda. Como os indivduos no conseguem atravessar o rio, o novo curso do rio isola

    geograficamente as duas novas populaes.

    Mais e mais geraes e geraes se passam...

    Em um dos lados do rio, durante as duplicaes do material gentico de um dos indivduos, a molcula dupli-

    cadora, cometeu um erro. Uma mutao ocorreu. A mutao no teria maiores consequncias caso tivesse sido em

    qualquer outra clula, mas o erro foi em uma das clulas que deu origem a um gameta, que seria fecundado.

    Mas qual foi o erro?

    O erro foi justamente no perodo de fertilidade, pois o mutante teria perodo frtil em outubro, diferente de seus pais.

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    O que acontecer com ele?

    Esse material gentico mutante est condenado a morrer junto com o organismo mutante, pois este morrer

    sem se reproduzir. Enquanto todos os indivduos de sua populao esto acasalando, ele no poder faz-lo. Em ou-

    tubro, quando ele estiver pronto para reproduzir-se, ningum mais estar e ele ficar sem parceira para a reproduo.

    Assim, a mutao perodo frtil em outubro ser perdida.

    Mais geraes e geraes passam-se...

    Eventualmente, uma nova mutao ligada ao perodo frtil ocorreu na populao da margem esquerda do

    rio. Desta vez, a mutao era perodo frtil em incio de junho. Essa mutao permite que o indivduo mutante

    reproduza-se com os organismos com perodo frtil em junho. Assim, a mutao perodo frtil em incio de junho

    pode ser mantida na populao.

    Geraes e geraes passam-se novamente...

    O processo de homogeneizao fez com que, em um determinado momento, todos os indivduos da margem

    esquerda apresentassem material gentico perodo frtil em incio de junho. Nesse momento, os indivduos das

    duas margens exibem diferena no que se refere ao momento do cio. Por outro lado, mesmo se o rio secar, indivduos

    das duas populaes podero se cruzar, pois perodo frtil em junho compatvel reprodutivamente com perodo

    frtil em incio de junho.

    Ok, nenhuma especiao at o momento!

    Mas e se, na margem direita, a molcula errasse na duplicao novamente, em um outro indivduo, em umaoutra gerao? Com o erro, um mutante perodo frtil no final de junho surgiu.

    E se essa mutao acabasse se espalhando para todos os membros da margem direita em algumas dezenas de

    geraes? O que aconteceria ento?

    Se isso acontecesse, teramos duas populaes isoladas geograficamente e, mais importante, elas estariam

    isoladas reprodutivamente!

    A populao da margem esquerda seria do padro perodo frtil no incio de junho e no poderia cruzar com

    a populao da margem direita que teria perodo frtil no final de junho. O isolamento reprodutivo ser o respons-

    vel pela ruptura no processo de mistura, tpico das espcies biolgicas, mesmo caso elas voltem a se encontrar. Assim,

    as populaes de ambas as margens vo comear a se diferenciar em todas as outras caractersticas: cor, cheiro, ve-

    locidade, alcance visual, altura, peso.

    Com o passar do tempo, acumularo cada vez mais diferenas at que um taxonomista repare em uma certa

    mancha amarela nas costas da populao da margem direita e decida que essa uma nova espcie de roedor.

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    A partir de ento, apenas os mecanismos de isolamento e diferenciao esto operando entre as duas popu-

    laes que, agora, podemos chamar espcies diferentes. As mutaes vo continuar acontecendo em ambas, mas,

    como esto isoladas reprodutivamente, mesmo que o rio no mais exista, a homogeneizao no ir mais acontecer.

    Repare que, mesmo recebendo nomes diferentes, as espcies sero ainda semelhantes e naturalmente estaro aloca-

    das no mesmo gnero, mas nunca mais iro trocar material gentico.

    Dessa forma, uma outra propriedade importante sobre as espcies que elas delimitam as fronteiras para onde as

    mutaes podem ser espalhar nas prximas geraes.

    Figura 14:Especiao biolgica. O que representava uma nica unidade reprodutiva (em A), com o passar dos

    anos e com o isolamento geogrfico (em B), tornaram-se duas unidades reprodutivas. Ou seja, duas espcies

    descenderam (em C e D) de uma espcie ancestral em comum. Repare que a colorao dos indivduos varia com

    o tempo. A especiao est completa apenas em D.

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    A sorte est lanada (parte II)?

    Lembra-se da Atividade 4 da Unidade 1? Entre de cabea em um novo desafio, pa-

    recido com aquele!

    Voc vai precisar de 20 gros de feijo preto. 20 gros de feijo branco. 20 gros de

    milho e um dado de seis lados. Os trs tipos de gros ilustram indivduos de uma mesma

    espcieque so diferentes em uma caracterstica. Essa atividade est formalmente descri-

    ta em um artigo cientfico de autoria de Claudia Augusta de Moraes Russo e de Carolina

    Moreira Voloch. Beads and dice in a genetic drift exercise.

    Vamos imaginar que voc tem uma populao de 10 indivduos, representados,

    nessa atividade, por 10 gros. Como na atividade da Unidade 1, cada um desses indivduos

    dar origem a dois indivduos como eles.

    O ambiente no qual sua populao de gros vive s tem comida para alimentar 10

    indivduos, mas depois de um tremor de terra, um rio divide a populao de 10 indivduos

    em duas populaes de cinco indivduos cada. Uma de cada lado do rio.

    Em cada lado, nascem 10 indivduos em uma gerao. Como cada lado do rio pode

    alimentar 10 indivduos, na primeira gerao, todos os filhotes sobrevivem. Entretanto, na

    prxima gerao, os 10 de cada margem iro se reproduzir e os 20 filhotes iro competir

    por recursos e novamente apenas 10 iro sobreviver em cada margem.

    Comece na margem direita com nove gros de feijo preto e um gro de milho e

    na margem esquerda todos so de feijo preto, ou seja, inicie a sua atividade na gerao

    em que ocorreu um primeiro mutante-milho. Na segunda gerao, na margem esquerda,

    acontece uma nova mutao.

    Em ambas as margens, cada um dos 10 indivduos vai produzir dois filhotes

    idnticos a eles. Agora, na competio, existem 18 feijes pretos e dois milhos (mar-

    gem direita) e 18 feijes pretos e dois feijes brancos (margem esquerda). Quais iro

    sobreviver? Use o dado para descobrir, como aponta a figura (ilustrando a competi-

    o na margem direita) a seguir:

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    Voc s deve rolar o dado caso a competio seja entre indivduos diferentes, ou

    seja, entre feijo preto e milho ou entre feijo preto e feijo branco. Assim, nessa primeira

    gerao, voc rolar o dado duas vezes para saber quais sobreviveram para formar a pr-

    xima gerao.

    Considere sempre que a competio ir ocorrer entre gros diferentes, preferencialmen-

    te. Se o resultado for 1, 2 ou 3, o feijo preto sobrevive. Se for 4, 5 ou 6, o milho (margem direita)

    ou o feijo branco (margem esquerda) sobrevivem.

    Faa a competio por 10 geraes e verifique o resultado. O que aconteceu? Repa-

    re que as propores de sobrevivncia so iguais para os dois variantes; portanto, qualquer

    um pode sobreviver competio com chances iguais!

    A cada gerao, conte o nmero de sobreviventes de cada tipo. Anote seus resulta-

    dos em uma tabela como a que apresentamos a seguir e compare as propores de feijes

    e milhos entre seus colegas tambm. O que aconteceu com o mutante?

    A primeira gerao j est especificada: so nove feijes e um milho que iro produ-

    zir 18 feijes e dois milhos. Na segunda gerao, vai existir a competio.

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    Margem direita Feijo preto Milho Margem esquerda Feijo preto Feijo branco

    Primeira 9 1 Primeira 10 0

    Segunda Segunda 9 1

    Terceira Terceira

    Quarta QuartaQuinta Quinta

    Sexta Sexta

    Stima Stima

    Oitava Oitava

    Nona Nona

    Dcima Dcima

    As duas caractersticas conferiam ao indivduo a mesma probabilidade de sobrevivncia

    (50%). Agora pense se uma caracterstica desse uma vantagem ao indivduo que a carregasse.

    Uma vantagem adaptativa. O que aconteceria com as probabilidades de sobrevivncia?

    Resumo

    Taxonomia a cincia de dar nomes s espcies e aos grupamentos nos quais as espcies so includas.

    O nome cientfico de uma espcie binomial, sendo o primeiro nome, o gnero (sempre iniciado em mai-

    scula) ao qual a espcie est associada e o segundo nome o especfico (sempre iniciado em minscula).

    O nome cientfico deve sempre vir destacado do texto, em itlico geralmente, e obedece s regras do Latim.

    O processo de descrever uma espcie acontece quando o taxonomista encontra um grupo de organismos

    com uma caracterstica diagnstica exclusiva. Ao descrever uma nova espcie, o taxonomista ir associar

    um nome novo e nico nova espcie, descrever de forma completa e detalhada dos indivduos dessa

    nova espcie e designar um espcimen (tipo), que ser depositado em um museu e ficar disponvel para

    consulta por outros pesquisadores.

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    Ao descrever uma nova espcie, o taxonomista ir inclu-la em grupos maiores com outras espcies.

    Os grupamentos obedecem a um sistema hierrquico de nomenclatura no qual, muitas espcies esto in-

    cludas em um gnero, muitos gneros em uma famlia, muitas famlias em uma ordem, muitas ordens em

    uma classe, muitas classes em um filo e muitos filos em um reino.

    O maior dos grupamentos o domnio. Existem apenas trs domnios nos quais toda a diversidade biolgi-

    ca includa. So eles: Bacteria, Archeae, e Eukarya.

    Os domnios Bacteria e Archeae so compostos apenas por organismos unicelulares, isto , por micro-

    organismos bactrias e arqueas.

    O domnio Eukarya composto por organismos uni e multicelulares. Dentre os eucariontes, esto as plan-

    tas, os fungos e os animais.

    Especiao o processo que gera duas espcies descendentes a partir de uma nica espcie ancestral.

    O tipo mais comum de especiao envolve o isolamento geogrfico, no qual existe uma barreira geogrfica

    (um rio, uma montanha, um vale). A barreira impede a passagem de indivduos de um lado para outro e, por-

    tanto, o cruzamento entre duas populaes. A impossibilidade de cruzamento ir diferenciar as populaes

    gradualmente at que mutaes ligadas ao isolamento reprodutivo culminem na especiao biolgica.

    A especiao o nico processo capaz de promover a diferenciao real entre as linhagens, como a que

    observamos entre mamferos e aves, por exemplo.

    Veja ainda

    Lineu fez muito pelas cincias biolgicas ao criar o sistema binrio de nomenclatura. Ele organizou tal sis-

    tema, facilitando o estudo dos seres vivos. Quer saber mais sobre isso? Ento leia:

    http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=4583&bd=2&pg=1&lg

    Muitas espcies ainda no foram descritas pelos taxonomistas, pois no foram sequer descobertas na Natu-

    reza! Para saber mais sobre a Biodiversidade, acesse: http://www.biodiversidade.rs.gov.br/portal/index.php

    Para saber um pouco mais sobre a diversidade dos besouros, visite: http://www-man.blogspot.com.

    br/2011/06/besouro-caracteristicas-dos-besouros.html

    Quer saber mais sobre o processo de especiao? Olhe essa reportagem: http://www.clickciencia.ufscar.br/

    portal/edicao15/materia6_detalhe.php

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    No planeta Terra, existem ambientes bastante diferentes. H regies muito frias, muito quentes, muito se-

    cas, midas, aquticas, terrestres. As diferentes caractersticas das espcies possibilitam que todas as regi-

    es sejam, de alguma forma e em algum nvel, ocupadas. Veja o vdeo e saiba mais sobre isso: http://www.

    youtube.com/watch?v=wsYD7wXJH7s

    Bibliografia consultada

    Futuyama, Douglas. Biologia Evolutiva. Editora Sinauer. 3aedio, 1998

    Ridley, Mark.Evoluo. Editora Blackwell 3aedio. Editado no Brasil por Artmed, 2003

    Imagens

    Andr Guimares

    http://en.wikipedia.org/wiki/File:Elephant_breastfeading.jpg rkimpeljr.

    http://www.sxc.hu/photo/1282782; 1282782; 534023; 1389295; 855254; 742636; 1140199; 1394407; 994219;

    548555; 175034; 762628; 1182581; 1184942; 261037; 1198861; 1228722

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Capivara_ST.jpg Silvio Tanaka

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Apodemus_sylvaticus_bosmuis.jpg Rasbak.

    http://www.flickr.com/photos/threefishsleeping/3338491579/ threefishsleeping

    Wikimedia Commons. Luc Viatour/www.Lucnix.br

    Wikimedia Creative Commons. Olegivvit; Domnio pblico. Hollingsworth, John and Karen

    Domnio Pblico. Wikimedia Commons.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Lion_waiting_in_Namibia.jpg;http://pt.wikipedia.org/wiki/

    Ficheiro:AfricanWildCat.jpg; http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ocelot.jpg -Tom Smylie

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    Cincias da Natureza e suas Tecnologias Biologia 69

    Wikimedia Commons. Howcheng; http://en.wikipedia.org/wiki/File:Cat_claw_closeup.jpg Amos T Fair-

    child http://en.wikipedia.org/wiki/File:Paw_and_pads.jpg

    http://www.sxc.hu/photo/1372031 Autor: Andrzej Pobiedziski; http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Canis_

    lupus_laying.jpg

    Wikimedia Commons (insetos); http://en.wikipedia.org/wiki/GNU_Free_Documentation_License Fir0002/

    Flagstaffotos.

    http://en.wikipedia.org/wiki/File:Albino_Macropus_rufogriseus_rufogriseus.jpg JJ Harrison; http://

    en.wikipedia.org/wiki/File:Albino_Alligator_2008.jpg Brocken Inaglory.Respostas comentadas

    Atividade 1

    As borboletas esto depositadas em uma coleo no museu de forma que taxono-

    mistas de todo o mundo possam analisar aquelas espcies, devidamente identificadas. As

    colees de museus em todo o mundo armazenam e catalogam a diversidade biolgica

    local e no local, tambm.

    Atividade 2

    F bactrias e humanos no so da mesma espcie, nem do mesmo domnio.

    V membros de uma mesma ordem esto mais relacionados entre si do que com

    qualquer espcie de uma outra ordem taxonmica.

    F o nome correto Bufo bufo.

    F O domnio o maior grupo de classificao, exceo do grupamento vida.

    V duas espcies do mesmo gnero apresentam mais caractersticas morfolgicas

    em comum do que um deles com outra espcie de outro gnero.

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    Atividade 3

    Nesta atividade, voc ir registrar o nmero de sobreviventes ao processo de com-

    petio a cada gerao. Mais uma vez, a tabela a seguir no representa o gabarito, pois

    voc ir rolar o dado e ter seus resultados que seguramente sero diferentes.

    Na margem direita, vamos supor que, da primeira para a segunda gerao, os dois fi-

    lhotes de milho sobreviveram competio com filhotes de feijo preto. Por isso, a proporo

    de milhos aumentou. Na margem esquerda, a mutao ocorre apenas na segunda gerao.

    Em ambas as margens, ao longo das geraes, a frequncia de feijo preto au-

    menta ou diminui ao acaso, pois a probabilidade de sobrevivncia dos dois variantes

    exatamente a mesma (50% milho sobrevive, 50% o feijo preto sobrevive). Em alguns

    casos, o mutante ser eliminado da populao. Isso dever acontecer, principalmente,

    quando ele ainda estiver em frequncia baixa. Compare seus resultados com os de seus

    colegas e voc ver.

    M a r g e m

    direita

    Feijo preto Milho M a r g e m

    esquerda

    Feijo preto Feijo branco

    Primeira 9 1 Primeira 10 0

    Segunda 8 2 Segunda 9 1

    Terceira 6 4 Terceira 6 4Quarta 5 5 Quarta 5 5

    Quinta 4 6 Quinta 4 6

    Sexta 5 5 Sexta 3 7

    Stima 5 5 Stima 4 6

    Oitava 5 5 Oitava 3 7

    Nona 6 4 Nona 2 8

    Dcima 7 3 Dcima 2 8

    Se aparecer uma passagem entre as margens do rio, na dcima gerao, as duas

    populaes ainda tero variantes em comum e ainda podem cruzar. Entretanto, se o isola-mento geogrfico permanecer por muitas geraes, o mais provvel que as populaes

    venham a se especiar.

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    O que perguntam por a?

    (ENEM 2011) Questo 87

    Os Bichinhos e O Homem

    Arca de No

    (Toquinho & Vinicius de Moraes)

    Nossa irm, a mosca

    feia e tosca

    Enquanto que o mosquito

    mais bonito

    Nosso irmo besouro

    Que feito de couro

    Mal sabe voar

    Nossa irm, a barata

    Bichinha mais chata

    prima da borboleta

    Que uma careta

    Nosso irmo, o griloQue vive dando estrilo

    S pra chatear

    MORAES, V. A arca de No: poemas infantis. So Paulo: Companhia das Letrinhas, 1991.

    O poema acima sugere a existncia de relaes de afinidade entre os animais citados e ns, seres humanos. Respei-

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    tando a liberdade potica dos autores, a unidade taxonmica que expressa a afinidade existente entre ns e estes animais

    a. o filo.

    b. o reino.

    c. a classe.

    d. a famlia.

    e. a espcie.

    Gabarito:Letra B.

    Comentrio: A letra da msica fala sobre a afinidade entre humanos e os insetos. Em termos de grupos taxo-

    nmicos, compartilhamos apenas o reino animal com os insetos, descritos na letra da msica. Ns pertencemos aofilo Chordata, que inclui os vertebrados, Classe Mammalia com todos os mamferos, Famlia Hominidae e espcie

    Homo sapiens. Nenhum desses grupamentos taxonmicos compartilhado com insetos, exceto o Reino Animalia.

    (ENEM 2005) Questo 50

    Foi proposto um novo modelo de evoluo dos primatas elaborado por matemticos e bilogos. Nesse mo-

    delo, o grupo de primatas pode ter tido origem quando os dinossauros ainda habitavam a Terra, e no h 65 milhesde anos, como comumente aceito.

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    Examinando esta rvore evolutiva, podemos dizer que a divergncia entre os macacos do Velho Mundo e o

    grupo dos grandes macacos e de humanos ocorreu h, aproximadamente:

    a. 10 milhes de anos.

    b. 40 milhes de anos.

    c. 55 milhes de anos.

    d. 65 milhes de anos.

    e. 85 milhes de anos.

    Gabarito:Letra B.

    Comentrio: A figura uma representao grfica dos processos de especiao que ocorreram na linhagem

    dos primatas. Cada ponto de interseo de linhas (onde duas delas se encontram) um evento de especiao.

    Os humanos e os macacos do Velho Mundo (macacos africanos, como os babunos) divergiram h 40 mi-

    lhes de anos , segundo a figura. Repare ainda que todos os primatas apresentam um ancestral comum que viveu

    h 85 milhes de anos .

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    Atividade extra

    Questo 1

    Na nomenclatura descritiva na Biologia, o maior dos agrupamentos o domnio. Existem apenas trs do-

    mnios nos quais toda a diversidade biolgica includa.

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1.

    Estes domnios so denominados:

    a. Bactria, Archeae e Eukarya.

    b. Animalia, Bactria e Plantas.

    c. Archeae, Animalia e Chordata.

    d. Mammalia, Archeae e Eukarya.

    Questo 2

    A floresta tropical um ambiente tpico encontrado na regio costeira do Brasil. Tal ambiente j foi devas-

    tado desde a chegada dos portugueses, h mais de 500 anos.

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1.

    Essa floresta tropical tambm conhecida como Mata

    a. Brasileira.

    b. Atlntica.

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    c. Tropical.

    d. Nativa.

    Questo 3

    A pele considerada o maior rgo do corpo humano. Ela possui diversas camadas que juntas represen-

    tam cerca de 15% de seu peso corporal.

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1. Adaptado.

    A pele, o cabelo, os pelos e algumas glndulas, inclusive a glndula mamria, so caractersticas morfol-

    gicas da classe dos:

    a. rpteis.

    b. insetos.

    c. anfbios.

    d. mamferos.

    Questo 4

    Na classe dos mamferos, dada como algumas das caractersticas morfolgicas, a presena de dentes

    diferenciados e pelos no corpo.

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1. Adaptado.

    Dos animais citados, os que se encontram nesta classe so:

    a. aves.

    b. cobras.

    c. baleias.

    d. pinguins.

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    Questo 5

    Especiao o processo que gera duas espcies descendentes a partir de uma nica espcie ancestral.

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1. Adaptado.

    Em relao especiao geogrfica:

    a. Para que ocorra a formao de uma nova espcie, necessrio o isolamento reprodutivo, seguido pelo

    isolamento geogrfico.

    b. A barreira que leva ao isolamento geogrfico pode ser fsica ou etolgica.

    c. As populaes geograficamente isoladas sofrem alteraes nos seus conjuntos gnicos, o que pode

    conduzir formao de uma nova espcie.

    d. A especiao no capaz de promover diferenciaes reais entre as linhagens.

    Questo 6

    Carl Von Linn ou Carlos Lineu nasceu na Sucia, em 1707. Ele considerado o pai da taxonomia moder-

    na. O sistema proposto por Lineu foi to bem recebido que perdura at os dias de hoje e chamado de sistema

    binominal.

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1.

    Por que este sistema chamado de binomial?

    Questo 7

    Caractersticas morfolgicas so aquelas anatomias diferenciadas que so observadas pelo pesquisador

    que a descobre.

    Qual a classe relacionada aos animais que apresentam como caractersticas glndula mamria, pelos no

    corpo e dentes diferenciados no seu corpo?

    a. Aves

    b. Repteis

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    c. Anfbios

    d. Mamferos

    Questo 8

    O tipo mais comum de especiao envolve o isolamento geogrfico, no qual existe uma barreira geogr-

    fica (um rio, uma montanha, um vale).

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1.

    Duas populaes de uma mesma espcie, vivendo isoladas geograficamente e em ambientes diferentes...

    a. Nunca podero formar raas diferentes.

    b. Tero obrigatoriamente o mesmo conjunto gnico (gentico).

    c. Podero formar duas espcies, se persistir o isolamento.

    d. No podero alterar seus conjuntos gnicos com o passar do tempo por estarem isoladas.

    Questo 9

    Especiao o processo que gera duas espcies descendentes a partir de uma nica espcie ancestral.

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1.

    So condies necessrias ao aparecimento de novas espcies:

    a. A no ocorrncia de mutao e seleo natural.

    b. A no ocorrncia do isolamento reprodutivo e mutao.

    c. A existncia de recombinao gnica e a ao da seleo natural.

    d. A existncia de diferenas genticas dentro das populaes e o isolamento reprodutivo.

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    Questo 10

    Os grupamentos obedecem a um sistema hierrquico de nomenclatura no qual, muitas espcies esto

    includas em um gnero....

    Fonte: Cincias da natureza e suas tecnologiasBiologia 1.

    Se reunirmos as famlias Canidae (ces), Ursdae (ursos), Hienidae (hienas) e Felidae (lees), veremos que

    todos so carnvoros; portanto, pertencem (ao) mesma(o).

    a. Ordem.

    b. Espcie.

    c. Famlia.

    d. Subespcie.

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    Gabarito

    Questo 1

    A B C D

    Questo 2

    A B C D

    Questo 3

    A B C D

    Questo 4

    A B C D

    Questo 5

    A B C D

    Questo 6

    O nome cientfico de qualquer espcie apresenta dois nomes, ambos em itlico ou em destaque. O primei-

    ro nome o nome do gnero em letra maiscula e o segundo a parte especfica da espcie, sempre em

    letra minscula.

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    Questo 7

    A B C D

    Questo 8

    A B C D

    Questo 9

    A B C D

    Questo 10

    A B C D

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