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CANAL DO PRODUTOR: SISTEMA DE GERÊNCIA PARA MICROEMPREENDEDORES Ana Luiza Barros Tarrisse da Fontoura Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Eletrônica e de Computação da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Aloysio Pedroza Rio de Janeiro Setembro de 2016

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CANAL DO PRODUTOR: SISTEMA DE GERÊNCIAPARA MICROEMPREENDEDORES

Ana Luiza Barros Tarrisse da Fontoura

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Eletrônica e de Computação da EscolaPolitécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Aloysio Pedroza

Rio de Janeiro

Setembro de 2016

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CANAL DO PRODUTOR: SISTEMA DE GERÊNCIAPARA MICROEMPREENDEDORES

Ana Luiza Barros Tarrisse da Fontoura

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA E DE COMPUTAÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRÔNICO E DE COMPUTAÇÃO

Autor:

_________________________________________________Ana Luiza Barros Tarrisse da Fontoura

Orientador:

_________________________________________________Prof. Aloysio de Castro Pinto Pedroza, Dr.

Examinador:

_________________________________________________Prof. Ricardo Manfredi Naveiro, D.Sc.

Examinador:

_________________________________________________Prof. Celso Alexandre Souza de Alvear, Dr.

Rio de Janeiro – RJ, Brasil

Setembro de 2016

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Declaração de Autoria e de Direitos

Eu, Ana Luiza Barros Tarrisse da Fontoura CPF 122.439.457-70, autor da monografiaCanal do Produtor: Sistema de Gerência para Microempreendedores, subscrevo paraos devidos fins, as seguintes informações:

1. O autor declara que o trabalho apresentado na disciplina de Projeto deGraduação da Escola Politécnica da UFRJ é de sua autoria, sendo original emforma e conteúdo.2. Excetuam-se do item 1. eventuais transcrições de texto, figuras, tabelas,conceitos e idéias, que identifiquem claramente a fonte original, explicitando asautorizações obtidas dos respectivos proprietários, quando necessárias.3. O autor permite que a UFRJ, por um prazo indeterminado, efetue em qualquermídia de divulgação, a publicação do trabalho acadêmico em sua totalidade, ouem parte. Essa autorização não envolve ônus de qualquer natureza à UFRJ, ouaos seus representantes.4. O autor pode, excepcionalmente, encaminhar à Comissão de Projeto deGraduação, a não divulgação do material, por um prazo máximo de 01 (um) ano,improrrogável, a contar da data de defesa, desde que o pedido seja justificado, esolicitado antecipadamente, por escrito, à Congregação da Escola Politécnica.5. O autor declara, ainda, ter a capacidade jurídica para a prática do presente ato,assim como ter conhecimento do teor da presente Declaração, estando ciente dassanções e punições legais, no que tange a cópia parcial, ou total, de obraintelectual, o que se configura como violação do direito autoral previsto noCódigo Penal Brasileiro no art.184 e art.299, bem como na Lei 9.610.6. O autor é o único responsável pelo conteúdo apresentado nos trabalhosacadêmicos publicados, não cabendo à UFRJ, aos seus representantes, ou ao(s)orientador(es), qualquer responsabilização/ indenização nesse sentido.7. Por ser verdade, firmo a presente declaração.

_________________________________________Ana Luiza Barros Tarrisse da Fontoura

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Escola Politécnica – Departamento de Eletrônica e de Computação

Centro de Tecnologia, bloco H, sala H-217, Cidade Universitária

Rio de Janeiro – RJ CEP 21949-900

Este exemplar é de propriedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que

poderá incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar

qualquer forma de arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre

bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja

ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem

finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s) autor(es).

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AGRADECIMENTO

Agradeço aos meus pais pelas escolhas que fizeram que me trouxeram até a

UFRJ e, consequentemente, à este projeto. Agradeço aos meus avós pelo eterno apoio

incondicional.

Agradeço ao meu orientador, Aloysio Pedroza, pelas palavras confortantes e pela

sua visão estratégica em relação a este projeto.

Aos professores Joarez e Casé, que sempre tiveram tempo para me escutar, me

orientar e me apoiar durante a minha jornada por dois cursos de graduação

concomitantes (Desenho Industrial na UERJ e Engenharia Eletrônica na UFRJ). Estarão

pra sempre em meu coração e espero que em minha vida.

Aos professores Roberto Saldanha e Gabriella Rossi, de quem fui monitora por

mais de dois anos seguidos. Profissionalmente foi uma experiência enriquecidora, além

de extremamente aprazível. Ambos foram sempre muito carinhosos e atenciosos, tanto

em relação à minha vida acadêmica quanto pessoal.

Aos funcionários da Escola Politécnica, especialmente a Conceição e aqueles que

trabalham no setor de intercâmio. O trabalho de suporte deles para conosco foi

surpreendente.

Aos professores da Escola Superior de Desenho Industrial pela compreensão da

minha situação acadêmica cursando duas faculdades concomitantes, que tanto atrasou a

minha graduação em desenho industrial.

Ao GECOM, que foi o local onde encontrei um espaço para conseguir

desenvolver atividades fora do escopo do curso que puderam beneficiar muitos outros

alunos além de mim. Um refúgio dentro do campus, um local de amizade e planos.

Aos amigos que foram figuras essenciais na minha trilha: Helena do Valle,

Henrique Duarte Faria, Laura Panzariello, Hugo Coqueijo, Renato D’Angello, Felipe de

Menezes, Joyce Mergulhão, Nilson Carvalho, Bruno Saraiva, Fernanda Duarte e Luiz

Gomes Neto. Especialmente a Helena, a quem devo minha aprovação em Cálculo I.

Agradecimento especial a Pedro Quitete por toda paciência e perseverança

depositada em mim. Seu suporte foi sempre incondicional e nunca será esquecido. Devo

a ele muitas das minhas aprovações no curso.

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RESUMO

Este projeto consiste num sistema de gerência de vendas para pequenos

produtores independentes de feiras de moda, gastronomia e arte, com o intuito de

integrar-se ao sistema da iniciativa Comida da Gente, uma plataforma que conecta

pequenos produtores a consumidores . Busca-se desenvolver um sistema amigável que

facilite as tarefas dos microempreendedores que participam destas feiras, utilizando o

modelo MVC a fim de facilitar futura integração através do uso de APIs de terceiros.

Palavras-Chave: sistema, vendas, microempreendedor, feira.

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ABSTRACT

This project regards a sales’ managing system for small independent

entrepreneurs that attend to fashion, gastronomy and art markets, taking in consideration

future integration with the system of the “Comida da Gente” initiative (a platform that

connects small producers with consumers). The aim is the development of a friendly

system that makes the those entrepreneurs’ tasks easier, using the MVC model so to

soothe the future integration through the use of third-parties APIs.

Key-words: system, sales, entrepreneur, market.

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SIGLAS

API – Application Programing Interface

APP – application

CSS - Cascading Style Sheets

MVC – Model-View-Controller

MTV – Model-Template-View

SASS – Syntactically Awesome Style Sheets

URL – Uniform Resource Locator

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Sumário

1 Introdução 1

1.1 - Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 - Delimitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.3 - Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.4 - Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.5 - Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.6 - Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1.7 - Descrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

2 Contexto 6

2.1 - Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2 - Antecedentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.3 - Feiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.4 - Dinâmica .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.5 - Microempreendedores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2.6 - Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

2.7 - Gerência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3 Estratégia 19

3.1 - Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.2 - Realidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.3 - Potenciais Funcionalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

v

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3.4 - Menor Produto Viável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

4 Sistema 24

4.1 - Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4.2 - Comida da Gente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4.3 - Estrutura do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.4 - App: Inventory . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

4.5 - App: Orders . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

4.6 - App: Main . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

5 Testes 45

5.1 - Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

5.2 - Vivência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

5.3 - Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

5.4 - Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

5.5 - Próximos passos do protótipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

6 Futuro do Projeto 53

7 Conclusões 54

8 Bibliografia 55

vi

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Lista de Figuras

1.1 – A marca Cachaça da Mata na feira Junta Local 1

1.2 – A marca Ravka na feira O Mercado 1

1.3 – Esquemático explicativo do diamante duplo. 3

2.1 – Logo da feira Junta Local 6

2.2 – Logo da feira O Mercado 6

2.3 – O Chef Marcelo Aronovich, sua esposa Flávia Franco e o parceiro

Sebastian Bieberle montando a barraca da OJA, empreendimento do chef. As

barracas foram montadas pela organização da Junta Local, os isopores, bolsas e

caixas foram trazidos pela própria equipe.

7

2.4 – Exemplo de atividade paralela em uma Junta Local. 7

2.5 – Exemplo de atividade paralela em uma Junta Local. 7

2.6 – Exemplo de produtor da Junta Local que precisa improvisar um fogão na

estrutura fornecida.

9

2.7 – Exemplo de tentativa de escoamento das sobras da produção de um

produtor da Junta Local através da iniciativa Comida da Gente.

10

2.8 – Cartazes para as Junta Local's de 15/11/2015 (Imperator), 13 e 14/02/2016

(Cada da Glória) e 7 e 8/05/2016 (Lapa).

12

2.9 – Controle de vendas de um dos produtores participantes da Junta Local. 16

3.1 – Barraca cheia na Junta Local de 26 de julho. 20

3.2 – Fotos do protótipo desenhado em papel. 21

4.1 – Fragmento do catálogo Sítio Nova Vida na plataforma Comida da Gente. 23

4.2 – Arquitetura do Django 25

4.3 – Diagrama de classes. 26

4.4 – Código do models.py do app Inventory. 27

4.5 – Pedaço da criação do catálogo do produtor na plataforma Comida da 28

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Gente.

4.6 – Código do urls.py do app Inventory. As cinco tarefas listadas

correspondem respectivamente as urls no código (linha 8 a 12).

29

4.7 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne a visualização do

estoque.

29

4.8 – Visualização de Estoque 30

4.9 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne o formulário de

inserção de item no estoque.

30

4.10 – Adicionar item ao estoque. 31

4.11 – Seleção de categoria do formulário de adicionar item no estoque. 31

4.12 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne a visualização de

detalhes de um item do estoque.

32

4.13 – Página de detalhes do produto

Aroma do Campo.

32

4.14 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne a edição de um

item do estoque.

33

4.15 – Página de edição do produto Aroma do Campo. 33

4.16 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne a deleção de um item do estoque.

33

4.17 – Página de deleção do produto Camomila. 34

4.18 – Código do models.py do app Orders. 35

4.19 – Código do models.py do app Orders. 36

4.20 – Código do urls.py do app Orders. As cinco tarefas listadas Trecho do

views.py do app Orders que concerne a visualizaçao dos

pedidos.

36

4.21 – Trecho do views.py do app Orders que concerne a visualizaçao dos 36

viii

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pedidos.

4.22 – Página de deleção do produto Camomila. 37

4.23 – Trecho do views.py do app Orders que concerne o formulário de

inserção de pedido no banco de dados.

37

4.24 – Formulário de Inclusão de Pedido. 38

4.25 – Trecho do views.py do app Orders que concerne a visualização

detalhada de um pedido.

38

4.26 – Detalhes de um pedido. 39

4.27 – Trecho do views.py do app Orders que concerne a deleção de um

pedido.

39

4.28 – Deleção de um pedido. 40

4.29 – Porta de entrada do sistema. 40

4.30 – Diagrama representando que um empreendimento pode ser administrado

por vários usuários e que um usuário pode administrar vários empreendimentos.

41

4.30 – Pedaço do projeto do cadastro do produtor da plataforma Comida da

Gente.

41

5.1 – Martha Pedalino arrumando a barraca no início do dia. 44

5.2 – Atendimento ao público na feira da Casa da Glória. 45

5.3 – Celular da direita rodando o sistema aqui apresentado e da esquerda

rodando o aplicativo de pagamento em cartão, na feira da Casa da Glória.

46

6.1 – Tela principal à esquerda e tela das estatísticas à direita. Ambas

configuradas no aplicativo Main.

49

6.2 – Listagem dos produtos cadastrados do aplicativo Inventory. 50

6.3 – Formulário de incluir item no inventário (esquerda) e formulário de edição

de item (direita).

51

6.4 – Página de detalhes do produto, no aplicativo Inventory. 52

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6.5 – Recorte do formulário de inclusão de pedido. 53

6.6 – Página de detalhes do pedido. Na esquerda, caso não haja o nome do

cliente.

54

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Capítulo 1

Introdução

1.1 – Tema

Esse projeto trata do uso de tecnologia para prover uma nova experiência de

gerência para microempreendedores que se utilizam de feiras de moda, gastronomia e

arte para realizar suas vendas, criando ferramentas capazes de potencializar a gerência

do estabelecimento.

1.2 – Delimitação

O sistema é direcionado para funcionários, parceiros e proprietários de marcas,

que possuem uma área de trabalho limitada - normalmente uma mesa ou uma barraca -

conforme exemplificado nas fotos abaixo. A limitação do espaço faz com que este

projeto foque-se no desenvolvimento para smartphones, conforme será mencionado no

capítulo 5.

Figura 1.1 – A marca Cachaça da Mata nafeira Junta Local.Fonte: Junta Local [1].

Figura 1.2 – A marca Ravka na feira OMercado.Fonte: O Mercado [2].

A plataforma deve ser capaz de registrar as vendas e fornecer uma visualização

do estoque, além de realizar o controle do caixa, contabilizando os valores dos pedidos.

O sistema não realizará pagamentos nem terá interface com hardwares, evitando assim

que o usuário necessite de outros sistemas ou dispositivos adicionais.

1

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Este projeto foca no desenvolvimento do frontend da plataforma, ou seja, a interface e

interações. Um backend de suporte será desenvolvido para suprir as necessidades do

front.

A intenção é que este projeto venha a integrar-se com a plataforma da iniciativa Comida

da Gente, que conecta produtores com consumidores para realização de compras

colaborativas e coletivas.

1.3 – Justificativa

Feiras de moda, gastronomia e artes vem se expandido, não exclusivamente nas

grandes capitais, como forma de expor produtores, estilistas, artistas, ilustradores

independentes a um público interessado.

É uma tendência que se espalha pelo país, impulsionada pela internet,

especialmente pelas redes sociais. Embora venha se multiplicando, não é uma prática

ainda organizada. No Rio de Janeiro uma das feiras mais antigas é a Babilônia Feira

Hype. Hoje existem também O Mercado - Estilistas Independentes, O Cluster,

Carioquíssima, Junta Local entre outros menores.

Os participantes da feira são estilistas, artistas, produtores urbanos e rurais,

chefs, músicos, pessoas em geral especialistas em suas áreas de atuação mas sem

conhecimento ou experiência administrativas. Tendem a ser profissionais que largaram

carreiras tradicionais para fazer o que amam.

Não existe no mercado atual ainda uma oferta de plataforma de gerência

adequada para esses microempresários e seus eventuais funcionários. Os sistemas

usualmente envolvem infraestrutura tal como telas fixas e impressoras e são planejados

para estabelecimentos fixos. Mesmo os que oferecem soluções móveis ou baseadas em

hospedagem na nuvem (Conta Azul [3], por exemplo), ou são inacessíveis (seja por

complexidade ou pelo custo), ou são deveras genéricos (Bemacash [4]).

Além disso existe também a oportunidade de integrar este projeto à plataforma

da iniciativa Comida da Gente [5], que tem parceria com a feira gastronômica Junta

Local. Muitos dos produtores da Junta Local fazem compras e vendem seus produtos

via Comida da Gente. Este projeto pretende então ser uma funcionalidade integrada à

plataforma, no chamado Canal do Produtor, que integra facilidades para os pequenos

produtores cadastrados na plataforma.

2

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1.4 – Objetivos

Pretende-se desenvolver um sistema capaz de realizar as seguintes tarefas:

• Registro de estoque, podendo inserir, editar e excluir produtos;

• Contabilizar pedidos, sendo capaz de inserir e excluir pedidos;

• Visualizar uma compilação da performance das vendas por dia.

1.5 – Metodologia

A metodologia de desenvolvimento do projeto se chama Design Thinking e tem

foco no usuário, que no caso é o funcionário e/ou administrador do

microempreendimento. Aqui todo erro serve de aprendizado e prega-se que deve-se

errar cedo para um aprendizado rápido, portanto validações constantes são necessárias.

Nessa metodologia, passa-se por um processo chamado de “Diamante Duplo”.

Figura 1.3 – Esquemático explicativo do diamante duplo.

Fonte: http://hellerdepaula.com/br/as-metodologias-e-o-processo-no-primeiro-ciclo-do-laboratorio-de-

inovacao-da-equipe-ci-uol/.

Na primeira fase, chamada de descoberta, faz-se um brainstorm direcionado ao

assunto. Geram-se ideias relacionadas ao ramos e possíveis funcionalidades para o

sistema. Na fase de definição essas ideias são levadas para validação com o usuário.

Após passar pelo filtro, realiza-se outro brainstorm, ainda mais focado. A partir daí

3

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desenvolve-se um protótipo que é levado para o usuário para nova validação. É um

processo recursivo e ágil onde é importante falhar cedo, as validações devem ser

frequentes para evitar grandes retrabalhos através de suposições falsas.

Pretende-se então aproximar-se do público, aproveitando-se dos contatos já

existente com o Comida da Gente, a feira Junta Local e com outros

microempreendedores independentes, tentando conhecer a fundo a rotina das pessoas

envolvidas, trabalhando inclusive junto a estas. Esse convívio trará a tona as

necessidades reais do dia-a-dia do usuário, passíveis de reflexão de como a tecnologia

poderá atuar a favor dele.

A partir dessa reflexão, moldar as funcionalidades a serem implementadas, gerar

protótipos e levar de volta aos usuários para testes.

1.6 – Motivação

A motivação para o desenvolvimento deste projeto começa com a proximidade

com o público-alvo (microempreendedores que trabalham em feiras de moda, arte e

gastronomia). Essa proximidade permite uma imersão, compreensão e empatia que

beneficia o projeto. É possível então enxergar a rotina dos potenciais usuários de

maneira a identificar problemas e pensar em potenciais soluções.

O interesse pessoal em empreendedorismo incentiva a vontade de resolver problemas

que concerne os processos desses microempreendedores, a fim de simplificá-los.

Quanto mais simples for empreender, mais pessoas o farão. A crença que os pequenos

empresários têm um grande potencial de fortalecer o país e de prover autonomia à

população traz a sensação de que existe uma causa maior por trás.

A metodologia utilizada, que leva o projeto para avaliação enquanto ainda está sendo

projetado, traz validações que vão por si só motivando o desenvolvimento do sistema.

1.7 – Descrição

No capítulo 2 é introduzido o contexto do pequeno empreendedor e das feiras

que ele participa. No capítulo 3 delinea-se qual será a estratégia adotada para o sistema

neste projeto. O capítulo 4 fala do sistema em si e sua arquitetura, considerando a

integração com a plataforma do Comida da Gente. No capítulo 5 é descrita a

experiência durante os testes realizados e são sugeridas modificações. O capítulo 6

4

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apresenta o produto final resultado do projeto e o capítulo 7 fala dos próximos passos e

aspirações para o futuro.

5

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Capítulo 2

Contexto

2.1 – Introdução

Este capítulo começará explicando o contexto do projeto em si. Como foi

moldado: como começou e como evoluiu até chegar na delimitação definida no capítulo

anterior.

Em seguida explica-se o contexto do objeto de estudo em si, os expositores de

feiras de moda, gastronomia e artes. Fala-se como são estruturadas as feiras, como é a

rotina do expositor em dia de feira, como ele se prepara e quais as estratégias adotadas

para desenvolver o modelo do próprio empreendimento.

2.2 – Antecedentes

A idéia inicial deste projeto de graduação era desenvolver um serviço de

acompanhamento de pedidos para bares. Após discussões com pessoas do ramo,

desenvolvimento de algumas estratégias de abordagem do serviço e estudo de

viabilidade percebeu-se que, findada a defesa junto à banca, a ideia não teria futuro.

À época da decisão de mudança do foco crescia no país o número de pessoas

que viam em foodtrucks um ideal de empreendimento. Necessitando de um

investimento muito menor do que um restaurante precisaria e com maior flexibilidade

para estudar a aceitação do público aos próprios produtos, tornou-se a saída para muitas

pessoas que estavam buscando o próprio negócio. O interesse foi tamanho que

houveram esforços municipais para regulamentar a atividade, cada cidade a seu jeito.

Depois de conversas com empreendedores do ramo o projeto passou a ser um

sistema de gerência para funcionários e proprietários de foodtrucks. Ao correr do

desenvolvimento, o projeto mostrou-se muito mais complexo do que o esperado. Além

disso a falta de proximidade com o público-alvo atrasava as validações necessários.

Foi então que, ao decorrer do desenvolvimento de outro projeto (este focado em

pequenos produtores de alimentos), que acordou-se para os microempreendedores que

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vendem seus produtos em feiras de moda, gastronomia e arte. Havia um contato direto

com uma enorme diversidade deles e o sistema seria muito mais simples do que o de um

foodtruck.

A ideia teve boa receptividade junto a esses microempreendedores e a

simplicidade do sistema abriria caminho para que este um dia tornasse realidade.

2.3 – Feiras

Feiras de moda, gastronomia e artes aparentam ser um modelo inovador

contemporâneo, mas na realidade são uma adaptação das tradicionais feiras públicas

semanais de hortifrutigranjeiro. Na essência todas promovem o encontro de diversos

comerciantes em uma área física limitada em horário determinado com o objetivo de

comercializar produtos.

Enquanto que nas feiras públicas o interesse é barganhar e adquirir produtos a

preços baixos, o frequentador das feiras privadas é inquisitivo. Pergunta ao produtor de

onde vêm os ingredientes, como os produtos são feitos, onde fica a sede do

empreendimento. E este comportamento agrada o vendedor, que engajam em longas

conversas sobre os produtos, processos e a empresa.

Um dos diferenciais destas feiras contemporâneas está na curadoria dos

participantes (chamados normalmente de expositores). Nas feiras de rua a organização é

governamental e podem participar das feiras aqueles com produtos alimentícios fresco,

sujeitos à burocracia municipal. Nas feiras de moda, gastronomia e artes a organização é

particular e cabe à equipe organizadora de cada selecionar quem poderá expor nos

eventos. Os critérios de seleção levam em conta o foco da feira (ex: comida, editoriais,

arte, moda) e os valores que a marca da feira traz consigo.

Indo mais a fundo sobre o perfil de cada feira, “O Mercado” é uma feira focada

em pequenos empreendedores da área de moda e decoração, a “Babilônia Feira Hype”

abre seu espaço para marcas pequenas, mas que não tão iniciantes quanto aquelas que

participam d’O Mercado. Ambas permitem a participação de poucos empreendedores

alimentícios a fim de prover opções de alimentação para os frequentadores, mas sem

explorar tal ramo a fundo. A “Junta Local” por sua vez é composta de pequenos

produtores, urbanos e rurais, de produtos alimentícios. Ao contrário daquelas citadas,

esta não permite a exposição de produtos que não comida.

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Figura 2.1 – Logo da feira Junta Local.Fonte: Junta Local.

Figura 2.2 – Logo da feira O MercadoFonte: O Mercado.

Cada feira conta com uma equipe de organização que mantém uma lista dos

expositores apteis a participar de seus eventos. É feita uma curadoria para manter a

coerência e a qualidade do que é ofertado. Evita-se por exemplo ter expositores com

produtos similares pois isto empobrece a feira (menos diversidade de produtos) e cria

concorrência entre os expositores.Todas seguem um modelo logísitico no qual a

organização viabiliza o evento (espaço, infra-estrutura, segurança, marketing, licenças

públicas...) e os expositores pagam uma taxa para participar de cada evento. À cada

empreendimento participante é fornecido um espaço - que pode ser um cubículo, uma

mesa, uma barraca - e cabe à equipe de cada empreendimento trazer o material

necessário para realizar a sua atividade (expositores, araras, panelas, cartão de visita,

letreiro…), assim como decorar e limpar o espaço ao final.

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Figura 2.3 – O Chef Marcelo Aronovich, sua esposa Flávia Franco e o parceiroSebastian Bieberle montando a barraca da OJA, empreendimento do chef. As barracasforam montadas pela organização da Junta Local, os isopores, bolsas e caixas foramtrazidos pela própria equipe.

Para pessoas que trabalham de maneira independente, participar destas feiras é

essencial para a visibilidade da marca, uma vez que esses eventos garantem um público

focado e interessado. Para os visitantes, é mais do que um mercado onde compra-se

produtos únicos, o evento é uma experiência por si só. Dentre a gama de atividades

paralelas já oferecidas nesses eventos pode-se listar show de música, palestras com os

empreendedores, atividades para criaças, bar e piscina.

Figura 2.4 – Exemplo de atividade paralelaem uma Junta Local.Fonte: Junta Local.

Figura 2.5 – Exemplo de atividade paralelaem uma Junta Local.Fonte: Junta Local.

Sobre a Babilônia Feira Hype, a VejaRIO [6] publica: “Criada em 1996, a

Babilônia Feira Hype atraiu, ao longo desses anos, um público de mais de 3 milhões de

pessoas e, em mais de 300 edições, tem sido a porta de entrada para mais de 4.000

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novas grifes - ela foi a responsável por lançar marcas que hoje estão entre as mais

concorridas da cidade, como a Farm e a Reserva. (...) Além de espaço propício ao

lançamento de novos talentos no mercado da moda, estes eventos também atraem o

público devido ao diversificado leque de atrações, que incluem ainda DJ’s, opções

gastronômicas e performances artísticas.”

2.4 – Dinâmica

A operação de um empreendedor em uma feira consiste em três fases: antes da

feira, durante a feira e pós-feira.

Antes de ir para a feira é preciso organizar quais e quantos produtos serão

levados. Se for um estilista ou artista, organizar quais itens serão expostos e estocados,

quais suportes serão necessários para expô-los. Se for um chef que cozinhará na hora,

estimar o público e consequentemente a quantidade de alimento necessária, além de

planejar quais equipamentos serão necessários. Se for um produtor de comida que

levará itens prontos para consumo, deve-se planejar o quanto dever-se-á produzir a

tempo da feira. Levar a menos significa prejuizo, levar a mais significa desperdício. No

blog da Junta Local, Ana Carsalade [7] afirma que “A coexistência do enorme

desperdício e a fome são clara indicação de que o gargalo não é a produção, mas sim a

redução de ineficiências e a derrubada de algumas práticas.”. É importante então

profundo conhecimento do público esperado para que o empreendimento possa entender

qual é a produçao ótima que atenderia cada evento adequadamente e evitar desperdícios.

Durante a feira, a logística de trabalho depende do tipo de produto a ser vendido.

O modelo mais simples envolve produtos já prontos, embalados, que exige somente a

gerência de estoque e financeira. No caso de alimentos de consumo imediato é

necessário gerenciar o estoque, a cozinha (normalmente improvisada em cima e/ou atrás

da barraca), a fila, os pedidos e o financeiro. Dependendo da demanda o trabalho torna-

se confuso e cansativo.

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Figura 2.6 – Exemplo de produtor da Junta Local que precisa improvisar um fogão naestrutura fornecida.Fonte: Junta Local.

Ao final do dia é preciso recolher todos os produtos e equipamentos e limpar o

ambiente. A desmontagem da estrutura das barracas é por conta da organização do

evento. Depois de tudo recolhido, já de volta em casa é que faz-se a contabilidade das

vendas. Eventualmente ao final do evento o produtor terá ainda sobras, produtos que

não foram vendidos. No caso de roupas e acessários, por exemplo, isso não é

problemático. Mas no caso de refeições ou produtos perecíveis, é necessário escoar

rapidamente estes produtos não comercializados, mesmo que a preços menores. Em

ambos os casos o transporte desses itens, ao final do evento, de volta à origem é penoso.

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Figura 2.7 – Exemplo de tentativa de escoamento das sobras da produção de umprodutor da Junta Local através da iniciativa Comida da Gente.Fonte: Comida da Gente.

Na Junta Local do dia 7 de maio de 2016, a OJA - empreendimento do chef

Marcelo Aronovich - comercializou potes de Ghee (manteiga clarificada), garrafas de

Moksha (bebida autoral) e pratos de refeição compostos de frango tandoori com

hummus. Ao ser indagado sobre qual foi o critério para decidir quantos itens de cada

levaria à feira, afirmou que levou em consideração o tempo disponível para a produção

e a demanda de feiras anteriores. Antes das 14h o seu estoque de Ghee tinha acabado e

uma hora depois acabaram os Mokshas. Embora a procura tenha sido maior que a

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oferta, o chef afirma que prefere não atender à demanda para evitar eventualmente ter

que retornar com produtos não vendidos. Considerando quão cedo esses dois itens

(Moksha e Ghee) finalizaram - a feira seguiria oficialmente até as 18h - teria sido

oportuno ter tido um pouco mais em estoque.

Nesta mesma edição, na barraca ao lado, que fazia bebidas à base de cachaça, o

limão acabou faltando ainda 2h de feira e com público intenso. Fortunamente para o

empreendedor por trás da marca, participava desta Junta também o Manacá Orgânicos,

um produtor rural que tinham limões. Os dois kilos extras adquiridos viabilizaram a

permanência da barraca de bebidas pelas duas horas remanescentes, efetuando muitas

outras vendas.

Muitas das feiras costumam ocorrer nos mesmos lugares periodicamente, mas

isso não significa que são fixas. A Junta Local já aconteceu em estabelecimentos tais

como a Casa da Glória (Glória), no Imperator (Méier), o restaurante Comuna

(Botafogo) entre outros. O Mercado, cujas últimas edições aconteceram no Clube do

Fluminense (Laranjeiras), começou em uma casa em Botafogo e, eventualmente,

experimenta novas localidades.

A localização é um fator que afeta fortemente o desempenho das vendas. O local

influencia a quantidade de frequentadores e o perfil deste público. Para a OJA, por

exemplo, as vendas na Junta Local no Imperator foram fraquíssimas. Na edição de 16 de

fevereiro na Casa da Glória o estoque foi liquidado algumas horas antes do

encerramento da feira. Na edição de 7 de maio na Lapa sobraram 15 frangos temperados

(de duzentos), que acabaram se tornando um problema logístico para transportar de

volta para a casa do chef.

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Figura 2.8 – Cartazes para as Junta Local's de 15/11/2015 (Imperator), 13 e 14/02/2016(Cada da Glória) e 7 e 8/05/2016 (Lapa).Fonte: Junta Local [1].

As marcas participantes também não são fixas. A participação depende tanto dos

organizadores (em função do tamanho do local e da temática da edição da feira), quanto

da disponibilidade dos feirantes. Usualmente os organizadores publicam para o público

quais participarão de cada evento. Nem sempre a participação em ambos os dias se

mostra bom para o negócio. Na edição do final de semana de 7 e 8 de maio, o

empreendimento Daiquirim, focado em queijos, vendeu a mais da metade de seus

queijos no primeiro dia e afirmou que acabaria tendo que fechar a barraca cedo no dia

seguinte. Embora isto seja um sucesso de vendas, a barraca vazia acaba prejudicando o

empreendimento (fica a impressão que não se organizaram bem) e principalmente a

feira, que perde em quantidade e diversidade de produtos para oferecer, prejudicando a

experiência dos frequentadores.

O trabalho nos moldes de feira expõe o empresário às questões climáticas. O

clima pode estimular os frequentadores a consumirem mais de alguns produtores do que

outros. Um dia de calor estimula as vendas de cervejas, mate ou sorvetes. Um dia de

frio estimula as vendas de chás, vinhos e cachaças. Um dia de chuva pode não só afastar

os clientes, como atrapalhar as operações se a estrutura não for adequada.

2.5 – Microempreendedores

Uma reportagem no jornal Estadão [8] afirma que “Sob a perspectiva

macroeconômica, eles [microempreendedores] são vistos também como um dos

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caminhos que podem ajudar o País a sair da recessão nos próximos anos. As pequenas

empresas respondem hoje por 27% do PIB brasileiro e empregam 17 milhões de

pessoas, segundo dados do IBGE.”

Embora não tenha sido encontrado estudos publicados especificamente sobre

feiras de moda e gastronomia, é evidente para os frequentadores que os expositores

deste tipo de feira são provenientes de classe média e com ensino superior completo.

Em geral são pessoas que deixaram suas carreiras e optaram por fazer o que amam.

O contato próximo com esses empreendedores evidenciou que são pessoas com

mínima experiência de gerência mas especialistas em seus ofícios. Eventualmente

buscam cursos para capacitar-se e aprimorar a gestão do seu negócio, como no caso da

designer de jóias Ana Bellagamba que fez uma pós-graduação a fim de aprender como

melhor gerenciar seu empreendimento.

Ao mesmo tempo são indivíduos de muita familiaridade com tecnologia. Em sua

imensa maioria são donos de smartphones e usam o aparelho para facilitar a dinâmica

do seu negócio. Conectam-se com seus consumidores através de sites próprios, perfis

em redes sociais e contas em sites especializados em comercializar produtos de

pequenos empreendedores. Eventualmente utilizam ainda de hardwares auxiliares para

consolidar pagamentos em cartão e redes sociais a fim de impulsionar seus negócios.

Para não depender completamente das feiras, que são eventos pontuais e atingem

somente as pessoas presentes no local, a maioria mantém páginas na internet ou redes

socias para divulgar e vender seus produtos. Estas variam desde um site com um

elaborado sistema de e-commerce, até simplesmente uma página em uma rede social

que viabiliza a comunicação direta com o consumidor. Especificamente no caso de e-

commerce, usualmente utilizam-se de plataformas como Etsy [9], Tictail [10] ou Elo7

[11]. As vendas se consumam tanto no formato de varejo, para clientes individuais, com

serviços de entrega, como no formato de compras colaborativas, que se aproxima de

uma venda no atacado na qual cada consumidor busca seu produto no ponto de coleta

estipulado pelo empreendedor.

No ambiente de feira, o convívio cria uma comunidade própria entre os

expositores. Eles se conhecem e se ajudam, tendo uma visão colaborativa ao invés de

competitiva. Há a crença de que há espaço para todos no mercado, que cada produto ou

serviço é único e que, portanto, não há motivos para se prejudicarem. Muito pelo

contrário, acreditam que se ajudarem uns aos outros são capazes de crescer mais e

crescer de maneira sustentável. Isto potencializa a expansão de qualquer ferramenta que

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consiga se consolidar junto a uma pequena amostra deles. Se os primeiros usuários se

engajarem, eles passam a se tornar multiplicadores e ajudam a expandir a atuação da

ferramenta. A construção desta junto a eles aumenta as chances de engajamento.

2.6 – Mercado

Mesmo sendo tendência e sendo um modelo em crescimento, o modelo de feiras

periódicas ainda é considerado um modismo no país. Os produtos ofertados são

sofisticados, autorais e únicos, produzidos por artistas, chefs ou artesães de muita

habilidade. As feiras são os espaços livres e independentes para estes profissionais

trilharem seus caminhos.

Em maio de 2015 a revista Época Negócios publicou em uma feira sediada em

São Paulo: “Todos os pratos são exclusivos, elaborados não somente por chefs mas

também por cozinheiros semi-profissionais que encontram uma oportunidade de entrar

no mundo gastronômico. “A Feirinha agrega pequenos negócios que não tinham onde

começar e dependiam de eventos particulares”, afirma Maurício Schuartz, organizador

do evento ao lado da chef Daniela Narciso. Sem a necessidade de pagar um aluguel

caríssimo – e, consequentemente de vencer a burocracia exigida para abrir um negócio –

muitas pessoas encontraram na Feirinha um caminho para criar ou expandir

empreendimentos.”

Na falta de um estudo específico do ramo é possível fazer um paralelo com o

perfil do consumidor de Foodtrucks, um mercado também em crescimento que conta

com um perfil similar de público: que considera a qualidade e autenticidade do produto

como uma questão de alta prioridade, sem desconsiderar o custo. O estudo de Wilkens

[12] evidencia uma fragilidade neste modelo: ele depende de consumidores jovens. No

Brasil, entre jovens de 18 a 24 anos, o desemprego atingiu 16,4% em março de 2015

segundo o site de notícias G1 [13], que afirma que estes jovens nascidos entre a década

de 80 e 90 vem enfrentando pela primeira vez o desemprego.

Tais dados alertam para uma queda do consumo deste tipo de produto, mas, ao

mesmo tempo, evidenciam o potencial crescimento do número de microempreendedores

que vêem neste modelo uma saída para o desemprego. Para aqueles que se encontram

repentinamente desempregados e enfrentam uma realidade pouco favorável, a idéia de

empreender e levar seu talento a frente torna-se promissora. Com tantas pessoas

tentando a sorte, prevalecerão aqueles capazes de se reestruturarem e reinventarem.

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O SEBRAE [14] orienta que “(...) estudo da demanda, elaboração de cardápio e

preços, planejamento financeiro, implementação de políticas de pessoal e RH,

determinação de boas práticas e procedimentos de segurança dos alimentos

comercializados, marketing e divulgação, entre outros, são algumas disciplinas que vão

determinar a viabilidade e longa vida do negócio”.

Uma pesquisa do Estadão [7] sobre trabalhadores informais informa que 47,4%

dos entrevistados nunca trabalhou por conta própria antes e 52,6% desenvolvem a

atividade em sua residência. Dentre as áreas de trabalho, roupas e alimentos abrangem

25,9% dos entrevistados.

O mercado é recente e informal, não existem ainda ferramentas adequadas para

o modelo de micro-empreendedores tais como os que participam em feiras. Alguns

poucos recorrem à empresas conhecidas, que possuem soluções inadequadas. A maioria

faz o trabalho manualmente, sendo muito vulneráveis a erro. A idea deste projeto é

então preencher esta lacuna. Construir um sistema em parceria com esses

microempreendedores que seja capaz de auxiliá-los na administração de seu

empreendimento e, portanto, potencializar sua ação.

2.7 – Gerência

Os empreendimentos presentes em feiras são em sua maioria iniciativas frágeis.

Os investimentos vêm do próprio empreendedor, pessoa física, a fim de seguir em frente

com a sua escolha de carreira e o risco de não dar certo é alto. Um acompanhamento da

saúde financeira e um bom planejamento financeiro são cruciais para a sustentabilidade

do negócio.

Saber quantos produtos ou insumos deverá levar para o evento, quanto foi

vendido, qual feira vende mais quais produtos, são perguntas importantes para planejar

as operações. Saber quantas operações ocorrem em cada método de pagamento,

contabilizar o que está sendo pago de taxas para cartões, calcular o lucro, são questões

essenciais para entender a saúde do empreendimento.

Conversas com empreendedores dessas feiras concluíram que eles entendem o

valor da gerência e de monitorar dados, mas acham muito complicado a aquisição dos

dados. Durante a feira, é preciso se desdobrar para atender os clientes, anotar os

pedidos, separar os pedidos, conferir o dinheiro, fazer o pagamento de cartão de crédito,

garantir que a máquina de pagamento em cartão esteja carregada, conferir o estoque dos

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produtos entre outras tarefas. São poucas pessoas, quando não somente uma,

responsáveis por todas as tarefas listadas. A prioridade costuma ser atender bem ao

consumidor, em detrimento do real controle de vendas.

Figura 2.9 – Controle de vendas de um dos produtores participantes da Junta Local.

Alguns anotam as vendas realizadas, outros controlam as de acordo com a

quantidade de produtos que levou e quantos voltaram. Na Junta Local do dia 7/05/2016,

a OJA levou 24 potes de Ghee e vendeu todos, já do frango sobraram 15 unidades. Com

isso o chef depois avaliará o desempenho. Mas não é possível saber se cada consumidor

que pediu um frango pediu também uma bebida, se cada comprador de ghee levou

somente uma unidade ou qual horário foi o mais movimentado. Muitas informações são

perdidas na dinâmica da feira.

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Capítulo 3

Estratégia

3.1 – Introdução

Para entender melhor as reais necessidades do empreendedor, que será o usuário

do sistema, foram levadas em consideração entrevistas, conversas informais, convívio,

experiência junto à iniciativa Comida da Gente e a participação em si em feiras da área.

A partir destas foi possível traçar o que o sistema deveria ser capaz de

fazer para atender as necessidades dos usuários, assim como definir o que será

efetivamente projetado como mínimo produto viável.

Este capítulo descreve os critérios para traçar a estratégia de abordagem

do projeto.

3.2 – Realidade

A proximidade pessoal com a Junta Local, organização e participantes, assim

como a experiência junto à iniciativa Comida da Gente leva este projeto a focar em

pequenos produtores de produtos alimentícios, sejam de consumo imediato ou não. Mas

não restringe o sistema a este ramo específico.

Uma preocupação trazida pelas pessoas que trabalham nessas feiras é ser

capaz de desdobrar-se para atender todas pessoas e realizar as vendas. Quando trata-se

de produtos perecíveis (tal como refeições) inclui-se a questão de estoque: planejar

quantos itens serão levados para a feira.

Informações sobre os pedidos em si, tal como quantas refeições cada um

comprou, horário de maior procura ou método de pagamento mais utilizado são

irrastreáveis atualmente. A máquina de cartão é capaz de fornecer algumas informações,

mas não é possível gerar estatísticas com tais dados uma vez que pagamentos em

dinheiro não são formalmente registrados. Até mesmo o controle da fila de pedidos, no

caso de comidas preparadas na hora, é trabalhoso e sujeito a erros por ser manual.

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Alguns mantém controle das vendas anotando em um papel quantas unidades de

cada produto foi vendida ao decorrer da feira. Outros avaliam de acordo com a variação

de estoques. São métodos que só são viáveis pois a variedade de produtos ofertadas por

cada um é baixa. Usar um sistema desses com muitos produtos diferentes é complicado.

A proposta deste projeto é desenvolver um sistema que trabalhe os conceitos de

tecnologia, experiência e gerência. Busca-se proporcionar uma experiência nova ao

usuário, de modo que a partir desta seja possível manter uma plataforma administrativa

para os envolvidos nos processos, utilizando a tecnologia como meio facilitador.

• TECNOLOGIA: “Tecnologia tem sido parte do ambiente cotidiano por

gerações. Ela nos fortalece e nos frustra; Simplifica e complica nossas vidas; nos

separa e nos une. Mas mesmo que nós interajamos com tecnologia todo dia,

facilmente nos esquecemos que seus produtos são feitos por pessoas, e que

alguém, em algum lugar deve receber crédito quando a tecnologia funciona bem

- ou a culpa se não.” [15]

• EXPERIÊNCIA: A vantagem de ser o pioneiro existe, porém, no mundo

dinâmico da tecnologia existem muitos exemplos de empresas que perder essa

vantagem ou simplesmente perderam espaço a longo prazo para startups

dispostas a aceitar a abordagem “melhor, não a primeira”.

• GERÊNCIA: “A sobrevivência das pequenas empresas depende da sua

capacidade de competir no mercado. Ao identificar suas principais necessidades,

a empresa consegue adotar um sistema que aprimore sua gestão, aumente sua

competitividade e proporcione mais chances de sucesso” [16]

3.3 – Potenciais Funcionalidades

Foi possível delinear três grandes áreas dentro do âmbito da gerência desses

feirantes: estoque, pedidos e relatórios.

3.3.1 – Estoque

Nesta é crucial informar o nome do produto e o preço. Para alguns produtores é

interessante (porém não essencial) também o descritivo de cada produto. Isso porquê

contam com a ajuda de amigos e/ou familiares durante a feira para ajudar nas tarefas e,

para estes, é imprescindível ter acesso fácil aos detalhes de cada produto. Conversas

com alguns funcionários de empresas de food truck e buffet levantaram a questão da

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data de validade dos insumos, mas a realidade constatada nas feiras, foco deste projeto,

mostrou que é um parâmetro não relevante na logística de operação. Tudo que é exposto

é fresco e o que sobre é rapidamente escoado de outras maneiras: através de listas de

compras coletivas ou é reaproveitado em outras feiras.

Outra questão que, antes considerada primordial, mas que foi questionada na

realidade destas feiras é a categorização dos itens. Como os produtores, rurais ou

urbanos, trabalham com uma oferta limitada de produtos e todos com o mesmo foco,

parece não haver a necessidade de categorizar os produtos. Ainda assim é uma

funcionalidade interessante de ter para aqueles que possuem uma gama maior de

produtos, tal como a Chá Dao que começou vendendo apenas chá e hoje vende

cosméticos naturais também.

A idéia de construir um estoque dinâmico, embora interessante, mostrou-se ser

uma funcionalidade acessória. A experiência junta à marcas como OJA, Chá Dao e Ana

Bellagamba Jóias evidenciou que esses produtores possuem controle sobre a quantidade

de produtos que foi levado à feira. É mais interessante para eles possuir um bom

planejamento e saber de ante-mão qual a quantidade ótima de itens que deve ser levado.

3.3.2 – Pedidos

Para funcionários de food trucks, a realização dos pedidos é o menor dos

problemas. Mesmo quando tudo é anotado manualmente, sujeitando os dados a erros

grosseiros, a preocupação com o estoque é muito maior.

No caso do feirante, a retirada de pedidos é uma parte importante e

problemática. Acabar com o estoque de algum produto não é um problema. Além de

representar ótimas vendas, alivia o trabalho de levar os produtos de volta para casa e de

escoá-los posteriormente. Em compensação, é dificílimo controlar o fluxo dos pedidos.

Os métodos, quando existem, são manuais e a alta demanda de interação com os

consumidores distrái a atenção da realização do controle. Na operação da OJA do dia

7/05/2016 um cliente chegou a retornar à barraca, depois de ter consumido a refeição,

para pagar o pedido que a equipe havia esquecido de cobrar. Nos casos em que o

produto demora para ficar pronto, a fila também se torna um problema.

Alguns produtores registram suas atividades, posteriormente, em planilhas, mas

estas ficam frequentemente desatualizada. As informações registradas em papel

precisam ser transcritas e então analisadas, absolutamente e em comparação às demais

feiras. Essa tarefa acaba caindo na lista de prioridades.

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Esta funcionalidade deverá então, a partir dos itens em estoque, registrar os

pedidos dos consumidores, podendo ser inseridos dados tais como o nome deste e forma

de pagamento, porém não ser obrigatório. O método de inserção deve ser ágil para que

não atrapalhe o fluxo de trabalho.

Figura 3.1 – Barraca cheia na Junta Local de 26 de julho.Fonte: Junta Local.

3.3.3 – Relatório

Cabe ao sistema extrair as informações relevantes para a análise do negócio.

Quanto foi vendido, ou qual a média dos pedidos, horário de maior atividade são

exemplos de informações que extraídas automaticamente dos dados registrados nos

pedidos, sem que nenhum esforço seja exigido do usuário.

Quais os indicadores a serem analisados é uma questão a ser tratada mais a

frente do projeto, quando já houver dados suficientes. É uma funcionalidade que deve

ser dinâmica, podendo ser acrescentado novos indicadores e análises a qualquer

momento.

As informações extraídas não deverão trazer conclusões, apenas realizar análises

númericas de acordo com as atividades em um dia específico.

3.4 – Menor Produto Viável

22

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Se fossem realizadas todas as funcionalidades pensadas para este sistema, seria

necessário muito tempo de desenvolvimento até que considera-se que existe um produto

para ser homologado pelo usuário. Para evitar realizar um enorme trabalho sem ter

certeza que este será validado, definiu-se um menor produto viável (MVP) do projeto.

Uma vez funcionando, este deverá ser mostrado a alguns dos participantes da Junta

Local e, caso haja estrutura, testado durante a feira. As conclusões tiradas tanto das

opiniões dos produtores quanto do teste prático traçarão o rumo do sistema.

Nessa versão limitada, o estoque deverá permitir que se inclua, edite e delete

itens. A funcionalidade de pedidos, que gerencia os pedidos dos consumidores em fila,

utilizará as informações do estoque para realizar os pedidos. A parte de relatórios trará

uma avaliação de três indicadores de desempenho das vendas.

Figura 3.2 – Fotos do protótipo desenhado em papel.

23

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Capítulo 4

Sistema

4.1 – Introdução

Com um modelo inicial de arquitetura da informação em mente, as visitas às

feiras e conversas os pequenos produtores amadureceram as premissas inicialmente

levantadas. A partir deste pensamento começou-se a estruturar os dados, a começar pela

escolha da ferramenta.

Para entregar a melhor experiência para o usuário, é necessário ter flexibilidade

na exploração das interfaces gráficas. A estrutura Model-View-Controller se mostra

então adequada para a abordagem escolhida. Desta forma é possível desenvolver o

banco de dados baseado no modelo de negócio independente da interface do sistema,

aumento as possibilidades de experimentações a custos menores.

O sistema MVC possibilita a separação das preocupações, o sistema é separado

entre três elementos estruturais obrigatórios: Model, View e Controller. Desta maneira é

possível deixar o Model encarregado da lógica do negócio, o View encarregado das

visualizações das informações e o Controller pela gerência das interações entre o

usuário e o sistema.

Já que este projeto foca no usuário e nas interações dele com o sistema,

explorou-se mais o elemento View do MVC. A potencial absorção deste sistema na

plataforma da iniciativa Comida da Gente também inibe o desenvolvimento

aprofundado das estruturas de banco de dados uma vez que esta já está sendo trabalhada

na API da plataforma do Comida da Gente.

4.1 – Comida da Gente

O Comida da Gente é uma iniciativa que junta produtores e

consumidores a fim de realizar compras coletivas colaborativas direto com o produtor.

Ela nasceu em 2013 como um grupo no Facebook a fim de facilitar um grupo de 40

usuários a comprarem tomates orgânicos de um produtor. Com o tempo foram inseridos

24

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novos membros no grupo e surgiram idéias de outros produtos que poderiam ser

adquiridos seguindo a mesma metodologia.

No site do Comida da Gente é possível conferir a história da iniciativa: “Em

agosto de 2015, o grupo contava com mais 10.000 pessoas espalhadas por mais 20

grupos em todo o Brasil. A partir das experiências vividas nos grupos decidimos

desenvolver esta plataforma para tornar a sua experiência mais eficiente e prática.”

E assim nasceu a plataforma Comida da Gente, que vêm sendo lançada aos

poucos durante o ano de 2016. No que cerne os produtores, ela traz funcionalidades que

buscam facilitar a presença virtual destes tal como a criação de uma página pública em

seu domínio com informações relevantes e a criação de um catálogo virtual, com

distinção de embalagens, preços e foto.

Figura 4.1 – Fragmento do catálogo Sítio Nova Vida na plataforma Comida da Gente.Fonte: Comida da Gente.

É intenção deste projeto inserir-se junto à plataforma no que chamar-se-á de

“Canal do Produtor”. Portanto o foco aqui é o desenvolvimento da interface em

detrimento do banco de dados. Pretende-se, no futuro, utilizar a API da plataforma para

receber as informações referentes ao catálogo e utilizá-las parar desenvolver as

funcionalidades relacionadas às feiras.

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4.3 – Estrutura do Projeto

Por recomendação de terceiros, utilizou-se o framework Django (Python) [17]

para o desenvolvimento. Dessa maneira é possível explorar as interfaces e manter a

estrutura de banco de dados separada e independente. Mais a frente será possível, por

exemplo, criar uma API separada e acoplá-la à estrutura aqui desenvolvida.

Ele segue a estrutura MVC (Model-View-Controller), voltada para o desenvolvimento

de aplicações web. Esta divide o sistema em três partes:

• Models: responsável pela estrutura dos dados e manutenção dos dados. Neste

projeto é a menor das preocupações já que a intenção é integrar com outro

sistema já existente, modelado e de alta complexidade;

• View: responsável pela visualização para o usuário. Foi a parte mais

desenvolvida, já que o isolamento proporcionado da lógica da interface permite

que a segunda seja profundamente desenvolvida de maneira independente e

desacoplada. Isto facilita a integração com APIs de terceiros;

• Contoller: responsável pela interação entre View e Models. Recebe as

requisições das views e busca em models os dados necessários, assim como

recolhe os inputs dos usuários nas views e os armazena segundo os models.

No Django essa visão tradicional do modelo MVC é contestável. A organização

do framework dificulta uma separação clara das três partes. Cita-se na documentação

que seria mais apropriado então chamar de um sistema MTV (Model-Template-View). O

Model continua responsável pela mesma funcão daquela exercida no MVC. As funções

tradicionais de View e Controller são mescladas e redivididas. A View passa a ser

responsável pela seleção de dados a que serão apresentados e Template é responsável

por como os dados são representados.

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Figura 4.2 – Arquitetura do DjangoFonte: Adaptado de https://pythonhosted.org/MyTARDIS/architecture.html .

Neste projeto, para o desenvolvimento dos templates utilizou-se a linguagem

Jade (recentemente renomeada para Pug [18]), através da extensão pyjade. Esta traz a

vantagem de trazer maior agilidade de escrever códigos html, além de já ser plenamente

dominada pela autora. Para as folhas de estilo, pelo mesmo motivo, utilizou-se Sass

[19], o equivalente do Jade para CSS. Não foi preciso nenhuma extensão para utilizá-la.

Para acelerar o desenvolvimento sem deixar de lado a experiência do usuário e a estética

do sistema, adotou-se o framework Materialize [20], que segue os princípios de design

ditados pelo Google.

O Django permite que um projeto seja dividido em apps, que podem ser adicionados ou

removidos dos projetos e que podem se comunicar entre si. Um app é aplicação capaz

de fazer algo, enquanto o projeto é um conjunto de configurações e aplicações. Aqui as

funcionalidades foram divididas em apps.

1. Main: é a entrada do sistema, conecta as funcionalidades a seus devidos apps;

2. Inventory: realiza o controle e visualização do estoque;

3. Orders: realiza o controle e visualização dos pedidos;

No aplicativo Main não é definida nenhuma classe, ele apenas consulta o banco

para montar visualização de dados. Já o Inventory e o Orders possuem classes e

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diversas views e templates. A arquitetura do sistema é ilustrada na figura abaixo, gerada

pela extensão django-extensions. Cada item será descrito mais a frente neste capítulo.

Figura 4.3 – Diagrama de classes.

4.4 – App: Inventory

A aplicação Inventory concerne tudo relacionado ao estoque. Nesta é

possivel criar, editar e deletar produtos. Os dados aqui inseridos serão utilizados pela

aplicação Orders.

Cada produto no estoque é chamado de item, entidade definida na classe Item.

Um modelo mais maduro de Item levaria em conta atributos como a data de validade

ou nome do produtor que o produziu (há casos de empreendedores que revendem

produtos de outros estados, tal como o Dariquim, que vende queijos mineiros), mas para

fins de MVP a classe foi reduzida ao mínimo necessário para representar o produto.

Abaixo estão listados os atributos da classe Item:

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• title: onde será descrito dado um nome ao produto (tomate, mel, frango

tandoori etc);

• cat: categoria do produto, escolhida dentre opções previamente configuradas,

sem opção de alteração;

• amount: quantidade de itens disponíveis, não pode ser negativa;

• price: preço do item

Figura 4.4 – Código do models.py do app Inventory.

Também levou-se em consideração o fato de o Comida da Gente já possuir uma

funcionalidade de catalogação de produtos na qual já existe um modelo para a classe

equivalente desenvolvida pela mesma autora.

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Figura 4.5 – Pedaço da criação do catálogo do produtor na plataforma Comida da Gente.

Dentro da plataforma, a classe leva os seguintes atributos:

• foto: o produtor pode inserir uma foto do produto;

• nome: onde será descrito dado um nome ao produto (tomate, mel, frango

tandoori etc);

• descrição: campo onde o produto descreve o produto;

• procedência: de onde vem o produto;

• produtor: se não for produzido pelo próprio, indica o nome do produtor;

• precificação: forma de venda, que leva em consideração a embalagem,

quantidade de produto e preço além de outras informações não relevantes para

este projeto;

• exigências: indica se o produto necessita de refrigeração, congelamento e se

é perecível;

• validade: os diferentes períodos de validade do produto (fora da geladeira,

vale por 15 dias, dentro da geladeira dura um mês);

• instruções de conservação: como o produto deve ser armazenado e

cuidado;

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• tipo de produto: dentro de uma listagem de tipos, em qual se encaixa

(bebida, mel, peixe, legume etc);

• categorias: dentro de uma listagem de categorias, em qual se encaixa

(orgânico, agroecológico, biodinâmico etc).

Dentro da aplicação Inventory é possível

1. visualizar o estoque disponível;

2. adicionar um item;

3. visualizar detalhes de um item individualmente;

4. editar um item;

5. deletar um item.

Figura 4.6 – Código do urls.py do app Inventory. As cinco tarefas listadas

correspondem respectivamente as urls no código (linha 8 a 12).

4.4.1 – Visualizar Estoque Disponível

Figura 4.7 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne a visualização do

estoque.

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A variável de contexto que a

view passa para o template traz as

seguintes informações em ordem: um

id atribuido à tag body da página -

bodyid -, os itens todos do banco -

items -, a lista de ícones que deve

aparecer no canto superior direito -

headerIcons- e o título utilizado na

página – pagetitle.

O index da aplicação apresenta

uma lista categorizada dos itens

cadastrados no banco. Cada categoria é

uma ul (unordered list) e cada item é

uma li (list item), contendo a

quantidade disponível do item e o nome

do item e um link que funciona como

atalho para deleção.

Cada item em si é um link para suaFigura 4.8 – Visualização de Estoque

página detalhada e é possível excluir o item diretamente na listagem. Além disso é

possível acessar o formulário de inclusão de item no botão flutuante no canto inferior

direito da imagem ao lado.

4.4.2 – Adicionar um item

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Figura 4.9 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne o formulário de

inserção de item no estoque.

A variável de contexto que a

view passa para o template traz as

seguintes informações em ordem: um

id atribuido à tag body da página -

bodyid -, o formulário de criação de

item, a lista de ícones que deve

aparecer no canto superior direito -

headerIcons-, nesse caso nenhum.

A variável header-search nesse

caso indica que não haverá

funcionalidade de busca e o título

utilizado na página – pagetitle.

No caso do MVP as categorias

estão codificadas manualmente no

arquivo models.py da aplicação Figura 4.10 – Adicionar item ao estoque.

Inventory. Neste caso, foram modelados especificamente para o caso do Chá Dao,

cujos produtos podem ser categorizados em: Chá, Blends, Flores, Chá Poo (nome dado

ao shampoo), Cosmético e Chá Gelado.

Figura 4.11 – Seleção de categoria do formulário de adicionar item no estoque.

4.4.3 – Visualizar Detalhes de um Item Individualmente

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Figura 4.12 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne a visualização de

detalhes de um item do estoque.

A variável de contexto que a

view passa para o template traz as

seguintes informações em ordem: um id

atribuido à tag body da página -

bodyid -, o item sobre o qual os

detalhes serão descritos - item - , a lista

de ícones que deve aparecer no canto

superior direito - headerIcons-,

nesse caso o create representa o botão de

edição e o delete representa a função de

deleção. A variável header-search

Figura 4.13 – Página de detalhes do produto

Aroma do Campo.

nesse caso indica que não haverá funcionalidade de busca e o título utilizado na página

– pagetitle.

No caso do MVP a única informação levada em consideração para a página de

detalhes foi o preço do item.

4.4.4 – Edição de um item

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Figura 4.14 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne a edição de um

item do estoque.

A edição de um item é identica

ao formulário de inserção de um item,

exceto que já vem preenchido com as

informações do item.

Figura 4.15 – Página de edição do produto

Aroma do Campo.

4.4.5 – Deletar um item

Figura 4.16 – Trecho do views.py do app Inventory que concerne a deleção de um

item do estoque.

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A deleção de um item do

inventário é acessível somente através da

página de detalhes do item, a fim de

evitar deleções acidentais. Um modal de

confirmação surge no canto inferior da

tela para fins de confirmação da ação.

No MVP desenvolvido a

deleção de um item apaga consigo todas

as informações associadas a este, mas no

projeto integrado ao sistema do Comida

da Gente prevê-se que as informações

atreladas ao item que forem posteriores à

deleção não sejam apagadas.

Figura 4.17 – Página de deleção do produto

Camomila.

4.5 – App: Orders

A aplicação Orders concerne tudo relacionado aos pedidos dos clientes. Nesta

é possivel criar e deletar pedidos. Os dados aqui inseridos serão utilizados para gerar

estatísticas e, possivelmente, informações relacionadas à Business Intelligence.

Cara pedido feito por um cliente é chamado de order, entidade definida na

classe Order. No MVP a classe se relaciona com a Item, através de uma relação

ManyToMany, sendo relacionadas através da classe Product. Dentro de Product é

que serão descritos as quantidades de cada item em um pedido. Abaixo estão listador os

atributos da classe Order e Product respectivamente.

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• client: variável opcional que leva o nome do cliente. Interessante para o caso

de produtores que preparam a comida na hora e precisam gerenciar fila;

• payment_method: leva uma lista de opções para marcar o método de

pagamento do cliente. Esta variável interessa para o posterior cálculo de quanto

foi pago em taxas para a operadora de cartão (usualmente entre 4 e 6%). O ideal

é que diferencie-se as bandeiras utilizadas, pois cada operadora aplica uma taxa

diferente, mas para fins de MVP esta funcionalidade foi minimizada;

• date: variável que salva a data do pedido automaticamente;

• order_total: variável que armazena o valor total do pedido. No caso desta

classe, o total é calculado pelo método define_price;

• cart: variável que armazena, através de uma relação ManyToMany utilizando

uma classe intermediária (Products), quais produtos e suas respectivas

quantidades.

Figura 4.18 – Código do models.py do app Orders.

• order: referência ao objeto order, que representa o pedido do cliente;

• item: referência ao item de estoque pedido;

• quantity: quantidade pedida do item;

• product_total: custo total do item (quantity multiplicado pelo preço individual

do item).

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Figura 4.19 – Código do models.py do app Orders.

Dentro da aplicação Orders é possível

1. visualizar todos os pedidos;

2. adicionar um pedido;

3. visualizar detalhes de um pedido;

4. deletar um pedido.

Figura 4.20 – Código do urls.py do app Orders. As cinco tarefas listadas

correspondem respectivamente as urls no código (linha 8 a 11).

4.5.1 – Visualizar Todos os Pedidos

Figura 4.21 – Trecho do views.py do app Orders que concerne a visualizaçao dos

pedidos.

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A variável de contexto que a

view passa para o template traz as

seguintes informações, em ordem: um

id atribuido à tag body da página -

bodyid -, a lista de ícones que deve

aparecer no canto superior direito -

headerIcons -, todos os pedidos do

banco, ordenados por data - orders -, o

títula da página - pagetitle - e a data

e horário atual - time.

O index da aplicação apresenta

uma lista categorizada por data. Cada dia

é representado por uma lista ul e cada

pedido é uma li.

Cada item (li) em si é um link

para sua página detalhada, onde é

possível excluir o pedido. Além disso é

possível acessar o formulário de inclusão

de pedido no botão flutuante no canto

inferior direito da imagem ao lado.

Figura 4.22 – Página de deleção do produto

Camomila.

4.5.2 – Adicionar um Pedido

Figura 4.23 – Trecho do views.py do app Orders que concerne o formulário de

inserção de pedido no banco de dados.

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A variável de contexto que a

view passa para o template traz as

seguintes informações em ordem: um id

atribuido à tag body da página -

bodyid -, todos os itens cadastrados

no estoque - items -, o formulário de

inclusão de um objeto Order -

Orderform -, a lista de ícones que

deve aparecer no canto superior direito -

headerIcons-, nesse caso nenhum e

o título utilizado na página –

pagetitle.

Os itens são apresentados por

categoria, assim como no app

Inventory e trazem consigo o preço

de cada item. Ao lado foi construído um

elemento em html, no template, para

auxliar na definição da quantitdade de

cada item, que pode ser definida tanto

digitando quanto apertando o botões de

“+” e “-”.

Figura 4.24 – Formulário de Inclusão de

Pedido.

4.5.3 – Visualizar Detalhes de um Pedido

40

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Figura 4.25 – Trecho do views.py do app Orders que concerne a visualização

detalhada de um pedido.

A variável de contexto que a

view passa para o template traz as

seguintes informações em ordem: um id

atribuido à tag body da página -

bodyid -, o pedido sobre o qual os

detalhes serão descritos - order- , a

lista de ícones que deve aparecer no

canto superior direito – headerIcons

-, nesse caso o delete, que representa a

função de deleção e o título utilizado na

página – pagetitle. Figura 4.26– Detalhes de um pedido.

No caso do MVP as informações levadas em consideração para a página de

detalhes foi o preço total do pedido, os itens pedidos e a quantidade respectiva de

cada um. O nome do cliente funciona como o título da página, não aparecendo um

título, na ausência do nome.

4.5.4 – Deletar um Pedido

Figura 4.27 – Trecho do views.py do app Orders que concerne a deleção de um

pedido.

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A variável de contexto que a

view passa para o template traz as

seguintes informações em ordem: um id

atribuido à tag body da página -

bodyid -, o pedido sobre o qual os

detalhes serão descritos - order- , a

lista de ícones que deve aparecer no

canto superior direito – headerIcons

-, nesse caso o delete, que representa a

função de deleção e o título utilizado na

página – pagetitle.

Figura 4.28– Deleção de um pedido.

4.6 – App: Main

A aplicação Main foi pensada

para ser a porta de entrada do sistema.

Ela seria responsável por informações

sobre o empreendimento referido, sobre

o usuário que está realizando

modificações ou quaisquer dados que

sejam independentes daqueles referentes

às atividade do usuário.

Figura 4.29– Porta de entrada do sistema.

Idealmente um usuário poderá administrar mais de um empreendimento com o

mesmo login ao mesmo tempo que cada empreendimento poderá ter múltiplos usuários

com permissão de administrador. No MVP não foi levado em consideração o sistema de

login e as permissões uma vez que esta já está desenvolvida pela equipe do Comida da

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Gente. Prioriza-se então as funcionalidades que não foram exploradas ainda pela

plataforma.

Figura 4.30 – Diagrama representando que um empreendimento pode ser administrado

por vários usuários e que um usuário pode administrar vários empreendimentos.

Figura 4.31 – Pedaço do projeto do cadastro do produtor da plataforma Comida da

Gente.

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Neste MVP a tarefa do main é rotear as funcionalidades para seus devidos apps.

Agregou-se também uma visualização estatística sobre a movimentação do

empreendimento, por data. Esta não foi desenvolvida na forma de aplicativo separado

uma vez que, neste MVP, envolve o desenvolvimento de apenas uma página.

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Capítulo 5

Testes

5.1 – Introdução

Com o objetivo de colocar o modelo desenvolvido a prova, foram realizados

dois testes in loco, trabalhando junto com os produtores durante as feiras.

Esses testes foram relevantes para validar as funcionalidades desenvolvidas

dentro do contexto onde pretende-se inserí-las. Existiam duas abordagens diferentes

possíveis: testar com produtores diferentes, o que validaria a abrangência dos

formulários de inventário e pedido e também a listagem dos pedidos, ou testar com um

mesmo produtor, o que validaria a funcionalidade de compilação de dados. Entendeu-se

que a segunda era estrategicamente mais interessante. Com o retorno obtido,

modificações seriam sugeridas e então seria interessante adotar a primeira abordagem.

Foram duas edições da Junta Local trabalhando para o Chá Dao junto com a

empreendedora Martha Pedalino: uma na Rua do Rosário no dia 17 de julho de 2016 e

outra na Casa da Glória no dia 20 de agosto de 2016.

5.2 – Vivência

O trabalho do produtor começa na semana que precede o evento, na qual ele se

organiza e prepara os produtos que levará para a feira. Para a maioria deles é mais

vantajoso levar a menos do que a real demanda pois eventuais sobras se tornam um

transtorno no final da feira. Sobras significam trabalho e esforço de arrumar tudo e levar

de volta o que sobrou. Se for um produtor que serve produtos de consumo imediato (tal

como comida fresca), significam também desperdício pois os ingredientes não poderão

ser revendidos ou estocados.

No dia da feira, dependendo do empreendimento, o produtor chega com até uma

hora de antecedência para preparar a barraca. Essa preparação envolve montagem de

equipamento (por exemplo: churrasqueira, chapa quente, fogão portátil...), decoração da

barraca e disposição dos produtos. No caso de o produtor contar com um ajudante é

preciso ainda um breve treinamento, explicando os produtos ofertados e seus preços.

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Em geral todo o espaço disponível na barraca é utilizado para a disposição de

produtos e/ou acessórios (talheres, guardanapos, copos). Não há espaço para apóiar um

computador ou mesmo tablet.

Figura 5.1 – Martha Pedalino arrumando a barraca no início do dia.

Ambas as feiras trabalhadas não contavam com fornecimento de energia elétrica

para as barracas nem conexão à internet. No caso da Rua da Glória existem tomadas

pela casa, mas nenhuma próxima da barraca em si. Foi necessário então improvisar uma

maneira de colocar o sistema para rodar, ainda em ambiente de teste. Com o laptop

rodando o servidor local e conectado em uma rede wifi gerada pelo celular a partir da

conexão 3G, foi possível rodar o sistema das 10h às 18h em ambas as feiras (tempo que

a bateria do computador levou para descarregar). Nesse intervalo foi possível captar as

vendas do empreendimento em quase sua totalidade.

Usualmente o Chá Dao conta somente com a produtora (Martha) na barraca, mas

nessas duas feiras teve mais uma pessoa, que ficou encarregada de operar o sistema. O

atendimento ao consumidor nestas feiras é o maior diferencial. O contato direto com

quem produz permite que todas as dúvidas sejam tiradas, desde o preço de cada produto

até os ingredientes e métodos utilizados. Sendo assim, é uma tarefa que ocupa muito as

pessoas atrás do balcão.

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Figura 5.2 – Atendimento ao público na feira da Casa da Glória.

Em momentos de grande movimento era complicado registrar os pedidos pois a

prioridade é sempre atender aos clientes. Acontecia de ambas pessoas estarem ocupadas

atendendo vários clientes simultaneamente. No momento de fechar um pedido, um dos

maiores benefícios averiguado de ter o sistema foi o cálculo do total do pedido, que

normalmente é feito na calculadora.

Os pagamentos em cartão eram efetuados através de uma máquina portátil e de

um aplicativo, que permitem que a nota fiscal seja enviada por e-mail ou sms. Embora

não esteja no escopo deste projeto a parte referente à faturamento de pagamento, este é

um item crucial para o engajamento dos produtores ao sistema, eliminando a

necessidade de ter dois aplicativos diferentes (um pra registrar pedidos e outro para

realizar pagamentos).

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Figura 5.3 – Celular da direita rodando o sistema aqui apresentado e da esquerda

rodando o aplicativo de pagamento em cartão, na feira da Casa da Glória.

Com o aproximar do encerramento da feira, o produtor vai recolhendo os

produtos e se preparando para ir embora. Não é costume abaixar os preços para vender

os produtos sobressalentes, nem mesmo entre os produtores de comida fresca.

Neste momento não é feito nenhum levantamento das vendas nem do dinheiro

arrecadado. Segundo relato dos produtores, isso só ocorre no dia seguinte ou mesmo ao

decorrer da semana seguinte, quando ocorre. Não existe uma metodologia ou métrica

comum no meio, cada um faz do seu jeito (ou até mesmo nem faz).

Quando indagados sobre quais produtos são mais populares, quais momentos do

dia tem mais movimento ou o que representa boas vendas em uma feira, as respostas são

vagas e baseada em estimativas sem embasamento. Nenhum soube responder com

dados concretos de vendas ou arrecadação. Também tem vaga idéia sobre quais fatores

influenciam em boas vendas: clima, local ou mesmo data.

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5.3 - Resultados

O sistema foi utilizado em duas edições da feira Junta Local (17 de julho e 20 de

agosto), realizadas em locais diferentes (Rua do Rosário e Casa da Glória). Em ambas a

infraestrutura oferecida era a mesma, não pode-se contar com nenhum tipo de facilidade

tecnológica (tomadas ou conexão à internet). Em ambas o sistema rodou desde o início

da feira até praticamente o final (das 10h até, mais ou menos, 18h), tendo então

absorvido quase que a totalidade dos pedidos feitos.

No primeiro teste, foram realizados 114 pedidos totalizando 1.636 reais totais

arrecadados e com uma média de pedidos de R$14,35. No segundo teste foram

realizados 74 pedidos totalizando 1.660 reais e com uma média de pedidos de R$22,43.

Embora a arrecadação tenha sido muito similar, é evidente a diferença de perfil

de cada feira. A vivência na feira da Rua do Rosário – quando realizou-se o primeiro

teste – remete ao fato que fazia muito calor. Pela experiência no dia é sabido que um

dos itens mais vendidos foi o chá gelado de hibisco. Já no dia da feira da Casa da Glória

chovia muito e fazia frio. Os chás gelados foram pouco vendidos. Em compensação, é

conhecimento geral dos expositores que o público que frequenta as edições da Casa da

Glória tem o perfil de público fiel. São pessoas que vão frequentemente à essas edições

para repor os estoques de produtos em casa.

As informações enunciadas no parágrafo acima dão sentido às informações

estatísticas geradas pelo sistema. Além disso é possível averiguar quais os itens

favoritos do público. Dentre as opções de chá gelado, o chá de hibisco é o mais popular,

tendo sido vendidos 59 copos, contra 24 das outras duas variedades somadas. O sabão

em pó não foi vendido sequer uma vez, sendo então o sachê o item mais vendido na

categoria "Cosméticos" (17 unidades), contra 13 unidades do desodorante. Dentre os

produtos para cabelo, o mais vendido foi o "Cha Poo Loiras" (10 unidades), mas o

"Leave-In", que teve sua estréia no segundo teste, vendeu 9 unidades em uma só feira.

Isso mostra o grande potencial deste produto. Os chás a base de flores foram muito

pouco vendidos (somente 3 unidades somadas), já o blend "Energético" foi campeão

disparado com 19 unidades vendidas. Em segundo lugar ficou o "Detox", com 10

unidades vendidas. Isso evidencia uma mudança comportamental do consumidor que

busca hoje outras fontes de energia além da cafeína. Dentre as ervas vendidas, o pacote

de hibisco foi, disparado, o mais vendido: 25 unidades. Em segundo lugar ficou o

capim-limão.

Esses dados por si só já são capazes de traçar um perfil do consumidor do Chá

Dao e definir tendências para esses dois pontos específicos da feira.

5.4 – Conclusões

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A dinâmica durante a feira varia muito, podendo ser muito acelerada em um

momento e completamente parada em outra. O teste correu bem e sem dificuldades.

Mesmo com uma infra-estrutura inadequada (sem tomada ou internet), foi possível

rodar o ambiente de teste. Comprovou-se que o ideal é focar em dispositivos móveis,

mais especificamente celulares. A falta de uso de fotos e/ou imagens tornou o sistema

bem leve, o que é uma vantagem quando trabalha-se com rede móvel 3G ou 4G. Para

uma futura versão será importante que o aplicativo permita funcionamento offline.

O aplicativo Inventory é pouquíssimo acessado durante a feira. Só foi

utilizado no começo para conferir a lista de produtos disponíveis. A quantidade inicial

de cada produto não foi relevante para a produtora (Martha Pedalino), em compensação

a quantidade vendida é importante para futura compilação.

Embora possuam uma boa ideia do funcionamento e performance de vendas de

seu empreendimento, os produtores não são capazer de justificar com embasamento

concreto. Dificilmente possuem dados ou uma compilação deles que seriam capazes de

gerar predições e estratégias de negócio.

Abaixo estão enumeradas questões levantas durante o teste para melhorias na

interface e nas funcionalidades:

1. Disponibilização do total do pedido no formulário de inclusão de pedido em

uma posição fixa da tela de forma que seja visto em qualquer altura do scroll -

dessa maneira é possível informar ao cliente a qualquer momento o total dos

produtos que ele escolheu até então;

2. Inclusão de campo de desconto - eventualmente arredonda-se o total para baixo,

ou mesmo algum produto é dado como brinde para compras grandes;

3. Disposição dos itens em ordem alfabética em qualquer lugar que estejam

listados - isso mantém coerência pelo sistema, melhorando a experiência do

usuário;

4. Criação dinâmica de categorias - no MVP as categorias estão codificadas

manualmente. Durante o primeiro teste foi necessário adicionar uma categoria

extra, comprovando que a criação dinâmica é necessária. Embora seja uma

funcionalidade importante, a fusão com o Comida da Gente já contemplaria essa

necessidade;

5. Inclusão de um campo de busca dentro do formulário de inclusão do pedido para

acesso mais rápido aos produtos - o Chá Dao possúi um extenso catálogo de

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produtos. Um campo de busca dinâmica agilizaria o processo de inserção de

pedido;

6. Para casos que não é necessário preencher o campo de nome do usuário, precisa-

se disponibilizar outra informação no lugar - a listagem de pedidos, inicialmente,

mostrava o nome do cliente. Mas nos casos em que este não é relevante,

atrapalha a dinâmica. O nome só é realmente necessário praqueles que se

utilizam de fila;

7. Os pedidos devem ser ordenados do mais recente ao mais antigo;

8. O controle do estoque é dispensável - em nenhum dos dias houve a preocupação

com quantos itens de cada foram levados ou quantos ainda haviam

sobressalentes;

9. Deve ser possível editar o pedido - muitas vezes o consumidor fica em dúvida

sobre quais produtos levar. A escolha é um momento muito dinâmico. Mesmo

depois de já ter finalizado ele decide incluir ou trocar algum item.

Alguns destes itens não serão levados em consideração para a finalização deste

projeto, tal como o 4, 5 e 9. Entende-se que o custo de implementação dos itens 4, 5 e 9

serão altos para uma ferramenta que pretende ser integrada à um sistema maior. Em

relação ao item 9, o ideal seria ordenar por hora e minuto, mas isto acarretaria uma

mudança no modelo da classe Order: atualmente ele leva uma variável que registra a

data do pedido (DateField), mas o ideal é que registre a data e o horário

(DateTimeField). Mesmo que esta mudança seja implementada, seria necessário

novos testes para que houvesse real efeito.

5.4 - Próximos passos do protótipo

Tratando-se especificamente do protótipo, o próximo passo imediato seria

finalizar as alterações listadas no item 5.4. Com essas alterações implementadas, o

sistema poderá ser novamente testado. Dessa vez com parceria com o Sítio Nova Vida,

do produtor Romero Martins. Este produz uma grande variedade de produtos, que

abrange laticínios, hortifrutigranjeiros e sucos. Terá uma abordagem diferente do Chá

Dao graças à natureza de produtos diferentes (todos são perecíveis, produtos não

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comercializados tornam-se então um problema), enquanto que possui uma estrutura

similar (grande variedade de produtos e categorias).

Após essas modificações, o próximo caminho será a construção de um sistema

de login. Assim será possível criar diferentes usuários e permissões, viabilizando a

utilização simultânea do sistema por mais de uma pessoa (múltiplos funcionários por

expositor e/ou múltiplos expositores). Isto aliado à publicação da ferramenta na nuvem,

tornará-a disponível para diversos expositores, potencializando seu uso e testes.

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Capítulo 6

Futuro do Projeto

Este projeto foi estrategicamente desenvolvido pensando nos expositores da

Junta Local, não só pela proximidade mas também pelo fato de a Junta Local ser

parceira da iniciativa Comida da Gente.

Está em fase de construção uma plataforma para a iniciativa citada. Esta

plataforma contemplará não só as necessidades dela mesma, mas também as da Junta

Local. Com o intuito de transferir a gestão da Sacola Virtual (esquema de pedidos

online que a Junta Local realiza eventualmente) para a plataforma do Comida da Gente,

todos os expositores da feirão terão que se cadastrar e registrar seus catálogos de

produtos. Tendo em posse já todos cadastrados e com seus produtos já catalogados, é

caminho óbvio para este projeto tentar integrar-se à plataforma.

Uma possível integração com o Comida da Gente possibilita o uso da API (que

fornecerá o dados de login, as informações do catálogo), como também potencializa a

plataforma em si (as vendas nas feiras serão registradas e mescladas com os dados das

vendas online). E isso tudo intensifica o engajamento dos usuários, favorecendo tanto o

Comida da Gente quanto este projeto em si, já que maior parte dos problemas deles são

resolvidos em um mesmo sistema.

Vê-se como caminho natural para a viabilização do sistema aqui desenvolvido a

absorção da funcionalidade junto à plataforma em desenvolvimento.

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Capítulo 7

Conclusões

Este projeto, desde a época da sua concepção, pretende ser mais do que um

trabalho de conclusão de curso. A intenção é que se torne realidade e chegue

efetivamente às mãos do público alvo. Acredita-se que este é um sistema de impacto e

que trará benefícios aos microempreendedores, sendo facilmente escalável para outros

públicos (tal como revendedores de cosméticos ou representantes de pequenas marcas).

Focou-se aqui majoritariamente em projetá-lo junto aos seus usuários, tendo sido

feita uma extensa pesquisa e profunda imersão na realidade deles. Desta maneira foi

possível validar as funcionalidades e averiguar se o rumo que está sendo tomado tem

potencial ou não.

O contato com a iniciativa Comida da Gente e Junta Local é um caminho

importante, se não essencial, para a evolução do projeto. É através da Junta Local que é

possível encontrar os produtores, vivenciar a vida deles, trabalhar com eles. O Comida

da Gente traz consigo a estruturação dos dados referentes a esses mesmos produtores,

especialmente por ser a plataforma através da qual a própria Junta Local realizará parte

das suas operações. Ambas garantem o engajamento dos usuários, que é uma das

questões mais complicadas para um projeto tecnológico. Algumas questões técnicas não

foram abordadas por entender-se que seria um esforço desnecessário considerando a

integração à plataforma maior.

A realização dos testes nas próprias feiras foi importantíssimo para validar

questões levantadas, além de ter sido uma ótima experiência inclusive para o produtor.

Foi possível entendê-los melhor e divulgar o sistema em desenvolvimento, tento tido

uma resposta deveras animadora e positiva. A cada teste surgem novas melhorias e

novas idéias, especialmente se forem realizados com diferentes produtores. Além disso

uma parceria com o Sítio Nova Vida vem sendo delineada, o que poderá tornar este

sistema uma ferramenta essencial para o trabalho em todas as edições da Junta Local.

Pretende-se também adaptar o sistema para conversar com a API da plataforma

Comida da Gente quando esta estiver pronta e quando os fundadores considerarem

estrategicamente favorável. Isto já foi levantado junto à equipe e é uma questão de

tempo até que este projeto realmente tome forma dentro do Canal do Produtor.

Espera-se então que dentro de um ou dois anos verar-se-á uma versão mais

completa deste sistema nas mãos dos pequenos produtores espalhados no Brasil.

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