Cardio Congenit

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ASSOCIAÇÃO PIRIPIRIENSE DE ENSINO SUPERIOR - APES CHRISTUS FACULDADE DO PIAUÍ - CHRISFAPI BACHARELADO EM FISIOTERAPIA EDUARDO DE SOUSA MONTEIRO PESQUISA LITERÁRIA: CARDIOPATIA CONGÊNITA

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ASSOCIAÇÃO PIRIPIRIENSE DE ENSINO SUPERIOR - APESCHRISTUS FACULDADE DO PIAUÍ - CHRISFAPI

BACHARELADO EM FISIOTERAPIA

EDUARDO DE SOUSA MONTEIRO

PESQUISA LITERÁRIA: CARDIOPATIA CONGÊNITA

PIRIPIRI

2015

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EDUARDO DE SOUSA MONTEIRO

PESQUISA LITERÁRIA: CARDIOPATIA CONGÊNITA

Trabalho apresentado à disciplina de Clínica Pediátrica como requisito para nota complementar, na Christus Faculdade do Piauí - CHRISFAPI, curso Bacharelado em Fisioterapia. Sob a Orientação da professora Tasia Peixoto de Andrade Ferreira.

PIRIPIRI

2015

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SUMÁRIO

1 CONCEITO................................................................................................................3

2 INCIDÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA............................................................................3

3 CLASSIFICAÇÃO E FISIPATOLOGIA.....................................................................3

4 ETIOLOGIA E PATOGENIA.....................................................................................5

5 SINAIS E SINTOMAS...............................................................................................5

6 DIAGNÓSTICO.........................................................................................................5

7 PROGNÓSTICO.......................................................................................................6

8 TRATAMENTO.........................................................................................................6

REFERÊNCIAS...........................................................................................................8

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PESQUISA LITERÁRIA: CARDIOPATIA CONGÊNITA

1 CONCEITO

A doença cardíaca congênita consiste em uma anormalidade estrutural

macroscópica do coração ou dos grandes vasos intratorácicos, com repercussões

funcionais significantes ou potencialmente significantes, presentes ao nascimento,

sendo responsável por aproximadamente 40% de todos os defeitos congênitos e

considerada uma das malformações mais frequentes (ROSA et al., 2013).

2 INCIDENCIA E EPIDEMIOLOGIA

Segundo Rosa et al. (2013) sua incidência encontra-se entre 4 e 19/1.000

nascidos vivos. No entanto, a prevalência da cardiopatia congênita vem aumentando

devido à maior detecção de defeitos menores pela ecocardiografia com Doppler.

Malformações são detectadas em aproximadamente 3 a 5% dos recém-nascidos,

sendo graves em 1 a cada 33 nascidos vivos. São a principal causa de morte na

primeira infância em países desenvolvidos, sendo responsáveis por um quinto da

mortalidade. No Brasil, em 2008, corresponderam a aproximadamente 19% da

mortalidade em menores de um ano, perfazendo a segunda principal causa de óbito

nessa faixa etária.

3 CLASSIFICAÇÃO E FISIPATOLOGIA

Araújo et al. (2014) expõem que as malformações cardíacas congênitas

podem ser classificadas em cardiopatias cianóticas e não cianóticas, havendo em

cada uma seus subtipos. Sendo que nas cianóticas ocorre mistura sanguínea arterial

e venosa (shunts intra cardíacos) que cursam com a diminuição da oxigenação

sanguínea e consequente cianose devido ao hipofluxo pulmonar. Já nas não

cianóticas ocorrem alterações anatômicas cardíacas não provocam diminuição da

oxigenação sanguínea e pode cursar com hiper ou hipofluxo pulmonar.

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a) Não-cianóticas:1) Comunicação Interatrial(CIA)

- Mais frequente no sexo feminino (2:1)

Fisiopatologia: Ocorre shunt da esquerda para direita, pois a pressão no átrio

esquerdo é maior. Dessa forma, o fluxo sanguíneo para o AD e VD aumenta,

causando sobrecarga de volume do VD, o que causa desdobramento amplo de

B2, por atraso do componente pulmonar (P2). A inspiração quase não provoca

variação desse desdobramento, por isso ele é considerado fixo. O aumento dos

fluxos através da artéria pulmonar e da valva tricúspide podem gerar um sopro

de ejeção audível no 2º espaço intercostal esquerdo e um ruflar mesodiastólico

presente na borda esternal inferior esquerda.

2) Comunicação Interventricular (CIV):

Fisiopatologia: ocorre sopro holossistólico que pode ser acompanhado de frêmito,

melhor auscultado na borda esternal esquerda, 4º-5º EIC. Quanto menor a CIV,

maior é o gradiente e maior o sopro. Assim, as CIV pequenas geram poucos

sintomas, mas um sopro mais intenso. Pacientes com CIV moderadas e grandes

podem ter sintomas como fadiga, sudorese, restrição de crescimento. Ocorre

também congestão pulmonar, o que favorece infecções respiratórias.

3) Persistência do Canal Arterial(PCA):

Fisiopatologia: Ocorre shunt da aorta para o tronco pulmonar, pois a pressão da

aorta (120/60 mmHg) excede a pressão arterial pulmonar(30/15mmHg) durante

todo o ciclo cardíaco, por isso o sopro é contínuo. Isso gera hiperfluxo pulmonar,

podendo causar hipertensão arterial pulmonar futuramente.

b) Cianóticas:1) Tetralogia de Fallot

Fisiopatologia: ocorre cianose proporcional ao grau de obstrução da via de saída

do VD e à resistência vascular sistêmica. Há também shunt direita-esquerda

através da CIV. A cianose/hipoxemia é progressiva ao longo da vida, e pode se

manifestar por crises que ocorrem devido a espasmo no infundíbulo do VD. Os

pacientes podem adotar a posição de cócoras (squatting), que por aumentar a

resistência vascular periférica, reduz o shunt e consequentemente a hipóxia.

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2) Anomalia de Ebstein

Fisiopatologia: ocorre “atrialização” do ventrículo direito e insuficiência da valva

tricúspide. Há sobrecarga de volume do VD pela regurgitação. (SEMIOLOGIA

CARDIOVASCULAR, 2014).

4 ETIOLOGIA E PATOGENIA

A maior parte desses distúrbios surge em decorrência da embriogênese

defeituosa durante o período gestacional que se estende da terceira até a oitava

semana, quando ocorre desenvolvimento das principais estruturas cardiovasculares.

Os fatores genéticos desempenham um papel óbvio em alguns casos,

conforme evidenciado pela ocorrência de malformações familiares de cardiopatia

congênita e por associações bem definidas entre certas anormalidades

cromossômicas (p. ex., trissomias 13, 15, 18, 21 e síndrome de Turner) e

malformações cardíacas congênitas. Os fatores ambientais, como rubéola

congênita, são responsáveis por alguns casos. (CARDIOPATIA CONGÊNITA, 2015).

Todavia associa-se a etiologia a alguns grupos de risco como:

Mulheres que tomam medicação anticonvulsivante durante a gravidez Mulheres que tomam lítio na gestação; Mulheres que têm fenilcetonúria, mas não aderem à dieta especial

necessária; Mulheres que têm diabetes insulino-dependente ou lúpus; Mulheres que contraem rubéola durante a gravidez; Existe risco de cerca de 8% a 10% de a mãe com defeito cardíacocongênito

(DCC) ter um bebê com algum tipo de DCC, mas não necessariamente o mesmo da mãe. (CARDIOPATIA CONGÊNITA, 2015).

5 SINAIS E SINTOMAS

Cianose – coloração azulada da pele, das unhas e dos lábios; Taquipneia e alimentação difícil; Pouco ganho de peso; Infecções pulmonares recorrentes; Incapacidade de fazer exercícios ou brincadeiras vigorosas.

6 DIAGNÓSTICO

Os defeitos cardíacos congênitos com frequência são detectados quando o

médico percebe sons anormais ou sopro cardíaco quando ausculta o coração do

bebê taquipneia e cianose ao exame físico. Dependendo do tipo de sopro que ouve

o médico pode pedir mais exames como:

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Ecocardiograma Cateterismo cardíaco Radiografia de tórax Ressonância magnética (RM) Exames de sangue/análise cromossômica

Se a criança for diagnosticada com anormalidade cromossômica ou de outro

tipo, o aconselhamento genético é útil para determinar o risco de ocorrência de

defeito cardíaco em filhos futuros. (CIRURGIA PEDIÁTRICA, 2015).

7 PROGNÓSTICO

As anomalias mais graves podem ser incompatíveis com a sobrevida

intrauterina, entretanto, a maioria está associada a nascimentos vivos. Alguns

podem produzir manifestações logo após o nascimento, acompanhando quase

sempre a mudança dos padrões circulatórios fetais para o padrão pós-natal (com

utilização dos pulmões em lugar da placenta para a oxigenação). Todavia, outras

anomalias não se tornam necessariamente evidentes até a idade adulta (p. Ex.,

coarctação de aorta ou defeito septal atrial [DSA]). Imensos progressos foram feitos

no diagnóstico e no tratamento dos defeitos cardíacos congênitos, permitindo a

sobrevida prolongada de muitas crianças. Na atualidade, a maioria das anomalias

são acessíveis ao reparo cirúrgico, com bons resultados. (CARDIOPATIA, 2015)

8 TRATAMENTO

No geral, o tratamento dessas cardiopatias inclui a correção do defeito

estrutural através de cirurgia. O objetivo é corrigir o defeito e suprir os segmentos

pulmonares com fluxo sanguíneo irregular, permitindo dessa forma a sobrevivência e

a melhor qualidade de vida para os RN.

A fisioterapia é de grande importância no período pré e pós-operatório, a fim

de atingir condições clínicas que permitam manuseio das repercussões respiratórias

e motoras das internações frequentes e sequelas.

No pré-operatório a higiene brônquica e redução do desconforto respiratório,

ajudam a evitar infecções, propiciar conforto e condições para melhora da

oxigenação é de grande importância para correção cirúrgica do RN. E em pós-

operatório o RN é admitido na UTI sob efeito anestésico, assim sendo o primeiro

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contato do fisioterapeuta visa estabelecer os parâmetros da ventilação mecânica e

avaliar as condições de ventilação da mesma.

Após o tratamento cirúrgico e alcançada a instabilidade hemodinâmica, a

criança é transferida para unidade de enfermaria. Onde nessa fase, o fisioterapeuta

deve observar o restabelecimento e a adequação da motricidade e o

desenvolvimento psicomotor, utilizando técnicas de estimulação sensório-motora

convencional. (SANTOS; PIMENTEL; MEDINA, 2011).

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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Juliana Sousa Soares de et al. Cardiopatia Congênita no Nordeste Brasileiro: 10 Anos Consecutivos Registrados no estado da Paraíba, Brasil. Revista brasileira de cardiologia. Recife, v. 27, n.4, 2014. Disponível em:< https://drive.google.com/file/d/0BxM59vge8-rrdVZXd1RlbWt4WVE/view>. Acesso em: 22 out. 2015.

CARDIOPATIA CONGÊNITA. Disponível em: <www.huufma.br/lacic/lacic/Apostila.../Capitulo%204%20_congenita.pdf>. Acesso em: 22 out. 2015.

CARDIOPATIAS CONGÊNITAS. Disponível em: < http://pt.slideshare.net/melmedina10/cardiopatias-congnitas-8245805>. Acesso em: 22 out. 2015.

CIRURGIA PEDIÁTRICA | BEBÊS COM DOENÇAS CONGÊNITAS. Disponível em: < http://www.cirurgiapediatrica.net.br/cardiopatia-congenita/>. Acesso em: 22 out. 2015.

ROSA, Rosana Cardoso M. et al. Cardiopatias congênitas e malformações extracardíacas. Revista paulista pediatria. São Paulo, v. 31, n.2, 2013. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0103-05822013000200017&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 22 out. 2015.

SANTOS, Ailton; PIMENTEL, Francisco; MEDINA, Meirisa. Cardiopatias Congênitas. Porto Alegre: Slideshare.net, 2011. Disponível em: < http://pt.slideshare.net/melmedina10/cardiopatias-congnitas-8245805>. Acesso em: 22 out. 2015.

SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR. Disponível em: < www.uff.br/cursodesemiologia/...cardiovascular/.../aula9_congenitas.pdf>. Acesso em: 22 out. 2015.