CARACTER˝STICAS AGRONÔMICAS E ESTRUTURAIS DEiz.sp.gov.br/pdfs/1301596269.pdf · caracteristicas...
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INSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E ESTRUTURAIS DE
BRACHIARIA SPP SUBMETIDAS A DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO
EM SOLO DE CERRADO
Márcia Atauri Cardelli de Lucena
NOVA ODESSA
JANEIRO - 2011
id680250 pdfMachine by Broadgun Software - a great PDF writer! - a great PDF creator! - http://www.pdfmachine.com http://www.broadgun.com
ii
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E ESTRUTURAIS DE
BRACHIARIA SPP SUBMETIDAS A DOSES E FONTES DE
NITROGÊNIO EM SOLO DE CERRADO
Márcia Atauri Cardelli de Lucena
Orientador: Dr. Valdinei Tadeu Paulino
Nova Odessa Janeiro, 2011
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Zootecnia,
APTA/SAA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Produção
Animal Sustentável.
iii
Ficha elaborada pelo
Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia Bibliotecária responsável � Ana Paula dos Santos Galletta - CRB8/7166
L968c Lucena, Márcia Atauri Cardelli de
Características agronômicas e estruturais de Brachiaria spp
submetidas a doses e fontes de nitrogênio em solo de cerrado. /
Márcia Atauri Cardelli de Lucena. Nova Odessa - SP, 2010.
101p. : il.
Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA. Orientador: Dr. Valdinei Tadeu Paulino.
1. Plantas forrageiras. 2. Gramineas forrageiras. 3. Capim-
braquiaria. 4. Nutrição animal. I. Paulino, Valdinei Tadeu. II. Título.
CDD 633.2
iv
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
CARACTERISTICAS AGRONOMICAS E ESTRUTURAIS DE
BRACHIARIA SPP SUBMETIDAS A DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO
EM SOLO DE CERRADO
MARCIA ATAURI CARDELLI DE LUCENA
Orientador: Valdinei Tadeu Paulino
Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção Animal
Sustentável, pela Comissão Examinadora:
Prof. Dr. Valdinei Tadeu Paulino
Dr. José Lavres Junior
Dra. Gunta Gutmanis
Data da realização: 14 de Janeiro de 2011.
Presidente da Comissão Examinadora
Prof. Dr. Valdinei Tadeu Paulino
vi
DEDICATÓRIA
A Deus, Grandioso Pai, que a tudo nos ouve e acolhe-nos com Seu
Imenso Amor.
Aos meus pais José Márcio �in memorian� e Maurícia que me
proporcionaram a oportunidade de vir ao mundo e pelo exemplo, força e
amor permitiram que eu chegasse até aqui.
Ao José Everaldo, meu companheiro que sempre esteve ao meu
lado. As minhas três estrelas Renata, Daniela e Fátima, que iluminaram o
meu caminho, para alcançar o êxito nesse trabalho.
vii
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto de Zootecnia, pela disponibilidade do curso de Mestrado em Produção Animal
Sustentável e a todos os professores do programa.
Ao Professor Dr. Valdinei Tadeu Paulino, pela orientação, paciência, esforço, dedicação e
força em todos os momentos.
Ao Dr. Paulo Bardauil Alcântara que na época foi Diretor Geral do Instituto de Zootecnia,
empreendedor que permitiu e ajudou na concretização de um sonho, que permitirá a evolução de
muitos.
À empresa Wolf Seeds, em especial ao Sr. Pereira e ao Sr. Adílson Cresta, por dar condições
e apoio para o desenvolvimento deste trabalho.
À pesquisadora Dra. Eliana Aparecida Schammas pelas análises estatísticas.
À pesquisadora Dra. Keila Maria Roncato Duarte e à Marta Joana Paiva Perissinoto pelas
explicações e soluções durante este período.
À pesquisadora Dra. Valquíria de Bem Gomes Alcântara, pela amizade, apoio e sugestões
valiosas.
A todos do setor �Escolinha�, a Paula, a Elza, a Iraci, ao Guilherme, ao Zé Carlos, ao Valmir,
ao Srs. Wadih, Antonio, Lordelino e ao Sr. Paulo.
A todos do Laboratório de Botânica, e em especial à Suleize e ao Thiago Granato que
cooperaram no trabalho.
Agradeço sinceramente ao Flavio Rocha, amigo de turma, que sempre me ajudou em tudo e
em todos os momentos, tanto bons quanto maus.
Muito Obrigado!
viii
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................. xi
ABSTRACT ......................................................................................................... xiii
LISTA DE TABELAS ......................................................................................... xv
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... xxi
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 3
2.1 Brachiaria : histórico das principais espécies e híbridos ........................ 3
2.2 Adubação nitrogenada em forrageiras ........................................................ 6
2.3 Fontes e doses de nitrogênio ....................................................................... 7
2.4 Nitrogênio e características estruturais ....................................................... 9
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 13
3.1 Localização e período experimental ........................................................... 13
3.2 Solo estudado ............................................................................................. 13
3.3 Delineamento experimental e tratamentos .................................................. 15
3.4 Correção da acidez e adubação básica ........................................................ 16
3.5. Avaliações .................................................................................................. 17
3.5.1 Altura ................................................................................................. 17
3.5.2 Densidade populacional de perfilhos (DPP) ...................................... 18
ix
3.5.3 Produção de fitomassa seca ......................................................... 18
3.5.4 Concentração de nitrogênio total ....................................................... 18
3.5.5 Área Foliar ........................................................................................ 19
3.5.6 Estimativa do teor de clorofila através de unidades SPAD ................ 19
3.5.7 Determinação da taxa fotossintética ................................................... 19
3.5.8 Estimativa da eficiência de uso do nitrogênio .................................... 19
3.6 Análises estatísticas ..................................................................................... 20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 21
4.1 Fitomassa seca da parte aérea ..................................................................... 21
4.1.1 Fitomassa seca das lâminas foliares .................................................. 22
4.1.2 Fitomassa seca dos pseudocolmos ..................................................... 23
4.1.3 Proporções das lâminas foliares e colmos ......................................... 25
4.1.4 Fitomassa seca total .......................................................................... 28
4.2 Fitomassa seca das raízes ............................................................................ 36
4.3 Taxa de crescimento cumulativo ................................................................. 38
4.4 Densidade populacional de perfilhos .......................................................... 42
4.4.1 Perfilhamento � primeiro corte............................................................... 42
4.4.2 Perfilhamento � segundo corte ............................................................... 45
4.4.3 Perfilhos basilares ............................................................................... 45
x
4.4.4 Perfilhos aéreos ................................................................................. 49
4.4.5 Perfilhos mortos ................................................................................. 50
4.4.6 Perfilhamento total ............................................................................. 52
4.4.7 Proporção de perfilhos aéreos e perfilhos basilares ........................... 54
4.4.8 Fitomassa dos perfilhos ..................................................................... 58
4.4.9 Contribuição das lâminas foliares na fitomassa seca do perfilho ... 57
4.5 Relação folhas/pseudocolmos (haste) ......................................................... 58
4.6 Estimativa do teor de clorofila através de unidades SPAD ........................ 61
4.7 Altura das plantas ........................................................................................ 63
4.8 Área foliar ................................................................................................... 64
4.9 Fotossíntese e radiação solar incidente ....................................................... 66
4.10 Concentração de nitrogênio nas lâminas foliares e pseudocolmos ........... 69
4.11 Quantidades de nitrogênio extraídas .......................................................... 73
4.12 Eficiência de uso de nitrogênio ................................................................. 83
4.13 Composição química do solo ..................................................................... 85
4.13.1 Efeito do nitrogênio na acidificação do solo ........................................ 86
5. CONCLUSÕES ............................................................................................... 90
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 91
xi
RESUMO
Características agronômicas e estruturais em Brachiaria spp submetidas a fontes e
doses de nitrogênio em solo de cerrado
O manejo do suprimento (adubação) com nitrogênio (N) é um fator muito importante quando se
considera o crescimento de plantas e a conservação ambiental. Conhecer o quanto a planta requer
de N possibilita a aplicação de quantidades apropriadas de fertilizantes nitrogenados,
maximizando o uso deste insumo. A disponibilidade de N tem sido apontada como um dos
principais fatores limitantes, como também, uma ferramenta de manejo na produção de
gramíneas. O nitrogênio apesar de presente no solo, como constituinte de material orgânico ou na
forma inorgânico (amônio e nitrato), tem seu suprimento limitado, podendo ser esgotado
rapidamente por alguns cultivos. Diante disso, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos
de fontes e de doses de nitrogênio sobre características produtivas, fisiológicas e nutricionais em
duas cultivares de Brachiaria brizantha e em dois híbridos e os atributos químicos do solo. O
solo estudado foi um Neossolo Quartzarënico, oriundo de uma pastagem de Brachiaria
decumbens, com baixo teor de matéria orgânica. O experimento foi conduzido em casa-de-
vegetação, em Nova Odessa, Estado de São Paulo, no período de outubro de 2009 a abril de
2010. Utilizou-se o esquema fatorial 4 x 2 x 4, sendo dois cultivares de Brachiaria brizantha cv.
Marandu e Brachiaria brizantha cv Piatã e dois híbridos múltiplos, intra e interespecíficos
apomíticos de Brachiaria spp. denominados de H69 e H12, duas fontes de N (ureia e nitrato de
amônio) e quatro doses (0, 150, 300 e 450 kg ha-1
de N). Os tratamentos foram dispostos em
delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco repetições. Foram realizados dois
cortes nas plantas, após o segundo corte foi coletada uma amostra de solo de cada unidade
experimental. Os resultados mostraram que a adubação nitrogenada é uma ferramenta que
contribui positivamente para aumento das variáveis relacionadas ao crescimento, como fitomassa
seca total, fitomassa seca das lâminas foliares, fitomassa seca dos pseudocolmos, altura, numero
de perfilhos, leituras SPAD e área foliar. Os maiores acumulos de fitomassa, extração de
nitrogênio e maior perfilhamento foram obtidos com o fornecimento de nitrato em relação à
ureia. Os híbridos H69 e H12 apresentaram características morfológicas, estruturais e produção
de fitomassa seca que os validam positivamente como opções para as pastagens.
Palavras-chave: Adubação nitrogenada, fitomassa, híbridos, nitrato de amônio, perfilho, ureia
xiii
ABSTRACT
Agronomic characteristics and structural of Brachiaria spp submitted to sources and doses
of nitrogen in cerrado soil
The right management of nitrogen supply (N) is a very important issue concerned to plant growth
and the environment healthy. For farmers, to know how much the plant requires N enables the
application of appropriate amounts of nitrogen fertilizer, maximizing the use of this material. The
availability of N has been identified as one of the main limiting factors, but also a management
tool in the production of grasses. The nitrogen in the soil either, as a constituent of organic
material or mineral form (ammonium and nitrate), has limited supply and can be depleted rapidly
for a few crops. Thus, this study aimed to evaluate the effects of nitrogen and rates sources on
yield characteristics, physiological and nutritional conditions in two cultivars of Brachiaria
brizantha and two hybrids and soil chemical properties. The soil was a Entisol - Psament, coming
from a pasture of Brachiaria decumbens with low organic matter content. The experiment was
conducted in a greenhouse, in Nova Odessa, Sao Paulo, from October 2009 to April 2010. A
factorial 4 x 2 x 4, with two cultivars of Brachiaria brizantha cv. Brizantha and Brachiaria
brizantha cv Piata two hybrids and multiple intra-and inter apomictic Brachiaria spp. H69 and
H12 named, two N sources (urea and ammonium nitrate) and four rates (0, 150, 300 and 450 kg
ha-1 N). Treatments were arranged in randomized blocks, with five replicates. Two cuts were
performed in plants after the second cut a soil sample was collected from each experimental unit.
The results showed that nitrogen is a good tool which in turn contributes positively to increases
the growth-related variables, such as total dry mass, leaf dry weight, dry weight of pseudostems,
height, number of tillers in effect with hight doses of nitrogen. The ammonium nitrate was more
effective than urea, to provide larger accumulations of biomass and nitrogen extraction and
tillering. The hybrids H69 and H12 showed morphological, structural and production of dry
matter that validate it as positive options for the pasture.
Key words: ammonium nitrate, hybrid, dry weight, nitrogen fertilization, tiller, urea
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Nutrientes, quantidades e fontes utilizadas como adubação básica...... 19
Tabela 2- Fitomassa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos (g vaso-1) de
Brachiaria spp, em função de fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.
24
Tabela 3- Fitomassa seca das lâminas foliares (g vaso-1) e coeficientes de
regressão de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do
primeiro corte......................................................................................................
25
Tabela 4- Fitomassa seca dos pseudocolmos (g vaso-1) e equações de regressão
de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte
26
Tabela 5- Fitomassa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos (g vaso-1) e
coeficientes de regressão de Brachiaria spp, em função das doses e fontes de
nitrogênio, dados do primeiro corte.....................................................................
27
Tabela 6- Fitomassa seca das lâminas foliares (g vaso-1) em função das fontes e
doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do segundo
corte .....................................................................................................................
31
Tabela 7- Fitomassa seca dos pseudocolmos (g vaso-1) em função das fontes e
doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do segundo
corte......................................................................................................................
33
Tabela 8- Fitomassa seca total (g vaso-1) e valores de coeficientes de regressão
de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro
corte ......................................................................................................................
35
Tabela 9- Fitomassa seca total (g vaso-1) em função das fontes e doses de
nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do segundo corte..........
37
xvi
Tabela 10- Fitomassa seca das raízes (g vaso-1) de Brachiaria spp, em função de
fontes de nitrogênio..........................................................................................
38
Tabela 11- Fitomassa seca das raízes (g vaso-1) e equações de regressão de
Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio............................................
39
Tabela 12- Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1.dia) de Brachiaria spp,
em função de fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.................................
41
Tabela 13- Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1.dia) de Brachiaria spp,
em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte...............................
42
Tabela 14- Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1.dia) de Brachiaria spp,
em função de fontes de nitrogênio, dados do primeiro e do segundo cortes........
42
Tabela 15- Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1.dia), em função das
fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do
segundo corte........................................................................................................
43
Tabela 16- Número de perfilhos de Brachiaria spp, em função de fontes de
nitrogênio, dados do primeiro corte......................................................................
45
Tabela 17- Número de perfilhos e coeficientes de regressão de Brachiaria spp,
em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte..............................
45
Tabela 18- Perfilhos basais em função das fontes e doses de nitrogênio para as
variedades de Brachiaria spp, dados do segundo corte........................................
49
Tabela 19- Perfilhos aéreos em função das fontes e doses de nitrogênio para as
variedades de Brachiaria spp, dados do segundo corte.........................................
50
Tabela 20- Número de perfilhos totais e coeficientes de regressão de Brachiaria
spp, em função das doses de nitrogênio, dados do segundo corte.......
53
xvii
Tabela 21- Perfilhos mortos em função das fontes e doses de nitrogênio para as
variedades de Brachiaria spp, dados do segundo corte........................................
54
Tabela 22- Fitomassa seca de perfilhos (g.perfilho-1) e coeficientes de regressão
de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro
corte.........................................................................................................................
59
Tabela 23- Relação folha/pseudocolmo de Brachiaria spp em função de fontes
de nitrogênio, dados do primeiro corte...........................................................
60
Tabela 24- Relação folha/pseudocolmo em função das doses de nitrogênio e
coeficientes de regressão de Brachiaria spp, dados do primeiro corte..................
61
Tabela 25 - Relação folha/pseudocolmo em função das doses de nitrogênio e
coeficientes de regressão de Brachiaria spp, dados do segundo corte...................
62
Tabela 26 - Leituras do valor SPAD das variedades de Brachiaria spp, em
função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.....................................
63
Tabela 27- Leituras do valor SPAD e coeficientes de regressão das variedades
de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte.
64
Tabela 28 - Leituras do valor SPAD e coeficientes de regressão das variedades
de Brachiaria spp, em função das fontes e doses de nitrogênio, dados do
primeiro corte..........................................................................................................
65
Tabela 29 - Alturas das plantas (cm) para as espécies de Brachiaria spp, em
função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte ....................................
66
Tabela 30 - Fotossíntese ( mol.m-2s-1 de CO2 fixado) para as variedades de
Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte....
69
xviii
Tabela 31- Fotossíntese ( mol.m-2s-1 de CO2 fixado) para as variedades de
Brachiaria spp, em função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte...
69
Tabela 32- Radiação solar incidente ( mol.m-2s-1 de fótons) para as variedades
de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte.
70
Tabela 33- Radiação solar incidente ( mol.m-2s-1 de fótons) para as variedades
de Brachiaria spp, em função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte
71
Tabela 34- Concentração de nitrogênio (g.Kg-1) nas lâminas foliares em função
das fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do
primeiro corte........................................................................................................
78
Tabela 35- Concentração de nitrogênio (g.Kg-1) de pseudocolmos em função das
fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do
primeiro corte........................................................................................................
79
Tabela 36- Concentração de nitrogênio (g.kg-1) nas lâminas foliares em função
das fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do
segundo corte.........................................................................................................
80
Tabela 37- Concentração de nitrogênio (g.kg-1) de pseudocolmos em função das
fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do
segundo corte.........................................................................................................
81
Tabela 38- Quantidades extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em lâminas foliares
em função das fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria
spp, dados do primeiro corte..................................................................................
82
Tabela 39- Quantidades extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em pseudocolmos
em função das fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria
spp, dados do primeiro corte.................................................................................
83
xix
Tabela 40- Quantidades extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em lâminas foliares
e pseudocolmos em função das fontes e doses de nitrogênio para as variedades
de Brachiaria spp, dados do segundo corte...........................................................
84
Tabela 41- Composição química do solo original, após incubação e antes da
semeadura, e após o cultivo das Brachiaria spp...................................................
88
xxi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Principais áreas de ocorrência de Neonossolo no Brasil................ 16
FIGURA 2- Vista geral do experimento em condições controladas de casa-de-
vegetação...............................................................................................................
17
FIGURA 3- Proporção (%) de lâminas foliares e pseudocolmos na massa seca
total, de variedades de Brachiaria em função de fontes de nitrogênio...............
28
FIGURA 4- Fitomassa seca das lâminas foliares (g vaso-1) em função das fontes
e doses de N para as variedades de Brachiaria spp, dados do segundo
corte........................................................................................................................
32
FIGURA 5- Massa seca total (g vaso-1) para as variedades de Brachiaria spp,
em função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte...............................
34
FIGURA 6- Massa seca total (g vaso-1) das variedades de Brachiaria spp, em
função das doses e fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte........................
35
FIGURA 7- Massa seca das raízes (g vaso-1) em função das doses e fontes de
nitrogênio...............................................................................................................
40
FIGURA 8- Número de perfilhos em função das doses e fontes de nitrogênio.
Média das variedades de braquiárias. Dados do primeiro corte............................
47
FIGURA 9- Proporção de perfilhos aéreos e basilares nas variedades de
Brachiaria spp, para as fontes de nitrogênio, dados do segundo corte..................
56
FIGURA 10- Fitomassa dos perfilhos e comportamento das fontes de nitrogênio
dentro das variedades e vice versa.......................................................
58
FIGURA 11- Contribuição percentual das lâminas foliares na fitomassa seca de
cada perfilho em Brachiaria spp, para as doses e fontes de nitrogênio...............
59
xxii
FIGURA 12- Área foliar (cm2) das variedades de Brachiaria spp...................... 67
FIGURA 13- Área foliar (cm2) das variedades de Brachiaria spp em função das
doses de nitrogênio.........................................................................................
67
FIGURA 14- Eficiência de uso (g de fitomassa seca acumulada por g de N
aplicado), em Brachiaria spp, para as doses e fontes de nitrogênio, primeiro
corte........................................................................................................................
85
FIGURA 15- Eficiência de uso (g de fitomassa seca acumulada por g de N
aplicado), em Brachiaria spp, para as doses e fontes de nitrogênio, segundo
corte.........................................................................................................................
85
FIGURA 16- pH do solo para as variedades de Brachiaria spp em função das
doses e fontes de nitrogênio..................................................................................
90
FIGURA 17- Variação da saturação por bases em função das doses e fontes de
nitrogênio, para as variedades de Brachiaria spp.................................................
91
1. INTRODUÇÃO
As pastagens representam a forma mais prática e econômica de alimentação de
bovinos, constituindo a base de sustentação da pecuária do Brasil, ocupam cerca de 172
milhões de hectares (IBGE, 2009), assumindo posição de destaque no cenário agrícola
brasileiro, representando somente no Estado de São Paulo em torno de 8,07 a 8,6 (IBGE,
2009) milhões de hectares. Em torno de 95% dos animais abatidos no Brasil utilizam o pasto
como a base da alimentação do rebanho, implicando em redução no custo de produção ao
longo da atividade pecuária em comparação a sistemas baseados na utilização de grãos.
Estima-se que as plantas do gênero Brachiaria ocupam cerca de 85% da área de
pastagens do território brasileiro. O gênero Brachiaria tem sido considerado como um
instrumento de inclusão do cerrado no processo produtivo. Esta gramínea é uma das
forrageiras mais cultivadas no cerrado, indicada para solos de baixa fertilidade e com elevada
acidez com sérias restrições químicas naturais, acidez e topografia.
O gênero Brachiaria possui cerca de cem espécies. No Brasil, foram encontradas 15
espécies deste gênero, sendo sete de introdução recente: B. brizantha, B. decumbens, B.
dictyoneura, B. humidicola, B. arrecta, B. ruziziensis e B. vittata (SOARES FILHO, 1994).
Considerando a difusão e a importância econômica, destacam-se a B. brizantha, B.
decumbens, B. ruziziensis e B. humidicola (RODRIGUES, 2004).
2
Os avanços na pecuária brasileira fundamentam-se no uso de espécies de braquiárias
internacionalmente aceitas, abrindo novos horizontes e rompendo barreiras adaptativas com
novos patamares em produção, desempenho e de produtividade animal. O uso de novos
cultivares, com maior capacidade de adaptação às condições de solos e clima, integrado a uma
exploração não extrativista dessas espécies, com reposição de nutrientes ao solo e manejo
adequado proporcionam uma exploração animal mais rentável e com sustentabilidade.
Os fatores ambientais como a disponibilidade de luz, temperatura, água e nutrientes
são importantes para a perenização e sustentabilidade das pastagens. A recuperação do solo
por meio da reposição dos nutrientes dele extraídos ao longo dos anos representa menor risco
ao produtor, e reais possibilidades de adoção pela maior parte dos pecuaristas (BALIEIRO
NETO, 2007).
De todos os nutrientes, o nitrogênio é quantitativamente o mais importante para o
crescimento das plantas forrageiras (ENGELS e MARSCHNER, 1995), e o segundo fator
mais limitante para o desenvolvimento das forrageiras, perdendo apenas para a água,
(JARVIS et al., 1995). O nitrogênio induz processos metabólicos, que resultam em efeitos
marcantes na produção de matéria seca e energia para gramíneas e leguminosas forrageiras,
provocando o crescimento diferenciado de órgãos e sistemas (CECATO et al., 2000).
O nitrogênio promove alterações nas emissões de perfilhos e folhas e na área foliar, e
consequentemente modifica a produção de massa seca, além de ser o nutriente que mais
favorece alterações no comprimento, na superfície e na matéria seca do sistema radicular
(NASCIMENTO JÚNIOR e ADESE, 2004). Aspectos como o número de perfilhos e de
folhas, área foliar e morfologia da planta necessitam de maior conhecimento, especialmente
quanto ao fornecimento de nitrogênio.
Na busca de soluções para uma produção animal sustentável tanto o nitrogênio como
novas alternativas de forrageiras assumem importância fundamental na produção e qualidade
das pastagens. O comportamento dessas novas plantas submetidas a fontes e doses de
nitrogênio difere entre si como opções viáveis, para incrementar a produção de forragem e
qualidade, podendo ou não ser melhor que as variedades conhecidas e comercialmente
utilizadas pelos pecuaristas. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de fontes e
doses de nitrogênio sobre atributos produtivos em quatro espécies de Brachiaria spp.,
cultivadas em um solo Neossolo Quartzarênico.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Brachiaria : histórico das principais espécies e híbridos
O gênero Brachiaria foi descrito primeiramente por Trinius (1834) como uma
subdivisão de Panicum e depois elevado a gênero por Grisebach (1853). Alguns autores como
Morrone e Zuloaga (1992) e Gouveia-Santos (2001) seguem a proposta de Webster (1987) e
Filgueiras (1995) transferindo algumas espécies forrageiras de Brachiaria ao gênero
Urochloa. Este gênero apresenta cerca de 100 espécies distribuídas em regiões tropicais e
subtropicais, sendo o centro de origem das principais espécies a África oriental. A adaptação
dessas espécies é ampla, abrangendo várzeas inundáveis, margens de florestas ralas e até
regiões semidesérticas. No entanto, a ocorrência mais comum é em vegetação de savana.
Existem espécies de Brachiaria que são reconhecidamente adaptadas a solos de baixa
fertilidade e mal-drenados (BOGDAN, 1977).
As espécies mais utilizadas como plantas forrageiras na América tropical são:
Brachiaria arrecta, B. brizantha, B. decumbens, B. dictyoneura, B. humidicola, B. mutica e B.
ruziziensis (KELLER-GREIN et al., 1996). Algumas espécies como B. plantaginea e B.
mutica foram introduzidas como cama para os escravos em navios negreiros durante o período
colonial (PARSONS, 1972; SENDULSKY, 1978). Em 1952, em Belém-PA, a Brachiaria
decumbens foi introduzida pelo Instituto de Pesquisas Agropecuárias do Norte (Ipean) com o
nome errôneo de B. brizantha, sendo chamada de cv. Ipean (SERRÃO e SIMÃO NETO,
4
1971). Em 1930, um outro ecótipo de B. decumbens originário de Uganda, foi levado para a
Austrália e registrado como cv. Basilisk (MACKAY, 1982), sendo trazido de lá na década de
1960 e introduzido no Brasil pelo Instituto de Pesquisas Internacionais (IRI). No final da
década de 1960 e início de 1970, houve intensa importação de sementes da Austrália da
cultivar Basilisk, formando-se extensas áreas de pastagem nos Cerrados brasileiros. Os
problemas com esta braquiária começaram a surgir, como com as cigarrinhas-das-pastagens,
insetos estes, que dizimaram com as pastagens na Amazônia. Outros problemas como a
fotossensibilização em bezerros desmamados, extensas áreas de pastagens degradadas são
outros exemplos. Por volta de 1965 houve a introdução da Brachiaria brizantha e da B.
ruziziensis (LAPOINTE e MILES, 1992). Brachiaria brizantha é uma espécie cosmopolita e
apresenta grande diversidade de tipos. É descrita como planta perene, cespitosa, muito
robusta, lâminas foliares linear-lanceoladas, com colmos iniciais prostrados, mas produzindo
perfilhos predominantemente eretos (SOARES FILHO, 1994).
A Brachiaria brizantha cv. Marandu foi lançada pela Embrapa em 1984, e substituiu
gradativamente as áreas com B. decumbens (DA SILVA e NASCIMENTO JÚNIOR, 2006;
NUNES et al., 1984). A cultivar é originária de uma região vulcânica da África, e procedente
da Estação Experimental de Forrageiras de Marandellas, no Zimbábue. Tem hábito de
crescimento cespitoso, colmos iniciais prostrados, mas produzindo perfilhos cada vez mais
eretos ao longo do crescimento da touceira, apresentando intenso perfilhamento nos nós
superiores dos colmos floríferos, presença de pêlos na porção apical dos entrenós, bainhas
pilosas e lâminas largas e longas, com pubescência apenas na face inferior (VALLE et al.,
2001). Foi cultivada por vários anos em Ibirarema-SP, de onde foi distribuída para várias
regiões do Estado de São Paulo. Em 1976, foi cedida ao International Research Institute (IRI)
em São Paulo, que a incorporou à sua coleção sob o número IRI-822. Em 1977 foi fornecida à
Embrapa Gado de Corte (CNPGC)- Campo Grande, MS, onde foi incluída no processo de
avaliação de forrageiras da Unidade. Este germoplasma foi registrado na Embrapa - Recursos
Genéticos e Biotecnologia sob o código de acesso BRA 000591, (NUNES, 1984). Tem sido
muito utilizada em função das suas características, como adaptabilidade a solos de média
fertilidade, resistência à cigarrinha das pastagens, elevada produtividade quando devidamente
adubada e manejada (ANDRADE, 2003). Conhecida popularmente no Brasil como capim-
marandu, é uma gramínea extremamente responsiva a adubações, principalmente a
nitrogenada. Esse cultivar é o mais comercializado no Brasil, e ocupa cerca de 50-60 milhões
5
de hectares, em várias regiões brasileiras, tem apresentado problemas como a morte súbita dos
pastos no Norte do Brasil, decorrente do excesso de umidade, não tolera solos encharcados.
A BRS Piatã foi selecionada após 16 anos de avaliações pela Embrapa, a partir de
material coletado na década de 1980, na região de Welega, na Etiópia, África, sendo lançada
em maio de 2007. Ela não é um híbrido, mas uma variedade resultante de um processo de
seleção. O nome foi escolhido como forma de homenagear o povo indígena tupi-guarani e
significa fortaleza. É uma planta de crescimento ereto e hábito cespitoso de porte médio, com
colmos verdes e finos. As bainhas foliares têm poucos pêlos e a lâmina foliar é glabra. A
lâmina é áspera na face superior, tem bordas serrilhadas e cortantes. Sua inflorescência se
diferencia das atuais cultivares disponíveis de Brachiaria brizantha por apresentar maior
número de racemos (até 12), quase horizontais, com pêlos longos e claros nas bordas,
espiguetas sem pêlos e arroxeadas no ápice. A cultivar apresenta florescimento precoce e
resistência à cigarrinha das pastagens. É recomendada em vários ambientes de cultivo,
incluindo o Estado de São Paulo, como alternativa a cultivar Marandu (BRASIL, 2010).
No Brasil existe grande demanda por variedades melhoradas e adaptadas aos diversos
ecossistemas pastoris. Nos Cerrados brasileiros as pastagens cultivadas baseiam-se no uso de
poucos cultivares forrageiros das espécies B. brizantha e B. decumbens, caracterizando um
monocultivo, portanto com baixa variabilidade genética, em função de cultivares que ocupam
extensas áreas de plantio. Além disso, são conhecidas várias deficiências qualitativas e
adaptativas em algumas delas, as quais podem ser corrigidas por complementação de
caracteres por meio do melhoramento genético. Comercialmente são poucas as variedades de
braquiária conhecidas e por serem exóticas e se reproduzirem essencialmente por apomixia,
uma nova variedade não é criada naturalmente. Até o momento, através da superação da
barreira de ploidia, foi possível gerar híbridos interespecíficos férteis do complexo agâmico,
que compreende as espécies Brachiaria brizantha, Brachiaria decumbens e Brachiaria
ruziziensis (VALLE et al., 2008).
A situação da pecuária brasileira, com a exploração extrativista, tem incrementado as
áreas degradadas de pastagens. Com baixa produtividade e com a composição botânica
alterada, as pastagens degradadas proporcionam desempenho animal muito baixo. As
principais causas da degradação tem sido a queda da fertilidade do solo, por falta de reposição
e ou manutenção de nutrientes extraídos e o manejo inadequado (COSTA et al., 2009). Desse
modo, a adição de nutrientes, em quantidades e proporções adequadas, particularmente o
6
nitrogênio, assume importância fundamental no processo produtivo de pastagens.
Normalmente, o nitrogênio do solo, proveniente da mineralização da matéria orgânica, não é
suficiente para atender à demanda de gramíneas com potencial produtivo (FAGUNDES et al.,
2006).
2.2 Adubação nitrogenada em forrageiras
A adubação nitrogenada exerce um papel chave na sustentabilidade dos sistemas
agropecuários. Esse nutriente, apesar de presente no solo, como constituinte de material
orgânico ou na forma mineral (amônio e nitrato) tem seu suprimento limitado, podendo ser
esgotado rapidamente por alguns cultivos. Como a maior área de pastagens cultivadas está
localizada no cerrado, as condições de temperatura e de umidade predominantes neste bioma
aceleram os processos de decomposição da matéria orgânica cerca de cinco vezes mais rápido
que sob um clima frio. Assim, precisa-se produzir muita matéria orgânica para se manter o
solo produtivo dependendo, para isso, de bom suprimento de nitrogênio (KLUTHCOUSKI e
AIDAR, 2003).
A adubação nitrogenada, além de integrar a recuperação direta, tem se mostrado
uma técnica promissora para aumentar a produção de forragem, sendo que a produtividade
das plantas forrageiras é estimulada e, por isso, tem sido motivo de estudo em inúmeros
trabalhos (ANDRADE et al. 2003; GARCEZ NETO et al., 2002; ALEXANDRINO et al.
2004; FAGUNDES et al. 2005; MARTUSCELLO et al. 2005; BALIEIRO NETO, 2007;
SILVA e QUEIROZ, 2009).
Fagundes et al. (2005) verificaram que o suprimento de nitrogênio no solo
normalmente não atende à demanda das gramíneas que podem ser mais exploradas na questão
de produção, porém, quando há adubação nitrogenada, são observadas grandes alterações na
taxa de acúmulo de matéria seca da forragem da Brachiaria ao longo das estações do ano.
Alexandrino et al. (2004) encontraram resposta linear crescente na produção de
matéria seca total do capim Marandu, que foi incrementada em 200% na maior dose de
nitrogênio utilizada que foi de 360 kg ha-1 ano-1, quando comparado com a testemunha,
tendendo a um platô de estabilização. Batista e Monteiro (2006) relataram que para o capim
Brachiaria decumbens houve efeito significativo para doses de nitrogênio. Entretanto, as
produções máximas de massa seca total foram atingidas utilizando as doses de 300 a 400 kg
7
ha-1 ano-1. Magalhães et al. (2007) verificaram efeito linear das doses de nitrogênio sobre a
produção de matéria seca da folha e efeito quadrático sobre a produção de matéria seca da
haste do capim Brachiaria decumbens, sendo os valores 5,301 kg ha-1 de matéria seca de
folhas e 4.900 kg ha-1 de matéria seca da haste na dose de 300 kg ha-1.
Há espaços para melhorias, pois os resultados econômicos obtidos pela maioria
dos pecuaristas do nosso país com a produção de bovinos em pastagem, são considerados
muito modestos tendo em vista o seu grande potencial. O uso de adubação nitrogenada no
manejo de pastagens tem proporcionado aumento nos índices de produtividade, na
propriedade e melhoria no desempenho econômico, exercendo efeito positivo sobre a
produção e a qualidade da forragem (ANDRADE et al., 2003).
2.3 Fontes e doses de nitrogênio
A ureia é uma das principais fontes de fertilizantes nitrogenados usados na agricultura
(RAIJ, 1991) devido a maior concentração e geralmente menores preços por quilograma do
nutriente (CORSI, 1984). A ureia é produzida pela reação de amônia e gás carbônico, em altas
temperaturas e pressão, com um catalisador, tem composição de aproximadamente 45% de N,
solubilidade de 119 g.100-1 ml de água (MALAVOLTA, 1981).
Assim que é aplicada, a ureia é hidrolisada pela ação da urease e sofre amonificação, o
que eleva o pH do solo próximo aos locais da reação e podendo ocorrer perdas de nitrogênio
por volatilização da amônia.
A principal ocorrência da volatilização de amônia (NH3) é com a ureia, que se
decompõe segundo a equação:
urease
CO(NH2)2 + H2O (NH4)2CO3 CO2 + 2 NH3
Perdas por volatilização de amônia ocorrem, também, com fertilizantes nitrogenados
amoniacais, quando aplicado em solos alcalinos, o que é explicado pela equação:
NH4+ H+ + NH3
solo ácido solo alcalino
Após, o nitrogênio, se transforma na forma amoniacal (MELLO, 1987). O cátion
amônio fica retido temporariamente e na superfície do complexo coloidal, passando depois
para a solução do solo, onde poderá ser absorvido pela planta ou sofrer nitrificação
8
(MALAVOLTA, 1981; RAIJ, 1991). A transformação do amônio em nitrito é feita
probactérias dos gêneros Nitrosomonas e Nitrosococcus, e depois em nitrato pelas bactérias
do gênero Nitrobacter (MELLO, 1987). Esse processo ocorre em velocidade relativamente
rápida no solo, dentro de cinco semanas cerca de 60 a 70% do nitrogênio aplicado sofre
nitrificação (MALAVOLTA, 1981). Portanto, o nitrogênio além de ter elevado custo precisa
ser eficientemente aproveitado na absorção pelas plantas, devido à facilidade de perdas do
elemento. É importante o estudo da melhor dose com diagnósticos precisos, visando atender
as necessidades reais da planta no momento em que está sendo cultivada.
A melhor maneira de reduzir as perdas por volatilização de amônia é por incorporação
dos fertilizantes nitrogenados amoniacais ou amídicos em solos alcalinos ou calcários,
associada à posterior e imediata irrigação. A simples incorporação em profundidade,
entretanto, pode ser suficiente para reduzir substancialmente estas perdas (LOPES e
GUILHERME, 2000).
Fatores relacionados ao clima, solo e manejo do solo atuam sobre as perdas de amônia
por volatilização em pastagens. Resumidamente, 1) favorecem as perdas, incrementos na
temperatura, chuvas inferiores a 5 mm até três dias depois da adubação, elevação do pH
(principalmente quando a ureia é utilizada) e solos alcalinos (naturalmente ou como resultado
de doses elevadas de calagem) e 2) reduzem as perdas, incrementos na matéria orgânica
(M.O.) por possibilitarem o aumento da CTC do solo, porém com o aumento nos teores de
M.O., ocorre, concomitantemente, o aumento na quantidade e na atividade da enzima urease,
favorecendo as perdas de N-ureia; incorporação do adubo, reduz as perdas (MARTHA
JUNIOR, et al., 2003).
.
Na redução das perdas por volatilização de amônia figuram uma série de novos
produtos tais como, fertilizantes nitrogenados de solubilidade lenta (ureia formaldeido,
isobutilene diureia, cronilidene diureia, ureia recoberta com polímeros) e produtos com
inibidores da nitrificação ou inibidores da urease. Cantarella (2007) realizando uma série de
experimentos avaliou as perdas de N em pastagens adubadas com ureia em 37 % ao passo que
o uso de ureia revestida com NBPT (tiofosfafo de N � n butil triamida) as perdas foram
reduzidas para 15%. O preço desses produtos diferenciados tem sido uma das limitações ao
incremento de sua utilização.
Dois aspectos são fundamentais no manejo da adubação nitrogenada: a fonte e o
parcelamento das doses para diminuir principalmente as perdas por volatilização e lixiviação.
9
Com isso, tem-se melhor aproveitamento do nitrogênio pela planta, redução das perdas e
manutenção de taxas de acúmulo mais uniforme de massa seca pela planta (WERNER et al.,
2001).
Os efeitos benéficos do N na produção da forrageira não estão limitados com a
quantidade de N adicionada ao solo, mas com as formas (amônio ou nitrato) que são
promotores de importantes mudanças na morfogênese das plantas (WALCH-LIU et al., 2000
e RAHAYU et al., 2005).
Estudando os efeitos de doses e fontes de nitrogênio sobre a produção de matéria seca,
perfilhamento e teores de proteína bruta no capim tifton 85, Paulino et al. (1997), obtiveram
resposta crescente até a dose de 150 kg ha-1 de N, dentre as fontes de N a ureia mostrou-se
menos recomendável que nitrocálcio e que sulfato de amônio.
2.4 Nitrogênio e características estruturais
O perfilho é a unidade básica de produção das gramíneas forrageiras. De uma semente se
forma inicialmente uma planta que constitui um único perfilho. Com o seu desenvolvimento
ela se torna composta por muitas gerações de perfilhos (HODGSON, 1990). O perfilho
completo é constituído por folhas (bainha e lâmina foliar), entrenó, nó, gema axilar, e uma ou
mais raízes adventícias, e é formado por unidades de crescimento denominadas fitômeros, que
são provenientes do meristema apical (ou ponto de crescimento) e originados segundo uma
sucessão linear. Desta forma, cada perfilho possui fitômeros em diferentes estádios de
desenvolvimento (MATTHEW et al., 2001).
A densidade populacional de perfilhos aumenta por meio do maior aparecimento de
perfilhos, cujo número de gemas axilares cresce e o N estimula os pontos de crescimento
(JEWISS, 1972). Há situações em que não é identificado o aumento da densidade
populacional de perfilhos, mesmo com incrementos nas doses de N, que ocorre quando o
intervalo de corte ou pastejo é longo, resultando em competição por luz e por outros fatores
ambientais (HENNESSY et al., 2008). O peso dos perfilhos representa o componente
principal do aumento de produção de matéria seca do capim-marandu (ALEXANDRINO et
al., 2004).
O entendimento ecofisiológico de plantas forrageiras tem sido preocupação constante
da pesquisa no Brasil há muitos anos, juntamente com a introdução e avaliação de novos
cultivares de gramíneas e leguminosas. No entanto, foi durante a última década que ocorreram
grandes mudanças e avanço significativo na compreensão de fatos e processos da fisiologia,
10
determinantes da correta utilização das plantas forrageiras tropicais em pastagens.
Atualmente, objetiva-se descentralizar conhecimentos e identificar áreas em que o
conhecimento é limitado, no qual precisa ser trabalhado, estimulando o debate na comunidade
científica nacional no sentido de estipular metas de ação e rumos para a pesquisa com
pastagens e promover a conscientização sobre a importância de adotar uma pesquisa de
caráter mais sistêmico e integrado, conhecendo as respostas das plantas forrageiras e animais
experimentais inseridos na pastagem experimental com base em sua ecologia e ecofisiologia
(DA SILVA e NASCIMENTO JÚNIOR, 2006).
Abordam-se hoje, temas como dinâmica e estabilidade de comunidades de plantas,
influência da fenologia dos perfilhos, estrutura do dossel forrageiro, características
nutricionais, estruturais e morfogênicas. Dentre estes aspectos, destacam-se as características
estruturais e a morfogênese, que pode ser definida como a dinâmica de geração e expansão da
forma da planta no espaço, podendo ser expressa em termos de aparecimento (organogênese)
e expansão de novos órgãos e de sua senescência (LEMAIRE, 1997).
A reposição de área foliar e de tecido fotossintetizante na planta forrageira é feita
através de características morfogenéticas em associação às características estruturais do pasto.
A morfogênese das gramíneas forrageiras pode ser descrita por três importantes
características: taxa de aparecimento, taxa de alongamento e taxa de senescência foliares,
sendo elas as características morfogênicas que se destacam, pois descrevem a pastagem de
clima temperado em condição vegetativa. Dentre as características estruturais destacam-se o
comprimento médio de folhas, o número de folhas vivas por perfilho, o peso médio de
perfilhos e a densidade de perfilhos (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993). O conhecimento
dessas taxas torna-se fundamental, uma vez que determinam as características estruturais do
pasto descritas acima e, apesar de serem determinadas geneticamente, podem ser
influenciadas pelos fatores do meio ambiente, como luminosidade, temperatura e
disponibilidade de água e nutrientes (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993).
Alexandrino et al. (2004) em experimento com Brachiaria brizantha cv. Marandu sob
doses crescentes de nitrogênio verificaram que houve efeito significativo nas taxa de
aparecimento foliar e a taxa de alongamento foliar para as diferentes doses de nitrogênio,
provocando incremento linear positivo sendo este aumentado em 264% na dose de 40 Mg dm-
3. Esse aumento no alongamento foliar ocorre porque, principalmente, ao incremento da
produção das células do tecido vegetal (divisão celular), sem efeito no tamanho final da célula
ou na taxa de alongamento da célula epidérmica (MacADAM et al., 1989).
11
Martuscello et al. (2005) observaram que na Brachiaria brizantha cv. Xaraés adubada
com quatro doses de nitrogênio (0, 40, 80 e 120 mg dm-3) e submetida a três regimes de
desfolhação (três, quatro e cinco folhas completamente expandidas), sendo a taxa de
aparecimento foliar linear e respondeu positivamente às doses de nitrogênio conforme
Alexandrino et al. (2004), citado anteriormente, sendo obtidos valores de 0,096 (sem
adubação nitrogenada) e 0,12 folhas dia-1 (120 Mg dm-3) com o aumento de 25% na dose de
nitrogênio em comparação à ausência de nitrogênio. Para a taxa de alongamento foliar houve
aumento de até 37% na utilização da maior dose de nitrogênio. A duração de vida da folha
(DVF) sofreu influência linear negativa, ou seja, as plantas na ausência de nitrogênio
permaneceram mais tempo vivas em detrimento da expansão de novas folhas. Assim, os
resultados de decréscimo na DVF com as doses de nitrogênio são explicados pela maior
renovação de tecidos em plantas adubadas com nitrogênio, acelerando o ciclo da planta. A
estimativa para DVF variou de 41,5 dias para as plantas sem adubação nitrogenada e 36,1 dias
para as plantas supridas com 120 Mg dm-³ de nitrogênio. Verificou-se que o número de folhas
vivas (NFV) variou de 4,1 plantas na situação de ausência de adubação nitrogenada e com
cinco folhas, até 5,5 plantas, as quais receberam 120 Mg dm-³ de nitrogênio e colhidas com
duas folhas. Nos tratamentos com menores doses de nitrogênio , ocorreu maior DVF e menor
NFV.
A preocupação de alguns pesquisadores ao abordarem a fisiologia do crescimento
de plantas forrageiras, enfatizaram a importância do conceito de Índice de Área Foliar (IAF),
do perfilhamento, dos carboidratos de reserva e da intensidade e freqüência de desfolhação
(DA SILVA e NASCIMENTO JÚNIOR, 2006). Recentemente tem se avaliado as plantas
forrageiras em caráter mais criterioso em que se pode explorar os resultados e detectar através
desses o comportamento mais detalhado da planta forrageira, através das características
morfogênicas e estruturais submetida a adubações ou não, e ao pastejo ou cortes sendo
contínuo ou intermitente (ALEXANDRINO et al., 2004; MARTUSCELLO et al., 2005;
DIFANTE et al., 2009).
O maior benefício do nitrogênio (N) vem principalmente de seu efeito positivo sobre o
peso dos perfilhos, unidade vegetativa básica, que apresentam folhas maiores, de maior área
foliar específica (WILMAN e PEARSE, 1984; WHITEHEAD, 1995).
A disponibilidade de N é o fator dominante que controla os processos de crescimento e
desenvolvimento da planta, traduzido, sobretudo pela maior rapidez de formação das gemas
axilares e de iniciação dos perfilhos correspondentes, mas esta iniciação só se manifesta
12
enquanto o índice de área foliar não passar de um valor crítico, alterando a quantidade de luz
que chega às gemas mais tardias (NABINGER e MEDEIROS, 1995). Desta forma, os fatores
do meio que podem ser favoráveis ao perfilhamento, quando a cobertura vegetal está pouco
desenvolvida, podem ter efeito negativo quando a cobertura vegetal está bem desenvolvida
porque o índice de área foliar aumenta e consequentemente a competição pela luz entre
perfilhos. Um déficit de N aumenta o número de gemas dormentes enquanto o nível de
nutrição nitrogenada permite o máximo perfilhamento.
O nitrogênio é o principal nutriente para manutenção da produtividade das gramíneas
forrageiras, sendo essencial na formação das proteínas, cloroplastos e outros compostos que
participam ativamente na síntese dos compostos orgânicos constituintes da estrutura vegetal;
portanto, responsável por características ligadas ao porte da planta, tais como o tamanho das
folhas, tamanho do colmo, formação e desenvolvimento dos perfilhos (WERNER, 1986). Na
maioria das pesquisas realizadas, o N tem proporcionado aumento imediato e visível na
produção de forragem, isso ocorre porque a quantidade de N disponibilizada pelo solo, a
partir da MO, não tem sido suficiente para suprir adequadamente a necessidade das plantas
forrageiras (KLUTHCOUSKI e AIDAR, 2003).
Foram constatados resultados positivos da adição de nitrogênio com incrementos na
taxa de alongamento das folhas da ordem de 185 a 265% por Alexandrino et al. (2004) em
capim-Marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu), da ordem de 37% por Martuscello et al.
(2005) com capim-Xaraés (Brachiaria brizantha cv. Xaraés).
A baixa disponibilidade de nitrogênio (N) é um fator limitante à produção forrageira,
já que as pastagens de gramíneas necessitam elevadas quantidades de N para que sejam
obtidas altas produções de massa vegetal (SOARES e RESTLE, 2002). Em adição, a
disponibilidade deste nutriente também afeta a persistência e a qualidade da forragem
produzida.
13
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e período experimental
O experimento foi conduzido em condições controladas de casa de vegetação em área
pertencente ao Instituto de Zootecnia, localizado no município de Nova Odessa/SP, a 528 m
de altitude, 22o42� latitude Sul e 47o18� longitude Oeste. O período experimental foi de agosto
de 2009 a setembro de 2010.
3.2 Solo estudado
O solo estudado foi classificado como Neossolo Quartzarênico distrófico
(EMBRAPA, 1999), pertencente à Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Brotas-SP.
Os Neossolos quartzarênicos (RQ) se concentram na região do Cerrado, ocupando área
de 15% da área do cerrado (Figura 1). Estes solos eram anteriormente chamados de Areias
quartzosas. Os Neossolos quartzarênicos são muito profundos, tendo como principal
característica serem constituídos completamente por areia. O mineral da fração areia destes
solos é o quartzo, que é um mineral extremamente resistente ao intemperismo e dos poucos
nutrientes que possuem, eles estão concentrados na matéria orgânica. A cor avermelhada dos
RQ é dada por um pouco de hematita (um óxido de ferro) que também está presente. Os RQ
14
são solos muito homogêneos, e a diferença que ocorre refere-se à presença de matéria
orgânica nos primeiros 10 ou 15 cm. O horizonte A é seguido diretamente pelo horizonte C, já
que o alto teor de areia não permite formação de horizonte B (DCS/UFLA,
www.dcs.ufla.br/Cerrados/Portugues/CNeossolo.htm)
Figura 1. Principais áreas de ocorrência de Neossolo no Brasil. Fonte: (DCS/UFLA, 2004).
Localização geográfica do local de coleta do solo, Brotas-SP, Brasil.
Em geral, os RQ são solos originados de depósitos arenosos, apresentando textura
areia ou areia franca ao longo de pelo menos 2 m de profundidade. Abrange as Areias
Quartzosas não-hidromórficas descoloridas, apresentando também coloração amarela ou
vermelha. A granulometria da fração areia é variável e, em algumas situações, predominam
diâmetros maiores e, em outras, menores. O teor máximo de argila chega a 15%, quando o
silte está ausente. Os Neossolos quartzarênicos (RQ) são consideradas solos de baixa aptidão
agrícola, e são muito suscetíveis à erosão, e tem grande limitação quanto à capacidade de
armazenamento de água disponível (SOUSA e LOBATO, 2007; CRUZ, 2008).
Lat. 220 16�S Long.48070�W
15
Figura 2. Vista geral do experimento em condições controladas de casa-de-vegetação.
O solo foi coletado a uma profundidade de 0-20 cm, seca à sombra, peneirada e
homogeneizada. Com a seguinte composição granulométrica: 9% de argila, 33% de areia fina,
57% de areia grossa e 1% de limo. Quanto às propriedades químicas, possui na camada de 0 a
20 cm, 4 mg dm-3 de Presina, 6 mmolc dm-3 de Ca, 6 mmolc dm-3 de Mg, 1,0 mmolc dm-3 de K,
25 mmolc dm-3 de H+Al, 15 g dm-3 de matéria orgânica, saturação por bases (V) de 34% e pH
(CaCl2) igual a 4,4 e quanto aos micronutrientes, 0,11 mg dm-3 de B, 0,4 mg dm-3 de Cu, 46 mg
dm-3 de Fe, 1,3 mg dm-3 de Mn e 0,4 mg dm-3de Zn.
3.3 Delineamento experimental e tratamentos
O experimento foi desenvolvido num delineamento experimental de blocos completos
casualizados, em esquema fatorial 4 x 2 x 4, com quatro doses de nitrogênio (0, 75, 150 ou
225 mg/dm3, corrrespondente a 0, 150, 300 e 450 kg/ha) e duas fontes (ureia e nitrato de
amônio) e quatro cultivares de braquiária: Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria
brizantha cv. Piatã e dois híbridos múltiplos, intra e interespecíficos apomíticos de
Brachiaria spp., com cinco repetições, totalizando 160 vasos de cerâmica com capacidade
para 3,34 dm3 de terra (Figura 2).
16
Inicialmente, os dados foram submetidos à análise exploratória, sendo que as variáveis
que não atenderam às pressuposições da análise da variância foram transformadas. O modelo
matemático segue, abaixo:
Yijkl = ì + Vi + Fj + Dk + Bl + (VF)ij + (VD)ik + (FD)jk + (VFD)ijk + eijkl
Onde:
Yijkl = variável dependente;
ì = média geral do experimento para a variável;
Vi = efeito do i-ésimo nível do fator Variedades ( i=1,2,3, 4 );
Fj = efeito do j-ésimo nível do fator Fontes ( j = 1,2 );
Dk = efeito do k-ésimo nível do fator Doses ( k= 1, 2, 3, 4 );
Bl = efeito do l-ésimo nível do fator bloco ( l = 1, 2, 3, 4, 5 );
(VF)ij = efeito da interação entre o i-ésimo nível do fator variedades e o j-ésimo nível do fator
fontes;
(VD)ik = efeito da interação entre o i-ésimo nível do fator variedades e o k-ésimo nível do
fator doses;
(FD)jk = efeito da interação entre o j-ésimo nível do fator fontes e o k-ésimo nível do fator
doses;
(VFD)ijk = efeito da interação entre o i-ésimo nível do fator variedades , j-ésimo nível do fator
fontes e k-ésimo nível do fator doses;
eijkl = erro experimental associado a Yijkl , eijk ~N( o .
3.4 Correção da acidez e adubação básica
A saturação por bases, foi o método utilizado para a determinação da necessidade de
calagem. Esse método tem a importante característica de levar em consideração as exigências
das culturas na definição da quantidade de corretivo a ser adicionado ao solo, além de ter a
vantagem da facilidade dos cálculos e na flexibilidade de adaptação para diferentes culturas,
de acordo com suas exigências (RAIJ, 1991).
NC = T (V2 - V1)/100, onde:
T = CTC a pH 7,0 = CTC potencial = SB + (H + Al) em cmolc /dm3
17
SB = soma de bases = Ca 2+ + Mg 2+ + K+ + Na+;
V1 = saturação de bases atual do solo = (SB/T) x 100;
V2 = saturação de bases desejada para a cultura a ser implantada.
De acordo com os resultados da análise do solo a acidez foi corrigida para elevação da
saturação por bases do solo a 60%, com calcário dolomítico, contendo 26,6% de CaO, 19,1%
de MgO, 80% de poder relativo de neutralização total (PRNT), em quantidade equivalente à
1,24 tonelada ha-1. Baseado nos resultados da na fertilidade química do solo foi efetuada uma
adubação básica com fósforo, potássio, enxofre e micronutrientes, de acordo com
recomendação de WERNER et al., (1997) como apresentado na Tabela 1.
Tabela 1. Nutrientes, quantidades e fontes utilizadas como adubação básica.
Nutrientes Quantidades (mg kg-1
de solo) Fontes
P 28 KH2PO4
K 35 KH2PO4
S 18 Na2SO4
B 0,2 H3BO3
Cu 0,7 CuSO4.5H2O
Mo 0,1 NaMoO4.2H20
Zn 2,0 ZnSO4.7H2O
A semeadura foi realizada diretamente nos vasos, deixando-se após desbastes
periódicos cinco plantas por vaso. As doses de nitrogênio foram aplicadas 20 dias após a
semeadura.
3.5. Avaliações
O primeiro corte foi realizado aos 55 dias de idade após semeadura, à altura de 10 cm
do nível do solo, e o segundo corte aos 56 dias após o primeiro corte.
3.5.1 Altura
A altura das plantas foi determinada por ocasião do primeiro corte. Utilizando uma
régua graduada em centímetros, altura foi mensurada na planta no nível do solo até a folha
mais jovem totalmente expandida (com lígula exposta).
18
3.5.2 Densidade populacional de perfilhos (DPP)
A densidade populacional de perfilhos (DPP) foi determinada por meio de contagem
total de perfilhos por vasos, contendo cinco plantas. Para as contagens, em uma primeira
avaliação os perfilhos foram marcados com fios plásticos coloridos. Após o primeiro corte
os perfilhos foram diferenciados a cada geração e quanto a localização da gema de
crescimento: classificados em perfilhos novos basilares � originários das gemas localizadas na
base da coroa das plantas e aéreos � originários das gemas localizadas nos nós acima da
coroa das plantas e perfilhos mortos. Semanalmente eram recontados os perfilhos novos
marcados com cores diferentes das empregadas anteriormente. Foram considerados mortos os
perfilhos secos ou em estado avançado de senescência. No material vegetal do segundo corte
foi contabilizada a produção de matéria seca da parte aérea (folhas e colmos) provenientes dos
perfilhos basais e dos aéreos.
3.5.3 Produção de fitomassa seca
O material vegetal da parte aérea foi separado em lâminas foliares e pseudocolmos
(colmos mais bainhas), e após o corte final, o sistema radicular foi separado do solo em água
corrente utilizando-se duas peneiras com malhas de 1,0 mm e 0,25 mm. Os materiais foram
pré-secados em estufa de circulação forçada de ar a 55ºC por 72 horas. Posteriormente foi
determinada a massa seca de cada componente e do total da parte aérea e das raízes. As
amostras foram moídas em moinho tipo Willey, com peneira contendo crivos de 1 mm,
segundo Silva e Queiroz (2009).
3.5.4 Concentração de nitrogênio total
Foi realizada, no Laboratório de Bromatologia do Instituto de Zootecnia, Nova
Odessa-SP, a determinação do N-total na parte aérea (folhas e colmos) e nas raízes efetuando-
se a digestão sulfúrica e empregando-se o método analítico Micro Kjeldhal, conforme descrito
por Silva e Queiroz (2009).
19
3.5.5 Área Foliar
A área foliar foi estimada através da coleta da lâmina foliar completamente expandida,
separada em secções de área constante, conforme Peterson (1970).
A= P (a / p),
onde:
A = área foliar
P = peso total da folhagem
a = área total das secções
p =peso das secções (a)
3.5.6 Estimativa do teor de clorofila através de unidades SPAD
A determinação da concentração de clorofila foi efetuada de forma indireta,
utilizando-se o aparelho Clorophyll meter SPAD 502 (Soil and Plant Analysis Development
Section, Minolta Co. Osaka, Japan) para tomada de leituras de valor SPAD no terço médio da
lâmina da segunfa folha recem expandida a partir do ápice de cada planta (SANTOS, 1997).
Esse aparelho forneceu resultados imediatos da estimativa do teor de clorofila por meio de
leituras realizadas no limbo foliar, sendo realizadas 10 leituras em cada vaso.
3.5.7 Determinação da taxa fotossintética
A taxa fotossintética foi determinada por meio da medição da fluorescência da
clorofila nas plantas, utilizando o aparelho EARS PPM, medida entre as 8 e ás 11 horas da
manhã, foram medidas as taxas na porção mediana em dez folhas totalmente expandidas, com
as lígulas expostas, aos 50 dias após a semeadura (GRACE et al., 1995).
3.5.8 Estimativa da eficiência de uso do nitrogênio
A estimativa da eficiência de uso do nitrogênio foi obtida dividindo-se a fitomassa
seca total da parte aérea por vaso pela quantidade de nitrogênio aplicada por vaso, valores
expressos em g de fitomassa seca por g de N adicionado.
20
3.6 Análises estatísticas
Os dados foram analisados estatisticamente pelo procedimento GLM do programa
SAS V. 9.1, médias de tratamentos de natureza qualitativa foram comparadas pelos Testes de
Tukey a 5 % de probabilidade. Os graus de liberdade referentes às doses de N (tratamentos
quantitativos), foram decompostos em polinômios ortogonais, para obtenção da melhor
equação de ajustes dos dados. Interações significativas foram desdobradas de acordo com os
fatores envolvidos.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Fitomassa seca da parte aérea
Primeiro corte
Dentre os componentes que formam a biomassa total da forragem estudaram-se as
variações e contribuições das lâminas foliares e dos pseudocolmos.
A análise de variância dos dados revelou valores significativos (P < 0,05) para os
genótipos, fontes, doses e as interações genótipos x fontes, variedades x doses e para a
fitomassa das lâminas foliares e dos pseudocolmos e fontes x doses para as lâminas foliares,
dados do primeiro corte. Os valores de massa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos
(colmos mais bainhas) para os genótipos em função das fontes de N são mostrados na Tabela
2. A fonte de N nitrato de amônio proporcionou maiores acúmulos (P < 0,05) de fitomassa da
lâmina foliar em relação ao emprego da ureia como fonte de N em todos os genótipos
estudados. Esse fato também foi observado para a fitomassa dos pseudocolmos, com exceção
ao híbrido H69 para o qual os valores foram similares para as fontes de N.
Analisando o comportamento dos genótipos dentro das fontes constatou-se que,
mediante o uso de nitrato de amônio, a fitomassa das lâminas foliares, para o híbrido H12 e o
Marandu foram obtidos valores mais elevados, que foram similares entre si e superiores ao
22
H69 e Piatã. Por outro lado quando a fonte de N foi a ureia o híbrido H12 superou os demais,
vindo a seguir o Marandu, depois o H69 e finalmente o Piatã. A comparação das fontes de N
revelou valores mais elevados de fitomassa da lâmina foliar com uso de nitrato de amônio que
quando empregada a ureia.
Maiores valores de fitomassa seca de pseudocolmos, em presença de nitrato de amônio
foram registrados para Marandu, Piatã e H12, que foram similares entre si e superiores ao
H69. De modo similar quando a fonte de N empregada foi a ureia somente o H69 apresentou
fitomassa de pseudocolmos inferior as demais, que foram semelhantes entre si (Tabela 2). A
fitomassa dos pseudocolmos foi menor com uso de ureia que com a aplicação de nitrato de
amônio, exceto para o H69 no qual os valores foram similares para ambas fontes (Tabela 2).
Tabela 2. Fitomassa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos (g vaso-1) de Brachiaria
spp., em função fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte. Médias de cinco
repetições por tratamento.
Lâminas foliares Pseudocolmos1
Genótipos Nitrato de amônio Ureia Nitrato de
amônio
Ureia
H69 10,67 bA 9,33 bcB 4,46 bA 4,91 bA H12 14,77aA 11,42 aB 9,36 aA 7,36 aB Piatã 10,75 bA 9,00 cB 9,83 aA 7,14 aB Marandu 14,12 aA 10,60 bB 10,40 aA 7,63 aB Médias 12,58 10,09 8,51 6,76 Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna comparam os genótipos e maiúsculas na linha
comparam as fontes) diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% e F (P < 0,05). Coeficiente de Variação de
11,41% para lâminas foliares e 5,91% para pseudocolmos. Dados transformados para análise estatística em √x .
4.1.1 Fitomassa das lâminas foliares
Na ausência de adubação o Marandu apresentou menores valores de fitomassa das
lâminas foliares, comparado ao Piatã e o híbrido H12. Comparando as fitomassas das lâminas
foliares em ausência de aplicação de N e a dose inicial de 150 kg ha-1 houve um destaque para
Marandu e H12, cujas acumulações incrementaram com uso dessa dose de N em 266,0 % e
156,0 %, respectivamente. Sob doses mais elevadas Marandu e H12 continuaram se
destacando. Por outro lado Piatã e H69, em doses mais elevadas (300 ou 450 kg ha-1 de N)
23
apresentaram menores acumulações de fitomassa foliar. Baseando-se nas equações
quadráticas, resultantes da aplicação de doses de N (Tabela 3), as máximas acumulações de
fitomassa das lâminas foliares foram estimadas com adição de 366,0; 400,7; 452,0 e 468,7 kg
ha-1 de N, para H12, H69, Marandu e Piatã, respectivamente.
Tabela 3. Fitomassa seca das lâminas foliares (g vaso-1) e coeficientes de regressão de
Brachiaria spp., em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte.
Médias de cinco repetições por tratamento.
Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450 Médias
H69 4,21 ab 10,67bc 12,36 b 12,75 b 9,99 H12 5,16 a 13,25 a 16,39 a 17,58 a 13,09 Piatã 5,20 a 10,47 c 10,73 c 13,12 b 9,88 Marandu 3,27 b 11,98 ab 16,14 a 18,04 a 12,36 Médias 4,46 11,59 13,91 15,37 Estimativas de coeficientes de regressão
âo â1 â2 R2
H69 4,38 0,049 0,000067 0,99** H12 5,32 0,049 0,000067 0,99** Piatã 5,56 0,030 0,000032 0,92** Marandu 3,38 0,066 0,000073 0,99**
Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a
5%.. Para regressão ** (P0,01), CV = 11,41%, representa o efeito de nitrogênio para cada
genótipo, sendo âo � intecepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
O emprego de nitrato de amônio resultou em maiores fitomassas foliares que o uso de
ureia, sendo os efeitos das doses de N ajustados ao modelo de regressão quadrático (Tabela
3).
4.1.2 Fitomassa dos pseudocolmos
Para a fitomassa dos pseudocolmos com dados do primeiro corte, constatou-se
interação genótipos x doses significativa. Na ausência de adição de N, o Piatã apresentou
maiores rendimentos que o H69. Com aplicação de N, o H69 produziu menos pseudocolmos
que os outros genótipos. De um modo geral os demais genótipos mostram acréscimos com
adição de doses de N, com produções similares. Os ajustes as doses obedeceram ao modelo
quadrático de regressão, com o máximo de rendimento obtidos em 372, 329 e 383 kg ha-1 de
24
N para os genótipos H12, H69 e marandu. Para o capim-piatã os efeitos das doses de N foram
linear (Y = 5,19 + 0,015X, R2 = 0,91) até a maior dose de N aplicada (Tabela 4).
Tabela 4. Fitomassa seca dos pseudocolmos (g vaso-1) e equações de regressão de Brachiaria
spp., em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte. Médias de cinco
repetições por tratamento.
Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha
-1)
0 150 300 450 Médias
H69 1,33 c 5,26 b 6,25 c 5,91 c 4,69 H12 3,46 ab 8,24 a 10,97 a 10,76 b 8,36 Piatã 4,73 a 8,53 a 8,69 b 11,99 ab 8,48 Marandu 1,69 bc 9,12 a 12,38 a 12,88 a 9,01 Médias 2,80 7,78 9,57 10,39 Estimativas dos coeficientes de regressão
âo â1 â2 R2
H69 1,41 0,041 0,000055 0,99**
H12 3,42 0,041 0,000055 0,99**
Piatã 5,19 0,015 - 0,91**
Marandu 2,91 0,037 0,000046 0,99** Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. Para regressão ** (P0,01), CV = 11,41%, representa o efeito de doses para as fontes de nitrogênio, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2
- coeficiente quadrático e
R2 � coeficiente de determinação.
A massa das lâminas foliares e dos pseudocolmos em função das fontes de N variaram
significativamente (P < 0,05) com as doses de N (Tabela 5). Os rendimentos tanto de lâminas
foliares como dos pseudocolmos foram maiores em presença de nitrato de amônio que
mediante o uso de ureia. Os máximos valores de fitomassa das lâminas foliares foram
registrados mediante a aplicação de 410 kg ha-1 de N, para ambas fontes de N. Entretanto, em
relação aos pseudocolmos os valores máximos foram registrados com emprego de 418 e 383
kg ha-1 de N, para nitrato de amônio e ureia, repectivamente. Tais resultados são decorrentes
de menores valores de fitomassa dos pseudocolmos mediante o uso de ureia e menor a
eficiência de uso que será discutida em outro item.
25
Tabela 5. Fitomassa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos (g vaso-1) e coeficientes de
regressão de Brachiaria spp., em função doses e fontes de nitrogênio e
coeficientes de regressão, dados do primeiro corte. Médias de cinco repetições por
tratamento.
Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. Para regressão ** (P0,01), CV = 11,41%(lâminas foliares), CV = 5,91% (pseudocolmos), representa o efeito de
doses de nitrogênio para cada fonte, sendo âo � intecepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2 - coeficiente
quadrático e R2 � coeficiente de determinação.
4.1.3 Proporções das lâminas foliares e colmos
As maiores contribuições das lâminas foliares na massa seca total foram registrados no
híbrido H69 (70,5 %) e os menores valores para o Piatã (50,6%). Enquanto que as
encontradas para o H12 e o marandu foram similares, com valores de 60,5 % e 58,5 %,
respectivamente (Figura 3). Não houve diferenças entre as fontes, nem para as doses e/ou
interações para as proporções lâminas e pseudocolmos. Essa é uma característica genética das
espécies estudadas. Os fatores ambientais como o uso de nitrogênio, o clima, a época do ano e
o manejo das pastagens podem afetar parcialmente essa proporção. GIMENES (2010)
estudando o capim-marandu verificou que alturas de pastejo de 35 cm/50 kg de N/ha/ano
resultou em maior proporção de colmos que 25 cm/200 kg de N/ha/ano.
Fontes de N Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450
Lâminas foliares Nitrato de amônio
4,73 a
12,74 a
15,73 a
17,11 a Ureia 4,19 a 10,44 b 12,08 b 13,63 b Estimativas de coeficientes de regressão para lâminas foliares
âo â1 â2 R2 Nitrato de amônio 4,90 0,05988 0,000073 0,99** Ureia 4,42 0,043 0,00005 0,98** Pseudocolmos Nitrato de amônio 3,10 a 8,37 a 10,88 a 11,70 a Ureia 2,50 a 7,20 b 8,26 b 9,07 b Estimativas de coeficientes de regressão para pseudocolmos
âo â1 â2 R2 Nitrato de amônio 3,15 0,041 0,000049 0,99** Ureia 2,67 0,033 0,000043 0,98**
26
Figura 3. Proporção (%) de lâminas foliares e pseudocolmos na massa seca
total, de variedades de Brachiaria em função de fontes de nitrogênio.
A maior participação do componente lâmina foliar é desejável, pois é a porção
preferencialmente selecionada pelos animais em pastejo, além de ser reconhecidamente de
maior valor nutritivo (CÂNDIDO et al., 2005). Além disso, as folhas são os órgãos das
plantas forrageiras que acusam menor decréscimo no valor nutritivo com a maturidade e
apresentam maior concentração de nutrientes digestíveis na matéria seca (PEDREIRA e
BOIN, 1969; SILVEIRA, 1971). CAMARGO (2010) trabalhando com Brachiaria brizantha
cv. Marandu na Amazônia, observou valores de 56,7 % de participação das lâminas foliar no
período de pré-pastejo, similares aos encontrados no presente trabalho, enquanto, no pós-
pastejo a participação dos componentes lâminas foliares foi de 34,65 %. Esse autor destacou
que além da redução da massa seca do pasto com o pastejo da área, ocorre simultaneamente
alteração morfológica do dossel forrageiro.
Segundo corte
Para os dados do segundo corte, a análise de variância mostrou efeitos significativos
para as variedades, fontes, doses e para as interações genótipos x fontes, genótipos x doses,
fontes x doses e a interação tripla genótipos x fontes x doses para as fitomassas das lâminas
foliares e dos pseudocolmos (Tabela 6 e Tabela 7).
Na ausência de fertilização nitrogenada as acumulações foram baixas e similares entre
os genótipos, pois o N do solo oriundo da matéria orgânica foi insuficiente para incrementar
0
20
40
60
80
100
120
H69
H12
Pia
tã
Mara
ndu
H69
H12
Pia
tã
Mara
ndu
Co
ntr
ibu
içã
o p
erc
en
tua
l UréiaNitrato de amônio
Pseudocolmos
Lâminas foliares
27
os rendimentos. Com aplicação de 150 kg ha-1 de N na forma de nitrato de amônio, valores
mais elevados (P < 0,05) de fitomassa foliar foram encontrados em H69, vindo a seguir o
H12, e finalmente similares e inferiores Marandu e Piatã. Incrementando a dose de N (300 kg
ha-1 de N) aumentaram as acumulações de lâmina foliar, sendo o H69 similar ao H12 que foi
superior ao Marandu, e o menor de todos o Piatã. Para a maior dose de N estudada (450 kg ha-
1 de N) as acumulações de fitomassa foliar continuaram a aumentar atingindo valores
semelhantes para os genótipos H12, H69 e Marandu que superaram o Piatã.
Para a fonte de N ureia, na dose de 150 kg ha-1 N não houve diferenças significativas
(P > 0,05) entre as variedades. Com o emprego de 300 kg ha-1 N a massa da lâmina foliar de
H69, H12 e Marandu foram similares, sendo que somente o H69 superou os valores do Piatã.
Mediante o uso de 450 kg ha-1 N houve acréscimos nas lâminas foliares, entretanto somente
para o Piatã os valores foram inferiores ao do H12, os demais foram similares entre si.
As fitomassas das lâminas foliares foram superiores mediante a aplicação de nitrato de
amônio em relação a ureia para o H69 com 150 kg ha-1 de N, e para H69, H12 e Marandu,
mediante a aplicação de 300 ou 450 kg ha-1 N, com exceção da Piatã cujas massas foram
semelhantes para as duas fontes (Tabela 6).
A aplicação de nitrato de amônio resultou em maiores fitomassas das lâminas que o
uso de ureia. Os valores de fitomassa das lâminas foliares do segundo corte, para as doses de
N aplicadas na forma de ureia, ajustaram-se ao componente linear para todos os genótipos
estudados, indicando que valores máximos de rendimentos de fitomassa da lâmina foliar não
foram atingidos até a maior dose empregada. Por outro lado, quando a fonte de N foi o nitrato
os efeitos das doses de N foram ajustados ao modelo quadrático, com exceção ao Piatã com
ajuste linear (Figura 4).
Tal resposta pode ser atribuída a maiores perdas por volatilização de N- NH3 pela
ureia, devido à elevação inicial do pH mediante a calagem, as altas temperaturas nas
condições de casa de vegetação, condições concordantes as indicadas por LOPES e
GUILHERME (2000) e MARTHA JUNIOR (2003), favoráveis à volatilização. Por outro
lado, CANTARELLA (2007) realizando uma série de experimentos avaliou as perdas de N
em pastagens adubadas com ureia em 37 % ao passo que o uso de ureia revestida com NBPT
(tiofosfafo de N � n butil triamida) as perdas foram reduzidas para 15%.
A fitomassa dos pseudocolmos na ausência de fertilização nitrogenada foi baixa e não
houve diferenças (P <0,05) entre os genótipos. Mediante a aplicação de 150 kg ha-1 de N na
28
forma de nitrato de amônio, H69 apresentou maiores fitomassas, vindo a seguir H12 e
Marandu que foram similares, enquanto o Piatã apresentou menores valores que os híbridos
H12 e H69. Nas doses de 300 ou 450 kg ha-1 de N os híbridos apresentaram a massa dos
pseudocolmos superiores e similares entre si, e com valores menores posicionaram-se Piatã e
Marandu (Tabela 7).
Para a ureia não foram observadas diferenças significativas (P < 0,05) entre os
genótipos estudados até a dose de 300 kg ha-1 de N. Porém com o uso de 450 kg ha
-1 de N
somente a massa dos colmos de H69 foi superior as de Piatã, para os demais genótipos foram
similares entre si.
Comparando-se as fontes, a fitomassa dos pseudocolmos foram superiores mediante a
aplicação de nitrato de amônio em relação a ureia para o H69 com 150 kg ha-1 de N, e para
H69 e H12, mediante a aplicação de 300 ou 450 kg ha-1 N, entretanto para o Piatã e para o
Marandu as massas foram semelhantes para as duas fontes (Tabela 7).
4.1.4 Fitomassa seca total
Primeiro corte
O valor de massa seca total (lâminas mais pseudocolmos) no primeiro corte variou
significativamente (P < 0,05) para os genótipos , fontes, doses, para as interações genótipos x
fontes, genótipos x doses, fontes x doses estudadas. Os maiores valores foram registrados para
o H12 e para o capim-marandu, em presença de ambas fontes de N (nitrato de amônio e
ureia). Os menores valores foram encontrados para o híbrido H69. Em uma posição
intermediária situaram-se as massas secas totais obtidas para o capim-piatã (Figura 5 e
Tabela 8).
29
Tabela 6 . Fitomassa das lâminas foliares (g vaso-1) em função das fontes e doses de nitrogênio para os genótipos de
Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal Comparam fontes dentro dos genótipos e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 13,64% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0 150 300 450 NA U NA U NA U NA U H69 3,06aA 3,16 aA 9,23 aA 6,37 aB 13,35 aA 8,47aB 15,96aA 11,40 abB H12 2,62 aA 2,26 aA 7,22 bA 6,27 aA 13,54 aA 7,65 abB 16,27 aA 11,75 aB Piatã 1,99 aA 2,35 aA 4,71 cA 5,10 aA 7,25 cA 6,62 bA 10,94 bA 9,69 bA Marandu 1,49 aA 1,66 aA 5,19 cA 4,76 aA 9,64 bA 7,83 abB 15,86 aA 10,36 abB
Estimativas de coeficientes de regressão
Gen/Fonte âo â1 â2
R2
H69/ NA 3,08 0,046 0,000039 0,99**
H69/Ureia 3,33 0,0179 - 0,99** H12/NA 2,35 0,0909 0,000020 0,99** H12/ Ureia 2,50 0,0199 - 0,97** Piata/ NA 1,81 0,00195 - 0,99**
Piata/Ureia 2,41 0,00157 - 0,98**
Mar/NA 1,54 0,019 0,000028 0,99**
Mar/ Ureia 1,78 0,0194 - 0,99**
29
30
Yureia = 0,0179x + 3,325
R2 = 0,99
Yna = 0,000039x2 + 0,046x + 3,087
R2 = 0,99
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 100 200 300 400 500Fit
om
as
sa
da
s lâ
min
as
fo
lia
res
( g
/va
so
)
Doses de N (kg/ha)
H 69
Yna = 0,000020x2 + 0,0909x + 2,35
R2 = 0,99
Yureia = 0,0199x + 2,50
R2 = 0,97
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 100 200 300 400 500
Doses de N (kg/ha)
Fitom
assa d
as lâm
inas foliare
s ( g
/vaso)
H12
Yna = 0,0196x + 1,814
R2 = 0,99
Yureia = 0,0157x + 2,409
R2 = 0,98
0
2
4
6
8
10
12
0 100 200 300 400 500
Doses de N (kg/ha)
Fit
om
as
sa
da
s lâ
min
as
fo
lia
res
( g
/va
so )
Piatã
Yna = 0,000028x2 + 0,019x + 1,54
R2 = 0,99
Yureia = 0,0194x + 1,78
R2 = 0,99
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 100 200 300 400 500Fit
om
as
sa
da
s lâ
min
as
fo
lia
res
(g
/va
so
)
Doses de N (kg/ha)
Figura 4. Fitomassa das lâminas foliares (g vaso-1), em função das fontes e doses de nitrogênio para os genótipos de Brachiaria spp.,
dados do segundo corte.
Marandu
30
31
Tabela 7. Fitomassa dos pseudocolmos (g vaso-1) em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de
nitrogênio para os genótipos de Brachiaria spp, dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal Comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 24,00% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0 150 300 450 NA U NA U NA U NA U H69 3,24 aA 3,22 aA 10,28 aA 5,63 aB 10,96 aA 7,10aB 12,87aA 10,31 abB H12 2,12 aA 2,12 aA 6,47 bA 5,06 aA 12,25 aA 6,78 aB 13,32 aA 8,63 abB Piatã 1,37 aA 1,37 aA 3,12 cA 3,41 aA 5,65 bA 5,00 aA 8,28 bA 7,81 bA Marandu 1,27 aA 1,04 aA 4,79 bcA 4,86 aA 5,57 bA 6,15 aA 10,18 bA 8,35 abA Estimativas de coeficientes de regressão
Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 3,62 0,045 0,000057 0,94**
H69/Ureia 3,15 0,015 - 0,98** H12/NA 2,63 0,026 - 0,94** H12/ Ureia 2,45 0,0141 - 098** Piata/ NA 1,12 0,0155 - 0,99**
Piata/Ureia 1,26 0,014 - 0,99**
Mar/NA 1,32 0,018 - 0,94**
Mar/ Ureia 1,62 0,015 - 0,96**
31
32
Figura 5. Massa seca total (g vaso-1) para os genótipos de Brachiaria spp., em
função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.
Na Tabela 8 são mostrados os dados de fitomassa seca dos genótipos estudados
em função das doses de N aplicadas. Verificou-se que na ausência de adubação
nitrogenada os maiores valores de fitomassa foram registrados para Piatã e H12, vindo a
seguir com valores menores H69 e Marandu. No solo cultivado arenoso e com limitação
de suprimento natural de N oriundo da matéria orgânica fica evidenciado o
comportamento diferenciado do H12 e do Piatã. Mediante o fornecimento de N (150 kg
por hectare) houve resposta positiva com incrementos na fitomassa seca em todos os
genótipos de braquiária, sendo que nessa condição somente o H69 apresentou
rendimentos inferiores, enquanto para as demais forrageiras foram semelhantes. Para as
doses de N mais elevadas, as respostas foram positivas sendo mais produtivas Marandu
e H12 e menos produtiva H69, enquanto que a Piatã ocupou uma posição intermediária.
0
5
10
15
20
25
30
Nitrato de amônio Uréia
H69
H12
Piatã
Marandua
bab
c
a
b
a
c
Fontes de Nitrogênio
Ma
ss
a s
ec
a t
ota
l (
g/v
as
o)
33
Tabela 8. Fitomassa seca seca total (g. vaso-1) e valores dos coeficientes de regressão
em Brachiaria spp., em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro
corte. Médias de cinco repetições por tratamento.
Resposta
1 Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha
-1)
0 150 300 450 Médias âo â1 â2
R2
H69 5,54 b 15,44 b 18,0 b 18,66 c 14,41 8,51 0,074 0,0001 0,99** H12 8,63 a 21,48 a 27,35 a 28,34 a 21,45 8,73 0,10 0,00013 0,99** Piatã 10,53 a 19,72 a 19,42 b 25,11 b 18,69 12,18 0,029 - 0,86** Marandu 4,96 b 21,10 a 28,52 a 30,92 a 21,37 5,14 0,12 0,00015 0,99** Médias 7,41 19,44 23,32 25,76 Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. 1 Representa o efeito de nitrogênio para cada genótipo, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2
- coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.
Os valores máximos de fitomassa seca estimados pelas equações de regressão
indicam 384, 370 e 418 kg ha-1 de N, para H12, H69 e Marandu, respectivamente. Para
o Piatã os rendimentos foram incrementados linerarmente até a maior dose de N
estudada.
A fonte nitrato de amônio resultou em acumulações de fitomassa mais elevadas
que o uso de ureia. Entretanto os valores de máximos foram muito próximos em torno
de 417 kg ha-1 de N para ambas fontes de N (Figura 6).
Figura 6. Massa seca total (g vaso-1) dos genótipos de Brachiaria spp., em
função das doses e fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.
0
5
10
15
20
25
30
35
0 100 200 300 400 500
Doses de nitrogênio (kg/ha)
Ma
ss
a s
ec
a t
ota
l (g
/va
so
)
Yuréia = 7,10 + 0,74X � 0,00089X² (R² = 0,99)
Ynitrato de amônio= 8,39 + 0,10X � 0,00012X² (R² = 0,99)
34
Segundo corte
Houve diferenças significativas entre os genótipos, doses, fontes, interação
genótipos x fontes, genótipos x doses, fontes x doses e genótipos, fontes e doses, para a
massa seca total acumulada no segundo corte (Tabela 9).
A fitomassa de massa seca total acumulada no segundo corte foi, na ausência de
adubação nitrogenada, maior para H12 em comparação com Marandu, para os demais
genótipos foram semelhantes entre si (P>0,05).
Em presença de nitrato de amônio na dose de 150 kg de N por ha , o híbrido
H69 se sobressaiu, vindo a seguir H12, que apresentam maiores valores que o capim-
marandu e capim-piatã. Com aumento da dose de N (300 kg ha-1) estes mesmos híbridos
tiveram maiores acumulações de fitomassa superando as demais. Mediante a aplicação
de 450 kg de N, a fitomassa continua aumentando e foram similares entre si (H12, H69
e Marandu) e superiores a Piatã.
Para ureia houve diferenças entre os genótipos somente a partir da dose de 300
kg de N, quando os rendimentos para o Piatã foram menores que o do H69. Em relação
à fonte de N aplicada verificou-se que não houve diferenças entre as fontes para o
Piatã, porém para o H69 o nitrato de amônio foi mais eficiente desde a menor dose de
N, e para H12 a partir da dose de 300 kg de N e para o marandu na dose de 450 kg N
quando comparados ao emprego de ureia. Confirmando, na presença de nitrato de
amônio os rendimentos de massa seca para os híbridos (H69 e H12) foram superiores
aos resultantes com o emprego de ureia.
As doses de N incrementaram em acúmulos de fitomassa seca no segundo
corte(P < 0,05). Para a fonte ureia os ajustes foram lineares para todos as forrageiras
estudadas, indicando que para essa de fonte de N os valores correspondentes aos
máximos rendimentos não foram atingidos até a dose máxima empregada. Um dos
motivos para essa resposta pode ser atribuído a menor eficiência ou maiores perdas de N
por volatilização de N, oriundo dessa fonte. Por outro lado, com o emprego de nitrato de
amônio os efeitos ajustaram-se ao modelo quadrático para H69 e H12 e linear para o
Piatã e Marandu (Tabela 9).
35
Tabela 9. Fitomassa total (lâminas foliares mais pseudocolmos), g vaso-1, em função das fontes e doses de nitrogênio para os
genótipos de Brachiaria spp, dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 15,7% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0 150 300 450 Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 6,39 aA 6,30 aA 19,51 aA 12,0 aB 24,31 aA 15,58 aB 28,83 aA 21,70 aB H12 4,74 abA 4,38 bA 13,68 bA 11,33 aA 25,79 aA 14,43 abB 29,59 aA 20,38 abB Piatã 3,72 abA 3,37 cA 8,51 cA 7,83 aA 12,90 bA 11,62 bA 19,22 bA 17,49 bA Marandu 2,75 bA 2,70 cA 9,98 cA 9,62 aA 15,98 bA 13,98 abA 26,83 aA 18,71 abB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 6,70 0,092 0,000097 0,92**
H69/Ureia 6,49 0,033 - 0,99** H12/NA 4,17 0,083 0,000057 0,97** H12/ Ureia 4,96 0,034 - 0,98** Piata/ NA 2,93 0,035 - 0,99**
Piata/Ureia 3,67 0,0296 - 0,99**
Mar/NA 2,15 0,052 - 0,98**
Mar/ Ureia 3,40 0,0349 - 0,98**
35
36
As fitomassas secas totais do segundo corte com aplicação de doses de N mais
nitrato, ajustou-se ao modelo quadrático para os híbridos H69 e H12. Para os demais
genótipos (com nitrato ou ureia) os efeitos das doses ajustaram-se ao modelo linear de
regressão. Essa resposta linear até a maior dose evidencia que para atingir um ponto de
máximo maiores quantidades de N deveriam ser aplicadas após o primeiro corte, que
elevariam ainda mais a acumulação de biomassa.
As massas das lâminas e dos pseudocolmos foram incrementadas pelas doses de
N e resultaram em maiores acumulações totais de massa seca.
4.2 Fitomassa seca das raízes
A biomassa seca das raízes apresentou diferenças significativas entre a interação
genótipos e fontes (Tabela 10). A massa radicular com uso de ureia foi inferior para
todos os genótipos de Brachiaria em comparação com o uso de nitrato de amônio. Em
presença de nitrato de amônio a Piatã mostrou valores menores de massa radicular, ao
passo que Marandu e H12 foram superiores e H69 valores intermediários, menor que
Marandu porém similar a H12. Em presença de ureia os valores de Marandu superaram
as demais que foram similares entre si.
Tabela 10. Fitomassa seca das raízes (g. vaso-1) de Brachiaria spp., em
função fontes de nitrogênio. Médias de cinco repetições por tratamento.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna -
genótipos e maiúsculas na linha - fontes ) diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% e F (P < 0,05).
Fontes de Nitrogênio
Genótipos Nitrato de amônio Ureia
H69 19,50 bA 14,10 bB
H12 20,88 abA 14,01 bB
Piatã 13,22 cA 11,41 bA
Marandu 24,04 aA 21,56 aB
Médias 20,87 14,00
37
Na ausência de fornecimento de nitrogênio a fitomassa radicular foi baixa. Isto
ressalta a importância de um suprimento adequado de nitrogênio para um bom
desenvolvimento do sistema radicular (Tabela 11). Entretanto foram observadas
respostas significativas para os genótipos x doses, com ajustes quadráticos para os
híbridos H69 e H12, com massa seca das raízes com valores máximos em torno de 386
e 354 kg ha-1 de N, respectivamente. Os aumentos para o Piatã e Marandu foram
lineares até a maior dose de N aplicadas (Tabela 11).
Na Figura 7 são apresentados valores da biomassa radicular em função das
fontes e das doses de N, confirmando maiores acumulações com uso de nitrato de
amônio em relação a ureia.
Tabela 11. Fitomassa das raízes (g. vaso-1) e equações de regressão de Brachiaria spp.,
em função das doses de nitrogênio. Médias de cinco repetições por tratamento.
Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450 Médias
Fitomassa das raízes (g vaso-1)
H69 8,69 a 16,32 ab 22,44 b 19,75 bc 16,80 H12 6,73 a 18,14 a 21,72 b 23,17 b 17,44 Piatã 6,58 a 11,94 b 12,87 c 17,89 c 12,32 Marandu 7,86 a 18,23 a 28,84 a 35,27 a 22,79 Médias 7,46 16,40 21,47 24,01 Estimativas de coeficientes de regressão
âo â1 â2
R2
H69 8,32 0,078 0,00011 0,98**
H12 7,01 0,085 0,00011 0,99**
Piatã 7,09 0,023 - 0,94**
Marandu 9,03 0,061 - 0,99** Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático
e R2 � coeficiente de determinação.
38
Figura 7. Massa seca das raízes (g vaso-1), em função das doses e fontes
de nitrogênio.
4.3 Taxa de crescimento cumulativo
Foi observado efeito significativo (P < 0,05) para interação fontes x genótipos
para a taxa de acúmulo de massa seca (mg vaso-1 dia-1) no primeiro corte. A fonte
nitrato de amônio resultou em taxas mais elevadas de acúmulo de massa seca diária que
o emprego de ureia. Destacando-se H12 e Marandu, vindo a seguir Piatã e finalmente
H69 (Tabela 12).
0
5
10
15
20
25
30
0 100 200 300 400 500
Doses de Nitrogênio
Y nitrato de amônio = 7,53 + 0,09X � 0,000099X²
(R²= 0,99)
Y ureia = 7,54 + 0,05X� 0,000042X²
(R²= 0,99)
Ma
ss
a s
ec
a d
as
ra
íze
s (
g/v
as
o)
39
Tabela 12. Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1 dia) de Brachiaria spp, em
função fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte. Médias de cinco
repetições por tratamento.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna � genótipos e maiúsculas na linha - fontes) diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% e F (P < 0,05).
As taxas de crescimento cumulativo das espécies de Brachiaria spp. foram
incrementadas com as doses de nitrogênio aplicadas. Os valores de taxa de crescimento
cumulativo obedeceram a efeitos quadráticos, com máximos encontrados para os
genótipos H12, H69, Piatã e Marandu foram de 398, 358, 568 e 405 kg ha-1 de N,
respectivamente (Tabela 13).
As taxas de crescimento cumulativo mostraram diferenças significativas para a
interação doses x fontes (Tabela 14). Os efeitos das doses mostraram ajustes
quadráticos, no primeiro corte. Na ausência de aplicação nitrogênio as acumulações
foram mais baixas. Maiores acumulações foram registradas mediante o uso de nitrato de
amônio.
Fontes de Nitrogênio
Genótipos Nitrato de amônio Ureia
H69 298,3 cA 268,5 cB
H12 473,0 aA 372,2 aB
Piatã 416,6 bA 316,6 bB
Marandu 480,8 aA 353,9 abB
Médias 417,2 327,8
40
Tabela 13. Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1 dia) de Brachiaria spp., em
função das doses de nitrogênio. Dados do primeiro corte. Médias de cinco
repetições por tratamento.
Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450 Médias
Primeiro corte H69 112,0 b 302,8 b 353,0 b 365,9 b 283,4 H12 169,1 a 421,2 a 536,3 a 563,9 a 422,65 Piatã 206,5 a 386,7 a 380,9 b 492,3 b 366,6 Marandu 90,4 b 413,7 a 559,2 a 606,2 a 417,35 Médias 144,5 381,1 457,3 507,1 Estimativas de coeficientes de regressão
âo â1 â2
R2
H69 117,2 1,43 0,002 0,99** H12 171,59 1,99 0,0025 0,99** Piatã 221,6 0,91 0,0008 0,89** Marandu 94,3 2,51 0,0031 0,99** Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.
Tabela 14 . Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1 dia) de Brachiaria spp., em
função das fontes de nitrogênio. Dados do primeiro e do segundo cortes.
Médias de cinco repetições por tratamento
Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam fontes dentro da dose, diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Fontes de N Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450
Primeiro corte Nitrato de amônio 161,2 a 420,9 a 521,8 a 564,9 a Ureia 127,8 b 341,3 b 392,9 b 449,3 b Segundo corte Nitrato de amônio 71,48 a 212,58 a 329,10 a 435,33 a Ureia 71,64 a 172,77 b 231,73 b 326,20 b Estimativas de coeficientes de regressão Primeiro corte
âo â1 â2
R2 Nitrato de amônio 166,2 1,9 0,002 0,99** Ureia 136,2 1,50 0,002 0,98** Segundo corte
âo â1 â2
R2 Nitrato de amônio 72,19 0,98 0,002 0,99** Ureia 77,19 0,55 - 0,99**
41
Tabela 15 . Taxa de crescimento cumulativo em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses
de nitrogênio para os genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 7,58%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg há-1)
0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 106,1aA 104,5 aA 321,1 aA 199,4 aB 403,6 aA 254,8 aB 479,6 aA 360,5 aB H12 78,7 abA 72,2 abA 226,6 bA 188,4 aA 428,6 aA 238,9 abB 492,7 aA 338,0 abB Piatã 61,7 bA 55,7 bA 141,1 cA 129,3 bA 214,5 bA 191,6 bA 318,6 bA 288,4 bA Marandu-Mar 45,9 bA 45,1 bA 166,3 cA 160,4 abA 266,3 bA 233,1 abA 447,2 aA 233,0 abB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte
âo â1 â2
R2
H69/ NA 111,7 1,53 0,0016 0,99**
H69/Ureia 108,1 0,55 - 0,99**
H12/NA 69,5 1,39 -0,00095 0,98**
H12/ Ureia 82,7 0,57 - 0,98**
Piata/ NA 48,9 0,50 - 0,99**
Piata/Ureia 61,2 0,49 - 0,99**
Mar/NA 35,8 0,87 - 0,98**
Mar/ Ureia 56,6 0,58 - 0,99**
41
42
Para as taxas de crescimento cumulativo (TCC) referente ao segundo corte, a interação
genótipos x doses e fontes foi significativa (P < 0,05), Tabela 15. Na ausência de aplicação de
N, os valores obtidos para o H69 foi superior ao Piatã e ao Marandu, sendo que o H12
apresentou TCC similar aos três genótipos. O H69 se sobressaiu com rendimentos elevados
em todos as doses de N, mediante a aplicação de 300 kg de N ha-1 o H12 se igualou ao H69,
comportamento semelhante foi constatado para o Marandu com uso de 450 kg de N ha-1. Para
o Piatã a intensificação da adubação nitrogenada também incrementa a TCC, porém numa
magnitude menor.
Para o H69, a fonte nitrato de amônio já na dose 150 kg de N ha-1 a TCC foi maior
quando comparado ao uso de ureia, esse mesmo efeito ocorreu com H12 somente a partir da
dose 300 kg de N ha-1. Por outro lado para o Piatã e Marandu não foram observadas
diferenças nas taxas de crescimento cumulativo entre as duas fontes nas doses estudadas.
As taxas de crescimento cumulativo no segundo corte mostraram efeitos lineares com
as doses de N, para o Piatã, Marandu, em ambas fontes de N e para H69 e H12 em presença
de ureia. Apenas para os híbridos fertilizados com nitrato de amônio as TCC mostraram
efeitos quadráticos com as doses de N.
4.4 Densidade populacional de perfilhos
4.4.1 Perfilhamento - primeiro corte
Verificou-se que, no primeiro corte, praticamente 100% dos perfilhos eram basilares.
O número de perfilhos por vaso para as quatro espécies de capim-braquiária mostrou
diferenças significativas (P < 0,05) para a interação genótipos x fontes (Tabela 16). Ao
analisar o comportamento dos genótipos dentro das fontes de nitrogênio estudadas verificou-
se que em presença de nitrato de amônio, foi obtido o maior valor para o número de perfilhos
para o híbrido H12, vindo a seguir o capim-marandu que foi similar ao híbrido H69, enquanto
que o capim-piatã apresentou menor valor. Por outro lado com o uso de ureia como fonte de
N, somente para o cultivar Piatã foi verificado menor valor no número de perfilhos, que os
demais genótipos (H12, H69 e Marandu), onde os números de perfilhos foram similares entre
si. Comparando as fontes de N verificou-se que somente para o genótipo H12 o número de
perfilhos foi maior com emprego de nitrato de amônio em relação a ureia.
43
Tabela 16. Número de perfilhos de Brachiaria spp., em função fontes de nitrogênio,
dados do primeiro corte. Médias de cinco repetições por tratamento.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna � genótipos
e maiúsculas na linha - fontes ) diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
e F (P < 0,05).
A interação genótipos x doses foi significativa para o número de perfilhos no primeiro
corte. Sem adição de N, o H12 apresentou maiores números de perfilhos que as demais
forrageiras que foram similares entre si. Em presença de fertilização nitrogenada em todas as
doses empregadas o Piatã mostrou menor número de perfilhos, que os genótipos que não
diferiram entre si (Tabela 17).
Tabela 17. Número de perfilhos e coeficientes de regressão de Brachiaria spp., em função
das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte. Médias de cinco repetições por tratamento. Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha
-1)
0 150 300 450 Médias
H69 11,8 b 20,5 a 26.8 a 29.0 a 22,02 H12 14.3 a 21,4 a 26.4 a 30.6 a 23,18 Piatã 11,9 b 15,4 b 15,2 b 14,6 b 14,28 Marandu 11,2 b 21,6 a 26,2 a 28,4 a 21,85 Médias 12,80 14,40 13,60 13,80 Estimativas de coeficientes de regressão
âo â1 â2
R2
H69 11,72 0,071 0,000072 0,98 H12 14,37 0,05 0,000032 0,98 Piatã 12.07 0,026 0,000046 0,98 Marandu 11,37 0,08 0,000091 0,93 Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 10,3 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e
R2 � coeficiente de determinação.
Fontes de nitrogênio
Genótipos Nitrato de amônio Ureia
H69 21,4 b A 22,7 a A H12 24,2 a A 22,2 a B Piatã 14,9 c A 13,7 b A
Marandu 22,0 b A 21,7 a A Médias 20,63 20,04
44
O número de perfilhos emitido pelas plantas de capim-braquiária aumentou de
maneira quadrática com as doses de nitrogênio. As doses de 283, 439, 493 e 781 foram
responsáveis pelo máximo perfilhamento para o capim-piatã, marandu, H69 e H12,
respectivamente. Efeito de doses de nitrogênio ajustados ao modelo quadrático de regressão
para o número de perfilhos também foi observado por BATISTA (2002; 2006), trabalhando
com capim-marandu.
O nitrogênio figura junto com outros fatores ambientais que alteram a densidade de
perfilhos, as taxas de aparecimento, alongamento, a senescência foliar e o tamanho de folhas
(CHAPMAN e LEMAIRE, 1993).
Alexandrino et al. (2004) também observaram incremento no perfilhamento da B.
brizantha à medida que aumentaram a dose de nitrogênio.
Na Figura 8 são mostrados os efeitos médios das fontes e doses de N sobre ao número
de perfilhos. Inicialmente não houve diferença entre as fontes de N, entretanto a partir da
aplicação de 300 kg ha-1 o nitrato de amônio resultou em valores mais elevados que a ureia.
Na ausência de adubação nitrogenada o número de perfilhos foi baixo. Já em presença da
maior dose de N aplicada os incrementos no perfilhamento foram de 130% e 88%, para
nitrato de amônio e ureia, respectivamente, quando comparado com a testemunha. Não
ocorreram interações para doses x fontes x genótipos. Outro fato interessante é que maior
número de perfilhos por planta proporciona maior cobertura do solo pela planta forrageira.
Portanto, a adubação nitrogenada, além de aumentar a produção de matéria seca, contribui
para a redução da degradação do solo, pois diminui a exposição ao impacto da chuva e a
exposição ao sol. Também evita uma maior infestação de plantas daninhas e possibilita uma
formação mais rápida do pasto.
45
Figura 8. Número de perfilhos em função das doses e fontes de nitrogênio. Média
dos genótipos de braquiária. Dados do primeiro corte.
4.4.2 Perfilhamento - segundo corte
No segundo crescimento, os perfilhos nas rebrotações foram classificados em
perfilhos basilares, aéreos e mortos.
4.4.3 Perfilhos basilares
Para o número de perfilhos basilares as interações genótipos x doses e genótipos x
fontes x doses foram significativas (P>0.05). O cultivo de Brachiaria no solo Neonossolo
Quartzarênico, com conteúdos baixos de matéria orgânica, como fonte natural de N (sem
aplicação de N) apresentou um número de perfilhos basilares foi bastante baixo e não houve
diferenças entre os genótipos (Tabela 18). Com a aplicação de N (150 kg ha-1), na forma de
nitrato de amônio o Marandu apresentou maior número de perfilhos basais que H69, sendo os
demais genótipos similares entre si. Enquanto que em presença de ureia os valores foram
similares entre si (P < 0,05). Para dose de 300 kg ha-1 de N, também não foram registradas
diferenças entre os genótipos para as fontes de N. Entretanto na dose de 450 kg ha-1 de N, em
presença de nitrato de amônio, o Marandu apresentou valores similares ao Piatã e foi superior
aos híbridos H69 e H12, que também não diferiram da Piatã. Nessa dose para a fonte de N
0
5
10
15
20
25
30
0 100 200 300 400 500
N kg/ha
Nú
me
ro d
e p
erf
ilh
os
/va
so
Ynitrato de amônio= 11,77 + 0,061X - 0,000061X²
( R²=0,99)
Yureia= 12,99 + 0,052X - 0,000059X²
( R²=0,99)
46
ureia o número de perfilhos foi similar entre os genótipos estudados. A comparação entre as
fontes mostrou que em presença da dose mais baixa de N aplicada, somente para o Marandu a
fonte nitrato de amônio foi superior a ureia. Para doses superiores (300 e 450 kg ha-1 de N) a
aplicação de nitrato de amônio em Marandu e Piatã resultou em maior número de perfilhos
basais que o emprego de ureia.
De um modo geral, o capim-marandu apresentou valores mais elevados de perfilhos
basais que o híbrido H12, os demais foram similares entre si. A maior amplitude de resposta à
aplicação de N (150 kg ha-1) foi obtida para o híbrido H12. Essa característica pode ser
altamente interessante quando o sistema de exploração e manejo preconiza uma fertilização
nitrogenada moderada e mais econômica. Porém Marandu foi mais responsiva a doses mais
elevadas em termos de emissão de perfilhos basais.
O número de perfilhos basilares com as doses de nitrogênio obedeceu a ajustes
lineares, cujos coeficientes de equações de regressão para as fontes de N são apresentadas na
Tabela 18, apenas para o híbrido H12 adubado com nitrato de amônio o efeito foi quadrático:
Y= = 8,42 + 0,093 X � 0,00015X2 e para Piatã + ureia não foi significativo.
47
Tabela 18 . Perfilhos basais em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para os
genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 32,04%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
(Gen) 0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 8,60 aA 5,20 aA 13,40 bA 12,80 aA 19,80 aA 17,20 aA 19,40 bA 15,60 aA H12 8,40 aA 6,00 aA 19,20 abA 17,80 aA 23,20 aA 17,40 aA 20,80 bA 20,00 aA Piatã 9,60 aA 10,60 aA 16,00 abA 15,00 aA 24,60 aA 14,20 aB 26,60 abA 17,00 aB Marandu 5,00 aA 9,20 aA 23,20 aA 10,80 aB 26,60 aA 18,00 aB 33,80 aA 22,00 aB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 9,48 0,026 - 0,88**
H69/Ureia 7,36 0,024 - 0,75** H12/NA 8,42 0,093 0,00015 0,98**
H12/ Ureia 9.06 0,028 - 0,73** Piata/ NA 10,26 0,04 0,95**
Piata/Ureia - - - -
Mar/NA 4,98 012 - 0,96**
Mar/ Ureia 9,00 0,028 - 0,92**
47
48
Tabela 19 . Perfilhos aéreos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para os
genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 30,2%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 8,20 aA 9,20 aA 17,60 aA 14,00 aA 18,80 aA 14,40 aB 19,40 aA 17,00 abA H12 5,60 aA 6,20 aA 11,80 bA 9,40 abA 16,80 abA 13,20 aA 18,40 aA 13,00 bB Piatã 4,20 aA 5,60 aA 2,60 cA 4,40 bA 7,40 cA 5,40 bA 5,40 bA 7,60 cA Marandu - Mar 6,40 aA 4,90 aA 9,40 bB 13,80 aA 11,80bcA 15,20 aA 9,40 bB 18,40 aA Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 8,58 0,067 0,0000098 0,97**
H69/Ureia 10,08 0,016 _ 0,89** H12/NA 6,64 0,94 - 0,88**
H12/ Ureia 6,82 0,016 - 0,88** Piata/ NA - - - -
Piata/Ureia - - - -
Mar/NA - - - - Mar/ Ureia 3,56 0,07 0,000084 0,95**
48
49
4.4.4 Perfilhos aéreos
Para o número de perfilhos aéreos a interação genótipos x doses x fontes foi
significativo (P<0,05). Na ausência de adubação nitrogenada não houve diferenças entre
os genótipos e nem entre as fontes de N. Mediante a aplicação de N (150 kg ha-1 de N)
na forma de nitrato de amônio o híbrido H69 resultou em maior brotação de perfilhos
aéreos vindo a seguir H12, que foi igual ao Marandu e com menor valor o Piatã. Com o
emprego de nitrato de amônio em 300 kg ha-1 de N com nitrato de amônio os híbridos
H69 e H12 apresentaram mais perfilhos que o Piatã, já o Marandu foi similar ao H12 e
ao Piatã. Com a maior dose de N, fonte nitrato de amônio, os híbridos foram superiores
a Marandu e Piatã, e similares entre si. A aplicação de ureia (150 kg ha-1 de N) resultou
em maior número desse tipo de perfilho para H69 e Marandu em relação ao capim-
piatã, enquanto que o H12 foi similar aos demais genótipos. Para o emprego de ureia, na
dose de 300 kg ha-1 de N, o Piatã foi inferior aos demais que não diferiram entre si. Na
dose de 450 kg ha-1 de N e fonte de N - ureia Marandu e H69 foram superiores ao Piatã
e similares entre si, enquanto os híbridos H12 e H69 foram iguais entre si (Tabela 19).
A comparação dos genótipos dentro das fontes de N aplicadas evidenciou, em
presença de nitrato de amônio um maior perfilhamento para o híbrido H69 vindo a
seguir em ordem decrescente H12>Marandu> Piatã. Já, em presença de ureia os
genótipos tiveram a seguinte classificação H69 similar a Marandu que não diferiu do
H12 e foram superiores ao Piatã.
A comparação das fontes evidenciou que para o Marandu a ureia foi maior que o
nitrato de amônio nas doses de 150 e 450 kg ha-1 de N. Entretanto o nitrato de amônio
superou a ureia, na dose 300 kg ha-1 de N para o H69 e na dose 450 kg ha-1 de N para o
H12 (Tabela 19)
Os efeitos das doses e fontes de N sobre o numero de perfilhos aéreos variaram
bastante para os genótipos, sendo os aumentos com ajustes lineares para H12 em ambas
fontes de N e para H69 mais ureia. Os ajustes foram quadráticos para H69 com nitrato
de amônio e Marandu com ureia. Não houve significância para Piatã em ambas fontes e
Marandu com nitrato de amônio (Tabela 19).
50
4.4.5 Perfilhos mortos
Foram significativas (P > 0,05) as diferenças entre o número de perfilhos mortos
após o primeiro corte para a interação genótipos x fontes e doses. Para o corte das
plantas executada a 10 cm do nível do solo, sem adição de fertilizante nitrogenado não
houve diferenças entre os genótipos. Com adição de N na forma de nitrato de amônio
para todas as doses o menor número de perfilhos mortos foi para o híbrido H12, os
demais genótipos apresentaram um número maior de perfilhos mortos, e foram
semelhantes entre si (Tabela 20) com valores relativos maiores para Piatã e Marandu. Já
com adição de ureia , nas doses de 150 e 450 kg ha-1 de N o número de perfilhos mortos
foi menor para H12 e Marandu, e sendo mais elevados para H69 e Piatã.
Os dados indicam que o capim-piatã mostrou uma tendência em apresentar um
maior número de perfilhos mortos, vindo a seguir o híbrido H69 e marandu e com
menores índices de mortalidade de perfilhos o H12.
A comparação para o efeito de fontes evidenciou que o nitrato de amônio em
relação a ureia resultou em incrementos significativos do número de mortos em
Marandu, em todas doses de N estudadas, sendo esse mesmo efeito também verificado
para o Piatã na dose de 450 kg ha-1 de N. Não foram constatadas diferenças
significativas para as fontes de N para os híbridos H12 e H69. Pode-se especular que a
fonte nitrato proporciona um crescimento mais rápido acarretando na elevação do
meristema apical de Marandu e Piatã que sob a altura de corte de 10 cm resulta em
maior morte de perfilhos.
O número de perfilhos mortos para H69 em ambas as fontes de N, Piatã e
Marandu (ureia) não foram significativamente (P< 0,05) afetados pela adição de N,
entretanto para H12 (ureia) e Piatã (nitrato de amônio) os acréscimos foram lineares e
para Marandu (nitrato de amônio) foi quadrático. Além da resposta morfofisiológica das
plantas ao manejo de corte, ocorre morte e senescência natural durante o ciclo de vida
dessas forrageiras, com aparecimento e morte de perfilhos.
51
Tabela 20 . Perfilhos mortos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para os
genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 6,1% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1) 0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 3,4 aA 2,8 aA 7,2 aA 6,0 aA 5,6 aA 6,0 Aa 5,2 abA 7,4 aA H12 1,8 aA 1,2 aA 1,0 bA 2,2 bA 0,8 bA 3,6 aA 1,0 bA 1,0 bA Piatã 3,8 aA 4,0 aA 9,8 aA 6,8 aA 7,8 aA 6,2 aA 9,40 aA 3,8 abB Marandu - Mar 0,0 aA 2,6 aA 7,4 aA 1,6 bB 9,2 aA 4,6 aB 8,0 aA 2,4 bB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA - - - -
H69/Ureia - - - - H12/NA - - - - H12/ Ureia 3,48 0,0092 - 0,90** Piata/ NA 5,48 0,0098 - 0,70**
Piata/Ureia - - - -
Mar/NA 0,13 0,06 0,000095 0,99**
Mar/ Ureia - - - -
51
52
4.4.6 Perfilhamento total
O número total de perfilhos (perfilhos aéreos, basilares e mortos) do crescimento
da rebrota são apresentados na Tabela 21.
Tabela 21. Número de perfilhos totais e coeficientes de regressão de Brachiaria
spp., em função das doses de nitrogênio, dados do segundo corte.
Médias de cinco repetições por tratamento.
Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450 Medias
H69 17,10 a 30,50 ab 37,30 ab 36,70 bc 30,4 H12 16,20 a 35,70 a 41,10 a 42,40 ab 33,85 Piatã 19,20 a 27,30 b 32,80 b 35,10 c 28,8 Marandu 13,70 a 33,10 ab 42,70 a 47,00 a 34,12 Médias 16,55 31,65 38,48 44,4 Estimativa dos coeficientes de regressão
âo â1 â2
R2
H69 17,06 0,11 0,00016 0,99**
H12 16,70 0,15 0,00020 0,99**
Piatã 20,62 0,035 - 0,94**
Marandu 13,93 0,14 0,00017 0,99** Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. Representa o efeito de nitrogênio para cada genótipo, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2
- coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.
Não houve diferenças na ausência da adubação nitrogenada, entre os genótipos
estudados para o perfilhamento total. Na dose 150 kg ha-1 de N, somente o Piatã teve
um número menor de perfilhos que o híbrido H12, as demais foram similares entre si. Já
na dose 300 e 450 kg ha-1 de N, H12 e Marandu superaram o Piatã, enquanto o H69 foi
similar ao Piatã nessas doses de N (Tabela 21).
Os valores de perfilhamento totais máximos foram obtidos mediante o
equivalente à aplicação de 344,0; 375,0 e 410,0 kg ha-1 de N, para os genótipos H69,
H12 e Marandu, respectivamente. Para o capim-piatã, na faixa de N estudada os
aumentos foram lineares, e indicam a produção de 5,25 perfilhos por vaso para cada 150
kg ha-1 de N aplicados.
Para as fontes de nitrogênio estudadas, o perfilhamento total aumentou com as
doses de nitrogênio segundo as equações: Ynitrato de amônio= 16,39 + 0,15X �
0,00019 X2 (R2 = 0,99) e Yureia= 17,04 + 0,09X -0,0001X2 (R2 = 0,99), que
53
correspondeu a valores máximos de perfilhamento para as doses de 394 e 450 kg ha-1 de
N.
O perfilhamento é uma forma de crescimento que as gramíneas desenvolveram
em seu processo evolutivo como mecanismo de produção e sobrevivência em situações
de desfolha (CARVALHO et al., 2007), onde cada perfilho é um clone exato da planta
a qual lhe deu origem. As gramíneas são constituídas por uma agregação de diversos
perfilhos (LANGER, 1963). A densidade populacional de perfilhos é o componente do
índice de área foliar que possibilita maior flexibilidade de ajuste por parte da planta aos
diferentes regimes de desfolhação (SBRISSA e DA SILVA, 2001). O processo de
aparecimento e morte de perfilhos é um processo dinâmico e variável durante o ano, e
dependente de ações de manejo (MATTHEW et al., 2000).
Os genótipos com altas taxas de aparecimento de folhas apresentam alto
potencial de perfilhamento e determinam uma pastagem com uma densidade
populacional de perfilhos mais elevada do que aquelas com baixas taxas de surgimento
de folhas (NABINGER e PONTES, 2001). Segundo esse autor, o potencial de
perfilhamento é determinado pela velocidade de emissão de folhas, pois na formação de
cada folha há correspondência com a geração de uma ou mais gemas axilares. No
presente trabalho os dois híbridos avaliados e o capim-marandu apresentaram maior
perfilhamento que o capim-piatã.
Vários estudos com plantas forrageiras tropicais têm mostrado a influência do
estado nutricional no perfilhamento (LAVRES JÚNIOR, 2001). O N é apontado como o
nutriente que mais influencia e incrementa o perfilhamento (WERNER e HAAG,1986;
ZIMMER et al., 1994).
Já Lavres Júnior (2001) encontrou efeito quadrático positivo no número de
perfilhos em função das doses de N aplicadas. Embora o aumento no suprimento de N
eleve o número de perfilhos, tal efeito tende a diminuir, devido à vida curta de
perfilhos pois ocorre uma competição no dossel em virtude do aumento do índice de
área foliar, que acarreta paralisação precoce do perfilhamento (NABINGER e
MEDEIROS, 1995).
54
4.4.7 Proporção de perfilhos aéreos e perfilhos basilares
Para o crescimento da rebrota, os perfilhos aéreos corresponderam de 20 a 52% do
total de perfilhos, essa participação variou com os cultivares estudados. O capim-piatã
apresentou as menores proporções de perfilhos aéreos, ou seja houve para esse genótipo uma
rebrota de origem basilar maior, enquanto que para o híbrido H69 houve um equilíbrio entre a
proporção de perfilhos aéreos e basilares situando-se em torno de 50%. Para o capim-marandu
e o híbrido H12, cerca de 60% dos perfilhos foram de origem basilar e 40% de rebrotas de
perfilhos aéreos (Figura 9). A proporção de perfilhos aéreos e basilares não diferiu
significativamente para as doses, fontes de nitrogênio e interações.
A origem dos perfilhos basais ou aéreos pode influir sobre as taxas de crescimento e
acúmulo de forragem. Assim, CAMARGO (2010) sugeriu que os perfilhos aéreos podem
prover potencial para rápida regeneração da área foliar, particularmente na primavera, pois
deles há emissão de folhas na área superior do dossel, com menor investimento em
alongamento de colmos.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
NA UREIA NA UREIA NA UREIA NA UREIA
H12 H69 Piata MARANDU
Aéreos
Basilares
Tip
os
de
pe
rfilh
os
(%
)
Fontes de nitrogênio/variedades
Figura 9. Proporção de perfilhos aéreos e basilares nos genótipos de Brachiaria spp.,
para as fontes de N (NA, nitrato de amônio e ureia), dados do segundo corte.
55
4.4.8 Fitomassa dos perfilhos
A análise de variância indicou efeitos significativos para os genótipos, fontes, doses e
interação genótipos x doses em relação à fitomassa dos perfilhos, no primeiro corte. As
fitomassas das plantas foram superiores com emprego de nitrato de amônio em relação a ureia
(Tabela 22).
O desdobramento da interação genótipos x doses mostrou que na ausência de
adubação nitrogenada a massa dos perfilhos foi mais elevada para o Marandu e Piatã e menor
para o H69. Mediante a aplicação de N, em todas as doses, o Piatã apresentou massa de
perfilhos mais elevadas que os demais genótipos. Sendo que para dose de 150 kg ha-1
de N,
as massas de perfilhos para os demais genótipos foram similares entre si (P >0,05), para doses
superiores de N aplicadas, excetuando-se Piatã, as massas secas obedeceram a seguinte ordem
decrescente H12>Marandu>H69 (Tabela 22). A massa seca dos perfilhos no primeiro corte
obecederam efeitos quadráticos para H69, H12 e Piatã, porém para o Marandu os efeitos das
doses de nitrogênio reduziram linearmente, a massa seca dos perfilhos, as equações de
regressão também são apresentadas na Tabela 22. Além de um número maior de perfilhos
mortos, a Marandu teve maior número de perfilhos menos pesados.
Tabela 22. Fitomassa seca de perfilhos (g perfilho-1) e coeficientes de regressão de
Brachiaria spp.,em função das doses de nitrogênio dados do primeiro corte.
Médias de cinco repetições por tratamento.
Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450 Médias
Primeiro corte H69 0,48 c 0,77 b 0,68 c 0,64 c 0,64 H12 0,61 bc 1,00 b 1,04 b 0,93 b 0,90 Piatã 0,75 ab 1,41 a 1,83 a 1,96 a 1,49 Marandu 0,97 a 0,89 b 0,78 c 0,77 c 0,85 Estimativas de coeficientes de regressão
âo â1 â2 R2
H69 0,50 0,0019 0,0000037 0,79** H12 0,62 0,0013 0,0000056 0,98** Piatã 0,74 0,0054 0,000006 0,99** Marandu 0,96 -0,00047 - 0,93**
Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. Representa o efeito de nitrogênio para cada genótipo, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2
- coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.
56
A análise de variância mostrou efeitos significativos (P <0,05) para genótipos, doses e
interação genótipos x fontes, no segundo corte. Os híbridos H12 e H69 em presença de nitrato
de amônio resultaram em perfilhos com maior massa que Piatã e Marandu. Quando a ureia foi
a fonte de N, somente o H69 apresentou maiores fitomassa de perfilho que Marandu, as
demais foram similares entre si (Figura 9). Analisando o comportamento das fontes, registrou-
se com aplicação de nitrato de amônio, maiores valores de massa de perfilho, em comparação
a ureia apenas para H12 para os demais genótipos não houve diferenças entre as fontes de N
(Figura 10).
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
H69 H12 Piatã Marandu
Nitrato de amonio
Ureia
Fit
om
assa d
o p
erf
ilh
o (
g/p
erf
ilh
o)
a
a
a
ba
a
aa
B
Figura 10. Fitomassa dos perfilhos comportamento das fontes de N dentro dos
genótipos (A) e dos genótipos dentro das fontes de N (B).
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Nitrato de amonio Ureia
H69
H12
Piatã
Marandu
Fit
om
as
sa
de
pe
rfil
ho
a
a
bb
a
ab ab
b
A
57
4.4.9 Contribuição das lâminas foliares na fitomassa seca do perfilho
As lâminas foliares (do ápice da folha até o ponto de inserção de lígula) representam,
quando o N foi omitido na adubação de 15 a 24 % da fitomassa total de cada perfilho. Nessas
condições não houve diferenças entre os genótipos, e os pseudocolmos calculados por
subtração representam de 66 a 85 % do peso do perfilho.
A adição de N (150 kg/ha) incrementou a contribuição das lâminas foliares no peso
seco do perfilho com valores mais elevados para H12 com nitrato de amônio (30 %) e Piatã
(26%). O uso de doses crescentes de N aumentou ainda mais as contribuições das lâminas
foliares, na fitomassa seca do perfilho, resultanto em valores para a dose de 450 kg de N/ha de
49,4 % , 42,3 %, 42,9% e 38,0 % para H69, H12, Marandu e Piatã. Não houve diferença
significativa entre as fontes de N para contribuição das lâminas foliares sobre a produção de
fitomassa de cada perfilho (Figura 11).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
0 150 300 450
H69
H12
PIA
MARANDU
NA U NA U NA U NA U
%d
as l
am
inas
fo
liare
s n
o
peso
p
erf
ilh
o
Figura 11. Contribuição percentual das lâminas foliares na fitomassa seca de cada
perfilho em Brachiaria spp., para as doses e fontes de N (NA- nitrato de amônio e U � ureia).
A estratégia de intensificar o uso de N representa uma ferramenta de manejo que
possibilita alterações morfogênicas e/ou estruturais das plantas de modo a oferecer aos
animais um alimento com maiores proporções de frações de melhor qualidade, no caso mais
lâminas foliares que pseudocolmos.
58
4.5 Relação folhas/pseudocolmos (haste)
A relação folha/pseudocolmo (F/C) variou significativamente com as forrageiras x
fontes de N, no primeiro corte. Analisando o comportamento dos genótipos dentro das fontes
de N, em presença de nitrato de amônio ou de ureia, o híbrido H69 superou os demais, vindo a
seguir o híbrido H12 e Marandu com valores similares e com menores valores o Piatã. Para o
H69 o uso de nitrato de amônio mostrou valores superiores ao uso de ureia, enquanto que para
o Piatã foi o inverso, sendo para os genótipos H12 e Marandu as relações folha/pseudocolmo
foram similares, para as ambas fontes (Tabela 23). Os maiores valores da relação F/C foram
registrados, em presença de nitrato de amônio para o híbrido H69, ou de ureia para o Piatã
decorrente das maiores contribuições das lâminas foliares e menor porcentagem de
pseudocolmos, resultantes em maiores F/C.
Tabela 23. Relação folha/ pseudocolmos de Brachiaria spp.em função fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.
Médias de cinco repetições por tratamento.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna - genótipos e maiúsculas na linha - fontes ) diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% e F (P < 0,05).
A relação folha/haste tem grande importância para a nutrição animal e para o manejo
das plantas forrageiras, pois a maior participação de folhas ou hastes na composição da
matéria seca altera o valor nutritivo da forragem consumida. A alta relação folha/haste
representa forragem de elevado teor de proteína, digestibilidade e consumo (MAGALHÃES
et. al., 2007).
Foi observada uma interação significativa de genótipos x doses de nitrogênio para a
relação F/C. O híbrido H69 tanto na ausência ou mediante a aplicação de N apresentou uma
relação F/C superior aos demais genótipos em todas as doses de N estudadas. Sem adubação
nitrogenada, após o H69 que se destacou, foi observada a seguinte ordem decrescente de
relação F/C: Marandu>H12>Piatã. Mediante a aplicação de 150 kg de N ha-1, em H12 foi
verificado maior F/C que Piatã, que foi similar ao Marandu. Para adubação de 300 ou 400 kg
Genótipos Nitrato de amônio Ureia
H69 2,57 aA 2,37 aB H12 1,60 bA 1,58 bA Piatã 1,10 cB 1,31 cA Marandu 1,51 bA 1,66 bA Médias 1,69 A 1,73 B
59
ha-1 de N somente o H69 superou os demais que apresentaram valores similares. Os resultados
mostram um destaque para a maior participação das lâminas foliares para o híbrido H69, e
uma maior participação dos pseudocolmos para Piatã. Embora a relação F/C seja diminuída
pela maior participação dos pseudocolmos, os rendimentos em termos de biomassa para
alimentação animal é maior, sendo os pseudocolmos uma porção também bem aproveitada
para alimentação animal. Houve efeito quadrático significativo e negativo das doses de N para
H69 e Marandu (Tabela 24), com uma produção maior de pseudocolmos, embora a massa
seca total acumulada foi maior, a relação folha/pseudocolmo foi menor.
Esse comportamento resulta em pastos com diferentes estruturas em função da
aplicação de N. A aplicação de nitrato de amônio resultou em decréscimos lineares nessa
relação Y = 1,77 � 0,00036X (R2 = 0,87**) e quadráticos para ureia: Y = 2,09 + 0,0036X �
0,0000057X2 (R2 = 0,91**).
Este fato em termos gerais poderá refletir negativamente no comportamento ingestivo
dos animais em pastejo, com redução na ingestão de matéria seca no final do período de
pastejo. Contudo, a redução na massa seca de material remanescente no pós-pastejo contribui
positivamente com a estrutura do pasto, e é o resultado do aumento da longevidade dos
tecidos vegetais com a adubação nitrogenada (CAMARGO, 2010).
Tabela 24. Relação folha/ pseudocolmos em função das doses de nitrogênio e coeficientes de
regressão de Brachiaria spp,. dados do primeiro corte. Médias de cinco repetições por
tratamento. Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha
-1)
0 150 300 450 Médias
Primeiro corte1 H69 3,09 a 2,31 a 2,27 a 2,22 a 2,47 H12 1,52 c 1,64 b 1,52 b 1,66 b 1,59 Piatã 1,11 d 1,21 c 1,30 b 1,21 b 1,20 Marandu 2,16 b 1,40 bc 1,35 b 1,43 b 1,58 Médias 1,97 1,64 1,61 1,63 Estimativas de coeficientes de regressão
âo â1 â2 R2 H69 3,05 -0,0054 0,0000081 0,94** H12 - - - - Piatã - - - - Marandu 2,12 -0,0024 0,0000092 0,96** Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 15,7 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e
R2 � coeficiente de determinação.
60
Gontijo Neto et al. (2006) observaram que em capim-tanzânia para maximizar o
consumo de matéria seca de forragem de animais em pastejo com base no peso vivo a relação
folha/haste deve ser de, no mínimo, 1,15. Assim, considerando-se os valores nesse estudo, os
genótipos estudados atenderam a essa recomendação (Tabela 24).
Tabela 25. Relação folha/pseudocolmos em função das doses de nitrogênio e coeficientes de
regressão de Brachiaria spp,. dados do segundo corte. Médias de cinco repetições por
tratamento. Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha
-1)
0 150 300 450 Médias
H69 0,98 c 1,05 b 1,28 a 1,19 a 1,50 H12 1,21 bc 1,24 b 1,13 a 1,31 a 1,39 Piatã 1,72 a 1,63 a 1,33 a 1,32 a 1,22 Marandu 1,53 ab 1,16 b 1,51 a 1,36a 1,12 Médias 1,36 1,27 1,31 1,29 Estimativas de coeficientes de regressão
âo â1 â2 R2 H69 - - - - H12 - - - - Piatã 1,73 -0,001 - 0,89** Marandu - - - -
Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 15,7 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e
R2 � coeficiente de determinação.
Para relação F/C para os dados do segundo corte somente a interação genótipos x
doses foi significativa (P < 0,05). Na ausência de adubação nitrogenada as maiores relações
foram encontradas para o Piatã e para Marandu, que superaram o H69. Os valores
encontrados para os híbridos foram similares. Mediante a aplicação de 150 kg ha-1 de N
somente para o Piatã os valores foram maiores que as demais que não diferiram entre si.
Incrementando ainda mais o suprimento de N as relações F/C foram similares entre os
genótipos (Tabela 25). Ressalta-se a alteração morfogênica diversificada entre as forrageiras,
onde o Piatã após o primeiro corte emitiu muitos perfilhos basilares resultando maior
proporção de lâminas foliares em relação aos colmos. Já para os híbridos os valores foram
menores no segundo corte, entretanto a aplicação intensa de N beneficiou uma melhor relação
F/C, tanto para híbridos como para o marandu. Os dados do presente trabalho apontam a
necessidade de mais estudos relativos a alturas e freqüências de corte para esses novos
61
híbridos, que demonstraram potencial promissor, tanto em condições controladas como
avaliações a campo sob pastejo para validação de produção animal.
Somente para o Piatã o efeito de doses de N na relação F/C foi significativo, com
redução linear, indicando também para esse genótipo aumentos na contribuição dos
pseudocolmos e menor relação F/C.
4.6 Estimativa do teor de clorofila através de unidades SPAD
A análise de variância revelou significância para as interações genótipos x fontes,
genótipos x doses e fontes x doses para os valores de SPAD do primeiro corte. Constatou-se
mediante a aplicação de nitrato de amônio os valores foram superiores aos encontrados com
uso de ureia. A comparação dos genótipos verificou-se, para a fonte nitrato de amônio valores
mais elevados para H12 e Piatã que foram similares entre si e superiores aos obtidos com
Marandu e H69, em presença de ureia valores mais elevados foram registrados com Piatã,
vindo a seguir H12 e Marandu e finalmente o H69 com valores menores (Tabela 26).
Tabela 26. Leituras do valor SPAD das variedades de Brachiaria spp. em função das
fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.
SPAD Genótipos Fontes de nitrogênio Nitrato de amônio Ureia H69 29,84 bA 27,78 cB H12 32,53 aA 29,63 bB Piatã 33,67 aA 36,88 aB Marandu 30,66 bA 28,16 bcB Médias 31,68 30,61
Pode-se observar que na ausência de adubação nitrogenada, o valor SPAD mais
elevado foi obtido para o Piatã vindo a seguir o H12 e H69 que não diferiu da Marandu. Em
todas as doses de N, o Piatã continuou com valores mais altos que os demais genótipos que
foram similares entre si. As respostas a doses de N foram significativas com ajustes ao
modelo quadrático de regressão (Tabela 27), sendo que para o Piatã o ajuste foi linear. As
doses de N 450, 390 e 454 kg de N/ha foram correspondentes aos valores máximos de SPAD,
para H69, H12 e Marandu. O valor SPAD variou entre 15,7 a 40,9 desde a não aplicação de N
até a dose que proporcionou os maiores valores de leitura. Esses valores estão dentro da faixa
obtida por BATISTA (2002), que encontrou para Marandu valores SPAD na faixa de 17,3 a
62
44,3 e são inferiores aos descritos por ABREU (1994). SANTOS (1997) encontrou valores
máximos, no primeiro corte de 17 e 50,2 e no segundo corte de 23,9 e 52,5 para lâminas
recém expandidas, para condição de omissão e a dose de nitrogênio para o máximo valor de
SPAD. Os valores máximos de SPAD foram correspondentes as doses de 330 e 442 mg L-1 no
primeiro e segundo crescimento de capim-Braquiária.
Sabe-se que as leituras do clorofilômetro expressam indiretamente a quantidade de
clorofila nos tecido vegetal, e como o nitrogênio é componente da molécula de clorofila, a
concentração desse nutriente no tecido correlaciona-se positivamente com os valores SPAD,
vários estudos já comprovaram esse fato. Os valores de SPAD situaram-se na faixa de 17,4 a
36,0 para H69, de 24,2 a 36,6 para H12, de 28,2 a 40,89 para o Piatã e de 15,7 a 38,0 para
Marandu. Nota-se que na condição de omissão de N naturalmente as folhas de Piatã registram
maiores valores de SPAD, com uma distribuição da clorofila mais intensa e uniforme, vindo a
seguir o híbrido H12, e finalmente H69 e Marandu, Para a dose de N mais elevada os valores
de SPAD foram bastante próximos para os genótipos estudados, oscilando entre 36,0 a 40,89.
Tabela 27. Leituras do valor SPAD e coeficientes de regressão dos genótipos de Brachiaria
spp. em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte. Genótipos
Doses de Nitrogênio (kg ha
-1)
0 150 300 450 Médias
H69 17,45 c 28,22 b 33,51 b 36,05 b 28,81 H12 24,28 b 30,44 b 35,01 b 36,57 b 31,08 Piatã 28,21 a 34,19 a 37,81 a 40,89 a 35,28 Marandu 15,69 c 28,34 b 35,56 b 38,05 b 29,41 Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 H69 17,59 0,082 0,000091 0,99** H12 24,11 0,057 0,000073 0,99** Piatã 29,03 0,028 - 0,97** Marandu 15,73 0,100 0,00011 0,99** Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 10,3 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e
R2 � coeficiente de determinação.
Os valores de SPAD com a fonte nitrato de amônio foram superiores aos com ureia a
partir da dose 150 kg ha-1de N, com valores máximos estimados para 447 e 463 kg ha-1 de N,
para as fontes nitrato de amônio e ureia, respectivamente. Pode-se observar que a dose de N
para o valor máximo de SPAD, nesse experimento para o Marandu, excedeu a maior dose do
intervalo experimental. Tais resultados concordam com os de BATISTA (2002) e BONFIM-
63
DA SILVA (2005) que trabalhando com capim-Marandu, também obsevaram os máximos
valores de leitura SPAD em dose de N que também excederam a maior dose experimental.
Tabela 28. Leituras do valor SPAD e coeficientes de regressão dos genótipos de Brachiaria
spp. em função das fontes e doses de nitrogênio, dados do primeiro corte.
Fontes Doses de Nitrogênio (kg ha-1)
0 150 300 450
Nitrato de amônio 21,26 a 30,55 a 36,65 a 38,25 a Ureia 21,56 a 30,05 a 34,30 b 36,54 b Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 Nitrato de amônio 21,19 0,077 0,000086 0,99** Ureia 21,67 0,064 0,000069 0,99**
Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey
a 5%. Representa o efeito de doses de nitrogênio para cada fonte, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2
- coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.
4.7 Altura das plantas
Os valores de altura das espécies de braquiárias estudadas situaram-se entre 14,75 a
43,0 cm para um período de crescimento de 52 dias de idade. O Piatã apresentou em todas as
doses de N, valores mais elevados (P < 0,05) de altura de plantas. Na dosagem de 150 kg ha-1
de N as alturas de Marandu e Piatã foram similares. Para o crescimento inicial os híbridos
H69 e H12 apresentaram alturas menores que Piatã (Tabela 29).
A altura das plantas ou do dossel nas pastagens é um indicador do início do manejo do
pastejo, que orienta o manejo a ser adotado. Essa característica estrutural correlaciona-se com
a interceptação luminosa e serve de referência para os intervalos de pastejo, que determinam a
oferta e o consumo das forrageiras.
CARVALHO et al. (2007) correlacionando a altura do pasto e o consumo de forragem
de animais em pastejo, verificaram ajustes ao modelo quadrático e negativo de regressão. Até
o ponto de máximo, o consumo é incrementado, pois há o aumento do bocado em função do
incremento em sua profundidade, mas a partir do ponto de inflexão da curva, o aumento da
profundidade do bocado não consegue compensar a baixa densidade de forragem e dispersão
das lâminas foliares do topo da planta, reduzindo o tamanho de bocado. CAMARGO (2010),
trabalhando com capim-Marandu, estimou que a altura média geral do pasto no pré-pastejo
de 41 cm seja um ponto apropriado para a formação do bocado do animal.
64
A altura sofreu incrementos com as doses de N. A resposta à aplicação de N ajustou-se
ao modelo quadrático para H69, Piatã e Marandu e não houve significância de doses de N
para H12. Os valores máximos de altura obtidos foram de 33.6, 41.0 e 27.9 cm para H69,
Piatã e Marandu.
CARNEVALLI (2003), trabalhando com o capim Marandu avaliou as alturas de
entrada de 20, 30, 40 e 50 cm, e recomendou com base nas respostas morfofisiológicas e no
comportamento ingestivo do animal, que a altura de 25 cm, pois foi onde o IAF crítico foi
atingido, e a partir do qual a altura do pasto foi elevada em função do alongamento de haste
(ZEFERINO, 2006).
Tabela 29. Alturas das plantas (cm) para os genótipos de Brachiaria spp., em função das doses
de nitrogênio, dados do primeiro corte. Média de cinco repetições.
Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha
-1) 0 150 300 450 Médias
H69 14,75 b 24,36 b 26,73 c 26,65 b 23,12 H12 15,35 b 17,00 c 17,40 d 17,05 c 16,70 Piatã 26,59 a 26,55 ab 43,00 a 35,89 a 33,01 Marandu 17,66 b 31,53 a 34,00 b 27,68 b 27,72 Médias 18,59 24,86 30,28 26,82
Estimativa de coeficientes de regressão â0 â1 â2 R2
H69 14,99 0,0074 0,00011 0,98**
H12 - - - -
Piatã 24,59 0,065 0,00079 0,58**
Marandu 17,79 0,0123
0,00022 0,99**
Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro das doses, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 25,13 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
4.8 Área foliar
A área foliar total por vaso foi influenciada (P < 0,05) pelos genótipos estudados e
pelas doses de N. Os dados foram avaliados somente para o crescimento inicial. A maior área
foliar foi verificada para H12, vindo a seguir o Marandu, que foi similar ao Piatã. Os menores
valores de área foliar foram diagnosticados para H69 que foi igual aos do Piatã (Figura 12). O
comportamento frente a doses de N foi quadrático (AF = 208,8 + 2,96 X � 0,00378 X2,
R2=0,99), Figura 13. É relatada a importância da adubação nitrogenada para a área foliar em
gramíneas forrageiras tropicais por WERNER (1986) e LAVRES JÚNIOR (2001).
65
Figura 12. Área foliar (cm2) dos genótipos de Brachiaria spp.
Os valores de área foliar para Marandu encontrados nesse experimento foram similares
aos descritos por RODRIGUES et al., (2006) empregando a mesma metodologia. Os valores
máximos de área foliar foram estimados com a dose de 391 kg ha-1 de N.
Figura 13. Área foliar (cm2), médias dos genótipos de Brachiaria, em função das doses de
nitrogênio.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
H69 H12 PIATÃ MARANDU
c
a
bc
b
Variedades
Are
a f
oli
ar
(cm
²)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 100 200 300 400 500
Doses de Nitrogênio (kg haˉ¹)
Áre
a f
oli
ar
(cm
²)
Y= 208,8 + 2,96X - 0,00378X² (R² = 0,99)
66
4.9 Fotossíntese e radiação solar incidente
A taxa fotossintética e a radiação fotossinteticamente ativa (PAR) foram medidas por
meio da medição da fluorescência da clorofila nas plantas utilizando o aparelho EARS PPM.
Verificou-se que a adubação nitrogenada incrementando a área foliar, a fitomassa das
lâminas foliares e dos pseudocolmos resultou em maiores taxas fotossintéticas (µmol.m-2s-1).
De fato os teores estimados de clorofila pelas leituras SPAD evidenciam que plantas melhores
nutridas com N tem mais clorofila (pigmento fotossintético para captação de fótons de luz) o
que possivelmente resulta também em maior número de estômatos (maiores trocas gasosas
entre o meio ambiente e a folha) e portanto maior possibilidade de fixação fotossintética de
CO2.
A taxa fotossintética e a radiação PAR quando o N foi omitido foram maiores (P <
0,05) para o hibrido H69 (Tabela 30 e Tabela 31), sendo que a falta de N foi limitante para as
demais variedades. Com a aplicação de N (150 kg de N ha-1) houve melhora na nutrição e que
refletiu na síntese de clorofila e na melhoria da radiação PAR e na taxa fotossintética de
Marandu, H12 que foi similar ao H69. Embora o emprego de N também tenha melhorado a
taxa fotossintética de Piatã, essa cultivar apresentou os menores valores em todas as doses de
N. Outro fato que chama a atenção é que para o hibrido H69 os valores de radiação PAR e as
taxas fotossintéticas praticamente não variaram com as doses de N (Tabelas 30 e 31), esta é
uma característica genética da planta que precisa ser estudada melhor para uso como
ferramenta em condições de estresse ou mesmo em programas de melhoramento de plantas
em condições naturais a campo. Estas diferenças se devem a características de cada capim
(arquitetura e fisiologia) assim como à quantidade e a qualidade de luz incidente, uma vez que
o experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, onde há uma filtragem da radiação
fotossinteticamente ativa que chega até os capins, assim como a reflexão das mesmas em
diferentes direções. Para H12 e Marandu os efeitos das doses de N foram ajustados ao modelo
de regressão quadrático tanto para a radiação PAR como para as taxas, porém para o Piatã foi
linear, enquanto que para o H69 não foi significativo (Tabelas 30 e Tabela 31).
67
Tabela 30. Fotossíntese (µmol.m-2s-1 de CO2
fixado), para os genótipos de Brachiaria spp.,
em função das doses de N, dados do primeiro corte. Média de 10 repetições.
Genótipos
Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450 Médias
H69 22,08 a 21,25 a 23,91 a 19,45 a 21,68 H12 10,19 b 20,57 a 20,31 ab 20,81 a 17,97 Piatã 8,49 b 9,22 b 13,98 c 11,48 b 10,79 Marandu 12,43 b 21,24 a 17,63 bc 19,06 a 17,59 Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 H69 - - - - H12 10,77 0,70 0,00109 0,92** Piatã 8,73 0,091 - 0,51** Marandu 13,30 0,48 0,00082 0,64**
Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 10,3 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e
R2 � coeficiente de determinação.
A comparação das fontes revelou taxas fotossintéticas e radiação PAR mais elevada
para a ureia, a partir de 300 kg ha-1 de N quando comparada com nitrato de amônio. Não
houve significância para doses de N em presença de nitrato de amônio, porém com ureia os
aumentos ajustaram-se ao modelo quadrático (Tabela 30 e Tabela 31).
Tabela 31. Fotossíntese (µmol.m-2s-1 de CO2 fixado), para os genótipos de Brachiaria spp.,
em função das fontes de N, dados do primeiro corte. Média de 10 repetições.
Fontes Doses de Nitrogênio (kg ha
-1)
0 150 300 450 Médias
Nitrato de amônio 13,67 a 18,37 a 17,34 b 15,67 b 16,26 Ureia 12,93 a 17,77 a 20,58 a 19,73 a 17,75 Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 Nitrato de amônio - - - - Ureia 12,84 0,44 0,00063 0,99**
As gramíneas forrageiras tropicais são plantas C4 assim denominadas por formarem
como primeiro produto da fotossíntese o ácido oxalacético (4C), que é rapidamente reduzido a
ácido málico e ácido aspártico, ambos com 4C, porém estáveis. Estruturalmente, uma das
68
diferenças entre as plantas C3 e C4 é a presença nestas últimas de uma camada proeminente
de células clorofiladas envolvendo os feixes condutores da folha (�anatomia Kranz�ou
�síndrome de Kranz�). Nestas plantas além da presença de Rubisco, confinada às células da
bainha de Kranz, são encontradas nas células do mesófilo foliar as fosfoenolpirúvico
carboxilase (PEPcase), uma enzima com uma afinidade muito maior pelo CO2 do que a
primeira. A compartimentação espacial das duas enzimas faz com que o CO2 fixado pela
PEPcase se transloque, via malato e aspartato, até a bainha dos feixes vasculares, onde ocorre
a descarboxilação com a entrada do carbno no ciclo de Calvin-Benson (RAVEN, 2001).
Pequeno (2010) obteve taxas fotossintéticas para pastos de capim-xaraés entre 29 e 44
µmol.m-2s-1, bem próximos aos medidos por PEDREIRA e PEDREIRA (2007) (média de 45
µmol.m-2s-1 em condição pré-pastejo) e das reportadas por LARA (2007) (médias de 37
µmol.m-2s-1) em pastos de brizantha cv. Xaraés. O manejo mais adequado deve priorizar a
otimização do uso da luz pelo dossel, resultando em taxas fotossintéticas mais elevadas
(PEDREIRA e PEDREIRA, 2007).
Os valores encontrados no presente experimento foram inferiores aos descritos por
PEQUENO (2010) e por PEDREIRA e PEDREIRA (2007), que trabalharam em condições de
campo. Possivelmente, em condições de casa de vegetação valores menores de radiação
fotossinteticamente ativa (PAR) resultaram em taxas fotossintéticas menores.
Tabela 32. Radiação solar incidente (µmoles.m-2s-1 de fótons), para os genótipos de
Brachiaria spp., em função das doses de N, dados do primeiro corte. Média de 10 repetições
Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1
)
0 150 300 450 Médias
H69 370,45 a 356,35 a 352,70 a 350,24 a 357,44 H12 150,76 bc 313,20 a 301,12 ab 304,09 a 267,29 Piatã 101,77 c 105,78 b 159,22 c 175,76 b 135,63 Marandu 201,02 b 330,65 a 260,80 b 258,37 b 262,71 Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 H69 - - - - H12 160,24 1,10 0,0018 0,90** Piatã 94,32 0,18 - 0,90** Marandu 214,36 0,73 0,0015 0,58**
Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 10,3 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e
R2 � coeficiente de determinação.
69
De um modo geral, o comportamento da radiação PAR foi muito similar à taxa
fotossintética confirmando o real aproveitamento dessa radiação. Os valores de radiação PAR
foram similares aos descritos por GUTMANIS (2004), cultivando gramíneas na sombra de
pinheiros.
Tabela 33. Radiação solar incidente (µmol.m-2s-1 de fótons), para os genótipos
de Brachiaria spp., em função das fontes de N, dados do primeiro corte. Média
de 10 repetições
Fontes Doses de Nitrogênio (Kg ha
-1)
0 150 300 450
Nitrato 219,56 a 266,77 a 246,37 b 225,08 b Ureia 192,44 a 286,23 a 290,56 a 319,15 a Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 Nitrato - - - - Ureia 214,42 0,26 - 0,81**
4.10 Concentração de nitrogênio nas lâminas foliares e pseudocolmos
Primeiro corte
Para as concentrações de nitrogênio nas lâminas foliares do primeiro corte, verificou-
se que a interação genótipos x fontes x doses foi significativa (Tabela 34). A omissão de
fertilização nitrogenada resultou em concentrações de N entre 8,2 a 11,3 g kg-1, tais valores
são descritos por WERNER et al., (1997) como abaixo nos níveis adequados para o bom
crescimento de Brachiaria brizantha. Foram observados nesse tratamento sintomas típicos de
deficiência de nitrogênio, tal clorose e amarelecimento geral, e secamento das folhas do ápice
para a base. Chamou a atenção que para o híbrido H69 apareceram pontos cloróticos
distribuídos na superfície das lâminas foliares, anteriormente a clorose e amarelecimento.
A baixa fertilidade desse solo e os baixos conteúdos de matéria orgânica são
insuficientes para manter a sustentabilidade do sistema. Percebe-se a grande importância da
função nutricional do nitrogênio nesse sistema, uma vez que os demais nutrientes foram
adicionados mesmo na ausência de aplicação de N. O manejo sustentável do solo deve atender
as exigências animais e oferecer um aporte de material vegetal na forma de matéria orgânica
ao solo.
70
Com a adição de 150 kg ha-1 de N o híbrido H69 apresentou maiores concentrações de
N nas lâminas foliares, sendo somente para esse híbrido a ureia mais eficiente que nitrato de
amônio. Esse comportamento inicial se deve a redução de perdas de N da ureia que foi
adicionada tal qual o nitrato na forma de solução nutritiva. Nessa dose não houve entre os
genótipos diferenças significativas entre as fontes de N. Em presença de nitrato de amônio, o
híbrido H69 superou Piatã e Marandu e foi similar ao H12. Quando a fonte de nitrogênio foi a
ureia o H69 apresentou concentrações de N mais elevadas que os outros genótipos.
O aporte de mais N no sistema continuou incrementando as concentrações de N. Com
uso de 300 kg ha-1 de N, concentrações mais elevadas de N foram obtidas para o híbrido H69,
sendo que somente com o uso de ureia sua concentração foi semelhante a do capim Piatã.
Nota-se que para essa dose de N, o nitrato de amônio foi superior a ureia para acumulação de
N nas lâminas foliares para os híbridos H69 e Marandu.
Para a maior dose de N estudada 450 kg ha-1, nitrato de amônio possibilitou maiores
concentrações de N em H69, H12 e Marandu, que a ureia. Na comparação de genótipos
verificou-se que em ambas fontes o H69 superou os demais, que em presença de nitrato ou de
ureia foram inferiores e similares entre si.
Embora as concentrações de N na lâmina foliar para o H69 mostrem valores
ligeiramente superiores, deve-se destacar que o híbrido H12 também apresentou valores
relativamente elevados. Ocorre que o H69 tem uma maior proporção de lâminas foliares,
entretanto a fitomassa das lâminas foliares de H12 superaram as do H69 e os demais. Sendo
bastante provável que no caso do H69 houve um efeito de maior concentração de N, enquanto
nos demais o maior crescimento provocou uma diluição nas concentrações de N.
Com aplicação de N as concentrações de N (g kg-1 de N) oscilaram entre 11,4 a 33,1
para fonte nitrato de amônio e de 10,7 a 28,6 para a ureia. Segundo Werner et al., (1997)
concentrações de 12 a 25 g kg-1 seriam adequadas para o cultivo de B. brizantha e B.
decumbens. Pode-se inferir que a concentração de N no primeiro corte, a partir da dose de
150 kg ha-1 de N, seriam não limitantes ao crescimento das plantas. Isso corresponde a
leituras SPAD nas lâminas foliares acima de 32,0.
A relação entre o valor SPAD e a concentração de nitrogênio pode ser linear, até que o
nitrogênio não seja mais assimilado e seja acumulado na forma de nitrato, tendendo formar
uma estabilização da intensidade, de forma a refletir o acúmulo de nitrato (ABREU, 1994).
71
As concentrações de N, no primeiro corte, obedeceram a ajustes lineares para a
maioria dos cultivares nas duas fontes, os melhores ajustes foram quadráticos somente para
H69 com nitrato de amônio e Piatã com ureia (Tabela 34). A análise dos valores de â1 �
coeficiente linear, para H12 e Marandu comprovam a maior eficiência de nitrato de amônio
em relação a ureia para as concentrações de N no primeiro corte (Tabela 34 ).
Multiplicando as concentrações de N nas lâminas foliares por 6,25 estimaram-se
conteúdos de proteína bruta na faixa de 5,1 a 20,68 % sem adição de N e na maior dose de N
aplicada 450 kg ha-1. Esses valores oscilam entre muito baixo para a nutrição da planta e de
animais em crescimento, até valores muito altos. MINSON (1990) relata que para mantença e
para o crescimento de animais, os conteúdos de proteína bruta na forragem devem ser
superiores a 7,2 % e de 12,0 a 13,0 %, respectivamente. Os valores obtidos nesses genótipos
são decorrrentes do crescimento em condições adequadas de temperatura, umidade e nutrição.
A interação genótipos x doses x fontes foi significativa para as concentrações de
nitrogênio nos pseudocolmos. Com a omissão de fertilização nitrogenada os híbridos H69 e
H12 apresentaram maiores concentrações de N que o Piatã, que não diferiu de Marandu. A
adição de 150 ou 300 kg ha-1 de N incrementou as concentrações desse nutriente. Em
presença de nitrato de amônio, as concentrações de N foram mais elevadas para os híbridos
H69 e H12, em comparação as do Piatã e Marandu. Quando a fonte de N foi a ureia as
concentrações de N nos pseudocolmos foram maiores e semelhantes entre H69 e Piatã que
superaram H12, sendo as mais baixas obtidas com Marandu. A comparação de fontes
evidenciou para as doses de 150 e 300 kg ha-1 de N, a concentração de N nos pseudocolmos
para ureia superou a do nitrato no capim Piatã, enquanto que para os demais genótipos, as
fontes não diferiram para essa variável estudada (Tabela 35).
Para a maior dose de N estudada 450 kg ha-1, nitrato de amônio possibilitou maiores
concentrações de N nos pseudocolmos em H69, H12 e Marandu, que a ureia. Na comparação
de genótipos verificou-se que em ambas fontes o H69 superou as demais, que em presença de
nitrato ou de ureia foram inferiores e similares entre si.
A concentração de nitrogênio dos pseudocolmos, no primeiro corte, incrementaram
linearmente com as doses de N aplicadas, cujas equações de regressão são apresentadas na
Tabela 5. Somente para Piatã com ureia os ajustes as doses de N foram quadráticos com
valores máximos estimados mediante aplicação de 275 kg de N ha-1.
72
O conteúdo de proteína bruta dos pseudocolmos no primeiro corte, estimado a partir
da concentração de N, variaram na faixa de 2,9 a 10,18 % nos tratamentos sem adição de N
até a dose mais elevada.
Segundo corte
Para a concentração de nitrogênio nas lâminas foliares no segundo corte também foi
observado um efeito significativo da interação genótipos x fontes x doses. A concentração de
nitrogênio quando foi omitido o N foi maior para o capim-marandu, não mostrando diferenças
(P>0,05) entre os demais genótipos. Constatou-se que sem a aplicação de N, as concentrações
desse nutriente nas lâminas foliares foram inferiores às obtidas no primeiro corte,
possivelmente houve uma redução na disponibilidade do N do solo oriundo da matéria
orgânica cujos teores já eram baixos. Sem adição de N foram acentuados os sintomas de
deficiências com sérias limitações a produção de fitomassa seca. Em presença de 150 kg ha-1
de N tendo como fonte a ureia o híbrido H69 apresentou maior concentração de N nas lâminas
foliares que o H12, sendo os demais iguais entre si. Na dose 300 kg ha-1 de N não houve
diferenças entre os genótipos, entretanto na maior dose de N, 450 kg ha-1 de N, em presença
de nitrato de amônio as lâminas foliares dos híbridos H69 e H12 apresentaram valores
superiores ao do Piatã. Já em presença de ureia a concentração de N para o híbrido H69 e
Marandu foram superiores as encontradas para o hibrido H12 (Tabela 36).
A comparação dos efeitos das fontes evidenciou que somente na dose mais elevada
450 kg ha-1 de N, houve diferenças significativas entre elas, sendo o nitrato de amônio para o
híbrido H12 superior a ureia, o inverso foi constatado para o Piatã, ou seja com ureia as
concentrações de N foram significativamente (P<0,05) maiores.
A concentração de nitrogênio nas lâminas foliares no segundo corte, em função do
fornecimento de nitrogênio, apresentou ajuste à equação de primeiro grau para H69, H12 e
Marandu mediante a aplicação de nitrato de amônio e para H12 e Piatã com ureia (Tabela 36).
Com aplicação de ureia os ajustes as doses de N obececeram efeitos quadráticos para H69,
Marandu e para Piatã mediante emprego de nitrato de amônio.
A concentração de nitrogênio foi 2,18 vezes mais elevada na maior dose em relação ao
não fornecimento de nitrogênio. Resultados semelhantes foram observados por Bonfim-da-
Silva (2005). A concentração de N no tecido vegetal aumentou com o maior suprimento de N,
considerando a faixa de teores adequados em B. brizantha e B. decumbens de 12 a 25 g kg-1
(WERNER et al., 1997) a partir de 150 kg ha-1 de N as concentrações estariam dentro dessa
73
faixa. Entretanto o crescimento da rebrota nessa dose ou na ausência de N foram limitados
pela deficiência de N (Tabela 36).
Os conteúdos de proteína bruta para as lâminas foliares no segundo corte variaram de
4,3 a 11,9 %, mostrando redução acentuada em relação aos valores encontrados no primeiro
corte.
Na ausência de adubação nitrogenada as concentrações de N nos pseudocolmos na
rebrota foram muito baixas e não diferiram entre os genótipos estudados (Tabela 37). Com a
aplicação de 150 kg ha-1 de N as concentrações de N foram aumentadas, porém não houve
diferenças significativas entre os genótipos e entre as fontes de N. Porém, com a aplicação de
ureia (300 kg ha-1), Marandu e os híbridos H69 e H12 apresentaram maiores concentrações de
N nos pseudocolmos que Piatã, sendo que nessa dose não houve diferenças entre as fontes de
N estudadas. Entretanto, para a dose de 450 kg ha-1 de N, as concentrações de N nos
pseudocolmos do crescimento da rebrota foi mais elevado para os híbridos H69 e H12 com
uso de nitrato de amônio que com ureia. Para o Piatã o uso de ureia foi melhor que nitrato de
amônio. A comparação dos genótipos dentro das fontes mostrou com uso de nitrato de amônio
as concentrações de N para os híbridos H69 e H12 foram maiores que as obtidas em Piatã ou
Marandu. Por outro lado, em presença de ureia o capim-marandu foi superior as demais que
não diferiram entre si.
Os efeitos das doses de N aplicadas sobre a concentração de N nos pseudocolmos do
segundo corte, evidenciam com uso de nitrato de amônio incrementos lineares para os
híbridos H69, H12 e Piatã e para Marandu mais ureia. Os valores se ajustaram ao componente
quadrático de regressão quando a fonte de N foi a ureia para H69, H12 e Piatã, e para
Marandu mais nitrato de amônio (Tabela 37).
Os conteúdos de proteína bruta nos pseudocolmos do segundo corte estimados a partir
das concentrações de N situaram-se na faixa de 1,9 a 8,5 % e foram menores que os obtidos
no segundo corte.
4.11 Quantidades de nitrogênio extraídas
O produto das produções de fitomassa seca pelas concentrações de N resulta nas
quantidades de N extraídas na parte aérea das plantas. Na Tabela 38 são apresentados os
74
resultados obtidos para as quantidades acumuladas pelas lâminas foliares no primeiro corte.
As menores quantidades de N foram extraídas por Marandu, quando o N não foi adicionado
ao sistema, e para os demais genótipos as extrações foram maiores e semelhantes entre si. A
adição de nitrogênio incrementou a acumulação de fitomassa e as concentrações de N,
resultantes em consequentes maiores acumulações de N.
Com adição do equivalente a 150, 300 ou 450 kg de N por hectare, os híbridos H12 e
H69 se destacaram na extração de N, comparado com Marandu e Piatã. Ressalta-se ainda que,
para as doses de 300 e 450 kg de N, o de emprego de nitrato de amônio, resultou em extrações
de N mais elevadas para todos os genótipos de braquiária estudados, que com uso de ureia.
A comparação dos efeitos doses x fontes resultaram em incrementos lineares para as
extrações de N mediante o uso de nitrato de amonio para todos as variedades e para Piatã
com ureia. Por outro lado os ajustes foram quadráticos com emprego de ureia para H69, H12
e Marandu para as extrações de N, quando a fonte foi ureia.
As quantidades de N extraídas pelos pseudocolmos das braquiárias, para os dados do
primeiro corte são apresentadas na Tabela 39. Sem adição de N as extrações de nitrogênio
foram baixas e semelhantes para as braquiárias estudadas. A fertilização do solo com 150 kg
ha-1 de N incrementou as quantidades extraídas, porém não houve diferenças nem entre as
fontes para os genótipos estudados. O emprego de 300 kg ha-1 de N evidenciou valores mais
elevados, em presença de nitrato de amônio para H12 e Marandu, quando ureia foi à fonte de
N os valores encontrados para todos os genótipos foram semelhantes entre si. Entretanto
somente para H12 e Marandu o nitrato de amônio foi mais eficiente em promover maiores
extrações de N. Incrementando ainda mais a adubação nitrogenada o Piatã apresenta taxas
mais elevadas de extração de N, essa é uma característica notável dessa espécie que alonga os
colmos ou pseudocolmos (apresentando maior perfilhamento de gemas basilares) que
corresponde a uma proporção elevada da fitomassa seca da parte aérea, enquanto os híbridos
expandem mais as lâminas foliares e resultam em fitomassas com maiores contribuições das
lâminas que dos pseudocolmos. Outro fato que chama a atenção, são os menores valores de
extração de N em presença de ureia e similares entre os genótipos, enquanto que o uso de
nitrato de amônio resultou em maiores extrações de N para quase todos os genótipos, com
exceção somente ao híbrido H69, pode-se especular que a eficiência da fonte de N nítrica e
amoniacal resulta em melhor aproveitamento do N e melhor redistruição na planta.
Os dados das extrações de nitrogênio do segundo corte foram computados somando-se
as quantidades extraídas nas lâminas foliares e nos pseudocolmos (Tabela 40). Os efeitos das
75
interações triplas genótipos x fontes x doses foi significativo (P < 0,05). As quantidades de N
extraídas em ausência de adubação nitrogenada foram semelhantes entre os genótipos. A
aplicação de 150 kg ha-1 de N, na forma de nitrato de amônio resultou em maiores extrações
de N para o híbrido H69, que foi similar a H12, porém superior a Piatã e Marandu. Por outro
lado, quando a fonte de N foi ureia os genótipos mostraram extrações de N similares entre si.
Nessa dose de adubação nitrogenada a fonte nitrato foi superior a ureia, somente para o
híbrido H69.
O comportamento dos genótipos para as extrações de N com 300 kg ha-1 de N (nitrato
de amônio) mostrou que os híbridos extraíram maior quantidades que Marandu ou Piatã.
Porém para fonte de N, ureia o comportamento foi similar. A comparação das fontes revelou
que para os híbridos o nitrato de amônio foi melhor que a ureia.
A adição de N até a maior dose estudada continuou incrementando a extração de N,
sendo que com nitrato de amônio os híbridos H69 e H12 superaram Marandu que foi maior
que Piatã. Verificou-se que para essa dose de 450 kg ha-1 de N (ureia), houve diferenças entre
os genótipos, com destaque para os híbridos frente ao Piatã, embora fossem similares ao
Marandu. Nessa dose o uso de nitrato de amônio também foi mais eficiente que a ureia, com
exceção para o Piatã que foram semelhantes. Na Tabela 40 são apresentados os coeficientes
de regressão e os ajustes para as quantidades de N extraídas em função das doses e fontes de
N.
76
Tabela 34. Concentração de nitrogênio (g. kg-1) nas lâminas foliares em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U)
e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do primeiro corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal
comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 8,87% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1) 0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 10,3aA 11,3aA 15,8aB 18,5aA 23,7aA 20,8aB 33,1aA 28,6aB H12 10,7aA 10,8aA 14,2abA 13,3bA 18,1bA 16,2bA 24,6bA 18,6bB Piatã 9,8aA 9,9aA 12,5bA 12,8bA 19,1bB 23,1aA 22,7bA 20,4bA Marandu - Mar 8,3aA 8,2aA 11,4bA 10,7bA 17,3bA 12,5cB 21,8bA 15,3cB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 10,3 0,031 0,000044 0,99**
H69/Ureia 11,7 0,036 - 0,96** H12/NA 10,1 0,030 - 0,97** H12/ Ureia 10,8 0,018 - 0,99** Piata/ NA 9,2 0,030 - 0,97**
Piata/Ureia 8,8 0,056 0,000062 0,82**
Mar/NA 7,7 0,031 - 0,98** Mar/ Ureia 8,2 0,015 - 0,99**
76
77
Tabela 35. Concentração de nitrogênio (g kg-1) de pseudocolmos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U)
e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do primeiro corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 12,83% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 6,7Aa 7,3 aA 8,4 aA 9,4 abA 12,3 aA 10,6 aA 16,3 aA 13,2 aB H12 6,1 aA 6,1 abA 7,8 aA 7,3 bA 9,9 aA 8,0 bA 12,3 bA 9,5 bB Piatã 4,7 bA 4,9 bA 5,4 bB 9,9 aA 8,0 bB 11,6 aA 10,2 bA 8,7 bA Marandu - Mar 5,0 abA 5,3 abA 5,2 bA 4,8 cA 7,9 bA 6,2 bA 11,2 bA 7,4 bB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 6,0 0,022 - 0,97**
H69/Ureia 7,3 0,013 - 0,98** H12/NA 5,9 0,014 - 0,99** H12/ Ureia 6,1 0,0072 - 0,98** Piata/ NA 4,2 0,013 - 0,95**
Piata/Ureia 4,9 0,048 0,000087 0,99**
Mar/NA 4,1 0,014 - 0,99** Mar/ Ureia 4,8 0,0051 - 0,74**
77
78
Tabela 36. Concentração de nitrogênio (g kg-1) de lâminas foliares em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U)
e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 8,15%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 7,1 bA 7,0 bA 11,2 aA 12,2 aA 15,3 aA 15,6 aA 18,7 aA 18,5 aA H12 7,2 bA 6,9 bA 10,4 aA 10,3 bA 14,0 aA 14,5 aA 19,0 aA 16,5 bB Piatã 7,0 bA 7,4 bA 10,7 aA 10,7 abA 14,9 aA 14,3 aA 16,0 bB 17,8 abA Marandu - Mar 8,8 aA 9,1 aA 11,1 aA 10,9 abA 14,9 aA 14,3 aA 17,4 abA 18,5 aA Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 7,2 0,026 - 0,99**
H69/Ureia 7,0 0,037 0,000025 0,99** H12/NA 6,8 0,026 - 0,98** H12/ Ureia 7,1 0,022 - 0,98** Piatã/ NA 6,8 0,034 0,000029 0,98**
Piatã/Ureia 7,3 0,023 - 0,99**
Mar/NA 8,6 0,020 - 0,99** Mar/ Ureia 9,1 0,0086 0,000028 0,99**
78
79
Tabela 37. Concentração de nitrogênio (g kg
-1) de pseudocolmos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 9,09%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 3,5 aA 3,1 aA 7,2 aA 7,3 aA 9,5 aA 9,9 abA 13,6 aA 10,9 bB H12 3,6 aA 3,9 aA 7,8 aA 7,6 aA 9,2 aA 9,7 abA 13,2 aA 10,5 bB Piatã 4,2 aA 4,3 aA 7,5 aA 7,7 aA 9,0 aA 8,9 bA 11,1 bA 10,5 bA Marandu � Mar 4,0 aA 4,3 aA 7,1 aA 6,5 aA 9,8 aA 10,2 aA 10,8 bB 13,9 aA Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 3,6 0,022 - 0,99**
H69/Ureia 3,1 0,034 0,00004 1,00** H12/NA 3,9 0,020 - 0,96** H12/ Ureia 3,9 0,029 0,000033 1,00** Piatã/ NA 4,6 0,015 - 0,97**
Piatã/Ureia 4,4 0,022 0,00002 0,98**
Mar/NA 3,9 0,026 0,000024 0,99** Mar/ Ureia 3,9 0,022 - 0,98**
79
80
Tabela 38. Quantidade extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em lâminas foliares em função das fontes (nitrato de amônio �
NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do primeiro corte. Média de
cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam
fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 6,91% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 47,7 aA 43,1 aA 183,2 bA 179,6 aA 332,7 abA 245,5 aB 432,0 bA 262,4 bB H12 62,3 Aa 61,4 aA 216,2 aA 152,4 aB 356,3 aA 247,6 aB 482,9 aA 301,8 aB Piatã 49,2 aA 58,2 aA 136,5 cA 122,3bA 241,4 cA 182,3 bB 309,7 cA 233,3 bcB Marandu - Mar 30,8 bA 21,6 bA 153,9 bcA 106,7 bB 319,8 bA 175,1 bB 447,3 bA 221,9cB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 53,59 0,87 - 0,99**
H69/Ureia 44,19 1,08 0,0013 0,99** H12/NA 69,13 0,93 - 0,99** H12/ Ureia 59,18 0,73 0,00041 0,99** Piata/ NA 51,27 0,59 - 0,99**
Piata/Ureia 61,23 0,39 - 0,99**
Mar/NA 25,28 0,94 - 0,99**
Mar/ Ureia 21,36 0,64 0,00043 0,99**
80
81
Tabela 39. Quantidades extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em pseudocolmos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia
� U) e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do primeiro corte. Média de cinco repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal
comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 25,01%
sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 10,6 aA 9,7 aA 42,02 aA 53,79 aA 69,5cA 75,3 aA 78,3 cA 80,4 aA H12 23,9 aA 18,2 aA 70,83 aA 50,57 aA 130,5 aA 70,6 aB 142,3 bA 93,3 aB Piatã 24,6 aA 22,7 aA 53,10 aA 61,68 aA 88,9 bcA 61,5 aA 227,8 aA 85,9 aB Marandu - Mar 10,8 aA 7,0 aA 53,88 aA 35,34 aA 111,7 abA 69,3 aB 162,9 bA 75,3 aB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 15,53 0,15 - 0,95**
H69/Ureia 19,79 0,16 - 0,87** H12/NA 29,70 0,28 - 0,94** H12/ Ureia 21,42 0,16 - 0,98** Piata/ NA 29,41 0,12 - 0,89**
Piata/Ureia 29,56 0,13 - 0,87**
Mar/NA 7,75 0,34 - 0,99**
Mar/ Ureia 10,90 0,16 - 0,94**
81
82
Tabela 40. Quantidades de nitrogênio (mg vaso-1) de lâminas foliares e pseudocolmos em função das fontes (nitrato de amônio � NA
e ureia � U) e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco
repetições.
Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal
comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 16,9 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 -coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R
2 � coeficiente de determinação.
Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)
0
150 300 450
Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 32,9 aA 32,0 aA 176,2 aA 117,7 aB 308,7 aA 200,3 aB 487,8 aA 322,0 aB H12 26,3 aA 24,0 aA 124,5 abA 102,5 aA 301,1aA 176,0 aB 472,7 aA 283,3 abB Piatã 19,6 aA 23,2 aA 73,1 bA 80,2 aA 159,9 bA 139,9 aA 270,5 cA 253,2 bA Marandu - Mar 18,8 aA 19,7 aA 77,0 bA 83,4 aA 186,1 bA 173,7 aA 360,8 bA 307,4abB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2
H69/ NA 29,9 0,97 - 0,98**
H69/Ureia 25,1 0,64 - 0,99** H12/NA 22,8 0,60 0,00098 0,98** H12/ Ureia 18,8 0,57 - 0,99** Piatã/ NA 19,25 0,27 0,00064 0,99**
Piatã/Ureia 25,1 0,21 0,00063 0,99**
Mar/NA 18,7 0,18 0,00034 0,99**
Mar/ Ureia 20,5 0,28 0,00077 0,99**
82
83
4.12 Eficiência de uso de nitrogênio
Na Figura 14 e na Figura 15 são apresentados os valores de eficiência de uso de
nitrogênio (g de fitomassa seca acumulada por g de N adicionado), dados referentes ao
primeiro e ao segundo cortes.
Figura 14. Eficiência de uso (g de fitomassa seca acumulada por g de N aplicado), em
Brachiaria spp., para as doses e fontes de N (NA- nitrato de amônio e U � ureia),
dados do primeiro corte.
0
1020
3040
50
6070
8090
100
NA U NA U NA U NA U
H69 H12 PIATA MARANDU
150 kg/ha N
300 kg/ha N
450 kg/ha N
Efi
ciê
ncia
de u
so
(
g d
e m
ate
ria s
eca g
Nˉ¹
)
Figura 15. Eficiência de uso (g de fitomassa seca acumulada por g de N aplicado), em
Brachiaria spp., para as doses e fontes de N (NA- nitrato de amônio e U � ureia),
dados do segundo corte.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
NA U NA U NA U NA U
H69 H12 PIATA MARANDU
150 kg/ha N
300 kg/ha N
450 kg/ha N
Efi
ciê
ncia
de
us
o
(g
de
ma
teri
a s
ec
a g
Nˉ¹
)
84
De modo geral, a eficiência de uso de nitrogênio para conversão em fitomassa seca é
mais elevada na dose inicial de N (150 kg ha-1) e diminui com as doses de N aplicadas. Estes
dados concordam com os obtidos por Primavesi et al. (2002), que avaliando a eficiência da
utilização do nitrogênio na Brachiaria brizantha cv. Marandu, verificaram que os melhores
índices ocorreram quando se aplicaram as menores doses de N, ocorrendo redução nos valores
desses índices com o aumento das doses de N.
No primeiro corte, para as doses de 150 e 300 kg ha-1 de N com emprego de nitrato,
os valores de eficiência de uso para Marandu e para o híbrido H12 foram similares entre si e
superiores aos encontrados para H69 e Piatã, que não diferiram entre si. Para a fonte de N
ureia os valores de eficiência de uso foram semelhantes entre si para todos os genótipos
estudados.
A comparação dos efeitos das fontes evidenciou que o nitrato de amônio foi mais
eficiente que o emprego da ureia para o acúmulo de fitomassa seca, para Marandu, H12 e
Piatã, nas doses de 150 e 300 kg ha-1 de N.
No segundo corte, a eficiência de uso de N na dose de 150 kg ha-1 com a fonte nitrato
foi maior para H12, em seguida para H69, sendo inferiores para Piatã e Marandu, que foram
semelhantes entre si. Na dose de 300 kg ha-1 de N, H69 e H12 obtiveram valores semelhantes
e superiores aos de Marandu e Piatã, que não diferiram entre si. Na dose mais elevada (450 kg
ha-1 de N) para todos os genótipos, os valores de eficiência de uso de N foram semelhantes
entre si. A comparação das fontes evidenciou valores de eficiência de uso mais elevados para
o nitrato em relação a ureia, somente para o híbrido H12, nas doses de 150 e 300 kg ha-1 de N.
De um modo geral, as eficiências de uso de N foram maiores no primeiro corte que no
segundo corte. Este fato foi atribuído às perdas por volatilização, denitrificação e as extrações
de N do primeiro corte, resultando, para o crescimento no segundo corte, em menor
disponibilidade de N e consequentemente baixas taxas de utilização de N.
A maior parte do nitrogênio presente naturalmente no solo está associada à matéria
orgânica, devido à baixa taxa de mineralização, de 10 a 40 kg ha-1 ano-1 de N, para cada 1%
de matéria orgânica presente no solo, é insuficiente para sustentar elevadas produções
(GUILHERME et al., 1995). Fato este também observado no presente trabalho, com
acumulações de fitomassa seca no tratamento testemunha baixas. Observou-se uma melhoria
no acúmulo de fitomassa com maior eficiência de uso de N, mediante o fornecimento dos
85
demais nutrientes ao solo Neossolo quartzarênico, adequando a fertilidade do solo com adição
concomitante de nitrogênio e os demais nutrientes ao sistema.
A eficiência de utilização do nitrogênio depende de vários fatores, dentre eles, a fonte
de nitrogênio, as condições do solo e climáticas, grau de fracionamento e dose aplicada,
potencial de resposta da planta, presença do animal, entre outros (LUPATINI et al., 1998).
Esses fatores que influem na taxa de acúmulo da planta e também influenciam a eficiência de
utilização deste nutriente (SOARES e RESTLE, 2002).
Baseando-se na eficiência de uso de N, estima-se que a dose de nitrogênio mais
eficiente a ser aplicada no solo situou-se em torno de 150 kg ha-1 ano-1 de N, resultando em
acúmulos de fitomassa seca com menor investimento em adubação das forrageiras.
A estratégia de maximizar o uso de N e minimizar seu impacto ambiental, em sistemas
pastagens manejadas intensivamente, mitigando o excesso de nitrato para o lençol freático, ou
a emissão de óxido nitroso na atmosfera, é recomendável em um sistema de produção animal
com sustentabilidade.
A eficiência de uso do N da ureia representou em média 79,3 e 77,1 % da obtida com
o nitrato de amônio, para o primeiro e segundo cortes, respectivamente.
4.13 Composição química do solo
Na Tabela 41 são apresentados os resultados da composição química do solo Neossolo
Quartazarênico logo após a coleta do solo, após a incubação com calcário dolomítico antes do
plantio e após o cultivo da Brachiaria. A correção do solo elevou os valores de pH, Ca, Mg,
saturação por bases, CTC, índice de saturação por bases, e reduziu a saturação por Al, a
acidez potencial (H + Al). Após o cultivo das gramíneas forrageiras devido à extração de
nutrientes houve uma diminuição nos conteúdos de K, Ca, Mg, soma das bases, CTC e índice
de saturação por bases e pequenas elevações na acidez potencial, Al e saturação por Al
(Tabela 41).
86
Tabela 41. Composição química do solo original, após a incubação e antes da semeadura,
após o cultivo das Brachiaria spp.
Condições
do solo pH M.O. P K Ca Mg Al H+Al SB T V m
CaCl2 g kg-1
mg kg -1
---------------------------mmolc kg-1
-------------------------------- % %
Original 4,4 15,0 4,0 1,0 6,0 6,0 2,0 25,0 13,0 38,0 34,0 13,3 Após
incubação 1 5,0 15,8 4,0 2,2 9,8 10,3 0,8 14,3 22,2 36,4 60,0 2,7
Após cultivo 4,5 16,0 6,5 0,7 5,8 3,3 2,3 17,5 11,7 29,2 38,3 6,0
1 Após a incubação com calcário dolomítico
4.13.1 Efeito do nitrogênio na acidificação do solo
Os valores de pH para os genótipos de braquiária estudados em função das doses e
fontes de N são apresentados na Figura 16. Houve redução no pH do solo determinado em
cloreto de cálcio, com incremento nas doses de N aplicadas, sendo o efeito do nitrato de
amônio mais acentuado que ureia para todos genótipos com exceção da Piatã. Sabe-se que
tanto para fertilizantes amoniacais e a ureia que, durante sua transformação no solo pelos
microorganismos, liberam H+ no solo que gera a acidez.
As reações dos fertilizantes nitrogenados podem ser resumidas de uma maneira geral, como
se segue:
Fertilizantes amoniacais: 2NH4+ + 3O2 2NO2
- + 2H2O + 4H+
Ureia: CO(NH2)2 + 2H2O (NH4)2CO3, o amônio reage no solo como descrito
acima.
O H+ produzido libera um cátion trocável para a solução do solo, que pode ser
lixiviado com o ânion acompanhante, intensificando a acidificação do solo. A decomposição
da matéria orgânica aumenta a acidez por ser a amônia um dos primeiros produtos formados.
Quando a amônia é convertida a nitrato, H+ é liberado, aumentando, assim a acidez,
semelhante ao que acontece com a adição de fertilizantes nitrogenados.
2NH3 + 3O2 Bactérias� > 2NO3- + 6H+
O nitrogênio adicionado ao solo está prontamente disponível para a planta, visto que o
mesmo apresenta baixos conteúdos de matéria orgânica e de argila. Porém esse solo não é
capaz de reter umidade o que pode se constituir num fator de incremento da volatilização de
amônia.
87
Ocorreram aumentos na acidificação em função dos níveis de N, os valores de pH
situaram-se nas faixas de ocorrência de 5,0 a 3,8 para o nitrato de amônio e de 5,0 a 4,2 para
a ureia (Figura 16). As reduções nos valores de pH mediante o uso de ureia foram de 0,0015 a
0,0023 para cada kg de N aplicado, enquanto que para nitrato de amônio posicionaram entre
0,0011 a 0,0024. Tais valores foram similares aos relatados por CRUZ (2008) que trabalhou
com capim-xaraés cultivada em um solo Neossolo quartzarênico com até 150 kg de N ha-1,
tendo como fonte a ureia.
Os valores da saturação por bases do solo foram incrementados com a prática da
calagem. Após o cultivo das braquiárias houve significativas (P<0,05) reduções da saturação
por bases dos solos, em função das doses de N aplicadas. Essas diminuições obedeceram a
efeitos lineares para H12 e Marandu em ambas fontes de N, para H69 com ureia e Piatã com
nitrato de amônio, porém para Piatã com ureia ou H69 com nitrato os ajustes foram
quadráticos (Figura 17). As maiores produções de fitomassa mediante a aplicação de N,
resultaram em maiores extrações de cátions trocáveis tais como cálcio, magnésio e potássio
com conseqüente redução no índice de saturação por bases. Maiores reduções mediante o uso
de nitrato de amônio advém justamente de produções de fitomassa e maiores extrações com
uso dessa fonte quando comparada a ureia.
88
Yuréia = -0,0022x + 5,07
R2 = 0,8963
Ynitrato = -0,0021x + 4,74
R2 = 0,8467
3,5
3,7
3,9
4,1
4,3
4,5
4,7
4,9
5,1
5,3
0 100 200 300 400 500
MARANDU
Doses de N (KG/HA)
Va
lore
s d
e p
H
Ynitrato = -0,0011x + 4,99
R2 = 0,98
Yureia = -0,0023x + 5,26
R2 = 0,98
3,5
3,7
3,9
4,1
4,3
4,5
4,7
4,9
5,1
5,3
5,5
0 100 200 300 400 500
PIATA
Doses de N (KG/HA)
Va
lore
s d
e p
H
Yureia = -0,0015x + 4,93
R2 = 0,71
Ynitrato amonio = -0,0021x + 4,89
R2 = 0,76
3,5
3,7
3,9
4,1
4,3
4,5
4,7
4,9
5,1
5,3
0 100 200 300 400 500
Doses de N (KG/HA)
Va
lore
s d
e p
H
H69
Ynitrato = -0,0024x + 4,84
R2 = 0,87
Yureia= -0,0015x + 4,88
R2 = 0,83
3,5
3,7
3,9
4,1
4,3
4,5
4,7
4,9
5,1
0 100 200 300 400 500
H12
Va
lore
s d
e p
H
Doses de N (KG/HA)
Figura 16. pH do solo para os genótipos de Brachiaria spp. em função das doses e fontes de nitrogênio.
88
89
Yureia = -0,0733x + 51,5R2 = 0,94
Ynitrato = -0,0607x + 37,9R2 = 0,93
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
0 100 200 300 400 500
Marandu
Doses de N (kg/ha)
Sa
tura
çã
o p
or
ba
se
s (
%)
Ynitrato = -0,0613x + 60,8R2 = 0,9404
Yureia = 0,0002x2 - 0,0943x + 59,85R2 = 0,9954
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
0 100 200 300 400 500
Sa
tura
çã
o p
or
ba
se
s (
%)
Piatã
Doses de N (kg/ha)
Yureia = -0,0447x + 46,8R2 = 0,91
Ynitrato = 0,0002x2 - 0,1683x + 51,75R2 = 0,95
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
0 100 200 300 400 500
Doses de N (kg/ha)
Sa
tura
çã
o p
or
ba
se
s (
%)
H69
Yureia= -0,0493x + 53,6R2 = 0,91
Ynitrato = -0,0927x + 54,6R2 = 0,76
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
0 100 200 300 400 500
Doses de N (kg/ha)
Sa
tura
çã
o p
or
ba
se
s (
%)
H12
Figura 17. Variação da saturação por bases em função das doses e fontes N, para os genótipos de Brachiaria spp.
89
90
5. CONCLUSÕES
A adubação nitrogenada é uma ferramenta que contribui positivamente para
aumento das variáveis relacionadas ao crescimento, fitomassa seca total, fitomassa seca
das lâminas foliares, fitomassa seca dos pseudocolmos, altura, número de perfilhos, com
efeito intensificador com as doses de nitrogênio.
O nitrato de amônio foi mais eficiente que a ureia, para proporcionar maiores
acumulações de fitomassa, extração de nitrogênio e perfilhamento.
Os híbridos H69 e H12 apresentaram características morfológicas, estruturais e
acúmulo de fitomassa seca e eficiência de uso de nitrogênio que os validam
positivamente como novas opções para as pastagens.
O acúmulo de fitomassa, perfilhamento e extração de N para os cultivares
Marandu e Piatã foram potencializadas em presença das doses mais elevadas de N.
Novos trabalhos em condições ambientais e adotando-se alturas de manejo e
parcelamento do N devem ser considerados no futuro para auxiliar no monitoramento e
no incremento dos efeitos de N em todo o ciclo de pastejo.
91
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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