CAPUCHINHA - WebsOs frutos das plantas pertencentes a família Tropaeolaceae são...

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CAPUCHINHA (Tropaeolum majus L.) Wellington Souto Ribeiro José Alves Barbosa Lucas Cavalcante da Costa Organizadores Areia (PB), Janeiro de 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS LABORATÓRIO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

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CAPUCHINHA(Tropaeolum majus L.)

Wellington Souto RibeiroJosé Alves Barbosa

Lucas Cavalcante da CostaOrganizadores

Areia (PB), Janeiro de 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

LABORATÓRIO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

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CAPUCHINHA (Tropaeolum majus L.)

OrganizadoresWellington Souto Ribeiro

José Alves BarbosaLucas Cavalcante da Costa

Projeto Gráfico e Editoração EletrônicaEdson Santos de Souza

Editora Kiron

RevisãoEdir Barbosa

Criação e Editoração Eletrônica da CapaPaulo de Tarso Soares Silva

Editora Kiron

Impressão e AcabamentoEditora Kiron

(61) 3563.5048 - www.editorakiron.com.br

R484

Ribeiro, Wellington S.; Barbosa, José A.; Costa, Lucas Cavalcante daCapuchinha (Tropaeolum majus L.) / Wellington Souto Ribeiro, José Alves Barbosa, Lucas Cavalcante da Costa (Organizadores). – Brasília: Editora Kiron, 2012.

100 p. : il ; 21 cm

ISBN 978-85-8113-042-2

1.Biologia. 2.Botânica. I. Título.

CDU 582.32/.998

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Os AutOres

Wellington Souto Ribeiro é Engenheiro Agrônomo pela Univer-sidade Federal da Paraíba (2011) e mestrando em Fitotecnia (Produção Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa.

José Alves Barbosa é Engenheiro Química pela Universidade Fe-deral da Paraíba (1981), mestre em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1986) e doutor em Agronomia – na área de Agricul-tura Tropical e subárea de Fisiologia da Pós-Colheita – pela Universidade Federal da Paraíba. É professor Associado da Universidade Federal da Paraíba.

Lucas Cavalcante da Costa é graduando em Agronomia pela Uni-versidade Federal da Paraíba e membro do Grupo de Pesquisa “Poten-cialidade Fisiológica, Bioquímica de Pós-Colheita e Agroindustrial de Produtos Regionais”. (CNPq/UFPB/CCA).

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COlAbOrAdOres

Edmilson Igor Bernardo [email protected]

Emanuelle Ribeiro da C. [email protected]

Gilmara Gurjão [email protected]

Helder Horacio [email protected]

Rayssa Ribeiro da [email protected]

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Dedico ao altíssimo e soberano DEUS.Aos meus pais Delzo Ribeiro da Costa e Maria Criseth de Souto Ribeiro.

À minha querida irmã Lylian Souto Ribeiro ea toda a minha família, co autores da minha história.

Wellington Souto Ribeiro

Á Deus Pai, por sua existência, ao seu filho Jesus Cristo pelo meu resgate e ao Espírito Santo pela sua presença em minha vida.

Aos meus pais Hipólito Barbosa e Alice Alves Barbosa (in memorian). A minha esposa Rivanete. Aos meus filhos Arthur, Renato, Bernardo e a

minha nora Renata e aos meus netos João Vitor, Beatriz e Caio Bento.José Alves Barbosa

Dedico ao DEUS, verdadeiro autor de nossas vidas.Aos meus queridos avós Carmelita Mendes Cavalcante

(in memorian), José Ferreira e Elijanete Gomes.E aos meus pais Ivan Bezerra da Costa e Ana Cristina Gomes.

Lucas Cavalcante da Costa

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Prefácio

PreFÁCIO

Este livro apresenta diversos aspectos práticos e teóricos a respeito da Capuchinha (Tropaeolum majus L.), tomando como base vasto levan-tamento bibliográfico e incluindo trabalhos antigos e mais recentes, além de dados experimentais que mostram a Capuchinha como uma espécie versátil, de ampla utilização culinária e com importantes alegações fito-terápicas. Ademais, verifica os efeitos de práticas ou técnicas que interfe-rem na sua pós-produção, buscando ampliar as possibilidades espaciais e temporais de sua utilização.

Para isso, os autores buscaram abordar esses diversos aspectos sobre a planta e suas características, expondo-os de forma a oferecer ao leitor um compêndio de informações sucintas e práticas.

A publicação deste livro é o resultado de exaustivas pesquisas desen-volvidas pelos autores pesquisadores, que procuraram oferecer material útil, sucinto e prático a extensionistas, pesquisadores, professores, estu-dantes, produtores e leigos que terão acesso direto à experiência abaliza-da desses colegas.

Wellington Souto Ribeiro Engenheiro Agrônomo

Areia, Paraíba, Janeiro de 2012.

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suMÁrIO

Os Autores ............................................................................ 3

Prefácio ................................................................................. 7

Capuchinha (Tropaeolum majus L.): Classificação morfológica .................................................. 13

Utilização, propriedades, produção nacional................... 21

Utilização e Propriedades ............................................................22Produção Nacional .......................................................................23

Armazenamento de flores de Capuchinha ....................... 29

Atributos físicos das flores, folhas e frutos de Capuchinha .......................................... 47

Caracterização física das flores de Capuchinha .......................48Caracterização física das folhas de Capuchinha.......................52Caracterização física dos frutos de Capuchinha ......................54

Atributos físico-químicos das flores, folhas e frutos de Capuchinha .......................................... 59

Caracterização físico-química das flores de Capuchinha .......60Caracterização físico-química das folhas de Capuchinha ............................................................67Caracterização físico-química dos frutos de Capuchinha ...........................................................70

Fisiologia do desenvolvimento de flores, folhas e frutos de Capuchinha (Tropaeolum majus L.) .... 81

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Capítulo 1

CAPUCHINHA (Tropaeolum majus L.): ClassifiCação morfológiCa

José Alves Barbosa1

Gilmara Gurjão Carneiro2

Helder Horacio de Lucena3

Lucas Cavalcante da Costa4

C

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Os AutOres

1 Professor Associado do Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba.

2 Engenheira Agrônoma, mestre em Engenharia Agrícola e dou-torando em Engenharia de Processos pela Universidade Federal de Campina Grande.

3 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universida-de Federal Rural do Semi-Árido.

4 Bolsista PIBIC – CNPq. Aluno do curso de Agronomia pela Uni-versidade Federal da Paraíba.

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Capítulo 1

CAPuChInhA (Tropaeolum majus l.): ClAssIFICAçãO MOrFOlógICA

A Tropaeolum majus L. é conhecida também popularmente como Capuchinha, Nastúrcio, Chaguinha, Chagas, Mastruço-do-peru, Flor--de-sangue, Agrião-do-méxico, etc. É pertencente à família Tropaeolace-ae, que engloba apenas dois gêneros, que são exclusivos da América do Sul, tendo como centros de diversidade primária Colômbia, Brasil e Peru (JOLY, 1991; PINTÃO, 1995).

Segundo a descrição de Souza e Lorenzi (2005), a Capuchinha é uma erva ou liana de hábito herbáceo, cujas folhas são grandes, simples e alternas, com aspecto circular. Zanetti (2004) acrescentou que as flores da Capuchinha são descolores, membranáceas, lisas e pouco cerosas.

“As folhas da Capuchinha possuem forma orbicular-peltada e grande número de pontuações translúcidas na face superior. Na face inferior ocorre esparsa pilosidade esbranquiçada. Em média, atinge 4,5 × 4,0 cm, e pode chegar a 17,5 × 15,5 cm. A margem é inteira, com reentrâncias pouco pro-nunciadas nas nervuras de grande porte. A venação é actinódroma. Ocorre de 9-11 nervuras de grande porte, de cor mais clara que o limbo. Cada uma dessas nervuras termina em um hidatódio. As nervuras de pequeno porte são reticuladas, as aréolas são poligonais imperfeitas e a última marginal é fim-briada.” A folha é dorsiventral e anfiestomática (Imagem 1). (ZANET-TI, Análise morfoanatômica de Tropaeolum majus L. (Tropaeolaceae), v. 59, p. 173-178, 2004).

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Fonte: RIBEIRO, 2010.Imagem 1 - Aspecto das faces adaxial (A) e abaxial (B) das folhas, destacando-se a pilosidade na face abaxial da folha de Capuchinha (Tropaeolum majus L.).

Ainda segundo a classificação de Zanetti (2004) o pecíolo da Ca-puchinha é caracteristicamente afilada para o ápice, chegando a atingir, em média 9 cm × 0,5 cm na base e 0,2 cm no ápice. Possui superfície estriada, inserção central e é circular em secção transversal (ZANETTI, 2004).

Fonte: RIBEIRO, 2010Imagem 2 - (A) Aspecto do pecíolo, afilado para o ápice, destacando-se sua inserção central na face abaxial da folha de Capuchinha (Tropaeolum majus L.). (B) Destaque para a secção circular em corte transversal do caule.

B

B

A

A

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Capítulo 1

Segundo Castellani (1997), as flores da Capuchinha emergem da região axilar, com cores vibrantes, vistosas, bissexuadas, zigomorfas, com cálice pentâmero, e as suas três sépalas inferiores apresentam-se concres-cidas, formando uma estrutura denominada espora, com tecido necta-rífero em seu interior. Sua corola é, também, pentâmera, com pétalas unguiculadas, livres ou dialipétalas, com oito estames. Apresenta ovário súpero, trilocular, e lóculos uniovulados; fruto do tipo esquizocárpico (Imagem 3).

Fonte: RIBEIRO, 2010Imagem 3 - Imagem (A) com destaque dos verticilos protetores, indicando as pétalas e sépalas, onde se pode observar que as sépalas inferiores são concrescidas, formando a espora. A Imagem (B) destaca os verticilos reprodutores, onde se podem observar o ovário súpero e os estames.

Os frutos das plantas pertencentes a família Tropaeolaceae são caracteristicamente do tipo esquizocárpico tricoca. As cocas, por sua vez, são carnosas e sulcadas longitudinalmente. Os frutos têm em média 2

B

A

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cm de largura, com três segmentos, cada qual com uma única semente grande, em torno de 1-1,5 cm de comprimento. As sementes apresen-tam-se com endospesma e embrião crassos (Imagem 4).

Fonte: RIBEIRO, 2010.Imagem 4 - Fruto de Capuchinha, destacando-se as cocas.

“O caule da Capuchinha é arredondado e apresenta-se caracteristica-mente em zigue-zague, decorrente das cicatrizes foliares, formando ângulos de 120-135°. Atinge em média 1 cm de diâmetro e chega a 5 m de com-primento; não é esfoliativo e apresenta cor verde-clara com base pintalgada de vermelho-salmão na região central, que se dispersa em tons róseos claros.” Imagem 5 (ZANETTI, Análise morfoanatômica de Tropaeolum majus L. (Tropaeolaceae), v. 59, p. 173-178, 2004).

Fonte: RIBEIRO, 2010.Imagem 5 - Imagem do caule da Capuchinha, onde se observa o seu aspecto arredondado e a característica de zigue-zague, com cor verde-clara e base pintalgada em vermelho-salmão e com emergência da flor na região axilar.

± 135º

± 135º

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Capítulo 1

As suas raízes são do tipo tetrarca, com hábito de crescimento se-cundário na base do caule. Possui o cilindro central contínuo, com o floema voltado para fora (Imagem 6). (CASTELLANI, 1997).

Imagem 6 - Imagem do sistema radicular tetrarca da Capuchinha, com destaque para o corte trans-versal, onde se observa o floema voltado para fora.

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lIterAturA CItAdA

CASTELLANI, D. C. Crescimento, anatomia e produção de ácido erúcico em Tropaeolum majus L. 1997. 108 f. Disserta-ção (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 1997.

JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 10. ed. São Paulo: Nacional, 1991. 577 p.

PINTÃO, A. M.; PAIS, M. S. S.; COLY, H. In vitro antitumor activity of benzyl isothyocianate: a natural product from Tropae-olum majus. Planta Medica, v. 61, p. 233-236, 1995.

RIBEIRO, W. S. Caracterização física e físico-química, fisio-logia do desenvolvimento e armazenamento pós-colheita de Capuchinha (Tropaeolum majus L.). 2011. 156 f. Monografia (Agronomia) – Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB, 2011.

SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa, SP: Instituto Plan-tarum, 2005. 640 p.

ZANETTI, G. D.; MANFRON, M. P.; HOELZEL, S. C. S. Análise morfoanatômica de Tropaeolum majus L. (Tropaeolaceae). Revista Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, Porto Alegre, v. 59, n. 2, p. 173-178, jul./dez. 2004.

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Capítulo 2

Utilização, propriedades,

prodUção naCional

Gilmara Gurjão Carneiro1

José Alves Barbosa2

Edmilson Igor Bernardo Almeida3

Emanuelle Ribeiro da Costa Gomes4

U

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Os Autores

1 Engenheira Agrônoma, mestre em Engenharia Agrícola e dou-torando em Engenharia de Processos pela Universidade Federal de Campina Grande.

2 Professor Associado do Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Areia, PB, CEP 58.397-000.

3 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universi-dade Federal do Ceará.

4 Aluna de licenciatura do curso de Ciências Biológicas pela Univer-sidade Federal da Paraíba.

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Capítulo 2

utIlIzAçãO, PrOPrIedAdes, PrOduçãO nACIOnAl

Segundo Joly (1991) e Pintão et al. (1995), a Tropaeolum majus L., popularmente conhecida por Capuchinha, Chaguinha, Alcaparra-de--pobre, Chagas, Mastruço-do-peru, Flor-de-sangue e Agrião-do-méxico, é pertencente à família Tropaeolaceae, que engloba apenas dois gêneros exclusivos da América do Sul e tem como centros de diversidade primá-ria Brasil, Peru e Colômbia.

Suas belas flores e folhagem vistosa são utilizadas frequentemente em projetos paisagísticos (BREMNESS, 1993).

Segundo Panizza (1997), a Capuchinha é uma planta de fácil cul-tivo pela sua rusticidade, sendo, portanto, um dos motivos que fazem com que tenha característica cosmopolita, pois é encontrada em várias regiões do mundo.

Na Índia, por exemplo, todas as partes da planta são utilizadas na alimentação, enquanto em países como a França, se utilizam suas flores, folhas e frutos em uma culinária requintada e sofisticada.

No Brasil, contudo, a Capuchinha é mais utilizada e reconhecida por seus atributos fitoterápicos. Suas flores, folhas e sementes possuem grande quantidade de vitamina C, que ajuda na prevenção da gripe, com relatos de que seu consumo abre o apetite e favorece a digestão. O suco proveniente de suas folhas é considerado expectorante natural. Além dis-so, autores como Font Quer (1993) citaram a Capuchinha como anties-pasmódica, antiescorbútica, antisséptica, estimulante do bulbo capilar, expectorante e desinfetante das vias urinárias, tendo também ação diges-tiva e dermatológica.

Segundo Carlson e Kleiman (1993), o óleo proveniente de suas se-mentes é conhecido em todo o mundo com a denominação de óleo de Lorenzo, que é indicado para o tratamento da adrenoleucodistrofia, do-ença grave e degenerativa.

Além dos óleos, podem-se encontrar nas suas folhas, flores e se-mentes a mirosina (fermento), açúcares (glicose e frutose), óleo gordo (20% nas sementes), albuminas, óleo essencial, substâncias antibióticas,

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glicosídeos (glucotrapaeoline) (1,5% nas sementes), isotiocianato (ou óleo mostarda), pigmentos, resinas, pectinas, ácido erúcico, resinas, vitamina C.

utilização e Propriedades

A Capuchinha pode ser classificada como hortaliça de folha, flor e haste, pois toda a planta pode ser consumida na forma in natura ou em molhos e conservas. As flores, as folhas e os frutos possuem sabor acre e picante em razão de conterem os compostos sulfurosos, que também estão presentes no agrião (Nasturtium officinale). Além disso, suas flores e folhas possuem altos teores de vitamina C e de sais minerais, como N, S, I, F, K e fosfatos (ZURLO; BRANDÃO, l989).

No Brasil não há a tradição do uso de flores como alimento, à ex-ceção da couve-flor, do brócolis, da alcaparra, da alcachofra, enfim. E o pouco que se sabe sobre elas na literatura está nos livros que se prestam a discussão sobre plantas medicinais. As flores comestíveis não têm con-traindicação para os seres humanos, havendo muitas maneiras de utilizá--las na culinária (PRÉSTAMO; MANZANO, 1993).

A Capuchinha é uma espécie versátil, pois, além de ser utilizada na alimentação, pode ser usada em algumas receitas e práticas medicamen-tosas, como formas alternativas de medicação, com menor custo e maior acessibilidade. Ela também é muito utilizada em consorciação como planta companheira, melífera, corante natural, hortaliça não convencio-nal, ornamental ou apenas como armadilha para atrair pragas (DEMAT-TI; COAN, 1999; FONT QUER, 1993; CORRÊA, 1984).

Apesar disso, a produção da Capuchinha no Brasil é incipiente, e o pouco que é utilizado dessa planta está relacionado com o seu uso na medicina popular como produto com alegações antiescorbútica, tônica e expectorante, além dos frutos secos como purgante (FONT QUER, 1993).

As flores da Capuchinha são ricas em luteína, utilizada na preven-ção de doenças como catarata e degeneração macular. Elas também são empregadas no tratamento contra o escorbuto, pelo fato de ser rica em vitamina C e sais minerais, como nitrogênio, enxofre, iodo, ferro, potás-sio e fosfatos, em afecções pulmonares e como expectorantes. As folhas

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Capítulo 2

e flores de Capuchinha são ainda consideradas como tônicas do sangue, auxiliadoras dos processos digestivos e no combate a depressões nervosas, insônia e estafas. O material resultante do maceramento de suas folhas frescas é utilizado no combate à queda de cabelo e no fortalecimento do couro cabeludo. A Capuchinha, portanto, pode ser considerada como hortaliça nutritiva, em que suas folhas e flores compõem as saladas (PA-NIZZA, 1997; BREMNESS, 1993; FONT QUER, 1993; ZURLO; BRANDÃO, 1989; CASTELLANI, 1997).

A falta de tradição e tecnologias no cultivo dessa espécie também contribui para que a planta seja encarada como cultura de luxo, ficando restrita a pequenas hortas domésticas e a alguns poucos cultivos comer-ciais.

Produção Nacional

Segundo dados da EMBRAPA – Hortaliças (2007), a produção na-cional de hortaliças no Brasil chegou a 17,24 milhões de toneladas em 2006, cultivadas em cerca de 771 mil hectares. Cuja produção localiza--se, principalmente, nos cinturões verdes das imediações das grandes e médias cidades. As hortaliças são produzidas, sobretudo, para o abaste-cimento regional e, devido à sua perecibilidade, não permitem grandes deslocamentos.

As variações climáticas e as condições edáficas influenciam na fase de produção e na variação da quantidade demandada, o que, consequen-temente, faz os preços variarem conforme a estação do ano.

Camargo Filho (2008) dividiu o agronegócio em três grupos, que são: 1) verduras, flores comestíveis e condimentares; 2) legumes e frutos e 3) raízes, bulbos e tubérculos. O primeiro grupo, onde encontramos as flores comestíveis e por sua vez a Capuchinha como uma das protagonis-tas, apresenta-se como uma inovação no agronegócio, incentivados pela participação crescente da rede supermercadista.

Nos hiper e supermercados de São Paulo, líder na produção de flo-res comestíveis do país, comercializa-se em média 300 bandejas com 7 a 18 gramas cada, ao preço médio de R$ 5,00, de Capuchinha, Amor--perfeito e Hibisco por mês. Geraldo Lima, gerente de vendas da Santa

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Luzia, diz ter ciência da curta vida-útil pós-colheita das flores comestí-veis, que duram no máximo três dias se embaladas e refrigeradas. Diz ele, em entrevista dada a Revista Globo Rural: “O consumidor compraria mais se houvesse mais oferta”. Minas Gerais ocupa a segunda posição no ranking brasileiro na produção de flores comestíveis (REVISTA GLO-BO RURAL, 2009).

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Capítulo 2

lIterAturA CItAdA

BREMNESS, L. Manual del herborista: guia práctica para el uso y cultivo de plantas aromáticas y culinarias. Madrid: Editorial Raices. 1993. 285p.

CASTELLANI, D. C. Crescimento, anatomia e produção de ácido erúcico em Tropaeolum majus L. 1997. 108 f. Disserta-ção (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1997.

CORRÊA, M. P. Dicionário de plantas úteis e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1984. v. 1.

DEMATTI MESP; COAN RM. 2004. Jardins com plantas medicinais. Jaboticabal: FUNEP.Downham A, Collins P. Colouring our foods in the last and next millennium. Int Food Sci Technol 2000; 35:5-22.

EMBRAPA - Hortaliças. Disponível: em <Erro! A referência de hiperlink não é válida.. Acesso em: 2010.

FONT QUER, P. Plantas medicinales: el dioscórides renova-do. Barcelona: Editorial Labor, 1993. v. 2, 637 p.

JOLY, A.B. Botânica: Introdução à taxonomia vegetal. 10. ed. São Paulo: Nacional, 1991. 577p.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 2a. ed. São Paulo: IBRASA, 1997, 279p.PINTÃO, A. M.; PAIS, M. S. S.; COLY, H. In vitro antitumor activity of benzyl isothyocianate: a natural product from Tro-paeolum majus. Planta Medica, v. 61, p. 233-236, 1995.

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PRÉSTAMO G; MANZANO P. Peroxidases of selected fruits and vegetables and the possible use of ascorbic acid as na anti-oxidant. HortScience 28: 48-50, 1993.

REVISTA GLOBO RURAL. Editora Globo S.A, 2009. Disponí-vel em: < http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/ >. Acesso em: 13, Dez. 2009.

ZURLO, C.; BRANDÃO, M. As ervas comestíveis. Rio de Janeiro: Globo, 1989. 167 p.

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Capítulo 3

armazenamento de flores de CapUChinha

Rayssa Ribeiro da Costa 1

Lucas Cavalcante da Costa 2

Wellington Souto Ribeiro 3

José Alves Barbosa 4

A

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Os Autores

1 Bolsista PIBID – CAPES. Aluna de licenciatura do curso de Ciên-cias Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba.

2 Bolsista PIBIC – CNPq. Aluno do curso de Agronomia pela Uni-versidade Federal da Paraíba.

3 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universi-dade Federal de Viçosa.

4 Professor Associado do Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba – UFPB.

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Capítulo 3

ArMAzenAMentO de FlOres de CAPuChInhA

Flores são órgãos de natureza essencialmente efêmera, pois os dife-rentes tecidos que as formam, a alta atividade respiratória e o reduzido conteúdo de carboidratos de reserva fazem com que ela seja classificada como um produto altamente perecível, o que dificulta a sua comerciali-zação, resultando em curta longevidade, independente que permaneçam ou não ligadas á planta-mãe durante sua comercialização e utilização final. (NOWAK & RUDNICKI, 1990).

A longevidade das flores cortadas é afetada por diversos fatores en-dógenos e exógenos de natureza pré e pós-colheita. Assim, as condições de cultivo, o período adequado de colheita e os tratamentos pós-colheita determinam em grande parte a extensão da vida útil da flor (EPAMIG, 2005).

O estádio de desenvolvimento, ou abertura floral, na colheita e a disponibilidade de carboidratos de reserva são fatores determinantes da longevidade das flores. Somando a estes fatores, há ainda a exposição da flor ao hormônio etileno (quando sensíveis a este hormônio), a redução da capacidade de absorção de água pela haste e o ataque por microor-ganismos que afetam significativamente a vida de prateleira das flores (EPAMIG, 2005).

A redução da temperatura ambiente é o fator mais importante para estender a conservação das flores, pois maximiza o tempo de vida-útil pós-colheita, visto que retarda a abertura do botão e a senescência das pétalas, uma vez que diminui os processos metabólicos que envolvem a transpiração e respiração, e o crescimento de patógenos, mantendo a qualidade por mais tempo e prolongando a vida pós-colheita de plantas e flores durante o período de armazenamento. Porém, algumas espécies não respondem a redução da temperatura, tendo inclusive, resposta in-versa, sofrendo danos pelo frio (CORBINEAU, 1992).

Além disso, a atmosfera modificada, também é um forte aliado na conservação pós-colheita, que consiste no envolvimento dos órgãos em fil-mes plásticos, acondicionando-os em embalagens ou utilizando produtos

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sintéticos ou naturais, que formem uma película sobre eles, visando criar a atmosfera modificada (CISNERO-ZEVALLOS e KROCHTA, 2003).

São inúmeras as vantagens da utilização de embalagens com a fina-lidade de modificar a atmosfera, como o aumento da vida-útil do produ-to, comercialização de produtos de alta qualidade, com conservação de sabor, cor, aroma e frescor, além de proporcionar uma melhor apresen-tação do produto no mercado, aumentando a sua aceitação e reduzindo as perdas (CARVALHO et al., 2001). As flores de Capuchinha são extre-mamente delicadas e duram somente três dias nos supermercados depois de embaladas e refrigeradas.

Em trabalho realizado por Ribeiro (2010) no Laboratório de Quí-mica e Bioquímica do Departamento de Ciências Fundamentais e So-ciais do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) sediado em Areia – PB foi avaliada a vida-útil pós-co-lheita de flores e folhas de Capuchinha, utilizando filme PVC de baixa densidade e submetidas a duas condições de armazenamento: tempera-tura ambiente, onde a temperatura média do período variou de 26,0-29,0oC e a umidade relativa média de 59,5-71,5% e refrigeração a 12 ± 0,5ºC e 95 ± 3% de UR (Imagem 7).

Imagem 7. Aspecto das flores de Capuchinha Tropaeolum majus L. embaladas com filme PVC de baixa densidade.

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Capítulo 3

Durante o experimento as flores de Capuchinha em seus respectivos tratamentos, foram avaliadas todos os dias de armazenamento segundo os seguintes critérios: cor, escurecimento e aparência geral, adotando-se um índice de avaliação variando de 1 a 3 onde; (1) máximo valor comer-cial; (2) escurecimento (Perda de brilho) e perda de coloração das flores, sinais de murcha inicial; (3) inviável para comercialização (Tabela 1).

Imagem 8. Notas e parâmetros para avaliação subjetiva de flores de Capuchinha Tropaeolum majus L. colhidas no Centro de Ciências Agrárias.

Foi observado que as flores embaladas com Filme PVC de baixa densidade e submetidas à condição de armazenamento refrigerado, teve sua vida-útil pós-colheita prolongada em 1 dia, quando comparado as flores não embaladas e submetidas a condição de armazenamento am-biente.

No inicio do experimento, correspondente ao dia 0 de armazena-mento todos os tratamentos receberam 1 (máximo valor comercial) em sua avaliação (Tabela 1).

No dia 1 de armazenamento nas condições de refrigeração, apenas as flores submetidas ao tratamento com filme plástico de baixa densida-de, permaneciam com 1 em sua avaliação, pois apresentava flores visto-sas, com aparência fresca e coloração forte. O tratamento mantido sob condições de temperatura ambiente apresentava já alguns poucos sinais de murcha, recebendo, portanto, 2 em sua avaliação (Tabela 1).

Ao 2º dia de armazenamento, nas condições ambientais, apenas as flores submetidas ao tratamento com Filme plástico de baixa densidade, ao final do armazenamento permanecia com 1 em sua avaliação, pois apresentava flores vistosas, com aparência fresca e coloração forte. Já as

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flores submetidas a armazenamento sob condições ambientais, apresen-tavam sinais de murcha e escurecimento significativos, recebendo 2 em sua avaliação (Tabela 1).

No 3º dia de armazenamento, apenas as flores submetidas ao reco-brimento com Filme continuavam aptas à avaliação, pois apresentava pequenos pontos escurecidos e com inicio de murcha, especificamente nos ápices das pétalas, recebendo 2 em sua avaliação. O tratamento sub-metido à condição ambiente recebeu 3 em sua avaliação, ou seja, estava totalmente inapropriada pra a comercialização (Tabela 1).

Portanto, o tempo de conservação das características físicas das flo-res, proporcionado pelos tratamentos é um fator muito importante a ser considerado, visto que, a aparência da haste é o atributo de qualidade mais atrativo para o consumidor. Produtos de coloração forte, brilhante e de aparência vistosa são os preferidos (Tabela 1).

Condições de armazenamentoRefrigerado Ambiente

Tratamentos Dia 0 1º Dia 2º Dia 3º Dia Dia 0 1º Dia 2º Dia

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Filme 1 1 1 2 1 1 2

Tabela 1. Avaliação subjetiva de flores de Capuchinha Tropaeolum majus L. armazenadas sob re-frigeração e condições ambientais e submetidas a tratamento com filme PVC de baixa densidade e sem filme.

A perda de massa é um dos principais fatores que limitam à vida-útil pós-colheita de muitos produtos hortícolas e é consequência do tempo de armazenamento e da transpiração (FINGER & VIEIRA, 2007).

Essa perda de massa fresca está relacionada, principalmente, à perda de água, que além de resultar em perdas quantitativas, também influen-ciam negativamente a aparência dos produtos (murchamento e enruga-mento), bem como a textura e a qualidade nutricional (CARVALHO, 2000).

A taxa de transpiração é influenciada tanto por fatores endógenos como características morfológicas e anatômicas, relação superfície/volu-me e estádio de maturidade, quanto por fatores externos e ambientais,

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Capítulo 3

como temperatura, umidade relativa, movimento de ar e pressão atmos-férica. Assim, as perdas por transpiração podem ser controladas pelo tra-tamento do produto embalagens em filmes poliméricos, assim como pela manipulação do ambiente, mantendo a umidade relativa e o controle da circulação de ar (VILA BOAS, 2000).

Portanto, em trabalho realizado por Ribeiro, (2011), foi observado a influencia do recobrimento das flores com filme PVC de baixa densidade submetidas a armazenamento sob condição de refrigeração e ambientais. E foi observado que as flores submetidas a recobrimento com filme PVC de baixa densidade e armazenadas em condições de refrigeração obtive-ram menor perda de massa fresca durante o período de armazenamento em comparação com o tratamento sem recobrimento e armazenado sob condições de refrigeração (Figura 1). Esses dados encontram-se coerentes com os resultados encontrados por Sangallia, et al (2007), avaliando a utilização de biofilmes na redução da perda de massa pós-colheita de flores de Capuchinha cv. Jewel, concluindo, portanto que o uso de filme flexível teve um importante papel no prolongamento em até 4 vezes a vida-útil pós-colheita das flores de Capuchinha.

Segundo Nowak et al (1991), a perda de água foi evitada pela cober-tura com filme plástico.

A perda de massa fresca resultante do processo de transpiração con-siste em uma das principais causas de deterioração, tendo como consequ-ências, uma alteração na aparência, devido ao murchamento (KLUGE, 2002).

E, portanto, esse fator deve ser controlado no produto armazenado, pois o apelo visual das flores é uma dos principais atrativos para o con-sumidor.

O mesmo comportamento pode ser observado no armazenamento ambiente, onde a perda de massa fresca das flores de Capuchinha mos-trou que também houve efeito significativo entre os tratamentos. Da mesma forma que no armazenamento refrigerado as flores tratadas com filme PVC de baixa densidade obtiveram menor perda de massa fresca durante o período de armazenamento em comparação com o não reco-berto (Figura 1).

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Figura 1. Perda de massa fresca de flores de Capuchinha submetidas a recobrimento com filme PVC de baixa densidade e armazenadas sob refrigeração (A) e condição ambiente (B).

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Capítulo 3

Os açúcares não-redutores (%) em flores de Capuchinha armazena-das sob refrigeração decresceu durante o período de armazenamento. As flores submetidas ao recobrimento com filme PVC de baixa densidade e armazenadas sob refrigeração obtiveram a menor diminuição percentual nos teores de açúcares não-redutores. As flores de Capuchinha armaze-nadas sob refrigeração porem sem recobrimento com filme PVC de baixa densidade mostrou maior redução dos açúcares não-redutores durante o período de armazenamento, obedecendo a um comportamento linear decrescente onde os teores de açucares não-redutores acumularam uma perda de aproximadamente 60% ao final do período de armazenamento (Figura 2).

Esses dados confirmam que a modificação da atmosfera, decor-rente do recobrimento com filme plástico, e associado à baixa tempera-tura, contribuiu para que houvesse apenas uma pequena perda percentu-al nos teores de açucares não-redutores em sacarose.

Para os tratamentos submetidos a condições ambientais, o con-teúdo de açúcares não-redutores, apresentou o mesmo comportamento bioquímico que o sob refrigeração, com tendência à redução durante o armazenamento, onde ambos os tratamentos obedeceram a um com-portamento decrescente até o primeiro dia de armazenamento, onde os teores médios de açucares não-redutores decaíram de 10,47 a 1,35 mg/100g. Após esse período, foi observado um aumento nos teores de açúcares não-redutores que provavelmente acumulou, decorrente da per-da de água durante o período de armazenamento.

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Figura 2. Açucares não-redutores em flores de Capuchinha submetidas a recobrimento com filme PVC de baixa densidade e armazenadas sob refrigeração (A) e condição ambiente (B).

Não foi observado durante o período de armazenamento dife-rença nos açúcares redutores (%) em flores de Capuchinha recobertas com filme PVC de baixa densidade e armazenada sob refrigeração (Figura 3).

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Capítulo 3

Porém, para as flores sem recobrimento com filme PVC de baixa densidade o conteúdo de açúcares redutores, apresentou tendência à re-dução durante o armazenamento.

Isso pode ser explicado pelo fato de que a glicose e a sacarose pode-riam estar sendo utilizados pelo processo respiratório.

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Figura 3. Açucares redutores em flores de Capuchinha submetidas a recobrimento com filme PVC de baixa densidade e armazenadas sob refrigeração (A) e condição ambiente (B).

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As antocianinas são os pigmentos vegetais responsáveis pela maioria das cores azul, roxa e todas as tonalidades de vermelho encontradas em flores, frutos, algumas folhas, caules e raízes de plantas (MARKAKIS, 1982). São compostos solúveis em água e altamente instáveis em tempe-raturas elevadas (SHAHIDI e NACZK, 1995).

As antocianinas fazem parte do grupo dos flavonóides, compostos fenólicos caracterizados pelo núcleo básico flavílio. Além de contribuir para a cor de flores e frutas, as antocianinas atuam como filtro das radia-ções ultravioletas nas folhas. Em certas espécies de plantas estão associa-das com a resistência aos patógenos e atuam melhorando e regulando a fotossíntese (MAZZA e MINIATI, 1993).

Foi observado que o teor de antocianina nas flores de Capuchinha não diferiu durante o período de armazenamento para nenhum dos tra-tamentos submetidos armazenamento sob refrigeração (Figura 4).

Apesar dos teores de antocianina nas flores de Capuchinha recober-tas e não recobertas com filme PVC de baixa densidade e armazenadas sob condições de refrigeração terem apresentado valores absolutos dife-rentes durante o armazenamento, eles não foram estatisticamente dife-rentes, portanto, não houve diferença nos teores de antocianina durante o armazenamento de flores de Capuchinha sob nenhuma condição de atmosfera modificada e condição de armazenamento.

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Capítulo 3

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Figura 4. Teor de antocianinas (mg/100g) em flores de Capuchinha submetidas a recobrimento com filme PVC de baixa densidade e armazenadas sob refrigeração (A) e condição ambiente (B).

Dentre os principais pigmentos presentes nos órgãos estudados, os carotenóides e flavonóides têm importante papel na aceitação do produto pelo consumidor, principalmente no caso das flores. Normalmente,

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com a evolução da maturação dos tecidos, há degradação da clorofila, tornando visíveis pigmentos pré-exitentes e/ou a síntese de novos pig-mentos responsáveis pela coloração característica de cada espécie, e de cada órgão específico (CHITARRA & CHITARRA, 2005).

A principal função dos pigmentos carotenóides nas plantas é captar a energia da luz, que será transferida para as clorofilas e posterior-mente processada durante a fotossíntese.

Devido à presença de um cromóforo em sua molécula constituí-do exclusivamente ou principalmente de uma cadeia de ligações duplas conjugadas, as frutas e flores apresentam coloração amarela, laranja e vermelho.

Os carotenóides estão presentes em todos os tecidos fotossintéticos, juntamente com a clorofila, assim como os tecidos da planta não fotos-sintéticos como componentes de cromoplastos, que pode ser considerado como cloroplastos degenerados. Os carotenóides sempre acompanham a clorofila em uma proporção de 3 partes de clorofila para 57 partes de carotenóides. Esses pigmentos são encontrados em órgãos vegetais de coloração amarelos e nos cloroplastos de tecidos verdes, onde eles são mascarados pela clorofila até a idade do tecido. O teor de carotenóides de frutas aumenta durante o amadurecimento, embora parte da intensi-ficação da cor é devido à perda de clorofila.

E foi observado durante o armazenamento de flores de Capuchinha que não houve diferença nos teores de carotenóides totais sob nenhuma condição de atmosfera modificada e condição de armazenamento (Figu-ra 5).

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Capítulo 3

Figura 5. Teor de carotenóides (mg/100g) em flores de Capuchinha submetidas a recobrimento com filme PVC de baixa densidade e armazenadas sob refrigeração (A) e condição ambiente (B).

Portanto, foi observado que a utilização de filme PVC de baixa den-sidade associado à refrigeração manteve as características físicas e físico

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– químicas das flores de Capuchinha por um maior tempo de vida-útil pós-colheita e consequentemente reduziu as perdas decorrentes da alta sensibilidade das flores.

A utilização de filme PVC associado à refrigeração conferiu as flores um melhor aspecto por um período maior, satisfazendo assim as exigên-cias do consumidor final.

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Capítulo 3

lIterAturA CItAdA

CARVALHO AV. 2000. Avaliação da qualidade de kiwis cv.“Haryward”, minimamente processados. Dissertação – Uni-versidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.

CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: UFLA, 2005. 785 p.

CISNERO-ZEVALLOS L.; KROCHTA J.M. Internal modified atmosphere of coated fresh fruit and vegetables: Understand-ing relative humidity effects. Journal of Food Science, v.67, n.8, p.2792-2797, 2003.

CORBINEAU F. 1992. El enfriamiento de flores y plantas. Universidad de Pierre y Marie Curie, Paris y CNRS. Mendon, Francia, p.62-90.

FINGER, F.L.; VIEIRA, G. Controle da perda pós-colheita de água em produtos hortícolas. Viçosa: UFV, p.29. (Caderno didático, 19).

KLUGE, R. A. et al. Fisiologia e manejo pós-colheita de frutas de clima temperado. 2 ed. Pelotas: UFPEL, 2002.

MARKAKIS, P. Stability of anthocyanins in foods. In: MARKA-KIS, P. (Ed.) Anthocyanins as food colors. New York: Academic Press, 1982. p. 163-180.

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NOWAK, J., GOSZCZYNSKA, M.D., RUDNICKI, RAI. Storage of cut flowers and ornamental plants: present status and future prospects. Postharvest News and Information, v. 2, n. 4, p. 255-260, 1991.

PRÉSTAMO G; MANZANO P. Peroxidases of selected fruits and vegetables and the possible use of ascorbic acid as na anti-oxidant. HortScience 28: 48-50, 1993.

REVISTA GLOBO RURAL. Editora Globo S.A, 2009. Disponí-vel em: < http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/ >. Acesso em: 13, Dez. 2009.

RIBEIRO, W.S. Caracterização física e físico-química, fisio-logia do desenvolvimento e armazenamento pós – colheita de Capuchinha (Tropaeolum majus L.). 2011. 156 f. Monografia (Agronomia) Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2011.

SANGALLI, A.; SCALON S. P. Q., CARVALHO J. C. L. Perda de massa de flores de capuchinha após armazenamento. Hortic. bras., v. 25, n. 3, jul.-set. 2007.

SHAHIDI, F.; NACZK, M. Food phenolics: sources, chemistry, effects and applications. Lancaster: Technomic, 1995. 331 p.

VILAS BOAS EVB. 2000. Perdas pós-colheita. Lavras: UFLA/FAEPE, 64p.

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Capítulo 4

atribUtos físiCos das flores,

folhas e frUtos de CapUChinha

Edmilson Igor Bernardo Almeida1

Helder Horacio de Lucena2

Gilmara Gurjão Carneiro3

Emanuelle Ribeiro da Costa Gomes4

A

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Os Autores

1 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universi-dade Federal do Ceará.

2 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universida-de Federal Rural do Semi-Árido.

3 Engenheira Agrônoma, mestre em Engenharia Agrícola e dou-torando em Engenharia de Processos pela Universidade Federal de Campina Grande.

4 Aluna de licenciatura do curso de Ciências Biológicas pela Univer-sidade Federal da Paraíba.

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Capítulo 4

AtrIbutOs FísICOs dAs FlOres, FOlhAs e FrutOs de CAPuChInhA

Tropaeolum majus L. é uma planta da família das Tropaeolaceae, semi-perene, de hábito herbácea sendo uma trepadeira anual, com caule circular, folhas inteiras, peltadas, alternas e verdes, com flores axilares em forma de campânula, zigomorfa, cíclicas e hermafroditas grandes e vistosas, variando do amarelo ao vermelho (MARTINS et al., 1994) (Imagem 9). É conhecida popularmente por Capuchinha, Chaguinha, Flor do sangue, Agrião do México, Capuchinha grande, Nastúrcio, etc.

Fonte: RIBEIRO, 2010Imagem 9. Variações de cores das flores de Capuchinha (Tropaeolum majus L.).

As flores de Capuchinha têm sabor apimentado, semelhante ao agrião, o que é devido à presença de compostos sulfurados. Os seus botões, assim como os seus frutos, preparados em picles têm gosto se-melhante à alcaparra. Atualmente é muito apreciada pelos restaurantes, que servem suas folhas e flores em saladas frescas, nutritivas e atraentes. (MARTINS et al., 1994).

No Brasil não existe a tradição do uso de flores como alimento e o pouco que se sabe sobre elas na literatura está nos livros que se ocupam de plantas medicinais. As flores comestíveis não apresentam contra-indi-cação para os seres humanos, havendo, muitas maneiras de utilizar flores em culinária. (PRÉSTAMO & MANZANO, 1993).

Além de sua importância na alimentação, também se faz necessário destacar as propriedades medicinais da capuchinha como, antiepasmó-dica, antiescorbútico, anticéptico, antibiótico natural, estimulante do

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bulbo capilar, expectorante, dentre outros. Sendo usadas em algumas re-ceitas e práticas medicamentosas como formas alternativas de medicação com um custo menor e maior acessibilidade. (DEMATTI & COAN, 1999; FONT QUER, 1993; JOHNS et al, 1982; CORRÊA, 1926).

A utilização de plantas com princípios medicinais nos programas de atenção primária à saúde pode se constituir numa alternativa terapêutica muito útil devido a sua eficácia aliada a um baixo custo operacional, a relativa facilidade para aquisição das plantas e a compatibilidade cultural do programa com a população atendida (MATOS, 1994).

Caracterização física das flores de Capuchinha

A massa fresca média das flores de Capuchinha nas nuances de cores vermelha, laranja e amarela com pedúnculo é de aproximadamente 1,39g. A permanência do pedúnculo nas flores é uma prática comum na confecção de alimentos e alguns produtos fitoterápicos, ou na decoração de pratos que utilizem as flores de Capuchinha. Porém em alguns casos os pedúnculos são retirados e são utilizadas apenas as flores, onde os valores de massa fresca apenas das flores sem pedúnculo são superiores nas flores de cor laranjada que tem valores absolutos de massa fresca de 0,60g, seguido pelas flores de cor vermelha e amarela, com 0,56 e 0,50g respectivamente (Tabela 1).

As flores e folhas de Capuchinha têm um aspecto circular, onde o diâmetro médio longitudinal das flores de diferentes cores (vermelha, laranja e amarela) é de cerca de 76,54mm, enquanto que o diâmetro transversal médio é de cerca de 86,48mm (Imagem 10).

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Capítulo 4

76,54mm

86,48mm

Fonte: RIBEIRO, 2010Imagem 10. Flor de Capuchinha (Tropaeolum majus L.) em dois sentidos, transversal e longitudinal para estimar o diâmetro médio.

Porém, esses valores variam de acordo com os híbridos e as condi-ções em que são cultivadas. Moraes (2007), quando avaliou o diâmetro médio das flores de Capuchinha “Jewel”, consorciadas com repolho en-controu valores inferiores, onde o diâmetro médio máximo das flores encontrado variou de 42,7 a 45,7mm.

Barbosa (2004), por sua vez, encontrou valores médios de diâmetro variando de 51 a 61mm. Moraes (2007) encontrou diâmetro médio de flores de Capuchinha “Jewel” de 56,1mm, em plantas de cultivo solteiro e consorciadas com repolho verde e roxo.

Fazendo a relação entre os valores de diâmetro longitudinal/diâme-tro transversal obtemos valores médios de aproximadamente 1,33, (DL/DT = 1,33), o que demonstra que as flores possuem um aspecto circular.

Essa relação entre os diâmetros longitudinais e transversais são mui-to interessantes do ponto de vista industrial e estético, pois a forma do órgão determina as operações de processamento, e no caso da Capuchi-nha, cujo consumo, geralmente, se da in natura, esse aspecto morfológi-co se torna mais um atrativo para o consumidor (Tabela 2).

O comprimento lateral das flores, também é um fator importante para ser levado em consideração, pois baseia a escolha de embalagem e formas de manejo que se adequem a morfologia das flores, agregando valor e se tornando mais um atrativo das mesmas. Como pode se obser-

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vado na Tabela 1, o comprimento lateral das flores em suas três variações de cores foi estatisticamente igual, onde o valor médio encontrado de comprimento lateral foi de 5,6cm ou 56mm (Imagem 11).

5,6cm

ou

56mm

Fonte: RIBEIRO, 2010Imagem 11. Flor de Capuchinha (Tropaeolum majus L.) em comprimento lateral.

Diante de uma realidade de mercados competitivos, é fundamental o conhecimento do produto, procurando identificar as suas peculiarida-des e as possíveis formas de apresentação do mesmo para atenda as prefe-rências dos consumidores e tornando-se um fator decisivo no momento da compra.

Assim, é necessário um amplo conhecimento das variáveis que in-fluenciam a relação produto/embalagem e embalagem/consumidor, per-mitindo uma visão abrangente sobre os pontos positivos e críticos do processo de comercialização.

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Caracterização física das folhas de Capuchinha

A Tabela 3 indica as características físicas das folhas das plantas de Capuchinha com flores nas três variações de cores (vermelho, laranja e amarelo). A massa fresca média da folha com o pecíolo obtido das plantas com flores vermelhas, laranja e amarela foi de 1,58g. A determinação da massa fresca das folhas com o pecíolo se deu pelo mesmo motivo que as flores, pois em alguns casos as folhas são utilizadas com seus pecíolos. Na Índia, por exemplo, todas as partes da planta são utilizadas na alimentação, enquanto que em países como a França, utilizam apenas suas flores, folhas e frutos em uma culinária requintada e sofisticada (PANIZZA, 1997).

Já com relação à massa fresca médias das folhas das plantas com flo-res de diferentes cores, as folhas da planta que produz flores alaranjadas obtive os maiores valores de massa fresca, com um valor médio de 0,83g, seguidos pelas médias das plantas com flores vermelhas com 0,69g e amarelas com 0,56g, um aumento de massa fresca de aproximadamente 16,86% e 32,53%, respectivamente (Tabela 3).

Os valores obtidos em relação ao diâmetro médio transversal das fo-lhas foram de aproximadamente 76,64mm, e com relação ao diâmetro médio longitudinal o valor médio encontrado foi de 86,48mm (Tabela 3).

A relação DL/DT = 0,903, o que indica que as folhas, semelhante-mente as flores, possuem uma forma circular, levemente achatadas nos pólos. Assim como ocorre com as flores, esse aspecto circular das folhas tem um apelo visual muito forte, o que é determinante na escolha do consumidor (Imagem 12).

76,64mm

86,48mm

Fonte: RIBEIRO, 2010Imagem 12. Folha de Capuchinha (Tropaeolum majus L.) em dois sentidos, transversal e longitudi-nal para estimar o diâmetro médio.

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Caracterização física dos frutos de Capuchinha

Os frutos de Capuchinha provenientes de plantas que apresentam flores nas suas três variações de cores possuem massa fresca média de aproximadamente de 1,85g.

O diâmetro médio basal, mediano e apical dos frutos provenien-tes de plantas com flores nas três variações de cores não foi significati-vo estatisticamente. Portanto, o diâmetro basal médio dos frutos foi de 8,38mm. O diâmetro mediano médio dos frutos foi de 10,48mm. Já o diâmetro médio apical dos frutos foi de 8,79mm (Tabela 4).

CoresMassa fresca

fruto(g)

DiâmetroBasal(mm)

DiâmetroMediano

(mm)

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Vermelha 1,74 a 8,44 a 10,80 a 8,80 a

Laranja 1,95 a 8,62 a 10,12 a 9,12 a

Amarela 1,87 a 8,10 a 10,45 a 8,45 a

CV% 29,73 11,54 14,79 12,39

DMS 0,52 9,78 14,16 15,14

Tabela 4. Características físicas dos frutos da Capuchinha (Tropaeolum majus L.) em suas três va-riações de cores.

As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo Teste ao nível de 5% de probabilidade.

8,79mm

10,48mm

8,38mm

Fonte: RIBEIRO, 2010Imagem 13. Fruto de Capuchinha (Tropaeolum majus L.) em três sentidos, transversal para estimar o diâmetro médio.

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Capítulo 4

Os aspectos estéticos e físicos das flores, folhas e frutos de Capuchi-nha analisados são de grande interesse para facilitar a escolha do produ-tor e servir como base para comparação dos parâmetros requeridos pelo mercado, a fim de oferecer um produto final que agregue valor, com possibilidade de diferenciação traduzindo-se em uma enorme vantagem competitiva.

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lIterAturA CItAdA

MARTINS ER; CASTRO DM; CASTELLANI DC; DIAS JE. 1994. Plantas medicinais. Viçosa: UFV. 220p.

BARBOSA, V. C. Fósforo e resíduo orgânico na produção de biomassa de Tropaeolum majus L. 2004. 19 f. Dissertação (Mestra-do em Agronomia) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Dourados, 2004.

JUNIOR, M.J.P.;POMMER,C.V.;MARTINS,F.P. Curvas de maturação e estimativas do teor de sólidos solúveis para videi-ra Niágara Rosada com base em dados meteorológicos. Bragan-tina. Campinas,v.56,n.2,p.317-321,1997.

MORAES, A.A., VIEIRA, M.C., ZÁRATE, N.A.H. Produção de repolho ‘Chato de Quintal’ e da capuchinha ‘Jewel’, soltei-ros e consorciados, sem e com cama-de-frango semidecomposta incorporada no solo. Ciência e Agrotecnologia.2007.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 2a. ed. São Paulo: IBRASA, 1997, 279p.

PRÉSTAMO G; MANZANO P. Peroxidases of selected fruits and vegetables and the possible use of ascorbic acid as na anti-oxidant. HortScience 28: 48-50, 1993.

RIBEIRO, W.S. Caracterização física e físico-química, fisio-logia do desenvolvimento e armazenamento pós – colheita de Capuchinha (Tropaeolum majus L.). 2011. 156 f. Monografia (Agronomia) Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2011.

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Capítulo 5

atribUtos físiCo-qUímiCos

das flores, folhas e frUtos de CapUChinha

Helder Horacio de Lucena 1

Edmilson Igor Bernardo Almeid a2

Rayssa Ribeiro da Costa 3

Wellington Souto Ribeiro 4

A

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Os Autores

1 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universida-de Federal Rural do Semi-Árido.

2 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universi-dade Federal do Ceará.

3 Bolsista PIBID – CAPES. Aluna de licenciatura do curso de Ciên-cias Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba.

4 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universi-dade Federal de Viçosa.

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Capítulo 5

AtrIbutOs FísICO-quíMICOs dAs FlOres, FOlhAs e FrutOs de CAPuChInhA

Segundo Joly, 1991 e Pintão et al., 1995, a Tropaeolum majus L., popularmente conhecida por Capuchinha, Chaguinha, Alcaparra-de--pobre, Chagas, Mastruço-do-peru, Flor-de-sangue e Agrião-do-méxico, é pertencente à família Tropaeolaceae, que engloba apenas dois gêneros exclusivos da América do Sul e tem como centros de diversidade primá-ria o Brasil, Peru e Colômbia.

Suas belas flores e folhagem vistosa são utilizadas freqüentemente em projetos paisagísticos (BREMNESS, 1993).

Segundo Panizza, 1997, a Capuchinha é uma planta de fácil cultivo e rusticidade, sendo, portanto, um dos motivos que fazem com que a Capuchinha tenha essa característica cosmopolita, encontrada em várias regiões do mundo. Na Índia, por exemplo, todas as partes da planta são utilizadas na alimentação, enquanto que em países como a França, utili-zam suas flores, folhas e frutos em uma culinária requintada e sofisticada. No Brasil, contudo, o uso da Capuchinha é mais utilizada e reconhecida por seus atributos fitoterápicos.

Suas flores, folhas e sementes possuem uma grande quantidade de vitamina C, que ajuda na prevenção da gripe, com relatos de que sua utilização abre o apetite e favorece a digestão. O suco proveniente de suas folhas é considerado um expectorante natural. Alem disso, autores como Font Quer (1993), citam a Capuchinha, como antiespasmódica, antiescorbútica, antisséptica, estimulante do bulbo capilar, expectorante, desinfetante das vias urinárias, digestiva e dermatológica.

Segundo Ferreira, 2004 os óleos essenciais presentes nas sementes são utilizadas no tratamento da adrenomieloneuropatia. Além dos óle-os, podemos encontrar nas folhas, flores e sementes de Capuchinha a Mirosina (fermento), açúcares (glicose e frutose), óleo gordo (20% nas sementes), albuminas, óleo essencial, substâncias antibióticas, glicosídeo (glucotrapaeoline) (1,5% nas sementes), isotiocianato (ou óleo mostar-da), pigmentos, resinas, pectinas, o ácido erúcico, resinas, vitamina C.

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Caracterização físico-química das flores de Capuchinha

Teor de ácido ascórbico

A tabela 5 indica que os teores de Acido ascórbico encontrados nas flores de Capuchinha nas suas três variações de cores não diferiram esta-tisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Portan-to, o teor médio de ácido ascórbico encontrado nas flores de Capuchi-nha variaram de 58,07 a 59,17mg/100g. Esses valores são inferiores aos encontrados por Niizu (2005), que encontrou teores de ácido ascórbico em pétalas de Capuchinha de cor laranja de 72mg/100g. Franco (1992) encontrou teores de ácido ascórbico em flores de brócolis crua e cozidas que foram respectivamente de 82,7mg e 24,6mg. Esses valores de vita-mina C encontrados são semelhantes aos encontrados por Pfendtet al. (2002), que encontrou teores de ácido ascórbico em couve crua de cerca de 93mg/100g. Rodrigues (2005) apresentou dados de acido ascórbico em couve crua entre 90 e 136mg/100g. Davey (2000) encontraram teores mais elevados de ácido ascórbico em couve, que foram de 186mg/100g, e em brócolis de 113mg/100g. Entretanto Favel (1998) encontrou teores de ácido ascórbico em brócolis variando de 34 a 93mg/100g.

Uma dieta rica em substâncias antioxidantes favorece baixa inci-dência de aterosclerose coronária, como foi constatado em populações com dietas ricas nessas substâncias. Isso ocorre porque os antioxidantes aumentam a resistência da LDL-C à oxidação e vêm sendo associados com a redução de risco para coronariopatias. Acredita-se que os antioxi-dantes são os principais responsáveis pelos efeitos benéficos do consumo diário das frutas e verduras. Os principais antioxidantes são a vitamina E, pigmentos carotenóides, a vitamina C, flavonóides e outros compostos fenólicos (RIQUE, 2002).

Recomendações da National Academy of Sciences, indicam o consu-mo diário de Vitamina C de 75mg para mulheres e 90mg para homens, sendo que fumantes podem requerer 35mg extras. O consumo máximo tolerado pelo organismo diariamente é de 2.000mg (RIQUE, 2002).

O ácido ascórbico é um co-fator essencial na formação molecular do colágeno, podendo, portanto, interferir na elasticidade e integridade estrutural da matriz vascular. Além disso, parece exercer efeito vasodila-

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Capítulo 5

tador e anticoagulante através da alteração da produção de prostaciclina e outras prostaglandinas (RIQUE, 2002).

Acidez (% de ácido cítrico) e pH

A acidez titulável não foi influenciada pela diferença de coloração das flores, onde os valores encontrados não diferiram estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. A acidez titulá-vel media encontrada foi de 1,16%. Esses valores são semelhantes aos encontrados por Brackmann (2005), que trabalhando com couve-flor, encontrou acidez titulável media de 2,63cmol L-1. Esses valores são su-periores aos encontrados por Evangelista (2005), que trabalhou com brócolis minimamente processado, e encontrou percentagem de 0,155 a 0,232% ac. Cítrico em brócolis variedade AF 649. Foram também superiores aos encontrados por Lebensmittelchemie & München (1991) com teor de 0,21% ac. Cítrico.

Os valores de pH também não diferiram entre as variações de cores das flores de Capuchinha. Os valores de pH encontrados variaram de 5,73 a 5,78. Esses valores são superiores aos encontrados por Evangelista

(2005), que encontrou valores médios de pH de 6,6 em brócolis mini-mamente processado variedades AF649, Legacy G. e Power.

Sólidos solúveis

Os valores encontrados de Sólidos Solúveis (Tabela 5) não diferiram estatisticamente entre as variações de cores da Capuchinha. Foram encon-trados valores de sólidos solúveis variando de 5,83 a 5,86oBrix. Esses valores são semelhantes aos encontrados por Brackmann (2005), que trabalhando com brócolis minimamente processado variedades AF649, Legacy G. e Power, encontrou valores de sólidos solúveis variando de 6,25 a 6,60oBrix.

SS/AT

Os valores encontrados da relação SS/AT nas três variações de flores de Capuchinha não diferiram estatisticamente, onde os valores encon-trados variaram de 4,97 a 5,36.

Segundo Chitarra e Chitarra (1990) e Kays (1997), a relação SS/AT é o índice mais indicado para avaliação da palatabilidade, pois ele resulta

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numa idéia de equilíbrio entre os açúcares e a acidez. As complexas inte-rações que ocorrem entre os açúcares, os ácidos orgânicos e a participa-ção de fenóis e outros componentes voláteis, resultam nas características aromáticas e de sabor dos frutos (SEYMOR et al., 1993).

Açúcares redutores (mg/100g)

Os valores encontrados de açucares redutores em glicose nas três va-riações de cores das flores de Capuchinha não diferiram estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os valores encontra-dos variaram de 30,45 a 30,92g de glicose/100g.

Açúcares não-redutores (mg/100g)

Foram encontrados nas três variações de cores de flores de Capuchi-nha teores de açucares não-redutores estatisticamente iguais, onde os va-lores médios encontrados variaram de 10,08 a 10,47g de sacarose/100g (Tabela 5).

Carotenóides totais (mg/100g)

Foram encontrados nas flores de Capuchina teores de carotenídes totais de 29.94, 30.33 e 34.56mg/100g, para as flores laranja, vermelha e amarelas respectivamente. Esses valore indicam o potencial dessas flores como fontes de compostos antioxidantes (Tabela 5).

A principal função dos pigmentos carotenóides nas plantas é cap-tar a energia da luz, que será transferida para as clorofilas e posterior-mente processada durante a fotossíntese (MELÉNDEZ-MARTÍNEZ, 2004).

Devido à presença de um cromóforo em sua molécula constituí-do exclusivamente ou principalmente de uma cadeia de ligações duplas conjugadas, as frutas e flores apresentam coloração amarela, laranja e vermelho (MELÉNDEZ-MARTÍNEZ, 2004).

Os carotenóides estão presentes em todos os tecidos fotossintéti-cos, juntamente com a clorofila, assim como os tecidos da planta não fotossintéticos como componentes de cromoplastos, que pode ser consi-derado como cloroplastos degenerados. Os carotenóides sempre acom-panham a clorofila em uma proporção de 3 partes de clorofila para 57

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Capítulo 5

partes de carotenóides. Esses pigmentos são encontrados em órgãos ve-getais de coloração amarelos e nos cloroplastos de tecidos verdes, onde eles são mascarados pela clorofila até a idade do tecido.

Além da contribuição dos carotenóides para a cor atraente de frutas e legumes, enfim, para as características organolépticas, eles são também extremamente importantes a níveis fisiológicos e dietéticos, pelo fato de alguns deles terem atividade pró-vitamina A, que é essencial para a visão e necessária para uma pele saudável e tecidos superficiais (MELÉNDEZ--MARTÍNEZ, 2004).

Os carotenóides estão cada vez mais despertando grande interesse devido a uma série de estudos demonstrando a sua atividade antioxi-dante, ou seja, uma substância presente nos alimentos que diminui sig-nificativamente os efeitos adversos de espécies reativas como o oxigênio e nitrogênio, sob condições fisiológicas normais em humanos. A ativi-dade antioxidante destes compostos depende de uma série de fatores, incluindo sua estrutura química (tamanho, número de substituintes, cis ou configuração trans, etc) concentração, pressão parcial de oxigênio ou de sua interação com outros antioxidantes, especialmente vitaminas C e E (MELÉNDEZ-MARTÍNEZ, 2004).

Antocianinas totais (mg/100g)

Foi observado teores de antocianinas totais nas flores de Capuchi-nha variando de 78.36, 108.87 e 280.87mg/100g, para as flores laranja, amarelo e vermelho respectivamente (Tabela 5).

As antocianinas são pertencentes ao grupo dos flavonóides, cons-tituindo-se pigmentos naturais com diversificadas estruturas fenólicas (NIJVELDT, 2001; KUSKOSKI, 2004).

Esses pigmentos compõem muitas frutas vermelhas e hortaliças es-curas (DOWNHAM, 2000), e a Capuchinha possui flores de cores for-tes e escuras. Essas frutas, hortaliças, enfim, que apresentam cores mais escuras constituem um significante papel na prevenção ou no retardo no aparecimento de várias doenças por suas propriedades antioxidantes. As nossas células e tecidos são constantemente agredidos devido a ação dos radicais livres e espécies reativas do oxigênio, que são produzidos durante o metabolismo normal do oxigênio ou são induzidos por danos exógenos

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(MARTÍNEZ-FLÓREZ, 2002).O seu espectro de cores varia do vermelho ao azul. Muitas frutas,

hortaliças, folhas e flores possuem cores fortes e atrativas devido a esses pigmentos que se encontram dispersos nos vacúolos celulares (DEGÁS-PARI, 2004). As estruturas mais comuns das antocianinas encontradas nas flores podem ser observadas na Figura 6.

Figura 6. Estruturas mais comum de Antocianinas encontradas em flores. Fonte: COUTO, 1997.

Flavonóides totais (mg/100g)

Foi observado teores de flavonóides totais em flores de Capuchinha com valores variando de 250.97, 134,76 e 123.83mg/100g de antocianinas totais em flores vermelhas, laranjas e amarelas respectivamente (Tabela 5).

Segundo Julkunen-Tiitto (1985), nos vegetais superiores há uma síntese e conseqüente acúmulo de diversos compostos fenólicos, cuja principal função dentro do metabolismo da planta não é ainda comple-tamente conhecida. Há uma diversidade imensa de compostos fenólicos nos vegetais, estando representados em quase todas as classes de metabó-litos secundários (SMITH 1976). A Figura 7 apresenta a estrutura base dos flavonóides: C6-C3-C6 (dois anéis fenil – A e B – ligados através de um anel pirano – C) (MARTÍNEZ-FLORES, 2002).

Figura 7. Estrutura base dos Flavonóides.

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Capítulo 5

Nas folhas, as flavonas e os flavonóis, são considerados os mais encontrados e os principais pigmentos que absorvem luz ultravioleta (HARBORNE 1977; PIETTA et al. 1989). Segundo Graham (1991) e Rao (1990), os flavonóides são comumente encontrados nos diversos órgãos das plantas por ser uma classe ampla de metabólitos secundários. Esses compostos atuam principalmente nos mecanismos de defesa das plantas e como sinais moleculares em sistemas simbióticos (LYNN & CHANG, 1990). Mesmo não sendo vitaminas, ou pelo menos não são considerados, os flavonóides atuam nutricionalmente como modificado-res de resposta biológica, como antioxidante, e alguns têm propriedades antiinflamatórias. Têm sido demonstrados que flavonóides previnem ou retardam o desenvolvimento de alguns tipos de câncer.

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Capítulo 5

CArACterIzAçãO FísICO-quíMICA dAs FOlhAs de CAPuChInhA

Teor de ácido ascórbico (mg/100g)

A tabela 6 mostra os teores de ácido ascórbico encontrados nas fo-lhas de Capuchinha nas suas três variações de cores indicando que não houve diferença estatística entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabi-lidade. Portanto, o teor médio de ácido ascórbico encontrado nas folhas de Capuchinha variaram de 328,37 a 326,28mg/100g. Esses valores são coerentes com Franco (1992) que encontrou teores de Ácido ascórbi-co em flores de brócolis crua e cozidas que foram respectivamente de 82,7mg e 24,6mg. Esses valores de vitamina C encontrados são seme-lhantes aos encontrados por Pfendtet al. (2003), que encontrou teores de ácido ascórbico em couve crua de cerca de 93mg/100g. Rodrigues (2005) apresentou dados de ácido ascórbico em couve crua entre 90 e 136mg/100g. Davey (2000) encontraram teores mais elevados de áci-do ascórbico em couve, que foram de 186mg/100g, e em brócolis de 113mg/100g. Entretanto Favel (1998) encontrou teores de ácido ascór-bico em brócolis variando de 34 a 93mg/100g.

Acidez (% de ácido cítrico) e pH

A acidez titulável foi estatisticamente igual para as folhas das plantas com flores vermelhas, laranja e amarelas, onde a acidez titulável media encontrada foi de 5,91%. Esses valores são superiores aos encontrados por Evangelista (2005), que trabalhou com brócolis minimamente pro-cessado, e encontrou percentagem de 0,155 a 0,232% ac. Cítrico em brócolis variedade AF 649.

Os valores de pH também não diferiram entre as folhas de plan-tas com flores de cor diferentes. Os valores de pH encontrados foram de 6,04. Esses valores são semelhantes aos encontrados por Evangelista (2005), que encontrou valores médios de pH de 6,6 em brócolis mini-mamente processado variedades AF649, Legacy G. e Power.

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Sólidos solúveis

Os valores encontrados de Sólidos Solúveis (Tabela 6) não diferiram estatisticamente entre as folhas de plantas com flores vermelhas, laranja e amarelas, onde foram encontrados valores de sólidos solúveis variando de 8,16 a 8,33oBrix. Esses valores são inferiores aos encontrados por Bra-ckmann (2005), que trabalhando com brócolis minimamente processa-do variedades AF649, Legacy G. e Power, encontrou valores de sólidos solúveis variando de 6,25 a 6,60oBrix.

SS/AT

Os valores encontrados da relação SS/AT variaram de 1,29 a 1,33. Segundo Chitarra e Chitarra (1990) e Kays (1997), a relação SS/AT é o índice mais indicado para avaliação da palatabilidade, pois ele resulta numa idéia de equilíbrio entre os açucares e a acidez. As complexas inte-rações que ocorrem entre os açucares, os ácidos orgânicos e a participa-ção de fenóis e outros componentes voláteis, resultam nas características aromáticas e de sabor dos frutos (SEYMOR et al., 1993).

Açúcares redutores (mg/100g)

Os valores encontrados de açucares redutores em glicose nas folhas das plantas com flores vermelhas, laranja e amarelas não diferiram es-tatisticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os valores encontrados variaram de 17,78 a 18,25g de glicose/100g.

Açúcares não-redutores (mg/100g)

Foram encontrados nas folhas das plantas com flores vermelhas, laranja e amarelas, teores de açucares não-redutores estatisticamente iguais, onde os valores médios encontrados variaram de 2,32 a 2,34g de sacarose/100g.

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CArACterIzAçãO FísICO-quíMICA dOs FrutOs de CAPuChInhA

Teor de ácido ascórbico (mg/100g)

A tabela 7 mostra os teores de ácido ascórbico encontrados nos frutos de Capuchinha provenientes das flores em suas três variações de cores indicando que não houve diferença estatística entre si pelo Tes-te de Tukey a 5% de probabilidade. Portanto, o teor médio de ácido ascórbico encontrado nos frutos de Capuchinha variaram de 318,99 a 334,58mg/100g.

Acidez (% de ácido cítrico) e pH

A acidez titulável foi estatisticamente igual para os frutos das plantas com flores vermelhas, laranja e amarelas, onde a acidez titulável média encontrada foi de 5,94%. Esses valores são superiores aos encontrados por Evangelista, que trabalhou com brócolis minimamente processado, e encontrou percentagem de 0,155 a 0,232% ac. Cítrico em brócolis variedade AF 649 (Tabela 7).

Os valores de pH também não diferiram entre frutos de plantas com flores de cor diferentes. O valor médio de pH encontrado foi de 6,13 (Tabela 6). Esses valores são semelhantes aos encontrados por Evan-gelista (2005), que encontrou valores médios de pH de 6,6 em brócolis minimamente processado variedades AF649, Legacy G. e Power.

Sólidos solúveis

Os valores encontrados de sólidos solúveis não diferiram estatisti-camente entre os frutos de plantas com flores vermelhas, laranja e ama-relas, onde foram encontrados valores de sólidos solúveis variando de 9,15 a 9,39oBrix (Tabela 7). Esses valores são inferiores aos encontrados por Brackmann (2005), que trabalhando com brócolis minimamente processado variedades AF649, Legacy G. e Power, encontrou valores de sólidos solúveis variando de 6,25 a 6,60oBrix.

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Capítulo 5

SS/AT

Os valores encontrados da relação SS/AT variaram de 1,52 a 1,59 (Tabela 7). Segundo Chitarra e Chitarra (1990) e Kays (1997), a rela-ção SS/AT é o índice mais indicado para avaliação da palatabilidade, pois ele resulta numa idéia de equilíbrio entre os açucares e a acidez. As complexas interações que ocorrem entre os açucares, os ácidos orgânicos e a participação de fenóis e outros componentes voláteis, resultam nas características aromáticas e de sabor dos frutos (SEYMOR et al., 1993).

Açúcares redutores (mg/100g)

Os valores encontrados de açucares redutores em glicose nos frutos das plantas com flores vermelhas, laranja e amarelas não diferiram estatis-ticamente entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os valores encontrados variaram de 18,23 a 20,25g de glicose/100g (Tabela 7).

Açúcares não-redutores (mg/100g)

Foram encontrados nos frutos das plantas com flores vermelhas, laranja e amarelas teores de açucares não redutores estatisticamente iguais, onde os valores médios encontrados variaram de 2,32 a 2,34g de sacarose/100g (Tabela 7).

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Capítulo 5

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Capítulo 5

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Capítulo 5

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Capítulo 6

fisiologia do desenvolvimento

de flores, folhas e frUtos de CapUChinha

(Tropaeolum majus l.)

Emanuelle Ribeiro da Costa Gomes1

Rayssa Ribeiro da Costa 2

Wellington Souto Ribeiro3

Lucas Cavalcante da Costa 4

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Os Autores

1 Aluna de licenciatura do curso de Ciências Biológicas pela Univer-sidade Federal da Paraíba.

2 Bolsista PIBID – CAPES. Aluna de licenciatura do curso de Ciên-cias Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba.

3 Engenheiro Agrônomo e mestrando em Fitotecnia pela Universi-dade Federal de Viçosa.

4 Bolsista PIBIC – CNPq. Aluno do curso de Agronomia pela Uni-versidade Federal da Paraíba.

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Capítulo 6

FIsIOlOgIA dO desenvOlvIMentO de FlOres, FOlhAs e FrutOs de CAPuChInhA (Tropaeolum majus l.)

De uma forma geral, o ciclo vital dos órgãos vegetais é composto por três fases fisiológicas, que correspondem ao crescimento, à maturação e à senescência, embora não haja a possibilidade de uma distinção precisa entre elas. O desenvolvimento (formação, crescimento e maturação) das plantas e seus órgãos ocorrem seguindo uma série de processos fisiológicos e bioquí-micos geneticamente programados (CHITARRA & CHITARRA, 2005).

Segundo Taiz & Zeiger (2006), o crescimento em plantas é definido como um aumento irreversível do tamanho ou volume celular acompa-nhado pela biossíntese de novos constituintes do protoplasma. O maior componente do crescimento vegetal é a expansão celular que é governada pela pressão de turgor.

Durante este processo, as células aumentam várias vezes em volume e tornam-se altamente vacuoladas. Todavia, o tamanho é apenas um cri-tério que pode ser usado para medir o crescimento. Assim, o crescimento pode ser medido, também, em termos de mudança do peso fresco, isto é, o peso do tecido vivo, durante um determinado período.

A diferenciação celular diz respeito às mudanças qualitativas nas células (CHITARRA & CHITARRA, 2005). As variações nos fatores ambientais, como a luz, temperatura, precipitação pluviométrica, solo, entre outros, têm influência marcante na fase de desenvolvimento.

Nos frutos, que são órgãos originados do crescimento das estruturas que formam as flores ou inflorescências, o início do crescimento é carac-terizado por uma intensa divisão e pequena expansão celular, seguido de uma fase em que o processo de expansão é mais intenso, com grande acúmulo de água e solutos na polpa (BALBINO & COSTA, 2003).

O amadurecimento, por sua vez, parece ser um processo coordena-do de eventos bioquímicos e reorganizações metabólicas, sendo conside-rado um processo irreversível.

O amadurecimento é a fase mais estudada na pós-colheita de fru-tos, principalmente por ser nessa fase que as mudanças na composição

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dos frutos ocorrem com mais intensidade. De acordo com Watada et al. (1984) e Bron (2006), o amadurecimento é a fase que ocorre no final do desenvolvimento e início da senescência, composta por processos que determinam as características de qualidade, evidenciadas por mudanças na composição, coloração, textura e outros atributos sensoriais.

Enfim, as mudanças físicas e físico-químicas durante o desenvol-vimento e maturação dos órgãos vegetais são utilizados como critérios importantes para determinar padrões de maturidade, ponto de colheita e qualidade.

Em trabalho realizado por Ribeiro (2010) foi estabelecido às trans-formações fisiológicas que ocorrem em flores, folhas e frutos de Capu-chinha durante o seu desenvolvimento, a partir do estabelecimento de uma curva de maturação. Para isso foram utilizadas plantas obtidas no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba em três diferentes colorações. As mudas foram obtidas a partir de propagação vegetativa por estaquia de plantas matrizes oriundas do horto da UFPB.

Os pontos de colheita utilizados para as avaliações obedeceram a um padrão de crescimento e desenvolvimento pré – estabelecidos no experimento, onde as flores, folhas e frutos foram classificadas em quinze (15), dezenove (19) e dezoito (18) estádios de desenvolvimento respec-tivamente (Imagem 14). A identificação dos órgãos nos seus respectivos estádios de maturação foi estabelecida a partir de observação diária das plantas, onde as primícias dos órgãos a serem utilizados nas avaliações eram marcadas com fita colorida para o acompanhamento de seu desen-volvimento e posterior colheita.

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A Figura 8A apresenta os valores de massa fresca obtidos durante o desenvolvimento das flores, folhas e frutos de Capuchinha, na qual se observa que a massa fresca das flores de Capuchinha nas suas três variações de cores apresentou um comportamento semelhante duran-te o seu desenvolvimento, obedecendo a um crescimento acumulativo no qual as flores partiram do estádio I, com peso médio variando de 0,056 a 0,068g, chegando até o estádio XI com uma massa fresca mé-dia variando de 0,59 a 0,72g, atingindo o máximo desenvolvimento, onde foi observado um acréscimo significativo de massa fresca até esse estádio, correspondendo aproximadamente a um aumento de 10 vezes o peso inicial. A partir desse ponto a massa fresca das flores apresentou um comportamento decrescente. Comportamento semelhante ocorreu no crescimento e desenvolvimento das folhas de Capuchinha, que partiram de um peso inicial médio de 0,052 (estádio I) atingindo no estádio XV um peso médio de 1,69g. Após este estádio houve decréscimo de aproxi-madamente 6,66% na massa fresca das folhas (Figura 8B).

Os frutos de Capuchinha também apresentaram um comportamento semelhante, partindo de um peso médio de 0,06g no seu estádio inicial e alcançando um peso médio máximo de 1,56g no seu estádio de maturação XIV (Figura 8C). Isso ocorre, porque após a polinização, os grãos de pólen estimulam o crescimento dos óvulos, o que caracteriza o vingamento do fruto. Após a fertilização, o crescimento do fruto passa a depender de hor-mônios, especificamente a auxina, produzida inicialmente no endosperma e posteriormente no embrião das sementes em desenvolvimento.

Em ambos os órgãos observados, o maior acréscimo na massa fresca, correspondeu aos estádios que antecederam a maturação, caracterizado pelo extensivo aumento de volume. Essa etapa do desenvolvimento é denominada de pré-maturação.

Durante as etapas de desenvolvimento, observou-se que entre os está-dios X e XII, as flores passaram por transformações que as tornaram mais atrativas para o consumo in natura caracterizado pela antese parcial a total.

Essa mesma etapa foi obtida nas folhas entre os estádios de matu-ração XIII e XV, onde as folhas apresentaram bom aspecto de tamanho e peso fresco. Ao passo que nos frutos, o amadurecimento foi observado entre os estádios de maturação X e XIII.

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FIGURA 8. Variação na massa fresca em flores (A), folhas (B) e frutos (C) de Tropaeolum majus L. em função de seu desenvolvimento.

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I IV VII IX XII XV XVI XVII XIX

I IV VII IX XII XIV XV XVII XVIII

Estádios de maturação

I III IV VI VIII X XII XIII XIV XV

A

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Estádios de maturação

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I III IV VI VIII X XII XIII XIV XV

Segundo Castellani (1997), as flores de Capuchinha possuem cá-lice pentâmero, sendo que as suas três sépalas inferiores apresentam-se concrescidas formando uma estrutura denominada espora, com tecido nectarífero em seu interior.

O acompanhamento do desenvolvimento da espora das flores de Capuchinha também foi utilizado como um parâmetro indicador das fases de crescimento até o ponto ideal de colheita das flores. Assim, foi observado que o comprimento das flores obedeceu a um comportamen-to crescente durante o seu desenvolvimento, onde as três variações de cores de Capuchinha demonstraram comportamento semelhante. Os comprimentos das flores partiram do estádio I, com valores médios va-riando de 0,8 a 0,9cm, chegando até o estádio XII com comprimento médio variando de 5,57 a 5,76 cm, a partir desse ponto o comprimento das flores manteve-se constante. (Figura 9).

Para determinação desse crescimento foi levado em consideração principalmente, um aumento de volume ou tamanho, que pôde ser ob-tido a partir da medição da expansão em uma única direção, nesse caso o comprimento partindo da extremidade das pétalas até o final da espora.

FIGURA 9. Variação no comprimento da flor de Tropaeolum majus L. em função do seu desenvolvimento.

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Capítulo 6

A Figura 10 A apresenta os valores de sólidos solúveis, na qual se observa um comportamento semelhante para as três variações de cores das flores de Capuchinha, apresentando um decréscimo no teor de só-lidos solúveis totais até o estádio de maturação VI, partindo de um teor de sólidos solúveis variando de 7,0 a 7,5%, decrescendo a teores de 5,7 a 5,9%. Logo em seguida foi observada certa estabilização seguida de por um aumento no teor de sólidos solúveis, atingindo valores médios de só-lidos solúveis de 7,0 a 7,8% no estádio de desenvolvimento considerado ótimo para comercialização, segundo os critérios adotados na pesquisa (Imagem 2).

Com relação às folhas, os teores de sólidos solúveis aumentaram continuamente até o estádio de maturação XII, com valores médios de 8,2 %. Esse aumento pode ser explicado, pois durante a fotossíntese a energia luminosa é convertida em energia bioquímica, a qual é armaze-nada na molécula de triose-fosfato produzida no Ciclo de Calvin. Essa triose (gliceraldeído-3-fosfato ou dihidroxiacetona-3-fosfato) pode ser utilizada no próprio cloroplasto para a síntese do amido transitório, ou poderá ser transportada para o citosol, onde provavelmente está sendo utilizada nas reações de síntese de sacarose (Figura 10B).

A partir desse estádio XII, os teores de sólidos solúveis obedeceram a um comportamento decrescente, atingindo teores médios de 6,2%, no estádio de maturação XIV. Isso pode ser explicado pelo fato de que os açúcares que foram acumulados anteriormente estão sendo degradados para alimentar o processo respiratório.

Como podemos observar na Figura 10C, nos frutos o conteúdo de sólidos solúveis aumentou continuamente durante a maturação e ama-durecimento, atingindo o seu ponto máximo no estádio de maturação XIV. Como já foi comentado anteriormente, esse comportamento pode ser devido, provavelmente, pela degradação dos polissacarídeos de reser-va, como o amido, em compostos orgânicos mais simples (KRAMER, 1973).

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Plantas de flores vermelhasPlantas de flores laranjaPlantas de flores amarelas

I III IV VI VIII X XII XIII XIV XV

I IV VII IX XII XV XVI XVII XIX

I IV VII IX XII XIV XV XVII XVIII

FIGURA 10. Variação nos sólidos Solúveis (SS) em flores (A), folhas (B) e frutos (C) de Tropaeolum majus L. em função de seu desenvolvimento.

A

B

C

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Capítulo 6

Os teores médios de ácido ascórbico nas flores obedeceram a um comportamento decrescente durante o período de desenvolvimento. Os teores médios de ácido ascórbico encontrados no estádio I variaram de 98,98 a 104,56mg/100g, decrescendo a teores médios que variaram de 17,7 a 18,4mg/100g de acido ascórbico no estádio XIV (Figura 11A).

O mesmo comportamento decrescente foi observado durante o de-senvolvimento das folhas e dos frutos. O decréscimo dos ácidos orgâni-cos pode ser explicado pelo fato de que, grande parte dos ácidos orgâni-cos são translocados das raízes e folhas para os frutos, porém, aos frutos, também apresentaram uma tendência decrescente durante a maturação (Figura 11B e 11C).

Geralmente, os ácidos orgânicos tendem a aumentar, principalmen-te nos frutos, durante o crescimento até seu completo desenvolvimento fisiológico, quando então começa a decrescer com o decorrer do processo de amadurecimento (CHITARRA & CHITARRA, 2005). E essa redu-ção parece resultar do uso de ácidos orgânicos como substrato respirató-rio na via do ciclo do ácido tricarboxílico (WEICHMANN, 1987) ou de sua conversão em açúcares (CHITARRA & CHITARRA, 2005).

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FIGURA 11. Variação no teor de ácido ascórbico em flores (A), folhas (B) e frutos (C) de Tropaeo-lum majus L. em função do seu desenvolvimento.

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I IV VII IX XII XIV XV XVII XVIII

I III IV VI VIII X XII X III XIV X V

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Capítulo 6

Dentre os principais pigmentos presentes nos órgãos estudados, os carotenóides e flavonóides têm importante papel na aceitação do produto pelo consumidor, principalmente no caso das flores. Normalmente, com a evolução da maturação dos tecidos, há degradação da clorofila, tornando visíveis pigmentos pré-exitentes e/ou a síntese de novos pig-mentos responsáveis pela coloração característica de cada espécie, e de cada órgão específico (CHITARRA & CHITARRA, 2005).

A principal função dos pigmentos carotenóides nas plantas é captar a energia da luz, que será transferida para as clorofilas e posteriormente processada durante a fotossíntese. Devido à presença de um cromófo-ro em sua molécula constituído exclusivamente ou principalmente de uma cadeia de ligações duplas conjugadas, as frutas e flores apresentam coloração amarela, laranja e vermelho. Os carotenóides estão presentes em todos os tecidos fotossintéticos, juntamente com a clorofila, assim como os tecidos da planta não fotossintéticos como componentes de cromoplastos, que pode ser considerado como cloroplastos degenerados. Geralmente, os carotenóides acompanham a clorofila em uma proporção de 3 partes de clorofila para 57 partes de carotenóides. O teor de caro-tenóides tende a aumentar durante o amadurecimento, embora parte da intensificação da cor é devido à perda de clorofila. Isso pôde ser obser-vado na Figura 4 durante o desenvolvimento das flores de capuchinha nas suas três variações de cores, onde se constatou o aumento nos teores de carotenóides totais durante o desenvolvimento das flores, atingindo valores absolutos no estádio de maturação XII (considerado ótimo pra comercialização) de 43,67, 26,45 e 25,10mg/100g de carotenóides totais nas flores vermelhas, laranjas e amarelas respectivamente, indicando o seu consumo in natura como potencial alimento com alegações anti--oxidantes (Figura 12).

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FIGURA 12. Variação nos teores de carotenóides totais em flores Tropaeolum majus L. em função do seu desenvolvimento.

Os flavonóides são pigmentos naturais encontrados nas plantas que as protegem contra danos produzido por agentes oxidantes tais como os raios ultravioletas, poluição ambiental, enfim, são amplamente distribu-ídas em plantas, frutas, legumes e em várias bebidas.

Foi observado um comportamento crescente nos teores de flavo-nóides totais em flores de Capuchinha durante o desenvolvimento, atin-gindo valores médios no estádio de maturação XII variando de 156,17 a 154,50mg/100g de antocianinas totais em flores vermelhas, laranjas e amarelas (Figura 13).

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Capítulo 6

Estádios de maturação

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I III IV VI VIII X XII XIII XIV XV

FIGURA 13. Variação no teor de flavonóides totais em flores Tropaeolum majus L. em função do seu desenvolvimento.

As antocianinas são os pigmentos vegetais responsáveis pela maioria das cores azul, roxa e todas as tonalidades de vermelho encontradas em flores, frutos, algumas folhas, caules e raízes de plantas (MARKAKIS, 1982). São compostos solúveis em água e altamente instáveis em tempe-raturas elevadas (SHAHIDI e NACZK, 1995).

As antocianinas fazem parte do grupo dos flavonóides, compostos fenólicos caracterizados pelo núcleo básico flavílio. Além de contribuir para a cor de flores e frutas, as antocianinas atuam como filtro das radia-ções ultravioletas nas folhas. Em certas espécies de plantas estão associa-das com a resistência aos patógenos e atuam melhorando e regulando a fotossíntese (MAZZA e MINIATI, 1993).

Foi observado um comportamento crescente nos teores de antocia-ninas totais durante o desenvolvimento das flores de Capuchinha como apresentado na Figura 14.

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I III IV VI VIII X XII XIII XIV XV

FIGURA 14. Variação no teor de antocianinas totais em flores de Tropaeolum majus L. durante fase de crescimento.

Portanto, para as condições e época de condução do experimento e baseado nos valores médios de todos os parâmetros físicos e físico-quími-cos encontrados em flores, folhas e frutos de Capuchinha, constatou-se que os estádios de maturação correspondentes ao ponto ideal de colheita para as flores, folhas e frutos de Capuchinha foram respectivamente XII, XV e XIV, pois os valores obtidos estavam dentro do intervalo, conside-rado pelo experimento, como sendo ideal para comercialização.

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Capítulo 6

lIterAturA CItAdA

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