Categorias Como Modo de Ordenar

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Categorias como modo de organizar ou ordenar as coisas e entes saindo do caos e entrando no cosmos, para atender a necessidade de informação consonante. Categoria (filosofia) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Este artigo não cita fontes fiáveis e independentes . (desde dezembro de 2013). Por favor, adicione referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé . Conteúdo sem fontes poderá ser removido . Encontre fontes: Google (notícias , livros e acadêmico ) A Wikipédia possui o: Portal de Filosofia Do grego : Κατηγοριαι, kategoría (acusação, atributo), pelo latim categoria. Conceitos gerais que exprimem as diversas relações que podemos estabelecer entre ideias ou fatos. Originalmente significa acusação, no sentido de atribuir um predicado a algo ou alguém.Aristóteles , o primeiro a usar o termo em sentido técnico, assim chamava “categoria do ser” aos predicados gerais atribuídos ao mesmo, correspondendo, então, as distintas classes do ser, distintas classes de predicados. A teoria das categorias, oupraedicamenta, iniciada pelo estagirita, prossegue - sofrendo constantes intervenções, acréscimos, depuramentos - pela filosofia grega e medieval até nossos dias. Índice [esconder ] 1 As Categorias de Aristóteles 2 Categorização 3 Ligações internas 4 Ligações externas 5 Leitura extra As Categorias de Aristóteles[editar | editar código-fonte ] No estudo das três artes da linguagem (Artes Liberais ) a autora da obra The Trivium, irmã Miriam Joseph C.S.C., afirma que as dez categorias do ser de Aristóteles são categorias metafísicas que classificam palavras em relação ao nosso conhecimento do ser. Encontram correspondência nas dez categorias ou praedicamenta da lógica , que classificam os nossos conceitos, o nosso conhecimento do ser.

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Texto explicativo das categorias de Aristóteles

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Categorias como modo de organizar ou ordenar as coisas e entes saindo do caos e entrando no cosmos, para atender a necessidade de informao consonante. Categoria (filosofia)Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.Este artigono citafontes fiveiseindependentes.(desde dezembro de 2013).Por favor,adicionerefernciaseinsira-as corretamenteno texto ou norodap. Contedo sem fontes poder serremovido.Encontre fontes:Google(notcias,livroseacadmico)

A Wikipdia possui o:Portal de Filosofia

Dogrego:,kategora(acusao, atributo), pelolatimcategoria. Conceitos gerais que exprimem as diversas relaes que podemos estabelecer entre ideias ou fatos. Originalmente significa acusao, no sentido de atribuir um predicado a algo ou algum.Aristteles, o primeiro a usar o termo em sentido tcnico, assim chamava categoria do ser aos predicados gerais atribudos ao mesmo, correspondendo, ento, as distintas classes do ser, distintas classes de predicados. A teoria das categorias, oupraedicamenta, iniciada pelo estagirita, prossegue - sofrendo constantes intervenes, acrscimos, depuramentos - pela filosofia grega e medieval at nossos dias.ndice[esconder] 1As Categorias de Aristteles 2Categorizao 3Ligaes internas 4Ligaes externas 5Leitura extraAs Categorias de Aristteles[editar|editar cdigo-fonte]No estudo das trs artes da linguagem (Artes Liberais) a autora da obraThe Trivium, irm Miriam Joseph C.S.C., afirma que as dez categorias do ser deAristtelesso categorias metafsicas que classificam palavras em relao ao nosso conhecimento do ser. Encontram correspondncia nas dez categorias oupraedicamentadalgica, que classificam os nossos conceitos, o nosso conhecimento do ser.As categorias so: 1.Substncia- designa um ser ou sua composio, material ou espiritual, independentemente do uso de predicativos. similar ao conceito de substantivo que no exige complemento nem expressa relao ou qualidade. As particularidades de uma determinada substncia so chamadas de acidentes. Uma substncia pode pertencer a um grupo hierrquico de substncias. Exemplos: "homem" e "cavalo", sendo ambos "animais"; Scrates uma particularidade da substncia "homem". 2.Quantidade- trata-se da medida (quantidade contnua) ou da contagem (quantidade discreta) de uma substncia. Como exemplo de quantidades contnuas temos, por exemplo, as medidas de comprimento, massa, volume, tempo etc. Como exemplo de quantidades discretas temos o numerais cardinais. Quantidade no inclui comparaes como alto e baixo, grande e pequeno, muito e pouco, pois tais termos representam relao e no quantidade. 3.Relaoourelativo- algo que depende de um complemento ou que da relao com outra coisa. Como exemplo temos, respectivamente: "conhecimento" (conhecimento de que?), "hbito" (de que?); "metade" e "dobro", "alto" e "baixo", "mestre" e "escravo". Termos relativos incluem gradao, tais como "mais" ou "menos". Uma pessoa pode ter mais conhecimento do que outra. 4.Qualidade- algo que pode ser dito acerca da substncia. Como qualidades temos as virtudes (p.ex. justia, domnio prprio), as formas (p.ex. triangular, redonda), as coisas que nos tornam capazes ou incapazes de fazer algo (p.ex. fora muscular, cegueira) e quaisquer caractersticas que somos capazes de perceber (p.ex. doura, clareza). O conhecimento de algo em particular classificado como uma qualidade. 5.Ao- Aristteles no descreve em detalhes, mas pelos seus exemplos o que pode ser expresso por verbos de ao ou de processos, p.ex., sorrir, cortar, aquecer. 6.Efeito- efeito ou recepo sofrida por uma substncia a partir de uma ao realizada por algum agente, p.ex., ser ferido, ficar aquecido. Algo que foi um efeito mas que tem carter permanente ou que passe a identificar uma substncia passa a ser identificado como qualidade. Alguns denominam de paixo 7.Tempo- indica um ponto no tempo em relao ao curso de eventos extrnsecos, p.ex., tarde de ontem, ano passado. A medida da durao de uma ao ou substncia classificada como quantidade. 8.Lugar- indica uma localizao em relao aos corpos que circundam uma substncia, que mede e determina o seu lugar, p.ex., prximo estao. 9.Posio- a disposio ou posio das partes de uma substncia em relao a um lugar. Se a substncia representada for uma esfera ou um ponto, por exemplo, sua posio ser uma s e se identificar com o lugar. Contudo, se a substncia for um homem, por exemplo, ele poder estar sentado, deitado, de p, pendurado etc. 10.Possesouestadooucondio- consiste naquilo que a substncia tem consigo ou o estado em que se encontra. Frequentemente engloba roupas, ornamentos ou armas com as quais os seres humanos, por suas habilidades, complementam as suas naturezas de modo a conservar e preservar a si mesmos ou a sua comunidade (o outro ente).Categorizao[editar|editar cdigo-fonte]Em lingustica,categorizao o processo pelo qual idias e objetos so reconhecidos, diferenciados e classificados. Em linhas gerais, a categorizao consiste em organizar os objetos de um dado universo emgrupos,classesoucategorias, com um propsito especfico.Ligaes internas[editar|editar cdigo-fonte] Categorias_(Aristteles) Artes LiberaisLigaes externas[editar|editar cdigo-fonte] Coletnea de textos (em ingls) Ousia - Estudos em Aristteles (em portugus) Categorias de Aristteles (em ingls) - Domnio PblicoLeitura extra[editar|editar cdigo-fonte] JOSEPH, Sister Miriam. - The Trivim: The Liberal Arts of Logic, Grammar, and Rhetoric. Paul Dry Books Inc, 2002.Categorias: Conceitos filosficos Lingustica Cognio Conceitos metafsicosCategorias (Aristteles)Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.Categorias(emgrego:, emlatim:Categoriae) o texto que abre no apenas oOrganon o conjunto de textos lgicos deAristteles como tambm oCorpus aristotelicum. Apesaapenas um ado matheus foi o eta obra em duas partnoes: a primeira, que se estende do captulo I ao IX, chamada dePrdicamentae considera-se genuinamente aristotlica; j a segunda parte, que se estende do captulo X ao XV chamada dePost-Prdicamentae no h certeza se a autoria de Aristteles ou de seus discpulos (talvez Teofrasto ou Eudemo).O objetivo de Aristteles nesta obra classificar e analisar dez tipos de predicados ou gneros do ser ( significa justamentepredicado).As categorias so: substncia (,substantia), quantidade (,quantitas), qualidade (,qualitas), relao ( ,relatio), lugar (,ubi), tempo (,quando), estado (,situs), hbito (,habere), ao (,actio) e paixo (,passio). Algumas vezes, as categorias so tambm chamadas declasses.Segundo o filsofo:As palavras sem combinao umas com as outras significam por si mesmas uma das seguintes coisas: o que (substncia), o quanto (quantidade), o como (qualidade), com o que se relaciona (relao), onde est (lugar), quando (tempo), como est (estado), em que circunstncia (hbito), atividade (ao) e passividade (paixo). Dizendo de modo elementar, so exemplos de substncia, homem, cavalo; de quantidade, de dois cvados de largura, ou de trs cvados de largura; de qualidade, branco, gramatical; de relao, dobro, metade, maior; de lugar, no Liceu, no Mercado; de tempo, ontem, o ano passado; de estado, deitado, sentado; de hbito, calado, armado; de ao, corta, queima; de paixo, cortado, queimado(Cat., IV, 1 b).itopr dessa historiO conhecimento das categorias deve resultar em uma maior capacidade de anlise e interpretao de elementos e argumentos do discurso. No entanto, trata-se de um texto de difcil interpretao, j que boa parte de seu contedo relaciona-se (ou pode relacionar-se) muito mais com ametafsicado que com algica. Prova dessa ambigidade aIsagoge, dePorfrio. Nesta obra, Porfrio questiona se os gneros e as espcies (substncias segundas) so realidades subsistentes ou apenas conceitos mentais. Foi justamente aIsagogee este questionamento originado pelasCategoriasque veio a desencadear aquerela dos universaisnafilosofia medieval.Tradues[editar|editar cdigo-fonte]Em lngua portuguesa, existem as seguintes tradues dasCategorias:ARISTTELES.rganon. Traduo do grego, textos adicionais e notas de Edson BINI. Bauru: Edipro, 2005. 608p. pp. 39-80: Categorias. ISBN: 85-7283-387-0.___________. rganon. Traduo do grego e notas de Pinharanda GOMES. Lisboa: Guimares Editores, 1985. 174p. VOL. I. pp. 123-169: Perirmeneias.

Ligaes externas[editar|editar cdigo-fonte] Edio grega de I. Bekker: Aristoteles:Kategoriai. In:Immanuel Bekker(editor):Aristotelis. Opera. 1831-1837 Aristoteles:Categoriae vel praedicamenta. Traduo para o latim deBocio. In: Lorenzo Minio-Paluello (ed.):Aristoteles Latinus. Vol. I, Parte 1-5. Paris: De Brouwer, 1961. Classical LibraryHTML(emingls) MIT Classical ArchiveHTML(emingls) Captulos 1 5 traduzidos por John L. Ackrill, 1963PDF(emingls)

Bibliografia recomendada[editar|editar cdigo-fonte]KNEALE, W. e KNEALE, M.O desenvolvimento da lgica. Traduo de M. S. LOURENO. 3 ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1991. 773p.ISBN 9723105322.TRENDELENBURG, F. A.De Aristotelis categoriis prolusio academica. Berlim, 1833.[Esconder]veCorpus aristotelicum

LgicaOrganon Categorias Da Interpretao Analticos anteriores Analticos posteriores Tpicos Elencos sofsticos

Fsica Fsica Do cu Da gerao e da corrupo Meteorologia Do universo Da almaParva Naturalia Da sensao e do sensvel Da memria e reminiscncia Do sono e da viglia Dos sonhos Da adivinhao pelo sonho Da longevidade e brevidade da vida Da juventude e da velhice, Da vida e da morte e Do flego

Da respirao Da histria dos animais Das partes dos animais Do movimento dos animais Da marcha dos animais Da gerao dos animaisTratados menores Das cores Das coisas ouvidas Fisiognomonia Das plantas Das maravilhosas coisas ouvidas Mecnica Problemas Das linhas indivisveis Situaes e nomes dos ventos Sobre Melisso, Xenfanes e Grgias

Metafsica Metafsica

tica e Poltica tica a Nicmaco Magna moralia tica a Eudemo Das virtudes e vcios Poltica Economia Constituio dos atenienses

Retrica e Potica Retrica Retrica a Alexandre Potica

Categorias: Obras de Aristteles Livros de filosofia Livros de lgica LgicaKant - teoria do conhecimento: A sntese entre racionalismo e empirismoCOMENTEJos Renato Salatiel, Especial para a Pgina 3 Pedagogia & Comunicao17/06/200815h15 Comunicar erroImprimirO filsofo alemoImmanue Kantresponde questo de como possvel o conhecimentoafirmando opapel constitutivo de mundopelosujeito transcendental, isto , o sujeito que possui as condies depossibilidade da experincia. O que equivale a responder: "o conhecimento possvel porque o homem possui faculdades que o tornam possvel". Com isso, o filsofo passa a investigar a razo e seus limites, ao invs de investigar como deve ser o mundo para que se possa conhec-lo, como a filosofia havia feito at ento.

Mas quais so exatamente, segundo Kant, estas faculdades ou formas a priori no homem que o permitem conhecer a realidade ou, em outros termos, o que so essas tais condies de possibilidade da experincia?

Em Kant, h duas principaisfontes de conhecimento no sujeito:

Asensibilidade, por meio da qual os objetos so dados naintuio. Oentendimento, por meio do qual os objetos so pensados nosconceitos.

Vejamos o que ele quer dizer com isso, comeando pelaintuio. Na primeira diviso daCrtica da Razo Pura, a "Doutrina Transcendental dos Elementos", a primeira parte intitulada "Esttica Transcendental" (esttica, aqui, no diz respeito a uma teoria do gosto ou do belo, mas a uma teoria da sensibilidade). Nela, Kant definesensibilidadecomo o modo receptivo - passivo - pelo qual somos afetados pelos objetos, e intuio, a maneira direta de nos referirmos aos objetos.

Funciona assim: tenho uma multiplicidade de sensaes dos objetos do mundo, como cor, cheiro, calor, textura, etc. Estas sensaes so o que podemos chamar de matria do fenmeno, ou seja, o contedo da experincia. Mas para que todas estas impresses tenham algum sentido e entrem no campo docognoscvel(daquilo que se pode conhecer), elas precisam, em primeiro lugar, serem colocadas em formas a priori da intuio, que so oespaoe otempo.

Estas formas puras da intuio surgem antes de qualquer representao mental do objeto; antes que se possa pensar a palavra "cadeira", a cadeira deve ser apresentada, recebida, na forma a priori do espao e do tempo. Este o primeiro passo para que se possa conhecer algo.

Assim, apreendemos daqui duas coisas: primeiro, o conhecimento s possvel se os objetos da experincia forem dados no espao e no tempo; e, segundo, espao e tempo so propriedades subjetivas, isto , atributos do sujeito e no do mundo (da coisa-em-si).

Espao e tempoEspao a forma dosentido externo; e tempo, dosentido interno. Isto , os objetos externos se apresentam em uma forma espacial; e os internos, em uma forma temporal.

Como Kant prova isso? Pense em uma cadeira em um espao qualquer, por exemplo, em uma sala de aula vazia. Agora, mentalmente, retire esta cadeira da sala de aula. O que sobra? O espao vazio. Agora tente fazer contrrio, retirar o espao vazio e deixar s a cadeira. No d, a menos que sua cadeira fique flutuando em uma dimenso extraterrena.

E o tempo? Ele minha percepo interna. S posso conceber a existncia de um "eu" estando em relao a um passado e a um futuro. S concebemos as coisas no tempo, em um antes, um agora e um depois. Voltemos ao exerccio mental anterior: podemos eliminar a cadeira do tempo - ela foi destruda, no existe mais. Porm, no posso eliminar o tempo da cadeira - eu sempre a penso em uma durao, antes ou depois.

A concluso de que impossvel conhecer os objetos externos sem orden-los em uma forma espacial- e de quenossa percepo interna destes mesmos objetos fica impossvel sem uma forma temporal.

Alm disso, espao e tempopreexistem como faculdades do sujeito- e, portanto, so a priori e universais - quando eliminamos os objetos da experincia. Por isso, segundo Kant, espao e tempo soatributos do sujeitoe condies de possibilidade de qualquer experincia.

As categoriasNa segunda parte da "Doutrina Transcendental dos Elementos", a "Analtica Transcendental", Kant analisa osconceitos puros a priori do entendimento, pelos quais representamos o objeto.

Vamos rever o esquema do conhecimento, antes de avanar. Temos objetos no mundo, que s podemos conhecer como fenmenos, isto , na medida em que aparecem para o sujeito. Fora do sujeito, como coisa-em-si, esto fora do alcance da razo.

Mas, para serem fenmenos, estas coisas precisam, antes de tudo, aparecer no espao e tempo, que so faculdades do sujeito. Vejo uma rvore. Esta rvore eu vejo em suas cores e formas, que so as sensaes deste objeto. Estas sensaes so recebidas e organizadas pela intuio no espao e no tempo. Esta a primeira condio para o conhecimento.

O segundo momento, depois de o sujeito receber o objeto na intuio, na sensibilidade, pela faculdade do entendimento ele reunir estas intuies em conceitos, como, por exemplo, "rvore" ou "A rvore verde". Esta a segunda condio para o conhecimento.

Os conceitos bsicos so chamados decategorias, que so representaes que renem omltiplo das intuies sensveis. As categorias, em Kant, so 12:

1. Quantidade: Unidade, Pluralidade e Totalidade.2. Qualidade: Realidade, Negao e Limitao.3. Relao: Substncia, Causalidade e Comunidade.4. Modalidade: Possibilidade, Existncia e Necessidade.

So formas vazias, a serem preenchidas pelos fenmenos. Os fenmenos, por outro lado, s podem ser pensados dentro das categorias.

EmHume, a causalidade - relao de causa e efeito - era um hbito, uma iluso. J para Kant, Hume estava errado em procurar a causalidade na Natureza. S podemos pensar as coisas em uma relao de causa e efeito porque a causalidade est no sujeito, no no mundo. Uma criana v uma bola sendo arremessada (causa) e olha na direo de quem atirou a bola (efeito). Como a criana liga um fato com o outro? Porque ela possui, a priori, a categoria de causalidade, que a permite conhecer.

Chegamos, portanto, a umasntese que Kant faz entre racionalismo e empirismo. Sem o contedo da experincia, dados na intuio, os pensamentos so vazios de mundo (racionalismo); por outro lado, sem os conceitos, eles no tm nenhum sentido para ns (empirismo). Ou, nas palavras de Kant: "Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem contedo so vazios, intuies sem conceitos so cegas."

Consideraes finais um lugar-comum dizer que Kant um divisor de guas na filosofia, mas verdade. O sistema kantiano foi contestado pelos filsofos posteriores. No entanto, suas teorias esto na raiz das principais correntes da filosofia moderna, da fenomenologia e existencialismo filosofia analtica e pragmatismo. Por esta razo, sua leitura obrigatria para quem se interessa pela histria do pensamento moderno.

Sugestes de leituraACrtica da Razo Purafoi traduzida para o portugus e publicada pela Editora Abril, na coleo "Os Pensadores", e pela editora portuguesa Calouste Gulbenkian. Ambas so recomendadas. de grande ajuda, para o domnio do vocabulrio kantiano, oDicionrio Kant(Jorge Zahar Editor), de Howard Caygill. Tambm da Jorge Zahar, o livroKant & A Crtica da Razo Pura, de Vinicius Figueiredo, prope introduzir o leitor nessa obra densa e de difcil leitura.Jos Renato Salatiel, Especial para a Pgina 3 Pedagogia & Comunicao jornalista e professor universitrioMetafsicaOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.Filosofia

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Ametafsica(dogrego antigo (met)= depois de, alm de; e [physis] = natureza ou fsica) uma das disciplinas fundamentais dafilosofia. Os sistemas metafsicos, em sua forma clssica, tratam de problemas centrais da filosofia terica: so tentativas de descrever os fundamentos, as condies, as leis, a estrutura bsica, ascausasouprincpios, bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou dos seres em geral.Um ramo central da metafsica a ontologia, a investigao sobre as categorias bsicas do ser e como elas se relacionam umas com as outras. Outro ramo central da metafsica a cosmologia, o estudo da totalidade de todos os fenmenos no universo.Concretamente, isso significa que a metafsica clssica ocupa-se das "questes ltimas" da filosofia, tais como: h um sentido ltimo para a existncia do mundo? A organizao do mundo necessariamente essa com que deparamos, ou seriam possveis outros mundos? Existe um Deus? Se existe, como podemos conhec-lo? Existe algo como um "esprito"? H uma diferena fundamental entrementeematria? Os seres humanos so dotados de almas imortais? So dotados delivre-arbtrio? Tudo est em permanente mudana, ou h coisas e relaes que, a despeito de todas as mudanas aparentes, permanecem sempre idnticas?O que diferencia a metafsica das cincias particulares que a metafsica considera o "inteiro" do ser enquanto as cincias particulares estudam apenas "partes" especficas do ser. A metafsica distingue-se das cincias particulares por conta do objeto a respeito do qual est preocupada, o ser total, e por ser uma investigao a priori. Por isso, a diferena entre os mtodos da metafsica e das cincias particulares decorre da diferena entre os objetos estudados. Devemos lembrar-nos de que as categorias que valem para as partes no podem ser estendidas ao inteiro.No quarto livro daMetafsica, Aristteles nos informa que a filosofia primeira "no se identifica com nenhuma cincia particular, pois nenhuma outra cincia considera oser enquanto ser em geral, mas, depois de ter delimitado uma parte dele, cada uma estuda as caractersticas dessa parte"(1003a 21-25). Por vezes, Aristteles parece tornar a metafsica uma cincia particular ao nos dizer que ela estuda as causas primeiras de todas as coisas, mas, na maior parte do tempo, a trata como a cincia do geral. muito comum imaginar que a metafsica lida com atranscendncia, mas isso um erro (cometido por exemplo por Nietzsche). Alguns tipos de pensamento metafsico centram-se no conceito de transcendncia, mas no todos. Como j dito, o que caracteriza a Metafsica a problemtica do inteiro, por isso, so metafsicos "tanto os que afirmam que o inteiro envolve o ser supra-sensvel e transcendente considerado como origem de todas as coisas, quanto os que afirmam que o inteiro no inclui nenhuma transcendncia e, consequentemente, fazem a discusso da problemtica do inteiro coincidir com a do sensvel"1. Por exemplo, se se considera que s exista o mundo sensvel e que esse mundo seja totalmente material, ento assume-se uma posio metafsica.

ndice[esconder] 1Origem da palavra "metafsica" 2Histria da metafsica 3Problemas metafsicos 3.1As categorias ontolgicas 3.1.1O problema dos universais 3.2Necessidade e contingncia 4Ver tambm 5Notas e referncias 6Bibliografia 7Ligaes externasOrigem da palavra "metafsica"[editar|editar cdigo-fonte]"Metafsica" o ttulo de umaobradeAristtelescomposta por quatorze livros sobre filosofia geral. Uma hiptese bastante difundida atribui aoperipatticoAndrnico de Rodes(sculo I a.C.) a iniciativa de chamar esse conjunto de escritos de "Metafsica". Ao realizar a primeira compilao e sistematizao dos escritos de Aristteles, Andrnico o elencou depois dos oito livros que tratavam daFsica, e os chamou det met t physik, ou seja, "os que esto depois da fsica". Desse modo, o ttulo faria referncia, sobretudo, posio daqueles quatorze livros na classificao das obras de Aristteles realizada por Andrnico.Todavia, em vez de empregar o termo "metafsica", Aristteles usava geralmente a expresso "filosofia primeira" ou "teologia" (por contraste com "filosofia segunda" ou "fsica") para fazer referncia ao estudo do ser em geral. No entanto, a palavra "metafsica" acabou por se impor como denominao da cincia que, em conformidade com a filosofia primeira de Aristteles, ocupa-se das caractersticas mais gerais do seres ou da natureza da realidade2.Histria da metafsica[editar|editar cdigo-fonte]No tratado de Aristteles sobre metafsica, percebe-se certa ambiguidade quanto delimitao do objeto da disciplina. Em certos trechos, ele afirma que o propsito da disciplina investigar as causas primeiras de todas as coisas, em especial, Deus como primeiro motor do universo. Nesse aspecto, a filosofia primeira ou metafsica seria uma das disciplinas compartimentalizadas como abiologia, apsicologiae afsica com um campo de investigao prprio e objetos especficos. No entanto, em outros momentos, Aristteles diz que a metafsica a cincia do "ser enquanto ser", em outras palavras, seria a cincia que investiga a realidade em seus traos mais abrangentes e universais. Nessa concepo, a disciplina deixa de ser uma disciplina compartimentalizada, e passa a ser considerada como uma forma de investigao extremamente geral, cujo principal intuito investigar os objetos em sua condio simples e fundamental deentidade. Segundo Aristteles, uma das principais funes da filosofia primeira seria a de identificar as categorias a que as coisas pertencem e estabelecer as relaes entre essas categorias. Por categorias, ele se referia a conceitos generalssimos, tais como os desubstncia,unidade,identidadeetc. Acima das categorias, no seria mais possvel classificar uma entidade.3Essa dupla compreenso do que seria o objetivo da metafsica manteve-se durante aIdade Mdia. Os filsofos e telogos medievais tambm consideravam como "metafsicas" tanto as investigaes sobre a natureza de Deus e de suas relaes com o mundo, como as pesquisas sobre as caractersticas mais abrangentes da realidade.Uma alterao significativa ocorreu naIdade Modernapor obra dos filsofosracionalistas. Temas que para a tradio aristotlica seriam prprios de outros campos de pesquisa, foram reunidos pelos racionalistas sob o termo "metafsica": entre as novas frentes de investigao metafsica estariam a discusso sobre as relaes entre a mente e o corpo e sobre as origens e fundamentos da realidade fsica. No quadro geral esboado pelos racionalistas, a investigao do ser enquanto ser constituiria a chamadametafsica geral( por essa poca que se cunhou o termo "ontologia" para se referir cincia do ser em seus aspectos mais gerais e abstratos).4. Mas, alm dessa abordagem generalssima das caractersticas dos entes, os racionalistas inauguraram subdivises na disciplina conforme os seus novos interesses e problemas. Desse modo, no mbito da chamadametafsica especialteramos as seguintes subdivises: ateologia racional, que trata do Ser divino e de suas relaes com os demais seres; acosmologia racional, que trata dos princpios fundamentais da constituio do cosmos (a natureza da matria, do vcuo, etc.); e apsicologia racional, que trata da substncia espiritual e de suas relaes com a matria.A filosofia racionalista no somente trouxe novos problemas metafsica, mas tambm inaugurou um estilo ousado de especulao filosfica. Na elaborao de seus sistemas metafsicos, os racionalistas trabalhavam com o pressuposto de que a razo desassistida, sem qualquer auxlio da experincia, poderia desvelar verdades fundamentais sobre a realidade. Esse pressuposto foi questionado pelosempiristas. Para filsofos comoJohn LockeeDavid Humea origem de nossos conceitos est naexperincia sensorial. Qualquer teoria ou hiptese sobre o mundo ou sobre a mente deve estar amparada em dados empricos. Como muitos dos conceitos e noes dos racionalistas eram elaboraes sem qualquer vnculo evidente com a experincia, esses conceitos e noes no poderiam constituir nenhumconhecimentocientificamente vlido.5Uma segunda espcie de crtica especulao metafsica foi elaborada porImmanuel Kant. Na viso de Kant, o conhecimento resultado da interao entreconceitos inatose dados sensoriais brutos.5Os objetos do conhecimento as coisas de nossa experincia cotidiana so resultado de uma elaborao prvia: ossentidosfornecem os dados originais que, por sua vez, so ordenados por aquelas estruturas inatas. Sendo assim, os objetos do conhecimento no so coisas externas aosujeitoou independentes de suasfaculdades cognitivas; ao contrrio, so produtos da ao de um aparato cognitivo inato sobre os dados subjetivos captados pelos sentidos. Omundo em si mesmo(independente de nossas formas de perceb-lo e conceb-lo) seria algo absolutamente inacessvel.6Kant concede aos empiristas que os dados sensoriais so imprescindveis, mas, em sua teoria, tambm necessrio que esses dados sejam sistematizados e organizados por estruturas conceptuais inatas. Em sntese, qualquer conhecimento requer forma e contedo. A forma fornecida pelas estruturas inatas e o contedo pelos dados sensoriais.6Da perspectiva kantiana, as metafsicas tradicionais cometeram o erro de tentar teorizar sobre coisas que esto alm de qualquer experincia possvel. As questes sobre a existncia de Deus, a imortalidade da alma ou o livre-arbtrio no podem ser resolvidas pela razo humana, pois, em princpio, os supostos objetos esto fora de alcance do conhecimento emprico. Ao falar sobre Deus ou sobre o esprito os metafsicos tradicionais empregam conceitos familiares como substncia, identidade, causalidade etc.; mas essas estruturas s podem gerar conhecimento se forem aplicadas aos dados sensoriais. Segundo Kant, a suposio de que essas estruturas conceptuais possam operar satisfatoriamente quando destitudas de qualquer contedo sensorial o erro fundamental dos sistemas metafsicos.6Kant estabeleceu uma separao entres as formas de tratar as questes metafsicas. De um lado, estaria a "metafsica transcendente" e a sua promessa, segundo Kant, irrealizvel de revelar a natureza de coisas que esto alm de toda a experincia possvel; de outro, a sua proposta, a "metafsica crtica". A metafsica crtica uma abordagem mais comedida cuja pretenso descrever as estruturas gerais do pensamento e do conhecimento. Em vez de tentar abarcar coisas que no esto ao alcance da razo humana, a metafsica crtica busca apresentar a forma como ns concebemos e conhecemos.6A verso kantiana para os problemas metafsicos inaugurou uma orientao bastante influente.6Para muitos filsofos, a metafsica uma investigao sobre asnossasformas de representar o mundo.7Essa posio costuma ser chamada deidealista,8e contrape-se a uma posturarealistaem metafsica. A orientao realista preserva a proposta original aristotlica de compreender a metafsica como uma investigao sobre a natureza da realidade tal como ela em si mesma. A orientao idealista, por outro lado, considera esse empreendimento impossvel e prescreve o exame da estrutura conceptual que adotamos para falar e pensar sobre o mundo. H divergncias sobre como caracterizar esse esquema conceptual: Kant defendeu que esse esquema era imanente ao sujeito; mas muitas verses do idealismo propem que esses esquemas so recebidos pelo aprendizado dalngua nativaou porherana cultural.7Essas formas de idealismo tendem a pressupor alguma forma derelativismofilosfico: como no h como dizer o que a realidade em si mesma, o que tomamos como conhecimento, verdades ou certezas est inevitavelmente condicionado pelos esquemas conceptuais implcitos em nossa linguagem e nossas prticas econvenessociais.Problemas metafsicos[editar|editar cdigo-fonte]As discusses em metafsica so mltiplas e variadas, sendo especialmente difcil identificar algo comum a todos os problemas em debate.As categorias ontolgicas[editar|editar cdigo-fonte]Uma das principais fontes da perplexidade gerada pela pergunta "o que o ser?" est na absoluta falta de direes bvias que orientem uma resposta. Uma alternativa investigar a constituio material e as leis fundamentais da natureza. Essa foi a trilha inaugurada pelos pr-socrticos e hoje seguida pelas cincias naturais. Mas, se as cincias naturais j se dedicam investigao sobre como constituda as coisas da natureza e quais os princpios e leis governam os diversos fenmenos da realidade, o que restaria filosofia, em especial metafsica, investigar? Uma das orientaes disponveis foi proposta por Aristteles: podemos dizer o que o ser caracterizando-o segundo os conceitos mais gerais e abstratos possveis. Na terminologia filosfica, esses conceitos mais abstratos e gerais so chamados de "categorias". A maneira intuitiva de se entender o que uma categoria tom-la como um conceito to abrangente e to geral que se fssemos usar um conceito ainda mais geral para classificar o objeto em considerao s restaria dizer que ele uma coisa ou uma entidade. Tome-se o exemplo de Scrates. Podemos classific-lo dizendo que ele um ser humano. Mas ele tambm pertence a classes ainda mais gerais. Scrates tambm um mamfero, um vertebrado, um organismo vivo. Segundo a proposta da metafsica, podemos avanar nessa classificao de Scrates, passando por conceitos cada vez mais gerais at chegar a uma to geral que, se dssemos mais um passo, s restaria classific-lo como um ser (uma coisa, uma entidade). Na metafsica aristotlica, por exemplo, Scrates e os demais seres humanos pertencem categoria da substncia. A tarefa da metafsica, portanto, seria a de identificar essas categorias bsicas e generalssimas, bem como revelar as suas inter-relaes. O resultado dessa empreitada seria a revelao do prprio arcabouo da realidade quer consideremos que esse arcabouo seja a prpria estrutura do real, quer o entendamos como o esquema bsico de nossos conceitos sobre o mundo.Mas no se deve pensar que o trabalho dos metafsicos resuma-se a um procedimento montono de fazer classificaes cada vez mais gerais at chegar aos conceitos mais abstratos possveis. As categorias no so coisas dadas que apenas aguardam passivamente que algum as encontre. certo que h, em maior ou menor grau, certo consenso sobre que tipos de conceitos valem a pena ser discutidos justamente por representarem, aparentemente, elementos bsicos ou fundamentais de nossa concepo de realidade. o caso de noes como mente, corpo fsico, objeto abstrato, valor, evento, processo, disposio, necessidade, estado de coisas, propriedade e fato.9Na verdade, grande parte das discusses metafsicas giram em torno de quais dessas noes devem ser consideradas categorias ou, em outras palavras, o que devemos tomar por mais fundamental e elementar na estrutura da realidade. Diante de uma lista de noes bsicas como a apresentada duas tarefas se impem: (1) determinar quais so as mais bsicas; (2) mostrar como as categorias se relacionam com outros conceitos bsicos. Tome-se, por exemplo, uma teoria metafsica que considere que os corpos fsicos so mais fundamentais que as mentes. Uma das tarefas dessa teoria ser conciliar os estados mentais com os corpos fsicos, e responder questes como "A mente humana o mesmo que estados e processos fsicos?", "Como a mente emerge da matria?", "O que h de errado com a ideia de separao entre o fsico e o mental?". Outro exemplo. Alguns filsofos defenderam que as nossas percepes so ontologicamente mais fundamentais que os objetos materiais. Essa uma tese que vai de encontro ao senso comum. Geralmente, tomamos os objetos fsicos que nos cercam (pessoas, moblias, casas, animais) como coisas existentes e independentes de nossa percepo. A tese metafsica de que as percepes so mais fundamentais ter, ento, de ser desenvolvida em explicaes sobre como esses objetos materiais so construdos e elaborados a partir de nossas percepes e sobre qual o seu status ontolgico j que so construes oriundas do sujeito.O problema dos universais[editar|editar cdigo-fonte]Uma das discusses metafsicas mais antigas diz respeito existncia de universais. "Universal" designa uma categoria que inclui entidades de mltipla realizao ou seja, ao contrrio dos seres pertencentes categoria dosparticulares, os universais se manifestam em vrios indivduos distintos, em lugares e instantes distintos. A querela tem incio numa constatao pr-filosfica bem simples. Quando falamos sobre coisas particulares homens, animais, plantas e objetos inanimados tomados individualmente atribumos a elas certas propriedades a fim de qualific-las e classific-las. Falamos, por exemplo, queestetomate vermelho,establusa vermelha ouaquelecarro vermelho. Nesse caso, podemos dizer que o tomate, a blusa e o carro coincidem na apresentao de um mesmo atributo o de ser vermelho. O problema dos universais comea com a seguinte a pergunta: o vermelho uma nica e mesma entidade multiplamente presente em todas essas coisas? Em termos mais gerais: quando vrios objetos apresentam um mesmo atributo, deve-se postular a existncia desse atributo como algo, de alguma maneira, separada daqueles objetos? Plato achava que sim. Podemos ler num de seus dilogos:"... h certas ideias das quais as outras coisas participam, e das quais essas coisas derivam seus nomes; as coisas similares, por exemplo, tornam-se similares porque participam da similaridade; e as coisas grandes tornam-se grandes, porque participam da grandeza; e as coisas justas e belas tornam-se justas e belas porque participam da justia e da beleza[.]"Plato,Parmnides.10

Segundo Plato, o fato de haver um conjunto de coisas nomeveis e classificveis pelo mesmo termo deve ser explicado por um fato ainda mais fundamental, isto , deve ser explicado pela existncia de um tipo de entidade que se manifesta multiplamente e pela vigncia de uma relao especfica entre as coisas particulares e essas entidades a participao. Vrios filsofos acataram a ideia geral de Plato segundo a qual a manifestao de determinado atributo em uma coisa particular est fundamentada numa relao especfica entre essa coisa e uma entidade de mltipla realizao (tradicionalmente chamada de universal). A relao pode ser expressa em terminologias distintas ("exemplificao", "manifestao", "exibio"), mas a ideia fundamental a mesma. Uma coisa particular slida, por exemplo, porque essa coisa uma exemplificao da solidez.Os filsofos que aderem a essa posio quanto aos universais so geralmente chamados de realistas; e a posio que advogam, derealismo. H dissenses entre os realistas quase to antigas quanto a prpria filosofia. Plato e Aristteles eram ambos realistas quanto a universais; ambos acreditavam que os predicados que adotamos para qualificar as coisas particulares referem-se a entidades reais que, ao contrrio dos indivduos, manifestam-se multiplamente. No entanto, Plato tambm acreditava que os universais eram entidades de existncia completamente independente das coisas particulares existiriam num domnio fora do espao-tempo. (Na ontologia platnica, os universais coincidem com a categoria dos objetos abstratos ou das entidades cuja existncia se d fora de dimenses espaciotemporais.) Aristteles, por sua vez, insistiu na crtica a essa noo de absoluta independncia dos universais. Para ele, os universais s podem se manifestar nas coisas concretas e particulares. Na terminologia da escolstica, ainda hoje adotada, Plato acreditava que os universais existiamante res(previamente aos objetos particulares), enquanto Aristteles acreditava na existncia dos universaisin rebus(nos objetos particulares).4A tese oposta ao realismo quanto aos universais tradicionalmente chamada denominalismo. Para os filsofos nominalistas, a postulao de universais representa uma proliferao desnecessria de entidades, pois, como defendem, o discurso sobre atributos apenas aparentemente faz referncia a universais.As estratgias nominalistas de desfazer a aparncia enganosa que nos induz a postular universais podem assumir diferentes orientaes. Michael Loux identifica ao menos quatro orientaes bsicas: o nominalismo austero, o nominalismo metalingustico, a teoria dos tropos e o ficcionalismo.Segundo o nominalismo austero as referncias a universais, embutidas em nosso discurso sobre a coincidncia de atributos, so apenas aparentes. Quando convenientemente tratadas as proposies que expressam concordncia em atributo remeteriam apenas a particulares. Em sntese, as referncias coragem, sabedoria ou justia seriam formas mascaradas de se falar de indivduos carajosos, indivduos sbios ou indivduos justos.Necessidade e contingncia[editar|editar cdigo-fonte]A classe das proposies verdadeiras apresenta uma importante diviso. H uma subclasse de proposies que poderiam ser falsas, e h uma subclasse de proposies que no podem, de forma alguma, ser falsas. A proposio "Braslia a capital do Brasil" pertence primeira subclasse; "2+2=4" um exemplo da segunda.4Uma separao correspondente pode ser feita na classe das proposies falsas. H uma subclasse de proposies falsas que poderiam ser verdadeira e outra cujas proposies jamais poderiam ser verdadeiras.4Para os filsofos medievais, o fato de haver essas subclasses tanto no conjunto das proposies verdadeiras como no das proposies falsas revelava dois modos da verdade proposicional: o modo da contingncia e o modo da necessidade. Da o uso do termo "modalidade" para falar de proposies necessariamente verdadeiras, possivelmente falsas etc.4A modalidade de uma proposio chamada de modalidadede dicto, e envolve a ideia de que a necessidade ou a possibilidade expressa na proposio um atributo da proposio, no das coisas em si mesmas. O caso paradigmtico o das chamadas proposies analticas proposies que so verdadeiras exclusivamente em virtude dos significados de seus termos. A afirmao "Todo o solteiro e no casado" necessariamente verdadeira, mas essa necessidade resultante de convenes lingusticas por definio, solteiros so aqueles que ainda no se casaram.A modalidadede dicto assunto, sobretudo, dalgicae dafilosofia da linguagem. Na metafsica a preocupao predominante est voltada para a chamada modalidadede re da modalidade das coisas em si mesmas. Na metafsica clssica, por exemplo, as discusses sobre Deus no esto ocupadas em saber se certas proposies envolvendo o conceito de Deus so analiticamente verdadeiras (como seria o caso, talvez, de "Deus onisciente"), mas em demonstrar a existncia de um ser necessrio um ser, em outras palavras, que no poderia no ter existido nem poderia deixar de existir.A anlise de modalidadesde reaplica-se igualmente a objetos comuns. Intuitivamente consideramos que um ser humano particular uma coisa de existncia contingente. Se, por exemplo, os pais de uma pessoa concreta no tivessem se conhecido, certamente ela no teria existido. Essa pessoa um ser contingente. Ora, se plausvel falar de coisas contingentes, tambm parece plausvel falar de seres necessrios uma vez que o conceito de seres necessrios complementar ao de seres contingentes, e, presumivelmente, um pressuposto desse ltimo. Um ente necessrio seria aquele do qual necessariamente falso afirmar a sua inexistncia.Uma abordagem anloga pode ser dada s propriedades. Um determinado indivduo, por exemplo, apresenta concretamente a propriedade de falar ingls. Intuitivamente consideramos que, embora factualmente esse indivduo fale ingls fluentemente, essa uma propriedade que ele poderia no ter adquirido. Nesse caso, a propriedade de falar ingls uma propriedade possuda contingentemente ou acidentalmente pelo indivduo em questo. Assim como no caso das coisas, apresentado acima, se faz sentido falar sobre "ter uma propriedade contingentemente (ou acidentalmente)", tambm faz sentido falar de "ter uma propriedade necessariamente (ou essencialmente)". A atribuio de uma propriedade essencial varia conforme a orientao filosfica. Numa visofisicista, por exemplo, um ser humano particular essencialmente um objeto fsico. Por outro lado, numa visodualista, esse mesmo ser humano concreto essencialmente um objeto no-fsico. No entanto, apesar dessas variaes conforme a orientao filosfica, permanece a intuio fundamental de que h propriedades essenciais e, independentemente das abordagens filosficas, todas elas concordaro com a afirmao de que qualquer ser humano particular ter essencialmente a propriedade de no ser uma omelete.Um dos principais crticos adoo de conceitos modais no discurso filosfico foiW. V. O. Quine. Sua discusso da modalidade assumia duas teses: por um lado, a modalidadede dictos pode ser entendida em termos deanaliticidade(que, segundo Quine, era uma noo to problemtica quanto a de modalidade); por outro lado, a modalidadede reno pode sequer ser entendida em termos de analiticidade o que a torna uma noo absolutamente ininteligvel.No entanto, predomina hoje a convico de que as crticas de Quine foram convenientemente superadas pelos trabalhos, entre outros, deSaul KripkeeAlvin Plantinga. Ambos fazem uso do conceito demundos possveis, a fim de elaborar um discurso metafsico coerente sobre a modalidade. A noo de mundos possveis, elaborada pela primeira vez porLeibniz, ainda no sculo XVII, permite construir definies para qualquer conceito modal. Com o auxlio desse conceito, podemos caracterizar, por exemplo, uma proposio necessariamente verdadeira como uma proposio que verdadeira em todos os mundos possveis; um indivduo contingente como um indivduo que no exista em pelo menos um mundo possvel. Da mesma forma, podemos dizer que um indivduo essencialmente um ser humano se ele tem a propriedade de ser da espcie humana em todos os mundos possveis em que exista.4Nessa abordagem, portanto, as noes modais apresentam uma conexo estreita com o conceito de mundos possveis. Uma questo metafisicamente crucial caracterizar essa conexo. Na metafsica contempornea, as interpretaes desse vnculo entre noes modais e mundos possveis agruparam-se em duas tendncias radicalmente opostas. Numa dessas tendncias, cujo expoente o filsofoDavid Lewis, o esclarecimento das noes modais integrado a um projeto deliberadamente nominalista. As noes modais so reduzidas a conceitos no-modais. Tambm so reduzidas outras noes consideradas problemticas, como as de proposio e propriedade. Uma propriedade, por exemplo, caracterizada em termos de objetos particulares, conjuntos e mundos possveis. No entanto, embora essas redues de carter nominalista sejam convenientemente realizadas, o custo dessa proposta o de admitir que os mundos possveis so to reais quanto o nosso mundo atual.A outra tendncia liderada por Plantinga. Na proposta de Plantinga as noes de mundos possveis, proposio, estado de coisas, necessidade e possibilidade (entre outras) formam uma rede de conceitos interligados. No h como reduzir essas noes a um conjunto de termos no-modais. A melhor estratgia a nossa disposio esclarecer as inter-relaes entre tais conceitos de modo a obter maior clareza sobre eles. Segundo Plantinga, portanto, a compreenso dos mundos possveis exige as noes modais, e a compreenso do que sejam as noes modais exige, por sua vez, o conceito de mundos possveis. Mas isso no quer dizer que estejamos incorrendo num crculo vicioso. medida que esclarecemos um conceito modal em termos de mundos possveis ou que explicitamos as relaes entre proposies e mundos possveis, aumentamos a inteligibilidade desses conceitos.Ver tambm[editar|editar cdigo-fonte] Metafsica (Aristteles) Filosofia Holismo Schopenhauer Pragmatismo e PragmaticismoNotas e referncias1. Ir para cimaREALE, Giovanni.O Saber dos Antigos.So Paulo: Loyola, 2011. p. 57-582. Ir para cimaReale & Antiseri, 1990, p. 179.3. Ir para cimaLoux, M. 2006. pp. 2-3.4. Ir para:abcdefvan Inwagen, 2010.5. Ir para:abLoux, 2006, p. 5.6. Ir para:abcdeLoux, 2006, p. 6.7. Ir para:abLoux, 2006, p. 7.8. Ir para cimaLoux, 2006, p. 8.9. Ir para cimaBlackburn, 2003, p. 62.10. Ir para cimaPlato,Parmenides.The Internet Classics Archive.Bibliografia[editar|editar cdigo-fonte] Aristteles.Metafsica. Porto Alegre: Globo, 1969. Blackburn, Simon.Metaphysics, inBunnin, Nicholas & Tsui-James, E. P.(eds.)The Blackwell companion to philosophy. 2nd ed. London: Blackwell, 2003.ISBN 0-631-21907-2 Loux, Michael J.Metaphysics: a contemporary introduction. 3rd ed. London: Routledge, 2006.ISBN 9780415401333. Reale, Giovanni.Aristteles-Metafsica. So Paulo: Loyola, 2002. 3v.ISBN 8834305418. Reale, Giovanni & Antiseri, Dario.Histria da Filosofia. So Paulo: Paulus, 1990. V. 1.ISBN 8505010760. Metaphysics(em e em ). , The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2010 Edition), Edward N. Zalta (ed.).Ligaes externas[editar|editar cdigo-fonte] MetaphysicsArtigo daStanford Encyclopedia of Philosophy(emingls)

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