Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar...

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Monografia Sandra Camacho 1 Departamento de Educação Física e Desporto 5º Ano da Licenciatura em Educação Física e Desporto Monografia “CARACTERIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES DESPORTIVAS ABORDADAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA E NO DESPORTO ESCOLAR NAS ESCOLAS DO 3º CICLO DA RAM” Sandra Camacho Julho de 2007

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Monografia Sandra Camacho 1

Departamento de Educação Física

e Desporto

5º Ano da Licenciatura em Educação Física e Desporto

Monografia

“CARACTERIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES

DESPORTIVAS ABORDADAS NA

EDUCAÇÃO FÍSICA E NO DESPORTO

ESCOLAR NAS ESCOLAS DO 3º CICLO DA

RAM”

Sandra Camacho

Julho de 2007

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Departamento de Educação Física e Desporto

5º Ano da Licenciatura em Educação Física e Desporto

MONOGRAFIA

“CARACTERIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES

DESPORTIVAS ABORDADAS NA

EDUCAÇÃO FÍSICA E NO DESPORTO

ESCOLAR NAS ESCOLAS DO 3º CICLO DA

RAM”

Orientador: Prof. Doutor Helder Lopes

Sandra Camacho

Funchal, Julho de 2007

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1. – Introdução

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O presente estudo, denominado “Caracterização das Actividades Desportivas

abordadas na Educação Física e no Desporto Escolar nas Escolas do 3º Ciclo da

RAM”, encontra-se inserido no âmbito da cadeira de monografia, relativa ao 5º ano

da Licenciatura em Educação Física e Desporto da Universidade da Madeira.

Rocha( s/d), afirma que a Educação Física é “um conjunto de exercícios que tem

como objectivo libertar todas as energias do corpo humano, coordená-las e

discipliná-las, a fim de que as condições de saúde se tornem melhores". Ainda

segundo o mesmo autor, “é uma parte importante do currículo moderno da

educação geral. Compreende actividades físicas e todos os tipos de desportos

destinados a melhorar a postura, desenvolver o físico e contribuir para uma boa

saúde e o bem-estar geral das pessoas, proporcionando também lazer e

divertimento".

Segundo o DSDEAPS (2006/07), o Desporto Escolar é “uma actividade de

complemento curricular e tem por objectivo proporcionar actividades de

complemento recreativo/lúdico, de formação, ou de orientação desportiva. Tem ainda

como finalidade que o desporto se integre na vida escolar, surgindo como uma

componente da actividade educativa proporcionada pelo estabelecimento de ensino, e

a selecção das práticas desportivas deverá respeitar as tradições e hábitos

organizacionais de cada escola e da comunidade envolvente”.

Posto isto, o objectivo central deste estudo é a realização de uma caracterização

das modalidades abordadas, tanto a nível da Educação Física como do Desporto

Escolar, nas escolas do 3º Ciclo da Região Autónoma da Madeira.

Assim sendo, o presente trabalho encontra-se dividido em 4 capítulos fulcrais:

o Capítulo I – Apresentação do Tema

O primeiro capítulo deste trabalho é essencialmente direccionado para a

apresentação do tema central da pesquisa, fazendo ainda referência ao

seu objectivo e a pertinência do mesmo.

o Capítulo II – Revisão de Literatura

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Neste capítulo, pretendemos realizar uma análise da literatura que se

enquadra no presente trabalho de investigação, ou seja, literatura esta

fundamentada em diversos autores tendo por base a Educação Física e o

Desporto Escolar.

o Capítulo III – Estudo Realizado

Neste capítulo iremos descrever a parte prática do nosso trabalho, a

qual consiste numa análise e caracterização dos planos anuais de

Educação Física e das modalidades praticadas ao nível do Desporto

Escolar nas escolas do 3º Ciclo da RAM. Realizaremos ainda uma

comparação entre a Educação Física e o Desporto Escolar, resultado

também das diversas sínteses efectuadas ao longo de toda a discussão

dos resultados. Ainda, para melhor compreender o estudo em causa,

será realizada uma reflexão baseada num inquérito aplicado a vários

professores de Educação Física do 3º Ciclo das escolas da RAM.

o Capítulo IV – Considerações Finais

Neste ponto do trabalho serão apresentadas as principais ilações

referentes a este trabalho, quer a nível da pesquisa bibliográfica

realizada, quer do estudo prático realizado.

2. - Objectivos

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Caracterizar as actividades desportivas abordadas no âmbito da disciplina de

Educação Física e no âmbito do Desporto Escolar das escolas do 3º Ciclo da RAM.

3. – Pertinência do Tema

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É notória a importância da Educação Física junto das crianças e jovens em idade

escolar, pois os alunos podem beneficiar e em muito por terem a possibilidade de

vivenciarem experiências motoras ao nível das modalidades praticadas na Educação

Física, alargando ainda essas experiências aquando da prática das mesmas e/ou

outras no âmbito do Desporto Escolar.

Seguindo esta ideia, o Programa Nacional de Educação Física defende que todos

os alunos deverão ter a possibilidade de participar em situações de aprendizagem do

grande e vasto leque de modalidade que a mesma disciplina oferece, por forma a

garantir o seu ecletismo, permitindo ainda que a mesma promova a inclusão dos

alunos e o seu desenvolvimento multilateral.

Assim, no âmbito da disciplina de Educação Física, o aluno deve integrar um

conjunto de atitudes, capacidades, conhecimentos e hábitos, contudo deverá ainda

adquirir competências em diferentes domínios e matérias próprias da disciplina, com

base em experiências motoras vividas, de modo eclético, tendo sempre como

objectivo a constante da qualidade de vida, da saúde e do bem-estar.

Pina (2002, pp.27) afirma que “as relações entre a educação física e o desporto

escolar nunca foram muito pacíficas, tendo sido objecto de grandes discussões,

preocupações, divergências e contradições ou incompreensão e, ainda hoje fazem

sentir alguns ecos no seio dos profissionais de educação física com reflexos no

desenvolvimento deste processo na escola”.

Devido a estas divergências e contradições entre a Educação Física e o Desporto

Escolar, que se repercutem num eco no seio dos profissionais de Educação Física,

efectuamos todo um trabalho de campo de modo a compreender melhor o que se

passa em cada uma destas disciplinas, que essencialmente se distinguem pelo seu

carácter, quer seja curricular ou não curricular.

Com base na revisão bibliográfica, que constitui o corpo à realização do presente

trabalho, constatamos que a temática que abordamos tem sido objecto de uma

reduzida pesquisa de investigação científica. Assim sendo, podemos referir que o

nosso trabalho, ganha outra importância no sentido de colaborar para um maior

esclarecimento do ponto da situação, uma vez que este estudo foi alargado e

complementa-se a outros dois estudos realizados simultaneamente no 2º Ciclo de

ensino e no ensino Secundário.

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1. – Introdução

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Neste capítulo, pretendemos apresentar a literatura que se enquadra no presente

trabalho de investigação, focando assim, algumas reflexões de diferentes autores.

Inicialmente, iremos definir a Educação Física, contextualizar a mesma e verificar a

sua importância, fazendo uma leve referência aos seus princípios, finalidades e

objectivos. Posteriormente iremos enquadrar a Educação Física no espaço escolar,

seguindo-se a Educação Física e o Desporto Escolar e, por fim, realizaremos uma

breve análise à Sistemática das Actividades Desportivas, segundo Fernando Almada.

2. - O que é a Educação Física?

Educação Física é uma disciplina curricular fundamental, uma vez que irá

permitir ao indivíduo alcançar a harmonia motora e intelectual, desenvolvendo

capacidades que posteriormente serão imprescindíveis para o seu desenvolvimento

pessoal e social. Assim, de acordo com o Modelo de Bases de Desenvolvimento (2002,

pp. 3) esta actividade curricular apresenta três características fundamentais:

Ecléctica – Os diferentes tipos de actividade física – desportos colectivos,

ginástica, atletismo, dança, exploração da natureza, natação, etc.

Inclusiva – Adaptadas às necessidades de cada aluno.

Visando o desenvolvimento multilateral do aluno – Promover a

saúde, no presente e no futuro, desenvolver a aptidão física e a cultura

motora, as competências sociais e a compreensão dos processos de

exercitação, reflectindo criticamente o fenómeno desportivo, etc.

Por forma, a melhor compreender e interpretar a importância da Educação Física,

iremos apresentar algumas definições.

Um grande número de autores tem se preocupado em distinguir os diferentes

conceitos de Educação Física.

Assim, Costa (s.d.; pp. 8) defende que “a EDUCAÇÃO significa desenvolvimento;

quem aprende desenvolve-se, aperfeiçoa-se, assimila conhecimentos que lhe

permitirão conhecer melhor, conhecer aquilo que o rodeia e aos outros. Toda a

espécie de conhecimento que adquirimos, dos mais simples aos mais complexos,

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ajudam a nossa formação e crescimento. A EDUCAÇÃO FISICA é um meio específico

da educação; interessa-se pelo indivíduo, pelo seu desenvolvimento integral e bem-

estar geral. Reúne a aprendizagem teórica e prática com vista ao aperfeiçoamento das

suas potencialidades.”

Ainda, segundo o mesmo autor (s.d.; pp.3), “a EDUCAÇÃO tem por missão

nuclear preparar a juventude para o mundo de amanhã. A EDUCAÇÃO FÍSICA é uma

disciplina curricular pelo facto de lhe ser reconhecido o seu contributo para o

desenvolvimento harmonioso do ser humano. Na formação da personalidade é

fundamental saber aquilo que se quer.”

Mota (1997), defende que a Educação Física é a “actividade realizada em estreita

relação com o cérebro no intuito de que adquira a capacidade, cada vez mais

desenvolvida, de adaptação a novas situações, ou seja, que o aluno reaja inteligente e

adequadamente às situações que se colocam, tendo em linha de conta as informações

fornecidas pela sensação e pela percepção”.

A Educação Física, para Carreiro da Costa (1996), “concretiza-se ao longo da vida

dos cidadãos, nos diferentes contextos educativos e sociais, correspondendo a um

projecto educativo e social que visa permitir aceder ao grau mais elevado possível de

excelência motora e à vivência plena, autónoma e satisfatória, das actividades físicas e

desportivas”.

Realçamos que as citações, abaixo discriminadas, são direccionadas ao

“consumidor”, ou seja, o aluno.

Para Calado (s.d.; pp. 9), “a Educação Física, a par de outras disciplinas, procura

contribuir para a tua formação na aquisição de um conjunto de atitudes, capacidades,

conhecimentos e hábitos.”

Já Barata e Coelho (2004, pp.14) afirmam que a Educação Física é “Correr, saltar,

arremessar, puxar e empurrar, rolar, trepar, parar e arrancar, mudar de direcção são

algumas das habilidade corporais que podes realizar. Podemos dizer que, tal como

existe um vocabulário que te permite escrever frases, também há um vocabulário

corporal que te possibilita realizar diferentes sequências de movimentos.

Quanto maior e mais variado for o teu vocabulário motor, melhor será o domínio

dos teus movimentos e mais disponível estarás para novas aprendizagens.”

No entanto, Costa (2004, pp. 4) afirma que “a escola é o local privilegiado para a

formação da personalidade da juventude, onde o mais importante é a forma como se

consegue alcançar os objectivos propostos. Embora as actividades nas aulas sejam

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diferentes entre si, todas têm a mesma intenção educativa que as une: educação do

corpo pelo movimento. A ideia de Educação Física aparece assim como um todo, que

engloba diversas actividades. Quando praticadas de forma adequada, são um forte

estímulo para que se atinja um completo estado de bem-estar físico, mental e social.”

Ainda, segundo Barata e Olimpo (1997, pp.10) “a educação física não pretende

fazer de ti um campeão, mas pode dar uma grande ajuda, através dos meios que

utiliza: os jogos, os jogos desportivos, a ginástica, o atletismo, as actividades rítmicas

e expressivas e as actividades na natureza. As aulas de educação física visam

melhorar, entre outros aspectos, as qualidades físicas corporais.”

Em forma de conclusão, Calado (s.d.; pp.8) ainda explica que “é hoje mais

importante que nunca considerarmos as actividades socio-culturais determinantes na

formação integral, na dignificação e valorização das pessoas como cidadãos

conscientes e autónomos.

Numa sociedade contaminada por valores anti-naturais e vícios de alto efeito

destruidor, as actividades físicas desempenham um papel relevante na prevenção de

perturbações biológicas e psicológicas. O seu forte contributo para a formação

integral dos jovens em idades escolares pressupõe acção e conhecimento.”

3. – Contextualização da Disciplina de Educação Física

Conforme, afirma Ferreira (2004, pp.21) “é de acordo geral que a actividade física

constitui um elemento importante de um estilo de vida saudável, e em tempo escolar a

disciplina de Educação Física é a única a visá-la. As suas características únicas torna-a

uma disciplina insubstituível, que promove hábitos de vida saudáveis.

Desde o século XVI que vemos os exercícios físicos serem praticados em

estabelecimentos de ensino escolares portugueses, nomeadamente, os dirigidos pela

Companhia de Jesus. No entanto, em finais do século XVIII, a generalidade das

instituições de ensino portuguesas encaram o exercício como passeio ao ar livre e

recreação.

A obrigatoriedade da disciplina de Educação Física aparece nas reformas: do

ensino primário em 1902 e do ensino secundário em 1905. Em 1911, implementa-se a

Educação Física nos 3 graus de ensino primário: elementar, complementar e superior.

A duração da disciplina varia ao longo dos tempos, dependendo da importância que os

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órgãos governamentais lhe confere e das condições indispensáveis à pratica física que

as escolas dispunham.

Os primeiros programas de Educação Física para o ciclo preparatório aparecem em

1968. Estes são alterados em 1971, ano em que a Educação Física passou a estar sob

tutela da Direcção Geral de Educação Física e Educação Escolar, saindo

definitivamente da alçada da Mocidade Portuguesa.

No ano lectivo de 1974/75 são publicados os programas para o ensino preparatório. No

entanto, existiam professores alheios a esse facto. A classificação qualitativa da disciplina

passa a ser obrigatória, apesar dos alunos só poderem reprovar por falta de assiduidade.

Em 1979 são aprovados os programas de Educação Física para o ensino primário.

Em 1991 aprova-se o regime jurídico da Educação Física e do Desporto Escolar: a

Educação Física é uma disciplina curricular obrigatória dos ensinos básico e

secundário, desenvolve-se através de programas próprios e dispõe de 3 horas semanais.

Em 2001, após o Ministério da Educação referir a necessidade de uma

reorganização do currículo, de analisar e experimentar situações, e de muita

resistência por parte dos professores de E.F., praticamente nada se alterou na

disciplina. Quero com isto dizer, que pelo o menos não prejudicou a carga horária que

a disciplina dispunha mas também em nada a beneficiou.”

4 - Programa Nacional de Educação Física (PNEF)

O PNEF é um projecto curricular que apresenta um mapa, por assim dizer,

pormenorizado das diversas modalidades nucleares e alternativas para a prática na

Educação Física, o que permite aos professores escolher um conjunto de actividades e

metas adequadas para que os alunos conquistem os objectivos do Ciclo.

O programa, ainda, veio facilitar o trabalho dos professores e do grupo de

Educação Física, na elaboração dos respectivos planos anuais.

Através do PNEF (2001, pp.4), “estes programas foram concebidos como um

instrumento necessário para que a educação física das crianças e jovens ganhe o

reconhecimento que carece, deixando de ser vista, por um lado, como mera catarse

emocional, através do exercício físico vigoroso, ou, por outro lado, como

animação/orientação de (alguns) jovens «naturalmente dotados» para se tornarem

artistas da performance desportiva”.

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É da responsabilidade do professor escolher e aplicar as soluções pedagógicas e

metodologicamente mais adequadas, procurando assim, através dos meios que lhes

são atribuídos, que os efeitos da actividade do aluno correspondam aos objectivos do

programa.

Nesta perspectiva, existe a necessidade de se criar, em todas as escolas, as

condições materiais e pedagógicas para que cada aluno possa usufruir dos benefícios

da Educação Física.

Ainda, segundo o PNEF (2001, pp. 4) “os programas constituem, portanto, um

guia para a acção do professor, que, sendo motivada pelo desenvolvimento dos seus

alunos, encontra aqui os indicadores para orientar a sua prática, em coordenação com

os professores de EF da escola (e das «escolas em curso») e também com os seus

colegas das outras disciplinas.

Nesta perspectiva do trabalho pedagógico, as metas dos programas devem

constituir também objecto da motivação dos alunos, inspirando as suas

representações e empenho de aperfeiçoamento pessoal no âmbito da Educação Física,

na escola e ao longo da vida.

A concepção de Educação Física seguida neste plano curricular (conjunto dos

programas de EF) vem sistematizar esses benefícios, centrando-se no valor educativo

da actividade física pedagogicamente orientada para o desenvolvimento multilateral e

harmonioso do aluno.”

Ainda a salientar, que o programa tem em conta os aspectos específicos do

desenvolvimento cognitivo, psicomotor e sócio-afectivo relacionados com os diversos

tipos de actividades.

Em forma de conclusão, podemos afirmar que o Programa Nacional não só veio

clarificar o que é essencial e comum à Educação Física em todas as escolas, no que

concerne às competências expressas nos objectivos de Ciclo, como veio também

especificar as matérias, provocando uma dinâmica de decisão curricular das escolas.

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5 - Educação Física como componente curricular

Sendo a Educação Física considerada como componente curricular, verificámos a

necessidade de a conceber na escola, nas mesmas condições dos demais componentes

curriculares, nas quais a organização dos seus aspectos didácticos os consolida na

educação escolarizada.

Melo (2006) afirma que “exige-se, também, uma participação mais efectiva dos

professores de Educação Física na concepção do projecto pedagógico, pois, ao

considerá-la como componente curricular, as suas práticas deverão ser orientadas

pelas directrizes do projecto pedagógico da escola. Então, se os professores ficarem

ausentes dos momentos de planeamento escolar, será difícil imaginar acções

pedagógicas coerentes e pautadas nos eixos pedagógicos que organizam o trabalho

escolar nos diferentes componentes. Entendemos componente curricular como a

forma de organização do conteúdo de ensino em cada grau, nível e série,

compreendendo aquilo sobre o qual versa o ensino, ou em torno do qual se organiza o

processo de ensino aprendizagem”.

Concluímos, assim, que é da competência dos professores de Educação Física

dissipar a ideia, muitas vezes errada, de que a Educação Física é caracterizada

principalmente pela organização de actividades complementares, e não pela função

de tratar pedagogicamente a cultura do movimento como o conhecimento pedagógico

de que os alunos devem se apropriar no seu convívio social.

Ainda, segundo o mesmo autor, “o facto de a Educação Física ser considerada

como mera actividade, relegada a algo sem importância no conjunto das disciplinas

curriculares, restando-lhe o papel de mera executora de tarefas, deve ser visto como

equívoco frente à própria função social da escola, vinculada, entre outros aspectos, ao

propósito de acessar os alunos a um saber sistematizado. Dessa forma, um novo agir

dos professores deve ser implementado para dar sentido às práticas pedagógicas e às

aprendizagens delas decorrentes. Tal atitude permite imprimir um novo olhar para a

Educação Física na escola, possibilitando, entre outros sentidos, uma valorização e

sua consolidação pelo desenvolvimento de conteúdos que tenham significados para os

alunos”.

Indo de encontro às ideias aqui expressas, no que concerne a Educação Física

como disciplina com carácter curricular, iremos fechar esta temática com uma nova

citação do autor referido anteriormente: “Dessa forma, torna-se premente uma

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mudança de mentalidade dos professores, dirigentes escolares, gestores públicos e

alunos para se configurar uma Educação Física pautada nas novas imposições legais e

principalmente nas exigências pedagógicas que a coloca como componente curricular

que tem objectivos, conteúdos, metodologias de ensino e processo de avaliação, a

exemplo dos demais componentes da escola, e que as acções dos professores sejam

capazes de expressar sua real importância na educação escolarizada.”

6 - A Educação Física no 3º Ciclo do Ensino Básico

O P.N.E.F. (2001, pp.10), assegura que “o programa apresenta uma estrutura

coerente, mas diferenciada de organização (em sentido vertical) do curso de Educação

Física (1º e 12º anos). Assim, desenha-se um bloco estratégico, do 5.º ao 9.º anos. É

neste bloco que se estabelece o tratamento das matérias na sua forma característica,

na sequência das actividades e conquistas realizadas no 1.º ciclo. Além disso, é aqui

que se garante o tratamento do conjunto de matérias de EF (toda a «extensão»),

antecipando o modelo flexível, de opções dos alunos ou turmas, preconizado para o

ensino secundário.

O 9.º ano será dedicado à revisão das matérias, aperfeiçoamento e/ou

recuperação dos alunos, tendo por referência a realização equilibrada e completa do

conjunto de competências previstas para o 3.º ciclo. O 5.º ano cumpre a mesma

função em relação ao 1º ciclo, além de assegurar as bases de desenvolvimento

posterior”.

Assim, nos quadros a seguir apresentados, verificaremos que os programas se

organizam em torno da diferenciação e da relação dos tipos de actividade,

característicos da Educação Física.

Em cada um dos quadros estão representadas as sub-áreas que caracterizam os

diferentes tipos de actividades ou modalidades, em cada uma das áreas definidas

pelas finalidades.

Contudo, ainda são identificadass as matérias dentro dessas áreas e/ou sub-áreas,

considerando os modos e as formas típicas das práticas, as convenções sociais e

técnicas, bem como os modelos aplicáveis de sistematização das actividades físicas.

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Assim, o conteúdo de cada uma das matérias encontra-se especificado em três

níveis:

Introdução – onde se incluem as habilidades, técnicas e conhecimentos que

representam a aptidão específica ou preparação de base

(«fundamentos»);

Elementar – nível onde se discrimina os conteúdos constituintes do domínio

(mestria) da matéria nos seus elementos principais e já com

carácter mais formal, relativamente à modalidade da Cultura

Física a que se referem;

Avançado – que estabelece os conteúdos e formas de participação nas

actividades típicas da matéria, correspondentes ao nível

superior, que poderá ser atingido no quadro da disciplina de

Educação.

Ainda a salientar que existe uma parte do que é comum (ou igual) para todas as

escolas, outra parte são alternativas a adoptar localmente, pelo departamento

curricular de EF ou pelo professor.

Os motivos que justificam a escolha deste modelo são, fundamentalmente, os

seguintes:

A parte comum a todas as escolas, garante não só a homogeneidade do

currículo real, a determinado nível de desenvolvimento, como também

determina a atribuição a cada escola dos meios necessários à realização de

todas as áreas (extensão) da EF;

A parte alternativas a adoptar localmente, determinará o

aproveitamento das características próprias ou condições especiais, existentes

em cada escola e também incluir matérias ou partes de matéria (determinados

níveis de aperfeiçoamento), de acordo com a optimização dessas características

ou com as possibilidades de alunos de aptidões mais elevadas.

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7. – Princípios da Educação Física

Tendo em atenção a qualidade da participação do aluno na actividade educativa e

para que esta tenha uma repercussão positiva, profunda e duradoura, a mesma

baseia-se numa concepção definida por quatro princípios fundamentais,

segundo o Programa Nacional de Educação Física (2001, pp.6):

A garantia de actividade física correctamente motivada, qualitativamente

adequada e em quantidade suficiente, indicada pelo tempo de prática nas

situações de aprendizagem, isto é, no treino e descoberta das possibilidades

de aperfeiçoamento pessoal e dos companheiros.

A promoção da autonomia, pela atribuição, reconhecimento e exigência de

responsabilidades efectivas aos alunos, nos problemas organizativos e de

tratamento das matérias que podem ser assumidos e resolvidos por eles.

A valorização da criatividade, pela promoção e aceitação da iniciativa dos

alunos, orientando-a para a elevação da qualidade do seu empenho e dos

efeitos positivos das actividades.

A orientação da sociabilidade no sentido de uma cooperação efectiva entre

os alunos, associando-a não só à melhoria da qualidade das prestações,

especialmente nas situações de competição entre equipas, mas também ao

clima relacional favorável ao aperfeiçoamento pessoal e ao prazer

proporcionado pelas actividades.

8. – Finalidades da Educação Física

Mathews (1980) afirma que “como as finalidades da educação são mencionadas em

termos um tanto gerais e aplicam-se à total contribuição da educação na sua mais

ampla concepção, é necessário ser mais específico ao indicar a contribuição da

Educação Física em termos que ajudem o aluno a alcançar os alvos da educação”.

Assim, segundo o Programa Nacional de Educação Física (2001, pp. 7) “na perspectiva

da qualidade de vida, da saúde e do bem-estar:

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Melhorar a aptidão física, elevando as capacidades físicas de modo

harmonioso e adequado às necessidades de desenvolvimento do aluno.

Promover a aprendizagem de conhecimentos relativos aos processos de

elevação e manutenção das capacidades físicas.

Assegurar a aprendizagem de um conjunto de matérias representativas das

diferentes actividades físicas, promovendo o desenvolvimento multilateral

e harmonioso do aluno, através da prática de:

- Actividades físicas desportivas nas suas dimensões técnica, táctica,

regulamentar e organizativa;

- Actividades físicas expressivas (danças), nas suas dimensões técnica,

decomposição e interpretação;

- Actividades físicas de exploração da Natureza, nas suas dimensões

técnica, organizativa e ecológica;

- Jogos tradicionais e populares.

Promover o gosto pela prática regular das actividades físicas e assegurar a

compreensão da sua importância como factor de saúde e componente da

cultura, na dimensão individual e social.

Promover a formação de hábitos, atitudes e conhecimentos relativos à

interpretação e participação nas estruturas sociais, no seio dos quais se

desenvolvem as actividades físicas, valorizando:

- A iniciativa e a responsabilidade pessoal, a cooperação e a

solidariedade;

- A ética desportiva;

- A higiene e a segurança pessoal e colectiva;

- A consciência cívica na preservação de condições de realização das

actividades físicas, em especial da qualidade do ambiente.”

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9. – Objectivos da Educação Física

Ainda segundo o mesmo autor, “os objectivos da Educação Física são o alicerce

do programa de construção e, por várias razões importantes, devem reforçar todo o

movimento profissional que o professor de Educação Física faz.

Primeiramente, os objectivos na Educação Física são tangíveis. Podem ser

adequadamente observados e, na maioria das vezes, objectivamente medidos. Em

segundo lugar, os objectivos da Educação Física podem ser substanciados na base de

actuais achados na literatura de pesquisa. Em terceiro lugar, os principais objectivos

da educação física, quando executados, resultam em atributos vitalmente necessários

ao completo desenvolvimento dos jovens. Em quarto lugar, esses objectivos, pela sua

natureza genuína, ajudam leigos e profissionais a compreenderem o lugar da

Educação Física no programa educacional global. Finalmente – e tão importante – os

objectivos profissionais, quando completamente compreendidos, dão ao professor de

Educação Física a sua compreensão e direcção profissional. A completa compreensão e

o uso dos objectivos na educação física, quando ensinando, são as verdadeiras metas

do profissional.”

Assim os objectivos da Educação Física, segundo o Decreto de Lei nº 95/96, de

26 de Agostos, são:

Contribuir para a formação integral dos alunos na diversidade dos seus

componentes biofisiológicos, psicológicos, sociais e axiológicos, através do

aperfeiçoamento das suas aptidões sensório-motoras, da aquisição de uma

saudável condição física e do desenvolvimento correlativo da personalidade

nos planos emocional, cognitivo, estético, social e moral;

Promover a prática de actividades corporais, lúdicas e desportivas, bem

como o seu entendimento enquanto factores de cultura e de concretização

de valores sociais, estéticos e éticos;

Incentivar o gosto pelo exercício físico e pelas práticas desportivas, como

meio privilegiado de desenvolvimento pessoal, interpessoal e comunitário;

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Apoiar, estimular e desenvolver o desportivismo, o espírito de equipa e as

atitudes de cooperação, solidariedade, autonomia e criatividade, bem como

a capacidade de interpretação e de compreensão das potencialidades do

desporto como expressão cultural e factor de desenvolvimento humano;

Contribuir para a integração e reabilitação dos alunos portadores de

deficiências, através de actividades que atendam às suas características

específicas.

10. – O Espaço Escolar

A escola é um espaço onde surgem diversas situações envolvendo uma

comunidade educativa constituída por alunos, professores, pessoal não docente,

pais/encarregados de educação e representantes dos poderes locais que, com as suas

características específicas, seja capaz de se auto-organizar e responder

adequadamente aos seus problemas num clima de cooperação e inter-ajuda, com

vista à melhoria da qualidade educativa.

Segundo Romão e Pais (2006, pp.12) “o espaço escolar deverá utilizar

metodologias e estratégias que deverão proporcionar à criança a oportunidade de

realizar experiências de aprendizagens activas, significativas, diversificadas,

integradas e socializadoras. Metodologias que levem à aquisição progressiva de

conhecimentos numa perspectiva que valorize o desenvolvimento de capacidades de

pensamento e de atitudes favoráveis à aprendizagem, que desenvolvam processos que

contribuam para que os alunos sejam cada vez mais autónomos e mais activos na sua

própria aprendizagem, criando o gosto pelo saber, um pensamento autónomo e ao

mesmo tempo de cooperação com os outros.

Sendo assim, o espaço escolar constitui-se como um espaço privilegiado para a

apropriação da cultura e caracterização das actividades próprias desse espaço e as

instituições educativas têm o dever de proporcionar formas de ocupação formativas

desse tempo livre, seja através do desporto ou de outras actividades culturais.

A escola, deve proporcionar aos jovens espaços de desenvolvimento e incentivo a

nível cultural, seja no âmbito da arte, saúde, ciência, trabalho, poesia, etc.

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Monografia Sandra Camacho 23

Na escola ensina-se e aprende-se; é na escola e através da escola que muitos dos

hábitos futuros se podem ganhar e manter ao longo da vida. Neste sentido, uma

escola que permita o desenvolvimento criativo e livre do aluno está a cumprir com a

sua função educativa.

Espaços como a biblioteca (onde se aprende a estar, se pode ler, estudar, ouvir

música ou ver um filme) são indispensáveis para a criação de hábitos futuros de

leitura, consulta ou pesquisa de informação. A participação dos alunos nos diferentes

órgãos de gestão da escola (Conselho Pedagógico, Assembleia de Escola, Associação

de Estudantes, etc.) contribui muito para a formação do seu carácter. A frequência de

locais como os clubes existentes na escola (ludoteca, centro de recursos, clube cívico,

clube verde, clube de línguas, etc.) constitui-se como uma mais valia de

desenvolvimento da autonomia, responsabilidade e formação cívica dos alunos. Por

fim, a participação dos alunos na organização de eventos sejam eles de carácter

desportivo, informativo ou lúdico, representa sempre um caminho para o seu

desenvolvimento equilibrado e traduz-se no futuro num precioso “baú” de

experiências acumuladas que vão sendo aprimoradas ao longo da vida.”

No seguimento do pensamento anterior, surge assim a necessidade de se criar, em

todas as escolas, as condições materiais e pedagógicas para que cada aluno possa

usufruir dos benefícios da Educação Física, exigindo uma prática no sentido de haver

uma perspectiva do desenvolvimento integral do aluno. Os programas de Educação

Física procuram satisfazer esta exigência. A concepção de Educação Física, seguida

neste plano curricular, vem sistematizar esses benefícios, centrando-se no valor

educativo da actividade física, pedagogicamente orientada para o desenvolvimento

multilateral e harmonioso do aluno.

11. – A Educação Física na Escola

A Educação Física é extremamente essencial nas escolas, uma vez que constitui

um instrumento pedagógico eficaz, isto porque, ajuda a desenvolver o ser humano a

nível biopsicossocial, contribuindo para o desenvolvimento educativo com os seus

conhecimentos científicos e as suas possibilidades interdisciplinares, trabalhando

lado a lado com disciplinas como a Psicologia, a Biologia, a Filosofia, etc; e ainda tem

uma acção determinante na conservação e desenvolvimento da saúde, ajudando o

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Monografia Sandra Camacho 24

aluno a ajustar-se às contrariedades do dia-a-dia e às condições do mundo exterior,

enfrentando o futuro com uma atitude positiva.

Romão e Pais (2006, pp.13), afirmam que a “Educação Física é um processo ao

longo da vida, e particularmente para todos os jovens, emerge dela uma necessidade

de qualidade, pois:

É o meio mais efectivo (eficaz) de prover nos jovens (seja qual for a

capacidade/incapacidade, o sexo, a idade, a cultura, a raça, a etnia, a

religião ou o nível social, com habilidades, atitudes, valores e

conhecimentos) o entendimento para uma participação em actividades

físicas e desportivas ao longo da vida;

Ajuda os jovens a chegarem a uma integração segura e a um adequado

desenvolvimento da mente, corpo e equilíbrio;

É a única alternativa escolar cujo foco principal incide sobre o corpo,

actividade física, desenvolvimento físico e saúde;

Ajuda os jovens a desenvolverem padrões de interesse por actividade física,

os quais são essenciais para um desenvolvimento desejável e colabora na

construção dos fundamentos para um estilo de vida saudável na idade

adulta;

Ajuda os jovens a desenvolverem o respeito pelo seu corpo e o dos outros;

Desenvolve nos jovens o entendimento do papel da actividade física como

promotora de saúde;

Contribui para a confiança e a auto-estima dos jovens; realça o

desenvolvimento social, preparando os jovens para enfrentarem

competições, vencendo e perdendo, cooperando e colaborando”.

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Monografia Sandra Camacho 25

Contudo, a grande importância que a Educação Física assume na escola, deve-se,

também, em grande parte ao seu importante papel. Assim, Saavedra (s.d.; pp.70)

afirma que:

“Papel educativo – A Educação Física tem de ser encarada como qualquer

outro processo de cultura. Ao dizermos que a Educação Física deverá ser, e é, uma

prática educativa, não nos referimos só à prática exclusiva do desporto, mas sim a

outros aspectos, como a arbitragem, direcção de clubes, responsabilização, etc. A

Educação Física tem o papel de educar, de dar à criança e ao jovem um

enriquecimento das suas experiências, e fazer com que a criança e o jovem estimulem

a observação e a reflexão sobre si próprios e sobre o que os rodeia. A Educação física

tem o papel de habituar o jovem a organizar os meios em que se insere com vista a um

objectivo específico.

Papel recreativo – Este aspecto é o mais leve, o que atrai maior número de

pessoas e o único que o poder conhece e mal. O jovem vê na Educação Física uma

forma de diversão, de libertação do seu corpo; o jovem tem oportunidade de dar

largas às suas potencialidades físicas que, na maior parte das vezes, se encontram

fechadas. Este aspecto é de uma importância inegável na vida da criança, do jovem ou

do idoso.

Papel salutar e higiénico – Grande número de doenças existentes nos nossos

dias, como o “stress” e outras, originadas pela sedentarização do homem e pela vida

muito activa, encontram na Educação Física e na prática desportiva uma grande

oposição.

Papel sociopsicológico – Um dos objectivos da Educação Física é facilitar e

intensificar as relações entre os alunos e toda a sociedade que os rodeia, permitir a

experiência colectiva e favorecer a aprendizagem das outras disciplinas. A prática do

desporto serve, também, para uma organização dos alunos em grupos de trabalho e

uma facilidade de convivência e de presença em grupo. A Educação Física neste

campo ainda tem outro papel importante que é o da descompressão das ideias, o do

escape à sociedade, à burocracia e ao enciclopedismo do ensino”.

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Monografia Sandra Camacho 26

Afirma ainda, Costa (s.d.; pp. 5) “a Educação Física tem uma dupla acção na

preparação da juventude:

- Durante a sua frequência, na escola, com o ingresso no desporto extra-escolar;

- Após a sua frequência, com o ingresso no desporto como ocupação dos tempos

livres.”

Este autor defende ainda que “o objectivo fundamental da aprendizagem e educação

é formar o jovem para dominar a sua vida futura – conhecimentos, habilidades,

mentalidade e formas de comportamento.

Assim, a Educação Física deve ter como paradigma:

1. - Educação para a Organização Desportiva

- Interpretar criticamente a organização desportiva ao nível da gestão das

instituições e das estruturas desportivas.

- Analisar as diferenças entre o Desporto e a Educação Física.

- Analisar as diferenças entre o desporto de rendimento e o desporto de

recreação e suas práticas.

2. - Educação para o Desporto

- Conhecer e compreender os fundamentos do treino, as suas leis biológicas, as suas

alterações orgânicas e a prevenção sobre o treino intensivo precoce.

- Realizar debates sobre assuntos relativos à interpretação e participação nas

estruturas sociais como factor de elevação cultural dos praticantes e da

comunidade em geral.

- Avaliar as actividades desportivas nas suas dimensões técnica, táctica,

regulamentar e organizativa.

- Analisar o movimento olímpico da Antiguidade até aos nossos dias, numa

perspectiva histórica, económica, política e social.

3. - Educação para o Lazer

- Conhecer e compreender os fundamentos do exercício físico e as suas práticas

como factor de saúde e de cultura, na dimensão individual e social.

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Monografia Sandra Camacho 27

- Formar uma consciência cívica na preservação de condições de realização do

exercício físico, em especial de qualidade ambiental, como forma de vida mais

saudável.

- Realizar debates sobre assuntos relacionados com a cultura física, como factor

da condição física das populações e da possibilidade de prática das suas

modalidades.

- Realizar as actividades rítmicas e expressivas - dança e jogos tradicionais

populares.

4. - Educação para a Saúde

- Conhecer o funcionamento do corpo humano e das suas alterações.

- Conhecer e aplicar formas de elevar o nível funcional das capacidades motoras.

- Realizar debates sobre os factores de saúde e riscos associados à prática das

actividades físicas.

5. - Educação para a Participação

- Promover a formação de hábitos, atitudes e conhecimentos, valorizando a

responsabilidade, a cooperação e jogo limpo.

- Conhecer os aspectos fundamentais da prevenção desportiva ao nível das lesões

desportivas e da ansiedade na competição.

- Realizar debates sobre assuntos relacionados com a ética desportiva e sua

participação nas actividades desportivas.”

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Monografia Sandra Camacho 28

12. - A Educação Física e o Desporto Escolar

Sendo a base do sistema educativo o ALUNO, e a ESCOLA uma via institucional,

entre outras, de acesso à educação e implicitamente à pratica de actividades

desportivas, a Educação Física, como área do currículo, contribui para o

desenvolvimento integral do aluno ao incidir sobre o seu comportamento motor,

utilizando especificamente a actividade motora nos processos de Ensino–

Aprendizagem.

Por sua vez, o Desporto Escolar é uma actividade física desportiva extra–

curricular, destinada a todos os jovens que a queiram praticar, isento do carácter

formativo que lhe deve estar subjacente, vemos nos grupos desportivos as crianças e

jovens mais dotados desportivamente.

Assim, de acordo com a Lei de Bases do Sistema Educativo (art.51º), as

actividades curriculares dos diferentes níveis de ensino devem ser complementadas

por acções orientadas para a formação integral e a realização pessoal dos educandos,

no sentido da utilização criativa e formativa dos seus tempos livres.

O desenvolvimento do sistema educativo passa, necessariamente, por uma bem

estruturada organização da Educação Física e do Desporto Escolar. No entanto, ao

passo que a Educação Física se situa no quadro das actividades curriculares, o

desporto escolar carece de tratamento próprio, em virtude de se tratar de uma

actividade de complemento curricular.

A concretização das suas finalidades determina, inequivocamente, que o desporto

se integre na vida escolar, surgindo como uma componente da actividade educativa

proporcionada pelo estabelecimento de ensino.

O acesso à educação, ao bem-estar físico e à saúde, através de uma prática

desportiva orientada, é um direito que assiste a todos os portugueses, com especial

incidência nos jovens em idade escolar.

Simultaneamente, o Desporto Escolar deve promover a saúde e a condição física,

bem como a educação moral, intelectual e social da juventude portuguesa, no respeito

absoluto pelo direito à individualidade e à diferença, partindo do princípio de que a

actividade desportiva do jovem deve servir exclusivamente a sua educação, sem

parcialismo e em verdadeiro espírito de cooperação.

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Monografia Sandra Camacho 29

Assumindo-se o Desporto Escolar como um subsistema totalmente integrado no

sistema educativo, deve, contudo, ser também um sector autónomo do sistema

desportivo, onde poderá estabelecer ligações com os outros subsistemas, numa

situação de igualdade institucional, nomeadamente, no quadro das relações com os

clubes e as federações desportivas, salvaguardando sempre o primado da educação,

das suas estruturas próprias e da sua unidade de direcção.

Por outro lado, imperativo se torna sublinhar a necessária coerência sistémica

entre a área ou disciplina de Educação Física e o Desporto Escolar como actividade de

complemento curricular, assegurando a respectiva estrutura orgânica de forma

coerente e operativa desde a escola à administração central.

O Desporto Escolar decorre, com efeito, tal como as demais actividades escolares,

sob a responsabilidade dos órgãos de gestão e administração dos estabelecimentos de

educação e ensino, constituindo a escola a unidade organizativa de base do Desporto

Escolar.

No respeito pelas características específicas de cada região, o Desporto Escolar

deve basear-se num sistema aberto de modalidades e de práticas desportivas que

serão organizadas, integrando de modo harmonioso as dimensões próprias desta

actividade, designadamente, o ensino, o treino, a recreação e a competição.

Ainda, porque o Desporto Escolar se situa no domínio da área formal das práticas

desportivas, atende-se que só deve ser desenvolvido, a nível de cada escola, desde que

estejam garantidas as condições pedagógicas, técnicas e organizacionais que

salvaguardem a dignidade do acto pedagógico e desportivo.

No entanto, Andrade (1996, pp. 22) refere que “a relevância atribuída à

Educação Física e ao Desporto Escolar decorreu do facto de que o desenvolvimento

das dimensões, sentidos e domínios da prática desportiva está estreitamente

associado à expressão, ao nível do desporto infantil e juvenil.

Como sabemos, é na idade escolar que se formam interesses com raízes sólidas e

duradoiras, que podem ser constituídos os alicerces para uma prática desportiva

para toda a vida.

Assim, constitui uma tarefa central – comum à Educação Física e ao Desporto

Escolar -realizar de modo mais profundo, e abrangente a formação desportiva-

corporal de base de todos os alunos. Entusiasmar cada vez um maior número de

crianças e jovens pelo desporto, formar atitudes duradoiros e positivas para com o

desporto e a actividade física, enraizar profundamente o sentido e a necessidade de

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Monografia Sandra Camacho 30

uma prática desportiva regular. O esforço que tem vindo a ser realizado nesta

matéria, não impede que renovarmos a Educação Física e o Desporto Escolar, de

forma a cumprirem e poderem estar à altura da sua tarefa pedagógica-social.

Assim, torna-se necessário criar na escola e colocar à disposição dos alunos,

dentro dos condicionalismos que sabemos existir, uma vasta variedade de prática

desportiva, por forma a irmos ao encontro dos interesses e motivações dos alunos,

da necessidade de compreenderem a importância de uma exercitação continuada,

de jogo, de movimento, dos treinos, de competição, de rendimento bem como de

socialização, de convívio, de comunicação e de interacção.

O ensino e a prática do Desporto na Escola terão de se compactuar pela

qualidade. E qualidade significa assumir e desenvolver, ao mais alto nível, os

interesses e expectativas dos alunos, bem como rentabilizar ao máximo os recursos

humanos existentes.

É necessário que o ensino e a prática do Desporto na Escola assentem e

favoreçam uma unidade de condição, de competência, de motivação, de emoção

de consciência, de vivência e experiência, de participação activa e responsável dos

alunos.”

12.1. – Conceito de Desporto Escolar

Soares (1997, pp. 26) define o Desporto Escolar como “o conjunto de práticas

lúdico-desportivas e de formação com o objectivo desportivo desenvolvido como

complemento curricular e ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de

participação e de escolha integradas no plano de actividades e coordenadas no âmbito

do sistema educativo”.

Já o Modelo de Bases de Desenvolvimento (2002, pp. 3) descreve que “O Desporto

Escolar é uma actividade de complemento curricular específica (em determinada

modalidade desportiva), facultativa e vocacional (segundo as aptidões pessoais do

aluno, as condições e regras da participação específicas da modalidade e o nível de

prática), visando a aptidão atlética e a cultura desportiva no domínio da modalidade

desportiva escolhida.”

Para Pina (2002, pp. 27) “O Desporto Escolar constitui uma plataforma perfeita

para uma aprendizagem psico-social, além de advertir para a importância de um

estilo de alimentação e de vida saudáveis. Os professores têm a possibilidade de

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Monografia Sandra Camacho 31

motivar os seus alunos a empenharem-se a longo prazo em outras modalidades

desportivas fora do sistema escolar. Aos alunos é oferecida por sua vez a

oportunidade de conhecer as mais variadas modalidades desportivas e de

escolherem aquelas que mais se identificam.”

Ainda, segundo o Modelo de Bases (2002, pp. 3) o Desporto Escolar enquanto

organização “é a actividades de treino semanal, para os alunos inscritos (segundo as

regras e os critérios de organização e de participação específicos da modalidade), na

unidade "grupo-equipa". Actividades de convívio/competição interna e inter-escolas,

cobrindo as diversas áreas (tipos de actividade) consideradas no programa de

Educação Física, em todas as escolas ou agrupamentos de escolas, incluindo

actividades pontuais, com deslocação para fora da escola, em modalidades de

exploração da natureza (orientação, canoagem, escalada, ciclismo ou BTT, surf, etc.)

e/ou em convívios de demonstração ou competição.”

Assim, podemos afirmar que, apesar do carácter facultativo do Desporto Escolar, o

mesmo deverá ser integrado no plano da escola, tendo em conta as suas opções e as

realidades específicas, podendo estabelecer ligações com outros subsistemas,

nomeadamente no quadro das relações com Federações/Associações Desportivas.

Soares (1997, pp. 25) vem corroborar o parágrafo anterior, pois afirma que o

Desporto Escolar é “um sistema totalmente integrado no sistema educativo, contudo,

ser também um sector autónomo do sistema desportivo, onde poderá estabelecer

ligações com os outros subsistemas, numa situação de igualdade institucional,

nomeadamente no quadro das relações com os clubes e as federações desportivas,

salvaguardando-se sempre o primado da educação, das suas estruturas próprias e da

sua unidade de direcção.”

Em forma de conclusão, Pina (2002, pp.30) realça que “as relações entre a

educação física e o desporto escolar nunca foram muito pacíficas, tendo sido objecto

de grandes discussões, preocupações, divergências e contradições ou incompreensões

e, ainda hoje se fazem sentir alguns ecos no seio dos profissionais de educação física

com reflexos no desenvolvimento deste processo na escola.”

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Monografia Sandra Camacho 32

12.2. – Objectivos Desporto Escolar

Rodrigues (s.d.), assegura que “o Desporto Escolar é uma actividade extra-

curricular de complemento à disciplina de Educação Física. Só pode ser dada por

professores de Educação Física ou por professores que, não sendo desta disciplina,

tenham formação desportiva em alguma modalidade. Os objectivos do Desporto

Escolar são os seguintes:

Incentivar a participação dos alunos no planeamento e gestão das

actividades desportivas escolares, nomeadamente, no seu papel como

dirigentes, árbitros, juízes e cronometristas;

Fazer com que seja observado o respeito pelas normas do espírito

desportivo, fomentando o estabelecimento, entre todos os participantes,

de um clima de boas relações interpessoais e de uma competição leal e

fraterna;

Orientar as equipas desportivas escolares para que tenham sempre

presente a importância, através da análise dos factores de risco, da

prevenção e do combate ao consumo de substâncias dopantes;

Observar e cumprir rigorosamente as regras gerais de higiene e segurança

nas actividades físicas;

Oferecer aos alunos um leque de actividades que, na medida do possível,

reflicta e dê resposta às suas motivações intrínsecas e extrínsecas,

proporcionando-lhes actividades individuais e colectivas, que sejam

adequadas aos diferentes níveis de prestação motora e de estrutura

corporal;

Dar a conhecer aos alunos, ao longo do seu processo de formação, as

implicações e benefícios de uma participação regular nas actividades

físicas e desportivas escolares, valorizá-las do ponto de vista cultural e

compreender a sua contribuição para um estilo de vida activa e saudável;

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Monografia Sandra Camacho 33

Proporcionar a todos os alunos, dentro da Escola, actividades desportivas

de carácter recreativo/lúdico, de formação, ou de orientação desportiva;

Proporcionar actividades de formação e/ou orientação desportiva, tendo

em vista a aquisição de competências físicas, técnicas e tácticas, na via de

uma evolução desportiva e da formação integral do jovem.”

13. - Taxononia das Actividades Desportivas

Um sistema de classificação permitir identificar, agrupar e arrumar o

conhecimento, uma vez que este é muito vasto, permitindo assim uma rentabilização

da sua utilização.

Ainda, podemos afirmar que o objectivo central do sistematizar é a criação de

categorias, de forma a clarificar, com o intuito de nos fornecer informações

específicas e/ou até mesmo generalizadas.

Neste estudo, foi utilizada a Taxononia de Fernando Almada. Este, criou um

sistema de classificação para as actividades desportivas e que ao fazermos uso dela,

permitir-nos-á o arrumar do conhecimento, visando por sua vez a rentabilização da

sua utilização, uma vez que nos facilita o seu acesso.

Lopes (2002) afirma que “esta Taxononia de F. Almada tem um carácter funcional

porque dá-nos indicações directas para uma interpretação eficiente da realidade.

Baseia-se na dinâmica e não meramente nos seus aspectos formais. É centrada no

homem que o pratica tentando gerir o problema encarado por este.”

Antes de mais, teremos que fazer a distinção entre os objectivos reais e

convencionais, pelas implicações que têm uns e outros na atitude do praticante,

assim:

-Objectivos Reais – são aqueles que correspondem dentro de uma lógica

autoritária (com sentido de sobrevivência às funções que poderiam ser

desempenhadas numa situação concreta em que se procurasse resolver aquela

problemática).

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Monografia Sandra Camacho 34

-Objectivos Convencionais – surgiram por mero acordo entre as partes e, embora

obrigue a uma dinâmica que lhe é própria, poderia ser substituída pelo seu

contrário sem que a lógica do jogo sofresse alterações.

Posto isto, esta taxonomia encontra-se dividida em seis categorias, assim, Almada

(1994, pp. 21) assegura que “a justificação da Taxononia encontra-se expressa na

especificidade de cada um dos modelos apresentados, o que lhe confere um carácter

funcional, próprio para a utilização no quadro das gestão das actividades desportivas.

São identificados seis problemas e são apresentados, portanto, seis modelos para o

tratamento do conhecimento, a saber:

1 – Desportos Individuais

2 – Desportos Colectivos

3 – Desportos de Combate

4 – Desportos de Grandes Espaços

5 – Desportos de Adaptação ao Meio

6 – Desportos de Confrontação Directa”

1 - Desportos Individuais

Características mais Marcantes

- Privilegiam o conhecimento de alguns aspectos do praticante; o desempenho é

independente da forma de oposição do adversário.

Tipo de Objectivos

- Convencionais.

Variáveis Principais em Jogo

- O conhecimento dos “limites do eu” em algumas variáveis.

2 - Desportos Colectivos

Características mais Marcantes

- Privilegiam a divisão do trabalho, implicando portanto o desempenho de funções

específicas e o domínio da dinâmica das suas coordenações (dinâmica de

grupos).

Page 35: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 35

Tipo de Objectivos

- Convencionais.

Variáveis Principais em Jogo

- A função a desempenhar;

- A dinâmica de grupos.

3 - Desportos de Combate

Características mais Marcantes

- Privilegiam o conhecimento do “eu, no confronto com situações críticas” (a

noção de morte, mesmo que simbolizada, está sempre presente) e no diálogo

com o outro.

Tipo de Objectivos

- Reais.

Variáveis Principais em Jogo

- O conhecimento do “eu” total integrado no grupo.

4 - Desportos de Grandes Espaços

Características mais Marcantes

- Privilegiam a relação do homem com o meio em “espaço abertos”.

Tipo de Objectivos

- Reais.

Variáveis Principais em Jogo

- As capacidades de relação do Homem com os espaços de grandes dimensões e a

consequente solicitação da capacidade de adaptação e percepção da sua

integração num contexto universal.

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Monografia Sandra Camacho 36

5 - Desportos de Adaptação ao Meio

Características mais Marcantes

- Privilegiam a relação com um meio diferente daquele em que o praticante

automatizou, já há o domínio dos factores de integração.

Tipo de Objectivos

- Reais.

Variáveis Principais em Jogo

- Adaptação ao meio.

6 - Desportos de Confrontação Directa

Características mais Marcantes

- Privilegiam o diálogo com o opositor, normalmente por meio de um objecto

interposto.

Tipo de Objectivos

- Convencionais.

Variáveis Principais em Jogo

- Meios de diálogo com o opositor.

Ainda, segundo Almada (1994, pp. 38) “pensamos que uma actividade desportiva

deverá estar sempre centrada no Homem que a prática e não nas formas que tenha,

na constituição das equipas que a praticam, ou em qualquer outro factor, por mais

importante que este seja. O que procuramos gerir são os problemas encarados pelo

praticante e é, portanto, nesta perspectiva que teremos de definir a funcionalidade

que temos de servir quando operacionalizamos a nossa acção de gestão das

actividades desportivas.”

Em jeito de conclusão, Lopes (2002) volta a sublinhar que “esta taxonomia é útil

porque permite fazer uma gestão eficiente das actividades desportivas no seu todo,

baseado na atitude do praticante e nos problemas encarados por este.”

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III. ESTUDO REALIZADO

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Monografia Sandra Camacho 38

1. – Introdução

Neste capítulo iremos descrever a parte prática do nosso trabalho, que consistiu

na caracterização e análise dos planos anuais de Educação Física e das modalidades

praticadas ao nível do Desporto Escolar nas escolas do 3º Ciclo da RAM.

Assim, segue-se a apresentação e discussão dos resultados obtidos. Primeiro,

apresentamos um quadro com uma estatística descritiva de cada grupo, sendo,

simultaneamente, apresentados e discutidos/analisados os resultados.

2. – Metodologia Utilizada

2.1. - Caracterização da Amostra

De um total de 28 escolas do 3º Ciclo existentes na RAM, 26 delas têm definido

pelo grupo disciplinar, o plano anual para a leccionação da Educação Física. Duas

escolas não tinham definido nenhum planeamento anual para as aulas de Educação

Física, pois este, nestes estabelecimentos, é feito segundo a disponibilidade das

instalações para cada professor da escola.

Relativamente ao Desporto Escolar, todas as escolas participaram durante este

ano lectivo, perfazendo um total de 28 escolas, com pelo menos um núcleo de

modalidade desportiva.

Neste sentido, foram tratados e analisados os dados obtidos pelas escolas que

nos forneceram as modalidades (nucleares e alternativas) previstas a leccionar nas

aulas de Educação Física e a participar no Desporto Escolar para o 3º Ciclo.

Número de Escolas do

Estudo

Educação Física – 3º Ciclo 26 Escolas

Desporto Escolar – 3º Ciclo 28 Escolas

Quadro 1 – Amostra Total do 3º Ciclo

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Monografia Sandra Camacho 39

2.2. – Realização do Estudo

Para a realização deste trabalho, começamos por efectuar o levantamento de

todas as escolas que leccionam o 3º Ciclo na RAM, através de uma pesquisa no site da

Secretaria Regional da Educação.

Posteriormente, procedemos à recolha, em cada escola, dos dados que

pretendíamos e que tínhamos previamente estabelecidos para a caracterização, a qual

consistiu no levantamento das seguintes informações:

- Planos anuais de Educação Física, com as modalidades definidas para a

leccionação no presente ano lectivo;

- Número de professores de Educação Física;

- Número de alunos;

- Modalidades praticadas ao nível do Desporto Escolar.

Para conseguirmos recolher os dados relativos à totalidade das escolas da

amostra, tivemos de utilizar diferentes tipos de procedimentos, nomeadamente: ofício

(anexo 1), contacto directo com o delegado do Grupo de Educação Física, com o

Coordenador do Desporto Escolar e, nalguns casos, com professores que tinham

participado na tomada de decisão relativa aos dados em causa.

Após o levantamento dos dados, estes foram transcritos escola a escola para um

quadro geral efectuado por nós (anexo 2).

De seguida, foi realizado uma análise aos Programas de Educação Física do 3º

Ciclo, como forma de tomarmos conhecimento das modalidades que compunham o

plano curricular deste ciclo de estudos (Modalidades Nucleares e Alternativas).

A análise dos dados em cada escola, foi realizada da seguinte forma:

- Por Ciclo de Estudos;

- Por Ano Curricular;

- Por Concelhos (Concelho do Funchal e Outros);

- Por Número de Alunos por Escola (de 0 a 499 alunos, de 500 a 999 alunos, de

1000 a 1499 alunos e mais de 1500 alunos).

Este procedimento foi realizado para as Actividades Nucleares e Alternativas que

compõem o Ciclo em causa, bem como para as Actividades que são disponibilizadas

pelo Desporto Escolar.

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Monografia Sandra Camacho 40

Para uma melhor compreensão das opções feitas por cada escola, achamos

pertinente elaborar e aplicar um questionário (anexo 3). Este foi composto por seis

questões abertas, três das quais referentes às aulas de Educação Física e as outras três

relativas ao Desporto Escolar.

A aplicação do questionário foi efectuada por nós e as escolas foram

seleccionadas aleatoriamente.

Terminado os questionários, passamos ao tratamento das respostas obtidas,

transcrevendo-as em Microsoft Excel, onde colocamos todas as palavras ou frases

chaves das respostas, no sentido de facilitar a análise e interpretação dos resultados.

Findo, todo este processo, passamos à análise e discussão dos resultados, na qual

confrontamos e comparamos os dados consoante a pertinência e de modo a

enriquecer ainda mais esta caracterização.

Page 41: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 41

3. – Análise e Discussão dos Resultados

No decurso deste ponto, iremos analisar e discutir os dados recolhidos do

levantamento dos planos anuais da Educação Física e das modalidades praticadas no

Desporto Escolar, das escolas do 3º Ciclo da Região Autónoma da Madeira.

Após a análise das tendências do programa da Educação Física do 3º Ciclo,

apresentaremos os planeamentos anuais, segundo a Taxonomia de Fernando Almada.

No quadro, abaixo discriminado, poder-se-á verificar a correspondência entre a

taxonomia de Fernando Almada e a Proposta Programa Nacional de Educação Física:

Taxononia de F. Almada Proposta PNEF

Desportos Colectivos

Andebol,

Basquetebol,

Voleibol,

Futebol.

Desportos Individuais

Ginástica,

Atletismo,

Patinagem.

Desportos de Combate Luta

Desportos dos Grandes Espaços ------------------

Desportos de Adaptação ao Meio Orientação

Desportos de Confrontação directa Raquetas

Quadro 2 – Correspondência da Taxonomia de F. Almada e a Proposta PNEF

Assim, esta análise será realizada em torno das modalidades Nucleares e

Alternativas, mais ou menos abordadas nas escolas do 3º Ciclo da RAM.

Contudo, fizemos ainda uma análise muito mais pormenorizada, ou seja,

efectuamos uma:

Análise geral;

Análise por Concelhos (onde separamos o concelho do Funchal dos

restantes);

Análise consoante o número de alunos (diferenciando as escolas com menos

de 500 alunos, de 500 a 999 alunos, de 1000 a 1499 alunos e finalmente as

escolas com mais de 1500 alunos).

Page 42: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 42

Assim, para uma melhor compreensão deste trabalho, esquematizámo-lo do

seguinte modo:

Educação Física

Sistematização segundo a Taxonomia de F. Almada:

- Análise geral;

- Análise por Concelhos;

- Análise consoante o número de alunos.

Modalidades abordadas no 3º Ciclo:

- Análise geral;

- Análise por Concelhos;

- Análise consoante o número de alunos.

Desporto Escolar

Sistematização segundo a Taxonomia de F. Almada:

- Análise geral;

- Análise por Concelhos;

- Análise consoante o número de alunos.

Modalidades abordadas no 3º Ciclo

- Análise geral;

- Análise por Concelhos;

- Análise consoante o número de alunos.

Antes de concluir este ponto, ainda realizámos a comparação entre as

modalidades praticadas nas aulas de Educação Física e as modalidades oferecidas no

Desporto Escolar e, confrontámos, com os dados recolhidos dos questionários

aplicados, de forma a melhor compreender o porquê da maior ou menor percentagem

da abordagem de certas modalidades, quer na Educação Física quer no Desporto

Escolar.

Para finalizar, ainda efectuaremos uma síntese, ou seja, um apanhado de todas

as informações pertinentes e/ou relevantes.

Page 43: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 43

3.1. – Educação Física

Para uma melhor compreensão das modalidades abordadas, devido ao prévio

planeamento realizado pelas escolas para as aulas de Educação Física, iremos

apresentar, segundo a Taxononia de Fernando Almada, a tendência dos programas

curriculares, relativamente às modalidades nucleares.

Dos planos anuais, recolhidos das 26 escolas do 3º Ciclo, apresentaremos a

respectiva análise. Descrevendo e confrontando as informações de maior relevo,

procedendo à interligação dos dados surgidos ao longo deste processo. Deste modo,

pretende-se dar mais ênfase a cada análise efectuada.

3.1.1. – Sistematização do Programa Nacional de Educação

Física

Modalidades Nucleares Programa

Número %

Desportos Colectivos 4 33,3%

Desportos Individuais 3 25%

Desportos de Combate 1 8,3%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0%

Desportos de Adaptação ao Meio 1 8,3%

Desportos de Confrontação directa 1 8,3%

Dança 1 8,3%

Jogos Tradicionais 1 8,3%

Quadro nº3 – Modalidades do Programa Nacional, segundo a Taxononia de F. Almada

Pela análise do quadro nº 3, podemos verificar que o Programa Nacional de

Educação Física, privilegia essencialmente a prática, em todos os anos do 3º Ciclo,

das Modalidades Colectivas (33,3%) e dos Desportos Individuais (25%), segundo a

Taxonomia de Fernando Almada.

Referente às restantes modalidades, observamos uma reduzida percentagem para

a prática das mesmas. Há ainda a salientar que, a nível de Desportos dos Grandes

Espaços, o Programa não oferece nenhuma modalidade para a prática da mesma.

Podemos concluir, que a tendência para estas modalidades, como podemos

constatar pelo Programa Nacional de Educação Física, irá privilegia a prática de

determinadas modalidades em detrimento de outras, o que por seu turno, e da nossa

Page 44: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 44

opinião, irá acabar por provocar lacunas a nível do desenvolvimento motor dos

alunos.

3.1.2. - Sistematização das modalidades abordadas no 3º Ciclo, segundo a Taxonomia de F. Almada

Neste ponto, iremos efectuar uma análise quer das modalidades nucleares, quer

das alternativas abordadas em todo o 3º Ciclo das escolas, que compõem a rede

escolar da Região Autónoma da Madeira. Neste contexto, iremos incluir e confrontar

as mesmas, consoante a taxonomia de Fernando Almada, efectuando uma análise

geral, por concelhos e consoante o número de alunos.

De salientar que, após o tratamento de dados, existem certas categorias que não

foram integradas na referida taxonomia, quer a nível das modalidades nucleares, quer

nas alternativas, pelo facto das informações recolhidas não focarem qualquer

modalidade referente àquelas categorias.

A destacar, ainda, que desta recolha, surgiram modalidades, cujas características

não se enquadravam em qualquer das categorias da taxonomia, assim, sentimos a

necessidade de adaptar as seguintes categorias:

DANÇA

Neste parâmetro, incluímos a dança e todas as suas variantes abordadas nas

aulas, uma vez que as mesmas podem ser praticadas nas diversas variantes.

JOGOS TRADICIONAIS

Uma vez que esta modalidade, apresenta diversas variantes de diferentes

características, optámos por incluí-las numa única categoria, na qual qualquer

jogo tradicional pudesse ser inserido e tratado.

INDEFINIDO

Criámos este parâmetro, porque surgiram categorias cujas características não

se enquadravam nas restantes, ou seja, conteúdos ligados ao Trabalho das

Capacidades Física e Coordenativas e Praia.

Page 45: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 45

3.1.2.1. – Análise geral

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 26 100% 26 100% 25 96,2%

Desportos Individuais 26 100% 26 100% 25 96,2%

Desportos de Combate 2 7,7% 5 19,2% 1 3,8%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 3 11,5% 2 7,7% 3 11,5%

Desportos de Confrontação directa 20 76,9% 20 76,9% 18 69,2%

Dança 5 19,2% 5 19,2% 4 15,4%

Jogos Tradicionais 2 7,7% 2 7,7% 1 3,8% Quadro 4 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo na RAM

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

% d

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bo

rda

ge

m

D. C

ol.

D. In

d.

D. C

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.

D. G

. E

.

D. A

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.

D. C

. D

.

Da

nça

J. T

.

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 1 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo na RAM

Através desta figura conseguimos analisar a frequência com que certas

classificações foram escolhidas em detrimento de outras.

Assim, verificamos que a maioria das escolas do 7º e 8º ano abordam na sua

totalidade os Desportos Colectivos e os Individuais (100%), contudo o 9º ano é o que

apresenta uma menor percentagem de abordagem de ambas as modalidades (96,2%).

Os Desportos de Confrontação Directa encontram-se na 3ª modalidade mais

abordada, no 3º Ciclo, variando somente a percentagem de abordagem, pois

apresentam uma percentagem de 76,9 n0 7º e 8º Ano e de 69,2 no 9º Ano.

Page 46: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 46

No que concerne ao conjunto de modalidades menos abordadas, tais como: os

Desportos de Combate, os Desportos de Adaptação ao Meio, a Dança e os Jogos

Tradicionais; observou-se que a Dança é a mais praticada, dentro do grupo das

modalidades menos praticadas.

Há, ainda, a salientar que os Desportos de Grandes Espaços é a modalidade que

nenhuma escola do 3º Ciclo aborda.

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 3 11,5% 3 11,5% 4 15,4%

Desportos Individuais 8 30,8% 9 34,6% 10 38,5%

Desportos de Combate 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8%

Desportos de Confrontação directa 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Indefinido 4 15,4% 4 15,4% 5 19,2%

Quadro 5 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 3º Ciclo na RAM

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

% d

e A

bo

rdag

em

D. C

ol.

D. In

d.

D. C

om

.

D. G

. E

.

D. A

. M

.

D. C

. D

.

Indefin

ido

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 2 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 3º Ciclo na RAM

Dos dados referentes à figura nº 2, depreendemos que as escolas do 3º Ciclo não

leccionam nenhuma modalidade a nível dos Desportos de Combate, Desportos de

Grande Espaços e os Desportos de Confrontação Directa, em contrapartida os

Desportos Individuais é a modalidade mais abordada, apresentando uma

percentagem de 38,5 no 9º Ano, 34,6 no 8º Ano e 30,8 no 7º Ano.

Page 47: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 47

Os Desportos Colectivos e os Indefinidos surgem após os Individuais, com

percentagem idênticas em todos os anos, ou seja, 11,5% e 15,4%, respectivamente.

Já os Desportos de Adaptação ao Meio apresentam uma percentagem de 3,8 em

todo o 3º Ciclo.

3.1.2.2. – Análise por Concelhos

Modalidades Nucleares 7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 10 38,5% 10 38,5% 10 38,5%

Desportos Individuais 10 38,5% 10 38,5% 10 38,5%

Desportos de Combate 1 3,8% 2 7,7% 0 0,0%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 1 3,8% 1 3,8% 2 7,7%

Desportos de Confrontação Directa 6 23,1% 7 26,9% 5 19,2%

Dança 3 11,5% 2 7,7% 2 7,7%

Jogos Tradicionais 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8%

Quadro 6 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo do Concelho

do Funchal

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

% d

e A

bo

rda

ge

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D. C

ol.

D. In

d.

D. C

om

.

D. G

. E

.

D. A

. M

.

D. C

. D

.

Da

nça

J.T

.

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 3 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo do Concelho do

Funchal

Através dos dados expressos na figura nº3, deparámo-nos que 3,8% das escolas do

Concelho do Funchal, abordam os Desportos Colectivos e os Individuais.

No 3º Ciclo, os Desportos de Confrontação Directa são a 3ª modalidade mais

abordada, mas com uma maior percentagem de prática o 8º Ano. Em contrapartida, a

Page 48: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 48

Dança, volta a destacar-se por ser a mais praticada, dentro do grupo das modalidades

menos praticadas, com uma maior incidência no 7º Ano.

Nenhuma escola do Concelho do Funchal, a nível do 9º Ano, aborda a modalidade

de Desportos de Combate, bem como os Desportos de Grandes Espaços, só que desta

em todo o 3º Ciclo.

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 16 61,5% 16 61,5% 16 61,5%

Desportos Individuais 16 61,5% 16 61,5% 16 61,5%

Desportos de Combate 1 3,8% 3 11,5% 3 11,5%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 2 7,7% 1 3,8% 1 3,8%

Desportos de Confrontação directa 14 53,8% 13 50,0% 13 50,0%

Dança 2 7,7% 3 11,5% 3 11,5%

Jogos Tradicionais 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8%

Quadro 7 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo fora do

Concelho do Funchal

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

% d

e A

bo

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ge

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D. C

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D. In

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D. C

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.

D. G

. E

.

D. A

. M

.

D. C

. D

.

Da

nça

J.T

.

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 4 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo fora do

Concelho do Funchal

No que concerne às modalidades nucleares, fora do Concelho do Funchal,

voltamos a constatar um predomínio da prática dos Desportos Colectivos e

Individuais (61,5%).

Page 49: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 49

Os Desportos de Confrontação Directa são novamente a 3ª modalidade mais

abordada, com a sua maior incidência de prática a nível do 3º ano.

Como verificamos no gráfico anterior, os Desportos de Combate não são

praticados nas escolas do Concelho do Funchal, a nível do 9º Ano, mas em

contrapartida os mesmos passam a ser abordados nas escolas fora deste concelho, na

ordem de 11,5 %.

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8%

Desportos Individuais 2 14,3% 2 14,3% 3 21,4%

Desportos de Combate 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Confrontação Directa 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Indefinido 1 7,1% 1 7,1% 1 7,1% Quadro 8 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 3º Ciclo do Concelho

do Funchal

0%

5%

10%

15%

20%

25%

% d

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em

D. C

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D. C

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.

D. G

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.

D. A

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.

D. C

. D

.

Indefin

ido

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 5 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo do

Concelho do Funchal

Page 50: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 50

Quanto às modalidades alternativas do Concelho do Funchal, constatamos que

não existe qualquer prática, quer a nível dos Desportos de Combate, quer nos

Desportos de Grandes Espaços e dos Desportos de Confrontação Directa e de

Adaptação ao Meio.

Contudo, os Desportos Individuais são a modalidade mais abordada, com uma

percentagem de 38,5 no 9º Ano, 34,6 no 8º ano e de 30,8 no 7º Ano. Logo de seguida

encontram-se o Indefinido e os Desportos Colectivos.

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 2 7,7% 2 7,7% 3 11,5%

Desportos Individuais 6 23,1% 7 26,9% 7 26,9%

Desportos de Combate 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8%

Desportos de Confrontação directa 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Indefinido 3 11,5% 3 11,5% 4 15,4% Quadro 9 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo fora do

Concelho do Funchal

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

% d

e A

bo

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em

D.

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.

D.

G.

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D.

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Indefin

ido

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 6 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 3º Ciclo fora do

Concelho do Funchal

Page 51: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 51

A figura nº 6, apresenta muitas semelhanças à figura anterior, pois os Desportos

Individuais voltam a ser a modalidade mais abordada, contudo a sua prática é mais

predominante no 8º e 9º Ano (26,9%).

Verificou-se ainda que, as Escolas do Concelho do Funchal, bem como as de fora

do Concelho do Funchal do 3º Ciclo, não praticam as modalidades: Desportos de

Combate, Desportos de Grande Espaço e Desportos de Confrontação Directa, com a

excepção dos Desportos de Adaptação ao Meio, que passar a ser praticados nas

Escolas fora do Concelho do Funchal, com uma percentagem de 3,8.

3.1.2.3. – Análise Consoante o número de Alunos

Modalidades Nucleares

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

D. Colectivos 13 50,0% 7 26,9% 3 11,5% 3 11,5%

D. Individuais 13 50,0% 7 26,9% 2 11,5% 3 11,5%

D. Combate 2 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Adaptação ao Meio 2 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

D. Confrontação Directa 12 46,2% 5 19,2% 1 3,8% 2 7,7%

Dança 3 11,5% 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

Jogos Tradicionais 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Quadro 10 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 7º Ano consoante o

número de alunos

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

% d

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bo

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em

D. C

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D. In

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D. C

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.

D. G

. E

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D. A

. M

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D. C

. D

.

Dança

J.T

.

Modalidades Nucleares

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 7 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 7º Ano consoante o

número de alunos

Page 52: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 52

No que se refere às modalidades nucleares do 7º Ano, distribuídos pelas escolas

consoante o número de alunos, verificamos que, nas escolas com menor número de

alunos, os Desportos Colectivos e os Desportos Individuais apresentam uma

percentagem maior na sua prática, havendo um decréscimo, consoante o crescer do

número de alunos.

Os Desportos de Confrontação Directa voltam a ser a 3ª modalidade mais

abordada, sendo leccionada por cerca de 46,2% nas escolas com menos de 500

alunos, sendo menos abordadas as outras categorias.

Os Desportos de Combate só são praticados nas escolas com menos de 500 alunos,

em contrapartida, a Dança, só não é praticada nas escolas entre 1000 a 1499 alunos.

Nas escolas entre 500 a 999 alunos e de 1000 a 1499 alunos, os Desportos de

Adaptação ao Meio e os Jogos Tradicionais não são abordados.

Modalidades Nucleares

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

D. Colectivos 13 50,0% 7 26,9% 3 11,5% 3 11,5%

D. Individuais 13 50,0% 7 26,9% 3 11,5% 3 11,5%

D. Combate 4 15,4% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

D. Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Adaptação ao Meio 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

D. Confrontação Directa 11 42,3% 7 26,9% 1 3,8% 1 3,8%

Dança 3 11,5% 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

Jogos Tradicionais 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8% Quadro 11 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 8º Ano consoante o

número de alunos

Page 53: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 53

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

% d

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D. C

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D. In

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D. C

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.

D. G

. E

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D. A

. M

.

D. C

. D

.

Da

nça

J.T

.

Modalidades Nucleares

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 8 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 8º Ano consoante o

número de alunos

Na análise à figura 8, verificou-se que a situação é idêntica à do 7º Ano, pois há

um predomínio dos Desportos Colectivos e Individuais, seguindo-se os Desportos de

Confrontação Directa.

Em relação aos Desportos de Adaptação ao Meio, Dança e Jogos Tradicionais,

volta-se a constatar a situação da figura anterior.

A única diferença que verificamos é a nível dos Desportos de Combate, pois estes

só eram abordados no 7º Ano em escolas com menos de 500 alunos, enquanto que no

8º Ano são praticados nestas e nas escolas com mais de 1500 alunos.

Modalidades Nucleares

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

D. Colectivos 12 46,2% 7 26,9% 3 11,5% 3 11,5%

D. Individuais 12 46,2% 7 26,9% 3 11,5% 3 11,5%

D. Combate 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Adaptação ao Meio 2 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

D. Confrontação Directa 4 15,4% 5 19,2% 1 3,8% 2 7,7%

Dança 2 7,7% 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

Jogos Tradicionais 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8% Quadro 12 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 9º Ano consoante o

número de alunos

Page 54: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 54

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

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J.T

.

Modalidades Nucleares

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 9 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no 9º Ano consoante o

número de alunos

A Figura nº 9 é em tudo idêntica à do 7º Ano, oscilando somente a percentagem

de prática entre cada um dos desportos.

Modalidades Alternativas

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

D. Colectivos 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 2 7,7%

D. Individuais 2 11,5% 4 15,4% 1 3,8% 1 3,8%

D. Combate 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Adaptação ao Meio 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Confrontação Directa 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Indefinido 2 7,7% 1 3,8% 1 3,8% 0 0,0% Quadro 13 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 7º Ano consoante o

número de alunos

Page 55: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 55

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

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. D

.

Ind

efin

ido

Modalidades Alternativas

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 10 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 7º Ano consoante o

número de alunos

No que se refere às modalidades alternativas, consoante o número de alunos,

constatamos que a mais abordada é os Desportos Individuais, com maior

percentagem de prática nas escolas de 500 a 999 alunos, com 15,4%.

Em contrapartida, os Desportos de Combate, Desportos de Grandes Espaços e

Desportos de Confrontação Directa não são abordados em nenhuma das escolas do

7º Ano.

Relativamente aos Indefinidos, só não são abordados nas escolas com mais de

1500 alunos e, os Desportos Colectivos, nas escolas constituídas por 500 a 999 alunos

e 1000 a 1499 alunos.

Ainda, em relação, aos Desportos de Adaptação ao Meio, só são abordados nas

escolas com menos de 500 alunos.

Page 56: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 56

Modalidades Alternativas

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

D. Colectivos 1 3,8% 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

D. Individuais 3 11,5% 4 15,4% 1 3,8% 1 3,8%

D. Combate 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Adaptação ao Meio 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Confrontação Directa 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Indefinido 2 7,7% 1 3,8% 1 3,8% 0 0,0% Quadro 14 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 8º Ano consoante o

número de alunos

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

% d

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bo

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D. C

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D. In

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D. C

om

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D. G

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D. A

. M

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D. C

. D

.

Ind

efin

ido

Modalidades Alternativas

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 11 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 8º Ano consoante o

número de alunos

Ao analisarmos a figura 11, voltou-se a constatar que é uma réplica do que se passa

no 7º Ano. Só que, no caso dos Desportos Colectivos, passa a haver uma prática na

ordem de 3,8%, nas escolas com 500 a 999 alunos.

Page 57: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 57

Modalidades Alternativas

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

D. Colectivos 1 3,8% 1 3,8% 0 0,0% 2 7,7%

D. Individuais 3 7,7% 5 19,2% 1 3,8% 1 3,8%

D. Combate 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Adaptação ao Meio 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Confrontação Directa 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Indefinido 2 7,7% 2 7,7% 1 3,8% 0 0,0% Quadro 15 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 9º Ano consoante o

número de alunos

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

18%

20%

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D. C

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D. G

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D. A

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D. C

. D

.

Ind

efin

ido

Modalidades Alternativas

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 12 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no 9º Ano consoante o

número de alunos

Ao compararmos a figura nº 12 com a figura relativa ao 7º Ano, deparamo-nos

com uma figura em tudo igual.

Contudo, há a salientar que a diferença, entre ambas, é simplesmente a oscilação

das percentagens das modalidades abordadas.

Page 58: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 58

SÍNTESE

Assim:

Quanto às modalidades nucleares, de referir que em todas as categorias,

análise geral, por concelho e consoante o número de alunos, constatamos

um predomínio dos Desportos Colectivos e Individuais. Logo de seguida

encontram-se os Desportos de Confrontação Directa.

Do conjunto de modalidades menos praticadas, a Dança, destaca-se por ser

a mais praticada, contudo no 7º, 8ºe 9º ano já não é abordada em escolas

entre 1000 a 1499 alunos. Nas escolas fora do Concelho do Funchal,

apresenta uma maior taxa de prática no 8º e 9º ano e, ainda, no 7º ano nas

Escolas do Concelho do Funchal.

De salientar que os Desportos de Combate, apesar da sua fraca

percentagem de prática, também não é abordada no 9º ano das escolas do

Concelho do Funchal. Relativamente à categoria, consoante o número de

alunos, a mesma modalidade só é abordada em escolas com menos de 500

alunos no 7º, 8º e 9º anos e, ainda, em escolas com mais de 1500 alunos do

8º ano.

Os Desportos de Adaptação ao Meio e os Jogos Tradicionais, só não são

abordados na categoria consoante o número de alunos no 7º, 8º e 9º anos

nas escolas constituídas entre 500 a 999 alunos e 1000 a 1499 alunos.

A modalidade, Desportos de Grandes Espaços, é a única que não é

abordada em nenhum dos 3 anos do 3º Ciclo e em nenhuma das categorias

apresentadas.

Page 59: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 59

SÍNTESE

Assim:

No que concerne às modalidades alternativas, de referir que em todas as

categorias, análise geral, por concelho e consoante o número de alunos,

constatamos um predomínio dos Desportos Individuais, Indefinido e os

Colectivos. Contudo, os Desportos Colectivos não são abordados no 7º em

escolas constituídas entre 500 a 999 alunos e em escolas com 1000 a 1499

alunos, nesta ainda verifica-se o mesmo nos 8º e 9º anos. Esta situação

repete-se nos Indefinidos em todos os anos do 3º Ciclo nas escolas com

mais de 1500 alunos.

Os Desportos de Combate, os Desportos de Grandes Espaços e, ainda, os

Desportos de Confrontação Directa, constituem o conjunto de modalidades

que não são abordadas em nenhuma das categorias analisadas.

Apesar da pouca percentagem de prática dos Desportos de Adaptação ao

Meio, verificamos que no 7º, 8º e 9º ano, as escolas com menos de 500

alunos, não efectua a abordagem. Há a referir que nas escolas, pertencentes

ao Concelho do Funchal, esta modalidade não é praticada em todo o 3º

Ciclo.

Page 60: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 60

3.1.3. – Modalidades Abordadas no 3º Ciclo

Neste ponto, iremos efectuar uma análise quer das modalidades nucleares, quer

das alternativas abordadas em todo o 3º Ciclo das escolas, que compõem a rede

escolar da Região Autónoma da Madeira. Neste contexto, iremos incluir e

confrontá-las, efectuando uma análise geral, por concelhos e consoante o número de

alunos.

De salientar que, após o tratamento de dados, existem certas modalidades que não

foram referidas, quer a nível das modalidades nucleares, quer nas alternativas,

porque as informações recolhidas não indicavam qualquer modalidade.

A destacar, ainda, que desta recolha, surgiram modalidades, cujas características

não se enquadravam em qualquer das modalidades, havendo a necessidade de as

adaptar na seguinte categoria:

OUTRAS ACTIVIDADES

Procedemos à criação desta categoria, porque surgiram modalidades cujas

características não se enquadravam nas restantes, ou seja, conteúdos ligados ao

Trabalho das Capacidades Física e Coordenativas e Praia.

Page 61: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 61

3.1.3.1. – Análise geral

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Futebol 22 84,6% 20 76,9% 21 80,8%

Basquetebol 23 88,5% 22 84,6% 22 84,6%

Andebol 23 88,5% 21 80,8% 21 80,8%

Voleibol 22 84,6% 24 92,3% 22 84,6%

Ginástica 25 96,2% 21 80,8% 22 84,6%

Atletismo 15 57,7% 19 73,1% 17 65,4%

Desportos de Raquete 20 76,9% 20 76,9% 18 69,2%

Patinagem 5 19,2% 4 15,4% 3 11,5%

Dança 5 19,2% 5 19,2% 4 15,4%

Desportos de Combate 2 7,7% 5 19,2% 1 3,8%

Orientação 3 11,5% 2 7,7% 3 11,5%

Jogos Tradicionais 2 7,7% 2 7,7% 2 7,7% Quadro 16 – Modalidades nucleares abordadas no 3º Ciclo da RAM

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

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D. R

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D. C

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.

J. T

.

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 13 – Modalidades nucleares abordadas no 3º Ciclo da RAM

Dos dados referentes à figura nº 13, constatamos que as modalidades mais praticadas,

numa percentagem superior a 50, ou seja, pois mais de metade das escolas fazem a

abordagem: aos Desportos Colectivos (Andebol, Basquetebol, Voleibol e Futebol), à Ginástica,

aos Desportos de Raquete e ao Atletismo. Podemos, ainda, tirar a ilação de que a Ginástica é a

modalidade mais abordada no 7º Ano e, por sequência, o Andebol, o Basquetebol e o Futebol.

Sendo o Voleibol a modalidade mais abordada no 8º Ano.

Page 62: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 62

A Patinagem, a Dança, os Desportos de Combate, a Orientação e os Jogos

Tradicionais, constituem o grupo de modalidades que são menos abordadas nas

escolas, cuja percentagem é inferior a 20.

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º A no

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Natação 8 30,8% 9 34,6% 10 38,5%

Corfebol 2 7,7% 1 3,8% 2 7,7%

Râguebi 1 3,8% 1 3,8% 2 7,7%

Futsal 1 3,8% 1 3,8% 2 7,7%

Outras Actividades 4 15,4% 4 15,4% 5 19,2%

Canoagem 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8% Quadro 17 – Modalidades alternativas abordadas no 3º Ciclo da RAM

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

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.

Can.

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º ano

Figura 14 – Modalidades alternativas abordadas no 3º Ciclo da RAM

Como os próprios dados demonstram, observamos que a Natação é a modalidade

mais abordada em todo o 3º Ciclo, com uma maior incidência no 9º Ano (38,5%).

A categoria de Outras Actividades, corresponde à modalidade que é praticada em

menor escala, ou seja, para quase metade da representatividade da Natação, enquanto

que as restantes modalidades apresentam uma percentagem muito inferior (entre 3,8

a 7,7%).

Page 63: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 63

3.1.3.2. – Análise por Concelhos

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Futebol 9 34,6% 9 34,6% 9 34,6%

Basquetebol 9 34,6% 9 34,6% 9 34,6%

Andebol 8 30,8% 9 34,6% 9 34,6%

Voleibol 9 34,6% 9 34,6% 9 34,6%

Ginástica 10 38,5% 8 30,8% 9 34,6%

Atletismo 7 26,9% 8 30,8% 8 30,8%

Desportos de Raquete 6 23,1% 7 26,9% 5 19,2%

Patinagem 3 11,5% 3 11,5% 2 7,7%

Dança 3 11,5% 2 7,7% 2 7,7%

Desportos de Combate 2 7,7% 3 11,5% 1 3,8%

Orientação 1 3,8% 1 3,8% 2 7,7%

Jogos Tradicionais 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8%

Quadro 18 – Modalidades nucleares abordadas no 3º Ciclo no Concelho do Funchal

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

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D. R

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D. C

.

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.

J. T

.

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 15 – Modalidades nucleares abordadas no 3º Ciclo no Concelho do Funchal

Através da observação da figura nº 15, podemos referir que os Desportos

Colectivos, a Ginástica, o Atletismo e os Desportos de Raquete, são as modalidades

mais abordadas. Contudo, a nível do 7º Ano, é menos praticado o Andebol, o

Atletismo e os Desportos de Raquete, sendo a Ginástica, a mais praticada.

Page 64: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 64

Do conjunto das modalidades mais abordadas, os Desportos de Raquete,

destaca-se por ser a menos abordada, contudo apresenta uma maior incidência de

prática no 9º Ano.

De salientar que a Patinagem, a Dança, os Desportos Combate, a Orientação e os

Jogos Tradicionais, pertencem ao grupo das modalidades com menor prática.

Modalidades Nucleares 7º Ano 8º Ano 9º Ano

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Futebol 13 50,0% 11 42,3% 12 46,2%

Basquetebol 14 53,8% 13 50,0% 13 50,0%

Andebol 15 57,7% 12 46,2% 12 46,2%

Voleibol 13 50,0% 15 57,7% 13 50,0%

Ginástica 15 57,7% 13 50,0% 13 50,0%

Atletismo 7 26,9% 11 42,3% 9 34,6%

Desportos de Raquete 14 53,8% 13 50,0% 13 50,0%

Patinagem 2 7,7% 1 3,8% 1 3,8%

Dança 2 7,7% 3 11,5% 2 7,7%

Desportos de Combate 1 3,8% 3 11,5% 1 3,8%

Orientação 2 7,7% 1 3,8% 1 3,8%

Jogos Tradicionais 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8%

Quadro 19 – Modalidades nucleares abordadas no 3º Ciclo fora do Concelho do Funchal

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

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Gin

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D. R

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Pa

t.

Da

nça

D. C

.

Ori

.

J. T

.

Modalidades Nucleares

7º Ano 8º Ano 9º Ano

Figura 16 – Modalidades nucleares abordadas no 3º Ciclo fora do Concelho do Funchal

Page 65: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 65

Nesta figura, podemos constatar que se repete o conjunto de modalidades com

maior e menor abordagem. No entanto, verificamos que no 7º Ano, o Futebol, o

Basquetebol, o Andebol, a Ginástica e os Desportos de Raquete, são os mais

abordados, enquanto que no 8º Ano, o Voleibol e o Atletismo são os mais praticados.

Dentro das modalidades menos abordadas, a Orientação e a Patinagem são as que

têm uma maior prática no 7º Ano; a Dança e os Desportos de Combate, no 8º Ano e,

ainda, com uma percentagem de 3,8 em todo o Ciclo, os Jogos Tradicionais.

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º A no

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Natação 2 14,3% 2 7,7% 3 11,5%

Corfebol 1 7,1% 1 7,1% 1 7,1%

Râguebi 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Futsal 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Outras Actividades 1 7,1% 1 7,1% 1 7,1%

Canoagem 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Quadro 20 – Modalidades alternativas abordadas no 3º Ciclo do Concelho do Funchal

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

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Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º ano

Figura 17 – Modalidades alternativas abordadas no 3º Ciclo do Concelho no Funchal

Page 66: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 66

A partir dos dados da figura 17, observamos que a Natação é a modalidade mais

praticada nos 7º e 9º Anos, decrescendo no 8º Ano (7,7%). Com uma percentagem de

7,1, encontram-se todos os anos do referido ciclo, as modalidades do Corfebol e

Outras Actividades. O Râguebi, o Futsal e a Canoagem, pertencem ao grupo das

modalidades que nenhuma escola do Concelho do Funchal aborda.

Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º A no

Nº de Escolas

% Nº de

Escolas %

Nº de Escolas

%

Natação 6 23,1% 7 26,9% 7 26,9%

Corfebol 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

Râguebi 1 3,8% 1 3,8% 2 7,7%

Futsal 1 3,8% 1 3,8% 2 7,7%

Outras Actividades 3 11,5% 3 11,5% 4 15,4%

Canoagem 1 3,8% 1 3,8% 1 3,8%

Quadro 21 – Modalidades alternativas abordadas no 3º Ciclo fora no Concelho do Funchal

0%

5%

10%

15%

20%

25%

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Ca

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Modalidades Alternativas

7º Ano 8º Ano 9º ano

Figura 18 – Modalidades alternativas abordadas no 3º Ciclo fora do Concelho do Funchal

Através dos dados esquematizados na figura nº 18, verificamos algumas

semelhanças, pois a Natação volta a ser a modalidade mais abordada, com menor

incidência no 7º Ano (23,1%), seguindo-se, as Outras Actividades, sendo mais

praticada no 9º Ano (15,4%).

Page 67: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 67

Nas escolas fora do Concelho do Funchal, cerca de 3,8% pratica o Corfebol nos7º e

9º Anos, não havendo qualquer prática no 8º ano.

Em relação às modalidades que não tinham qualquer abordagem no Concelho do

Funchal, nomeadamente, o Râguebi, o Futsal e a Canoagem, as mesmas passam a ter

uma percentagem significativa de prática nas escolas fora do Concelho do Funchal.

De salientar que o Râguebi e o Futsal são as mais praticadas no último ano do

3º Ciclo.

3.1.3.3. – Análise consoante o número de Alunos

Modalidades Nucleares

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Futebol 11 42,3% 7 26,9% 2 7,7% 2 7,7%

Basquetebol 11 42,3% 6 23,1% 3 11,5% 3 11,5%

Andebol 12 46,2% 7 26,9% 1 3,8% 3 11,5%

Voleibol 11 42,3% 6 23,1% 3 11,5% 2 7,7%

Ginástica 12 46,2% 7 26,9% 3 11,5% 3 11,5%

Atletismo 8 30,8% 3 11,5% 1 3,8% 2 7,7%

D. Raquete 12 46,2% 5 19,2% 1 3,8% 2 7,7%

Patinagem 2 7,7% 0 0,0% 1 3,8% 1 3,8%

Dança 3 11,5% 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

D. Combate 2 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Orientação 2 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Jogos tradicionais 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Quadro 22 – Modalidades nucleares abordadas no 7º Ano consoante o número de alunos

Page 68: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 68

0%

5%

10%

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25%

30%

35%

40%

45%

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.

Modalidades Nucleares

Modalidades Nucleares 0-499 Alunos Modalidades Nucleares 500-999 Alunos

Modalidades Nucleares 1000-1499 Alunos Modalidades Nucleares 1500 ou + Alunos

Figura 19 – Modalidades nucleares abordadas no 7º Ano consoante o número de alunos

O conjunto das modalidades nucleares mais abordadas: o Futebol, o Basquetebol,

o Andebol, o Voleibol, a Ginástica, o Atletismo e os Desportos de Raquete, sendo

também mais praticado a nível das escolas com menos de 500 alunos. No entanto, o

Andebol, o Atletismo e os Desportos de Raquete são os menos praticados em escolas

com o número de alunos entre 1000 a 1499.

As modalidades menos praticadas são a Patinagem, a Dança, os Desportos de

Combate, a Orientação e os Jogos Tradicionais.

De salientar que a Patinagem não é praticada em escolas, cujo número de alunos

varia entre 500 a 999; a Dança, não é praticada na categoria seguinte (1000 a 1499

alunos), enquanto que os Desportos de Combate, a Orientação e os Jogos Tradicionais

não são praticados em ambas as categorias mencionadas.

Page 69: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 69

Modalidades Nucleares

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou + Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Futebol 9 34,6% 5 19,2% 3 11,5% 3 11,5%

Basquetebol 13 50,0% 6 23,1% 1 3,8% 2 7,7%

Andebol 10 38,5% 6 23,1% 3 11,5% 2 7,7%

Voleibol 13 50,0% 6 23,1% 2 7,7% 3 11,5%

Ginástica 12 46,2% 6 23,1% 1 3,8% 2 7,7%

Atletismo 8 30,8% 5 19,2% 3 11,5% 3 11,5%

D. Raquete 11 42,3% 7 26,9% 1 3,8% 1 3,8%

Patinagem 3 11,5% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Dança 3 11,5% 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

D. Combate 4 15,4% 0 0,0% 0 0,0% 2 7,7%

Orientação 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Jogos tradicionais 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Quadro 23 – Modalidades nucleares abordadas no 8º Ano consoante o número de alunos

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

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Modallidades Nucleares

Modalidades Nucleares 0-499 Alunos Modalidades Nucleares 500-999 Alunos

Modalidades Nucleares 1000-1499 Alunos Modalidades Nucleares 1500 ou + Alunos

Figura 20 – Modalidades nucleares abordadas no 8º Ano consoante o número de alunos

Pela observação da figura 19, verificou-se a grande semelhança com a figura

anterior. Assim, voltam a se destacar o grupo de modalidades com um maior grau de

prática e o de menor prática.

O Futebol, o Basquetebol, o Andebol, o Voleibol, a Ginástica, o Atletismo e os

Desportos de Raquete, também são as modalidades mais praticadas a nível das

escolas com menos de 500 alunos. Enquanto que na figura anterior, o Andebol, o

Atletismo e os Desportos de Raquete eram as menos praticadas em escolas com o

Page 70: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 70

número de alunos entre 1000 a 1499, nesta figura, passa a ser o Basquetebol, o

Voleibol e a Ginástica.

Os menos praticados são novamente a Patinagem, a Dança, os Desportos de

Combate, a Orientação e os Jogos Tradicionais. A referir que esta figura é quase igual

à anterior, havendo uma diferença no que concerne à Patinagem, que passa a não ser

também praticada nas escolas de 1000 a 1499 alunos.

Modalidades Nucleares

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Futebol 10 38,5% 7 26,9% 2 7,7% 2 7,7%

Basquetebol 11 42,3% 5 19,2% 3 11,5% 3 11,5%

Andebol 10 38,5% 6 23,1% 2 7,7% 3 11,5%

Voleibol 11 42,3% 7 26,9% 2 7,7% 2 7,7%

Ginástica 11 42,3% 5 19,2% 3 11,5% 3 11,5%

Atletismo 8 30,8% 6 23,1% 1 3,8% 2 7,7%

D. Raquete 10 38,5% 5 19,2% 1 3,8% 2 7,7%

Patinagem 2 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Dança 2 7,7% 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

D. Combate 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Orientação 2 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Jogos tradicionais 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Quadro 24 – Modalidades nucleares abordadas no 9º Ano consoante o número de alunos

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

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D. C

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Modalides Nucleares

Modalidades Nucleares 0-499 Alunos Modalidades Nucleares 500-999 Alunos

Modalidades Nucleares 1000-1499 Alunos Modalidades Nucleares 1500 ou + Alunos

Figura 21 – Modalidades nucleares abordadas no 9º Ano consoante o número de alunos

Page 71: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 71

Como podemos verificar pela figura nº 20, podemos afirmar que esta volta a

apresentar o mesmo leque de modalidade para as mais e menos praticadas, sendo o

conjunto das mais praticadas, muito idêntico à figura respeitante ao 7º ano. O mesmo

acontece com as menos abordadas, variando somente na prática da Patinagem que é

idêntica à do 8º Ano.

Modalidades Alternativas

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Natação 2 7,7% 4 15,4% 1 3,8% 1 3,8%

Corfebol 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 2 7,7%

Râguebi 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Futsal 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Outras Actividades 2 7,7% 1 3,8% 1 3,8% 0 0,0%

Canoagem 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Quadro 25 – Modalidades alternativas abordadas no 7º Ano consoante o número de alunos

0%

2%

4%

6%

8%

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Modalidades Alternativas

Modalidades Alternativas 0-499 Alunos Modalidades Alternativas 500-999 Alunos

Modalidades Alternativas 1000-1499 Alunos Modalidades Alternativas 1500 ou + Alunos

Figura 22 – Modalidades alternativas abordadas no 7º Ano consoante o número de alunos

Após a observação da figura 21, verificamos que a Natação é a modalidade

privilegiada na abordagem, uma vez que a mesma é praticas, independentemente do

número de alunos por escola, o que já não se verifica nas restantes modalidades.

Page 72: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 72

O Corfebol e o Râguebi só são abordados em escolas com mais de 1500 alunos; em

contrapartida as Outras Actividades não são abordadas.

Nas escolas com menos de 500 alunos, as únicas modalidades praticas são o

Futsal e a Canoagem

Modalidades Alternativas

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Natação 3 11,5% 3 11,5% 1 3,8% 1 3,8%

Corfebol 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,8%

Râguebi 0 0,0% 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0%

Futsal 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Outras Actividades 2 7,7% 1 3,8% 1 3,8% 0 0,0% Canoagem 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Quadro 26 – Modalidades alternativas abordadas no 8º Ano consoante o número de alunos

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

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Modalidades Alternativas

Modalidades Alternativas 0-499 Alunos Modalidades Alternativas 500-999 Alunos

Modalidades Alternativas 1000-1499 Alunos Modalidades Alternativas 1500 ou + Alunos

Figura 23 – Modalidades alternativas abordadas no 8º Ano consoante o número de alunos

Volta-se a constatar que esta figura é muito similar à anterior, na parte

correspondente ao 7º Ano, apresentando uma única diferença e a nível do Râguebi,

pois este só era praticado nas escolas com mais de 1500 alunos e agora passa a ser

prática corrente em escolas constituídas entre 500 a 999 alunos.

Page 73: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 73

Modalidades Alternativas

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Natação 3 11,5% 5 19,2% 1 3,8% 1 3,8%

Corfebol 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 2 7,7%

Râguebi 0 0,0% 1 3,8% 0 0,0% 1 3,8%

Futsal 1 3,8% 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0%

Outras Actividades 2 7,7% 2 7,7% 1 3,8% 0 0,0%

Canoagem 1 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Quadro 27 – Modalidades alternativas abordadas no 9º Ano consoante o número de alunos

0%

2%

4%

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14%

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18%

20%

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Ca

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Modalidades Alternativas

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 24 – Modalidades alternativas abordadas no 9º Ano consoante o número de alunos

A prática das modalidades, Natação, Corfebol, Outras Actividades e Canoagem,

assinaladas nesta figura, é muito idêntica à figura referente à do 7º Ano. A única

alteração que se verifica é a nível do Râguebi e do Futsal, pois passam a ser abordadas

em duas das categorias, consoante o número de alunos, destacando-se o Râguebi em

escolas entre 500 a 999 alunos e nas com mais de 1500 alunos e, o Futsal, em escolas

com menos de 500 alunos e nas de 500 a 999 alunos.

Page 74: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 74

SÍNTESE

Assim:

Relativamente às modalidades nucleares, observámos que, todas as Escolas

da do 3º Ciclo da RAM, apresentam como modalidades mais abordadas, o

seguinte conjunto: Futebol, Basquetebol, Andebol, Voleibol, Ginástica,

Atletismo e Desportos de Raquete. Mesmo assim, estes últimos dois são os

menos praticados. Salienta-se que a Ginástica é a mais praticada, no

Concelho do Funchal, a nível do 7º Ano, enquanto que nas escolas fora do

Concelho do Funchal, a mesma repete-se, juntamente com o Andebol e o

Voleibol no 8º ano.

As modalidades menos praticadas são:

Concelho do Funchal e 9º Ano - Desportos de Raquete;

Fora do Concelho do Funchal e 7º Ano – Atletismo.

Consoante o número de alunos verifica-se a predominância de abordagem

destas modalidades, a nível das escolas com menos de 500 alunos. A menor

incidência de prática, observa-se em escolas constituídas por 1000 a 1499

alunos e nas superiores a 1500 alunos.

O conjunto de modalidades menos abordadas, pertence à Patinagem,

Dança, Desportos de Combate. Orientação e Jogos Tradicionais.

Salientamos que os Desportos de Combate, a Orientação e os Jogos

Tradicionais, só são abordados em escolas com menos de 500 alunos e nas

superiores a 1500 alunos, de todo o 3º Ciclo. A Dança, não é abordada nas

escolas com 1000 a 1499 alunos.

A Patinagem, no 7º Ano, não é praticada em escolas com 500 a 999 alunos,

enquanto que no 8º e 9º Ano, para além desta, também não é praticada em

escolas entre 1000 a 1499 alunos.

Page 75: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 75

SÍNTESE

Assim:

No que concerne às modalidades alternativas, abordados nas escolas do

3º Ciclo da RAM, constatou-se que a modalidade mais abordada é a

Natação, verificando-se o mesmo nas escolas dentro e fora do Concelho do

Funchal. Contudo, nas escolas do Concelho do Funchal, as modalidades

como o Râguebi e a Canoagem não apresentam qualquer percentagem de

prática.

Em relação às escolas fora do Concelho do Funchal, constatou-se que estas

modalidades alternativas são abordadas, havendo excepção no Corfebol, a

nível do 8º Ano.

Na categoria, consoante o número de alunos, a Natação, é praticada em

todas as escolas do 3º Ciclo, independentemente do número de alunos,

enquanto que o Corfebol só é abordado em todo o Ciclo nas escolas com

mais de 1500 alunos.

Constatámos ainda que:

A Canoagem - também só é abordada nas escolas com menos de

500 alunos;

As Outras Actividades – só não são abordadas nas escolas com mais de

1500 alunos;

No Râguebi e Futsal, no 7º, 8º e 9º Ano, as escolas não fazem qualquer

percentagem de abordagem, encontrando-se distribuída

aleatoriamente pelas diversas categorias.

Page 76: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 76

3.2. – Desporto Escolar

No levantamento dos dados para o presente estudo, recolhemos a informação

sobre as modalidades que são oferecidas aos alunos a serem praticadas no Desporto

Escolar. Assim, tal qual os procedimentos utilizados para os planos anuais de

Educação Física, procedemos de igual forma em relação ao Desporto Escolar.

Com o intuito de enriquecer esta análise, procederemos, sempre que possível, ao

realce de uma ou outra modalidade específica que se enquadre nas categorias

apresentadas.

Efectuaremos uma análise das modalidades que constituem o Programa de

Educação Física no 3º Ciclo, segundo a Taxononia de Fernando Almada.

Finalmente, procederemos a uma análise sobre os dados recolhidos, utilizando a

referida taxonomia, comparando ainda as modalidades propriamente ditas.

3.2.1. - Sistematização do Programa Nacional de Educação

Física

Neste ponto do trabalho, utilizaremos o mesmo método que foi aplicado na

Educação Física, para a totalidade das modalidades oferecidas para o Desporto

Escolar, num universo de 28 escolas da RAM.

Assim, este terá por base novamente a Taxonomia de Fernando Almada, de forma

a verificar as principais tendências das modalidades oferecidas aos alunos, no âmbito

do Desporto Escolar.

Modalidades Nucleares Programa

Número %

Desportos Colectivos 4 33,3%

Desportos Individuais 3 25%

Desportos de Combate 1 8,3%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0%

Desportos de Adaptação ao Meio 1 8,3%

Desportos de Confrontação directa 1 8,3%

Dança 1 8,3%

Jogos Tradicionais 1 8,3% Quadro nº28 – Modalidades do Programa Nacional, segundo a Taxononia de F. Almada

Page 77: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 77

Pela análise do quadro nº 28 e segundo a Taxonomia de Fernando Almada,

verifica-se que o Programa Nacional de Educação Física, privilegia essencialmente a

prática, em todos os anos do 3º Ciclo, das Modalidades Colectivas, em cerca de 33,3%

e, dos Desportos Individuais à razão de 25%).

Nas restantes modalidades, observamos uma reduzida percentagem para a sua

prática. Salientamos que, a nível dos Desportos de Grandes Espaços, o Programa não

oferece nenhuma modalidade para a prática da mesma.

Pode-se, assim, concluir que a tendência para estas modalidades, como se pode

constatar no Programa Nacional de Educação Física, irá privilegiar a prática de

determinadas modalidades em detrimento de outras, o que por seu turno, e em nossa

opinião, irá acabar por provocar lacunas a nível do desenvolvimento motor dos

alunos.

3.2.2. - Sistematização das modalidades praticadas no Desporto

Escolar, segundo a Taxonomia de F. Almada

Neste ponto, efectuaremos uma análise quer das modalidades nucleares, quer das

alternativas abordadas em todo o 3º Ciclo das escolas, que compõem a rede escolar da

Região Autónoma da Madeira. Neste contexto, iremos incluir e confrontar as mesmas,

consoante a taxonomia de Fernando Almada, efectuando uma análise geral, por

concelhos e consoante o número de alunos.

De salientar que, após o tratamento de dados, existem certas categorias que não

foram integradas na referida taxonomia, quer a nível das modalidades nucleares, quer

nas alternativas, pelo facto das informações recolhidas não mencionarem qualquer

modalidade referente àquelas categorias.

A destacar, ainda, que desta recolha, surgiram modalidades, cujas características

não se enquadravam em qualquer das categorias da taxonomia, assim, adaptámo-las

à seguinte categoria:

DANÇA

Neste parâmetro, incluímos a dança e todas as suas variantes abordadas nas

aulas, uma vez que as mesmas podem ser praticadas nas diversas variantes.

Page 78: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 78

3.2.2.1. – Análise geral

Modalidades Nucleares

Desporto Escolar

Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 28 100%

Desportos Individuais 19 67,9%

Desportos de Combate 9 32,1%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 0 0,0%

Desportos de Confrontação directa 22 78,6%

Dança 7 25,0%

Quadro nº29 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no Desporto Escolar

0%

10%

20%

30%

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50%

60%

70%

80%

90%

100%

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Dança

Modalidade Nucleares

Figura 25 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas no Desporto Escolar

Através dos dados esquematizados na figura 23, verificamos que a modalidade

mais praticada, na totalidade das escolas, é a dos Desportos Colectivos, seguindo-se

os Desportos de Confrontação Directa e os Individuais.

Os Desportos de Combate e a Dança são as modalidades menos praticadas,

apresentando uma percentagem de 32,1 a 25%, respectivamente. No entanto, os

Desportos de Grandes Espaços e os da Adaptação ao Meio, são as únicas modalidades

que nenhuma escola do 3º Ciclo oferece para a prática no Desporto Escolar.

Page 79: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 79

Modalidades Alternativas

Desporto Escolar

Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 6 21,4%

Desportos Individuais 10 35,7%

Desportos de Combate 0 0,0%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 6 21,4%

Desportos de Confrontação directa 0 0,0%

Quadro nº30 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no Desporto Escolar

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

% d

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D. C

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D. In

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D. C

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.

D. G

. E

.

D. A

. M

.

D. C

. D

.

Modalidades Alternativas

Figura 26 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas no Desporto Escolar

Ao analisarmos a figura 24, nota-se uma predominância dos Desportos

Individuais, na ordem dos 37,5%, seguindo-se os Desportos Colectivos e os da

Adaptação ao Meio, com uma percentagem de 21,4.

Notou-se ainda que as modalidades como os Desportos de Combate, os Desportos

de Grandes Espaços e os Desportos de Confrontação Directa, são as únicas que não

são abordadas no 3º Ciclo das escolas da RAM.

Page 80: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 80

3.2.2.2. – Análise por Concelhos

Modalidades Nucleares

Funchal Outros Concelhos

Nº de Escolas

% Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 10 35,7% 19 67,9%

Desportos Individuais 5 17,9% 14 50,0%

Desportos de Combate 2 7,1% 7 25,0%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Confrontação directa 7 25,0% 15 53,6%

Dança 2 7,1% 5 17,9%

Quadro nº31 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas por

Concelho no Desporto Escolar

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

% d

e A

bo

rda

ge

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D. C

ol.

D. In

d.

D. C

om

.

D. G

. E

.

D. A

. M

.

D. C

. D

.

Da

nça

Modalidades Nucleares

Funchal O. Concelhos

Figura 27 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares praticadas por concelho no Desporto Escolar

Como podemos verificar na figura 24, os Desportos de Grandes Espaços e de Adaptação

ao Meio são as modalidades que não são abordadas pelas escola dos concelhos da Região.

No que concerne às restantes categorias, tais como: os Desportos Colectivos, os

Individuais, os de Combate, os de Confrontação Directa e a Dança, são as modalidades

maioritariamente praticadas, no Desporto Escolar, nos concelhos fora do Concelho do

Funchal.

Page 81: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 81

Modalidades Alternativas

Funchal Outros Concelhos

Nº de Escolas

% Nº de Escolas

%

Desportos Colectivos 1 3,6% 5 17,9%

Desportos Individuais 1 7,1% 9 32,1%

Desportos de Combate 0 0,0% 0 0,0%

Desportos dos Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0%

Desportos de Adaptação ao Meio 1 7,1% 5 17,9%

Desportos de Confrontação directa 0 0,0% 0 0,0%

Quadro nº32 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas por

Concelho no Desporto Escolar

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

% d

e A

bo

rda

ge

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D. C

ol.

D. In

d.

D. C

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.

D. G

. E

.

D. A

. M

.

D. C

. D

.

Modalidades Alternativas

Funchal O. Concelhos

Figura 28 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas praticadas por concelho no

Desporto Escolar

Pela observação desta figura, podemos verificar que os Desportos Colectivos, os

Individuais e os Desportos de Adaptação ao Meio, são as modalidades mais oferecidas

nas escolas fora do Concelho do Funchal, para a prática do Desporto Escolar.

Contudo, os Desportos de Combate, os de Grande Espaço e os de Confrontação

Directa, destacam-se por serem os que não são oferecidos para a prática no Desporto

Escolar.

Page 82: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 82

3.2.2.3. – Análise Consoante o número de Alunos

Modalidades Nucleares

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

D. Colectivos 13 46,4% 9 32,1% 4 14,3% 3 10,7%

D. Individuais 8 28,6% 6 21,4% 3 10,7% 2 7,1%

D. Combate 2 7,1% 3 10,7% 3 10,7% 1 3,6%

D. Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Adaptação ao Meio 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Confrontação Directa 8 28,6% 7 25,0% 4 14,3% 3 10,7%

Dança 2 7,1% 1 3,6% 1 3,6% 3 10,7%

Quadro nº33 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares, praticadas consoante o número de

alunos no Desporto Escolar

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

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bo

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D. C

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D. In

d.

D. C

om

.

D. G

. E

.

D. A

. M

.

D. C

. D

.

Da

nça

Modalidades Alternativas

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 29 – Sistematização das modalidades desportivas nucleares, praticadas consoante o número

de alunos no Desporto Escolar

É notório, pela observação da figura 25, que só os Desportos de Grandes Espaços e

os de Adaptação ao Meio, pertencem ao grupo das modalidades que não são

oferecidas para a prática do Desporto Escolar.

A salientar que as escolas com menos de 500 alunos são as que apresentam a

maior taxa de abordagem, em relação aos Desportos Colectivos, Individuais e os de

Confrontação Directa.

Page 83: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 83

Nas escolas com mais de 1500 alunos, verifica-se a menor percentagem de

abordagem a nível dos Desportos Colectivos, Individuais, Combate e de Confrontação

Directa.

A Dança, apresenta uma menor oferta em escolas constituídas entre 500 a 999

alunos e, ainda, nas de 1000 a 1499 alunos.

Modalidades Alternativas

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

D. Colectivos 2 7,1% 2 7,1% 1 3,6% 1 3,6%

D. Individuais 2 7,1% 6 21,4% 1 3,6% 1 3,6%

D. Combate 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Grandes Espaços 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

D. Adaptação ao Meio 1 3,6% 2 7,1% 2 7,1% 1 3,6%

D. Confrontação Directa 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Quadro nº34 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas, praticadas consoante o número de

alunos no Desporto Escolar

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

% d

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D. C

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D. In

d.

D. C

om

.

D. G

. E

.

D. A

. M

.

D. C

. D

.

Modalidades Alternativas

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 30 – Sistematização das modalidades desportivas alternativas, praticadas consoante o número de

alunos no Desporto Escolar

Após a observação dos dados referentes à figura 26, verificamos que os Desportos

Colectivos, os Individuais e os de Adaptação ao Meio, correspondem ao conjunto de

modalidades mais oferecidas no Desporto Escolar.

Page 84: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 84

Contudo, verifica-se uma maior incidência de prática nos Desportos Colectivos,

em escolas com menos de 500 alunos e ainda nas de 500 a 999 alunos, sendo nesta

última onde existe a maior prática dos Desportos Individuais. Já os Desportos de

Adaptação ao Meio, são os mais oferecidos nas escolas com 500 a 999 alunos e nas de

1000 a 1499 alunos.

O grupo de modalidades que não oferece qualquer prática para o Desporto

Escolar, corresponde aos Desportos de Combate, aos Desportos de Grande Espaço e,

ainda, aos Desportos de Confrontação Directa.

Page 85: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 85

SINTESE

Assim:

Quanto às Modalidades Nucleares do Desporto Escolar, verificámos que os

Desportos Colectivos, os Desportos de Confrontação Directa e os Desportos

Individuais, constituem o leque de modalidades mais oferecidas. Já os

Desportos de Combate e a Dança, fazem parte do conjunto de modalidades

menos abordadas.

Os mesmos grupos voltam a surgir, quer nas escolas do Concelho do

Funchal, quer nas escolas fora do Concelho do Funchal, com um maior

predomínio de prática nas escolas fora do Concelho do Funchal.

Em conformidade com o número de alunos, verificámos que se destacam

novamente o mesmo grupo de modalidades, no qual os Desportos

Colectivos, os Desportos Individuais e os Desportos de Confrontação

Directa são os mais oferecidos, nas escolas com menos de 500 alunos e,

menos oferecidos, nas escolas com mais de 1500 alunos.

A Dança é mais praticada nas escolas com mais de 1500 alunos, mas em

contrapartida os Desportos de Combate são os menos praticados na mesma

categoria.

Para finalizar, os Desportos de Grandes Espaços e os Desportos de

Adaptação ao Meio são as únicas modalidades que não são oferecidas em

qualquer categoria para a prática no Desporto Escolar.

Page 86: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 86

SÍNTESE

Assim:

Os Desportos Individuais apresentam uma maior percentagem de oferta

nas modalidades alternativas para a prática no Desporto Escolar. Logo a

seguir, encontram-se os Desportos de Adaptação ao Meio e os Desportos

Colectivos. Já as modalidades como os Desportos de Combate, os

Desportos de Grandes Espaços e os Desportos de Confrontação Directa,

constituem o grupo de modalidades que não oferecem qualquer prática a

nível do Desporto Escolar.

Pelo exposto anteriormente, volta-se a observar que repete-se os mesmos

grupos de maior ou menor oferta, quer nas escolas pertencentes ao

Concelho do Funchal, quer fora do mesmo, contudo há um maior

predomínio destas a nível das escolas fora do Concelho do Funchal.

Há a salientar, ainda, que os mesmos grupos de modalidades mais ou

menos oferecidas surgem novamente na categoria, consoante o número de

alunos, contudo podemos afirmar o grande realce da oferta dos Desportos

Individuais a nível das escolas constituídas entre 500 a 1499 alunos.

Page 87: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 87

3.2.3. – Modalidades Abordadas no Desporto Escolar

Nesta parte do trabalho, iremos efectuar uma análise quer das modalidades

nucleares, quer das alternativas abordadas em todo o 3º Ciclo das escolas, referentes

ao Desporto Escolar. Neste contexto, iremos incluir e confrontá-las, efectuando uma

análise geral, por concelhos e consoante o número de alunos.

3.2.3.1. – Análise Geral

Modalidades Nucleares Desporto Escolar

Nº de Escolas

%

Futebol 20 71,4%

Basquetebol 19 67,9%

Andebol 15 53,6%

Voleibol 23 82,1%

Ginástica 15 53,6%

Atletismo 9 32,1%

Ténis 19 67,9%

Badminton 19 67,9%

Patinagem 0 0,0%

Dança 7 25,0%

Desportos de Combate 9 32,1%

Orientação 0 0,0%

Jogos Tradicionais 0 0,0%

Quadro nº35 – Modalidades desportivas nucleares praticadas no Desporto Escolar

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

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.

Modalidades Nucleares

Figura 31 – Modalidades desportivas nucleares praticadas no Desporto Escolar

Page 88: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 88

Pelo que se encontra descrito na figura 27, verificámos que Voleibol é a

modalidade mais oferecida, com uma percentagem de 82,1. Seguindo-se a esta, o

Futebol (71,4%), depois, o Basquetebol, o Ténis e o Badminton (67,9%). Logo atrás

destes, encontram-se o Andebol e a Ginástica (53,6%) e por último o Atletismo

(53,6%).

A Dança e os Desportos de Combate pertencem às modalidades que são menos

oferecidas, ficando-se por 25% e 32,1%, respectivamente. A Patinagem, a Orientação e

os Jogos Tradicionais, não apresentam qualquer percentagem de oferta.

Modalidades Alternativas

Desporto Escolar

Nº de Escolas

%

Natação 10 35,7%

Corfebol 0 0,0%

Râguebi 0 0,0%

Futsal 6 21,4%

Canoagem 6 21,4%

Quadro nº36 – Modalidades desportivas alternativas praticadas no Desporto Escolar

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

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Nat.

Corf

.

Râg.

Futs

.

Can.

Modalidades Alternativas

Figura 32 – Modalidades desportivas alternativas praticadas no Desporto Escolar

Na observação desta figura, constata-se que a Natação é a modalidade mais

oferecida (35,7%). Logo a seguir vem o Futsal e a Canoagem (21,4%). O Corfebol e o

Râguebi, correspondem às únicas modalidades alternativas a não serem oferecidas

para a prática no Desporto Escolar.

Page 89: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 89

3.2.3.2. – Análise por Concelhos

Modalidades Nucleares

Funchal Outros Concelhos

Nº de Escolas

% Nº de Escolas

%

Futebol 8 28,6% 12 42,9%

Basquetebol 6 21,4% 13 46,4%

Andebol 5 17,9% 10 35,7%

Voleibol 8 28,6% 15 53,6%

Ginástica 4 14,3% 11 39,3%

Atletismo 2 7,1% 7 25,0%

Ténis 5 17,9% 14 50,0%

Badminton 6 21,4% 13 46,4%

Patinagem 0 0,0% 0 0,0%

Dança 2 7,1% 5 17,9%

Desportos de Combate 2 7,1% 7 25,0%

Orientação 0 0,0% 0 0,0%

Jogos Tradicionais 0 0,0% 0 0,0%

Quadro nº37 – Modalidades desportivas nucleares praticadas por concelho no Desporto Escolar

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

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nça

D. C

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Ori.

J. T

.

Modalidades Nucleares

Funchal O. Concelhos

Figura 33 – Modalidades desportivas nucleares praticadas por concelho no Desporto Escolar

Relativamente às modalidades nucleares, constatámos na figura 29, que o grupo

das modalidades mais abordadas, corresponde, o Futebol, o Basquetebol; o Andebol,

o Voleibol, a Ginástica, o Atletismo, o Ténis e o Badminton, mas essencialmente nos

concelhos fora do Concelho do Funchal. Ainda, há a salientar que o Voleibol é a

modalidade de maior oferta.

Page 90: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 90

A Dança e os Desportos de Combate, englobam-se no grupo das menos praticadas,

contudo apresentam uma maior oferta nos concelhos fora do Concelho do Funchal.

Em contrapartida, as que não apresentam qualquer tipo de oferta para a prática no

Desporto Escolar, são a Patinagem, a Orientação e os Jogos Tradicionais.

Modalidades Alternativas

Funchal Outros Concelhos

Nº de Escolas

% Nº de Escolas

%

Natação 1 3,6% 9 32,1%

Corfebol 0 0,0% 0 0,0%

Râguebi 0 0,0% 0 0,0%

Futsal 1 7,1% 5 17,9%

Canoagem 1 7,1% 5 17,9%

Quadro nº38 – Modalidades desportivas alternativas praticadas por concelho no Desporto Escolar

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

% d

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Fu

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n.

Modalidades Alternativas

Funchal O. Concelhos

Figura 34 – Modalidades desportivas alternativas praticadas por concelho no Desporto Escolar

A figura 29, apresenta como as modalidades mais oferecidas: a Natação, o Futsal e

a Canoagem, verificando-se um predomínio da primeira , em cerca de 32,1%, nas

escolas fora do Concelho do Funchal, seguido do Futsal e da Canoagem (17,9%).

O Corfebol e o Râguebi são as únicas que não são oferecidas para a prática no

Desporto Escolar.

Page 91: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 91

3.2.3.3. – Análise consoante o número de Alunos

Modalidades Nucleares

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Futebol 8 28,6% 7 25,0% 3 10,7% 2 7,1%

Basquetebol 6 21,4% 6 21,4% 4 14,3% 3 10,7%

Andebol 5 17,9% 6 21,4% 3 10,7% 1 3,6%

Voleibol 8 28,6% 8 28,6% 4 14,3% 3 10,7%

Ginástica 5 17,9% 5 17,9% 3 10,7% 2 7,1%

Atletismo 5 17,9% 2 7,1% 1 3,6% 1 3,6%

Ténis 6 21,4% 7 25,0% 4 14,3% 2 7,1%

Badminton 6 21,4% 7 25,0% 4 14,3% 2 7,1%

Patinagem 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Dança 2 7,1% 1 3,6% 1 3,6% 3 10,7%

Desportos de Combate 2 7,1% 3 10,7% 3 10,7% 1 3,6%

Orientação 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Jogos Tradicionais 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Quadro nº39 – Modalidades desportivas nucleares praticadas, consoante o número de alunos, no Desporto

Escolar

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

% d

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bo

rda

ge

m

Fu

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An

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Gin

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Pa

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Da

nça

D. C

om

Ori

.

J. T

.

Modalidades Nucleares

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 35 – Modalidades desportivas nucleares praticadas, consoante o número de alunos, no Desporto

Escolar

Page 92: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 92

Na análise desta figura, verificámos que o Futebol, o Basquetebol, o Andebol, o

Voleibol, a Ginástica, o Atletismo, o Ténis e o Badminton, constituem o grupo das

modalidades mais oferecidas, sendo o Futebol e o Voleibol as mais praticadas nas

escolas com menos de 500 alunos. Nesta ordem de ideias, segue-se o Ténis e o

Badminton, nas escolas com o número de 500 a 999 alunos.

Dentro da categoria das modalidades mais abordadas, todas as modalidades são

menos oferecidas nas escolas com mais de 1500 alunos.

A Dança e os Desportos de Combate voltam a pertencer ao conjunto das menos

oferecidas para a prática no Desporto Escolar. A Patinagem, a Orientação e os Jogos

Tradicionais, integram-se nas modalidades sem qualquer percentagem de oferta.

Modalidades Alternativas

Nº de Alunos

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499

Alunos 1500 ou +

Alunos

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Nº de Escolas %

Natação 2 7,1% 6 21,4% 1 3,6% 1 3,6%

Corfebol 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Râguebi 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Futsal 2 7,1% 2 7,1% 1 3,6% 1 3,6%

Canoagem 1 3,6% 2 7,1% 2 7,1% 1 3,6%

Quadro nº40 – Modalidades desportivas alternativas praticadas, consoante o número de alunos, no

Desporto Escolar

Page 93: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 93

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

% de Abordagem

Nat. Corf. Râg. Futs. Can.

Modalidades Alternativas

0-499 Alunos 500-999 Alunos 1000-1499 Alunos 1500 ou + Alunos

Figura 36 – Modalidades desportivas alternativas praticadas, consoante o número de alunos, no

Desporto Escolar

Após a observação da figura 31, verificámos que o Corfebol e o Râguebi são as

únicas modalidades em que não existe qualquer percentagem de oferta para a prática

no Desporto Escolar. Já a Natação, o Futsal e a Canoagem, pertencem ao grupo das

modalidades mais oferecidas, sendo que na Natação a oferta é maior nas escolas,

constituídas entre 500 a 999 alunos, o Futsal, nesta última e nas escolas com menos

de 500 alunos. Já, a Canoagem, também tem uma maior oferta nas escolas com 500 a

999 alunos e nas de 1000 a 1499 Alunos.

Page 94: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 94

SÍNTESE

Assim:

Quanto às modalidades nucleares do Desporto Escolar, podemos afirmar

que apresentam sempre o mesmo leque de modalidades. Assim, os

Desportos Colectivos (Andebol, Basquetebol, Voleibol e o Futebol), os

Desportos de Raquete e a Ginástica, são os mais oferecidos, contudo o

Voleibol é a modalidade que se destaca em relação a todas as outras. Os

Jogos Tradicionais, a Orientação e a Patinagem, pertencem ao conjunto de

modalidades, que se repetem ao longo de todas as categorias, como as que

não apresentam qualquer tipo de oferta para a prática no Desporto Escolar.

A Dança e os Desportos de Combate são as menos abordadas.

Todos estes conjuntos de modalidades repetem-se nas escolas consoante o

Concelho, com maior predomínio das mesmas Fora do Concelho do

Funchal.

A mesma situação, quanto aos grupos, volta-se a constatar nas escolas

consoante o número de alunos.

Relativamente as modalidades alternativas do Desporto Escolar,

verificámos que em todas as categorias, apresentam sempre o mesmo leque

de modalidades mais praticadas, ou seja, a Natação, o Futsal e a Canoagem.

No que diz respeito às escolas por concelho, este mesmo conjunto volta a se

destacar, com uma maior incidência, nas escolas fora do Concelho do

Funchal.

Na categoria, consoante o número de alunos, estes grupos repetem-se,

contudo, a natação é a mais abordada nas escolas com menos de 500

alunos.

Ainda há a salientar que as modalidades como o Corfebol e o Râguebi, são

as únicas modalidades a não oferecer qualquer pratica no Desporto Escolar.

Page 95: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 95

3.3. – Comparação entre as modalidades abordadas na

Educação Física e no Desporto Escolar

3.3.1. – Segundo a Sistematização das modalidades Abordadas

No que concerne à comparação das modalidades nucleares entre a Educação

Física e Desporto Escolar, a nível da Sistematização das Actividades, segundo

Fernando Almada, verificámos que há uma predominância na prática dos Desportos

Colectivos, Desportos Individuais e dos Desportos de Confrontação Directa, contudo,

observámos uma pequena diferença, que enquanto na Educação Física há um

domínio dos Desportos Colectivos e dos Desportos Individuais, seguido dos

Desportos de Confrontação Directa; no Desporto Escolar, surge primeiro os

Desportos Colectivos, seguindo-se os Desportos de Confrontação Directa e, por fim,

os Desportos Individuais, no que se refere a cada uma das categorias analisadas, ou

seja, este conjunto de classificação surge sempre, variando na percentagem de

abordagem, quer na análise geral, análise por Concelho e até mesmo na análise

consoante o número de Alunos.

As modalidades menos abordadas são os Desportos de Combate e a Dança,

contudo, esta é a mais praticada.

Os Desportos de Adaptação ao Meio e os Jogos Tradicionais, apresentam uma

baixa taxa de prática na Educação Física, mas também não são oferecidas para a

prática no Desporto Escolar.

A título de conclusão, verificou-se que a única modalidade que não apresenta

qualquer taxa de abordagem, em todas as categorias analisadas, é os Desportos de

Grandes Espaços, quer na Educação Física, quer no Desporto Escolar.

Relativamente às modalidades alternativas, constatámos que, na Educação Física,

o grupo que surge com maior frequência é o dos Desportos Individuais, Indefinido,

Desportos Colectivos. No Desporto Escolar, o grupo de maior oferta é constituído por:

Desportos Individuais, Desportos de Adaptação ao Meio e Desportos Colectivos.

Os Desportos de Combate e os Desportos de Grandes Espaços, constituem o

conjunto de modalidades que não são praticados/oferecidos na Educação Física, bem

como no Desporto Escolar.

Page 96: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 96

Em jeito de conclusão, podemos afirmar que os alunos com a prática dos

Desportos Colectivos, dos Individuais e dos da Confrontação Directa, terão o

privilégio de vivenciar a divisão do trabalho, implicando o desempenho de funções

específicas e o domínio da dinâmica de grupo; o conhecimento de alguns aspectos do

praticante, ou seja, o conhecimento dos “limites do eu”; e, poderão ainda, ter o

privilégio de vivenciar situações onde há o diálogo com o opositor, normalmente por

meio de um objecto interposto. Por outro lado, a não prática dos Desportos de

Adaptação ao Meio, os Desportos de Combate e os Desportos de Grandes Espaços,

acabará por limitar as vivências dos alunos no que concerne ao estabelecimento de

uma relação com um meio diferente daquele a que já automatizou; ao não poderem

vivenciar situações do conhecimento do “eu” no confronto com situações críticas e no

diálogo com o outro; e, ainda, não terão a possibilidade de criar uma relação com o

meio em “espaços abertos”.

Concluímos, assim, que a maior ou menor prática de certas classificações vai

possibilitar aos alunos uma maior ou menor vivência, possibilitando por seu turno

um maior ou menor incremento equilibrado de variáveis importantíssimas no

desenvolvimento motor dos alunos.

3.3. 2 – Segundo as modalidades abordadas

Relativamente às modalidades nucleares, abordadas na Educação Física e no

Desporto Escolar, verificou-se uma predominância dos Desportos Colectivos

(Futebol, Andebol, Basquetebol, Voleibol), os quais se repetem na sua oferta para a

prática no Desporto Escolar, havendo um domínio do Voleibol. Apercebemo-nos que

nas categorias analisadas, vão surgindo novas modalidades com uma percentagem

significativa de abordagem/oferta, nomeadamente, os Desportos de Raquete, a

Ginástica e ainda o Atletismo.

Os Jogos Tradicionais, Orientação, Patinagem, Dança e os Desportos de Combate,

pertencem ao conjunto de modalidades menos praticado na Educação Física, mas no

Desporto Escolar, só a Dança e os Desportos de Combate são os menos abordados,

porque os Jogos Tradicionais, a Orientação e a Patinagem são os que não apresentam

oferta para a sua prática.

Page 97: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 97

No que concerne às modalidades alternativas, constatámos que, tanto na

Educação Física como no Desporto Escolar, a modalidade mais praticada é a Natação.

A diferença entre eles, deve-se ao facto que no Desporto Escolar ainda são praticadas,

para além da Natação, modalidades como o Futsal e a Canoagem.

As modalidades que não são abordadas, na Educação Física, são o Râguebi e a

Canoagem, enquanto que no Desporto Escolar, passam a ser o Corfebol e o Râguebi.

Sendo a Educação Física uma disciplina curricular, o aluno é obrigado a praticar

as modalidades que constituem o plano anual da sua escola, fazendo com que só

tenha o privilégio de praticar certas modalidades, enquanto que o Desporto Escolar

permite que o aluno pratique modalidades para além das praticadas na Educação

Física, bem como as que vão de encontro aos seus desejos e interesses.

Para finalizar, é nossa opinião, que a maior ou menor prática, na Educação Física

e no Desporto Escolar, vai possibilitar o desenvolvimento integral do aluno, daí que

seja importante que o mesmo vivencie um número ilimitado de modalidades, pois

cada uma delas tem um papel de extrema importância na sua formação pessoal.

3.4 – Análise dos Questionários Aplicados O questionário é utilizado por ser uma técnica adequada para interrogar um

grande número de pessoas e permitir recolher informações sobre as percepções

apresentadas pela amostra.

Segundo Gonçalves (1998) citado por Vasconcelos (2006), o inquérito por

questionário refere-se a uma técnica de obter informações junto de um conjunto de

pessoas através da formulação de perguntas. O questionário permite não só obter

informações consideradas pertinentes para qualquer investigador, junto de um

conjunto amplo de pessoas, como também de as converter em números, através, de

uma simples contagem (contabilizando-se o número de inquéritos que deram uma

resposta particular) com vista à obtenção de uma tabela de frequências.

Antes da aplicação definitiva do questionário, foi realizado um pré-teste de modo

a avaliarmos quais as falhas que este por ventura poderia conter no sentido de

podermos minimizá-las. O Pré-Teste foi realizado a três professores diferentes. De

referir que não surgiram grandes dúvidas em relação às questões, nem nenhuma

sugestão de alteração, daí que aplicámos o inquérito utilizando as mesmas questões,

mudando somente a forma das perguntas e separando as questões relativas à

Educação Física das do Desporto Escolar.

Page 98: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 98

O questionário foi efectuado na sua totalidade, nalguns casos, somente aos

Delegados de Grupo, noutros, ao coordenador do Desporto Escolar e ainda, noutros

casos, a ambos (em que o delegado, respondeu às 3 questões relativas à Educação

Física e o coordenador, às do Desporto Escolar). Aquando da impossibilidade destes

intervenientes, dado o pouco tempo útil que dispúnhamos, realizámos os

questionários a professores de Educação Física da escola em causa.

Para Gonçalves (1998) citado por Vasconcelos (2006), existem dois tipos de

questões na elaboração dos inquéritos, as abertas e as fechadas. O questionário por

nós realizado possui perguntas abertas, o que segundo este autor, deixa, de um modo

geral, ao inquirido, uma certa margem de liberdade para se expressar, permitindo-lhe

utilizar as suas próprias palavras para fazer os comentários que quiser, e dar, se assim

o entender, uma grande variedade de respostas, indo mesmo para além daquelas

esperadas pelo próprio investigador.

No entanto, os questionários, também possuem limitações, como a eventual

subjectividade ou a falta de sinceridade nas respostas, contudo este pareceu-nos ser o

instrumento mais apropriado para o que pretendido

3.4.1. – Educação Física

Neste ponto do trabalho, iremos tentar compreender as razões para a não

abordagem das modalidades nucleares que, o Programa Nacional de Educação Física,

apresenta como obrigatórias, bem como as razões para a escolha de determinadas

modalidades alternativas em vez de outras. Por fim, tentaremos verificar que a haver

total liberdade na escolha das modalidades, por parte dos professores, se estes

optariam pela sua abordagem ou por outras modalidades.

1 – Porque é que são não abordadas algumas das modalidades nucleares nesta escola?

RAZÕES APRESENTADAS NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Formação dos Professores 1 Recursos Materiais 7 Recursos Espaciais 9 Falta de à vontade dos professores 1 Motivação dos Alunos 2 Insuficiente número de Professores 1 Grande Carga Horária dos Professores 1

Quadro nº41 – Razões pelas quais não são abordadas certas modalidades Nucleares.

Page 99: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 99

Razões pelas quais não são abordadas certas modalidades

Nucleares

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Formação dos Professores

Recursos Materiais

Recursos Espaciais

Falta de à vontade dos professores

Motivação dos Alunos

Insuficiente número de Professores

Grande Carga Horária dos Professores

NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Figura 37 – Razões pelas quais não são abordadas certas modalidades Nucleares

Após o tratamento dos dados dos questionários e no que concerne à Educação

Física, podemos então afirmar, pela observação da figura 37, que certas modalidades

nucleares não são maioritariamente abordadas nas Escolas, por falta de condições

materiais e espaciais, o que nos leva a concluir que esta falta não permite efectuar a

abordagem das diversas modalidades numa mesma instalação, ou que ainda os

professores não queiram ajustar ao que pretendem.

Contudo, razões como: Formação e Falta de à vontade dos professores;

Insuficiente número de professores, bem como a Grande Carga Horária dos

Professores, são motivos pelos quais influenciam as escolhas de determinadas

modalidades em vez de outras, não permitindo assim uma maior diversidade de

prática das modalidades nas aulas de Educação Física.

Os quatro factores directamente ligados aos professores, nomeadamente, a

Formação, Falta de à vontade, Insuficiente número de professores e a Grande carga

horária, acabam por ser o factor determinante pela não prática das diversas

modalidades na Educação Física.

Page 100: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 100

Outra razão apontada foi a Motivação dos alunos, daí concluímos que esta poderá

ser devido ao modo de apreender a modalidade apresentada pelo professor, o gosto

pela modalidade e/ou falta de prática da mesma.

2 – Porque é que são abordadas estas modalidades não nucleares e não outras?

RAZÕES APRESENTADAS NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Formação dos Professores 1 Recursos Materiais 7 Recursos Espaciais 6 Em função do Tempo Disponível (Ano Lectivo) 1 Motivação dos Alunos 2 Adequadas as Características da Escolas 1 Decisão do Grupo Disciplinar 1

Quadro nº 42 – Razões pelas quais são abordadas certas modalidades Alternativas e outras não.

Razoes pelas as quais são abordadas certas modalidades

Alternativas e outras não

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Formação dos Professores

Recursos Materiais

Recursos Espaciais

Em função do Tempo Disponível (Ano Lectivo)

Motivação dos Alunos

Adequadas as Características da Escolas

Decisão do Grupo Disciplinar

NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Figura 38 – Razões pelas quais são abordadas certas modalidades Alternativas e outras não

A principal justificação para a não prática das modalidades alternativas, referidas

na figura 38, é essencialmente a mesma que verificámos anteriormente, ou seja, a

falta de condições materiais e espaciais.

Outra das razões apresentadas, deve-se ao facto de muitas das modalidades terem

sido escolhidas pelo grupo disciplinar, outras porque são as mais adequadas às

características da escola, pela motivação dos alunos e em função do tempo disponível,

ou seja, em função da disponibilidade do ano lectivo.

Page 101: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 101

3 – Se tivesse total liberdade da escola que modalidades escolheria para abordar nas aulas de Educação Física?

RAZÕES APRESENTADAS NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

As Mesmas 2 Orientação 4 Patinagem 1 Madeiraball 2 Bodyboard 1 Surf 1 Natação 4 Canoagem 3 Vela 1 Windsurf 1 Pólo Aquático 1 Râguebi 1 Corfebol 3 Hóquei em Patins 1 Hóquei em Campo 2 Btt 3 Parapente 2 Asa Delta 1 Basebol 1 Atletismo 2 Ginástica 3 Dança 2 Badminton 1 Desportos Radicais 2 Desportos de Colectivos 1 Desportos de Ar Livre 2 Desporto de Combate 1

Quadro nº 43 – Modalidades escolhidas pelos professores para a prática nas aulas de Educação Física

Page 102: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 102

Modalidades escolhidas pelos Professores para aprática nas

aulas de Educação Física

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

As Mesmas

Orientação

Patinagem

Madeiraball

Bodyboard

Surf

Natação

Canoagem

Vela

Windsurf

Pólo Aquático

Râguebi

Corfebol

Hóquei em Patins

Hóquei em Campo

Btt

Parapente

Asa Delta

Basebol

Atletismo

Ginástica

Dança

Badminton

Desportos Radicais

Desportos de Colectivos

Desportos de Ar Livre

Desporto de Combate

NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Figura nº 39 – Modalidades escolhidas pelos Professores para a prática nas aulas de Educação Física

Page 103: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 103

No que concerne às modalidades de livre escolha, por parte dos professores,

constatámos um alargado leque das mesmas que escolheriam para a prática nas suas

aulas de Educação Física. Assim, verificámos uma escolha predominante das

modalidades como: Natação, Orientação, Canoagem, Corfebol, Btt e Atletismo, todas

estas presentes no plano anual da maioria das escolas, até aqui nada de novo, no

entanto, surgem respostas interessantes como: Surf, Bodyboard, Vela, Windsurf, Pólo

Aquático, Hóquei em Patins e em Campo, Parapente e Asa Delta.

Assim, não se entende a não prática destas últimas modalidades, já que existe

grande vontade por parte dos professores. Julgamos que poderá ser por falta de meios

materiais e/ou monetários, bem como a acomodação dos próprios professores em pô-

las em prática e inovar a sua aplicação, pois é mais fácil abordar o que já é conhecido.

3.4.2. – Desporto Escolar Neste ponto do trabalho, iremos tentar compreender as razões para a

abordagem das modalidades que compõem o Desporto Escolar, bem como verificar as

razões para a escolha de determinadas modalidades em vez de outras. Tentaremos,

ainda, observar quais as modalidades que os Professores escolheriam para abordar no

Desporto Escolar, se tivessem total liberdade de escolha.

1 – Qual é a razão para a abordagem destas modalidades no Desporto

Escolar?

RAZÕES APRESENTADAS NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Condições da Escola 1 Recursos Materiais 3 Recursos Espaciais 3 Motivação dos Alunos 5 Modalidades Preferidas dos Alunos 1 Modalidades que não existem no Concelho 1 Consoante a Carga horária dos Professores 1 Consoante o Horário dos Espaço 1 Escolha pelos Professores 1 Falta de À vontade dos Professores 1 Maior adesão por parte dos alunos 3 Alunos sentem-se mais aptos 1 Falta de Disponibilidade dos Professores 1 Motivação dos Professores 1

Quadro nº 44 – Razões pelas quais são abordadas certas modalidades no Desporto Escolar

Page 104: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 104

Razões pelas quais são abordadas certas modalidades no

Desporto Escolar

0 1 2 3 4 5 6

Condições da Escola

Recursos Materiais

Recursos Espaciais

Motivação dos Alunos

Modalidades Preferidas dos Alunos

Modalidades que não existem no Concelho

Consoante a Carga horária dos Professores

Consoante o Horário dos Espaço

Escolha pelos Professores

Falta de À vontade dos Professores

Maior adesão por parte dos alunos

Alunos sentem-se mais aptos

Falta de Disponibilidade dos Professores

Motivação dos Professores

NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Figura nº 40 – Razões pelas quais são abordadas certas modalidades no Desporto Escolar

Quanto ao Desporto Escolar e pela observação da figura 40, observámos que só

certas modalidades são praticadas essencialmente por falta de condições materiais e

espaciais, bem como pela motivação dos alunos. Ainda assim, certos grupos de

modalidades surgem nas escolas para a prática no Desporto Escolar, devido à falta de

à vontade dos Professores, consoante o horário do Espaço e a carga horária do

Professor, pela motivação dos Professores, entre outras. Contudo e porque o Desporto

Escolar é direccionado para os alunos, certas modalidades são escolhidas, porque são

as suas preferidas, por serem aquelas em que os alunos se sentem mais aptos e

também por haver uma maior adesão.

Ainda, constata-se que as modalidades praticadas a nível do Desporto Escolar são

maioritariamente escolhidas pela escola e pelos respectivos professores, apesar de

tentarem ir de encontro aos interesses e desejos dos alunos.

Page 105: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 105

2 – Porque razões não são abordadas outras modalidades, no âmbito do Desporto Escolar?

RAZÕES APRESENTADAS NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Formação dos Professores 2 Recursos Materiais 5 Recursos Espaciais 6 Falta de Motivação dos Alunos 4 Insuficiente número de Professores 2 Preferência dos Professores 1 Carga horária insuficiente 1 Consoante o tipo de formação do Professor que passa pela a escola 1

Quadro nº 45 – Razões pelas quais não são abordadas outras modalidades no Desporto Escolar

Razões pelas quais não são abordadas outras modalidades

no Desporto Escolar

0 1 2 3 4 5 6 7

Formação dos Professores

Recursos Materiais

Recursos Espaciais

Falta de Motivação dos Alunos

Insuficiente número de Professores

Preferência dos Professores

Carga horária insuficiente

Consoante o tipo de formação do Professor que

passa pela a escola

NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Figura nº 41 – Razões pelas quais não são abordadas outras modalidades no Desporto Escolar

Referente à figura 41, verificámos que as razões apontadas pelas escolas em que

não são abordadas outras modalidades no Desporto Escolar, são muito variadas. Tal

como se constatou na figura anterior, certas modalidades não são abordadas devido à

falta de condições materiais e espaciais e por falta de motivação dos alunos. Ainda

surgem razões como a formação dos Professores, o insuficiente número de

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Monografia Sandra Camacho 106

professores e ainda consoante o tipo de formação do Professor que passa pela escola,

o que irá permitir uma maior ou menor variedade de modalidades.

É nossa opinião, que a principal ilação pela não abordagem destas modalidades no

Desporto Escolar, deve-se ao medo que o professor possui em não inovar, ou seja, por

não se sentir à vontade no domínio da matéria. Podemos, ainda, pensar que o

questionário por não ser seguro, poderá ter influenciado o professor a dar outras

justificações, nomeadamente a da falta de motivação dos alunos, o que

implicitamente está interligada à sua não prática.

3 – Se tivesse total liberdade de escolha, que modalidades escolheria para abordar no Desporto Escolar?

RAZÕES APRESENTADAS NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

As Mesmas 4 Orientação 2 Râguebi 2 Voleibol 2 Futebol 1 Actividades ao Ar Livre 1 Judo 1 Canoagem 3 Atletismo 1 Ginástica 3 Btt 1 Bodyboard 1 Badminton 1 Basebol 1

Quadro nº 46 – Modalidades escolhidas pelos professores para a prática no Desporto Escolar

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Monografia Sandra Camacho 107

Modalidades escolhidas pelos Professores para a prática no

Desporto Escolar

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

As Mesmas

Orientação

Râguebi

Voleibol

Futebol

Actividades ao Ar Livre

Judo

Canoagem

Atletismo

Ginástica

Btt

Bodyboard

Badminton

Basebol

NÚMERO DE RESPOSTAS DADAS

Figura nº 42 – Modalidades escolhidas pelos os professores para a prática no Desporto Escolar

Aquando da observação da figura 42, verificámos que nas modalidades escolhidas,

se os Professores tivessem total liberdade, seriam praticamente as mesmas que já

abordam e, maioritariamente, a Canoagem, a Ginástica, a Orientação, o Râguebi e o

Voleibol, entre outras. No entanto, ainda, surgem modalidades como: Actividades ao

ar livre, Btt, Bodyboard e o Basebol.

Em jeito de conclusão, após a aplicação do questionário e em confronto com as

figuras correspondentes às modalidades nucleares e alternativas abordadas na

Educação Física e no Desporto Escolar, deparámo-nos com um vasto leque de razões,

pelas quais as mesmas são ou não são abordadas. No entanto, verificámos que, em

grande parte, deve-se às condições das escolas, ou seja, devido à falta ou não de

materiais e/ou espaços, enunciando-se posteriormente outros motivos, tais como:

formação e motivação dos Professores, motivação dos alunos, horários, à vontade dos

Professores na abordagem de determinada modalidade, etc.

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Monografia Sandra Camacho 108

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Monografia Sandra Camacho 109

1. – Introdução

Neste ponto do trabalho, serão apresentadas as principais ilações que podemos

tirar, quer a nível da pesquisa bibliográfica feita, quer do estudo prático realizado.

Serão também apresentadas propostas para futuros trabalhos nesta área, ou seja, na

caracterização das actividades desportivas, no âmbito da Educação Física e do

Desporto Escolar, sendo também indicadas possíveis soluções de forma a superar os

obstáculos encontrados com a realização deste estudo.

2. – Conclusões do Estudo

Para podermos retirar as principais ilações de todo este processo de investigação,

optámos por fazer uma reflexão partindo da análise realizada dos resultados, isto é,

tal como já foi referido anteriormente, observou-se que as modalidades ditas

“Tradicionais” são as que imperam, ou seja, os Desportos Colectivos, quer tanto na

Educação Física, quer no Desporto Escolar. Já as modalidades como o Atletismo, a

Ginástica e os Desportos de Raquete surgem posteriormente.

A Natação é a modalidade alternativa mais abordada, tanto na Educação Física

como no Desporto Escolar.

Assim que nos deparámos com a prática de certas modalidades em detrimento de

outras, concluímos logo que existem escolas que não cumprem com o Programa.

Como explicação mais plausível, os Professores, referem a da falta de condições

materiais e/ou espaciais da escola, reforçando, ainda, com a falta de motivação por

parte dos alunos. Muitas vezes, esquecem-se que o factor de maior impacto é o

próprio professor, pois ao não fazer a abordagem para a prática de outras

modalidades, deve-se ao facto da sua formação, o à vontade e a sua motivação,

conforme pudemos constatar no questionário aplicado.

Achamos relevante salientar que, para o cumprimento do Programa, temos que

ser inovadores, criando novas formas pedagógicas de ensino, independentemente da

situação em que o Professor se encontre, nunca esquecendo que o principal objectivo

é o desenvolvimento integral do aluno.

Observámos, ainda, que os 3 anos que compõem o 3º Ciclo, são em muito

parecidos no que concerne às modalidades mais ou menos abordadas, até nas que

nem apresentam qualquer taxa de prática, quer a nível das modalidades nucleares,

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Monografia Sandra Camacho 110

quer a nível das modalidades alternativas. Assim, estes aspectos provocarão lacunas

nos alunos, pois não serão desenvolvidas as suas potencialidades. É nossa opinião,

que os Professores de Educação Física, deverão tomar uma posição, com o intuito de

valorizar cada vez mais a sua profissão, ou seja, tomar iniciativas tendo sempre por

base a importância do desenvolvimento do aluno.

Em suma, e como já foi referido anteriormente, é sabido que a Educação Física

tem um papel importantíssimo no desenvolvimento multilateral do aluno, pois para

além de ser uma disciplina curricular, permite ao indivíduo atingir uma harmonia

motora e intelectual, desenvolvendo capacidades que posteriormente serão

imprescindíveis para o seu desenvolvimento pessoal e social. Para tal, é cada vez mais

urgente a necessidade de inovar, sendo neste contexto essencial a motivação do

professor, pois em situações adversas, poderá levar a bom porto os objectivos

primordiais da Educação Física.

Em forma de conclusão e após todo o este processo de investigação realizado,

verificámos que a Educação Física e do Desporto Escolar têm uma extrema

importância, por serem áreas ecléticas, inclusivas e que visam o desenvolvimento

multilateral do aluno, no entanto, aquando no “terreno” deparámo-nos com uma

realidade um pouco diferente daquela que gostaríamos de encontrar.

3. – Pospostas para Futuros Trabalhos

Com o concluir deste trabalho, verificámos algumas lacunas, na parte do

preenchimento das tarefas motoras, de forma a tornar os alunos um ser a nível motor

um pouco mais desenvolvidos, diversificados. Pois, Lopes (2002) refere que “é mais

saudável introduzir certas modalidades nas diferentes fases da vida da pessoa, tendo

em conta os períodos críticos das crianças, sabendo que diferentes modalidades

oferecem diferentes estímulos.”

A nossa proposta, para trabalhos futuros e de forma a colmatar estas lacunas,

seria:

Tentar compreender as resistências criadas à volta da Educação Física,

realizando um estudo de forma a entender quais os obstáculos resistentes à

mudança. Assim, poderíamos apresentar um conjunto de regras para o

ensino das modalidades menos abordadas por escolas, anos, pela

receptividade dos alunos e professores, incrementando uma maior prática.

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Monografia Sandra Camacho 111

Fazer um cruzamento de dados, do 2º e 3º Ciclo com o Secundário, de modo

a verificar quais as modalidades mais ou menos abordadas na Educação

Física e no Desporto Escolar, em toda a rede escolar da Região Autónoma da

Madeira, permitindo assim verificar o seu estado geral, bem como a

necessidade ou não de implementar melhorias.

Realizar um levantamento dos Professores por Ciclo, verificando quais as

modalidades que praticaram, aquando da sua formação superior, de forma a

entender se as mesmas irão influenciar a sua abordagem enquanto

professores.

Relativamente aos questionários, uma outra proposta, seria o aprofundar das

questões para melhor compreender a realidade escolar que se constata na

Educação Física e no Desporto Escolar.

Professores ainda poderiam criar, uma vez por mês, dias alusivos a certas

modalidades. Por exemplo, no caso de criarmos o mês dos Desportos de

Combate, o que aconteceria seria do género, as duas primeiras semanas eram

direccionadas para a prática das mesmas, durante as aulas de Educação

Física, e nas restantes semanas seriam para competições intra-turma, inter-

turmas e numa fase mais avançada inter escolas.

Elaborar um levantamento das instalações e materiais das escolas, de forma a

clarificar os porquês do não cumprimento do Programa, uma vez que os

Professores se “queixam” da falta de condições das mesmas.

Todas estas propostas apresentadas, foram elaboradas com o intuito de serem

implementadas nas aulas de Educação Física. Contudo, o Desporto Escolar é, em

grande parte uma réplica, das modalidades abordadas na escola, assim se aos poucos

e poucos as modalidades menos praticadas nas aulas de Educação Física forem

ganhando força, motivadas por estas intervenções, verificaremos que a médio e longo

prazo, também estas modalidades, irão ganhar uma força expressiva no Desporto

Escolar.

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Monografia Sandra Camacho 112

4. – Bibliografia

ALMADA, F. (1994). «Cadernos da Sistemática das Actividades Desportivas nº 2 -

Apresentação da Base Conceptual da Sistemática das Actividades Desportivas -

Taxonomia e Modelos de Tratamento do Conhecimento». Lisboa. 2ª Edição.

Edições FMH.

ANDRADE, A. (1996). “Desporto Escolar: o nosso desafio”. Revista Painel Desportivo,

Junho, pp.21-23

BARATA, J. & OLIMPO, C.(2004). “Hoje há Educação Física – Educação Física, 5º e 6º

anos”. Lisboa. 1º Edição. Texto Editora.

BARATA, J. & OLIMPO, C. (1997) “Hoje há Educação Física – Educação Física, 6º ano”.

Lisboa. 1º Edição. Texto Editora.

CARREIRO DA COSTA, F. (1996). “Formação de Professores: Objectivos, Conteúdos e

Estratégias”. Formação de Professores em Educação Física, Concepções,

Investigação, Prática. Edições FMH. Lisboa.

CALADO, J. (s.d.). “Em forma 5º e 6º – Educação Física, Segundo Ciclo do Ensino

Básico”. Areal Editores.

CALADO, J. & CALADO, P. (s.d.). “Educação Física – 5º e 6ºanos, Segundo Ciclo do

Ensino Básico”. Areal Editores.

CNAPEF (2002). “ Dez anos após a reforma – Perspectivas para a Educação Física e o

Desporto Escolar, ”. Carta Aberta – Abril.

COSTA, D. (s.d.). “ Jogo Limpo – Dossier do Professor, Educação Física7º,8º e 9º anos”.

Porto: Porto Editora.

COSTA, D. (s.d.). “ Educação Física e Desporto Escolar – Dossier do Professor, 9º anos”.

Porto Editora.

COSTA, J. & LINHARES, J. (s.d.). “ Manual de Educação Física e Desportiva – 5º e 6º

anos de escolaridades”. Porto Editora

Page 113: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 113

FERREIRA, E. (2004). “A Disciplina de Educação Física: oferta e procura de licenciados

de Educações Física”. Revista Ludens, nº 4 Abril – Junho, pp. 21-25.

JACINTO, J. & COMÉDIAS, J. & MIRA, J. & CARVALHO, L. (2001). ”Programa de

Educação Física – Ensino Básico, 3º Ciclo”. Novembro.

LOPES, H. (2002). “Sistematização – Taxononia de Fernando Almada” in apontamentos

da Cadeira da Sistemática das Actividades Desportivas (SAD) I e II – UMa.

MATHEWS, D. (1980). “Propósitos e Objectivos da Educação Física – Medida e

avaliação em educação física”. Rio de Janeiro: Editora Interamericana.

MOTA, R. (1997). A Educação Física e o Desporto Escolar. Revista Horizonte. Vol.

XII, nº 16 Março – Abril.

PINA, M. (2002). “Desporto Escolar – Estado actual e perspectiva. Revista Horizonte.

Vol. XVII, nº 101, Janeiro – Fevereiro.

ROMÃO, P., & PAIS, S. (2006) “ Organização e Desenvolvimento Desportivo – 12º ano”.

Porto Editora.

SAAVEDRA, A. (s.d.). “Introdução a Educação Física – 10º/11º Anos de Escolaridade”.

Edições Asa.

SOARES, J. (1997). “Desporto Escolar – Organização e perspectivas futuras”. Edição: O

Desporto Madeira.

FORMATO ELECTRÓNICOS

“Educação física e o Desporto Escolar decreto de lei nº 95/91, 26 de Fevereiro”.

Retirado17 de Maio de http://resea.aveiro-digital.net/legis/37.htm

MELO, J. (2006). “Perspectivas da Educação Física Escolar: reflexão sobre a Educação

Física como componente curricular” Revista brasileira de Educação Física, São

Paulo, Vol. XX, Setembro. Retirado a 20 de Julho de:

http://www.usp.br/eef/xipalops2006/53_Anais_p188.pdf

Page 114: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 114

SILVEIRA, J. (s.d.). “A Educação Física escolar nas escolas públicas e os seus conteúdos:

uma análise sobre a postura dos educadores acerca de seu campo de trabalho”

retirado a 17 de Maio de http://www.confef.org.br/arquivos/artigo.doc

RODRIGUES, A. (s.d.). Jornal On-line do Agrupamento de Escolas de Ribeira do Neiva.

“Desporto escolar”. Retirado a 17 de Maio de http://www.eb23-ribeira-

neiva.rcts.pt/florescerdoneiva/2005-06/06-desportoescolar/index.htm

Artigo nº3 do Decreto de lei nº 95/96, 26 de Fevereiro retirado a 26 de Maio de

http://resea.aveiro-digital.net/legis/37.htm

Page 115: Caracterização das actividades desportivas abordadas na educação física e no desporto escolar nas escolas do 3º ciclo da RAM, Sandra Camacho

Monografia Sandra Camacho 115

5. – Anexos

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Monografia Sandra Camacho 116

ANEXO I – OFÍCIOS

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Monografia Sandra Camacho 117

Licenciatura em Educação Física e Desporto – 5º ano

Monografia – Ramo Ensino

Sandra Camacho – 965715433; [email protected]

Exmo. Presidente do Conselho Executivo da

___________________________

Data: ______________

Assunto: Trabalho de Investigação

Alunos finalistas de Licenciatura em Educação Física e Desporto da Universidade da

Madeira, estão a realizar, no corrente ano lectivo, uma monografia na área da Educação

Física, sobre os Planos Anuais de Educação Física.

Por este ser um processo que implica uma investigação acerca de algumas variáveis

presentes na realidade escolar actual, vimos por este meio solicitar a Vossa Excelência,

autorização para recolher na vossa escola as seguintes informações/dados:

1- Plano Anual de Educação Física com as “modalidades/conteúdos” a leccionar no

presente ano lectivo, para cada período (2º / 3º ciclos e Secundário);

2- Número de Professores de Educação Física da Escola (2º / 3º ciclos e Secundário);

3- Modalidades praticadas ao nível do Desporto Escolar (2º / 3º ciclos e Secundário);

4- Número de alunos da Escola (2º / 3º ciclos e Secundário);

5- Instalações Desportivas disponíveis para as aulas de Educação Física.

Prontamente voltaremos a entrar em contacto com Vossa Excelência, agradecendo desde

já a atenção dispensada.

Com os melhores cumprimentos,

O Orientador de Monografia P/ Estagiários

______________________ __________________

(Prof. Dr. Hélder Lopes)

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Monografia Sandra Camacho 118

A NEXO II – QUADRO

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Monografia Sandra Camacho 119

3º Ciclo

Escola X

Modalidades Nº de Professores de E. F.

Nº Total de Alunos da Escola

Plano Anual de Educação Física

7º Ano

1º P

2º P

3º P

8º Ano

1º P

2º P

3º P

9º Ano

1º P

2º P

3º P

Desporto Escolar

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Monografia Sandra Camacho 120

ANEXOIII – QUESTIONÁRIOS

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Monografia Sandra Camacho 121

Departamento de Educação Física e Desporto

Caro(a) Colega, este questionário tem por objectivo perceber como é feita a selecção das

modalidades a abordar nas aulas de Educação Física e no Desporto Escolar.

Todos os dados recolhidos são confidenciais e serão utilizados apenas no âmbito do

trabalho de investigação que actualmente desenvolvemos na Universidade da Madeira.

Desde já agradecemos a sua colaboração!

- Educação Física:

1. Porque é que não são abordadas algumas das modalidades nucleares nesta escola?

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________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

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__________________________________________

2. Porque é que são abordadas estas modalidades não nucleares e não outras?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

__________________________________________

3. Se tivesse total liberdade de escolha que modalidades escolheria para abordar nas aulas

de Educação Física?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

___________________________________________

- Desporto Escolar

4. Qual a razão para a abordagem destas modalidades no desporto escolar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________________

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Monografia Sandra Camacho 122

5. Porque razão não são abordadas outras modalidades, no âmbito do desporto escolar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

__________________________________________

6. Se tivesse total liberdade de escolha, que modalidades escolhia para abordar no

desporto escolar?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________________

Obrigado pela sua colaboração!

Sandra Camacho