Catarina Reis

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25 de Abril Olá, eu chamo-me Maria Manuel, quando se deu o 25 de Abril eu tinha 30 anos e 2 filhos um com 4 anos e outro com 2. Quando se deu esta Revolução, para mim foi muito complicado, pois o meu marido estava em Lisboa e eu em casa, no Porto, com os meus filhos e com 2 irmãos do meu marido, um deles era militar, e às 04:00 foi chamado para o quartel. Quando me levantei o meu cunhado disse-me para avisar o meu marido do que se passava, mas no hotel ninguém sabia da nada, o meu marido foi de táxi para a empresa onde ia tirar um curso de computadores e não viu nada de militares. Lá, na empresa, mandaram-no embora e ele veio de comboio para o Porto. Eu estive todo o dia preocupada com ele. Quando fui à escola onde trabalhava como professora, ao atravessar a ponte para Gaia vi muitos militares com metralhadoras “g3”. Chamei a minha família, quando cheguei a casa, com muita preocupação, pois não sabia do meu marido. Ele chegou à hora do jantar no comboio, e todos juntos estivemos a ver na televisão a comunicação do Conselho da Revolução, que era formada por muitos militares que tinham preparado o Golpe Militar do 25 de Abril. Nos dias seguintes, muita gente não foi trabalhar e o meu cunhado ficou muitos dias no quartel, pois não sabíamos o que iria acontecer dali para a frente. Também foi escolhido outro Presidente da República, e a partir daí muitas regras mudaram a nível político. Catarina Reis, nº9, 6ºC

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25 de Abril

Olá, eu chamo-me Maria Manuel, quando se deu o 25 de Abril eu tinha

30 anos e 2 filhos um com 4 anos e outro com 2.

Quando se deu esta Revolução, para mim foi muito complicado, pois o

meu marido estava em Lisboa e eu em casa, no Porto, com os meus filhos e

com 2 irmãos do meu marido, um deles era militar, e às 04:00 foi chamado

para o quartel.

Quando me levantei o meu cunhado disse-me para avisar o meu marido

do que se passava, mas no hotel ninguém sabia da nada, o meu marido foi de

táxi para a empresa onde ia tirar um curso de computadores e não viu nada

de militares. Lá, na empresa, mandaram-no embora e ele veio de comboio

para o Porto. Eu estive todo o dia preocupada com ele.

Quando fui à escola onde trabalhava como professora, ao atravessar a

ponte para Gaia vi muitos militares com metralhadoras “g3”.

Chamei a minha família, quando cheguei a casa, com muita

preocupação, pois não sabia do meu marido.

Ele chegou à hora do jantar no comboio, e todos juntos estivemos a ver

na televisão a comunicação do Conselho da Revolução, que era formada por

muitos militares que tinham preparado o Golpe Militar do 25 de Abril.

Nos dias seguintes, muita gente não foi trabalhar e o meu cunhado

ficou muitos dias no quartel, pois não sabíamos o que iria acontecer dali para

a frente. Também foi escolhido outro Presidente da República, e a partir daí

muitas regras mudaram a nível político.

Catarina Reis, nº9, 6ºC