Cad. animador

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1 A ETAPA CATEQUÉTICA GUIA DO ANIMADOR

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A ETAPA CATEQUÉTICA

GUIA DO ANIMADOR

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APRESENTAÇÃO: a etapa catequética

Com a etapa catequética entramos na etapa central do itinerário de catequese de adultos de inspiração catecu-

menal, o que numa preparação batismal autêntica, seria o "catecumenado". Nela, a catequese tem um lugar

central, tal como o teve nos séculos gloriosos do catecumenado.

É nesta fase que se alicerça e enraíza fortemente a vida cristã. A catequese, comparando com uma construção,

seria o que garante os alicerces e estrutura o edifício. Depois virá quem irá construir as divisões por dentro,

mas as bases já estão assentes.

Não se pode pensar em bons engenheiros ou médicos se não há uma boa Faculdade onde se preparam e adqui-

rem essa base técnica e profissional. Também, nesta catequese de adultos (sempre que a pessoa não é já de

idade avançada, porque em determinadas idades a vida está estruturada e é muito difícil reorganizá-la), os

catequizandos irão adquirindo um estilo de vida, irão incorporando hábitos de oração e participando na vida

comunitária... Isto é, nesta fase final, o crente irá adquirindo uma boa maturidade na sua fé.

Também, esta fase, por isso, é a mais difícil, já que supõe entrar seriamente na vida pessoal, abrir-se a um

tempo de procura, de caminho e de partilha com outros... E tudo isso é muito difícil numa sociedade em que

todos cuidamos ciosamente da nossa intimidade e da nossa individualidade e em que o tempo parece ser de

ouro. Dedicar dois, três, quatro anos a uma procura da fé supõe um verdadeiro interesse por Jesus Cristo e o

seu Evangelho, e isto não abunda entre nós.

ENTENDER E VIVER O PLANO SALVADOR DE DEUS

Toda a etapa catequética está atravessada pelo fio da História da Salvação. Como Santo Agostinho costumava

dizer, a catequese procura mostrar vivencialmente (que os catequizando vivam) o plano salvador de Deus

desde "ao princípio criou Deus o céu e a terra... até aos momentos atuais da Igreja".

É este o nosso compromisso: ajudar os catequizandos a entender e a viver o plano salvador de Deus, come-

çando, no nosso caso, com as primeiras experiências de Israel (o Antigo Testamento), passando pelo ponto

alto, Jesus Cristo (o Novo Testamento), e vivendo o que se realiza no tempo de hoje, em concreto, a Igreja de

Jesus. Ontem, hoje e sempre, Deus deseja e continua a salvar os seres humanos.

CATEQUESE COM UM "ANTES" E UM "DEPOIS"

Se alguém deseja ter êxito num trabalho concreto terá que ter em conta o "antes" e o "depois" desse trabalho,

isto é, saber com quem o pretende realizar, se conta com alguns trabalhos prévios à elaboração do projeto... e

se tem assegurado o futuro, a continuidade do projeto... A catequese, como projeto de construção de um cren-

te, de uma comunidade cristã, exige que haja um "antes" e um "depois" naqueles que se inscrevem no cami-

nho catequético

Um antes que poderíamos traduzir pelo impacto experimentado face ao anúncio evangélico, por sentir

"simpatia" pela vivência da fé, por ter sofrido, em maior ou menor grau, um certo deslumbramento

perante esse Deus que se aproxima e te chama calorosa e carinhosamente, por ter o desejo de se encon-

trar com "alguém", com Jesus, com Deus, com algo novo... A oferta de catequese de adultos tem o peri-

go de cair nos mesmos de sempre, acostumados a uma infinidade de ofertas deste estilo, a experiências

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de grupo diversas, etc. ... Nestes casos, a catequese pode chegar a renovar um pouco o quadro de cren-

ças, a ajudar estes crentes a situar-se melhor diante do facto cristão e da sua repercussão na vida de um

cristão. São efeitos muito positivos... mas é possível que não possam gerar essa novidade, esse entu-

siasmo, essa transformação de vida que pretende.

Quando não há um depois que continue o experimentado, uma comunidade cristã que ajude a continuar

a amadurecer a fé, oferecendo algumas pistas de ação, algumas celebrações em sintonia com a Palavra

de Deus e com os participantes, um envolvimento comunitário, "a catequese corre o risco de se esterili-

zar". Assim o anotava o Papa João Paulo II na Catechesi Tradendae (CT 25)

Neste sentido é importante que fase da esta catequese tenha imediatamente uma continuação mistagógica,

uma etapa mais espiritual em que se convide o grupo a celebrar essa vida nova que foram descobrindo como

oferta evangélica e como experiência realizada por cada um na sua etapa do caminho catequético. Em concre-

to, una iniciação pós-batismal na fé em que os catequizandos vão tomando consciência da sua missão como

seguidores de Jesus chama a assumir, professar e celebrar esses três sacramentos iniciatórios: o Batismo, a

Confirmação e a Eucaristia. Por isso, a etapa propriamente da catequese termina com a Confissão pessoal de

fé dos catequizandos e culmina, em seguida, com uma curta e intensiva etapa celebrativa espiritual.

UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL

Tudo o que se disse interpela a atitude com que nos introduzimos nesta fase catequética. Poderia acontecer

que muitos dos catequizandos, influenciados em boa medida pelos clichés que permanecem da sua catequese

infantil, pudessem pensar que os esperam algumas "sessões doutrinais", exposições do catequista, uma fase

em que teriam que ler escrever, preencher fichas... Quem assim pense, poderia chegar à catequese, no melhor

dosa casos, com uma atitude recetora, disposto a sentir-se interpelado pelo que lhe vão dizer... mas sempre o

fará numa atitude passiva, com uma disposição pouco criativa, com um deixar que "façam".

São muitos os que passam pela nossa vida e todos somos, em boa parte, o resultado de uma infinidade de con-

tribuições da parte de outros, de uma variedade de encontros e relações... Mas, em última análise, é cada um

que tem que crescer, aprender a andar, a defender-se na vida. Neste sentido a catequese é uma experiência

pessoal, é uma construção lenta em que cada um vai entrando num estilo de vida personalizado, tomando

como eixo e modelo a pessoa de Jesus de Nazaré e seus seguidores.

O Concílio do Vaticano II falava de "ciado" (AG 14) ao referir-se ao catecumenado e todos sabemos que o

noviciado é um tempo de provação em que uma pessoa vai descobrindo um tipo de vida, vai tomando cons-

ciência se e essa vida o que ele ou ela procurava, se se sente bem, realizado...

UM TREINO PRÁTICO

Neste sentido, a catequese é um treino "práxico": não é tanto um tempo de palestras e de teorias mas mais de

uma "praxis" (exercício) n os diferentes aspetos da vida cristã.

A modo de exemplo, um bom treinador de futebol dedicará algum tempo a ensinar táticas, mas o seu principal

trabalho será realizado no campo, jogando, lutando, aprendendo, desfrutando... e procurando trabalhar as dife-

rentes componentes dum jogador de futebol (resistência física, habilidade, agressividade, concentração, rapi-

dez, domínio da bola...). Neste sentido a catequese é um exercício prático nas diferentes componentes da vida

cristã: conhecimento "sapiencial" da mensagem cristã. Iniciação à oração e à celebração, vida comunitária,

atitudes básicas evangélicas, missão, consciência eclesial... todo um trabalho integral.

UMA EXPERIÊNCIA ECLESIAL

Como se referia no tocante ao futebol, é muito importante na catequese a figura do treinador, no nosso caso o

catequista, o iniciador.

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Um iniciador deve ser, naturalmente, um iniciado nos aspetos de vida cristã que em que deve iniciar os outros.

Como dizia o grande pedagogo Paulo Freire, em educação todos somos ao mesmo tempo educadores e edu-

candos. Isto é muito claro no campo da fé. O catequista vai transmitindo a experiência da fé da Igreja, incar-

nada na sua própria experiência, mas ao mesmo tempo vai-se enriquecendo com a experiência da fé que os

catequizandos vão vivendo (Deus opera no íntimo de cada pessoa).

A catequese como experiência eclesial, é uma experiência, um trabalho comunitário, ma o catequista deverá

cuidar muito o encontro interpessoal, tal como Jesus o sabia fazer. No itinerário catequético, os catequizandos

vão recebendo de uns e de outros, é verdade, mas são eles mesmos que percorrem o seu próprio caminho.

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JESUS, SALVAÇÃO DE DEUS

ETAPA CATEQUÉTICA 1

CHAVES DA PRIMEIRA E SEGUNDA FASE

Consideramos que o Antigo Testamento deve ser visto e interpretado a partir de Jesus. Propusemos, por

isso, como tema primeiro e inicial "Jesus é o Senhor", que está também ligado com a proclamação do

querigma, culminação da etapa catequética.

Nesta primeira fase desenvolvem-se quatro temas fundamentais e por esta ordem: o Êxodo, a Criação, a

Aliança e os Profetas.

Estas quatro catequeses sobre o Antigo Testamento abrem com uma reflexão inicial sobre a comunica-

ção de Deus aos homens e fecham com uma reflexão sobre a literatura sapiencial. Desta maneira pode

captar-se melhor o que Deus realizou a favor do seu povo ao longo da História de Salvação no Antigo

Testamento.

As catequeses sobre o Novo Testamento partem de Jesus de Nazaré como Cristo Salvador. O Reino

torna-se presente nEle que nos oferece as Bem-aventuranças com caminho. NEle encontramos e desco-

brimos Deus e o ser humano. Ele, que morreu na cruz por nós, vive ressuscitado.

Esta fase termina com a proposta de elaboração do Projeto Pessoal de Vida Cristã (PPVC), projeto que

pode ser de grande ajuda para o amadurecimento da fé no itinerário catequético de estilo catecumenal.

As celebrações de passagem estão pensadas para serem realizadas nos 20-30 minutos da última cate-

quese para não acrescentar mais uma reunião. Se se vê que o tempo é muito limitado, poderá haver uma

reunião específica para as celebrações, caso o grupo concorde. O que nunca deverá acontecer é que se

deixem de celebrar. Elas são um elemento muito importante no itinerário de catequese de adultos.

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CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM

E CATEQUESE QUERIGMÁTICA

CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM

Da pré-catequese à catequese na sua primeira fase: o Antigo Testamento.

CATEQUESE KERIGMÁTICA

1. JESUS É O SENHOR

As primeiras testemunhas proclamam Jesus como "Senhor" e vivem em comunidades

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CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: Da pré-catequese à catequese na sua primeira fase (Antigo Testamento)

Ver o desenvolvimento desta celebração no catecismo II, 9-16.

1. Apresentação da Celebração

Apresentação: a etapa pré-catequética foi uma etapa muito rica, muito iluminadora...

Cartaz: pode colocar-se um cartaz com uma janela entreaberta e um sol.

Cântico: Cantamos um cântico que nos convide a caminhar, como por exemplo:

Caminha povo de Deus... (Cantemos todos nº 7)

Somos um povo que caminha... (Cantemos todos nº 44)

Errante vou, sou peregrino... (Cantemos todos nº 233)

Silêncio oracional: Contemplação do cartaz

Janela: aberta/ entreaberta/ fechada... e o meu eu com as suas experiências...

Sol: Luz, Jesus: luz da minha vida...

2. Discernimento

Este capítulo apresenta-se em forma de constatações positivas, e não em forma de perguntas... O estilo é pes-

soal e no singular. Pode colocar-se no plural, dando-lhe um sentido mais grupal...

Memória da etapa: Trata-se de discernir os aspetos positivos que fomos descobrindo...

Partilha de experiências: O que preside ao encontro anima os membros do grupo a partilhar as suas

experiências.

Convite do catequista: Na etapa seguinte descobriremos as grandes linhas da fé cristã:

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O ponto nuclear catequético da próxima etapa é Jesus Cristo e a sua mensagem

Prestaremos também alguma atenção a alguns aspetos do Antigo Testamento.

Abordaremos temas referentes à Igreja e à vida do cristão... Que todos se entusiasmem para

entrar nesta nova etapa...

3. Oração

4. A palavra

Leitura: Os primeiros discípulos

Pistas para o comentário dos catequistas

Pergunta chave: como estamos a viver este itinerário?

5. Apresentação dos símbolos

Os Símbolos:

Bíblia: Fonte e referência para a experiência da fé.

Cruz/signação: Referência a Jesus da cruz, que vamos descobrir pouco a pouco.

Ephetá/ábre-te: Para que entre a luz é necessário dispor-se.

Sal: A fé é saborear Deus, Jesus, a sua mensagem

Apresentação e entrega da Bíblia

Oração

Cântico Fala, Senhor (ver no CD do 2º ano de catequese do SNEC)

Entrega

Signação e entrega da cruz

Oração

O catequista entrega a cruz.

Cântico: Eis o caminho. (Cantemos todos nº 111)

Ephtá (ábre-te)

Oração

Rito

Cântico: Estou à porta e chamo. (Cantemos todos nº 912)

O sal

Oração

Entrega e saborear do sal

Cântico: Saboreai e vede. (Cantemos todos nº 149)

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1. JESUS É O SENHOR: As primeiras testemunhas proclamam Jesus como o Senhor e vivem em comunidades

OBJETIVOS

1. Descobrir que na história da salvação, a vida dos seguidores de Jesus leva-os a viver em comunidade

2. Sentir o chamamento missionário de comunicar aos outros a alegria de nos termos encontrado com

Jesus e com os irmãos.

3. Ter em conta a importância daquelas primeiras testemunhas para dar a conhecer a outros essa expe-

riência de encontro com Jesus, morto mas ressuscitado, apoiando-nos numa rica experiência comuni-

tária.

MENSAGEM CENTRAL

Os primeiros discípulos proclamam que Jesus começou a ser "Senhor" das suas vidas, a partir da experiência

da sua identificação com Ele.

Têm uma ação missionária: fazem o anúncio de Jesus duma forma corajosa e testemunhal, acompanhando-o

com sinais e prodígios a favor dos necessitados. Vão para lá das fronteiras de Israel, apesar das perseguições,

prisões e morte.

Estes discípulos que experimentaram seu encontro com o ressuscitado vivem em comunidades apoiados em

quatro ações: Ensinamento dos Apóstolos, oração em comum, comunicação de bens (partilha) e a celebração

da eucaristia (fração do pão).

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Ligados a Jesus ressuscitado e animados pelo seu Espírito, dão testemunho de Jesus a partir da sua vida

comunitária.

A vida e o estilo daquelas primeiras comunidades são ponto de referência obrigatório para as nossas. Cabe-nos

a nós, hoje, dar relevo àquelas primeiras testemunhas, dando a conhecer essa experiência de encontro com

Jesus, morto e ressuscitado, apoiado numa rica vivência da comunhão fraterna.

ASPETOS A SUBLINHAR

À luz de Jesus vivo, os discípulos descobrem em Jesus morto na cruz o amor solidário de Deus con-

nosco.

Segundo Act 2,42-47 e 4,32-35, a vida dos discípulos em comunidade tem sempre traços concretos,

que nos desafiam a vivê-los nas nossas comunidades. A relação com Cristo e com o Espírito.

Convém sublinhar a vitalidade missionária das primeiras comunidades, com as suas características

especiais, sempre em união com o Ressuscitado e sob o alento do seu Espírito.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

O catequista além da apresentação da catequese seguindo o guião que apresentamos ou outro que ache conve-

niente, indicará o trabalho que se deve realizar durante a semana.

Trabalho pessoal

Ler, devagar, toda a catequese.

Anotar algum ponto que pareça novidade; assinalar também o que foi difícil compreender.

Responder por escrito às perguntas que aparecem nos quadros referentes ao "anúncio missionário" e à

"vida da comunidade".

Sugerimos que estas perguntas sejam partilhadas na reunião, embora no trabalho pessoal se deva

responder a todas.

Concretizar um compromisso como se indica na última pergunta da catequese, no final do apartado:

"Chamados a ser testemunhas de Jesus ressuscitado".

Na reunião

Partilha-se o trabalho de casa:

Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na leitura da catequese e o que não compreende-

mos bem.

As respostas às perguntas.

O catequista sublinha os pontos que considera importantes e que não apareceram na partilha.

Para isso pode servir-se do que se acaba de dizer nos apartados "Mensagem central" e "Aspetos

que convém sublinhar.

Oração

O catequista cria o clima adequado e anima a oração.

Leitura pausada da Carta a Diogoneto:

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Silêncio. Partilha do que leitura suscitou em cada um: sentimentos, interpelações... nestes minutos de

oração pessoal

Agradecemos a Deus o testemunho das testemunhas que encontrámos na nossa vida e o Espírito que o

Pai nos deu.

Pode, também, ler-se Act 2,42-47.

Textos para a reflexão e oração

Senhor, faz que a minha fé seja plena, sem reservas e que penetre o meu pensamento, e o meu modo de julgar

as coisas divinas e humanas.

Senhor, faz que a minha fé seja livre, que tenha o empenho pessoal da minha adesão e que eu aceite as renún-

cias e deveres que ela comporta.

Senhor, faz que a minha fé seja forte, que não tema a contradição dos problemas de que está cheia a minha

vida, que não tema as invetivas de quem a ataca, a discute ou a nega, mas que se reafirme na prova íntima da

Tua verdade.

Senhor, faz que a minha fé seja alegre, dê gozo e paz ao meu espírito, e o capacite para a oração com Deus e

para o trato com os irmãos.

Senhor, faz que a minha fé seja ativa e dê à claridade as razões da sua expansão moral, de modo que seja ver-

dadeira amizade contigo e seja, nas obras, uma contínua busca de Ti, um contínuo testemunho, um alento

ininterrupto de esperança.

Papa Paulo VI

A vida das comunidades cristãs primitivas

"Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes.

Nem, em parte alguma, habitam em cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma

vida de natureza peculiar.

Nem uma doutrina desta natureza deve a sua descoberta à invenção ou conjetura de homens de espírito irre-

quieto, nem defendem, como alguns, uma doutrina humana.

Habitando cidades Gregas e Bárbaras, conforme coube em sorte a cada um, e seguindo os usos e costumes das

regiões, no vestuário, no regime alimentar e no resto da vida, revelam unanimemente uma maravilhosa e para-

doxal constituição no seu regime de vida político-social.

Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos, participam de tudo mas como cidadãos, e tudo sofrem como

estrangeiros.

Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira.

Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os recém-nascidos.

Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito.

Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne.

Moram na terra e são regidos pelo céu.

Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas.

Amam todos e por todos são perseguidos.

Não são reconhecidos, mas são condenados à morte; são condenados à morte e ganham a vida.

São pobres mas enriquecem muita gente; de tudo carecem mas em tudo abundam.

São desonrados, e nas desonras são glorificados; injuriados, são também justificados.

Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras.

Fazendo o bem, são punidos como maus; fustigados, alegram-se, como se recebessem a vida.

São hostilizados pelos Judeus como estrangeiros; são perseguidos pelos Gregos, e os que os odeiam não

sabem dizer a causa do seu ódio.

Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo.

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(Da Carta a Diogoneto, séc II?)

PRIMEIRA FASE:

Catequese sobre o Antigo Testamento

REFLEXÃO INICIAL: Deus comunicou-se aos homens ao longo da história e continua a comunicar-se hoje.

2. O ÊXODO, EXPERIÊNCIA DE LIBERTAÇÃO

Deus quer-nos livres

3. A CRIAÇÃO, DOM E TAREFA

Deus cria-nos por amor

4. A ALIANÇA, EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO

Deus convive com a humanidade para a salvar

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5. OS PROFETAS, VOZES DE FIDELIDADE E DE ESPERANÇA

Deus acompanha-nos e guia-nos

A REFLEXÃO DOS SÁBIOS

A literatura sapiencial

CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM

Da catequese sobre o Antigo Testamento (1 ª fase) à catequese sobre o Novo Testamento (2ª fase)

2. O ÊXODO, EXPERIÊNCIA DE LIBERTAÇÃO: Deus quer-nos livres

OBJETIVOS

1. Descobrir que o que aconteceu no Êxodo revela Deus como libertador, amigo e companheiro de jor-

nada na história nascente de Israel e de todos os povos.

2. Contemplar e agradecer as ações de Deus na nossa história a favor da libertação do homem.

3. Tomar consciência de que somos chamados a colaborar na libertação dos homens e dos povos.

MENSAGEM CENTRAL

Com esta catequese avançamos nas grandes experiências do Antigo Testamento que preparam a vinda salva-

dora do Messias, Jesus de Nazaré.

Os israelitas foram descobrindo o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob; o Deus da promessa e da fidelidade na

sua própria história. Dentro desta, alguns acontecimentos foram de singular transcendência significado para a

sua vida como pessoas e como povo.

Um desses grandes acontecimentos foi o Êxodo: os israelitas que sofrem a amarga experiência da exploração

e escravidão no Egito, passam a viver a gozosa experiência da libertação, obra e realização de Deus.

Os israelitas descobrem, nesse acontecimento, Deus próximo, solidário e atento à situação, que seja de

sofrimento ou de alegria.

Mais ainda, descobrem-no como Deus libertador, que se compromete na libertação de todo o tipo de

injustiça ou escravidão, sempre e para todos. Desta experiência nasce Israel como povo, tomando

consciência de ser o povo de Deus.

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Para realizar a libertação dos israelitas, Deus pede a colaboração dos homens; assim, com a colabora-

ção de Moisés, realiza o Êxodo (saída) do Egito, e o povo experimenta a passagem da escravidão à

liberdade.

Por outro lado, o acontecimento do êxodo, lido a partir do Novo Testamento, é imagem da plena e

definitiva libertação e salvação realizada por Jesus Cristo para toda a humanidade.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

O catequista situa o Êxodo não como um facto, mas como uma etapa importante na história da salva-

ção que Deus quis realizar como expressão do seu amor libertador e salvador. Por isso convém partir

de que Deus quis comunicar-se e autorrevelar-se aos homens, e fê-lo na história e ao longo da história

com gestos e palavras.

Deus continua e irá continuando a realizar a história da salvação. Na plenitude dos tempos Deus

comunicou-se-nos através duma forma única, através do seu próprio Filho; por Ele se realizou a liber-

tação e a salvação definitiva e integral para todos os homens.

Deus continua a realizar na atualidade a libertação e a salvação da humanidade. É decisivo, na nossa

vida, ter consciência da necessidade de ser-se libertado das escravidões que nos aprisionam, incluindo

o pecado (injustiça, medos, egoísmo, morte...). E experimentar como Deus nos está a libertar e a sal-

var.

Isso é fruto da salvação realizada por Jesus Cristo, que venceu o pecado e a morte para todos. Desta

experiência deve nascer uma atitude agradecida na vida quotidiana.

Esta catequese há de levar cada um a sentir o chamamento pessoal que Deus lhe faz para colaborar na

libertação dos outros.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

O catequista, para lá da apresentação da catequese seguindo o guião que oferecemos ou outro que julgue con-

veniente, indica o trabalho que se deve realizar durante a semana.

Trabalho Pessoal

Depois da leitura de toda a catequese toma nota de algum ponto que te tenha parecido especialmente

importante ou portador de novidade.

Indica, além disso, se há algum que não compreendeste suficientemente.

Responde por escrito ao seguinte:

Perguntas do Diálogo de "A nossa experiência".

Perguntas 2 e 3 do Diálogo. "A história da salvação".

Perguntas de "Expressão de fé".

Na reunião

O catequista situa o que se vai fazer e motiva a participação.

Partilhamos o trabalho pessoal:

Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na catequese e também as dificuldades.

A resposta às perguntas

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O catequista sublinha os aspetos que considera importantes e que não surgiram na partilha. Pode servir-se dos

apartados anteriores:"Mensagem central" e Aspetos que convém sublinhar".

Oração

O catequista cria o clima adequado e motiva a oração.

Propomos estes textos para a oração.

Exprimimos a necessidade de sermos libertados: Cantamos: Deus continua a chamar ou outro cântico que

referencie o grito de liberdade do povo de Israel.

Agradecemos a Deus a libertação dos israelitas do Egito e bendizemos a Deus que nos continua a

libertar das nossas escravidões e pecados. Fazemo-lo recitando o Benedictus (Lc 1,68-79).

Silêncio.

Partilha do que cada um experimentou (desejos, apelos ...) neste momento de oração pessoal.

Outros materiais

Pode utilizar-se, também, um vídeo sobre o Êxodo.

OUTROS TEXTOS PARA A ORAÇÃO

Os servidores

Só os podes podem servir.

Os outros não...

Os ricos, os espertos,

os que sabem muito, os que podem muito,

os que estão muito comprometidos não podem servir.

Para servir é necessário abdicar do poder,

é necessário deixar armas e ciência em terra.

Com rivalidade manipula-se mas não se serve.

Para servir é necessário acabar a competição.

É necessário enterrar a ânsia de ganhar.

Interpretar o Povo!

Isso qualquer ditador sabe fazer!

O fascista sabe sempre o que Povo necessita!

Só sabemos uma coisa:

Jesus não servia assim.

Do alto, domina-se, mas não se serve.

Para servir é necessário descer do pedestal.

É necessário colocar os pés no chão e não no pódio.

Com a força conquista-se, mas não se serve.

São demasiado importantes.

Não podem dobrar-se e lavar os pés.

Não podem levantar-se da mesa e servir a refeição.

Têm muito que dizer, que ensinar.

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Nada têm para aprender.

Os santos também não podem servir.

São demasiado santos para servir.

Têm coisas mais importantes para fazer!

Só os pobres podem servir.

P. Loidi, Mar rojo, 62

Que o coração não se me endureça, Senhor

Senhor, que o meu coração não se acostume

a ver numa situação injusta.

Que em cada dia me escandalize com este mundo

em que uns têm tudo e a outros tudo falta.

Que o meu coração não se acostume ao olhar triste e perdido,

ao cheiro humilhante do álcool, ao gesto caído e desanimado,

à palavra soez ou velhaca, à pouca vontade de viver,

a qualquer prejuízo do irmão,

ao o seu grito a partir da valeta da vida.

Põe, Senhor, ternura no meu olhar,

carícia na minha mão que saúda,

põe misericórdia na minha mente que julga.

Pai, põe sabedoria na minha linguagem.

Dá o dom da escuta aos meus ouvidos.

Pai, que o meu coração não se acostume,

à dor do meu irmão que jaz na valeta.

Que saiba porque está maltratado,

que acaricie a sua história com ternura

e realize um encontro de dois filhos

que num troço do caminho mutuamente se dignificam,

se alegram e se ajudam na vida.

Mari Patxi Ayerra

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3. A CRIAÇÃO, DOM E TAREFA: Deus criou-nos por amor

OBJETIVOS

1. Descobrir o coração misericordioso de Deus, que não abandona os homens revoltados contra Ele, per-

doa-os e caminha com eles numa história de salvação.

2. Assumir a experiência religiosa de Israel, que descobre no seu Deus, salvador e libertador, o Deus

Criador amoroso do universo e de todos os povos.

3. Descobrir com alegria que Deus criou amorosamente o cosmos, a natureza e a nós como seus filhos e

irmãos de todos.

4. Deixa-se acompanhar por Deus e pelo seu Cristo vivo para completar a nova criação.

MENSAGEM CENTRAL

Deus realiza, por sua própria iniciativa amorosa, a criação do universo progressivamente, em ordem e harmo-

nia. Num determinado momento da evolução cria os seres humanos, convidando-os a crescer, a multiplicar-se

e a dominar a terra. Ainda que se tenham revoltado contra Ele, Deus não os abandona; perdoa-os e caminha

com eles numa história de libertação e de salvação.

Os homens com a sua liberdade rompem a harmonia querida por Deus na sua criação. Contudo, Deus põe em

marcha um novo povo que viva a harmonia do plano criador de Deus.

No auge do seu amor para connosco, os seres humanos, Deus envia o seu Filho que realiza a nova criação,

recriando, tornando mais «familiares» as nossas relações com Deus, entre nós e com a criação.

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Jesus, o homem novo, o Salvador, convida-nos a colaborar no desenvolvimento do plano salvador e libertador

de Deus, promovendo um convivência mais respeitosa com a natureza e uma convivência mais fraterna com

os outros na história de cada dia.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

Deus cria amorosamente o mundo e o género humano e nós abusamos da liberdade que Ele nos dá. A

nossa atitude pecadora diante de Deus.

Deus compraz-se connosco, em especial com o seu Filho encarnado, e faz com que a nossa história se

desenvolva como uma história de salvação.

Como Israel, caímos na conta de que Deus nos acolhe e nos liberta porque saímos amorosamente das

suas mãos criadoras sem merecimento algum da nossa parte (gratuidade).

Não basta contemplar a beleza da criação, mas é necessário sermos agradecidos pelo amor com que

Ele tudo criou, e em especial cada um de nós.

Devemos reconhecer que todos recebemos de Deus e do seu Enviado a missão de completar com Ele

a nova criação.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Recorda alguma das tuas experiências lendo devagar, duma forma contemplativa, e ao mesmo tempo

reflexiva, o capítulo «A nossa experiência». Essa leitura será muito sugestiva.

Escreve duma forma sucinta o teu contributo ao comentário do grupo: qual é o sentimento mais bonito

que te provoca a natureza num dia no campo ou na montanha? Que sentimento evocam em ti os lixos

na natureza? Que sentias quando em criança ou adolescente eras apoiado por algumas pessoas (famí-

lia, amigos, colegas de turma…)?

O povo de Israel, à luz do que foram falando Moisés e os profetas sobre o universo e o ser huma-

no, descobre que Deus não é apenas o seu salvador, mas também o Criador do universo e das

pessoas.

Também nós, os crentes, (lê capítulo 2: «A história da salvação»), o que é que se torna mais

esclarecedor e te ajuda a ser melhor?

Responde por escrito às perguntas que se colocam no diálogo do capítulo 2.

Compromisso em realizar alguma coisa concreta que melhore a nossa natureza e as pessoas que o

senhor criou (tarefa do último diálogo desse capítulo).

ORAÇÃO

Exprimir em conjunto a admiração e ação de graças ao senhor pela maravilha que é cada pessoa. Pode

recitar-se o salmo 8 (Como é admirável o teu nome em toda a terra)

Hino das criaturas de São Francisco

A encíclica Laudato si tem no final estas duas orações:

Oração pela nossa terra

Deus Omnipotente,

que estais presente em todo o universo

e na mais pequenina das vossas criaturas,

Vós que envolveis com a vossa ternura

tudo o que existe,

derramai em nós a força do vosso amor

19

para cuidarmos da vida e da beleza.

Inundai-nos de paz,

para que vivamos como irmãos e irmãs

sem prejudicar ninguém.

Ó Deus dos pobres,

ajudai-nos a resgatar

os abandonados e esquecidos desta terra

que valem tanto aos vossos olhos.

Curai a nossa vida,

para que protejamos o mundo

e não o depredemos,

para que semeemos beleza

e não poluição nem destruição.

Tocai os corações

daqueles que buscam apenas benefícios

à custa dos pobres e da terra.

Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa,

a contemplar com encanto,

a reconhecer que estamos profundamente unidos

com todas as criaturas

no nosso caminho para a vossa luz infinita.

Obrigado porque estais connosco todos os dias.

Sustentai-nos, por favor, na nossa luta

pela justiça, o amor e a paz.

Oração cristã com a criação

Nós Vos louvamos, Pai,

com todas as vossas criaturas,

que saíram da vossa mão poderosa.

São vossas e estão repletas da vossa presença

e da vossa ternura.

Louvado sejais!

Filho de Deus, Jesus,

por Vós foram criadas todas as coisas.

Fostes formado no seio materno de Maria,

fizestes-Vos parte desta terra,

e contemplastes este mundo

com olhos humanos.

Hoje estais vivo em cada criatura

com a vossa glória de ressuscitado.

Louvado sejais!

Espírito Santo, que, com a vossa luz,

guiais este mundo para o amor do Pai

e acompanhais o gemido da criação,

Vós viveis também nos nossos corações

a fim de nos impelir para o bem.

Louvado sejais!

Senhor Deus, Uno e Trino,

comunidade estupenda de amor infinito,

ensinai-nos a contemplar-Vos

na beleza do universo,

20

onde tudo nos fala de Vós.

Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão

por cada ser que criastes.

Dai-nos a graça de nos sentirmos

intimamente unidos

a tudo o que existe.

Deus de amor,

mostrai-nos o nosso lugar neste mundo

como instrumentos do vosso carinho

por todos os seres desta terra,

porque nem um deles sequer

é esquecido por Vós.

Iluminai os donos do poder e do dinheiro

para que não caiam no pecado da indiferença,

amem o bem comum, promovam os fracos,

e cuidem deste mundo que habitamos.

Os pobres e a terra estão bradando:

Senhor, tomai-nos

sob o vosso poder e a vossa luz,

para proteger cada vida,

para preparar um futuro melhor,

para que venha o vosso Reino

de justiça, paz, amor e beleza.

Louvado sejais!

Amen.

4. A ALIANÇA, EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO: Deus convive com a humanida-de para a salvar

OBJETIVOS

1. Perceber que o Deus da nossa fé é um Deus muito próximo de nós e descobrir que o desejo de Deus

de conviver com a humanidade é uma constante na vida religiosa de Israel (Aliança).

2. Reconhecer que em Jesus se realiza a definitiva Aliança salvadora de Deus, a nova Aliança.

3. Confessar que a comunidade de Jesus – a sua comunidade – convive com Deus em comunidade de

vida, que vive a nova Aliança.

4. Aceitar o convite para viver fielmente a Aliança com Deus, que nos anima, por seu lado, a viver em

aliança com os que nos rodeiam, encarnando essa aliança de amor e amizade na vida quotidiana.

MENSAGEM CENTRAL

O Deus em que acreditamos é o «Deus connosco», próximo, pessoal, dialogante, que deseja conviver connos-

co, viver em aliança.

A história bíblica relata-nos muitas alianças entre Deus e o povo de Israel. Por detrás de todas elas está o amor

de Deus e a sua decisão irrevogável de salvar os seus filhos, de os ajudar para que vivam num clima de amor

baseado na justiça e na paz, mesmo quando o povo se esquece de Deus e rompe com a Aliança.

Jesus é a nova e definitiva Aliança. NEle se unem Deus e a humanidade. Ele é a encarnação de Deus na nossa

história e a oferta definitiva da salvação para toda a humanidade. É Aliança «Nova» – um pacto de amizade

21

novo – porque o Espírito de Jesus cria em nós um «coração novo» e porque se oferece não a um povo mas a

todos os povos.

A Igreja de Jesus é a experiência viva dessa Aliança Nova: quando nos encontramos com Deus na oração e na

escuta da Palavra, quando celebramos na eucaristia o amor de Deus, manifestado na entrega de Jesus, e quan-

do descobrimos em toda a pessoa, especialmente nas necessitadas, o rosto de Deus, e no serviço que sempre é

amor encarnado que cura.

Deus convida-nos a viver também hoje a viver a experiência de aliança, de comunhão com Ele, com gestos

que consolidam essa relação confiante e habitual com Ele. E viver fielmente na aliança com Deus deve ani-

mar-nos necessariamente a viver em aliança com os que nos rodeiam

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

É Deus quem toma a iniciativa, de forma gratuita, e nos convida a viver sempre em união com Ele. A

nós compete-nos responder generosamente ao seu convite.

Jesus é a união mais plena – a aliança mais profunda – entre Deus e a humanidade. É Ele que realiza a

nova e definitiva Aliança salvadora entre Deus e todos os povos da história humana.

A Igreja é experiência viva da nova aliança na sua vida e nas suas ações pastorais. Por isso é sinal e

instrumento dessa aliança no meio da humanidade

Somos convidados a acolher com alegria essa convivência com Deus que Ele mesmo nos oferece e a

viver com fidelidade essa aliança com palavras e gestos da vida quotidiana.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Lê pausadamente a catequese e procura responder às diferentes perguntas que nela aparecem.

Anota algum ponto que te pareça ter novidade ou ser significativo e assinala também o que te pareceu

difícil de entender.

Responde por escrito à penúltima pergunta do Diálogo de «A nossa experiência» e à primeira de «a

história da salvação»

ORAÇÃO

Reza com alegria e confiança o salmo 62, desejando uma verdadeira experiência de encontro com

Deus.

Tendo em conta o capítulo «Expressão de fé» concretiza um compromisso que consolide a tua comu-

nhão com Deus e com os outros.

OUTROS TEXTOS PARA A REFLEXÃO E ORAÇÃO

Servir

Onde houver uma árvore para plantar, planta-a tu. Onde houver um erro para emendar, emenda-o tu. Onde

houver necessidade de um esforço a que todos se esquivam, aceita-o tu. Sê o que afasta a pedra do caminho, o

ódio dos corações e as dificuldades do problema. Há a alegria de ser santo e justo, mas há, sobretudo, a imen-

sa alegria de servir.

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Que triste seria o mundo se tudo estivesse feito!

Se não houvesse uma roseira para plantar, uma empresa para empreender!

Não caias no erro de que só há méritos nos grandes trabalhos.

Há pequenos serviços: pôr uma mesa, ordenar uns livros, pentear uma criança.

Servir não é uma tarefa de seres inferiores. Deus, que é o fruto e a luz, serve.

Pergunta-te em cada dia: serviste hoje?

Gloria Fuertes

5. OS PROFETAS, VOZES DE FIDELIDADE E ESPERANÇA: Deus acompanha-nos e guia-nos

OBJETIVOS

1. Conhecer melhor a personalidade e a mensagem dos profetas bíblicos, para entender o profetismo de

Jesus.

2. Perceber que Deus continua a enviar profetas hoje.

3. Tomar consciência da nossa condição de profetas pelo batismo.

MENSAGEM CENTRAL

Na nossa vida pessoal e coletiva temos necessidade de pessoas com autoridade moral e coerência de vida que

nos sirvam de referência, sobretudo nos momentos conflituosos e de crise.

Foram assim, da parte de Deus, os profetas bíblicos para o povo de Israel. Não eram «adivinhos do futuro»

mas eram como «luzeiros» colocados por Deus e mensageiros seus.

As suas características fundamentais são:

Denunciam o pecado, a infidelidade do povo, a injustiça… e anunciam a intervenção salvadora de

Deus,

a partir da autenticidade de vida,

abarcando todas as esferas da vida religiosa e civil,

à luz da Palavra de Deus e do espírito da Aliança,

como enviados de Deus, seduzidos por Ele.

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Estes profetas anunciam e prefiguram o profeta definitivo Jesus.

A Igreja é uma comunidade profética. Os batizados participam na missão profética de Jesus. Já a descobrimos,

e vivemos?

ASPETOS A SUBLINHAR

As características dos profetas bíblicos.

Jesus é o profeta definitivo.

A nossa condição de profetas pelo batismo

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Pode indicar-se ao grupo que antes da leitura pessoal do tema em casa, cada um escreva o que lhe

sugere a palavra «profeta», para poder comparar, depois de ler o tema, se há muita diferença do que

pensava antes.

Na reunião pode partir-se – brevemente – da experiência da necessidade que sentimos de pessoas que,

em momentos cruciais, nos orientem ou nos ajudem. Sentimos alguma vez esta necessidade? Quando?

Respondemos às perguntas do Diálogo do capítulo 1 «A nossa experiência».

O grosso da reunião será dedicado a analisar as características fundamentais dos profetas bíblicos (nº

1 do Capítulo 2 «A história da Salvação». Também se podem ler os textos bíblicos citado nos núme-

ros 1-5 desse capítulo.

O nº 2 «Jesus, o profeta definitivo», dentro da «história da salvação» pode apontar-se apenas, sem se

deter aí muito tempo, pois nos temas dedicados a Jesus se tratará com mais profundidade.

É importante reservar uma parte de reunião para falar do nosso profetismo batismal (Capítulo 3

«Expressão da fé») e sentido que tem ou como o podemos realizar. Podem comentar-se as citações do

Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica, de Paulo VI e Papa Francisco, assim como as perguntas

do D desse capítulo.

Se parecer oportuno, e se houver tempo, poderá regressar-se às respostas dadas antes e o que agora se

sabe. O que é que mudou?

ORAÇÃO

Além do sugerido no tema poderá ainda ler-se um dos relatos proféticos de vocação (Is 6,1-8; Jr 1,4-10

24

CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre o Antigo Testamento (1ª fase) á catequese sobre o Novo Testamento (2ª fase)

Ver o desenvolvimento no livro dos participantes p 103-108

Devem estar preparado os cartões da «História da Salvação» e das «Bem-aventuranças».

AMBIENTAÇÃO

Ler com espontaneidade em tom de intimidade e ao som de música de fundo.

Fomos descobrindo no decorrer das catequeses com admiração e alegria os grandes acontecimentos

em Deus intervém para se dar a conhecer a todos nós.

Surpreende-nos revelando-se como criador de todas as coisas

Durante um breve tempo sobe-se a música de fundo.

Ao começar o parágrafo seguinte, baixa-se a música

E para maior assombro, no caminha para a Terra Prometida, Deus comprometeu-se a conviver con-

nosco numa Aliança de família.

Deus oferece-nos a sua Palavra por meio dos Profetas, seus amigos íntimos.

E envia-nos Jesus, o seu Filho Encarnado…

Silêncio e contemplação

Depois do silêncio acaba-se a introdução e introduz o Salmo, já sem música de fundo

25

SALMOS RECITADOS

Responde-se como está indicado na p. 105 do catecismo

RITO DE ENTREGA DA NARRAÇÃO BREVE DO ANTIGO TESTAMENTO

Convite do catequista

Embora todos estes prodígios que Deus fez por nós possam ler-se na Sagrada Bíblia que recebemos na passa-

gem da Pré-catequese à Catequese, convém ter à mão uma «Narração Breve» da história da salvação» no

Antigo Testamento.

Entrega

O Catequista vai entregando o folheto a cada um:

(Nome) recebe este folheto que te servirá de guia para ler a Narração das maravilhas de Deus, que são

também testemunho de amor para contigo.

Resposta: Bendito seja Deus para sempre.

Cântico

Dai graças ao Senhor…

Convite para passar à segunda fase da etapa catequética

Seguir o que está no catecismo p. 108

Entrega das Bem-aventuranças

A cada um é entregue o texto das Bem-aventuranças.

Nota: os cartões preparam-se antecipadamente. A narração breve está no anexo 1 do Catecismo.

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SEGUNDA FASE.

CATEQUESE SOBRE O NOVO TESTAMENTO

6. JESUS DE NAZARÉ, O CRISTO NOSSO SALVADOR

7. JESUS: «O REINO E DEUS ESTÁ NO MEIO DE VÓS»

8. AS BEM-AVENTURANÇAS: A ALEGRIA DOS QUE VIVEM O EVANGELHO

9. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS DEUS

10. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS O HOMEM

11. JESUS REZA E ENSINA-NOS A REZAR

CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM – ENTREGA DO PAI NOSSO.

ENCONTRO DE ORAÇÃO – PAI NOSSO

12. JESUS MORRE NA CRUZ POR AMOR

13. JESUS RESSUSCITOU E VIVE

14. O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ

CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM DA CATEQUESE SOBRE CRISTO À CATEQUESE SOBRE A IGREJA

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7. JESUS: «o reino de Deus no meio de vós»

OBJETIVOS

1. Descobrir o reino de Deus como uma boa notícia para todos os homens e mulheres.

2. Suscitar uma atitude de agradecimento e de esperança gozosa diante da notícia do reino, porque Deus

quis dar-nos uma vida nova e plena: sermos seus filhos e participantes do seu Reino.

3. Tomar consciência de que a nossa missão como Igreja, como discípulos de Jesus de Nazaré, consiste

em anunciar e desenvolver – colaborando com o Espírito – o reinado de Deus.

MENSAGEM CENTRAL

O Reino de Deus foi o ponto nuclear da pregação de Jesus. Em Jesus de Nazaré torna-se história, encarna-se o

Reino de Deus. Jesus é o Reino e Deus no meio de nós.

Jesus proclamou o começo de uma vida plena que implica a transformação das pessoas, tornando-as radical-

mente novas em todas as dimensões da vida, assim como uma nova forma de convivência humana.

O Reino é um dom, uma oferta de Deus que requer da parte do homem acolhimento e colaboração com o

Espírito de Jesus, para que se vá desenvolvendo e fazendo com que os homens participem dele, aqui e agora, e

em plenitude depois da morte.

É algo dinâmico e transformador, cresce lentamente. Daí as imagens bíblicas que se usam para falar dele: grão

de mostarda, fermento que se mistura na massa…

Todos somos destinatários do Reino de Deus, mas os pobres são os primeiros e os preferidos.

A Igreja não é o Reino de Deus, mas tem como missão anunciá-lo e realizá-lo, começando por encarnar na sua

vida os valores do Reino. Esta é, pois, a nossa missão; e está a pedir-nos que deixemos Deus reinar na nossa

vida (o seu amor, justiça, misericórdia, liberdade, perdão…) e nos tornemos construtores do Reino.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

O Reino é dom de Deus, presença viva que está já dentro de nós e entre nós.

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O Reino de Deus é algo novo que, se o acolhemos, nos torna homens novos, pois participamos da vida

de Deus

Os pobres são os destinatários preferidos do Reino.

O acolhimento do Reino, concretizado no acolhimento de Jesus o Cristo e do seu Evangelho, é a ati-

tude própria do cristão, assim como colaborar com o espírito para que os homens acolham e vivam o

reino de Deus.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Trabalho pessoal

Depois de ler atenta e pausadamente toda a catequese, anota algum ponto que te pareça ser significati-

vo ou com alguma novidade. Assinala também o que não entendeste suficientemente.

Responde por escrito às perguntas do ponto 4 do capítulo 2 «A Igreja ao serviço do Reino».

Concretiza algum compromisso como se indica em «O Reino dom e tarefa, no capítulo 3, «Expressão

de fé».

Na reunião

O catequista determinará o momento da oração dentro do desenvolvimento da catequese.

Partilhamos os trabalhos de casa:

Os aspetos que mais no chamaram a atenção na leitura da catequese e também as dificuldades.

As respostas e as perguntas.

O catequista sublinha os aspetos que considera importantes e que não tenham aparecido na parti-

lha

Para a oração podemos usar o salmo 96

Cada um lê em silêncio e depois recita-se comunitariamente.

Silêncio.

Cântico: Dá-nos um coração.

Depois de uma introdução ao Pai Nosso, sublinhando a petição» Venha a nós o teu Reino», reza-

se o Pai Nosso.

Partilhamos os sentimentos, os chamamentos e interpelações que a catequese, juntamente com a

oração, despertou em cada um.

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8. AS BEM-AVENTURANÇAS: a felicidade dos que vivem o evangelho

OBJETIVOS

1. Descobrir que as bem-aventuranças – dom e tarefa humana – são o caminho da autêntica felicidade.

2. Conhecer e aprofundar o significado das bem-aventuranças.

3. Assumir a prática das bem-aventuranças como o estilo de vida do Reino e da vida cristã.

MENSAGEM CENTRAL

Existe uma íntima relação entre esta catequese e a catequese do Reino de Deus, que trabalhámos anteriormen-

te.

As bem-aventuranças são, antes de mais nada, Boa Notícia, anúncio de felicidade. São dom de Deus em favor

dos homens.

Apresentam-nos o rosto de Deus: como pensa, sente, age e ama Deus.

Jesus de Nazaré viveu-as de um modo inigualável. Podemos dizer que são o seu retrato vivo.

Recolhem as atitudes que todos os seguidores de Jesus devem ter.

A implantação do reinado de Deus na vida dos homens traz-lhes felicidade, sobretudo aos que estão a sofrer,

aos pobres, marginalizados e desprezados.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

As bem-aventuranças são a carta magna que Jesus de Nazaré propõe para ser verdadeiramente feliz e

ajudar os outros a ser felizes.

Só é possível vivê-las com a ajuda do Espírito que nos foi dado e colaborando com Ele. Não esque-

çamos que são dom de Deus e tarefa humana.

São o programa de vida de todo o seguidor de Jesus de Nazaré, não apenas para alguns.

Apresentam as atitudes que se requerem para acolher o reinado de Deus na nossa vida pessoal e dos

que, por sua vez, desejam colaborar na sua implantação no mundo.

30

Viver as bem-aventuranças é um processo: vão-se dando passos progressivos na sua vivência e práti-

ca.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

O catequista apresenta a catequese prestando atenção aos seus objetivos e animando os catequizandos

para que entrem na vida e felicidade que brota da prática progressiva das bem-aventuranças.

Propõe e concretiza o trabalho que pessoalmente se deve realizar.

Trabalho pessoal

Leitura do sermão da montanha, capítulos 5, 6 e 7 de São Mateus, para situar as bem-aventuranças no

seu contexto.

Depois da leitura de toda a catequese, anota algum ponto que te tenha parecido especialmente sugesti-

vo e portador de novidade. Indica também se houve alguma coisa difícil de entender.

Responde por escrito:

Às perguntas do primeiro Diálogo do capítulo «A nossa experiência»

Às perguntas do Diálogo do capítulo «A história da salvação».

Concretiza em que bem-aventurança te vais esforçar de maneira especial, em que aspeto dela.

Na reunião

Começamos por proclamar as bem-aventuranças: Mt 5,1-12 e Lc 6,20-23.

O catequista propões uma partilha que nasça da experiência e apresenta, como os outros, o seu traba-

lho pessoal.

Partilha dos trabalhos de casa:

Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na leitura da catequese e também as dificuldades.

As respostas às perguntas.

O catequista sublinha os aspetos que considera mais importantes e que não apareceram na parti-

lha. Para isto ajudará o que se acaba de dizer na «Mensagem central» e «Aspetos que convém

sublinhar»

Oração

Pode fazer-se a oração a partir do Magnificat. O catequista introduz a sua leitura. O Magnificat é o

canto dos pobres que põem a sua confiança em Deus, que age em seu favor e denuncia os que abusam

dos mais fracos. No Magnificat Maria exprime que se sente feliz sendo pobre e solidária como os

necessitados.

Leitura: Lc 1,46-56.

Depois de um tempo de silêncio convidam-se as pessoas a exprimir os seus sentimentos, o eco do

magnificat ou o que a reflexão sobre as bem-aventuranças suscitou na vida de cada um.

Termina-se recitando o Salmo 145.

31

9. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS DEUS

OBJETIVOS

1. Tomar consciência das nossas imagens, talvez incorretas, de Deus, para poder purificá-las, sobretudo

à luz da mensagem de Jesus.

2. Captar a mensagem de Jesus sobre Deus para a interiorizar e viver.

MENSAGEM CENTRAL

Todos temos imagens-vivências de Deus, fruto da educação ou do ambiente, com as quais nos sentimos mais

ou menos bem.

Talvez sejamos levados a pensar que algumas das nossas imagens negativas se devem ao Antigo Testamento e

ao seu modo de nos apresentar Deus: vingativo, legalista. Castigador…Mas o A.T. oferece-nos muitas afirma-

ções maravilhosas sobre Deus, que talvez desconheçamos e que culminam com a mensagem de Jesus.

Em Jesus aprendemos como e quem é Deus verdadeiramente: próximo, misericordioso, que sente predileção

pelos mais pequenos….

Jesus ensina-nos algo incontornável sobre Deus: é Pai, Trindade, frágil até à morte…

Por tudo isso nos perguntamos com que atitudes devemos procurar o Deus de Jesus e purificar a sua imagem

em nós

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

As nossas imagens-vivências de Deus.

É importante apreciar o AT na sua mensagem positiva sobre Deus sem ficar apenas com as imagens

negativas, que devemos entender como formando parte dum caminho e evolução e purificação reli-

giosa do povo de Israel.

Mas devemos, sobretudo, centrar-nos na mensagem de Jesus sobre Deus e rever à sua luz as nossas

imagens e vivências, perguntando-nos em quê e como podem mudar.

32

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Deve partir-se das imagens e vivências reais que temos sobre Deus. Para isso pode haver uma peque-

na partilha da experiência de cada um.

É possível que a nossa perceção do AT seja negativa ou um misto de negativo e positivo. Deve ter-se

em conta que já tratámos de alguns temas nucleares do AT. É importante insistir em que o AT contém

e reflete uma evolução e amadurecimento progressivo da perceção de Deus por parte do povo (peda-

gogia paciente de Deus), e um crescimento até à maturidade da revelação de Jesus Cristo.

Estes dois pontos anteriores não devem ocupar um excessivo espaço, procurando não entrar em dema-

siadas discussões.

O importante do tema é a mensagem de Jesus sobre Deus (capítulo 2, 2).

Responder à pergunta do Diálogo do ponto 2 «Jesus: a sua vivência de Deus»: o que mais gostá-

mos e o que nos interpelou. Comentar as respostas.

No Capítulo 3. «Expressão de fé» responder às perguntas do Diálogo.

Oração

Mt 11,25-27 (ou alargando até ao v. 30).

Leitura pausada por um bom leitor

Silêncio.

Expressões espontâneas.

Recitação em comum da oração de Charles Foucauld.

33

10. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS O HOMEM

OBJETIVOS

1. Cair na conta de que há diferentes maneiras de perceber e definir o ser humano. A partir das diferentes

filosofias, experiências vitais, etc.

2. Descobrir e interiorizar alguns traços fundamentais do «homem novo» do Evangelho.

MENSAGEM CENTRAL

Fizeram-se e continuam a fazer-se muitas descrições do ser humano, por vezes contraditórias ou muito dife-

rentes, que dependem das ideias filosóficas, das experiências pessoais e históricas, etc.

Por isso nos perguntamos: qual é a nossa ideia-perceção fundamental do ser humano ideal?

Em Jesus descobrimos não só quem é Deus (tema anterior), mas também quem é o homem. Este homem do

Evangelho tem dois traços fundamentais:

Está aberto a Deus a quem coloca no centro da sua vida como único Absoluto.

Está aberto aos outros, vive a fraternidade (universal, sem exclusões, misericordiosa, não violenta, ao

serviço dos outros…)-

Realizar em si mesmo este modelo de pessoa exige esforço e às vezes perseguição, como aconteceu

ao Mestre Jesus.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

Sobretudo, a dupla dimensão do ser humano enquanto:

Aberto a Deus (sentido da transcendência, centralidade de Deus na vida, filiação...).

Aberto aos outros (fraternidade)

34

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Podemos partir de uma espécie de «retrato robot» do ser humano ideal, o homem/mulher novos, «utó-

picos» (pergunta final do segundo Diálogo do capítulo «A nossa experiência». Os traços fundamen-

tais que lhes iremos atribuir dependem, sem dúvida, da nossa sensibilidade cristã. Mas, neste primeiro

momento, procuraremos ficar basicamente no nível da perceção humana.

O conjunto da reunião deverá estar centrado no «homem novo» evangélico.

Cometa-se o que mais chamou a atenção.

Responde-se às perguntas do Diálogo do capítulo 2 «A história da salvação».

Oração

Termina-se o tema lendo alguns dos «modelos do homem novo» das cartas paulinas citadas no capítu-

lo «Expressão de fé».

Faz-se um momento de silêncio.

Neste clima de interiorização convida-se a fazer o compromisso de trabalhar alguma característica

concreta em que se seja mais «deficitário» (de acordo cm o que se diz no Diálogo do capítulo 3

(«Expressão de fé).

11. JESUS REZA E ENSINA-NOS A REZAR

OBJETIVOS

1. Descobri a importância que Jesus dá à oração (relação com Deus, seu Pai), como Jesus reza e como

entende a oração.

2. Tomar consciência do lugar que a oração ocupa na minha vida e que tipo de oração faço.

3. Conhecer como Jesus ensina os seus discípulos a rezar e aprender a rezar como Ele.

MENSAGEM CENTRAL

Jesus é um grande orante. Mantém uma relação profunda e amorosa com Deus, seu Pai.

A oração ocupa um lugar muto importante na sua vida: nela cultiva uma relação filial e confiante com seu Pai

e vai descobrindo a missão que o Pai lhe entrega.

A sua oração tem traços concretos: cultiva a oração de louvor, de agradecimento, de abandono, de súplica ou

de petição confiante; também faz oração contemplativa. Na sua oração é notável a familiaridade da sua rela-

ção com Deus, centrada em algo muito importante para Jesus: conhecer a vontade de Deus para a realizar

fielmente.

Jesus preocupa-se com a iniciação dos seus discípulos na oração, e fá-lo duma forma excelente. No Pai Nosso

deixou-nos o melhor desse ensinamento.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

Jesus manteve uma relação muito íntima e permanente com seu Pai; a oração – encontro pessoal com

Ele – alimentava essa relação, expressão da corrente de amor que os unis.

35

Jesus cultivou intensamente a oração, frequente e confiante com seu Pai; sempre a partir da sua situa-

ção pessoal e missão concreta. A ela levava a vida e as necessidades dos homens e mulheres, sempre

atento às suas situações concretas. Sem oração não pode entender-se nem pode haver vida autentica-

mente cristã.

A Nossa oração, ao estilo de Jesus deve estar marcada por uma relação amorosa e confiante; sempre

aberta a descobrir a vontade de Deus na nossa vida; feita a partir da nossa realidade pessoal e missão

concreta; atenta à vida e necessidades das pessoas.

Na nossa oração devemos cultivar os diferentes tipos de oração que Jesus praticou. Também nisto é

nosso Mestre.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Trabalho pessoal

Leitura de toda a catequese.

Para partilhar na reunião a tua experiência no campo da oração, responde por escrito, de forma muito

breve:

Às perguntas do primeiro Diálogo do Capítulo «A nossa experiência»

À última pergunta do Diálogo do capítulo «A História da salvação».

É conveniente, para não dizer necessário, que os membros do grupo cheguem a algum compromisso

para melhorar a vida de oração. Se não se chega a isso, ficou-se apenas no falar da importância da

oração, o que é insuficiente. O último Diálogo do tema da catequese aponta para aí.

Na reunião

É importante reservar um momento da reunião para a oração.

Partilha-se o trabalho realizado a nível pessoal. O catequista determinará se tudo ou se só o que mais

convenha ao grupo. Em nenhum caso devem deixar de abordar as perguntas do capítulo 2 «História da

salvação».

Oração

Pode ler-se Mt 6,5-8

Quem anima e motiva à oração convida a reler em clima de oração o breve comentário sobre o Pai

Nosso que está no desenvolvimento da catequese.

Rezamos juntos o Pai Nosso.

Rezamos em silêncio.

Convida-se a partilhar a oração pessoal que cada um fez.

No esquema do processo, ao finalizar esta catequese, recomenda-se uma pequena celebração para a entrega

do Pai Nosso.

O catequista decide se se suprime este momento de oração aqui indicado ou se ambos se mantêm.

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CELEBRAÇÃO: entrega do Pai-nosso

Celebração de ação de graças

Pistas de oração, tendo em conta as catequeses anteriores e apresentadas num estilo vivencial-pessoal mais

que conceptual.

1. VINDE E VEDE

Saber estar com Jesus e descobrir o seu estilo de vida.

Reflexão

Prece

2. AÍ ESTÁ O REINO

A difícil convivência. Chamados ao Reino!

Reflexão

Prece

3. AS TUAS MENSAGENS, AS TUAS BEM-AVENTURANÇAS

A carta magna da felicidade: as bem-aventuranças

Reflexão

Cântico: Bem-aventurados sois vós

Prece

4. ENCONTRAR E DESCOBRIR

Imagem falsa de Deus

Reflexão

Prece

5. A NOVIDADE DE JESUS

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Fome de ser pessoas… Jesus, o homem novo

Reflexão

Cântico

Prece

6. ORAMOS COM JESUS

Jesus porque rezas? Amas e confias em teu Pai

7. RITO DE ENTREGA DO PAI NOSSO

Sentido

No final desta celebração entregaremos um cartão como o Pai Nosso que remete para um comentário ao pai

Nosso.

O cartão

O cartão pode ter escrito num lado o Pai-nosso e no outro um breve texto que convide a descobrir e a assimilar

Possíveis leituras

Romanos 8, 14-17.26-27

Gálatas 4, 4

Salmo 102 (canta a bondade paterna de Deus)

Fórmula de entrega

Toma em tuas mãos este Pai-nosso e o esquema do seu comentário:

Descobre, saboreia, assimila nela as grandes linhas do pensamento de Jesus.

Que seja o teu alimento diário.

Que seja a nossa oração na comunidade cristã.

Que seja a expressão da confiança depositada no Pai.

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ENCONTRO DE ORAÇÃO: o Pai-nosso

Encontro de oração

O Comentário ao pai Nosso que se encontra nas páginas 193-200 pode converter-se num encontro de oração

comunitária.

Para isso tenha-se em conta o seguinte:

Cada uma das invocações pode ser lida por um membro do grupo.

Sugere-se uma leitura calma, pausada.

Uma música suave de fundo durante a leitura dos testos e com um volume mais alto entre uma petição

e a outra pode ajudar à oração.

Momento de oração pessoal

Este texto pode também converter-se num recurso para a oração pessoal. O catequista convida, no final do

encontro a recordar com frequência este texto, servir-se dele e orar a partir de alguma petição.

Pode seguir-se este esquema:

Reza-se primeiro o Pai Nosso.

Escolhe-se uma petição.

Lê-se o texto de comentário a essa petição.

Medita-se o texto lido.

Continua-se a oração com palavras que exprimam os sentimentos pessoais.

Termina-se rezando o Pai Nosso.

39

12. JESUS MORRE NA CRUZ POR AMOR

OBJETIVOS

1. Conhecer e situar historicamente a morte de Jesus: a sua realidade, as causas que a provocaram, o

processo.

2. Contemplar e interiorizar o mistério de amor presente nesta morte e o seu sentido salvífico «por nós».

3. Deixar-se interpelar pela entrega de Jesus até à morte, como convite a um estilo de vida também

entregue e oferecido: a Deus e aos outros.

MENSAGEM CENTRAL

Este tema e o seguinte – ressurreição – são inseparáveis. Ambos configuram a páscoa de Jesus. Se os trata-

mos separadamente é apenas por uma questão metodológica, mas deve ter-se em conta que na fé cristã não se

compreende um sem o outro.

A morte de Jesus é o culminar de uma vida de entrega e de amor, e não pode se entendida desvinculada de

toda a sua vida.

Há causas históricas que levam Jesus à cruz e que se refletem nos dois processos a que é submetido: causas

«religiosas» para os judeus e «políticas» para os romanos.

Para nós, cristãos, é importante sobretudo o sentido desta morte que se exprime nos textos da primeira tradi-

ção cristã de várias formas: «Morreu por nós…, pelos nossos pecados…, amou-nos e entregou-se por nós….».

Na morte de Jesus torna-se claro a sua fidelidade plena ao Pai, mas também a fidelidade de Deus à humanida-

de: em Jesus, Deus partilha a nossa condição humana até à morte. Por isso esta morte nos liberta, redime, sal-

va.

Diante da sua morte Jesus leva-nos a fazer nossas as suas atitudes de amor, entrega, dádiva, solidariedade

libertadora…, e a sentirmo-nos próximos de todos os crucificados da história.

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ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

A morte de Jesus como consequência de toda uma vida de entrega e de amor: a Deus e aos homens.

A morte de Jesus como solidariedade de Deus com a humanidade.

O chamamento que a morte de Jesus é para nós: uma vida entregue aos outros.

É importante suscitar e expressar os sentimentos de admiração e de agradecimento a Jesus, que se

entrega «por nós» até à morte.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Pode dedicar-se um breve espaço de tempo a comentar algum aspeto que mais tenha chamado a aten-

ção do ponto 1, «O facto histórico» do capítulo 2, «História da Salvação».

Mas sobretudo interessa aprofundar o ponto 2 desse mesmo capítulo, «Uma morte salvadora» respon-

dendo às perguntas do Diálogo correspondente.

Se necessário, o catequista irá ao encontro das possíveis dificuldades e dará os esclarecimentos, pro-

curando que não sejam considerações teóricas, mas ajuda dando a aflorar os sentimentos e reações

vitais dos membros do grupo.

Oração

O tratamento deste tema deve incluir um tempo de contemplação orante da cruz de Jesus. Para isso:

Pode colocar-se um crucifixo ou um ícone diante ou no meio do grupo.

Ou ir a uma igreja ou oratório e convidar os membros a dizer alguma frase de louvor, agradecimento,

gratidão, petição (é importante exprimir sentimentos de gratidão e de admiração).

Pode terminar-se lendo algum texto apropriado:

Hino da carta aos Filipenses (2,6-11)

O Soneto Não me move.

O Hino à Cruz

Canta-se Vitória tu Reinarás ou outro hino à Cruz.

Neste clima de oração, o catequista convida a imitar a atitude de entrega de Jesus com algum compromisso

concreto por parte de cada um. No sentido do que se disse no final do tema.

41

13. JESUS RESSUSCITOU E VIVE

OBJETIVOS

1. Aproximarmo-nos do acontecimento da ressurreição de Jesus, tal como o viveram e transmitiram os

discípulos.

2. Captar o mistério fundamental desta Boa Notícia: Jesus ressuscitou da morte.

3. Aprofundar a importância da espiritualidade pascal para a vida cristã.

MENSAGEM CENTRAL

Deve ter-se pressente a «nota» do tema anterior sobre a unidade dos temas

Aqueles discípulos defraudados pela morte do Mestre têm uma experiência única: O Senhor vive!

E anunciam, narram e celebram esta nova realidade como uma Boa Notícia que transforma a vida: uma notí-

cia não só sobre Jesus não só (que ressuscitou e vive), mas também sobre Deus (que não deixou o seu Filho na

morte), o Espírito (dom de vida e vivificador) e o homem (chamado à vida sem fim em Cristo).

A ressurreição de Jesus transformou a nossa vida. Devemos, como seguidores, viver uma espiritualidade pas-

cal. Isto só é possível na medida em que o nosso encontro com Jesus vivo seja verdadeiramente vivificante e

transformador, como o foi para os primeiros discípulos.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

A mensagem da ressurreição, segundo o testemunho dos apóstolos e outros escritos do Novo Testa-

mento.

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A incidência da ressurreição de Jesus na nossa vidai: a fé como encontro transformador com Jesus

vivo, a espiritualidade pascal.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

É necessário que no tratamento do tema não fiquem por abordar os dois aspetos anteriormente subli-

nhados

Há algo sobre o «acontecimento» que queremos comentar? Ou então comentar os no capítulo 2 os

pontos 1 e 2, «Os apóstolos anunciam…» e «A mensagem da ressurreição». Pode reler-se o texto e os

membros do grupo vão assinalando o que lhe chama a atenção ou o que requer alguma explicação).

É importante ter tempo para o aspeto da espiritualidade pascal (ponto 2 do capítulo 3), respeitando os

«lugares atuais do encontro com Cristo ressuscitado.

Oração

Logo ao início do tema ou então no meio – depois da Boa Notícia da ressurreição – acende-se o círio

pascal ou um ouro círio bonito como símbolo de Cristo vivo e coloca-se no meio do grupo.

Termina-se a reunião recitando em conjunto – pode ser também um leitor a fazê-lo – o hino da Litur-

gia das Horas, Nasceu o Sol da Páscoa, deixando um espaço de silêncio para interiorização. Se Se

acende o círio a meio da reunião, pode recitar-se o hino nesse momento, antes de passar ao ponto da

espiritualidade pascal.

14. O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ (PPVC)

OBJETIVOS

1. Compreender adequadamente o que é um Projeto Pessoal de Vida Cristã (PPVC) e as dimensões que

abarca.

2. Valorizar o que o PPVC pode aportar à maturidade da fé no processo catequético de estilo catecume-

nal.

3. Elaborar, cada membro do grupo, o seu próprio PPVC.

4. Ver o desenvolvimento detalhado do PPVC no livro dos participantes (p. 225-232).

1. O PROJETO PESSOAL DE VIDA

Uma pessoa é mais ou menos adulta quanto mais ou menos definido tem o seu projeto de vida, que orienta,

unifica e dá coerência às decisões que vai tomando.

2. O QUE É UM PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ

Um meio para crescer no seguimento de Jesus.

Planificação como se deseja viver.

Abarca a vida na sua totalidade.

3. PASSOS PRÉVIOS OU PRESSUPOSTOS

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1. O crescimento pessoal de si mesmo.

Desenvolver a personalidade a partir da sua condição de cristão.

Cultivar a relação com Deus.

Apenas aspetos concretos.

2. A ação na própria família ou na comunidade em que vive.

Valores.

Objetivos e meios da dimensão religiosa

Partir da realidade.

Apenas aspetos concretos.

3. A ação ou compromisso na sociedade, no povo.

Ter em conta a realidade.

Ter claro o tipo de sociedade.

Campo de ação.

Compromisso estável.

Compromisso Guido pela fé e pelo Evangelho.

4. A ação da comunidade cristã, na Igreja.

Conhecer a situação da comunidade cristã.

Contribuir para que seja uma comunidade evangelizadora.

Eleger as ações básicas da Igreja em que vai trabalhar.

Compromisso eclesial de qualidade.

4. OBSERVAÇÕES FINAIS

Viver o processo com autenticidade.

Poe escrito a partir do segundo ano.

Reformulação sucessiva.

5. QUADRO ORIENTADOR PARA ELABORAR O PPVC

Crescimento pessoal.

Ao nível humano.

Na vida cristã.

Dimensão familiar. O comportamento na própria família.

Dimensão sociopolítica. O compromisso na sociedade.

Dimensão eclesial. O compromisso na Igreja.

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CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre Cristo (2ª fase) à da Igreja (3ª fase)

Para esta celebração deve estar preparado o cartão para convidar a ler a narrativa do Novo Tratamento e a

estampa com um ícone de Maria.

1. APRESENTAÇÃO

Breve percurso da História da Salvação seguindo os pontos fortes do Nove Testamento abordados

nas catequeses anteriores.

Apresentação espontânea. Pode haver música de fundo.

Alternar com silêncios meditativos. Continuar com música de fundo

No final guarda-se silêncio. Música. Contemplamos com admiração as «obras» de Jesus em cada

um de nós.

Introduz-se a oração litânica já sem música de fundo.

2. ORAÇÃO LITÂNICA DE AÇÃO DE GRAÇAS

Oração de ação de graças.

Silêncio: Oração de ação de graças recordando coisas concretas. Música de fundo.

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3. CÂNTICO DE DISPONIBILIDADE

Abri de par em par.

Silêncio e oração.

4. CÂNTICO AO ESPÍRITO

Breve silêncio.

Oração de súplica.

5. RITO DE ENTREGA DA "NARRAÇÃO BREVE" DO NOVO TESTAMENTO

Catequista

Na celebração anterior propunha-se a leitura de uma «Narração breve» da História da salvação no Antigo

Testamento. Convém que ao concluir esta fase da catequese se complete aquela narração com a «Narração

breve» da História da Salvação no Novo Testamento.

Entrega do cartão como vem indicado na p. 236.

6. EXORTAÇÃO PARA ELABORAR O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ (PPVC)

Motivação.

Prece.

7. COMPROMISSO PERANTE A COMUNIDADE SOBRE O PPVC

Pergunta sobre a decisão de fazer um discernimento oportuno para elaborar o PPVC

8. CÂNTICO DE DESPEDIDA

9. ENTREGA DE UMA RECORDAÇÃO DA CELEBRAÇÃO

Uma estampa com um ícone de Maria

O cartão com o Guia para a narração breve do Novo Testamento deve ser preparado com algum

desenho e ter o texto que aparece no final deste Guia.

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3

SEGUIDORES

DE JESUS

ETAPA CATEQUÉTICA 2

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Entramos na terceira e quarta fase do caminho catequético. Depois de contemplar e de usu-

fruir o desejo salvador de Deus manifestado no Antigo Testamento (primeira fase), e de o ver

realizado em Jesus de Nazaré, o Cristo (segunda fase, Novo Testamento), assumimos como

Igreja de Jesus o compromisso continuar a levar à humanidade a salvação oferecida por Ele

(terceira fase). Sublinhamos, por isso, a importância que tem a dimensão histórica da Igreja

no processo catequético.

A Igreja de Jesus Cristo, ao longo dos séculos, peregrina na terra ao encontro do seu senhor

que vem. Sabe que a luz e a força do Espírito santo, que Jesus lhe prometeu, a mantém

paciente e fiel, apesar das suas crises internas e das dificuldades e perseguições que experi-

menta sem cessar. Enquanto caminha neste mundo, solidária com as alegrias e as esperanças,

dores e trabalhos dos homens, aguarda com humilde confiança e vigilante ardor, o retorno do

Senhor, a sua gloriosa vinda.

Os dois primeiros temas da terceira fazer formam uma unidade. Estão redigidos em chave

mais teológica e explicativa. Isso vai exigir que o catequista dê algumas explicações de con-

teúdo mais teológico e doutrinal, se o grupo necessitar, o que também é importante. Mas não

deve descuidar o aspeto mais vivencial, tanto a partir da própria experiência – o seu testemu-

nho de se sentir Igreja – como a partir da experiência dos membros do grupo, tendo em conta

as perguntas que vão marcando a reflexão do tema.

Com a quarta e última fase catequética, onde se aborda a moral evangélica, é altura da nossa

resposta pessoal.

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TERCEIRA FASE.

CATEQUESES SOBRE A IGREJA

1. A IGREJA DE JESUS, O SENHOR

Deus quer-nos livres

2. A IGREJA VIVIFICADA PELO ESPÍRITO SANTO

Carismas e ministérios

3. IGREJA, QUE FIZESTE DA TUA MISSÃO SALVADORA?

Algumas ações importantes ao longo da sua história

CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM

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Da catequese sobre a Igreja (2ª fase) à da moral evangélica (4ª fase)

NARRAÇÃO DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO NO TEMPO DA IGREJA

1. A IGREJA DE JESUS, O SENHOR

OBJETIVOS

1. Tomar consciência de que a Igreja faz também parte da história da salvação de Deus com a humani-

dade de Jesus Cristo.

2. Aproximarmo-nos de alguns aspetos da Igreja duma forma vivencial e reflexiva, à volta dalgumas

imagens bíblicas e do Vaticano II: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo.

3. Crescer em ligação à Igreja, que não nos é estranha, pelo contrário, nós como todos os batizados,

somo a Igreja. Nela e por ela nascemos para a fé e nela vivemos.

MENSAGEM CENTRAL

Recorde-se que este tema e o seguinte formam uma unidade e estão redigidas em chave mais teológica e

explicativa que os outros. Isso exige do catequista que tenha em conta o seguinte:

Deverá dar algumas explicações de conteúdo mais teológico e doutrinal, se o grupo necessitar, o que

também é importante.

Não se deve descuidar o aspeto mais vivencial, quer a partir da própria experiência – o seu testemu-

nho de se sentir Igreja – quer a partir das experiências dos membros do grupo, a partir das perguntas

que vão marcando o tema.

A «etapa da Igreja», que vai do Pentecostes à Parusia do Senhor, é parte da história da salvação, pois a Igreja

recebeu a missão de levar por diante a obra de Jesus, assistida pelo Espírito Santo.

A Igreja tem Jesus por origem e fundamento. Assim como também entendemos que Jesus «fundou» a Igreja.

50

A nossa reflexão sobre a Igreja centra-se nas três imagens (de estrutura trinitária): povo de Deus, corpo de

Cristo, templo do Espírito Santo, de maneira sucinta, mas aportando dados que permitam ter uma visão basi-

camente completa.

A Igreja é convocação (reunião) e missão (envio). Se falta alguma destas dimensões, falseia-se o ser da Igreja.

Tudo isto tem a ver com a maneira como nos sentimos Igreja e vivemos como tal.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

É muito importante que os membros do grupo captem da maneira mais clara possível o sentido das

três imagens.

É fundamental que a reflexão sobre a Igreja se faça com afeto e suscite afeto. Os defeitos humanos da

Igreja não anulam – pelo contrário, devem potenciar – a nossa visão de fé da Igreja.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Se no ambiente há uma forte crítica à Igreja e uma acentuação dos seus defeitos, pode partir-se da expe-

riência que cada um tem de se «sentir Igreja». O catequista deve moderar bem este ponto, para que não se

alargue em excesso. Se for conveniente pode ler-se e comentar-se, neste momento, o texto de C. Carreto.

O corpo principal da reunião é destinado a captar bem o sentido das três imagens, desde o conteúdo

teológico (eclesiológico) até ao sentido vivencial para nós. Pode fazer-se a partir do conjunto de per-

guntas dos Diálogos.

Oração

Ler, em clima de oração, os textos do Vaticano II. Comentários espontâneos (podem fazer-se repetin-

do a frase que mais chamou a atenção).

Pode terminar-se com um cântico sobre a Igreja…

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2. IGREJA VIVIFICADA PELO ESPÍRITO SANTO: carismas e ministérios

OBJETIVOS

1. Tomar consciência do protagonismo do Espírito Santo na vida e missão da Igreja.

2. Perceber a Igreja como comunidade estruturada em carismas e ministérios.

3. Compreender melhor a realidade dos carismas e ministérios na Igreja.

MENSAGEM CENTRAL

Tenha-se em conta a nota prévia no capítulo «Mensagem central» do tema anterior.

O Concílio Vaticano II, em sintonia com a melhor tradição bíblica e patrística, salientou a importância do

Espírito Santo na Igreja.

A Igreja é una e diversa: unidade de fé, esperança e caridade, mas diversidade de carismas (dons) e ministé-

rios (serviços), que são concedidos pelo Espírito Santo para o «bem comum» de todo o corpo da Igreja.

Explicação teológica dos termos «carisma» e «ministério». É importante captar o sentido desta explicação,

devendo o catequista ajudar os membros do grupo.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

O protagonismo (no sentido de princípio de vida) do Espírito santo no ser e missão da Igreja.

A estrutura carismática e ministerial da Igreja. O sentido dos carismas e ministérios na tradição da

Igreja.

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DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Como se dizia no tema anterior, é importante conjugar também nesta catequese o aspeto vivencial e

experiencial com o do conhecimento teológico da realidade da Igreja.

Pode partir-se lendo 1 Cor 12,4-11. Neste texto encontramos as referências fundamentais que interes-

sa sublinhar nesta catequese: a ação do Espírito santo e a estrutura carismático-ministerial da Igreja.

O Espírito Santo. Podemos responder às perguntas do Diálogo do capítulo «Uma nova sensibili-

dade eclesial».

Carismas e ministérios. Talvez seja bom voltar a ler em grupo o capítulo «Diversidade de caris-

mas», partilhar as dúvidas, as perguntas, o que não se entende bem… O catequista deve ajudar o

grupo a compreender o texto.

Outra possibilidade: previamente, em casa, os membros do grupo sublinharam as frases (do capí-

tulo «Diversidade de Carismas» que mais gostaram e as que não entenderam ou desejam clarifi-

car. Na reunião partilha-se tudo isso.

Oração

Comentar o texto de I. Hazim

Rezar com a sequência do Pentecostes, lendo-a pausadamente, podendo haver um fundo musica.

Ler o texto de Santa Teresa do Menino Jesus que tem a ver com o texto de São Paulo lido no início e

com o que se disse tema sobre o amor como «carisma de carismas». Comentário – não discussão –

sublinhando frases ou pensamentos.

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3. IGREJA, QUE FIZESTE DA TUA MISSÃO SALVADORA? Algumas ações importantes da Igreja ao longo da sua história

OBJETIVOS

1. Tomar consciência da salvação-libertação que a Igreja trouxe à histórias humana, como Corpo de

Cristo ressuscitado.

2. Promover nos participantes:

A convicção de que a Igreja é o Corpo de Jesus vivo, que continua a sua ação salvadora ao longo

da história humana.

Uma atitude de gratidão para com os filhos e filhas da Igreja, que se esforçam por trazer esta sal-

vação e libertação à nossa terra.

Um vivo desejo, um compromisso de continuar a colaborar com a Igreja para que a sua ação sal-

vífica, prometida e iniciada por Jesus, seja eficaz entre nós.

MENSAGEM CENTRAL

Jesus, Filho de Deus, «feito um de nós», cumpriu na Palestina a missão que o seu Pai lhe confiou: anunciar e

tornar realidade no mundo o Reino de Deus, isto é, estabelecer uma nova convivência entre homens e mulhe-

res, como filhos e filhas do mesmo Pai Deus.

Como este projeto de Deus era para toda a humanidade, Jesus, antes de deixar visivelmente os seus apóstolos,

envia-os a todo o mundo, outorgando-lhes a presença do seu Espírito. Com eles, como Igreja sua, Jesus quer

levar a sua salvação libertadora a todas as pessoas que cheguem à nossa terra. Assim, a história humana conti-

nua a ser uma história de salvação.

A Igreja, apesar dos seus pecados e defeitos e humanos – «santa e ao mesmo tempo necessitada de reconcilia-

ção» – continua a ser mediadora da salvação de Jesus, graças à presença interior do Espírito Santo. Em que

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mediada a Igreja tem sido fiel ao seu Esposo e Cabeça Jesus, a longo da sua história de dois mil anos? Vê-lo-

emos neste tema de catequese.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

Na primeira parte da catequese sublinha-se especialmente a imagem negativa que a Igreja tem nos

não crentes, e inclusivamente entre os crentes. É verdade que a Igreja de Jesus tem muitos momentos

sombrios na sua história. Mas são muitos mais os seus aspetos luminosos, embora nem sempre conhe-

cidos. Não temos sabido «projetar» os pontos edificantes da Igreja com uma catequese equilibrada de

«luzes e sombras». É, além disso, difícil dá-la a conhecer nos meios de comunicação, dado que para

estes o noticiável é o que sai do normal, e o que destaca são as incoerências e os pecados da Igreja.

Nesta catequese queremos destacar:

Que o contributo salvífico da Igreja à nossa história humana foi altamente libertador. Sem entrar

no julgamento da sua ação renovadora no interior das pessoas, contemplando apenas as suas

ações de apoio, de esperança, de libertação, de humanização… na nossa terra, podemos assegurar

que, graças à ação salvadora da Igreja, a situação do mundo é mais saudável e vigorosa do que

se ela não estivesse presente.

Essa dupla realidade paradoxal, misteriosa, que se dá na Igreja: 1) que a presença nela de Cristo

e do seu Espírito não impede nem a fragilidade nem as infidelidades dos seus membros, e 2) que,

apesar dos seus antitestemunhos, a Igreja continua a ser para Cristo instrumento de salvação e de

libertação através dos séculos.

A importância de que os participantes dos grupos não fiquem à margem, fora desta história glo-

bal da Igreja, resumida em quatro grandes ações que Jesus realizou na sua vida e que entregou à

sua Igreja para lhes dar continuidade:

– Pôr os homens e mulheres de todo o tempo em contacto com Jesus e o seu Evangelho.

– Facilitar o acesso a Deus a uma humanidade que está aberta a Ele.

– Atuar como uma Igreja próxima das pessoas.

– Viver como uma Igreja que realiza a sua missão marcada pela cruz…

A segunda parte desta catequese é a «narração» linear e muito sintetizada da história da Igreja desde o

século I ao XX, dividida em períodos: sec. I-IV; sec. V-XIV; sec. XV- XVII; sec XVIII-XX; 1962-

1965 (Vaticano II); década 60-90 do sec. XX e espera do Senhor Jesus. Refletir sobre se esta narração

linear nos dá algumas perspetivas – positivas ou negativas – que ajudem a nossa fé .

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Trabalho pessoal

À medida que se vai lendo e refletindo a catequese, ir descobrindo no contexto da própria comunidade

paroquial acontecimentos semelhantes, pessoas que atuam de modo parecido…

Em relação a si mesmo, ir assumindo que, do mesmo modo que estes crentes receberam a luz do

seguimento de Jesus e convidaram outros a segui-lo, também agora seguimos Jesus e Ele nos confia a

missão de comunicar a outras pessoas essa experiência salvadora de ajudar, de levantar a esperança,

de fazer com que os outros tenham um novo olhar sobre a vida… que o Evangelho de Jesus nos pro-

porcionou.

Na reunião

Na realidade a reunião deve ser uma partilha das reflexões e experiências descobertas no trabalho pessoal.

É muito importante que o catequista manifeste o seu sentido positivo eclesial, apesar dos defeitos da Igreja.

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Pode começar-se a sessão proclamando o envio missionário de Jesus: Mt 28,18-20.

Depois de um tempo de silêncio acerca do envio apostólico, partilha-se o que se experimentou e ano-

tou no trabalho pessoal, seguindo a ordem das quatro ações da Igreja na sua história e acabando com

alguns contributos a partir da narração linear. O catequista procurará ajustar os juízos excessivamen-

te positivos ou negativos.

Pode recordar-se o texto da Carta a Diogoneto, no qual os cristãos entendiam o seu contributo à sal-

vação da sociedade, concebendo-se como «alma do mundo», pela sua inserção testemunhal nele. Faz-

se um breve comentário e apresentam-se algumas pistas da própria inserção salvadora-libertadora na

nossa sociedade secularizada.

Pode terminar-se recordando ou voltando a ler o texto de Mt 28,18-20: «Eu estarei sempre convosco

até ao fim dos tempos».

Narração da Igreja particular

Como já indicámos na introdução, parece-nos importante o conhecimento da história da realidade da própria

Igreja particular ou diocese.

Sugerimos que no final da «narração» da história da Igreja universal se inclua uma referência à Igreja particu-

lar, e também em forma de «narração» ou como cada serviço Diocesano de Catequese o julgue mais conve-

niente.

CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre a Igreja (3ª fase) à da moral evangélica (4ª fase)

Ver o desenvolvimento da celebração no livro do participante.

Embora as catequeses da história da Igreja tenham terminado num clima de oração, no final das

catequeses sobre a Igreja celebra-se o rito de passagem às catequeses sobre a moral evangélica. Faz-

se com a entrega do convite à leitura da «Narração breve da história da Igreja». O animador deverá

ter preparado os cartões com o convite.

1. APRESENTAÇÃO

Pode pôr-se música de fundo

Sentido

Como vimos, o «tempo da Igreja» é o terceiro período da história da salvação, que abarca a 3ª fase da etapa

da catequese. Hoje celebramos festivamente a passagem do encontro com a comunidade de Jesus, a Igreja, ao

encontro com a moral evangélica, que é a 4ª fase da etapa da catequese.

Reflexão

Silêncio contemplativo, admirando e louvando as obras do Espírito de Deus na Igreja.

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2. ORAÇÃO LITÂNICA

Admonição

Todos reconhecemos os aspetos negativos da Igreja. Hoje vamos ressaltar alguns dos seus aspetos positivos.

Expressamos, por isso, a nossa gratidão a Deus pelas «maravilhas» que Ele, como em Maria, realizou em nós

através dos filhos e filhas da Igreja.

Respondemos: Nós te damos graças, Senhor

Preces litânicas

Deveria fazer-se completa ou então fazer uma seleção segundo o critério do catequista, que poderia ainda

acrescentar, por exemplo, os santos patronos da diocese, da paróquia, etc.

Oração em silêncio

Faz-se, em silêncio, uma oração pessoal de ação de graças recordando coisas concretas que o Senhor

realizou em nós, como membros da Igreja. (Música de fundo).

Cântico ao Espírito

Toda a ação secular da Igreja é, basicamente, obra do Espírito de Cristo Breve silêncio de oração.

3. RITO DE ENTREGA DA "NARRAÇÃO BREVE DA HISTÓRIA DA IGREJA"

Apresentação

Nas celebrações anteriores entregámos uma "Narração breve da história da Salvação no Antigo Tes-

tamento" e outra no Novo Testamento. Ao concluir esta fase da catequese sobre a Igreja, convém

completar aquelas entregas com a recordação desta "Narração breve da história da salvação no tem-

po da Igreja".

Entrega da recordação a cada participante

Uma vez que a «Narração da História da Salvação no tempo da Igreja se encontra no livro do participante,

pode preparar-se um cartão com o nome e a data de entrega.

Oração final

Cada participante pode ler um parágrafo.

4. PASSAGEM À 4ª FASE DA CATEQUESE

Neste momento de um conhecimento e vivência globais da história da nossa salvação queremos ter-

minar a descoberta de tesouros da fé tão importantes nessa história como são os critérios do agir

humanos próprios de toda a moral evangélica, que estimulam o testemunho da vida cristã e favore-

cem a transformação da nossa convivência social numa sociedade impregnada com os sinais do Rei-

no de Deus

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QUARTA FASE: catequese sobre a moral evangélica

4. CRISTÃO, ÉS UM SEGUIDOR DE CRISTO

5. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS

6. O DOMINGO, FESTA DOSA CRISTÃOS

7. A MORAL CRISTÃ

Bases da moral cristã

8. VIDA HUMANA E SOCIEDADE HUMANA PARA OS FILHOS DE DEUS

Moral pessoal e moral social

CELEBRAÇÃO

Ação de graças pela moral evangélica

9. ESPERO A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS E A VIDA DO MUNDO FUTURO

Consumação do homem e do cosmos

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CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM

Da etapa catequética à etapa mistagógica

A CONFISSÃO DE FÉ: EXPOSIÇÃO RESUMIDA

4. CRISTÃO, ÉS UM SEGUIDOR DE CRISTO

OBJETIVOS

1. Provocar uma maior adesão a Cristo e ao seu Evangelho.

2. Conscientizar e motivar que a nossa vida moral nasça duma real e efetiva a adesão a Jesus Cristo, em

nossas vidas.

MENSAGEM CENTRAL

Estamos na quarta parte do caminho catequético. Depois de contemplar e usufruir o desejo salvador de Deus

manifestado no Antigo Testamento (1ª parte), de a sua realização em Jesus de Nazaré, o Cristo (2ª parte, Novo

Testamento), de assumir, como Igreja de Jesus o compromisso de continuar a levar à humanidade a salvação

por Ele trazida (3ª parte), chega o compromisso da nossa resposta pessoal. O «creio» que repetimos continua-

mente na Eucaristia – deveríamos afirmá-lo na primeira pessoa, comprometemo-nos, mesmo quando o faze-

mos na Igreja, em comunidade – supõe uma adesão incondicional a Deus que se nos manifestou em Cristo:

«Não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que

nos possa salvar» (Act 4,12).

Nesta catequese queremos sublinhar concretamente que o sinal de identidade mais claro de um cristão não

está tanto nos sinais ou manifestações externas mas antes na adesão interna a Jesus e ao seu Evangelho, uma

adesão que se traduzirá em atitudes específicas na vida e nas suas manifestações externas, fundamentalmente

de caráter religioso (oração, celebração, sinais como a cruz, o livro da Palavra…)

É conveniente que a nossa adesão a Jesus não se fique só naquele judeu maravilhoso que viveu há dois mil

anos e que todos admiramos, mas em Deus, que nos falou por meio de Jesus. Na verdade, Jesus deve levar-nos

a Deus

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

59

A adesão a Jesus vem como uma resposta a um convite que Deus nos faz para viver em comunhão

com Ele. A iniciativa sempre é sua. Na fé é necessário viver o dom da gratuidade da parte de Deus:

cada um se deixa encontrar pelo amor de Deus.

Em todo o crente é muito importante a sensação de se ter encontrado com Jesus Cristo, com Deus, em

algum momento da sua vida: é algo que resulta difícil de explicar, mas que não podemos esquecer,

algo que, de algum modo, marca a nossa vida. A adesão a uma pessoa acontece quando se viveu algo

de importante com ela. A «experiência» da fé (que a fé nasça como fruto de uma experiência de

encontro) é vital para que se dê a adesão que procuramos.

A fé é uma decisão, uma opção, do estilo das grandes decisões da vida que influenciam poderosamen-

te uma pessoa, como a decisão de escolher o seu par, ter um filho, trabalhar vitaliciamente num

determinado campo de compromisso, etc. A maior parte de nós somos cristãos por ter nascido numa

terra e numa família onde o ser cristão era uma componente mais da socialização. Mas uma iniciação

adulta na fé não pode conformar-se unicamente com isso mas deve fazer a sua a sua opção consciente

e livre. É uma opção que afeta toda a pessoa, que dá um estilo de vida, que tem uma incidência, por

isso mesmo, nas grandes atitudes perante a vida. Todas as dimensões da vida são coordenadas harmo-

nicamente a partir deste «centro de operações» que é a vivência da fé.

É uma opção que não é feita solitariamente, mas em grupo, em comunidade, em Igreja; vive-se com

eles, ajudado por eles e também não se limita apenas à vida pessoal e à vida de comunidade. A opção

por Jesus Cristo afeta a pessoa toda, une à sua comunidade, mas também leva a um maior compromis-

so com a sociedade. Não podemos esquecer que Jesus é uma oferta de Deus à humanidade.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Depois da leitura pausada e meditada da catequese

pensar até onde está a levar, na prática, esta adesão, até onde chegam as suas implicações ou até onde

não chegam e se se quer verdadeiramente levar a sério a fé, tomar a decisão de melhorar as deficiên-

cias e lacunas encontradas, propondo-se um processo, alguns passos concretos;

sabendo que a fé é uma resposta a Alguém que se torna presente na nossa vida, a oração agradecida

deveria estar presente num verdadeiro crente nos dias anteriores à reunião de grupo.

Na reunião

Depois de uma introdução por parte do catequista em que insiste na necessidade de uma identidade

cristã em todo o tempo, mas muito mais numa vida fragmentada e individualista como a que vivemos,

e onde bastantes dos homens e mulheres «religiosos» constroem as suas crenças «livremente», cada

um partilha a sua experiência.

Se tem consciência de ter feito com alguma consistência uma opção livre por Jesus Cristo e pelo

seu evangelho.

Até onde o levou esta opção.

Nestes momentos, o catequista lê o texto de Lucas ou então o de Mateus. Pergunta, depois, como é

que cada um se sente perante as oito características do seguidor de Jesus propostas nesta catequese,

Quando o catequista considerar oportuno, volta a ler o Evangelho, desta vez o texto de João («Vos

destinei a ir e a dar fruto») e pergunta ao grupo o que cada um tem pensado melhorar na sua vida

para se aproximar deste modelo de seguidor apresentado na catequese.

Depois de escutar o grupo, o catequista pode interpelar o grupo recordando ou sublinhando algum

aspeto que não tenha sido suficientemente destacado.

Convida, por último, à oração. Pode usar-se o poema de P. Casaldáliga, Seduziste-me , Senhor e /ou o

prefácio da oração eucarística V, Jesus, nosso caminho.

60

5. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS

OBJETIVOS

1. Ajudar a tomar consciência que o amor de Deus ocupa o centro da vida cristã.

2. Provocar:

Desejo de se encontrar com esse Deus que tanto nos ama.

Desejo de responder generosamente ao seu amor.

MENSAGEM CENTRAL

A vida de muitos cristãos tem-se caracterizado com frequência por um conjunto de ritos, normas, costumes e

tradições religiosas, que têm tido, sem dúvida, uma séria incidência no seu comportamento ético, mas pode ter

faltado a experiência desse encontro gozoso e cheio de ternura com o Deus de amor, experiência que deve

ocupar a centralidade da vida cristã.

Provocar essa experiência de encontro, ajudar os catequizandos a que se sintam próxima e carinhosamente

acompanhados por Deus nas suas vidas, é uma das primeiras metas de todo o catequista.

O amor de Deus sobre todas as coisas, relativizando tudo o resto, uma atitude de resposta por parte do crente

depois de se ter sentido gratuitamente amado e convidado por Deus a fazer parte do seu projeto, da sua vida, é

a característica principal de todo o homem e mulher religiosos.

O crente vê e julga toda a sua vida a partir da esfera de amor onde entra. O pecado vive-o como infidelidade

ao amor, e o juízo ético – positivo ou negativo – que projeta sobre uma ação está condicionado a que essa

ação conduza ou não a um crescimento no amor de Deus, aos irmãos e a si mesmo.

61

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

Deus ocupa o centro da vida de Jesus. Há coisa que podem tirar-se do Evangelho e continuará a ser a Boa

Notícias de Jesus; se se tira Deus, o Evangelho desaparece, não se entenderia nada do seu conteúdo. Frequen-

temente desenhamos Deus com traços de omnipotência, força, inteligência (vê tudo, pode tudo, manda acima

de tudo, mas, por acaso, temos destacado temos o que é originariamente seu: o amor. Deus ama, é uma comu-

nidade de amor, e, porque ama, cria e torna-nos parte do seu projeto. Deveríamos que passar anos a catequizar

o povo acerca do amor de Deus para que pouco a pouco pudesse fazer sua a imagem primordial do Deus

amor.

A atitude própria de um verdadeiro crente não é tanto a de pedir perdão, de pedir-lhe coisas, louvá-lo, adorá-

lo, venerá-lo…, mas deixar-se amar por Ele, dar-lhe lugar na sua vida, agradecer-lhe o seu amor e responder-

lhe com a intensidade própria e um coração enamorado, como mostram os grandes místicos.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Na reunião

Depois da leitura pausada e refletida da catequese, cada um pensa:

No lugar que Deus ocupa na sua vida: que tempo dedica a pensar nele, a encontrar-se com Ele, a

rezar…

Se os seus comportamentos humanos são todos analisados sob a ótica do amor, sob o olhar amoroso

de Deus, Pai de todas as pessoas.

Não é só pensar, é também decidir os passos necessários para ir fazendo própria essa vivência da fé como

una relação de amor entre Deus e cada um de nós.

Depois de insistir em que nos encontramos no núcleo central da vida cristã. O catequista pergunta a cada

um se se tem sentido interpelado a refletir sobre esta catequese e abre o diálogo. O catequista insiste,

naturalmente, nos pontos citados acima como pontos centrais da catequese. Quando achar oportuno lê os

textos evangélicos sugeridos na catequese, todos eles importantes, sobretudo os de Marcos e Lucas.

Antes da oração, seria bom que o catequista, depois de ler o texto da carta de João, pergunte ao grupo

sobre os passos de cada um para avançar nesta linha.

É muito importante que cada um decida:

A importância real, tempo e momento para a oração individual.

As situações concretas em que vai organizar essa resposta a Deus, servindo aos irmãos, pois não é em

vão que eles são a mediação mais importante para comunicar com Deus.

Começa, depois, a oração do grupo com o texto de Santo Agostinho, Tarde te amei… Pode usar também

a oração de São Tomás, Dá-me, Senhor, um coração vigilante

62

6. O DOMINGO, FESTA DOS CRISTÃOS

OBJETIVOS

1. Trata-se de conseguir a vivência da fé e da celebração como aspetos da mesma experiência pessoal (fé

como opção pessoal). A experiência ou vivência pessoal da fé traz consigo a dimensão celebrativa.

2. Potenciar as duas mesas, como expressão de fé e fonte de alimento: a mesa da Palavra e a mesa da

fração do pão.

3. Tomar consciência da dimensão comunitária da fé e do sentido comunitário da celebração.

4. Estar consciente dos compromisso para com os outros: o compromisso para com os irmãos necessita-

dos é inerente à fé e, logicamente, à celebração.

MENSAGEM CENTRAL

Poderíamos anotar vários pontos, porque, de facto, a celebração abarca vários aspetos essenciais da vida da fé.

Celebração. Tendo em conta que a fé é vivência pessoal profunda que afeta toda a pessoa, a celebração, com

todas as suas variantes, é expressão dessa vivência interior. Vive-se e celebra-se. Celebra-se o que se vive.

Dizer «juntos» a fé, proclamá-la, cantá-la, rezá-la, refleti-la, meditá-la, deixar-se iluminar pela Palavra, parti-

cipar da mesa, etc., são dimensões ou aspetos muito importantes.

O domingo, festa dos cristãos. Queixamo-nos, como anotaremos depois, do peso obrigatório ou de lei que o

domingo tem. Os aspetos essenciais do domingo são:

Sentido comunitário ou de assembleia cristã: a opção de fé reúne-nos escutamos apalavra, reconcilia-

mo-nos, refletimos a mensagem, comprometemo-nos na mesa…, fazemos a aposta do amor, da frater-

nidade, da solidariedade.

Olhamos a vida interna da comunidade, mas para não ficarmos nela. Olhamos a sociedade, tendo em

conta que a comunidade, a Igreja, é opara o mundo, és «servidora dos homens».

O domingo é importante como memória e atualização da ressurreição. O cristianismo nasceu fundamental-

mente da experiência pascal. Sem Páscoa a celebração não teria sentido. Alegramo-nos e gozamos da presença

do Senhor ressuscitado. O Deus da vida, que assim se manifestou no Jesus pascal, anima-nos com o seu espíri-

to a construir o Treinos. Celebração construtora de Reino.

Poderiam anotar-se mais aspetos: o domingo como descanso, com a sua dimensão lúdica, as relações entre

familiares e amigos, a dimensão de abertura à natureza, o silêncio oracional reflexivo, etc.

63

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

A opção pessoal da fé em Jesus na sua dimensão gozosa-celebrativa.

A fé partilhada com outros que fizeram a mesma opção de fé: comunidade cristã. Consciência de per-

tença.

A motivação essencial da celebração do domingo está na Páscoa. Reunimo-nos e vivemos a partir de

Jesus Ressuscitado.

Uma convicção forte: vivemos numa sociedade concreta a que propomos a nossa oferta de fé. «Não

impomos, mas propomos». O compromisso de serviço à comunidade humana. Um serviço que é

anúncio e denúncia, Reino de Deus.

No aspeto negativo:

Devemos evitar o perigo do que chamamos legalismo, obrigatoriedade, rotina, rubricismo, ritua-

lismo…, já que isto produz na assembleia indiferença, enfado, aborrecimento, apatia, afastamen-

to…

Deve ter-se em conta que se corre o risco de ser enganado, o perigo da manipulação, do consu-

mismo, do escapismo, da superficialidade…

Vivemos numa sociedade manipuladora de pessoas.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Deve insistir-se nos temas chave apontados: sentido da celebração como expressão pessoal e comuni-

tária da fé.

Deve voltar a pensar-se e a repensar-se o valor da Palavra. O cristão sabe escutar a partir do coração.

Não se fazem as leituras por prescrição litúrgica. Seria legalismo. As leituras comunicam-nos expe-

riências de fé que nos ajudam a ler a nossa experiência pessoal. Uma coisa é organizar os diferentes

elementos da celebração, e outra muito distinta é apresentar as leituras porque «assim mandam as

leis». A Palavra é uma dádiva, é fonte de luz e verdade, é um encontro, é um chamamento.

A Eucaristia. Deveria potenciar-se a experiência humana da mesa, a comensalidade, o facto de partilhar o

que alguém é e tem, a solidariedade, a alegria, o gozo e a dança numa festa… Estas experiências tão humanas

podem ajudar-nos a descobrir o sentido da comensalidade cristã e a fração do pão. Certamente existem pro-

blemas em relação a orações e preces presentes no quadro a eucaristia. O sentar-se à mesa e comer da mesma

Palavra e do mesmo Pão com os sentimentos e convicções de Jesus representa o nuclear da eucaristia. Jesus

entende-se, ama-se e aceita-se a partir da totalidade da sua experiência vivida num contexto social concreto.

No texto-contexto da eucaristia encontramos o essencial da práxis cristã.

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7. A MORAL CRISTÃ: bases da moral cristã

OBJETIVOS

1. Tomar consciência de que toda a pessoa tem na sua vida alguma forma de moral, e assumir que falar

de moral é falar da liberdade pessoal que os humanos têm.

2. Tornar claro que a moral das pessoas tem como base algumas convicções e crenças, alguns critérios e

normas que aplicamos na vida quanto se tem que decidir ou fazer determinada coisa.

3. Ter muito em conta e assumir que a moral cristã é aquela que tem como inspiração e como critério de

conduta os valores e atitudes de Jesus Cristo e da sua mensagem.

MENSAGEM CENTRAL

Falar de moral é falar da liberdade pessoal que os seres humanos têm. A moral das pessoas fundamenta-se nas

convicções e crenças que cada um tem e que se manifestam no modo concreto de agir. Daí que haja diferentes

modos de pensar e de se comportar.

Disso se depreende a necessidade de conhecer quais são as convicções e crenças em que se apoia a nossa con-

duta.

A fé é um dom de Deus, que vem ao nosso encontro em Cristo Jesus e nos chama pessoalmente a sermos seus

discípulos; se a resposta é afirmativa (acolhida) converto-me em seu seguidor a partir duma opção livre.

É imprescindível que o catequista tenha muito presente as convicções a partir das quais Jesus vive e atua. Por-

que não se pode esquecer que cristão é quem entende a sua vida e vive a sua fé como chamamento pessoal de

Deus através de Jesus Cristo; e responde a esse chamamento com liberdade.

As convicções, critérios e atitudes a partir das quais Jesus atuava recolhem-se e concretizam-se sobretudo no

mandamento novo (Jo 13,34-35) e no Sermão da Montanha (Mt 5-7).

Essas convicções e atitudes devem ser referência permanente para a nossa forma de nos conduzirmos na vida

e na relação com as pessoas.

Viver o amor de caridade com todos, a partir da visão cristã da dignidade de filhos de Deus, com uma dedica-

ção preferente e implicação na defesa da dignidade dos pobres e dos marginalizados de todo o tipo, é ter Cris-

to como uma referência na vida. Ser autenticamente próximo para os outros.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

65

O que entendemos por moral e a estreita relação que existe entre liberdade pessoal e a moral.

Necessidade de conhecer as convicções e crenças em que se apoia a nossa conduta.

Num cristão, a fé, dom de Deus, vivida como chamamento de Jesus Cristo para ser seu discípulo e

convite para uma resposta dada a partir duma opção livre, deve ser configuradora de toda a vida. Por

isso todo o cristão deve conhecer e ter sempre pressentes as convicções a partir das quais Jesus vivia e

atuava, pois ele há de ser a referência imprescindível no momento de nos comportarmos na vida.

A caridade evangélica, como estilo de vida nas nossas relações e comportamentos com as pessoas,

deve ser o critério e a norma da nossa vida moral. No nosso amor para com os outros, os pobres

devem ser os preferidos, tal como o foram Para Jesus de Nazaré.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Oferecemos este guião, como se disse noutras ocasiões, sempre como algo orientativo. O catequista, além de

apresentar a catequese, deve indicar o trabalho a realizar pessoalmente durante a semana, e isto como pre-

paração necessária para a sessão de catequese.

Trabalho pessoal

Depois da leitura da catequese, anota os pontos que necessitam de alguma clarificação.

Escreve os dois ou três pontos da catequese que te parecem mais importantes.

Responde às seguintes perguntas:

Reações diante da palavra «moral»: que te sugere a palavra «moral»?

«A moral: uma reflexão sobre a vida»: que convicções e crenças de fundo se manifestam [nos

teus comportamentos]?

«A referência de Jesus: a sua vida, as suas palavras e ações»:que lugar ocupa na nossa hierarquia

de valores o respeito da vida de toda a pessoa?

Na reunião

Partilhar o trabalho de casa.

Clarificações e pontos mais importantes.

Partilha as respostas às perguntas

O Catequista verá o momento mais oportuno para a oração; deve cuidar e preparar sempre o clima que alude a

orar.

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8. VIDA HUMANA E SOCIEDADE HUMANA PARA OS FILHOS DE DEUS: moral pessoal e moral social

OBJETIVOS

1. Viver conscientemente a nossa condição de filhos de Deus amados por Ele.

2. Assumir que somos membros da fraternidade universal como filhos de Deus, e somos chamados a

comprometermo-nos para que isto seja realidade nas nossas relações nos diferentes níveis.

3. Ser e viver como seguidores de Jesus Cristo supõe viver a caridade evangélica com tudo o que isto

implica.

MENSAGEM CENTRAL

Reconhecer e viver a experiência de filhos de Deus amados por Ele é algo que os cristãos têm que tornar ver-

dade na sua vida concreta, tendo como referência a relação filial de Jesus Nazaré com Deus, seu Pai. Os cris-

tãos vivem esta filiação em comunhão com os outros seguidores de Jesus Cristo.

A comunidade cristã vive esta experiência animada pelo Espírito de Jesus. Somos filho no Filho e irmãos de

todos.

As nossas relações com os outros devem ser presididas pela justiça e pela caridade evangélicas. Temos que

viver isto nas nossas relações interpessoais, na nossa vida social e instituições em que participamos; e além

disso apoiar e promover o que ajuda as pessoas e os povos no âmbito internacional, assim como denunciar o

que os desumaniza.

A justiça do Reino e a caridade evangélica não é apenas algo que se deva ter em conta nas relações interpes-

soais mas também em todo o tipo de relações entre os homens (sociais e institucionais).

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

Aprofundar a nossa condição de filhos de Deus, amados Pr Ele; e viver na vida real esta experiência,

tendo Jesus de Nazaré como modelo e referência do que é ser viver como filho de Deus.

Que vivamos esta experiência animados e acompanhados pelo Espírito de Jesus, em comunhão com

os outros cristãos e sabendo-nos irmãos de todos os homens.

Que as nossas relações com os outros, nos diferentes níveis ou âmbitos que a catequese recolhe (as

relações pessoais mais diretas ou imediatas, as relações como membros de diversos coletivos e insti-

67

tuições, e as relações estruturais de âmbito internacional), sejam vividas a partir da caridade evangéli-

ca

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Oração

Depois de ler toda a catequese, tomar nota dos pontos que precisam de algum esclarecimento.

Anotar dois ou três pontos mais importantes.

Responder por escrito às seguintes perguntas:

Capítulo 2: Que significa para nós ser e sentirmo-nos filhos e filhas de Deus?

Capítulo 3: Como vivemos a partir da fé a nossa a nossa participação no círculo social.

Na reunião

O catequista situa a catequese de acordo com o que nela se pretende e motiva a participação.

Partilhar os pontos de trabalho a nível pessoal

O catequista, tendo em conta o desenrolar da sessão de catequese, decide o momento da fazer oração,

que um membro do grupo pode ter preparado ou ele mesmo.

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CELEBRAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS PELA MORAL EVANGÉLICA

Como conclusão dos temas da moral evangélica propõe-se uma breve celebração de ação de graças.

Veja-se o desenvolvimento no livro do participante.

Trata-se de uma celebração muito breve e de ação de graças ao Senhor pelos luminosos princípios da

moral da nova aliança.

Convém ter preparada uma estampa com o mandamento novo e com os dez mandamentos.

APRESENTAÇÃO

Apresenta-se espontaneamente em tom de intimidade. Pode haver música de fundo.

AÇÃO DE GRAÇAS

Em silêncio damos graças ao Senhor, especialmente pelo dom destes critérios morais fundamentados

no amor. É uma moral de Aliança!

ENTREGA DO MANDAMENTO NOVO E DO DECÁLOGO

Entrega com simplicidade e afeto da estampa do mandamento novo e dos dez mandamentos

ORAÇÃO EM COMUM

Senhor das nossas vidas,

recebe estes sentimentos de gratidão

pelo dom dos teus mandamentos,

69

expressões do teu amor e do nosso amor.

Graças por Te termos sido fiéis

com o fruto da tua graça e da nossa liberdade.

E perdoa as nossas fraquezas

e o bem que deixamos de fazer aos nossos irmãos.

Tudo confiamos à Tua misericórdia!

Por Jesus Cristo, Nosso Senhor.

9. ESPERO A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS E A VIDA DO MUNDO FUTURO

OBJETIVOS

Descobrir que a nossa vida está aberta a um futuro melhor e mais pleno.

Reconhecer na Palavra d Deus o fundamento e as características da esperança cristã.

Confessar com alegria que a comunidade cristã está chamada a ser semeadora de esperança no mundo.

Situar a consumação do homem à luz do horizonte cristão dos “novíssimos” ou realidades últimas, e compro-

metermo-nos a viver e a semear a esperança cristã.

MENSAGEM CENTRAL

Deus Pai que nos criou, chama-nos à vida e felicidade eternas. Todos nós, que somos contingentes e somos

atormentados pelo mistério do mal, somo, contudo, seres abertos a uma plenitude que esperamos e desfruta-

mos já aqui, em parte como dom e em parte como tarefa.

O cristão é um lutador esperançado, que crê em Deus, criador de vida e de esperança, em Cristo ressuscitado,

«primogénito de entre os mortos» e no espírito de Cristo, presente na Igreja e no mundo.

A comunidade cristã, a Igreja, está chamada a ser semeadora de esperança, procurando encarnar a «vida nova»

e a comunicá-la à sociedade. As atitudes de acolhimento, compreensão, perdão, amizade, partilha da dor e

ajuda a superá-la podem infundir confiança e fazer renascer a esperança.

A partir da luz projetada pelo mistério pascal de Jesus, os «novíssimos» adquirem novo valor e novo sentido.

A plenitude do Reino que esperamos, consumação do homem, da história e do cosmos, anima-nos na oração

esperançada e no compromisso que há de ir transformando o presente que não está em sintonia com o reinado

definitivo de Deus.

ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR

70

Que Deus nos criou por amor, preenche a nossa esperança e assegura a nossa plenitude concedendo-

nos a vida eterna.

Que o ressuscitado é o fundamento da esperança cristã, e que nele e a partir dele podemos afirmar:

«creio na ressurreição dos mortos e na vida eterna.

Que a Igreja, animada pelo Espírito de Cristo morto e ressuscitado, goza do hoje da vida nova e avan-

ça o amanha cheio de plenitude que Deus nos promete. É assim gérmen do reino e testemunha e fonte

de esperança para a humanidade.

Que os cristãos são convidados a viver com alegria e gratidão a Páscoa de Jesus Cristo, centro e cul-

minação da esperança cristã, e que devem comprometer-se a transformar as realidades que não estão

impregnadas dos valores do Reino.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE

Ler de maneira pausada a catequese e procura assimilar a mensagem dos textos bíblicos citados no

capítulo «A Palavra de Deus».

Toma nota dos aspetos como mais novidade e mais significativos, e assinala também os mais difíceis

de compreender.

Responder por escrito às seguintes perguntas:

A nossa esperança (cristã) está alicerçada nestes fundamentos?

Que sinais damos para manifestar que a nossa esperança está enraizada no Pai, que nos

ama, em Jesus Cristo ressuscitado e no seu Espírito, que nos garantem a vida eterna?

Oração

Recitar e meditar um dos textos sugeridos.

Concretizar um compromisso para resolver uma situação de falta de esperança nos níveis familiares,

de trabalho, social…

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CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM DA ETAPA CATEQUÉTICA À ETAPA MISTAGÓ-GICA

Ter preparada um cartão com o Credo e o convite a ler o Credo comentado, que se encontra no catecismo

AMBIENTAÇÃO

Vamos procurar rezar com alegria dando graças.

Vamos proclamar e receber o credo

Vamos tomar consciência do compromisso do seguimento de Jesus

DAMOS GRAÇAS

Se olharmos para trás podemos descobrir o caminho andado nas suas diferentes etapas, desde o primeiro

anúncio ("Jesus é o Senhor") até "Jesus ressuscitou e vive".

Primeiro anúncio: a partir deste acontecimento chave, a Páscoa, contemplámos os primeiros passos da

comunidade cristã, entre alegrias e dores, dificuldades e impactos profundos que enchem de força, luz e vitali-

dade aquelas testemunhas de Cristo Ressuscitado.

Antigo Testamento: a partir da catequese kerigmática -"Jesus é o Senhor" - olhámos o Antigo Testamento e

tomámos consciência dum facto maravilhoso: vivemos numa história da salvação, em que Deus se nos comu-

nica no meio dos acontecimentos com rosto de ternura, amor, fidelidade e misericórdia.

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Novo Testamento: Na segunda fase da catequese olhámos o rosto de Jesus, a sua pessoa, a sua mensagem do

Reino.

A Igreja de Jesus: Na terceira fase vimos como começou a avançar o grupo dos discípulos de Jesus depois da

experiência pascal, anunciando a sua mensagem e vivendo-a nas primeiras comunidades cristãs.

Seguidores de Jesus: a quarta fase foi como baixar à terra e pisá-la. Tudo o que descobrimos nas etapas ante-

riores devemos procurar incarná-lo nas nossas vidas concretas com atitudes coerentes.

Etapa mistagógica: Na próxima e última etapa, a etapa mistagógica, há algumas palavras-chave que nos

podem ajudar a compreender o que queremos conseguir.

CREIO SENHOR

Ter presente o credo apostólico

A multiplicidade de vivências e experiências recolhidas no processo catequético não estão contidas no Credo

em todos os seus detalhes. Nele temos o que é nuclear na fé da Igreja. Cada proclamação tem um rico conteú-

do que, de alguma forma, aparece na explanação do Credo

REZAMOS EM GRUPO

Entrega do Símbolo apostólico comentado

Depois de um momento de silêncio, entrega-se a cada um o cartão com o Credo.

É um momento importante. É um ato simbólico. Do conjunto de crenças que cada um foi descobrindo e do

conjunto de experiências e vivências personalizadas que enriqueceram o grupo…

Entrega-se o cartão com o Credo e o convite a ler o comentário em chave de oração e reflexão. É por isso que

o texto se dividiu em muitos pontos. Cada parágrafo ou cada conjunto de parágrafos pode servir para a refle-

xão pessoal e para a oração

SER TESTEMUNHA

Reflexão

A testemunha fala e age em nome de outro. É um homem de convicções.

Depois de ler e comentar os testemunhos, acende-se o Círio.

Toma-se uma vela acesa e recorda-se a palavra de Jesus «Eu sou a luz». Esta luz significa a luz do testemu-

nho.

Faz-se a reflexão, pausadamente.

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Em anexo está uma sugestão para os cartões a entregar.

Poderão ser descarregados do blog da catequese de Adultos: catequesedeadultoscoimbra.blogspot.com

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ÍNDICE

Apresentação: a etapa catequética ....................................................................................................................................... 2

celebração de passagem: da pré-catequese à catequese na sua primeira fase (AntigoTestamento) ..................................... 7

1. Jesus é o Senhor: as primeiras testemunhas proclamam Jesus como o Senhor e vivem em comunidades ....................... 9

Primeira fase: catequese sobre o Antigo Testamento ......................................................................................................... 12

Reflexão inicial: Deus comunicou-se aos homens ao longo da história e continua a comunicar-se hoje. ......................... 12

2. O êxodo, experiência de libertação: Deus quer-nos livres .............................................................................................. 13

3. A criação, dom e tarefa: Deus criou-nos por amor ......................................................................................................... 17

4. A Aliança, experiência de comunhão: Deus convive com a humanidade para a salvar ................................................ 20

5. Os profetas, vozes de fidelidade e esperança: Deus acompanha-nos e guia-nos ............................................................ 22

Celebração de passagem: da catequese sobre o AntigoTestamento (1ª fase)

á catequese sobre o novo Testamento (2ª fase) ................................................................................................................... 24

Segunda fase. Catequese sobre o Novo Testamento ........................................................................................................... 26

7. Jesus: «o Reino de Deus no meio de vós» ...................................................................................................................... 27

8. As bem-aventuranças: a felicidade dos que vivem o evangelho ..................................................................................... 29

9. Em Jesus encontramos e descobrimos Deus ................................................................................................................... 31

10. Em Jesus encontramos e descobrimos o homem .......................................................................................................... 33

11. Jesus reza e ensina-nos a rezar ...................................................................................................................................... 34

Celebração: entrega do Pai-nosso ...................................................................................................................................... 36

Encontro de oração: o Pai-nosso ........................................................................................................................................ 38

12. Jesus morre na cruz por amor ....................................................................................................................................... 39

13. Jesus ressuscitou e vive ................................................................................................................................................. 41

14. O projeto pessoal de vida cristã (ppvc) ......................................................................................................................... 42

1. A Igreja de Jesus, o Senhor ............................................................................................................................................. 49

2. Igreja vivificada pelo Espírito Santo: carismas e ministérios ......................................................................................... 51

3. Igreja, que fizeste da tua missão salvadora? Algumas ações importantes da Igreja ao longo da sua história ............... 53

Celebração de passagem: da catequese sobre a Igreja (3ª fase) à da moral evangélica (4ª fase) ...................................... 55

Quarta fase: catequese sobre a moral evangélica ................................................................................................................ 57

4. Cristão, és um seguidor de cristo .................................................................................................................................... 58

5. Amar a Deus sobre todas as coisas ................................................................................................................................. 60

6. O domingo, festa dos cristãos ......................................................................................................................................... 62

7. A moral cristã: bases da moral cristã ............................................................................................................................. 64

8. Vida humana e sociedade humana para os filhos de Deus: moral pessoal e moral social ............................................. 66

Celebração de ação de graças pela moral evangélica .......................................................................................................... 68

9. Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo futuro ........................................................................................... 69

Celebração de passagem da etapa catequética à etapa mistagógica .................................................................................... 71

Sugestão para os cartões ….……………………………………………………………………………………………….72