Capítulo 2: A PSICOLOGIA E O DESENVOLVIMENTO HUMANO

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MÓDULO 2: A PSICOLOGIA E O DESENVOLVIMENTO HUMANO

Olá, aluno (a)!!!

Neste segundo módulo, você estudará sobre a Psicologia como área do conhecimento que busca compreender os elementos envolvidos no processo de desenvolvimento do ser humano e como este se realiza. Os objetivos propostos para este estudo são:

a. Conhecer quais são os fatores que influenciam o desenvolvimento humano.

b. Compreender que o desenvolvimento humano é uma globalidade que envolve os aspectos físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social.

c. Descrever as teorias relacionadas ao desenvolvimento humano.

d. Apontar os pontos de convergência e divergência nas teorias de Piaget e Vygotsky sobre o desenvolvimento humano.

Com estes objetivos a serem alcançados, você estudará os seguintes subtópicos:

2.1 Introdução.

2.2 Fatores que influenciam o desenvolvimento humano.

2.3 Aspectos do desenvolvimento humano.

2.4 Teorias do desenvolvimento humano.

2.4.1 Piaget: os estágios do desenvolvimento humano.

2.4.2 Vygotsky: a importância da interação para o desenvolvimento humano.

2.4.3 Piaget e Vygotsky: aproximações e distanciamentos conceituais.

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Esperamos que estes conteúdos possam conceder a você uma visão mais ampla sobre os fatores e teorias relacionados ao desenvolvimento humano. Eles devem possibilitar também uma mais acurada compreensão sobre como estes elementos se relacionam na formação do ser humano como indivíduo capaz de aprender.

Fique atento às várias oportunidades de aprendizagem, aprofundamento dos conteúdos, reflexões sobre os tópicos desenvolvidos e oportunidades de avaliação do processo educativo. Os ícones abaixo sempre levarão vocês a novas experiências no maravilhoso mundo do saber.

Bom estudo!!! Profº Dr. Israel Serique dos Santos

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2.1 INTRODUÇÃO

Olá aluno (a)!!

Após nosso estudo sobre a história do desenvolvimento do pensamento humano a respeito de si mesmo e sua relação com a formação da Psicologia como ciência, vamos analisar de que forma estes estudos, teorizações e esquemas são relevantes para o entendimento sobre o desenvolvimento humano.

Nos estudos em Pedagogia, existe uma disciplina denominada Psicologia da Educação. Esta especialidade no campo educacional procura:

a. Analisar o desenvolvimento das faculdades cognitivas e sua relação com os processos educacionais; b. Estudar a importância dos fatores biológicos para o processo de aprendizagem; c. Avaliar os fatores sociais que interferem diretamente no processo educativo; ora como fator decisivo para a sua eficácia, ora como elemento que levanta obstáculo ao seu sucesso.

O estudo desta temática é singularmente importante para aqueles que trabalham em educação e os motivos desta relevância são pelo menos quatro. O primeiro diz respeito ao fato de que o ser humano não é o mesmo nos vários estágios ou fases de sua vida. Todos têm modos distintos de ser, reagir e aprender. Saber que se está em uma sala de aula composta por pessoas distintas ajuda o professor a escolher os métodos e meios didáticos mais adequados para o desenvolvimento do processo educativo e avaliativo de sua turma.

O segundo motivo é que o conhecimento sobre os fatores que influenciam diretamente no desenvolvimento humano pode ser um aliado do professor no planejamento de suas aulas. Considerando a necessidade de aprendizagem de determinado conteúdo por parte do aluno, o professor pode selecionar aqueles elementos da realidade do educando, que otimizam a aprendizagem, e excluir da vivência de sala de aula aquilo que traz obstáculos ao ensino.

O terceiro motivo tem a ver com o modo pelo qual o professor e demais trabalhadores em educação desenvolvem as relações interpessoais com seus alunos e mediam relações de liderança, cooperação, auxílio conflito etc.. Em tais circunstâncias, o conhecimento prévio sobre com o que estamos nos relacionando auxilia na escolha de estratégias de boa convivência e meios de assistência para o trabalho.

Por fim, este estudo é importante, pois a eficácia dos meios didáticos no processo ensino-aprendizagem passa pela percepção sobre em qual estágio do desenvolvimento os alunos se encontram e pela escolha e uso adequado destes meios na atividade educativa.

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2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO HUMANO

Quando falamos de fatores que influenciam o desenvolvimento humano, estamos nos referindo àqueles elementos que pertencem ao indivíduo e são a ele externos, e que estão em contínua associação, interação e mútua influência no processo de sua formação, como ser único que carrega consigo o resultado da contínua interação entre estes elementos. Entre os vários fatores que influenciam o desenvolvimento do ser humano podemos citar:

a. A carga hereditária que herdamos de nossos pais; b. problemas congênitos; c. o desenvolvimento físico; d. o amadurecimento neurofisiológico; e. o meio físico; f. o meio social.

A carga hereditária herdada de nossos pais diz respeito àquelas características e elementos de potenciais realizações e desenvolvimento que nos são transmitidos pela carga genética e que são tidos como elementos característicos de nossa família.

Além de nos ligarem ao círculo familiar por certas similaridades físicas (cor do cabelo ou olhos, feições do rosto, sinais de nascença etc.), problemas de saúde (diabetes, hemofilia A, alguns tipos de câncer, depressão, cardiopatias etc.), a carga hereditária também diz respeito às questões como aptidões e inteligência.

Em nossa convivência social, podemos testemunhar que certas famílias são conhecidas por sua relação com a música, teatro, ciências humanas, médicas, artesanato etc. Estas aptidões trazem consigo tanto aspectos hereditários como conjunturais, nos quais a cultura, a história pessoal e as necessidades emergentes, ajudam a otimizar certas capacidades inatas.

Além das aptidões acima citadas, a inteligência é outro elemento que pode estar relacionado à carga hereditária. Segundo Dalgalarrondo a inteligência pode ser definida da seguinte forma:

[...] o conjunto das habilidades cognitivas do indivíduo, a resultante, o vetor final dos diferentes processos intelectivos. Refere-se à capacidade de identificar e resolver problemas novos, de reconhecer adequadamente as situações vivenciadas

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cambiantes e encontrar soluções, as mais satisfatórias possíveis para si e para o ambiente, respondendo às exigências de adaptação biológica e sociocultural (apud SOBRAL, 2013, p. 36,37).

Considerando a influência da hereditariedade no desenvolvimento humano, Bock, Furtado e Teixeira afirmam certa relação entre inteligência e genética nos seguintes termos:

A carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não desenvolver-se. Existem pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência. No entanto, a inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do seu potencial, dependendo das condições do meio que encontra (2002, p. 99).

Por esta perspectiva, é possível perceber a grande importância que o processo educativo possui na tarefa de oferecer meios, condições e oportunidades de desenvolvimento do ser humano. Embora a constituição hereditária traga consigo certa carga de elementos preestabelecidos, estes só se desenvolverão na medida em que a criança for colocada em ambiente favorável ao seu desenvolvimento. E, da mesma forma, a carga hereditária não pode ser vista como afirmação categórica de incapacidade. Caracterizado como ser capaz de educar e ser educado, o homem pode aperfeiçoar-se e alcançar níveis de cognição e aprendizagem, a partir daquilo que a educação formal e informal lhes oportuniza no dia a dia.

De origem hereditária, certos quadros psicológicos podem também influenciar no desenvolvimento do ser humano. Este é o caso de pessoas com tendências a quadros depressivos, as quais, se não forem identificadas pelos que trabalham em educação e adequadamente tratados por especialistas da área, podem desenvolver dificuldades no processo ensino-aprendizagem.

Outro fator que influencia diretamente no processo de desenvolvimento humano são os problemas congênitos. Estes podem ter basicamente duas origens:

a. Modificações genéticas durante o desenvolvimento do embrião; b. Problemas diversos na hora do parto.

Embora toda carga hereditária tenha em sua origem fatores genéticos, nem todas as características genéticas são herdadas dos pais. Existem certas caracterizações que acompanham o

Vida intra-útero: da concepção aos 9 meses https://www.youtube.com/watch?v=YhDgf9GH2Tc

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ser humano e que foram originadas em erros nos genes. Estas modificações genéticas possuem origens diversas. Elas podem ser geradas por infecções, radiação, má alimentação etc.

Entre as condições originadas por mutações genéticas na vida intrauterina, podemos citar a síndrome de Down. Crianças que nascem com essa síndrome trazem consigo caracterizações diferentes, decorrentes das alterações genéticas ocorridas, e, ao mesmo tempo, níveis distintos de dificuldades de desenvolvimento e aprendizagem.

O desenvolvimento físico é o terceiro fator que está ligado diretamente ao desenvolvimento do ser humano. O adequado amadurecimento do corpo e das funções orgânicas de uma criança oportunizam um mundo de experiências e possiblidades de conhecimento e aprimoramento de suas potenciais capacidades motoras, cognitivas, relacionais e intelectuais.

Para a criança da Educação Infantil, o adequado desenvolvimento físico viabiliza a ela o aperfeiçoamento da motricidade, lateralidade, cognição, coordenação motora, sociabilidade etc. As atividades lúdicas na brinquedoteca, os jogos e brincadeiras no pátio da escola são oportunidades ricas de aprimoramento.

A integridade física permite também que o adolescente e o jovem pratiquem um ou vários esportes, interaja com maior fluência com outras pessoas de sua idade, exerça atividades educativas propostas pelos professores. Nesse contexto, o uso de drogas pode ser um fator de desequilíbrio ao bom desenvolvimento físico e cognitivo do ser humano.

Efeitos da maconha sobre o cérebro

https://www.youtube.com/watch?v=FGX_XkTFaFg

Síndrome de Down, inclusão e aprendizagem https://www.youtube.com/watch?v=s3c4ND3cqN8

O que é síndrome de Down https://www.youtube.com/watch?v=qkz9OKlBrvI

O Que é Síndrome de Down http://www.bengalalegal.com/down

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Conjugado ao desenvolvimento físico, o amadurecimento neurofisiológico também tem papel fundamental no desenvolvimento humano. Entre os vários sistemas que constituem o corpo humano, o sistema nervoso é aquele que assume a função sensitiva, integrativa e motora do mesmo.

Para a sobrevivência, relação com as coisas e acontecimentos no mundo, o ser humano possui uma rede de células (neurônios receptores ou aferentes) que identifica situações de inflamação, calor, frio, corte, pressão, fratura etc. As diferentes sensações geradas por estas células indicam para o ser humano se ele está em situação de perigo, se precisa agasalhar-se, ir ao hospital etc.

A função integrativa deste sistema é desenvolvida pelos interneurônios, os quais, em harmonia com os dados enviados pelos neurônios receptores ou aferentes, processam, analisam, registram e preparam uma resposta ao organismo de acordo com a circunstância experimentada.

Da identificação de situações e do processamento, registro e preparação de uma resposta, o sistema nervoso (através dos neurônios aferentes ou efetuadores) envia uma resposta ao corpo para que atue de acordo com a necessidade de cada situação. Segundo Bock, Furtado e Teixeira,

Maturação neurofisiológica – é o que torna possível determinado padrão de comportamento. A alfabetização das crianças, por exemplo, depende dessa maturação. Para segurar o lápis e manejá-lo como nós, é necessário um desenvolvimento neurológico que a criança de 2, 3 anos não tem. Observe como ela segura o lápis (2002, p. 99).

O meio físico é o quinto fator que está diretamente ligado ao desenvolvimento humano. No dia a dia os indivíduos passam por diversas experiências e desafios que exigem que o corpo se adapte e aprenda. As alterações ambientais, uma escada a ser subida, a necessidade de andar de bicicleta, o preparo da terra para o plantio, a construção de uma casa, a necessidade de aprender uma profissão, são exemplos destas experiências e desafios que estimulam o ser humano a buscar novas formas de aprender, fazer e reconstruir seus conhecimentos, habilidades e competências.

Através do meio físico, o ser humano toma consciência do que já fez, do que é chamado para realizar e do que potencialmente pode atingir caso supere seus condicionantes históricos. O

Sistema Nervoso https://www.youtube.com/watch?v=QV4QIIzhZcw

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atual contexto tecnológico e de desenvolvimento aponta para esta realidade. Foram as intempéries do mundo físico que estimularam o homem para buscar o conforto, a adaptabilidade, a mudança, o inédito.

Por fim, o meio social soma-se aos demais fatores na complexa, imbricada e dinâmica realidade da construção do ser humano. Nesse fator, as relações interpessoais e a influência da sociedade e da tradição cultura são elementos que podem facilitar o desenvolvimento da criança ou ser para ela um fator de complexidade e desestímulo. Por exemplo, o habitus cultural de uma família tem influência direta na aquisição de conhecimentos, habilidades e competências por parte da criança. A convivência em uma família dada à leitura e à valorização da linguagem oral e escrita tende a influenciar diretamente na construção vocabular da criança. A estimulação que um aluno recebe por parte do professor tende a ter efeito positivo na participação das atividades de sala de aula e em seu desenvolvimento cognitivo.

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Os fatores que influenciam o desenvolvimento humano são aqueles elementos que pertencem ao indivíduo e são a ele externos, e que estão em contínua associação, interação e mútua influência no processo de sua formação.

Entre os vários fatores que influenciam o desenvolvimento do ser humano podemos citar: a. A carga hereditária que herdamos de nossos pais; b. Problemas congênitos; c. O desenvolvimento físico; d. O amadurecimento neurofisiológico; e. O meio físico; f. O meio social.

A carga hereditária herdada de nossos pais diz respeito àquelas características e elementos de potenciais realizações e desenvolvimento que nos são transmitidos pela carga genética e que são tidos como elementos característicos de nossa família.

A inteligência pode ser definida da seguinte forma: “[...] o conjunto das habilidades cognitivas do indivíduo, a resultante, o vetor final dos diferentes processos intelectivos. Refere-se à capacidade de identificar e resolver problemas novos, de reconhecer adequadamente as situações vivenciadas cambiantes e encontrar soluções, as mais satisfatórias possíveis para si e para o ambiente, respondendo às exigências de adaptação biológica e sociocultural” (apud SOBRAL, 2013, p. 36,37).

Os problemas congênitos podem ter basicamente duas origens: a. Modificações genéticas durante o desenvolvimento do embrião; b. Problemas diversos na hora do parto.

Entre as condições originadas por mutações genéticas na vida intrauterina podemos citar a síndrome de Down. Crianças que nascem com esta síndrome trazem consigo caracterizações diferentes, decorrentes das alterações genéticas ocorridas, e, ao mesmo tempo, níveis distintos de dificuldades de desenvolvimento e aprendizagem.

O adequado amadurecimento do corpo e das funções orgânicas de uma criança oportunizam um mundo de experiências e possiblidades de conhecimento e aprimoramento de suas potenciais capacidades motoras, cognitivas, relacionais e intelectuais.

O amadurecimento neurofisiológico tem papel fundamental no desenvolvimento humano. Entre os vários sistemas que constituem o corpo humano, o sistema nervoso é aquele que assume a função sensitiva, integrativa e motora do mesmo.

O meio físico é o quinto fator que está diretamente ligado ao desenvolvimento humano. No dia a dia, os indivíduos passam por diversas experiências e desafios que exigem que o corpo se adapte e aprenda.

Através do meio físico, o ser humano se dá conta do que já fez, do que é chamado para realizar e do que potencialmente pode atingir caso supere seus condicionantes históricos.

O meio social: as relações interpessoais e a influência da sociedade, além da tradição cultural, são elementos que podem facilitar o desenvolvimento da criança ou ser para ela um fator de complexidade e desestímulo.

A convivência em uma família dada à leitura e à valorização da linguagem oral e escrita tende a influenciar diretamente na construção vocabular da criança. A estimulação que um aluno recebe por parte do professor tende a ter efeito positivo na participação das atividades de sala de aula e em seu desenvolvimento cognitivo.

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2.3 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Após o estudo sobre os fatores que contribuem para o desenvolvimento do ser humano, agora vamos estudar sobre os quatro aspectos nos quais o homem pode alcançar aprimoramento, ou seja, o aspecto físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Cada um destes diz respeito ao modo como os indivíduos são, como eles se relacionam consigo mesmos, com o mundo e com o seu próximo. Nessa dinâmica relacional o homem se constrói e se renova, muda o mundo ao seu redor.

Quanto ao aspecto físico-motor, o ser humano passa por mudanças e crescimento. De acordo com o período de desenvolvimento no qual o indivíduo esteja, o corpo sofre alterações químicas e estruturais próprias da idade. Por exemplo, é através da maturação físico-motora que aprendemos a andar, correr, levar a colher à boca, escrever um texto, praticar um esporte, digitar um texto etc.

O aprimoramento do intelecto é outro aspecto do desenvolvimento humano. Nele estão inseridas as capacidades de pensamento, raciocínio, comparação, análise, inteligência, avaliação, planejamento etc. Por ele, um dado se torna informação, se transforma em conhecimento, produz ciência, torna-se lente de percepção do mundo que transforma a natureza e o mundo social.

Além destes dois aspectos, o homem é um ser que se emociona, que se liga a outros, a lugares, tempos e símbolos pelos laços da afetividade. Nessa realidade, o aspecto afetivo-emocional constitui-se em elemento de singular importância, pois concede sentido existencial a tudo mais que ocorre na vivência cotidiana do ser humano.

O medo, a vergonha, a repulsa, o êxtase, a amizade, a fraternidade, o amor e a saudade são expressões deste aspecto que em tudo está presente em nossas ações, decisões, omissões, distanciamentos e indiferenças. É pelos afetos e emoções que o ser humano se integra e concede sentido à vida e se encontra nela.

Por fim, o aspecto social é outro elemento que passa por vários processos de desenvolvimento. O homem é um ser de interações, de relações, de convivências; sua característica como ser afetivo e emocional o coloca em várias situações de aprimoramento neste aspecto. Os estágios de desenvolvimento propostos por Piaget revelam parte desta dinâmica. Iniciamos nossa existência em completa dependência do outro. As figuras

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materna e paterna neste contexto proporcionam várias situações de desenvolvimento cognitivo, linguístico, emocional e relacional.

Na medida em que crescemos, o leque de relações se expande. Começamos a perceber os outros (parentes, outras pessoas e crianças) e decidimos manter relações diversas com estas pessoas. Temos predileções a tios e primos, escolhemos aqueles que são colegas de sala e amiguinhos de brincadeiras. Fazemos interações e seleções diversas e construímos paulatinamente nossos laços afetivos e relacionais.

Durante o período de desenvolvimento, passamos pela fase egocêntrica, aprendemos a conviver com todos indistintamente, voltamo-nos para os nossos semelhantes, questionamos os padrões e valores daqueles que nos educaram e reajustamos nossas relações pelo processo da maturação cognitiva, afetiva e existencial.

Os quatro aspectos nos quais o homem pode alcançar aprimoramento são: o aspecto físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. De acordo com o período de desenvolvimento no qual o indivíduo esteja, o corpo sofre alterações químicas e estruturais próprias da idade. Estas

mudanças auxiliam no processo de aprendizagem e aquisição de novas habilidades. No aprimoramento do intelecto, estão inseridas as capacidades de pensamento, raciocínio, comparação, análise, inteligência, avaliação,

planejamento etc. Por ele, um dado se torna informação, se transforma em conhecimento, produz ciência, torna-se lente de percepção do mundo que transforma a natureza e o mundo social.

O aspecto afetivo-emocional constitui-se em elemento de singular importância, pois concede sentido existencial a tudo mais que ocorre na vivência cotidiana do ser humano.

O aspecto social é outro elemento que passa por vários processos de desenvolvimento. O homem é um ser de interações, de relações, de convivências; sua característica como ser afetivo e emocional o coloca em várias situações de aprimoramento. A convivência com outras pessoas é meio de integração social, cultural e aprendizagem.

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2.4 TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

2.4.1 Piaget: os Estágios do Desenvolvimento Humano

Um dos conceitos importantes para entendermos a teoria piagetiana sobre o desenvolvimento humano é o conceito de “sujeito epistêmico”, visto que o mesmo ocupa papel importante sobre a sua percepção sobre o ser humano. Para Piaget, o “sujeito epistêmico” diz respeito ao sujeito capaz de pensar e agir a partir de sua relação com o mundo, tendo senso crítico a respeito de seu próprio pensamento de modo de agir.

Em seus estudos Piaget, buscou compreender quais são os mecanismos, processos e estruturas mentais e biológicas que estão presentes em todo processo de desenvolvimento humano, do início da vida à morte. A compreensão deste complexo e imbricado processo levaria, segundo Piaget, ao entendimento sobre os mecanismos de construção do conhecimento.

A partir da problematização destes elementos, Piaget teorizou que o processo de construção do conhecimento está relacionado com o processo de equilíbrio, o qual “[...] diz respeito às condições internas da organização intelectual e ao fato de o sujeito desempenhar um papel ativo na construção dos seus conhecimentos” (SEBER, 1997, p. 193).

Este processo, segundo Piaget, não pode ser entendido como um elemento estático, mas sim como algo progressivo, e que se constitui em uma resposta compensatória por reação do sujeito às perturbações exteriores (apud SEBER, 1997, p. 192).

Para exemplificar este conceito, podemos citar o caso de uma criança cuja mãe decidiu amamentá-la apenas pela mamadeira. Embora esta troca seja algo simples para os adultos, para a criança esta mudança vem acompanhada de muitos desafios, os quais dizem respeito aos aspectos afetivos e relacionais da mãe com a criança, à anatomia do mamilo da mãe e do bico da mamadeira, e às novas habilidades de sucção que a criança deverá desenvolver para poder se alimentar.

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Não há dúvidas que esta situação nova para a criança vem acompanhada com dificuldades motoras, sensitivas e relacionais. Contudo, a criança reage a estes elementos, compensando os obstáculos impostos pelo novo objeto à medida que procura um novo modo de sucção que a possibilite se alimentar.

De igual modo são as situações nas quais a criança aprende a comer com a colher e, posteriormente, com o garfo e a faca. Nessas três situações, uma dificuldade é apresentada para a criança, as limitações da aprendizagem anterior são vencidas e ocorre a ampliação do conhecimento e das habilidades. Nesse processo, a criança reage às características das ferramentas para alimentação e busca meios para se ajustar e alimentar-se.

Olhando este exemplo pela perspectiva de Piaget, percebemos que o conhecimento deve ser entendido como realidade que se origina no homem e que possui dois elementos complementares, quais sejam: a acomodação e a assimilação.

Nesse contexto, a acomodação deve ser compreendida como a intenção do organismo de ajustar-se a um novo objeto e circunstância. Para isso, ele procura realizar mudanças em suas estruturas e esquemas de reação e compreensão do mundo, os quais são a base para a relação com outros objetos e realidades externas.

Já a assimilação, seria o processo pelo qual o indivíduo consegue incorporar um novo objeto ou conceito ao esquema estabelecido no processo de acomodação. Na assimilação, este novo objeto diz respeito a algo semelhante para o qual o organismo já possui uma estrutura consolidada pelo processo da acomodação.

Segundo Biaggio (1998, p. 60), “a acomodação refere-se a mudanças que o organismo faz em suas estruturas a fim de poder lidar com estímulos ambientais. Na acomodação o organismo se transforma para poder lidar com o ambiente. A assimilação refere-se ao processo em que não o organismo, mas o objeto é que é transformado e se torna parte do organismo”.

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EXEMPLOS DE ACOMODAÇÃO E ASSIMILAÇÃO A criança que anda de velocípedes, ao passar para uma bicicleta, precisa acomodar-se, modificar seus esquemas, ou movimentos; no entanto, se ela já tem prática de andar

de bicicleta, facilmente andará na bicicleta de um coleguinha, bastando para isso o processo de assimilação.

[...] ao aluno de línguas, que já estudou português, francês, basta certa assimilação para passar a estudar o italiano, mas se ele resolver mudar de opção para o curso de matemática, física, ou engenharia, precisa de novas estruturas, para saber como estudar tais matérias, precisa acomodar-se.

(BIAGGIO, 1998, p. 61)

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Sendo assim, para a teoria de Piaget, toda atividade intelectual do ser humano sempre visa o estabelecimento do estado de equilíbrio. Este é reduzido no estágio sensório-motor, mas progride na medida em que as outras fases do desenvolvimento cognitivo vão sendo alcançadas (CAMPOS, 1993, p. 260). O estabelecimento de estruturas cognitivas mais complexas e aptas para a percepção, análise e comparação do mundo, alcançadas progressivamente nos estágios de desenvolvimento, possibilita um maior grau de equilíbrio no homem.

Além do estado de equilíbrio, Piaget também fala do estado de desiquilíbrio ocasionado pelo tédio (Biaggio, 1998, p. 61). Nesse caso, por exemplo, uma criança muita familiarizada com um brinquedo poderia buscar outro objeto para brincar. Na interação com este novo objetivo, a criança passaria pelo processo de acomodação, em uma contínua possiblidade de outras situações de desiquilíbrio, como são experimentadas pelos adultos quando buscam aprender um novo esporte, retornam às atividades escolares, iniciam a aprendizagem de um instrumento musical etc.

Segundo Piaget, o ser humano passa por estágios de desenvolvimento. Cada um destes tem uma associação relativa com a idade e possui elementos característicos fundamentais, quais sejam:

i. Estágio sensório-motor (0 a 2 anos);

ii. Estágio pré-operatório (2 a 7 anos);

iii. Estágio de operações concretas (7 a 11 ou 12 anos);

iv. Estágio de operações formais (11 ou 12 anos em diante).

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Um dos conceitos importantes para entendermos a teoria piagetiana sobre o desenvolvimento humano é o conceito de “sujeito epistêmico”.

Para Piaget, o “sujeito epistêmico” diz respeito ao sujeito capaz de pensar, agir a partir de sua relação com o mundo e ter senso crítico a respeito de seu próprio pensamento de modo de agir.

Piaget buscou compreender quais são os mecanismos, processos e estruturas mentais e biológicas que estão presentes em todo processo de desenvolvimento humano, do início da vida à morte.

A equilibração, segundo Piaget, não pode ser entendido como um elemento estático, mas sim como algo progressivo, e que se constitui em uma resposta compensatória por reação do sujeito às perturbações exteriores (apud SEBER, 1997, p. 192).

A acomodação deve ser compreendia como a intenção do organismo de ajustar-se a um novo objeto e circunstância. Para isso, ele procura realizar mudanças em suas estruturas e esquemas de reação e compreensão do mundo, os quais são a base para a relação com outros objetos e realidades externas.

A assimilação é o processo pelo qual o indivíduo consegue incorporar um novo objeto ou conceito ao esquema estabelecido no processo de acomodação.

Para a teoria de Piaget, toda atividade intelectual do ser humano sempre visa o estabelecimento do estado de equilíbrio. Este é reduzido no estágio sensório-motor, mas progride na medida em que as outras fases do desenvolvimento cognitivo vão sendo alcançadas.

No estado de desiquilíbrio, ocasionado pelo tédio, uma criança muita familiarizada com um brinquedo poderia buscar outro objeto para brincar. Na interação com este novo objetivo, a criança passaria pelo processo de acomodação, em uma contínua possiblidade de outras situações de desiquilíbrio.

Segundo Piaget, o ser humano passa por estágios de desenvolvimento:

i. Estágio sensório-motor (0 a 2 anos);

ii. Estágio pré-operatório (2 a 7 anos);

iii. Estágio de operações concretas (7 a 11 ou 12 anos);

iv. Estágio de operações formais (11 ou 12 anos em diante).

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i. Estágio sensório-motor (0 a 2 anos)

Neste estágio a criança ainda não possui suas faculdades de abstração e a atividade intelectual é de natureza sensorial e motora. Ela é capaz de perceber o mundo e, a partir desta percepção, agir sobre ele. Segundo o esquema teórico de Piaget este estágio está divido em seis subestágios.

O primeiro, reflexo, vai de 0 a 1 mês. Sua caracterização é a ação limitada da criança ao exercício do equipamento reflexo. O exemplo clássico do exercício deste equipamento reflexo é a sucção, a qual se mostra desde o nascimento, quando a criança é levada ao peito materno para mamar.

No segundo subestágio, reação circular primária, a criança tende a repetir aquelas ações que produzem um resultado interessante para ela. Nesta fase, a criança começa a perceber e possuir os primeiros elementos ligados ao tempo, espaço, causalidade e continuação dos objetos. Esta condição na qual a criança se encontra a faz se relacionar apenas com quilo que ela vê. A retirada de um objeto ou pessoa de seu campo de visão a faz deslocar naturalmente para outro objeto, como se o outro deixasse de existir.

As reações circulares secundárias pertencem ao terceiro subestágio. Nesse, as reações dizem respeito aos objetos externos. A criança tem consciência da existência dos objetos, decide-se por interagir com eles, realiza adaptações intencionais em suas interações com o mundo exterior e já inicia a recapitulação de objetos escondidos.

O quarto subestágio é a coordenação de esquemas secundários. Neste subestágio, a criança já consegue acessar esquemas antigos e combiná-los com o fim de chegar a resultados preestabelecidos. Ela ainda não consegue inventar novos esquemas, mas é capaz de reproduzir ações anteriormente aprendidas e que fazem parte de seu repertório.

No quinto subestágio, temos as reações circulares terciárias (12-19 meses). A partir deste subestágio, a criança já é capaz de envolver-se ativamente na produção de novos comportamentos e já apresenta a habilidade de repetir ações e comportamentos inteiramente novos.

Por fim, no sexto subestágio, o início do simbolismo (18 meses a 2 anos), a criança já possui os elementos básicos do pensamento. Não estando mais ligada necessariamente à experiência como meio de conhecimento e aprendizagem. Nesse subestágio, a criança já está

http://grupocoaracy.com.br/wp-content/uploads/2015/06/mamando-375x195.jpg

Estágio sensório-motor https://www.youtube.com/watch?v=yLJNYHNN7vw

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habilitada para o uso de símbolos mentais e palavras para se referir a objetos ausentes. Além disso, o uso de esquemas antigos como meio de generalização também já é acessado como forma de resolver problemas.

Piaget realizou um experimento no qual uma caixa foi dada a uma criança. Dentro da caixa Piaget, colocou uma corrente a fim de que a criança viesse pegá-la. Após várias vezes, fechar e abrir a boca, a criança colocou o dedo na abertura da caixa, puxa-a como se quisesse aumentar a sua abertura e pegou a corrente (BIAGGIO, 1998, p. 67). Nesse exemplo, o abrir e fechar da boca (esquema antigo) pode ser usado para a generalização de uma ação a ser usada para a resolução de um problema.

ii. Estágio pré-operatório (2 a 6 anos)

Neste estágio, temos o importante aparecimento da linguagem, a qual produz profundas e significativas mudanças nos aspectos relacionais, afetivos e intelectuais da criança. Nesse período, a linguagem é importante, pois possibilita a criança externar seus sentimentos e compreensões do mundo e também entender o que o adulto tem para lhe falar e ensinar.

Ao mesmo tempo em que a linguagem se desenvolve, a criança também experimenta um rápido desenvolvimento do pensamento. A extensão de seu vocabulário sempre depende das pessoas com as quais convive e o acréscimo no mesmo sempre é fruto da imitação, o que leva a criança usar palavras que, muitas vezes, nem sabe o significado. No que toca aos conceitos matemáticos, nesse estágio a criança não consegue reconhecer adequadamente o conceito de ordem para mais de dois ou três eventos e não possui o conceito de número.

Quanto ao aspecto afetivo, a criança começa a nutrir o sentimento de respeito por aqueles com os quais convive e considera superiores a si. Os valores morais começam a aflorar, a partir desta relação, e a obediência tende a ser a norma da mesma. Nesse contexto, a questão sobre o bem e o mal é definida pelo padrão ético e moral dos adultos com quem convive (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p. 103).

https://thumbs.dreamstime.com/t/menina-que-abre-presentemente-caixa-presente-de-brilho-mgico-45577761.jpg

A criança que aos dois anos possuía um vocabulário de aproximadamente 270 palavras, por volta dos 3 anos já possui um vocabulário de cerca de 100 palavras que ela fala; e provavelmente compreende outras 2000 ou 3000 palavras e já forma sentenças bastantes complexas.

(BIAGGIO, 1998, p. 68)

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A partir da percepção e interação com os múltiplos objetos e realidades, a criança começa a desenvolver sua autonomia e possuir sua própria escala de valores a partir da prática cotidiana de escolher novos objetos para manipular e brincar. Em paralelo com estas novas realidades, o desenvolvimento neurofisiológico é o que concede o suporte para estas novas realizações.

iii. Estágio de operações concretas (7 a 11 ou 12 anos);

Neste estágio, a criança já apresenta um sistema cognitivo desenvolvido que lhe possibilita interagir com o mundo e organizá-lo. Dessa capacidade, a criança aprende a perceber e fazer relações entre diferentes realidades e coordená-las a partir de uma dada lógica.

No que toca aos aspectos afetivos, este estágio é marcado pelo desenvolvimento da autonomia, espírito de cooperação e atividades em grupo. A criança deixa paulatinamente a percepção do mundo centrado em si e começa a abrir-se para a experiência de novos relacionamentos e atividades a serem realizadas com a participação de outras crianças.

Significativo nesse estágio, é o desenvolvimento das capacidades mentais nas quais a criança começa a agir ou pensar logicamente tendo em vista um objetivo definido. Nessas complexas operações, a criança caminha gradativamente para o ato de pensar antes de agir, considerando as possiblidades de resultados a serem obtidos, sempre tendo como ponto referencial as experiências passadas e/ou as situações presentes. Em nível de pensamento, a criança consegue:

a. Estabelecer corretamente as relações de causa e efeito e de meio e fim; b. Sequenciar ideias e eventos;

Estágio pré-operatório https://www.youtube.com/watch?v=GELepogJmY0

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c. Trabalhar como ideias sob os dois pontos de vistas, simultaneamente;

d. Formar o conceito de número (no início do período, sua noção de número está vinculada a uma correspondência com o objeto concreto) (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p. 104).

Além destas capacidades, a criança também desenvolve a “compreensão das relações entre coisas e capacidades para classificar objetos; superação do egocentrismo da linguagem; aparecimento das noções de conservação de substância peso e volume” (PILETTI, 2008, p. 210).

Ao mesmo tempo em que a criança avança no desenvolvimento das capacidades cognitivas, as quais lhes possibilitam interagir com os objetos e ver as relações entre estes; a criança também, progressivamente, alcança certa maturação no aspecto afetivo. O egocentrismo característico do estágio anterior vai dando espaço para: novas relações; o desejo por fazer parte de um grupo; a possiblidade do trabalho cooperativo; o estabelecimento de regras de convivência etc. Durante esse estágio, as crianças brincam e se relacionam sem distinção, entretanto, ao findar do estágio é relativamente natural que meninos e meninas se agrupem e que a relação com o sexo oposto tenda a diminuir.

Paralelamente à percepção e maior convivência com o seu semelhante, a criança vai desenvolvendo sua autonomia perante os adultos. Esta firmação da autonomia se mostra no questionamento da autoridade dos adultos e dos valores morais e éticos ensinados por estes.

iv. Estágio de operações formais (11 ou 12 anos em diante).

Este estágio é um marco fundamental no desenvolvimento humano, pois é nele que a mente alcança a autonomia do mundo concreto e passa a aprender a partir das estruturas mentais do pensamento abstrato e formal. Este é o tempo no qual o ser humano já pode entender conceitos abstratos, teóricos e subjetivos. O desenvolvimento do senso crítico, dos processos de cognição e percepção da realidade, possibilita o ser humano elaborar teorias, perceber outras vias de

Estágio de operações concretas https://www.youtube.com/watch?v=22aaDX2u4MU

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resolução de problemas, levantar hipóteses e compreender outras que lhe são propostas, reformular conceituações etc.

A aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento das habilidades e competências, resultantes deste novo estágio de desenvolvimento pelo qual passa o ser humano, indicam que o mesmo agora já tem condições de realizar livres reflexões que o levem tentar entender o mundo a partir das teorias e estruturas de pensamento que possui. Quanto aos aspectos das relações sociais, Bock, Furtado e Teixeira afirmam que

[...] também ocorre o processo de caracterizar-se, inicialmente, por uma fase de interiorização, em que, aparentemente, é antissocial, ele se afasta da família, não aceita conselhos dos adultos; mas, na realidade, o alvo de sua reflexão é a sociedade, sempre analisada como possível de ser reformada e transformada. Posteriormente, atinge o equilíbrio entre pensamento e realidade, quando compreende a importância da reflexão para a sua ação sobre o mundo real [...] (2002, p. 106).

Por estar em uma fase de transição, o adolescente tende a passar por vários conflitos. Sua vivência social com os colegas de idade delimita suas ações, vestimentas, novos valores e comportamento. A partir desta conjuntura, o adolescente reflete sobre os problemas abstratos de valores, ideologias e preocupações com o futuro (BIAGGIO, 1998, p. 85). Embora não estar completamente preparado para a vida, é na adolescência que o ser humano alcança todas as estruturas necessárias a sua existência adulta.

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i. Estágio sensório-motor (0 a 2 anos)

Neste estágio, a criança ainda não possui suas faculdades de abstração e a atividade intelectual é de natureza sensorial e motora. Ela é capaz de perceber o mundo e, a partir desta percepção, agir sobre ele.

ii. Estágio pré-operatório (2 a 6 anos)

Neste estágio, temos o importante aparecimento da linguagem, a qual produz profundas e significativas mudanças nos aspectos relacionais, afetivos e intelectuais da criança. Neste período, a linguagem é importante, pois possibilita a criança externar seus sentimentos e compreensões do mundo e também entender o que o adulto tem para lhe falar e ensinar.

A extensão de seu vocabulário sempre depende das pessoas com as quais convive e o acréscimo no mesmo sempre é fruto da imitação, o que leva a criança usar palavras que muitas vezes nem sabe o significado.

Quanto aos conceitos matemáticos, a criança não consegue reconhecer adequadamente o conceito de ordem para mais de dois ou três eventos e não possui o conceito de número.

Quanto ao aspecto afetivo, a criança começa a nutrir o sentimento de respeito por aqueles com os quais convive e considera superiores a si. Os valores morais começam a aflorar a partir desta relação e a obediência tende a ser a norma da mesma. A questão sobre o bem e o mal é definida pelo padrão ético e moral dos adultos com quem convive.

A partir da percepção e interação com os múltiplos objetos e realidades, a criança começa a desenvolver sua autonomia e possuir sua própria escala de valores a partir da prática cotidiana de escolher novos objetos para manipular e brincar.

Em paralelo com estas novas realidades, o desenvolvimento neurofisiológico é o que concede o suporte para estas novas realizações

iii. Estágio de operações concretas (7 a 11 ou 12 anos);

A criança já apresenta um sistema cognitivo desenvolvido que lhe possibilita interagir com o mundo e organizá-lo. Dessa capacidade, a criança aprende a perceber e fazer relações entre diferentes realidades e coordená-las a partir de uma dada lógica.

O aspecto afetivo é marcado pelo desenvolvimento da autonomia, espírito de cooperação e atividades em grupo. A criança deixa paulatinamente a percepção do mundo centrado em si e começa a abrir-se para a experiência de novos relacionamentos e atividades a serem realizadas com a participação de outras crianças.

Em nível de pensamento, a criança consegue: a. Estabelecer corretamente as relações de causa e efeito e de meio e fim; b. Sequenciar ideias e eventos; c. Trabalhar como ideias sob os dois pontos de vistas, simultaneamente; d. Formar o conceito de número (no início do período, sua noção de número está vinculada a uma correspondência com o objeto concreto).

iv. Estágio de operações formais (11 ou 12 anos em diante).

Este estágio é um marco fundamental no desenvolvimento humano, pois é nele que a mente alcança a autonomia do mundo concreto e passa a aprender a partir das estruturas mentais do pensamento abstrato e formal.

O ser humano já pode entender conceitos abstratos, teóricos e subjetivos. O desenvolvimento do senso crítico, dos processos de cognição e percepção da realidade, possibilita o ser humano elaborar teorias, perceber outras vias de resolução de problemas, levantar hipóteses e compreender outras que lhe são propostas, reformular conceituações etc.

Por estar em uma fase de transição, o adolescente tende a passar por vários conflitos. Sua vivência social com os colegas de idade delimita suas ações, vestimentas, novos valores e comportamento. A partir dessa conjuntura, o adolescente reflete sobre os problemas abstratos de valores, ideologias e preocupações com o futuro.

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2.4.2 Vygotsky: a Importância da Interação Para o Desenvolvimento Humano

A respeito da vida e obras do importante psicólogo Lev Seminovich Vygotsky, Santos (2003, p. 121-126) diz que ele nasceu em Orsha, Bielorussia, em 17 de novembro de 1896. De família judia, culta e estável financeiramente, Vygotsky recebeu em casa todos os estímulos e recursos para o seu desenvolvimento intelectual.

Aos 15 anos, já era referência entre os colegas devido aos seus interesses por debates em questões intelectuais e por apresentar empenho nos estudos da Filosofia, Literatura e teatro. Aos 17 anos, finalizou seus estudos secundários e teve dificuldade de entrar na faculdade devido a sua origem judaica. Entretanto, em 1913 conseguiu iniciar seus estudos em medicina, curso este que não finalizou. Ingressou na Universidade de Shaniavski e estudou História e Filosofia.

No início de sua vida profissional, trabalhou como formador de professores e desta atividade obteve os primeiros subsídios para as suas futuras pesquisas. Neste trabalho de formação de professores, Vygotsky lecionou Psicologia e fundou o laboratório de Psicologia na Escola de Professores de Gomel. Sua posição nesta instituição lhe rendeu oportunidades para a realização de várias palestras que resultaram na publicação da obra Psicologia Pedagógica, em 1926.

Uma das características da vida acadêmica e pesquisas realizadas por Vygotsky foi a interdisciplinaridade. Este pesquisador transitou nos estudos da Arte, Literatura, Psicologia, Medicina, Filosofia, Antropologia etc. Estes conhecimentos deram maior aporte aos seus estudos e uma compreensão mais larga e aprofundada dos seus objetos de pesquisas.

Além de Piaget, Vygotsky foi outro estudioso que teorizou sobre o desenvolvimento humano. Entretanto, diferentemente do Piaget, o qual deu singular destaque às estruturas mentais e suas correlações com o desenvolvimento fisiológico, Vygotsky estudou sobre os efeitos que as interações pessoais e o contexto sócio-histórico têm sobre o funcionamento do plano interno dos seres humanos.

Uma das percepções básicas de Vygotsky e que o levou estudar o desenvolvimento humano por este viés era que o homem, enquanto ser relacional, mantinha diversificados meios de interação com o mundo e com os seus semelhantes. Nessa teia, de interações ele era ativo, promovia circunstâncias favoráveis à relação com outros e, por meio destas interações, o seu ser era tecido, construído paulatinamente.

Lev Vygotsky https://www.youtube.com/watch?v=pyRwk4j-Alg

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Segundo Vygotsky, o ser humano possui as funções elementares, presentes também nos animais irracionais, e as funções psicológicas superiores, consideradas como especificamente humanas e consequências do contexto sociocultural no qual vivemos. Estas funções se diferenciam por quatro critérios:

1. Passagem do controle do meio para o indivíduo, ou seja, a emergência da regulação voluntária; 2. O surgimento da realização consciente dos processos psicológicos; 3. As origens sociais e a natureza social das funções psicológicas superiores; 4. O uso de signos como mediadores das funções psicológicas superiores (SANTOS, 2003, p. 130).

Para a teoria vygotskyana, o desenvolvimento infantil deve ser analisado a partir da confluência dos aspectos instrumentais, culturais e históricos (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p. 108). O aspecto instrumental diz respeito às funções psicológicas complexas como mediadoras, ou seja, o ser humano não está ligado aos estímulos externos apenas por uma via interpretativa, ele é capaz de atribuir significados diversos a mesma realidade. A exemplificação dessa situação é o caso de um dedo amarrado cuja finalidade é a de lembrar-se de algo. Este dedo adquire a função mediadora a partir da intencionalidade daquele que deseja lembrar de algo.

O aspecto cultural enfatiza o papel da sociedade no processo de desenvolvimento da criança. Ele traz à luz o fato de que a sociedade cria meios e estruturas mentais e físicas de organização de tarefas a serem desenvolvidas pelas crianças, ou seja, antes que a criança realize algo, existe um corpo de ações, saberes e técnicas, repassados pelo corpo social, que indicam para as crianças como determinadas tarefas devem ser executadas.

Por fim, o aspecto histórico refere-se ao fato de que toda produção cultural sempre é uma ação humana a partir de determinadas demandas históricas. Os fatores econômicos, sociais, religiosos, políticos etc., são condicionantes históricos que criam ambientes favoráveis às produções culturais, e estas auxiliam no desenvolvimento humano.

Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 108) “[...] para Vygotsky, a história da sociedade e o desenvolvimento do homem caminham juntos e, mais do que isso, estão de tal forma intrincados, que um não seria o que é sem o outro. Com essa perspectiva, é que Vygotsky estudou o desenvolvimento infantil”.

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Para Oliveira (1997, p. 23,24), a abordagem de Vygotsky sobre o desenvolvimento humano possui três ideias centrais, a saber:

a. As funções psicológicas têm um suporte biológico pois são produtos da atividade cerebral; b. O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre indivíduos e o mundo exterior, as quais desenvolvem-se num processo histórico; c. A relação homem/mundo é uma relação medida por sistemas simbólicos.

Essas ideias centrais colocam em destaque a ideia de que o desenvolvimento humano sempre vem acompanhado por fatores fisiológicos, psicológicos, históricos, relacionais e simbólicos. Juntamente com a afirmação da importância destes elementos, Vygotsky também fala sobre o valor do outro para que haja a aprendizagem e o desenvolvimento. Para ele, o mero contato com o mundo externo e a maturação fisiológica não são suficientes para o desenvolvimento; por si mesma a criança não tem condições de avançar em sua aprendizagem e aperfeiçoamento; ela precisa da ajuda de alguém que possa mediar o conhecimento e lhe ajudar no processo de aprendizagem.

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Vygotsky nasceu em Orsha, Bielorrússia, em 17 de novembro de 1896. De família judia, culta e estável financeiramente, recebeu em casa todos os estímulos e recursos para o seu desenvolvimento intelectual.

Vygotsky lecionou Psicologia e fundou o laboratório de Psicologia na Escola de Professores de Gomel.

Uma das características da vida acadêmica e pesquisas realizadas por Vygotsky foi a interdisciplinaridade. Este pesquisador transitou nos estudos da Arte, Literatura, Psicologia, Medicina, Filosofia, Antropologia etc. Estes conhecimentos deram maior aporte aos seus estudos e uma compreensão mais larga e aprofundada dos seus objetos de pesquisas.

Vygotsky estudou sobre os efeitos que as interações pessoais e o contexto sócio-histórico têm sobre o funcionamento do plano interno dos seres humanos.

Para a teoria vygotskyana, o desenvolvimento infantil deve ser analisado a partir da confluência dos aspectos instrumentais, culturais e históricos.

O aspecto instrumental diz respeito às funções psicológicas complexas como mediadoras, ou seja, o ser humano não está ligado aos estímulos externos apenas por uma via interpretativa, ele é capaz de atribuir significados diversos a mesma realidade.

O aspecto cultural enfatiza o papel da sociedade no processo de desenvolvimento da criança. Ele traz à luz o fato de que a sociedade cria meios e estruturas mentais e físicas de organização de tarefas a serem desenvolvidas pelas crianças.

O aspecto histórico refere-se ao fato de que toda produção cultural sempre é uma ação humana a partir de determinadas demandas históricas. Os fatores econômicos, sociais, religiosos, políticos etc., são condicionantes históricos que criam ambientes favoráveis às produções culturais, e estas auxiliam no desenvolvimento humano.

A abordagem de Vygotsky sobre o desenvolvimento humano possui três ideias centrais, a saber: a. As funções psicológicas têm um suporte biológico pois são produtos da atividade cerebral; b. O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre indivíduos e o mundo exterior, as quais desenvolvem-se num processo histórico; c. A relação homem/mundo é uma relação medida por sistemas simbólicos.

O desenvolvimento humano sempre vem acompanhado por fatores fisiológicos, psicológicos, históricos, relacionais e simbólicos.

O mero contato com o mundo externo e a maturação fisiológica não são suficientes para o desenvolvimento; por si mesma a criança não tem condições de avançar em sua aprendizagem e aperfeiçoamento; ela precisa da ajuda de alguém que possa mediar o conhecimento e lhe ajudar no processo de aprendizagem.

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2.4.3 Piaget e Vygotsky: Aproximações e Distanciamentos Conceituais

A partir dos dados apresentados acima podemos concluir que Piaget e Vygotsky possuem alguns elementos de aproximação conceitual e outros de distanciamento.

Tanto Piaget como Vygotsky falam da importância do indivíduo no processo de aprendizagem e desenvolvimento. Em Piaget o indivíduo se sobressai nestes processos, ele é o agente ativo de seu aperfeiçoamento; já em Vygotsky, o indivíduo necessita de um mediador que lhe ajude trilhar estes caminhos.

Ambos consideram que todo desenvolvimento humano passa pela maturação dos aspectos fisiológicos; entretanto, Vygotsky enfatiza que sem as interações sociais o campo fisiológico não produziria por si só o desenvolvimento do indivíduo.

Piaget não nega a importância da interação para o desenvolvimento humano, todavia sua ênfase se dá na relação entre o indivíduo e os objetos. Em Vygotsky, a interação é o ponto focal de sua pesquisa e a realidade sócio-histórica o campo no qual essa interação se realiza.

Embora os dois postularem o homem como um ser social, a teoria piagetiana privilegia a maturação biológica como condição para desenvolvimento cognitivo (aprendizagem); e a teoria vygotskyana dá ênfase à interação social.

Piaget e Vygotsky https://www.youtube.com/watch?v=VA3R6-iHiGY

Piaget como Vygotsky falam da importância do indivíduo no processo de aprendizagem e desenvolvimento.

Em Piaget, o indivíduo se sobressai no processo de aprendizagem; já em Vygotsky, o indivíduo necessita de um mediador para que a aprendizagem se realize adequadamente.

Piaget e Vygotsky consideram que todo desenvolvimento humano passa pela maturação dos aspectos fisiológicos.

Vygotsky enfatiza que sem as interações sociais o campo fisiológico não produziria por si só o desenvolvimento do indivíduo.

Piaget não nega a importância da interação para o desenvolvimento humano, todavia sua ênfase se dá na relação entre o indivíduo e os objetos.

A teoria piagetiana privilegia a maturação biológica como condição para desenvolvimento cognitivo (aprendizagem); e a teoria vygotskyana dá ênfase à interação social.