Cadernos de Ecologia Aquática 1 (2)

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Cadernos de Ecologia Aquática 1 (2): 1-15, ago – dez 2006 GUIA DIDÁTICO SOBRE ALGUNS PEIXES DA LAGOA MANGUEIRA, RS. Diana Faria MEGA & Marlise de Azevedo BEMVENUTI Departamento de Oceanografia, Fundação Universidade Federal do Rio Grande - FURG, Campus Carreiros, Caixa Postal 474, Rio Grande, RS, 96.201-900 E-mail: [email protected] RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo a elaboração de um guia didático ilustrado sobre as espécies de peixes mais representativas da Lagoa Mangueira, RS. Vinte (20) espécies foram selecionadas de acordo com a sua freqüência de ocorrência nas coletas, obtidas com o apoio do Laboratório de Ictiologia da FURG. Para cada espécie foi elaborado um texto abrangendo as características morfológicas, incluindo o nome científico, o nome comum, da família, além de dados sobre sua biologia, alimentação e reprodução. O trabalho proposto destina-se aos professores de Ciências do ensino fundamental e médio, como material de apoio para as suas aulas. Também, pretende preencher um espaço na literatura popular direcionada ao conhecimento de Ciências apresentando exemplos populares, de interesse regional conhecidos, aos quais se aportam informações mais elaboradas obtidas da literatura científica. Palavras-chave: peixes, guia, Lagoa Mangueira. A LAGOA MANGUEIRA A Lagoa Mangueira localiza-se na região sul do estado do Rio Grande do Sul, entre as dunas que separam o município de Santa Vitória do Palmar e o Oceano Atlântico (Figura 1). É uma lagoa costeira bastante jovem (cerca de 150.000 anos), que outrora se ligava com a Lagoa Mirim. Possui cerca de oitenta mil hectares (80.000 ha) de espelho d’água e volume aproximado de setecentos milhões de metros cúbicos (700.000.000m³) de água doce (aproximadamente 1/6 da Lagoa Mirim) (Azambuja, 1978). Possui uma forma alongada com 92 km de comprimento, entre 2 e 6 km de largura, com profundidade média oscilando entre 1,5 e 6 m (Delaney,1965). A água desta lagoa é límpida com até 2 metros de transparência e de boa qualidade. Com exceção da descarga do Arroio Pastoreio, não há aporte de água fluvial. Toda a água é proveniente da chuva e do lençol freático. A ação das dunas costeiras é fundamental na manutenção do nível e da qualidade da água, que representa hoje o manancial de melhor qualidade no município (Brasil, 1997). Esta lagoa possui uma beleza panorâmica em suas margens, sendo considerada uma das mais belas e límpidas do mundo. Suas águas de cor verde-clara são também um incentivo a pratica da pesca e a navegação esportiva. As fazendas situadas às suas margens possibilitam aventurar-se em trilhas de turismo ecológico (SECTUR, 2001). Uma grande riqueza biológica é observada nesta lagoa, representada por inúmeras espécies de animais, entre aves aquáticas (cisne-de-pescoço-preto, pato-arminho, marrecos, biguá), mamíferos (capivara, ratão-do-banhado), répteis (jacaré-do-papo-amarelo, cágado) e peixes (peixe- rei, traíra, pintado, cascudo, bagre).

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Cadernos de Ecologia Aquática 1 (2): 1-15, ago – dez 2006

GUIA DIDÁTICO SOBRE ALGUNS PEIXES DA LAGOA MANGUEIRA, RS.

Diana Faria MEGA & Marlise de Azevedo BEMVENUTI Departamento de Oceanografia, Fundação Universidade Federal do Rio Grande - FURG, Campus Carreiros, Caixa Postal 474, Rio Grande, RS, 96.201-900 E-mail: [email protected] RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo a elaboração de um guia didático ilustrado sobre as espécies de peixes mais representativas da Lagoa Mangueira, RS. Vinte (20) espécies foram selecionadas de acordo com a sua freqüência de ocorrência nas coletas, obtidas com o apoio do Laboratório de Ictiologia da FURG. Para cada espécie foi elaborado um texto abrangendo as características morfológicas, incluindo o nome científico, o nome comum, da família, além de dados sobre sua biologia, alimentação e reprodução. O trabalho proposto destina-se aos professores de Ciências do ensino fundamental e médio, como material de apoio para as suas aulas. Também, pretende preencher um espaço na literatura popular direcionada ao conhecimento de Ciências apresentando exemplos populares, de interesse regional conhecidos, aos quais se aportam informações mais elaboradas obtidas da literatura científica. Palavras-chave: peixes, guia, Lagoa Mangueira. A LAGOA MANGUEIRA

A Lagoa Mangueira localiza-se na região sul do estado do Rio Grande do Sul, entre as dunas que separam o município de Santa Vitória do Palmar e o Oceano Atlântico (Figura 1).

É uma lagoa costeira bastante jovem (cerca de 150.000 anos), que outrora se ligava com a Lagoa Mirim. Possui cerca de oitenta mil hectares (80.000 ha) de espelho d’água e volume aproximado de setecentos milhões de metros cúbicos (700.000.000m³) de água doce (aproximadamente 1/6 da Lagoa Mirim) (Azambuja, 1978).

Possui uma forma alongada com 92 km de comprimento, entre 2 e 6 km de largura, com profundidade média oscilando entre 1,5 e 6 m (Delaney,1965).

A água desta lagoa é límpida com até 2 metros de transparência e de boa qualidade. Com exceção da descarga do Arroio Pastoreio, não há aporte de água fluvial. Toda a água é proveniente da chuva e do lençol freático. A ação das dunas costeiras é fundamental na manutenção do nível e da qualidade da água, que representa hoje o manancial de melhor qualidade no município (Brasil, 1997).

Esta lagoa possui uma beleza panorâmica em suas margens, sendo considerada uma das mais belas e límpidas do mundo. Suas águas de cor verde-clara são também um incentivo a pratica da pesca e a navegação esportiva. As fazendas situadas às suas margens possibilitam aventurar-se em trilhas de turismo ecológico (SECTUR, 2001).

Uma grande riqueza biológica é observada nesta lagoa, representada por inúmeras espécies de animais, entre aves aquáticas (cisne-de-pescoço-preto, pato-arminho, marrecos, biguá), mamíferos (capivara, ratão-do-banhado), répteis (jacaré-do-papo-amarelo, cágado) e peixes (peixe-rei, traíra, pintado, cascudo, bagre).

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Os peixes que vivem

deste ambiente vêm sendo analisados através do Programa Ecológico de Longa Duração (PELD – Sistema Hidrológico do Taim), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Hidrológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH, UFRGS) em parceria com a Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZRGS). A disponibilidade deste material armazenado no Laboratório de Ictiologia da FURG motivou a elaboração deste guia ilustrado para auxílio nas aulas de Ciências.

O GUIA DIDÁTICO ILUSTRADO

A elaboração deste material didático sobre peixes deve tornar mais atrativas, úteis e

proveitosas às aulas de Ciências, permitindo um melhor aproveitamento das mesmas. O guia contém textos explicativos, com descrições simplificadas das espécies de peixes mais freqüentes encontrados na Lagoa Mangueira.

As espécies foram selecionadas de acordo com a sua freqüência de ocorrência nas coletas, por meio de relatórios do projeto “Caracterização dos peixes do sistema de banhados do Taim”, parte integrante do Programa Ecológico de Longa Duração (PELD – TAIM).

Para cada espécie selecionada foi elaborado um texto abrangendo as características morfológicas, dados sobre onde vivem o que comem e como se reproduzem, com informações obtidas através da pesquisa bibliográfica. As ilustrações dos peixes foram disponibilizadas a partir de trabalhos desenvolvidos por bolsistas do Laboratório de Ictiologia. COMO UTILIZAR O GUIA

O guia ilustrado apresenta 20 espécies de peixes de água doce dentre as mais comuns encontradas na Lagoa Mangueira e demais lagoas costeiras do Rio Grande do Sul (Tabela 1).

As espécies estão dispostas de acordo com sua morfologia externa, classificadas em: (1) peixes com escamas, (2) peixes sem escamas e (3) peixes revestidos com placas ósseas. Em cada grupo a classificação é por ordem alfabética do nome comum. Para cada peixe é apresentado um desenho, abaixo do qual seguem o nome da espécie e da família. No corpo do texto são apresentadas as características morfológicas, dados sobre o ambiente onde vivem (hábitat), hábitos alimentares e comportamento reprodutivo, tais como locais e época de desova.

Figura 1. Mapa da região sul do Brasil, com a localização da Lagoa Mangueira.

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Tabela 1. Lista das espécies do guia obtidas na Lagoa Mangueira (RS), classificadas por ordem evolutiva. Ordem Família Gênero e espécie Nome popular

Cypriniformes Curimatidae Cyphocharax voga birú, voga Erythrinidae Hoplias malabaricus traira Characidae Astyanax jacuhiensis lambari rabo-amarelo Astyanax eigenmaniorum lambari, piaba Charax stenopterus lambari-transparente Oligosarcus jenynsii dentudo Oligosarcus robustus dentudo Siluriformes Pimelodidae Parapimelodus nigribarbis mandi Pimelodus maculatus pintado Heptapteridae Rhamdia sp. A jundiá Auchenipteridae Trachelyopterus lucenai penharol, porrudo Callichthyidae Corydoras paleatus coridora, limpa-fundo Loricariidae Loricariichthys anus cascuda-clara, viola Hypostomus commersoni cascuda-escura Atheriniformes Anablepidae Jenynsia multidentata barrigudinho Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus barrigudinho Atherinopsidae Odontesthes bonarienis peixe-rei Odontesthes humensis peixe-rei Perciformes Cichlidae Crenicichla lepidota joaninha Geophagus brasiliensis cará, acará

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS PEIXES

As características morfológicas que permitem sua identificação estão desenhadas na Figura 2.

Figura 2. Principais estruturas de um peixe sem escamas (a) e um peixe com escamas (b).

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(1) PEIXES COM ESCAMAS

Peixes com escamas são os mais comuns e encontrados em quase todos os ambientes, desde os oceanos até açudes, banhados e lagoas. São em geral muito ativos, pois a disposição das escamas e a secreção de muco facilitam o seu deslocamento no ambiente aquático.

birú Cyphocharax voga barrigudinho Jenynsia multidentata barrigudinho Phalloceros caudimaculatus cará Geophagus brasiliensis dentudo Oligosarcus jenynsii dentudo Oligosarcus robustus joaninha Crenicichla lepidota lambari Astyanax jacuhiensis lambari Astyanax eigenmanniorum lambari, piaba Charax stenopterus peixe-rei Odontesthes bonariensis peixe-rei Odontesthes humensis traíra Hoplias malabaricus

BIRU ou VOGA NOME CIENTIFICO: Cyphocharax voga FAMILIA: Curimatidae Corpo revestido por escamas prateadas, com pequenas manchas negras no dorso, mais visíveis nos juvenis. Os jovens possuem diminutos dentes cônicos com os quais se alimentam de algas. Na fase adulta perdem os dentes e passam a nutrir-se do conteúdo orgânico existente no fundo lodoso. A desova ocorre entre novembro e janeiro em áreas de inundações ao longo de arroios e lagoas. Neste ambiente, os peixes jovens têm a sua disposição uma maior abundância de alimento. É capturado em maior número durante o verão, diminuindo durante o outono e a primavera. Ref: Ringuelet et al. 1967; Grosser & Hahn 1981; Kock et al. 2000. BARRIGUDINHO NOME CIENTÍFICO: Jenynsia multidentata FAMÍLIA: Anablepidae Peixe com dimorfismo sexual e fecundação interna. Nos machos a nadadeira anal é modificada formando o gonopódio, órgão usado na reprodução. É um peixe de pequeno tamanho, corpo alongado e ventre arredondado. Possui coloração escura no dorso e clara no ventre. Possui um hábito alimentar omnívoro, ingerindo vegetais de fundo (diatomáceas epífitas), restos de vegetais em decomposição (detritos), poliquetos e anfípodes. A fêmea possui o ventre dilatado devido às repetidas gestações. As fêmeas podem ter até 4 gestações de 25 dias cada, gerando em média 40 a 50 embriões. A reprodução ocorre em dois períodos do ano, um principal no fim da primavera e durante o verão, e outro período de menor intensidade no final do inverno e no inicio da primavera.

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É capturada em maior número durante a primavera. Ref: Betito 1984; Fischer 1999; Vieira et al. 1998; Garcia et al. 2004.

BARRIGUDINHO NOME CIENTIFICO: Phalloceros caudimaculatus FAMÍLIA: Poeciliidae Peixe com dimorfismo sexual e fecundação interna: o macho possui alguns raios da nadadeira anal, unidos e prolongados, formando um órgão copulador (gonopódio). A fêmea, geralmente tem o abdômen aumentado devido ás gestações (4 de até 25 dias cada uma), gerando em media 40 a 50 embriões. Alimenta-se de larvas aquáticas de moscas e mosquitos, auxiliando no controle biológico destes insetos.

Vive próximo da superfície, onde o teor de oxigênio é maior, o que lhe permite ocupar ambientes pouco oxigenados. Espécie mais capturada durante a primavera e o inverno. Ref: Kock et al. 2000 CARÁ ou ACARÁ NOME CIENTIFICO: Geophagus brasiliensis FAMÍLIA: Cichlidae De todos os carás é o que alcança maiores proporções, sendo também o mais encontrado. O corpo é alto e comprimido, a cabeça é grande. Boca protátil, lábios espessos, íris do olho de cor amarelo intenso, cruzado por uma lista vertical preta. Corpo com presença de 8 a 9 listras transversais escuras, a primeira parte do alto da cabeça e ultrapassa o olho. Apresenta uma grande mancha escura no centro do corpo. Na época da reprodução, os casais se juntam e preparam o ninho, que é uma pequena escavação feita no fundo das margens da lagoa, onde a fêmea deposita os óvulos e o macho os fecunda. Após, o casal protege os ovos, impedindo que outros peixes se aproximem deles, até que as larvas eclodam e tenham mais ou menos de 15 a 30 dias e possam ter condições de viverem livremente. Esta espécie é mais capturada durante o verão, não há registro de captura durante a primavera. Ref: Santos 1987; Kock et al. 2000; Lang 2001. DENTUDO, PEIXE-CACHORRO ou TAMBICU NOME CIENTIFICO: Oligosarcus jenynsii FAMÍLIA: Characidae Corpo robusto de perfil dorsal e ventral aproximadamente simétricos. Possui escamas grandes, entre 51-67 na linha lateral completa.

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O dorso e a cabeça têm a cor escura, a nadadeira caudal é amarelada, quando vivo. Focinho curto maxilar e mandíbula de mesmo tamanho, boca grande com um par de dentes caninos bem desenvolvidos na ponta do pré-maxilar, seguido por uma fileira de cinco dentes cônicos menores e outro canino desenvolvido como o primeiro. Sua alimentação é carnívora, preferindo peixes pequenos, crustáceos e larvas de inseto. Seu período reprodutivo é bastante longo, ocorrendo de julho a dezembro. A maturidade sexual é atingida no segundo ano de vida. Esta espécie foi capturada durante todo ano, atingindo um pico mais elevado no verão. Ref: Menezes 1969; Hartz et al. 1997; Kock et al. 2000. DENTUDO, PEIXE-CACHORRO ou TAMBICU NOME CIENTIFICO: Oligosarcus robustus FAMÍLIA: Characidae Corpo alongado com linhas suaves, escamas pequenas, entre 75-88 na linha lateral completa. Apresenta uma mancha escura e alongada verticalmente na região umeral e outra escura e alongada horizontalmente no pedúnculo caudal. Cauda de cor avermelhada quando vivo. Cabeça levemente côncava, focinho longo, boca grande, terminal. Maxilar é proeminente, com dentes caninos anteriores para fora, mesmo quando a boca permanece fechada. Mandíbula com dentes caninos bem desenvolvidos na parte anterior do dentário, seguidos por uma fileira de cinco dentes cônicos menores e outro canino bem desenvolvido como o primeiro. Sua alimentação é carnívora, principalmente peixes menores, alguns crustáceos e larvas de inseto. Apresenta maior captura durante o verão e o inverno. Ref: Menezes 1969; Kock et al. 2000. JOANINHA NOME CIENTIFICO: Crenicichla lepidota FAMÍLIA: Cichlidae Possui um corpo alongado de coloração parda acinzentada. Seu tamanho médio atinge 20 centímetros de comprimento total. Apresenta uma mancha umeral escura na base da nadadeira peitoral e outra na região da nadadeira caudal, na forma de um ocelo negro com um halo amarelo. Em alguns indivíduos pode ocorrer a presença de uma faixa escura que se estende da ponta do focinho até o fim da nadadeira caudal. A nadadeira dorsal é contínua com espinhos e raios; as peitorais são maiores do que as ventrais; a caudal é redonda e a anal apresenta pequenos espinhos. Alimenta-se de insetos, poliquetas e peixes ósseos. É uma espécie pouco capturada, apresenta maior índice durante o verão. Ref: Santos 1987; Kock et al. 2000; Lang 2001.

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LAMBARI-RABO-AMARELO NOME CIENTIFICO: Astyanax jacuhiensis FAMILIA: Characidae Corpo fusiforme, lateralmente comprimido, com curvaturas ventrais e dorsais. Apresenta uma mancha escura, ovalada, disposta na horizontal, logo atrás da cabeça. A nadadeira caudal tem coloração amarela. Alimenta-se principalmente de insetos, zooplâncton, algas, plantas e ovos de outros peixes. A desova costuma se estender por um longo período, normalmente entre os meses de setembro e março, variando de acordo com a região. Sua captura é maior no verão. Referência: Ringuelet et al. 1967; Kock et al. 2000. LAMBARI ou PIABA NOME CIENTIFICO: Astyanax eigenmanniorum FAMÍLIA: Characidae Apresenta corpo fusiforme, curvatura dorsal e ventral simétrica. Dorso de cor olivácea, laterais prateadas e ventre prata-amarelado. Apresenta uma mancha escura, verticalmente alargada, logo atrás da cabeça. A nadadeira caudal tem coloração amarela, com bordos acinzentados. Alimenta-se de algas, plantas superiores, zooplâncton (cladóceros e copépodos) e insetos. Sua captura é praticamente regular durante o outono, primavera e verão, caindo pela metade durante o inverno. Ref: Ringuelet et al. 1967; Lang 2001 LAMBARI-TRANSPARENTE NOME CIENTIFICO: Charax stenopterus FAMILIA: Characidae Corpo apresenta uma elevação (corcova) na região posterior da cabeça. Escamas do corpo são grandes, diminuindo de tamanho na região pré-dorsal. Linha lateral incompleta. Coloração amarelada no dorso, ventre prata-amarelado. A coloração do jovem difere do adulto, podendo apresentar pequenos pontos pretos, esparsos e linhas transversais escuras no corpo. Quando vivo é translúcido, com a nadadeira anal alaranjada e a caudal avermelhada. As manchas umeral e caudal são difusas. Sua alimentação é carnívora, preferindo peixes, crustáceos, insetos e outros invertebrados. Pode ser encontrado em rios, arroios e lagoas, preferencialmente em águas lênticas. É uma espécie capturada no verão e raras vezes nas outras estações do ano. Ref: Ringuelet et al. 1967; Kock et al.2000.

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PEIXE-REI NOME CIENTIFICO: Odontesthes bonariensis FAMILIA: Atherinopsidae Apresenta um corpo alongado com uma faixa prateada longitudinal. Possui cabeça afilada côncava dorsalmente e focinho pontudo. A boca é anterior pequena, com várias séries de diminutos dentes cônicos. Quando adulto atinge grande tamanho (30 a 40 cm), sendo importante na pesca artesanal. É um peixe nadador ativo e extremamente veloz. Alimenta-se de moluscos, insetos, pequenos peixes e algas. A reprodução ocorre entre maio e junho. As fêmeas podem desovar cerca de 16.000 óvulos. Dependendo da temperatura o desenvolvimento embrionário pode demorar de 10 a 14 dias. É capturado em maior quantidade durante o inverno, quase que desaparecendo durante as outras estações. Ref: Kleerekoper 1945; Kock et al. 2000; Bemvenuti et al. 1997; Bemvenuti 2002. PEIXE-REI NOME CIENTIFICO: Odontesthes humensis FAMÍLIA: Atherinopsidae Apresenta a cabeça arredondada com focinho curto, a boca é protrátil, maxilar curvo mais saliente que a mandíbula. Quando adulto atinge cerca de 30 a 40 cm. Assim como O. bonariensis, também apresenta grande importância na pesca artesanal. Alimenta-se de moluscos, artrópodes e em menor quantidade de peixes. Sua desova ocorre a partir de junho, preferencialmente em setembro. Espécie que apresenta maior número de indivíduos durante o inverno, caindo sua captura durante a primavera. Ref: Moraes 1981; Rodrigues & Bemvenuti 2001; Bemvenuti 2002. TRAÍRA NOME CIENTIFICO: Hoplias malabaricus FAMILIA: Erythrinidae Peixe agressivo, com boca dotada de dentes caniniformes desiguais e fortes. O corpo é de coloração pardo-amarelado com manchas escuras irregulares. Alimenta-se de plâncton ainda na fase de alevino e a partir daí passa a ter um regime carnívoro, preferencialmente peixes (peixe-rei, dentudo) e também camarão. Reproduz-se de julho a março em águas rasas com vegetação. O macho e a fêmea limpam uma pequena área do substrato, formando uma depressão rasa onde são colocados os óvulos que serão fecundados pelo macho. A fêmea pode liberar, quinzenalmente, de 2.500 a 3.000 óvulos, até o esgotamento total dos ovários. Após 4 dias nascem as larvas, que são protegidas pelos pais até que sejam capazes de se defenderem. A desova ocorre de julho a março. Utiliza a bexiga natatória como órgão respiratório auxiliar em ambientes com pouco oxigênio. Foi capturado em maior quantidade no verão. Referência: Ringuelet et al. 1967; Kock et al.2000.

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(2) PEIXES SEM ESCAMAS Peixes com o corpo revestido de pele ou couro, com nadadeiras providas de forte espinho, chamado acúleo. Possuem hábitos noturnos, sendo encontrados com freqüência no fundo de arroios, lagoas ou açudes onde encontram seu alimento, utilizando-se dos barbilhões junto à boca, como órgãos sensitivos.

jundiá Rhamdia sp A mandi Parapimelodus nigribarbis penharol Trachelyopterus lucenai pintado Pimelodus maculatus

JUNDIÁ NOME CIENTIFICO: Rhamdia sp. A FAMILIA: Heptapteridae O corpo é robusto, alongado, com nadadeira adiposa muito longa, ocupando quase todo o espaço entre a nadadeira dorsal e a caudal. A boca é larga com 3 pares de barbilhões, sendo 2 inferiores e 1 superior. O colorido geral é pardo-amarelado ou acinzentado. É um peixe muito rústico que pode viver em águas com características desfavoráveis para o desenvolvimento de outras espécies. O jundiá sai de seu esconderijo depois de uma chuva para alimentar-se de pequenos peixes, moluscos, crustáceos e insetos, resto de vegetais e detritos orgânicos. Sua primeira maturação sexual ocorre com cerca de 16,5 cm, para as fêmeas e 13,4 cm para os machos. O período de reprodução ocorre na primavera, desovando em locais de água limpa, calma e de fundo pedregoso. Seus ovos ficam cobertos por uma substancia gelatinosa, demorando três (3) dias para eclodir. Sua captura ocorre em maior número durante o inverno. Ref: Ringuelet et al. 1967; Kock et al. 2000; Nakatani 2001; Bento 2003; Kütter 2004. MANDI NOME CIENTIFICO: Parapimelodus nigribarbis FAMILIA: Pimelodidae Espécie encontrada em grandes cardumes, freqüentemente observada nadando junto à superfície da água. O corpo é delgado de coloração uniforme, acinzentado. A cabeça é depressa, com olhos posicionados lateralmente, visíveis em posição ventral e dorsal. Alimenta-se de plâncton. Sua captura ocorre em maior número durante a primavera. Ref: Ringuelet et al. 1967; Kock et al. 2000. PENHAROL ou PORRUDO NOME CIENTIFICO: Trachelyopterus lucenai FAMILIA: Auchenipteridae O corpo é robusto, coloração pardo-amarelada com manchas de formato e distribuição irregulares,

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principalmente no dorso. A nadadeira dorsal é curta e dotada de um forte espinho serrilhado (acúleo), assim como nas nadadeiras peitorais. Alimenta-se preferencialmente de insetos de vários grupos, além de pequenos peixes e crustáceos. Seu período reprodutivo ocorre entre novembro e janeiro, quando a temperatura está bem elevada. Esta espécie que era desconhecida até pouco tempo, tanto para os pescadores como para os cientistas. Sua captura ocorre com maior freqüência na primavera e no verão, mas pelo fato de sua carne não ser apreciada, o peixe é devolvido a água, o que contribui para o aumento da sua população em relação às outras espécies, além de adaptar-se à ambientes pouco oxigenados. Grande quantidade de indivíduos capturados durante o verão. Ref: Kock et al. 2000; Moresco 2003; Moresco & Bemvenuti, 2005. PINTADO NOME CIENTIFICO: Pimelodus maculatus FAMILIA: Pimelodidae Possui corpo de coloração pardo-amarelado com manchas escuras arredondadas e ventre quase branco. Durante o dia fica escondido em tocas ou lugares sombrios. Prefere nadar no fundo, onde remove as camadas superficiais em busca de alimento. Alimenta-se do que estiver disponível, principalmente de larvas de inseto Odonata e restos de vegetais. Apresenta maior número de indivíduos durante o inverno e o verão. Ref: Kock et al. 2000; Silva 2002. (3) PEIXES REVESTIDOS POR PLACAS ÓSSEAS Apresentam o corpo coberto por placas ósseas. Algumas espécies são utilizadas pelos aquariofilistas como o limpa-vidro ou o limpa-fundo. São encontrados no fundo de rios e lagoas, revolvendo o lodo ou raspando pedras e folhas em busca de alimentos.

cascuda-clara, viola Loricariichthys anus cascuda-escura Hypostomus commersoni coridora, limpa-fundo Corydoras paleatus

CASCUDA-CLARA ou VIOLA NOME CIENTIFICO: Loricarichthys anus FAMILIA: Loricariidae Possui corpo depresso, revestido por placas ósseas superiores e inferiores formando, junto à cauda, uma quilha curta ao se unirem nas laterais do corpo. A cabeça é pontiaguda e a coloração é pardo-amarelada clara. Está adaptado a diferentes tipos de ambientes com fundos arenosos, lodosos ou rochosos. A alimentação dos jovens é composta de larvas de insetos, crustáceos e pequenos moluscos. Quando alcança a fase adulta, alimenta-se de lodo e detritos orgânicos. Apresenta uma forma muito eficiente de reprodução, por isso há um grande numero de individuo dessa espécie na região sul do estado. Tem a boca forma de ventosa e o lábio inferior transformado

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em um par de estruturas semelhantes a almofadas que, no macho, são mais desenvolvidas, formando um invólucro para incubação dos ovos. Maior número de indivíduos capturados durante o verão. Ref: Ringuelet et al. 1967; Santos 1987; Britski et al. 1988; Kock et al. 2000. CASCUDA-ESCURA NOME CIENTIFICO: Hypostomus commersonii FAMILIA: Loricariidae Corpo de cor verde-escuro revestido de placas ósseas com manchas pretas arredondadas. As placas ósseas laterais possuem uma quilha forte e áspera. Cabeça revestida por uma cutícula espessa. Possui boca inferior com dentes pequenos especializados para raspar a vegetação das pedras. O lábio inferior é redondo com numerosas papilas e duas projeções carnosas. Habita fundos de lagoas e riachos. Alimenta-se de substancias orgânicas, limo e detritos vegetais, raspando o substrato onde vive. A reprodução acontece entre o fim de novembro e fevereiro. A espécie protege a desova aderindo os ovos em pedras e o casal fica de guarda. Os ovos são enormes e sua reprodução já foi obtida em aquário. Espécie capturada durante a primavera e o verão. Ref: Ringuelet et al. 1967; Pereira 1986; Barbieri & Verani 1987; Santos 1987; Britski et al. 1988. CORIDORA ou LIMPA-FUNDO NOME CIENTIFICO: Corydora paleatus FAMILIA: Callichthyidae O corpo é amarelado com manchas escuras de tamanho e forma variada no dorso e nos flancos, conferindo-lhe um aspecto “malhado”. A cabeça é compressa e a nadadeira caudal é furcada. As nadadeiras, principalmente dorsal e caudal, apresentam manchas escuras formando linhas. A parte lateral do corpo é revestida por duas séries de placas ósseas. O macho distingue-se da fêmea pela nadadeira dorsal mais longa. Vivem em grandes cardumes em locais de fundo arenoso, alimentando-se de restos insetos e de outros invertebrados do substrato e também de detritos orgânicos. A reprodução ocorre com mais freqüência no mês de fevereiro. A fêmea carrega os ovos sobre as nadadeiras ventrais até folhas ou pedras onde são agrupados e fecundados pelo macho, após 3 a 6 dias eles eclodem e as larvas buscam refugio no fundo junto ao substrato. Sua captura ocorre em maior número durante o verão. Ref: Ringuelet et al. 1967; Pereira 1986; Bervián & Fontoura 1994; Kock et al. 2000. SUGESTÃO DE UTILIZAÇÃO DO GUIA

Para a utilização do Guia Didático em sala de aula pode-se proceder com os seguintes passos:

1. Apresentar aos alunos um mapa do Rio Grande do Sul, indicando a cidade de Santa Vitória do Palmar, a localização da Lagoa Mangueira como local de coleta onde foram obtidos os diferentes peixes que fazem parte do Guia.

2. Caracterizar os peixes através dos desenhos do guia.

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3. Com o auxilio de uma Coleção Didática Biológica com os exemplares do guia, os alunos terão capacidade de identificar cada uma das espécies.

4. Como encerramento da aula os alunos, individualmente ou em grupos, poderão dar a sua opinião, expondo para a classe o que mais gostaram, o que aprenderam ou mesmo falar do que não gostaram.

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Guia didático sobre peixes da Lagoa Mangueira

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AGRADECIMENTOS

As autoras agradecem aos oceanólogos Luciano G. Fischer, Fernando Campello, Mateus Kütter e aos biólogos Lisiane Silva e Alex Moresco pelo auxílio na elaboração do texto e desenhos dos peixes. Ao Dr. Alexandre Garcia e Dr. Sérgio Piedras pela revisão do texto.