Cadernos Temáticos - Tecnologias de Informação...

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3 2010 Cadernos Temáticos - Tecnologias de Informação e Comunicação -TIC Sistemas Aplicados a Segurança Pública Versão Final ABDI

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2010

Cadernos Temticos - Tecnologias de

Informao e Comunicao -TIC

Sistemas Aplicados a Segurana Pblica

Verso Final

A B D I

Cadernos Temticos - Tecnologias de Informao e Comunicao -TIC

Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 2

Cadernos Temticos TIC

Sistemas Aplicados Segurana Pblica

Brasilia, DF

Junho, 2010

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Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI

Presidente

Reginaldo Braga Arcuri

Diretores

Clayton Campanhola

Maria Luisa Campos Machado Leal

Catalogao

Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial SBN Quadra 1 - Bloco B - Ed. CNC - 14 andar CEP: 70041 902 - Braslia DF - Brasil TEL: +55 61 3962.8700 FAX: +55 61 3962.8715 E-mail: [email protected] Http://www.abdi.com.br

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Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

3. Sistema Aplicados a Segurana Pblica/ Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial. - Braslia : ABDI, 2010. 226 p. : il. - (Cadernos temticos TICs - ABDI; 3) 1.Biometria. 2.RFID. 3.Vdeo-monitoramento e cmeras inteligentes. 4.Software de inteligncia. 5.Conexo ultra-segura. 6.Sistemas de monitoramento e bloqueio de sinais. 7.Redes integradas de telecomunicaes. 8.Sistemas avanados de bancos de dados. 9.Sistemas de deteco e reconhecimento de padres de vdeo. I.Ttulo. I. Srie.

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Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI

Equipe Tcnica Projetos TIC

Pedro Alem Filho - Coordenador

Carlos Venicius Frees - Especialista

Lanna Christina Dioum - Analista

Adriana dos Santos Ribeiro - Assistente

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Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI

Parceiros Avaliao Crtica:

MCT - Ministrio de Cincia e Tecnologia

Henrique de Oliveira Miguel - Secretaria de Poltica de Informtica Adalberto Afonso Barbosa - Secretaria de Poltica de Informtica

Antenor Cesar Vanderlei Correa - Secretaria de Poltica de Informtica

MDIC - Ministrio de Desenvolvimento da Industrial e Comercio Exterior

Joo Lanari Bo - Departamento de Tecnologias Inovadoras

Rafael Morreira -

MC - Ministrio das Comunicaes

Laerte Davi Cleto Departamento de Indstria, Cincia e Tecnologia

MMA Ministrio do Meio Ambiente

Shigeo Shiki Departamento de Gesto Estratgica

Guilherme Euclides Brando - Departamento de Gesto Estratgica

Marco Bicalho -

Rivaldo Pinheiro Neto

Gustavo Anjos -

Fundao CPqD - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicaes

Antonio Carlos G. Bordeaux Rego Inovao Tecnolgica

Aldionso Marques Machado Gesto da Inovao

Rodrigo Lima Verde Leal Gesto da Inovao

Claudio de Almeida Loural Planejamento da Inovao

Centro de Tecnologia da Informao Renato Archer CTI/MCT

Jacobus Swart - Diretoria

Ralph Santos da Silva Diviso de Tecnologias de Suporte a Deciso

Rosane Ayres - Diviso de Tecnologias de Suporte a Deciso

Roberto Ricardo Panepuci Diviso de Sistemas de Informao

Saulo Finco Diviso de Concepo de Sistemas de hardware

Josu Ramos Diviso de Robtica

Samuel Bueno Diviso de Robtica

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social

Mauricio Neves Departamento de Indstria Eletrnico

Lilian Mendes - Departamento de Indstria Eletrnica

Apex-Brasil Agencia Brasileira de Promoo de Exportaes e Investimentos

Marcos Mandacaru Analise de Investimentos UNICAMP Universidade de Campinas - Instituto de Economia

Clio Hiratuka Ncleo de Economia Industrial e da Tecnologia

Fernando Sarti Instituto de Economia. UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora

Moiss Vidal Ribeiro Departamento de Engenharia Eltrica

Centro de Pesquisas Avanadas - Wernher Von Braun

Dario Sassi Thober - Diretoria

ANATEL - Agencia Nacional de Telecomunicaes

Ara Apkar Minassian - Superintendncia de Servios de Comunicao de Massa

Marconi Thomaz de Souza Maya Superintendncia de Servios de Comunicao de Massa

Yapir Marotta - Superintendncia de Radiofreqncia e Fiscalizao

Walfrido Rodrigues de Mello - Superintendncia de Servios de Comunicao de Massa

ANEEL Agencia Nacional de Energia Eltrica

Davi Rabelo Viana Leite - Superintendncia de Regulao dos Servios de Distribuio

Paulo Henrique Silvestri Lopes - Superintendncia de Regulao dos Servios de Distribuio

Hugo Lamin - Superintendncia de Regulao dos Servios de Distribuio

Joo M. C. de Albuquerque - Superintendncia de Regulao dos Servios de Distribuio

Mximo Luiz Pompermayer - Superintendncia de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficincia

Mrcio Venicio Pilar Alcntara - Superintendncia de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficincia

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Maxwell M. Oliveira - Superintendncia de Regulao da Comercializao

APTEL - Associao de Empresas Proprietrias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicaes

Pedro jatob Presidncia

Jos G. Vieira - Diretoria INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Gilberto Cmara - Diretoria LSI-TEC - Laboratrio de Sistemas Integrveis

Marcelo Knrich Zuffo - Professor

AEB Agencia Espacial Brasileira

Jackson M. F. Maia Desenvolvimento e Inovao PETROBRAS

Roberto Murilo Centro de Pesquisa - Estratgia Tecnolgica

Marcia Furtado de Mendona CENPES - Estratgia Tecnolgica

Paulo Cesar Medeiros Almeida Tecnologia e Controle

Mnica Moreira Linhares - Segurana, Meio Ambiente e Sade

CIENTISTAS ASSOCIADOS

Antonio Valrio Presidncia

BRASSCOM - Associao Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informao e Comunicao

Nelson Wortsman - Presidncia

FORUM SBTVD - Frum do Sistema Brasileiro de Televiso Digital

Ana Eliza Faria e Silva - Mdulo Tcnico

ABRADEE - Associao Brasileira de Distribuidores de Energia Eltrica

Fernando Cezar Maia Direo

Marco Delgado Consultoria

CEMIG Distribuio S.A.

Denys Claudio Cruz de Souza - Desenvolvimento e Engenharia da Distribuio

Daniel Senna Guimares - Desenvolvimento e Engenharia da Distribuio

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Sumrio

1. INTRODUO ................................................................................................................... 13

1.1. Antecedentes ................................................................................................................................ 17

2. CONSTRUINDO A VISO DE FUTURO: 2008 - 2025 ..................................................... 26

2.1. Metodologia de prospeco adotada .......................................................................................... 27

2.2. Representao dos mapas tecnolgicos e estratgicos .............................................................. 29

2.3. Condicionantes e impactos do desenvolvimento das aplicaes mobilizadoras de TIC no Brasil: 2008 - 2025 ................................................................................................................................... 32

2.4. Apoio e Incentivo ao Setor de TICs ........................................................................................... 42

3. SISTEMAS APLICADOS SEGURANA PBLICA ...................................................... 56

3.1. Tpicos associados aplicao mobilizadora............................................................................ 58

3.1.1. Biometria. ................................................................................................................................ 60 3.1.1.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. .......................................... 64

3.1.1.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 ........................................ 71

3.1.2. RFID. ........................................................................................................................................ 75 3.1.2.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. .......................................... 79 3.1.2.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 .............................................. 85

3.1.3. Vdeo-Monitoramento e Cmeras Inteligentes. .................................................................... 94 3.1.3.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. .......................................... 97

3.1.3.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 .............................................. 99

3.1.4. Softwares de Inteligncia ...................................................................................................... 106 3.1.4.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. ........................................ 107 3.1.4.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 ............................................ 110

3.1.5. Conexo Ultra-Segura. ......................................................................................................... 112 3.1.5.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. ........................................ 116 3.1.5.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 ............................................ 120

3.1.6. Sistemas de Monitoramento e Bloqueio de Sinais. ............................................................. 125 3.1.6.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. ........................................ 127

3.1.6.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 ............................................ 129

3.1.7. Redes Integradas de Telecomunicaes .............................................................................. 132 3.1.7.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. ........................................ 133

3.1.7.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 ............................................ 136

http://www.serpro.gov.br/imprensa/publicacoes/Tema/tema_181/materias/interoperabilidade-na-pratica ............................................................................ 138

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3.1.8. Sistemas Avanados de Bancos de Dados. .......................................................................... 141 3.1.8.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. ........................................ 143

3.1.8.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 ............................................ 146

3.1.9. Sistemas de Deteco e Reconhecimento de Padres de Vdeo. ........................................ 147 3.1.9.1. Mapa Tecnolgico no Mundo: 2008-2025. ........................................ 149 3.1.9.2. Mapa tecnolgico no Brasil: 2008- 2025 ............................................ 151

3.2. Mapa tecnolgico no mundo e no Brasil: 2008- 2025 Viso Geral ..................................... 154

3.3. Portflio Tecnolgico Estratgico no perodo 2008- 2025 ...................................................... 155

4. AGENDA PARA DESENVOLVIMENTO TECNOLGICO .............................................. 162

4.1. Condicionantes e prioridades: 2008-2025. ............................................................................... 162

4.2. Mapa estratgico: 2008-2025. ................................................................................................... 164

4.3. AES DE SUPORTE AO DESENVOLVIMENTO DAS APLICAES MOBILIZADORAS ................................................................................................................... 169

4.3.1. DIMENSO RECURSOS HUMANOS (RH) ............................................................. 170

4.3.2. DIMENSO INFRAESTRUTURA (IE) ...................................................................... 171

4.3.3. DIMENSO INVESTIMENTOS (INV) ....................................................................... 172

4.3.4. DIMENSO MARCO REGULATRIO (MR) ............................................................ 173

4.3.5. DIMENSO ASPECTOS TICOS E DE ACEITAO PELA SOCIEDADE (AE) .. 174

4.3.6. DIMENSO ASPECTOS DE MERCADO (AM) ....................................................... 174

5. CONCLUSES E RECOMENDAES .......................................................................... 176

6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................... 186

ANEXO A PARTICIPANTES DA OFICINA DE TRABALHO: "VISO DE FUTURO E AGENDA TIC: 2008-2025" ...................................................................................................... 198

ANEXO B - INSITUIES DE PESQUISA TECNOLGICA NO BRASIL. ........................... 200

ANEXO C - INSTITUIES DE ENSINO, PESQUISA E INCUBADORAS CREDENCIADAS PELO CATI /MCT. ................................................................................................................... 208

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Lista de Figuras

Figura 1.1-1: Poltica de Desenvolvimento Produtivo em trs nveis ............................................. 20 Figura 1.1-2: Programa Mobilizador em TIC e seus subprogramas ............................................... 21 Figura 1.1-3: Escopo do estudo prospectivo TIC .............................................................................. 23 Figura 2.1-1: Modelo genrico de mapa tecnolgico ........................................................................ 28 Figura 2.2-1: Modelo conceitual de construo dos mapas tecnolgicos e estratgicos ........... 30 Figura 2.2-2: Representao dos mapas tecnolgicos: mundo e Brasil ........................................ 30 Figura 2.2-3: Representao dos mapas tecnolgicos: espaos de deciso ............................... 31 Figura 2.2-4: Representao dos mapas estratgicos: prioridades de aes de suporte .......... 31 Figura 2.3-1: Condicionantes de futuro do desenvolvimento das TIC no Brasil: foco em

aplicaes mobilizadoras ...................................................................................................................... 38 Figura 3.1.1-1: Mapa Comparativo para Biometria ......................................................................... 64 Figura 3.1.2-1: Mapa Comparativo para RFID ................................................................................ 78 Figura 3.1.3-1: Mapa Comparativo para Vdeo-Monitoramento e Cmeras Inteligentes ......... 96 Figura 3.1.4-1: Mapa Comparativo para Software de Inteligncia ............................................. 107 Figura 3.1.5-1: Mapa Comparativo para Conexo Ultra-Segura ................................................ 116 Figura 3.1.6-1: Mapa Comparativo para Sistemas de Monitoramento e Bloqueio de Sinais . 127 Figura 3.1.7-1: Mapa Comparativo para Redes Integradas de Telecomunicaes ................ 133 Figura 3.1.8-1: Mapa Comparativo para Sistemas Avanados de Bancos de Dados ............ 143 Figura 3.1.9-1: Mapa Comparativo para Sistemas de Deteco e Reconhecimento de Padres

de Vdeo ............................................................................................................................................... 149 Figura 3.2-1: Mapa tecnolgico de sistemas aplicados segurana pblica no mundo (2008

2025) ................................................................................................................................................... 154 Figura 3.2-2: Mapa tecnolgico de sistemas aplicados segurana pblica no Brasil (2008

2025) ................................................................................................................................................... 155 Figura 3.3-1: Portflio tecnolgico estratgico da aplicao sistemas aplicados segurana

pblica no Brasil (2008 2025) ........................................................................................................ 156 Figura 4.2-1: Mapa estratgico de sistemas aplicados segurana pblica no Brasil (2008

2025) ...................................................................................................................................................... 165 Figura 5-1: Grfico do portflio tecnolgico estratgico das aplicaes mobilizadoras de TIC182

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Lista de Quadros

Quadro 1.1-1: Aplicaes mobilizadoras: focos da Agenda INI TIC ........................................... 24 Quadro 1.1-2: Dimenses da Agenda de PDP TIC ....................................................................... 25 Quadro 2.3-1: Setores Avaliados ......................................................................................................... 32 Quadro 2.3-2: Sete aplicaes mobilizadoras de TIC foram eleitas pelos especialistas para

analise nos setores produtivos ............................................................................................................. 32 Quadro 2.3-3: Setores mais impactados pelas aplicaes mobilizadoras de TIC no Brasil ....... 33 Quadro 2.3-4: Aplicaes mobilizadoras de maior impacto no Brasil. ........................................... 33 Quadro 2.3-5: Condicionantes de Futuro do desenvolvimento das aplicaes mobilizadoras de

TIC no Brasil ............................................................................................................................................ 37 Quadro 2.3-6: Distribuio das condicionantes do desenvolvimento das aplicaes

mobilizadoras de TIC no Brasil ............................................................................................................. 39 Quadro 3-1: Tpicos associados aplicao mobilizadora sistemas aplicados segurana

pblica ..................................................................................................................................................... 58 Quadro 4.1-1: Condicionantes do futuro do desenvolvimento da aplicao mobilizadora

sistemas aplicados segurana pblica no Brasil ....................................................................... 162 Quadro 5-1: Portflio tecnolgico estratgico das aplicaes mobilizadoras de TIC .................. 178

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Lista de Tabelas

Tabela 2.4-1: Legislao, Incentivos Fiscais e Benefcios para o Setor de Informtica no Brasil

(Fonte: BRAZILTECH - MDIC, ABINE, AMPEI) ................................................................................. 42 Tabela 2.4-2: Empresas que mais investiram em P&D no Brasil em 2007 (Fonte: BRAZILTECH

- MDIC, ABINE, AMPEI) ........................................................................................................................ 46 Tabela 2.4-3: Investimento em Projetos de P&D, por rea de Aplicao (Fonte: BRAZILTECH -

MDIC, ABINE, AMPEI) .......................................................................................................................... 47 Tabela 2.4-4: Instituies de Ensino, Pesquisa e Incubadoras Credenciadas pelo CATI/MCT

(Fonte: MCT) ........................................................................................................................................... 47 Tabela 2.4-5: Unidades de Pesquisa vinculadas ao MCT (Fonte: MCT) ....................................... 48 Tabela 2.4-6: Agencias de Desenvolvimento vinculadas ao MCT (Fonte: MCT) ......................... 49 Tabela 2.4-7: Distribuio dos Parques tecnolgicos por regio (Fonte: BLUEBOOK) .............. 50 Tabela 2.4-8: Distribuio das Instituies de Pesquisa Tecnolgica associadas ABIPTI

(Fonte: ABIPTI) ....................................................................................................................................... 51 Tabela 2.4-9: Dispndios nacionais em pesquisa e desenvolvimento (Fonte: MCT) .................. 52 Tabela 2.4-10: Pesquisadores e pessoal de apoio envolvido em P&D (Fonte: MCT) ................. 53 Tabela 2.4-11: Dispndios nacionais em pesquisa e desenvolvimento (Fonte: MCT) ................ 54 Tabela 2.4-12: Pedidos de patentes de inveno depositados no escritrio de marcas e

patentes dos Estados Unidos da Amrica (Fonte: MCT) ................................................................. 54 Tabela 3.1.1-1: Organizaes atuantes para Biometria no Mundo .............................................. 67 Tabela 3.1.1-1: Organizaes atuantes para Biometria no Brasil ................................................ 73 Tabela 3.1.2-1: Organizaes atuantes no mundo - RFID ........................................................... 80 Tabela 3.1.3-1: Organizaes atuantes no Mundo para Vdeo-Monitoramento e Cmeras

Inteligentes ............................................................................................................................................. 98 Tabela 3.1.3-2: Organizaes atuantes no Brasil para Vdeo-Monitoramento e Cmeras

Inteligentes ........................................................................................................................................... 101 Tabela 3.1.4-1: Organizaes atuantes no mundo para Software de Inteligncia .................. 109 Tabela 3.1.4-2: Organizaes atuantes no Brasil para Software de Inteligncia ................... 110 Tabela 3.1.5-1: Organizaes atuantes no Mundo para Conexo Ultra-Segura ..................... 118 Tabela 3.1.5-2: Organizaes atuantes no Brasil para Conexo Ultra-Segura ....................... 121 Tabela 3.1.6-1: Organizaes atuantes no Mundo para Sistemas de Monitoramento e

Bloqueio de Sinais .............................................................................................................................. 129 Tabela 3.1.6-2: Organizaes atuantes no Brasil para Sistemas de Monitoramento e Bloqueio

de Sinais ............................................................................................................................................... 131 Tabela 3.1.7-1: Organizaes atuantes no Mundo para Redes Integradas de

Telecomunicaes .............................................................................................................................. 134 Tabela 3.1.7-2: Organizaes atuantes no Brasil para Redes Integradas de

Telecomunicaes .............................................................................................................................. 137 Tabela 3.1.8-1: Organizaes atuantes no Mundo para Sistemas Avanados de Bancos de

Dados .................................................................................................................................................... 144 Tabela 3.1.8-2: Organizaes atuantes no Brasil para Sistemas Avanados de Bancos de

Dados .................................................................................................................................................... 146 Tabela 3.1.9-1: Organizaes atuantes no Mundo para Sistemas de Deteco e

Reconhecimento de Padres de Vdeo ........................................................................................... 150 Tabela 3.1.9-2: Organizaes atuantes no Brasil para Sistemas de Deteco e

Reconhecimento de Padres de Vdeo ........................................................................................... 151 Tabela 4.1-1: Organizaes atuantes para Sistemas Aplicados em Segurana Pblica ....... 164

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Apresentao

Com o objetivo de subsidiar a Poltica de Desenvolvimento Produtivo

PDP, no seu Programa Mobilizador em reas Estratgicas TIC, a Agncia

Brasileira de Desenvolvimento Industrial ABDI (www.abdi.com.br) e o Centro de

Gesto e Estudos Estratgicos CGEE (www.cgee.org.br) realizaram a Oficina de

Trabalho: "Viso de Futuro e Agenda TIC: 2008-2025" nos dias 04 e 05 de

novembro de 2008, no Hotel Mercure, Braslia - DF.

A Oficina de Trabalho reuniu um seleto grupo de especialistas1, cujas

trajetrias profissionais se relacionam com aplicaes mobilizadoras2 no mbito

das TIC e cuja contribuio intelectual e executiva pudesse auxiliar para que se

atingissem os seguintes principais objetivos:

Analisar os condicionantes do futuro e impactos do desenvolvimento

das tecnologias de informao e comunicao no Brasil no perodo

2008-2025, com foco em aplicaes mobilizadoras;

Elaborar os mapas tecnolgicos de aplicaes mobilizadoras das TIC no

mundo e no Brasil, visando identificar gargalos e oportunidades

tecnolgicas e de mercado para o Pas no perodo 2008- 2025;

Construir viso de futuro de TIC, conforme mapas estratgicos das

Aplicaes Mobilizadoras das TIC no Brasil, contemplando a agenda

para alcanar tal viso. Os focos dessas aes so: recursos humanos,

investimento, infra-estrutura fsica, marco regulatrio, aspectos

mercadolgicos; e aspectos ticos e aceitao pela sociedade;

Estimular a troca de informaes e conhecimento entre as instituies

envolvidas.

A construo da viso de futuro do desenvolvimento de aplicaes

mobilizadoras das TIC no Brasil (2008-2025) foi estruturada em dinmicas de

grupo em torno das aplicaes mobilizadoras abaixo:

1. Servios convergentes de telecomunicaes;

2. TV digital interativa;

3. Sistemas aplicados segurana pblica;

4. Sistemas aplicados sade humana;

5. Sistemas aplicados energia e meio ambiente;

6. Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira;

7. Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados navegabilidade

Este caderno foi construdo tendo como base o relatrio final da Iniciativa

Nacional de Inovao, estudo prospectivo, que permitiu a estabelecer uma viso de

futuro e uma agenda para o desenvolvimento tecnolgico para Tecnologias de

Informao e Comunicao3. Ao contedo original, foram aplicadas atualizaes no

perodo de 2009-2010, agregando novos contedos e efetuadas complementaes

com pareceres de especialistas atuantes no Brasil.

1 Conforme ANEXO A Diviso dos Espcialistas em Grupos de Trabalho.

2 Aplicaes mobilizadoras referem-se oferta de produtos e servios de informao e comunicao que considerem estratgias globais no acesso e uso de tecnologias de informao e comunicao (TICs) e que demandem desenvolvimentos de novas tecnologias, equipamentos, metodologias, modelos de negcio, em um esforo articulado por parte das instituies acadmicas, de governo e empresas.

3 ABDI/CGEE. Relatrio Final Iniciativa Nacional de Inovao: Estudo prospectivo - Viso de Futuro e Agenda INI Tecnologias de Informao e Comunicao. 22/10/2009.

file://netuno/Configuraes%20locais/Temporary%20Internet%20Files/OLK559/www.abdi.com.brfile://netuno/Configuraes%20locais/Temporary%20Internet%20Files/OLK559/www.cgee.org.br

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1. Introduo

Tecnologias de Informao e Comunicao - TIC so consideradas

unanimemente como uma das principais foras propulsoras do aumento de

produtividade de economias de vrios pases desenvolvidos, notadamente os Estados

Unidos, nos anos recentes. A introduo das TIC em todas as reas de atividades, de

geradora de externalidades positivas, passou nos anos recentes a constituir o cerne

do que se vem chamando de Sociedade da Informao.

Por outro lado, a rea de TIC per se, abrangendo desde a produo e

distribuio de hardware e software at a explorao de suas aplicaes em um

amplo espectro de reas, tem se tornado um segmento econmico cada vez mais

importante de pases desenvolvidos e em desenvolvimento (como, recentemente, a

China e a ndia).

O perodo de 2008 a 2025 especialmente importante para a evoluo das

TIC no mundo, por diversas razes, a saber:

(i) Desde 2005, quando teve lugar a Segunda Fase da Cpula Mundial da

Sociedade da Informao (CMSI), os Objetivos de Desenvolvimento do

Milnio vm sendo submetidos a escrutnio detalhado, colocando o papel

das TIC em evidncia como talvez o ingrediente mais importante de que

os governos podero lanar mo para promover um literal salto de

desenvolvimento para chegar a 2015 com pelo menos parte das metas

cumpridas (ou a caminho de serem cumpridas);

(ii) A par da chamada convergncia tecnolgica, vista como fenmeno

global, inexorvel e relativamente previsvel quanto a seus efeitos na

sociedade, provvel que, no horizonte 2008 2025 se assista ao

surgimento de vrias descontinuidades em evoluo tecnolgica, devido

a:

Um possvel esgotamento da Lei de Moore 4 para hardware,

segundo o paradigma atual de progressiva miniaturizao de circuitos

integrados;

Algum tipo de ruptura em software em produo (posto que a

produtividade em desenvolvimento de software no pode continuar

sem que haja incrementos significativos em relao situao atual)

4 A reduo nas dimenses dos chips de memria e processadores vem sendo governada por uma mxima setorial conhecida como Lei de Moore, formulada por Gordon Moore em 1965, trs anos antes que ele ajudasse a criar a fabricante de chips Intel. Moore afirmou que o nmero de transistores que poderiam ser alojados em uma determinada rea de silcio duplicaria a cada dois anos. Posteriormente, reduziu o prazo a 18 meses. TERRA.Lei de Moore atinge limites fsicos em chips de memria. Disponvel em: . Acesso em dez 2009.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 14

e em comercializao (em funo do potencial impacto legal se no

comercial do modelo de tecnologias abertas sobre o modelo

prevalente de tecnologias fechadas ou proprietrias dos dias

correntes); e

Impacto de acesso potencial ou efetivamente grtis, a redes na ltima

milha, graas disseminao de servios tais como os baseados em

WiFi.

(iii) A possvel disseminao de novos modelos de negcios na rea de TIC mais

voltados para a base da pirmide da sustentabilidade corporativa e que

permitam s classes de menor renda, saltos em ordem de grandeza no

acesso a Internet, a informaes e aplicaes; e

(iv) Um aumento exponencial no acesso dos cidados comuns a servios

pblicos (ex: educao, sade, etc.) em pases em desenvolvimento, graas

ao impacto conjunto dos aspectos anteriores.

Frente a este cenrio desafiante, o Brasil deve manter os esforos

empreendidos at hoje, bem como facilitar novas frentes de trabalho, de modo a

aproveitar e se beneficiar das oportunidades que as TIC podem oferecer.

As questes fundamentais da rea de TIC no Brasil provavelmente so as

mesmas h aproximadamente quinze anos e incluem:

(i) Como fazer as TIC evolurem da posio de potencial estratgico para o de

catalisador concreto de desenvolvimento, atravs de seu uso macio em

todas as reas;

(ii) Como articular o potencial de inovao tecnolgica que o pas sabidamente

detm em TIC desejada expanso e ao aumento de competitividade do

setor industrial e de servios na rea?

(iii) Como efetivamente intensificar a Poltica de Desenvolvimento

Produtivo em TIC, em torno do conceito de aplicao mobilizadora,

articulando esforos do setor pblico, do setor privado e do terceiro

setor, de forma sistemtica?

(iv) Finalmente, como colocar em movimento um processo de suporte ao

gradativo protagonismo de uma nova gerao de planejadores e lderes de

projetos e iniciativas em TIC no pas?

Nos ltimos anos, o Brasil vem estabelecendo estratgias de

desenvolvimento com foco na inovao, baseadas nos seguintes mecanismos:

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 15

(i) Ajuste do ambiente institucional para a inovao (financiamento, marco

regulatrio, compras governamentais);

(ii) Desenvolvimento de instrumentos de gerao de inovao (gesto da

inovao nas empresas);

(iii) Adequao da infraestrutura para o processo de inovao brasileiro, que se

constituem em gargalos crticos que impedem o avano do pas;

(iv) Desenvolvimento das tecnologias portadoras de futuro (nanotecnologia,

biotecnologia e tecnologias de informao e comunicao - TIC) definidas

como estratgicas na atual Poltica de Desenvolvimento Produtivo PDP,

lanada pelo Governo Federal em maio de 2008. So reas nas quais se

concentra o conhecimento e que constituem um grande potencial de

mercado, inovao e transformaes constantes em um ambiente

globalizado.

nesse contexto que a Poltica de Desenvolvimento Produtivo, em seu

Programa Mobilizador em reas Estratgicas TIC tem como agenda e principal

objetivo construir um conjunto de recomendaes para acelerar o processo de

inovao nas chamadas aplicaes mobilizadoras nos prximos 20 anos em nosso

pas.

Os atores relevantes para alavancar o processo de inovao nas aplicaes

mobilizadoras de TIC so as universidades, as instituies de Cincia e Tecnologia

ICT, as empresas e o governo, que compartilham as diferentes etapas do

desenvolvimento tecnolgico at a produo e comercializao dos bens e servios.

A universidade, por atuar como um lugar de gerao de conhecimento, que ser

transformado em inovao e que poder ser repassado para as empresas, alm de

ser tambm um lugar de formao de quadros inovadores qualificados. As ICTs, na

execuo de atividades de pesquisa cientficas e tecnolgicas e por articular o

relacionamento universidade-empresa. As empresas, por apoiarem suas estratgias

competitivas em inovaes e por terem a possibilidade, dada sua especificidade, de

apontar caminhos e perspectivas de novos negcios. E, por fim, o governo, que tem

como responsabilidade facilitar, integrar e acelerar o processo de inovao, por meio

do ajuste da legislao, do marco regulatrio, da participao na formao de pessoal

qualificado, da participao, juntamente com o setor privado, nos investimentos, e da

formulao de polticas pblicas.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 16

Nunca demais ressaltar que os elementos necessrios para viabilizar o

processo de inovao so: a existncia de talentos e a possibilidade de desenvolv-

los, a disponibilidade de recursos para investimentos, o marco regulatrio, a

infraestrutura adequada, o conhecimento sobre os aspectos ticos e a percepo da

sociedade em relao s novas tecnologias, bem como o entendimento sobre os

aspectos relacionados ao mercado (Essas so as dimenses a serem cobertas pela

PDP-TIC, apresentadas no quadro 1.1-2).

Para efeito do presente estudo, tecnologias de informao e comunicao

TIC correspondem a todas as tecnologias que interferem e perpassam os processos

informacionais e comunicativos dos seres. Ainda, podem ser entendidas como um

conjunto de recursos tecnolgicos integrados entre si, que proporcionam, por meio

das funes de hardware, software e telecomunicaes, a automao e comunicao

dos processos de negcios, dos servios pblicos, da pesquisa cientfica e de ensino

e aprendizagem.

Estabeleceram-se como foco desta anlise, as aplicaes mobilizadoras de

TIC, aqui definidas como aplicaes referentes oferta de produtos e servios de

informao e comunicao que considerem estratgias globais no acesso e uso de

tecnologias de informao e comunicao (TIC) e que demandem desenvolvimentos

de novas tecnologias, equipamentos, metodologias, modelos de negcio, em um

esforo articulado por parte das instituies acadmicas, de governo e empresas.

Devido s especificidades prprias das TIC, a formao de sistemas de

inovao leva em considerao sua natureza multidisciplinar e de forte interao com

o conhecimento cientfico de fronteira. Isso acaba resultando na formao de arranjos

cooperativos de pesquisa, tais como redes, clusters e sistemas locais de inovao,

para o equacionamento das demandas, contando com recursos humanos altamente

qualificados, acesso facilitado a mquinas e equipamentos, compartilhamento de

ativos, disponibilidade de recursos financeiros (seed money 5 e capital de risco), bem

como uma forte articulao entre universidades, empresas, institutos de pesquisa e

agentes financeiros e institucionais.

Finalmente, vale destacar que o contexto institucional dos sistemas

nacionais de inovao contempla trs componentes vitais para a inovao em TIC, ou

seja, proporciona:

5 Seed money , - Capital fornecido empresa num estgio pr-operacional, para, por exemplo, a construo de um prottipo, a conduo de uma pesquisa de mercado, elaborao do Plano de Negcios, etc. ECOMERCEORG. Dicionrio de e-commerce.Disponvel em:< http://www.e-commerce.org.br/dicionario.php>. Acesso em 03/03/2010.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 17

(i) O desenvolvimento do conhecimento bsico nas instituies de

pesquisa;

(ii) O fluxo do conhecimento entre instituies de pesquisa e a

indstria; e

(iii) O desenvolvimento do conhecimento pelas empresas.

1.1. Antecedentes

Em novembro de 2003, quando foi lanada pelo Governo Federal a Poltica

Industrial, Tecnolgica e de Comrcio Exterior PITCE6, as tecnologias de

informao e comunicao TIC, especialmente seu segmento de software e

microeletrnica, foram definidas como opes estratgicas para o pas por que:

(i) uma rea que apresenta dinamismo crescente e sustentvel;

(ii) responsvel por parcelas expressivas dos investimentos

internacionais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D);

(iii) Abre novas oportunidades de negcios;

(iv) Relaciona-se diretamente com a inovao de processos, produtos e

formas de uso;

(v) Promove o adensamento do tecido produtivo;

(vi) importante para o futuro do pas e apresenta potencial para o

desenvolvimento de vantagens comparativas dinmicas.

Com o lanamento da Poltica Industrial, Tecnolgica e de Comrcio Exterior

PITCE em 31 de maro de 2004, o governo brasileiro firmava o compromisso de

implantar um conjunto de iniciativas voltadas ao equacionamento de grandes desafios

do desenvolvimento produtivo. Desde ento, importantes avanos foram obtidos,

dentre os quais se destacam:

A edificao do moderno marco legal, formado pela Lei de Inovao (Lei

10.973/2004), pela Lei do Bem (Lei 11.196/2005), pela Lei da TV Digital

(PADTV), Semicondutores (PADIS) e propriedade intelectual de

6 O panorama mundial est marcado por um novo dinamismo econmico, baseado na ampliao da demanda por

produtos e processos diferenciados, viabilizados pelo desenvolvimento intensivo e acelerado de novas tecnologias e novas formas de organizao. Essa nova dinmica reala a importncia da inovao como um elemento-chave para o crescimento da competitividade industrial e nacional. A utilizao de novos processos pressiona as empresas (pblicas e privadas) a operarem com baixo custo e alta qualidade. O desenvolvimento de novos produtos e usos possibilita a disputa e a conquista de novos mercados, acentuando o lugar cada vez mais importante que ocupa a capacitao para inovao industrial. necessria uma alocao crescente de recursos pblicos e privados para esse campo, para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), para a alta qualificao do trabalho e do trabalhador e para a articulao de redes de conhecimento. Essa interao de diferentes reas do saber, de mtodos e alvos constitui uma das marcas fundamentais da Poltica Industrial, Tecnolgica e de Comrcio Exterior. BRASIL (2004). Poltica Industrial, Tecnolgica e de Comrcio Exterior. PITCE. Braslia, 26 de novembro de 2003. Disponvel em: Acesso em nov 2008.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 18

topografia de circuitos integrados (Lei 11.484/2007), pela Lei de

Biossegurana (Lei 11.105/2005) e pela Poltica de Desenvolvimento da

Biotecnologia (Decreto 6.041/2007), com base no qual se criaram

condies favorveis promoo da inovao no Pas;

A construo de uma engenharia institucional apta a dar coerncia s

aes propostas e fortalecer o dilogo entre o setor pblico e o setor

privado, com a criao do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Industrial CNDI, e da Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial

ABDI;

Os avanos logrados no mbito dos processos relacionados ao registro

de propriedade intelectual, para o que contribuiu, notadamente, a

reestruturao do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual INPI;

A criao de programas de financiamento especficos, pelo BNDES, para

alguns dos setores estratgicos definidos pela PITCE, como o Profarma e

o Prosoft.

Em novembro de 2007, foi lanado o Plano de Ao em C&T&I - PACTI,

cujas aes previstas vm sendo realizadas de forma articulada e coordenada entre

diversos Ministrios, tendo frente o Ministrio de Cincia e Tecnologia MCT.

O PACTI conta com recursos assegurados para o perodo 2007-2010 e,

especificamente, a linha de ao #8 da prioridade estratgica III Pesquisa

Desenvolvimento e Inovao em reas Estratgicas7, descrita no citado Plano de

Ao, voltada para as tecnologias de informao e comunicao (TIC). Essa linha

de ao contempla:

(i) O apoio ao desenvolvimento tecnolgico das indstrias de

eletrnica e de semicondutores;

(ii) O programa de estmulo ao setor de software e servios; e

(iii) Tecnologias digitais de comunicao, mdias e redes.

Em maio de 2008 foi lanada a Poltica de Desenvolvimento Produtivo (PDP)

8 pelo Governo Federal, inspirada no objetivo de contribuir para o crescimento

sustentvel de longo prazo da economia brasileira, em continuidade s conquistas

7 MCT. Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento Nacional - Plano de Ao 2007-2010 . Ministrio da Cincia e Tecnologia. Braslia, novembro de 2007. Disponvel em:. Acesso em nov 2008.

8 MDIC. Poltica de Desenvolvimento Produtivo. Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior. Braslia,

maio de 2008. Disponvel em: Acesso em nov 2008.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 19

alcanadas no mbito da PITCE. A nova poltica industrial vem beneficiando 26

setores da economia9 e tem foco na reduo da dependncia externa,

descentralizao da produo e investimentos em avano tecnolgico e prev

investimentos de R$ 251,6 bilhes, entre 2008 e 2010. Dentre as metas previstas est

a ampliao da taxa de investimento da economia e o incentivo ao aumento dos

gastos do setor privado com pesquisa e desenvolvimento, visando alcanar em 2010

o equivalente a R$ 18,2 bilhes em P&D.

A PDP busca potencializar as conquistas alcanadas, avanando,

principalmente, em cinco direes, a saber:

(i) Focalizao de metas especficas e adequadas ao atual estgio de

desenvolvimento da economia brasileira;

(ii) Proposio de iniciativas e programas que reconhecem a diversidade e a

complexidade da estrutura produtiva do pas;

(iii) Construo de alianas pblico-privadas;

(iv) Incorporao de mecanismos aptos a assegurar sua implantao

eficiente ao longo do tempo; e

(v) Construo de uma estrutura de governana que defina

responsabilidades pela execuo e gesto de cada programa e indique a

necessidade de fortalecer mecanismos de coordenao intra-

governamental.

A Figura 1.1-1 mostra de forma sistmica os elementos fundamentais dessa

Poltica, com destaque para os Programas Mobilizadores em reas Estratgicas. As

tecnologias de informao e comunicao TIC, juntamente com nanotecnologia e

biotecnologia e outras reas estratgicas para o pas, constituem os alvos desses

programas mobilizadores. Ao longo desta Seo, apresenta-se em detalhe o

Programa Mobilizador em Tecnologias de Informao e Comunicao.

Seguindo determinao do Presidente da Repblica, na etapa de preparao

da PDP, realizaram-se reunies e consultas iniciais ao setor privado para identificar e

elaborar as aes necessrias viabilizao dos objetivos da Poltica. Esse esforo,

cujos resultados esto consubstanciados em programas de ao, no se encerra com

a implantao deste primeiro conjunto de medidas, exigindo continuidade, com o uso

9 ABDI. Relatrio de Macrometas. Brasilia, Julho 2009. Disponvel em: Acesso em dez 2009.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 20

dos espaos j existentes de interlocuo pblico-privada ou da criao de novos

mecanismos.

Fonte: MDIC, 2008

Figura 1.1-1: Poltica de Desenvolvimento Produtivo em trs nveis

Cabe destacar que a configurao dos diversos programas propostos na

PDP, no que tange aos instrumentos disponveis (incentivos, regulao, poder de

compra, apoio tcnico), buscou uma adequao s especificidades e necessidades

de cada sistema. Em alguns casos, o foco do programa est na criao de incentivos

ao investimento fixo; em outras situaes, no estmulo ao comportamento inovador; e

em outros no fomento ao adensamento de cadeias produtivas.

Em funo desta diversidade, definiram-se trs categorias de programas:

(i) Programas mobilizadores em reas estratgicas;

(ii) Programas para fortalecer a competitividade focados na ajuda aos

setores da economia brasileira com potencial de desenvolvimento e

crescimento; e

(iii) Programas para consolidar e expandir a liderana de setores onde o

Brasil j forte internacionalmente.

A sustentabilidade do crescimento do pas em uma viso de longo prazo

est fortemente relacionada superao de desafios cientficos e tecnolgicos para a

inovao, requerendo o compartilhamento de metas entre o setor privado, institutos

Metas por programas especficosMetas

Aes Sistmicas: focadas em fatores geradores de externalidades positivas para o conjunto da

estrutura produtiva

Destaques Estratgicos: temas de poltica pblica escolhidos deliberadamente em razo da sua

importncia para o desenvolvimento produtivo do Pas no longo prazo

Programas Estruturantes para sistemas produtivos: orientados por objetivos estratgicos tendo

por referncia a diversidade da estrutura produtiva domstica

Polticas em

trs nveis

ExportaesMPE

Regionalizao

Integrao Produtiva da Amrica Latina e

Caribe, com foco no Mercosul

Produo Sustentvel

Programas mobilizadores

em reas estratgicasProgramas mobilizadores

em reas estratgicas

Programas para consolidar

e expandir liderana

Programas para fortalecer

a competitividade

Integrao com a frica

1

2

3

Aes Sistmicas: focadas em fatores geradores de externalidades positivas para o conjunto da

estrutura produtiva

Programas Estruturantes para sistemas produtivos: orientados por objetivos estratgicos tendo

por referncia a diversidade da estrutura produtiva domstica

Destaques Estratgicos: temas de poltica pblica escolhidos deliberadamente em razo da sua

importncia para o desenvolvimento produtivo do Pas no longo prazo3

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 21

tecnolgicos e comunidade cientfica. Em todas as trs categorias de programas da

PDP, torna-se fundamental a articulao de uma grande diversidade de instrumentos,

concedendo-se especial ateno disponibilizao de recursos para todas as etapas

do ciclo de inovao.

Focalizam-se a seguir os programas mobilizadores em reas estratgicas,

categoria na qual o presente estudo se integra. Esses programas tm como foco as

seguintes reas: tecnologias de informao e comunicao (TIC); nanotecnologia;

biotecnologia; o complexo industrial da defesa; o complexo industrial da energia

nuclear; e o complexo industrial da sade. A Figura 1.1-2 apresenta, em particular, o

Programa Mobilizador em TIC e seus cinco subprogramas, a saber:

(i) Software e servios de tecnologias de informao (com estratgia de

focalizar e conquistar mercados);

(ii) Microeletrnica (com estratgia de focalizar e conquistar mercados);

(iii) Mostradores de informao (displays) (com estratgia de focalizar e

conquistar mercados);

(iv) Infraestrutura para incluso digital (com estratgia de ampliao do

acesso e focalizao); e

(v) Adensamento da cadeia produtiva (com estratgia de busca a

conquista de mercados (interno e externo)).

Fonte: MDIC, 2008

Figura 1.1-2: Programa Mobilizador em TIC e seus subprogramas

Em consonncia s metas estabelecidas no Programa Mobilizador em TIC,

que integra a Poltica de Desenvolvimento Produtivo PDP, a Agncia Brasileira de

Desenvolvimento Industrial ABDI encomendou ao Centro de Gesto e Estudos

Estratgicos CGEE um estudo prospectivo para servir de base formulao de uma

ADENSAMENTO DA CADEIA PRODUTIVA

Estratgia: conquista de mercados

(interno e externo)

ADENSAMENTO DA CADEIA PRODUTIVA

Estratgia: conquista de mercados

(interno e externo)

MOSTRADORES DE INFORMAO

(DISPLAYS)

Estratgia: focalizao e

conquista de mercados

MOSTRADORES DE INFORMAO

(DISPLAYS)

Estratgia: focalizao e

conquista de mercados

INFRA-ESTRUTURA PARA

INCLUSO DIGITAL

Estratgia: ampliao do acesso

e focalizao

INFRA-ESTRUTURA PARA

INCLUSO DIGITAL

Estratgia: ampliao do acesso

e focalizao

SOFTWARE E SERVIOS TI

Estratgia: focalizao e

conquista de mercados

SOFTWARE E SERVIOS TI

Estratgia: focalizao e

conquista de mercados

MICROELETRNICA

Estratgia: focalizao e

conquista de mercados

MICROELETRNICA

Estratgia: focalizao e

conquista de mercados

PROGRAMA MOBILIZADOR EM TIC PROGRAMA MOBILIZADOR EM TIC

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 22

agenda que contemple aes de curto, mdio e longo prazo em total alinhamento aos

objetivos do Plano de Ao em Cincia, Tecnologia e Inovao PACTI e com foco

nas chamadas aplicaes mobilizadoras.

Como ponto de partida para a construo da viso de futuro, a ABDI e o

CGEE selecionaram sete aplicaes considerando os objetivos dos cinco

subprogramas do Programa Mobilizador em TIC da Poltica de Desenvolvimento

Produtivo10 e as revises recentes do marco regulatrio vigente11. So elas:

(i) Servios convergentes de telecomunicaes;

(ii) TV digital interativa;

(iii) Sistemas aplicados segurana pblica;

(iv) Sistemas aplicados sade humana;

(v) Sistemas aplicados energia e meio ambiente;

(vi) Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira;

(vii) Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados navegabilidade.

Com o desenvolvimento dos trabalhos e, mais especificamente, durante a

Oficina de Trabalho Viso de Futuro e Agenda TIC: 2008-2025, realizada em

novembro de 2008, esse escopo foi validado e detalhado.

A Figura 1.1-3 representa esquematicamente o escopo definido para o

estudo prospectivo, a partir da anlise detalhada de documentos de referncia sobre

polticas e estratgias nacionais em TIC, bem como de relatrios internacionais e

nacionais cobrindo aspectos de mercado, marcos legais e regulatrios, aspectos

ticos e de aceitao das novas TIC pela sociedade e nveis de investimentos

praticados.

10

O Programa Mobilizador em TIC da PDP compreende cinco subprogramas: (i) software e servios de TI; (ii) microletrnica; (iii) mostradores de informao - displays; (iv) iinfraestrutura para incluso digital; e (v) adensamento da cadeia produtiva.

11 Reviso do Plano Geral de Atualizao da Regulamentao (PGR) das Telecomunicaes no Brasil e Plano Geral de Outorgas (PGO).

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 23

Figura 1.1-3: Escopo do estudo prospectivo TIC

O estudo prospectivo compreende:

Sete aplicaes mobilizadoras;

Doze setores considerados os mais impactados pelas TIC no horizonte

temporal 2008 2025;

Os principais agentes mobilizadores: empresas, governo, instituies de

Cincia e Tecnologia (ICT) e universidades.

TIC

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 24

As aplicaes mobilizadoras so descritas sucintamente no Quadro 1.1-1, a

seguir.

Quadro 1.1-1: Aplicaes mobilizadoras: focos da Agenda INI TIC

Aplicao mobilizadora Descrio

Servios convergentes de telecomunicaes

Compreendem a oferta integrada de diferentes servios de

comunicao, como voz, dados e vdeos sobre uma mesma

plataforma/infraestrutura e com o uso de dispositivos que

congregam todas estas funcionalidades.

TV digital interativa Refere-se ao servio de radiodifuso televisiva, TV a Cabo,

IPTV ou por qualquer outro meio de transmisso, de contedo

digital com aplicaes interativas, sejam elas relacionadas

prpria programao, sejam relacionadas a diferentes tipos de

servios, como e-governo, bancos, comrcio, jogos, etc.

Sistemas aplicados segurana pblica

Abrangem sistemas para identificao automtica de pessoas,

individualmente e em movimento, reconhecimento de imagens e

padres; sistemas de captao, armazenamento, recuperao e

identificao de dados biomtricos; bloqueio de comunicaes

mveis em presdios e outros locais; deteco de objetos

perigosos como armas, bombas, dentre outros.

Sistemas aplicados sade humana

Compreendem as tecnologias de processos e artefatos

destinados ao acesso, disponibilizao, armazenamento,

gerenciamento e tratamento de informaes eletrnicas para

rea da sade. Tais tecnologias permeiam as atividades de

gesto, assistncia, educao e pesquisa em sade, bem como

as meta tecnologias para desenvolvimento, normalizao e

regulamentao.

Sistemas aplicados energia e meio ambiente

Compreendem sistemas aplicados gerao, distribuio e

conservao de energia incluindo as renovveis, eficincia

energtica, s atividades de explorao e distribuio no setor

petrleo e gs natural. Incluem sistemas de visualizao e

mapeamentos georeferenciados (satlites).

Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira

Compreendem sistemas de dispositivos eletrnicos,

equipamentos de infraestrutura e aplicaes de gesto de fluxos

e bancos de dados que permitam acompanhar o ciclo de vida de

diferentes produtos, da matria-prima ao consumidor final, com

a finalidade de rastrear todas as etapas de produo, seja para

fins de certificao, identificao de problemas, etc. No caso de

produtos agroalimentares, a rastreabilidade passa a ser

exigncia sanitria de mercados compradores, como Unio

Europia e Japo. Inclui as etapas de produo agropecuria,

transformao (indstria) e distribuio (logstica). No futuro,

logstica reversa (retorno das embalagens, p.ex.).

Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados navegabilidade

Referem-se a sistemas eletrnicos e de simulao grfica,

incluindo hardware de alto desempenho e aplicaes 3D

altamente sofisticadas aplicados a sistemas de transporte

aqavirio, aerovirio e terrestre.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 25

O Quadro 1.1-2 apresenta as dimenses a serem cobertas pela PDP-TIC e

seus descritivos, conforme modelo conceitual adotado em todas as Iniciativas

Nacionais de Inovao.

Quadro 1.1-2: Dimenses da Agenda de PDP TIC

Ref. Dimenso Descrio

RH Recursos Humanos

Aes de incentivo formao e capacitao de recursos humanos

para o desenvolvimento de Cincia e Tecnologia (C&T) e inovao

nas reas da Poltica de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

IE Infraestrutura Aes para consolidar e expandir a infraestrutura fsica das

instituies pblicas e privadas que tenham com misso o

desenvolvimento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovao (P,

D&I) com foco na indstria; induzir a formao de ambiente

favorvel a uma maior interao entre o meio empresarial e os

centros geradores de conhecimento e estimular o surgimento de

novas empresas de base tecnolgica.

INV Investimentos Aes de fomento, utilizando os diversos mecanismos de apoio

disponveis, de modo a: (i) prover fontes adequadas de

financiamento, inclusive de natureza no reembolsvel, bem como

fortalecimento do aporte de capital de risco, para a formao de

empresas ou rede de empresas inovadoras; (ii) avaliar a utilizao

de instrumentos de desonerao tributria para a modernizao

industrial, inovao e exportao nos segmentos da Poltica de

Desenvolvimento Produtivo (PDP).

MR Marco regulatrio Aes para aprimorar a legislao e o marco regulatrio com

impactos diretos sobre o desenvolvimento da indstria, de forma a

facilitar a entrada competitiva de produtos e processos, baseados

nas novas tecnologias e nos mercados nacional e internacional.

AE Aspectos ticos e aceitao pela

sociedade

Aes voltadas para os aspectos ticos e socioculturais na

dimenso da inovao relacionados incorporao de novas

tecnologias em produtos, servios e processos e sua aceitao

pela sociedade.

AM Aspectos de mercado

Aes focalizando elementos essenciais para a insero

competitiva das inovaes brasileiras no mercado nacional e

internacional, cadeias produtivas, reduo das barreiras de entrada

em mercados e outros aspectos mercadolgicos.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 26

2. Construindo a viso de futuro: 2008 - 2025

A eficcia de um estudo prospectivo est diretamente ligada a um desenho

metodolgico definido a partir de uma delimitao precisa das questes a serem

respondidas, da sistematizao do processo, da escolha criteriosa dos participantes e

especialistas envolvidos e da avaliao e gesto do processo que permita realizar

ajustes e correes de rumo com vistas sua melhoria como um todo. Apresentam-se

neste Captulo as bases da construo da viso de futuro, iniciando-se com uma breve

descrio da metodologia de prospeco adotada e as especificidades do contexto de

sua aplicao, no caso aplicaes mobilizadoras de TIC. Nela, discutem-se as

abordagens conceituais selecionadas para a construo dos mapas tecnolgicos e

estratgicos, bem como sua representao grfica. Finalmente, apresentam-se os

resultados da anlise sobre os impactos e condicionantes do futuro do

desenvolvimento das aplicaes mobilizadoras de TIC no Brasil em trs perodos

distintos: 2008-2010, 2011-2015 e 2016-2025.

Para efeito da construo dos mapas tecnolgicos das TIC, torna-se

fundamental definir inovao tecnolgica. Conforme o Manual de Oslo da OCDE12,

inovao tecnolgica de produto ou processo compreende:

(i) Introduo de um novo produto ou mudana qualitativa em

Produto existente;

(ii) Inovao de processo que seja novidade para uma indstria;

(iii) Abertura de um novo mercado;

(iv) Desenvolvimento de novas fontes de suprimento de matria-

prima ou outros insumos; e

(v) Mudanas na organizao industrial.

Considera-se que uma inovao tecnolgica de produto ou processo tenha

sido desenvolvida se tiver sido introduzida no mercado (inovao de produto) ou

utilizada no processo de produo (inovao de processo). As inovaes tecnolgicas

de produto ou processo envolvem uma srie de atividades cientficas, tecnolgicas,

organizacionais, financeiras e comerciais. A firma inovadora aquela que introduziu

produtos ou processos tecnologicamente novos ou significativamente melhorados num

perodo de referncia.

12

OCDE. Manual de Oslo. 1997. Traduo da FINEP em 2004. p.33.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 27

De acordo com o Decreto n 5.563, de 11 de outubro de 200513, que

regulamenta a Lei da Inovao de 2004, o conceito de inovao tecnolgica segue a

mesma abordagem do Manual de Oslo, porm definida de forma mais simples como

a introduo de novidade no ambiente produtivo, seja ela produto ou processo, que

traga melhoria significativa ou crie algo novo". Essa foi a definio adotada ao longo do

desenvolvimento deste estudo prospectivo.

2.1. Metodologia de prospeco adotada

A metodologia de prospeco contemplou as seguintes etapas:

1. Definio dos tpicos a serem estudados, com base em anlise detalhada

de relatrios do CGEE sobre TIC14 e referenciais externos15;

2. Consulta estruturada para as questes gerais sobre o desenvolvimento das

aplicaes mobilizadoras de TIC no Brasil;

3. Construo coletiva da viso de futuro, compreendendo o desenho dos

mapas tecnolgicos e estratgicos das sete aplicaes mobilizadoras com

indicao das TIC mais impactantes do ponto de vista econmico, social e

ambiental, no horizonte temporal considerado;

4. Proposio de aes que integraro a Agenda INI-TIC, conforme as seis

dimenses apresentadas no Captulo 1 Quadro 1.1-2.

Para a construo coletiva da viso de futuro, utilizou-se o modelo

conceitual proposto por Phaal et al.16 de forma a orientar os desenhos dos mapas

tecnolgicos e estratgicos apresentados no Captulo 3 deste documento.

O mtodo de construo de mapas tecnolgicos foi introduzido h mais de

vinte anos pela Motorola como uma ferramenta de suporte ao processo de gesto

tecnolgica e desenvolvimento de novos produtos. Sua utilizao visava garantir que

os investimentos em P&D na empresa estivessem alinhados s estratgias de

negcio de mdio e, principalmente, de longo prazo. Em particular, buscava-se definir

13

BRASIL. Decreto que regulamenta a Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, que dispe sobre incentivos

inovao e pesquisa cientfica e tecnolgica no ambiente produtivo, e d outras providncias. 14

Referncias a estudos anteriores do CGEE sobre TIC no perodo 2006-2008. 15

Referncias a estudos recentes da FISTERA e do OPTI. 16

PHAAL, FARRUKH, PROBERT. Customizing Roadmapping. Research Technology Management, March - April 2004, p. 26- 37.2004.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 28

metas tecnolgicas, atrelando-as estratgia da empresa, evoluo das

caractersticas dos produtos e aos custos de desenvolvimento tecnolgico17.

Ao longo do tempo, porm, a aplicao do mtodo foi difundida entre

inmeras empresas, de forma que hoje ele utilizado inclusive no auxlio

formulao de polticas pblicas. A ampla utilizao dos mapas tecnolgicos deve-se

principalmente flexibilidade no uso, tanto em termos de arquitetura do mapa, quanto

do processo de construo em si.

A Figura 2.1-1 representa esquematicamente um modelo genrico de mapa

tecnolgico integrando as abordagens do processo de inovao: technology push e

market pull.

.

Fonte: PHAAL et al. (2004)

Figura 2.1-1: Modelo genrico de mapa tecnolgico

A construo do mapa, por meio de oficinas de trabalho, permite que os

diversos atores capturem um conhecimento organizacional sobre as questes

estratgicas, bem como sinais de mudana no ambiente tecnolgico externo que

possam impactar tanto os negcios atuais quanto a criao de negcios e mercados

futuros. O processo de construo permite tambm que se estruture esse

conhecimento, sob os aspectos de know-why, know-what, know-how e know-when,

facilitando posteriormente a identificao de gargalos e reas crticas de deciso ao

17

WILLYARD,C.H.; MCCLEES, C.W. Motorolas technology roadmap process, Research Management, Sept.-Oct. 1987, p. 13-19, 1987.

Mercado Inteligncia competitiva Regulamentao Barreiras tcnicas Aspectos ticos e de aceitao da sociedade

Capacidade de produo Licena para operar Reputao e imagem Sistemas de gesto Processos/ anlise de

riscos

Difuso tecnolgica Inovao tecnolgica: Implantao dos

resultados de P&D em processos, bens e servios

Propriedade intelectual Viabilidade tecnico -

econmica Experincias piloto Desenvolvimento Pesquisa

Market

pull

Technology

push

deciso

deciso

deciso

deciso

deciso

Tempo Curto prazo Mdio prazo Longo prazo

Know - when

Know - how

Know - what

Know - why

Mercado Inteligncia competitiva Regulamentao Barreiras tcnicas Aspectos ticos e de aceitao da sociedade

Capacidade de produo Licena para operar Reputao e imagem Sistemas de gesto Processos/ anlise de

riscos

Difuso tecnolgica Inovao tecnolgica: Implantao dos

resultados de P&D em processos, bens e servios

Propriedade intelectual Viabilidade tecnico -

econmica Experincias piloto Desenvolvimento Pesquisa

Market

pull

Technology

push

deciso

deciso

deciso

deciso

deciso

Tempo Curto prazo Mdio prazo Longo prazo

Know -

Know - how

Know - what

Know - why

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 29

longo das trajetrias desenhadas nos mapas tecnolgicos, conforme representado na

Figura 4.

Ressalte-se que uma das premissas norteadoras da construo dos mapas

tecnolgicos deste estudo prospectivo foi a adoo da abordagem technology-push,

em detrimento da abordagem mais adotada nesse tipo de exerccio, que a opo

market-pull.

Em geral, inicia-se o processo de construo dos mapas com uma oficina de

trabalho voltada para as camadas superiores da Figura 2.1-1 mercado e

produtos/servios (market-pull). Na seqncia, completa-se o mapa com a ltima

oficina voltada para as camadas inferiores do mapa (technology-push), buscando-se

responder no segundo evento que tecnologias e aes de suporte sero necessrias

para apoiar o desenvolvimento de novos processos, produtos e mercados. No caso

da prospeco para as aplicaes mobilizadoras de TIC, optou-se pela integrao das

duas abordagens, conjugando-se as duas oficinas em um evento nico com a

participao de representantes da indstria, governo, universidades e ICTs (Figura 4).

2.2. Representao dos mapas tecnolgicos e estratgicos

A Figura 2.2-1 mostra a representao dos mapas tecnolgicos e

estratgicos apresentados nos captulos seguintes. Esses captulos referem-se

viso de futuro das aplicaes mobilizadoras das tecnologias de informao e

comunicao. Destaca-se que, na fase de desenho da metodologia, algumas

adaptaes tiveram que ser feitas em relao ao modelo genrico representado na

Figura 4, para atender aspectos relevantes do contexto especfico do projeto de TIC

da ABDI.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 30

Figura 2.2-1: Modelo conceitual de construo dos mapas tecnolgicos e estratgicos

Na seqncia, para contextualizao dos trabalhos a serem apresentados

nos cadernos temticos, como um exemplo de interpretao, apresenta-se na Figura

6 a representao do mapa tecnolgico (Brasil ou mundo), no qual devem ser

posicionados os tpicos associados a uma determinada aplicao mobilizadora. Os

tpicos so indicados na Figura 6 com referncias alfanumricas e suas trajetrias

tecnolgicas e de mercado so desenhadas durante o exerccio prospectivo,

conforme a evoluo esperada ao longo do tempo.

Figura 2.2-2: Representao dos mapas tecnolgicos: mundo e Brasil

Particularmente no mapa tecnolgico do Brasil, devem ser indicados

diretamente no mapa os espaos para tomadas de deciso em relao a gargalos ou

aproveitamento de oportunidades tecnolgicas e de mercado para o pas. A Figura

2.2-3 mostra alguns exemplos ilustrativos em vermelho.

Cadernos Temticos - Tecnologias de Informao e Comunicao -TIC

Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 31

Figura 2.2-3: Representao dos mapas tecnolgicos: espaos de deciso

O mapa estratgico construdo com base no desenho do mapa tecnolgico

mostrado na Figura 2.2-4. O exerccio prospectivo prev a indicao de pontos

naquele mapa, em relao aos quais sero necessrias aes de suporte

concretizao da viso de futuro representada pelas trajetrias dos tpicos em

anlise. Na Figura 8, mostra-se a representao do mapa estratgico com a indicao

das prioridades de aes que devero integrar a Agenda de TIC em cada perodo da

anlise: 2008-2010; 2011-2015; e 2016-2025.

Figura 2.2-4: Representao dos mapas estratgicos: prioridades de aes de suporte

Vale destacar que os gargalos e respectivos hexgonos que indicam a

necessidade de uma ao de suporte referente s seis dimenses das TIC: recursos

humanos, infraestrutura fsica, investimentos, marco regulatrio, aspectos ticos e de

aceitao social e aspectos mercadolgicos.

Buscou-se nesta seo mostrar como os mapas tecnolgicos e estratgicos

apresentados no Captulo 3 foram construdos e desenhados. A seguir, apresentam-se

os resultados da consulta estruturada que focalizou questes gerais sobre o

desenvolvimento das reas de fronteira de TICs no Brasil. Essa consulta foi conduzida

junto aos participantes da Oficina de Trabalho TIC, realizada em Braslia, nos dias 04 e

05 de novembro de 2008. Compreende a indicao dos setores mais impactados

pelas aplicaes mobilizadoras em questo, daquelas de maior impacto e dos

principais condicionantes do desenvolvimento dessas aplicaes no Brasil, em trs

perodos distintos: 2008 2010, 2011 - 2015 e 2016 2025.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 32

2.3. Condicionantes e impactos do desenvolvimento das aplicaes mobilizadoras de TIC no Brasil: 2008 - 2025

Como ponto de partida, apresentou-se aos participantes da Oficina uma lista

com vinte e seis setores (Quadro 2.3-1), sete aplicaes mobilizadoras (Quadro 2-3-2)

e uma relao de condicionantes polticos, econmicos, sociais, ambientais e

tecnolgicos (Quadro 2.3-5). Destaca-se que a consulta estruturada foi realizada em

trabalhos de grupos mistos, com representatividade da indstria, do governo e da

academia, e incluiu um espao para incluso de novas aplicaes e condicionantes

ao final de cada tabela, caso os respondentes julgassem sua incluso relevante.

Quadro 2.3-1: Setores Avaliados

Setores avaliados

Aeronutico

Automotivo

Agroindstrias

Bens de capital

Biocombustveis

Couro, calados e artefatos

Celulose e papel

Construo civil

Defesa

Equipamentos eletrnicos e de comunicaes

Qumico e farmacutico

Indstria naval e de cabotagem

Instrumentao e automao

Energia (solar, clula combustvel, bateria, etc.)

Higiene, perfumaria e cosmticos

Madeira e mveis

Meio ambiente

Minerao

Petrleo, gs natural e petroqumica

Plsticos

Medicina e sade

Siderurgia

Txtil e confeces

Educao

Telecomunicaes

Segurana pblica

Quadro 2.3-2: Sete aplicaes mobilizadoras de TIC foram eleitas pelos especialistas para analise nos setores produtivos

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 33

Aplicaes Mobilizadoras de TIC

Servios convergentes de telecomunicaes;

TV digital interativa;

Sistemas aplicados segurana pblica;

Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira;

Sistemas aplicados energia e meio ambiente;

Sistemas aplicados sade humana;

Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados navegabilidade

O Quadro 2.3-3 apresenta os setores mais impactados pelas futuras

aplicaes mobilizadoras de TIC e os perodos nos quais os impactos das novas

tecnologias sero percebidos com maior intensidade. Os setores de

telecomunicaes; fabricao de equipamentos eletrnicos e de comunicaes; e

instrumentao e automao foram considerados os mais impactados dentre os vinte

e seis setores apresentados aos participantes da Oficina de Trabalho. A eles,

seguiram-se os setores de segurana pblica, meio ambiente e agroindstrias.

Quadro 2.3-3: Setores mais impactados pelas aplicaes mobilizadoras de TIC no Brasil

Setor Horizonte temporal

Telecomunicaes 2008 - 2010

Equipamentos eletrnicos e de comunicaes 2008 - 2010

Instrumentao e automao 2011 - 2015

Segurana pblica 2008 - 2010

Meio ambiente 2011 2015 e 2016- 2025

Agroindstrias 2011 - 2015

Educao 2011 - 2015

Energia (solar, clula combustvel, baterias, etc.) 2011 - 2015

Medicina e sade 2011 - 2015

Defesa 2016 -2025

Petrleo, gs natural e petroqumica 2008 - 2010

Aeronutico 2011 2015 e 2016- 2025

Com relao aos horizontes temporais nos quais os impactos das aplicaes

mobilizadoras sero bem percebidos, os resultados da consulta estruturada apontam

para o perodo 2011-2015, ou seja, mdio prazo. Dos doze setores, sete sero mais

impactados neste horizonte. Na seqncia, o Quadro 2.3-4 apresenta as aplicaes

mobilizadoras TIC de maior impacto para cada setor apontado no quadro anterior.

Quadro 2.3-4: Aplicaes mobilizadoras de maior impacto no Brasil.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 34

Setor Aplicaes mobilizadoras de maior impacto no Brasil, por setor

Telecomunicaes Servios convergentes de telecomunicaes

TV digital interativa

Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira

Sistemas aplicados sade humana

Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados nagevabilidade

Sistemas aplicados segurana pblica

Sistemas aplicados energia e meio ambiente

Equipamentos eletro-

eletrnicos e de

comunicao

Servios convergentes de telecomunicaes

TV digital interativa

Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira

Sistemas aplicados sade humana

Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados nagevabilidade

Sistemas aplicados segurana pblica

Sistemas aplicados energia e meio ambiente

Instrumentao e

automao

Sistemas aplicados energia e meio ambiente

Sistemas aplicados sade humana

Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados nagevabilidade

Servios convergentes de telecomunicaes

Segurana pblica Servios convergentes de telecomunicaes

Sistemas aplicados segurana pblica

Meio ambiente Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira

Sistemas aplicados energia e meio ambiente

Servios convergentes de telecomunicaes

Agroindstrias Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira

Sistemas aplicados energia e meio ambiente

Servios convergentes de telecomunicaes

Educao Servios convergentes de telecomunicaes

TV digital interativa

Energia (solar, clula

combustvel, baterias, etc.)

Servios convergentes de telecomunicaes

Sistemas aplicados energia e meio ambiente

Medicina e sade Servios convergentes de telecomunicaes

Sistemas aplicados sade humana

TV digital interativa

Sistemas de rastreabilidade de animais, alimentos e madeira

Defesa Servios convergentes de telecomunicaes

Sistemas aplicados segurana pblica

Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados nagevabilidade

Petrleo, gs natural e

petroqumica

Sistemas aplicados energia e meio ambiente

Servios convergentes de telecomunicaes

Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados nagevabilidade

Aeronutico Servios convergentes de telecomunicaes

Sistemas eletrnicos e de simulao aplicados nagevabilidade

Ao analisar os resultados apresentados no Quadro 2.3-4, observa-se que a

aplicao servios convergentes de telecomunicaes foi avaliada como a mais

impactante para sete dos doze setores destacados na consulta estruturada, a saber:

(i) Telecomunicaes;

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 35

(ii) Fabricao de equipamentos eletrnicos e de comunicaes;

(iii) Segurana pblica;

(iv) Energia (solar, clulas a combustvel, baterias, etc.);

(v) Medicina e sade;

(vi) Defesa; e

(vii) Aeronutico.

Conforme mostrado no Quadro 2.3-4, essa aplicao foi considerada de

alto impacto em todos os setores analisados.

O destaque da convergncia tecnolgica como sendo a tecnologia mais

impactante deve-se ao fato do avano das aplicaes de diversas mdias como vdeo,

dados e voz sobre uma nica plataforma agregadora de servios dos mais variados.

Convergncia significa integrao e esta integrao est intimamente ligada

reduo de custos.

Hoje a telefonia IP j uma realidade assim como aplicaes multimdia

com interatividade e isto s tende a crescer. O avano de protocolos de comunicao

mais sofisticados, a capacidade de miniaturizao dos chipsets associados

ampliao da capacidade das operadoras de banda larga, assim como a capilaridade

das redes permitiram uma ampliao significativa nesta rea. No sem razo que

grandes players de mercado como Nortel, Motorola, Siemens tenham apresentado

com grande difuso esta nova tecnologia e alm do lanamento de novos servios

integrados oferecidos pelas operadoras de telefonia.

O fato de que esta integrao permite uma gama enorme de aplicaes

desde o mundo corporativo at o mercado de varejo tem ampliado a concorrncia

entre empresas e a disputa entre elas. O lanamento do triple-play e, futuramente, o

quadri-play, segmento que abrange a oferta de servios de vdeo, dados e voz e

mobilidade, um forte exemplo do que a integrao pode trazer para todos os

potenciais consumidores.

O resultado mostra que a convergncia tem um papel fundamental que

permeia os principais setores onde a inovao tecnolgica pode contribuir e

continuar contribuindo sempre e onde os avanos sero mais significativos.

A introduo e a rpida disseminao das tecnologias de

telecomunicaes e informtica esto revolucionando a maneira como as sociedades

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 36

produzem e se relacionam. Em um mundo cada vez mais globalizado, as TIC

permeiam todos os setores da sociedade e permitem uma rpida transformao nos

meios de produo e desenvolvimento. A percepo do conjunto de pessoas que as

aplicaes mobilizadoras podero, dependendo dos setores, em um curto espao de

tempo, gerar aplicaes inovadoras que podero trazer impactos significativos em

termos de produtividade, gerao de emprego e novos negcios, naturalmente

dependendo das iniciativas estratgicas a serem adotadas imediatamente. Algumas

destas aplicaes, como a convergncia das tecnologias, tm aplicao em toda a

cadeia produtiva. Outros setores, focados em determinados nichos de mercado, como

petrleo e gs, traz desafios gigantescos na busca destes insumos cada vez mais

distantes no mar e na terra e onde a necessidade de integrao de sistemas de

produo, sensoreamento remoto, comunicao em banda larga, imagens em alta

definio e criptografia, requerem um esforo muito grande de conhecimento e onde

as principais aplicaes destacadas contribuem com cada uma destas vises.

Do Quadro 2.3-4, depreende-se que os dois setores que mais recebem

impacto das aplicaes mobilizadoras so justamente aqueles ligados s reas de

telecomunicaes e de equipamentos eletrnicos e de comunicaes. Na verdade

estes setores so impactados e impactam tambm os outros setores citados j que a

rea de telecomunicaes prov servios e os equipamentos eletrnicos e de

comunicaes provm a infraestrutura. Com o avano e a interao e a mescla da

nanotecnologia, microeletrnica e da biotecnologia levar a um impacto e uma

transformao mais profunda estimulando a criao de novas aplicaes e novos

servios.

O perodo de 2008 a 2010 um perodo bastante curto e est coerente

com os atuais avanos tecnolgicos que rapidamente encontram aplicaes nos

setores de telecomunicaes, de equipamentos eletrnicos e de instrumentao, pois

so reas que requerem grandes investimentos de infraestrutura.

Todos os doze setores indicados merecem destaque, porm alguns

setores que demandam recursos vultosos para que continuem a prestar um bom

servio sociedade. Por isto, o perodo 2008 a 2010 se destaca pelas necessidades

mais imediatas de alguns setores. Destacam-se entre os quais os setores de Petrleo

e Gs onde o nvel de automao requer sofisticados sistemas de comunicao

prprios e de terceiros.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 37

Alm disso, vive-se um perodo no qual a preocupao com o meio

ambiente tem sido forte demandador de solues que o preservem. Quando se fala

em sustentabilidade, possuir meios de garantir uma qualidade de vida para a sua

populao, melhorando as suas condies humanas, garantido por meios de

controles mais eficientes e eficazes onde sistemas aplicativos permitem sociedade

um maior controle. Podem-se citar sistemas de controle e deteco de vazamentos

ligados pelas redes wireless proporcionam uma maior segurana a todos. Embora de

grande importncia, o assunto depende de recursos governamentais e privados e cujo

horizonte de mdio prazo (2011-2015) dever ocorrer atravs de uma maior

conscientizao e cobrana da sociedade. Sensores eletrnicos que integram

conhecimentos de nanotecnologia, biotecnologia, computao e telecomunicaes

cada vez menores, mais inteligentes e de menor consumo permitiro atravs de uma

rede integrada um controle mais eficiente do meio ambiente.

Para identificar os fenmenos Sociais, tecnolgicos, econmicos,

ambientais, polticos e ticos, que mais influenciaro o futuro das aplicaes

mobilizadoras de TIC no Brasil, foram apresentadas aos especialistas, 30

condicionantes de futuro (identificadas no Quadro 2.3-5, a seguir). As 10 principais

condicionantes eleitas foram avaliadas de forma a identificar o foco do

desenvolvimento TIC nos perodos de 2008-2010, 2011-2015 e 2016-2025.

Quadro 2.3-5: Condicionantes de Futuro do desenvolvimento das aplicaes mobilizadoras de TIC no Brasil

Condicionantes de futuro do desenvolvimento das aplicaes mobilizadoras de TIC no Brasil

1 Educao em todos os nveis.

2 Mudanas nos padres de comportamentos, relacionamentos e comunicao.

3 Miniaturizao de componentes e produtos.

4 Interconectividade e integrao de sistemas.

5 Maior equilbrio das desigualdades regionais.

6 Formao de arranjos cooperativos de pesquisa, como redes, clusters e sistemas locais de inovao.

7 Polticas creditcias e tributrias para consolidar a base industrial brasileira.

8 RH em nvel tcnico e graduado.

9 Impactos das TIC (estado-da-arte mundial).

10 Maior volume de capital de risco.

11 Exigncia de escala de produo.

12 Cooperao internacional: P&D pr-competitiva, joint-ventures, fuses e aquisies, alianas estratgicas etc.

13 Agricultura dirigida ao mercado internacional com solicitao de tecnologias que maximizem o rendimento.

14 Certificao florestal e de madeiras.

15 Barreiras tcnicas.

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Sistemas Aplicados a Segurana Pblica Pgina 38

16 Aquecimento global e seus impactos.

17 Produo mais limpa.

18 Legislao ambiental mais restritiva.

19 Uso de energias limpas.

20 Convergncia tecnolgica Biotecnologia Nanotecnologia Tecnologias de Informao e Comunicao.

21 Ubiqidade das TIC.

22 Regulamentao tcnica e metrologia vinculadas s aplicaes mobilizadoras.

23 Continuidade das TIC como prioridade do Estado (C&T&I e poltica industrial).

24 nfase na adoo de mecanismos da propriedade intelectual.

25 Envelhecimento da populao brasileira e seus impactos.

26 Percepo da sociedade quanto ao valor das TIC.

27 Consumidores mais conscientes e com maior acesso aos mecanismos do exerccio de seus direitos.

28 tica (legislao, pirataria, privacidade, valores e crenas em relao ao uso das TIC).

29 Segurana de dados e de redes (controle