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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
BRUNO VALCANAIA ZANINI
LEVI DUTRA COSTA
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE SISTEMAS ADESIVOS
AUTOCONDICIONANTES EM ESMALTE DESGASTADO
Itajaí (SC) 2007
BRUNO VALCANAIA ZANINI
LEVI DUTRA COSTA
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE SISTEMAS ADESIVOS
AUTOCONDICIONANTES EM ESMALTE DESGASTADO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientador: Prof. Dr. Rubens Nazareno Garcia
Itajaí (SC) 2007
AGRADECIMENTOS
Agradecemos inicialmente a Deus, por ter concedido o dom da vida.
Agradecemos aos nossos pais, sem os quais não teríamos alcançado a vitória
em mais uma batalha de nossas vidas.
Agradecemos aos nossos colegas, cuja participação em nossa formação foi
fundamental. Agradecemos também os grandes amigos e parceiros que nos deram
força e apoio: Serginho e Josué.
Agradecemos ao nosso orientador, Prof. Dr. Rubens Nazareno Garcia, pela
paciência, pela sabedoria em orientar, pelos conhecimentos transmitidos.
Agradecemos ao Ivan, que não mediu esforços para ajudar-nos no decorrer dos
momentos mais decisivos da pesquisa, mesmo estando muito atarefado.
Agradecemos aos funcionários pela colaboração na execução da pesquisa,
agendando horários para a ocupação do espaço físico como clínica e pré-clínica.
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES EM ESMALTE DESGASTADO Bruno Valcanaia ZANINI e Levi Dutra COSTA Orientador: Prof. Dr. Rubens Nazareno GARCIA Data de defesa: setembro de 2007 Resumo: O conceito de união aos tecidos duros dentais é baseado na infiltração de sistemas adesivos em esmalte e dentina, no processo chamado de hibridização. O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união ao microcisalhamento de sistemas adesivos autocondicionantes em esmalte bovino desgastado e discutir alguns conceitos que envolvem esses adesivos no substrato esmalte. Incisivos bovinos foram preparados com auxílio de lixas de carbeto de silício até obtenção de amostras de aproximadamente 150mm2, com a superfície vestibular desgastada sem expor dentina. O sistema adesivo convencional Adper Single Bond 2 (3M Espe) de dois passos clínicos, os sistemas adesivos autocondicionantes One-Up Bond F Plus (Tokuyama Dental) e Hybrid Bond (Sun Medical) de um passo clínico, e o compósito restaurador Filtek Z250 foram aplicados segundo as instruções dos fabricantes. Matrizes transparentes (Tygon tubing) foram posicionadas sobre cada amostra de esmalte hibridizado e preenchidas em seu volume interno com o compósito restaurador Filtek Z250 (3M Espe). Após fotoativação, as matrizes foram removidas e expostos os corpos-de-prova que foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 horas. Decorrido esse período, os corpos-de-prova foram unidos ao dispositivo de teste e ensaiados em uma máquina universal de ensaios (EMIC DL 500), a uma velocidade de 0,5mm/min. A resistência de união foi calculada em MPa±DP e os dados analisados estatisticamente pela Anova e teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Os resultados indicaram que a aplicação do sistema adesivo Adper Single Bond 2 resultou na maior média de resistência de união (11,33±2,47), com diferença estatisticamente significativa em relação aos adesivos Hybrid Bond (7,23±4,55) e One-Up Bond F Plus (7,14±2,40), que não apresentaram diferença estatística entre si. Os resultados sugerem que a união ao esmalte desgastado parece ser mais instável para os adesivos autocondicionantes em relação ao adesivo convencional testado, que utiliza o ácido fosfórico. Palavras-chave: esmalte, microcisalhamento, sistemas adesivos odontológicos.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 05 2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 07 2.1 Esmalte dental................................................................................................... 07 2.2 Estratégias de união.......................................................................................... 09 2.3 Ensaios de resistência de união...................................................................... 13 3 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 15 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS................................................................ 19 5 DISCUSSÃO........................................................................................................... 20 6 CONCLUSÕES.......................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios da Odontologia tem sido promover uma união forte e
duradoura entre os substratos dentais e os compósitos restauradores. Buonocore
(1955) introduziu a técnica de condicionamento do esmalte dental usando o ácido
fosfórico a 85% por 1 minuto, e esse procedimento proporcionou a retenção de resina
acrílica ao esmalte. A maioria dos condicionadores ácidos disponíveis atualmente no
mercado, que são utilizados conjuntamente com os sistemas adesivos convencionais,
utiliza o ácido fosfórico na concentração de 30 a 40%, aplicados por 15 a 30 segundos.
No esmalte, esse procedimento resulta em microporosidades que variam de 5 a 50µm
de diâmetro. (SILVERSTONE et al., 1975).
Os sistemas adesivos dentários vêm sofrendo inúmeras modificações de
conteúdo e técnica desde 1956, quando Buonocore et al. idealizaram o primeiro agente
de união. Meio século de estudos laboratoriais e clínicos, associados à valorização dos
procedimentos restauradores estéticos, têm aumentado o número de indicações das
restaurações adesivas, apesar da dificuldade em se promover uma união mais confiável
aos substratos dentais. (GIANNINI et al., 2003).
Os substratos esmalte e dentina podem receber um tratamento simplificado
usando monômeros mais ácidos e hidrófilos para condicionar suas superfícies e
penetrá-las simultaneamente. Monômeros com estas características ácidas são
empregados nos sistemas adesivos autocondicionantes. Em 1999 foi introduzido no
mercado odontológico o conceito do sistema adesivo all-in-one ou “todos em um”. Essa
denominação refere-se à incorporação de monômeros ácidos, solventes, diluentes e
água em uma única solução (ou em duas soluções, mas somente um passo clínico) que
desempenha as funções de desmineralização, primer, adesivo e posterior
copolimerização com o material restaurador. De acordo com este conceito, a solução
ácida é aplicada através de um único passo clínico sobre a superfície do esmalte para
promover a dissolução da hidroxapatita e criar o padrão de condicionamento.
(MIYAZAKI et al., 2000). Após leve secagem, forma-se uma fina camada do adesivo na
superfície do esmalte, suficiente para promover a retenção micromecânica do material
restaurador. (FREY, 2000).
Segundo os autores Pashley e Tay (2001) e Van Meerbeek et al. (2003), o
padrão de condicionamento nos sistemas adesivos chamados de “todos em um”, tanto
em esmalte hígido quanto desgastado, tem mostrado ser similar àquele obtido com o
ácido fosfórico em análise de microscopia eletrônica de varredura. Apesar disso, outros
trabalhos têm relatado que esses produtos resultam em valores de resistência de união
inferiores aos obtidos com os adesivos convencionais que utilizam o ácido fosfórico
como condicionador. (DE MUNCK et al., 2003; LOPES et al., 2004). Como o bom
desempenho clínico de restaurações em compósitos restauradores é dependente
também de uma efetiva união ao esmalte, os testes de resistência de união podem
representar um bom recurso laboratorial para predizer e fundamentar indicações
clínicas.
O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união ao microcisalhamento
de sistemas adesivos autocondicionantes em esmalte bovino desgastado e discutir
alguns conceitos que envolvem esses adesivos no substrato esmalte.
6
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Esmalte dental A composição do esmalte, substância protetora que recobre a coroa dentária, é o
mais duro dentre os tecidos biológicos mineralizados do corpo humano. (GWINNETT,
1992). Ele propicia a forma e o contorno para as coroas dentárias e consiste
principalmente de material inorgânico (96%) e apenas uma pequena quantidade de
substância orgânica e água (4%). (SHARAWY;YAEGER, 1989).
Segundo Gwinnett (1992), o principal componente inorgânico do esmalte é a
apatita que se apresenta nas formas de hidroxapatita, fluorapatita e carbonoapatita. Os
elementos químicos que compõem a base deste tecido são o cálcio e o fosfato; e
variações secundárias ocorrem na composição do esmalte, nas quais elementos
químicos como alumínio, bário, estrôncio, rádio e vanádio também podem ser
encontrados.
O esmalte dentário é composto por unidades microscópicas denominadas
prismas que seguem desde a junção amelodentinária até a superfície do dente.
Quando submetidos a uma secção transversal, os prismas de esmalte se assemelham
a um padrão chamado de “buraco de fechadura”. Estes prismas medem
aproximadamente 5µm de largura em média, correspondente à porção central
denominada corpo do prisma, e 9µm de comprimento, que se estende do corpo até a
região mais inferior do prisma denominada cauda. A porção do corpo dos prismas está
próxima da superfície oclusal ou incisal do esmalte, enquanto que a cauda aponta mais
cervicalmente. O diâmetro dos prismas aumenta, desde a superfície amelodentinária
até a porção mais externa, numa relação de 1:2. (SHARAWY;YAEGER, 1989). Uma
substância interprismática pode ser observada em algumas regiões. Acreditava-se que
essa substância apresentava características cimentantes mantendo os prismas de
esmalte unidos. Porém, parece que a própria estrutura cristalina única dos prismas é
responsável pelo seu caráter coesivo. (GWINNETT, 1992).
A composição e estrutura do esmalte proporcionam propriedades físicas
particulares a este tecido. Devido ao alto conteúdo inorgânico, a dureza do esmalte,
expressa em relação à deformação, varia entre 200 e 500 Knoop. Tal variação pode ser
atribuída aos diferentes planos do esmalte utilizados nos testes de dureza, o que
implica no fato de que os prismas são submetidos aos testes mediante diferentes
orientações. (SHARAWY;YAEGER, 1989).
O esmalte possui um alto módulo de elasticidade e uma resistência à tração
relativamente baixa, conferindo-lhe características de friabilidade. As forças complexas
que atuam sobre o esmalte durante a ação fisiológica da mastigação são dissipadas em
direção à dentina através da forma e da natureza da junção amelodentinária. Esta inter-
relação estrutural e física entre um tecido friável e um tecido resiliente (dentina), através
da junção amelodentinária, proporciona ao dente um comportamento biomecânico
característico em que a dentina protege o esmalte. Desta forma, os dentes são capazes
de absorver e dissipar as forças provenientes da ação fisiológica da mastigação e da
flutuação térmica a que a estrutura dental é submetida durante toda a vida. (TEN CATE,
1994).
Estudos de Coradazzi et al. (1998) avaliaram o uso de dentes bovinos para
ensaios de resistência de união, e não encontraram diferenças significativas entre
8
dentina humana e dentina bovina. Mais recentemente, Reis et al. (2004) também
avaliaram, em ensaios de resistência de união, esmalte e dentina de dentes humanos,
bovinos e suínos. Concluíram que estudos realizados com dentes bovinos têm gerado
importantes informações no que se refere aos conceitos de união à estrutura dental e
que, embora dentes humanos sejam preferidos, dentes bovinos são os melhores
substitutos nesse tipo de ensaio.
2.2 Estratégias de união
A efetividade de união à superfície do esmalte (GWINNETT;MATSUI, 1967) e à
dentina (NAKABAYASHI et al., 1982) com o uso dos condicionadores ácidos promoveu
mudanças significativas nos conceitos restauradores. As estratégias de união dos
diferentes materiais à estrutura dental têm se estabelecido como o fator mais importante
no procedimento restaurador; e os primeiros sistemas adesivos envolviam múltiplas
fases de aplicação técnica, o que os tornavam muito complexos. No estágio atual de
desenvolvimento, tanto o esmalte quanto a dentina podem receber um tratamento
simplificado através dos sistemas adesivos autocondicionantes.
Reportando-se especialmente ao substrato esmalte, ocorre a penetração e
polimerização dos monômeros resinosos nos espaços entre os cristalitos de
hidroxapatita criados pelo ácido. Nos estudos de Gwinnett e Matsui (1967), os autores
observaram a relação física entre os diferentes materiais restauradores e o tecido do
esmalte condicionado com solução de ácido fosfórico a 50%. As imagens obtidas em
microscopia eletrônica de varredura revelaram prolongamentos de resina que variaram
entre 10µm e 25µm de comprimento.
9
Os estudos de Di Hipólito (2005) relatam claramente que o mecanismo através
do qual os monômeros resinosos interagem com o substrato do esmalte é decorrente
de uma seqüência de fenômenos interdependentes. O processo inicia-se com o
condicionamento ácido do esmalte, que promove o aumento dos espaços inter e
intraprismáticos proporcionando uma superfície mais receptiva para a infiltração dos
monômeros resinosos. Segue-se com a remoção do ácido e seus subprodutos, através
de abundante lavagem com água, o que produz um acréscimo de energia de superfície
do esmalte. Esta elevação é resultado do processo de dissolução seletiva dos prismas,
aumentando a área de superfície do esmalte e, conseqüentemente, de sua energia
livre. Isto contribui para a quebra da tensão superficial do líquido monomérico e a
formação de menor ângulo de contato com a superfície do esmalte, resultando em
melhor umedecimento do substrato. Após a aplicação do adesivo, os monômeros
resinosos são prontamente absorvidos por capilaridade para o interior das
microporosidades criadas pelo tratamento ácido. Os cristais de hidroxapatita são
envolvidos por estes monômeros e, através de um processo de polimerização, forma-se
uma zona híbrida, que passou também a ser conhecida como camada híbrida, a
exemplo de como é chamado o processo que ocorre em dentina. As microrretenções
mecânicas formadas nesta camada representam a principal forma de união dos
materiais restauradores resinosos ao substrato esmalte.
A forma mais popularizada dos sistemas adesivos convencionais é representada
por sistemas simplificados que empregam apenas dois passos operatórios ou clínicos.
Nestes produtos, os componentes hidrófilos do primer e os componentes hidrófobos do
adesivo estão balanceados quimicamente e reunidos em um só frasco. E ambos os
10
sistemas convencionais de dois e três passos proporcionam adequada união ao
esmalte. (VAN MEERBEEK et al., 2003).
O estágio evolutivo dos sistemas adesivos autocondicionantes ocorreu
principalmente na década de 90. Aqueles de dois passos são compostos basicamente
por monômeros ácidos e derivados, monômeros hidrófilos e água, contidos em um
frasco (primer ácido); enquanto que um segundo frasco apresenta concentrações
balanceadas de monômeros hidrófilos e hidrófobos. (MIYAZAKI et al., 2000). Neste
processo não é necessário lavar a superfície do substrato após o condicionamento
ácido, e os produtos da desmineralização ou resíduos do condicionador ácido são
incorporados e polimerizados juntamente com o agente de união (PERDIGÃO et al.,
1997; GARCIA, 2006).
Os fabricantes, no entanto, não abandonaram a tendência de tornar os sistemas
adesivos autocondicionantes ainda mais simples. Em 1999, o mercado odontológico
recebeu o primeiro adesivo dessa categoria em somente um passo clínico, o Prompt L-
Pop (3M Espe). Nesta versão, esse fabricante uniu o primer ácido com a resina adesiva
dos produtos de dois passos. Esse produto, conhecido como “todos em um”, promove a
dissolução da hidroxapatita e infiltração dos monômeros através de um único passo
clínico. Após leve secagem, forma-se uma fina camada do adesivo na superfície do
esmalte, a qual é capaz de promover a retenção micromecânica do material
restaurador. (FREY, 2000; TORII et al., 2002).
Dependendo da agressividade do condicionamento, eles podem ser subdivididos
em fortes, moderados e suaves. Os produtos considerados fortes usualmente têm pH 1
ou abaixo de 1, como por exemplo o Adper Prompt L-Pop (3M Espe), o Xeno III
(Dentsply), e o Tyrian SPE (Bisco); e a alta acidez resulta em uma desmineralização
11
mais profunda. Para os adesivos autocondicionantes moderados o pH está em torno de
1,5 – Optibond Solo Plus SE/Kerr, AdheSE/Ivoclar Vivadent, One-Up Bond F
Plus/Tokuyama Dental - e a desmineralização não é tão profunda. Geralmente os
adesivos autocondicionantes chamados de suaves têm pH em torno de 2. Exemplos
desses produtos são o iBond (Heraeus Kulzer), o UniFil Bond (GC), o Clearfil SE Bond
e o Clearfil S3 Bond ou tri-S Bond (ambos da Kuraray), e o Hybrid Bond/Sun Medical; e
ocorre uma desmineralização parcial e menos agressiva do substrato dental,
conservando hidroxapatita. De qualquer modo, suficiente porosidade na superfície é
criada para obter uma união micromecânica para a hibridização. (DE MUNCK et al.,
2005; YOSHIDA et al., 2004; VAN LANDUYT et al., 2007).
Menor capacidade de condicionamento, no entanto, tem sido relatada
principalmente na superfície de esmalte de dentes permanentes íntegros, devido ao seu
pH ser maior em relação ao ácido fosfórico (PASHLEY;TAY, 2001; WANG et al., 2004).
Conseqüentemente, os valores de resistência de união são menores (HARA et al.,
1999; PERDIGÃO;GERALDELI, 2003), sugerindo, dessa forma, menor efetividade na
prevenção da infiltração marginal. Diante disso, recomenda-se que a superfície do
esmalte seja previamente cortada ou desgastada quando utilizado um sistema
autocondicionante para o procedimento restaurador (KANEMURA et al., 1999; HANNIG
et al., 1999). Estudos de Tay et al. (2004) afirmam que a retenção dos sistemas
autocondicionantes ao esmalte será sempre maior quando a camada aprismática for
removida; e Marquesini Júnior et al. (2003) aconselham que para melhorar a retenção
dos sistemas autocondicionantes deve-se aplicar o produto sob agitação ou estender o
tempo de aplicação em 20-30s, ou ainda, realizar um condicionamento ácido prévio da
superfície com ácido fosfórico por 5-10s.
12
2.3 Ensaios de resistência de união
A análise racional que envolve esses métodos de ensaio é que quanto mais forte
a união entre os dentes e os materiais, melhor desempenho será obtido frente às
tensões geradas pela contração de polimerização e desafios da cavidade bucal.
Diferentes ensaios de resistência de união têm sido desenvolvidos e utilizados, como os
de microcisalhamento (MCDONOUGH et al., 2002; SHIMADA et al., 2002; GARCIA
et al., 2007), mas os ensaios de resistência de união ao cisalhamento e microtração são
os mais utilizados. (PASHLEY et al., 1999; DE MUNCK et al., 2005; GARCIA, 2006).
Segundo Escribano et al. (2003), uma união durável entre materiais
restauradores poliméricos e as estruturas duras dentais é um importante parâmetro
para o sucesso de restaurações dentais; e para determinar o desempenho de um
sistema adesivo odontológico, sua resistência mecânica é usualmente mensurada
determinando a resistência de união ao cisalhamento e/ou à tração. Afirmam que esta
avaliação é controversa quando comparados dados de resistência de união de
diferentes autores, devido às variações nas técnicas empregadas, e também às
diferentes condições sob as quais os substratos são conservados ou utilizados. Os
autores ainda citam que os resultados dos diversos tipos de ensaios de resistência de
união com o carregamento de cisalhamento ou de tração dependem principalmente da
área testada; e que é mais provável achar um defeito que inicia a fratura em uma área
maior do que em uma menor.
Para solucionar estes problemas relacionados à propagação de tensões,
principalmente relacionados às áreas maiores, Sano et al. (1994) desenvolveram os
ensaios de microtração, e muitos desses ensaios têm sido realizados e as informações
13
deles derivadas tornaram-se um efetivo método em termos de análise de pequenas
áreas de interface adesiva. Para os ensaios de microtração, no entanto, o corte das
amostras é um passo indispensável para confeccionar os corpos-de-prova; fator que
pode levar a perda do corpo-de-prova prematuramente, em função do substrato e/ou
material ensaiado.
Os dados obtidos dependem dos fatores experimentais, como por exemplo, o tipo
de sistema adesivo ou compósito, o tamanho e geometria do corpo-de-prova, e tipo de
ensaio. (VAN NOORT et al., 1991; PHRUKKANON et al., 1998). Portanto, os valores
absolutos obtidos nos ensaios não podem ser utilizados de forma conclusiva, ou ser
comparados com os dados obtidos em outros estudos. Apesar disso, os ensaios de
resistência de união podem proporcionar valiosas informações clínicas, quando obtidos
em estudos devidamente delineados. (DE MUNCK et al., 2005).
Outro método para análise de pequenas áreas de interface adesiva tem sido
preconizado, e denomina-se ensaio de microcisalhamento. McDonough et al. (2002) e
Shimada et al. (2002) descreveram essa metodologia e citam que não é necessário o
passo que envolve o corte das amostras em formato de palitos ou de ampulheta, como
ocorre com os ensaios de microtração. Esse método permite que vários corpos-de-
prova sejam obtidos a partir de uma amostra de esmalte, dentina (ou outro substrato),
em função das superfícies de união serem muito pequenas (aproximadamente 0,4mm²),
sendo versátil e de grande utilidade para avaliar a resistência de união entre tecidos
mineralizados e materiais restauradores poliméricos. A padronização na confecção dos
corpos-de-prova pode ser obtida, visto que é um fator importante na condução de
estudos de resistência e durabilidade da união dos sistemas adesivos, tanto para os
convencionais ou os autocondicionantes.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados 39 incisivos bovinos recém-extraídos e armazenados em
congelador até a confecção dos corpos-de-prova. As raízes foram seccionadas com
disco flexível diamantado dupla face (Ref. 7016, KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil) sob
refrigeração. Com auxílio de lixas de carbeto de silício de granulação nº 100
(Carborundum, Vinhedo, SP, Brasil), que estavam montadas em uma politriz elétrica
giratória horizontal refrigerada à água (Modelo APL-4, Arotec, Cotia, SP, Brasil), as
superfícies de esmalte proximais, incisais e linguais foram desgastadas. As faces
vestibulares também foram desgastadas sem expor dentina, até a obtenção de
amostras com aproximadamente 150mm2 – 15mm de altura, 10mm de largura e 4mm
de espessura (Figura 1), que foram divididas aleatoriamente em 3 grupos (n=13).
Figura 1 – Amostra dental (150mm2) com face vestibular desgastada.
Os materiais utilizados e os procedimentos de união estão descritos no Quadro 1
e ilustrados na Figura 2. Um sistema adesivo convencional de dois passos clínicos
(Single Bond), dois sistemas adesivos autocondicionantes de um passo clínico (One-Up
Bond F Plus e Hybrid Bond) e um compósito (Filtek Z250) foram avaliados.
Material, fabricante, lote/val. Composição Procedimentos de união
Condicionador ácido - pH 0,6 Adper Single Bond 2 - pH 4,7 3M ESPE, St Paul, MN, USA Lote: 6HM Validade: 06/2009
Ácido fosfórico 35% Dimetacrilatos, HEMA, PAA, sílica coloidal silanizada de 5nm, etanol, água, fotoiniciador
Condicionamento - aplicar 15s, lavar 10s, secar Adesivo - aplicar 2 camadas, ar 2/5s, fotoativar 10s
One-Up Bond F Plus TOKUYAMA DENTAL, Tokyo, Japan - pH 1,2 (misturado) Lote: N10784 Validade: 07/2007
Agente A: MAC-10, fotoiniciador, ácido metacriloilalquil fosfato, monômero metacrílico multifuncional Agente B: MMA, HEMA, água, micropartículas liberadoras de fluoretos, fotoiniciador
Agitar os frascos e misturar os agentes A e B, aplicar e esperar 20s, remover excesso com ponta aplicadora, fotoativar 10s
Hybrid Bond SUN MEDICAL, Shiga, Japan - pH 2,5 Lote: LG1 Validade: 01/2008
Líquido: água, acetona, 4-META, acrilatos polifuncionais, monometacrilatos, fotoiniciador, estabilizador Ponta aplicadora: p-sulfinato tolueno de sódio e aminas aromáticas
Dispensar o líquido, agitar o líquido com a ponta aplicadora, aplicar e esperar 20s, ar 5/10s, fotoativar 10s
Filtek Z250 – cor B2 3M ESPE Lote: 6XB Validade: 06/2009
Bis-GMA, UEDMA, Bis-EMA, partículas inorgânicas de zircônia/sílica (60% em volume)
Aplicar e fotoativar 20s
Abreviações: HEMA = 2-hidroxietilmetacrilato; PAA = co-polímero de ácido polialcenóico; MAC-10 = ácido 11-metacriloxi-1,1-undecanodicarboxílico; MMA = metil metacrilato; 4-META = 4-metacriloxietil trimelitato anidrido; Bis-GMA = bisfenol-glicidil-metacrilato; UEDMA = uretanoetil dimetacrilato; Bis-EMA = bisfenol-polietileno glicol dimetacrilato.
Quadro 1 - Materiais utilizados, composições e procedimentos de união.
Figura 2 – Sistemas adesivos utilizados nos procedimentos de união.
Os sistemas adesivos autocondicionantes e o compósito restaurador foram
aplicados de acordo com as instruções dos fabricantes. Os grupos experimentais
avaliados foram: [1] aplicação do Single Bond em esmalte desgastado e confecção do
cilindro de Z250; [2] aplicação do One-Up Bond F plus em esmalte desgastado e
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confecção do cilindro Z250; aplicação do Hybrid Bond em esmalte desgastado e
confecção do cilindro Z250.
A metodologia desenvolvida por McDonough et al. (2002) e Shimada et al.
(2002) foi utilizada para preparar os corpos-de-prova para o ensaio de
microcisalhamento (n=13). Três matrizes transparentes cilíndricas (Tygon tubing, TYG-
030, Saint-Gobain Performance Plastic, Maime Lakes, FL, USA) foram posicionadas
sobre o esmalte desgastado de cada amostra, as quais foram preenchidas em seu
volume interno (0,7mm) com o compósito restaurador usando uma sonda exploradora
nº 5 modificada (SSWhite/Duflex, Rio de Janeiro, RJ, Brasil). Todos os procedimentos
de fotoativação foram realizados com o aparelho fotopolimerizador Optilight 600
(Gnatus, Ribeirão Preto, SP, Brasil), com potência de 600mW/cm2. Na seqüência as
matrizes foram removidas como auxílio de lâminas afiadas (Gillette, São Paulo, SP,
Brasil), para expor os pequenos cilindros de compósito (0,7mm de diâmetro por 1,0mm
de altura) com área de união de 0,38mm2 (fórmula πR2), unidos à superfície de esmalte
desgastado. Então, três cilindros de compósito (corpos-de-prova) foram fixados em
cada amostra dental (Figura 3) e armazenados em água destilada 37 °C por uma
semana. Decorrido este período, os corpos-de-prova foram unidos ao dispositivo de
teste com cola de cianoacrilato gel (Super Bonder, Loctite, Itapevi, SP, Brasil) e
testados em uma máquina universal de ensaios (EMIC DL 500, São José dos Pinhais,
Pr, Brasil). O carregamento de cisalhamento foi aplicado na base dos cilindros com um
fio de aço (0,2 mm de diâmetro) à velocidade de 0,5mm/min até o rompimento da união.
A Figura 4 ilustra esquematicamente a metodologia utilizada.
17
Figura 3 - Cilindros de compósito aderidos à amostra dental.
Figura 4 - Representação esquemática da metodologia utilizada.
A resistência de união ao microcisalhamento de cada cilindro foi calculada e
expressa (MPa) por um computador ligado à máquina de ensaios, através do Programa
MTest 2.00, tendo sido feita a média de três cilindros para cada corpo-de-prova. Os
resultados foram analisados estatisticamente pela Análise de Variância (ANOVA) e pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
Média de 3 cilindros = 1 CP
Amostra de esmalte desgastado (150mm2)
Matriz Tygon 0,7mm
Cilindro de
compósito
18
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A Análise de Variância mostrou que houve diferença estatisticamente
significativa entre os sistemas adesivos, e o Teste de Tukey identificou as diferenças,
ao nível de 5% de significância. As médias da resistência de união ao
microcisalhamento estão apresentadas na Tabela 1, e os valores individuais
apresentados nos anexos A, B e C.
Tabela 1 - Médias da resistência de união ao microcisalhamento (MPa± DP), valores mínimos e máximos.
Grupos Médias Valores
Mínimos Valores
Máximos
[1] Adper Single Bond 2 (SB) 11,33 ± 2,47 a
8,20 16,65
[3] Hybrid Bond (HB)
7,23 ± 4,55 b
2,95
9,11
[2] One-Up Bond F Plus (OU) 7,14 ± 2,40 b 2,90 9,85
Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de significância.
0
2
4
6
8
10
12
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Sistemas adesivos
Resistência de união ao microcisalhamento em esmalte desgastado
Gráfico 1 - Médias da resistência de união (MPa).
a
11,33
b
7,23
b
7,14
5 DISCUSSÃO
Os ensaios de resistência de união têm sido largamente utilizados na
Odontologia para mensurar a união entre materiais restauradores poliméricos e as
estruturas duras dentais. (MCDONOUGH et al., 2002; SHIMADA et al., 2002; PASHLEY
et al., 1999; DE MUNCK et al., 2005; ESCRIBANO et al., 2003; GARCIA et al., 2007). E
estudos como o de Reis et al. (2004) comprovam que dentes bovinos podem substituir
dentes humanos (substratos esmalte e dentina), em função da morfologia apresentada
ter uma configuração muito semelhante.
A Odontologia Restauradora contemporânea apresenta uma tendência de
simplificação dos procedimentos de união. Isso pode ser observado nos adesivos de
um frasco da técnica convencional (com o uso prévio do ácido fosfórico); ou na técnica
que utiliza os adesivos autocondicionantes do tipo all-in-one. (VAN MEERBEEK et al.,
2003; GARCIA et al., 2007).
Este estudo revelou que o sistema adesivo convencional Adper Single Bond 2
apresentou a maior média de resistência de união ao microcisalhamento, com
diferença estatística em relação aos adesivos autocondicionantes Hybrid Bond e One-
Up Bond F Plus, que não apresentaram diferença estatística. O intervalo de variação
das médias de resistência ao microcisalhamento foi de 11,33 ± 2,47MPa para o Adper
Single Bond 2; 7,23 ± 2,44MPa para o Hybrid Bond; e de 7,14 ± 2,40MPa para o One-
Up Bond F Plus. A comparação numérica dessas médias com resultados de outras
investigações não é possível, devido à variação de fatores experimentais, como por
exemplo, os tipos de sistemas adesivos ou compósitos utilizados, o tamanho e
geometria dos corpos-de-prova, e os tipos de ensaios. (VAN NOORT et al., 1991;
PHRUKKANON et al., 1998). Segundo os relatos de De Munck et al. (2005), os ensaios
de resistência de união podem proporcionar valiosas informações clínicas, quando
obtidos em estudos devidamente delineados. Nesse sentido, os resultados observados
coincidem com os estudos de Kanemura et al. (1999), Pashley e Tay (2001) e Di
Hipólito (2005), quando observaram maiores médias de resistência de união nos grupos
onde foi feito condicionamento prévio com ácido fosfórico.
No presente estudo, o desgaste da superfície de esmalte expôs a camada
prismática e pode ter favorecido a qualidade da desmineralização do ácido fosfórico no
processo de união com o compósito restaurador. Também se deve atentar para o fato
de que o desgaste ou corte da superfície do esmalte com as lixas d’água produziu um
camada de resíduos de esmalte cortado que pode ter dificultado o mecanismo de ação
dos dois adesivos autocondicionantes. Provavelmente, esse produtos produziram
também diferentes alterações morfológicas quando aplicados sobre a superfície do
esmalte desgastado, segundo as afirmações de Pashley e Tay (2001).
Os estudos de Di Hipólito (2005) comprovaram, em microscopia eletrônica de
varredura, que a superfície do esmalte hígido mostrou suaves ilhas de descalcificação
provenientes da desmineralização da porção central dos prismas, produzidas pela ação
do sistema adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray), largamente
pesquisado por ter sido o precursor dos demais autocondicionantes. Quando a
superfície do esmalte foi desgastada, o grau de desmineralização foi mais abrangente,
embora tenha sido observada uma região não condicionada no centro dos prismas.
Quando esse mesmo autor utilizou outros dois adesivos do tipo “todos em um”, estes
se mostraram mais ativos, apresentando nítidas porosidades em toda superfície do
21
esmalte hígido, e ainda maiores no esmalte desgastado. No presente estudo, em
função dos valores de resistência de união, a desmineralização causada pelos adesivos
autocondicionantes não foi tão efetiva quanto aquela causada pela ação do ácido
fosfórico. Estudos desse mesmo autor comprovaram que as microrretenções mecânicas
formadas na camada híbrida nos adesivos convencionais representam a principal forma
de união dos materiais restauradores resinosos ao substrato esmalte.
Desde os achados de Gwinnett e Matsui (1967) existe o entendimento de que a
capacidade de uma resina fluida hidrófila penetrar em uma superfície porosa, criada
pelo condicionamento do ácido fosfórico, forma prolongamentos longos e homogêneos.
No entanto, o mecanismo de ação é diferenciado para os adesivos autocondicionantes.
Fundamentado na capacidade de dissolver a camada de esfregaço e desmineralizar
esmalte (e dentina), o grau de acidez desses produtos foi classificado em forte,
moderado e suave. (DE MUNCK et al., 2005). E uma relação entre os menores valores
de resistência de união obtidos pelos sistemas adesivos autocondicionantes e o
provável grau de desmineralização ocorrido em função da ação dos monômeros ácidos
desses produtos ficou evidente neste estudo. Apesar do pH de ambos os produtos
serem diferentes (Hybrid Bond pH 2,5 e One-Up Bond F Plus pH 1,2), em esmalte
desgastado não houve diferença estatística para os valores de resistência de união.
Para esse tipo de substrato, isso provavelmente se deve ao mecanismo de ação dos
adesivos autocondicionantes.
Apesar dos sistemas autocondicionantes serem materiais relativamente novos, o
mecanismo que determina o autocondicionamento das estruturas dentais é semelhante
ao dos cimentos de ionômero de vidro. A diferença básica entre eles é decorrente do
fato de o cimento de ionômero de vidro possuir uma molécula de alto peso molecular
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(polímero baseado no policarboxilato), ao passo que os sistemas autocondicionantes
utilizam monômeros de baixo peso molecular. (VAN MEERBEEK et al., 2003). O radical
ácido do monômero é responsável pelo condicionamento das estruturas dentais, ao
passo que o componente metacrilato da molécula disponibiliza-se para a co-
polimerização com o agente de união e o compósito restaurador. Os produtos utilizados
nesse estudo, chamados de “todos em um” vêm habitualmente acondicionados em dois
compartimentos em função de que os fotoiniciadores, sensíveis à acidez, sejam
incorporados à solução ácida no momento de sua aplicação, evitando-se, assim, que
estejam alterados antes do uso. (VAN LANDUYT et al., 2007).
Os sistemas adesivos autocondicionantes têm mostrado menor capacidade de
condicionamento em relação ao ácido fosfórico, em concordância com Kanemura et al.
(1999), Pashley e Tay (2001) e Di Hipólito (2005), principalmente em esmalte
desgastado mas também em esmalte hígido. Provavelmente, os sistemas adesivos
autocondicionantes, independentemente de seus pHs, formaram prolongamentos curtos
de resina polimerizada entre as desmineralizações causadas na hidroxapatita. Isso
pode ter contribuído fortemente para a similaridade entre os valores médios de
resistência de união ao microcisalhamento encontrados neste estudo em esmalte
desgastado.
Estudos in vitro devem ser realizados no sentido de predizer resultados e suas
correspondências com o comportamento clínico. Dessa forma, sugere-se mais
pesquisas que enfoquem o mecanismo de ação, biocompatibilidade e efetividade dessa
classe de sistemas adesivos.
23
6 CONCLUSÕES
De acordo com os dados obtidos e com a análise estatística aplicada aos
resultados, pôde-se concluir que:
1) O sistema adesivo Adper Single Bond 2 resultou na maior média de
resistência de união, com diferença estatisticamente significativa em relação aos outros
adesivos;
2) Os adesivos One-Up Bond F Plus e Hybrid Bond apresentaram menores
médias de resistência de união, sem diferença estatisticamente significativa entre si;
3) Os resultados sugerem que a união ao esmalte desgastado parece ser mais
instável para os adesivos autocondicionantes em relação ao adesivo convencional
testado, que utiliza o ácido fosfórico.
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ANEXO A
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ANEXO B
29
ANEXO C
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