Bullying

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Ilustrações: Liécio Rodrigues Texto: Maysa de Oliveira - Psicóloga Social

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O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder.

Transcript of Bullying

Ilustrações: Liécio Rodrigues

Texto: Maysa de Oliveira - Psicóloga Social

O QUE É BULLYING?

O termo BULLYING tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder.

Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar presentes:

AÇÕES DO BULLYING

Ofender Zoar

Colocar apelidos Gozar

Sacanear Humilhar

Discriminar Fazer sofrer

Excluir Isolar

Intimidar Ignorar

Perseguir Assediar

Dominar Agredir

Bater Chutar

Empurrar Ferir

Roubar Quebrar pertences

Aterrorizar Amedrontar

O BULLYING é considerando crime no

Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

ORIGEM

O BULLYING começou a ser pesquisado cerca de dez anos atrás na Europa, quando se descobriu o que estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Sem receber a atenção da escola ou dos pais, que geralmente achavam as ofensas bobas demais para terem maiores conseqüências, o jovem recorria a uma medida desesperada. Atualmente, todas as escolas do Reino Unido já implantaram políticas anti-bullying.

O que leva a pessoa a praticar o BULLYING

Porque foram mal acostumadas e por isso esperam que todo mundo faça suas vontades e atendam sempre suas ordens.

Gostam de experimentar a sensação de poder.

Não se sentem bem com outras crianças, tendo dificuldade de relacionamento.

Sentem-se inseguras e inadequadas.

Sofrem intimidações em sua casa.

Já foram vítimas de algum tipo de abuso.

São frequentemente humilhados em casa.

Vivem sob constante e intensa pressão para que tenha sucesso em suas atividades.

De que maneira os alunos se envolvem com o Bullying?

Um xinga, o outro chora e o resto cai na risada

Quando se trata de bullying e cyberbullying, é comum pensar que há apenas dois envolvidos: a vítima e o agressor. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem fundamental: o espectador.

Artigo 147 do Código Penal

Ameaçar alguém por palavra, escrita ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, também é crime e o autor deverá

responder na justiça.

Vítima

Costuma ser tímida ou pouco sociável e foge do padrão do restante da turma pela aparência física (raça, altura, peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola) ou ainda pela religião. Geralmente, é insegura e, quando agredida, fica retraída e sofre, o que a torna um alvo ainda mais fácil.

Agressor

Atinge o colega com repetidas humilhações ou depreciações porque quer ser mais popular, se sentir poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir.

Espectador

O espectador típico é uma testemunha dos fatos: não sai em defesa da vítima nem se junta aos agressores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva ocorre por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido.

POR QUE O BULLYING NÃO É BRINCADEIRA?

Só existe brincadeira quando todos os envolvidos se divertem. Quando uns se divertem e outros sofrem (porque são objetos de diversão), não pode haver brincadeira e sim violência.

Cyberbullying: A violência virtual

É através da internet orkut, MSN, blogs, flogs, chats e celulares com a intenção de maltratar, humilhar ou constranger as pessoas o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender.

Sinais de quem sofre BULLYING

Não querer ir a escola. Sentir-se mal perto da hora de sair de casa.

Pedir para trocar de escola constantemente.

Voltar da escola com livros e roupas rasgadas.

Apresentar baixo rendimento escolar.

Abandono do estudo.

Isolamento.

Sintomas de quem sofre BULLYING

Depressão. Agressividade.

Auto destruição, sentimento de vingança.

Baixa auto-estima.

Ansiedade/medo.

Sentimentos negativos.

Problemas interpessoais.

Aprender a lidar com a própria imagem é o primeiro passo

Por volta dos 10 ou 12 anos o adolescente passa a buscar, no convívio social, referências diferentes das que sempre recebeu em casa, dando continuidade ao processo de construção de sua personalidade. "Essa é a época de aprender a lidar com a própria imagem. Se esse adolescente se conhece e gosta de como é, consegue manifestar sentimentos e pensamentos de maneira equilibrada. Do contrário, pode sentir prazer em menosprezar o outro para se afirmar."

Como prevenir

Olhar para o outro com carinho, criar relacionamentos saudáveis, em que os colegas tolerem as diferenças e tenham senso de proteção coletiva e lealdade. É preciso desenvolver no grupo a capacidade de se preocupar com o outro, construindo uma imagem positiva de si e de quem está ao redor.

Mostrar os limites É essencial estabelecer normas e justificar por que devem ser seguidas. Às vezes, por medo de ser rígidos demais, os educadores deixam os adolescentes soltos. Mas eles nem sempre sabem o que é melhor e precisam de um norte.

Alertar para os riscos da tecnologia O aluno deve estar ciente da necessidade de limitar a divulgação de dados pessoais nos sites de relacionamento, o tempo de uso do computador e os conteúdos acessados. Quanto menos exposição da intimidade e menor o número de relações virtuais, mais seguro ele estará.

Ficar atento com um trabalho de conscientização constante, os casos se resolvem antes de estourar. Reuniões com pais e encontros com grupos de alunos ajudam a evitar que o problema se instale.

Alguns casos de BULLYING que terminaram em tragédia:

Colorado (EUA), 1999

Os estudantes da Columbine High School, Eric Harris, 18 anos, e Dylan Klebold, 17, mataram 12 colegas e um professor e cometeram suicídio em seguida. A história motivou o documentário ‘Tiros em Columbine’, de Michael Moore, que ganhou o Oscar em 2003.

São Paulo, 2003

Edmar Aparecido Freitas, 18 anos, era motivo de zombaria dos colegas de classe desde os sete anos de idade. Em 2003, ele foi ao colégio em que estudou armado com um revólver, atingiu nove pessoas e depois se matou.

Virgínia (EUA), 2007

O estudante coreano Cho Seung-hui, 23 anos, invadiu a universidade de Virgínia Tech, nos Estados Unidos, matou 30 pessoas e se suicidou.

Em Belo Horizonte 2010

Um aluno xingou e colocou apelidos em uma colega. O Juiz considerou como Bullying, a família do estudante pagou uma indenização de R$10.000,00 (dez mil reais).

Indicações de filmes

Os filmes Meninas malvadas. (Indicação de censura para 12 anos).

Nunca fui

beijada. (Indicação de censura para 12 anos).

Tiros em

Columbine, (Além do bullying, aborda também a livre posse de armas em vários Estados americanos).

Um grande garoto.

Bang Bang você morreu.

Elefante.

Ilustrações: Liécio Rodrigues

Texto: Maysa de Oliveira - Psicóloga Social