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BOLETIM TÉCNICO: FLORESCIMENTO Nº 07 - Julho/2015 Plante certezas.

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BOLETIM TÉCNICO:FLORESCIMENTONº 07 - Julho/2015

Plante certezas.

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Florescimento

O florescimento das variedades de cana-de-açúcar é conhecido como um fenômeno que afeta negativamente a produtividade dos canaviais. Devido às dificuldades que o setor vem enfrentando há alguns anos, o tema tornou-se ainda mais relevante frente ao receio de novas quedas na produção.

Entre os fatores que afetam o florescimento da cana-de-açúcar podemos destacar o fotoperíodo (comprimento do dia), a temperatura e a umidade do solo. Assim, o acompanhamento destes fatores se faz de extrema importância para que se possa antever a ocorrência deste fenômeno e tomar medidas corretivas caso necessário.

As condições de fotoperíodo são influenciadas pela latitude, o que afeta a quantidade de luz que determinada região recebe por dia, influenciando assim o comprimento do dia e da noite. Melhores condições de florescimento são encontradas em regiões de latitudes mais baixas (mais próximas à linha do Equador) e a época crítica para a indução ocorre quando o período de luminosidade tem duração de 12,5 horas e ocorre por 20 dias. Para que o florescimento aconteça é necessário que ocorra pelo menos 10 dias ininterruptos com esta condição. Cabe salientar que o efeito de um dia desfavorável entre vários dias favoráveis reduz o florescimento, mas não o inibe se o número de dias favoráveis for significativo.

Em relação à temperatura, as condições ideais são encontradas em temperaturas, variando entre 18ºC e 32ºC. Por fim, o último fator que também tem grande influência para a ocorrência deste fenômeno é a umidade do solo. A falta de água antes e durante o período do início do processo de florescimento reduz ou inibe sua ocorrência. Caso essa falta de água venha relacionada com altas temperaturas o efeito de inibição será ainda maior.

Quando o florescimento ocorre, perdas de produção significativas poderão acontecer na lavoura. O efeito deste fenômeno foi verificado em um experimento com diferentes variedades de cana, no qual o florescimento foi controlado com o uso de luz para interrupção do comprimento da noite. Os resultados obtidos demonstraram uma redução de 6,8% na tonelagem da cana, perda de 3% no conteúdo de sacarose e diminuição de 9,4% na produtividade de açúcar nas canas florescidas (Berding e Hurney, 2005).

Outra questão relevante com relação às perdas é o tempo em que a variedade florescida permanece no campo até ser colhida. Quanto mais tempo a cana ficar no campo, maiores forem as temperaturas e menor for a disponibilidade de água, maior poderá ser o comprometimento na produtividade de açúcar. Outro fator que influencia as perdas é o padrão de desenvolvimento da variedade. A diferença entre as variedades na deterioração da sacarose é considerável e uma das características relacionadas a essa diferença é a porcentagem de colmos florescidos. O Programa de Melhoramento Genético do CTC considera a seleção contra o florescimento em todas as fases do processo de obtenção de uma nova variedade. A estratégia visa diminuir a ocorrência no campo e consequentemente as perdas de açúcar que podem ser ocasionadas pelo florescimento. Uma estratégia adicional adotada pelo CTC é priorizar genitores com florescimento tardio para a realização de cruzamentos destinados às regiões com maior incidência de florescimento nas variedades comerciais. Assim, as variedades CTC, por serem mais modernas e adaptadas as necessidades do setor, são pouco floríferas.

Além do uso de variedades com baixa tendência ao florescimento, algumas práticas de manejo podem ser adotadas para controlar o fenômeno, como por exemplo a utilização de inibidores de florescimento também conhecidos como reguladores de crescimento. Um que comprovadamente produz esse efeito é o Ethephon, quando aplicado antes do período de indução. O produto foi capaz de reduzir em 87% o florescimento, com aumento de 7,5% na tonelagem de cana e 10% na produtividade de açúcar. (Moore e Osgood, 1989). Em um ano onde o suprimento de água antes do período da indução é elevado e as temperaturas ficam dentro da faixa adequada, a aplicação do inibidor/regulador torna-se essencial.

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Condições climáticas para florescimentono Centro-Sul em 2014 e 2015

O florescimento das variedades de cana-de-açúcar é conhecido como um fenômeno que afeta negativamente a produtividade dos canaviais. Devido às dificuldades que o setor vem enfrentando há alguns anos, o tema tornou-se ainda mais relevante frente ao receio de novas quedas na produção.

Entre os fatores que afetam o florescimento da cana-de-açúcar podemos destacar o fotoperíodo (comprimento do dia), a temperatura e a umidade do solo. Assim, o acompanhamento destes fatores se faz de extrema importância para que se possa antever a ocorrência deste fenômeno e tomar medidas corretivas caso necessário.

As condições de fotoperíodo são influenciadas pela latitude, o que afeta a quantidade de luz que determinada região recebe por dia, influenciando assim o comprimento do dia e da noite. Melhores condições de florescimento são encontradas em regiões de latitudes mais baixas (mais próximas à linha do Equador) e a época crítica para a indução ocorre quando o período de luminosidade tem duração de 12,5 horas e ocorre por 20 dias. Para que o florescimento aconteça é necessário que ocorra pelo menos 10 dias ininterruptos com esta condição. Cabe salientar que o efeito de um dia desfavorável entre vários dias favoráveis reduz o florescimento, mas não o inibe se o número de dias favoráveis for significativo.

Em relação à temperatura, as condições ideais são encontradas em temperaturas, variando entre 18ºC e 32ºC. Por fim, o último fator que também tem grande influência para a ocorrência deste fenômeno é a umidade do solo. A falta de água antes e durante o período do início do processo de florescimento reduz ou inibe sua ocorrência. Caso essa falta de água venha relacionada com altas temperaturas o efeito de inibição será ainda maior.

Quando o florescimento ocorre, perdas de produção significativas poderão acontecer na lavoura. O efeito deste fenômeno foi verificado em um experimento com diferentes variedades de cana, no qual o florescimento foi controlado com o uso de luz para interrupção do comprimento da noite. Os resultados obtidos demonstraram uma redução de 6,8% na tonelagem da cana, perda de 3% no conteúdo de sacarose e diminuição de 9,4% na produtividade de açúcar nas canas florescidas (Berding e Hurney, 2005).

Em 2015 vem sendo verificada a ocorrência de florescimento em áreas de cana-de-açúcar em diversas regiões do Centro-Sul. Além disso, de modo geral, as condições meteorológicas nesta região do Brasil apresentaram temperaturas amenas e chuvas abundantes, ideais para a ocorrência de florescimento.

Outra questão relevante com relação às perdas é o tempo em que a variedade florescida permanece no campo até ser colhida. Quanto mais tempo a cana ficar no campo, maiores forem as temperaturas e menor for a disponibilidade de água, maior poderá ser o comprometimento na produtividade de açúcar. Outro fator que influencia as perdas é o padrão de desenvolvimento da variedade. A diferença entre as variedades na deterioração da sacarose é considerável e uma das características relacionadas a essa diferença é a porcentagem de colmos florescidos. O Programa de Melhoramento Genético do CTC considera a seleção contra o florescimento em todas as fases do processo de obtenção de uma nova variedade. A estratégia visa diminuir a ocorrência no campo e consequentemente as perdas de açúcar que podem ser ocasionadas pelo florescimento. Uma estratégia adicional adotada pelo CTC é priorizar genitores com florescimento tardio para a realização de cruzamentos destinados às regiões com maior incidência de florescimento nas variedades comerciais. Assim, as variedades CTC, por serem mais modernas e adaptadas as necessidades do setor, são pouco floríferas.

Além do uso de variedades com baixa tendência ao florescimento, algumas práticas de manejo podem ser adotadas para controlar o fenômeno, como por exemplo a utilização de inibidores de florescimento também conhecidos como reguladores de crescimento. Um que comprovadamente produz esse efeito é o Ethephon, quando aplicado antes do período de indução. O produto foi capaz de reduzir em 87% o florescimento, com aumento de 7,5% na tonelagem de cana e 10% na produtividade de açúcar. (Moore e Osgood, 1989). Em um ano onde o suprimento de água antes do período da indução é elevado e as temperaturas ficam dentro da faixa adequada, a aplicação do inibidor/regulador torna-se essencial.

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Foram aplicados aos dados obtidos por essas estações os parâmetros condicionantes ao florescimento apresentados por Moore & Berding (2013), e por meio da análise dos resultados foi possível verificar que 2015 realmente apresenta uma tendência de maior favorecimento à ocorrência de florescimento na cana-de-açúcar em todas as regiões analisadas em comparação a 2014.

Cada ponto analisado apresenta um período específico de dias onde as condições ideais para o florescimento devem ocorrer. Dentro do período favorável de cada local, foram considerados os dados de precipitação e temperaturas diárias máxima e mínima, que não podem ultrapassar o intervalo de 18 a 32°C. Devido à latitude, a região de Goianésia-GO representa o local com maior número de dias com fotoperíodo adequado e Ourinhos-SP com o menor.

Nos gráficos comparativos abaixo, é possível constatar a diferença em cada um dos locais analisados dentro dos dias de fotoperíodo adequado específicos nos anos de 2014 e 2015. As barras verdes representam dias com todas as condições requeridas ao florescimento. Condições de no mínimo 10 dias consecutivos de condições favoráveis representa a possibilidade de ocorrência de florescimento naquele local.

Para analisar esta situação de forma mais concreta e compará-la ao ano anterior, foram utilizados os dados de 10 estações meteorológicas automáticas controladas pelo CTC e pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) que representam diferentes ambientes climáticos do Centro-Sul.

Figura 1 – Distribuição das estações meteorológicas controladas pelo CTC e INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).

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Piracicaba-SP (fotoperíodo favorável entre 04/03 e 26/03)

Figura 1 – Distribuição das estações meteorológicas controladas pelo CTC e INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).

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Pradópolis-SP (fotoperíodo favorável entre 03/03 e 27/03)

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Conceição das Alagoas-MG (fotoperíodo favorável entre 02/03 e 27/03)

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Rio Brilhante-MS (fotoperíodo favorável entre 04/03 e 26/03)

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Goianésia-GO (fotoperíodo favorável entre 23/02 e 29/03)

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Pela análise dos gráficos nota-se que devido às condições de chuvas dentro do normal para o final de fevereiro e meados de março, houve volume suficiente e boa distribuição de chuvas em todos os locais e em ambos os anos analisados. Desta forma, a restrição hídrica não representou um fator limitante ao florescimento em nenhum dos pontos

Como se pode verificar, todas as localidades estudadas - com exceção de Rio Brilhante no Mato Grosso do Sul - apresentaram condições climáticas favoráveis ao florescimento neste ano de 2015. Esta condição é reforçada se compararmos com os dados de 2014, onde nas localidades com latitudes mais altas houveram poucos dias subsequentes em condições para florescimento. Nestes locais, não se chegou à quantidade mínima de dias subsequentes em condições para o florescimento.

De modo geral, os dados analisados validam a percepção geral nas diferentes regiões produtoras do Centro-Sul sobre a possível ocorrência de florescimento nos canaviais em 2015, em especial em regiões que normalmente esta condição não costuma ser tão frequente nos anos anteriores. Em função da variedade e do local, o ideal seria a utilização de inibidores/ reguladores para impedir a ocorrência do florescimento e suas eventuais perdas. Outra alternativa que pode ser adotada é a antecipação da colheita das variedades florescidas com o objetivo de diminuir a exposição destas aos fatores que acentuam suas perdas reduzindo assim os impactos em sua produção final na safra.

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Posicionamento ColheitaVariedade Abr Mai

CTC 9001

CTC17

CTC21

CTC25

CTC9003

CTC7

CTC20

CTC15

CTC4

CTC9002

CTC11

CTC24

CTC19

CTC14

Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Variedades CTC com baixo risco de perdas em decorrência do florescimentose manejadas corretamente com relação à época de colheita:

Tabela 1 – Posicionamento de colheita das variedades CTC.

Referências:

Berding, N. (2005). Poor and variable flowering in tropical sugarcane improvement programs: diagnosis and resolution of a major breeding impediment. Proceedings International Society of Sugar Cane Technologists, 25, 493-501.

Berding, N. & Hurney, A.P. (2005). Flowering and lodging, physiological-based traits affecting cane and sugar yield: what do we know of their control mechanisms and how do we manage them? Field Crops Research, 92, 261-275.

Moore, P.H. & Berding, N. (2013). Flowering. In: Sugarcane: Physiology, biochemistry and functional biology. First Edition. Edited by Paul H. Moore and Frederik C. Botha.

Moore, P.H. & Osgood, R.V. (1989). Prevention of flowering and increasing sugar yield of sugarcane by application of ethephon (2-chloroethylphosphonic acid). Journal of Plant Growth Regulation, 8, 205-210.

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