Cada Casa Uma Extensoda Igreja

algo realmente gratificante ver tantas pessoas funcionando como membros do corpo vivo de Cristo. Temos o privilgio de ver uma estrutura funcionando com liberdade, sem temores e permitindo o desenvolvimento do pleno potencial de cada um.

Em nossa igreja j no temos que convencer as pessoas a respeito de clulas, ns apenas as vivemos em nossodia-a-dia. Ainda temos sacerdotes profissionais (nada perfeito!), mas cada crente tem funcionado como um sacerdote, um ministro.Vejamos agora o terceiro aspecto de nossa viso: cada casa uma extenso da igreja.O prdio onde nos reunimos no o retrato de nossa igreja. Ela poderia ser vista melhor como um tabernculo no deserto, perambulando de um lugar a outro, acontecendo simultaneamente por toda a cidade, nas casas.Nas clulas, existe uma mobilizao natural para ajudar os necessitados. Os mais velhos ensinam aos mais novos o que ser crente. Os pastores treinam os novos lderes para o desempenho do servio e todo o corpo se mobiliza para a festa da colheita de almas; afinal, cada clula visa se reproduzir e se multiplicar uma vez por ano. Falamos todos uma mesma linguagem e h uma unanimidade santa de propsito entre ns. Em nosso corao sentimos que estamos voltando para os primrdios da Igreja do primeiro sculo.

Ns somos uma igreja em clulasCada instituio a cara do prdio onde se reune, mas a nossa igreja no existe em funo do prdio onde nos reunimos. O prdio para ns apenas um lugar de treinamento e celebrao, a vida normal da igreja acontece em outros lugares, no nosso dia-a-dia.Apesar de, no Velho Testamento, Deus ter habitado num templo, isso j no acontece no Novo Testamento. Hoje, ns somos o templo de Deus: Ele habita em ns. Assim, biblicamente falando, a Igreja do Novo Testamento possui um lugar de reunio, mas no possui templos.Os templos so uma grande contradio do cristianismo. Na verdade, eles no existiam at o segundo sculo. Se voc procurasse pela igreja no primeiro sculo voc seria conduzido a um grupo de pessoas se reunindo numa casa. No havia nenhum prdio especial. No entanto, aquele foi o tempo em que a Igreja mais cresceu em nmero e na vida espiritual.Na verdade, esses so os dois objetivos bsicos da igreja: crescimento em nmero e crescimento em f e servio. E os prdios no ajudam em nada a atingirmos isso. No sou contra o uso de prdios como lugares para a reunio da Igreja. Creio que eles tm muitas lies a nos ensinar.

1. Prdios falam de imobilidadeO mover de Deus diz: Ide, mas nossos prdios nos dizem: Fiquem. O mover de Deus diz para buscarmos os perdidos, mas os prdios nos dizem: deixe que eles venham at ns.Uma igreja em clulas um tabernculo ambulante. sempre mvel, uma peregrina.Nossa identidade no est associada a prdios. Prdios possuem uma utilidade meramente funcional, e no existencial.

2. Prdios falam de inflexibilidadeFaa voc mesmo um teste. V a uma igreja para a qual o prdio seja a prpria identidade dessa comunidade. Avalie o grau de abertura para mudanas no meio deles. Pode ter certeza: o resultado zero. O prdio determina o tipo de igreja que nele se reune. Tudo fica em funo do espao disponvel. Mas a pior coisa a respeito da falta de flexibilidade a estagnao. Entra ano e sai ano e aquela igreja a mesma. Sabe por qu? Porque ela e o prdio se confundem. Os prdios mudam pouco, principalmente quando so caros e magnficos.Na antiguidade, os judeus guardavam vinho em odres feitos de couro de ovelha. Esses odres precisavam ser untados, frequentemente, por fora para no se enrijecerem e se partirem perdendo-se todo o vinho. Assim, a maior necessidade de um bom odre era ser flexvel. Isso era necessrio por causa da fermentao do vinho que emite gases e fora a estrutura do odre.Essa ilustrao incrivelmente clara. Odres (estruturas) precisam ser flexveis porque o vinho (Esprito Santo) algo cheio de vida que produz movimentos e mudanas eventuais de volume. E uma boa maneira de torn-lo flexvel sempre mant-lo cheio do leo. Ns somos uma igreja flexvel e aberta ao mover de Deus, justamente porque a nossa identidade est nas clulas.

3. Prdios falam de impessoalidade

Por si s os prdios so coisas impessoais. Apesar de, em alguns momentos, inspirarem o culto, transpiram formalidade e distanciamento. Podemos estar alegres e descontrados, mas quando entramos num templo, somos atingidos por um esprito de impessoalidade. Nos tornamos imediatamente frios, distantes e formais.Esse tipo de problema no existe quando a vida da igreja extrapola os limites do prdio, atravs das clulas. Elas definem tanto a nossa liturgia quanto a nossa maneira de existir como igreja.

4. Prdios nos falam de orgulhoUma das motivaes da construo da Torre de Babel foi a perpetuao do nome dos seus construtores. Eles queriam tornar-se clebres e famosos (Gn 11.4). Se, por um lado, os grupos esto procura de ostentao e glria e se preocupam muito com prdios; por outro, as clulas no ostentam coisa alguma e esto em todo lugar: nas casas, nas escolas, nas empresas. No temos em que nos gloriar, a no ser no poder de Deus.Ao usar a analogia do templo, no estamos dizendo que somos contra os prdios, cremos mesmo que eles so inevitveis. Mas, cuidado! Quando a identidade de uma igreja est ligada ao prdio, ento, a vida j se foi; o que resta uma instituio morta.Acabou-se o tempo em que a vida da igreja era algo que acontecia aos domingos, nos templos. Numa igreja de vencedores, ser cristo um estilo de vida que praticamos em nosso dia-a- dia. A igreja acontece em todo lugar: nas ruas, nos colgios, nos supermercados, nos shoppings e, acima de tudo, nas casas.Numa igreja de vencedores, no recrutamos membros, fazemos discpulos. Membros de igreja no podem alcanar muito para Deus, discpulos, porm, conquistam naes. Se a viso entrar em voc, onde voc for a igreja ir junto. Se voc se mudar para outra cidade, a igreja ir junto com voc. Voc no vai igreja, mas carrega a igreja aonde voc for.